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Abnt 12244 - Poço Tubular Profundo

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ABNT NORMAS DE CONSTRUÇÃO POÇO TUBULAR PROFUNDO PARA ÁGUA

MARÇO 2006

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


Sede: Rio de Janeiro
Av. Treze de maio, 13 – 28º andar – Caixa Postal
1680 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2210-3122 / 2234-333

Proposta MAIO 2005


NBR 12244
Construção de poço tubular para captação de água
subterrânea
Procedimento

Origem: Projeto 02:00930-009/1989


CB-02 – Comitê Brasileiro de Construção Civil
CE – 02:009.30 – Comissão de Estudo de Projeto de Sistema de Abastecimento de Água
NBR 12244 – Public water supply system – Wells for extraction of groundwater –
Construction – Procedure
Descriptors: water.water supply system.Well
Reimpressão na NB – 1290, MAR 1990

Palavras – chave: Água Subterrânea. Abastecimento de água. Poço Tubular


6 páginas

SUMÁRIO :

1- Objetivo
2- Referências normativas
3- Definições
4- Desenvolvimento da construção
5- Condições gerais
6- Condições específicas
7- Serviços e obras complementares

1. Objetivo

1.1 – Esta Norma fixa as condições exigíveis na construção de poço tubular para captação de
água subterrânea, estabelecendo procedimentos técnicos para o acesso seguro aos
mananciais subterrâneos, objetivando a extração de água de forma eficiente e sustentável.
--01--

1.2 - Esta Norma se aplica a todos os poços tubulares, construídos em rochas


com características físicas diversas.

2. Referência Normativa

Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

NBR 12212 – Projeto de poço tubular para captação de água


subterrânea.

3. Definições

Para aplicação desta norma são adotadas as definições de 3.1 a 3.6 além das
definições da NBR 12212.

3.1 Amostra de calha


Material fragmentado proveniente da perfuração, coletado em intervalos
representativos das formações geológicas atravessadas.

3.2 Desenvolvimento

Conjunto de processos mecânicos e/ou químicos que favoreçam o fluxo de água do aqüífero
para o poço.
3.3 Fiscal

Técnico legalmente habilitado (CREA) em construção de poços para captação de


água subterrânea, a serviço do contratante.

3.4 Furo piloto ou guia

Perfuração efetuada para obtenção de dados preliminares das características das


rochas em subsuperfície. Em muitos casos, constitui a primeira etapa de construção
de um poço.

3.5 Perfilagem ótica

Filmagem das paredes internas do poço, realizada com equipamento de vídeo


especial através de descida no interior do poço, com tomadas laterais e de fundo.

3.6 Tamponamento

Preenchimento de perfurações improdutivas e ou poços abandonados, em toda a sua


extensão, por material inerte, pasta de cimento e/ou pellets de argila expansiva com a
finalidade de impedir acidentes e a contaminação dos mananciais subterrâneos.
4. Desenvolvimento da Construção

4.1 Elementos necessários

Na construção de um poço para captação de água subterrânea, tornam-se


indispensáveis os seguintes elementos:

a) projeto executivo do poço – NBR 12212

b) especificações dos materiais e equipamentos auxiliares;


--2--
c) especificações de serviços complementares;

d) cronograma físico da obra;

e) equipamento de perfuração;

f) responsável técnico habilitado;

g) fiscal;

h) condições de recebimento do poço;

4.2 Atividades necessárias

A construção de poços para captação de água subterrânea compreende as


seguintes atividades:

a) preparação do canteiro de obra:

- acesso, serviços de terraplenagem, encascalhamento e


confecção de bases;

- instalação da perfuratriz e dos equipamentos auxiliares;

- disposição dos materiais;

- instalações diversas;

b) perfuração:

- perfuração inicial para colocação do tubo de boca;

- execução de furo-piloto ou furo-guia;

- amostras de calha;

- perfuração nos diâmetros e profundidades projetados;

- verificação dos parâmetros da perfuração;

- verificação das condições reológicas do fluido de perfuração;

c) dimensionamento da coluna de revestimento:

- elaboração do perfil litológico com base no exame e


descrição das amostras;

- execução e interpretação de perfilagens elétricas e


radioativas, de diâmetros, de densidade, sônicas, laterais e
outras;

- elaboração do perfil de penetração;

- correlação entre os vários perfis para montagem do perfil


composto;

-
--3--

d) dimensionamento de pré – filtro:

- análise granulométrica de amostras representativas;

e) colocação da coluna de revestimento;

f) colocação de pré – filtro;

g) desenvolvimento;

h) execução de teste de vazão;

i) coleta de água para análise;

j) serviços e obras complementares;

- selamento;

- desinfecção;

- construção de laje de proteção sanitária;

- lacre;

- elaboração do relatório final.

5. Condições Gerais
5.1 Serviços preliminares

5.1.1 O local da perfuração deve ser devidamente preparado para instalação


da perfuratriz e seus acessórios, bem como para a construção das obras
temporárias, como reservatórios de lama e água, valetas de escoamento, etc.

5.1.2 A disposição dos materiais e equipamentos deve obedecer ao critério de


organização e praticidade, de modo a não prejudicar nenhuma das fases da
obra.

5.1.3 Medidas gerais de proteção e segurança devem ser adotadas para evitar
acidentes pessoais na área de serviço.

5.1.4 Em local conveniente, deve ser instalada a infra-estrutura necessária,


vestiário, refeitório, sanitário e água potável, de modo a assegurar ao pessoal
da obra condições de descanso e higiene compatíveis com a natureza dos
serviços.

5.2 Perfuração

5.2.1 O construtor deve dispor na obra de máquina perfuratriz e de


equipamentos, ferramentas e materiais em quantidade e capacidade
suficientes para assegurar a execução dos trabalhos.

5.2.2 Qualquer substituição de máquina, ferramenta ou acessório


indispensável durante a perfuração para a execução do poço, deve correr por
conta e risco do construtor.
--4--

5.2.3 A perfuração deve ser efetuada nos diâmetros e profundidades


estabelecidos no projeto executivo do poço (ver NBR 12212).

5.2.4 Qualquer alteração nos diâmetros estabelecidos e/ou nas


correspondentes profundidades só pode ser efetivada mediante autorização do
contratante, baseada em parecer técnico da fiscalização.

5.2.5 A perfuração pode ser, inicialmente, executada através de um furo-


piloto, com posterior alargamento nos diâmetros previstos no projeto
construtivo do poço.

5.2.6 A amostra de calha deve ser coletada a cada 2 metros e a cada


mudança de litologia.

5.2.7 As amostras coletadas devem ser secas e dispostas em ordem crescente


de perfuração, em caixas numeradas com os respectivos intervalos de
profundidade.

5.2.8 Uma vez examinadas pela fiscalização, as amostras devem ser


acondicionadas em sacos plásticos etiquetados ou em vidros rotulados com as
seguintes informações: identificação do poço e intervalo de profundidade.

5.2.9 As amostras selecionadas para análise granulométrica, pesando no


mínimo 1 kg, devem ser enviadas ao laboratório, que deve fornecer a curva
granulométrica de cada uma delas.

5.2.10 Durante os trabalhos, o construtor deve manter na obra um registro diário de


perfuração atualizado, contendo as seguintes informações mínimas:

a) diâmetros da perfuração executada;

b) metros perfurados e profundidade total do poço no fim da jornada de


trabalho;

c) material perfurado e avanço da penetração;

d) profundidade do nível de água no início e no fim da jornada de trabalho, se


possível.
5.2.11 Com base na descrição das amostras coletadas, nas informações do
diário de perfuração e nos registros dos perfis corridos, deve ser montado o
perfil composto, definindo a posição dos intervalos ou zonas aqüíferas.

5.3 Fluido de Perfuração

5.3.1 O fluido de perfuração deve ter os principais parâmetros reológicos monitorados


durante os trabalhos, de forma a proporcionar segurança e eficiência à perfuração,
como também minimizar danos ao aqüífero.

5.3.2 De acordo com as características litológicas e exigências do projeto poderão ser


utilizados fluídos com formulações distintas a seguir:
a) formulações de fluído à base de água com altos teores de sólidos;
b) formulações de fluído à base de água com baixos teores de sólidos.
--5--

5.3.3 O fluído utilizado para o sistema de perfuração pelo método rotativo,


salvo em situações especiais, deve ser mantido com os seguintes parâmetros:

a) viscosidade funil marsh entre 35 e 60 s/quart


b) densidade entre 1,00 e 1,08 g/cm3
c) pH entre 7,0 e 9,5
d) teor de areia < 1%, em volume
e) filtrado abaixo de 15 cm³
f) espessura reboco < 1mm
g) viscosidade aparente entre 15 cP e 30 cP
h) viscosidade plástica entre 8 e 20 cP
i) limite de escoamento entre 12 e 20 lb/100 pés²
j) teor de sólidos (vol.) < 5%

5.3.4 O fluido de perfuração para o sistema roto-pneumático, salvo em situações


especiais, deve ser mantido com os seguintes parâmetros:

VE = VH 2 O + VAR VE = Volume de espuma

A razão água / volume RAV expressada percentualmente é:

RAV = VH 2 O X 100 ou VH2O X 100


VE V H2O + VAR

a) vazão de injeção 12 a 18 L/min


b) RAV 2%
c) dosagem de agente espumante entre 2,5 e 5 L/m³

5.3.5 É proibido, no preparo do fluido de perfuração, empregar aditivos a base de


hidrocarbonetos ou outras substâncias capazes de poluir o aqüífero, com exceção de
polímeros sintéticos específicos.

5.4 Perfilagem elétrica e radioativa

5.4.1 A perfilagem para definir características físicas das litologias seccionandas e


disposição das seções filtrantes em poços produtores de água, devem contemplar os
seguintes parâmetros: SP, Gama, Indução, Sônico, Caliper e verticalidade. As
ferramentas utilizadas na execução dessas perfilagens devem obedecer às normas API.

5.5 Colocação da coluna de tubos, filtros e pré-filtro

5.5.1 As determinações da abertura das ranhuras dos filtros e da


granulometria do material de pré-filtro devem ser feitas a partir das curvas
granulométricas das amostras selecionadas na perfuração.

5.5.2 A colocação da coluna de tubos e filtros deve evitar deformações ou


ruptura do material que possam comprometer a sua finalidade ou dificultar a
introdução de equipamentos.

5.5.3 Ao longo da coluna de tubos e filtros, devem ser utilizados


centralizadores, de modo a mantê-la centralizada e assegurar a posterior
colocação de pré – filtro.
--6--

5.5.4 As juntas e conexões do revestimento devem ser perfeitamente


estanques.

5.5.5 Em poços totalmente revestidos, a extremidade inferior da coluna de


tubos e filtros deve ser obturada por meio de peça apropriada ou de
selamento.

5.5.6 Em poços parcialmente revestidos, a extremidade inferior da coluna de


tubos e filtros deve ser ancorada adequadamente em rocha não
desmoronante.

5.5.7 A colocação do pré-filtro, quando requerida no programa construtivo do poço,


deve ser feita paulatinamente, de modo a formar anel cilíndrico contínuo e homogêneo
entre a parede de perfuração e a coluna de tubos e filtros.
5.5.8 A colocação do pré-filtro deve ser executada após a diluição completa
do fluido de perfuração no contra fluxo da água bombeada no espaço anular
ou por bombeamento direto com tubo auxiliar.

5.5.9 A complementação do nível do pré-filtro deve ser assegurada durante o


desenvolvimento do poço.

5.6 Desenvolvimento

5.6.1 Instalada a coluna de tubos e filtros, deve-se proceder ao


desenvolvimento do poço, até que a turbidez e a concentração de areia
estejam dentro dos limites admissíveis, 5 NTU e 10 g/m 3 , respectivamente.

5.6.2 O desenvolvimento deve ser efetuado através da combinação de


métodos escolhidos em conformidade com as características do aqüífero.

5.6.3 Nos poços perfurados com fluido, podem ser utilizados, durante o
desenvolvimento, agentes químicos dispersantes, a fim de facilitar a remoção
das argilas.

5.6.4 Nenhum bombeamento efetuado durante o desenvolvimento deve ser


considerado como teste de vazão.

5.7 Disposições gerais

5.7.1 Todo poço deve ser construído por empresa habilitada, sob
responsabilidade técnica de profissional de nível superior, devidamente
credenciado junto ao CREA, com a ART da obra, e com base em projeto
executivo (ver NBR 12212 ? ).

5.7.2 O construtor deve apresentar o cronograma físico da obra, com previsão


de início das seguintes fases:

a) perfuração, perfilagem;

b) colocação dos tubos lisos, filtros e pré-filtro;

c) desenvolvimento e limpeza;

d) testes.

--7--
Obs. Nenhuma destas fases pode ser efetivada sem a presença ou o conhecimento
prévio da fiscalização.
5.7.3 Concluído o poço, o construtor deve encaminhar ao contratante o
relatório técnico construtivo.

5.7.4. O relatório deve conter os seguintes elementos:

a) nome do proprietário;

b) localização do poço (local, sítio, rua, fazenda, município, estado);

c) Coordenadas (UTM ou Geográficas) e cota do terreno;

d) método de perfuração e equipamentos utilizados;

e) perfil composto: Construtivo e litológico - Profundidades em metros


“m” / diâmetros em milímetros “mm” ou polegadas.

f) entradas de águas;

g) materiais utilizados (diâmetro, tipo, espessura e quantidade);

h) selamentos (indicação dos trechos selados);

i) planilhas de teste final de bombeamento, com todas as


medidas efetuadas, duração, data, equipamentos e
aparelhos utilizados;

j) análise físico-química e bacteriológica da água, firmada por


laboratório idôneo;

k) indicação da vazão de explotação do poço e respectivo


nível dinâmico ;
l) especificações dos equipamentos instalados;

m) nome, número de registro no CREA e assinatura do profissional


habilitado.

5.7.5 Em caso de abandono da perfuração por problemas técnicos, o furo deve ser
desinfectado, totalmente preenchido por material inerte, e tamponado sendo o fato
comunicado ao órgão público estadual responsável pelo gerenciamento dos recursos
hídricos.
6. Condições específicas

6.1 Teste de vazão (bombeamento e recuperação)

6.1.1 Concluída a construção, deve-se proceder à execução do teste de vazão


para determinação das suas condições de explotação.

6.1.2 O construtor deve dispor de equipamentos necessários para garantir a


continuidade da operação durante o período de teste.

--8--
Período (min)

0 – 10
10 – 20
20 – 60
60 – 120
120 – 600
600 – 900
900 - em diante

6.1.3 O equipamento de teste deve ter capacidade para extrair vazão igual ou
superior à prevista em projeto.

6.1.4 Na instalação de equipamento de bombeamento no poço, deve-se


colocar uma tubulação auxiliar destinada a medir os níveis de água.

6.1.5 O conjunto de bombeamento deverá ser instalado abaixo do nível


dinâmico previsto e jamais junto aos filtros.

6.1.6 As medições de nível de água no poço devem ser feitas com medidor
que permita leituras com precisão centimétrica.

6.1.7 Na determinação da vazão bombeada, devem ser empregados


dispositivos que assegurem facilidade e precisão na medição. Para vazões de
até 40m³/h, devem ser empregados recipientes de volume aferido. Vazões
acima de 40m³/h devem ser determinadas por meio de sistemas contínuos de
medida, tais como vertedouros, orifício calibrado, tubos Venturi e outros.

6.1.8 A tubulação de descarga da água deve ser dotada de válvula de


regulagem sensível e de fácil manejo, permitindo controlar e manter constante
a vazão em diversos regimes de bombeamento.

6.1.9 O lançamento da água extraída deve ser feito a uma distância do poço
determinada no projeto, que não interfira nos resultados dos testes.

6.1.10 As medidas de nível de água no poço, durante o


bombeamento, devem ser efetuadas nas seguintes freqüências
de tempos, a partir do início do teste.

Intervalo de leitura (min)

1
2
5
10
30
60
120

--09--
6.1.11O teste de vazão deve ser iniciado com o bombeamento
à vazão máxima definida no projeto, em período mínimo de
24h.

6.1.12 Uma vez terminado o ensaio de bombeamento


deve-se proceder ao teste de recuperação do nível,
sendo medida até, no mínimo, 80% do rebaixamento
verificado, conforme os intervalos de tempo do quadro
abaixo:

Período (min) Intervalo de leitura (min)

0– 10 1
10 – 20 2
20 – 30 5
30 – 60 10
60 – 120 20
120 - 240 30
240 - em diante 60
6.1.13 O teste de vazão escalonado deve ser efetuado em etapas de
mesma duração, com vazões progressivas, em regime contínuo de
bombeamento, mantida a vazão constante em cada etapa. A passagem de
uma etapa à outra deve ser feita de forma instantânea, sem interrupção
do bombeamento .

6.1.14 O plano de teste deve prever escalonamento de vazões com


percentuais da vazão máxima, conforme projeto.

6.1.15 As medidas de vazão devem ser efetuadas em correspondência com as


do nível de água.

6.1.16 Em casos de vazão inferior a 5m³/h, o


teste final de bombeamento deve manter vazão
constante, com a condição de que tenha duração
total não inferior a 24h, assegurada a
estabilização do nível dinâmico durante o
mínimo de 4 h.
7. Serviços e obras complementares

7.1 Teste de alinhamento

A verificação do alinhamento deve ser feita mediante a introdução de gabarito


visando à colocação do equipamento de exploração para a vazão projetada.

--10--
7.2 Teste de verticalidade

A medida de verticalidade deve ser feita por dispositivos aprovados pela


fiscalização. As leituras dos desvios devem ser tomadas de maneira a permitir
o traçado do perfil geométrico do poço.

7.3 Selamento

7.3.1 O processo de selamento de qualquer espaço anular deve ser feito numa operação
contínua.
7.3.2 Todo poço deve ter selo de proteção sanitária, situada no espaço anular
entre o tubo de revestimento e a parede da perfuração, com espessura mínima
de 50 mm.

7.3.3 O material utilizado no selamento, em situações normais, deve ser


constituído de calda de cimento ou pellets de argilas expansivas com retardo
de inchamento.

7.3.4 Nenhum serviço pode ser efetuado no poço nas 48 horas seguintes ao
selamento feito com cimento, a não ser que se utilize produto químico para
aceleração da pega (cura); se o selo for constituído de pellets de argilas
expansivas, a espera para hidratação total deve ser de 12 horas;

7.3.5 Espaços anulares a serem selados por pellets de argila expansiva não poderão
conter previamente fluido de perfuração a base de polímeros com sais inibidores de
argila; a preexistência de tais fluidos inibidores condicionam a sua substituição por
fluido a base de bentonita ou água somente no momento da aplicação do pellet.
7.4 Laje de proteção

7.4.1 Concluídos todos os serviços no poço, deve ser construída uma laje de
concreto, fundida no local, envolvendo o revestimento.

7.4.2 A laje de proteção deve ter declividade do centro para a borda, a


espessura mínima de 10 cm e área não inferior a 1,0 m 2 . A coluna de tubos
deve ficar saliente no mínimo 30 cm sobre a laje.

7.5 Coleta de águ a para análise

7.5.1 A coleta para análise bacteriológica deve ser feita em frasco apropriada
e esterilizada seguindo as recomendações do laboratório, devendo ser
mantida em temperatura inferior a 8 o C até a entrega no laboratório, o que
deverá ser feito em no máximo 12 horas após a coleta. A amostragem deve
ser efetuada durante o ensaio de bombeamento e no mínimo 24 horas após a
desinfecção final do poço.

7.5.2 Durante a c oleta de água, devem ser medidos o pH e a temperatura da


água no poço.

7.5.3 A amostra para análise físico-química deve ser coletada quando do teste
de bombeamento, em recipiente apropriado conforme recomendações do
laboratório. O prazo entre a coleta e a entrega da amostra no laboratório não
deve exceder 24h.

--11--
7.6 Desinfecção

7.6.1 A desinfecção final deve ser feita com aplicação de


solução bactericida, em quantidade que resulte concentração
de 50 mg/L de cloro livre ou de outra solução oxidante
apropriada para poços de água.

7.6.2 A solução deve ser introduzida no poço através de tubos


auxiliares, sendo revolucionada através de circulação em
regime fechado de forma que permita a completa desinfecção
das paredes do poço e da tubulação situada acima do nível da
água.

7.6.3 A solução deverá ser bombeada em regime de circuito fechado por, no


mínimo, 2 horas, ficando posteriormente o poço em repouso por um período
mínimo de 04 horas, quando deverá ser feito o expurgo da solução.
7.7 Acabamento

7.7.1 Tampa

Após a conclusão dos trabalhos de perfuração, o poço deve ser lacrado com
chapa soldada, tampa rosqueável com cadeado ou outro dispositivo de
segurança;

7.7.2 Proteção final

Após a instalação do conjunto de bombeamento, a cabeça do poço deverá ser


provida de tampa e lacre que o proteja de contaminações e acidentes, e
permita o acesso para operação e controle do poço, medição do nível da água
e inserção de produtos para desinfecção e limpeza. Nos poços surgentes
deverá ter dispositivo que impeça o desperdício de água.

7.7.3 Área de Operação

Os poços deverão ter uma área de operação com um raio mínimo de 1 metro a
partir do tubo de revestimento, destinada à conexão da rede hidráulica e
elétrica, equipamentos para monitoramento e desinfecção. Esta área deve ser
isolada, preferencialmente por instalações em alvenaria, grade ou tela
removível, que permitam acesso de equipamentos para procedimentos de
manutenções periódicas. Em casos de poços rebaixados, a proteção em
alvenaria deverá ter perfeito isolamento que impeça a entrada de água,
detritos, animais e drenos eficientes.

7.7.4 Finalização

As paredes externas da cabeça do poço e a laje de proteção deverão


ser pintadas com tinta à base de epóxi, os drenos deverão permanecer
livres e as instalações hidráulicas deverão ser isentas de vazamentos,
com a finalidade de manter a estanqueidade e a higiene do local.

--12--
7.7.5 Poços improdutivos

Poços improdutivos e ou abandonados devem ser tamponados de forma


segura para evitar acidentes e que se tornem vetores de contaminação dos
mananciais subterrâneos. O tamponamento consistirá no preenchimento total
do poço com material inerte, na porção inferior e pasta de cimento na porção
superior. Pode-se também utilizar pellets de argila em intervalos variados com
a finalidade de isolar camadas distintas.

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...................

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. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
Sede: Rio de Janeiro
Av. Treze de maio, 13 – 28º andar – Caixa Postal 1680 – Rio de Janeiro – RJ
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ABR 1992+ Sugestões Maio NBR 12212


2005

Projeto de poço tubular para captação de água


subterrânea

Procedimento

Origem: Projeto 02:009.30-002/1989


CB-02 – Comitê Brasileiro de Construção Civil
CE – 02:009.30 – Comissão de Estudo de Projeto de Sistema de Abastecimento de Água
NBR 12212 – Public water supply system – Wells for extraction of groundwater – Design
Procedure
Descriptors: well.water supply
Esta norma substitui a NB –588/1977
Reimpressão na NB – 588, MAR 1990

Palavras-chave: Água subterrânea. Abastecimento de água. Poço Tubular 5


páginas

SUMÁRIO :

7- Objetivo
8- Referências normativas
9- Definições
10- Desenvolvimento do projeto
11- Condições gerais
12- Condições específicas

1. Objetivo
1.1. Esta Norma fixa as condições exigíveis para a elaboração de projeto de poço
tubular para captação de água subterrânea.

1.2. As exigências desta Norma visam estabelecer procedimentos técnicos para o acesso
seguro aos mananciais subterrâneos, objetivando a extração de água de forma eficiente
e sustentável.
--14--

1.3. Esta Norma se aplica aos casos de:

a) existência de estudo hidrogeológico, permitindo elaboração de projeto da forma


mais completa:

b) inexistência de estudo hidrogeológico; caso em que o projeto deve ser


parcialmente desenvolvido a partir de conhecimentos gerais, e concluído após
investigações específicas ou por informações conseguidas através da perfuração de
poço de pesquisa.
2. Referências Normativas

Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

NBR 5580 – Tubos de aço-carbono para rosca Whitworth gás para usos comuns na
condução de fluidos – Especificação.

NBR - 5590 - Tubos de aço carbono com ou sem costura, pretos ou galvanizados por imersão
a quente para condução de fluídos - Especificação.

NBR 13604 – Filtros e tubos de revestimento em PVC para poços tubulares


profundos.

DIN 2440 – Steel tubes medium – Weight suitable for screwing.

NBR - 6925 - Conexão de ferro fundido maleável, de classes 150 e 300, com rosca NPT para
tubulação - Especificação.

NBR 6943 – Conexão de ferro fundido maleável, com rosca NBR NM-ISO 7-1, para
tubulações.

NBR 12211 – Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água


– procedimento.

DIN 2442 – Steel tubes heavy – Weight suitable for screwing.

DIN 4925 – (Part I) – Fiter pipes unplasticized polyvinyl chloride (rigid PVC, PVC-U)
for drilled wells, with cross-perforation and threaded connection for nominal sizes DN
40 to DN 100

API 5A – Specificaton for casing, tubing, and drill pipe

API 5 Ax – Specification for high-strength, tubing, and drill pipe

API 5 Ac – Specification for restricted yield strength casing and tubing

API 5 B – Specification for threading, gagind, and thread inspection of casing, tubing,
and line pipe threads

API 5 L – Specification for line pipe

ASTM A 53 – Standard specification for pipe, steel, black and hot-dipped zinc-coated
(galvanized) welded and seamless for ordinary uses.
--15--

3. Definições

Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 3.1 a 3.31.

3.1 Aqüífero

Formação ou grupo de formações geológicas capazes de armazenar e conduzir água


subterrânea.

3.2 Composição físico-química da água

Características físico-químicas das águas subterrâneas, com os teores presentes.

3.3 Cone de depressão

Rebaixamento do nível da água causado pelo movimento convergente da água do


aqüífero quando bombeada, resultando em um cone de depressão em torno do poço.
A sua forma e dimensão dependem das características hidráulicas do aqüífero e
pode ser determinado a partir dos dados obtidos no teste de vazão.

3.4 Conjunto de bombeamento

O conjunto de materiais e equipamentos utilizados para retirar a água do poço. De


acordo com necessidade e a disponibilidade de energia, podem ser utilizados, dentre
outros:
3.4.1 Bomba submersa ou de superfície acionada por energia elétrica, acoplada a
tubulação de recalque (edução);
3.4.2 Air-lift: Tubulações de edução de água, de ar e injetor acoplados a unidade de
ar comprimido – compressor.
3.4.3 Sistema de êmbolos ou pistão acoplados a moinho, ou outras máquinas
acionadas em superfície.

3.5 Filtros

Seção tubular filtrante: tubulação ranhurada, perfurada ou espiralada com abertura


contínua, aplicada na perfuração, com objetivo de permitir o aproveitamento da água
do(s) aqüífero(s).

3.6 Fluido de perfuração

Fluido composto de argilas hidratáveis e/ou polímeros com aditivos químicos especiais
utilizado na perfuração, com as finalidades principais de resfriar e lubrificar as ferramentas,
transportar os resíduos de perfuração à superfície, estabilizar o furo impedindo
desmoronamentos, controlar filtrações e espessura de reboco, inibir e encapsular argilas
hidratáveis.

3.7 Centralizador

Dispositivo externo à tubulação de revestimento, com a finalidade de permitir a


centralização do mesmo e preenchimento do espaço anular de forma eqüidistante.

3.8 Lacre

Dispositivo colocado no topo do revestimento que impede o ingresso de animais,


líquidos e outras substâncias que possam contaminar o poço e o aqüífero.
--16--

3.9 Litologia

Estudo dos diferentes tipos de rochas.


3.10 Nível dinâmico (ND)

Profundidade do nível de água de um poço, bombeado a uma dada vazão, medida em


relação à superfície do terreno no local.
3.11 Nível estático (NE)

Profundidade do nível de água de um poço em repouso, isto é, sem bombeamento,


medida em relação à superfície do terreno no local.

3.12 Pellets de argila expansiva

Grânulos de argila desidratada, processada industrialmente para retardo de inchamento


em contato com água.
3.13 Perfilagem elétrica e radioativa

Medição de parâmetros físicos e radioativos das formações geológicas, realizadas


com ferramentas específicas descidas no interior do poço e registradas em papel
contínuo.

3.14 Perfuração

Procedimento de perfurar o solo e formações subjacentes, executado com sonda


perfuratriz. O diâmetro e a profundidade são funções da necessidade, disponibilidade
hídrica e da geologia.
3.15 Poço de pesquisa

Poço perfurado com a finalidade de avaliar a geologia, litologia e a capacidade


hidrodinâmica do(s) aqüífero(s).

3.16 Poço tubular

Obra hidrogeológica de acesso a um ou mais aqüíferos, para captação de água subterrânea,


executada com sonda perfuratriz mediante perfuração vertical com diâmetro mínimo de 4”.
Em função da necessidade e da geologia local, poderá ser parcial ou totalmente revestido.

3.17 Pré Filtro

Material sedimentar granulométricamente selecionado, predominantemente


quartzoso, aplicado no espaço anular entre a perfuração e a coluna de revestimento
(tubos e filtros).

3.18 Raio de Influência

É igual ao raio da área de influência máxima do cone de depressão gerado no poço


bombeado.
3.19 Rebaixamento

Diferença entre os níveis estático e dinâmico durante o bombeamento.


--17--

3.20 Revestimento

Tubulação que forma as paredes do poço nas camadas desmoronantes não


produtivas e que define seu diâmetro nominal. Tubulação com diâmetro e
composição variados, aplicada na perfuração, com finalidade de sustentar as
paredes do poço em formações inconsolidadas e desmoronantes, manter a
estanqueidade, isolar camadas indesejáveis e aproveitar camadas produtoras.

3.21 Rocha cristalina

Agregado natural formado de um ou mais minerais, que constitui parte essencial da


crosta terrestre, de origem magmática ou metamórfica, com variados graus de
dureza, normalmente alto.

3.22 Rocha Sedimentar

Agregado natural originado da erosão/alteração, transporte, deposição ou


precipitação e diagênese de qualquer tipo de rocha.

3.23 Selamento

Isolamento através do preenchimento do espaço anular entre a perfuração e a coluna de


revestimento com cimento e/ou pellets de argila expansiva, ou outra técnica que evite a
percolação de águas superiores pela parede externa do revestimento.

3.24 Surgência
Jorro espontâneo de água subterrânea causada pela pressão positiva, acima da cota
da superfície do terreno.

3.25 Teste de alinhamento

Verificação do perfil retilíneo de um poço.

3.26 Teste de aqüífero

Procedimento para avaliar as características hidrodinâmicas do aqüífero.

3.27 Teste de vazão

Ensaio de bombeamento realizado em um poço


tubular profundo ou sistema de poços, com objetivo
de determinar as características hidrodinâmicas
do(s) poço(s) e permitir o dimensionamento das
condições de explotação. Deve ter controle das
vazões, rebaixamentos e recuperação .
3.28 Teste de verticalidade

Verificação do prumo de um poço.


--18--

3.29 Tubo de boca

Tubulação de aço com diâmetro compatível, instalado nas camadas iniciais, com a
finalidade isolar e manter estável a boca do poço durante os trabalhos de
perfuração;

3.30 Vazão

Volume de água extraído do poço por unidade de tempo.

3.31 Vazão de explotação

Vazão ótima que visa o aproveitamento técnico e econômico do poço; fica situada no
limite do regime laminar e deve ser definida pela curva característica do poço (curva-
vazão/ rebaixamento).

4. Desenvolvimento do Projeto

4.1 Elementos necessários

O projeto de captação de água subterrânea através de poço ou sistema de


poços pressupõe o conhecimento de:

a) vazão pretendida;

b) hidrogeologia da área constituída, no mínimo, do condicionamento


geológico regional e local, incluindo levantamento dos dados geológicos,
geofísicos e de poços existentes, com identificação e caracterização do(s)
aqüífero(s) cuja exploração é pretendida pelo(s) poço a ser(em)
perfurado(s). Emissão de relatório conclusivo sobre a potencialidade
hidrogeológica da área e da viabilidade de atendimento ao item 4.1.a, com
determinação dos locais mais adequados para a (s) execução da (s)
perfuração (ões) e da provável composição físico química da água.

c) avaliação preliminar da vulnerabilidade à poluição dos aqüíferos;

d) estimativa do número de poços a constituir o sistema;

e) planta topográfica em escala adequada, com a localização e o cadastro


das obras e dos poços existentes e piezometria;

4.2 Atividades necessárias

O projeto de poço tubular para captação de água subterrânea deve compreender os


seguintes itens:

k) recomendação do método de perfuração, tipo de fluido,


considerando custo, adequação às características litológicas e
hidrogeológicas do aqüífero explorado e segurança sanitária e
ambiental;

l) locação topográfica do poço;

m) estimativa das profundidades mínima e máxima do poço;


n) estimativa da vazão do poço;

o) fixação dos diâmetros nominais úteis do poço e da perfuração;


--19--
p) previsão da coluna estratigráfica a ser perfurada;

q) previsão do(s) aqüífero(s) a ser (em) explotado(s), tipo e geometria,


do potencial e do nível piezométrico;

r) previsão da cota do nível dinâmico;

s) avaliação da composição físico químico da(s) água(s) do(s)


aqüífero(s) interceptado(s);

t) revestimento com especificação dos critérios para obter-se a


estanqueidade na coluna cega e o posicionamento e colocação dos
filtros, quando estes forem necessários;

u) definição dos métodos de aferição da verticalidade e alinhamento do


poço;

v) especificação das condições de proteção sanitária, tanto superficial


quanto subsuperficial;

w) Recomendações de técnicas para controle e monitoramento da


explotação visando a manutenção das condições naturais do poço e
aqüífero(s);

x) Previsão de execução de perfilagem elétrica e radioativa em


formações sedimentares, que possibilite a determinação de
camadas produtivas e improdutivas, indicando o correto
posicionamento das seções de filtros na coluna de revestimento.

5. Condições Gerais

5.1 Vazão

5.1.1 O projeto de exploração do poço deve assegurar vazão contínua e


constante sem prejuízo da qualidade da água. Durante a sua vida útil, deve
ser controlado e monitorado como parcela do recurso hídrico regional.

5.1.2 O projeto de monitoramento dos poços terá por objetivo a detecção


precoce de alterações nas características hidrogeológicas dos poços e
aqüífero(s).

5.2 Proteção

5.2.1 Perímetro de proteção do poço

O perímetro de proteção do poço deve ser definido considerando as


características hidrogeológicas da região e particularidades locais. Laudo
técnico fundamentado definirá as condições de proteção quando condições
particulares indicarem necessidade de projeto específico.

5.2.2 Área de proteção do poço


A área circunscrita à laje sanitária deverá ser protegida com alvenaria, tela,
cerca ou outro dispositivo, que impeça o acesso de pessoas não autorizadas e
permita a manutenção dos equipamentos, tendo no mínimo 1 m 2 .

--20--

5.2.3 Selo sanitário

Preenchimento do espaço anular entre a parede da perfuração e a coluna de


revestimento, com espessura mínima de 75 mm, com a finalidade de preservar
a qualidade das águas subterrâneas e de a proteger contra contaminantes de
camada indesejáveis e infiltrações de superfície. Dependerá da geologia local,
sendo aconselhável uma profundidade mínima de 12 metros.

5.2.4 Laje sanitária

Deverá ser prevista a construção de uma laje de concreto com dimensão


mínima de 1 m 2 e espessura de 10 cm, concêntrica ao tubo de revestimento e
com declividade para as bordas.

5.2.5 Lacre

Instalado o equipamento de bombeamento, o poço deverá ser protegido por um lacre


que o proteja de contaminações superficiais, impedindo o acesso de animais, líquidos e
outras substâncias que possam alterar as qualidades originais da água. Deve permitir o
acesso para controle, manutenção e monitoramento e, nos poços surgentes, impedir o
desperdício de água.
6. Condições específicas

6.1 Perfuração

6.1.1 O diâmetro e a profundidade da perfuração serão determinados pela


vazão pretendida, disponibilidade hídrica e geologia local.

6.1.2 O diâmetro da perfuração deverá sempre levar em conta o diâmetro dos


tubos e filtros a serem instalados, sendo aconselhável um espaço anular
mínimo de 75 mm, para possibilitar a livre descida da coluna de revestimento,
do pré-filtro e um selamento seguro.

6.2 Distância entre poços

A distância entre poços deve basear-se na hidrogeologia local, levando em


conta o raio de influência dos poços, no sentido de evitar interferência entre
os mesmos. No caso de sistemas de poços será obrigatório o planejamento e
gerenciamento das interferências.

6.3 Diâmetro nominal do poço

6.3.1 O diâmetro nominal do poço deve levar em conta as características do


conjunto de bombeamento e sua profundidade de instalação;

6.3.2 O diâmetro nominal do poço será determinado pelo diâmetro interno do


revestimento

6.3.3 É recomendado o diâmetro nominal mínimo de 150 mm, sendo tolerado,


em condições especiais, os diâmetros de 125 mm e 100 mm para poços de
pequena vazão.
6.3.4 O poço pode ser completado em diversos diâmetros nominais.

--21--

6.4 Câmara de bombeamento

A câmara de bombeamento deve ter diâmetro compatível com a vazão e o


diâmetro da bomba a ser instalada, respeitando-se o espaço anular mínimo de
25mm em torno do corpo da bomba.

6.5 Revestimento

6.5.1 O revestimento deve ser especificado quando à natureza, resistência


mecânica, corrosão, estanqueidade das juntas, manuseabilidade na
colocação, e resistência às manobras de operação e manutenção do poço.

6.5.2 Em poços parcialmente revestidos o revestimento deverá avançar, no


mínimo, 3 m na rocha não desmoronável, a fim de obter absoluta
estanqueidade na transição da formação inconsolidada para a consolidada.

6.5.3 Deverão ser aplicados centralizadores a intervalos regulares, de modo a


permitir a eqüidistância entre o diâmetro perfurado e o revestimento.

6.5.4 O tubo de revestimento deve ser especificado conforme a NBR 5580,


NBR 5590, NBR 136504, DIN 2440, NBR 6925, NBR 6943, NBR 12211, DIN
2442, DIN 4925, API 5 A, 5Ax, 5 Ac, 5B, 5 L e ASTM A 53.

6.6 Filtro

6.6.1 Os poços, cujos intervalos produtivos a serem aproveitados estiverem


em aqüíferos inconsolidados e/ou desmoronantes devem ser providos de
filtros.

6.6.2 O trecho do intervalo produtivo em rocha consolidada que possuir,


estritamente, instabilidade estrutural deve ser provido de filtro.

6.6.3 Em aqüíferos múltiplos, com características hidráulicas confinantes e


livres, deve –se adotar a melhor disposição dos filtros, tendo em vista garantir
a individualidade dos aqüíferos e a eficiência hidráulica da captação.

6.6.4 O diâmetro interno dos filtros deve ser compatível com os tubos lisos,
com o diâmetro da bomba, com os implementos de explotação da água e ser
suficiente para manter a velocidade vertical máxima de 1,5m/s.

6.6.5 O comprimento das seções de filtros deve ser estabelecido após o


conhecimento das características dos aqüíferos seccionados (espessura das
camadas saturadas, pressões e produtividade desejada) e dos próprios filtros,
sendo calculado conforme a equação a seguir:

L = ________ Q _________ . 100


3,14 Ao.D.V.

Onde:

L = comprimento do filtro, em metros.

Q = vazão a ser extraída, em m³/s.


Ao = área aberta total, relação entre a somatória das áreas individuais das
ranhuras e a área da superfície total do filtro, característica do tipo de filtro
utilizado, em %.
--22--

D = diâmetro do filtro, em metros.

V = velocidade de entrada da água, em m/s.

6.6.6 O dimensionamento da abertura dos filtros (ranhuras) deve ser feito com
base nas granulometrias do aqüífero e do pré-filtro.

6.6.7 As aberturas dos filtros devem reter o mínimo de 85% do material do


pré-filtro, com granulometria selecionada pela curva granulométrica do
aqüífero.

6.6.8 No caso de instalação dos filtros sem pré-filtro, as aberturas devem


reter de 30% a 40% do material do aqüífero, para coeficiente de uniformidade
maior que 6,0, e de 40 a 50%, para coeficiente menor que 6,0.

6.6.9 O filtro deve ser especificado contendo no mínimo as informações


referentes ao tipo de material, resistência mecânica, diâmetros internos e
externos, tipo e dimensões da abertura e área útil percentual.

6.6.10 Os filtros devem apresentar suficiente robustez mecânica para resistir


aos esforços externos de tração e de compressão diametral de acordo com a
profundidade de instalação.

6.6.11 A escolha dos filtros deve levar em consideração a ação corrosiva ou


incrustante da água subterrânea.

6.6.12 Os parâmetros constantes da Tabela abaixo são indicadores usuais da


ação corrosiva ou incrustante.

TABELA DE INDICAÇÕES

Ação corrosiva Ação incrustante


pH < 5 PH > 8
OD > 2mg/L Dureza > 300mg/L
Presença de gás sulfídrico Ferro > 2mg/L
Sólidos totais dissolvidos Manganês a pH > 8: 1mg/L
>1000mg/L
Gás carbônico > 50mg/L
Cloreto > 300mg/L

6.7 Pré-filtro

6.7.1 A instalação de filtros deve ser complementada com pré-filtro.

6.7.2 O espaço anular mínimo entre a perfuração e a coluna de revestimento,


para aplicação de pré-filtro, deve ser de 75 mm.

6.7.3 O material a ser utilizado como pré-filtro deve ter constituição


mineralógica quartzosa, com grãos sub-arredondados a arredondados, e as
seguintes características:
a) granulometria tal que 70%, em massa, sejam retidos em peneira de abertura
compreendida entre quatro e seis vezes a que reteria igual porcentagem da
amostra friável;
b) coeficiente de uniformidade inferior a 2,5;
c) estabilidade física e química em água;
d) grau de limpeza e desinfecção adequada à higiene do poço;
--23--
6.7.4 O perfil granulométrico do pré-filtro deve assegurar valores de turbidez dentro
dos padrões sanitários.

6.7.5 O conjunto filtro e pré-filtro deve reter no mínimo 90%, em massa da formação
geológica.
6.8 Extensão da zona de captação

6.8.1 A extensão da zona de captação deve ser dimensionada para atender a


vazão projetada.

6.8.2 Para um aproveitamento eficiente de aqüíferos livres é conveniente a


penetração total do poço e aplicação de filtros no terço inferior da formação
aqüífera

6.8.3 Para um aproveitamento eficiente de aqüíferos confinados é conveniente


penetração em toda a sua espessura, prevendo-se a colocação de filtro na
máxima extensão, conforme o caso.

6.8.4 Para um aproveitamento eficiente de aqüíferos semiconfinados, devem


ser aplicados os filtros apenas nos intervalos permo porosos, detectados pela
descrição das amostras de calha e ou pela perfilagem elétrica.

6.9 Teste de vazão

6.9.1 Após conclusão do poço deve ser realizado teste de


vazão com a utilização, quando possível , de poços de
observação para a determinação das características
hidrodinâmicas do aqüífero.

6.9.2 Em sistemas de poços devem ser realizados testes de


vazão com a utilização de poços de observação para a
determinação das características hidrodinâmicas do aqüífero

6.9.3 Para a determinação da vazão de explotação e dos


parâmetros hidráulicos em poço único, sem poço de
observação, o teste de vazão deve ter duração mínima de 24
horas com vazão constante, seguido de medidas de
recuperação do nível. O tempo de medição da recuperação
deve ser o suficiente para que esta atinja, no mínimo, 80% do
rebaixamento medido.

6.9.4 Para poços com vazões superiores a 5.000 l/h, poderá ser
executado também teste de vazão escalonado, que visa medir
as perdas de carga e vazão explotável.
6.9.5 A vazão estimada do poço pode ser avaliada durante sua
construção, por meio de ensaios operacionais, quando as
características geológicas do aqüífero o permitam.

--24--

6.9.6 Os procedimentos do teste de vazão devem ser realizados


com equipamento que ofereça condições flexíveis de operação
no poço, quanto à vazão e medição do nível dinâmico.

6.9.7 O resultado final dos ensaios deve ser formalizado em


relatório consubstanciando informações, registros e análise do
desempenho do poço, (prescritos em 6.9.2 .).

6.9.8 A vazão de explotação do poço e o correspondente nível


dinâmico são fixados em função de análise dos ensaios de
bombeamento.

6.9.9 Para sistema de poços, os ensaios de vazão devem


considerar e quantificar a interferência entre eles.

6.9.10 Em aqüíferos confinados a profundidade do nível


dinâmico não deve ser inferior a cota superior do aqüífero
captado.

6.10 Selamento

6.10.1 Para prevenir riscos de contaminação ou mineralização, o poço deve ser selado
em toda a extensão necessária ao isolamento.

6.10.2 O processo de selamento utilizado deve permitir o fechamento do espaço anular


concêntrico ao revestimento.

6.10.3 Caso o selamento seja feito com cimento, deve ser indicada à densidade da
pasta nos trechos a serem cimentados.

6.11 Instalação do conjunto de bombeamento

6.11.1 A escolha do conjunto de bombeamento deve ser feita em função dos seguintes
fatores:
a. condições de explotação: vazão e nível dinâmico;
b. diâmetro interno e profundidade da câmara de bombeamento;
c. temperatura da água;
d. características físico-químicas da água;
e. características da energia disponível;
f. altura manométrica total.

6.11.2 A profundidade de instalação da bomba deve ser definida em função da posição


prevista para o nível dinâmico.
6.11.3 Na instalação do equipamento de bombeamento, deve ser prevista a colocação
de um tubo lateral para medição do nível da água.

--25--

6.11.4 O diâmetro da bomba submersa não deve permitir velocidade no espaço anular
entre o diâmetro máximo do motor e o diâmetro mínimo do poço na câmara de
bombeamento superior a 3,7 m/s nem inferior a 0,1 m/s, em qualquer condição de
operação e em função das características do equipamento.

6.11.5 Nos recalques de poços profundos, deve ser feito o estudo de golpe de aríete,
em função das características dos equipamentos.

6.12 DISPOSIÇÕES FINAIS

6.12.1 O poço concluído deve ser mantido com tampa e lacrado até a instalação do
equipamento de bombeamento.
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