O Cinema de Animação Nacional PDF
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Daniela ISRAEL2
Daniel CONTE3
Universidade FEEVALE
Resumo
O presente estudo aborda o percurso do cinema de animação nacional, desde suas primeiras
experiências até a atualidade, apresentando a obra de Álvaro Marins, Luiz Sá, Humberto
Mauro, Anélio Latini, Roberto Miller, Yppe Nakashima, Walbercy Ribas, Clóvis Viera,
Otto Guerra, Alê Abreu, Luiz Bolognesi. O trabalho versa sobre as transformação da
indústria audiovisual nacional e a consolidação da animação através das séries de desenhos
animados para televisão. O estudo analisa, também, o resultado da pesquisa “A animação
que Queremos” realizada em 2013, sua relação com os filmes lançados o cinema no mesmo
ano e as expectativas dos jovens consumidores brasileiros.
1. Introdução
Quase um século separa a primeira experiência do cinema de animação nacional da
produção dinâmica dos dias atuais. Depois de 97 anos de batalhas, negativos mutilados e
fracassos de bilheteria, a animação brasileira começa finalmente a mostrar seu potencial. A
transformação veio do meio mais inesperado: a televisão. Acumulando sucessos em séries
de desenhos animados para o público infantil, os produtores começaram a mostrar que
poderiam produzir séries animadas capazes de encantar crianças. O presente estudo surge
nessa inserção contextual e tem a premissa de responder eixos semânticos: a) Há, hoje,
crianças habituadas a assistir a animação nacional durante a infância e que produtos
audiovisuais suprirão suas expectativas quando chegarem na adolescência? b) Há um
número significativo de adolescentes, jovens e adultos que mantém o hábito de assistir
desenhos animados estrangeiros e quais expectativas têm sobre a produção nacional de
animação? Inspirados por esses questionamentos, o estudo objetiva descobrir quais são as
expectativas/anseios que adolescentes, jovens e adultos têm sobre a futura produção
1
Trabalho apresentado no GP Cinema, XV Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do
XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
2
Mestranda do Curso Processos e Manifestações Culturais da FEEVALE, email: dani.israel@gmail.com.
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Prof. Dr. Daniel Conte, orientador do trabalho do Curso Processos e Manifestações Culturais da FEEVALE
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Cinema Educativo (INCE). Humberto Mauro foi um dos pioneiros do cinema brasileiro.
Fez filmes entre 1925 e 1974, sempre com temas do imaginário brasileiro, e apesar de não
ter feito carreira internacional, foi homenageado no Festival de Cannes como um dos
cineastas mais importantes do século XX.
Trinta e seis anos separam o pequeno filme de animação da produção do primeiro
longa-metragem brasileiro animado. Trabalhando sozinho, entre 1946 e 1953, em um
estúdio improvisado em sua casa, Anélio Latini, produziu o longa-metragem Sinfonia
Amazônica que pode ser visto como um retrato poético da lendária região amazônica,
rendendo-lhe inúmeros prêmios no Brasil e no exterior, incluindo um prêmio da Comissão
Nacional de Folclore da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO).
A década de 1950 também é marcada pela presença do cinema de animação
abstrato. Roberto Miller, nome artístico de Ignácio Maia, trouxe à cinematografia nacional
o conceito de animação abstrata, produzindo mais de 50 curtas-metragens em 40 anos de
trabalho. Com desenhos elaborados diretamente na película sem formas definidas, ganhou
o reconhecimento como “o feiticeiro das imagens”. Entre seus trabalhos de destaque estão
Till Ton Special, Rock and Roll, Sinfonia Moderna e Sound Abstract, obra contemplada
com a Medalha de Ouro no Festival de Bruxelas em 1957 e que recebeu Menção Honrosa
no Festival de Cannes em 1958.
O ano de 1960 é marcado pela realização do I Festival Internacional de Cinema de
Animação no Brasil. Nos anos 70 com a Lei do Curta-Metragem e a criação da
EMBRAFILME, a produção cinematográfica nacional de animação teve um grande
crescimento. Dessa época, destaca-se o intercâmbio cultural realizado com o National Film
Board do Canadá. Inúmeros núcleos de produção surgiram, entre eles o mais famoso é o
Maurício de Sousa Produção.
Em 1972, chega aos cinemas o segunda longa-metragem em animação e o primeiro
em cores Presente de Natal produzido por Álvaro Gonçalves. No mesmo ano, estreou no
cinema Piconzé, do japonês Yppe Nakashima. Nakashima estudou na Escola de Belas Artes
de Tokyo e trabalhou como free-lancer na Toie Animation, chegou ao Brasil em 1956 e
após obter sucesso com filmes animados de publicidade, começou em 1966 a produção de
seu primeiro longa-metragem. Piconzé foi o primeiro filme de animação que contou com
uma equipe relativamente grande de animadores e composição de trilha sonora original.
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(2006) por Paulo Munhoz; Turma da Mônica - Uma Aventura no Tempo (2007), de
Maurício de Souza; e Garoto Cósmico (2008), por Alê Abreu.
No mercado de televisão, a animação nacional começou a colher frutos e ter seu
valor reconhecido já no final dos anos 2000. As Princesas do Mar, criado por Fábio Yabu,
começou em formato de livro em 2005 e, após grande sucesso, foi transformado em série
animada. O desenho estreou em 24 de março de 2008 no canal por assinatura Discovery
Kids e de acordo com o autor, atualmente a série é exibida em 47 países. O desenho
animado foi produzido pela brasileira Flamma Films em co-produção com a espanhola
Neptuno Films e a australiana Southern Star. A primeira temporada possui um total de 52
episódios de 10 minutos cada. A segunda temporada passou a ser exibida em 2009 também
pela Discovery Kids com novos 52 episódios de 10 minutos. Desde 2010 a série passou a
ser exibida na TV Cultura.
O ano de 2009 marca uma profunda transformação na animação brasileira.
Acompanhando o movimento da retomada do cinema nacional, a criação da Agência
Nacional de Cinema - ANCINE (2001) e as políticas de incentivos fiscais, a produção de
animação migrou para a televisão e inaugurou uma nova era. É neste ano que estreia a
primeira série de animação criada e produzida inteiramente no Brasil a atingir sucesso de
público e ser transmitida para mais de 70 países: Peixonauta.
A série conta a história do Peixonauta, um peixe dentro de um traje similar a um
astronauta que o permite voar e respirar fora d'água. Ele é detetive profissional que com a
ajuda de seus amigos, Marina e Zico, desvenda mistérios. Criado por Célia Catunda e Kiko
Mistrorigo e produzida pela TV PinGuim a série é destinada ao público infantil e estreou no
canal Discovery Kids em 20 de abril de 2009 atingindo um imenso sucesso de público e
crítica. No mercado internacional a série é comercializada pelos nomes de Peztronauta
(espanhol) ou Fishtronaut (inglês). Em 2012, foi lançado nos cinemas o filme Agente
Secreto da O.S.T.R.A; e em 2013, foi ao ar a segunda temporada da série com 52 novos
episódios de 11 minutos cada, totalizando 104 episódios.
Ainda em 2009 é lançado o ANIMATV, o primeiro programa de fomento à
produção e teledifusão de séries de animação brasileiras realizado pela Secretaria do
Audiovisual (SAV) e a Secretaria de Políticas Culturais (SPC) do Ministério da Cultura
(MINC), Empresa Brasil de Comunicação (TV Brasil), Fundação Padre Anchieta (TV
Cultura), Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais (ABEPEC),
com o apoio da Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA). O concurso
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recebeu 257 inscritos, vindos de 17 estados brasileiros. Com 11 minutos de duração cada,
17 projetos foram selecionados, sendo que Carrapatos e Catapultas e Tromba Trem
receberam incentivos para produzir uma temporada de 12 episódios, entre 2010 e março
2011.
Outras séries que se destacaram foram o infantil Meu Amigãozão, a versão animada
de Sítio do Pica-pau Amarelo, Historietas Assombradas (para Crianças Malcriadas) e o
satírico Nilba e os Desastronautas. Osmar - A Primeira Fatia do Pão de Forma estreou no
canal de TV por assinatura Gloob no dia 18 de novembro de 2013. Dirigida por Ale
McHaddo, a animação, coproduzida pelo canal TV Cultura e pela 44 Toons Produções
Artísticas, conta a história de Osmar, o primogênito das fatias de pão de forma, tímido e
inseguro por sempre ficar esquecido na embalagem por conta de sua casca mais grossa, mas
que tenta superar com bom humor e otimismo tudo o que dá errado em sua vida. A primeira
temporada da série, de 26 episódios, foi viabilizada com recursos do Fundo Setorial do
Audiovisual (FSA), com investimentos no valor de R$ 999 mil.
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sendo 70% fora do Brasil. Em entrevista à revista Veja, o diretor falou: “Senti falta da nossa
intelectualidade discutindo o longa, reverenciado em outros países como um desenho de
resistência. Ainda somos ignorantes em relação a animação.”
Acompanhando a produção nacional de animação, inúmeros festivais e eventos
voltados a essa técnica cinematográfica se espalharam pela Brasil. Entre eles, dois eventos
merecem destaque pela sua trajetória e importância no cinema de animação nacional. O
primeiro é o Anima Mundi, realizado pela primeira vez em 1993. Em 2014, na sua 22ª
edição, o evento já é considerado como o maior festival de animação das Américas. O
festival exibe curtas e longas de animação nacional e internacional, realiza oficinas,
debates, fóruns e masterclasses. Na edição de 2013, na cidade de São Paulo, a aceitação ao
festival era tanta que mais de 90% das sessões estiveram lotação máxima.
O segundo evento que internacionalmente está em sua 14ª edição é O Dia
Internacional da Animação. O dia, como também é conhecido, é um evento realizado,
simultaneamente, em mais de 30 países para comemorar o nascimento da animação: 28 de
Outubro. Idealizado pela Associação Internacional do Filme de Animação (ASIFA) e
realizado no Brasil pela Associação Brasileira de Cinema de Animação. No Brasil, o evento
é comemorado com uma sessão simultânea e gratuita de curtas-metragens de desenho
animado nacionais e internacionais em mais de 200 cidades. O projeto é reconhecido como
o maior evento simultâneo do gênero no mundo e tem como principal objetivo difundir o
cinema de animação, atraindo novos públicos e proporcionando aos espectadores o acesso a
essa arte cinematográfica.
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série em animação, seja pela televisão ou internet. Sobre a técnica de animação preferida do
entrevistado, a animação tradicional apareceu como a forma de animação favorita com 66%
(225) dos votos, enquanto a computação gráfica computou 26% (89) e o stop motion 8%
(26).
O questionário foi aplicado no Anima Mundi no mês de agosto, na cidade de São
Paulo, e no AnimeExtreme, no mês de novembro, em Porto Alegre no ano de 2013. O
questionário também recebeu respostas via internet através da divulgação sites
especializados e páginas do Facebook voltadas à cultura pop e geek.
As perguntas foram elaboradas para que as respostas apresentadas pudessem
identificar o perfil do brasileiro que assiste desenhos animados, refletir o censo comum
público, gostos e preferências nacionais. Para tal, ele foi divido em três partes: informações
pessoais, referencial de produções nacionais, preferências e gostos particulares.
4.2 Respostas
As respostas deveriam ser produzidas baseadas nas preferências individuais que o
entrevistado tinha sobre futuras séries e filmes em animação produzidos no Brasil. A
primeira pergunta tratava da opção técnica que o entrevistado tinha preferência. 65% (215)
dos entrevistados preferem que o Brasil produza mais séries e filmes em animação
tradicional, enquanto 35% (114) preferem que as obras sejam realizadas em computação
gráfica.
Seguindo a classificação de gêneros narrativos, a segunda pergunta questionava
quais gêneros eram as preferências dos jovens brasileiros. Para essa questão o entrevistado
podia marcar mais de uma opções, assim, nesse caso, a soma total de respostas
ultrapassava os 100%. Seguindo uma tendência do cinema nacional como um todo, a
aventura e a comédia se mostraram como a primeira opção, sendo que 14% (210) optaram
pela ação-aventura e 13% (202), pela comédia. Logo abaixo, 12% (185) optaram pelo
gênero fantástico e 10% (158), pela ficção científica, que se mostrou em equilíbrio com o
terror. Depois, vieram na ordem decrescente: suspense 8% (131), romance 6% (96), guerra
6% (88), drama 6% (87), histórico 5% (84), musical 4% (60), policial 3% (53), faroeste 2%
(30) e outros com 1% (10).
Quando perguntado sobre as características do protagonista, 72% (243) responderam
não ter preferência sobre o sexo do personagem, 15% (52) preferiam ver uma mulher no
papel principal e 13% (44), um homem. Sobre a idade, 39% (126) gostariam de ver como
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protagonista um jovem entre 15 e 20 anos, enquanto 25% (80) preferem ver um adulto entre
20 e 25 anos ocupando o papel. 14% (45) ainda preferem um adulto entre 25 e 30 anos.
Apenas 10% (32) optaram por alguém mais jovem, entre 10 e 15 anos e 9% (28), por um
personagem com mais de 30 anos.
O quinto item do questionário coloca o entrevistado para refletir sobre em que época
temporal a obra de animação deveria se passar. 46% (156) preferem que o tempo não seja
determinado, ou seja, nesse caso não existe noção de passado, presente ou futuro. 27% (92)
gostariam que a animação tenha como escolha temporal o tempo atual, enquanto 14% (49)
gostariam que a obra se passasse no futuro e 12% (41) no passado.
O próximo item questionava sobre qual universo o entrevistado gostaria de ver.
Entre as opções apresentadas, 40% (135) tem preferência por assistir uma obra baseada em
um universo fantástico, enquanto 20% (67) gostaria que o filme/série se passasse no mundo
real.
Na cinematografia mundial inúmeras são as obras animadas baseadas em histórias
pré-existentes. É dentro dessa característica que a sexta pergunta foi elaborada. As opções
apresentadas refletem também a relação dos entrevistados com o folclore brasileiro. 20%
(67) dos entrevistado preferem que os filmes sejam baseados em lendas universais,
enquanto apenas 6% (20) gostaram de ver o folclore brasileiro adaptado em filmes e séries
de animação. Mas a maioria, 39% (131) anseia por histórias inéditas.
A oitava questão foi elaborada inspirada em uma pesquisa realizada pela revista
Shūkan Shōnen Janpu do Japão. A revista Weekly Shōnen Jump (título em inglês) é uma
revista semanal de histórias em quadrinhos, que nos anos 80 vendia 6 milhões de
exemplares por semana. Temendo a queda de vendas, que caiu 2,5 milhões em 1999,
propôs uma pesquisa com seus leitores sobre quais temas lhe eram mais emocionantes. A
resposta em ordem de preferência foi: amizade, perseverança e vitória. Essas três palavras,
então, passaram a nortear a criação das histórias e, a partir disso, grandes clássicos
japoneses de histórias em quadrinhos foram produzidos.
Com esse caso analisado, a próxima pergunta buscou usar da sensibilidade dos
entrevistados ao questionar quais histórias ele gostaria de ver em uma animação nacional. A
ideia era sair do formato rígido do gênero e expor outras intenções narrativas. Com a
possibilidade de escolher mais de uma opção, 18% (208) optaram por histórias engraçadas,
15% (174), por histórias de amizade, 12% (141), por histórias de superação, 13% (153), por
histórias de amor, 12% (144), por histórias de vingança, 11% (129), por histórias de
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5. Considerações finais
Quase um século separa a primeira experiência no cinema de animação da produção
dinâmica dos dias atuais. Depois de 97 anos de batalhas, negativos mutilados e fracassos de
bilheteria, a animação brasileira começa finalmente a mostrar seu potencial. A
transformação, entretanto, veio do meio mais inesperado: a televisão. Acumulando sucessos
em séries de desenhos animados para o público infantil, os produtores começaram a mostrar
que poderiam produzir séries animadas capazes de encantar crianças. Peixonauta talvez seja
o maior exemplo desse sucesso. O enredo simples, o perfil dos personagens e os temas
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600 anos) e baseado no folclore brasileiro. Ou seja, o filme possui as características que,
entre os entrevistados, foram marcados como a menor preferência.
A pesquisa “A Animação que Queremos”, tinha como objetivo mapear qual estilo, técnica,
gênero e histórias estão entre as preferências dos jovens brasileiros. Esses objetivos todos
foram cumpridos e elencados aqui, de forma a dar um norte e servir de inspiração a
diretores, roteiristas e produtores. Mas é importante destacar que a arte é algo que não
podemos lapidar, formatar ou definir com precisão, é algo que está sempre em
transformação e um campo onde tudo é possível.
Referências bibliográficas
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Disponível em: < http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/fsa-investe-r-177-milh-es-em-
23-projetos-de-produ-o-independente-para-televis> Acesso em: outubro 2013
FRAYLING, Christopher; KEMP, Philip. Tudo Sobre Cinema. 2.ed. São Paulo: Sextante
FOLHA DE SÃO PAULO. Animações abocanham R$ 39 milhões do FSA. São Paulo, 2013.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/129331-animacoes-abocanham-39-de-
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FOLHA DE SÃO PAULO. Uma história de Amor e Fúria vence Annecy. São Paulo, 2013.
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GOMES, Andréia Prieto. História da Animação Brasileira. In: CENA UNIVERSITÁRIA, 2008.
Rio de Janeiro
NESTERIUK, Sérgio. Dramaturgia da Serie de Animação. Rio de Janeiro, 2013. Disponivel em:
<http://issuu.com/animatv/docs/dramaturgia_de_serie_de_animacao> Acesso em: novembro 2013
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