INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
BABA TOGUM
INTRODUÇÃO
O homem, desde o primitivo, sempre foi dependente do mundo vegetal. As
plantas são vitais para ele, sem elas a espécie humana não existiria. O homem
precisa principalmente, do oxigênio produzido pela plantas para sobreviver.
Observando a natureza o homem descobriu as diversas utilidades dos vegetais.
Passou a utilizá-los como alimento, remédio, proteção contra as intempéries
(cobertura de casa – sapê – confecção de tecidos etc.) Como alimentos as plantas
são fontes de vitaminas, proteínas e sais minerais indispensáveis para a
manutenção da vida. Como remédio possuem principio ativo na cura de doenças.
Os Jeje-Nàgó, oriundos do sudeste africano, até hoje, utilizam os vegetais não
apenas como alimento e remédio para o corpo, mas, também, para o espírito,
daí, sua utilização nos rituais, para prover o bem estar pessoal ou coletivo,
cortar magia negativa, afastar o sobrenatural maléfico, atrair sorte e
prosperidade, pedir proteção das divindades, provocar transe ou entrar em
contato com o mundo sobrenatural.
Com a diáspora Africana, ou melhor, com a vinda de negros africanos,
aprisionados como escravo, para a América, estes trouxeram seus rituais e sua
visão do mundo vegetal para o “Novo Mundo”. Foram diversos os grupos etnicos
que aqui aportaram em levas sucessivas. Primeiro o Grupo Banto nos séculos XVI
(Negros da Guiné) e XVII (Negros de Angola). Depois chegaram os Jeje-Nàgó nos
séculos XVIII e XIX (Negros da Costa-do-Marfim e do Dahome), inclusive durante o
período de proibição do tráfico entre 1816 e 1850.
A chegada dos Jeje-Nàgó no continente americano ocorreu principalmente entre
os anos de 1770 a 1850 em decorrência das guerras de conquista e as quedas dos
reinos de Öyö e Kétu (a partir de 1789) com o ataque do rei de Abomey, capital
do Dahome, a este dois reinos. Este rei, aliado dos colonizadores europeus,
forneceu grandes contigentes de escravos que foram trazidos para a América.
Os Jeje-Nàgó ao chegarem no novo continente, se depararam com uma flora
tropical muito parecida com a de seu país de origem, porém, as espécies vegetais
em sua maioria lhes eram desconhecidas. Surgiu a necessidade de utilizar em
seus rituais plantas brasileira com características semelhantes às africanas, então
algumas espécies foram substituidas, tais como:
Iroko = Chlorophora excelsa por Ficus doliaria (Gameleira branca)
Amúnimúyè = Senecio abssinico por Centratherum punctatum (balainho de velho)
Osun = Pterocarpus osun por Bixa Orellana (urucum)
Também, espécies asiáticas e africanas foram trazidas por europeus, para fins
comérciais, desde o sec. XVI, e, por escravos libertos ou alforriados, que
retornaram a África e voltavam fazendo comércio.
Os africanos trouxeram:
- Dendezeiro (Elaeis guineensis L.) – Comércio.
- Mamona (Ricinus communis L.) – Comércio.
- Melancia (Citrullus vulgaris schrad.) Comércio
- Inhame ( Dioscorea sp.) – Comércio
- Quiabo (Hibiscus esculentus L.) – Comércio.
- Obí (Cola acuminata Schrad & Endl.) Liturgia.
- Orógbó (Garcinia cola Heckel) Liturgia
- Àrìdan (Tetrepleura tetraptera Taub.) Liturgia.
- Palha da costa, rafia natural (Raphia vinifera P. Beauv.) Liturgia
- Rinrin (Peperomia pellucida (L.) Kunth.) Liturgia.
- Arruda (Ruta graviolens L.) que no século 1, Plínio indicava como preservativo
da resseca, antídoto contra picada de escorpião, aranhas e insetos. Os gregos e
romanos usavam para evitar maus negócios e como proteção contra o
sobrenatural. Os ingleses diziam que a arruda simbolizava o arrependimento e
sua flor era a “flor do desgosto”. Trazida de Portugal para o Brasil, sempre foi
usada contra negativismo e olho grande. Seus galhos eram vendidos pelos
escravos como sortilégio.
- Alecrim (Rosmarinus officinalis L.). Plínio dizia que possuía o odor do incenso.
Na idade média (1481) era o símbolo da recordação e da fidelidade no
casamento. Na linguagem das flores significa saudade. Nos rituais de umbanda é
uma das ervas da jurema utilizada em defumação e banhos.
- Jureminha/Agnocasto (Vitex agnus castus L.) Dioscorides (Sec. I) Indicava
misturada ao vinho para provocar a menstruação e a lactose na mulher. No
homem, “desseca o esperma” obscurece o cérebro e dá vontade de dormir. Na
idade média era usada nos mosteiros a título de peitoral, porém, funcionava
mesmo era como anafrodisíaco. Na umbanda é chamada de jurema ou jureminha
e utilizada nos amacis de caboclos. No candomblé é utilizada por ocasião da
iniciação como anafrodisíaco para homens.
Postado por Eduardo Abiodun às 18:11
Uma fatia de cenoura parece um olho humano. A pupila, íris e linhas raiadas são
semelhantes ao olho humano e, a ciência agora mostra que a cenoura fortalece a
circulação sanguínea e o funcionamento dos olhos.
As uvas crescem em cacho que tem a forma do coração. Cada uva assemelha-se a
uma célula sanguínea e toda a investigação hoje em dia mostra que as uvas são
também um alimento profundamente vitalizador para o coração e sangue.
Uma noz parece um pequeno cérebro, com hemisférios esquerdo e direito,
cerebelos superiores e inferiores. Até as rugas e folhos de uma noz são
semelhantes ao neocórtex. Agora sabemos que as nozes ajudam a desenvolver
mais de 3 dúzias de neurotransmissores para o funcionamento do cérebro.
O aipo, bok choy, ruibarbo e outros são idênticos a ossos.* Estes alimentos
atingem especificamente a força dos ossos. Os ossos são compostos por 23% de
sódio e estes alimentos têm 23% de sódio. Se não tiver sódio suficiente na sua
dieta o organismo retira sódio dos ossos, deixando-os fracos. Estes alimentos
reabastecem as necessidades do esqueleto.*
Figos estão cheios de sementes estão pendurados aos pares quando crescem. Os
figos aumentam a mobilidade e aumentam os números do esperma masculino,
assim como ajudam a ultrapassar a esterilidade masculina.
ABÀFÉ
Uso em Ifá:
Do odu Òfún ìwòrì em “trabalho para ter boa caça” (Verger 1995:335)
Do odu Òfún méjì em “trabalho para dominar alguém” (Verger 1995:345)
Do odú Okànràn méjì em “trabalho para prender um louco” (Verger 1995:383).
Do odu Osé ogbè em “proteção contra picada de cobra” (Verger 1995:447)
Do odu Okànràn ìwòrì em “proteção contra animais selvagens” (Verger 1995:449)
Ofó do odu Ìkáwòrì (Ìká Ìwòrì) (Verger 1967:10-11) em trabalho para confundir a mente de
um inimigo e torna-lo incapaz de raciocinar.
T’ilekun mó o k’ó má le jade
Ìpanumó abàfé ba mi
T’ilëkun mó otá mi gbonyingbonyin
Verger, (1967:11) classifica esta folha como Bauhinia Thoningii Schum., Caesalpinaceae.
Todavia, em Ewé, ( Verger1995:708) ela está classificada como Piliostigma thonningii
(Schumach.) Milne-Redh., Leguminosae-caesalpinioideae, o que pode ser uma sinonímia
ou uma planta, da mesma família, substituída no Brasil.
ABÀFÉ ILÉ
Uso em Ifá:
ÀBÁMODÁ
ÀBÁMODÁ
Uso nos terreiros:
Àgbo, banhos e trabalhos para adquirir prosperidade, sacralização dos
objetos
rituais dos orixás, lavagem dos búzios utilizados nos jogos divinatórios e
para assentar Èxù de mercado.
Folha eró (calmante) usada para todos os orixás pois, serve para que um
desejo seja realizado, atrai prosperidade e dinheiro.
Com o nome de erú odúndún “escravo de odúndún” torna-se substituta
eventual da folha odúndún Saião (Kalanchoe brasiliensis Camb.)
Segundo Verger (1967:10), àbámodá significa “Eu faço uma proposta”.
Todavia, Dalziel (1948:28) traduz como “o que você deseja, você faz”, e
Barros (1993/108) como “milagre eu faço”.
Uso em Ifá:
Do odu Èjìogbè em “receita para tratar doença que causa bolhas e
tremores no corpo” (Verger 1995:149) e “trabalho para ter a pele sempre
boa” (Verger 1995:365).
Do odú Òsé òwónrín em “receita de calmante” (Verger 1995:251)
Ofó do odu Èjìogbè (Verger 1967:10-11) em trabalhos para se obter
dinheiro e prosperidade.
Àbámodá àbá mi kò se àìse
Àbá ti alágemo bá dá,
L’òrìsà Okè ngbà
Mo dá àbá owo
Àbámodá minha aspiração é de ser perfeito
Òrìsà Okè aceite as aspirações do camaleão
Eu desejo dinheiro
Outros nomes yorubá: kantíkantí, kóropon e erú òdúndún. (Verger
1995:641)
Nome popular: Folha-da-fortuna, fortuna, milagre-de-são-joaquim,
Nome latino: Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken., Crassulaceae
Origem: Ásia tropical.
Postado por Eduardo Abiodun às 07:58
ABEBE OXUM
ABEBÉ OXUM
Possui dois tipos, aquelas que medram em lugar seco, atribuída a Xango
normalmente o talo da folhas são avermelhados. As que nascem dentro da água,
atribuída a Oxum, cuja folha e talo são verdes.
Folha de fundamento na iniciação de pessoas de Xangô, pois não pode faltar no
àgbo e nos fundamentos da iniciação.
ABERE OLOKO
ABÉRÉOLÓKO
Usada para assentar Exu, no preparo de pós (Atin) com finalidade maléfica.
Folha gún (excitante).
Seu nome nagô significa “agulha do campo” devido o formato de suas sementes.
Usada medicinalmente para combater hepatite e icterícia.
Uso em Ifá:
Outros nomes yorubá: Elésin máso, akésin máso, oyà, malánganran, agamáyàn,
agaran moyàn, àgbede dudu oko, ajísomobíàlá (Verger l995:638) .
Nome popular: Picão, picão-preto, picão-da-praia, pico-pico, piolho-de-padre.
Nome latino: Bidens pilosa L., Compositae
Postado por Eduardo Abiodun às 08:12
ABÍKOLO
ABÍKOLO
Sob o nome de tenúbe, alguns terreiros utilizam esta planta no àgbo e em banhos
para os iniciados de Ògún, Omolu e Nana, bem como para lavar os objetos rituais
do orixá.
Outros terreiros a denominam de aberikuló e utilizam-na especificamente em
banho de proteção e trabalhos para livrar a pessoa da morte, Como a maioria das
plantas utilizadas em trabalhos para evitar a morte, suas folhas, quando
maceradas produzem uma tinta escura que mancha as mãos.
Uso em Ifá:
ABIRUNPO
Uso nos terreiros:
Embora citada como planta de Ifá, não consta informação sobre seu uso.
ÀBO
ÀBO
Uso nos terreiros: Desconhecido, todavia sua utilização em Ifá aponta para um vegetal bom
para atrair prosperidade e proteção.
Uso em Ifá:
Do odú Ogbè ògúndá “Trabalho para acalmar alguém possuído por Xangô” (Verger
1995:292-293)
Do odú Òfún ìwòrì “Trabalho para ter boa caça” (Verger 1995:334-335)
Do odú Òfún méjì “Trabalho para dominar alguém” (Verger 1995:344-345)
Do odú èjiogbè “Trabalho para conseguir muita riqueza” (Verger 1995:356-357) e
“Trabalho para fazer a chuva parar” (Verger 1995:396-397)
Do odú Okànràn méjì “Trabalho para prender um louco” (Verger 1995:382-383)
Do odú Okànràn ìretè “Trabalho para pegar um ladrão” (Verger 1995:398-399)
Do odú Okànràn òtúrá “Trabalho para conseguir descansar” (Verger 1995:398-399)
Do odú ìwòrì òyèkú “Proteção contra agressão” (Verger 1995:432-433)
Do odú Ìrù ëkùn “Proteção para prender um louco” (Verger 1995:440-441)
Do odú Òsé ogbè (Proteção contra picada de cobra” (Verger 1995:446-447)
Do odú Okànràn ìwòrì “ Proteção contra animais selvagens” (Verger 1995:448-449)
Do odú Ògúndá ogbè “Proteção contra ladrões” (Verger 1995:460-461)
Outros nomes yorùbá: Arère e àfôn
Nome popular: Araticum-da-areia
Nome latino: Annona senegalensis Pers., Annonaceae
ÀFÈRÈ
ÀFÈRÈ
Uso nos terreiros:
Entra no àgbo, em banhos de proteção, para limpeza dos objetos sagrados, para obtenção de
boa sorte. Por ser um vegetal considerado muito positivo, acredita-se que o uso deste atrai
boas amizades. È usada indistintamente para todos os orixás.
Uso em Ifá:
Classificada por como planta de Ifá, porém não consta nenhum trabalho.
Outros nomes yorubá: àfèè, afóforo, afóforo àfè, afèrè, amókóle, àyínyín, àférí e àfèèrí.
(Verger 1995:730)
Nomes populares: Crideúva, piriquiteira, cambriúva, mutamba, chico-magro.
Nome latino: Trema orientalis (L) Blume. Ulmaceae
ÀFÒMAN
ÀFÒMAN
Àfòman é o nome nagô dado a diversas plantas das famílias das lorantáceas,
polipodiáceas ou convolvulaceas que se utilizam do substrato de outros vegetais.
São chamadas de parasitas ou hemiparasitas.
Uso em Ifá:
Das espécies citadas não encontramos nenhuma menção na literatura sobre Ifá.
As sementes conhecidas pelo nome olibé, por serem redondas e grandes dão a ideia de
fartura, por isto são utilizadas nos assentamentos de Xango para que este orixá proporcione
prosperidade aos seus filhos.
Uso em Ifá:
Uso em Ifá
“As folhas (ewe àgbàdo) são usadas em um trabalho para trazer boa sorte (àwúre
oríre) que se classifica no odú ìwòrì òfún, também chamado ìwòrì àgbàdo” e em
“trabalho para se obter favores das feiticeiras” (Verger 1995:41/42). Do odu
Èjìogbè em “receita para tratar vômito e diarréia” (Verger 1995:185).
“A espiga de milho inteira, odidi àgbàdo, é usada em uma receita para ajudar a
mulher a ter um bom parto (awebí) classificada no odu que trata do nascimento
de crianças, (...) ogbè òtúrúpon ou ogbè tún omo pon” (Verger 1995:43)
“O sabugo do milho (pòpórò àgbàdo) é usado em trabalho para sair vitorioso de
uma luta (ìsegun ìjàkadi), classificado no odù ose méjì ou ose oníjà, “ose-que-
gosta-de-briga” (Verger 1995:43,351)
“A palha (háríhá) que envolve a espiga de milho é usada em uma receita para
ajudar a mulher grávida a sentir o corpo leve (...), classificada no odu ogbè òtúrá
ou ogbè aláso funfun, “ogbè-dono-da-roupa-branca” (Verger 1995:44,277)
O cabelo-de-milho é utilizado em “trabalho para conseguir proteção contra Exu”
do odu Ose òtúrá (Verger 1995:295).
“... os grãos de milho torrados (àgbàdo súnsun) são usados em trabalhos para
fazer um processo judicial cair no esquecimento (àwúre aforàn ou ìdáàbòbò
l’owo ejo) pertencendo ao odu ogbè òtùrá ou ogbè kòléjó, “ogbè-não-tem-
processo-na-justiça”.” (Verger 1995:44-45, 341), e em “receita para tratar
inchaço da barriga” do odu Ose ìká (Verger 1995:193).
Do odu Ose òtúrá consta um curioso “trabalho para juntar novamente partes
cortadas de um corpo” (Verger 1995:385)
Ofo ti nmu ní se oríre (Para ter boa sorte) do odu Ìwòrì wòfún (ìwòrì òfún),
Outros nomes yorubá: Ìgbàdo, okà, yangan, erinigbado, erinkà, eginrin àgbado,
elépèè, ìjèéré (Verger 1995:737).
Nome popular: Milho, milho branco, milho vermelho, milho alho
Nome latino: Zea mays L., Gramineae
Postado por Eduardo Abiodun às 12:12
AGBÀWO
Uso em Ifá:
ÀGÓGO IGÚN
ÀJÀGBON
Uso em Ifá:
Uso em Ifá:
AJÍFÀBÍ ÀLÁ
Utilizada no agbo e em banhos para melhorar a sorte e as finanças, para lavar o jogo e os
objetos rituais dos orixás, porém, são poucos os terreiros que conhecem as utilidades deste
vegetal.
Uso em Ifá:
Do odú Ogbè ìrètè em “trabalho para conseguir muita riqueza” (Verger 1995:356-357)
Ajífà bi àlá yóò fa rere temi wá fún mi
Ajífàbíàlá diz que vai arrastar a minha fortuna para mim.
Nome popular: Campainha
Nome latino: Ipomoea cairica (L.) Sweet. Convolvulaceae.
Postado por Eduardo Abiodun às 10:37
AJÍROMI
Uso em Ifá:
Outros nomes yorùbá: ajíromi, òwò, ewé òwò, eró yewa e omi tútù.
(Verger 1995:640).
Nome popular: Erva-de-bicho (Ba, RJ)
Nome científico: Brillantaisia lamium (Ness) Benth., Acanthaceae
Planta originária da África.
Postado por Eduardo Abiodun às 11:09
AKO RERE
No culto Egúngún, na Bahia, é muito utilizada, por tratar-se de folha de defesa, contra as
entidades maléficas.
Tem finalidade tanto benéfica (longa vida, proteção, boas amizades) quanto maléfica pois, é
utilizada também, em trabalho para separar e causar briga entre pessoas. Ako rere (rêrê)
significa “homem bom ou honesto” todavia quando é pronunciado o ofó com finalidade de
separar pessoas faz-se um trocadilho e pronuncia-se “ako rèrè” (réré) onde rèrè significa
“cansar ou enjoar”
Pertencente ao elemento Terra é tem propriedades gún.
Uso em Ifá:
Com o nome de òpá ikú (cajado da morte) também é utilizada em trabalho para desfazer
amizades.
Com o nome àsìmáwù , é usada “Em trabalho para ser amado”: Ofo do odu Ìrètè ogbè
(Verger 1967:26-27)
Yio máa wù mi ni
Asìmáwù
Yio máa wù mi ni
Nos seremos com certeza agradecidos
Asìmáwù
Nos seremos com certeza agradecidos
AKÒKO
Uso em Ifá:
Folha utilizadas para Ogún e Oxossi. Servem principalmente para forrar o chão dos
barracões em época de festas, com a finalidade de afastar energias negativas.
Seus galhos são utilizados em sacudimentos para descarregar pessoas e ambientes.
Tem a função de proteção, defesa e prosperidade.
ÀLÙBÓSÀ
Uso nos terreiros:
Uso em Ifá:
Uso em Ifá:
Outros nomes yorùbá: àlùkérése pupa, afàkájù, òdódó oko e òdódó odò.
Nome popular: Dama-da-noite, coriola.
Nome latino: Ipomoea Alba L. Convolvulaceae
ÀMÙ
Uso em Ifá:
Embora seja planta citada na literatura de Ifá, não encontramos nenhum trabalho feito
com a mesma.
Uso em Ifá:
ÀNKÉMI LÉTÍ
Folha usada para atrair prosperidade, utilizada na iniciação, no àgbo e no ritual de “abrir a
fala” do orixá. É uma folha feminina, ligada ao compartimento Terra e gún.
Nos terreiros, esta folha é mais conhecida pelos nomes akonijé ou jokonijé. Segundo Barros
(1993:109) seu nome jokonijé significa “senta sossegado”, todavia, alguns informantes
traduzem-no como “sentada ela come”, o que é reforçado pelo fato, desta espécie, em alguns
terreiros, ser colocada sob os assentamentos por ocasião das oferendas e sacrifícios de
animais.
Uso em Ifá:
Verger apenas cita como mil-homens, jarrinha e papo-de-peru, a espécie aristolochia ringens
Vahl., com o nome Yorubá Ànkémi létí (1995:635), mas não esclarece se o nome latino
trata-se de sinonímia da espécie utilizada no Brasil.
Nome popular: Jarrinha, cipó-mil-homens, papo-de-peru
Nome latino: Aristolochia cymbifera Mart., Aristolochiaceae.
APÁ ÌWÒFÀ
ÀPAKO
Uso em Ifá:
APÈJÈ
Uso em Ifá:
Tanto as folhas quanto as sementes possuem propriedades tóxicas em alta escala. Muito
utilizada para fazer atin (pós) e trabalhos com finalidade maléfica.
Associada ao elemento Fogo, suas folhas são gún.
Uso em Ifá:
Do odu Ògúndá esè kan em “trabalho para enlouquecer alguém” (Verger 1995:415)
Do odu Òkànràn ìretè em “trabalho para envenenar alguém” (Verger 1995:421)
Do odu Òfún òyèkú em “trabalho para fazer alguém vomitar e ter diarréia” (Verger 1995:
423).
Do odu Ògúndá méjì em “proteção contra cupim” (Verger 1995:437)
Ofò do odu Éji oko (Ògúndá méjì) (Verger 1967:22-23) em trabalho para fazer um inimigo
ficar louco.
Uso em Ifá:
O aroma é bom
Arùnsánànsánàn (o aroma da redondeza)
O aroma é bom
Ofó do odù Ìká olota (Ìká òyèkú). Com o nome de Imí esú (excremento de
gafanhoto) serve para acabar com um medicamento nocivo.(Verger
1967: 48-49)
Do odù Ìká ògúndá em “receita para tratar criança que come terra”
(Verger 1995:235)
Do odù Ìká òyèkú em “proteção para evitar agressão de alguém” (Verger
1995:435)
Uso em Ifá:
Uso em Ifá:
Ata a bá l’áiyé
L’áiyé la bá ata
Ata kò ba ni l’áiyé
Outros nomes yorùbá: ata ìsebáyé, ata gbásèjo, kórùúko, ata àbùrekù,
ata àbáláyé e ata abaìjosi (Verger 199:644).
Nome popular: Pimentão, pimentão-comum, pimentão-doce
Nome latino Capsicum annuum L. Solanaceae
ATAARE
Uso em Ifá:
Verger cita dezoito trabalhos de uso medicinal (oògùn, 1995:127, 129, 145, 149,
159, 183, 185, 187, 197, 199, 215, 219, 225, 229, 235, 245 e 257), cinco relativos à
gravidez e ao nascimento (ìbímo, 1995:273, 279, 281, 285 e 287), dois trabalhos
para os orixás (1995:313, 315) quinze trabalhos de uso benéficos (àwúre,
1995:335, 347, 355, 359, 367, 375, 383, 385, 387, 393, 395, 397 e 399) cinco
trabalhos de uso maléfico (àbìlù, 1995:407, 411, 415, 423 e 427) dez de proteção
contra trabalhos maléficos (ìdáàbòbò, 1995:447, 449, 451, 453, 455, 459 e 461)
todos com pimenta-da-costa.
Outros nomes yorùbá: òbùró, ata, ata ire, atayé atayé liya (Abéòkuta), atayé isa,
atayéì jobì, atayé rere e etalúyà (ìjebú) (Verger 1995:628)
Nome popular: Pimenta-da-costa
Nome latino: Aframomum melegueta (Roscoe) K. Schum., Zingiberaceae
ATALÈ
Uso em Ifá:
Embora, tenha uso freqüente nos rituais de Ifá,
existem poucas citações sobre a sua utilidade.
ÀTÒRÌ
Uso nos terreiros:
Uso em Ifá:
Do odu Òbárá ìwòrì em Trabalho para ter boa memória (Verger 1995:377)
Uso em Ifá:
AWEREPÈPÈ
Uso em Ifá:
Uso em Ifá:
A planta é usada nos rituais de Ifá, porém, com poucas
citações.
ABÉKO
AGBÉRIGBÉDÈ
Uso nos terreiros: Desconhecido
Origem: Cosmopolita
AKÍNSALÈ
Uso em Ifá:
BONNI
BÒTUJÈ FUNFUN
Uso nos terreiros:
Usada em sacudimentos, banhos purificatórios e
também, como ornamental no barracão, em dia
de festa, com a finalidade de purificar o
ambiente.
Suas folhas possuem propriedade gún.
São associadas a Òxálá, servindo para todos os
orixás..
Uso em Ifá:
Do odu Òtúrá òsé em “receita para que a
menstruação venha” (Verger 1995:131)
Do odu Òfún méjì em “receita para tratar
obesidade” (Verger 1995:193)
Do odu Ìwòrì méjì em “receita para dar a luz
depressa” (Verger 1995:271)
Do odu Èjìogbè em “receita para reter o sêmen
no corpo da mulher” (Verger 1995:287)
Do odu Ósá méjì em “trabalho para acabar com
a ganância de uma mulher” (Verger 1995:399)
Do odu Òdí méjì em trabalho de “proteção
contra a ganância” (Verger 1995:459)
Outros nomes yorùbá: olóbòntujè, Ìyálóde,
làpálàpá lá, ewé ibò, lóbòtujè, bòtujè e bòtujè
ubo (Verger 1995:685).
Nomes populares: Pinhão-branco.
Nome latino: Jatropha curcas L., Euphorbiaceae
BÒTÚJÈ PUPA
BOYI
Uso nos terreiros:
Folha importante nos rituais de iniciação dos
filhos de Yemonja e Ogún.
Atrai prosperidade e bem estar. Propriedade îrû.
As folhas são perfumadas e possui um aroma
cítrico. Conhecida nos terreiros, com mais
freqüência, pelo nome de beti-cheiroso de
Yemonja.
Uso em Ifá:
Sem citação.
Nome popular: Falso jaborandi
Nome latino: Piper amalago L. Piperaceae.
BÙJÉ
Uso nos terreiros:
Folha importante na iniciação e no Àgbo dos
filhos de Öbaluaiyé.
Utilizada no ritual de lavar a cabeça para “tirar a
mão” de zelador morto.
Folha associada a Öbaluaiyé e Nana orixás
ligados à morte. Possui características
masculina, gún e ligada ao compartimento Terra.
Em Cuba, é atribuida a Yemonja, pelos Lucumi,
provavelmente pelo fato de possuir frutos
redondos.
Uso em Ifá:
Em trabalho do Odú Ojonile, para livrar alguém
de uma morte eminente (para enganar a morte)
“Bùjé é o nome dado a plantas que são usadas
na preparação de tatuagens e de tintura preta
para cabelo” (Verger 1995:30). Dentre as várias
espécies conhecidas como bùjé, na África,
destacam-se a Morelia senegalensis A Rich.,
conhecida, também, pelos nomes yorubá; bùjé
dúdú, dàndòjé, Osàngodó, àsógbódùn, àsógbódò
e onípowòjé (Verger 1995:698) e a Rothmannia
longiflora Salisb., pelos nomes: bùjé nlá, bùjé
wéré, iná apá e èkàn igbó. (Verger 1995:715),
ambas da familia das rubiaceae.
Nome popular: Jenipapeiro
DÀGÌRÌ DOBO
DÁGUNRÓ
EÉRAN EYE
ÈÈRÙ
Uso em Ifá:
Do odú Ûkànràn méjì em “receita para tratar varíola” (Verger 1995:181)
Do odú Ìwòrì ûkànràn em “receita para tratar vertigem” (Verger
1995:197)
Do odú Ûkànràn òfún em “receita para tratar doença de criança (Verger
1995:229).
Do odu Ûbàrà méjì em “receita para tratar tontuta” (Verger 1995:263)
Uso em Ifá:
Ao banho feito com suas folhas, adiciona-se o ìyîròsùn onde foi riscado e
recitado o
odu Èjìogbè, com a finalidade de conseguir um amor.
EFÍNRÍN NLÄ
Uso nos terreiros:
EFÍNRÍN PUPA
Uso nos terreiros:
Uso em Ifá:
Outros nomes yorùbá: Sheje moro, amúnú tutu e amúnú tutu pupa.
Nome popular: Bertalha
Nome latino: Basela Alba L., Basellaceae
ÈFÙ ÌYÁ
Uso em Ifá:
Uso em Ifá:
Esta planta foi classificada por Verger (1995:553) como Euphorbia Hirta
L., todavia, trata-se de sinonímia.
Uso em Ifá:
Amendoeira: Seus galhos são usados nos locais em que o homem exerce suas atividades
lucrativas. Na medicina caseira, seus frutos são comestíveis, porém em grande quantidades
causam diarréia de sangue. Das sementes fabrica-se o óleo de amêndoas, muito usado para
fazer sabonetes por ter efeitos emolientes, além de amaciar a pele.
Amoreira: Planta que armazena fluidos negativos e os solta ao entardecer; é usada pelos
sacerdotes no culto a Eguns. Na medicina caseira, é usada para debelar as inflamações da
boca e garganta.
Aroeira: Nos terreiros de Candomblé este vegetal pertence a Exu e tem aplicação nas
obrigações de cabeça, nos sacudimentos, nos banhos fortes de descarrego e nas purificações
de pedras. É usada como adstringente na medicina caseira, apressa a cura de feridas e
úlceras, e resolve casos de inflamações do aparelho genital. Também é de grande eficácia
nas lavagens genitais.
Arrebenta Cavalo : No uso ritualístico esta erva é empregada em banhos fortes do pescoço
para baixo, em hora aberta. É também usado em magias para atrair simpatia. Não é usada
na medicina caseira.
Arruda: Planta aromática usada nos rituais porque Exu a indica contra maus fluidos e olho-
grande. Suas folhas miúdas são aplicadas nos ebori, banhos de limpeza ou descarrego, o
que é fácil de perceber, pois se o ambiente estiver realmente carregado a arruda morre. Ela
é também usada como amuleto para proteger do mau-olhado. Seu uso restringe-se à
Umbanda. Em seu uso caseiro é aplicada contra a verminose e reumatismos, além de seu
sumo curar feridas.
Avelós – Figueira-do-diabo: Seu uso se restringe a purificação das pedras do orixá antes
de serem levadas ao assentamento; é usada socada. A medicina caseira indica esta erva para
combater úlceras e resolver tumores.
Azevinho: Muito utilizada na magia branca ou negra, ela é empregada nos pactos com
entidades. Não é usada na medicina popular.
Bardana: Aplicada nos banhos fortes, para livrar o sacerdote das ondas negativas e eguns.
O povo utiliza sua raiz cozida no tratamento de sarnas, tumores e doenças venéreas.
Beldroega: Usada na purificação das pedras de Exu. O povo utiliza suas folhas, socadas,
para apressar cicatrizações de feridas.
Brinco-de-princesa: É planta sagrada de Exu. Seu uso se restringe a banhos fortes para
proteger os filhos deste orixá. Não possui uso popular.
Cajueiro: Suas folhas são utilizadas pelo axogun para o sacrifício ritual de animais
quadrúpedes. Em seu uso caseiro, ele combate corrimentos e flores brancas. Põe fim a
diabetes. Cozinhar as cascas em um litro e meio de água por cinco minutos e depois fazer
gargarejos, põe fim ao mau hálito.
Cana-de-açúcar: Suas folhas secas e bagaços são usadas em defumações para purificar o
ambiente antes dos trabalhos ritualísticos, pois essa defumação destrói eguns. Não possui
uso na medicina caseira.
Cardo-santo: Essa planta afugenta os males, propicia o aparecimento do perdido e faz cair
os vermes do corpo dos animais. Na medicina caseira suas folhas são empregadas em
oftalmias crônicas, enquanto as raízes e hastes são empregadas contra inflamações da
bexiga.
Catingueira: É muito empregada nos banhos de descarrego. Seu sumo serve para fazer a
purificação das pedras. Entretanto, não deve fazer parte do axé de Exu onde se depositam
pequenos pedaços dos axé das aves ou bichos de quatro patas. Na medicina caseira ela é
indicada para menstruações difíceis.
Cebola-cencém: Essa cebola é de Exu e nos rituais seu bulbo é usado para os sacudimentos
domiciliares. É empregada da seguinte maneira : corta-se a cebola em pedaços miúdos e,
sob os cânticos de Exu, espalha-se pelos cantos dos cômodos e embaixo dos móveis; a
seguir, entoe o canto de Ogum e despache para Exu. Este trabalho auxilia na descoberta de
falsidades e objetos perdidos. O povo utiliza suas folhas cozidas como emoliente.
Cunanã: Seu uso restringe-se aos banhos de descarrego e limpeza. Substituiu em parte, os
sacrifícios a Exu. A medicina caseira indica os galhos novos desta planta para curar úlceras.
Figo do Inferno: Somente as folhas pertencentes a este vegetal são de Exu. Na liturgia, ela
é o ponto de concentração de Exu. Não possui uso na medicina popular.
Juá – Juazeiro: É usada para complementar banhos fortes e raramente está incluída nos
banhos de limpeza e descarrego. Seus galhos são usados para cobrir o ebó de defesa. A
medicina caseira a indica nas doenças do peito, nos ferimentos e contusões, aplicando as
cascas, por natureza, amargas.
Jurema Preta: Tanto na Umbanda quanto no Candomblé, a Jurema Preta é usada nos
banhos de descarrego e nos ebó de defesa. O povo a indica no combate a úlceras e cancros,
usando o chá das cascas.
Lanterna Chinesa: Utilizada em banhos fortes para descarregar os filhos atacados por
eguns. Suas flores enfeitam a casa de Exu. Popularmente, é usada como adstringente e a
infusão das flores é indicada para inflamação dos olhos.
Mamão Bravo: Planta utilizada nos banhos de limpeza, descarrego e nos banhos fortes.
Além de ser muito empregada nos ebó de defesa, sendo substituída de três em três dias,
porque o orixá exige que a erva esteja sempre nova. O povo a utiliza para curar feridas.
Mamona: Suas folhas servem como recipiente para arriar o ebó de Exu. Suas sementes
socadas vão servir para purificar o otá de Exu. Não tem uso na medicina popular.
Mangue Cebola: No ritual, a cebola é usada nos sacudimentos domiciliares. Corte a cebola
em pedaços miúdos e, entoando em voz alta o canto de Exu, a espalhe pela casa, nos cantos
e sob os móveis. Na medicina caseira, a cebola do mangue esmagada cura feridas rebeldes.
Mangueira: É aplicada nos banhos fortes e nas obrigações de ori, misturada com aroeira,
pinhão-roxo, cajueiro e vassourinha-de-relógio, do pescoço para baixo. Ao terminar, vista
uma roupa limpa. As folhas servem para cobrir o terreiro em dias de abaçá. Na medicina
caseira é indicada para debelar diarréias rebeldes e asma. O cozimento das folhas, em
lavagens vaginais, põe fim ao corrimento.
Manjerioba: Utilizada nos banhos fortes, nos descarregos, nas limpezas pessoais e
domiciliares e nos sacudimentos pessoais, sempre do pescoço para baixo. O povo a indica
como regulador menstrual, beneficiando os órgãos genitais. Utiliza-se o chá em cozimento.
Maria Mole: Aplicada nos banhos de limpeza e descarrego, muito procurada para
sacudimentos domiciliares. O povo a indica em cozimento nas dispepsias e como excelente
adstringente.
Mata Cabras: Muito utilizado para afugentar eguns e destruir larvas astrais. As pessoas
que a usam não devem tocá-la sem cobrir as mãos com pano ou papel, para depois
despachá-la na encruzilhada. O povo indica o cozimento de suas folhas e caules para tirar
dores dos pés e pernas, com banho morno.
Mata Pasto: Seus galhos são muito utilizados nos banhos de limpeza, descarrego, nos
sacudimentos pessoais e domiciliares. O povo a indica contra febres malignas e incômodos
digestivos.
Mussambê de Cinco Folhas: Obs.: Sejam eles de sete, cinco, ou três folhas, todos
possuem o mesmo efeito, tanto nos trabalhos rituais, quanto na medicina caseira. Esta erva
é utilizada por seus efeitos positivos e por serem bem aceitas por Exu no ritual de boas
vindas. Na medicina caseira é excelente para curar feridas.
Palmeira Africana: Suas folhas são aplicadas nos banhos de descarrego ou de limpeza.
Não possui uso na medicina caseira.
Pau D’alho: Os galhos dessa erva são utilizados nos sacudimentos domiciliares e em
banhos fortes, feitos nas encruzilhadas, misturadas com aroeira, pinhão branco ou roxo. Na
encruzilhada em que tomar o banho, arrie um mi-ami-ami, oferecido a Exu, de preferência
em uma encruzilhada tranqüila. Na medicina caseira ela é usada para exterminar abscessos
e tumores. Usa-se socando bem as folhas e colocando-as sobre os tumores. O cozimento de
suas folhas, em banhos quentes e demorados, é excelente para o reumatismo e hemorróidas.
Picão da Praia: Não possui uso ritualístico. A medicina caseira o indica como diurético e
de grande eficácia nos males da bexiga. Para isso utilize-o sob a forma de chá.
Pinhão Branco: Aplicada em banhos fortes misturadas com aroeira. Esta planta possui o
grande valor de quebrar encantos e em algumas ocasiões substitui o sacrifício de Exu. Suas
sementes são usadas pelo povo como purgativo. O leite encontrado por dentro dos galhos é
de grande eficácia colocado sobre a erisipela. Porém, deve-se Ter cuidado, pois esse leite
contém uma terrível nódoa que inutiliza as roupas.
Pinhão Coral: Erva integrante nos banhos fortes e usadas nos de limpeza e descarrego e
nos ebó de defesa. Na medicina caseira o pinhão coral trata feridas rebeldes e úlceras
malignas.
Pinhão Roxo: No ritual tem as mesmas aplicações descritas para o pinhão branco. É
poderoso nos banhos de limpeza e descarrego, e também nos sacudimentos domiciliares,
usando-se os galhos. Não possui uso na medicina popular.
Pixirica – Tapixirica: No ritual faz parte do axé de Exu e Egun. Dela se faz um excelente
pó de mudança que propicia a solução de problemas. O pó feito de suas folhas é usado na
magia maléfica. Na medicina caseira ela é indicada para as palpitações do coração, para a
melhoria do aparelho genital feminino e nas doenças das vias urinárias.
Tamiaranga: É destinada aos banhos fortes, banhos de descarrego e limpeza. É usada nos
ebó de defesa. O povo a indica para tratar úlceras e feridas malignas.
Tintureira: Utilizada nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. Bem próximo ao seu
tronco são arriadas as obrigações destinadas a Exu. O povo utiliza o cozimento de suas
folhas como um energético desinflamatório.
Urtiga Branca: É empregada nos banhos fortes, nos de descarrego e limpeza e nos ebó de
defesa. Faz parte nos assentamentos. O povo a indica contra as hemorragias pulmonares e
brônquicas.
Urtiga Vermelha: Participa em quase todas as preparações do ritual, pois entra nos banhos
fortes, de descarrego e limpeza. É axé dos assentamentos de Exu e utilizada nos ebó de
defesa. Esta planta socada e reduzida a pó, produz um pó benfazejo. O povo indica o
cozimento das raízes e folhas em chá como diurético.
Vassourinha de Relógio: Ela somente participa nos sacudimentos domiciliares. Não possui
uso na medicina caseira.
Xiquexique: Participa nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. São axé nos
assentamentos de Exu e circundam os ebó de defesa. O povo indica esta erva para os males
dos rins.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE OGUM
Agrião: excelente alimento. Sem uso ritualístico. Tem um enorme prestígio no tratamento
das doenças respiratórias. Usado como xarope põe fim às tosses e bronquites, é
expectorante de ação ligeira.
Aroeira: É aplicada nas obrigações de cabeça, e nos sacudimentos, nos banhos fortes de
descarrego e nas purificações de pedras. Usada como adstringente na medicina caseira,
apressa a cura de feridas e úlceras, e resolve casos de inflamações do aparelho genital.
Cabeluda-bacuica : Tem aplicações em vários atos ritualísticos, tais como ebori, simples
ou completo, e é parte dos abô. Usado igualmente nos banhos de purificação.
Cana-de-macaco : Usada nos abô de filhos, que estão recolhidos para feitura de santo.
Esses filhos tomam duas doses diárias. Meio copo sobre o almoço e meio sobre o jantar.
Cana-de Brejo – Ubacaia: Seu uso se restringe nos abô e também nos banhos de limpeza
dos filhos do orixá do ferro e das artes manuais. Na medicina caseira é usado para combater
afecções renais com bastante sucesso. Combate a anuria, inflamações da uretra e na
leucorréia. Seu princípio ativo é o estrifno. Há bastante fama referente ao seu emprego anti-
sifilítico.
Canjerana – Pau-santo: Em rituais é usada a casca, para constituir pó, que funcionará
como afugentador de eguns e para anular ondas negativas. Seu chá atua como antifebril,
contra as diarréias e para debelar dispepsias. O cozimento das cascas também é cicatrizador
de feridas.
Carqueja: Sem uso ritualísticos. A medicina caseira aponta esta erva como cura decisiva
nos males do estômago e do fígado. Também tem apresentado resultado positivo no
tratamento da diabetes e no emagrecimento.
Guarabu – Pau-roxo: Aplicado em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos
de purificação dos filhos de Ogum. Usa-se somente as folhas que são aromáticas. A
medicina caseira indica o chá das folhas, pois este possui efeito balsâmico e fortificante.
Helicônia: Utilizada nos banhos de limpeza e descarrego e nos abô de ori, na feitura de
santo e nos banhos de purificação dos filhos do orixá Ogum. A medicina caseira a indica
como debelador de reumatismo, aplicando-se o cozimento de todas a planta em banhos
quentes. O resultado é positivo.
Jabuticaba: Usada nos banhos de limpeza e descarrego, os banhos devem ser tomados pelo
menos quinzenalmente, para haurir forças para a luta indica o cozimento da entrecasca na
cura da asma e hemoptises.
Jambo-encarnado: Aplicam-se as folhas nos abô, nas obrigações de cabeça e nos banhos
de limpeza dos filhos do orixá do ferro. Tem uso no ariaxé (banho lustral).
Japecanga: Não tem aplicação nas obrigações de cabeça, nem nos abô relacionados com o
orixá. A medicina caseira aconselha seu uso como depurativo do sangue, no reumatismo e
moléstias de pele.
Jatobá – Jataí: Erva poderosa, porém sem aplicação nas cerimônias do ritual. Somente é
usada como remédio que se emprega aos filhos recolhidos para obrigações de longo prazo.
Ótimo fortificante. Não possui uso na medicina popular.
Jucá: Não tem emprego nas obrigações de ritual. No uso popular há um cozimento
demorado, das cascas e sementes, coando e reservando em uma garrafa, quando houver
ferimentos, talhos e feridas.
Limão-bravo: Tem emprego nas obrigações de ori e nos abô e, ainda nos banhos de
limpeza dos filhos do orixá. O limão-bravo juntamente com o xarope de bromofórmio,
beneficia brônquios e pulmões, pondo fim às tosses rebeldes e crônicas.
Losna: Emprega-se nos abô e nos banhos de descarrego ou limpeza dos filhos do orixá a
que pertence. É usada pela medicina caseira como poderoso vermífugo, mais
particularmente usada na destruição das solitárias, usando-se o chá. É energético tônico e
debeladora de febres.
Poincétia: Emprega-se em qualquer obrigação de ori, nos abô de uso externo, da mesma
sorte nos banhos de limpeza e purificação dos filhos do orixá. A medicina caseira só o
aponta para exterminar dores nas pernas, usando em banhos.
Sangue-de-dragão : Tem aplicações de cabeça, nos banhos de descarrego e nos abô. Não
possui uso na medicina popular.
São-gonçalinho: É uma erva santa, pelas múltiplas aplicações ritualísticas a que está
sujeita. Na medicina caseira usa-se como antitérmico e para combater febres malignas, em
chá.
Alecrim de Caboclo: Erva de Oxalá, porém mais exigido nas obrigações de Oxóssi. Não
possui uso na medicina popular.
Caapeba-pariparoba: Muito usada nas obrigações de cabeça e nos abô para as obrigações
dos filhos recolhidos. Folha de muito prestígio nos Candomblés Ketu, pois serve para tirar
mão de zumbi. A medicina popular utiliza seu chá para debelar males do fígado, e o
cozimento das raízes para extinguir as doenças do útero. Surte efeito diurético.
Capim-limão : Erva sagrada de uso constante nas defumações periódicas que se fazem nos
terreiros. Propicia a aproximação de espíritos protetores. A medicina caseira a aplica em
vários casos: para resfriados, tosses, bronquites, também nas perturbações da digestão,
facilitando o trabalho do estômago.
Cipó-cravo: Não possui uso ritualístico. Na medicina caseira atua como debelador das
dispepsias e dificuldade de digestão. Usa-se o chá ao deitar. É pacificador dos nervos e
propicia um sono tranqüilo. A dose a ser usada é uma xícara das de café ao deitar.
Coco-de-iri: Sua aplicação se restringe aos banhos de descarrego, empregando-se as folhas.
A medicina caseira indica as suas raízes cozidas para por fim aos males do aparelho genital
feminino. É usado em banhos semicúpios e lavagens.
Erva-curraleira: Aplicada em todas as obrigações de cabeça e nos abô dos filhos do orixá
da caça. Na medicina popular é aplicada como diurético e sudorífico, sendo muito
prestigiada no tratamento da sífilis. Usa-se o cozimento das folhas.
Goiaba – Goiabeira: É utilizada em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos
de purificação dos filhos de Oxóssi. A medicina caseira usa a goiabeira como adstringente.
Cura cólicas e disenterias. Excelente nas diarréias infantis.
Groselha – Groselha-branca: Suas folhas e frutos são utilizados nos banhos de limpeza e
purificação. A medicina popular diz que se fabrica com o fruto um saboroso xarope que se
aplica nas tosses rebeldes que ameaçam os brônquios.
Guaxima-cor-de rosa: Usada em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô dos filhos do
orixá da caça. É de costume usar galhos de guaxima em sacudimentos pessoais e
domiciliares. Muito útil o banho das pontas. A medicina popular usa as flores contra a
tosse; as folhas são emolientes; as pontas, sementes e frutos são antifebris.
Guiné-caboclo: Utilizado em todas as obrigações de cabeça, nos abô, para quaisquer filhos,
nos banhos de descarrego ou limpeza, etc. Indispensável na Umbanda e no Candomblé. O
povo usa para debelar os males dos intestinos, beneficia o estômago na má digestão. Usa-se
o chá.
Hissopo – Alfazema-de caboclo: Aplicada nos ebori e nas lavagens de contas, do mesmo
modo é empregado nos abô para limpeza dos iniciados. É muito usado nas afecções
respiratórias, elimina o catarro dos brônquios. Usa-se o chá.
Jaborandi: De grande aplicação nas várias obrigações. A medicina popular adotou esta
planta como essencial na lavagem dos cabelos, tornando-os sedosos e brilhantes. Tem
grande eficácia nas pleurisias, nas bronquites e febres que tragam erupções. Usa-se o chá
internamente.
Jacatirão: Pleno uso em quaisquer obrigações. O seu pé, e cepa são lugares apropriados
para arriar obrigações. Não possui uso na medicina caseira.
Jurema branca: Aplicada em todas as obrigações de ori, em banhos de limpeza ou
descarrego e entra nos abô. É de grande importância nas defumações ambientais. A
medicina caseira indica as cascas em banhos e lavagens como adstringente. Em chá tem
efeito narcótico, corrigindo a insônia.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE OLUAE
Agoniada: Faz parte de todas as obrigações do deus das endemia e epidemias. Utilizada no
ebori, nas lavagens de contas e na iniciação. Esta erva purifica os filhos-de-santo, deixando-
os livres de fluidos negativos. Na medicina popular, a mesma é usada para corrigir o fluxo
menstrual e combate asma.
Alfavaca-roxa: Empregada em todas as obrigações de cabeça e nos abô dos filhos deste
orixá. Muito usada em banhos de limpeza ou descarrego. A medicina caseira usa seu chá
em cozimento, para emagrecer.
Arrebenta cavalo: No uso ritualístico esta erva é empregada em banhos fortes do pescoço
para baixo, em hora aberta. É também usado em magias para atrair simpatia. Não é usada
na medicina caseira.
Assa-peixe: Usada em banhos de limpeza e nos ebori. Na medicina popular ela é aplicada
nas afecções do aparelho respiratório em forma de xarope.
Beldroega: Usada nas purificações das pedras de orixá e, principalmente as de Exu. O povo
usa suas folhas socadas para apressar a cicatrização das feridas, colocando-as por cima.
Cipó-chumbo: Sem uso na liturgia, porém muito prestigiada na medicina popular, como
xarope debela tosses e bronquites; seu chá é muito eficaz no combate a diarréias
sanguinolentas e à icterícia; seco e reduzido a pó, cicatriza feridas rebeldes.
Carobinha do Campo: Em alguns terreiros essa planta faz parte do ariaxé. A medicina
caseira indica o chá de suas folhas para combate coceiras no corpo e, principalmente
coceira nas partes genitais.
Cordão de Frade: É aplicada somente em banhos de limpeza e descarrego dos filhos deste
orixá. O povo a indica para a cura da asma, histerismo e pacificador dos nervos. Também
combate a insônia.
Cebola do mato: Sem uso ritualístico. A medicina caseira afirma que o cozimento de suas
folhas apressa a cicatrização de feridas rebeldes.
Celidônia maior: Não possui uso ritualístico. É indicada pela medicina caseira como
excelente medicamento nas doenças dos olhos, usando a água do cozimento da planta para
banhá-los. Seu chá também é de grande eficácia para banhar o rosto e dar fim às manchas e
panos branco.
Coentro: Muito aplicada como adubo ou condimento nas comidas do orixá, principalmente
na carne e no peixe. Não é empregada nas obrigações ritualísticas. A medicina caseira
indica esta erva como reguladora das funções digestivas e eliminadora de gases intestinais.
Cotieira: Não sabemos ao certo se esta erva tem aplicação ritualística. Na medicina caseira
ela é estritamente de uso veterinário. Muito aplicada em cães para purgar e purificar feridas
Erva-Moura: Esta erva faz parte dos banhos de limpeza e purificação dos filhos do orixá.
Seu uso popular é como calmante, em doses de uma xícara das de café, duas a três vezes ao
dia. Essa dose não deve ser aumentada, de modo algum, pois em grande quantidade
prejudica. As folhas tiradas do pé, depois de socadas, curam úlceras e feridas.
Estoraque Brasileiro: Sua resina é colhida e reduzida a pó. Este pó, misturado com
benjoim, é usado em defumações pessoais. Essa defumação destina-se a arrancar males. O
povo aconselha o pó desta no tratamento das feridas rebeldes ou ulcerações, colocando o
mesmo sobre as lesões
Hortelã brava: Empregada em obrigações de ori, nos abô e nos banhos de purificação dos
filhos deste orixá. O uso caseiro é utilizada para combater o veneno de cobras, lacraias e
escorpiões. É eficaz contra gases intestinais, dores de cabeça e como diurético. É perfeita
curadora de coceiras rebeldes e tiro acertado nos catarros pulmonares, asma e tosse
nervosa, rebelde.
Manjericão-roxo: Empregado nas obrigações de ori dos filhos pertencentes ao orixá das
endemias. Colhido e seco, sua folha previne contra raios e coriscos em dias de tempestades,
usando o defumador. Também é usada como purificador de ambiente. Não possui uso na
medicina popular.
Panacéia: Entra nas obrigações de ori e banhos de descarrego ou limpeza. O povo a aponta
como poderoso diurético e de grande eficácia no combate à sífilis, usando-se o chá. É
indicada também no tratamento das doenças de pele, darros, eczemas e ainda debela o
reumatismo, quando usada em banhos.
Picão da praia: Apenas na Bahia ouvimos falar que esta planta pertence a Obaluaiê. Não
conhecemos seu uso ritualístico. A medicina popular dá-lhe muito prestígio como diurético
e eficaz nos males da bexiga. Usada como chá.
Piteira imperial: Seu uso se limita às defumações pessoais, que são feitas após o banho. A
medicina popular utiliza as folhas verdes, em cozimento, para lavar feridas rebeldes,
aproximando a cura ou cicatrização.
Quitoco: Usada em banhos de descarrego ou limpeza. Para a medicina popular esta erva
resolve males do estômago, tumores e abscessos. Internamente é usado o chá, nos tumores
aplica-se as folhas socadas. Muito utilizada nas doenças de senhoras.
Sabugueiro: Não possui uso ritualístico. É decisiva no tratamento das doenças eruptivas:
sarampo, catapora e escarlatina. O cozimento das flores é excelente para a brotação do
sarampo.
Sumaré: Não tem aplicação ritualística ou obrigações litúrgicas. Porém possui grande
prestígio popular, devido ao seu valor curativo, promovendo com espantosa rapidez a
abertura de tumores de qualquer natureza, pondo fim às inflamações. É empregado contra
furúnculos, panarícios e erisipelas, regenerando o tecido atacado por inflamações de
qualquer origem.
Trombeteira branca: Não possui nenhuma aplicação nas obrigações de cabeça. Apenas é
usada nos banhos de limpeza dos filhos do orixá da varíola. Seu uso na medicina popular é
pouco freqüente. Aplica-se apenas nos casos de asma e bronquite.
Velame verdadeiro: Possui plena aplicação em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô.
Usada também nos sacudimentos. A medicina do povo afirma ser superior a todos os
depurativos existentes, além de energético curador das doenças da pele.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE OSSAE
Amendoim: Ossaim aprecia muito e adora saboreá-lo torrado, sem casca. O amendoim
fornece um bom óleo para luz e também para a cozinha. Suas sementes são estimulante e
fortalecem as vistas e a pele, além de ser em excelente afrodisíaco. Nos rituais, é
empregado cozido e utilizado em sacudimentos, com excelentes resultados.
Celidônia maior: É indicada pela medicina caseira como excelente medicamento nas
doenças dos olhos, usando a água do cozimento da planta para banhá-los. Seu chá também
é de grande eficácia para banhar o rosto e dar fim às manchas e panos.
Coco de Dendê: É conhecido entre os Yorubás como Adin. Sua semente, desprovida da
polpa, fornece um óleo branco, sólido, e serve para substituir a manteiga. É a chamada
manteiga de karité. Este coco é muito prestigiado pela medicina caseira, pois debela
cefaléias, anginas, fraqueza dos órgãos visuais e cólicas abdominais.
Erva de Santa Luzia: Muito usada nas obrigações de cabeças, ebori, lavagem de contas,
feitura de santo e tiragem de zumbi. De igual maneira, também se emprega nos abô, banhos
de descarrego ou limpeza dos filhos dos orixás. A medicina popular a consagrou como um
grande remédio, por ser de grande eficácia contra o vício da bebida. O cozimento de suas
folhas é empregado contra doenças dos olhos e para desenvolver a vidência.
Guabira: Aplicada em todas as obrigações de cabeça, nos abô de uso geral e nos banhos de
purificação e limpeza dos filhos dos orixás. A medicina caseira a indica no sentido de pôr
fim aos males dos olhos conjuntivites. Em banhos, favorecem aos que sofrem de
reumatismo e devem ser feitos em banheiras ou bacias, sendo mais ou menos demorados.
Lágrima de Nossa Senhora: É usada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de
descarrego ou limpeza. O povo a indica como excelente diurético, em chá. Os banhos
debelam o reumatismo e reduzem as inchações. As folhas e as sementes são indicadas para
banhar os indicadas para banhar os olhos, propiciando bem-estar. A aplicação deve ser feita
pela manhã, após ter deixado o banho ficar na noite anterior sob o sereno. Retire antes do
sol nascer e aplique sobre os olhos.
Narciso dos Jardins: Entra nos trabalhos em razão de ser suporte para o fetiche de Ossaim,
para o assentamento. Para ser utilizada, plante-a em um pote, no canto do vegetal, coloque
o fetiche e por dentro do pote prenda o pé do fetiche com um pouco de tabatinga deixa-se
secar em lugar longe de correntes de vento para que possam ter perfeita fixação. Quando
estiver seco, o trabalho, procede-se com o sacrifício da ave correspondente ao orixá da
folha (o galo), deixando o ejé banhar todo o fetiche. Acrescente fumo de rolo, banhe todo o
fetiche com vinho moscatel e mel de abelhas, separadamente. Ao terminar, coloque o pote,
com um abrigo circular por cima, e leve-o para cima do telhado do terreiro, lado esquerdo
de casa e direito de quem a olha de frente. Não possui uso na medicina popular, pois é tida
como planta venenosa.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE OXUMARE
Cavalinha – Milho-de-cobra: Aplicada nas obrigações de cabeça, nos abô e como axé nos
assentamentos dos dois orixás. Não possui uso na medicina popular.
Graviola – Corosol: Tem plena aplicação nos abô dos orixás, nos banhos de abô e nos de
limpeza e descarrego. É indispensável aos filhos recolhidos para obrigações de cabeça
beberem uma dose de suco pela manhã. O povo usa a graviola de diabetes, aplicando o chá.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE NANA
ERVAS DE NANA
Assa-peixe: Usada em banhos de limpeza e nos ebori dos filhos do orixá das chuvas. Na
medicina popular ela é aplicada nas afecções do aparelho respiratório em forma de xarope.
Utilizada como emostático.
Avenca: Vegetal delicadíssimo e mimoso. Tem emprego nas obrigações de cabeça e nos
abô embora ela mereça ser economizada em face de sua delicadeza para ornamento. A
medicina popular indica as folhas para debelar catarros brônquios e tosses.
Cedrinho: Este vegetal possui muitas variedades, todas elas pertencentes a deusa das
chuvas. Sua aplicação é total na liturgia dos cultos afro-brasileiros. Empregado nas
obrigações de cabeça, nos abô, banhos de corpo inteiro e nos de purificação. Excelente abô
de ori, tonificador da aura. Em seu uso caseiro combate as disenterias, suas folhas em
cozimento em banhos ou chá curam hérnias. É tônico febril rebeldes.
Gervão: Além de ser folha sagrada de Nanã, também é Xangô. Sem aplicação nas
obrigações rituais. A medicina caseira a indica no tratamento das doenças do fígado,
levando suas folhas em cozimento adicionando juntamente raízes de erva-tostão. O chá do
gervão também debela as doenças dos rins.
Manacá: Seu uso ritualístico se limita aos banhos de descarrego. Muito empregada na
magia amorosa. Nesse sentido, ela é usada em banhos misturada com girassol e mil-
homens. O chá de suas raízes é utilizado pela medicina caseira para facilitar o fluxo
menstrual.
Quitoco: Usada em banhos de descarrego ou limpeza. Para a medicina popular esta erva
resolve males do estômago, tumores e abscessos. Internamente é usado o chá, nos tumores
aplica-se as folhas socadas.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE OSUM
Abiu-abieiro: Sem uso na liturgia, tem folhas curativas; a parte inferior destas, colocadas
nas feridas, ajudam a superar; se inverter a posição da folhas, a cura será apressada. A casca
da árvore cozida tem efeito cicatrizante.
Arapoca-branca: Suas folhas são utilizadas nas obrigações de cabeça e nos abô; no
Candomblé são usadas em sacudimentos pessoais. As casacas desta servem para matar
peixes. A medicina caseira utiliza as folhas como antitérmico, contra febres. Age também
como excitante.
Bananeira: Muito empregada na culinária dos Orixás. Suas folhas forram o casco da
tartaruga, para arriar-se o ocaséo a Oxum. A medicina caseira prepara de sua seiva um
xarope de grande eficácia nos males das vias respiratórias ou doenças do peito.
Caferana-alumã: São utilizadas nas aplicações de cabeça e nos abô. Usado na medicina
popular como: laxante, fazendo uma limpeza geral no estômago e intestinos, sem causar
danos; é ótima combatentes; poderoso vermífugo e energético tônico.
Cipó-chumbo: Sem uso na liturgia, porém muito prestigiada na medicina popular, como
xarope debela tosses e bronquites; seu chá é muito eficaz no combate a diarréias
sanguinolentas e à icterícia; seco e reduzido a pó, cicatriza feridas rebeldes.
Gigoga-amarela – Aguapê: Usado nos abô, nos ebori e banhos de limpeza, pois purifica o
aura e afugenta ou anula Eguns. A medicina popular manda que as folhas sejam usadas
como adstringente e, em gargarejos, fortalecem as cordas vocais.
Macaçá: Aplicação litúrgica total, entra em todas as obrigações de ori nos abô e
purificação dos filhos dos orixás. O povo a usa para debelar tosses e catarros brônquios; é
usada ainda contra gases intestinais.
Mãe-boa: É erva sagrada de Oxum. Só é usada nas obrigações ritualísticas, que se restringe
aos banhos de limpeza. Muito usada pelo povo contra o reumatismo, em chá ou banho.
Malmequer – Calêndula: É usada em todas as obrigações de ori e nos abô, e nos banhos
de purificação dos filhos de Oxum. As flores são excitantes, reguladoras do fluxo
menstrual. As folhas são aplicadas em fricções ou fumigações para facilitar a regra
feminina.
Malmequer-do-campo: Não é aplicada nas obrigações do ritual. Na medicina popular tem
função cicatrizante de feridas e úlceras, colocando o sumo de flores e folhas sobre a ferida.
Vassourinha-de-botão: Muito usado nos sacudimentos pessoais. Não possui qualquer uso
na medicina popular.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE OBA
Cravo-da Índia – Cravo-de- Doce: Entra em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô.
Participa dos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. O povo indica
suas folhas e cascas em banhos de assento para debelar a fadiga das pernas. Ótimo nos
banhos aromáticos.
Dormideira sensitiva: Não conhecemos seu uso ritualístico. A medicina caseira indica esta
planta como emoliente, mais especificamente para bochechos e gargarejos, nas inflamações
de boca. Indicada como hipnótico, pondo fim a insônia. É utilizado o cozimento de toda a
planta.
Inhame: Seu único emprego ritualístico é o uso das folhas grandes como toalha nas
obrigações de Exu. O inhame é tido como depurativo do sangue na medicina caseira.
Jenipapo: As folhas servem para banhos de descarrego e limpeza. A medicina caseira
aplica o cozimento das cascas no tratamento das úlceras, o caldo dos frutos é combatente de
hidropsia.
Lírio do Brejo: São usados folhas e flores nas obrigações de ori, nos abô e nos banhos de
limpeza ou descarrego. O povo emprega o chá das raízes, rizomas, como estomacal e
expectorante.
Louro – Loureiro: Planta que simboliza a vitória, por isso pertence a Oyá. Não tem
aplicação nas obrigações de cabeça, mas é usada nas defumações caseiras para atrair
recursos financeiros. Suas folhas também são utilizadas para ornamentar a orla das
travessas em que se coloca o acarajé para arriar em oferenda a Iansã.
Mãe-boa: Seu uso se restringe somente aos banhos de limpeza. Muito usada pelo povo
contra o reumatismo, em chá ou banho.
Maravilha bonina: Utilizada nas obrigações de ori relativas a Oyá ebori, lavagem de
contas e feitura de santo. Não entra nos abô a serem tomados por via oral. O povo a indica
para eliminar leucorréia (corrimentos), hidropsia, males do fígado, afecções hepáticas e
cólicas abdominais.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE OYA
Cravo-da Índia – Cravo-de- Doce: Entra em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô.
Participa dos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. O povo indica
suas folhas e cascas em banhos de assento para debelar a fadiga das pernas. Ótimo nos
banhos aromáticos.
Dormideira sensitiva: Não conhecemos seu uso ritualístico. A medicina caseira indica esta
planta como emoliente, mais especificamente para bochechos e gargarejos, nas inflamações
de boca. Indicada como hipnótico, pondo fim a insônia. É utilizado o cozimento de toda a
planta.
Inhame: Seu único emprego ritualístico é o uso das folhas grandes como toalha nas
obrigações de Exu. O inhame é tido como depurativo do sangue na medicina caseira.
Jenipapo: As folhas servem para banhos de descarrego e limpeza. A medicina caseira
aplica o cozimento das cascas no tratamento das úlceras, o caldo dos frutos é combatente de
hidropsia.
Lírio do Brejo: São usados folhas e flores nas obrigações de ori, nos abô e nos banhos de
limpeza ou descarrego. O povo emprega o chá das raízes, rizomas, como estomacal e
expectorante.
Louro – Loureiro: Planta que simboliza a vitória, por isso pertence a Oyá. Não tem
aplicação nas obrigações de cabeça, mas é usada nas defumações caseiras para atrair
recursos financeiros. Suas folhas também são utilizadas para ornamentar a orla das
travessas em que se coloca o acarajé para arriar em oferenda a Iansã.
Mãe-boa: Seu uso se restringe somente aos banhos de limpeza. Muito usada pelo povo
contra o reumatismo, em chá ou banho.
Maravilha bonina: Utilizada nas obrigações de ori relativas a Oyá ebori, lavagem de
contas e feitura de santo. Não entra nos abô a serem tomados por via oral. O povo a indica
para eliminar leucorréia (corrimentos), hidropsia, males do fígado, afecções hepáticas e
cólicas abdominais.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE LOGUN
Logun Edé, em sua passagem pela Terra, se apropriou das ervas de seus pais para por fim
aos males terrenos; curou muitas pessoas e ainda cura até os dias de hoje aqueles que nele
depositam sua fé. Além de todas as ervas de Oxóssi e Oxum que ele utiliza para curar,
destaca-se, ainda, uma única de sua propriedade, hoje de grande importância para a
medicina caseira: o Piperegum Verde e Amarelo.
Alcaparreira – Galeata: Muito usada nos terreiros do Rio Grande do Sul. Entra nas mais
variadas obrigações do ritual, sendo utilizadas para isso folhas e cascas. Também é muito
prestigiada nos abô de preparação dos filhos, para obrigação de cabeça e nos banhos de
limpeza. As cascas e raízes popularmente vem sendo usadas como diuréticos. Seus frutos
são comestíveis e deles é preparada uma geléia eficaz contra picadas de cobras e insetos
venenoso.
Erva de Santa Luzia: Muito usada nas obrigações de cabeça, ebori, lavagem de contas,
feitura de santo e tiragem de zumbi. De igual maneira, também se emprega nos abô, banhos
de descarrego ou limpeza dos filhos dos orixás. A medicina popular a consagrou como um
grande remédio, por ser de grande eficácia contra o vício da bebida. O cozimento de suas
folhas é empregado contra doenças dos olhos e para desenvolver a vidência.
Graviola – Corosol: Tem plena aplicação nos abô dos orixás, nos banhos de abô e nos de
limpeza e descarrego. É indispensável aos filhos recolhidos para obrigações de cabeça
beberem uma dose do suco pela manhã. O povo usa a graviola nos casos de diabete,
aplicando o chá.
Guabiraba anis: Aplicada em todas as obrigações de cabeça, nos abô de uso geral e nos
banhos de purificação e limpeza dos filhos dos orixás. Utilizadas do mesmo modo nos abô
de ori. A medicina popular a utiliza para pôr fim nas doenças dos olhos (conjuntivites).
Banhos demorados favorecem aos sofredores de reumatismo.
Jequitibá rosa: Sem uso ritualístico. Para a medicina caseira ele é um poderoso
adstringente. Milagroso no tratamento das leucorréias (corrimento); o cozimento das cascas
é eficaz nas hemorragias internas, cura angina e inflamações das amígdalas.
Maçã-de-cobra: Usada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de descarrego e
limpeza. Não possui uso na medicina popular.
Musgo marinho: Esta planta vive submersa nas águas do mar. É planta que entra nas
obrigações de ori e nos banhos de limpeza dos filhos de Yemanjá. Os musgos são utilizados
pela medicina caseira nas perturbações das vias respiratórias.
Pata de vaca : empregada nos banhos de descarrego e nos abô, para limpeza dos filhos dos
orixás a que pertence. A pata de vaca, na medicina popular, é indicada para exterminar
diabetes, e por essa razão, é tida como insulina vegetal. Também cura leucorréia em
lavagens vaginais.
Unha de vaca: Aplicada em banhos de descarrego dos filhos da deusa. Na medicina caseira
é utilizado como adstringente. Aplicado em lavagens locais e banhos semicúpios para
combater males ou doenças do aparelho genital feminino.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE SANGO
Alevante – Levante: Usada em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de
limpeza de filhos de santo. Não possui uso na medicina popular.
Alfavaca-roxa: Empregada em todas as obrigações de cabeça e nos abô dos filhos deste
orixá. Muito usada em banhos de limpeza ou descarrego. A medicina caseira usa seu chá
em cozimento, para emagrecer.
Angelicó
Mil-homens: Tem grande aplicação na magia de amor, em banhos de mistura com manacá
(folhas e flores), para propiciar ligações amorosas, aproximando os sexo masculino. A
medicina caseira aplica-o como estomacal, combatendo a dispepsia. As gestantes não a
devem usar.
Aperta-ruão: Os babalorixás a utilizam nas obrigações de cabeça; no caso dos filhos do
trovão é usada a nega-mina. Tem grande prestígio na medicina popular como adstringente.
As senhoras a empregam em banhos semicúpios, de assento, e em lavagens vaginais para
dar fim à leucorréia.
Caferana-Alumã: São utilizadas nas aplicações de cabeça e nos abô. Usado na medicina
popular como: laxante, fazendo uma limpeza geral no estômago e intestinos, sem causar
danos; é ótima combatente de febres palustres ou intermitentes; poderoso vermífugo e
energético tônico.
Cavalinha – Milho-de-cobra: Aplicada nas obrigações de cabeça, nos abô e como axé nos
assentamentos dos dois orixás. Não possui uso na medicina popular.
Eritrina – Mulungu: Tem plena aplicação nas obrigações de cabeça e nos banhos de
limpeza dos filhos de Xangô. Na medicina caseira é aplicada como ótimo pacificador do
sistema nervoso e, também, contra a bronquite.
Pau-pereira: Não é aplicada nas obrigações de ori, mas é usada em banhos de descarrego
ou limpeza. O povo a aplica nas perturbações do estômago e põe fim a falta de apetite. É
fortificante e combate febres interminentes, e ainda tem fama de afrodisíaco.
Pessegueiro: É utilizado flores e folhas, em quaisquer obrigações de ori. Pois esta propicia
melhores condições mediúnicas, destruindo fluidos negativos e Eguns. O povo a indica em
cozimento para debelar males do estômago e banhar os olhos, no caso de conjuntivite.
Pixirica – Tapixirica: Aplica-se somente o uso das folhas, de forma benéfica. O povo a
indica nas palpitações do coração, na melhoria do aparelho genital feminino e nas doenças
das vias urinárias.
Romã: Usada em banhos de limpeza dos filhos do orixá dos ventos. O povo emprega as
cascas dos frutos no combate a vermes intestinais e o mesmo cozimento em gargarejos para
debelar inflamações da garganta e da boca.
Taioba: Sem aplicação nas obrigações de cabeça. Porém muito utilizada na cozinha
sagrada de Xangô. Dela prepara-se um esparregado de erê (muito conhecido como caruru)
esse alimento leva qualidades de verduras mas sempre tem a complementá-lo a taioba. O
povo utiliza suas folhas em cozimento como emoliente; a raiz é poderoso mata-bicheiras
dos animais e, além de matá-las, destrói as carnes podres, promovendo a cicatrização.
Taquaruçu – Bambu-amarelo – Bambu-dourado: Os galhos finos, com folhas, servem
para realizar sacudimentos pessoais ou domiciliares. É empregado ainda para enfeitar o
local onde se tem Egun assentado. Não possui uso na medicina popular.
Tiririca : Sem aplicação ritualística, a não ser as batatas aromáticas, essas batatinhas que o
povo apelidou de dandá-da-costa, levadas ao calor do fogo e depois reduzidas a pó que,
misturado com outros, ou mesmo sozinho, funciona como pó de dança. Para desocupação
de casas. Colocados em baixo da língua, afasta eguns e desodoriza o hálito. Não possui uso
na medicina popular.
Umbaúba: Somente é usada nos ebori a espécie prateada. As outras espécies são usadas
nos sacudimentos domiciliares ou de trabalho. O povo a prestigia como excelente diurético.
É aconselhado não usar constantemente esta erva, pois o uso constante acelera as
contrações do coração.
Urucu: Desta planta somente são utilizadas as sementes, que socadas e misturadas com um
pouquinho de água e pó de pemba branca, resulta numa pasta que se utiliza para pintar a
Yawô. O povo indica as sementes verdes para os males do coração e para debelar
hemorragias.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..
ERVAS DE OSAALAA
Alecrim de Caboclo: Erva de Oxalá, porém mais exigido nas obrigações de Oxóssi. Não
possui uso na medicina popular.
Alecrim do Campo: Seu uso se restringe a banhos de limpeza. É muito usado nas
defumações de terreiros de Umbanda. Em seu uso medicinal resolve o reumatismo,
aplicado em banhos.
Angélica: Tem emprego ritualístico muito reduzido. Sua flor espanta influências malignas e
neutraliza a emissão de ondas negativas. É aplicado na magia do amor, propiciando
ligações amorosas. A flor também é usada como ornamento e dá-se de presente na vibração
do que quer. Não possui uso na medicina popular.
Camélia: Vegetal muito usado na magia amorosa. É captadora de fluidos positivos, a flor.
Usada, aproxima uso na medicina popular.
Carnaúba: Só tem aplicação em abô feito da folha, que basta para cobrir a cabeça e, depois,
cobrir-se a cabeça durante doze horas, fugindo aos raios solares. É fortalecimento da aura e
alimento da cabeça. A vela de cera de carnaúba é a melhor iluminação para o orixá.
Cinco Folhas: Aplicada em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de
descarrego. A medicina caseira indica esta erva como eficaz depurativo do sangue.
Cipó-cravo: Não possui uso ritualístico. Na medicina caseira atua como debelador das
dispepsias e dificuldade de digestão. Usa-se o chá ao deitar. É pacificador dos nervos e
propicia um sono tranqüilo. A dose a ser usada é uma xícara das de café ao deitar.
Colônia: Possui aplicação em todas as obrigações de cabeça. Indispensável nos abô e nos
banhos de limpeza de filhos-de-santo. Aplicada, também, na tiragem de Zumbi, para o que
se usa o sumo. Como remédio caseiro põe fim aos males do estômago. Usado como chá
(pendão ou cacho floral).
Cravo da Índia: Utilizada em qualquer obrigação de cabeça, nos abô e nos abô de cabeça.
De igual sorte, participa dos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. O
povo tem-no como ótimo nos banhos aromáticos, o cozimento de suas folhas e cascas
debelam a fadiga das pernas em banhos de assento.
Erva de Bicho: Usada em banhos de purificação de filhos-de-santo, quaisquer que sejam e
que vão submeter-se a obrigações de santo ou feitura de santo. É positiva a limpeza que
realiza e possante destruidora de fluidos negativos. O povo indica esta planta em cozimento
(chá) a fim de curar afecções renais.
Espirradeira: Participa em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos abô de ori. A
medicina do povo indica o suco dessa planta, em uso externo, contra a sarna e para pôr fim
aos piolhos.
Estoraque Brasileiro: Sua resina é recolhida e reduzida a pó. Este pó, misturado com
benjoim, é usado em defumações pessoais. Essa defumação destina-se a arrancar males. O
povo aconselha o pó desta no tratamento das feridas rebeldes ou ulcerações, colocando o
mesmo sobre as lesões.
Eucalipto Murta: Empregado em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de
limpeza. A medicina caseira indica-o nas febres e para suavizar dores. Recomendado
também nas doenças do aparelho respiratório.
Fava de Tonca: A fava é usada nas cerimônias do ritual, o fruto é usado depois de ser
reduzido a pó. Este pó é aplicado em defumações ou simplesmente espalhado no ambiente.
Anula fluidos negativos, afugenta maus espíritos e destrói larvas astrais. Propicia proteção
de amigos espirituais. Não possui uso na medicina popular.
Fava Pichuri: No ritual de Umbanda e Candomblé usa-se o fruto, a fava, que reduz a pó, o
qual é aplicado espalhando-se no ambiente. Aplica-se, igualmente, em defumações que
atraem bons fluidos. É afugentador de eguns e dissolvedor de ondas negativas, anulando
larvas astrais.
Girassol: Tem aplicação no ritual. Usa-se nas obrigações de cabeça e nos abô e banhos de
descarrego. Tem grande prestígio nas defumações, em face de ser anuladora de eguns e
destruidora de larvas astrais. Nas defumações usam-se as folhas e nos banhos colocam-se,
também, as pétalas das flores, colhidas antes do sol. Não possui uso na medicina popular.
Golfo de flor branca: Planta aplicada em obrigações de cabeça, ebori e banhos dos filhos
de Oxalá. O povo indica suas raízes como adstringente e narcóticas, mas lavadas, debelam
a disenteria e, as flores, as úlceras e leucorréia.
Guaco cheiroso: Aplica-se nas obrigações de cabeça e em banhos de limpeza.
Popularmente, esta erva é conhecida como coração-de-Jesus. Medicinalmente, combate as
tosses rebeldes e alivia bronquites agudas, usando-se o xarope. Como antiofídico (contra o
veneno de cobra), usam-se as folhas socadas no local e, internamente, o chá forte.
Hortelã da horta: conhecida como hortelã de tempero e, deste modo, muito usada na
culinária sagrada e na profana também. Entra nas obrigações de cabeça alusivas a qualquer
orixá. Participa do abô dos filhos-de-santo. Popularmente é conhecido como eficiente
debelador de tosses rebeldes; de bons efeitos nas bronquites é muito útil no tratamento da
asma. É excitante e fortalecedor do estômago.
Jasmim do Cabo: Seu uso restringe-se ao adorno de pejis em jarra ladeando Oxalá. Não
possui uso na medicina popular.
Laranjeira: As flores são aplicadas nas obrigações de ori. São também indicadas em
banhos. Para o povo, o chá desta erva é um excelente calmante.
Lírio do Brejo: Usam-se as folhas e flores nas obrigações de ori, nos abô e nos banhos de
limpeza ou descarrego. O povo emprega o chá das raízes como estomacal e expectorante.
Malva Cheirosa: Usada nas obrigações de cabeça, nos abô e banhos de purificação de
filhos-de-santo. O povo a indica como desinflamado-ra nas afecções da boca e garganta. É
emoliente, propiciando vir a furo os tumores da gengiva. Usa-se em bochechos e
gargarejos.
Malva do Campo: Seu uso se restringe aos banhos descarrego e limpeza. Em seu uso
popular possui o mesmo valor da malva cheirosa.
Mamona: Esta erva é muito utilizada como recipiente para se arriar ebó para Exu. Não
possui uso na medicina popular.
Manjericão Miúdo: Usada na preparação de abô e nos banhos de purificação dos filhos a
entrar em obrigações ou serem recolhidos. É considerado pela medicina caseira como
excelente eliminador de gases.
Noz de Cola: Erva indispensável nos banhos dos filhos de Oxalá. Para o banho, rala-se a
semente, o obi, misturando-se com água de chuva. A medicina popular indica esta erva
como tônico fortificante do coração. É alimento destacado em face de diminuir as perdas
orgânicas, regulando o sistema nervoso.
Noz Moscada: Desta erva utiliza-se o pó em mistura com a canela também em pó. Isto
feito, espalha-se no ambiente caseiro ou em lugar onde se exerce atividade, para melhoria
das condições financeiras. É também usado como defumador. Não possui uso na medicina
popular.
Patchuli: Erva usada em todas as obrigações de ori, ebori, feitura de santo, lavagem de
contas e tiragem de Zumbi. É parte dos abô que se aplicam aos filhos-de-santo. A medicina
popular indica o patchuli como possuidor de um principio ativo que é inseticida.
Saião: Entra em todas as obrigações de cabeça, quaisquer que sejam os filhos e os orixás.
Utilizada também no sacrifício ritual. Medicinalmente, é utilizada para evitar a intolerância
nas crianças. Dá-se misturado o sumo, com leite. Em qualquer contusão, socam-se as folhas
e coloca-se sobre o machucado, protegido por algodão e gaze. Do pendão floral ou da flor
prepara-se um excelente xarope que põe fim a tosses rebeldes e bronquites.
Sálvia: Suas folhas e flores são utilizadas nas obrigações de cabeça, nos abô e banhos de
limpeza dos filhos dos orixás a que pertence. Usada pelo povo como tônico adstringente.
Emprega-se em casos de suores profundos, com grande efeito positivo, contra as aftas e
feridas atônicas da boca. É grande aperiente (desdobradora do apetite).
Sangue de Cristo: Emprega-se em ebori, lavagem de contas e feitura de santo, e usa-se nos
abô dos filhos de Oxalá. É conhecido popularmente como adstringente e tônico geral. Usa-
se o chá ou cozimento das folhas como contraveneno.
Umbu: Possui aplicação em todos os atos da liturgia afro-brasileira, ebori, abô, feitura de
santo e lavagens de cabeça e de contas. Bastante usada com resultados positivos nos abô de
ori e nos banhos de purificação. O povo utiliza suas cascas em cozimento, para lavagens
dos olhos e para pôr fim às moléstias da córnea.
Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas
ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem
termos conhecimento..