Resumo Goodman - Prova I PDF
Resumo Goodman - Prova I PDF
Resumo Goodman - Prova I PDF
Para ser eficaz uma droga precisa abandonar os espaços intravasculares e penetrar nos
intercelulares, ou intracelulares, ou em ambos. A velocidade com que essa droga alcança o seu local
de ação depende de 2 fatores: Absorção e Distribuição. A absorção refere-se a passagem da droga do
seu local de administração para o sangue, enquanto que a distribuição é o suprimento da droga ao
tecido.
Difusão passiva
A maioria das drogas atravessa a membrana por meio desse processo, cuja velocidade depende
principalmente do coeficiente de partição lipídio-água do que da lipossolubilidade. A substância se
acumula na membrana até que as concentrações na membrana e no meio extracelular da mesma se
igualem ao coeficiente de partição; estabelece-se ai um gradiente de concentração entre a membrana
e o espaço intracelular, que é a forca propulsora para o processo de difusão. Assim, quanto maior o
coeficiente de partição de uma droga, maior será o gradiente formado pela membrana para passagem
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dessa substancia ao meio intracelular, e, dessa forma, maior será a velocidade com que essa
substancia se difundira através da membrana.
Filtração
A taxa de filtração depende tanto da existência do gradiente favorável ao processo quanto do
tamanho do poro através do qual a substancia deve ser filtrada. O diâmetro hipotético desses poros é
de 7 Å, o q limita a passagem d compostos com peso molecular de no max. 100 (ex: uréia).
Fluxo de massa
As substancias, em sua maioria,atravessam a parede dos capilares mais rapidamente do que
passam pelas outras membranas corporais. Assim o suprimento das drogas aos diversos tecidos é
limitado pelo fluxo sangüíneo mais do que pela parede celular. Esse fluxo de massa ocorre através dos
poros intercelulares e constitui o principal mecanismo de passagem de drogas pelas membranas
endoteliais dos capilares, a exceção do SNC.
Transporte ativo
Em geral, as drogas não são transportadas dessa maneira, a não ser q se assemelhem às
substancias endógenas (como açúcares e AAs), as quais constituem os substratos normais do sistema
transportador especifico. Esse tipo de transporte pode ser feito por proteínas carreadoras ou através
de canais protéicos presentes na membrana; quando esses transportadores encontram-se saturados,
diz-se q o transporte atingiu o tempo Maximo (Tm). Alem disso, como o transporte ativo depende de
ATP, compostos que inibem a produção dessas moléculas (cianeto) podem prejudicar a eficácia desse
tipo de transporte. São exemplos de substancias transportadas ativamente: Levodopa (parkinsonismo)
e α-metildopa (hipertensão).
Difusão Facilitada
Esse tipo de transporte se assemelha ao transporte ativo, no entanto, não exige ATP para o seu
funcionamento normal, o movimento de moléculas segue a favor do gradiente de concentração.
Contudo, embora o gradiente de concentração seja responsável “dite” o rítimo do transporte, o
aumento da concentração alem da saturação dos transportadores não aumentará a velocidade do
transporte já que este já atingiu o Tm.
Endocitose
Esse processo pode ser dividido em 2 categorias: 1) Captação adsortiva ou fagocítica,
envolvendo partículas ligadas a superfície das membranas; 2) Captação liquida ou pinocítica, em que a
partícula penetra na célula como parte da fase liquida.
Motilidade intestinal
Da mesma forma que o aumento da motilidade intestinal pode ajudar na absorção, misturando
o conteúdo do liquido intestinal por completo e aumentando seu contato com a superfície, pode haver
o inverso, ou seja, o aumento da motilidade pode reduzir o tempo de permanência da droga no
intestino, reduzindo assim a sua absorção. Por outro lado, a redução da motilidade pode aumentar o
tempo de permanência, aumentando também a absorção. Portanto o fator motilidade esta
intimamente relacionado com o tipo de droga no processo de absorção intestinal. Vale ressaltar que
doenças intestinais graves associadas a descamação intestinal reduzem drasticamente a absorção de
drogas por esse órgão.
Alimento
A absorção pelo trato gastrintestinal fica reduzida pela presença de alimentos, porem o
aumento do fluxo sanguíneo esplâncnico, durante a ingestão alimentar, pode contribuir para absorção
das drogas. (PS: achei esses dados meio paradoxais, mas enfim...ta escrito, ta escrito... hahahaha)
Administração Parenteral
Intramuscular e subcutânea
São as formas mais comuns de administração parenteral. Devido ao elevado fluxo sanguíneo e
a capacidade de difusão lateral, a via intramuscular possui uma velocidade mais alta de absorção do
que a subcutânea, contudo esse processo depende da composição do tecido conjuntivo, densidade dos
capilares e da taxa de perfusão local.
Vantagens: aumento da confiabilidade e precisão com os quais os níveis sanguineos das drogas são
finalmente alcançados, absorção e o inicio da ação são razoavelmente rápidos.
Desvantagens: Dor, hipersensibilidade, necrose tecidual local, contaminação microbiana e lesão
nervosa.
Intravenosa
Assegura uma resposta farmacológica imediata, alem de assegurar que drogas com a absorção
precária (ou rápida metabolização) sejam levadas ate o seu órgão alvo. O risco de uma superdose
pode ser considerado como uma seria desvantagem do uso dessa via de administração, outras
desvantagens seriam: embolia, em caso de drogas insolúveis, contaminação por bactérias, qndo o
acesso é mantido por tempo prolongado, fonte possível de contagio de doenças infecciosas como a
AIDS. Alem disso, os fármacos administrados por qualquer via no organismo, exceto pela intra-
arterial, estão sujeitos a uma eliminação de primeira passagem no pulmão, antes da distribuição para
o resto do corpo.
Intra-arterial e Intratecal
A via intra-arterial é ocasionalmente utilizada para efeito localizado em um tecido ou órgão
alvo, como no caso de tumores hepáticos e de cabeça e pescoço. Essa via requer um cuidado extremo,
pois não há efeito de primeira passagem nem retenção pulmonar da droga.
A via intratecal é utilizada no caso de drogas que tem como alvo o SNC, porem não conseguem
ultrapassar a barreira hematencefáica, onde, nesse caso, os fármacos são injetados diretamente no
espaço subaracnóides, como nos casos de anestésicos e drogas para tratamento de tumores
encefálicos.
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Distribuição e Eliminação de Medicamentos
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concentração no cérebro cai seguindo a do plasma, já que há poucas ligaçôes do fármaco aos
componentes cerebrais, levando a um término rápido da anestesia.
A membrana capilar entre o plasma e as células cerebrais é muito menos permeável a drogas
hidrossolúveis que a membrana entre o plasma e outros tecidos. Para ter acesso ao cérebro a partir da
circulação capilar, as drogas devem atravessar as células propriamente ditas, e não o espaço ente
elas. Apenas as substâncias muito lipossolúveis, não-ionizadas, não ligadas, é que conseguem
penetrar nas células, que possuem junções de oclusão contínuas. No plexo coróide, há uma barreira
hematoliquórica semelhante. Evidências indicam que os fármacos podem penetrar no SNC através de
transportadores específicos de recaptação, normalmente envolvidos no transporte de nutrientes e
compostos endógenos. Outro fator funcional são os carreadores de efluxo presentes nas células
endoteliais cerebrais. A glicoproteína P (também presente nos testículos, realizando a mesma função)
é o mais importante e atua permitindo que não ocorra translocação do fármaco através das células
endoteliais, e exportando qualquer fármaco que penetre na barreira por outros meios. Dessa forma,
são necessárias concentrações muito elevadas de fármaco, mesmo com níveis séricos adequados. Os
transportadores de efluxo que secretam ativamente do LCR para o sangue também estão presentes no
plexo coróide, além da saída de fármaco ao longo do fluxo de LCR através das vilosidades aracnóides.
A inflamação meníngea e encefálica aumentam a permeabilidade local.
A transferência potencial de fármacos através da placenta é importante, pois as drogas podem
causar anormalidades congênitas. Os fatores que regulam a passagem de drogas através de qualquer
membrana também se aplicam aqui (lipossolubilidade, ligação a proteínas, etc.). O plasma do feto é
ligeiramente mais ácido que o da mãe, ocorrendo seqüestro iônico das substâncias básicas. Como no
cérebro, a glicoproteína P está presente (além de outra proteína de efluxo chamada BCRP), limitando a
exposição fetal a substâncias potencialmente tóxicas. Uma visão apropriada é a de que até certo ponto
o feto é menos exposto a fundamentalmente todos os fármacos tomados pela mãe.
Os fármacos são eliminados do corpo inalterados pelo processo de excreção ou convertidos em
metabólicos. Os órgãos excretores, com exceção do pulmão, eliminam os compostos polares com
melhor eficiência que os lipossolúveis. Desse modo, os compostos lipossolúveis só são eliminados após
serem metabolizados em compostos mais polares.
O rim é o órgão mais importante para a excreção de fármacos e seus metabólitos. As
substâncias excretadas nas fezes são, principalmente, fármacos não-absorvidos, ou metabólitos
excretados na bile ou secretados diretamente no trato digestivo e, subseqüentemente não
reabsorvidos. A excreção pulmonar é importante, principalmente, para a excreção de gases
anestésicos e vapores. A excreção no leite materno só tem importância pelos possíveis efeitos no
lactente, pois ocorre em pequena quantidade.
A excreção renal envolve três processos: filtração glomerular, secreção tubular ativa e
reabsorção tubular passiva. A função renal decai com o avançar da idade, afetando os três processos.
A quantidade de fármaco que entra na luz tubular depende da filtração glomerular e da extensão de
ligação plasmática, pois somente fármacos livres são filtrados. No túbulo proximal ocorre secreção
tubular ativa mediada por carreadores como a glicoproteína P e a proteína tipo 2 associada a
multirresistência (MRP2), localizados na membrana apical, e responsáveis, respectivamente, pela
secreção de ânions anfipáticos e metabólitos conjugados. Sistemas semelhantes são responsáveis pela
secreção de bases orgânicas. Os transportadores de membrana, principalmente localizados no túbulo
renal distal, também são responsáveis pela reabsorção ativa de drogas de volta a circulação.
No entanto a maior parte dessa reabsorção ocorre por difusão não-ionizada. Nos túbulos
proximal e distal, o gradiente de difusão retrógrada é criado pela reabsorção de água com sódio e
outros íons inorgânicos. Como a difusão é mais fácil às formas ionizadas, a reabsorção passiva é
dependente do pH. Quando a urina está mais alcalina, os ácidos fracos são excretados mais
rapidamente e em maior proporção, pois estão mais ionizados e a reabsorção está diminuída. Quando
a urina está mais ácida, o mesmo ocorre com as bases fracas. No tratamento da intoxicação
farmacológica, a excreção de alguns fármacos pode ser apressada por uma alcalinização ou
acidificação adequada da urina. Uma alteração significativa depende da amplitude e da persistência da
alteração do pH, bem como da contribuição da reabsorção passiva para a eliminação total do fármaco.
Sistemas semelhantes estão presentes nos hepatócitos, proporcionando a excreção dos
fármacos e metabólitos na bile. Os transportadores glicoproteína P e MRP2 atuam da mesma forma.
Por fim, os compostos presentes na bile, são liberados no trato intestinal durante o processo digestivo.
Com existem glicoproteínas P também nos enterócitos, metabólitos e fármacos podem ser
liberados diretamente na luz intestinal. Esses compostos podem ser reabsorvidos novamente para o
corpo ou excretados.
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A excreção de fármacos através de suor, saliva e lágrimas é quantitativamente sem
importância.
A excreção renal exerce um papel modesto na excreção total, devido à reabsorção tubular,
facilitada pelo caráter lipofílico dessas substâncias. Logo, o metabolismo de fármacos e outros
xenobióticos em metabólitos mais hidrofílicos é fundamental para sua eliminação. Em alguns casos,
são gerados metabólitos com atividade biológica potente ou propriedades tóxicas.
As reações de biotransformação dos fármacos são classificadas em reações funcionais de fase I
ou reações biossintéticas (conjugação) de fase II. As reações de fase I introduzem ou expõem um
grupo funcional no fármaco parenteral, levando, geralmente, à perda da atividade farmacológica. Os
pró-fármacos são compostos farmacologicamente inativos, projetados para maximizar a quantidade de
espécie ativa que alcança o local de ação. Eles sofrem hidrólise de uma ligação éster ou amida,
tornando-se biologicamente ativos.
Quando não excretados, os produtos das reações de fase I podem reagir com compostos
endógenos (acetatos, sulfato, ácido glicurônico, glutationa, aminoácidos) formando um conjugado
altamente hidrossolúvel e facilmente excretáveis na urina ou nas fezes.
Os sistemas enzimáticos envolvidos na biotransformação dos fármacos estão localizados no
fígado, embora todos os tecidos tenham alguma atividade metabólica, como o trato digestivo, os rins e
os pulmões. Após administração não-parenteral de um fármaco, uma parte significativa da dose pode
ser metabolicamente inativada no epitélio intestinal ou no fígado antes de alcançar a circulação
sistêmica. Esse metabolismo de primeira passagem limita de modo importante a disponibilidade oral
de fármacos altamente metabolizados.
No interior de determinada célula, a maior parte da atividade do metabolismo dos fármacos se
encontra no retículo endoplasmático (enzimas microssômicas) – principalmente enzimas de fase I - e
no citosol – principalmente enzimas de fase II - , embora também possam ocorrer nas mitocôndrias,
no invólucro nuclear e na membrana plasmática. As principais reações envolvidas no metabolismo dos
fármacos são as oxidativas, de hidrólise e de conjugação.
As diferenças na extensão do metabolismo e, conseqüentemente, na taxa de eliminação do
fármaco, são as principais razões pelas quais os pacientes diferem em suas respostas a uma dose
padronizada e devem ser consideradas ao se estabelecer uma posologia ideal para um determinado
paciente. Uma associação de fatores genéticos, ambientais e mórbidos altera o metabolismo dos
fármacos, com a contribuição relativa de cada um dependendo do fármaco em questão.
Em um número crescente de enzimas que catalisam as reações metabólicas aos fármacos
foram identificadas variações alélicas com atividades catalíticas diferentes da forma selvagem. As
diferenças acarretam perda completa da atividade, redução da capacidade catalítica ou, no caso de
duplicação de genes, aumento da atividade. Além disso, como tem caráter recessivo autossômico
mendeliano, podem gerar subpopulações com diferentes capacidades de metabolização de fármacos
(polimorfismo genético).
A atividade da maioria das enzimas que metabolizam os fármacos pode ser modulada pela
exposição a certos compostos exógenos. Em alguns casos, pode ser um segundo fármaco que leva à
interação quando ingerido concomitantemente. Além disso, micronutrientes da dieta e outros fatores
podem modular positiva ou negativamente as enzimas, induzindo ou inibindo as mesmas. Uma
conseqüência da inibição das enzimas que metabolizam os fármacos é o aumento da concentração
plasmática da droga e a redução de sua excreção, acarretando efeitos farmacológicos exagerados e
prolongados, além do aumento da probabilidade da toxicidade, sendo mais crítica nos fármacos
extensamente metabolizados ou com baixo índice terapêutico. A modulação positiva das mesmas
enzimas, geralmente ocorre pelo aumento da transcrição genética após exposição prolongada a um
agente indutor. Como conseqüência, ocorre aumento na taxa de metabolismo, aumento do
metabolismo oral de primeira passagem e redução da biodisponibilidade, bem como diminuição
correspondente da concentração plasmática do fármaco. Em contrate, no caso de fármacos
metabolizados em metabólicos ativos ou reativos, a indução pode estar associada ao aumento dos
efeitos ou da toxicidade do fármaco, respectivamente. Em alguns casos, uma droga pode induzir o seu
próprio metabolismo (auto-indução). Um exemplo é o anticonvulsivante carbamazepina. Muitas vezes
a dose administrada deve ser aumentada quando usa-se um indutor ao mesmo tempo, porém deve-se
ter o cuidado de reduzir a dose ao se retirar o medicamento, a fim de evitar potencial efeitos adversos.
Como o fígado é o principal local de enzimas metabolizadoras de fármacos, a disfunção desse
órgão nos pacientes com hepatite, doença hepática por álcool, cirrose biliar, esteatose hepática e
hepatocarcinoma, pode levar a um comprometimento na excreção do fármaco. Em geral, a gravidade
da lesão hepática determina a extensão da redução do metabolismo. A insuficiência cardíaca grave e o
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choque podem levar tanto à diminuição da perfusão hepática como ao comprometimento metabólico.
Como resultado, a dose de ataque e a de manutenção são diferentes nos pacientes acometidos por
essas disfunções.
FARMACODINÂMICA
Definição : Estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos das drogas , assim como seus
mecanismos de ação . Elaboração das bases para o uso terapêutico racional e design de agentes
terapêuticos novos e superiores .
RECEPTORES
As proteínas formam a principal classe de receptores (receptores para hormônios , fatores de
crescimento , neurotransmissores , Na+ K+ ATPase , etc) . Outros constituintes celulares também
podem ser bons receptores (como ácidos nuclêicos , importantes para agentes quimioterápicos ) .
Dentro dessa classe , são muito importantes as proteínas que servem como receptor para
ligantes endógenos regulatórios (hormônios , neurotransmissores) . Muitas drogas agem nesses
receptores fisiológicos , e são muito seletivas , pois esses receptores são especializados em
reconhecer e responder a moléculas individuais com grande seletividade . Drogas que se ligam a
receptores fisiológicos e imitam o efeito regulatório de compostos sinalizadores endógenos são
chamados agonistas . Outras drogas se ligam a receptores sem efeito regulatório , apenas bloqueando
a ligação de agonista endógeno . Esses compostos são chamados antagonistas . Agentes que são
apenas parcialmente tão efetivos quanto os agonistas são chamados agonistas parciais . Agentes que
estabilizam o receptor na conformação inativa , são chamados agonistas inversos.
A ligação droga-receptor pode ser do tipo : iônica , ponte de hidrogênio , hidrofóbica , van
der Waals , ou covalente . Drogas que agem através de interações covalentes , ou não-covalente de
alta afinidade , possuem ação prolongada no receptor
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CANAIS IÔNICOS
No caso dos receptores para vários neurotransmissores , são canais iônicos dependentes de
ligante , que alteram o potencial de membrana da célula , ou a composição iônica . Como exemplo , o
receptor colinérgico nicotínico . São proteínas com multisubunidades , que se associam e formam a
parede do canal , e cooperativamente controlam a abertura e fechamento do canal .
FATORES DE TRANSCRIÇÃO
Receptores para hormônios esteróides , T3 , Vit. D , etc . Possuem 3 domínios independentes
: Um para ligação ao hormônio , outro para ligação ao DNA (ativa ou inibe transcrição do gene mais
próximo) e outro para regulação do receptor .
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Uma droga que seria considerada um antagonista num tipo celular (não produz resposta , mas
ocupa o receptor) , pode passar a produzir resposta num outro tipo celular que possui um sistema de
sinalização mais amplificador e , pôr isso , passar a ser considerado um agonista parcial , pôr exemplo
. Pôr outro lado , uma droga considerada um agonista parcial em um tecido pode passar a ser
considerada um agonista total em outro . As propriedades das drogas não mudaram , apenas a
eficiência do sistema de sinalização que mudou , portanto a amplificação do Estímulo aumentou. Isto
mostra que uma droga não pode ser classificada pela magnitude do seu efeito fisiológico , já que uma
droga testada em um tipo celular pode acabar sendo usada em outro tipo .
A alternativa é classificar a droga de acordo com a magnitude de 2 propriedades moleculares :
afinidade pelo receptor e eficácia após ligação . A quantificação dessas propriedades permite prever a
atividade da droga em todos os sistemas a partir do momento que a identidade do receptor é
conhecida .
QUANTIFICANDO AGONISMO :
Duas propriedades das drogas são observáveis : potência e magnitude do efeito .
Potência : É quanto da droga é necessário para surtir um efeito X % . Ex: 0,1 mg de morfina
e 500 mg de aspirina acabam com a cefaléia . Portanto , a morfina é mais potente do que a aspirina ,
visto que uma dose menor de morfina surtiu o mesmo efeito do que uma dose maior de aspirina . A
potência depende de 4 fatores: densidade dos receptores , eficiência dos mecanismos de estímulo-
resposta do tecido , afinidade e eficácia .
Se a potência de dois agonistas é medida no mesmo sistema biológico (ou seja , com a
mesma densidade de receptores e a mesma eficiência dos mecanismos de estímulo-resposta) ,
podemos observar a diferença de afinidade e eficácia entre os dois agonistas . A medida das taxas de
potência do agonista é um método de medir a capacidade de diferentes agonistas induzirem uma
resposta num sistema e prever atividade comparável em outro sistema .
Outro método de estimar a atividade do agonista é comparar as assíntotas máximas em
sistemas nos quais os agonistas não produzem resposta máxima . Assim , é possível comparar apenas
o componente eficácia , enquanto medindo a potência podemos apenas comparar uma função mista de
ambas afinidade e eficácia . As curvas ficam conforme mostradas na FIGURA 2-7
Sinergismo : quando 2 drogas atuam competindo ou não , provocando o mesmo efeito .
QUANTIFICANDO ANTAGONISMO :
FIGURA 2-8
Antagonismo Competitivo: Uma droga que não possui eficácia intrínseca , porém tem
afinidade , compete com o agonista pela ligação ao sítio . Padrão na curva dose-resposta do agonista :
desvio para a direita dependente da concentração do antagonista e sua afinidade pelo receptor ,
porém sem mudança na resposta assíntota máxima (se aumentar muito a concentração do agonista ,
este vai alcançar a mesma resposta assíntota máxima) . Portanto , a afinidade de um antagonista
competitivo pelo seu receptor pode ser determinada pela habilidade de desviar uma curva dose-
resposta do agonista para a direita . O desvio para a direita significa um aumento do EC50 do agonista
linear com a concentração de antagonista . É interessante notar que um agonista parcial também
compete com um agonista total pelo sítio de ligação . Portanto , agonistas parciais podem ser
utilizados terapeuticamente para diminuir a resposta pela inibição de estímulo indesejado , porém sem
abolir totalmente o estímulo do receptor .
Antagonismo não-Competitivo : Ocorre quando o antagonista não se dissocia do receptor ou
se dissocia muito lentamente , fazendo com que a resposta máxima do agonista seja diminuída ,
dependendo da concentração de antagonista . Na curva dose-resposta , ocorre desvio para a direita
além de diminuição da resposta máxima (mesmo que aumente a concentração do agonista , este não
alcança a resposta máxima , já que existem receptores irreversivelmente ocupados) .
Antagonismo alostérico : pode produzir antagonismo não competitivo . A droga antagonista se
liga a um sítio distinto do sítio ocupado pelo agonista , porém promove modificações que modificam a
afinidade do agonista pelo receptor . A afinidade do agonista pelo receptor é diminuída . Ocorre o
mesmo padrão que o antagonismo não-competitivo . Esse efeito é saturável : a inibição alcança um
valor limite , quando o sítio alostérico está totalmente ocupado . Pode ocorrer também efeitos
alostéricos que potencializam os efeitos dos agonistas . Nesse caso , ocorre um desvio da curva dose-
resposta para a esquerda , com aumento da resposta máxima .
AGONISTAS INVERSOS
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Em casos em que um tecido se comporta como se tivesse um agonista presente , porém
apresenta a conformação ativa independente de agonista , ocorrerá uma sinalização constitutiva .
Então são utilizados os agonistas inversos , que se ligam seletivamente à forma inativa do receptor e
desvia o equilíbrio conformacional para o estado inativo .
CONSIDERAÇÕES FARMACODINÂMICAS
FIGURA 3-2
As curvas concentração-efeito possuem 4 variáveis :potência , declive , eficácia máxima e
variação individual (formando o sigmóide )
Potência : Expressa pela localização da curva no eixo X . Drogas mais potentes não sai
superiores , já que uma droga menos potente pode ser dada na dose conveniente (até o ponto em que
não há toxicidade) .
Eficácia máxima: É determinada pelas propriedades da droga e se reflete no platô da curva
concentração-efeito . É uma característica muito mais importante do que a potência . É importante
notar que , nesse ponto , nem todos os receptores da droga estão ocupados . Aqueles que estão livres
são chamados de receptores de reserva . Porém , mesmo que haja ocupação dos receptores de
reserva , não haverá aumento do efeito .
Declive: Reflete o mecanismo de ação da droga (formato da curva descreve a ligação da droga
ao seu receptor) . Possui uso apenas teórico , não prático .
Variabilidade Biológica : Indivíduos diferentes variam na magnitude da resposta à mesma
concentração de uma droga . Uma curva concentração-efeito se aplica apenas a um indíviduo em um
dado momento .
PARASSIMPÁTICO SIMPÁTICO
Neurônio
Pré-
ganglionar
ACh ACh
Receptor Receptor
Nicotínico Nicotínico
Neurônio
Pós-
ganglionar
ACh NA
Receptor Receptor ACh
Muscarínico Adrenérgico Receptor
Nicotínico
Tecido
Tecidos Adrenal
ADRENALINA
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SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO
É composto por fibras pré-ganglionanes longas que tem origem nos núcleos do 7º, 8º, 9º, 10º
pares de nervos cranianos e na região medular sacral (S2, S3 e S4). Eles também liberam acetil-colina
na fenda sináptica que fazem com os neurônios pós-ganglionares. Os neurônios pós-ganglionares são
curtos, possuem receptores nicotínicos e se localizam em gânglios perto dos órgãos que inervam. Tais
órgãos possuem receptores nicotínicos.
O sistema nervoso entérico não tem conexão exclusiva com o SNC. Embora sob a influência dos
nervos parassimpáticos pré-ganglionanes, a liberação de transmissores é de modo geral dominada por
controle local.
TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA
SÍNTESE e ARMAZENAMENTO
O precursor colinérgico é a TIROSINA um aminoácido que é captado ativamente pelos
neurônios e é transportado até as terminações nervosas. Então esse aminoácido sofre, no citoplasma,
a ação da enzima TIROSINA HIDROXILASE que converte TIROSINA em DOPA. Essa é considerada a
etapa limitante da síntese de catecolaminas. A estimulação nervosa dos nervos adrenérgicos promove
a ativação de tal enzima e compostos catecólicos podem por feedback negativo inibi-la.
Ainda no citoplasma DOPA é convertido a DOPAMINA. Cerca da metade da DOPAMINA é então
transportada ativamente para vesículas. Dentro dessas a enzima DOPAMINA HIDROXILASE (DBH) faz
a conversão de DOPAMINA em NOR-EPINEFRINA.
Fármacos que inibem a síntese:
Metiltirosina : Bloqueia a síntese pela inibição da Tirosina Hidroxilase
Metildopa: inibe a conversão de Dopa em Dopamina. Esse composto sofre ação da Dopa
descarboxilase formando um composto inativo.
Tetrodotirosina: bloqueia os canais de Na+ impedindo a entrada de Tirosina
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TIROSINA
TIROSINA HIDROXILASE
citoplasma
Etapa limitante
DOPA
DOPA DESCARBOXILASE
FENMT-fenilalanina metil
transferase
Etapa que só ocorre na adrenal
ADRENALINA
LIBERAÇÃO:
O Estímulo nervoso chega ao terminal promovendo o influxo de Ca 2+, que permitirá a mobilização e
fusão das vesículas culminando com a liberação de seu conteúdo.
Fármacos que atuam sobre a liberação:
Bretílio, guanadrel e guanetidina (antiadrenérgicos): evitam a liberação da NA pelo impulso
nervoso. No entanto, podem estimular transitoriamente a liberação de NA pela sua capacidade de
deslocar aminas de seus locais de armazenamento.
Tiramina, efedrina, anfetamina (simpáticomiméticos): liberação rápida de NA, promovem a
neuroexocitose ou o deslocamento do transmissor do terminal nervoso e também inibem a MAO
impedindo a degradação da NA liberada.
Reserpina (antiadrenérgico): bloqueia a captação vesicular das aminas, pois compete com a
Dopamina pelo transportador vesicular, produzindo uma depleção lenta e prolongada dos
transmissores adrenérgicos (NA, Dopamina e Serotonina). Os transmissores são então liberados e
degradados pela MAO.
Verapamil (antiadrenérgico): inibe os canais de Ca2+ impedindo a liberação de NA
RECAPTAÇÃO:
O mecanismo mais importante de interrupção do estímulo adrenérgico é a CAPTAÇÃO 1, que consiste
no transporte por carreadores da nor-epinefrina pelo terminal axônico e o armazenamento desta,
também por carreadores, nas vesículas. A CAPTAÇÃO 2 é a captura da NA pelos terminais pós-
sinapticos, porém esse mecanismo pouco contribui para a interrupção do estímulo.
Fármacos que atuam sobre a recaptação:
Cocaína e Imipramina (simpáticosmiméticos): são antidepressivos tricíclicos. Inibem a recaptação
das aminas pela membrana axoplasmática. Inibem a CAPTAÇÃO 1, disponibilizando por maior tempo
as aminas na fenda sináptica.
METABOLIZAÇÃO:
Duas enzimas são importantes nesse processo a monoaminoxidase (MAO) e a catecol-O-
metiltransferase (CONT). Ambas as enzimas estão amplamente distribuídas pelo corpo, concentrações
elevadas dessas estão presentes principalmente nos rins e no fígado. A CONT quase não está presente
nos terminais axônicos ficando a metabolização a cargo da MAO. A MAO está associada à membrana
externa da mitocôndria enquanto que a CONT encontra-se no citoplasma. A célula efetora não tem
Mão somente CONT. Sobre a ação da CONT a NA é convertida a Normetanefrina e a Adrenalina a
Metanefrina. A adrenalina e a NA também tem como metabólitos intermediários o VMA e o MOPEG e
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como metabólito final o MOPGAL. Esses metabólitos têm especial importância na investigação de
feocromocitomas. Nesta condição esses estarão aumentados na urina
Inibidores da recaptação: têm pouco efeito sobre as respostas simpáticas.
Pargilina, Nialamina, Tranilcipromina: são inibidores da MAO e seu principal efeito é potencializar
a ação da Tiramina.
RECEPTORES ADRENÉRGICOS
A ativação dos receptores adrenérgicos tem efeitos mediados pela proteína G e seus segundos
mensageiros e canais iônicos associados.
Receptores -Adrenérgicos:
Receptores -adrenérgicos:
Todos os receptores -adrenérgicos ativam a Ptn Gs
1-
AGONISTA: Iso Epi = NE, Dobutamina
ANTAGONISTA: Metoprolol
Coração – Aumento da força e freqüência de contração e da velocidade de condução no nodo AV
Células Justaglomerulares – secreção de Renina
2-
AGONISTA: Iso Epi (a NE não tem efeito sobre esse receptor), Terbutalina.
Músculo Liso (vascular, brônquico, gastrintestinal e geniturinário) – Relaxamento.
Músculo Esquelético – Glicogenólise e captação de K+
Fígado – Glicogenólise e Gliconeogênese
3-
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AGONISTA: Iso = NE Epi
Tecido adiposo - Lipólise
Agonistas adrenérgicos
Agonistas adrenérgicos
Ação Ação
Ação direta mista indireta
Seletivo Não seletivo LNA IAR IAE
α2 α1α2
fenilefrina oxymetazolina adr anfetamina cocaína pargilina
α2
clonidina β1β2 isoproterenol tiramina entacapone
β1
dobutamina α1α1β1β2 adr
β2
terbutalina α1α2β1 nor-adr
- tratamento com guanitidina e reserpina causa depleção de nor-adr dos terminais nervosos
adrenérgicos.
- a ação dos agonistas de ação direta não é prejudicada pelo uso prévio de guanitidina e reserpina. Ao
contrário, pode até exacerbar os efeitos destas drogas, pois a depleção de nor-adr causa mudanças
compensatórias como upregulation dos receptores ou amplificar o transdução do sinal.
- a ação dos agonistas indiretos vai estar abolida com o uso prévio de guanitidina e reserpina, pois a
ação dos mesmos se baseia na liberação dos neurotransmissores, os quais estão depletados pelo uso
dessas substâncias.
- a ação dos agonistas mistos vai estar prejudicada com o uso prévio de guanitidina e reserpina, pois
estes retêm alguma ação direta.
18
Catecolaminas endógenas
Adrenalina
- atua em receptores α1,α2,β1,β2
- efeitos vasculares:
- O efeito principal ocorre em arteríola e esfíncter pré-capilares, mas também ocorre em
grandes artérias e veias.
- Injeção de adr diminui o fluxo cutâneo por ação em receptores α .
- Fluxo sangüíneo para os músculos aumenta em doses terapêuticas de adr devido a ação maior
em β2 .
- A secreção de renina aumenta por ação direta da adr em β1 no aparelho justaglomerular renal
.
- Fluxo coronariano aumenta.
- Efeitos cardíacos:
-Adr é um potente estimulante cardíaco atuando principalmente em β1 mas também em β2e β3
.
- Os efeitos diretos são inotropismo positivo aumenta a FC, diminui o tempo de relaxamento,
aumenta a excitabilidade e induz a automatização de regiões especificas, aumenta a DC.
- Adr aumenta a FC acelerando a despolarização lenta das células do nodo sinoatrial (NSA)
- Doses excessivas podem levar a arritmias e contrações prematuras ventriculares.
- A adr também causa fibrilação ventricular e contrações ventriculares prematuras
- efeitos respiratórios:
- relaxa músculo bronquial, promovendo broncodilataçao
- uso de adr na asma causa além da broncodilataçao, efeitos em inibir a liberação de
mediadores inflamatórios pelo mastócitos por uma ação mediada por β2 e outra ação
diminuindo a congestão e secreção da mucosa bronquial, mediado por receptores .
- efeitos no SNC:
19
- Devido ao caráter polar, a adr não possui em doses terapêuticas a ação importante no SNC,
embora com o seu uso cause irriquietaçao, apreensão, cefaléia, tremores (esses tremores
podem ser secundários aos efeitos cardiovasculares, musculares esqueléticos e no
metabolismo intermediário da adr)
- efeitos no metabolismo:
- adr eleva as concentrações de glicose e lactato no sangue
- inibe a secreção de insulina por ação em 2 e aumenta por ação em β2, mas o efeito
predominante é o de inibição.
- Liberação de glucagon é aumentada por ação nos receptores β
- Diminui a entrada de glicose nos tecidos periféricos tanto pela sua ação na insulina como
também por uma ação direta no músculo esquelético.
- Estimula glicogenólise por ação nos receptores β
- Aumenta a concentração plasmática de triglicerídeos por ação em β, ativando a triglicerídeo
lípase nos adipócitos.
- Aumenta o metabolismo
- uso terapêutico:
- O uso clinico está baseado na sua ação nos vasos, coração e músculo liso bronquial.
- Já foi usado para aliviar broncoespasmo mas agora agonista β2 seletivos são usados
- Usado para promover alivio rápido a reações de hipersensibilidade como anafilaxia a drogas
e alérgenos
- Usado para prolongar a ação dos anestésicos locais
- Usado para pacientes com parada cardíaca
- Como agente tópico hemostático em superfícies ou em ulceras pépticas sangrantes durante
endoscopia.
Noradrenalina
- neurotransmissor liberado pelos neurônios pós-ganglionares simpáticos
- potente ação em β1, como a adr, mas pouca ação em β2. Ambos são potentes estimulantes dos
receptores mas a adr é mais potente.
- a comparação da adr com a nor-adr ver tabela 10-2
- efeitos cardiovasculares:
- os efeitos da infusão de nor-adr é visto na figura 10-3
- PD, pressão de pulso e pressão sistólica são aumentados.
- DC inalterado ou diminuído, RVP aumentado.
- Reflexo vagal ativado pelo aumento da PM levam a diminuição da FC e o volume sistólico
aumenta
- Fluxo coronário geralmente aumenta provavelmente devido a ação indireta assim como a
adr induz dilatação das artérias coronarianas e a alta pressão.
20
- Como se o efeito é predominantemente em o uso de antagonista não causa hipotensão ,
pois a nor- adr não age em β2
-Outros efeitos:
- Outras respostas a nor-adr não são proeminentes em humanos
- Pode causar hiperglicemia e outros efeitos metabólicos similares a adr, mas estes são
observados apenas quando altas doses são administradas.
OBS: para ver diferenças entre adr e nor-adr ver tabela 10-2
Dopamina
- Precursor da adr e nor-adr , é um importante neurotransmissor central
- Na periferia é sintetizado nas células epiteliais do túbulo proximal onde exerce efeitos locais
diuréticos e natriuréticos.
- Efeitos cardiovasculares:
- Baixas concentrações ativam o receptor vascular D1 renal, mesentérico e coronariano
causando vasodilatação.
- Efeito inotrópico positivo atuando em β1 cardíaco. Também causa a liberação de nor-adr
dos terminais nervosos, contribuindo aos efeitos cardíacos.
- Taquicardia é menos proeminente daquela provocada por isoproterenol
- Aumenta pressão sistólica e pressão de pulso e pouco ou nenhum efeito na PD
- RVP está normalmente inalterada devido à ação dilatadora em alguns leitos vasculares
como renal, mesentérico e coronariano e vasoconstrição em outros
- Em altas doses ativa receptores causando vasoconstrição
- outros efeitos:
- Não apresenta efeitos no SNC, pois não atravessa a barreira hemato-encefálica.
- uso terapêutico:
- Usado no tratamento de insuficiência cardíaca congestiva severa, principalmente em oligúria
e com normal ou baixa RVP, devido à capacidade deste em aumentar a pressão hidrostática
nos capilares peritubulares e diminuir a pressão oncótica, diminuindo assim a reabsorção de
Na pelo túbulo proximal.
- Melhora os parâmetros do choque séptico e cardiogênico
Catecolaminas Endógenas
As respostas fisiológicas e metabólicas que ocorrem após estimulação dos nervos simpáticos
em mamíferos são habitualmente mediadas pelo neurotransmissor norepinefrina, embora determina-
dos co-transmissores, como peptídios, possam contribuir potencialmente para os efeitos simpáticos.
21
Como parte da resposta ao estresse, a medula supra-renal também é estimulada, com conseqüente
aumento das concentrações de epinefrina na circulação. A epinefrina funciona como hormônio,
atuando em locais distantes na circulação. As ações dessas 2 catecolaminas são muito semelhantes
em alguns locais, porém diferem significativamente em outros.
A maioria das ações das catecolaminas e dos agentes simpaticomiméticos pode ser classificada em 7
grandes tipos:
(1) ação excitatória periférica sobre determinados tipos de músculo liso, como os dos vasos
sanguíneos que irrigam a pele, os rins e as mucosas, e sobre células glandulares, como aquelas das
glândulas salivares e sudoríparas;
(2) ação inibitória periférica sobre outros tipos de músculo liso, como os da parede intestinal, da
árvore brônquica e dos vasos sanguíneos que suprem a musculatura esquelética;
(3) ação excitatória cardíaca, responsável pelo aumento da freqüência cardíaca e da força de
contração;
(4) ações metabólicas, como aumento da taxa de glicogenólise no fígado e no músculo e liberação de
ácidos graxos livres do tecido adiposo;
(5) ações endócrinas, como modulação (aumento ou diminuição) da secreção de insulina, renina e
hormônios hipofisários;
(6) ações sobre o SNC, como estimulação respiratória e, no caso de alguns fármacos, aumento do
estado de vigília e atividade psicomotora e redução do apetite;
(7) ações pré-sinápticas, que resultam em inibição ou facilitação da liberação de neurotransmissores,
como norepinefrina e acetilcolina;
Do ponto de vista fisiológico, a ação inibidora é mais importante que a ação excitatória.
EPINEFRINA
É um potente estimulador dos receptores e -adrenérgicos. Porém os receptores são mais
sensíveis à epinefrina que os receptores
Pressão arterial: a alteração da epinefrina sobre a PA depende da forma de administração
adotada (ação bifásica devido a maior afinidade pelos receptores vasodilatadores do que os
vasoconstritores, porém a densidade dos receptores é maior que dos )
- Intravenosa rápida: a PA sofre rápida elevação até atingir um pico proporcional à dose. A
pressão sistólica tem aumento maior (devido ao inotropismo positivo) que o da pressão
diastólica (devido ao aumento da RVP por 1), aumentando a pressão de pulso e a pressão
média.
- Intravenosa lenta ou por via subcutânea: há elevação moderada da pressão sistólica
(inotropismo positivo e aumento do DC), porém a pressão diastólica cai devido a uma ação
dominante sobre os receptores vasodilatadores (reduzindo a RVP). Assim a pressão média
deverá oscilar pouco, podendo até ter leve depressão.
A elevação da PA tem mecanismo triplo: inotropismo positivo, cronotropismo positivo (que pode ser
desacelerado por reflexo vagal compensatório) e vasoconstrição periférica.
Efeitos vasculares: vários leitos vasculares reagem diferentemente a epinefrina, resultando numa
redistribuição significativa do fluxo sanguíneo.
- fluxo sanguíneo cerebral( ): +
- fluxo sanguíneo p/ músculos esqueléticos( ): +++
- fluxo sanguíneo cutâneo ( ): - -
- fluxo sanguíneo renal( ): - (estimulando o SRAA, principalmente por estimulação direta dos
receptores do aparelho justaglomerular)
22
- fluxo sanguíneo coronariano ( ): + (principalmente devido ao aumento do tempo relativo
de diástole, aumento da pressão sanguínea aórtica e vasodilatação mediada pela adenosina
liberada pelos miócitos quando aumentam o consumo de oxigênio)
Efeitos cardíacos: a epinefrina atua diretamente sobre os receptores predominantes do miocárdio,
das células do marca-passo e do tecido condutor, provocando os seguintes efeitos: inotropismo
positivo, dromotropismo positivo, cronotropismo positivo, aumento do débito cardíaco, diminuição da
eficiência cardíaca (trabalho/consumo de O2), aumento da excitabilidade, aceleração da freqüência de
batimentos espontâneos, aumento da taxa de relaxamento, reduz o período refratário do NAV.
O aumento da freqüência cardíaca reduz preferencialmente a sístole, normalmente mantendo a
duração da diástole.
Em casos de sensibilização prévia por anestésicos ou infarto do miocárdio a epinefrina pode precipitar
extra-sístoles ventriculares, taquicardia ventricular multifocal e fibrilação ventricular.
Efeitos sobre os músculos lisos: (ver quadro 6.1 – pág.92)
- intestinal ) : relaxamento (redução do tônus e da peristalse)
- estômago ( ) : geralmente provoca relaxamento pilórico, mas se o tônus estiver baixo
provocará contração
- bexiga : retenção urinária [relaxamento do músc. detrusor da bexiga( ), contração
esfinctérica( )]
Efeitos respiratórios: broncodilatação (relaxamento da musculatura brônquica - )
Efeitos sobre o SNC: por ser bastante polar, a epinefrina não atravessa a barreira hemato-liquórica.
Efeitos metabólicos: glicogenólise, gliconeogênese, lipólise, inibição da secreção de insulina,
estimulação da liberação de glucagon, ação calorinogênica (degradação do tec. adiposo marrom)
Outros efeitos:
- reduz o vol plasmático circulante;
- sudorese e atividade pilomotora;
- midríase, redução da produção de humor aquoso, reduzindo a pressão intraocular (não ocorre
c/ aplicação tópica)
- facilita a transmissão neuromuscular; aumenta o tremor fisiológico
Absorção: a epinefrina é degradada na mucosa gastrintestinal, portanto não deve ser administrada
por via oral. A absorção subcutânea é dificultada pela vasoconstrição local. Tem eficaz absorção por
via intramuscular e inalação.
NOREPINEFRINA
DOPAMINA
Agonistas β adrenérgicos
Isoproterenol
- agonista não seletivo dos receptores β, com afinidade muito baixa aos receptores
- para a ação comparada deste com a adr e a nor-adr ver figura 10-3
-efeitos farmacológicos:
- Infusão causa redução da RVP e PD. A pressão sistólica pode se manter ou aumentar, mas a
PM normalmente cai.
- O DC aumenta devido ao inotropismo e cronotropismo positivo da droga e da redução da
RVP
- Os efeitos cardíacos podem levar a palpitações, taquicardia sinusal e arritmias mais sérias.
- Relaxa praticamente todos os músculos lisos quando o tônus está elevado, mas pronunciado
nos brônquios e trato GI, prevenindo assim a broncoconstrição.
- uso terapêutico;
- Em emergência para estimular a FC em pacientes bradicárdicos ou com bloqueios de
condução, principalmente naqueles em que irão colocar marca passo e com arritmias
ventriculares.
- Asma e choque
Dobutamina
- seu efeito é devido ação nos receptores β e
- seu efeito não resulta na liberação de nor-adr dos terminais adrenérgicos ou pela ação nos
receptores dopaminérgicos
- possui ação em β1 principalmente mas também exerce efeito agonista a antagonista em 1 (devido a
presença de isômeros com ações antagônicas)
-efeitos cardiovasculares:
- Tem maior efeito ino e cronotrópico em relação ao isoproterenol. Isto se deve em parte a
RVP se manter quase inalterada
- Em doses inotrópicas equivalentes, o isoproterenol aumenta mais o automatismo do NSA,
embora a condução atrioventricular e intraventricular esteja igualmente aumentada em
ambas.
- em doses terapêuticas, a dobutamina aumenta a contratilidade cardíaca e o DC. RVP não se
altera, provavelmente isto está relacionada pela ação oposta dos receptores 1 aos β2
24
- efeitos adversos:
- pode levar a hipertensão e taquicardia
- Assim como todo inotrópico pode levar ao aumento da extensão da área infartada por levar
ao aumento do consumo de O2.
- pode levar a tolerância
- uso terapêutico
- tratamento a curto prazo de pacientes após cirurgia de descompressão cardíaca, com
insuficiência cardíaca congestiva ou com infarto agudo do miocárdio. Nos últimos, a droga
aumenta o DC e o volume sistólico sem aumentar a FC
- ½ vida de 2 minutos
Metaproterenol
- resistente a metilação por COMT
- bem absorvido oralmente
- menos seletivo que a terbutalina e o albuterol
- usado para tratamento a longo prazo de DPOC e asma
Terbutalina
- resistente a metilação por COMT
- para tratamento a longo prazo de DPOC, broncoespasmo agudo e estado asmático
Albuterol
- inalatório ou oral
- pode levar ao adiamento do trabalho de parto
- para tratamento a longo prazo de DPOC, broncoespasmo agudo e estado asmático
Ritodrine
- usado como relaxamento uterino
Efeitos adversos:
- os efeitos mais graves são aqueles que possuem cardiopatia, mas que pode ser contornado pelo uso
da administração por via inalatória.
- tremores, ansiedade, apreensão.
- taquicardia e em cardiopata arritmias e isquemia cardíaca.
Fenilefrina
- ativa receptores β apenas em altas concentrações
- causa vasoconstrição importante
25
- também usado como descongestionante nasal e como midriático
Clonidina
- causa hipotensão, bradicardia e sedação
- quando injetada na veia causa um pico de hipertensão devido a ativação dos α2 pós sinápticos. Esta
reação normalmente não é vista quando administrada oralmente, mas que após este pico se segue um
quadro de hipotensão
- clonidina diminui a descarga simpática nas fibras pré-ganglionares no nervo esplânico e nas fibras
pós-ganglionares dos nervos cardíacos. Também aumenta a descarga parassimpática, auxiliando a
reduzir a FC
- clonidina diminui a liberação de nor-adr e aumenta sua excreção renal
- alguns efeitos antihipertenivos podem ser também mediados pela ativação dos α2 pré-sinápticos
- efeitos adversos incluem boca seca, sedação, disfunção sexual, bradicardia importante
- uso principal no tratamento da hipertensão
Apraclonidina
- usado topicamente para reduzir pressão intraocular
Anfetamina
- potente estimulante do SNC e efeitos indiretos em α e β periféricos
- efetivo por via oral e de duração de horas
- aumenta PS e PD. FC é diminuído por reflexo vagal. DC não aumenta em doses terapêuticas, assim
como o fluxo cerebral. Podem surgir arritmias
- efeito de potente constritor do esfíncter urinário sendo usado nas incontinências urinárias
- estimula o centro respiratório, causa, agitação, diminuição da fatiga e sono, depressão do apetite
- efeitos adversos incluem tremores, reflexos hipereativos, tensão, irritabilidade, insônia, euforia,
febre, cefaléia, palidez ou flushing, palpitações, hipertensão ou hipotensão e sudorese.
- pode induzir a dependência
Efedrina
- agonista de ação mista atuando em α e β
- aumenta FC, DC e a pressão arterial
- potente estimulante do SNC
- usada no tratamento da incontinência urinária, na asma e na hipotensão
- efeitos adversos semelhantes aos da anfetamina
-choque: em termos gerais o tratamento consiste em usar um agonista β para promover inotropismo
cronotropismo, agonista α para aumentar RVP e dopamina para promover dilatação dos leitos renais e
esplânicos, aumentar a contractilidade, aumentando menos a FC do que o isoproterenol. Dobutamina
pode ser usada uma vez que aumenta contractilidade, mas com aumento da FC, o menor aumento de
todos, e do consumo de O2.
- hipotensão: normalmente usado agonistas α
- hipertensão: atuando em receptores α2, como a clonidina
- arritmias: adr é o principal agente utilizado, mas também se utiliza agonistas α, ambos na tentativa
de aumentar PD e com isso o fluxo coronariano. As arteríolas cerebrais são pouco sensíveis as
catecolaminas, por isso o fluxo sangüíneo cerebral é mantido.
26
- ICC: agonistas β é um importante mecanismo compensatório na ICC. O tratamento agudo com
agonistas β possui bom resultado em aumentar DC mas o uso contínuo como agente inotrópico não é
eficaz.
- efeitos vasculares locais dos agonistas α: adr usada em cirurgias para promover hemostasia e
diminuir a mucosa e melhorar a visão. Aumentar a ½ vida dos anestésicos locais e injeções de
agonistas α no pênis podem reverter o priapismo.
- descongestão nasal: agonistas α atuam reduzindo o volume da mucosa e melhorando a passagem do
ar por causar venoconstrição por α1 e vasoconstrição arterial por α2. o uso por via oral pode levar a
efeitos sistêmicos.
-asma: uso de agonistas β2
- reações alérgicas: adr é a droga de escolha para reverter uma reação de hipersensibilidade aguda.
Além dos efeitos cardíacos e vasculares, a adr exerce um efeito nos mastócitos inibindo a liberação de
histamina.
- narcolepsia: uso de agonistas adrenérgicos que causem excitação no SNC
- Redução de peso: uso de anorexígenos como a anfetamina promovem o emagrecimento mas
possuem vários efeitos colaterais, já mencionados, mas como principal a indução a dependência.
- transtorno de déficit de aprendizagem e atenção: uso de estimulantes como a anfetamina e
metilfenidato promovem o emagrecimento mas possuem vários efeitos colaterais, já mencionados,
mas como principal a indução a dependência.
Catecolaminas
endógenas adrenalina
noradrenalina
dopamina
Agonistas β isoproterenol
dobutamina
Agonistas β2
seletivos metaproterenol
terbutalina
albuterol
ritodrine
Agonistas α1
seletivos fenilefrina
mefentermina
metamirol
Agonistas α2
seletivos clonidina
apraclonidina
brimonidina
Outros agonistas anfetamina
metanfetamina
metilfenidato
efedrina
obs: Os efeitos mais importantes dos antagonistas α- adrenérgicos são observados no sistema
cardiovascular.
Antagonistas α1 - adrenérgicos
Antagonistas α2 adrenérgicos
Fentolamina e tolazolina
Indoramina
Antagonista α1 seletivo, reduz a PA com taquicardia mínima. Pode causar sedação, boca seca e falha
de ejaculação.
Ioibina
Antagonista α2 seletivo, penetra facilmente no SNC aumentando a PA e FC, além de intensificar a
atividade motora. Pode causar tremores. Também é antagonista da S-HT.
Bloqueadores β – Adrenérgicos
CARDIOVASCULARES
Os efeitos cardiovasculares estão geralmente presentes quando o tônus simpático está
aumentado (exercício, stress), não sendo notados normalmente. Eles podem ser divididos em efeitos à
curto e à longo prazo.
A administração à curto prazo de bloqueadores β adrenérgicos reduz o débito cardíaco,
aumenta a resistência vascular periférica (bloqueio β2 e aumento do tônus α), reduz o cronotropismo
(freqüência) e a automaticidade cardíaca (ação anti - β1 e β2), reduz o dromotropismo (condução) A-
V, reduz o inotropismo e aumenta o período refratário funcional do nodo AV.
A administração à longo prazo desses antagonistas mantém a redução do dromotropismo,
cronotropismo e inotropismo vista na instilação à curto prazo, contudo algumas diferenças são
notadas: o Débito Cardíaco volta ao normal, com regularização do ritmo e aumento da fração de
ejeção; a Resistência Vascular Periférica diminui devido a um mecanismo ainda incerto. É provável que
a RVP volte ao normal devido à ação dos Bloqueadores no SNC, bloqueio do Sistema de Renina
Angiotensina e vasodilatação à longo prazo, reduzindo a pressão arterial.
O efeito terapêutico dos β Bloqueadores no tratamento de doenças cardíacas depende de um
balanço no volume ejetado e na necessidade de oxigênio para trabalho do coração. Quanto maior o
volume ejetado do coração, maior será a demanda do coração por oxigênio e sangue, pois maior será
o trabalho do órgão. Assim, se o coração ejetar muito sangue para a periferia (inclusive para ele
29
mesmo) às custas de um aumento excessivo de sua demanda, ocorre um desbalanço. Um exemplo
desse fenômeno é a resposta adrenérgica à queda de pressão, que aumenta o cronotropismo,
dromotropismo e inotropismo do coração, aumentando a demanda por O2. Normalmente o coração
consegue suportar esse fenômeno, porém quando as coronárias estão obstruídas o órgão não
consegue suprir sua própria demanda. Por isso, o uso de β Bloqueadores tende a equilibrar essa
relação, ao diminuir a demanda por O2.
No tratamento da ICC, seu efeito só pode ser visto à longo prazo e em certos pacientes
restritos, em que deve haver o retorno do débito cardíaco e da resistência vascular periférica ao
normal. Lembre-se que os efeitos a curto prazo são diminuição do débito cardíaco e aumento da RVP,
por isso o uso desses β bloqueadores pode ser letal para pacientes com ICC.
No tratamento da hipertensão seus efeitos são incertos, pois o Bloqueio β2 contribui com o
aumento da RVP inicialmente. Seus efeitos anti-hipertensivos só são vistos à longo prazo, como
descrito anteriormente.
PULMONAR
Os β Bloqueadores tem como efeito principal o bloqueio β2 no trato respiratório, causando
intensa broncoconstrição. Este efeito pode causar reações adversas em pacientes asmáticos ou com
DPOC. Antagonistas β1 seletivos não tem eficácia segura nesses pacientes.
METABÓLICOS
A glicogenólise mediada pela noradrenalina durante as situações de stress é consideravelmente
diminuída com o uso de β bloqueadores. Pacientes com diabetes insulino-dependente lábel (surtos de
hipoglicemia) devem tomar cuidado com os antagonistas β, pois sua capacidade de mobilizar glicose
estará reduzida. Os β Bloqueadores impedem que a taquicardia da hipoglicemia ocorra e não
influenciam na liberação de insulina. Os Bloqueadores β também diminuem a lipólise como suporte
energético, em situações ativas do sistema simpático. Após o uso crônico de β-Bloqueadores, ocorre
também aumento dos níveis séricos de VLDL e diminuição dos níveis de HDL - mecanismo
desconhecido.
Os β bloqueadores podem ser usados no tratamento de hipertireoidismo, onde ocorre aumento
do tônus simpático no coração em resposta ao aumento de hormônios tireoidianos.
OCULARES
β bloqueadores tendem a reduzir a pressão intra-ocular por redução na síntese de humor
aquoso, sendo indicados no tratamento do glaucoma de ângulo aberto (aumento da secreção ou
diminuição da drenagem de humor aquoso – não ocorre obstrução do ângulo de drenagem do H.
AQUOSO).
SNC
Alguns bloqueadores β podem ser usados em desordens centrais, como no tratamento do
tremor essencial e da enxaqueca. O mecanismo de ação desses fármacos ainda está sendo
investigado.
FÁRMACOS ESPECÍFICOS
PROPANOLOL
O propanolol é um antagonista β não seletivo, com atividade igual para os dois receptores,
ausência de efeitos simpaticomiméticos intrínsecos (agonismo parcial) e ausência de antagonismo α.
Ele é muito bem absorvível oralmente, atingindo concentrações pico após 3 horas da ingestão. Possui
extensa metabolização hepática, ocorrendo por isso, grande variação nas concentrações plasmáticas
entre indivíduos diferentes. O propanolol possui uma meia vida de 4 horas e por isso, uma forma de
liberação prolongada foi desenvolvida.
O uso de propanolol é recomendado para o tratamento de angina (40-80mg/dia), hipertensão,
arritmia e anestesia (estes dois últimos feitos com uma injeção endovenosa).
NADOLOL
Bloqueador β1 e β2 com longa meia vida.
TIMOLOL
30
Bloqueador β1 e β2 indicado para o tratamento de glaucoma.
PINDOLOL
Bloqueador β1 e β2 com atividade simpaticomimética e por isso utilizado em indivíduos que
tendem a possuir bradicardia; também reduz a formação de VLDL no sangue; possui atividade anti-
depressiva por interagir com o SNC.
LABETALOL
Antagonista α1 e β adrenérgico. Usado no controle da hipertensão; mais eficaz que os
bloqueadores β simples pois ocorre vasodilatação e queda da pressão, também por antagonismo α1.
METOPROLOL
Antagonista β1 que não apresenta atividade simpaticomimética. Usado no tratamento da
hipertensão, angina estável e infarto agudo em pacientes com ritmo cardíaco maior que 45bpm.
ATENOLOL
Antagonista β1, sem atividade simpaticomimética, mais hidrofílico e com uma meia vida maior
que o METOPROLOL. Recomendado no tratamento da hipertensão.
ESMOLOL
β1 Bloqueador de curta duração (meia vida de 8 minutos), com quase nenhuma atividade
simpaticomimética, sem atividade anestesiante. Usado em pacientes cujos efeitos colaterais de
bradicardia e hipotensão podem causar problemas, já que sua meia vida é muito curta.
ACEBUTOLOL
Antagonista β1 com atividade simpaticomimética; Pode ser usado no tratamento de hipertensão
e de arritmia ventricular.
EFEITOS ADVERSOS
Os efeitos adversos dos bloqueadores β adrenérgicos são vistos na exacerbação dos efeitos em
seus locais natural de ação. Portanto, podem ser divididos em cardiovasculares, pulmonares,
metabólicos e no SNC.
O bloqueio β adrenérgico pode causar ou aumentar a insuficiência cardíaca em pacientes que já
estejam compensados, em pacientes com cardiomegalia ou infarto agudo do miocárdio. Alguns
pacientes ao contrário, podem obter melhora com o uso dos β bloqueadores, como descrito
anteriormente. Estes fármacos podem causar bradiarritmias em pacientes com defeirtos de condução
no coração. A retirada abrupta desses fármacos em pacientes com angina, pode ocasionar piora ou
morte súbita.
Os efeitos adversos Pulmonares são o aumento da resistência ao fluxo por bloqueio β2. Tanto
antagonistas não seletivos, quanto β1 devem ser evitados em pacientes com asma, já que a
seletividade é restrita à concentração do fármaco.
Os efeitos metabólicos são vistos em pacientes com diabetes, como descrito anteriormente. Os
efeitos no SNC podem ser depressão, sonolência e sedação. Outros efeitos não específicos podem ser
constipação, diarréia e indigestão, mas são relativamente incomuns.
31
O SNA parassimpático está organizado principalmente para produzir descargas pontuais e
localizadas. Sua função é primariamente referente à conservação de energia e à manutenção da
função orgânica em períodos de atividade mínima, mas sua eliminação não é compatível com a vida.
Há muitas respostas parassimpáticas de natureza rápida e reflexa.
Neurotransmissão
Etapas da neurotransmissão:
Condução: passagem de um impulso ao longo de um axônio ou fibra muscular.
Transmissão: passagem de um impulso através de uma sinapse ou junção neuroefetora.
Axônio de mamífero em repouso tem o interior 70 mV negativo em relação ao exterior. Esse
potencial de repouso é um potencial de difusão, baseado na concentração 40 vezes maior de K+ no
axoplasma em relação ao meio extracelular. Este gradiente iônico, no qual Na+ e Cl- estão presentes
em concentrações maiores fora da célula são mantidos pela Na/K ATPase.
Em reposta à despolarização até o nível limiar, é iniciado um potencial de ação em duas fases:
1 – abertura de canais de Na+ sensíveis à voltagem, aumentando rapidamente a condutância da
membrana a este cátion, o que provoca despolarização rápida a partir do potencial de repouso, que
continua até um disparo positivo. 2- Rápida inativação dos canais de Na+ e abertura tardia do canal de
K+, que permite a saída deste cátion para cessar a despolarização. Esse potencial de ação é
propagado sem decréscimo ao longo da fibra, uma vez que canais em repouso adjacentes são abertos
e ativados. A região que sofreu despolarização permanece em período refratário, momentaneamente.
Nas fibras mielinizadas, dada a concentração dos canais de Na+ nos nós de Ranvier, só aí ocorrem
essas alterações de permeabilidade, o que permite o padrão saltatório da condução, mais rápido.
Transmissão juncional
1) Armazenamento e liberação do neurotransmissor
Os não peptídeos são sintetizados em grande parte nas terminações axônicas e armazenados aí
em vesículas sinápticas. Os de natureza peptídica (ou peptídeos precursores) se encontram nas
vesículas de grandes núcleos densos transportadas ao longo do axônio a partir do seu lugar de
síntese no corpo celular. Em repouso, há uma lenta liberação contínua de quanta isolados do
transmissor, o que resulta em respostas elétricas da membrana pós-juncional (potenciais
miniatura da placa terminal ou pmpt). O potencial de ação provoca a liberação simultânea de
várias centenas de quanta do neurotransmissor. A despolarização da terminação axônica
provoca o influxo local de Ca2+, o que promoverá a fusão entre a membrana axoplasmática e
as vesículas adjacentes, o que permite a exocitose do conteúdo das vesículas.
As vesículas sinápticas se agrupam em áreas descontinuas subjacentes à membrana sináptica,
denominadas zonas ativas; freqüentemente estão alinhadas nas proximidades das pregas pós-
sinápticas. Há proteínas auxiliares, de tráfego ou transportadoras.
Proteínas de tráfego: sinaptobrevina (VAMP), reunindo SNAP-25 e sintaxina 1 da membrana
plasmática para formar um complexo nuclear que inicia ou dirige o processo de fusão da
vesícula com a membrana plasmática. As sinaptotagminas são mediadoras do
desencadeamento da exocitose Ca2+ dependente.
Proteínas da família Rab-3 regulam o processo de fusão e mobilização da vesícula.
2) Associação do neurotransmissor com os receptores pós-juncionais e produção do
potencial pós-juncional: quando ocorre associação entre o neurotransmissor e o receptor,
aumenta a condutância da membrana de modo localizado, o que pode ocorrer de três
formas: 1-aumento generalizado na permeabilidade aos cátions (especialmente ao Na+,
mas ocasionalmente ao Ca2+), levando a uma despolarização localizada e um potencial
pós-sináptico excitatório (PPSE); 2-aumento seletivo da permeabilidade aos ânions,
geralmente Cl-, hiperpolarizando a membrana e gerando um potencial pós-sináptico
inibitório (PPSI); ou 3-aumento da permeabilidade ao K+, gerando também um PPSI.
32
3) Início de atividade pós-juncional: se um PPSE ultrapassar o valor de determinado limiar,
ele desencadeia a propagação de um potencial de ação no neurônio pós-sináptico. O PPSI,
encontrado na musculatura lisa e em neurônios, mas não na musculatura esquelética,
tenderá a se contrapor aos potenciais excitatórios. O somatório final de todos os potenciais
irá determinar se o resultado será um impulso propagado ou uma resposta
4) Destruição e inativação do neurotransmissor: nas sinapses colinérgicas, há a enzima
acetilcolinesterase, em grandes concentrações para inativar a grande quantidade de
neurotransmissor liberada. Com a inibição dessa enzima, a remoção do neurotransmissor é
feita basicamente por difusão, prolongando e potencializando os efeitos da acetilcolina
liberada. Nas sinapses adrenérgicas, há associação de difusão simples e captação pelas
terminações axônicas da maior parte da norepinefrina liberada. A interrupção da ação dos
aminoácidos liberados resulta de seu transporte ativo para os neurônios e células gliais
adjacentes. Os neurotransmissores peptídicos são hidrolisados por diversas peptidases e
eliminados por difusão.
5) Funções não-eletrogênicas: A liberação contínua dos quanta em quantidade insuficiente
para produzir resposta pós-juncional é provavelmente importante para o controle
transjuncional da ação do neurotransmissor. A atividade e a renovação das enzimas
envolvidas na síntese e inativação dos neurotransmissores, a densidade de receptores pré e
pós-sinápticos e outras características são controladas pelas ações tróficas dos
neurotransmissores ou por outros fatores tróficos.
Transmissão colinérgica
I) Síntese de acetilcolina
Colina acetiltransferase. Catalisa a etapa final da síntese da acetilcolina (ACh) – acetilação da
colina com acetil coenzima A. Essa enzima é sintetizada no pericário, sendo transportada a te as
terminações sinápticas, onde há uma grande concentração de mitocôndrias, origem de Acetil Co A. A
colina é retirada do líquido extracelular para o axoplasma por transporte ativo.
Transporte de colina. Há sistemas de alta e baixa afinidade. O de alta é exclusivo dos neurônios
colinérgicos, dependendo de Na+ extracelular e sendo inibido por hemicolínio. Grande parte da colina
formada por hidrólise da Ach catalisada pela AChE é reciclada de volta para a terminação neural.
Com a acetilação da colina, a ACh é transportada e acumulada na vesícula sináptica. O
transportador vesicular conta com o gradiente de prótons para dirigir a captação das aminas. O
vesamicol bloqueia o transporte vesicular em concentrações micromolares
II) Degradação da acetilcolina
Acetilcolinesterase. A inativação deve ocorrer dentro de certos limites temporais impostos pelas
características de resposta da sinapse. A remoção deve ser imediata na junção neuromuscular, para
evitar a difusão lateral.
A butirilcolinesterase ou pseudocolinesterase está presente em baixas quantidades nas células
gliais ou satélites, praticamente inexistente em elementos neuronais sendo sintetizada e encontrada
no fígado e no plasma.
III) Liberação de ACh.
A liberação de ACh e de outros neurotransmissores por exocitose através da membrana pré-
juncional é inibida pelas toxinas botulínica e tetânica do Clostridium. Elas se ligam a um receptor ainda
não identificado na membrana da terminação nervosa colinérgica. Por endocitose, vão para o citosol,
onde fazem a hidrólise de componentes relativos à junção das vesículas com a membrana; é o que faz
a toxina botulínica. A toxina tetânica tem uma ação mais central, pois é transportada de modo
retrógrado ao longo do neurônio motor até o seu corpo na medula espinhal. Daí, vai até os neurônios
inibitórios que fazem sinapse com o neurônio motor, bloqueando a exocitose do neurotransmissor
inibitório, originando paralisia espástica ou tétano.
33
O músculo liso e o cardíaco, bem como o sistema de condução cardíaco, normalmente
apresentam atividade intrínseca, tanto elétrica como mecânica, modulada, mas não deflagrada por
impulsos nervosos.
A aplicação de ACh no músculo liso digestivo torna o potencial de repouso menos negativo,
aumentando a freqüência das espículas dos potenciais de ação espontâneos e maior tensão do tecido.
No sistema de condução cardíaca, a ação da ACh causa inibição associada à hiperpolarização da
membrana e uma diminuição da freqüência de despolarização; é, em parte, devido ao aumento da
condutância ao K+.
- Gânglios autônomos. Semelhante ao da junção neuromuscular, por receptores nicotínicos,
mas com atuação de moduladores ou transmissores secundários que aumentam ou diminuem a
sensibilidade de célula pós-ganglionar à ACh.
- Ações pré-juncionais da ACh. Receptores muscarínicos pré-juncionais parecem estar presentes
nos nervos vasoconstritores simpáticos. Sua ativação inibe liberação da ACh por mediação neural.
- Dilatação vascular em resposta à administração de ésteres de colina: envolve diversos locais
de ação, incluindo sinapses inibitórias pré-juncionais das fibras simpáticas e receptores inibitórios
colinérgicos dos vasos sem inervação, o que requer um endotélio íntegro, que em resposta à ACh
ligada aos receptores muscarínicos libera óxido nítrico, que atinge a musculatura lisa adjacente,
levando-a a se relaxar.
A acetilcolina pode ter dois tipos de ação: muscarínica ou nicotínica, dependendo do receptor
com o qual interaja.
Os receptores nicotínicos são canais iônicos controlados por ligantes e sua ativação sempre
causa um rápido (milissegundo) aumento da permeabilidade celular ao Na+ e ao K+, despolarização e
excitação. Ocorre influxo inicial de sódio para promover estes efeitos, mas posteriormente o K+ sai da
célula, repolarizando-a.
Os receptores nicotínicos são pentâmeros com 1-4 subunidades diferentes com seqüências
homólogas. A ACh se liga na subunidade alfa, sendo necessárias duas moléculas do neurotransmissor,
uma para cada subunidade alfa.
Subtipos de receptores nicotínicos:
- Tipo NM: neuromuscular. É o da placa neuromotora do músculo estriado esquelético (são os
únicos canais presentes na placa neuromotora, onde não há os sensíveis à voltagem).
- NN: nos gânglios do sistema nervosos autônomo, soma do neurônio pós-sináptico.
Os receptores muscarínicos, por sua vez, são receptores acoplados à proteína G (GPCR), sendo
as respostas aos seus agonistas mais lentas, excitatórias ou inibitórias, e não estão necessariamente
relacionadas a alterações de permeabilidade a íons. Seus subtipos. Todos estão presentes no SNC
(GOODMAN & GILMAN):
- M1: em nervos, gânglios e em algumas glândulas secretoras;
- M2: no miocárdio e no músculo liso;
- M3: presentes em glândulas secretoras, músculo liso, endotélio vascular;
- M4: SNC, músculo liso e glândulas secretoras;
- M5: SNC.
Transdução de sinal:
- Em M1, M3 e M5: via da proteína Gq, a qual, quando ativada, ativa fosfolipase C (PLC), que
cliva polifosfatos de fosfatidilinositol, formando inositol 1, 4,5-trifosfato (IP3), que provoca a liberação
do cálcio intracelular das reservas do retículos endoplasmático, e o diacilglicerol (DAG), que ativa a
proteína cinase C (junto com o Ca2+), que fosforilará proteínas diversas, enzimas ou não, envolvidas
em modulação de função e nas fases tardias da resposta funcional.
- Em M2 e M4: acorre ativação de proteínas G inibitórias, ocasionando a inibição da adenilil
ciclase, ativação dos canais de K+ operados por receptores (p.ex. no coração) e supressão da
atividade dos canais de Ca2+ dependentes de voltagem, o que causa hiperpolarização da célula.
Ver quadro 6.2 do capítulo 6 do GOODMAN & GILMAN. Na décima edição, localiza-se na página
100.
34
AGONISTAS DOS RECEPTORES MUSCARÍNICOS
Introdução
A acetilcolina (Ach) é o neurotransmissor endógeno das sinapses neuroefetoras colinérgicas dos
sistemas nervosos central e periférico. Atua sobre os receptores muscarínicos e os nicotínicos
provocando sinais transduzidos por diferentes vias dependendo do tipo e do subtipo de receptor. Os
receptores muscarínicos presentes no sistema nervoso periférico são encontrados nas células
efetoras autônomas inervadas pelos nervos parassimpáticos pós-ganglionares. Estes
receptores estão ainda, nos gânglios, nas células endoteliais dos vasos sangüíneos (recebem
pouca ou nenhuma inervação colinérgica), em algumas regiões do cérebro (hipocampo, córtex,
tálamo).
É importante lembrar que a Ach e outros agonistas colinérgicos apresentam pouca seletividade
para os diversos subtipos de receptores muscarínicos.
I) Acetilcolina:
A acetilcolina não tem aplicação terapêutica devido a sua ação difusa e rápida hidrólise,
que é catalisada pela acetilcolinesterase (AchE) e butirilcolinesterase plasmática. Mas quando
aplicada de forma sistêmica age em todas as sinapses colinérgicas, se comparada com a forma
de composto quaternário (muscarina), que tem absorção limitada, principalmente pelo SNC (barreira
hemato-encefálica), devido a sua grande porção ionizada.
Mecanismos de ação
A ação da Ach endógena ocorre em quatro sítios principais: 1) nos efetores autônomos,
inervados por fibras parassimpáticas pós-ganglionares; 2) nos gânglios autônomos e na medula da
supra-renal, inervados por fibras pré-ganglionares; 3) nas placas motoras terminais dos músculos
esqueléticos, inervados por nervos motores somáticos; e 4) nas sinapses periféricas e do SNC,
podendo ser tanto pré quanto pós-ganglionares. Estas ações nos locais efetores autônomos são
chamadas muscarínicas e ocorrem de acordo com o subtipo de receptor (M1, M2, M3, M4 ou M5)
presente em cada sítio.
Lembrete: Os receptores muscarínicos presentes nos gânglios autônomos e na medula supra-renal
possuem ação moduladora da estimulação nicotínica.
Propriedades farmacológicas
Aparelho cardiovascular: Os efeitos da Ach nesse sistema são quatro: vasodilatação,
redução da freqüência cardíaca (cronotropismo negativo), diminuição da taxa de condução nos tecidos
especializados no NSA e NAV (dromotropismo negativo) e redução da força de contração cardíaca
(ionotropismo negativo).
A dilatação dos leitos vasculares pela Ach ocorre pela presença de receptores muscarínicos,
principalmente M3 nas células endoteliais, apesar da ausência de inervação colinégica nos vasos
sangüíneos. Quando esses receptores são estimulados, as células endoteliais liberam o óxido nítrico
(ou fator de relaxamento derivado do endotélio) que se difunde para as células musculares lisas
adjacentes, promovendo seu relaxamento. Essa vasodilatação, também, pode ocorrer
35
secundariamente à ação da Ach nas terminações nervosas adrenérgicas, onde é inibida a liberação da
norepinefrina. Se o endotélio estiver lesado, a Ach pode estimular os receptores das células do
músculo liso vascular e provocar vasoconstrição.
Lembrete: A vasodilatação ocorrem em quase todos os leitos vasculares, inclusive os pulmonares e
coronarianos. Nas coronárias a vasodilatação é mediada pelo NO e pode ser produzida por reflexos
baro ou quimorreceptores ou estimulação elétrica direta do vago. No entanto, nem o tônus
vasocontritor adrenérgico nem o tônus vasodilatador colinérgico possuem papel tão importante na
regulação do fluxo sangüíneo coronariano quanto à tensão local de oxigênio e os fatores metabólicos
auto-reguladores como a adenosina.
No coração, a estimulação colinérgica atua diretamente na sua função e inibe os efeitos da
ativação adrenérgica (esta ultima ação depende do grau de ativação simpática e resulta em parte da
inibição da formação de AMPc e da redução da atividade dos canais de cálcio tipo L). As fibras
parassimpáticas colinérgicas estão distribuídas de forma ampla nas células dos nodos SA e AV e para o
músculo atrial, já no miocárdio ventricular a inervação colinérgica é esparsa e se restringem ao tecido
especializado, como as fibras de Purkinje.
Recordando: No NSA cada impulso cardíaco normal é iniciado pela despolarização espontânea das
células marca-passo. No limiar do potencial, essa despolarização desencadeia um potencial de ação.
Este é conduzido pelas fibras do músculo atrial até o NAV e a partir daí pelo sistema de Purkinje até o
músculo ventricular.
A Ach promove a redução da freqüência de despolarização diastólica espontânea (corrente de
marca-passo) e o aumento da corrente de repolarização no NSA. Com isso, a obtenção do limiar do
potencial e os efeitos subseqüentes do clico cardíaco são retardados, inclusive a freqüência cardíaca.
Importante: Excitabilidade X Condutibilidade → A excitabilidade é a capacidade de tirar o NSA e o
NAV do repouso, alcançar um potencial limiar e disparar o potencial de ação. A condutibilidade
depende da quantidade de canais de sódio que podem potencialmente abrir. Portanto, com o
aumento da corrente de hiperpolarização (= corrente de repolarização) a excitabilidade dos
nódulos SA e AV estão diminuídas, no entanto, neste estado há um maior numero de canais de
sódios fechados (podem potencialmente abrir), com isso temos que a condutibilidade cardíaca
pode estar aumentada ou inalterada.
No músculo atrial, a Ach reduz a força de contração. Este efeito ocorre pela ativação da
proteína Gi que culmina com a abertura de canais de potássio, mediada pelo receptor M2. É o aumento
da permeabilidade ao potássio que leva a hiperpolarização da fibra muscular cardíaca e supressão da
abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem, impedindo que ocorra contração, além disso,
há encurtamento da duração do potencial de ação e do período refratário efetivo, o que provoca o
aumento ou a manutenção da condução do impulso no átrio normal (lembre-se o aumento da
condutância se deve ao maior numero de canais de sódio fechados que podem se abrir). Portanto,
como a força de contração está reduzida e a condutibilidade aumentada pode haver exacerbação ou
perpetuação da fibrilação atrial que possa surgir num foco ectópico. Em contrapartida, a Ach retarda a
condução e aumenta o período refratário primariamente no NAV e, em menor grau, nas fibras de
Purkinje. A redução da condução no NAV pode ser observada pelo bloqueio cardíaco total, quando se
tem grande quantidade de agonistas colinérgicos sistemicamente. Já o aumento do período refratário
pode contribuir para a redução da freqüência de transmissão dos impulsos atriais anômalos para o
ventrículo, reduzindo a freqüência ventricular durante a fibrilação atrial.
No ventrículo, a Ach, também, produz efeito ionotrópico negativo, menor do que no átrio. No
entanto, a inibição direta só é aparente quando a contratilidade está aumentada devido à estimulação
adrenérgica. A automaticidade das fibras de Purkinje é suprimida e o limiar de fibrilação ventricular
aumenta. A inibição da estimulação adrenérgica no coração se deve a capacidade da Ach modular ou
deprimir a resposta miocárdica às catecolaminas, assim como sua capacidade de inibir a liberação da
norepinefrina pelas terminações nervosas simpáticas.
Trato gastrointestinal e urinário: No primeiro trato a acetilcolina aumenta o tônus, a
amplitude das contrações e a atividade secretora do estômago e dos intestinos. No segundo a
inervação parassimpática sacral promove contração do músculo detrusor da bexiga, aumentando a
pressão de esvaziamento e a peristalse ureteral.
Outros efeitos: A Ach e seus análogos estimulam a secreção de todas as glândulas que
possuem inervação parassimpática, inclusive as glândulas lacrimais, traqueobrôquicas, salivares,
digestivas e sudoríparas exócrinas. No aparelho respiratório, além de aumentar a secreção
traqueobrônquica, provocam broncoconstrição. Estimulam, também, os quimiorreceptores dos corpos
carotídeos e aórticos. Nos olhos provocam miose.
36
II) Ésteres colinomiméticos da colina e alcalóides naturais:
Metacolina: Possui maior duração e seletividade de ação em relação a Ach. A primeira
característica é por ela ser lentamente hidrolisada pela AchE e pela sua total resistência a colinesterase
inespecífica, a butirilcolinesterase. A segunda característica é devido a sua seletividade levemente
nicotínica e predominantemente muscarínica, sendo esta ultima mais acentuada no aparelho
cardiovascular.
Carbacol e o betanecol: São resistentes à hidrólise pela AchE ou pelas colinesterases
inespecíficas. E por isso, possuem meia-vida longa o suficiente para se distribuírem em regiões de
baixo fluxo sangüíneo. O betanecol tem ações predominantemente muscarínicas, com certa
seletividade pelo trato gastrointestinal e pela motilidade da bexiga. O carbacol possui atividade
nicotínica importante, principalmente nos gânglios autonômicos.
Os três principais alcalóides são, pilocarpina, muscarina e areolina, e possuem os mesmos
locais de ação principais dos ésteres de colina. A muscarina age quase que exclusivamente nos
receptores muscarínicos. A areolina também age os receptores nicotínicos. A pilocarpina tem ação
predominantemente muscarínica, provoca respostas cardiovasculares anômalas, e as glândulas
sudoríparas, em particular, são sensíveis a este fármaco.
Propriedades farmacológicas
Trato gastrointestinal: Estimulam a musculatura lida do TGI, aumentando o tônus e a
motilidade, em grandes doses podem provocar espasmo e tenesmo. O carbacol, o betanecol e a
pilocarpina diferente da metacolina estimulam o TGI sem efeitos importantes no ACV.
Trato urinário: Ésteres de colina e pilocarpina contrem o músculo detrusor da bexiga,
elevando a pressão de esvaziamento, reduzindo a capacidade vesical e aumentando a peristalse
ureteral. Além disso, relaxam o trígono vesical e o esfíncter externo. A estimulação vesical relacionada
com atividade cardiovascular é evidente para o betanecol.
Glândulas exócrinas: A pilocarpina, em particular, provoca intensa diaforese (sudorese). A
salivação também aumenta acentuadamente. A muscarina e arecolina também são potentes
diaforéticos. Os efeitos colaterais podem incluir soluços, salivação, náuseas, vômitos, debilidade e
colapso. Esses alcalóides também estimulam as glândulas lacrimais, gástricas (nesta há aumento da
secreção gástrica, mas não da produção de muco causando irritação gástrica), pancreáticas e
intestinais.
Aparelho respiratório: Aumenta as secreções traqueobrônquicas, estimula a musculatura lisa
brônquica. Pacientes com asma respondem com broncoconstrição intensa e redução da capacidade
vital.
Aparelho cardiovascular: Infusão intravenosa contínua de metacolina causa hipotensão e
bradicardia. A muscarina, em pequenas doses, também leva a uma queda acentuada da pressão
arterial e a lentificação ou cessação dos batimentos cardíacos. O cabacol e o betanecol em geral
provocam apenas uma queda temporária da pressão arterial em doses que alteram os tratos
gastrointestinal e urinário. Da mesma forma a pilocarpina provoca queda rápida da pressão arterial.
Olhos: Estimulam o músculo constritor da pupila e ciliar quando aplicados tipicamente no olho,
provocando constrição da pupila (miose) e perda da acomodação (dificuldade de enxergar no escuro e
de longe).
SNC: Alcalóides gera resposta cortical semelhante a dos anticolinesterásicos. Ésteres
quaternários não atravessam a barreira hematoencefálica.
Atividade muscarínica
Cardiovascular Gastrointestinal Bexiga Olho (tópica)
Acetilcolina ++ ++ ++ +
Metacolina +++ ++ ++ +
Carbacol + +++ +++ ++
Betanecol ± +++ +++ ++
Muscarina ++ +++ +++ ++
Pilocarpina + +++ +++ ++
Usos terapêuticos
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Importante saber que a escolha do colinomimético vai de acordo com a velocidade de
metabolização deste e da seletividade entre os receptores nicotínicos e muscarínicos e dentre os
subtipos. Por exemplo, o cloridrato de betanecol é utilizado como estimulante da musculatura lisa do
TGI e particularmente da bexiga, já o cloridrato de pilocarpina é mais usado no tratamento da
xerostomia, ou como solução oftálmica para tratamento de glaucoma. Por fim, o cloridrato de
metanecol é utilizado no diagnóstico de hiper-reatividade brônquica, da asma e do feocromocitoma
(atua nos receptores nicotínicos modulando a liberação de epinefrina), além de ser usado para
tratamento de arritmias atriais.
Distúrbios gastrointestinais: Em casos de distensão pós-operatória e na atonia ou paresia
gástrica, o betanecol é usado via oral. Quando a retenção gástrica é total (nada passa pro duodeno)
utiliza-se a via subcutânea, pois este fármaco não é quase absorvido no estômago. Pode ser usado
ainda em casos de megacólon congênito e ílio paralítico secundário a estados tóxicos.
Distúrbios vesicias: Betanecol combate a retenção urinária quando não existe obstrução
mecânica, como nos casos de atonia pós-operatória e pós-parto, bexiga hipotônica, miogênica ou
neurogênica crônica.
Xerostomia (“boca seca”): A pilocarpina é administrada por via orla no tratamento da
xerostomia que se segue à radioterapia de cabeça e pescoço ou na síndrome de Sjögren (distúrbios
auto-imunes que comprometem as secreções, particularmente salivares e lacrimais). Com isso há
aumento da hidratação oral e facilitação da deglutição. O efeito colateral mais típico é a sudorese.
Acredita-se que o betanecol cause menos diaforese.
Oftalmológicos: A pilocarpina é usada topicamente no tratamento inicial de glaucoma
(aumento da pressão intra-ocular) de ângulo aberto (aumento da secreção do humor aquoso). A ação
miótica da pilocarpina é útil para reverte um episódio de glaucoma de ângulo fechado (redução da
drenagem do humor aquoso) e a midríase provocada pela atropina (antagonista colinérgico).
SNC: Devido à seletividade funcional para os receptores M1 e M2 apresentada pelos agonistas
colinérgicos, acreditava-se que fossem úteis no tratamento do comprometimento intelectual causado
pela doença de Alzheimer. A vantagem potencial estaria na estimulação dos receptores M1 pós-
sinápticos no SNC sem estimulação dos receptores M2 pré-sinápticos, que inibem a liberação de Ach.
Mas ainda não há comprovação.
São drogas que inibem a ação da acetilcolina (Ach) sobre efetores autonômicos inervados pelos
nervos colinégicos pós - ganglionares , receptores neuronais e muscarínicos e em céls musculares lisas
que carecem de inervação colinergica. Os fármacos desta classe apresentam ações semelhantes ao
seu membro mais conhecido , a atropina.
Os fármacos antimuscarínicos causam pouco bloqueio dos efeitos de Ach em sítios receptores
nicotínicos . Logo, em gânglios autonômicos que possem transmissão primariamente via receptor
nicotínico a atropina será capaz de produzir bloqueio apenas em doses relativamente altas. Na junção
neuromuscular onde temos principalmente ou exclusivamente receptores nicotínicos apenas
em doses extremamente altas de atropina e fármacos relacionados são necessárias para
causar qualquer grau de bloqueio. Exceção: análogos do amônio quaternário da atropina e
relacionados geralmente possuem maior grau de atividade bloqueadora nicotínica tendo
38
assim maior probabilidade de interferir na transmissão ganglionar e ou neuromuscular em
doses capazes de causar o bloqueio muscarinico.
No SNC a transmissão na medula espinhal é predominantemente nicotínica e tanto nicotínica
como muscarinica a o nível de subcortex e córtex cerebral. Em doses terapêuticas os efeitos das
drogas atropínicas estão relacionadas a ação antimuscarinica. Em doses altas ou tóxicas os efeitos
centrais geralmente são excitatorios seguidos de depressão. Lembrar que compostos quaternários
ultrapassam muito pouco a barreira hematoencefalica e com isso essas drogas não possuem efeitos
consideráveis no SNC.
Na prática clínica vemos que as junções neuroefetoras parassimpaticas dos diferentes órgãos
têm sensibilidade diferenciada aos agentes antimuscarínicos, e estes possuem pouca variabilidade de
ação entre eles. Logo consideremos essa gradação de ação para todos os agentes antimuscarinicos.
Em doses pequenas, ocorre inibição da secreção salivar e brônquica e da sudorese. Elevando –se um
pouco a dose passamos a observar também midriase, inibição da acomodação do olho e aumento da
freqüência cardíaca (devido ao bloqueio dos efeitos vagais). Doses maiores inibem ainda a micção e
reduz o tonus e motilidade intestinal. As doses mais elevadas além de todos os efeitos já descritos são
capazes de inibir a motilidade e secreção gástricas. Esta hierarquização da sensibilidade
provavelmente está relacionada ao grau de função que é regulada pelo tônus parassimpático e o
comprometimento de neurônios e reflexos intramurais ( traduzindo: a relação da quantidade de
inervação parassimpatica e simpática que determinado órgão recebe é que irá determinar a
velocidade da ação do antimuscarinico - exemplo: glândula salivar ao ter sua pequena
quantidade de receptores muscarinicos bloqueada na inervação parassimpatica reduz
produção de saliva. Já o coração com maior inervação parassimpatica exige maior dose para
demonstrar o bloqueio muscarinico.) O importante é ressaltar que dificilmente essa
hierarquia esta ligada a diferença de afinidade pela atropina e afins nos receptores
muscarinicos distribuídos pelos vários órgãos do corpo. ( as afinidades são muito
semelhantes entre eles).
As ações e efeitos da maioria dos agentes antimuscarinicos diferem apenas quantitativamente
daqueles da atropina, porém evidencias recentes indicam que subclasses de receptores muscarinicos
estão presentes no SNC e em órgãos periféricos.
Atualmente temos fármacos como a pirenzepina, que é um antagonista com maior afinidade por
receptores muscarinicos em gânglios autonômicos e em gânglios periféricos, alem dos cardíacos e
musculares lisos. Assim, doses de pirenzepina que são capazes de reduzir a secreção gástrica
possuem pouco ou nenhum efeito sobre freqüência cardíaca e secreção salivar ( traduzindo:
Neste caso existe diferenças de afinidade por certos receptores muscarinicos, efeito que não
é observado na atropina e nos fármacos semelhantes a ela como já descrito). Até o momento
5 tipos de receptores muscarinicos foram descritos e esses variam não apenas nas suas propriedades
de ligação do ligante, mas também em sua capacidade de desencadear respostas funcionais
especificas.
39
Mecanismo de ação - A atropina e compostos relacionados são antagonistas competitivos das
ações da Ach e outros agonistas muscarínicos. Competem com este tipo de agonista por um sitio de
ligação comum em receptor muscarinico. Assim seu antagonismo pode ser suplantado com o aumento
suficiente da concentração de Ach nos sítios receptores do órgão efetor ( glândulas exócrinas e
músculo cardíaco e liso). Os receptores muscarinicos dos gânglios e neuronios intramurais também são
comprometidos. As drogas antimuscarinicas inibem as respostas à estimulação colinergica pos
ganglionar .
Subtipos de receptores muscarinicos- São 3 os subtipos já definidos.
M1 (ganglionar)– córtex cerebral e gânglios (pirenzepina se liga com afinidade elevada nestes
receptores; M2 (cel efetora) – músculo cardíaco e M3 – músculo liso e glândulas. Esses dados estão
relacionados aos efeitos da pirenzepina em bloquear respostas induzidas pelo agonista mediadas pelos
receptores muscarinicos nos gânglios simpáticos e mielinizados em concentrações consideravelmente
mais baixas do que as necessárias para bloquear as respostas resultantes da estimulação direta de
receptores em diversos órgãos efetores. Os antagonistas mais modernos discriminam ainda mais
podendo agir diferentemente em receptores muscarinicos na musculatura cardíaca e não naqueles da
musculatura lisa e em diversas glândulas. Exemplo: a metoctramina apresenta seletividade para
receptores muscarinicos cardíacos, enquanto o hexa idro siladifenidol é relativamente seletivo para
receptores glandulares e de musculatura lisa.
No interior das células os receptores muscarinicos regulam sistemas efetores diferentemente. O
estimulo de M1 e M3 causa hidrolise dos polifosfoinositidios e a mobilização do Cálcio intracelular.
(ativação da fosfolipase C mediada ptn G). Já receptores M2 regulam canais iônicos ( potencializa
condutância do potássio) e inibem a adenililciclase mediante interaçao com uma ptn G diferente de M1
e M3.
PROPRIEDADES FARMACOLOGICAS
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Existem receptores muscarinicos nas terminações nervosas pré sinapticas dos nervos autonômicos e
seu bloqueio aumenta a liberação de transmissor. Esses receptores pré sinapticos podem ser subtipo
M1 ou M2. Agentes bloqueadores muscarinicos não seletivos podem portanto aumentar a liberação de
Ach , contrapondo –se parcialmente aos efeitos do bloqueio do receptor pos sinaptico. Logo, enquanto
o bloqueio direto em sítios neuroefetores reverte de modo previsível os efeitos habituais sobre o
sistema nervoso parassimpático, a inibição de sítios ganglionares ou neuronais pode produzir efeito
paradoxal.
Olho- Os fármacos atropinicos bloqueiam as respostas do esfíncter muscular da íris e da musculatura
ciliar do cristalino a estimulação colinergica. Assim elas provocam dilatação da pupila (midriase) e
paralisam a acomodação (cicloplegia). Na dose sistêmica de 0,6 mg atropina causa poucos efeitos a o
nivel ocular enquanto a escopolamina já é capaz de causar midriase e perda da acomodação. Os
midriaticos atropinicos diferem dos agentes simpaticomimeticos pois os últimos causam midriase sem
perda da acomodação. A pilocarpina esteraes da colina fisiostigmina e isoflurofato em concentrações
suficientes revertem parcialmente os efeitos das drogas atropinicas. As drogas semelhantes a atropina
tem pouco efeito sobre a pressão intra ocular exceto nos pacientes com glaucoma de ângulo fechado
que pode apresentar aumentos perigosos da PIO ( íris ao ser rebatida interfere na drenagem do humor
aquoso).
SCV- coração O principal efeito da atropina sobre o coraçao é no sentido de alterar a frequencia
cardíaca . Apesar da resposta dominante ser taquicardia, a freqüência cai transitoriamente com doses
clinicas intermediarias ( 0,4 a 0,6 mg) . Esse decréscimo é mínimo e rápido ( decresce ate 6 – 8 bpm)
e nem é visto na injeção ev . Não existem alterações na pressao arterial ou no debito cardíaco.
Antes achava –se que o efeito paradoxal da atropina era devido a um estimulo vagal central,
mas essa desaceleração cardíaca tb é vista em drogas antimuscarinicas incapazes de penetrar no
cérebro. Parece que tal efeito relaciona –se ao bloqueio dos receptores M1 nos neurônios
parassimpáticos pos ganglionares , aliviando os efeitos inibitórios da Ach sinaptica sobre a liberação do
transmissor.
Doses maiores de atropina causam taquicardia progressivamente maior devido ao bloqueio dos efeitos
vagais sobre receptores M2 no marcapasso nodal SA. Há aumento de 35 a 40 bpm com injeção Im de
2 mg de atropina em indivíduos sadios jovens. Já em lactentes e idosos mesmo doses elevadas podem
não levar a um aumento da freqüência cardíaca. A Atropina muitas vezes produz arritmias cardíacas
sem sintomas cardiovasculares significativos ( arritmias atriais e dissociação atrioventricular)
Doses baixas de escopolamina (0,1 a 0,2 mg) causam bradicardia maior que a atropina. Logo, exceto
por um curto período inicial doses de escopolamina que produzem efeitos oculares não aceleram a
freqüência cardíaca . Já a atropina os efeitos oculares acompanham a taquicardia.
A atropina abole muitos tipos de lentificaçao cardíaca vagal reflexa ou assistolia, evita ou suprime a
bradicardia ou assistolia causada por ésteres de colina , agentes anti colinesterasicos ou outros
simpaticomimeticos .Como elimina a influencia do vago sobre o coração tb causa alterações de
condução. Ela pode melhorar o quadro clinico de pacientes com infarto do miocárdio em fase inicial,
uma bradicardia sinusalou nodal graves ou um bloqueio AV.
SCV- Circulação A atropina nas doses empregadas na clinica neutraliza completamente a
vasodilataçao e a acentuada queda de pressão arterial causada pelos ésteres de colina. Já isolada seus
efeitos são ínfimos o que é explicado pela carência de inervação colinergica significativa e as fibras
simpáticas vasodilatadoras colinergicas não parecem estar envolvidas no tônus regulador normal. O
rubor atropinico causado na região malar por doses terapêuticas ou altas tem etiologia desconhecida.
Talvez seja mecanismo compensatório para perda de calor já que a atropina inibe a sudorese.
Tubo gastrointestinal – O interesse nas ações das drogas antimuscarinicas sobre o estomago e
intestino levou seu emprego como antiespasmodico para distúrbios GI e no tratamento de ulcera
péptica. Ela impede parcialmente os efeitos dos impulsos vagais já que os neurônios intramurais
continuaram a sofrer estímulos de hormônios GI ou transmissores neurohumorais não colinergicos,
alterando assim a motilidade intestinal.
Secreção- A secreção salivar é inibida (boca seca e deglutição e conversação ficam
dificultadas). A secreçao gástrica se reduz, porem a dose necessária para isso levam a ressecamento
da boca , aumento da FC, distúrbios oculares e outros efeitos colaterais. O volume de secreção diminui
mas não necessariamente sua acidez pois tanto há bloqueio da secreção de bicarbonato como de
acido.
Motilidade- Os alcalóides de beladona tem efeitos marcantes sobre GI. Tanto em indivíduos
normais como nos doentes GIs doses terapêuticas plenas de atropina produzem efeitos inibidores
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decisivos e prolongados sobre a atividade motora do estomago, duodeno, jejuno, íleo e colon.,
promovendo redução no tono e na amplitude e freqüência das contrações peristálticas. A atropina é
capaz de bloquear eficazmente a atividade motora GI induzida por drogas parassimpaticomimeticas e
por agentes anti Ach.
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Absorção, destino e excreção menos de 1% de uma dose inalada é absorvida
sistemicamente.Esta parte absorvida tem meia vida plasmática de 3 horas. A inalação provoca picos
de resposta após 30 a 90 minutos e efeitosignificativo pode persistir por mais de 4 horas.
Apresentação e posologia sob forma de inalador com liberação de 18 miligramas por spray.
Com dose recomendada de 2 inalaçoes 4 vezes ao dia ate no Maximo 12 inalaçoes em 24 horas . Seu
principal uso clinico é na DPOC sendo menos eficaz em asmáticos.
Usadas para inibir efeitos parassimpáticos. Sua principal limitação é alcançar doses eficazes sem
efeitos colaterais, que apesar de não graves são desagradáveis
Trato GI – ulcera péptica os bloqueadores de H2 são os mais usados porem a associação com um
bloqueador muscarinico como pirenzepina tem efeito sinérgico reduuzindo a dose de ambos. A
pirenzepina é mais potente na inibição da secreção gástrica acida produzida por estímulos neurais
(bloqueia receptores M1 dos sítios ganglionares)
Alcaloides de beladona e sinteticos - Usados tambem em Tono aumentado ( espasticidade) ou
aumento da motilidade GI, síndrome do colon irritável, hipermotilidade intestinal devido ao uso de
agente antihipertensivo como a guanetidina, na redução de salivação excessiva associada a
envenenamento por metais pesados ou doença de Parkinson
Metantelina e propantelina reduz secreção de bicarbonato no pâncreas e usado na pancreatite aguda
Trato respiratório – atropina e outros reduzem secreção do trato respiratório superior e inferior
Alcalóides de beladona podem induzir dilatação brônquica – efeitos benéficos no enfisema e bronquite
crônica
Brometo de ipratropio – broncolilatador sem efeitos sobre o clearance mucociliar
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Sistema cardiovascular – as drogas antimuscarinicas tem aplicação clinica limitada geralmente usadas
nas unidades coronarianas para intervenções de curto prazo.
A atropina é antídoto especifico para colapso cardiovascular resultante do uso inadequado dos esteres
de colina ou inibidor da colinesterase. Tb antagoniza a lentificaçao cardíaca vagal reflexa.
Ela tb é valiosa no tratamento inicial de pacientes com infarto agudo do miocárdio onde tônus vagal
cause bradicardia sinusal ou nodal. – via EV- 0,6 a 1 mg CUIDADO dose baixas podem causar
bradicardia paradoxal e em excesso pode levar a taquicardia que aumente a demanda de oxigenio e
aumentar area de infarto.Nao se deve fazer doses repetidas pois há toxicidade no SNC e retenção
urinaria. Reverte bloqueio AV de segundo grau cousado por digitalicos
SNC- uso na doença de Parkinson associado a levodopa como por exemplo a benztropina – eficaz na
prevenção de distonias ou de sintomas parkinsonianos em paciente tratados com drogas
antipsicoticas.
Alcalóides da beladona usados na profilaxia da cinetose, sendo a escopolamina o agente profilático
mais eficaz nas exposições curtas ( 4 a 6 horas) a movimentos intensos e ate por alguns dias. A
administração deve ser preventiva
Sedação, amnésia e tranquilizaçao obtidas pelo uso de escopolamina são úteis em clinica como no
parto – nunca deve ser isoladamente administrada com risco de ocasionar descontrole do
comportamento.
Trato genitourinario- atropina mais opioide para cólica renal – relaxamento da musculatura lisa.
Alcalóide e outros usados para reduzir pressão intravesicular e aumentar capacidade e reduzir
freqüência das contrações da bexiga uso na enurese noturna , redução da freqüência urinaria na
paraplegia espastica e aumento da capacidade da bexiga em afecções onde irritação levou a
hipertoxicidade.
Para infecções instáveis de bexiga – oxibutinina- com menor atividade anticolinergica e maior
atividade antiespasmodica do que a atropina
Anticolinesterase e intoxicação por cogumelos – tratamento por intoxicação por organofosforados anti
– Achase – atropina em doses maiores; ela tb antagoniza agentes anti – Achase usados na miastenia
gravis; ela tb é o antídoto especifico para a rápida intoxicação por cogumelos causada pela muscarina
e ela não tem valor relevante no envenenamento retardado.
AGENTES ANTICOLINESTERÁSICOS
Resumo: São agentes que prolongam a existência da acetilcolina após sua liberação nas terminações
nervosas colinérgicas por inibição da acetilcolinesterase (AChE), a qual é responsável pela rápida
hidrólise da acetilcolina. A utilidade terapêutica inclui o tratamento de glaucoma e de outras condições
oftalmológicas. Tb atuam na motilidade intestinal e vesical; aumentam a força muscular esquelética na
miastenia gravis; e atuam na doença de Alzheimer (somente os que atravessam a barreira hemato-
encefálica (BHE). Alguns anticolinesterásicos (Anti-AChE) foram mt empregados como agesntes
tóxicos, na forma de inseticidas para agricultura e de “gases dos nervos” potenciais na guerra química.
Dependendo do composto, apresenta reação reversível ou irreversível.
Estrutura da AChE: São de dois tipos: (i) Oligômeros homoméricos simples de subunidades
catalíticas (monômeros, dímeros e tetrâmeros) presentes como formas solúveis no interior das células,
e (ii) associações heteroméricas de subunidades catalíticas (tetrâmeros), presentes nas sinapses
neuronais na superfície externa da membrana celular e lâmina basal de áreas juncionais do músculo
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esquelético. É uma hidrolase que leva à formação de acetato e colina. É uma enzima mt eficiente
comum tempo mínimo de renovação de sua atividade.
Ação nos órgãos efetores dos antiAChE: São resultado da prevenção da hidrólise de ACh pela AchE
nos locais de transmissão colinérgica. Logo, vai ocorrer acúmulo do transmissor, e potencialização de
sua ação. Alguns compostos anti-AchE como a Neostigmina podem atuar tb agindo direto como
estimulador colinérgico.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Os agentes anti-AchE têm a capacidade potencial de produzir todos os seguintes efeitos: (i)
Estimulação das respostas dos receptores muscarínicos nos órgãos efetores autônomos, (ii)
Estimulação, seguida de depressão ou paralisia de todos os gânglios autônomos e do músculo
esquelético (Ações nicotínicas), e (iii) Estimulação, com depressão subseqüente ocasional dos locais
receptores colinérgicos do SNC.
Os compostos quaternários (Ex. Edrofônio) não penetram facilmente nas membranas celulares,
são pc absorvidos pelo TGI ou pele ou BHE. Atuam preferencialmente nas junções neuromusculares do
músculo esquelético como anti-AchE e como agonistas diretos.
Os compostos mais lipossolúveis são bem absorvidos após administração oral, exercem efeitos
periféricos e centrais e podem ser seqüestrados em lipídios por longos períodos. São bem absorvidos
na pele.
As ações dos anti-AchE são bloqueadas pela atropina.
Os locais de ação dos agentes anti-AchE incluem o SNC, olho, intestino e junção neuromuscular
da musculatura esquelética.
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Olho: Causam hiperemia conjuntival qdo aplicados localmente e constrição do músculo
esfíncter da pupila em torno da margem pupilar da íris (miose) e do músculo ciliar (bloqueio do reflexo
de acomodação, com conseqüente foco para visão de perto). A miose pode durar horas a dias. A
pressão intra-ocular, qdo elevada, em geral cai em conseqüência da facilitação do fluxo de saída do
humor aquoso.
Junção neuromuscular: Normalmente um único impulso nervoso num ramo axônio motor
terminal libera uma quantidade suficiente de ACh para causar despolarização localizada (potencial da
placa terminal) de magninude suficiente para iniciar um potencial de ação muscular propagado. A ACh
liberada é rapidamente hidrolisada pela AchE de modo que o tempo de vida da Ach livre na sinapse é
mais curto que o declínio do potencial de placa terminal. Após inibição da hidrolase, o tempo da Ach na
sinapse aumenta permitindo que o transmissor seja novamente ligado a múltiplos receptores. A ação
destrói a sincronia entre as despolarizações de placa terminal e o desenvolvimento de potenciais de
ação. Ocorre então uma excitação assincrônica e fibrilação das fibras musculares. Qdo há inibição
suficiente de AchE, predomina despolarização da placa terminal e bloqueio.
Ações em outros locais: Aumento das respostas secretoras em glândulas inervadas por fibras
colinérgicas pós-ganglionares (glds brônquicas, lacrimais, sudoríparas, salivares, gástricas, intestinais
e acinares pancreáticas). Em baixas doses, os anti-AchE aumentam as respostas secretoras à
estimulação nervosa, e doses maiores resultam em aumento na taxa de secreção em repouso.
Os anti-AchE tb aumentam a contração das fibras musculares lisas dos bronquíolos e dos
ureteres (peristalse).
Os anti-AchE aumentam as influências vagais sobre o coração, o que diminui o período
refratário efetivo das fibras atriais e aumenta o período refratário e o tempo de condução dos nodos
AS e AV. Logo, observa-se um aumento da FC no envenenamento grave por inibidores da
colinesterase.
TOXICOLOGIA
Os anti-AchE têm gde importância médica devido as intoxicações por inseticidas e suicídios.
Intoxicação aguda: Os efeitos da intoxicação aguda por anti-AchE manifestam-se por sinais e
sintomas muscarínicos e nicotínicos, e por sinais do SNC (no caso dos compostos com alta
lipossolubilidade). Os efeitos sistêmicos aparecem poucos minutos após inalação, ou são tardios após
absorção gastrintestinal e percutânea. A duração dos efeitos depende: da lipossolubilidade,
necessidade de ser ativado ou não, estabilidade da ligação organofosforado-AchE e “envelhecimento”
da enzima fosforilada (qto mais tempo fosforilada, mais difícil a reversão da inativação).
Efeitos (dependem da dose, da via, do agente e outros fatores):
a) Após inalação - efeitos oculares (miose acentuada, dor ocular, congestão conjuntival,
diminuição da visão, espasmo ciliar e dor no supercílio) e respiratórios (rinorréia,
hiperemia das VASuperiores, sensação de “aperto” no tórax, respiração sibilante por
broncoconstrição e aumento da secreção brônquica). A insuficiência respiratória é a
principal causa de morte.
b) Após ingestão – Efeitos gastrintestinais (anorexia, náuseas, vômitos, cólicas
abdominais e diarréia
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c) Após absorção percutânea de líquido – Sudorese localizada e fasciculações
musculares na vizinhança imediata.
d) Intoxicação grave – Extrema salivação, defecação e micção involuntária, sudorese,
lacrimejamento, ereção peniana, bradicardia e hipotensão.
e) Junções neuromusculares – Ações nicotínicas com fadiga, e fraqueza generalizada,
contrações involuntárias, fasciculações dispersas, fraqueza intensa e paralisia. A
mais grave é a paralisia dos músculos respiratórios.
f) SNC – Confusão, ataxia, fala arrastada, perda dos reflexos, respiração Cheyne-
Stokes, convulsões generalizadas, coma e paralisia respiratória central. A
neurotoxicidade pode ser tardia.
g) Centro motores e cardiovasculares – Hipotensão
USOS TERAPÊUTICOS
i) Íleo paralítico e atonia da bexiga – Neostigmina usada para aliviar a distensão abdominal e a
pseudo-obstrução colônica aguda secundárias a uma variedade de causas clínicas e cirúrgicas.
ii) Glaucoma primário (e alguns tipos secundários como após extração de catarata) e outras indicações
oftalmológicas como miastenia gravis restrita aos músculos extra-oculares e das pálpebras.
iii) Miastenia gravis – É uma doença neuromuscular caracterizada por fraqueza e acentuada
fatigabilidade do músculo esquelético. É um defeito na transmissão sináptica na junção NM, talvez por
resposta auto-imune contra receptor de Ach na placa terminal pós-juncional. Tratamento:
Piridostigmina, neostigimina e o ambenônio.
vi) Doença de Alzheimer – Os pacientes com esta doença apresentam deficiência em neurônios
colinérgicos intactos. Usa-se tacrina, donepezil, rivastigmina
Propriedades Farmacológicas:
- Miose, hiperemia conjuntival, e diminuição da pressão intraocular
- Aumento da motilidade intestinal, aumenta a secreção de HCl
- Aumento da secreção de glds.
- Bradicardia (leva à redução do DC e da PA)
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- Depressão do SNC
Usos terapêuticos:
- Íleo paralítico
- Atonia da bixeiga
- Glaucoma
- Descurarização (Neostigmina + atropina para reduzir os efeitos colinérgicos)
- Miastenia gravis – Bridostigmina
- Intoxicação com drogas anticolinérgicas
- Doença de Alzheimer
Contra-indicações:
- Asma
- Insuficiência coronariana
- Úlcera péptica
- Hipertireoidismo (há aumento simpático, logo, não usa colinérgicos pois mascararia os efeitos e não
trabalha a causa).
Seminário VI:
ANESTÉSICOS LOCAIS
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Os anestésicos locais (AL) evitam ou aliviam a dor, ao interromper a condução nervosa. Esses
anestésicos se ligam a um sítio específico no interior dos canais de sódio, bloqueando o fluxo iônico
por meio desses canais. Em geral, sua ação se restringe ao local de aplicação e sofre reversão
rapidamente com a difusão do local de ação no nervo. Os AL podem ser administrados por várias vias,
incluindo a via tópica, infiltração, bloqueio de campo ou nervo, regional IV, espinhal ou epidural, de
acordo com as circunstâncias clínicas.
Introdução aos AL
Quando aplicados no local do tecido nervoso e em concentrações adequadas, os AL bloqueiam,
de forma reversível, os PA responsáveis pela condução nervosa. Assim, um AL em contato com um
tronco nervoso, pode paralisar a condução de PA em fibras sensoriais e motoras na área inervada. A
vantagem prática dos anestésicos locais é a reversibilidade de sua ação nas concentrações
clinicamente relevantes. Ocorre, em geral, o completo retorno das funções normais das fibras
nervosas.
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Tipos de bloqueio dos canais de sódio pelos AL
Tônico → Sem a ativação dos canais de sódio e sem estímulos elétricos. Compressão dos canais de
sódio, por interação entre os AL e a porção lipídica da membrana plasmática.
Fásico → Bloqueio freqüência-dependente.
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Velocidade Função
Fibra Localização Mielina Diâmetro de Sensibilidade
anatômica (μm) condução ao bloqueio
(m
/seg)
Aα Aferente e +
eferente de Sim 6 – 22 10 – 85 Motora e
Aβ músculos e proprioceptiva ++
articulações
Aγ Eferente Tônus ++
para os Sim 3–6 15 – 35 muscular
fusos
musculares
Aδ Raízes Dor,
sensoriais e Sim 1- 4 5 – 25 temperatura, +++
nervos tato
periféricos
aferentes
Fibras B Simpática Vasomotora,
pré- Sim <3 3 – 15 visceromotora, ++++
ganlionar sudomotora e
pilomotora
Fibras C Simpática Vasomotora,
simpática pós- Não 0,3– 1,3 0,7 – 1,3 visceromotora, ++++
ganlionar sudomotora e
pilomotora
Fibras C Raízes Dor, ++++
da raiz sensoriais e Não 0,4 – 1,2 0,1 – 2,0 temperatura,
dorsal nervos tato
aferentes
periféricos
Efeitos do pH
Os AL, em geral, tendem a ser discretamente solúveis como aminas não protonadas. Assim
sendo, são, em geral, comercializados como sais hidrossolúveis, na forma de cloridrato. Como os AL
são bases fracas (pKa varia de 8 a 9), seus sais de cloridrato são levemente ácidos, o que aumenta a
estabilidade dos ésteres de AL e qualquer substância vasoconstrictora acompanhante. Nas condições
habituais de administração, o pH da solução de AL se equilibra rapidamente com o pH dos líquidos
extracelulares. Embora a espécie não protonada dos AL seja necessária para a difusão através das
membranas celulares, a espécie ionizada catiônica é a que interage, preferencialmente, com os canais
de sódio. Vale ressaltar que as formas não protonadas do AL também exercem algum efeito
anestésico. Ao reduzirmos o pH de um determinado meio, aumentamos a disponibilidade da forma
protonada de uma determinada substância.
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contato. Uma dessas manobras são as muitas ampolas vendidas no mercado que contém uma
associação de AL e vasoconstrictor, como a epinefrina ou adrenalina. O vasconstrictor realiza um
serviço duplo. Por reduzir a taxa de absorção do AL, não apenas situa o anestésico no local desejado
por mais tempo, como também permite que a velocidade em que o anestésico é destruído no
organismo se mantenha igual àquela em que ele é absorvido para a circulação, reduzindo sua
toxicidade sistêmica. Porém, a adrenalina, ao interagir com os β 2R gera vasodilatação dos músculos
esqueléticos e, portanto, tem a capacidade de aumentar o potencial de toxicidade sistêmica do
anestésico depositado no tecido muscular.
Certa parte do vasconstrictor pode ser absorvida por via sistêmica e, algumas vezes, em
quantidades suficientes para causar alguns efeitos indesejáveis no organismo. Também pode haver
demora na cicatrização da ferida, edema tecidual ou necrose após o uso de AL, efeitos que parecem
ocorrer em parte, pois, as aminas simpáticomiméticas aumentam o consumo de oxigênio do tecido, o
que, juntamente com a vasoconstricção, acarreta hipóxia e lesão tecidual local. O uso de
vasoconstrictores na formulação de AL para as regiões anatômicas com circulação colateral limitada
pode causar lesão hipóxica irreversível, necrose tecidual e gangrena, estando, portanto, contra-
indicado.
SNC → Após absorção, os AL podem causar estimulação do SNC (por depressão dos neurônios
inibitórios), causando inquietação e tremor, que podem evoluir para convulsões clônicas. Quanto mais
potente o anestésico, mais rapidamente podem ocorrer as convulsões. Após a estimulação do SNC
pode ocorre depressão e até a morte, por insuficiência respiratória. Os benzodiazepínicos ou os
barbitúricos de ação rápida, por via IV, são os fármacos de escolha para a prevenção e interrupção de
convulsões. Embora a sonolência seja uma das principais queixas de pacientes após o uso lidocaína,
pode haver euforia ou disforia, além de contrações musculares espasmódicas. A lidocaína e a procaína
podem acarretar perda da consciência precedida apenas por sintomas de sedação.
Hipersensibilidade aos AL
São raros os indivíduos hipersensíveis aos AL. A reação pode se manifestar por si só como uma
dermatite alérgica ou uma crise asmática típica. A hipersensibilidade parece ocorrer quase,
exclusivamente, com AL do tipo éster e com compostos semelhantes.
Metabolismo de AL
O destino metabólico dos AL é de grande importância prática, pois, os seus possíveis efeitos
tóxicos sistêmicos dependem de um equilíbrio entre a sua absorção e metabolização. A toxicidade está
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ligada diretamente ao aumento da concentração de AL livre, ou seja, sem estar ligado a proteínas
plasmáticas. Quando um AL se liga a uma proteína plasmática, reduz-se as chances de ele gerar
efeitos tóxicos.
Os AL do tipo éster são, em geral, metabolizados por esterases circulantes, tais como
colinesterase plasmática. Os AL com ligação amida, em geral, são degradados pelos retículo
endoplasmático hepático.
OBS: É preciso muito cuidado no uso extenso de AL com ligação amida em pacientes hepatopatas
graves. Esses AL se ligam muito a proteínas plasmáticas, principalmente, à α 1-glicoproteína ácida.
Muitas hepatopatias aumentam ou reduzem a concentração dessa proteína, o que altera a quantidade
de AL que é entregue ao fígado para posterior metabolização, influenciando, assim, a toxicidade
sistêmica.
OBS: Neonatos, em geral, possuem menor concentração de proteínas plasmáticas que se ligam aos
AL. Portanto, são mais susceptíveis aos efeitos tôxicos sistêmicos de AL.
1. Cocaína
Os efeitos clinicamente desejados no uso de cocaína são a inibição da recaptação neuronal de
noradrenalina, gerando vasoconstricção local e bloqueio da condução de impulsos nervosos por suas
propriedades anestésicas locais. Suas propriedes euforizantes decorrem, principalmente, do bloqueio
da captação de catecolaminas, principalmente, da dopamina, nas sinapses do SNC. Atualmente, a
cocaína é utilizada apenas para anestesia tópica do trato respiratório superior, onde suas ações
vasoconstrictoras e anestésicas locais fornecem anestesia e encolhimento da mucosa com um único
agente. O cloridrato de cocaína é utilizado para aplicação tópica.
2. Lidocaína
É, atualmente, o AL mais amplamente utilizado. A lidocaína induz anestesia mais rápida, mais
intensa e de duração mais longa e de extensão maior do que a proporcionada por uma idêntica
concentração de procaína. A lidocaína consitui-se em uma escolha alternativa para os indivíduos
sensíveis aos AL do tipo éster.
A lidocaína é absorvida rapidamente após administração parenteral e a partir dos TGI e
respiratório. A lidocaína é desalquilada no fígado pelas oxidases de função mista. Os efeitos colaterais
da lidocaína vistos com a sobredose incluem sonolência, tinido, disgeusia, tontura e contrações
musculares espasmódicas. À medida que a dose aumenta há convulsão, depressão e parada
respiratória. A lidocaína é utilizada amplamente para procedimentos que necessitem de um anestésico
local de duração intermediária, além de ser utilizada como antiarrítmico.
3. Bupivacaína
É um anestésico local do tipo amida amplamente utilizado. É capaz de proporcionar anestesia
prolongada e bloqueia mais as fibras sensoriais do que as motoras. Por isso, é bem aceita no processo
de analgesia de parto.
A bupivacaína é mais tóxica do que a lidocaína. A lidocaína e a bupivacaína bloqueiam
rapidamente os canais de sódio durante a sístole cardíaca. Porém, a bupivacaína se dissocia mais
lentamente do que a lidocaína, o que torna o bloqueio de canais de sódio por bupivacaína, na diástole,
mais prolongado.
Etidocaína → É uma aminoamida de longa duração. Seu início de ação é mais rápido que o da
bupivacaína e é comparável ao da lidocaína, mas, seu tempo de ação é comparável a bupivacaína.
Comparada com a bupivacaína, a etidocaína promove um bloqueio motor preferencial. Sua toxicidade
cardíaca é semelhante à da bupivacaína.
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Mepivacaína → Suas propriedades farmacológicas são semelhantes à da lidocaína. A
mepivacaína, porém, é mais tóxica ao neonato e, portanto, não é utilizada em anestesia obstétrica.
Seu índice terapêutico em adultos é, ligeiramente maior, que o da lidocaína. Seu início de ação é
semelhante ao da lidocaína e sua duração discretamente mais longa.
Procaína → Foi o primeiro anestésico local sintético e é um aminoéster. Seu uso atualmente
está restrito à anestesia infiltrativa e, ocasionalmente, para bloqueios nervosos diagnósticos. Isso se
deve a sua baixa potência, ao início lento e a curta duração de ação.
Tetracaína → É um aminoéster de longa ação, significativamente mais potente e com ação mais
prolongada do que a procaína. A tetracaína pode exibir elevada toxicidade sistêmica, pois, é
metabolizada mais lentamente do que outros AL do tipo éster comumente utilizados. Atualmente, tem
amplo emprego em anestesia espinhal, quando se necessita de um fármaco de ação mais prolongada.
Cloridrato de diclonina → Tem rápido início de ação e duração de efeito comparada a procaína.
É absorvido pela pele e mucosas.
AL de baixa solubilidade
Alguns AL são muito pouco solúveis, o que dificulta a sua absorção para causarem toxicidade.
Podem ser aplicados diretamente nos ferimentos e superfícies ulceradas, onde ficam localizados por
longos períodos e exercem uma ação anestésica mantida. O membro mais importante desse grupo é a
benzocaína.
Anestesia tópica
A anestesia das mucosas do nariz, da boca, da garganta, da árvore traqueobrônquica, do
esôfago e do TGU pode ser feita feita pela aplicação direta das soluções aquosas de sais de muitos AL
ou por meio da suspensão de AL pouco solúveis. A tetracaína (2%), lidocaína (2 – 10%) e a cocaína (1
– 4%) são os anestésicos mais comumente utilizados. A cocaína é utilizada apenas no nariz, na
nasofaringe, na boca, na garganta e no ouvido e tem a vantagem de causar vasoconstricção além da
anestesia, gerando retração de mucosas, o que reduz o sangramento operatório e melhora a
visualização cirúrgica. Para um adulto hígido, saudável, de 70 kg, as doses máximas permitidas são de
300 mg para a lidocaína, 150 mg para a cocaína e 50 mg para a tetracaína.
Os AL são absorvidos rapidamente para a circulação após a aplicação tópica nas mucosas ou
sobre a pele desnudada. Logo, deve-se ter sempre em mente que a anestesia tópica também pode
levar a efeitos indesejáveis sistêmicos. A absorção é extremamente veloz, no uso de AL na árvore
traqueobrônquica.
Anestesia infiltrativa
É a injeção de AL diretamente no tecido, sem levar em consideração o trajeto dos nervos
cutâneos. A anestesia infiltrativa pode ser tão superficial a ponto de só incluir a pele. A duração da
anestesia infiltrativa pode ser aumentada com o uso de adrenalina, um vasoconstrictor. Porém, as
soluções de AL e adrenalina não podem ser injetadas em regiões de vascularização terminal, com
artérias terminais, tais como dedos, orelhas, nariz, pênis, dentre outros, pois, poderia levar a isquemia
e necrose.
Os AL mais comumente utilizados para anestesia infiltrativa são a lidocaína (0,5 – 1%), a
procaína (0,5 – 1%) e a bupivacaína (0,125 – 0,25%). Quando usados sem adrenalina, podemos
chegar até 4,5 mg/kg de lidocaína, 7mg/kg de procaína e 2 mg/kg de bupivacaína. Ao se adicionar
adrenalina, essas quantidades podem ser aumentadas em cerca de 33%. Logo, seria,
aproximadamente, 6 mg/kg de lidocaína, 9,3 mg/kg de procaína e 2,6 mg/kg de bupivacaína.
A vantagem da anestesia infiltrativa é a de fornecer um nível anestésico satisfatório sem a
interrupção das funções corporais normais. A principal desvantagem da anestesia infiltrativa é o fato
de ter de se usar quantidades relativamente grandes do fármaco para anestesiar áreas relativamente
pequenas, o que é um problema em cirurgias de pequeno porte.
Efeitos fisiológicos da anestesia espinhal → A maioria dos efeitos colaterais fisiológicos da anestesia
espinhal são decorrentes do bloqueio de fibras simpáticas, nas raízes dos nervos espinhais, produzido
pelos AL. É necessária uma boa compreensão desses efeitos para realizar uma boa e segura anestesia
espinhal. Embora o AL seja injetado no saco dural, em topografia lombar, observa-se uma
disseminação cefálica, exceto em doses muito pequenas de AL. Essa disseminação cefálica tem grande
importância na prática da anestesia espinhal e está sob o controle de muitas variáveis como a posição
do paciente e a baricidade (densidade do fármaco em relação a densidade do líquor).
O grau de bloqueio simpático está relacionado com a altura da anestesia sensorial pois, em
geral, o grau de bloqueio simpático é de vários segmentos espinhais mais altos, uma vez que as fibras
simpáticas pré-ganglionares são mais sensíveis ao bloqueio pelas concentrações baixas de AL. Os
efeitos do bloqueio simpático envolvem as ações do SNA parassimpático e a resposta da parte não
bloqueada do SNA simpático. Clinicamente, os efeitos mais importantes do bloqueio simpático,
manifestam-se no aparelho cardiovascular. Com exceção dos níveis mais baixos de bloqueio espinhal,
haverá sempre um grau de vasodilatação, mais acentuado no lado venoso do que no arterial,
configurando um represamento de sangue nas veias. O RV pode ser elevado inclinando-se a cabeça do
paciente para baixo ou levantando seus membros inferiores. Em níveis elevados de bloqueio espinhal,
pode-se bloquear as fibras simpáticas aceleradoras da FC (saem de T1 – T4). Portanto, isso pode ser
nocivo para pacientes que dependam do tônus simpático para manter o seu DC.
Um efeito benéfico da anestesia espinhal, dependendo da topografia de sua injeção pode a
inibição das fibras simpáticas que induzem o peristaltismo intestinal. Sendo assim, o intestino fica
pequeno e contraído e isso, associado a flacidez abdominal, pode facilitar muito as condições de certas
cirurgias intestinais. Os efeitos da anestesia espinhal do trato respiratório são mediados, em sua
maioria, pelos seus efeitos na musculatura esquelética. A paralisia de musculatura intercostal reduz a
capacidade do paciente em tossir e expulsar secreções, o que pode ser nocivo aos bronquíticos e
enfisematosos, além de poder causar dispnéia.
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Baricidade do fármaco e posição do paciente → A baricidade do AL injetado irá determinar a
direção da migração dentro do saco dural. As soluções hiperbáricas tendem a se depositar nas porções
inferiores do saco dural, enquanto as soluções hipobáricas tendem a migrar na direção oposta. As
soluções isobáricas tendem a permanecer nas proximidades de onde foram injetadas. A escolha da
posição do paciente antes e após a injeção do AL no saco dural e a escolha do AL com baricidade
adequada é crucial para a uma anestesia espinhal bem-sucedida, durante alguns procedimentos
cirúrgicos.
Avaliação da anestesia espinhal → A anestesia espinhal tem o seu maior valor em cirurgias que
envolvem o abdome inferior, os membros inferiores e o períneo. É, geralmente, combinada à
injeção de medicamentos por via IV para fornecer sedação e amnésia.
Bloqueadores Neuromusculares
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4. A inervação simpática se superpõe = 1 cél ganglionar pode ser inervada por várias fibras
ganglionares. Já no parassimpático a proporção admitida entre fibras pré e pós-ganglionares é 1:1,
exceto no plexo mioentérico (1:8.000)
5. Sist motor É um sist voluntário, ou seja, o comando para sua ativação é dirigido por fibras
corticais, que se encontram com os corpos celulares dos nrns motores somáticos no corno post da
medula. O axônio destes nrns motores se divide em muitos ramos, sendo que cd ramo inerva uma
única fibra muscular. Assim, cada nrn motor origina uma unidade motora – esta sendo a fibra nervosa
somada às várias fibras musc inervadas por ela, de modo que +de 100 fibras musc podem ser
inervadas por 1 único nrn motor.
Em cada ponto de encontro entre um ramo do nrn motor e uma fibra muscular forma-se uma
placa motora, ou junção neuromuscular. A placa é uma região especializada da membrana musc, com
invaginações ligadas ao retículo sarcoplasmático (depósito de Ca2+), além de conter receptores
específicos e aglomerados neste sítio da membrana. Esta estrutura se desenvolve embriologicamente,
e é mantida na vida adulta, graças à interação com o nervo, que libera fatores tróficos a cada
despolarização. Os processos de formação da placa e manutenção trófica envolvem a ação da
neurorregulina e da agrina: 1) NRG (neurorregulina) promove a maturação do receptor de ACh
(AChR), que é determinada pela troca de uma subunidade, o que aumenta a eficiência do AChR; 2)
Agrina dirige e mantém a integridade dos outros processos de formação da placa, que são a formação
das vilosidades da Memb musc e a concentração do AChR neste sítio. Importante é entender que o
nervo é não só dirigente da maturação da placa motora, mas mantém a sua arquitetura – tanto que a
retirada do nervo provoca a reversão de todo o processo descrito.
Transmissão juncional
▪ Terminal pré-sináptico
É onde se localizam as vesículas de ACh, que contém não somente o neurotransmissor, mas
também grande quantidade de ATP. O ATP funciona como uma via de regulação da liberação de ACh:
há metabolização de ATP na fenda sináptica, liberando adenosina, que atua com receptores purínicos
na membrana pré-sináptica causando hiperpolarização e conseqüente diminuição ou inibição da
exocitose de vesículas, reduzindo a concentração de ACh na fenda.
Nas vesículas também estão presentes várias ptns de membrana, das quais são mais
importantes a citadas a seguir. A sinapsina faz a ancoragem das vesículas à actina, e quando ocorre a
despolarização do nervo, com entrada de Ca2+, a sinapsina é fosforilada e libera a vesícula. Depois de
liberada, segue trajeto até a porção final da fibra nervosa, sendo guiada pela sinaptotagmina. Este
processo é a mobilização das vesículas. A sinaptobrevina atua na exocitose das vesículas, promovendo
ancoragem à MP. A Rab-3 promove modulação da mobilização, ancoragem e fusão das vesículas.
▪ Atividade pós-juncional
Quando a despolarização atinge o limiar há propagação de corrente pela membrana. Para a
fibra musc o pot de repouso é de -90mV e o limiar é estabelecido em -70mV. Quando é disparado o
potencial de placa, a despolarização máxima possível é cerca de 3 vezes superior a esta variação de
+20 no pot de membrana (de -90 para -70/limiar). Dessa forma é gerada uma corrente,
despolarizando a vizinhança da placa motora.
▪ Acoplamento Excitação-contração
Dá-se pela interação mecânica entre o canal de Ca sensível a voltagem e o retículo
sarcoplasmático. Daí: despolarização da cel musc => abre canais Ca tipo L => mudança
conformacional do canal de Ca via interação mecânica com o retículo sarcoplasmático => liberação de
Ca para o meio intracelular => contração muscular.
Somente para ilustrar, abaixo está um esquema do acoplamento excitação-contração cardíaco. Não
atentem para estas várias setas...
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Agentes que atuam na junção neuromuscular
O AChR do tipo N está nas junções neuromusc e nos gânglios autonômicos periféricos,
mediando a ação da ACh nestes sítios. No SNC participa do controle da liberação de
neurotransmissores de locais pré-sinápticos (mecanismo influenciado pela nicotina).
Receptor de ACh nicotínico (N)
Bloqueadores Neuromusculares
▪ Propriedades farmacológicas
Ação na musculatura esquelética
Há 2 tipos de bloqueadores – os antagonistas competitivos e os agentes despolarizantes.
Os antagonistas competitivos impedem a ligação da ACh ao seu receptor. Esta ligação diminui a
amplitude do potencial atingido na placa, de modo progressivo com o aumento da concentração do
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antagonista. Entretanto, somente quando a ocupação dos receptores N atinge o mínimo de 75% do
total é que é inibido o pot de placa, pois com esta pequena disponibilidade de receptores de ACh não é
possível atingir o limiar de excitabilidade. Entretanto, a administração de anticolinesterásicos (anti-
ChE) pode reverter este quadro, permitindo novamente a gênese de potenciais de placa. Isto acontece
pq os anti-ChE aumentarão a disponibilidade de ACh na fenda sináptica, deslocando os antagonistas
competitivos de alguns receptores e proporcionando sua abertura e posterior despolarização da placa
motora.
Os agentes despolarizantes (succinilcolina e decametônio) atuam por 2 mecanismos:
◘ Ação inicial: ocorre quando a succinilcolina está presente na placa, interagindo com o AChR e
promovendo sua abertura de modo idêntico à ACh, despolarizando a membrana. Mas, como o tempo
de interação deste agente com o canal é prolongado em relação ao da ACh, há uma despolarização
duradoura, o que acaba por dessensibilizar o receptor. Clinicamente pode-se observar fasciculações
musculares transitórias conseqüentes à despolarização prolongada, que gera uma excitação repetitiva
nos músculos.
◘ Fase de bloqueio: A succinilcolina se desligou do AChR, dirigindo-se ao plasma e lá sendo
metabolizada rapidamente (isto justifica a sua duração ultra-curta). Porém, o AChR continua
dessensibilizado, pois quando isso ocorre a recuperação do receptor leva de 1 a 3 min. Neste intervalo
de tempo a membrana continua despolarizada; a ACh se liga ao canal, mas este não se abre,
impedindo a geração do pot de placa mesmo sem a presença do agente antagonista. Ou seja, o agente
antagonista, ao dessensibilizar os AChR, gera uma resistência a uma despolarização adicional pela
ACh. Esta fase é que corresponde ao bloqueio neuromuscular promovido pelo agente e caracteriza-se
por paralisia flácida.
Em condições clínicas, com utilização de concentrações crescentes de succinilcolina e
administração contínua ocorre uma conversão do bloqueio despolarizante para um bloqueio não-
despolarizante, este possuindo fases I e II. A fase I compreende o bloqueio despolarizante descrito
acima, enquanto a fase II é uma repolarização gradual da membrana, chegando próxima ao pot de
membrana da placa motora. Esta segunda fase assemelha-se a um estado de dessensibilização do
receptor e é uma complicação da administração contínua do agente.
Obs: ver quadro 9.3 na pág152 (10ª edição) que mostra as respostas das fases I e II de bloqueio
neuromuscular. Tb ver a fig 9.3, que é um esquema da placa motora com os agentes que estimulam e
bloqueiam.
Seqüência e característica da paralisia. Quando se injeta uma quantidade apropriada de um
antagonista competitivo por via IV se obtém uma paralisia flácida total, que possui e seqüência de
relaxamento dos músculos de rápido movimento (oculares, mandíbula, laringe) para posteriormente os
dos membros e tronco, e só depois os mm. respiratórios. Já a seqüência de recuperação depois da
parada da administração do bloqueador é inversa, se recuperando antes os mm. respiratórios.
Ação no SNC – praticamente inexiste, pois os bloq neuromusc, que possuem um amônio
quaternário, não penetram na barreira hematencefálica. Assim, durante o procedimento de bloqueio
neuromusc a consciência é mantida se não houver outro fator de interferência.
Efeitos colaterais - bloqueadores competitivos: Suas ações colaterais são principalmente o
bloqueio ganglionar, incluindo respostas vagais, e liberação de histamina, além de ação em sitos
muscarínicos, quando a droga é menos seletiva, como no caso do curare. Nas doses de tubocarina
utilizadas na clínica é provável que ocorra bloqueio parcial dos gânglios autônomos e da medula
adrenal, resultando em queda da PA e taquicardia. Os outros agentes do grupo possuem maior
seletividade, determinando mínimas alterações como estas. A liberação de histamina por bloq
neuromusc é uma ação direta do relaxamento muscular sobre o mastócito. Quando induzida pelo uso
de tubocarina determina respostas como o broncoespasmo, hipotensão, secreção salivar e brônquica
excessiva. Os demais bloq liberam menos histamina. Os agentes despolarizantes bloqueiam
receptores M: como o pancurônio e em algumas vezes até mesmo a succinilcolina, que apresentam
efeitos cardiovasculares que provavelmente decorrem de estimulação dos gânglios vagais (bradicardia)
e simpáticos (hipertensão e taquicardia). Os bloqueadores despolarizantes praticamente não induzem
lib de histamina.
Ações potencialmente fatais – os agentes despolarizantes, mediante a despolarização
prolongada que geram, causam perda expressiva de K e ganho de Na, Cl e Ca pelas células
musculares. Como esta perda de K pode ser bastante rápida, pode induzir hiperpotassemia, o que em
pacientes com distúrbio eletrolítico pode induzir apnéia prolongada. Esta hiperpotassemia induzida por
fármacos com a succinilcolina pode ser fatal, induzindo colapso cardiovascular, diante de outros
distúrbios: ICC em uso de digitálicos ou diuréticos, politraumatizados, grandes queimados, portadores
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de distrofias musculares e menores de 8 anos de idade. Pode haver toxicidade também
secundariamente à liberação de histamina induzida principalmente pelos bloqueadores competitivos.
Deve-se atentar tb diante de pacientes com insuficiência renal e hepática, já que estas são vias
importantes de metabolismo/eliminação de fármacos, podende levar a intoxicações medicamentosas.
Outra situação grave gerada pelo uso destes fármacos é a Hipertermia maligna, uma doença genética
em que há mutação no receptor de Ca tipo L das fibras musculares (Ryr-1), provocando intensa saída
de Ca do retículo sarcoplasmático. Quadro clínico: contratura, rigidez e produção de calor pelo músculo
esquelético, acidose metabólica, taquicardia e hipertermia grave.
Usos terapêuticos
- adjuvante na anestesia cirúrgica para obter relaxamento muscular, facilitando manipulações
do ato operatório. Vantagens: minimiza o risco de depressão respiratória e cardiovascular e encurta o
tempo de recuperação anestésica em relação aos anestésicos gerais.
- ajuda em procedimentos ortopédicos (correção de fraturas, luxações)
- facilitar a intubação oro-traqueal, a laringoscopia, a broncoscopia e a esofagoscopia associado
a um anestésico geral
- auxiliar durante a terapia eletroconvulsivante, como forma de evitar fraturas e outros
acidentes
- controle de espasmos musculares
Introdução
Os receptores nicotínicos da Ach (nAchR) são os que medeiam a transmissão nervosa na junção
neuromuscular e nos gânglios autônomos periféricos. Analisaremos aqui os agentes que atuam na
junção neuromuscular, principalmente. Os BNM distinguem-se pelo fato de causarem ou não
despolarização da placa motora terminal e, por esse motivo, podem ser classificados como agentes
competitivos (estabilizadores – ex: curare) ou despolarizantes (ex: succinilcolina).
Vale ressaltar o fato de que são necessárias duas moléculas de Ach para ativar um nAchR,
ligando-se, cada uma, em uma subunidade α. O nAchR é um canal iônico que permite a passagem de
três íons: sódio, potássio e cálcio, sendo a ordem de condutância: sódio = potássio > cálcio.
Túbulos T
Na região dos túbulos T há uma aproximação entre a placa motora e o retículo sarcoplasmático
presentes na fibra muscular. Na membrana das fibras musculares estão presentes receptores DHPR
tipo 1. No coração aparece receptores DHPR tipo 2. O DHPR tipo 1 interage com uma proteína RyR
(receptor de rianodina) presente na membrana do retículo sarcoplasmático. A ativação de DHPR tipo 1
gera a ativação de proteínas RyR, as quais são canais de cálcio e, quando ativadas liberam o cálcio do
retículo sarcoplasmático para o citoplasma das fibras musculares, o que ativa a contração muscular.
Agentes BNM
A seleção terapêutica deve basear-se na obtenção de um perfil farmacocinético compatível com
a duração do procedimento e a miniminização do comprometimento cardiovascular ou outros efeitos
colaterais. Como já foi dito os BNM se dividem em despolarizantes e competitivos. Os agentes
competitivos são moléculas geralmente volumosas e rígidas e os agentes despolarizantes são, em
geral, moléculas mias flexíveis.
BNM competitivos
Os BNM competitivos se ligam aos nAchR, na membrana pós-sináptica, e bloqueiam de modo
competitivo a ligação da Ach a esse receptor. Quando o fármaco é aplicado diretamente sobre a placa
terminal de uma fibra muscular isolada, a célula muscular torna-se insensível a impulsos nervosos
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motores e ã aplicação direta de Ach. Porém, a região da placa terminal e o restante da membrana da
fibra muscular mantém a sua sensibilidade normal à despolarização do potássio e a fibra muscular
continua respondendo à estimulação elétrica direta. Ao se adicionar concentrações crescentes de BNM
competitivos como a tubocurarina, há uma diminuição progressiva da amplitude do potencial placa
motora. Para que isso ocorra, é preciso que os BNM competitivos se liguem a, no mínimo, 75% dos
nAchR. Ocupações abaixo desse valor ainda geram contração muscular. Portanto, podemos observar a
contração de fibras musculares ainda com um alto número de nAchR ocupados (ex: 70% de
ocupação).
BNM despolarizantes
Já os BNM despolarizantes, como a succinilcolina e o decametônio, atuam através de um
mecanismo diferente. Sua ação inicial consiste em despolarizar a membrana através da abertura dos
canais de modo idêntico à Ach. Porém, persistem com durações mais longas na junção neuromuscular,
pois, são resistentes a ação da acetilcolinesterase (AchE). Logo, a despolarização é de maior duração
do que a produzida pela Ach, resultando em um breve período de excitação repetitiva, podendo
desencadear fasciculações musculares transitórias.
A fase inicial é seguida de bloqueio da transmissão neuromuscular e paralisia flácida, surgindo
quando a Ach liberada liga-se a nAchR já despolarizados. Uma placa motora despolarizada por um
BNM despolarizante mostra-se resistente à despolarização adicional pela Ach. Em seres humanos
observa-se uma seqüência de excitações repetitivas (fasciculações) acompanhada de bloqueio da
transmissão e paralisia neuromuscular desencadeada por BNM despolarizantes. Porém, isso é alterado
por alguns fatores como o tipo de músculo, a taxa de administração do BNM e o uso de anestésico, se
houver.
Bloqueio de fase I → Provocada pela despolarização mantida da placa motora.
Bloqueio de fase II → Provocada pelo nAchR já dessensibilizado, por uso contínuo de BNM
despolarizante.
Observe a tabela abaixo, que compara a fisiologia de contração muscular e os fármacos que atuam em cada
etapa:
FISIOLOGIA FARAMACOLOGIA
PA do nervo Inibe → TTX, batracotoxina, anestésicos locais
Inibe → Hemicolínio, toxina botulínica,
Liberação vesicular de Ach procaína, magnésio, 4-aminopiridina, ausência
de cálcio
Estimula → Excesso de cálcio
Despolarização da placa motora Inibe → alcalóides do curare, α-toxinas ofídicas
Hidrólise de Ach pela AchE Estimula → anticolinesterásicos
PA muscular Inibe →Quinina, TTX
Estimula → Cálcio veratridina
Propagação da excitação no músculo ------------------------------------------------ x ------
----------------------------------------
Contração muscular Venenos metabólicos, ausência de cálcio,
procaína, dantroleno
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Classificação dos BNM quanto ao mecanismo de ação
BNM EXEMPLOS
Despolarizantes Succinilcolina, decametônio
Competitivos ou não-despolarizantes d-tubocurarina, galamina, pancurônio, alloferina,
atracúrio, cis-atracúrio, vecurônio, doxacúrio
OBS: A succinilcolina é contra-indicada em politraumatizados e grandes queimados, pois, pode haver rápida
absorção.
OBS: A d-tubocurarina não pode ser injetada no ser humano consciente. Não atravessa a barreira hematoencefálica e
não atravessa os enterócitos.
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