TCC - Everton Marquezine
TCC - Everton Marquezine
TCC - Everton Marquezine
Everton Marquezine
Araçatuba
2019
Centro Universitário Unitoledo
Everton Marquezine
Araçatuba
2019
MARQUEZINE, Everton Augusto
Aplicação da manutenção preventiva em máquinas injetoras de polímeros / Everton
Augusto Marquezine. – Araçatuba, 2018, 63 f.
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Mecânica – Centro Universitário
Toledo.
Orientador: Prof°. Me. Milton César Cavalheiro Júnior.
1. Manutenção Preventiva. 2. Gestão da Manutenção. 3. Indústria Brasileira. I. Júnior,
Milton César Cavalheiro II. Aplicação da manutenção preventiva em máquinas injetoras de
polímeros.
AGRADECIMENTOS
Preventive maintenance is the most complete tool of current maintenance, including all other
maintenances types. This tool, when properly applied, raises reliability and performance results
significantly. This study presents all the stages that involve this tool application, beginning with its
implantation until the results obtained after its execution. It is a technical tool, few companies and
professionals know how to use it. Due to the low level of knowledge, maintenance management
professionals have difficulties in proving their benefits, initially because of the cost of their deployment.
For years, frustrated attempts at deployments have neglected this tool, but it is important to emphasize
that its implementation is not simple and requires trained and focused professionals for deployment and
maintenance. This study proved the effectiveness of this tool with the presentation of data and significant
results for the plastic resin processing industry and could be extended to other segments in the Brazilian
industry.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10
6 Referências ............................................................................................................. 59
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS ESTUDADOS
Neste capítulo serão apresentados os conceitos empregados para o presente estudo.
Primeiramente a descrição dos termoplásticos e os tipos de injetoras plásticas, posteriormente
os conceitos históricos da manutenção industrial, e por fim, o conceito do ponto ótimo,
instrumento utilizado no presente estudo.
2.1 Termoplásticos
Outra grande vantagem, e uma das mais importantes, é a capacidade de reciclagem que
o polipropileno tem como característica, cuja simbologia é apresentada na Figura 2, podendo
ser reutilizado inúmeras vezes.
Os setores de termoplásticos no Brasil englobam o uso das principais matérias resinas
de injeção, como o poliestireno, poliestireno expansível, plásticos de engenharia, copolímeros
de estireno, polipropileno, espuma de polipropileno e monoestireno. Os principais mercados de
atuação destes termoplásticos são as indústrias automobilísticas, eletroeletrônicos e de
embalagens (BASF, 2007).
A máquina que hoje chamamos de injetora foi patenteada em 1872 por dois engenheiros
americanos, Hiatt e Isaac. Esta injetora consistia em uma prensa manual com sistemas de
aquecimento para os materiais plásticos. O processo de injeção teve seu início de fabricação de
máquinas nas décadas de 30 e 40, com máquinas do tipo pistão com capacidade aproximada
de 200 gramas de moldagem (BATTENFELD, 2008).
Ao longo do tempo, a máquina injetora passou por evoluções sendo a criação da
máquina hidráulica em1947, a máquina de parafuso alternativo em 1951 e a máquina elétrica
em 1988. Inicialmente desenvolvido para a transformação de resinas termoendurecíveis, hoje
chamada de termo fixo como uréiaformaldeído (comercialmente conhecido como Baquelite), o
processo teve um enorme desenvolvimento com o advento dos materiais termoplásticos que se
verificou após a Segunda Guerra Mundial (HARADA, 2004).
O desenvolvimento de máquinas injetoras se manteve e com a chegada dos materiais
termoplásticos, houve uma acelerada evolução, devido à enorme gama de produtos que podiam
ser fabricados à partir desse processo, principalmente por substituir a madeira e o vidro.
Atualmente as injetoras estão disponíveis em oito processos, sendo: injetora à pistão com pré-
plastificador; injetora com rosca pré-plastificadora; injetora com rosca recíproca; injetora de
ciclo rápido; injetora elétrica; injetora híbrida; co-injetoras ou injeção combinada; e a mais
usual, a injetora à pistão.
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São máquinas que não possuem rosca de dosagem e fazem apenas o movimento de
avanço e de recuo de um pistão sem o giro de dosagem. Essas máquinas possuem o cilindro
aquecido e o material que é injetado na cavidade, é colocado na quantidade do peso do produto
moldado.
Uma grande desvantagem nessas máquinas é que elas não deixam o material
homogêneo, deixando os produtos com pigmentos diferentes. Esse sistema foi muito usado nas
máquinas mais antigas. A Figura 3 ilustra o sistema de injeção nas injetoras de pistão.
São máquinas do mesmo conceito da injetora à pistão, porém essas máquinas possuem
um alimentador pré aquecido que faz a plastificação do material antes de ser introduzido no
cilindro para ser injetado.
Este tipo de injetora possibilitou a injeção de componentes com um melhor acabamento,
pois sua construção proporcionava uma melhor homogeneização - mistura da resina virgem
com o corante - deixando o componente injetado com uma melhor uniformidade de cor. A
Figura 4 representa o processo da injetora com pré-plastificador.
São máquinas que possuem uma rosca de dosagem, que tem como objetivo o transporte
do material sólido em forma de grânulos do funil de alimentação para dentro do cilindro pré-
aquecido, em que sob a ação do atrito e calor, plastificam-se. Esse sistema deixa o material
homogêneo, e é acumulado em um cilindro que possui um embolo, que faz a injeção do material
fundido para dentro do molde.
19
As máquinas que trabalham com este sistema são também conhecidas como máquinas
injetoras do tipo cascata e estão representadas na Figura 5.
São as mais modernas entre as máquinas injetoras. Utilizando uma rosca do tipo sem
fim, acionada por um motor, promove a plastificação e a homogeneização da resina.
Por meio de um sistema hidráulico, a rosca move-se para frente injetando a resina no
molde e, posteriormente, recua girando para sua posição inicial. Durante o retorno da rosca o
cilindro é realimentado com material. A Figura 6 ilustra o sistema de injeção de injetora com
rosca plastificadora.
De acordo com Monchy (1987), o termo manutenção tem sua origem do vocábulo
militar, cujo sentido era manter na unidade de combate o efetivo e o material num nível
constante de aceitação, ou seja, sempre disponível para operação.
Seguindo esta mesma linha de pensamento, Kardec e Nascif (2009) classifica a atuação
da manutenção industrial como sendo: “garantir a disponibilidade da função dos
equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção e a preservação
do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custos adequados”.
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, em 1975 pela norma TB-116,
classificou o termo manutenção como um o conjunto de ações necessárias para que um
determinado item seja conservado, reparado ou restaurado permanecendo de acordo com a
condição desejada.
Anos depois, em 1994, a NBR-5462 trouxe uma revisão do termo incluindo a
combinação de todas as ações técnicas e administrativas da manutenção, incluindo a de
supervisão, aplicada em manter ou recolocar um item em seu estado normal no qual possa
desempenhar a função requerida (ABNT, 1994).
Atualmente existem diversas definições e conceitos para a manutenção e grande parte
delas com enfoque nos aspectos preventivos, conservativos e corretivos. A grande diferença
está na mudança mais recente, que incluiu definições e aspectos humanos, conservação e
controle de custos, e confiabilidade da função manutenção, aumentando a importância e
responsabilidade do setor dentro das organizações (ARSLANKAYA; ATAY, 2015).
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Há indícios que formas simples de manutenção são observadas desde os primórdios das
civilizações, como por exemplo, a conservação de objetos e ferramentas de trabalho, podendo
chegar até pequenas atividades de reparo.
Porém apenas com a Revolução Industrial do século XVIII, ligada a um grande avanço
tecnológico, que a função manutenção surgiu na indústria como forma de garantir a
continuidade do trabalho. Nessa fase, o próprio operador da máquina era o responsável pela sua
manutenção, sendo treinado para realizar reparos simples (WIREBSK, 2007).
As atividades de manutenção e produção, realizadas pelo próprio operador, persistiu até
a I Guerra Mundial, em que Henry Ford revolucionou a indústria com sua idéia de linhas de
montagens, iniciando uma demanda por sistemas de manutenção mais ágeis e eficazes,
exclusivamente direcionados para o que hoje se denomina manutenção corretiva (FILHO,
2008).
Apesar de a indústria incluir pessoas responsáveis pela manutenção, a mão de obra ainda
era subordinada à função de operação e executava apenas manutenção corretiva emergencial,
com atuação de conserto após falha e eventual indisponibilidade de máquina.
Essa prática é muito aplicada em máquinas injetoras, como descrito anteriormente neste
estudo, consistindo em arrumar ou substituir uma peça, apenas após sua deterioração completa.
Itens como rolamentos, gaxetas, vedações e cilindros são trocados somente após sua
impossibilidade de uso.
Em algumas empresas é aplicada somente a manutenção corretiva planejada,
substituindo ou reparando os itens assim que ele apresente problemas. Exemplo: rolamentos
com ruído anormal. Esse tipo de intervenção é mais confiável que a corretiva por fadiga, pois
não interrompe por completo a operação da máquina. Porém por se tratar de uma corretiva nem
sempre e possível a troca antes da quebra total do item, e isso reduz significativamente a
confiabilidade comparada a manutenção preventiva, deixando a injetora inoperante até que o
reparo seja executado. A manutenção corretiva aplicada à injetoras tem como premissa uso de
toda a vida útil de uma determinada peça ou componente, sem que haja nenhum tipo de gestão,
pois só se troca ou repara quando há quebra.
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A grande desvantagem é que antes do componente atingir o fim da vida útil, o objeto
danificado prejudica outras peças ligadas a ele, uma vez que peças danificadas podem não
quebrar repentinamente. Com isso a performance da injetora é reduzida e as chances de se trocar
mais de um item ou componente aumentam significativamente, aumentando os custos da
manutenção (ROMI, 2016).
Na figura 11 é possível identificar um cooler de refrigeração para um determinado
inversor de frequência. A falha deste cooler foi provocada pela falta de limpeza, e,
consequentemente, houve aquecimento sobre o inversor. Com isso o inversor queimou
impossibilitando a operação. Dessa maneira a falha de um item provocou a falha de outro, sendo
o valor do cooler muito abaixo do que o reparo do inversor.
colapso. Atualmente existem equipamentos portáteis com baixo custo e fácil operação (SKF,
2018).
Em injetoras essa técnica é empregada principalmente em motores elétricos e bombas
hidráulicas. Em motores é possível identificar o aumento de vibração quando o rolamento
apresenta desgaste por fadiga ou por falta de lubrificação, esta análise prematura proporciona a
manutenção tempo hábil para programar a troca antes da quebra.
Essas ações são de extrema eficiência, pois motores elétricos com rolamentos gastos
geram ruídos e consomem maior energia elétrica. Quando aplicada à bombas hidráulicas, é
possível detectar danos ocorridos na bomba por desgastes ou falhas, e outro fator é a detecção
de anomalias no acoplamento que une o motor a bomba hidráulica (SKF, 2018). A Figura 18
mostra um aparelho para analisar vibração.
Para Mirshawa & Olmedo (1993) os custos gerados pela manutenção são apenas a ponta
de um iceberg. Essa ponta visível são os custos com a mão de obra, ferramentas, instrumentos
e material aplicado no reparo de falhas corretivas. Há também o custo com subcontratação e
outros referentes às instalações ocupadas pela equipe de manutenção. Logo abaixo dessa parte
visível do iceberg estão os maiores custos, ditos invisíveis, que são os decorrentes de falhas
inesperadas “corretivas” ou indisponibilidade de um equipamento.
O custo da indisponibilidade são decorrentes da perda de eficiência da produção, da não
conformidade e qualidade dos produtos, além da recomposição da produção e das penalidades
comerciais, afetando negativamente a imagem da empresa (MIRSHAWA; OLMEDO, 1993).
Esses aspectos também foram tratados por Cattini (1992), afirmando que os custos
ligados à indisponibilidade e deterioração dos equipamentos como consequência da falha ou
até mesmo falta de manutenção. Essa relação entre custo de manutenção, custo da
indisponibilidade e produtividade foi estudada num modelo matemático apresentado por Chiu
& Huang (1996), onde a conclusão aponta para uma melhor relação custo-benefício quando se
aplica a manutenção de forma preventiva, em vez de esperar a falha ocorrer, gerando
descontrole do processo produtivo pela falta de manutenção.
Essa análise é apresentada na Figura 19, que ilustra a relação entre o custo com
manutenção preventiva e o custo de falhas decorrente de manutenção corretiva ou falta de
manutenção. Entre os custos oriundos de falhas estão basicamente as peças e a mão de obra
necessária à reparação e, principalmente, o custo da indisponibilidade do equipamento.
3 ESTUDO DE CASO
Após a análise das informações proveniente dessa máquina, foi possível identificar o
percentual de indisponibilidade resultante de paradas imprevistas, e posteriormente quantificar
em valores os custos da máquina parada.
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A análise apontou uma indisponibilidade média durante seis meses de 10,7%, ilustrada
na Figura 22, informações extraída do EGA. Dessa maneira identificamos que do tempo total
disponível para produção, a máquina dispunha apenas de 87% do seu tempo total para a
produção, gerando um desperdício de mão de obra e recursos da fábrica.
Disponibilidade
840:00:00
720:00:00
600:00:00
480:00:00
360:00:00
240:00:00
120:00:00
0:00:00
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Horas Totais 720:00:00 720:00:00 720:00:00 720:00:00 720:00:00 720:00:00
Horas Disponiveis 624:00:00 619:12:00 636:00:00 645:36:00 660:00:00 672:00:00
Horas Indisponiveis 96:00:00 101:57:07 84:00:00 74:52:48 60:00:00 48:00:00
Máquinas injetoras podem ser operadas com o uso de sua potência máxima ou
dependendo do molde utilizado pode-se aplicar uma menor força no fechamento. Esse recurso
é denominado como ajuste de tonelagem e possibilita ao operador injetar peças com mais ou
menos pressão de injeção.
Este sistema é amplamente aplicado à máquinas injetoras com o sistema de fechamento
por brasagem ou “articulação”, e consistem em quatro porcas, uma corrente e dois motores
hidráulicos, que possibilitar a movimentação de todo o conjunto de fechamento.
A falta de manutenção nesse item pode fazer com que uma das porcas de travamento
gire mais que outras, perdendo a equalização da máquina. A perda de equalização pode
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danificar uma ou mais colunas pois haverá desequilíbrio quando aplicado a força de travamento.
A Figura 24 mostra o sistema de ajuste de tonelagem.
Figura 23– Sistema de Ajuste de Tonelagem.
Com a análise do Diagrama de Ishikawa foi identificado que a máquina já não operava
com o ajuste de tonelagem automático, deixando o operador sem o padrão de força a exercer
sobre um determinado molde. Houve também quebra cíclica da corrente, sendo possível
identificar um desgaste acentuado.
Devido ao desgaste da corrente, itens como engrenagens e tensionadores foram
danificados prematuramente, sendo necessário a substituição completa do conjunto de tração.
Uma pequena quantidade de óleo hidráulico foi enviada para análise em uma empresa
especializada, e o resultado mostrou que havia uma grande quantidade de partículas sólidas no
fluido hidráulico dessa injetora. Havendo a necessidade de sua filtragem, pois os níveis
químicos do fluido ainda eram considerados dentro das normas técnicas.
Porém somente a filtragem não foi suficiente para garantir a eficiência, sendo necessário
a limpeza do reservatório do fluido, pois partículas metálicas proveniente de desgaste natural
de peças rotativas, como rolamentos e buchas, foram depositadas no fundo do reservatório
hidráulico, representado na Figura 25.
A Figura 25 ilustra a condição em que estava o reservatório de fluido hidráulico,
comprovando o resultado da análise feita pela empresa especializada, que a origem das falhas
intermitentes ligadas a temperatura, velocidade e pressão, estavam diretamente ligadas a grande
contaminação do fluido hidráulico.
Durante a intervenção técnica, o reservatório foi devidamente limpo e todo o fluido
hidráulico foi filtrado até atingir as condições aceitáveis de pureza e viscosidade estabelecida
pelo fabricante de fluido hidráulico. Posteriormente novos filtros foram instalados nas linhas
de retorno seguindo a instrução técnica do fabricante Romi.
Após a intervenção, uma rotina de inspeção e filtragem foi criada, além de uma análise
feita pela empresa especializada trimestralmente. Um equipamento de filtragem é instalado na
injetora a cada 100 horas trabalhadas com a finalidade de assegurar a qualidade do fluido
hidráulico.
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Injetoras equipadas com rosca de plastificação possuem uma sistema chamado de pré
carga, Figura 26, responsável por absorver toda a carga aplicada a rosca durante o processo de
injeção e plastificação, sendo equipado com dois rolamentos distintos de rolos cônicos.
A análise do Diagrama de Ishikawa apontou falhas aleatórias nesse sistema, mas devido
ao alto índice de contaminação do fluido hidráulico, houve a necessidade da inspeção do item,
onde foi detectado a degradação dos rolamentos e vedações deste sistema.
É importante ressaltar que danos no sistema de pré carga aumentam o consumo de
energia elétrica, dificultam o ajuste técnico da injetora e danifica a rosca de plastificação,
gerando desperdício de matéria prima e energia elétrica.
A substituição dos rolamentos do sistema de pré carga não é uma atividade simples, é
preciso seguir atentamente as instruções do manual técnico de manutenção do fabricante, onde
é possível identificar o modelo dos rolamentos, e suas pré cargas já estabelecidas pela fábrica.
Uma vez que o conjunto tem seus rolamentos substituídos, é preciso refazer as cotas de
carga para os mesmo, para este modelo de injetora Romi Primax 1300R a pré carga inicial é de
0,03mm, e a cada substituição este valor aumenta até chegar a 0,10mm quando todo o sistema
deve ser substituído.
43
3.7 Nivelamento
Uma vez limpos e secos, os pacotes de bobinas recebem um novo banho de verniz,
rejuvenescendo as bobinas. Esse processo é cinco vezes mais econômico que o rebobinamento,
e mais rápido.
Os rolamentos também foram substituídos por novos, pois a injetora opera de forma
continua diariamente, se fazendo a necessidade da instalação de rolamentos de alta qualidade.
Rolamentos de baixa qualidade em condições severas de operação, como e o caso de motores
acoplados a injetoras, tem vida útil reduzida, deixando a máquina vulnerável a falhas com maior
consumo de energia elétrica.
Esse modelo de bomba hidráulica é amplamente equipado em injetoras, pois possui alta
vazão (600 litros por minuto), atingindo a pressão máxima de 175 bar. Dessa maneira há
possibilidade de força e velocidade em seus movimentos.
Bombas de palhetas tem como principal característica, a fácil operação e baixo custo de
peças de reposição, tornando um item de fácil acesso no mercado. Porém sua grande
desvantagem é a fragilidade de seus componentes internos, em que uma pequena partícula
sólida pode causar danos catastróficos a bomba.
A injetora Romi Primax 1300R possui uma tela em seu CLP (Controlador Lógico
Programável), onde é possível realizar o teste de pressão nas bombas hidráulicas. Esse recurso
auxilia na detecção de falhas na bomba, como baixa velocidade de plastificação ou fechamento,
e da falta de pressão em alguns movimentos. Em máquinas injetoras que não dispõem deste
recurso, é necessário a instalação de um manômetro na saída da bomba possibilitando assim a
leitura de sua pressão máxima.
Durante o teste de pressão foi identificada uma pressão máxima de 155 bar, considerada
baixa, sendo necessária a substituição do conjunto rotativo da bomba hidráulica, mostrado na
Figura 29.
É importante ressaltar que quando danificado o conjunto rotativo, o mesmo não tem
reparo, sendo inviável o uso de conjuntos remano faturados (produto recuperado) disponível no
mercado de peças de segunda ou terceira linha, o uso de tais peças reduz significativamente a
confiabilidade e disponibilidade da injetora.
Para todos os modelos de injetoras, exceto elétricas, 100% de seus movimentos ocorrem
através de cilindros hidráulicos, responsáveis pela abertura, fechamento, injeção e outros
movimentos. Os cilindros são fundamentais no desempenho e performance de máquinas
injetoras.
Cilindros são itens robustos e resistentes à condições extremamente severas de
operações, sendo essas uma das suas maiores vantagens. É também a razão pela qual desde o
início são aplicados às máquinas e equipamentos industriais pelo mundo todo.
A maior fragilidade são os reparos utilizados para restringir a passagem de fluido
internamente no cilindro, além de vedação para o meio exterior evitando vazamentos.
Atualmente existem vários materiais que são empregados aos reparos de cilindro, tais como:
Borracha nitrílica, Vitton, e UHMW, que são os mais utilizados.
A inspeção visual realizada na injetora Romi Primax 1300R apontou sinais de
vazamento de fluido hidráulico proveniente dos cilindros. Vazamentos internos em cilindros
hidráulicos provocam a lentidão do sistema e perda de precisão, ocorrendo uma grande perda
de matéria prima devido as oscilações de precisão.
Cilindros hidráulicos possuem outro ponto que também deve ser avaliado com atenção,
o cromo que reveste a haste de acionamento do cilindro, que deve estar sempre em boas
condições, caso contrário podem danificar os reparos do cilindros.
Diante dessa análise nos cilindros, todos os cilindros foram enviados para um novo
banho de cromo e tiveram seus kits de reparos substituídos, garantindo também a qualidade do
fluido hidráulico, evitando as contaminações por agentes externos como poeira. A Figura 30
mostra o cilindro hidráulico.
intermitentes, aquecimento do fluido hidráulico, excesso ou perda de pressão entre outras falhas
intermitentes.
Durante a análise do Diagrama de Ishikawa, foram identificadas paradas intermitentes
provocadas por falhas relacionadas ao aumento ou queda de pressão, além de dificuldades no
controle de velocidade de algumas funções da máquina em estudo. Estes tipos de falhas são
características de válvulas proporcionais. Portanto todas as válvulas proporcionais, além de
válvulas redutoras e direcionais da injetora Romi Primax 1300R, foram retiradas para limpeza
e calibração. A Figura 31 representa o esquema hidráulico da injetora estudada.
É de suma importância que a equipe técnica saiba interpretar e analisar o esquema
hidráulico de injetoras, e com isso garantir a correta intervenção, reduzindo as probabilidade de
retrabalho.
Injetoras com rosca de plastificação são equipadas com motor hidráulico radial
responsável pelo giro da rosca durante a fase de plastificação e homogeneização da resina
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4 RESULTADOS
Conjunto Rotativo
01 Vickers 35V38A-1B- R$2.459,05
22L
Retifica do Cilindro
01 Hidráulico de R$ 6.393,50
Fechamento
Retifica dos Cilindros
Hidráulicos de Avanço e R$ 2,120,00
02
Mão Recuo da Unidade
de Obra Injetora
Terceirizada Rejuvenescimento do
01
Motor Elétrico 175CV R$ 2,800,00
01 Suporte Técnico Romi R$ 8.000,00
Recuperação da Flange
01
do Motor Hidráulico R$ 240,00
JC Grax 44 (20 litros) R$ 552,00
Material 04
Incolor
De
02 Querosene 5litros R$ 114,00
Limpeza
200 Saco Alvejado R$ 200,00
Total R$ 49.111,34
Fonte: Próprio autor.
Disponibilidade
840:00:00
720:00:00
600:00:00
480:00:00
360:00:00
240:00:00
120:00:00
0:00:00
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Horas Totais 720:00:00 720:00:00 720:00:00 720:00:00 720:00:00 720:00:00
Horas Disponiveis 703:12:00 696:00:00 708:00:00 712:48:00 710:24:00 709:12:00
Horas Indisponiveis 16:48:00 24:00:00 12:00:00 7:40:48 9:36:00 10:37:55
positivamente nos custos operacionais de fabricação. Para melhor expressar este ganho, uma
nova análise de custo operacional foi realizada, seguindo os critérios anteriores à manutenção
preventiva realizada na injetora, os dados são apresentados na Tabela 3.
5 CONCLUSÃO
RECOMENDAÇÕES FUTURAS
6 REFERÊNCIAS
MIRSHAWKA, V., & OLMEDO, N. (1993). Manutenção - combate aos custos na não
eficácia - a vez do Brasil. São Paulo: Editora McGraw-Hill Ltda., Revista de Ciência &
Tecnologia * V. 11, Nº 22 - pp. 35-42. Acesso em 22/10/2018.
MURTY, A., & NAIKAN, V. (1995). Availability and maintenance cost optimization of a
production plant. Management, Cambridge, 12 (2): 28-35: International Journal of Quality
& Reliability.
TAVARES, L. A. Manutenção centrada no negócio. 1ª edição. Rio de Janeiro: NAT, 2005. 164
p.