Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Curso CBC PARACICLISMO

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 62

PA R AC I C L I S M O B R AS I L

SUMÁRIO PA R AC I C L I S M O B R AS I L

APRESENTAÇÃO

OBJETIVOS

AULA 1
Capítulo 1 - O que é o Paraciclismo
Capítulo 2 - História do Paraciclismo
Capítulo 3 - Gestão e Organização do Paraciclismo

VÍDEO: O Maravilhoso Mundo do Paraciclismo

AULA 2
Capítulo 1 - Afinal, quem pode praticar o Paraciclismo?
Capítulo 2 - Classificação Funcional
Capítulo 3 - Tipos de Provas no Paraciclismo

QUIZ INTERATIVO

AULA 3
Capítulo 1 – Saiba Mais
Capítulo 2 – Revisão
Encerramento

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AVALIAÇÃO FINAL
APRESENTAÇÃO PA R AC I C L I S M O B R AS I L

Olá!
Você está convidado a conhecer um universo único que une bicicleta, adaptações,
limitações e paixão!

O curso de INTRODUÇÃO AO PARACICLISMO trata-se do marco inicial sobre o


conhecimento do Paraciclismo. Neste curso serão apresentados os principais pontos
que caracterizam a modalidade, além de trazer os principais fundamentos para que
as pessoas com deficiência possam aprender, praticar e, até mesmo alcançar o
Paraciclismo no alto rendimento.

Este curso é ainda, um convite para você entender como a modalidade tem se
desenvolvido ao longo dos anos, no Brasil e no mundo. A partir do conhecimento
aqui trazido esperamos que além de oferecer a você uma ferramenta de
conhecimento, esperamos também que desperte em você a admiração por esta
modalidade apaixonante.

Bons estudos!
OBJETIVOS PA R AC I C L I S M O B R AS I L

1. CONHECER O PARACICLISMO
E SUA HISTÓRIA

2. APRENDER OS TIPOS DE PROVAS QUE


EXISTEM NO PARACICLISMO

3. SABER QUEM PODE PRATICAR


O PARACICLISMO
AULA 1
CAPÍTULO 1 – O QUE É O PARACICLISMO

O Paraciclismo é uma prática esportiva, realizada por pessoas


com deficiência (visual, físico-motora ou paralisia cerebral),
sobre a bicicleta.

Assim, algumas adaptações podem ser encontradas no Paraciclismo, para


que as pessoas com deficiências possam praticar esta modalidade.
As adaptações encontradas no Paraciclismo variam de acordo com a
necessidade e a deficiência do atleta, podendo ser:

• Adaptações nas regras que compõem as provas


Os atletas são agrupados de acordo com os níveis de semelhança de
comprometimento funcional, assim, eles recebem uma classificação funcional.

EXISTE UM GRUPO PARA EXISTE UM GRUPO EXISTE UM GRUPO PARA


PESSOAS COM DEFICIÊNCIA PARA PESSOAS COM PESSOAS COM PARALISIA
FÍSICO-MOTORA DEFICIÊNCIA VISUAL CEREBRAL

• Adaptações na bicicleta
As bicicletas são modificadas para apropriar a prática.

BICICLETA COM
BICICLETA TANDEM: BICICLETA COM DUAS BICICLETA PARA
ADAPTAÇÃO PARA
PARA DUAS PESSOAS RODAS TRASEIRAS PEDALAR COM AS MÃOS
AMPUTADOS
Para competir no Paraciclismo existem vários níveis de provas sendo que, cada prova
tem um sistema de pontuação que fazem o ranking dos atletas.

Cada país é responsável por criar e desenvolver suas próprias provas nacionais
de Paraciclismo. Além disso, qualquer país pode hospedar uma prova de nível
internacional, bastando apenas que o país que tenha interesse e apresente o
documento de candidatura. O documento de candidatura é uma proposta com as
informações sobre a estrutura disponível para a realização do evento e sobre os
parceiros locais. Este documento deve cumprir o que está previsto no regimento
da União Ciclística Internacional (UCI). A partir disso a UCI realiza um processo de
análise para aprovação.

Assim podemos encontrar provas que somam


pontos para o ranking internacional e as provas
que somam pontos nacionais.
COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS NO PARACICLISMO:
JOGOS PARALÍMPICOS
Os Jogos Paralímpicos são realizados a cada quatro anos, e é a principal competição
do ciclo para a modalidade e também a que mais distribui pontos para ranking mundial.
Nos Jogos Paralímpicos o Paraciclismo é a terceira modalidade que mais distribui
medalhas, são 150 medalhas em disputa, sendo 50 ouro, 50 prata e 50 bronze, nas
provas de estrada e pista.

O número de provas oferecidas é restrito, sendo algumas delas agrupadas em diferentes


classes, para que se possa adequar ao numero de eventos determinado pelo Comitê
Paralímpico Internacional (IPC). A participação dos países nos Jogos Paralímpicos
se dá por meio de qualificação, e as vagas conquistadas, são do país e não diretamente
do atleta, e cada país deve criar o seu critéirio de qualificação nacional, para distribuir
as vagas eventualmente conquitadas.

A organização dos Jogos Paralímpicos é de responsabilidade do Comitê Paralímpico


Internacional, sendo a União Ciclística Internacional (UCI) a responsavel técnica do
evento, garantido assim que as regras e regulamentos da modalidade sejam seguidos.
COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS NO PARACICLISMO:
JOGOS PARAPAN-AMERICANOS
Os Jogos Parapan-Americanos são realizados a cada quatro anos, sempre no ano
anterior aos Jogos Paralímpicos, é uma competição continental destinada aos países
das Américas, e tem como organizador principal o Comitê Paralímpico das Américas,
ficando a Confederação Panamericana de Ciclismo (COPACI), como responsavel
técnico do evento.

A participação dos países se dá por qualificação por ranking mundial, e as vagas


conquistadas, são do país e não diretamente do atleta, e cada país deve criar o seu
critéirio de qualificação nacional, para distribuir as vagas eventualmente conquitadas.

O número de provas oferecido é menor que nos Jogos Paralímpicos, em razão do


número de atletas praticantes das classes funcionais nas américas, esse número pode
variar entre uma competição e outra dependendo do número de atletas da região que
figurarão no ranking mundial.

Esta competição distribui pontos para o ranking mundial que abre vaga para os Jogos
Paralímpicos, mas não abre vaga direta para os jogos, os pontos distribuídos são na
categoria de evento continental, a segunda que mais distribui pontos no ranking,
atrás dos Jogos Paralímpicos e Campeonatos Mundiais.
COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS NO PARACICLISMO:
CAMPEONATO MUNDIAL DE ESTRADA
O Campeonato Mundial de Estrada é realizado anualmente e é o maior e mais
importante evento do calendário da União Ciclística Internacional (UCI), com
a participação de aproximadamente 500 atletas de todas as classes funcionais
(Ciclismo, Triciclo, Handbike e Tandem).

No Campeonato Mundial são oferecidas todas as provas de todas as classes


funcionais, sem agrupamento de provas, independente do número de inscritos na
classe. Para participar do Campeonano Mundial o país deve ter participação em pelo
menos um evento Classe 1 ou Copa do Mundo nos últimos 12 meses que antecede
o evento, sem restrição no número de participantes por país, respeitando apenas a
regra de dois atletas por classe funcional em cada prova.

O Mundial é o evento que mais distribuí pontos para o ranking mundial, junto com os
Jogos Paralímpicos, uma vez que são distribuídos o mesmo número de pontos.
COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS NO PARACICLISMO:
CAMPEONATO MUNDIAL DE PISTA
O Campeonato Mundial de Pista é realizado anualmente e é o segundo evento mais
importante do calendário da União Ciclística Internacional (UCI), com a participação
de aproximadamente 230 atletas de todas as classes do Ciclismo e Tandem.

No Campeonato Mundial de pista não são oferecidas provas para as classes de


Handbike e Triciclo. Assim como na Estrada não há agrupamento de provas,
independente do número de inscritos na classe. Para participar do Campeonano
Mundial o país deve ter participação em pelo menos um evento classe 1, nos últimos
12 meses que antecede o evento, não a restrição no número de participantes por país,
respeitando apenas a regra de dois atletas por classe funcional em cada prova.

O Mundial é o evento que mais distribuí pontos para o ranking mundial, junto com os
Jogos Paralímpicos, uma vez que são distribuidos o mesmo número de pontos.
COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS NO PARACICLISMO:
COPA DO MUNDO DE ESTRADA
A Copa do Mundo de Paraciclismo de Estrada é realizada anualmente, dividida em
três etapas que devem acontecer em pelo menos dois continentes diferentes.

A participação na Copa do Mundo é livre, podendo participar seleções nacionais,


clubes e atletas avulsos, devendo apenas terem a aprovação da sua confederação
Nacional.

A cada etapa da Copa do Mundo o líder da classe, é premiado também com a camisa
de líder, e ao final do evento é premiado o Campeão Geral da Copa do Mundo, e para
isso, são considerados os dois melhores resultados do atleta em cada prova (contra-
relógio e resistência), sendo descartado o pior resultado.

A Copa do Mundo é o terceiro evento que mais mais distribuí pontos no ranking
mundial.

Existem ainda outros eventos internacionais


no paraciclismo e que são do tipo...
EVENTOS C1 EVENTOS C2 EVENTOS CN
Os eventos Classe C1, são Os eventos Classe C2, são Os eventos CN são os Compe-
eventos Open’s realizados eventos realizados pelos paí- onatos Nacionais. Qualquer
pelos países e chancelados ses e, que podem ser abertos país que queira chancelar o
pela União Ciclística Interna- ou não, e são chancelados seu Campeonato Nacional
cional (UCI), qualquer país pela UCI. Qualquer país que poderá fazê-lo junto a UCI,
que queira, pode solicitar a queira, pode solicitar a reali- seguinto as normas e proto-
realização de um evento C1, zação de um evento C2, de- colos exigidos. É importante
devendo apenas seguir as vendo apenas seguir as nor- para o país que seu Campe-
normas e determinações da mas e determinações da UCI, onato Nacional seja chancela-
UCI, para os eventos C1. Os para os eventos C2. Os even- do, pois os pontos do país en-
eventos C1, devem ser aber- tos C2, também distribuem tra para o ranking mundial de
tos para quaisquer países que pontos para o ranking Mun- nações. Embora os pontos se-
queiram participar. Os even- dial, e, é o evento que distri- jam computados para o país,
tos C1, também distribuem bui a menor pontuação para nenhum ponto é somando no
pontos para o ranking Mun- o ranking. ranking individual do atleta,
dial, mas a quantidade é me- nos eventos CN.
nor que os eventos próprios
da UCI ou eventos continen-
tais.
COMPETIÇÕES NACIONAIS NO PARACICLISMO:
CAMPEONATO BRASILEIRO DE ESTRADA
O Campeonato Brasileiro de Estrada é realizado
anualmente e é a principal prova do calendário
nacional, sempre realizada entre novembro e
dezembro, sendo também a competição que fecha
o calendário anual.

No Campeonato Brasileiro são realizadas as provas


de contra-relógio e de resistência, em dois dias
consecutivos de competição. A competição tem
seus pontos válidos para o ranking nacional, com
a maior distribuição de pontos no calendário. Este
campeonato também é válido para distribuição de
bolsa-atleta do Governo Federal.

Para participar do Campeonato Brasileiro de Estrada, os atletas devem,


obrigatoriamente, participar de pelo menos uma etapa da Copa Brasil de
Paraciclismo no corrente ano.
COMPETIÇÕES NACIONAIS NO PARACICLISMO:
CAMPEONATO BRASILEIRO DE PISTA
O Campeonato Brasileiro de Pista é realizado anualmente e sempre paralelo ao
Campeonato Brasileiro Olímpico, onde os atletas dividem os mesmos espaços e a
mesma estrutura de competição.

O Campeonato Brasileiro de Pista é a menor competição do calendário nacional,


uma vez que não tem provas para Triciclos e Handbikes, e ainda temos um número
reduzido de atletas que compete nas provas de pista.

O Campeonato tem seus pontos válidos para o ranking nacional e também é válido
para distribuição de bolsa-atleta do Governo Federal.
COMPETIÇÕES NACIONAIS NO PARACICLISMO:

CIRCUITO PAN-AMERICANO DE PARACICLISMO


O Circuito Pan-americano de Paraciclismo é realizado
anualmente, com chancela da UCI, como evento Classe 1, e
é uma competição aberta para todos os países do mundo,
mas tradicionalmente conta com a participação de grande
parte dos países da América Latina.

No Circuito são realizadas provas de Contra-relógio e


Estrada, e no ano de 2020 foi programado dois eventos
simultâneos, o de Estrada e o de Pista.
COMPETIÇÕES NACIONAIS NO PARACICLISMO:
COPA BRASIL DE PARACICLISMO DE ESTRADA
A Copa Brasil de Paraciclismo de Estrada é realizada anualmente,
dividida em três etapas, que devem acontecer entre janeiro e outubro.
A participação na competição é livre e os atletas devem participar de
pelo menos uma das etapas, para terem o direito à participação no
Campeonato Brasileiro de Estrada do corrente ano.

Na Copa Brasil é oferecida somente a prova de resistência, e ela distribui


uma premiação em dinheiro aos melhores atletas do ranking geral da
Copa, ao final do ano. Sendo considerado para isso, os dois melhores
resultados do atleta.

Os pontos obtidos nas etapas da Copa Brasil tambem são válidos para a
composição do ranking nacional, e duas das três etapas são chanceladas
pela UCI como evento Classe 2, tendo assim os pontos reconhecidos para
ranking mundial.
AULA 1
CAPÍTULO 2 – HISTÓRIA DO PARACICLISMO

O Paraciclismo é uma modalidade presente no Esporte Paralímpico e que


está em desenvolvimento no Brasil e no mundo. A origem e as regras do
Paraciclismo são inspiradas pela prática do Ciclismo Olímpico.

Com isto, a modalidade foi ganhando seu espaço e outras pessoas


com outros tipos de deficiência começaram a praticar o Paraciclismo
e, assim, novas adaptações foram sendo realizadas na bicicleta.

Embora o Paraciclismo tenha surgido na década de 1980, foi após dez


anos que se instalou em todos os continentes. Portanto, o Paraciclismo
está desde 1992 inserido em todos os Continentes diante do esporte
Paralímpico. Já são nove edições consecutivas dentro dos Jogos
Paralímpicos desde sua primeira participação ao longo de 35 anos. As
regras encontradas no Paraciclismo, sofrem poucas variações das regras
encontradas no Ciclismo Olímpico.
Ainda, a história do Paraciclismo foi se desenvolvendo a medida que a
modalidade foi conquistando seu espaço nos Jogos Paralímpicos. E isto
também refletiu no desenvolvimento do Paraciclismo no Brasil.

Nesse curso, cuja estrutura governamental foi se modelando ao longo dos tempos,
percebe-se que foi alcançado e definido um sistema cabível às necessidades da
modalidade e às capacidades das entidades envolvidas com a sua organização e
promoção.
PARACICLISMO NO MUNDO
No ano de 1984, teve a sua primeira participação nos Jogos
Paralímpicos, em Nova York. Nesta edição participaram
apenas pessoas com paralisia cerebral.

Nas Paralímpiadas de Seul em 1988, sua participação entrou


oficialmente para o programa do evento e incluiu a classe
para atletas amputados.

Em 1992, nas Paralímpiadas de Barcelona, foram


incluídas as provas de contra-relógio e a classe para
atletas com deficiência visual.

Nos jogos Paralímpicos de Atlanta, em 1996,


tiveram início as provas em velódromo
(provas de velocidade).

Em 2004, na edição de Atenas, foi a vez da


bicicleta Handbike ser inserida no programa
de provas em Jogos Paralímpicos.
PARACICLISMO NO BRASIL
No Brasil o Paraciclismo iniciou no ano de 1992, sobre a administração do CPB.
O quadro de competições do país, iniciou neste mesmo ano, através de sua
participação nos Jogos Paralímpicos de Barcelona, com o atleta Rivaldo Gonçalves
Martins na classe C2. Em sequência à primeira participação internacional, o Brasil
mantém sua participação nas principais competições do calendário internacional
do Paraciclismo até os dias atuais.

O primeiro campeonato de Paraciclismo realizado no Brasil, ocorreu em 1998, no


estádio do Maracanã na cidade de Rio de Janeiro-RJ, e foi organizado devido
a necessidade de um critério de qualificação, para preencher as duas vagas
para as Paralímpiadas de Sidney em 2000. Contudo, ainda não era possível
oficializar um calendário nacional de competições, devido ao baixo número de
atletas praticantes.

Em 2004, o CPB realizou os Jogos Paralímpicos do Brasil, em parceria


com a Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo, sendo que este
evento foi usado como seletiva dos atletas que participariam dos Jogos
Paralímpicos de Atenas no mesmo ano; onde foi selecionado o atleta
Rivaldo Gonçalves da Silva para representar o país através do
paraciclismo, neste evento.
PARACICLISMO NO BRASIL
Neste sentido, o CPB foi responsável por organizar a participação da delegação brasileira
nos seguintes eventos:

• Jogos Parapan-Americanos de 2003, em Mar Del Plata, Argentina;


• Campeonato Mundial de Pista e Estrada, no ano de 2006, em Aigle, Suiça;
• Campeonato Mundial de Pista e Estrada, no ano de 2007, em Bourdeaux, França;
• Campeonato Pan-americano de Paraciclismo – Pista e Estrada, no ano de 2007, em
Cali, Colômbia;
• e todas as edições dos Jogos Paralímpicos de Verão que ocorreram no período de
1992 a 2008.

No ano de 2007, o CPB criou oficialmente o Campeonato Brasileiro Paralímpico de


Ciclismo, realizado em Brasília/DF. Neste mesmo ano o IPC e a UCI, assinam, em
07 de fevereiro de 2007, um acordo definitivo de transferência internacional da
modalidade para a UCI. A partir disso, a UCI determina que as Confederações
Esportivas Nacionais englobassem o paraciclismo como disciplina esportiva.

Consequentemente a esta parceria, somente as entidades filiadas a UCI


poderiam representar as nações nas competições oficiais, sendo que
tiveram um prazo de até 12 meses, para que as Federações Nacionais
assumissem as modalidades.
PARACICLISMO NO BRASIL
A partir deste compromisso, os órgãos intendentes do Paraciclismo no Brasil, o Comitê
Paralímpico Brasileiro (CPB) e a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), deram
início à transição e divulgação da modalidade.

Esta transição ocorreu através do Termo de Parceria Técnico Financeira, firmado com
a Confederação Brasileira de Ciclismo, sob a orientação do Presidente do CPB, Vital
Severino Neto. Este termo seguiu as orientações estabelecidas no acordo definitivo
entre o IPC e a UCI.

Inicialmente a esta parceria, a CBC ficou responsável pela gestão técnica da


modalidade e o CPB ficou responsável pela gestão financeira, onde era o
responsável pelo pagamento das despesas necessárias para o cumprimento do
planejamento definido pela CBC.

No ano seguinte, em 2008, a gestão do paraciclismo passou a ser de inteira


responsabilidade da CBC, no qual passa a fazer parte das entidades
reconhecidas pelo CPB. Assim, todo o recurso destinado a modalidade
era descentralizado por meio de convênios, onde são firmados através
de acordos com a apresentação de um Projeto específico de Plano de
Trabalho; prática que é utilizada até os dias da atualidade.  
PORTANTO, NO BRASIL...
O Paraciclismo foi administrado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro
(CPB) até o fim do ano de 2007, após este ano, a modalidade passa a
ser administrada pela Confederação Brasileira de Ciclismo.

Esta mudança ocorreu depois de um acordo definitivo feito


entre o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e a União Ciclística
Internacional (UCI). Com isso, somente as entidades filiadas à UCI é
que poderiam representar suas nações nas competições oficiais de
Paraciclismo.

Logo CBC até 2017 Logo CBC atual


DE MANEIRA GERAL, O PARACICLISMO NO BRASIL:
• Iniciou no ano de 1992, sobre administração do Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB).

• Os primeiros atletas brasileiros começaram a competir em 1992,


somente em provas internacionais.

• As primeiras provas realizadas no Brasil foram formadas pela


necessidade de se criar uma seletiva para definir os atletas que iriam
representar o país nos Jogos Paralímpicos, sendo a primeira prova
(seletiva) realizada em 1998, no Maracanã.

• O Paraciclismo brasileiro tem participado de todas as edições dos


Jogos Paralímpicos desde Barcelona em 1992
PRINCIPAIS PONTOS DA HISTÓRIA QUE MARCARAM
O INÍCIO DO PARACICLISMO BRASILEIRO

2008
2007 Início da
gestão
Primeiro CBC

1998
Campeonato
oficial
(CPB)
Primeiro
Campeonato
1992 no país
(classificatória)
Início no
1984 Brasil e a 1ª
representação
oficial
Início da
Modalidade
Paralímpica
AULA 1
CAPÍTULO 3 – GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DO PARACICLISMO
O Paraciclismo é regido internacionalmente pela União Ciclística Internacional (UCI), que
é filiado ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC). No Brasil, é regido pela Confederação
Brasileira de Ciclismo (CBC), que é filiada ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Tejero et al. (2013), afirmam que o Paraciclismo aparece como uma das primeiras
modalidades a integrar em uma única instituição o esporte para pessoas com e sem
deficiência. Nesse curso, cuja estrutura governamental foi se modelando ao longo dos
tempos, percebe-se que foi alcançado e definido um sistema cabível às necessidades da
modalidade e às capacidades das entidades envolvidas à sua organização e promoção.

Órgãos responsáveis pelo Órgãos responsáveis pelo


esporte Paralímpico Ciclismo Olímpico e Paralímpico
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

Acompanhe o vídeo a seguir:


O Maravilhoso Mundo do Paraciclismo
AULA 2 PA R AC I C L I S M O B R AS I L

CAPÍTULO 1 – AFINAL, QUEM PODE PRATICAR O PARACICLISMO?

Adultos, jovens e crianças podem aprender a andar de bicicleta, desde que não
traga riscos à condição de saúde. Para isso é preciso respeitar e conhecer o
tipo de deficiência da pessoa que quer começar a praticar o Paraciclismo.

O primeiro contato com o Paraciclismo pode partir de vários contextos na sociedade,


como em escola inclusiva e especial, hospitais/clínicas de reabilitação ou clubes
esportivo.

Nos estágios iniciais de envolvimento na modalidade, a prática pode acontecer


como um caminho para a reabilitação, a recreação ou até mesmo como uma prática
para manutenção da saúde.

Você ainda pode conhecer mais sobre o processo de iniciação e como são os
ambientes de prática do Paraciclismo durante as etapas iniciais, através dos
sites abaixo:

No Brasil: https://inclusao.jundiai.sp.gov.br/institucional/peama/

Em projetos de outros países: https://icanshine.org/our-employees/



PA R AC I C L I S M O B R AS I L

QUANDO A PRÁTICA DO PARACICLISMO SURGE


COMO MEDIDA DE REABILITAÇÃO, É PRECISO
ESTAR ATENTO E CONSIDERAR A DIVERSIDADE
DOS DIAGNÓSTICOS E DAS CAPACIDADES
FUNCIONAIS, DE MANEIRA INDIVIDUALIZADA
(MISHIN ET AL., 2015).
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

Conforme a criança ou adulto vai se desenvolvendo e adquirido mais confiança


para a prática do Paraciclismo, os níveis de desafios podem aumentar.

Para iniciar uma carreira de atleta profissional, é preciso ter no mínimo 14 anos para poder
participar das competições do Paraciclismo. O alcance do esporte de alto rendimento
(profissional), acontece através de vários caminhos, podendo ser: envolvendo-se com
clube, equipe e até mesmo com outros atletas.

A partir disso, o atleta será orientado sobre a importância de realizar a classificação


funcional para saber se é elegível para competir nas provas de Paraciclismo e,
somente se for elegível é que poderá competir as provas no Paraciclismo. O sistema
de classificação funcional será explicado mais claramente no próximo capítulo.
AULA 2 PA R AC I C L I S M O B R AS I L

CAPÍTULO 2 – CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

No esporte de alto rendimento, o Comitê Paralímpico Internacional define 10 grupos de


deficiência para que o atleta seja elegível para competir no Esporte Paralímpico.

O Paraciclismo alcança 8 destes tipos de deficiência. Portanto, para que o indivíduo


possa competir no Paraciclismo, é preciso que este indivíduo tenha pelo menos um dos 8
tipos de deficiências que tornam as pessoas com deficiência elegíveis para competir no
Paraciclismo.

Estes oito tipos de deficiências estão divididos em quatro grande classes no


Paraciclismo, sendo: Classe B, Classe H, Classe C e Classe T e, estas grande classes,
por sua vez, estão subdivididas em 13 classes, sendo: Classe B (única); Classe H
subdividida em H1, H2, H3, H4 e H5; Classe C subdividida em C1, C2, C3, C4 e C5;
Classe T subdividida em T1 e T2. Portanto, existem 13 classes de deficiências
que o atleta pode ser agrupado, caso for elegível, para competir no
Paraciclismo.

“ESTES TIPOS DE DEFICIÊNCIAS E O AGRUPAMENTO EM


CLASSES, SÃO DEFINIDOS PARA QUE OS ATLETAS
POSSAM DISPUTAR DE MANEIRA MAIS JUSTA”
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

ENTÃO...

Quando um atleta vai competir pela primeira vez, primeiro ele deve passar por uma
banca de classificadores, ou seja, por uma banca de pessoas capacitadas para avaliação
e direcionamento dos atletas em classes que tenham o mesmo tipo de deficiência.

Assim, “Uma classe esportiva é uma categoria que agrupa atletas dependendo de
quanto sua deficiência impacta o desempenho em seu esporte” (IPC, 2018, p. 4,
tradução nossa).

A classificação no esporte é formado através de um sistema específico para


cada modalidade esportiva, uma vez que, seu objetivo busca reduzir o
comprometimento da deficiência no resultado esportivo.

E ENTÃO...

Os atletas são separados em classes de acordo com o tipo e o grau da


deficiência.

Portanto, a classificação funcional no Paraciclismo, avalia a


capacidade do atleta baseado no prejuízo relevante para o seu
comprometimento específico.
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

No sistema de classificação funcional, o paraciclismo tem passado por mudanças


significativas para minimizar o impacto da deficiência. Inicialmente eram três os tipos
de classes existentes e, atualmente, com o aperfeiçoamento e o seguimento do sistema
baseado em evidências proposto pelo IPC, esta modalidade paralímpica conta com 13
(treze) classes. Com base nisto, a classificação do Paraciclismo é constituída por:

a. Classificação Médica: onde um médico ou fisioterapeuta “irá avaliar os laudos


médicos, realizar testes musculares, e de mobilidade articular, reflexos, coordenação
motora, entre outros, analisando, assim, suas potencialidades”.

b. Classificação Esportiva: Pode ser realizada por profissional da área médica


ou por um especialista técnico da modalidade com formação (ou não) em
educação física. Estes especialistas analisam a “funcionalidade e a eficiência do
movimento utilizado” para a prática da modalidade.

Os atletas são avaliados através de uma bateria de testes


específicos para cada tipo de deficiência. A partir disso, é
possível determinar em qual classe funcional o atleta irá
competir.
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

Portanto, para o atleta ser elegível para as disputas no Paraciclismo, é preciso


que este atleta tenha pelo menos um dos Tipos de Comprometimento Elegível
apresentados a seguir.

Classe B Classe C1 a C5
Deficiência Visual Amputados e/ou com
diferença de membros

Bicicleta Tandem Bicicleta Speed


PA R AC I C L I S M O B R AS I L

Classe H1 a H5 Classe T1 e T2
Cadeirantes ou atletas que atendem Disfunção locomotora grave (atetose/
aos Critérios de Prejuízo Mínimo para distonia/espasticidade e/ou ataxia), que
Deficiência de Membros Inferiores que têm impedem o uso seguro de uma bicicleta
deficiências adicionais que impedem o convencional devido à falta de equilíbrio.
uso seguro de uma bicicleta convencional,
mas são capazes de usar a posição de
rebaixamento em um ciclo de mão.

Bicicleta Handbike
Bicicleta Triciclo

A deficiência deve ainda, ser permanente e decorrer de


uma condição de saúde subjacente, como uma doença
ou algum trauma, por exemplo.
AULA 2 PA R AC I C L I S M O B R AS I L

CAPÍTULO 3 – TIPOS DE PROVAS NO PARACICLISMO

As regras aderidas tanto no Ciclismo Olímpico quanto no Paraciclismo, servem para nortear
e fundamentar as provas disputadas para que se desenvolvam de maneira mais justa. Desta
forma, no Paraciclismo temos dois tipos de provas:

Provas de estrada Provas de pista

ELAS SÃO CARACTERIZADAS POR UM PERCURSO COM META DE CHEGADA,


TOMANDO COMO VENCEDOR QUEM CHEGA PRIMEIRO OU EM MELHOR TEMPO.
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

DESTA FORMA, AS PROVAS DE ESTRADA SÃO DIVIDIDAS


EM TRÊS TIPOS, SENDO:

TIPOS DE PROVA CATEGORIAS E


CARACTERÍSTICA/OBJETIVO
EM ESTRADA CLASSES FUNCIONAIS

Todas as classes do
Longa distância, onde, vence o atleta que
Resistência gênero masculino e
chegar primeiro.
feminino

Todas as classes do Prova individual, onde os ciclistas largam de


Contra-relógio genêro masculino e 1 em 1 minuto, vencendo o ciclista que fizer o
feminino percurso em menor tempo.

Tomada de tempo de 3 (três) voltas em um


percurso de aproximadamente 2 (dois)km. É
Classes do handbike nos
realizada por equipes de 3 (três) Handbikers
Team Relay (TR) genêros masculino e
(com diferentes classes funcionais), onde
feminino
um atleta realiza cada volta em revezamento
com outro da mesma equipe.
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

JÁ AS PROVAS DE PISTA SÃO DIRECIONADAS À TODAS


AS CLASSES C E B, POIS, SÃO MODALIDADES EM QUE A
BICICLETA NÃO OFERECE TRÊS RODAS COMO FORMAÇÃO.

Esta definição é considerada por conta da segurança para a prática, sendo assim, não
participam deste tipo de prova as bicicletas do tipo: Handbike e Triciclo.

Este tipo de prova é realizado em uma pista de formato oval chamada de velódromo.
Esta pista varia de 133 a 500 metros, sendo definida conforme o tipo de campeonato. O
tamanho da pista não altera o percurso que compõe cada prova realizada no velódromo.

Para tanto, o velódromo deve obedecer a metragem de 250m de


comprimento para a realização de Campeonatos Mundiais e
Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O tamanho da pista não
altera o percurso que compõe cada prova realizada
no velódromo. As bicicletas utilizadas para as
provas no velódromo não devem possuir
marchas e freios.
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

TIPOS DE PROVAS EM CATEGORIAS E


CARACTERÍSTICA/OBJETIVO
VELÓDROMO CLASSES FUNCIONAIS
Perseguição Individual Sobre lados opostos, larga um atleta de cada
(4.000 metros – Masculino: C4, C5 e B. equipe, com o objetivo de fazer as voltas em
16 voltas) menor tempo que o adversário.
Perseguição individual Masculino: C1, C2, C3. Sobre lados opostos, larga um atleta de cada
(3.000 metros – Feminino: C1, C2, equipe, com o objetivo de fazer 3.000 metros
12 voltas) C3, C4, C5 e B. (12 voltas), em menor tempo.
Masculino: C1, C2,
1 Km Time Trial (1.000 Realizada, individualmente, uma tomada de
C3, C4, C5 e B.
metros – 4 voltas) tempo à distância alvo.
Feminino: B.

500m Time Trial Feminino: C1, C2, Realizada, individualmente, uma tomada de
(500 metros – 2 voltas) C3 C4 e C5. tempo na distância de 500 metros (2 voltas).

Scratch race Masculino: C1, C2, Larga todas as equipes juntas, vencendo
(15Km – 60 voltas) C3, C4 e C5. quem terminar primeiro.

Scratch race Feminino: C1, C2, Larga todas as equipes juntas, vencendo
(10Km – 40 voltas) C3, C4 e C5. quem terminar primeiro.
Percorrem 3 (três) voltas no velódromo,
Tandem Sprint Masculino e Feminino: B. sendo válido quem fizer o melhor tempo dos
últimos 200 metros.
Team Sprint Masculino: C1, C2, Percorrem 3 (três) voltas no velódromo,
C3, C4 e C5.
(velocidade por Feminino: C1, C2, sendo válido quem fizer o melhor tempo dos
equipes) C3, C4 e C5. últimos 200 metros.
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

É IMPORTANTE DESTACAR QUE SEJA QUAL FOR


O OBJETIVO DE PRÁTICA DO PARACICLISMO,
É INDISPENSÁVEL O USO DOS EQUIPAMENTOS
DE PROTEÇÃO!
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

Equipamentos de proteção a serem usados na prática de Paraciclismo:

Óculos Capacete
Roupa apropriada

Luvas

Sapatilhas

Bandeirola para
Handbike
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

PARA QUE SERVE CADA EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO?

Roupa apropriada - A roupa específica para a prática de paraciclismo é composta por uma blusa
com (geralmente) três bolsos na parte traseira e, ainda, é composta pela bermuda ou bretelle que
possui um forro apropriado para que não machuque o atleta durante o longo período sentado na
bicicleta.

Óculos de sol - São usados óculos de sol de modelo esportivo para proteger os olhos do vento
causado pela velocidade e também, para que não entre nenhum cisco ou inseto nos olhos,
durante a pedalada.

Sapatilhas - As sapatilhas usadas para pedalar possuem um clip na parte inferior (na sola) e
são presas no pedal da bicicleta que é um pedal específico para clipar (prender/segurar) a
sapatilha.

Luvas - As luvas geralmente são aquelas que cobrem parte dos dedos e servem para
proteger as mãos caso ocorra alguma queda.

Capacete - O capacete protege a cabeça caso ocorra alguma queda ou algum


outro imprevisto que afete diretamente a região da cabeça.

Bandeirola para Handbike - A bandeirola é utilizada apenas na bicicleta


de modelo handbike pois, como a handbike não possui uma altura muito
visível para os motoristas de veículos, a bandeirola torna-se uma
sinalização para destacar a handbike nos espaços onde ela estiver.
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

Para competir no Paraciclismo é preciso que o capacete siga a cor que estiver
definida para a classe. Assim, para cada classe, a União Ciclística Internacional
(UCI) definiu a cor do capacete de todas as classes do Paraciclismo e estas cores
são seguidas em todos os tipos de campeonatos da modalidade.

Esta regra foi definida para auxiliar a identificação de cada classe durante as
competições, pois após a largada, as classes misturam-se. Portanto, as cores dos
capacetes são importantes para o acompanhamento da prova feito tanto pelos
comissários quanto pelos técnicos e o público geral.

CAPACETE BRANCO CAPACETE PRETO CAPACETE AMARELO

CATEGORIA MASCULINO FEMININO CATEGORIA MASCULINO FEMININO CATEGORIA MASCULINO FEMININO


Handbike H3 MH3 WH3 Handbike H5 MH5 WH5 Handbike H2 --- WH2
Ciclismo C4 MC4 WC4 Ciclismo C2 MC2 WC2 Ciclismo C1 MC1 WC1
Triciclo T2 --- WT2 Triciclo T1 MT1 ---
Tandem --- WB
CAPACETE VERMELHO CAPACETE AZUL PA R AC I C L I S M O B R AS I L

CATEGORIA MASCULINO FEMININO CATEGORIA MASCULINO FEMININO


Handbike H4 MH4 WH4 Handbike H2 MH2 ---
Ciclismo C5 MC5 WC5 Ciclismo C3 MC3 WC3
Triciclo T2 MT2 --- Triciclo T1 --- WT1
Tandem MB ---

CAPACETE LARANJA CAPACETE VERDE

CATEGORIA MASCULINO FEMININO CATEGORIA MASCULINO FEMININO


Handbike H1 --- WH1 Handbike H1 MH1 ---
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

QUIZ INTERATIVO
AULA 3
Capítulo 1 – SAIBA MAIS...
Desde que o Paraciclismo iniciou no Brasil, esta modalidade tem se desenvolvido muito.
Além disso, o Brasil tem se destacado no cenário internacional, desde sua estreia nas
primeiras provas internacionais.

Somos medalhistas
em todos os eventos
internacionais!
O Paraciclismo no Brasil
tem alcançado avanços
significantes em seu processo
de desenvolvimento ao longo
dos anos até os dias atuais,
demonstrado uma evolução
significativa através de
seus resultados em cenário
internacional.

Com relação ao número de


atletas, existem cerca de 384
atletas filiados à modalidade
no Brasil. É possível ainda,
identificar que desde sua
introdução no Brasil até os dias
da atualidade, o Paraciclismo
alcançou todas as regiões do
país em 24 (vinte e quatro)
estados e o Distrito Federal.
PRINCIPAIS ATLETAS DO PARACICLISMO NO BRASIL:

RIVALDO GONÇALVES MARTINS CLASSE: C4


Nascimento: 27/09/1959, em Santos (SP)

HISTÓRIA: Aos 12 anos, foi campeão brasileiro de natação. Pedalava


desde a adolescência. Corria sempre que podia. Em 1984, quando
assistiu a primeira prova de triatlo em Brasília, se identificou e começou
a treinar no dia seguinte. Dois anos mais tarde, estava no 5º lugar do
ranking brasileiro. Depois de sofrer um acidente automobilístico Rivaldo
perdeu parte da perna esquerda, e em vez de desistir, resolveu se
reerguer e seguir adiante. Foi então que o atleta começou a competir no
Paraciclismo, sendo o primeiro atleta brasileiro a participar dos Jogos
Paralímpicos na modalidade, em Barcelona 1992, e também o primeiro
a ter resultados expressivos internacionalmente, sendo Campeão do
Mundial de Ciclismo categoria Physically Challenged - 20 km Time Trial no
World Cycling Championship for Disabled (Bélgica/1998).

PRINCIPAIS CONQUISTAS:
Campeão Mundial de Contra-relógio 1998 – Mundial IPC, Bélgica;
Ouro na prova de Estrada no Parapan Mar Del Plata 2003 – Argentina;
Ouro na prova de Contra-relógio no Parapan Mar Del Plata 2003 – Argentina;
LAURO CÉSAR MOURO CHAMAN CLASSE: C5
Nascimento: 25/06/1987, em Araraquara (SP)

HISTÓRIA: Lauro nasceu com o pé esquerdo virado para trás. O atleta passou por
cirurgia para corrigir o problema, mas o procedimento o fez perder o movimento
do tornozelo. Por conta disso, teve atrofia na panturrilha. Sempre usou a bicicleta
como meio de transporte e, aos 13, começou a competir em provas de mountain bike
contra atletas sem deficiência. Aos 19, passou por classificação funcional e passou a
disputar medalhas também entre os paralímpicos no ciclismo de estrada e de pista.

PRINCIPAIS CONQUISTAS:
Prata na prova de Estrada dos Jogos Paralímpicos Rio 2016;
Bronze na prova de Contra-relógio dos Jogos Paralímpicos Rio 2016;
Campeão Mundial de Estrada 2017 - Pietermariztburg, África do Sul;
Campeão Mundial de Pista 2018 (SCRATCH) – Rio de Janeiro, Brasil;
Ouro na prova de Estrada no Parapan Toronto 2015 – Canadá;
Ouro na prova de Contra-relógio no Parapan Toronto 2015 – Canadá;
Prata na prova de Perseguição Individual no Parapan Toronto 2015 – Canadá
Ouro na prova de Estrada no Parapan Lima 2019 – Peru
Ouro na prova de Perseguição Individual no Parapan Lima 2019 – Peru
Prata na prova de Contra-relógio no Parapan Lima 2019 – Peru
Duas vezes Campeão Geral da Copa do Mundo de Paraciclismo de Estrada
16 medalhas em etapas de Copa do Mundo de Estrada:
• 10 medalhas de ouro;
• 5 medalhas de prata;
• 1 medalha de bronze;
SOELITO GOHR CLASSE: C5
Nascimento: 14/09/1973, Brusque (SC)

HISTÓRIA: Após um acidente na volta de um treino em sua cidade, o ciclista Soelito Gohr, que já
tinha representado a seleção Brasileira olímpica em diversas competições e muitas conquistas,
teve uma lesão no nervo braquial, que o deixou sem movimentos no ombro e cotovelo esquerdos.
Em 2007, ingressou na Seleção Brasileira e carrega alguns títulos importantes na modalidade.

PRINCIPAIS CONQUISTAS:
Vice-campeão na prova de Scratch (Pista) no Mundial de Apeldoorn (HOL), em 2015; campeão na
prova de Scratch (Pista) no Mundial de Aguascalientes (MEX), em 2014; medalhas de prata e bronze
nas provas de Pista, e medalha de ouro na Resistência e no Contra-relógio nas provas de Estrada
nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011; bronze na prova de Estrada no Mundial da
Dinamarca 2011; bicampeão mundial na prova de Estrada na Itália, em 2009, e no Canadá, em 2010;
bronze no Contra-relógio no Mundial da Itália, em 2009.
Campeão Mundial de Estrada 2009 - Bogogno, Itália;
Campeão Mundial de Estrada 2010 – Baie-Comeau, Canadá;
Campeão Mundial de Pista 2014 (SCRATCH) – Águascalientes, México;
Bronze Mundial de Estrada 2011 – Roskilde, Dinamarca;
Prata Mundial de Pista 2015 (SCRATCH) – Apeldoorn, Holanda;
Ouro na prova de Estrada no Parapan Guadalajara 2011 – México;
Ouro na prova de Estrada no Parapan Guadalajara 2011 – México;
Prata na prova de Perseguição Individual no Parapan Guadalajara 2011 – México;
Bronze na prova de KM no Parapan Guadalajara 2011 – México;
6 medalhas em etapas de Copa do Mundo de Estrada:
• 1 medalha de ouro;
• 3 medalhas de prata;
• 2 medalhas de bronze.
JOÃO ALBERTO SCHWINDT FILHO CLASSE: C5
Nascimento: 14/09/1977, BRASILIA (DF)

HISTÓRIA: João Schwindt sofreu um atropelamento quando tinha 14 anos. Em


consequência do acidente, sofreu uma lesão medular que prejudicou os movimentos
do braço direito. Em 2007, João começou a praticar ciclismo paralímpico na classe
C5, reservado para atletas com deficiências mínimas. Deste então, passou a participar
de competições nacionais. No Campeonato Brasileiro de Paraciclismo de 2010, João
conquistou o 2º lugar na corrida contra-relógio e chegou em 3º lugar na corrida em
estrada. Na Copa Brasil de 2010, conquistou o 3º lugar na corrida contra-relógio e
venceu a corrida em estrada.

PRINCIPAIS CONQUISTAS:
Bronze na prova de Estrada do Mundial 2010 – Baie-Comeau, Canadá;
Prata na prova de Estrada do Mundial 2011 – Roskilde, Dinamarca;
Bronze na prova de Contra-relógio do Mundial 2011 – Roskilde, Dinamarca;
Ouro na prova de Perseguição Individual no Parapan Guadalajara 2011 – México;
Bronze na prova de Estrada no Parapan Guadalajara 2011 – México;
Bronze na prova de Contra-relógio no Parapan Guadalajara 2011 – México;
5 medalhas em Etapas de Copa do Mundo de Estrada:
• 2 Medalhas de ouro;
• 3 medalhas de prata.

João Schwindit faleceu em dezembro de 2012 em um acidente de moto,


deixando um grande legado para o Paraciclismo brasileiro.
JADY MARTINS MALAVAZZI CLASSE: H3
Nascimento: 07/09/1994, Jandaia do Sul (PR)

HISTÓRIA: Jady perdeu o movimento das pernas aos 13 anos de idade,


depois de um acidente de carro. Logo após sua recuperação, começou a
jogar basquete. Em 2011, passou para o ciclismo e, de cara, já foi ao primeiro
Parapan, em Guadalajara.

PRINCIPAIS CONQUISTAS:
Prata na prova de Estrada no Parapan Guadalajara 2011 – México;
Bronze na prova de Estrada do Mundial 2018 – Maniago, Itália;
Bronze na Prova de Contra-relógio do Mundial 2018 – Maniago, Itália;
6 medalhas conquistadas em Etapas de Copa do Mundo de Estrada:
• 4 medalhas de prata;
• 2 medalhas de bronze.
EDUARDO RAMOS PIMENTA CLASSE: H3
Nascimento: 30/05/1979, Uberlândia (MG)

HISTÓRIA: Eduardo trabalhava com freios e suspensão de caminhão. Em abril


de 2009, ele estava trabalhando embaixo de um caminhão que escapou da
segurança e caiu em cima dele, o tornando paraplégico. Três anos depois,
conheceu o Paraciclismo pela internet.

PRINCIPAIS CONQUISTAS:
Ouro na prova de Estrada no Parapan Lima 2019 – Peru;
Bronze na prova de Contra-relógio no Parapan Lima 2019 – Peru;
MÁRCIA RIBEIRO GONÇALVES FANHANI CLASSE: B
Nascimento: 07/08/1986, São Paulo (SP)

HISTÓRIA: Márcia nasceu com atrofia do nervo óptico e sempre foi cega. Com 6 anos,
começou a praticar o judô. Aos 12, passou a jogar goalball. A atleta largou o esporte
aos 17, para trabalhar. Com 25, procurava um esporte para praticar como hobby e fez
pesquisas sobre o ciclismo. No mesmo ano, competiu pela primeira vez na modalidade,
gostou e passou a treinar profissionalmente.

PRINCIPAIS CONQUISTAS:
Bronze na prova de Estrada no Parapan Lima 2019 – Peru;
Bronze na prova de Contra-relógio no Parapan Lima 2019 – Peru;
Bronze na prova de Perseguição Individual no Parapan Lima 2019 – Peru;
Bronze na prova de Estrada Copa do Mundo 2019 – Corridonia, Itália;
Bronze na prova de contra-relógio Copa do Mundo 2019 – Corridonia, Itália;

OBS.: Em todas as medalhas em que conquistou, até o momento, a atleta


Marcia Fanhani teve como piloto, a atleta Cristiane Pereira da Silva.
CARLOS ALBERTO GOMES SOARES CLASSE: C1
Nascimento: 31/12/1994, Anápolis (GO)

HISTÓRIA: Aos 6 anos, Carlos foi diagnosticado com paraparesia espástica, doença
que o atrapalha na locomoção. Sua perna esquerda é quase imobilizada. Antes do
Paraciclismo, praticava o Mountain Bike. O seu primeiro contato com o esporte
paralímpico foi em 2016.

PRINCIPAIS CONQUISTAS:
Bronze na prova de Estrada Copa do Mundo 2019 – Corridonia, Itália;
Bronze na prova de Estrada Copa do Mundo 2019 – Ostend, Bélgica;
5º Lugar na prova de Estrada no Mundial 2019 – Emmen, Holanda
AULA 3
Capítulo 2 – REVISÃO
Agora que você descobriu como o Paraciclismo surgiu e conheceu um pouco sobre o seu universo
de prática, vamos fazer uma revisão geral sobre suas principais características.

Para isso é preciso ainda destacar que o Paraciclismo é um esporte em crescimento no Brasil e
no mundo. Como resultado desta natural evolução e progressão da modalidade e, ainda, como
conquista a respeito de sua integração no esporte, os atletas e demais profissionais envolvidos
com a modalidade tem identificado cada vez mais a importância de conhecer todos os
contextos da modalidade e também, tem identificado a importância de uma especialização
nas provas de Estrada e nas provas de Pista. Isso reforça ainda mais o nosso compromisso em
trazer o conhecimento trazido aqui neste curso.

Como integrantes do cenário nacional do Paraciclismo, precisamos ouvir, auxiliar, orientar,


garantir que o processo de desenvolvimento da modalidade continue e que mais ações
sejam conduzidas nessa direção. Estas ações só se tornam possíveis quando os atletas,
os técnicos, dirigentes, demais profissionais e público envolvido estejam cientes
de que farão a diferença para que as mudanças necessárias sempre aconteçam.
Precisamos de que estas pessoas estejam cada vez mais encorajadas para
fortalecer o Paraciclismo.
O Paraciclismo é a nossa paixão e esperamos que seja cada vez mais
reconhecido no Brasil.

Acompanhe o próximo vídeo de revisão.


CHEGAMOS AO FINAL DO CURSO!

Com este curso você aprendeu:

1. O que é o Paraciclismo e conheceu a história desta modalidade;


2. Aprendeu como é a gestão e organização do Paraciclismo;
3. Descobriu quem pode praticar o Paraciclismo;
4. Conheceu o Sistema de Classificação;
5. Quais são os tipos de provas no Paraciclismo e ainda,
6. Conheceu os principais atletas da modalidade no Brasil.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Mariane. O desenvolvimento do Paraciclismo no Brasil. 2019. 81 p. Dissertação
(mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física, Campinas, SP.

MISHIN, Yekaterina et al. Promoting health through biking programs for youth with
developmental disabilities. Therapeutic Recreation Journal, v. 49, n. 2, p. 183-186, 2015.

IMAGENS
União Ciclística Internacional (UCI): https://www.uci.org/para-cycling

Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC): https://www.cbc.esp.br/modalidades/index/busca/paraciclismo

Comitê Paralímpico Internacional (IPC): https://www.paralympic.org/cycling

Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB): https://www.cpb.org.br/modalidades/58/ciclismo

Flickr: https://www.flickr.com/photos/cpboficial
PA R AC I C L I S M O B R AS I L

Avaliação Final
PRESIDENTE
José Luiz Vasconcellos

1º VICE-PRESIDENTE
Gilvan Costa Cavalcante

2º VICE-PRESIDENTE
Marcos Lorenz

COORDENADOR DE PARACICLISMO
Edilson Alves da Rocha

COORDENADOR TÉCNICO
Romolo Lazzaretti

RESPONSÁVEIS PELO CONTEÚDO


Prof.ª M.a Mariane Ferreira
Prof. Edilson Alves da Rocha

Avenida Maringá, 627, sala 501 Fone: +55 43 3327-3232


Jd. Vitória - Londrina / PR E-mail: cbc@cbc.esp.br
CEP: 86.060-000 Site: www.cbc.esp.br

Você também pode gostar