A Magnum Eletrônica contesta a ação movida por Tiago alegando: 1) que o direito de reclamar por vícios aparentes prescreveu, uma vez que se passaram mais de 90 dias desde a compra; 2) que o CDC prevê a substituição do produto ou restituição do valor pago em caso de vícios, não cabendo indenização por danos morais; 3) que não houve conduta ilícita que causasse dano, de modo que a ação deve ser julgada improcedente.
A Magnum Eletrônica contesta a ação movida por Tiago alegando: 1) que o direito de reclamar por vícios aparentes prescreveu, uma vez que se passaram mais de 90 dias desde a compra; 2) que o CDC prevê a substituição do produto ou restituição do valor pago em caso de vícios, não cabendo indenização por danos morais; 3) que não houve conduta ilícita que causasse dano, de modo que a ação deve ser julgada improcedente.
A Magnum Eletrônica contesta a ação movida por Tiago alegando: 1) que o direito de reclamar por vícios aparentes prescreveu, uma vez que se passaram mais de 90 dias desde a compra; 2) que o CDC prevê a substituição do produto ou restituição do valor pago em caso de vícios, não cabendo indenização por danos morais; 3) que não houve conduta ilícita que causasse dano, de modo que a ação deve ser julgada improcedente.
A Magnum Eletrônica contesta a ação movida por Tiago alegando: 1) que o direito de reclamar por vícios aparentes prescreveu, uma vez que se passaram mais de 90 dias desde a compra; 2) que o CDC prevê a substituição do produto ou restituição do valor pago em caso de vícios, não cabendo indenização por danos morais; 3) que não houve conduta ilícita que causasse dano, de modo que a ação deve ser julgada improcedente.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO
JUIZADO ESPECIAL CÍVIL DA COMARCA DE VITÓRIA.
MAGNUM ELETRÔNICA LTDA., empresa com
qualificação e endereço completos, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado (procuração anexa), para, com fundamento no artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, apresentarem a presente CONTESTAÇÃO, a ação condenatória proposta por TIAGO, já qualificado, com base nos fatos e fundamentos a seguir exposto:
I- DOS FATOS:
Alega o autor que, adquiriu da Magnum
Eletrônica, um aparelho portátil de rádio, pelo valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais) e, que desde o momento da compra, percebeu que o aparelho estava danificado.
Passados quatro meses da compra, Tiago,
sem ter antes procurado o serviço de atendimento ao consumidor da Magnun, dirigiu-se ao Juizado Especial Cível da Comarca de Vitória e ali aforou ação visando o recebimento de indenização, porque desde o momento da compra havia percebido que a antena externa do aparelho estava danificada, o que impedia o rádio de funcionar.
A indenização pedida era de R$ 600,00,
valor equivalente ao preço de aparelho de nível superior, o que, no entender de Tiago, ajudá-lo-ia a compensar os contragostos decorrentes da compra do aparelho danificado.
II- DO DIREITO:
Diante dos fatos narrados o pedido deve ser
julgado improcedente. No caso, na verdade busca-se verdadeiro enriquecimento ilícito, como a seguir se demonstrará. Por sua vez, inicialmente é de se apontar a existência de decadência.
1. DA DECADÊNCIA DO DIREITO DE RECLAMAR PELOS VÍCIOS DO
PRODUTO.
O direito de reclamar por eventuais vícios
existentes no referido bem já foi vitimado pela decadência.
Como visto no relato dos fatos, o produto já
foi comprado há 4 (quatro) meses, sendo que o direito de reclamar dos vícios aparentes expedem em 90 (noventa) dias, que corresponde ao período de 3 (três) meses.
É o que se percebe da simples leitura do
disposto no art. 26, II, do CDC (Lei 8.078/90).
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios
aparentes de fácil constatação caduca em: II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. Tal artigo é expresso ao reconhecer como de 90 (noventa) dias o prazo de decadência para reclamar de vícios de fácil constatação de bens duráveis.
É indiscutível que uma antena externa
quebrada de um equipamento de som se enquadra como um "vício aparente" em um "produto durável".
Assim sendo, é certo que estamos diante da
decadência, o que acarreta a extinção do processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, II, do Código de Processo Civil.
Art. 487. Haverá resolução de mérito
quando o juiz: II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição.
2. DA INEXISTÊNCIA DE QUALQUER DANO MORAL (PREVISÃO LEGAL DE
TROCA DO BEM, DEVOLUÇÃO DOS VALORES OU ABATIMENTO DO PREÇO, EM HIPÓTESES DE DEFEITOS NOS PRODUTOS).
Na hipótese de não reconhecer a
decadência, não restam dúvidas de que, no caso, inexiste o alegado dano moral.
Dano moral não é qualquer aborrecimento
corriqueiro que todos os que vivem em sociedade estão sujeitos. Para que se configure tal espécie de dano, imprescindível uma situação verdadeiramente vexatória e capaz de causar angústia.
E, no caso concreto, não há qualquer
"aborrecimento" sofrido pelo requerente. Por mais que se leia a inicial, não há nada ali que indique um efetivo dano.
Vale lembrar que o próprio CDC já prevê
solução para o caso de produtos danificados. Referimo-nos aqui no art. 18 de tal diploma legal. Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitárias, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no
prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço.
Como se percebe da simples leitura de
tal dispositivo, constatado um vício no produto, e caso não sanado tal vício pelo fornecedor no prazo de 30 (trinta) dias, pode o consumidor exigir a troca do produto por outro ou a restituição dos valores pagos, devidamente corrigidos ou o abatimento do valor.
Portanto, a própria legislação traz as
soluções para o caso de vício do produto, não havendo qualquer previsão em relação ao cabimento de dano moral, o que inviabiliza o pedido formulado pelo Autor.
E a situação é ainda mais gritante no
caso concreto, pois não houve qualquer atitude da Ré em relação ao suposto vício, visto que o Autor não formulou qualquer reclamação junto a esta empresa.
Portanto, inexiste qualquer conduta da
Ré capaz de ter dado causa ao propalado dano, o que afasta qualquer possibilidade de responsabilização civil, artigo 186 do Código Civil. III- DO PEDIDO:
Ante o exposto, pedem e requerem os
Réus a Vossa Excelência:
a) o reconhecimento da decadência, com a extinção do processo com
resolução de mérito;
b) caso assim não entenda Vossa Excelência, a improcedência de
qualquer indenização referente a danos morais;
c) protesta provar o alegado por todos os meios de prova previstos em
lei, especialmente pelos documentos já juntados aos autos.