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Equacoes Diferenciais

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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

Instituto Superior Politécnico e Universitário de Nacala

ISPUNA

Curso: Engenharias Civil, Elécrtica e Mecânica

I Semestre/1oAno

Texto de apoio de Análise Matemática II

Docente: Momade Amisse Assane

Nacala-Porto, Junho de 2020


Indice
1. Equações Diferenciais Ordinárias ............................................................................................... 3

1.1. Ordem de uma equação diferencial ...................................................................................... 3

1.2. Grau de uma equação diferencial ......................................................................................... 3

1.3. Formação de equações diferenciais ...................................................................................... 3

1.4. Equações diferenciais de variáveis separáveis ..................................................................... 5

1.5. Equações diferenciais homogêneas da primeira ordem ....................................................... 6

1.6. Equações diferenciais lineares da primeira ordem ............................................................... 8

1.7. Equação diferencial de Bernoulli ....................................................................................... 10

1.8. Equações diferenciais exactas da primeira ordem .............................................................. 13

1.8.1. Factor integrante .......................................................................................................... 14

1.9. Equações diferenciais lineares de 2a ordem com coeficientes constantes ......................... 17

1.9.1. Equações homogêneas ................................................................................................. 17

1.9.2. Equações não homogêneas .......................................................................................... 18

1.10. Equações diferenciais lineares de ordem superior a segunda com coeficientes constantes
................................................................................................................................................... 20

1.10.1. Equação homogênea .................................................................................................. 20

1.10.2. Equação não homogênea ........................................................................................... 21

1.11. Equações diferenciais de Euler ........................................................................................ 24

1.11.1. Equações diferenciais homogêneas ........................................................................... 24

1.12. Sistemas de equações diferenciais ................................................................................... 25

2. Exercicios de aplicação ........................................................................................................................... 29


3

𝟏. Equações Diferenciais Ordinárias


Definição: Denomina-se equação diferencial ordinária toda equação da forma
𝑓[𝑥, 𝑦, 𝑦 ′ , 𝑦 ′′ , … , 𝑦 (𝑛) ] = 0 que envolve uma função incógnita 𝑦 = 𝑦(𝑥) e suas derivadas. Onde
𝑥 é a variável independente e 𝑦 é a variável dependente (ou variável procurada).

𝟏. 𝟏. Ordem de uma equação diferencial

Definição: Denomina-se ordem de uma equação diferencial a ordem da mais alta derivada da
função incógnita 𝑦 = 𝑦(𝑥) que ocorre na equação.

𝟏. 𝟐. Grau de uma equação diferencial

Definição: Denomina-se grau de uma equação diferencial o valor do expoente para a derivada
mais alta da equação, quando a equação tem a forma de um polinómio na função incógnita e em
suas derivadas, como, por exemplo, 𝐴1 𝑦 (3) + 𝐴2 𝑦 (2) + 𝐴3 𝑦 (1) + 𝐴4 𝑦 (0) = 0.
Exemplos: Diga qual a ordem e o grau das seguintes equações diferenciais:

1. 𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ + 6𝑦 = 𝑠𝑒𝑛𝑥 2. (𝑦 ′′ )3 + 3𝑦 ′ + 8𝑦 = 𝑡𝑔𝑥

3. (𝑦 ′′ )2 + (𝑦 ′ )3 + 3𝑦 = 𝑥 2 3. 𝑦 ′ = 𝑓(𝑥, 𝑦)

Resolução:
a o
1) 𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ + 6𝑦 = 𝑠𝑒𝑛𝑥, equação diferencial da 2 ordem e 1 grau.

2) (𝑦 ′′ )3 + 3𝑦 ′ + 8𝑦 = 𝑡𝑔𝑥, equação diferencial da 2a ordem e 3o grau.

3) (𝑦 ′′ )2 + (𝑦 ′ )3 + 3𝑦 = 𝑥 2 , equação diferencial da 2a ordem e 2o grau.

4) 𝑦 ′ = 𝑓(𝑥, 𝑦), equação diferencial da 1a ordem e 1o grau.

𝟏. 𝟑. Formação de equações diferenciais

Exemplos: Formar equações diferenciais das famílias das curvas dadas a seguir:
1. 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝐶𝑥

Resolução:
4

Para formar equação diferencial da curva 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝐶𝑥, temos que derivar e eliminar a constante
𝐶, ou melhor: (𝑥 2 + 𝑦 2 − 𝐶𝑥)′𝑥 + (𝑥 2 + 𝑦 2 − 𝐶𝑥)′𝑦 = 0 ⇒ 2𝑥 − 𝐶 + 2𝑦𝑦 ′ = 0.
Eliminando a constante 𝐶, teremos:
2𝑥 − 𝐶 + 2𝑦𝑦 ′ = 0 ⇒ −𝐶 = −2𝑦𝑦 ′ − 2𝑥, multiplicando ambos os membros por menos um,
obtemos: 𝐶 = 2𝑦𝑦 ′ + 2𝑥, substituindo 𝐶 na curva dada, vem:

𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑥(2𝑦𝑦 ′ + 2𝑥) ⇒ 𝑥 2 + 𝑦 2 = 2𝑥𝑦𝑦 ′ + 2𝑥 2 ⇒ 𝑥 2 + 𝑦 2 − 2𝑥 2 = 2𝑥𝑦𝑦 ′ ⇒ 𝑦 2 − 𝑥 2 = 2𝑥𝑦𝑦 ′

A equação diferencial da curva dada é da forma:

𝑦2 − 𝑥2 𝑦2 𝑥2 𝑦 𝑥
𝑦 2 − 𝑥 2 = 2𝑥𝑦𝑦 ′ ⇒ = 2𝑦 ′ ⇒ − = 2𝑦 ′ ⇒ − = 2𝑦 ′
𝑥𝑦 𝑥𝑦 𝑥𝑦 𝑥 𝑦

2. 𝑦 = 𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥

Resolução:

A curva dada tem duas constantes, por isso vamos derivar duas vezes.

𝑦 ′ = (𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 )′ ⇒ 𝑦 ′ = 2𝐶1 𝑒 2𝑥 − 𝐶2 𝑒 −𝑥

𝑦 ′′ = (2𝐶1 𝑒 2𝑥 − 𝐶2 𝑒 −𝑥 )′ = 4𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ⇒ 𝑦 ′′ = 4𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 , eliminando as constantes na


primeira e na segunda derivadas, teremos:
1
𝑦 ′ = 2𝐶1 𝑒 2𝑥 − 𝐶2 𝑒 −𝑥 ⇒ 2𝐶1 𝑒 2𝑥 = 𝑦 ′ + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ⇒ 𝐶1 = 2𝑒 2𝑥 (𝑦 ′ + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ), substituindo 𝐶1 na
1
segunda derivada, vem: 𝑦 ′′ = 4𝑒 2𝑥 ∙ 2𝑒 2𝑥 (𝑦 ′ + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ) + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ⇒ 𝑦 ′′ = 2(𝑦 ′ + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ) + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ⇒

𝑦 ′′ = 2(𝑦 ′ + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ) + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ⇒ 𝑦 ′′ = 2𝑦 ′ + 2𝐶2 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ⇒ 𝑦 ′′ = 2𝑦 ′ + 3𝐶2 𝑒 −𝑥 ⇒


1
𝑦 ′′ = 2𝑦 ′ + 3𝐶2 𝑒 −𝑥 ⇒ 𝐶2 = (𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ ), substituindo 𝐶2 na constante 𝐶1 , teremos:
3𝑒 −𝑥

1 1 1
𝐶1 = 2𝑥
(𝑦 ′ + 𝐶2 𝑒 −𝑥 ) ⇒ 𝐶1 = 2𝑥 [𝑦 ′ + 𝑒 −𝑥 ∙ −𝑥 (𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ )] ⇒
2𝑒 2𝑒 3𝑒
1 1 1 1 2 1 1 1
𝐶1 = 2𝑥 [𝑦 ′ + (𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ )] = 2𝑥 (𝑦 ′ + 𝑦 ′′ − 𝑦 ′ ) ⇒ 𝐶1 = 2𝑥 ( 𝑦 ′′ + 𝑦 ′ )
2𝑒 3 2𝑒 3 3 2𝑒 3 3

Substituindo os valores das constantes 𝐶1 e 𝐶2 na curva dada, obtemos a equação diferencial da


1 1 1 1
segunda ordem, isto é, 𝑦 = 𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 = 𝑒 2𝑥 ∙ 2∙𝑒 2𝑥 (3 𝑦 ′′ + 3 𝑦 ′ ) + 𝑒 −𝑥 ∙ 3∙𝑒 −𝑥 (𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ )

1 1 1 1 1
𝑦 = 2 ∙ 3 (𝑦 ′′ + 𝑦 ′ ) + 3 (𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ ) ⇒ 𝑦 = 6 (𝑦 ′′ + 𝑦 ′ ) + 3 (𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ ), achando o menor múltiplo

comum, vem: 6𝑦 = (𝑦 ′′ + 𝑦 ′ ) + 2(𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ ) = 𝑦 ′′ + 𝑦 ′ + 2𝑦 ′′ − 4𝑦 ′ , somando os termos


5

semelhantes, teremos: 6𝑦 = 3𝑦 ′′ − 3𝑦 ′ = 3(𝑦 ′′ − 𝑦 ′ ) ⇒ 6𝑦 = 3(𝑦 ′′ − 𝑦 ′ ), dividindo ambos os


membros por três, vem: 2𝑦 = 𝑦 ′′ − 𝑦 ′ . Esta é a equação diferencial da curva dada.
Observação: Numa dada curva de famílias, se aparece uma constante arbitrária, a equação
diferencial formada será da primeira ordem, se aparecem duas constantes arbitrárias, então a
equação diferencial será da segunda ordem e assim se procede de forma análoga para as demais
constantes arbitrárias.

𝟏. 𝟒. Equações diferenciais de variáveis separáveis

Definição: Denomina-se equação diferencial de variáveis separáveis a equação diferencial da


forma 𝑦 ′ = 𝑓(𝑥) ∙ 𝑔(𝑦).
𝑑𝑦 𝑑𝑦
𝑦 ′ = 𝑓(𝑥) ∙ 𝑔(𝑦) ⇒ = 𝑓(𝑥) ∙ 𝑔(𝑦) ⇒ = 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, equação diferencial de variáveis separadas.
𝑑𝑥 𝑔(𝑦)

𝑑𝑦
Integrando a equação diferencial de variáveis separadas, vem: ∫ 𝑔(𝑦) = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + 𝐶.

Exemplos:

1. Achar a solução particular da equação (1 + 𝑒 𝑥 ) ∙ 𝑦 ∙ 𝑦 ′ = 𝑒 𝑥 , quando 𝑦(0) = 1.

Resolução:
𝑑𝑦
(1 + 𝑒 𝑥 ) ∙ 𝑦 ∙ 𝑦 ′ = 𝑒 𝑥 ⇒ (1 + 𝑒 𝑥 ) ∙ 𝑦 ∙ = 𝑒 𝑥 , multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑥 e
𝑑𝑥
𝑒𝑥
dividindo por (1 + 𝑒 𝑥 ), teremos: 𝑦𝑑𝑦 = 1+𝑒 𝑥 𝑑𝑥, integrando a equação, vem:
𝑒𝑥 𝑦2 𝑑(1+𝑒 𝑥 ) 𝑦2
∫ 𝑦𝑑𝑦 = ∫ 1+𝑒 𝑥 𝑑𝑥 + 𝐶 ⇒ 2
=∫ 1+𝑒 𝑥
+𝐶 ⇒ 2
= 𝑙𝑛|1 + 𝑒 𝑥 | + 𝐶

Substituindo os valores de 𝑥 e 𝑦 na solução geral, teremos:


12 1 1
2
= 𝑙𝑛|1 + 𝑒 0 | + 𝐶 ⇒ 𝐶 = 2 − 𝑙𝑛|1 + 1| ⇒ 𝐶 = 2 − 𝑙𝑛(2).

Portanto, a solução particular da equação diferencial dada é:


𝑦2 1 𝑦2 1 1 + 𝑒𝑥 1 1 + 𝑒𝑥
= 𝑙𝑛|1 + 𝑒 𝑥 | + − 𝑙𝑛|2| ⇒ = + 𝑙𝑛 | | ⇒ 𝑦 2 = 2 ∙ ( + 𝑙𝑛 | |)
2 2 2 2 2 2 2

2 1 + 𝑒𝑥 1 + 𝑒𝑥 1 + 𝑒𝑥
𝑦2 = + 2 ∙ 𝑙𝑛 | | ⇒ 𝑦 2 = 1 + 2𝑙𝑛 | | ⇒ 𝑦 = √1 + 2𝑙𝑛 | |
2 2 2 2

2. Resolver a equação: 𝑦 ′ ∙ 𝑡𝑔(𝑥) = 𝑦

Resolução:

Transformando a equação dada numa equação de variáveis separadas, vem:


6

𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑐𝑜𝑠(𝑥)𝑑𝑥
𝑦 ′ ∙ 𝑡𝑔(𝑥) = 𝑦 ⇒ ∙ 𝑡𝑔(𝑥) = 𝑦 ⇒ = ⇒ = ⇒ =
𝑑𝑥 𝑦 𝑡𝑔(𝑥) 𝑦 𝑠𝑒𝑛(𝑥) 𝑦 𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑐𝑜𝑠(𝑥)
Integrando-a, obtemos:
𝑑𝑦 𝑐𝑜𝑠(𝑥)𝑑𝑥 𝑑(𝑠𝑒𝑛𝑥)
∫ =∫ + 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑦| = ∫ + 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑦| = 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑛(𝑥)| + 𝐶 ⇒
𝑦 𝑠𝑒𝑛(𝑥) 𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑦 = 𝑒 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑛(𝑥)|+𝐶 ⇒ 𝑦 = 𝑒 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑛(𝑥)| ∙ 𝑒 𝐶 , aplicando a propriedade logarítmica (12) e fazendo 𝑒 𝐶 = 𝐶,
vem: 𝑦 = 𝑒 𝑙𝑛|𝑠𝑒𝑛(𝑥)| ∙ 𝑒 𝐶 ⇒ 𝑦 = 𝐶 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝑥)

3. Resolver a equação 𝑥 ∙ 𝑦 ∙ 𝑦 ′ = 1 − 𝑥 2

Resolução:

Transformamos a equação diferencial de variáveis separáveis 𝑥 ∙ 𝑦 ∙ 𝑦 ′ = 1 − 𝑥 2 numa equação


diferencial de variáveis separadas, dividindo a equação diferencial de variáveis separadas dada
ambos os membros por 𝑥, isto é:
1−𝑥 2 𝑑𝑦 1−𝑥 2 1−𝑥 2 1 𝑥2 1
𝑦 ∙ 𝑦′ = 𝑥
⇒ 𝑦 𝑑𝑥 = 𝑥
⇒ 𝑦𝑑𝑦 = 𝑥
𝑑𝑥 ⇒ 𝑦𝑑𝑦 = (𝑥 − 𝑥
) 𝑑𝑥 ⇒ 𝑦𝑑𝑦 = (𝑥 − 𝑥) 𝑑𝑥,
integrando-a, vem:
1 1 1 1
∫ 𝑦𝑑𝑦 = ∫ ( − 𝑥) 𝑑𝑥 + 𝐶 ⇒ ∫ 𝑦𝑑𝑦 = ∫ 𝑑𝑥 − ∫ 𝑥𝑑𝑥 + 𝐶 ⇒ 𝑦 2 = 𝑙𝑛|𝑥| − 𝑥 2 + 𝐶
𝑥 𝑥 2 2
1 2 1
𝑦 = 𝑙𝑛|𝑥| − 𝑥 2 + 𝐶, multiplicando ambos os membros por dois, obtemos:
2 2

𝑦 2 = 2𝑙𝑛|𝑥| − 𝑥 2 + 2𝐶 ⇒ 𝑦 2 = 𝑙𝑛|𝑥 2 | − 𝑥 2 + 𝐶

𝟏. 𝟓. Equações diferenciais homogêneas da primeira ordem

Definição: Uma equação diferencial 𝑃(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑄(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0 (1) é homogênea, se as funções
𝑃(𝑥, 𝑦) e 𝑄(𝑥, 𝑦) são homogêneas do mesmo grau. Uma função 𝑓(𝑥, 𝑦) é homogênea de grau 𝑛 se
𝑓(𝛽𝑥, 𝛽𝑦) = 𝛽 𝑛 ∙ 𝑓(𝑥, 𝑦).

Exemplo: Verifique se a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = √𝑥 4 + 𝑦 4 é homogênea

Resolução:

Fazendo 𝑥 = 𝛽𝑥 e 𝑦 = 𝛽𝑦 e substituindo na função dada, vem:

𝑓(𝛽𝑥, 𝛽𝑦) = √(𝛽𝑥)4 + (𝛽𝑦)4 = √𝛽 4 𝑥 4 + 𝛽 4 𝑦 4 = √𝛽 4 ∙ (𝑥 4 + 𝑦 4 ) = √𝛽 4 ∙ √𝑥 4 + 𝑦 4

𝑓(𝛽𝑥, 𝛽𝑦) = √𝛽 4 ∙ √𝑥 4 + 𝑦 4 = 𝛽 2 ∙ √𝑥 4 + 𝑦 4 = 𝛽 2 ∙ 𝑓(𝑥, 𝑦).


7

Portanto, a função 𝑓(𝑥, 𝑦) é homogênea do segundo grau.


𝑦 𝑦
A equação (1) pode reduzir-se à forma 𝑦 ′ = 𝑓 (𝑥 ) por meio da substituição 𝑢 = 𝑥 ou 𝑦 = 𝑥 ∙ 𝑢,
onde 𝑢 é uma nova incógnita ou função incógnita, que se transforma em equações diferenciais
com variáveis separadas.

Exemplos: Resolva as seguintes equações diferenciais:


𝑥+𝑦
1. 𝑦 ′ = − 𝑥

Resolução:
𝑥+𝑦 𝑥 𝑦 𝑦 𝑦 𝑦
𝑦′ = − = − − = −1 − ⇒ 𝑦 ′ = −1 − , fazendo = 𝑢 ⇒ 𝑦 = 𝑥 ∙ 𝑢, derivando ambos os
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥 𝑥 𝑥
membros e considerando 𝑢 como função de 𝑥, teremos:

𝑦 ′ = (𝑥 ∙ 𝑢)′ = 𝑥 ′ ∙ 𝑢 + 𝑥 ∙ 𝑢′ = 𝑢 + 𝑥 ∙ 𝑢′ ⇒ 𝑦 ′ = 𝑢 + 𝑥 ∙ 𝑢′ , substituindo na equação diferencial


𝑦 𝑑𝑢
𝑦 ′ = −1 − 𝑥 , vem: 𝑢 + 𝑥 ∙ 𝑢′ = −1 − 𝑢 ⇒ 𝑥 ∙ 𝑢′ = −1 − 𝑢 − 𝑢 ⇒ 𝑥 ∙ 𝑢′ = −2𝑢 − 1, 𝑢′ = 𝑑𝑥

𝑑𝑢
𝑥 𝑑𝑥 = −2𝑢 − 1, multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑥 e dividindo por 𝑥(−2𝑢 − 1), teremos:

𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥
−2𝑢−1
= 𝑥
⇒ −(2𝑢+1) = 𝑥
⇒ − 2𝑢+1 = 𝑥
, multiplicando ambos os membros por menos um, vem:

𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥
=− , integrando-a, obtemos: ∫ 2𝑢+1 = − ∫ +𝐶
2𝑢+1 𝑥 𝑥

1 𝑑(2𝑢+1) 𝑑𝑥 1
∫ 2𝑢+1 = −∫ + 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|2𝑢 + 1| = −𝑙𝑛|𝑥| + 𝐶, multiplicando ambos os membros por dois,
2 𝑥 2
−2 |+2𝐶 −2 |
vem: 𝑙𝑛|2𝑢 + 1| = −2𝑙𝑛|𝑥| + 2𝐶 ⇒ 2𝑢 + 1 = 𝑒 −2𝑙𝑛|𝑥|+2𝐶 ⇒ 2𝑢 + 1 = 𝑒 𝑙𝑛|𝑥 = 𝑒 𝑙𝑛|𝑥 ∙ 𝑒 2𝐶

Aplicando a propriedade logarítmica 𝑎log𝑎 𝑏 = 𝑏, teremos: 2𝑢 + 1 = 𝑥 −2 ∙ 𝐶 ⇒ 2𝑢 = 𝑥 −2 ∙ 𝐶 − 1 ⇒


1 𝑦
𝑢 = (𝐶 ∙ 𝑥 −2 − 1), substituindo 𝑢 por obtemos a solução geral da equação diferencial dada, isto
2 𝑥
𝑦 1 𝑥 1 1 1 𝐶
é, 𝑥 = 2 (𝐶 ∙ 𝑥 −2 − 1) ⇒ 𝑦 = 2 (𝐶 ∙ 𝑥 −2 − 1) = 2 (𝐶 ∙ 𝑥 ∙ 𝑥 −2 − 𝑥) = 2 (𝐶 ∙ 𝑥 −1 − 𝑥) ⇒ 𝑦 = 2 (𝑥 − 𝑥).

2. (𝑥 − 𝑦)𝑦𝑑𝑥 − 𝑥 2 𝑑𝑦 = 0

Resolução:

(𝑥 − 𝑦)𝑦𝑑𝑥 − 𝑥 2 𝑑𝑦 = 0 ⇒ (𝑥𝑦 − 𝑦 2 )𝑑𝑥 − 𝑥 2 𝑑𝑦 = 0, dividindo ambos os membros por 𝑥 2 𝑑𝑥, vem:

𝑥𝑦−𝑦 2 𝑑𝑦 𝑥𝑦 𝑦2 𝑑𝑦 𝑦 𝑦 2 𝑑𝑦 𝑦
𝑥2
− 𝑑𝑥 = 0 ⇒ 𝑥2
− 𝑥 2 − 𝑑𝑥 = 0 ⇒ 𝑥 − (𝑥 ) − 𝑑𝑥 = 0, fazendo 𝑥
= 𝑢 ⇒ 𝑦 = 𝑥 ∙ 𝑢, derivando
membro a membro, teremos: 𝑦 ′ = (𝑥 ∙ 𝑢)′ = 𝑥 ′ ∙ 𝑢 + 𝑥 ∙ 𝑢′ = 𝑢 + 𝑥 ∙ 𝑢′ ⇒ 𝑦 ′ = 𝑢 + 𝑥 ∙ 𝑢′ ,
8

𝑦 𝑦 2 𝑑𝑦
substituindo na equação 𝑥 − (𝑥 ) − 𝑑𝑥 = 0, obtemos uma equação diferencial da incógnita 𝑢, isto
𝑑𝑢
é, 𝑢 − 𝑢2 − (𝑢 + 𝑥 ∙ 𝑢′ ) = 0 ⇒ 𝑢 − 𝑢2 − 𝑢 − 𝑥 ∙ 𝑢′ = 0 ⇒ −𝑢2 − 𝑥 ∙ 𝑢′ = 0 ⇒ −𝑢2 − 𝑥 𝑑𝑥 = 0 ⇒

𝑑𝑢
−𝑥 𝑑𝑥 = 𝑢2 . Multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑥 e dividindo por 𝑥 ∙ 𝑢2 , obtemos uma
𝑑𝑢
equação diferencial de variáveis separadas, isto é, − 𝑢2 = 𝑥𝑑𝑥, multiplicando ambos os membros
𝑑𝑢
por menos um, teremos: 𝑢2 = −𝑥𝑑𝑥, integrando-a, vem:

𝑑𝑢 𝑢−2+1 1 𝑢−1 1
∫ 𝑢2 = − ∫ 𝑥𝑑𝑥 + 𝐶 ⇒ ∫ 𝑢−2 𝑑𝑢 = − ∫ 𝑥𝑑𝑥 + 𝐶 ⇒ −2+1
= − 2 ∙ 𝑥2 + 𝐶 ⇒ −1
= − 2 ∙ 𝑥2 + 𝐶 ⇒

1
−𝑢−1 = − 2 ∙ 𝑥 2 + 𝐶, multiplicando membro a membro por menos um, obtemos:

1 1 1 𝑦
𝑢−1 = 𝑥 2 − 𝐶 ⇒ = 𝑥 2 + 𝐶, com −𝐶 = 𝐶. Substituindo 𝑢 por , vem:
2 𝑢 2 𝑥

1 1 2 𝑥 1 2 1 2 𝑦 2 2
𝑦 = 2 𝑥 + 𝐶 ⇒ 𝑦 = 2 𝑥 + 𝐶 ⇒ 𝑥 = 𝑦 (2 𝑥 + 𝐶) ⇒ 𝑥 = 2 (𝑥 + 2𝐶) ⇒ 2𝑥 = 𝑦(𝑥 + 2𝐶)
𝑥

2𝑥 = 𝑦(𝑥 2 + 𝐶), onde 2𝐶 = 𝐶.

𝟏. 𝟔. Equações diferenciais lineares da primeira ordem

Definição: Denomina-se Equação Diferencial Linear da Primeira Ordem toda equação


diferencial que pode ser reduzida à forma canónica 𝑦 ′ + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦 = 𝑄(𝑥), onde 𝑃(𝑥) e 𝑄(𝑥) são
funções da variável 𝑥, podendo eventualmente ser constantes.
Seja 𝑦 ′ + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦 = 𝑄(𝑥) (1), equação diferencial linear da primeira ordem. Considerando a sua
equação diferencial homogênea 𝑦 ′ + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦 = 0 (2), equação diferencial de variável separável.
Resolvendo a equação diferencial (2), achamos:
𝑑𝑦
𝑦 ′ + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦 = 0 ⇒ 𝑑𝑥 + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦 = 0, multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑥 e dividindo por 𝑦,
𝑑𝑦
teremos: 𝑦
+ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 = 0, integrando a equação, vem:

𝑑𝑦
∫ + ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑦| + ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑦| = 𝐶 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 ⇒ 𝑦 = 𝑒 𝐶−∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 ⇒
𝑦

𝑦 = 𝑒 𝐶 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐶 ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 ⇒ 𝑦 = 𝐶 ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 (3). Derivando (3) e considerando 𝐶 como


função de 𝑥, vem:

′ ′
𝑦 ′ = [𝐶 ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 ] = 𝐶 ′ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 + 𝐶[𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 ] = 𝐶 ′ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 + 𝐶[− ∫ 𝑃(𝑥) 𝑑𝑥]′ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥

𝑦 ′ = 𝐶 ′ ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 − 𝐶 ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 ∙ 𝑃(𝑥) (4). Substituindo (3) e (4) em (1), obtemos:


9

𝑦 ′ + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦 = 𝑄(𝑥) ⇒ 𝐶 ′ ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 − 𝐶 ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 ∙ 𝑃(𝑥) + 𝐶 ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 𝑃(𝑥) = 𝑄(𝑥)

𝑄(𝑥) 𝑑𝐶
𝐶 ′ ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑄(𝑥) ⇒ 𝐶 ′ = ⇒ 𝑑𝑥 = 𝑄(𝑥)𝑒 ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 ⇒ 𝑑𝐶 = 𝑒 ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 𝑄(𝑥)𝑑𝑥, integrando a
𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥

equação, vem: ∫ 𝑑𝐶 = ∫ 𝑒 ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 𝑄(𝑥)𝑑𝑥 + 𝐶1 ⇒ 𝐶 = ∫ 𝑒 ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 𝑄(𝑥)𝑑𝑥 + 𝐶1 (5).

Substituindo (5) em (3), achamos a solução geral da equação diferencial linear da primeira
ordem, isto é, 𝑦 = 𝐶 ∙ 𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 = [∫ 𝑒 ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 𝑄(𝑥)𝑑𝑥 + 𝐶1 ]𝑒 − ∫ 𝑃(𝑥)𝑑𝑥 (6).

Exemplos: Achar as soluções particulares que satisfaçam as condições indicadas:


1
1. 𝑦 ′ − 𝑡𝑔(𝑥) ∙ 𝑦 = quando 𝑦(0) = 0
𝑐𝑜𝑠(𝑥)

Resolução:

A equação homogênea é da forma 𝑦 ′ − 𝑡𝑔(𝑥)𝑦 = 0 que é equação diferencial de variáveis


separáveis, transformando numa equação de variáveis separadas e achando a respectiva solução,
𝑑𝑦
vem: 𝑦 ′ − 𝑡𝑔(𝑥)𝑦 = 0 ⇒ 𝑑𝑥 − 𝑡𝑔(𝑥) ∙ 𝑦 = 0, multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑥 e dividindo
𝑑𝑦
por 𝑦, teremos: 𝑦
− 𝑡𝑔(𝑥)𝑑𝑥 = 0, integrando a equação, obtemos:

𝑑𝑦 𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑑𝑥 −𝑑[𝑐𝑜𝑠(𝑥)]
∫ − ∫ 𝑡𝑔(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑦| − ∫ = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑦| − ∫ 𝑑𝑥 =𝐶⇒
𝑦 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑐𝑜𝑠(𝑥)

𝑑[𝑐𝑜𝑠(𝑥)]
𝑙𝑛|𝑦| + ∫ = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑦| + 𝑙𝑛|𝑐𝑜𝑠(𝑥)| = 𝐶.
𝑐𝑜𝑠(𝑥)

Aplicando a propriedade log 𝑎 (𝑏𝑐) = log 𝑎 (𝑏) + log 𝑎 (𝑐) achamos: 𝑙𝑛|𝑦| + 𝑙𝑛|𝑐𝑜𝑠(𝑥)| = 𝐶 ⇒
𝐶
𝑙𝑛|𝑦 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑥)| = 𝐶 ⇒ 𝑦 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑥) = 𝑒 𝐶 ⇒ 𝑦 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑥) = 𝐶 ⇒ 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) (1).

Derivando (1) e considerando 𝐶 como função de 𝑥, vem:


𝐶 ′ 𝐶 ′ 𝑐𝑜𝑠(𝑥)−𝐶[𝑐𝑜𝑠(𝑥)]′ 𝐶 ′ 𝑐𝑜𝑠(𝑥)+𝐶∙𝑠𝑒𝑛(𝑥) 𝐶 ′ 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝐶 𝐶′ 𝐶
𝑦 ′ = [𝑐𝑜𝑠(𝑥)] = 𝑐𝑜𝑠2 (𝑥)
= 𝑐𝑜𝑠2 (𝑥)
= 𝑐𝑜𝑠2 (𝑥)
− 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑡𝑔(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) − 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑡𝑔(𝑥)
𝐶′ 𝐶
𝑦′ = − 𝑡𝑔(𝑥) (2). Substituindo (1) e (2) na equação diferencial dada, vem:
𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑐𝑜𝑠(𝑥)

𝐶′ 𝐶 𝐶 1 𝐶′ 1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑑𝐶
𝑐𝑜𝑠(𝑥)
− 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑡𝑔(𝑥) + 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑡𝑔(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) ⇒ 𝑐𝑜𝑠(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) ⇒ 𝐶 ′ = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) ⇒ 𝑑𝑥 = 1 ⇒

𝑑𝐶 = 𝑑𝑥, integrando a equação, obtemos: ∫ 𝑑𝐶 = ∫ 𝑑𝑥 + 𝐶1 ⇒ 𝐶 = 𝑥 + 𝐶1 (3).


𝑥+𝐶1
Substituindo (3) em (1), achamos a solução geral da equação diferencial dada: 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) (4).
1 1 𝑥+𝐶 0+𝐶 𝐶1
Substituindo os valores de 𝑥 e 𝑦 em (4), vem: 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) ⇒ 0 = 𝑐𝑜𝑠(0°) ⇒0= 1
⇒ 𝐶1 = 0,
10

substituindo o valor de 𝐶1 em (4), obtemos a solução particular da equação diferencial dada, ou


𝑥
seja, 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠(𝑥)

2. 𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑒 −𝑥 , 𝑦(𝑎) = 𝑏

Resolução:

A equação homogênea é da forma 𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = 0 que é equação diferencial de variáveis separáveis,


transformando numa equação de variáveis separadas e achando a respectiva solução, vem:

𝑑𝑦
𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = 0 ⇒ 𝑥 𝑑𝑥 + 𝑦 = 0, multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑥 e dividindo por 𝑥𝑦,
𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥
teremos: + =0⇒∫ +∫ = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑦| + 𝑙𝑛|𝑥| = 𝑙𝑛|𝐶|, aplicando as propriedades
𝑦 𝑥 𝑦 𝑥
logarítmicas log 1 (𝑏) = − log 𝑎 (𝑏) e log 𝑎 (𝑏𝑐) = log 𝑎 𝑏 + log 𝑎 𝑐, obtemos: 𝑙𝑛|𝑦 ∙ 𝑥| = 𝑙𝑛|𝐶| ⇔
𝑎
𝐶 ′ ∙𝑥−𝐶∙𝑥 ′ 𝐶 ′ ∙𝑥 𝐶
𝑦 ∙ 𝑥 = 𝐶 (1). Derivando (1) e considerando 𝐶 como função de 𝑥, vem: 𝑦 ′ = 𝑥2
= 𝑥2
− 𝑥2

𝐶′ 𝐶
𝑦 ′ = 𝑥 2 − 𝑥 2 (2). Substituindo (1) e (2) na equação diferencial dada, achamos:

𝐶′ 𝐶 𝐶 𝑥∙𝐶 ′ 𝑥∙𝐶 𝐶 𝐶 𝐶 𝑑𝐶
𝑥( − )+ = 𝑒𝑥 ⇒ − + = 𝑒 𝑥 ⇒ 𝐶′ − + = 𝑒 𝑥 ⇒ 𝐶′ = 𝑒 𝑥 ⇒ = 𝑒 𝑥 ⇒ 𝑑𝐶 = 𝑒 𝑥 𝑑𝑥,
𝑥 𝑥2 𝑥 𝑥 𝑥2 𝑥 𝑥 𝑥 𝑑𝑥

integrando-a, vem: ∫ 𝑑𝐶 = ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 + 𝐶1 ⇒ 𝐶 = 𝑒 𝑥 + 𝐶1 (3). Substituindo (3) em (1), obtemos a


𝐶 𝑒 𝑥 +𝐶1 𝑒 𝑥 +𝐶1
solução geral da equação diferencial dada, isto é, 𝑦 = 𝑥 = ⇒𝑦= (4). Substituindo os
𝑥 𝑥

valores de 𝑥 e 𝑦 em (4), obtemos o valor da constante 𝐶1 , ou seja:

𝑒 𝑥 +𝐶1 𝑒 𝑎 +𝐶1
𝑦= 𝑥
⇒𝑏= 𝑎
⇒ 𝑏 ∙ 𝑎 = 𝑒 𝑎 + 𝐶1 ⇒ 𝐶1 = 𝑏 ∙ 𝑎 − 𝑒 𝑎 (5). Colocando (5) em (4), achamos a

solução particular da equação diferencial dada, ou seja:

𝑒 𝑥 +𝐶1 𝑒 𝑥 +𝑏∙𝑎−𝑒 𝑎 𝑒𝑥 𝑏∙𝑎−𝑒 𝑎


𝑦= 𝑥
= 𝑥
⇒𝑦= 𝑥
+ 𝑥

𝟏. 𝟕. Equação diferencial de Bernoulli

Definição: Equação diferencial de Bernoulli é a equação diferencial que pode ser reduzida à
forma canónica 𝑦 ′ + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦 = 𝑄(𝑥) ∙ 𝑦 𝑛 .
𝑦 ′ + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦 = 𝑄(𝑥) ∙ 𝑦 𝑛 , dividindo ambos os membros por 𝑦 𝑛 , vem:

𝑦′ 𝑃(𝑥)∙𝑦 𝑄(𝑥)∙𝑦 𝑛
𝑦𝑛
+ 𝑦𝑛
= 𝑦𝑛
⇒ 𝑦 −𝑛 ∙ 𝑦 ′ + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦1−𝑛 = 𝑄(𝑥), fazendo 𝑦1−𝑛 = 𝑧 e derivando ambos os
membros, teremos: (𝑦1−𝑛 )′ = 𝑧 ′ ⇒ (1 − 𝑛)𝑦1−𝑛−1 ∙ 𝑦 ′ = 𝑧 ′ ⇒ (1 − 𝑛)𝑦 −𝑛 ∙ 𝑦 ′ = 𝑧 ′ ⇒
11

𝑧′
𝑦 ′ = (1−𝑛)𝑦−𝑛 Substituindo na equação diferencial 𝑦 −𝑛 ∙ 𝑦 ′ + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑦1−𝑛 = 𝑄(𝑥), obtemos:

𝑧′ 𝑧′
𝑦 −𝑛 ∙ (1−𝑛)𝑦−𝑛 + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑧 = 𝑄(𝑥) ⇒ 1−𝑛 + 𝑃(𝑥) ∙ 𝑧 = 𝑄(𝑥), multiplicando ambos os membros por

(1 − 𝑛), vem: 𝑧 ′ + (1 − 𝑛)𝑃(𝑥) ∙ 𝑧 = (1 − 𝑛) ∙ 𝑄(𝑥).

Exemplos: Resolva as seguintes equações diferenciais:

1. 𝑦′ + 𝑦 = 𝑒 𝑥𝑦2

Resolução:
𝑦′ 𝑦 𝑒 𝑥 𝑦2
Dividindo ambos os membros da equação dada por 𝑦 2 , vem: 𝑦2 + 𝑦2 = 𝑦2
⇒ 𝑦 −2 ∙ 𝑦 ′ + 𝑦 −1 = 𝑒 𝑥

Fazendo 𝑦 −1 = 𝑧 e derivando ambos os membros, teremos: (𝑦 −1 )′ = 𝑧 ′ ⇒ −𝑦 −1−1 ∙ 𝑦 ′ = 𝑧 ′ ⇒


𝑧′
−𝑦 −2 ∙ 𝑦 ′ = 𝑧 ′ ⇒ 𝑦 ′ = − 𝑦−2 , substituindo na equação 𝑦 −2 ∙ 𝑦 ′ + 𝑦 −1 = 𝑒 𝑥 , vem:

𝑧′
−𝑦 −2 ∙ + 𝑧 = 𝑒 𝑥 ⇒ −𝑧 ′ + 𝑧 = 𝑒 𝑥 , multiplicando ambos os membros por menos um, obtemos:
𝑦 −2

𝑧 ′ − 𝑧 = −𝑒 𝑥 , a equação diferencial homogênea correspondente é da forma: 𝑧 ′ − 𝑧 = 0


𝑑𝑧 𝑑𝑧
−𝑧 =0⇒ = 𝑧, multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑥 e dividindo por 𝑧, achamos:
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑𝑧 𝑑𝑧
𝑧
= 𝑑𝑥, integrando a equação, teremos: ∫ 𝑧
= ∫ 𝑑𝑥 + 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑧| = 𝑥 + 𝐶 ⇒

𝑧 = 𝑒 𝑥+𝐶 ⇒ 𝑧 = 𝑒 𝑥 ∙ 𝑒 𝐶 ⇒ 𝑧 = 𝑒 𝑥 ∙ 𝐶 ⇒ 𝑧 = 𝐶 ∙ 𝑒 𝑥 , derivando ambos os membros e considerando 𝐶


como função de 𝑥, vem: 𝑧 ′ = (𝐶 ∙ 𝑒 𝑥 )′ = 𝐶 ′ 𝑒 𝑥 + 𝐶 ∙ (𝑒 𝑥 )′ = 𝐶 ′ ∙ 𝑒 𝑥 + 𝐶 ∙ 𝑒 𝑥 ⇒
𝑧 ′ = 𝐶 ′ ∙ 𝑒 𝑥 + 𝐶 ∙ 𝑒 𝑥 , substituindo na equação diferencial 𝑧 ′ − 𝑧 = −𝑒 𝑥 , vem:
𝑒𝑥 𝑑𝐶
𝐶 ′ ∙ 𝑒 𝑥 + 𝐶 ∙ 𝑒 𝑥 − 𝐶 ∙ 𝑒 𝑥 = −𝑒 𝑥 ⇒ 𝐶 ′ ∙ 𝑒 𝑥 = −𝑒 𝑥 ⇒ 𝐶 ′ = − 𝑒 𝑥 ⇒ 𝐶 ′ = −1 ⇒ 𝑑𝑥 = −1, multiplicando

ambos os membros por 𝑑𝑥, vem: 𝑑𝐶 = −𝑑𝑥, integrando a equação, teremos:


∫ 𝑑𝐶 = − ∫ 𝑑𝑥 + 𝐶1 ⇒ 𝐶 = −𝑥 + 𝐶1 , substituindo na solução geral da equação diferencial
homogênea, teremos: 𝑧 = (−𝑥 + 𝐶1 ) ∙ 𝑒 𝑥 , substituindo 𝑧 por 𝑦 −1 , obtemos a solução geral da
equação diferencial dada, isto é:
1 1
𝑦 −1 = (−𝑥 + 𝐶1 ) ∙ 𝑒 𝑥 ⇒ 𝑦 = (−𝑥 + 𝐶1 ) ∙ 𝑒 𝑥 ⇒ 1 = (−𝑥 + 𝐶1 ) ∙ 𝑒 𝑥 ∙ 𝑦 ⇒ 𝑦 = (𝐶 −𝑥)∙𝑒 𝑥
1

2. 𝑦 ′ + 𝑥𝑦 = 𝑥 3 ∙ 𝑦 3

Resolução:
12

𝑦′ 𝑥𝑦 𝑥 3 ∙𝑦 3
Dividindo ambos os membros por 𝑦 3 , achamos: 𝑦3
+ 𝑦3 = 𝑦3
⇒ 𝑦 −3 𝑦 ′ + 𝑥𝑦 −2 = 𝑥 3 , fazendo

𝑧′
𝑦 −2 = 𝑧, derivando ambos os membros, vem: −2𝑦 −3 𝑦 ′ = 𝑧 ′ ⇒ 𝑦 ′ = − substituindo na
2𝑦 −3

𝑧′ 1
equação 𝑦 −3 𝑦 ′ + 𝑥𝑦 −2 = 𝑥 3 , obtemos: 𝑦 −3 ∙ (− 2𝑦−3) + 𝑥𝑧 = 𝑥 3 ⇒ − 2 𝑧 ′ + 𝑥𝑧 = 𝑥 3 , multiplicando

ambos os membros por menos um, achamos a equação diferencial linear da primeira ordem, isto
é, 𝑧 ′ − 2𝑥𝑧 = −2𝑥 3. A equação diferencial homogênea correspondente é da forma 𝑧 ′ − 2𝑥𝑧 = 0.
Transformando numa equação diferencial de variáveis separadas, obtemos:
𝑑𝑧
𝑧 ′ − 2𝑥𝑧 = 0 ⇒ − 2𝑥𝑧 = 0, multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑥 e dividindo por 𝑧
𝑑𝑥
𝑑𝑧
obtemos: 𝑧
− 2𝑥𝑑𝑥 = 0, integrando-a, vem:

𝑑𝑧 𝑥2 2
∫ − 2 ∙ ∫ 𝑥𝑑𝑥 = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑧| − 2 ∙ = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑧| − 𝑥 2 = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑧| = 𝑥 2 + 𝐶 ⇒ 𝑧 = 𝑒 𝑥 +𝐶 ⇒
𝑧 2
2 2
𝑧 = 𝑒 𝑥 ∙ 𝑒 𝐶 ⇒ 𝑧 = 𝐶 ∙ 𝑒 𝑥 , derivando ambos os membros e considerando 𝐶 como função de 𝑥,
2 2 ′ 2 2
vem: 𝑧 ′ = 𝐶 ′ ∙ 𝑒 𝑥 + 𝐶 ∙ (𝑒 𝑥 ) ⇒ 𝑧 ′ = 𝐶 ′ ∙ 𝑒 𝑥 + 2𝑥𝐶𝑒 𝑥 , substituindo na equação diferencial não
homogênea, 𝑧 ′ − 2𝑥𝑧 = −2𝑥 3 , achamos:
2 2 2 2 2𝑥 3 2
𝐶 ′ ∙ 𝑒 𝑥 + 2𝑥𝐶𝑒 𝑥 − 2𝑥𝐶 ∙ 𝑒 𝑥 = −2𝑥 3 ⇒ 𝐶 ′ ∙ 𝑒 𝑥 = −2𝑥 3 ⇒ 𝐶 ′ = − 2 ⇒ 𝐶 ′ = −2𝑥 3 𝑒 −𝑥
𝑒𝑥
𝑑𝐶 2 2
= −2𝑥 3 𝑒 −𝑥 ⇒ 𝑑𝐶 = −2𝑥 3 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥, integrando a equação resultante, vem:
𝑑𝑥
2 2
∫ 𝑑𝐶 = −2 ∙ ∫ 𝑥 3 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥 + 𝐶1 ⇒ 𝐶 = −2𝐼1 + 𝐶1 , onde 𝐼1 = ∫ 𝑥 3 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥, vamos achar o valor de 𝐼1
2 2
pelo método de integração por partes. 𝐼1 = ∫ 𝑥 3 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 ∙ 𝑥 ∙ 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥. 𝑢 = 𝑥 2 ⇒ 𝑑𝑢 = 2𝑥𝑑𝑥 e
2 2 1 2 1 2 1 2
𝑑𝑣 = 𝑥 ∙ 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥 ⇒ 𝑣 = ∫ 𝑥 ∙ 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥 = − 2 ∫ 𝑒 −𝑥 𝑑(−𝑥 2 ) = − 2 ∙ 𝑒 −𝑥 ⇒ 𝑣 = − 2 ∙ 𝑒 −𝑥
1 2 1 2 1 2 1 2
𝐼1 = − ∙ 𝑥 2 ∙ 𝑒 −𝑥 − ∫ − ∙ 𝑒 −𝑥 ∙ 2𝑥𝑑𝑥 ⇒ 𝐼1 = − ∙ 𝑥 2 ∙ 𝑒 −𝑥 + ∫ 2𝑥 ∙ 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥
2 2 2 2
1 2 1 2 1 2 1 1
𝐼1 = − 2 ∙ 𝑥 2 ∙ 𝑒 −𝑥 − 2 ∫ 𝑒 −𝑥 𝑑(−𝑥 2 ) = − 2 ∙ 𝑥 2 ∙ 𝑒 −𝑥 − 2 𝑒 −𝑥 2 ⇒ 𝐼1 = − 2 𝑒 −𝑥 2 (𝑥 2 + 1),
1
substituindo 𝐼1 em 𝐶 = −2𝐼1 + 𝐶1 , obtemos: 𝐶 = −2 [− 2 𝑒 −𝑥 2 (𝑥 2 + 1)] + 𝐶1 ⇒ 𝐶 = 𝑒 −𝑥 2 ∙
2
(𝑥 2 + 1) + 𝐶1 , substituindo 𝐶 em 𝑧 = 𝐶 ∙ 𝑒 𝑥 , achamos a solução geral da equação diferencial
2 2 2
dada: 𝑦 −2 = 𝑧 = [𝑒 −𝑥 2 ∙ (𝑥 2 + 1) + 𝐶1 ] ∙ 𝑒 𝑥 ⇒ 𝑦 −2 = 𝑒 −𝑥 2 ∙ (𝑥 2 + 1) ∙ 𝑒 𝑥 + 𝐶1 ∙ 𝑒 𝑥 ⇒
1 2 2
2
= (𝑥 2 + 1) + 𝐶1 ∙ 𝑒 𝑥 ⇒ 1 = 𝑦 2 [(𝑥 2 + 1) + 𝐶1 ∙ 𝑒 𝑥 ]
𝑦
13

𝟏. 𝟖. Equações diferenciais exactas da primeira ordem

A equação diferencial na forma canónica 𝑃(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝑄(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 = 0 (1), é equação diferencial
𝜕𝑃 𝜕𝑄
exacta se, e somente se, 𝑃(𝑥, 𝑦) e 𝑄(𝑥, 𝑦) são funções continuas e 𝜕𝑦 = 𝜕𝑥 .

A integral da equação diferencial (1) é 𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝐶, onde 𝑈(𝑥, 𝑦) = ∫ 𝑃(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦). Com
𝜕𝑈 𝜕𝑈
𝜕𝑦
= 𝑄(𝑥, 𝑦) e 𝜕𝑥
= 𝑃(𝑥, 𝑦).

Exemplos: Resolva as seguintes equações:

1. [𝑒 𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 2𝑥]𝑑𝑥 + [𝑒 𝑥 cos(𝑦) + 2𝑦]𝑑𝑦 = 0

Resolução:

𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑒 𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 2𝑥 e 𝑄(𝑥, 𝑦) = 𝑒 𝑥 cos(𝑦) + 2𝑦

𝜕𝑃 𝜕(𝑒 𝑥 𝑠𝑒𝑛𝑦+2𝑥)
Vamos, primeiramente, verificar se as derivadas parciais são iguais: 𝜕𝑦 = 𝜕𝑦
= 𝑒 𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝑦)
𝜕𝑄 𝜕(𝑒 𝑥 𝑐𝑜𝑠𝑦+2𝑦)
e 𝜕𝑥
= 𝜕𝑥
= 𝑒 𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝑦). Portanto, as derivadas parciais são iguais, isto significa que
𝜕𝑃 𝜕𝑄
𝜕𝑦
= 𝜕𝑥
= 𝑒 𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝑦).

𝑈(𝑥, 𝑦) = ∫ 𝑃(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = ∫(𝑒 𝑥 𝑠𝑒𝑛𝑦 + 2𝑥)𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) ⇒

1
𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝑠𝑒𝑛(𝑦) ∙ ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 + 2 ∙ ∫ 𝑥𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = 𝑠𝑒𝑛(𝑦) ∙ 𝑒 𝑥 + 2 ∙ 𝑥 2 + 𝜑(𝑦) ⇒
2

𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝑠𝑒𝑛(𝑦) ∙ 𝑒 𝑥 + 𝑥 2 + 𝜑(𝑦) (1). Para acharmos 𝜑(𝑦), temos que derivar a função 𝑈(𝑥, 𝑦)
𝜕𝑈 𝜕[𝑠𝑒𝑛(𝑦)∙𝑒 𝑥 +𝑥 2 +𝜑(𝑦)] 𝜕𝑈
em ordem a 𝑦, isto é, 𝜕𝑦 = 𝜕𝑦
= 𝑒 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑦) + 𝜑′ (𝑦) ⇒ 𝜕𝑦
= 𝑒 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑦) + 𝜑′ (𝑦).
𝜕𝑈
Como = 𝑄(𝑥, 𝑦) ⇒ 𝑒 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑦) + 𝜑′ (𝑦) = 𝑒 𝑥 𝑐𝑜𝑠𝑦 + 2𝑦 ⇒ 𝜑′ (𝑦) = 𝑒 𝑥 𝑐𝑜𝑠𝑦 + 2𝑦 − 𝑒 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑦) ⇒
𝜕𝑦
𝑑𝜑
𝜑′ (𝑦) = 2𝑦 ⇒ 𝑑𝑦
= 2𝑦, multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑦, vem: 𝑑𝜑 = 2𝑦𝑑𝑦, integrando a

𝑦2
equação, teremos: ∫ 𝑑𝜑 = 2 ∫ 𝑦𝑑𝑦 + 𝐶1 ⇒ 𝜑(𝑦) = 2 ∙ 2
+ 𝐶1 = 𝑦 2 + 𝐶1 ⇒ 𝜑(𝑦) = 𝑦 2 + 𝐶1 (2).

Assim, obteremos a solução geral da equação diferencial dada, substituindo (2) em (1).
𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝐶 ⇒ 𝑠𝑒𝑛(𝑦) ∙ 𝑒 𝑥 + 𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝐶1 = 𝐶 ⇒ 𝑠𝑒𝑛(𝑦) ∙ 𝑒 𝑥 + 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝐶 − 𝐶1 ⇒

𝑠𝑒𝑛(𝑦) ∙ 𝑒 𝑥 + 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝐶

2. (𝑥 + 𝑦)𝑑𝑥 + (𝑥 + 2𝑦)𝑑𝑦 = 0

Resolução:
14

𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑥 + 𝑦 e 𝑄(𝑥, 𝑦) = 𝑥 + 2𝑦, verificando se as derivadas parciais são iguais, vem:

𝜕𝑃 𝜕(𝑥+𝑦) 𝜕𝑄 𝜕(𝑥+2𝑦) 𝜕𝑃 𝜕𝑄
𝜕𝑦
= 𝜕𝑦
= 1 e 𝜕𝑥 = 𝜕𝑥
= 1. Portanto, as derivadas parciais são iguais, isto é, 𝜕𝑦 = 𝜕𝑥
= 1.

𝑥2
𝑈(𝑥, 𝑦) = ∫ 𝑃(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = ∫(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = ∫ 𝑥𝑑𝑥 + 𝑦 ∫ 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = + 𝑥𝑦 + 𝜑(𝑦)
2
𝑥2
𝑥2 𝜕𝑈 𝜕[ +𝑥𝑦+𝜑(𝑦)]
2
𝑈(𝑥, 𝑦) = + 𝑥𝑦 + 𝜑(𝑦), derivando 𝑈(𝑥, 𝑦) em ordem a 𝑦, vem: = = 𝑥 + 𝜑′ (𝑦)
2 𝜕𝑦 𝜕𝑦

𝜕𝑈 𝜕𝑈
𝜕𝑦
= 𝑥 + 𝜑′ (𝑦). 𝜕𝑦 = 𝑄(𝑥, 𝑦) ⇒ 𝑥 + 𝜑′ (𝑦) = 𝑥 + 2𝑦 ⇒ 𝜑 ′ (𝑦) = 𝑥 + 2𝑦 − 𝑥 ⇒ 𝜑′ (𝑦) = 2𝑦 ⇒

𝑑𝜑
= 2𝑦, multiplicando ambos os membros por 𝑑𝑦, teremos: 𝑑𝜑 = 2𝑦𝑑𝑦, integrando a equação,
𝑑𝑦
𝑦2
vem: ∫ 𝑑𝜑 = 2 ∫ 𝑦𝑑𝑦 + 𝐶1 ⇒ 𝜑(𝑦) = 2 ∙ 2
+ 𝐶1 ⇒ 𝜑(𝑦) = 𝑦 2 + 𝐶1 . Assim,

𝑥2
𝑈(𝑥, 𝑦) = 2
+ 𝑥𝑦 + 𝑦 2 + 𝐶1. Como 𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝐶, portanto, a solução geral da equação diferencial
𝑥2 𝑥2 𝑥2
dada é: 2
+ 𝑥𝑦 + 𝑦 2 + 𝐶1 = 𝐶 ⇒ 2
+ 𝑥𝑦 + 𝑦 2 = 𝐶 − 𝐶1 ⇒ 2
+ 𝑥𝑦 + 𝑦 2 = 𝐶, onde 𝐶 = 𝐶 − 𝐶1 .

𝟏. 𝟖. 𝟏. Factor integrante

Se a equação diferencial (1), não é equação diferencial exacta, então se necessita de um factor de
1 𝜕𝑃 𝜕𝑄
integração. Se ( − ) = 𝑓(𝑥), é uma função de 𝑥, apenas, então 𝜇 = 𝜇(𝑥) = 𝑒 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 é um
𝑄 𝜕𝑦 𝜕𝑥
1 𝜕𝑃 𝜕𝑄
factor integrante da equação (1). E, se 𝑃 (𝜕𝑦 − 𝜕𝑥 ) = −𝑔(𝑦), é uma função de 𝑦, apenas, então

𝜇 = 𝜇(𝑦) = 𝑒 − ∫ 𝑔(𝑦)𝑑𝑦 , é um factor integrante da equação (1). Portanto, a equação diferencial (1)
fica multiplicada pelo factor integrante, tornando-se equação diferencial exacta, isto é,
𝜇(𝑥, 𝑦)[𝑃(𝑥, 𝑦𝑑𝑥 + 𝑄(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦)] = 0.

Exemplos: Resolva as seguintes equações:

1. (𝑥 + 𝑦 2 )𝑑𝑥 − 2𝑥𝑦𝑑𝑦 = 0

Resolução:

𝜕𝑃 𝜕𝑄
Verificamos, primeiramente, se as derivadas parciais são iguais, isto é, 𝜕𝑦 = 2𝑦 e 𝜕𝑥 = −2𝑦,

concluímos que as derivadas parciais são diferentes, então vamos calcular o factor integrante.
15

1 𝜕𝑃 𝜕𝑄 2𝑦−(−2𝑦) 2𝑦+2𝑦 4𝑦 2 2
𝑓(𝑥) = ( − ) = = =− = − ⇒ 𝑓(𝑥) = − , substituindo a função 𝑓(𝑥),
𝑄 𝜕𝑦 𝜕𝑥 −2𝑥𝑦 −2𝑥𝑦 2𝑥𝑦 𝑥 𝑥
𝑑𝑥 −2 | 1 1
obtemos: 𝜇(𝑥) = 𝑒 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑒 −2 ∫ 𝑥 = 𝑒 −2𝑙𝑛|𝑥| = 𝑒 𝑙𝑛|𝑥 = 𝑥 −2 = 𝑥 2 ⇒ 𝜇(𝑥) = 𝑥 2 .
1
Multiplicando o factor integrante pela equação dada, vem: 𝑥 2 [(𝑥 + 𝑦 2 )𝑑𝑥 − 2𝑥𝑦𝑑𝑦 = 0] ⇒
𝑥 𝑦2 2𝑥𝑦 1 𝑦2 2𝑦 1 𝑦2 2𝑦
(𝑥 2 + 𝑥 2 ) 𝑑𝑥 − 𝑥2
𝑑𝑦 = 0 ⇒ (𝑥 + 𝑥 2 ) 𝑑𝑥 − 𝑥
𝑑𝑦 = 0, 𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑥 + 𝑥 2 e 𝑄(𝑥, 𝑦) = − 𝑥
𝜕𝑃 2𝑦 𝜕𝑄 (−2𝑦)𝑥 ′ 2𝑦
Verificamos novamente se as derivadas parciais são iguais, isto é, 𝜕𝑦 = 𝑥 2 e 𝜕𝑥 = − 𝑥2
= 𝑥2
𝜕𝑃 𝜕𝑄 2𝑦
por conseguinte as derivadas parciais são iguais, isto significa que, 𝜕𝑦 = 𝜕𝑥 = 𝑥 2 .

1 𝑦2 𝑑𝑥
𝑈(𝑥, 𝑦) = ∫ 𝑃(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = ∫ ( + 2 ) 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = ∫ + 𝑦 2 ∫ 𝑥 −2 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) ⇒
𝑥 𝑥 𝑥
𝑥 −2+1 𝑥 −1 𝑦2
𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝑙𝑛|𝑥| + 𝑦 2 ∙ −2+1
+ 𝜑(𝑦) = 𝑙𝑛|𝑥| + 𝑦 2 ∙ −1
+ 𝜑(𝑦) = 𝑙𝑛|𝑥| − 𝑥
+ 𝜑(𝑦), derivando 𝑈 em
𝜕𝑈 −2𝑦 𝜕𝑈 2𝑦 2𝑦
ordem a 𝑦, teremos: 𝜕𝑦 = + 𝜑′ (𝑦), como = 𝑄(𝑥, 𝑦) ⇒ − + 𝜑′ (𝑦) = − ⇒
𝑥 𝜕𝑦 𝑥 𝑥
2𝑦 2𝑦 𝑑𝜑
𝜑′ (𝑦) = − 𝑥
+ 𝑥
⇒ 𝜑′ (𝑦) = 0 ⇒ 𝑑𝑦
= 0 ⇒ 𝑑𝜑 = 0𝑑𝑦, integrando a equação, obtemos:

𝑦2 𝑦2
∫ 𝑑𝜑 = ∫ 0𝑑𝑦 + 𝐶1 ⇒ 𝜑(𝑦) = 𝐶1. Assim, 𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑥| − 𝑥
+ 𝐶1 = 𝐶 ⇒ 𝑙𝑛|𝑥| −
𝑥
= 𝐶 − 𝐶1
𝑦2
𝑙𝑛|𝑥| − 𝑥
= 𝐶, solução da equação diferencial dada.

2. (𝑦 + 𝑥𝑦 2 )𝑑𝑥 − 𝑥𝑑𝑦 = 0
Resolução:
𝜕𝑃 𝜕𝑄
𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑦 + 𝑥𝑦 2 e 𝑄(𝑥, 𝑦) = −𝑥, calculando as derivadas parciais, vem: = 1 + 2𝑥𝑦 e = −1,
𝜕𝑦 𝜕𝑥

logo as derivadas parciais são diferentes, por isso calculamos o factor integrante.
1 𝜕𝑃 𝜕𝑄 1+2𝑥𝑦−(−1) 1+2𝑥𝑦+1 2+2𝑥𝑦
𝑔(𝑦) = 𝑃 (𝜕𝑦 − 𝜕𝑥 ) = 𝑦+𝑥𝑦 2
= 𝑦+𝑥𝑦 2
= 𝑦+𝑥𝑦2 , pondo o factor comum do numerador e
2
denominador em evidência e simplificando, achamos: 𝑔(𝑦) = 𝑦. Calculando o factor de
𝑑𝑦
−2 ∫ −2 |
integração, vem: 𝜇(𝑦) = 𝑒 𝑦 = 𝑒 −2𝑙𝑛|𝑦| = 𝑒 𝑙𝑛|𝑦 = 𝑦 −2 ⇒ 𝜇(𝑦) = 𝑦 −2. Multiplicando o
1
factor integrante pela equação dada, teremos: 𝑦 −2 [(𝑦 + 𝑥𝑦 2 )𝑑𝑥 − 𝑥𝑑𝑦 = 0] ⇒ (𝑦 + 𝑥) 𝑑𝑥 −
𝑥 1 𝑥
− 𝑦2 𝑑𝑦 = 0. 𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑦 + 𝑥 e 𝑄(𝑥, 𝑦) = − 𝑦2 . Verificando a igualdade das derivadas parciais,
𝜕𝑃 1 𝜕𝑄 1 𝜕𝑃 𝜕𝑄 1
vem: 𝜕𝑦 = − 𝑦2 e 𝜕𝑥 = − 𝑦2, consequentemente 𝜕𝑦 = 𝜕𝑥 = − 𝑦2.
1
𝑈(𝑥, 𝑦) = ∫ 𝑃(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = ∫ ( + 𝑥) 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) ⇒
𝑦
16

1 1 1 1 1
𝑈(𝑥, 𝑦) = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑥𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = 𝑥 + 𝑥 2 + 𝜑(𝑦) ⇒ 𝑈 = 𝑥 + 𝑥 2 + 𝜑(𝑦) (1). Derivando (1)
𝑦 𝑦 2 𝑦 2

𝜕𝑈 𝑥𝑦 ′ 𝑥 𝜕𝑈
em ordem a 𝑦, teremos: 𝜕𝑦 = − 𝑦2
+ 𝜑′ (𝑦) = − 𝑦2 + 𝜑′ (𝑦), como 𝜕𝑦
= 𝑄(𝑥, 𝑦), então
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥 𝑑𝜑
− 𝑦2 + 𝜑′ (𝑦) = − 𝑦2 ⇒ 𝜑′ (𝑦) = − 𝑦2 + 𝑦2 ⇒ 𝜑′ (𝑦) = 0 ⇒ 𝑑𝑦
= 0 ⇒ 𝑑𝜑 = 0𝑑𝑦

Integrando a equação acima, achamos: ∫ 𝑑𝜑 = 0 ∫ 𝑑𝑦 + 𝐶1 ⇒ 𝜑(𝑦) = 0 ∙ 𝑦 + 𝐶1 ⇒ 𝜑(𝑦) = 𝐶1 (2).


1 1 1 1
Substituindo (2) em (1), obtemos: 𝑈 = 𝐶 ⇒ 𝑦 𝑥 + 2 𝑥 2 + 𝐶1 = 𝐶 ⇒ 𝑦 𝑥 + 2 𝑥 2 = 𝐶 − 𝐶1 ⇒
1 1
𝑥 + 𝑥 2 = 𝐶, solução da equação diferencial dada.
𝑦 2

3. [𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦) − 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦)]𝑑𝑦 + [𝑥𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦)]𝑑𝑥 = 0


Resolução:
[𝑥𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦)]𝑑𝑥 + [𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦) − 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦)]𝑑𝑦 = 0
Identificamos as funções 𝑃(𝑥, 𝑦) e 𝑄(𝑥, 𝑦), isto é, 𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦) e
𝑄(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦) − 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦). Calculando as derivadas parciais em relação a 𝑦 e a 𝑥, vem:
𝜕𝑃 𝜕𝑄
= 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦) + 𝑐𝑜𝑠(𝑦) − 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦) e = 𝑐𝑜𝑠(𝑦). Portanto, as derivadas parciais são diferentes e
𝜕𝑦 𝜕𝑥

calculamos o factor integrante.


1 𝜕𝑃 𝜕𝑄 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦)+𝑐𝑜𝑠(𝑦)−𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦)−𝑐𝑜𝑠(𝑦) 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦)−𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦)
𝑓(𝑥) = ( − ) = = = 1 ⇒ 𝑓(𝑥) = 1
𝑄 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦)−𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦) 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦)−𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦)

𝜇(𝑥) = 𝑒 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑒 ∫ 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 , multiplicando o factor integrante pela equação diferencial dada,


vem: 𝑒 𝑥 ∙ [𝑥𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦)]𝑑𝑥 + 𝑒 𝑥 ∙ [𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦) − 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦)]𝑑𝑦 = 0, que é equação diferencial
exacta. 𝑈(𝑥, 𝑦) = ∫ 𝑃(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = ∫[𝑒 𝑥 𝑥𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 𝑒 𝑥 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦)] 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) ⇒
𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝑠𝑒𝑛(𝑦) ∫ 𝑒 𝑥 𝑥𝑑𝑥 + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦) ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑦) = 𝑠𝑒𝑛(𝑦) ∙ 𝐼1 + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑒 𝑥 + 𝜑(𝑦) (1)
𝐼1 = ∫ 𝑒 𝑥 𝑥𝑑𝑥, fazendo 𝑢 = 𝑥 e diferenciando ambos os membros, vem: 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥. E 𝑑𝑣 = 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 ⇒
𝑣 = ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 . Aplicando a fórmula de integração por partes, obtemos:
𝐼1 = ∫ 𝑒 𝑥 𝑥𝑑𝑥 = 𝑥𝑒 𝑥 − ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥𝑒 𝑥 − 𝑒 𝑥 (2). Substituindo (2) em (1), vem:
𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑥𝑒 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑒 𝑥 + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑒 𝑥 + 𝜑(𝑦) (3). Derivando (3) em ordem a 𝑦, vem:
𝜕𝑈
= 𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑥𝑒 𝑥 − 𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑒 𝑥 + 𝑒 𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝑦) − 𝑒 𝑥 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 𝜑′ (𝑦)
𝜕𝑦
𝜕𝑈
= 𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑥𝑒 𝑥 − 𝑒 𝑥 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 𝜑′ (𝑦) = 𝑄(𝑥, 𝑦)
𝜕𝑦
𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑥𝑒 𝑥 − 𝑒 𝑥 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦) + 𝜑 ′ (𝑦) = 𝑒 𝑥 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦) − 𝑒 𝑥 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦)
𝜑′ (𝑦) = 𝑒 𝑥 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦) − 𝑒 𝑥 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦) − 𝑒 𝑥 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑦) − 𝑒 𝑥 𝑦𝑠𝑒𝑛(𝑦) ⇒ 𝜑′ (𝑦) = 0
17

𝑑𝜑
= 0 ⇒ 𝑑𝜑 = 0𝑑𝑦, integrando a equação, vem: ∫ 𝑑𝜑 = 0 ∫ 𝑑𝑥 + 𝐶1 ⇒ 𝜑(𝑦) = 𝐶1 (4)
𝑑𝑦

Substituindo (4) em (3), achamos a solução da equação diferencial dada:


𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝐶 ⇒ 𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑥𝑒 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑒 𝑥 + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑒 𝑥 + 𝐶1 = 𝐶 ⇒
𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑥𝑒 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑒 𝑥 + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑒 𝑥 = 𝐶 − 𝐶1 ⇒ 𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑥𝑒 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑒 𝑥 + 𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑒 𝑥 = 𝐶

𝟏. 𝟗. Equações diferenciais lineares de 2a ordem com coeficientes constantes

𝟏. 𝟗. 𝟏. Equações homogêneas

A equação linear homogénea da 2a ordem com coeficientes constantes 𝑝 e 𝑞 tem a forma


𝑦 ′′ + 𝑝𝑦 ′ + 𝑞 = 0 (1). Se 𝑘1 e 𝑘2 são raízes da equação característica 𝑘 2 + 𝑝𝑘 + 𝑞 = 0, então a
solução geral da equação (1) pode ser escrita numa das três formas seguintes:
1. 𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑘1 𝑥 + 𝐶2 𝑒 𝑘2 𝑥 , se 𝑘1 , 𝑘2 ∈ ℝ e 𝑘1 ≠ 𝑘2 ;
2. 𝑦 = 𝑒 𝑘1 𝑥 (𝐶1 + 𝐶2 𝑥), se 𝑘1 = 𝑘2 ;
3. 𝑦 = 𝑒 𝛼𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝛽𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝛽𝑥)], se 𝑘1 = 𝛼 + 𝛽𝑖 e 𝑘2 = 𝛼 − 𝛽𝑖, com 𝛽 ≠ 0.

Exemplos: Achar a solução geral das seguintes equações diferenciais:

1. 𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ + 2𝑦 = 0

Resolução:
A equação característica da equação diferencial acima é: 𝑟 2 − 2𝑟 + 2 = 0
Achando as raízes da equação característica, vem:
∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = (−2)2 − 4 ∙ 1 ∙ 2 = 4 − 8 = −4 ⇒ ∆= −4
−𝑏 ± √∆ −(−2) ± √−4 2 ± √4 ∙ (−1) 2 ± √4 ∙ √−1 2 ± 2𝑖 2(1 ± 𝑖)
𝑟1/2 = = = = = = =1±𝑖
2𝑎 2∙1 2 2 2 2
𝑟1 = 1 + 𝑖 e 𝑟2 = 1 − 𝑖.
Verificamos que 𝑟1 , 𝑟2 ∈ ℂ, que é conhecido conjunto dos números complexos, então podemos
aplicar a definição da igualdade de dois números complexos, isto é, dois números complexos
𝑍1 = 𝑎 + 𝑏𝑖 e 𝑍2 = 𝑐 + 𝑑𝑖 são iguais se, e somente se, as partes reais são iguais e os coeficientes
das partes imaginárias também iguais, isto significa que, 𝑍1 = 𝑍2 ⇔ 𝑎 = 𝑐 ∧ 𝑏 = 𝑑. Portanto,
aplicando esta definição, teremos: 𝑘 = 𝑟 ⇔ 𝛼 = 1 ∧ 𝛽 = 1, onde 𝑘 = 𝛼 ± 𝛽𝑖.
Substituindo os valores de 𝛼 e 𝛽 na solução 3, vem: 𝑦 = 𝑒 1∙𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(1 ∙ 𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(1 ∙ 𝑥)]
Portanto, a solução geral da equação diferencial acima é 𝑦 = 𝑒 𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)]
2. 𝑦 ′′ − 5𝑦 ′ + 6𝑦 = 0
18

Resolução:
A equação característica da equação diferencial acima é: 𝑘 2 − 5𝑘 + 6 = 0
𝑘 2 − 5𝑘 + 6 = 0 ⇒ (𝑘 − 2)(𝑘 − 3) = 0, pela aplicação da lei do anulamento do produto, vem:
(𝑘 − 2)(𝑘 − 3) = 0 ⇔ 𝑘 − 2 = 0 ∪ 𝑘 − 3 = 0 ⇔ 𝑘 = 2 ∪ 𝑘 = 3. Como 𝑘1 , 𝑘2 ∈ ℝ e 𝑘1 ≠ 𝑘2 , então
a solução geral da equação diferencial dada é da forma 𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑘1𝑥 + 𝐶2 𝑒 𝑘2𝑥 . Substituindo os
valores de 𝑘1 e 𝑘2 , obtemos: 𝑦 = 𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 3𝑥
3. 𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 𝑦 = 0

Resolução:

A equação característica da equação diferencial acima é: 𝑘 2 + 2𝑘 + 1 = 0


𝑘 2 + 2𝑘 + 1 = 0 ⇒ (𝑘 + 1)(𝑘 + 1) = 0, aplicando a lei do anulamento do produto, vem:
𝑘 2 + 2𝑘 + 1 = 0 ⇒ (𝑘 + 1)(𝑘 + 1) = 0 ⇔ 𝑘 + 1 = 0 ∪ 𝑘 + 1 = 0 ⇔ 𝑘 = −1 ∪ 𝑘 = −1
Como 𝑘1 , 𝑘2 ∈ ℝ e 𝑘1 = 𝑘2 , então a solução geral da equação diferencial dada é da forma
𝑦 = 𝑒 𝑘1 𝑥 (𝐶1 + 𝐶2 𝑥). Substituindo os valores de 𝑘1 e 𝑘2 , obtemos: 𝑦 = 𝑒 −𝑥 (𝐶1 + 𝐶2 𝑥).

𝟏. 𝟗. 𝟐. Equações não homogêneas

A solução geral da equação linear não homogênea 𝑦 ′′ + 𝑝𝑦 ′ + 𝑞𝑦 = 𝑓(𝑥) (2) pode ser escrita da
forma 𝑦 = 𝑦𝑐 + 𝑦𝑝 onde 𝑦𝑐 é solução geral da correspondente equação (1) e 𝑦𝑝 é solução
particular da equação (2). A função 𝑦𝑝 pode ser encontrada pelo método dos coeficientes
indeterminados a partir da tabela a seguir:
Função 𝒇(𝒙) Forma para solução particular (𝒚𝒑 )
8 𝐴
𝑥 𝐴𝑥 + 𝐵
𝑥2 𝐴𝑥 2 + 𝐵𝑥 + 𝐶
𝑥3 − 𝑥 + 1 𝐴𝑥 3 + 𝐵𝑥 2 + 𝐶𝑥 + 𝐷
𝑠𝑒𝑛(𝑥) (𝐴𝑥 + 𝐵)𝑐𝑜𝑠(𝑥) + (𝐶𝑥 + 𝐷)𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑐𝑜𝑠(𝑥) (𝐴𝑥 + 𝐵)𝑐𝑜𝑠(𝑥) + (𝐶𝑥 + 𝐷)𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥) 𝐴𝑐𝑜𝑠(𝑘𝑥) + 𝐵𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥)
𝑐𝑜𝑠(𝑘𝑥) 𝐴𝑐𝑜𝑠(𝑘𝑥) + 𝐵𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥)
𝑒𝑥 𝐴𝑥𝑒 𝑥
𝑒 𝑘𝑥 𝐴𝑒 𝑘𝑥
𝑥𝑒 𝑥 (𝐴𝑥 + 𝐵)𝑥 2 𝑒 𝑥
5𝑥𝑒 𝑘𝑥 (𝐴𝑥 + 𝐵)𝑒 𝑘𝑥
19

Exemplos: Resolva as seguintes equações diferenciais:

1. 𝑦 ′′ − 4𝑦 ′ + 4𝑦 = 𝑥 2

Resolução:

Equação diferencial homogênea correspondente é: 𝑦 ′′ − 4𝑦 ′ + 4𝑦 = 0


A equação característica da correspondente equação diferencial homogênea é da forma:
𝑘 2 − 4𝑘 + 4 = 0 ⇒ (𝑘 − 2)(𝑘 − 2) = 0 ⇔ 𝑘 − 2 = 0 ∪ 𝑘 − 2 = 0 ⇔ 𝑘 = 2 ∪ 𝑘 = 2
Como 𝑘1 = 𝑘2 = 2, então a solução geral da equação homogênea é: 𝑦𝑐 = 𝑒 2𝑥 (𝐶1 + 𝐶2 𝑥).
Vamos achar a solução particular, fazendo 𝑦 = 𝑦𝑝 e a função 𝑓(𝑥) é uma função polinomial do
segundo grau, portanto, 𝑦 = 𝑦𝑝 = 𝐴𝑥 2 + 𝐵𝑥 + 𝐶, derivando duas vezes, obtemos: 𝑦𝑝′ = 2𝐴𝑥 + 𝐵 e
𝑦𝑝′′ = 2𝐴. Substituindo as derivadas da primeira e segunda ordens na equação diferencial dada e
igualando os coeficientes, achamos:
𝑦𝑝′′ − 4𝑦𝑝′ + 4𝑦𝑝 = 𝑥 2 ⇒ 2𝐴 − 4(2𝐴𝑥 + 𝐵) + 4(𝐴𝑥 2 + 𝐵𝑥 + 𝐶) = 𝑥 2

2𝐴 − 8𝐴𝑥 − 4𝐵 + 4𝐴𝑥 2 + 4𝐵𝑥 + 4𝐶 = 𝑥 2 ⇒ 4𝐴𝑥 2 + (−8𝐴 + 4𝐵)𝑥 + (2𝐴 − 4𝐵 + 4𝐶) = 𝑥 2

1
1 𝐴 = 1
4𝐴 = 1 𝐴= 4 𝐴=
−8𝐴 + 4𝐵 = 0 ⇔ 4 ⇔ 8 ⇔{ 4 ⇔
4𝐵 = 8𝐴 𝐵 = 𝐴 𝐵 = 2𝐴
2𝐴 − 4𝐵 + 4𝐶 = 0 4
2𝐴 − 4𝐵 + 4𝐶 = 0 2𝐴 − 4𝐵 + 4𝐶 = 0
{ { {2𝐴 − 4𝐵 + 4𝐶 = 0

1 1 1 1
1 𝐴= 𝐴= 𝐴= 𝐴=
𝐴= 4 4 4 4
4 1 1 1 1
1 ⇔ 𝐵= ⇔ 𝐵= ⇔ 𝐵= ⇔ 𝐵= ⇔
𝐵 =2∙ 2 2 2 2
4 2 4 1 1 1 1 1 1
4𝐶 = −2𝐴 + 4𝐵 𝐶 = − 𝐴 + 𝐵 𝐶 = − 𝐴 + 𝐵 𝐶 = − ∙ + 𝐶 = − +
{ { 4 4 { 2 { 2 4 2 { 8 2

1 1
𝐴=4 𝐴=4
1 1
𝐵 = 2 ⇔ 𝐵 = 2, substituindo os valores dos coeficientes na solução particular, vem:
−1+4 3
𝐶= 𝐶=
{ 8 { 8

1 1 3
𝑦𝑝 = 𝐴𝑥 2 + 𝐵𝑥 + 𝐶 ⇒ 𝑦𝑝 = 4 𝑥 2 + 2 𝑥 + 8, solução particular. A solução geral da equação

diferencial é a soma das soluções geral da equação diferencial homogênea e da solução


1 1 3
particular, isto é, 𝑦 = 𝑦𝑐 + 𝑦𝑝 . Por conseguinte, 𝑦 = 𝑒 2𝑥 (𝐶1 + 𝐶2 𝑥) + 4 𝑥 2 + 2 𝑥 + 8
20

2. 𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑒 2𝑥

Resolução:

A equação homogênea correspondente é: 𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 𝑦 = 0, e a equação característica é da forma


𝑘 2 + 2𝑘 + 1 = 0. Achando as raízes da equação característica, teremos:
𝑘 2 + 2𝑘 + 1 = 0 ⇒ (𝑘 + 1)(𝑘 + 1) = 0 ⇔ 𝑘 + 1 = 0 ∪ 𝑘 + 1 = 0 ⇔ 𝑘 = −1 ∪ 𝑘 = −1
Como as raízes da equação característica são iguais, então a solução geral da equação
homogênea pode ser escrita na forma: 𝑦𝑐 = 𝑒 −𝑥 (𝐶1 + 𝐶2 𝑥).
Em seguida vamos achar a solução particular, fazendo 𝑦 = 𝑦𝑝 = 𝐴𝑒 2𝑥 e derivando duas vezes,
vem: 𝑦𝑝′ = 2𝐴𝑒 2𝑥 e 𝑦𝑝′′ = 4𝐴𝑒 2𝑥 . Substituindo as derivadas da primeira e segunda ordens na
equação diferencial não homogênea, achamos:
1
𝑦𝑝′′ + 2𝑦𝑝′ + 𝑦𝑝 = 𝑒 2𝑥 ⇒ 4𝐴𝑒 2𝑥 + 4𝐴𝑒 2𝑥 + 𝐴𝑒 2𝑥 = 𝑒 2𝑥 ⇒ 9𝐴𝑒 2𝑥 = 𝑒 2𝑥 ⇒ 9𝐴 = 1 ⇒ 𝐴 = 9
1
A solução particular tem a forma: 𝑦𝑝 = 9 𝑒 2𝑥 .
1 1
Consequentemente, 𝑦 = 𝑦𝑐 + 𝑦𝑝 = 𝑒 −𝑥 (𝐶1 + 𝐶2 𝑥) + 9 𝑒 2𝑥 ⇒ 𝑦 = 𝑒 −𝑥 (𝐶1 + 𝐶2 𝑥) + 9 𝑒 2𝑥
3. 𝑦 ′′ − 8𝑦 ′ + 7𝑦 = 14

Resolução:
A equação diferencial homogênea é da forma 𝑦 ′′ − 8𝑦 ′ + 7𝑦 = 0 e a equação característica é
𝑘 2 − 8𝑘 + 7 = 0. Achando as raízes, teremos: 𝑘 2 − 8𝑘 + 7 = 0 ⇒ (𝑘 − 1)(𝑘 − 7) = 0, aplicando a
lei do anulamento do produto, vem:
(𝑘 − 1)(𝑘 − 7) = 0 ⇔ 𝑘 − 1 = 0 ∪ 𝑘 − 7 = 0 ⇔ 𝑘 = 1 ∪ 𝑘 = 7.
A solução geral da equação homogênea tem a forma: 𝑦𝑐 = 𝐶1 𝑒 𝑥 + 𝐶2 𝑒 7𝑥
Fazendo 𝑦 = 𝑦𝑝 = 𝐴 e derivando duas vezes, achamos: 𝑦𝑝′ = 0 e 𝑦𝑝′′ = 0.
Portanto, obtemos a solução particular substituindo as respectivas derivadas na equação
diferencial não homogênea, ou melhor:
14
𝑦𝑝′′ − 8𝑦𝑝′ + 7𝑦𝑝 = 14 ⇒ 0 − 8 ∙ 0 + 7𝐴 = 14 ⇒ 7𝐴 = 14 ⇒ 𝐴 = = 2 ⇒ 𝐴 = 2.
7

𝑦𝑝 = 𝐴 = 2 ⇒ 𝑦𝑝 = 2. Portanto, 𝑦 = 𝑦𝑐 + 𝑦𝑝 ⇒ 𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑥 + 𝐶2 𝑒 7𝑥 + 2.

𝟏. 𝟏𝟎. Equações diferenciais lineares de ordem superior a segunda com coeficientes


constantes

𝟏. 𝟏𝟎. 𝟏. Equação homogênea


21

O sistema fundamental de soluções 𝑦1 , 𝑦2 , 𝑦3 , … , 𝑦𝑛 da equação linear homogênea com


coeficientes constantes 𝑦 (𝑛) + 𝑎1 𝑦 (𝑛−1) + 𝑎2 𝑦 (𝑛−2) + 𝑎3 𝑦 (𝑛−3) + ⋯ + 𝑎𝑛−1 𝑦 ′ + 𝑎𝑛 𝑦 = 0 (1), é
composto à base do carácter que têm as raízes da equação característica 𝑘 𝑛 + 𝑎1 𝑘 𝑛−1 + ⋯ +
+𝑎𝑛−1 𝑘 + 𝑎𝑛 = 0 (2), isto é:
1. Se 𝑘 é uma raiz real da equação (2) de grau de multiplicidade 𝑚, a esta correspondem 𝑚
soluções linearmente independentes da equação (2):
𝑦1 = 𝑒 𝑘𝑥 , 𝑦2 = 𝑥𝑒 𝑘𝑥 , 𝑦3 = 𝑥 2 𝑒 𝑘𝑥 , … , 𝑦𝑚 = 𝑥 𝑚−1 𝑒 𝑘𝑥 ;
2. Se 𝛼 ± 𝛽𝑖 é um par de raízes complexas da equação (2) de grau de multiplicidade 𝑚, a elas
correspondem 2𝑚 soluções linearmente independentes da equação (1): 𝑦1 = 𝑒 𝛼𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝛽𝑥),
𝑦2 = 𝑒 𝛼𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛽𝑥), 𝑦3 = 𝑥𝑒 𝛼𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝛽𝑥), 𝑦4 = 𝑥𝑒 𝛼𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛽𝑥), 𝑦5 = 𝑥 2 𝑒 𝛼𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝛽𝑥), 𝑦6 = 𝑥 2 𝑒 𝛼𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛽𝑥),
… , 𝑦2𝑚−1 = 𝑥 𝑚−1 𝑒 𝛼𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝛽𝑥), 𝑦2𝑚 = 𝑥 𝑚−1 𝑒 𝛼𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝛽𝑥).
Exemplos: Resolva as equações:

1. 𝑦 ′′′ − 13𝑦 ′′ + 12𝑦 ′ = 0

Resolução:
A equação característica é 𝑘 3 − 13𝑘 2 + 12𝑘 = 0, resolvendo-a, teremos:
𝑘 3 − 13𝑘 2 + 12𝑘 = 0 ⇒ 𝑘(𝑘 2 − 13𝑘 + 12) = 0 ⇒ 𝑘(𝑘 − 1)(𝑘 − 12) = 0, aplicando a lei do
anulamento do produto, vem: 𝑘(𝑘 − 1)(𝑘 − 12) = 0 ⇔ 𝑘 = 0 ∪ 𝑘 − 1 = 0 ∪ 𝑘 − 12 = 0 ⇔
𝑘 = 0 ∪ 𝑘 = 1 ∪ 𝑘 = 12. A solução geral da equação diferencial dada tem a forma:
𝑦 = 𝐶1 𝑦1 + 𝐶2 𝑦2 + 𝐶3 𝑦3 = 𝐶1 𝑒 0 + 𝐶2 𝑒 𝑥 + 𝐶3 𝑒 12𝑥 ⇒ 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 𝑥 + 𝐶3 𝑒 12𝑥

2. 𝑦 ′′′ − 𝑦 ′ = 0

Resolução:
A equação característica é 𝑘 3 − 𝑘 = 0, resolvendo obtemos: 𝑘 3 − 𝑘 = 0 ⇒ 𝑘(𝑘 2 − 1) = 0 ⇒
𝑘(𝑘 + 1)(𝑘 − 1) = 0 ⇔ 𝑘 = 0 ∪ 𝑘 = −1 ∪ 𝑘 = 1. A solução geral tem a forma:
𝑦 = 𝐶1 𝑦1 + 𝐶2 𝑦2 + 𝐶3 𝑦3 = 𝐶1 𝑒 0 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 + 𝐶3 𝑒 𝑥 ⇒ 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 + 𝐶3 𝑒 𝑥

𝟏. 𝟏𝟎. 𝟐. Equação não homogênea

A solução particular da equação não homogênea tem a forma 𝑦 (𝑛) + 𝑎1 𝑦 (𝑛−1) + 𝑎2 𝑦 (𝑛−2) +
+𝑎3 𝑦 (𝑛−3) + ⋯ + 𝑎𝑛−1 𝑦 ′ + 𝑎𝑛 𝑦 = 𝑓(𝑥) (3).
22

Observação: A resolução de equações diferenciais não homogêneas de ordem superior obedece


aos mesmos critérios das equações diferenciais lineares não homogêneas da segunda ordem com
coeficientes constantes.
Exemplos: Resolva as equações:

1. 𝑦 (𝐼𝑉) + 𝑦 ′′′ = 𝑐𝑜𝑠(4𝑥)

Resolução:
A equação homogênea é 𝑦 𝐼𝑉 + 𝑦 ′′′ = 0, e a equação característica correspondente tem a forma
𝑘 4 + 𝑘 3 = 0. Resolvendo-a, teremos: 𝑘 4 + 𝑘 3 = 0 ⇒ 𝑘 3 (𝑘 + 1) = 0 ⇔ 𝑘 3 = 0 ∪ 𝑘 + 1 = 0 ⇔
3
𝑘 = √0 ∪ 𝑘 = −1 ⇔ 𝑘1 = 𝑘2 = 𝑘3 = 𝑘 = 0 ∪ 𝑘4 = −1. A solução geral da equação homogênea
tem a forma: 𝑦𝑐 = 𝐶1 𝑒 𝑘𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 𝑘𝑥 + 𝐶3 𝑥 2 𝑒 𝑘𝑥 + 𝐶4 𝑒 𝑘4𝑥 = 𝐶1 𝑒 0 + 𝐶2 𝑥𝑒 0 + 𝐶3 𝑥 2 𝑒 0 + 𝐶4 𝑒 −𝑥 ⇒
𝑦𝑐 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑥 + 𝐶3 𝑥 2 + 𝐶4 𝑒 −𝑥 .
A solução particular pode ser escrita da seguinte forma de acordo com a tabela de soluções
particulares, isto é, 𝑦 = 𝑦𝑝 = 𝐴𝑐𝑜𝑠(4𝑥) + 𝐵𝑠𝑒𝑛(4𝑥), derivando quatro vezes e substituindo na
equação dada, obtemos:
𝑦𝑝′ = [𝐴𝑐𝑜𝑠(4𝑥) + 𝐵𝑠𝑒𝑛(4𝑥)]′ = −4𝐴𝑠𝑒𝑛(4𝑥) + 4𝐵𝑐𝑜𝑠(4𝑥) ⇒ 𝑦𝑝′ = −4𝐴𝑠𝑒𝑛(4𝑥) + 4𝐵𝑐𝑜𝑠(4𝑥)
𝑦𝑝′′ = [−4𝐴𝑠𝑒𝑛(4𝑥) + 4𝐵𝑐𝑜𝑠(4𝑥)]′ = −16𝐴𝑐𝑜𝑠(4𝑥) − 16𝐵𝑠𝑒𝑛(4𝑥)
𝑦𝑝′′′ = [−16𝐴𝑐𝑜𝑠(4𝑥) − 16𝐵𝑠𝑒𝑛(4𝑥)]′ = 64𝐴𝑠𝑒𝑛(4𝑥) − 64𝐵𝑐𝑜𝑠(4𝑥) e
𝑦𝑝𝐼𝑉 = [64𝐴𝑠𝑒𝑛(4𝑥) − 64𝐵𝑐𝑜𝑠(4𝑥)]′ = 256𝐴𝑐𝑜𝑠(4𝑥) + 256𝐵𝑠𝑒𝑛(4𝑥)
𝑦𝑝𝐼𝑉 + 𝑦𝑝′′′ = 𝑐𝑜𝑠(4𝑥) ⇒ 256𝐴𝑐𝑜𝑠(4𝑥) + 256𝐵𝑠𝑒𝑛(4𝑥) + 64𝐴𝑠𝑒𝑛(4𝑥) − 64𝐵𝑐𝑜𝑠(4𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(4𝑥)
(256𝐴 − 64𝐵)𝑐𝑜𝑠(4𝑥) + (64𝐴 + 256𝐵)𝑠𝑒𝑛(4𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(4𝑥), igualando os coeficientes e aplicando
o método de substituição, teremos:
256𝐴 − 64𝐵 = 1
256𝐴 − 64𝐵 = 1 256𝐴 − 64𝐵 = 1 256 256𝐴 − 64𝐵 = 1
{ ⇔{ ⇔{ ⇔{ ⇔
64𝐴 + 256𝐵 = 0 64𝐴 = −256𝐵 𝐴 = − 𝐵 𝐴 = −4𝐵
64
1
𝐵=−
256(−4𝐵) − 64𝐵 = 1 ⇔ −1024𝐵 − 64𝐵 = 1 ⇔ −1088𝐵 = 1 ⇔ 1088 ⇔
{ { { {
𝐴 = −4𝐵 𝐴 = −4𝐵 𝐴 = −64𝐵 1
𝐴 = −4 (− )
1088
1 1
𝐵 = − 1088 𝐵 = − 1088
{ 4 ⇔{ 1 , colocando os valores dos coeficientes 𝐴 e 𝐵 na solução particular,
𝐴= 𝐴=
1088 272
1 1
vem: 𝑦𝑝 = 𝐴𝑐𝑜𝑠(4𝑥) + 𝐵𝑠𝑒𝑛(4𝑥) = 272 𝑐𝑜𝑠(4𝑥) − 1088 𝑠𝑒𝑛(4𝑥).
Logo, a solução da equação diferencial dada pode ser escrita da forma:
23

1 1
𝑦 = 𝑦𝑐 + 𝑦𝑝 ⇒ 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑥 + 𝐶3 𝑥 2 + 𝐶4 𝑒 −𝑥 + 𝑐𝑜𝑠(4𝑥) − 𝑠𝑒𝑛(4𝑥)
274 1088

2. 𝑦 ′′′ + 2𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑥

Resolução:
A equação homogênea é 𝑦 ′′′ + 2𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 𝑦 = 0, a equação característica correspondente tem a
forma: 𝑟 3 + 2𝑟 2 + 2𝑟 + 1 = 0. Assim, vamos achar as raízes da equação característica.
𝑟 3 + 2𝑟 2 + 2𝑟 + 1 = 0 ⇒ (𝑟 3 + 1) + (2𝑟 2 + 2𝑟) = 0 ⇒ (𝑟 3 + 13 ) + 2𝑟(𝑟 + 1) = 0, aplicando o
caso notável (5), vem: (𝑟 + 1)(𝑟 2 − 𝑟 + 1) + 2𝑟(𝑟 + 1) = 0, pondo o factor comum em evidência
e aplicando a lei do anulamento do produto, obtemos:
(𝑟 + 1)(𝑟 2 − 𝑟 + 1 + 2𝑟) = 0 ⇒ (𝑟 + 1)(𝑟 2 + 𝑟 + 1) = 0 ⇔ 𝑟 + 1 = 0 ∪ 𝑟 2 + 𝑟 + 1 = 0 ⇔
𝑟 = −1 ∪ 𝑟 2 + 𝑟 + 1 = 0. Para a equação 𝑟 2 + 𝑟 + 1 = 0 temos: ∆= 𝑏 2 − 4 ∙ 𝑎 ∙ 𝑐 = 12 − 4 ∙ 1 ∙ 1 ⇒
−𝑏±√∆ −1±√−3 −1±√3(−1) −1±√3∙√−1 −1±√3𝑖
∆= 1 − 4 = −3 ⇒ ∆= −3. E 𝑟2/3 = = = = =
2𝑎 2∙1 2 2 2
−1+√3𝑖 1 √3 1 √3 −1−√3𝑖 1 √3 1 √3
𝑟2 = =− + 𝑖 ⇒ 𝑟2 = − + 𝑖 ∧ 𝑟3 = =− − 𝑖 ⇒ 𝑟3 = − − 𝑖
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
1
Aplicando a definição da igualdade de dois números complexos, obtemos: 𝑘2 = 𝑟2 ⇔ 𝛼 = − 2 ∧
√3
𝛽= 2
. A solução geral da equação diferencial homogênea tem a forma:
1 √3 √3
𝑦𝑐 = 𝐶1 𝑒 𝑟1 𝑥 + 𝑒 𝛼𝑥 [𝐶2 𝑐𝑜𝑠(𝛽𝑥) + 𝐶3 𝑠𝑒𝑛(𝛽𝑥)] = 𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝑒 − 2𝑥 [𝐶2 𝑐𝑜𝑠 ( 𝑥) + 𝐶3 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥)]
2 2
1 √3 √3
𝑦𝑐 = 𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝑒 − 2𝑥 [𝐶2 𝑐𝑜𝑠 ( 𝑥) + 𝐶3 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥)]
2 2
Fazendo 𝑦 = 𝑦𝑝 = 𝐴𝑥 + 𝐵 e derivando três vezes e substituindo na equação diferencial dada,
vem: 𝑦𝑐′ = (𝐴𝑥 + 𝐵)′ = 𝐴 ⇒ 𝑦𝑐′ = 𝐴; 𝑦𝑐′′ = (𝐴)′ = 0 ⇒ 𝑦𝑐′′ = 0 e 𝑦𝑐′′′ = 0.
𝑦𝑝′′′ + 2𝑦𝑝′′ + 2𝑦𝑝′ + 𝑦𝑝 = 𝑥 ⇒ 0 + 2 ∙ 0 + 2𝐴 + (𝐴𝑥 + 𝐵) = 𝑥 ⇒ 𝐴𝑥 + (2𝐴 + 𝐵) = 𝑥, igualando os
coeficientes e formando um sistema de equações a duas incógnitas, vem:
𝐴=1 𝐴=1 𝐴=1 𝐴=1
{ ⇔{ ⇔{ ⇔{
2𝐴 + 𝐵 = 0 𝐵 = −2𝐴 𝐵 = −2 ∙ 1 𝐵 = −2
Colocando os valores dos coeficientes na solução particular, conseguimos: 𝑦𝑝 = 𝐴𝑥 + 𝐵 = 𝑥 − 2
Consequentemente, a solução geral da equação diferencial dada tem a forma: 𝑦 = 𝑦𝑐 + 𝑦𝑝
1 √3 √3
𝑦 = 𝑦𝑐 + 𝑦𝑝 ⇒ 𝑦 = 𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝑒 − 2𝑥 [𝐶2 𝑐𝑜𝑠 ( 𝑥) + 𝐶3 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥)] + 𝑥 − 2
2 2
24

𝟏. 𝟏𝟏. Equações diferenciais de Euler

Definição: Denomina-se equação diferencial de Euler a toda a equação linear da forma


(𝑎𝑥 + 𝑏)𝑛 𝑦 (𝑛) + 𝐴1 (𝑎𝑥 + 𝑏)𝑛−1 𝑦 (𝑛−1) + 𝐴2 (𝑎𝑥 + 𝑏)𝑛−2 𝑦 (𝑛−2) + ⋯ + 𝐴𝑛−3 (𝑎𝑥 + 𝑏)3 𝑦 ′′′ +
+𝐴𝑛−2 (𝑎𝑥 + 𝑏)2 𝑦 ′′ + 𝐴𝑛−1 (𝑎𝑥 + 𝑏)𝑦 ′ + 𝐴𝑛 𝑦 = 𝑓(𝑥) (1), onde 𝑎, 𝑏, 𝐴1 , 𝐴2 , … , 𝐴𝑛−1, 𝐴𝑛 são
constantes.

𝟏. 𝟏𝟏. 𝟏. Equações diferenciais homogêneas

A equação diferencial homogênea de Euler tem a forma (𝑎𝑥 + 𝑏)𝑛 𝑦 (𝑛) + 𝐴1 (𝑎𝑥 + 𝑏)𝑛−1 𝑦 (𝑛−1) +
+𝐴2 (𝑎𝑥 + 𝑏)𝑛−2 𝑦 (𝑛−2) + ⋯ + 𝐴𝑛−2 (𝑎𝑥 + 𝑏)2 𝑦 ′′ + 𝐴𝑛−1 (𝑎𝑥 + 𝑏)𝑦 ′ + 𝐴𝑛 𝑦 = 0 (2). Quando 𝑥 > 0
podemos procurar uma solução na forma 𝑦 = 𝑥 𝑘 (3). Substituindo 𝑦, 𝑦 ′ , 𝑦 ′′ , … , 𝑦 (𝑛) em (2),
determinadas pela relação (3), achamos a equação característica, da qual podemos obter o
expoente 𝑘. Se 𝑘 é uma raiz real da equação caracteristica, de grau 𝑚 de multiplicidade, a ela
correspondem 𝑚 soluções linearmente independentes 𝑦1 = 𝑥 𝑘 , 𝑦2 = 𝑥 𝑘 𝑙𝑛(𝑥), 𝑦3 = 𝑥 𝑘 [𝑙𝑛(𝑥)]2 ,
𝑦4 = 𝑥 𝑘 [𝑙𝑛(𝑥)]3 , 𝑦5 = 𝑥 𝑘 [𝑙𝑛(𝑥)]4 , 𝑦6 = 𝑥 𝑘 [𝑙𝑛(𝑥)]5 , … , 𝑦𝑚 = 𝑥 𝑘 [𝑙𝑛(𝑥)]𝑚−1 .
A solução tem a forma: 𝑦 = 𝐶1 𝑦1 + 𝐶2 𝑦2 + 𝐶3 𝑦3 + ⋯ + 𝐶𝑚 𝑦𝑚
Se 𝛼 ± 𝛽𝑖 é um par das raízes complexas de grau 𝑚 de multiplicidade, a ela correspondem 2𝑚
soluções linearmente independentes.
𝑦1 = 𝑥 𝛼 𝑐𝑜𝑠[𝛽𝑙𝑛(𝑥)] 𝑦2 = 𝑥 𝛼 𝑠𝑒𝑛[𝛽𝑙𝑛(𝑥)]
𝑦3 = 𝑥 𝛼 𝑙𝑛(𝑥)𝑐𝑜𝑠[𝛽𝑙𝑛(𝑥)] 𝑦4 = 𝑥 𝛼 𝑙𝑛(𝑥)𝑠𝑒𝑛[𝛽𝑙𝑛(𝑥)]
𝑦5 = 𝑥 𝛼 [𝑙𝑛(𝑥)]2 𝑐𝑜𝑠[𝛽𝑙𝑛(𝑥)] 𝑦6 = 𝑥 𝛼 [𝑙𝑛(𝑥)]2 𝑠𝑒𝑛[𝛽𝑙𝑛(𝑥)]
………………………………………………. ………………………………………………..
𝑦2𝑚−1 = 𝑥 𝛼 [𝑙𝑛(𝑥)]𝑚−1 𝑐𝑜𝑠[𝛽𝑙𝑛(𝑥)] 𝑦2𝑚 = 𝑥 𝛼 [𝑙𝑛(𝑥)]𝑚−1 𝑠𝑒𝑛[𝛽𝑙𝑛(𝑥)]
A solução tem a forma: 𝑦 = 𝐶1 𝑦1 + 𝐶2 𝑦2 + ⋯ + 𝐶2𝑚−1 𝑦2𝑚−1 + 𝐶2𝑚 𝑦2𝑚

Exemplos: Resolver as equações:


𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
1. 𝑥 2 + 3𝑥 +𝑦 =0
𝑑𝑥 2 𝑑𝑥

Resolução:

Fazendo 𝑦 = 𝑥 𝑘 (1). Derivando (1) duas vezes, teremos: 𝑦 ′ = (𝑥 𝑘 ) = 𝑘𝑥 𝑘−1 ⇒ 𝑦 ′ = 𝑘𝑥 𝑘−1 e

𝑦 ′′ = (𝑘𝑥 𝑘−1 ) = 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘−2 ⇒ 𝑦 ′′ = 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘−2 (2). Substituindo (1) e (2) na equação
diferencial dada, vem:
𝑥 2 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘−2 + 3𝑥𝑘𝑥 𝑘−1 + 𝑥 𝑘 = 0 ⇒ 𝑥 2 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘 𝑥 −2 + 3𝑥𝑘𝑥 𝑘 𝑥 −1 + 𝑥 𝑘 = 0 ⇒
25

𝑥 2−2 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘 + 3𝑥 1−1 𝑘𝑥 𝑘 + 𝑥 𝑘 = 0 ⇒ 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘 + 3𝑘𝑥 𝑘 + 𝑥 𝑘 = 0, pondo o factor comum em
evidência, teremos: 𝑥 𝑘 [𝑘(𝑘 − 1) + 3𝑘 + 1] = 0. Dividindo ambos os membros por 𝑥 𝑘 , obtemos a
equação característica da forma: 𝑘(𝑘 − 1) + 3𝑘 + 1 = 0 ⇒ 𝑘2 + 2𝑘 + 1 = 0. Resolvendo-a,
teremos: 𝑘 2 + 2𝑘 + 1 = 0 ⇒ (𝑘 + 1)(𝑘 + 1) = 0, aplicando a lei do anulamento do produto,
achamos: (𝑘 + 1)(𝑘 + 1) = 0 ⇔ 𝑘 + 1 = 0 ∪ 𝑘 + 1 = 0 ⇔ 𝑘1 = 𝑘2 = −1.
1 1
Logo, 𝑦 = 𝐶1 𝑦1 + 𝐶2 𝑦2 = 𝐶1 𝑥 −1 + 𝐶2 𝑥 −1 𝑙𝑛(𝑥) = 𝑥 [𝐶1 + 𝐶2 𝑙𝑛(𝑥)] ⇒ 𝑦 = 𝑥 [𝐶1 + 𝐶2 𝑙𝑛(𝑥)]
2. 𝑥 2 𝑦 ′′ − 𝑥𝑦 ′ − 3𝑦 = 0

Resolução:
Fazendo 𝑦 = 𝑥 𝑘 (1). Derivando (1) duas vezes, teremos: 𝑦 ′ = (𝑥 𝑘 )′ = 𝑘𝑥 𝑘−1 ⇒ 𝑦 ′ = 𝑘𝑥 𝑘−1 e
𝑦 ′′ = (𝑘𝑥 𝑘−1 )′ = 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘−2 ⇒ 𝑦 ′′ = 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘−2 (2). Substituindo (1) e (2) na equação
diferencial dada, vem:
𝑥 2 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘−2 − 𝑥𝑘𝑥 𝑘−1 − 3𝑥 𝑘 = 0 ⇒ 𝑥 2 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘 𝑥 −2 − 𝑥𝑘𝑥 𝑘 𝑥 −1 − 3𝑥 𝑘 = 0 ⇒
𝑥 2−2 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘 − 𝑥1−1 − 3𝑥 𝑘 = 0 ⇒ 𝑘(𝑘 − 1)𝑥 𝑘 − 𝑘𝑥 𝑘 − 3𝑥 𝑘 = 0, pondo o factor comum
em evidência, teremos: 𝑥 𝑘 [𝑘(𝑘 − 1) − 𝑘 − 3] = 0, dividindo ambos os membros por 𝑥 𝑘 ,
obtemos a equação característica:
𝑘(𝑘 − 1) − 𝑘 − 3 = 0 ⇒ 𝑘 2 − 𝑘 − 𝑘 − 3 = 0 ⇒ 𝑘 2 − 2𝑘 − 3 = 0 ⇒ (𝑘 − 3)(𝑘 + 1) = 0,
aplicando a lei do anulamento do produto, vem:
(𝑘 − 3)(𝑘 + 1) = 0 ⇔ 𝑘 − 3 = 0 ∪ 𝑘 + 1 = 0 ⇔ 𝑘 = 3 ∪ 𝑘 = −1.
1 1
Por conseguinte, 𝑦 = 𝐶1 𝑦1 + 𝐶2 𝑦2 = 𝐶1 𝑥 3 + 𝐶2 𝑥 −1 = 𝐶1 𝑥 3 + 𝐶2 𝑥 ⇒ 𝑦 = 𝐶1 𝑥 3 + 𝐶2 𝑥

𝟏. 𝟏𝟐. Sistemas de equações diferenciais

Para achar, a solução de um sistema normal de duas equações diferenciais de primeira ordem, ou
𝑑𝑦 𝑑𝑧
seja, um sistema da forma 𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧), 𝑑𝑥 = 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) (1).

Resolvemos em relação às derivadas das funções 𝑦 e 𝑧 procuradas, derivamos uma delas em


𝑑2 𝑦 𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑓
relação a 𝑥 obtendo, 𝑑𝑥 2 = 𝜕𝑥 + 𝜕𝑦 𝑓 + 𝜕𝑧 𝑔 (2).

Determinando 𝑧 da primeira equação do sistema (1) e substituindo a expressão obtida, vem:


𝑑𝑦
𝑧 = 𝜑 (𝑥, 𝑦, 𝑑𝑥 ) (3). Na equação (2), obtemos uma equação de segunda ordem com uma função

incógnita 𝑦. Resolvendo-a, teremos: 𝑦 = 𝜓(𝑥, 𝐶1 , 𝐶2 ) (4), onde 𝐶1 e 𝐶2 são constantes


arbitrárias. Substituindo a função (4) na fórmula (3), determinamos a função 𝑧 sem
26

necessidades de novas integrações. O conjunto das fórmulas (3) e (4), onde 𝑦 na fórmula (3) foi
substituido por 𝜓, obtém-se a solução geral do sistema (1).

Exemplos: Resolva os sistemas:

𝑑𝑦
=𝑧
1. {𝑑𝑧𝑑𝑥
= −𝑦
𝑑𝑥

Resolução:
𝑑2 𝑦 𝑑𝑧 𝑑𝑧
Derivamos a primeira equação em relação a 𝑥, ou seja, 𝑑𝑥 2 = 𝑑𝑥. Substituindo 𝑑𝑥 = −𝑦, teremos:
𝑑2 𝑦 𝑑2 𝑦
= −𝑦 ⇒ 𝑑𝑥 2 + 𝑦 = 0. A equação caracteristica é: 𝑘 2 + 1 = 0, resolvendo-a, obtemos:
𝑑𝑥 2

𝑘 2 + 1 = 0 ⇒ 𝑘 2 = −1 ⇒ 𝑘 = ±√−1 ⇒ 𝑘 = ±𝑖. Então, aplicamos a definição de dois números


complexos, ou melhor, 𝑘 = 0 ± 𝑖 e 𝑟 = 𝛼 + 𝛽𝑖 são iguais se, e somente se, 𝛼 = 0 e 𝛽 = 1.
Portanto, 𝑦 = 𝑒 𝛼𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝛽𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝛽𝑥)] = 𝑒 0 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)]
𝑦 = 𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥). Derivando em relação a 𝑥, obtemos: 𝑦 ′ = −𝐶1 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠(𝑥).
𝑑𝑦
Substituindo na equação 𝑑𝑥 = 𝑦 ′ = 𝑧, achamos: 𝑧 = −𝐶1 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠(𝑥)

Por conseguinte, 𝑦 = 𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥) e 𝑧 = −𝐶1 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠(𝑥).

𝑑𝑦
= 𝑦 + 5𝑧
2. {𝑑𝑧𝑑𝑥
+ 𝑦 + 3𝑧 = 0
𝑑𝑥

Resolução:
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑧
Derivando a primeira equação em relação a 𝑥, teremos: 𝑑𝑥 2 = 𝑑𝑥 + 5 𝑑𝑥 (1).
𝑑𝑦 𝑑𝑦
A partir da primeira equação, determinamos 𝑧, ou seja, 𝑑𝑥 = 𝑦 + 5𝑧 ⇒ 5𝑧 = 𝑑𝑥 − 𝑦 ⇒
1 𝑑𝑦 𝑑𝑧 𝑑𝑧
𝑧 = 5 (𝑑𝑥 − 𝑦) (2). Da segunda equação, determinamos 𝑑𝑥, ou seja, 𝑑𝑥 + 𝑦 + 3𝑧 = 0 ⇒
𝑑𝑧 𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
= −𝑦 − 3𝑧 (3). Substituindo (3) em (1), obtemos: 𝑑𝑥 2 = 𝑑𝑥 + 5(−𝑦 − 3𝑧) ⇒
𝑑𝑥
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
= 𝑑𝑥 − 5𝑦 − 15𝑧 (4). Substituindo (2) em (4), vem:
𝑑𝑥 2

𝑑 2 𝑦 𝑑𝑦 1 𝑑𝑦 𝑑 2 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑦
= − 5𝑦 − 15 ∙ ( − 𝑦) ⇒ = − 5𝑦 − 3 ( − 𝑦) ⇒
𝑑𝑥 2 𝑑𝑥 5 𝑑𝑥 𝑑𝑥 2 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑2 𝑦 𝑑𝑦 𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
= 𝑑𝑥 − 5𝑦 − 3 𝑑𝑥 + 3𝑦 ⇒ 𝑑𝑥 2 = −2 𝑑𝑥 − 2𝑦 ⇒ 𝑑𝑥 2 + 2 𝑑𝑥 + 2𝑦 = 0 (5) .
𝑑𝑥 2
27

A equação característica de (5) é: 𝑘 2 + 2𝑘 + 2 = 0, resolvendo-a, obtemos: ∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐


∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = 22 − 4 ∙ 1 ∙ 2 = 4 − 8 = −4 ⇒ ∆= −4
−𝑏 ± √∆ −2 ± √−4 −2 ± √4 ∙ (−1) −2 ± √4 ∙ √−1 −2 ± 2𝑖
𝑘1/2 = = = = =
2𝑎 2∙1 2 2 2
2(−1±𝑖)
𝑘1/2 = = −1 ± 𝑖 ⇒ 𝑘1 = −1 + 𝑖 ∧ 𝑘2 = −1 − 𝑖. Portanto, aplicamos a definição de
2

dois números complexos, isto é, 𝑘 = −1 ± 𝑖 é igual a 𝑟 = 𝛼 + 𝛽𝑖, se, e somente se, 𝛼 = −1 e


𝛽 = 1. Então, 𝑦 = 𝑒 𝛼𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝛽𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝛽𝑥)] = 𝑒 −𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)](6). Derivando
(6) uma vez, teremos: 𝑦 ′ = (𝑒 −𝑥 )′ [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)] + 𝑒 −𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)]′ ⇒
𝑦 ′ = −𝑒 −𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)] + 𝑒 −𝑥 [−𝐶1 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠(𝑥)] ⇒
𝑦 ′ = 𝑒 −𝑥 [−𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) − 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥) − 𝐶1 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠(𝑥)](7). Substituindo (6) e (7) em (2),
obtemos:
1
𝑧 = {𝑒 −𝑥 [−𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) − 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥) − 𝐶1 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠(𝑥)] − 𝑒 −𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)]}
5
𝑒 −𝑥
𝑧= [−𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) − 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥) − 𝐶1 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠(𝑥) − 𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) − 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)] ⇒
5
1
𝑧 = 5 𝑒 −𝑥 [(𝐶2 − 2𝐶1 )𝑐𝑜𝑠(𝑥) − (𝐶1 + 2𝐶2 )𝑠𝑒𝑛(𝑥)].
1
Logo, 𝑦 = 𝑒 −𝑥 [𝐶1 𝑐𝑜𝑠(𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)] e 𝑧 = 5 𝑒 −𝑥 [(𝐶2 − 2𝐶1 )𝑐𝑜𝑠(𝑥) − (𝐶1 + 2𝐶2 )𝑠𝑒𝑛(𝑥)]
𝑑𝑦
+ 3𝑦 + 4𝑧 = 2𝑥
3. {𝑑𝑥𝑑𝑧 , 𝑦 = 0, 𝑧 = 0 quando 𝑥 = 0
− 𝑦 − 𝑧 = 𝑥
𝑑𝑥

Resolução:
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑧
Derivando a primeira equação em relação a 𝑥, teremos: + 3 𝑑𝑥 + 4 𝑑𝑥 = 2 (1). Da primeira
𝑑𝑥 2
𝑑𝑦 1 𝑑𝑦
equação, determinamos 𝑧, ou seja, + 3𝑦 + 4𝑧 = 2𝑥 ⇒ 𝑧 = 4 (2𝑥 − 𝑑𝑥 − 3𝑦) (2). Da
𝑑𝑥
𝑑𝑧 𝑑𝑧
segunda equação, determinamos , ou seja, 𝑑𝑥 = 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 (3). Substituindo (2) em (3), vem:
𝑑𝑥
𝑑𝑧 1 𝑑𝑦 3 1 1 𝑑𝑦 𝑑𝑧 3 1 1 𝑑𝑦
= 𝑥 + 𝑦 + (2𝑥 − − 3𝑦) = 𝑥 + 𝑦 − ⇒ = 𝑥+ 𝑦− (4).
𝑑𝑥 4 𝑑𝑥 2 4 4 𝑑𝑥 𝑑𝑥 2 4 4 𝑑𝑥
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦 3 1 1 𝑑𝑦 𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
Substituindo (4) em (1), vem: 𝑑𝑥 2 + 3 𝑑𝑥 + 4 (2 𝑥 + 4 𝑦 − 4 𝑑𝑥 ) = 2 ⇒ 𝑑𝑥 2 + 2 𝑑𝑥 + 𝑦 = −6𝑥 + 2.
𝑑2𝑦 𝑑𝑦
A equação homogênea é: 𝑑𝑥 2 + 2 𝑑𝑥 + 𝑦 = 0. A equação característica correspondente é:
𝑘 2 + 2𝑘 + 1 = 0. Resolvendo-a, obtemos:
28

𝑘 2 + 2𝑘 + 1 = 0 ⇒ (𝑘 + 1)(𝑘 + 1) = 0 ⇔ 𝑘 + 1 = 0 ∪ 𝑘 + 1 = 0 ⇔ 𝑘 = −1 ∪ 𝑘 = −1. A
solução particular toma a forma: 𝑦𝑐 = 𝐶1 𝑒 𝑘1 𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 𝑘2 𝑥 = 𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 (5).
Seguidamente, vamos determinar a solução particular, que tem a forma: 𝑦𝑝 = 𝐴𝑥 + 𝐵 (6).
Derivando (6) duas vezes, teremos: 𝑦𝑝′ = (𝐴𝑥 + 𝐵)′ = 𝐴 ⇒ 𝑦𝑝′ = 𝐴 e 𝑦𝑝′′ = (𝐴)′ = 0 ⇒ 𝑦𝑝′′ = 0
Substituindo as derivadas e (6) na equação diferencial não homogênea, teremos que:
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
+ 2 𝑑𝑥 + 𝑦 = −6𝑥 + 2 ⇒ 0 + 2𝐴 + 𝐴𝑥 + 𝐵 = −6𝑥 + 2 ⇒ 𝐴𝑥 + (2𝐴 + 𝐵) = −6𝑥 + 2
𝑑𝑥 2

Igualando os coeficientes, obtemos: 𝐴 = −6 e 2𝐴 + 𝐵 = 2 ⇒ 𝐵 = 2 − 2𝐴 = 2 − 2(−6) = 14.


Substituindo os valores de 𝐴 e 𝐵 em (6), vem: 𝑦𝑝 = −6𝑥 + 14 (7). A solução geral da variável
𝑦 é a soma de (5) e (7), ou melhor, 𝑦 = 𝑦𝑐 + 𝑦𝑝 = 𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 − 6𝑥 + 14 (8). Derivando
(8) uma vez em relação a 𝑥, teremos:
𝑦 ′ = (𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 − 6𝑥 + 14)′ = −𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 − 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 − 6. Substituindo (8) e sua
derivada em (2), obtemos:
1
𝑧 = 4 [2𝑥 − (−𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 − 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 − 6) − 3(𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 − 6𝑥 + 14)] ⇒
1
𝑧 = (2𝑥 + 𝐶1 𝑒 −𝑥 − 𝐶2 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 + 6 − 3𝐶1 𝑒 −𝑥 − 3𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 + 18𝑥 − 42) ⇒
4
1 −𝑥 −𝑥 −𝑥
20𝑥 2𝐶1 𝑒 −𝑥 𝐶2 𝑒 −𝑥 2𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 36
𝑧= (20𝑥 − 2𝐶1 𝑒 − 𝐶2 𝑒 − 2𝐶2 𝑥𝑒 − 36) = − − − −
4 4 4 4 4 4
1 −𝑥 1 −𝑥 1 −𝑥
𝑧 = 5𝑥 − 2 𝐶1 𝑒 − 4 𝐶2 𝑒 − 2 𝐶2 𝑥𝑒 − 9 (9).
Como foi dada a condição inicial, então vamos calcular os valores das constantes 𝐶1 e 𝐶2 .
𝑦 = 𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 − 6𝑥 + 14 ⇒ 0 = 𝐶1 𝑒 0 + 𝐶2 ∙ 0 ∙ 𝑒 0 − 6 ∙ 0 + 14 ⇒ 𝐶1 = −14
1 1 1 1 1 1
𝑧 = 5𝑥 − 𝐶1 𝑒 −𝑥 − 𝐶2 𝑒 −𝑥 − 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 − 9 ⇒ 0 = 5 ∙ 0 − 𝐶1 𝑒 0 − 𝐶2 𝑒 0 − 𝐶2 ∙ 0 ∙ 𝑒 0 − 9
2 4 2 2 4 2
1 1 1 1
− 2 𝐶1 − 4 𝐶2 − 9 = 0 ⇒ − 4 𝐶2 = 2 𝐶1 + 9, multiplicando ambos os membros por menos quatro

e substituindo 𝐶1 por −14, obtemos:


𝐶2 = −36 − 2𝐶1 = −36 − 2 ∙ (−14) = −36 + 28 = −8 ⇒ 𝐶2 = −8.
Substituindo os valores das constantes 𝐶1 e 𝐶2 em (8) e (9), achamos a solução particular.
𝑦 = 𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 − 6𝑥 + 14 ⇒ 𝑦 = −14𝑒 −𝑥 − 8𝑥𝑒 −𝑥 − 6𝑥 + 14 ⇒
𝑦 = 14(1 − 𝑒 −𝑥 ) − 2𝑥(4𝑒 −𝑥 + 3).
1 1 1 1 1 1
𝑧 = 5𝑥 − 𝐶1 𝑒 −𝑥 − 𝐶2 𝑒 −𝑥 − 𝐶2 𝑥𝑒 −𝑥 − 9 = 5𝑥 − ∙ (−14)𝑒 −𝑥 − (−8)𝑒 −𝑥 − (−8)𝑥𝑒 −𝑥 − 9
2 4 2 2 4 2
𝑧 = 5𝑥 + 7𝑒 −𝑥 + 2𝑒 −𝑥 + 4𝑥𝑒 −𝑥 − 9 = 5𝑥 + 9𝑒 −𝑥 + 4𝑥𝑒 −𝑥 − 9 ⇒ 𝑧 = 9(𝑒 −𝑥 − 1) + 𝑥(4𝑒 −𝑥 + 5)
Por conseguinte, 𝑦 = 14(1 − 𝑒 −𝑥 ) − 2𝑥(4𝑒 −𝑥 + 3) e 𝑧 = 9(𝑒 −𝑥 − 1) + 𝑥(4𝑒 −𝑥 + 5)
29

𝟐. Exercicios de aplicação
2.1) Formar as equações diferenciais das famílias das curvas dadas:
𝑥
𝑎) 𝑦 2 = 2𝐶𝑥 𝑏) 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝐶 2 𝑐) 𝑥 3 = 𝐶(𝑥 2 − 𝑦 2 ) 𝑑) ln (𝑦) = 1 + 𝑎𝑦
𝑒) (𝑦 − 𝑦0 )2 = 2𝑝𝑥 𝑓) 𝑦 = (𝐶1 + 𝐶2 𝑥)𝑒 𝑥 + 𝐶3 𝑔) 𝑦 = 𝐶1 𝑐𝑜𝑠(2𝑥) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(2𝑥)
2.2) Diga qual a ordem e o grau das equações diferenciais:
𝑎) 𝑥(𝑦 ′′ )2 = 2(𝑦 ′ )3 𝑏) 𝑦 ′′ + 9(𝑦 ′ )2 = 0 𝑐) 𝑦 ′ − 0,5𝑦 = 0
𝑑) 𝑦 ′′′ − 6 = 0 𝑒) 𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ + 2𝑦 = 0 𝑓) 𝑦 ′ + 𝑡𝑔(𝑥) ∙ 𝑦 = 0
2.3) Achar as integrais gerais das seguintes equações diferenciais exactas:
𝑎) (𝑥 + 2𝑦)𝑑𝑥 + (2𝑥 + 𝑦)𝑑𝑦 = 0 𝑏) (𝑥 2 + 𝑦 2 + 2𝑥)𝑑𝑥 + 2𝑥𝑦𝑑𝑦 = 0
𝑐) (𝑥 3 − 3𝑥𝑦 2 + 2)𝑑𝑥 − (3𝑥 2 𝑦 − 𝑦 2 )𝑑𝑦 = 0
2.4) Resolver as seguintes equações diferenciais de variáveis separáveis
𝑥+𝑦 𝑥−𝑦
𝑎) √1 − 𝑦 2 𝑑𝑥 + 𝑦√1 − 𝑥 2 𝑑𝑦 = 0 𝑏) 𝑦 ′ + 𝑠𝑒𝑛 ( ) = 𝑠𝑒𝑛 ( )
2 2
𝑐) (𝑥𝑦 2 + 𝑥)𝑑𝑥 + (𝑦 − 𝑥 2 𝑦)𝑑𝑦 = 0 𝑑) 𝑦 ′ √1 + 𝑥 + 𝑦 = 𝑥 + 𝑦 − 1
1−𝑦 2 𝑐𝑜𝑡𝑔(3𝑦)
𝑒) 𝑦 ′ + √1−𝑥 2 = 0 𝑓) (1 − 𝑦 2 )𝑑𝑥 + 𝑥𝑦𝑑𝑦 = 0 𝑔) 𝑦 ′ = 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥)
3𝑥 3 𝑦+𝑦 2 +𝑦
ℎ) 𝑦 ′ = 3𝑥𝑦 3 −𝑥 ; 𝑦(1) = 1 𝑖) 𝑦 ′ − 𝑐𝑜𝑠(𝑥 − 𝑦) = 𝑐𝑜𝑠(𝑥 + 𝑦) 𝑗) 𝑥𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑦𝑑𝑦
2 −𝑦 𝑥 4 +1
𝑘) 𝑥 3 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 − 𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑑𝑦 = 0 𝑙) 𝑦 ′ =
𝑦(𝑥−1)(𝑥 2 +1)√1−𝑦2
𝑚) (4 + 𝑥 2 )𝑦 ′ + 𝑥√9 − 𝑦 2 = 0 𝑛) 𝑦 ′ = 𝑥𝑠𝑒𝑛(𝑥)sec(𝑦)
2.5) Achar as soluções particulares
1+𝑦 2 𝜋
𝑎) 𝑦 ′ = 𝑥+𝑥 2 , 𝑦(0) = 1 𝑏) 𝑦 ′ 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 𝑦 ln(𝑦) , 𝑦 ( 2 ) = 𝑒
𝜋
𝑐) 𝑠𝑒𝑛(𝑦)𝑐𝑜𝑠(𝑥)𝑑𝑦 = 𝑐𝑜𝑠(𝑦)𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑑𝑥, 𝑦(0) = 4

2.6) Achar as seguintes equações diferenciais homogêneas


𝑦
𝑥𝑦 ′ −𝑦 𝑦 𝑦 𝑦2
𝑎) 𝑥
= 𝑡𝑔 (𝑥 ) 𝑏) 𝑦 ′ = 𝑒 2𝑥 − 𝑒 𝑥 𝑦 𝑐) 𝑦 ′ = 𝑒 𝑥 + 𝑥 𝑑) 𝑦 ′ = 𝑥 2 − 2
′ 𝑥 𝑦 𝑦
𝑒) 𝑦 = 𝑦 + 𝑥 𝑓) 𝑥𝑦 ′ − 𝑦 = √𝑥 2 + 𝑦 2 𝑔) 𝑥𝑦 ′ = 𝑦 ln (𝑥 )
2.7) Achar as seguintes equações diferenciais lineares
𝑎) 𝑦 ′ + 𝑎𝑦 = 𝑒 𝑚𝑥 𝑏) (1 + 𝑥 2 )𝑦 ′ − 2𝑥𝑦 = (1 + 𝑥 2 )2
1−2𝑥
𝑐) 𝑦 ′ + 𝑦=1 𝑑) 𝑦 ′ − 𝑦𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑦) = 𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐(𝑥), 𝑦(0) = 0
𝑥2

2.8) Achar as seguintes equações diferenciais de Bernuolli


𝑎𝑦 2 𝑏
𝑎) 𝑦 ′ + 2𝑥𝑦 = 2𝑥 3 𝑦 3 𝑏) 𝑥𝑦 ′ − 4𝑦 − 𝑥 2 √𝑦 = 0 𝑐) 𝑦𝑑𝑦 − 𝑑𝑥 = 𝑥 2 𝑑𝑥
𝑥2
𝑥2
𝑑) 𝑥𝑑𝑥 = ( 𝑦 − 𝑦 3 ) 𝑑𝑦 𝑒) 𝑦 ′ − 𝑦𝑡𝑔(𝑥) + 𝑦 2 𝑐𝑜𝑠(𝑥) = 0
30

2.9) Achar as seguintes equações diferenciais usando o factor integrante


𝑦
𝑎) (𝑥 2 + 𝑦)𝑑𝑥 − 𝑥𝑑𝑦 = 0 𝑏) 𝑑𝑥 + [𝑦 3 − ln(𝑥)]𝑑𝑦 = 0
𝑥

2.10) Achar as seguintes equações diferenciais


𝑦 𝑦
𝑎) 𝑥𝑦 ′ 𝑐𝑜𝑠 (𝑥 ) = 𝑦𝑐𝑜𝑠 (𝑥 ) − 𝑥 𝑏) 𝑦 − 𝑦 ′ 𝑐𝑜𝑠(𝑥) = 𝑦 2 𝑐𝑜𝑠(𝑥)[1 − 𝑠𝑒𝑛(𝑥)]
𝑦 𝑦 𝑦 𝑦
𝑐) [𝑥𝑐𝑜𝑠 (𝑥 ) + 𝑦𝑠𝑒𝑛 (𝑥 )] 𝑦𝑑𝑥 + [𝑥𝑐𝑜𝑠 (𝑥 ) − 𝑦𝑠𝑒𝑛 (𝑥 )] 𝑥𝑑𝑦 = 0
𝑐𝑜𝑠(𝑥)𝑠𝑒𝑛(𝑦)+𝑡𝑔2 (𝑥)
𝑑) 𝑦 ′ = 𝑒) 𝑦 ′ = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐
𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑐𝑜𝑠(𝑦)

2.11) Resolva as seguintes equações diferenciais


𝑎) 𝑦 ′′ − 𝑦 = 𝑒 𝑥 𝑏) 𝑦 ′′ + 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑐) 𝑦 ′′ + 𝑦 ′ − 2𝑦 = 8𝑠𝑒𝑛(2𝑥)
𝑑) 3𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ − 8𝑦 = 0 𝑒) 2𝑦 ′′ + 𝑦 ′ + 2𝑠𝑒𝑛2 (15°)𝑐𝑜𝑠 2 (15°)𝑦 = 0
′′ (𝑡) ′ (𝑡)
𝑓) 4𝑥 − 20𝑥 + 25𝑥(𝑡) = 0 𝑔) 𝑦 ′′ + 6𝑦 ′ + 13 = 0

2.12) Achar as soluções particulares

𝑎) 𝑦 ′′ − 4𝑦 ′ + 3𝑦 = 0; 𝑦(0) = 6, 𝑦 ′ (0) = 10 𝑏) 𝑦 ′′ + 4𝑦 ′ + 29𝑦 = 0; 𝑦(0) = 0, 𝑦 ′ (0) = 15

𝑐) 4𝑦 ′′ + 4𝑦 ′ + 𝑦 = 0; 𝑦(0) = 2, 𝑦 ′ (0) = 0

2.13) Achar as soluções gerais das seguintes equações diferenciais

𝑎) 𝑦 ′′′ + 𝑦 = 0 𝑏) 𝑦 ′′′ − 13𝑦 ′ − 12𝑦 = 0 𝑐) 𝑦 (𝐼𝑉) + 𝑦 = 0


𝑑) 𝑦 (𝐼𝑉) − 13𝑦 ′′ + 36𝑦 = 0 𝑒) 𝑦 ′′′ − 3𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ − 𝑦 = 0
𝑓) 𝑦 (𝐼𝑉) + 2𝑦 ′′ + 𝑦 ′ = 0 𝑔) 𝑦 (𝐼𝑉) = 8𝑦 ′′ − 16𝑦
2.14) Resolva as seguintes equações de Euler
2𝑦
𝑎) 𝑥 2 𝑦 ′′ + 𝑥𝑦 ′ + 4𝑦 = 0 𝑏) 𝑥 2 𝑦 ′′ + 3𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = 0 𝑐) 𝑦 ′ = 𝑥 2
𝑑) 𝑥 2 𝑦 ′′ − 𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = 2𝑥; 𝑦(1) = 0; 𝑦 ′ (1) = 1 𝑒) 𝑥 2 𝑦 ′′ + 𝑥𝑦 ′ + 4𝑦 = 0
𝑓) 𝑥 2 𝑦 ′′ + 𝑥𝑦 ′ + 3𝑦 = 0 𝑔) 𝑥 3 𝑦 ′′′ − 3𝑥 2 𝑦 ′′ + 6𝑥𝑦 ′ − 6𝑦 = 0
ℎ) (1 + 𝑥) 𝑦 − 3(1 + 𝑥)𝑦 + 4𝑦 = (1 + 𝑥)3
2 ′ ′

2.15) Resolva os seguintes sistemas


𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑥
= −3𝑦 − 𝑧 = 𝑦 − 7𝑥 = 2𝑥 + 𝑦
𝑎) {𝑑𝑥𝑑𝑧 𝑏) {𝑑𝑦 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑐) {𝑑𝑦
=𝑦−𝑧 + 2𝑥 + 5𝑦 = 0 = 3𝑥 + 4𝑦
𝑑𝑥 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑𝑡
= 𝑥 − 3𝑦 𝑑𝑡
=𝑦 𝑑𝑡
= −5𝑥 + 2𝑦 + 𝑒 𝑡
𝑑) {𝑑𝑦 𝑒) {𝑑𝑦 𝑓) { 𝑑𝑦
𝑑𝑡
= 3𝑥 + 𝑦 𝑑𝑡
= 𝑥 + 𝑒 𝑡 + 𝑒 −𝑡 𝑑𝑡
= 𝑥 − 6𝑦 + 𝑒 −2𝑡

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