2 - Gênesis
2 - Gênesis
2 - Gênesis
INTRODUÇÃO
1. Título: O nome Gênesis vem da Septuaginta (Versão dos Setenta), antiga versão
grega. Significa "princípio", "origem" ou "nascimento". Os hebreus lhe chamavam
"No princípio", pois designavam os livros da lei de acordo com sua primeira palavra
ou frase.
2. Propósito: O livro do Gênesis é a introdução à Bíblia toda. É o livro dos
princípios, pois narra os começos da criação, do homem, do pecado, da redenção e
da raça eleita. Tem sido chamado de "viveiro ou sementeiro da Bíblia" porque nele
estão as sementes de todas as grandes doutrinas. Sem o Gênesis a Bíblia "é não só
incompleta, mas incompreensível".
1- A Criação – Capítulos 1 e 2
Em Gênesis 1:16, no quarto dia, não se usa o verbo hebraico ba·ráʼ, que significa
“criar”. Antes, emprega-se o verbo hebraico ʽa·sáh, que significa “fazer”.
Visto que o sol, a lua e as estrelas estão incluídos nos “céus” mencionados em
Gênesis 1:1, eles foram criados no primeiro dia.
Havia muita água em suspensão acima da “expansão” (o espaço entre a superfície e
até alguns quilômetros acima) – Gênesis 1:6-8.
Em um dia nublado, com nuvens, por exemplo, não se consegue ver o sol, a lua e
as estrelas. Assim era até o quarto dia; a partir daí houve a dissipação da neblina e
os luminares, que já existiam desde o primeiro dia, se fizeram visíveis da Terra.
Portanto, no quarto dia, eles não estão sendo criados, mas apenas se fazendo
visíveis da terra. Quando se diz: “Deus os colocou no firmamento do céu para
iluminar a terra” (Gn 1:17), isso indica que se tornaram, então, visíveis da superfície
da terra.
Então, não se trata de uma contradição: Deus criou o sol, a lua e as estrelas no
primeiro dia, separando, então, a luz das trevas, o dia da noite. Mas eles só se
fizeram visíveis da superfície da Terra no quarto dia. Sendo assim, é verdade que
Deus separou o dia da noite no primeiro dia, mas os luminares que governam o dia e
noite somente apareceram nos céus no quarto dia.
A queda e suas conseqüências. Capítulos 3 e 4
O capítulo 2 do Gênesis apresenta-nos um belo quadro da vida do homem no Éden.
Tudo era bom; não obstante, a cena se altera radicalmente no capítulo 4, pois agora
os homens conhecem a inveja, o ódio e a violência. Como começou a maldade e
todo o sofrimento no mundo? A única resposta satisfatória da origem do mal
encontra-se no capítulo 3 do Gênesis. Relata como o pecado entrou no mundo e
como tem produzido consequências trágicas e universais.
A primeira promessa de redenção: Capítulo 3:15. Uma vez decaído o homem, foi
Deus quem o buscou antes que ele buscasse a Deus. Sempre tem sido assim: o
Bom Pastor busca os perdidos. Gênesis 3:15 é o primeiro lampejo de salvação.
Em Gênesis 3:14 encontramos a maldição sobre a serpente. Deus começa por
amaldiçoá-la, mas em 3:15 é evidente que se dirige ao próprio diabo. Provocaria
inimizade entre a semente da serpente (os que rejeitam a Deus através dos séculos,
João 8:44), e a semente da mulher (a descendência piedosa de Eva). Esta inimizade
tem sido e será perpétua, desde a época de Abel até à segunda vinda de Cristo. Um
dos descendentes piedosos daria um golpe mortal ao inimigo, porém sairia ferido
(considera-se que um ferimento na cabeça é fatal, porém no calcanhar não o é). E
uma promessa messiânica que se cumpriu no Calvário (Hebreus 2:14, 15). A
redenção prometida em Gênesis 3:15 chegou a ser o assunto da Bíblia.
Deus revelou a Noé seu plano de destruir a raça corrupta e de salvá--lo junto com
sua família e, por ele, a humanidade inteira. Noé viria a ser o segundo pai da raça.
Recebeu diretrizes para a construção de uma nave flutuante bem proporcionada que
seria o veículo de escape. Segundo certos cálculos, a arca teria 135 m de
comprimento, 22,50 m de largura e 13,50 m de altura e corresponderia em tamanho
a um transatlântico moderno. Constava de três pavimentos divididos em
compartimentos e uma abertura de 45 cm de altura em volta, localizada entre
espaços de parede na parte superior; acredita-se que tinha a forma de um caixão
alongado. Alguns estudiosos calculam que a arca teria capacidade para 7.000
espécies de animais.
"Pela fé Noé. . . preparou a arca" (Hebreus 11:7). A Palavra de Deus foi a garantia
única de que viria o dilúvio. Deve ter sido um projeto enorme e de longa duração
construir a arca e armazenar os alimentos necessários. Enquanto construía a nave,
Noé pregava (II Pedro 2:5). Mas ninguém quis dar-lhe atenção. Sem dúvida alguma
Noé e seus filhos eram o alvo de incessantes zombarias, porém não vacilaram em
sua fé. Acentua-se sua completa obediência: "conforme a tudo o que Deus lhe
mandou, assim o fez" (6:22; 7:5).
A torre de Babel: Capítulo 11:1-9. A cidade de Babel foi edificada na planície que
se encontra entre os rios Tigre e Eufrates. Por que desagradou a Deus a construção
da torre de Babel?
a) Os homens não cumpriram o mandamento de que deviam espalhar-se e encher a
terra (9:1; 11:4).
b) Foram motivados pela intenção de exaltação pessoal e de culto ao poder que
posteriormente caracterizou a Babilônia. Uma torre elevada e assim visível para
todas as nações seria um símbolo de sua grandeza e de seu poder para dominar os
habitantes da terra.
c) Excluíam a Deus de seus planos; ao glorificar seu próprio nome, esqueciam-se do
nome de Deus, nome por excelência: o Senhor.
Simeão e Levi são mencionados juntos, chamados irmãos não tanto por serem
filhos da mesma mãe, mas principalmente por terem sido parceiros em violência e
ódio ao massacrarem os siquemitas (capítulo 34:25), e em crueldade ao jarretarem
touros, ou seja, cortaram os tendões das suas pernas (outra tradução diz "e em sua
obstinação desarraigaram príncipes", decerto referindo-se ao príncipe Siquém). Jacó
evidentemente não aprovou a selvageria destes seus filhos. Em consequência eles
são malditos: a tribo de Simeão recebeu sua herança dentro da herança de Judá
(Josué 19:1; 1 Crônicas 4:39-43), enquanto a tribo de Levi não recebeu herança
própria, somente cidades espalhadas pela terra (Josué 21:1-3). Os levitas se
opuseram à idolatria do bezerro de ouro (Êxodo 32:26) e foram designados para o
serviço sacerdotal do povo de Israel.
Judá, aquele que vendeu José como escravo e que havia procurado defraudar sua
nora da sua herança, talvez tenha modificado seu caráter para melhor (capítulo
44:33-34), e agora recebeu a melhor das bênçãos: dele procederia a linhagem real
de Israel "até que venha Siló": por Siló geralmente se entende o Messias, pois a
palavra significa "aquele que traz a paz" (também descanso e tranquilidade). O
símbolo de Judá é o leão, dele descende o rei Davi e sua linhagem até o Senhor
Jesus (Apocalipse 5:5), onde parou, pois Ele não deixou filhos. Ele será
mundialmente reconhecido em sua segunda vinda, e os versículos 11 e 12
descrevem a prosperidade milenar. Outra tradução, talvez mais correta, para o
versículo 12 é: "Seus olhos são mais escuros que o vinho, e seus dentes mais
brancos do que o leite", indicando saúde.
Issacar seria forte, e pouco aventureiro, acomodado às terras férteis que iria herdar.
Essa tribo se localizou ao norte da terra de Canaã, e eles se encarregavam de
grande parte do trabalho servil da nação: eram os "burros de carga"!
Dã produziu Sansão, que julgou Israel por 20 anos (Juizes 13:2 -16:31). Mas, como
serpentes, introduziram a idolatria de maneira oficial em Israel (Juizes 18:30-31) e
por liderar na rebelião contra Deus vai precisar da salvação do SENHOR. Ela é
omitida da lista de tribos que darão servos para pregarem durante a grande
tribulação (Apocalipse 7:5-8).
Aser recebeu o valioso litoral ao norte do monte Carmelo. Não forneceu nenhum juiz
ou herói para a nação, mas a profetisa Ana era desta tribo (Lucas 2:36).
Naftali será veloz como gazela, e expressiva: sua herança foi um território muito
fértil e de lindas paisagens, habitada nos tempos do Senhor Jesus por muitos
estrangeiros, por isso chamada Galileia dos Gentios (Mateus 4:15), onde Ele
exerceu a maior parte do Seu ministério, fazendo milagres e contando parábolas.
José recebeu a bênção mais eloquente, começando com uma breve biografia dele.
Entre seus descendentes estão Josué (Josué 1:10, 11), Débora (Juízes 4:4), e
Samuel (1 Samuel 1:1- 3:19) da tribo de Efraim, e Gideão (Juízes 6:11, 12) e Jefté
(Juízes 11: 11), da tribo de Manassés. Infelizmente também Jeroboão, que liderou a
revolta dividindo o reino, idólatra, era da tribo de Efraim.
Temos evidência aqui que, para Jacó, a morte não era o fim: ele ia se reunir ao seu
povo. Embora mortos, ainda existiam. Ele queria que seu corpo fosse enterrado na
caverna que Abraão tinha comprado, assegurando assim que estaria naquela terra
quando fosse ressuscitado, para viver nela em cumprimento às promessas que
Deus havia feito.
Agora ele estava preparado para a morte, tendo vivido uma longa vida, cheia de
experiências boas e más, mas confiante no que ele chama de Poderoso de Jacó,
Pastor e Pedra de Israel, seu Deus, o Todo-Poderoso (versículos 24 e 25).