ESPARTA E SUA LEI - Nordic Thunder
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Dito isso, não digo que “300” não seja bom (pois o é), nem que
não transmita bons valores (pois os transmite).
2 – Origens de Esparta
“Felizes tempos aqueles do passado remoto em que um povo
dizia a si mesmo: ‘Eu quero ser o amo de outros povos!’ E é que,
irmãos, o melhor deve dominar e o melhor quer também dominar.
E ali onde se ensine outra coisa, é porquê falta o melhor.”
(Nietzsche, “Assim Falou Zaratustra”, Terceira Parte, As Velhas e
Novas Tábuas, 21)
Cada época e cada lugar tem sua própria raça dominante. Naquela
época e naquele lugar, os dórios eram a raça dominante. Um
aspecto físico imponente, grande estatura, cabelos loiros, olhos
azuis e corpos sólidos, grandes qualidades para o combate, uma
alma de gelo e fogo, uma disciplina nata e uma brutal vocação
guerreira que lhes era natural, lhes distinguiam dos nativos
concupiscentes, pacíficos, morenos e completamente voltados
para as voluptuosidades do gozo terreno.
Como disse, entre 1200 e 800, houve 400 anos de Idade das
Trevas. Os homens daquela época atuavam pro glória pessoal,
quer dizer, sua conduta estava inspirada nas gestas lendárias de
antigos heróis individualistas. Irmãos de sangue se matavam
insensatamente entre si, ao invés de se unir em uma terrível
vontade comum, não buscando já a glória pessoal, mas sim a
glória da estirpe. A própria Esparta estava imersa nesse sistema
heróico, porém fratricida, onde cada homem transitava seu
caminho buscando a própria imortalidade. Os nobres dórios se
matavam entre si enquanto a plebe proliferava. Esparta não era
senão um reino mais dos muitos que existiam na Hélade, e
ademais em condições bastante tumultuosas e caóticas. Porém no
fim dessa Idade das Trevas surgiu a figura do mensageiro de uma
nova era: Licurgo, o pai de Esparta, o porta-voz do sangue dório,
o homem que fez de Esparta o que depois chegaria a ser.
Mas, ainda com o apoio do Rei, o que havia de fato feito Licurgo
era claramente um golpe de Estado, uma conquista do poder, uma
imposição de sua vontade: uma revolução. Havia unido seu povo,
inculcando-lhe o sentimento de coesão que deve caracterizar toda
grande aliança: “a Espécie é tudo, o indivíduo nada.” Ou como
disse Adolf Hitler a seus leais seguidores: “Tu não és nada; teu
povo é tudo.”
Outra versão relata que, antes de partir a Delfos, Licurgo fez jurar
ao povo espartano que seguiria suas leis ao menos até que
voltasse de Delfos. E, tendo-se suicidado sem voltar jamais a
Esparta, os espartanos não ficaram com outra opção além de
acatar para sempre as leis de Licurgo. De um modo ou outro, fica
claro que Licurgo foi um homem excepcional, poderoso e valente,
de vontade inquebrantável.
O que está claro é que para jovens que haviam estado desde os 7
anos com a cabeça raspada, deixar crescer o cabeço devia
representar psicologicamente um sinal de superação,
transmitindo-lhes uma sensação de uma nova fase – mais
espiritual menos desamparada e crua, menos brutal e escura. Após
a dolorosa etapa infantil na qual se sacrificava o cabelo, haviam
conquistado a beleza e a individualidade permitida a seus
antepassados perfeitos, e cujo expoente era o crescimento de uma
abundante cabeleira. Tanto a raspagem da cabeça como a
Em Esparta existiam numerosos corais musicais, e toda criança
espartana devia aprender a cantar integrado em um coral. Para dar
uma idéia do espírito desses corais, em muitas cerimônias se
organizavam três grupos: um de anciãos, um de homens jovens e
um de crianças. Quando os anciãos começavam cantando “Antes
éramos jovens e valentes e fortes” os homens jovens continuavam
“e assim somos nós agora, vinde e comprovai”, e as crianças
respondiam depois “porém logo seremos nós os mais fortes”.
Uma nação que se preza procura sempre que cada geração seja
superior à anterior, à medida que, como em uma matilha de lobos,
as gerações jovens, vigorosas e impulsivas vão substituindo os
mais velhos nas funções de ação direta e de domínio.
Os animais são admiráveis por sua dureza, por seu instinto, sua
resistência à dor, à fome, às intempéries, e por sua ferocidade. Os
espartanos, graças à energia que só dá a experiência, a motivação
Tudo isso formava uma combinação aterradora ou, quando
menos, inspiradora de um profundo respeito.
Esparta, um estado tão duro e tão viril, era o mais justo da Hélade
em tudo o que concernia as suas mulheres, e não precisamente
porquê fossem aduladas e mal-criadas como em nossos tempos.
Esparta foi o único Estado helênico que instituiu uma política de
educação feminina à margem dos conhecimentos do lar e das
crianças que toda mulher devia possuir. Foi por isso mesmo o
Estado com maior índice de alfabetização de toda Hélade, pois às
meninas espartanas lhes era ensinado a ler assim como os seus
irmãos, diferentemente do resto da Grécia, onde as mulheres eram
analfabetas.
Após o ritual, a noiva era levada para a casa de seus sogros. Ali
sua cabeça era raspada e ela era vestida como homem. Depois, era
deixada em um cômodo às escuras, à espera de que chegasse o
noivo. Tudo isso é extremamente difícil de compreender para uma
mente ocidental moderna, e não é sob este ponto de vista que
devemos tentar entende-lo, mas sim situando-nos na época e
tendo presentes que tanto espartano como espartana pertenciam a
uma Ordem.
Por outro lado, existiu outra polêmica medida espartana que tinha
a ver com a necessidade de procriar. Se um homem começava a
envelhecer e conhecia a um jovem cujas qualidades admirava,
podia apresentá-lo a sua esposa para que gerassem uma
descendência robusta. A mulher podia coabitar com outro homem
que a aceitasse, e se este era de maior valor genético que seu
marido (quer dizer, se era melhor homem sob o ponto de vista
ário-pagão), isso não era considerado adultério, mas sim um
serviço à Raça. Do mesmo jeito, se uma mulher era estéril ou
começava a decair biologicamente cedo, o esposo tinha direito a
tomar uma mulher fértil que o amasse, sem que tampouco fosse
considerado adúltero. Na sociedade viking (que era o tipo de
sociedade da qual provinham os antigos dórios), se uma mulher
era infiel com um homem manifestamente melhor que seu
marido, não era considerada adúltera.
um povo indisciplinado teriam causado o caos, porém aos
espartanos, acostumados à discrição e à ordem, não causava
problema algum.
Por outro lado, há que evitar cair no erro de pensar que todos os
casais eram “soltos”. O normal na imensa maioria dos casos era
que ambos os membros do casal fossem sadios e férteis, e não
precisassem de “assistência”.
11 – A) A Diarquia
11 – D) A Assembléia
11 – E) Sobre as Eleições
“Não sei que nome lhe dar. O Eforato é tirânico, porém Esparta
parece às vezes a coisa mais próxima a uma democracia pura.
Seria absurdo negar que é uma aristocracia, e inclusive uma
monarquia, a mais antiga do mundo.”
Nietzsche disse que “para que uma árvore chegue com seus ramos
ao Céu, há de afundar suas raízes no Inferno.” Odin disse: “Às
cabanas baixei e aos palácios ascendi.” Isso implica que somente
após ter superado as provas mais atrozes tem direito o guerreiro a
subir aos estados mais elevados, sob pena de sofrer a degradação
a que conduz a soberba embriagada de quem não se endureceu
antes no sofrimento e não é capaz de tomar o prazer, o poder e o
luxo com um respeito, um cuidado, uma delicadeza, uma
veneração, uma humildade e um apreço quase receoso. Os
espartanos haviam tocado fundo, fundindo-se em toda a tragédia
de sua atroz instrução, e haviam passado assim mesmo por todas
as sensações varonis de plenitude, saúde, vigor, força, potência,
poder, domínio, glória, vitória, alegria, camaradagem,
recompensa e triunfo. O haver abarcado toda a gama emocional
que vá da dor ao prazer lhes tornava possuidores de uma
sabedoria vital que só ostentam os heróis e os caídos, e
seguramente ninguém sabia apreciar o significado e a importância
dos prazeres mais que os espartanos.
- Um punhal.
Tudo o que nessa época faziam os aqueus contra Esparta era uma
expressão do terror inconsciente que sentiam ante a possível
simplesmente se açoitavam crianças em público, às vezes até a
morte, rito aberrante e já sem sentido, e que me parece algo
tipicamente oriental, semítico, etrusco e fenício. Na tranqüilidade
da Pax Romana, Esparta se dedicou a essas práticas aberrantes
que atraíram um grande número de turistas excitados de todo o
Mediterrâneo.