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ESPARTA E SUA LEI - Nordic Thunder

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Se tivesse que escolher um lema, seria este: ’Duro, puro, seguro’,

- em outras palavras: inalterável. Este seria o ideal dos fortes, a


quem ninguém abate, nada corrompe, nada faz mudar; dos que se
pode esperar a união com o Eterno, porquê sua vida é ordem e
fidelidade.”
(Savitri Devi, “Memórias e Reflexões de uma Ariana”, Capítulo1)
1 – Introdução
“Se um ariano europeu, em nossa época, não mostra mais que
desprezo pelos valores “cristãos e democráticos” do Ocidente, e
deseja uma sociedade inspirada na Esparta antiga, é de prever
que, se é de espírito combativo, seja adicto à fé hitlerista”.
(Savitri Devi, “Memórias e Reflexões de uma Ariana”, Capítulo1)

Esparta foi a primeira reação massiva contra a degradação da


Idade de Ferro, e como tal, veio marcada com um selo sombrio do
qual muitos aprenderam. Todas as tradições militares de elite são
herdeiras do que levou a cabe em Esparta, e isso nos assinala a
importância da missão espartana.

O historiador e sacerdote de Apolo no santuário de Delfos,


Plutarco (46 EC-125 EC), em suas obras “Antigos Costumes dos
Espartanos” e “Vida de Licurgo” nos dá valiosa informação
acerca da vida espartana e sobre as leis espartanas, e muito do que
hoje sabemos acerca dos espartanos é graças a ele. Xenofonte
(430 AEC-334 AEC), historiador e filósofo que mandou seus
filhos para que fossem educados em Esparta, é outra boa fonte de
informação, em seu escrito “Constituição dos Lacedemônios”.
Platão (427 AEC-347 AEC), em sua conhecida obra “A
República” nos mostra seu conceito de como há de estar regido
um Estado superior, enumerando muitas das medidas que
parecem diretamente tiradas de Esparta, pois nela se inspirou.

Hoje em dia nossos doutrinadores do Sistema ensinam vagamente


que Esparta era um Estado militarista e brutal voltado
completamente para o poder, e cujo sistema de educação e
Os espartanos deixaram uma pegada espiritual indelével. O
simples fato de que ainda hoje em dia o adjetivo “espartano”
designe qualidades de dureza, severidade, resistência, estoicismo
e disciplina, nos dá uma idéia do enorme papel que cumpriu
Esparta. Foi muito mais que um simples Estado: foi um arquétipo,
foi o máximo expoente da doutrina guerreira. Por trás da fachada
perfeita de homens aguerridos e mulheres atléticas se escondia o
povo mais religioso, disciplinado e ascético de toda Grécia, que
cultivava a sabedoria de um modo discreto e lacônico, longe da
euforia e das baixezas urbanas que já então haviam feito sua
aparição. Nesse escrito veremos como a História colocou sempre
a Esparta por cima de Atenas.

Me é impossível finalizar essa introdução sem fazer referências ao


filme “300”, apesar de que a maior parte do texto foi escrito antes
que saísse o filme em 2007. Creio que, segundo se vá lendo, se
verá que (à margem de sensacionalismos na ambientação,
facilmente reconhecíveis por qualquer um com um mínimo de
cultura) o modo de ser dos espartanos históricos não tinha nada a
ver com os personagens que nos apresenta esse filme, que tenta
nos tornar mais “abertos” aos espartanos, apresentando-os de uma
forma mais “simpática” para as mentes modernas – o que não me
parece mal, posto que de outro modo o filme não tivesse sido
produzido e as mensagens positivas teriam ficado, portanto, sem
transmitir.

Dito isso, não digo que “300” não seja bom (pois o é), nem que
não transmita bons valores (pois os transmite).
2 – Origens de Esparta
“Felizes tempos aqueles do passado remoto em que um povo
dizia a si mesmo: ‘Eu quero ser o amo de outros povos!’ E é que,
irmãos, o melhor deve dominar e o melhor quer também dominar.
E ali onde se ensine outra coisa, é porquê falta o melhor.”
(Nietzsche, “Assim Falou Zaratustra”, Terceira Parte, As Velhas e
Novas Tábuas, 21)

“Confessemos pois, sem rodeios, de que forma surgiu sempre na


Terra toda cultura superior: Uns homens dotados de um caráter
muito próximo à Natureza, bárbaros em todo o sentido terrível da
palavra, homens de presa em posse de uma força de vontade de
uma Vontade de Poder ainda intactos, se lançaram sobre raças
mais fracas, mais civilizadas, mais pacíficas, dedicadas quiçá ao
comércio ou ao pastoreio, ou sobre antigas culturas esgotadas,
cuja última força vital se extinguia em brilhantes fogos artificiais
no âmbito do espírito e da corrupção. A casta aristocrática
sempre foi em seus primórdios a casta dos bárbaros: sua
supremacia não radicava tanto na força física como na psíquica.
Eram homens mais completos, o que equivale a dizer “feras mais
completas”, em todos os sentidos”.
(Nietzsche, “Além do Bem e do Mal”, Parte 9, 257)

Antes das grandes invasões arianas, Europa se encontrava


povoada por diversos povos pré-arianos, alguns dos quais tinham
sociedades avançadas as que me inclino a considerar como
despojos de civilizações desaparecidas e esquecidas,
concretamente “Atlântida”.
povo similar, mais mediterrâneo.

Em um princípio, a maior parte da Grécia estava habitada por


povos mediterrâneos que os posteriores invasores helenos
chamariam pelasgos. Ao redor de 2700 AEC, floresceu a
civilização minóica (nomeada assim em memória do lendário Rei
Minos), baseada na ilha mediterrânea de Creta, muito
influenciada por Babilônia e os caldeus, claramente relacionada
com os etruscos e inclusive com Egito (pelo qual lhe foi atribuída
uma origem “atlante”), e conhecida por seu “Culto ao Touro”
telúrico, o Palácio de Cnossos, os sacrifícios rituais, construções
carentes de fortificações e uma arte abundante em espirais,
curvas, serpentes, mulheres e peixes, tudo o qual coloca a essa
civilização dentro da órbita das culturas matriarcais pré-arianas,
de caráter telúrico e focadas na Mãe Terra.

Alcance da civilização minóica

Segundo a mitologia helênica, a medida que os primeiros helenos


periféricos iam avançando na Grécia e entrando em contato com
estes povos, os minóicos acabaram exigindo, como tributo anual,
14 varões helenos jovens para serem sacrificados ritualmente (a
Estes helenos eram os famosos aqueus aos quais se referem
Homero e as inscrições egípcias. Trouxeram a Grécia seus
Deuses, seus símbolos solares (inclusive a Suástica, utilizada
posteriormente por Esparta), as carruagens de guerra, o gosto pelo
âmbar, assentamentos fortificados, um idioma “indo-europeu” (o
grego, que acabaria se impondo à população indígena), o sange
nórdico em escala massiva, o Patriarcado e suas tradições
caçadoras-guerreiras.

Os aqueus se foram assentando na Grécia, erigindo-se como casta


dominante, sem chegar em um princípio a Creta. A primeira
destruição dos palácios minóicos (por volta de 1700 AEC) foi
provavelmente devida a um grande terremoto do qual há
evidências, e não a uma invasão aquéia.

Os aqueus, enfim, acabaram dando lugar à civilização chamada


micênica, centrada na cidade de Micenas, na Argólida. Em 1400
AEC, os aqueus tomaram à força a Ilha de Creta, destruindo os
palácios e finalizando definitivamente a civilização minóica ainda
que, até certo ponto, acabaram adotando algumas formas
exteriores da mesma, coisa que fazem muitos arianos
desenraizados que pisoteiam uma civilização superior, porém já
decadente: isso ocorreu na Mesopotâmia, na Pérsia e em Roma,
por exemplo.

Foram os aqueus os que, ao redor de 1260 AEC, sitiaram e


arrasaram Tróia, em uma cruzada de Ocidente-Oriente capaz de
unir a todos os aqueus, geralmente propensos a guerrear entre si.
Na “Ilíada”, Homero os descreve como um bando de bárbaros
Todo o mediterrâneo oriental sofreu grandes convulsões sob os
pseudo-vikings “povos do mar” e outras tribos arianas que
invadiram as estepes do Leste, Turquia, Palestina (os filisteus
procediam dessa invasão) e Egito, e que inauguraram a “Idade do
Ferro” arqueológica no Mediterrâneo Oriental.

Os bandos durante a Guerra de Tróia. Em verde, a "Grécia


Homérica" dos aqueus. Em violeta, reinos orientais que entravam
em conflito com a crescente expansão grega para o Leste.

Enquanto à civilização micênica dos aqueus, também foi arrasada


por uma dessas invasões. As menções apocalípticas que se fazem
na história tradicional grega (fogo, destruição, massacre) fizeram
com que muitos historiadores pensassem equivocadamente em
já com sangue dórico, o Estado de Argos, junto com seus
domínios, se oporia teimosamente ao poder espartano em séculos
posteriores.

O assentamento anterior dos dórios havia estado nos Balcãs e na


Macedônica, onde viviam em estado bárbaro, porém não haviam
habitado sempre nessa zona, mas sim acabaram ali como
resultado de outra migração procedente de ainda mais ao Norte.

A tese mais sensata é a que coloca o lugar de procedência dos


dórios junto aos celtas, os itálicos, os ilírios e o resto de helenos,
nas chamadas “Cultura dos Túmulos” e a posterior “Cultura dos
Campos de Urnas” (o de Halstatt”), civilizações arianas semi-
bárbaras e tribais que floreciam na Europa Central, ao Norte dos
Alpes e ao Sul da Escandinávia ocupada pelos proto-germanos.
Segundo o historiador grego Heródoto (484 AEC-426 AEC), os
dórios tinham seu lar mais primigênio “entre as neves”, razão pela
qual me inclino a considerar a tese hiperbórea como válida para
explicar a procedência dos helenos.

Convém que façamos uma idéia de como ficou o mapa racial da


Europa depois das últimas invasões helênicas. Ao Norte da
Grécia, no que hoje é a Bulgária, habitavam os trácios, povo
ariano que viveria por muito tempo em estado bárbaro e logo
semibárbaro, e cuja ferocidade admiraram tanto gregos como
romanos. No que agora é a Irlanda, Grã-Bretanha, Espanha,
França, Sul da Alemanha, Suíça, Áustria, República Tcheca,
Eslováquia, Hungria, Sul da Polônia, alguns núcleos do Leste e
Turquia, etc., viviam os celtas. Na Escandinávia, Dinamarca,
Holanda, Polônia, e no Norte da Alemanha, habitavam os
Península Ibérica e a Grécia foram exemplos, e geralmente o
resultado foi sempre o mesmo: os invasores hiperbóreos se
impuseram apesar de sua enorme inferioridade numérica,
estabelecendo-se como nobreza por cima de uma plebe
descendente do povo aborígene submetido.

Esse mapa representa a distribuição dos povos arianos na


Europa ao redor do ano 500 AEC, setecentos anos após as
últimas invasões helênicas e quase mil anos antes das invasões
germânicas que inaugurariam a Idade Média. O vermelho
representa as zonas habitadas pelos helenos. O violeta representa
o Império Persa, que chegava até o Afeganistão, englobando a
diversos povos arianos e não-arianos, que não represento. O
amarelo representa o Egito. O verde representa as zonas
que não represento.

No Peloponeso, essa luta latente resultou no fruto sobre-humano


de Esparta, do mesmo modo que, posteriormente, a luta entre
itálicos e etruscos deu lugar a Roma.

Cada época e cada lugar tem sua própria raça dominante. Naquela
época e naquele lugar, os dórios eram a raça dominante. Um
aspecto físico imponente, grande estatura, cabelos loiros, olhos
azuis e corpos sólidos, grandes qualidades para o combate, uma
alma de gelo e fogo, uma disciplina nata e uma brutal vocação
guerreira que lhes era natural, lhes distinguiam dos nativos
concupiscentes, pacíficos, morenos e completamente voltados
para as voluptuosidades do gozo terreno.

Como havemos de imaginar aos antigos dórios? Exatamente


como qualquer povo ariano em seu começo: tribos errantes,
racistas e violentas. Os dórios em particular (e entre eles
concretamente os espartanos, que se mantiveram estritamente
apartados do resto do povo) conservaram seus traços raciais
durante mais tempo: séculos depois da invasão dória, os cabelos
loiros e a estatura elevada ainda eram considerados próprios do
ser espartano. Isso se deve a que (como na Índia) a grande
epopéia ancestral da invasão ariana permaneceu durante longo
tempo na memória coletiva do povo, e o racismo dos dórios, junto
com sua obstinação em permanecer como elite seleta, deu lugar a
um sistema de separação racial que pôde conservar durante
séculos as características primigênias dos invasores originais.

O nome dos dórios provém de Dorus, filho da lendária Helena. Os


inspiradas por oráculos e estavam convencidos de que naquelas
terras lograriam se assentar e construir algo grande.

Durante os quatro séculos posteriores, de 1200 AEC a 800 AEC,


surgiu uma etapa que a História moderna chama de “Idade Média
Grega”, na que os dórios se erigiram em aristocracia dos
aborígenes e formaram pequenos reinos “feudais” que lutavam
permanentemente uns contra os outros, como gostavam de fazer
os invasores arianos desenraizados de todas as épocas –o mesmo
panorama se viu entre os celtas e os germanos-.

Essa etapa foi uma idade heróica, individualista e de glória


pessoa, na qual os germanos buscavam um crepúsculo
esplendoroso. Muitas batalhas se decidiam ainda por duelo de
campeões: o melhor guerreiro de um lado se enfrentava com o
melhor do outro. Isso representava a mentalidade heróica porém
insensata da época: “os fortes se destroem entre si e os fracos
continuam vivendo.”

Por aquele tempo ainda não se havia alcançado na Grécia a


imagem do depurado guerreiro-senhor equivalente ao posterior
cavaleiro medieval. Os dórios seguiam sendo, pois, bárbaros, no
sentido mais honrado. Todos os arianos começaram assim, desde
os persas até os romanos, e desde os indo-iranianos até os
ingleses. TUDO começou com o bárbaro ariano, com as hordas
arianas desenraizadas, porém unidas, fortemente armadas, que
não se misturavam com os aborígenes. Nunca devemos esquecer
como começaram nossos ancestrais: como bárbaros nobres e
violentes, arrasando tudo com sua passagem.
o Peloponeso, guiados sempre por seus oráculos. A história
espartana explicava corretamente que os dórios invadiram a
Grécia 80 anos após a destruição de Tróia e que, liderados pelo
Rei Aristodemo, conquistaram a Península.

Pausanias (século II EC, não confundir com o príncipe espartano


que derrotou os pernas na Batalha de Platea), em sua “Descrição
da Grécia”, entra em mais detalhes. Nos diz que os dórios,
procedentes de uma região montanhosa do Norte da Grécia
chamada Oeta, expulsaram do Peloponeso os aqueus micênicos,
guiados por Hilo, um “filho de Hércules”.

Em todo caso, acabaram sendo derrotados pelos aqueus. Depois,


em um processo definitivo denominado o “Retorno dos
Heráclidas”, os dórios se assentaram definitivamente no
Peloponeso prevalecendo sobre os aqueus, e houve grandes
distúrbios em toda a península. A frase-dogma do “retorno dos
heráclidas” era a maneira que tinham os dórios de justificar a
invasão do Peloponeso: as famílias nobres dórias, aparentadas
distantemente com as famílias nobres aquéias (tanto dórios como
aqueus eram helenos), se apresentavam para reclamar o que
legitimamente lhes pertencia.

Tal legitimidade era discutível.

A nova torrente de sangue ariano, cortesia dos dórios, acabaria


por revitalizar a Hélade a longo prazo, mantendo-a na vanguarda
espiritual e física da época, junto com Irã, índia, um Egito que já
não era o que havia sido, e China.
unidas, cada uma com seu sumo-sacerdotes, e seguindo assim um
modelo de distribuição campesina que teria agradado a Walter
Darre. As aldeias eram cinco (Pitana, Cinosura, Mesoa, Limnas e
Amiclas), e essa disposição indica uma memória ancestral, pois se
dizia que Hiperbórea constava de 4 ilhas que rodeavam a Ilha de
Thule, a quinta, cada ilha tendo uma cidade e estando governada
por um druida. Esparta se construiu como pequena reprodução de
Hiperbórea, sem dúvida inconscientemente. A cidade mesma
careceu de muralhas defensivas, pois confiava orgulhosamente na
ferocidade de seus guerreiros. O Rei Antacildas chegou a dizer
que “os muros de Esparta são seus jovens, e seus limites o ferro
de suas lanças.”

Inteligentemente a ausência de muralhas lhes ajudava a manter-se


alertas e a não deixar-se relaxar. Adolf Hitler disse, com uma
mentalidade idêntica: “Uma excessiva consciência de segurança
provoca em efeito a longo prazo um relaxamento das forças.
Creio que a melhor muralha será sempre uma parede de peitos!”

Esparta, porém, se encontrava rodeada de defesas naturais, já que


estava situada no vale do Rio Eurotas, entre altas montanhas, com
a cadeia montanhosa do Taigeto ao Oste e o Parnón ao Leste,
porém contudo, o carecer de muralhas demonstra a segurança e
confiança em si mesmos e em sua capacidade que tinham os
espartanos.

Na Hélade, três acabariam sendo as principais correntes arianas:


Por um lado os ásperos dórios, que falavam um rude dialeto
helênico que gostava do emprego do “a” e do “r”. Por outro lado,
os suaves jônios, que procediam de uma invasão helênica anterior
Distribuição dos povos helênicos na Grécia. O quadrado negro é
Esparta.
3 – Primeiro Desenvolvimento de
Esparta: As Guerras Mecenas
“A Força é o Direito”
(Ditado anglo-saxão)

“Como na vida corrente, o “gênio” necessita de um estímulo,


muitas vezes até literalmente um empurrão, para chegar a
iluminar-se, da mesma forma sucede na vida dos povos com a
“raça genial”.
(Adolf Hitler, “Minha Luta”, Volume I, Capítulo IX)

Durante o século VIII AEC, Esparta, como o resto dos povos da


Hélade, constituía uma pequena cidade-Estado governada por
uma monarquia e uma oligarquia aristocrática de ascendência
dórica. Motivados por um crescimento demográfico e uma
necessidade de recursos e de poder, os espartanos olharam para o
Oeste e decidiram que mais além dos Montes Taigetos, na
Messênia, criariam uma nação de escravos para lhes servir.

Ao redor de 743 AEC, em uma ocasião na qual os messênios


estavam festejando e oferecendo sacrifícios a seus deuses, Esparta
mandou a três meninos disfarçados de donzelas. Esses pequenos
soldados, bem treinados, portavam espadas curtas debaixo de suas
túnicas, e no despreocupado ambiente festivo não tiveram
problemas para infiltrar-se em territórios messênio. Desde dentro,
espreitaram a uma multidão messênia, que estava desarmada, e a
um sinal dado, começaram uma sangrenta carnificina no grosso
da multidão. Assim, a massa messênia pôde eventualmente
“surda”, ao estilo da guerrilha, e provavelmente os exércitos
organizados haviam sido relativamente desbaratados após a
primeira batalha.

Assim, os messênios haviam sofrido tantas perdas que o caudilho


guerreiro messênio, Aristodemo, se retirou com seus homens a
uma fortaleza no Monte Itomé. Aristodemo visitou o oráculo para
lhe pedir conselho em sua resistência contra Esparta. O oráculo
lhe respondeu que para resistir contra Esparta, uma donzela de
uma antiga e respeitável família messênia deveria ser sacrificada
aos Deuses. Aristodemo, grande patriota, não vacilou ao sacrificar
a sua própria filha. Quando os espartanos ouviram isso, se
apressaram a fazer a paz com os messênios, pois davam grande
importância a esse tipo de assunto.

Depois de algunos anos, porém, os espartanos resolveram atacar


aos messênios de novo. Houve outra grande batalha, porém de
novo a vitória ainda não foi conquistada por nenhum dos dois
bandos. E posto que o rei messênio havia caído, o caudilho
Aristodemo passou a reinar sobre os messênios. Ao quinto ano de
seu reinado, puderam expulsar de seu território as forças
espartanas.

Assim, o Rei Aristodemo parecia estar sob uma sombria


maldição. Em um templo messênio, um escudo caiu da mão da
estátua da Deusa Artemisa. A filha sacrificada de Aristodemo se
lhe apareceu como figura etérea e lhe pediu que retirasse a
armadura. Ele o fez. E ela lhe coroou com uma coroa de ouro e
lhe vestiu com uma túnica branca. Segundo a mentalidade da
época, todos esses sinais significavam que a morte de Aristodemo
A guerra ainda durou vinte anos, e foi só após esse tempo que os
espartanos puderam exterminar a resistência messênia e arrasar a
fortaleza do Monte Itomé.

Alguns messênios fugiram do Peloponeso, e os que


permaneceram passaram a ser tratados com mais dureza que os
próprios helotas (a plebe) da Lacônia. Ficaram relegados a ser
vassalos de Esparta em uma fértil planície (tão fértil que a
chamaram Planície Feliz). Foram obrigados também a pagar a
metade da produção de sua terra a seus amos espartanos.

Porém os messênios (muitíssimo mais numerosos que os


espartanos) não estavam satisfeitos com esta situação de povo
“secundário” e submetido. Surgiu um ousado e valente líder
messênio chamado Aristómenes que, apoiado pelos Estados de
Argos e Arcadia, predicou a rebelião contra Esparta. Por causa
disso, e ao redor de 650 AEC, começou a Segunda Guerra
Messênia. Essa guerra teve ainda mais caráter de guerra de
guerrilhas que a anterior. Com um bando de seguidores leais,
Aristómenes protagonizou numerosas incursões em territórios
espartanos, inclusive arrasando dois povoados. Três vezes
celebrou um estranho sacrifício chamado Hecatomfonía, ritual
que só estava permitido executar quem já havia matado mais de
cem inimigos.

Os espartanos consultaram então ao Oráculo de Delfos. Ali se


lhes disse que acudissem a Atenas para procurar um líder. Isso
não deve ter agradado aos espartanos, pois suas relações com
Atenas não eram boas, e tampouco agradou aos atenienses pelo
mesmo motivo, porém ambos Estados respeitavam as decisões
Com tal impulso, forçaram a Aristómenes e aos seus a se retirar a
outra fortaleza na montanha chamada Ira, em cujos pés se
estabeleceram um acampamento espartano. Essa situação,
praticamente de cerco, durou onze anos. Aristómenes às vezes
conseguia romper o cerco espartano de Ira e se dirigir até a
Lacônia, submetendo-a assassinatos e saques. Duas vezes foi
capturado pelos espartanos, e duas vezes escapou. Na terceira vez,
foi capturado junto com 50 de seus homens, e foram passeados
vitoriosamente por Esparta como se tratasse de um triunfo
romano. Depois, foram levados ao pé do Monte Taigeto e atirados
por um precipício, o famoso Kaiada (terei mais que dizer disso
posteriormente). Segundo a história grega, só se salvou
Aristómenes, que sobreviveu milagrosamente à queda e pode sair
do abismo seguindo um burro. Em pouco tempo, voltou à
fortaleza de Ira e de novo se pôs a frente de seus homens.

Porém os espartanos acabaram infiltrando um espião na fortaleza,


e uma noite, depois que Aristómenes voltou de uma de suas
incursões, a fortaleza foi traída. Na batalha cruenta que se seguiu,
se diz que Aristómenes foi ferido e que, juntando seus homens
mais valentes, rompeu as linhas espartanas e fugiu para Roma,
onde morreu pouco depois. É mais que provável que esse mito
fosse construído para revitalizar o orgulho messênio: inclusive
disseram 250 anos mais tarde que Aristómenes foi visto em um
campo de batalha combatendo contra os espartanos.

Os espartanos, enfim, conquistaram com a lança e a espada


suficientes terras para manter a todo seu povo e aos povos
submetidos. Subjugaram os messênios, venceram a multidões
À diferença dos demais Estados helênicos, Esparta havia
escolhido ser uma potência terrestre e continental, de território
compacto, em vez de se dedicar à navegação e a colonizar zonas
distantes da Grécia, como fizeram outros Estados helênicos na
Ásia Menor, Itália, no Mar Negro ou na África. Ao menos em
parte, isso devia Esparta a seu imenso potencial agrícola:
Messênia era a terra mais fértil do mundo grego, e enquanto
Atenas sofria carência crônica de grãos continuamente e devia ir
às costas do Mar Norte para buscá-lo, Esparta não teve problemas
nesse sentido.

Pensemos por um momento em como esses combates,


terrivelmente ferozes e longos, e que quase destruíram a própria
Esparta, puderam influenciar o caráter espartano. As guerras
messênias marcaram para sempre sua mentalidade. Em última
instância, os mestres dos espartanos foram seus próprios inimigos,
os audazes messênios, e as cruentas guerras que os forçaram a
manter. Eles foram os que instauraram em Esparta a paranóia
militarista e a preparação para o combate que caracterizou
Esparta. Foram as guerras messênias que fizeram entrar em crise a
aristocracia espartana e, por pura necessidade, buscar a melhor
forma de prevalecer sobre seus inimigos. Esparta jamais teria sido
o que chegou a ser, se no combate tivesse topado com um povo
não-ariano. Sustentar uma guerra prolongada contra elementos
brancos de alta qualidade, inimigos audazes e temíveis dos quais
se orgulhar, despertou a força espartana. Talvez seja essa a única
vantagem das desafortunadas e malditas guerras fratricidas, tão
típicas da Europa.
4 – Licurgo e a Revolução
“Os primeiros que criaram foram os povos, e só depois o fizeram
os indivíduos: realmente, o próprio indivíduo é mais uma criação
recente. Em um tempo, os povos se impuseram uma tábua do
bem. O amor que anseia mandar e o que deseja obedecer criaram
conjuntamente para si estas tábuas.”
(“Assim Falou Zaratustra”, Primeira parte, As mil metas e a
única meta)

Como disse, entre 1200 e 800, houve 400 anos de Idade das
Trevas. Os homens daquela época atuavam pro glória pessoal,
quer dizer, sua conduta estava inspirada nas gestas lendárias de
antigos heróis individualistas. Irmãos de sangue se matavam
insensatamente entre si, ao invés de se unir em uma terrível
vontade comum, não buscando já a glória pessoal, mas sim a
glória da estirpe. A própria Esparta estava imersa nesse sistema
heróico, porém fratricida, onde cada homem transitava seu
caminho buscando a própria imortalidade. Os nobres dórios se
matavam entre si enquanto a plebe proliferava. Esparta não era
senão um reino mais dos muitos que existiam na Hélade, e
ademais em condições bastante tumultuosas e caóticas. Porém no
fim dessa Idade das Trevas surgiu a figura do mensageiro de uma
nova era: Licurgo, o pai de Esparta, o porta-voz do sangue dório,
o homem que fez de Esparta o que depois chegaria a ser.

Voltemos ao tema: Após ter sufocado a rebelião messênia com


grande dificuldade, os espartanos se encontraram com o
inquietante panorama de estar à beira da derrota, muito
vulneráveis, com as rédeas de uma população estrangeira
para essa ocasião. Nesse ambiente cruel, se Esparta pôde
preservar sua pureza e sobreviver, foi graças a Licurgo.

Não se sabe quando viveu Licurgo, porém no século VIII AEC é


provavelmente a melhor estimativa. Alguns dizem que pertence
ao século IX AEC – quer dizer, antes das guerras messênias – e
outros o situam no século VII AEC. Em todo caso, sua
personalidade extraordinária personalidade é a do criador de
novas leis, transmutador de valores, “provedor de tábuas”.

Licurgo é meio histórico e meio lendário. Seu nome significa


“Condutor de Lobos”. Era um veterano das guerras messênias, e
heráclida, pois pertencia à linhagem real dos Ágidas, sendo filho
menor do Rei Eunomo. Este havia suavizado o regime para
contentar as multidões, porém as mesmas multidões se
arrebataram por isso, e caiu apunhalado com uma faca de
açougueiro. Herdou o trono seu filho maior, o Rei Polidectes,
porém tendo logo morrido, Licurgo – seu irmão menor – lhe
sucedeu no trono. Seu reinado durou 8 meses, porém foi tão
correto, justo e ordenado em comparação com a anarquia anterior,
que conquistou o respeito e o amor de seu povo para sempre.
Quando Licurgo soube que sua cunhada –a rainha anterior – havia
ficado grávida de seu irmão e defunto rei, anunciou que o fruto da
gravidez herdaria o trono, como era correto, e que portanto
Licurgo passava a ser meramente regente.

Porém essa rainha viúva e grávida, esposa do rei anterior e


cunhada de Licurgo, era uma mulher ambiciosa que queria seguir
entronada, razão pela qual propôs a Licurgo casar-se com ele e
matar o bebê herdeiro do trono após o nascimento, para que
entregassem a ele. O bebê nasceu varão, e lhe foi entregue tal
como ordenou. Durante uma noite na qual jantava com os chefes
militares espartanos, Licurgo mandou trazê-lo, com a idéia de dar
a conhecer aos líderes que já havia um herdeiro. Erguendo-o nos
braços e sentando-o sobre o trono espartano, exclamou “Homens
de Esparta, eis aqui um rei nascido para nós!"

E posto que o herdeiro ainda não tinha nome, o batizou como


Carilao, “Alegria do Povo”.

Com esse gesto, o Regente Licurgo afirmava sua lealdade ao


herdeiro e futuro Rei e deixava claro que deveria ser protegido,
ademais se converteu em seu guardião e protetor até que tivesse
idade para reinar.

Entretanto, Licurgo como Regente era altamente reverenciado por


seu povo, que admirava sua retidão, honradez, sabedoria e pureza.
A Rainha Mãe, porém, não havia perdoado seu rechaço e que
tivesse raptado e apresentado Carilao. Por meio de manipulações
e intrigas, ela fez difundir o rumor de que Licurgo conspirava
para assassinar seu sobrinho e se converter assim em rei de
Esparta. Quando esse rumor chegou aos ouvidos de Licurgo,
decidiu exilar-se até que Carilao tivesse idade suficiente para
reinar, contrair matrimônio e deixar um herdeiro ao trono
espartano.

Em seu exílio, Licurgo viajou por distintos reinos estudando suas


leis e costumes para poder melhorar as leis espartanas após sua
volta. O primeiro país onde esteve foi à ilha de Creta,
assentamento dório herdeiro de Micenas e de renomada sabedoria,
que se diz que o conheceu pessoalmente (aqui é patente que certas
datas não batem). Recompilou sua obra, a escreveu e logo a
apresentou ao seu povo, a quem agradou muitíssimo, iniciando-se
assim a célebre fixação espartana por Homero. Outra notável
façanha que se lhe atribuiu a Licurgo foi ser um dos fundadores
dos Jogos Olímpicos.

Licurgo fez, ademais, uma viagem ao Egito, onde passou tempo


estudando o treinamento do Exército. Fascinava-lhe o fato de que
no Egito os soldados o fossem durante toda a sua vida, já que nas
demais nações os guerreiros eram chamados às armas em caso de
guerra, e voltavam a seus trabalhos anteriores em épocas de paz.
Ainda que sem dúvida não fosse este o único propósito de sua
viagem a Egito, já que na época esse país era aonde iam todos
aqueles que buscavam iniciação na sabedoria antiga. Licurgo deve
ter tido acesso a conhecimentos, práticas, mestres e iniciações que
fizeram dele um homem superior.

O espartano Aristócrates disse que Licurgo viajou também a


Espanha (“Ibéria”), à Líbia e à Índia, onde conheceu os famosos
sábios gimnosofistas, com os quais também se entrevistaria
Alexandre Magno séculos mais tarde. A escola gimnosofista
valorizava, entre outras coisas, a nudez às inclemências da
intempérie como método de curtir a pele e fazer resistente o corpo
e o espírito em geral.

Enquanto Licurgo esteve fora, Esparta decaiu. As leis não eram


obedecidas e não existia poder executivo que castigasse os
infratores. Os homens retos sentiam saudades da época da
regência de Licurgo e lhe pediam: “É verdade que temos reis que
juraram sua lealdade, lhes ordenou reunir-se armados na praça do
mercado ao amanhecer com seus seguidores, para insuflar terror
nos corações daqueles que rechaçaram as mudanças que
planejavam. Confeccionou-se uma lista negra de inimigos
potenciais para que fossem caçados e eliminados caso necessário.

Esse dia a praça se abarrotou de fanáticos seguidores de Licurgo,


e o efeito foi tão impressionante que o próprio Rei se refugiou no
Templo de Atenea, pois pensava que havia uma conspiração
contra si. Porém Licurgo lhe enviou um mensageiro para lhe
informar que a única coisa que queria era implantar novas leis
para melhorar Esparta e a fortalecer. Assim reconfortado, o Rei
saiu do templo e, dirigindo-se à praça se uniu ao partido de
Licurgo. Com Licurgo, os dois reis e os 30 líderes militares, dito
partido contava com 33 membros.

Mas, ainda com o apoio do Rei, o que havia de fato feito Licurgo
era claramente um golpe de Estado, uma conquista do poder, uma
imposição de sua vontade: uma revolução. Havia unido seu povo,
inculcando-lhe o sentimento de coesão que deve caracterizar toda
grande aliança: “a Espécie é tudo, o indivíduo nada.” Ou como
disse Adolf Hitler a seus leais seguidores: “Tu não és nada; teu
povo é tudo.”

Após ter elaborado suas leis e feito os reis jurar que as


respeitariam, informou que viajaria ao Santuário de Delfos (centro
religioso mais importante da Hélade, considerado Umbigo do
Mundo) em busca do conselho de Apolo, para ratificar sua
decisão. Próximo a Delfos, núcleo marginal de população dória,
havia as ladeiras do Monte Parnaso, um santuário dedicado a esse
Após receber solenemente a Licurgo, a Sibilia o qualificou de
“mais Deus que homem”, disse que era um eleito dos Deuses,
anunciou que suas leis eram boas, e abençoou seus planos para
estabelecer a Constituição Espartana, pois faria de Esparta o reino
mais famoso da Terra.

Com a benção da sacerdotisa, Licurgo estabeleceu a Constituição


Espartana e suas leis tão duras e severas, leis de tradição oral que
proibiu escrever para que cada indivíduo as assimilasse em sua
alma ao longo de anos de treinamento, prática e interiorização que
o tornariam portador de tais leis a onde quer que fosse, e em
qualquer situação. Sua intenção não era criar um sistema
mecânico, quadriculado, rígido e frio, mas sim uma roda viva,
flexível e adaptável cuja lei fosse, não só o sentido comum e a
lógica, mas sim também sua intuição e instinto ancestral.

Por aquela época Esparta estava rodeada de vizinhos hostis


difíceis de repelir, e com apenas uns 9 mil homens não-
lutadores de um propósito, lutadores com uma missão de vida,
lutadores empenhados de corpo e alma, sacrificados inteiramente
em honra de seu ideal. Converteram-se, pois, em soldados –
talvez os primeiros da Europa.

Licurgo não pretendia precisamente instaurar uma espécie de


democracia. Em uma ocasião um homem fez perante ele um
elogia da mesma, dando um discurso inspirado. Licurgo, após ter
escutado todo o discurso em silêncio, lhe respondeu: “Excelente,
agora vai e dá o exemplo instaurando uma democracia em tua
casa.” E temos de ter em conta que naquelas antigas
“democracias” gregas só votavam os cidadãos, ou seja, varões de
sangue helênico puro que tivessem alcançado a maioridade. Não
tinha, pois, nada a ver co ma idéia democrática moderna. Apesar
disso, não faltam os enganadores que nos tentam vender inclusive
que Esparta era uma espécie de sistema comunista, só por que o
Estado (ariano até a medula e não judaico como os do
Comunismo) estava onipresente e por que os espartanos sabiam
compartilhar – entre si. Esparta, que levou ao extremo a
aristocracia elitista, o racismo mais impiedoso, o culto à guerra, o
militarismo, a divisão por “classes sociais” e a opressão aos
escravos, um estado comunista, quando seria infinitamente mais
acertado dizer que era um Estado Nacional-Socialista, Fascista,
Racista, um Totalitarismo Ariano!

A grande revolução das leis de Licurgo, não obstante, não foi


totalmente pacífica. O povo espartano logo viu que as leis eram
extremamente duras inclusive para eles, helenos de boa estirpe
dória, pois se haviam acostumado com a comodidade e com o
luxo que chegam sempre ao vitorioso quando este não se mantém
não ser que fosse a uma mesa coletiva com os camaradas de
armas.

Quando Licurgo apareceu nas redondezas, a multidão começou a


apedrejá-lo, e ele se viu forçado a escapar para salvar sua vida. A
multidão furiosa o perseguiu, porém Licurgo – homem robusto e
resistente apesar de sua idade – era tão rápido que em pouco
tempo só um garoto chamado Alexandre estava em seu encalço.
Quando Licurgo se voltou para ver quem lhe perseguia com tanta
agilidade, Alexandre lhe acertou no rosto com um bastão,
arrancando-lhe um olho. Licurgo não deu sinais de dor, apenas
parou e, com o rosto ensangüentado, deu frente a seu perseguidor.
Ao lhe alcançar o resto da turba, viram o que o impetuoso jovem
havia feito: um ancião venerável, parado solenemente perante
eles, com um olho vazio regado de sangue. No mesmo instante
sentiram uma imensa culpa, vergonha e arrependimento. Aquela
era uma época muito respeitosa com os mais velhos,
especialmente com homens tão carismáticos e nobres como
Licurgo. A multidão envergonhada acompanhou Licurgo até sua
casa para apresentar desculpas, e lhe entregaram Alexandre para
que o castigasse como ele achasse conveniente. Licurgo, já caolho
como Odin, não repreendeu o jovem uma única vez, mas sim lhe
fez conviver com ele. E logo Alexandre aprendeu a admirar e
emular o austero e puro modo de vida de Licurgo.

Como tradição derivada daquele acontecimento, os anciãos


renunciaram ao costume de assistir às reuniões estatais com
bastões.

Depois que o povo espartano jurou as leis de Licurgo, esse


O suicídio ritual já foi praticado por muitos homens excepcionais
cuja missão havia terminado, homens aos quais, após cumprir seu
destino, já não ficava nada a fazer no mundo; ou mesmo haviam
perdido o direito à vida.

Também Nietzsche falou da “morte voluntária”:

“Há muitos que morrem demasiado tarde e alguns que morrem


demasiado cedo. Ainda nos resulta estranha essa máxima que
aconselha morrer a tempo. E isso é precisamente o que ensina
Zaratustra: que há que morrer a tempo. Claro que, como
podemos pretender que morra a tempo quem nunca viveu a
tempo? Mais valeria não ter nascido. Isso é o que tem a desejar
Zaratustra aos homens supérfluos.”
(“Assim Falou Zaratustra”, Primeira Parte, A Morte Voluntária)

Outra versão relata que, antes de partir a Delfos, Licurgo fez jurar
ao povo espartano que seguiria suas leis ao menos até que
voltasse de Delfos. E, tendo-se suicidado sem voltar jamais a
Esparta, os espartanos não ficaram com outra opção além de
acatar para sempre as leis de Licurgo. De um modo ou outro, fica
claro que Licurgo foi um homem excepcional, poderoso e valente,
de vontade inquebrantável.

Licurgo foi um avatar, um precursor, um líder de vanguarda, um


homem a frente de seu tempo, um mensageiro dos Deuses.
Possuía o poder real, o carisma sagrado dos grandes chefes, reis e
imperadores – esse “certo poder que atraia as vontades”, nas
palavras de Plutarco. Ele chegou e converteu uma massa caótica
de grande potencial latente no exército mais eficaz da Terra. Ele
Xenofonte admirou enormemente a Licurgo, dizendo que
“alcançou o mais alto limite da sabedoria”. Savitri Devi se referia
a ele como “o Divino Licurgo”, e recordou que “as leis de
Licurgo lhe haviam sido ditadas pelo Apolo de Delfos – o
Hiperbóreo”. Gobineau, por outro lado, soube apreciar a salvação
que trouxe a legislação de Licurgo: “Os espartanos eram poucos
em número, porém de grande coração, ambiciosos e violentos:
uma legislação ruim os teria transformado em pobres diabos;
Licurgo os transformou em heróicos bandidos”.
5 – A Nova Esparta
“Aquele que não é terrível para si, não inspira terror a ninguém,
e só o que inspira terror pode comandar aos demais.”
(Nietzsche, “A Gaia Ciência”, Prólogo, XXIII)

“Somos poucos entre muitos inimigos.”


(Brásidas, general espartano, advertindo a seus homens)

Forçados a tirar conclusões, a aprender lições após suas longas


guerras com os messênios, e iluminados pelas leis de Licurgo, os
espartanos construíram uma nação-acampamento. Foi o
conhecimento do poder de subversão do inimigo, o haver estado a
ponto de cair em suas mãos, o que fez de Esparta o que depois
chegou a ser. Foi a paranóia anti-escrava, a desconfiança contra
os subjugados, o que elevou Esparta por cima dos demais Estados
helenos e fez com que se entregasse confiante à sabedoria de
Licurgo. Pois os espartanos estavam obcecados com que seus
escravos ressentidos, muitíssimo mais numerosos, pudessem se
rebelar de novo contra sua autoridade, de modo que escolheram se
endurecer e criar um novo tipo de homem sob um poder
autoritário, totalitário, militarista, incorruptível e inquestionável,
que se deveria obedecer cegamente. A partir de então as leis de
Licurgo adquiriram seu esplendor mais terrível. Esse foi o período
a partir do qual Esparta foi única na Hélade, o período no qual
“algo mudou”, a época em que o povo espartano, guardando
silêncio e discrição, sofreu a mais estranha das transformações.

Em que consistiu precisamente essa transformação? Em que os


espartanos aprenderam a dirigir sua agressividade não já somente
Assim nasceu, pois, o ascetismo militar.

Os espartanos se militarizaram. Todo seu povo passou a estar


organizado, distribuído e integrado cuidadosamente, como o
Terceiro Reich esteve sob as diversas organizações e corporações
nacional-socialistas. Esparta passou a ser socialista e totalitária,
porém não sob um socialismo entendido como pseudo-
comunismo para escravos e para um grupo baseado em um
critério econômico, mas sim Socialismo em seu sentido original
de sociedade organizada e disciplinada por uma elite superdotada
formada com seus melhores filhos, e baseado em um critério de
sangue-valor – um critério biológico-espiritual. O socialismo
místico do qual falo (como o de Oswald Spengler o, até certo
ponto, George Sorel, ou como o Nacional-Socialismo que se
instaurou na Alemanha) é algo que só na Idade de Ferro poderia
ter lugar, pois se trata de reunir o que foi dividido, e se parece
mais a uma aristocracia do que a uma democracia. Spengler
descreveu tal tipo de sistema militarista-patriarcal-imperialista (ou
em uma palavra, fascista) em sua obra “Socialismo e
Prussianismo”, assinalando como esse sistema ressurge uma e
outra vez na História, encarnando-se nos grandes povos e dando
lugar aos Impérios.

A organização por castas em Esparta era tripartite: guerreiros,


“burgueses” e escravos.

- Os espartanos: A classe superior era a dos astoi, damos ou


cidadãos, a Aristocracia, constituída por espartanos de linhagem
dória pura que se autodenominavam spartiate (espartanos) ou
também omoioi (iguais). Para ser um “igual”, porém, havia que
Só aos varões espartanos, brutalmente treinados, e militarizados
até a medula, estava permitido portar armas, ainda que lhes estava
proibido lutar entre si de qualquer modo que não fosse em
combate corpo a corpo. Não podiam se permitir duelos de honra
com armas, onde caíssem espécimes necessários para a defesa do
país.

O costume de chamar-se “iguais” ou “similares” há de estar


enraizado no inconsciente coletivo ariano, porquê os romanos se
chamavam entre si “pares” e a aristocracia inglesa “peers”,
palavra de igual significado. Tudo isso nos desvela uma
santificação do próprio e do similar, assim como um desprezo ao
que é diferente. Em última instância, a que se resume isso? À
glorificação de si mesmo, à glorificação do caráter firme e da
personalidade forte, sem o quê é impossível se elevar, quer seja a
nível individual ou coletivo. Pois as hordas masculinas, as
Männerbunden, também tem vontade própria, uma vontade por
cima das vontades individuais de seus homens.

Dentro desse estamento, a elite a que todos os jovens aspiravam


eram os Hippeis, uma guarda de 300 soldados da melhor
qualidade, com menos de 30 anos.

Os espartanos eram os descendentes do antigo exército dório


invasor e de suas famílias, quer dizer, a nobreza guerreira dos
antigos dórios, o melhor sangue da Hélade, herdeiros do mais
feroz instinto racista e de proteção. Esses foram os que deram o
caráter ao Estado de Esparta e foram os protagonistas de suas
gestas imortais. Foi seu zelo que criou os valorosos filhos de
Esparta e foi seu racismo que preservou sua tradição e seu sangue,
- Os periecos: Em grego, peroikoi significa “periféricos”,
“habitantes dos arredores”, “vizinhos”. Formavam a classe média,
uma espécie de burguesia. Como seu nome indica, viviam
assentados na periferia de Esparta, e se dedicavam principalmente
ao comércio e ao artesanato, atividades que estavam proibidas aos
espartanos. Os periecos, pois, eram os que se encarregavam do
dinheiro e da “logística”. Eram descendentes dos estratos mais
baixos da antiga população dória, misturados com os aqueus, que
haviam subjugado anteriormente aos pelasgos e se haviam
misturado até certo ponto com eles. Não se separavam tão
rigidamente da população não-dória, razão pela qual foram se
misturando paulatinamente com elementos inferiores.
Costumavam supervisionar os helotas, atuando como
intermediários entre estes e os espartanos, e constituíam, ademais,
a tripulação da Marinha de Guerra. Os intermediários entre eles e
Esparta eram os harmostes, 20 espartanos encarregados de
administrar os periecos e lhes colocar as pilhas quando fazia falta.
Através deles, chegavam a Esparta os víveres e os bens artesanais.

- Os helotas: Também chamados ilotas ou hilotas (“cativos”), se


encontravam no mais baixo da estratificação social. Eram
descendentes dos antigos messênios que se tinham misturado
paulatinamente com os pelasgos e outros tipos pré-arianos nativos
da Grécia. Sua condição era de servos dedicados a trabalhar os
campos perpetuamente, porém se lhes permitia ter posses – quer
dizer, propriedade privada. Estava-lhes proibido abandonar a
parcela de terra que cultivavam, ainda que também fosse proibido
os expulsar dela. Parte de sua colheita era destinada a seus amos
espartanos, e se lhes permitia conservar o resto. Odiavam
mortalmente a orgulhosa e arrogante nobreza espartana, pela qual
temesse o espartano. Em Esparta, as castas se conheciam entre si,
de modo que os helotas sabiam que os espartanos eram
superiores, e os espartanos sabiam que os helotas eram inferiores.

Os números de helotas, segundo o historiador grego Tucídides


(460 AEC – 395 AEC), oscilavam entre 150.000 e 200.000.
6 – Eugenia e Criação
“Se fosse realizado metodicamente um plano de procriação dos
mais sadios, o resultado seria a constituição de uma raça que
portaria em si as qualidades primigênias perdidas. Apoiada no
Estado, a ideologia racialista logrará para a posteridade a vinda
de uma época melhor, na qual os homens se preocuparão menos
com a seleção de cães, cavalos e gatos, do que com levantar o
nível racial do próprio homem.”
(Adolf Hitler, “Minha Luta”, Volume II, Capítulo II)

“O abandono dos bebês enfermos, débeis ou deformados por


parte dos espartanos era mais humanitário e, em realidade, mil
vezes mais humano que a lamentável loucura de nosso tempo
presente, no qual os sujeitos mais enfermiços são preservados a
qualquer preço, seguindo a isso a criação de uma raça de
degenerados lastreados com a enfermidade.”
(Adolf Hitler)

“Graças a um agudo sentido da lei que regia a origem de sua


espécie, povos como os espartanos recorreram em suas seleções
aos mesmos princípios de inflexível severidade prescritos
originariamente pela Natureza, e isso inclusive depois de ter
chegado a territórios mais hospitaleiros”
(Caderno da SS nº7, 1942)

A criação espartana transborda com aquilo que Nietzsche chama


em seu “Crepúsculo dos Ídolos” (Parte 5) de “moral de senhor”
em relação ao homem superior, como oposição à “moral de
escravo” que com ele leva a cabo, por exemplo, o Cristianismo.
que pretendem justificar e desculpar sua própria inferioridade e
incapacidade para mudar.

Porém Licurgo e seus discípulos, como eu disse, sim haviam


estabelecido o objetivo de alcançar uma raça perfeita, e para
consegui-lo renunciaram a todo escrúpulo, adotando uma filosofia
desapegada, distante, por cima – “mais além do bem e do mal”,
falando claramente. Comecemos o fascinante estudo e prestemos
atenção:

Se pode dizer que o sistema de eugenia precedia inclusive o


nascimento, por que a jovem grávida e futura mãe deveria praticar
exercícios especiais pensados para favorecer que seu futuro filho
nascesse sadio e forte, e que o parto fosse fácil. Nada mais
demente que os tempos presentes, nos quais mulheres que nunca
fizeram esportes em sua vida se vêem forçadas a dar a luz de
forma traumática, sem a preparação física e mental necessária,
qual soldado que vai à guerra sem treinamento militar.

Recém nascido o bebê, a mãe o banhava em vinho. Segundo o


costume espartano, o contato corporal com o vinho faria com que
os epilépticos, decrépitos e enfermiços entrassem em convulsão e
desmaiassem, de modo que os fracos morriam em pouco tempo,
ou ao menos podiam ser identificados para sua eliminação; porém
os fortes eram endurecidos como o aço, em corpo e alma. Isso
pode parecer uma espécie de superstição infundada, porém o
próprio Aristóteles a defende, e os iluministas franceses
criticaram como “irracional” o costume camponês de banhar os
recém-nascidos em água com vinho – sinal de que, na França
campesina do século XVIII, isso ainda se fazia. Hoje em dia
Apótetas (Lugar de Rechaço) na ladeira leste do Monte Taigeto
(2.407 metros de altura) de onde eram arremessados à Kaiada ou
Kheadas, uma fossa situada 10 km ao Noroeste de Esparta.
Kaiada, até nossos dias, é um lugar que sempre esteve rodeado de
lendas sinistras, pois não só as crianças defeituosas eram
arremessadas em suas profundezas, mas sim também os inimigos
do Estado (covardes, traidores, rebeldes messênios e suspeitos) e
alguns prisioneiros de guerra. Recentemente foram descobertos
numerosos esqueletos ali sepultados, incluindo de mulheres e
crianças.

Agora recordemos por outro lado que os antigos arianos


abandonavam os bebês defeituosos nos bosques para serem
devorados pelos lobos. Nas SS, os bebês que nasciam
deformados, fracos ou enfermiços eram sufocados ao nascer, e
posteriormente era informado aos pais que a criança havia nascido
morta. Plutarco escreveu que os espartanos pensavam que “deixar
com vida um ser que não fosse sadio e forte desde o início não
resultava benéfico nem para o Estado nem para o próprio
indivíduo.” Sob este princípio se executava, em um ato de
compaixão verdadeira, a todos os bebês que não eram
perfeitamente sadios. Isso, ademais de eugenia, era aristogenia (“o
melhor nascimento” ou “nascimento dos melhores”). O que a
Natureza faz de modo lento e doloroso, os espartanos faziam de
modo rápido e quase indolor, dispensando trabalhos e sofrimentos
desnecessários. Ao invés de ignorar as leis naturais – como faz a
sociedade moderna -, os espartanos as elevavam ao máximo
expoente, e criavam um monde onde era impossível fugir delas.

A maioria dos estados helênicos (como a totalidade dos povos


uma política privada e doméstica. Em Esparta, por sua vez, a
seleção era uma política estatal plenamente institucionalizada. Os
espartanos viam nessas medidas um assunto de vida ou morte, e
de sobrevivência da comunidade de sangue. Assumiam essas
medidas com convencimento, pois elas já os haviam ajudado no
passado a superar situações tremendamente adversas. Seu
objetivo era assegurar que só os aptos sobreviveriam e favorecer a
evolução, mantendo assim bem alto o nível biológico de Esparta
e, sobre essa base, conquistar um aperfeiçoamento em todos os
níveis. O mesmo foi tentado no Terceiro Reich.
Os bebês que sobreviviam à seleção eram devolvidos a suas mães
e incorporados a uma irmandade masculina ou feminina segundo
seu sexo – geralmente à mesma a que pertenciam seu pai ou sua
mãe. Pouco ou nada se sabe sobre estas irmandades, porém
provavelmente era ali que os espartanos eram iniciados no culto
religioso, onde se lhes ensinava a dominar suas forças interiores, a
despertar seu Espírito e a receber a sabedoria da qual Esparta era
herdeira. Após terem sido aceitos em dita irmandade, passavam a
viver com suas mães e babás, criando-se entre mulheres até os 7
anos.

Durante estes 7 anos, a influência feminina não os suavizaria,


dado que se tratava de mulheres que sabiam criar sem amolecer.

As mães e babás espartanas eram únicas, um autêntico exemplo


de maternidade sólida para a feminilidade ariana: jovens duras,
severas e virtuosas, imbuídas e convencidas da profunda
importância e caráter sagrado de sua missão. Haviam sido
treinadas desde que nasceram para serem mulheres de verdade –
para serem mães. Foi-lhes arrancado qualquer tipo excessivo de
Em vez de envolver os bebês em bandagens, roupas de agasalho,
fraldas e cobertores como se tratassem de larvas, as mães e amas-
de-leite de Esparta lhes colocavam telas flexíveis, finas, ligeiras e
em escassa quantidade, deixando livres as extremidades para que
pudessem se mover à vontade e experimentar a liberdade
corporal. Sabiam que os bebês tinham um sistema imunológico
mais fresco e intacto que os adultos, e se lhes ensinava a agüentar
o frio e o calor desde tenra idade, não só não se ressentiriam, mas
ao invés se endureceriam e seriam mais imunes no futuro. Ao
invés de ceder ante os choramingos dos bebês, as mulheres
espartanas lhes acostumavam a não se queixar. Ao invés de
permitir o capricho com a comida e alimentá-lo demais com
alimentos super-purificados, ultra-esterilizados e hiper-
desinfetados que fariam com que seus sistemas imunológicos
perdessem a atenção, lhes alimentavam com uma dieta simples e
natural. Ao invés de cometer a aberração de alimentá-los com
leite de animais, pasteurizado, fervido e despojado de suas
qualidades naturais, as mulheres espartanas amamentavam elas
mesmas seus filhos, contribuindo para formar um enlace
biológico maternal.

Durante os 7 primeiros anos, outra das tarefas era conseguir que


os infantes enfrentassem seus medos, extirpando os medos e as
superstições infantis. Para isso, as mães e babás espartanas
recorriam a diversos métodos. Ao invés de permitir que os bebês
desenvolvessem temor à escuridão, desde recém nascidos lhes
deixavam no escuro para que se habituassem a ele e perdessem o
medo. Ao invés de favorecer a que os bebês não soubessem valer
por si mesmos, comumente os deixava sozinho. Ensinavam-lhes a
não chorar e a não queixar-se, a serem duros e a suportar a solidão
convertem a criança em uma ridícula bolota inchada
multicolorida, restringindo seu crescimento, atrofiando sua
imunidade, o distanciando do seu meio e impedindo-o de sentir
seus arredores, adaptar-se a ele e a desenvolver cumplicidade com
ele. Um bebê ariano não deve ser um anjinho querubim o qual
deve ser mimado, mas sim um filhote destinado a ser o terror da
Sub-humanidade, e que deve ser endurecido mediante a
severidade de um mando autoritário.

Os bebês de Esparta não ficavam rodeados de aduladores a todo o


momento, pendentes de seus choramingos. E tampouco eram
afogados em um mar de gritinhos, mimos e risos histéricos por
parte de mulheres dementes, ruídos que confundem o bebê, o
incomodam e o fazem se sentir ridículo, para acabar convertendo-
o em tal. As mães espartanas não repreendiam seus filhos quando
demonstravam curiosidade, ou quando se arriscavam, ou quando
se sujavam no campo, ou quando se distanciavam a sós, ou saíam
para explorar, ou se machucavam brincando; por que isso
desencorajaria sua iniciativa.

Esse costume afeminado de sobre-mimar as crianças e de


recriminá-los quando se arriscam provém das raças escuras
(muito dadas, por outro lado, aos infanticídios rituais), e a Raça
Ariana tendia a ser mais severa, rigorosa e exigente para com eles,
ainda que na hora da verdade os amassem profundamente e teriam
entregue sua vida por eles sem duvidar, dando-lhes todo o amor,
trabalho e luta que um dia os inspiraria a ascender e crescer.

Às crianças espartanas, enfim, era permitido refugiar-se na


Natureza, correr pelos campos e pelos bosques, subir em árvores,
para assegurar sua defesa. Longe de lhes afastar dos brutais surtos
de violência que se dão sempre entre as crianças arianas, as
mulheres espartanas o fomentavam na medida do possível. Cada
vez que as crianças viam um soldado espartano, se criava ao redor
dele uma aureola de mistério e adoração; o admiravam, o tinham
como modelo e exemplo, e queriam imitá-lo o quanto antes.

As amas-de-leite espartanas se fizeram famosas por sua sabedoria


em toda a Hélade, pois sua infalível criação dava como resultado
crianças tão maduras, robustas, disciplinadas e responsáveis que
muitos estrangeiros se apressavam a contratar os serviços dessas
babás para criar seus próprios filhos sob os métodos espartanos.
Por exemplo, o famoso ateniense Alcibíades (450 AEC – 404
AEC), sobrinho de Péricles e aluno do filósofo Sócrates, foi
criado pela ama-de-leite espartana Amicla.

Bom seria se soubéssemos com mais detalhes quais eram


exatamente os métodos da criação infantil, assim como da
posterior Instrução! Bom seria se as amas-de-leite espartanas e os
instrutores espartanos pudessem falar desde suas tumbas!
7 – A Instrução das Crianças
“Não sabeis que só a disciplina da dor, da grande dor, é o que
permitiu ao homem se elevar?”
(Nietzsche, “Mais Além do Bem e do Mal”, Capítulo 7, Nossas
Virtudes)

“Deveis praticar a obediência...não queremos um povo mole, mas


sim duro! E vós deveis endurecer a si mesmos enquanto ainda
sejam jovens. Deveis aprender a aceitar privações e a não
desfalecer.”
(Adolf Hitler, discurso à Juventude Hitlerista, Nuremberg, 1934)

Aos sete anos (idade a partir da qual as glândulas pituitária e


pineal começam a degenera), as crianças espartanas eram mais
duras, fortes, sábias, ferozes e maduras que a imensa maioria dos
adultos do presente. E ainda que não fossem ainda homens,
estavam já perfeitamente preparados para a chegada da
masculinidade. A essa idade (ou aos cinco anos segundo Plutarco)
começavam sua Agogé, ou Egogé (treinamento ou Instrução).

A essa idade se punha em marcha um processo que estava


relacionado com o fim da influência materna – reminiscência da
época do parto-, e se cortava com um golpe esse “outro cordão
umbilical”, intangível, que seguia subsistindo entre mãe e filho.
Arrancava-se, pois, aos filhos de suas mães e os colocavam sob
tutela militar junto com outras crianças da mesma idade, às ordens
de um instrutor, o paidonomos (paidónomo), espécie de
supervisor que normalmente era um jovem destacável de entre 18
e 20 anos, que logo acabaria sua própria instrução. Quando este se
disciplinadas por homens, com o fim de obter homens. Enquanto
a Criação era uma fase marcada pela influência feminina, a
Instrução tinha já um caráter essencialmente masculino.

A Agogé é provavelmente o sistema de treinamento físico,


psicológico e espiritual mais brutal e efetivo já criado. A
educação que recebiam as crianças espartanas era obviamente do
tipo paramilitar; um adestramento severo, impiedoso e doloroso,
que em alguns casos estava claramente orientado à guerra de
guerrilhas nos montes e nos bosques, para que a criança se
fundisse com a Natureza e se sentisse o predador rei. A Instrução
era um processo sobre-humano, um autêntico inferno, quase de
alquimia espiritual e física, infinitamente mais duro que qualquer
instrução militar do presente, porquê era muito mais perigosa,
duradoura (13 anos) e extenuante, porquê as faltas mínimas se
castigavam com enormes doses de dor – e porquê os “recrutas”
eram crianças de sete anos.

Alguns disseram que a Instrução a aprendeu Licurgo durante sua


viagem ao Egito, porém sem dúvida isso é, ao menos em parte,
falso, porquê a disciplina espartana era muitíssimo mais dura que
a do Exército egípcio, e os dórios a puderam retirar de seu próprio
interior.

Imediatamente após ingressar na Instrução, a primeira coisa que


se fazia às crianças era raspar-lhes a cabeça.

É indubitável que isso era o mais prático para quem estava


destinado a se mover entre densa vegetação, a morder o barro e a
lutar, porém o sacrifício do cabelo significava ademais uma
arbitrário. Os primeiros exércitos, compostos de muitos homens
que tinham que viver juntos em um espaço reduzido, viram a
necessidade de manter curto o cabeço para evitar a proliferação de
piolhos e enfermidades. Por outro lado, a cabeça raspada devia
significar algo mais para eles. Os sacerdotes egípcios do mais
algo grau, os legionários romanos e os templários também
raspavam a cabeça, assim como, até nossos dias, os monges
budistas, numerosas unidades militares e – devo dizê-lo por que é
verdade – os skinheads. Quando se uniformiza a um grupo, os
integrantes do grupo não se diferenciam por seu aspecto
personalizado ou por suas modificações externas, mas sim pelas
qualidades nas quais sobressaiam desde zero em igualdade de
condições em relação a seus camaradas. Uniformizar um grupo,
paradoxalmente, é o melhor método para observar atentamente o
que é que realmente distingue os indivíduos, à margem das
modificações externas ao corpo, e os espartanos o sabiam
reconhecer.

As crianças captava o que lhes era sugerido: renunciar a si


mesmos, do mesmo modo que Goethe disse que “devemos
renunciar a nossa existência para existir verdadeiramente.”

Paradoxalmente, só aquele que não se apega pateticamente a sua


vida pode chegar a viver como um homem de verdade, e só
aquele que não se aferra desesperadamente ao seu ego, e a sua
individualidade pode chegar a ter um caráter verdadeiramente
consolidado e uma personalidade bem definida.

Após a raspagem da cabeça, as crianças eram organizadas por


agelai ou agelé (hordas ou bandos) ao estilo paramilitar. As
homens (pior ainda, realmente), porém quem assim os tratava não
perdia de vista que continuavam sendo crianças. Eles eram
também estampados com essa marca que distingue a todo filhote
feroz e confiante em sua capacidade: a impaciência, a ânsia de se
mostrar e se pôr a prova, e o desejo de se distinguir por suas
qualidades e seus méritos no seio de sua matilha. Tudo isso nos
recorda inevitavelmente a Juventude Hitlerista. O espírito de
superação que imperava nos bandos espartanos era esse impulso
de luta que tanto detestam os pacifistas e feministas de nossos
dias, pois eles (como todos os escravos) não lutam, não rivalizam
nem competem para obter o que querem, mas sim conspiram.

Inerente à instrução espartana era o sentimento de seleção e de


elitismo. Nos aspirantes era inculcado que eram o melhor da
infância espartana, porém que tinham que demonstrá-lo, e que não
era qualquer um que era digno de chegar a ser um autêntico
espartano. Era-lhe metido na cabeça que nem todos eram iguais, e
que, portanto todos eram distintos. E se eram distintos, alguns
eram melhores ou piores, ou tinham qualidades diferentes.

E que, em tal caso, os melhores deveriam estar acima dos piores,


e cada qual colocado no lugar que lhe correspondia segundo suas
qualidades. Por isso uma Ordem é chamada assim.

Às crianças era ensinado a manejar a espada, a lança, o punhal e o


escudo – o qual lhes endurecia as mãos – e a marchar em
formações cerradas, realizando os movimentos com precisão e
com sincronização perfeita. Prevaleciam no âmbito físico os
processos de endurecimento (seria fascinante conhecer as
atrocidades às quais eram submetidos), e se entregavam a
consumido apenas em ocasiões especiais. Em Esparta os animais
eram muito respeitados e ademais os dórios em geral
conservavam cultos arcaicos a divindades com partes de animais
(como os celtas ou os egípcios, ainda que não o resto dos gregos,
“mais civilizados”), o qual simboliza a condensação das
qualidades totêmicas associadas ao animal em questão. Os
garotos espartanos, que viviam as intempéries, deviam se sentir
identificados com muitos dos animais que os rodeavam, forjando
certa cumplicidade com eles.

Para fomentar a competitividade e o espírito de luta, e para os


acostumar à violência e ao trabalho em equipe, os bandos de
jovens espartanos competiam entre si em extenuantes partidas de
um violentíssimo jogo de bola que consistia basicamente em uma
variante, muito mais livre e brutal, do rúgbi. Os jogadores se
chamavam sfareis.

Podemos imaginar aqueles pequenos selvagens de cabeça raspada


dando-se todos os tipos de golpes de todos os modos possíveis,
chocando, esquivando e tentando lutar para se coordenar,
conseguir a posse da bola e a levar à meta estabelecida, mas além
do território rival e por cima dos corpos do rival. Quase podemos,
também, ouvir os golpes secos, os gritos de agressividade, os
sinais de coordenação, o rangido das cotoveladas, as joelhadas, os
chutes, os socos, as cabeçadas, as torções, que deviam ocorrer
naquele jogo transformador de caracteres e forjador de
personalidades. Sim, é verdade, os ferimentos estavam sempre
presentes.

No santuário da Deusa Artemis, tinham lugar muitos combates


brigas daquelas crianças ferozes. Ademais, os instrutores se
encarregavam de lhes atiçar para que medissem as forças entre si,
sempre que fosse somente por competitividade e afã de
superação, e quando se via aflorar o ódio espumante, a briga era
parada. Mesmo assim, o normal era que ao terminar a luta os
combatentes se saudassem e se felicitassem emocionados,
comentando a briga entre si, com seus companheiros e com seus
instrutores e tentando aprender. Regia em Esparta aquele antigo
culto que podemos chamar de “Mistérios da Luta”.

Em Esparta, como dissemos, se praticava o boxe e a luta livre,


porém os espartanos se exercitavam também em outra arte
marcial popular na Grécia: o pankration ou pancrácio. Consistia
em uma mistura de boxe e luta livre, similar às disciplinas
modernas de MMA ou Vale Tudo, porém mais brutal: os
participantes podiam incorporar às bandagens dos seus punhos os
acessórios que achassem convenientes para aumentar seu poder
ofensivo: alguns acrescentavam pedaços de madeira, lâminas de
estanho e inclusive placas chumbo. As regras eram simples: valia
tudo menos morder, assim como atingir os olhos, o nariz ou a
boca do adversário. Também era proibido matar
premeditadamente o adversário, ainda que fossem muitos os que
morriam nesse esporte sangrento. Nos combates de pankration, se
não se podia proclamar um vencedor antes do entardecer, se
recorria ao chamado klimax, uma solução equivalente ao
desempate por pênaltis nas partidas de futebol: por turnos, cada
lutador tinha o direito de golpear o outro, sem que ao receptor lhe
fosse permitido se esquivar nem se defender de modo algum.
Aquele a quem cabia dar o golpe dizia ao outro que postura
deveria adotar para receber o ataque. O objetivo era ver quem caía
suas costelas e lhe arrancou as entranhas. Esses pacifistas-
progressistas de nossos dias que elogiam a Grécia deveriam saber
que ali se rendia culto à força, à ferocidade e à violência além da
sabedoria.

Os gregos filosofavam e eram “civilizados”, sim... porém quando


era necessário (ou simplesmente como passatempo) eram
perfeitos animais. Era sua dualidade – uma dualidade de união,
não de separação; uma dualidade que buscava inserção perfeita do
Espírito no corpo, da luz na escuridão, superando sua separação.

Em todas as lutas, combates, competições e jogos, os instrutores


punham grande atenção para distinguir se os gritos de cada
criança eram de raiva, esforço ou agressividade, ou de dor ou de
medo, em cujo caso lhes castigava. Se uma criança se queixava ao
seu pai de que outra criança lhe havia batido, seu pai lhe dava
uma sova por ser dedo-duro e por não ter se vingado: “O queixar-
se não serve absolutamente para nada: é algo que procede da
debilidade.” E essa debilidade em uma criança espartana era
inaceitável. Como se disse, todos os cidadãos tinham direito a
reprimir as crianças, de forma que os pais tinham autoridade sobre
seus próprios filhos e sobre os dos outros. Assim, cada pai tratava
as demais crianças como gostaria que a sua fosse tratada, como
observou Xenofonte. Se uma criança, pois, se queixava a seu pai
de que um cidadão lhe havia dado uma chicotada, o próprio pai
lhe dava ainda mais chicotadas. Em Esparta tudo era assim,
contundente, brutal e simples.

De fato, toda criança espartana chamava “pai” a qualquer homem


adulto, de modo similar a quando em nossos dias se chama
conhece a seus semelhantes e conhece a seus inimigos, sua
sabedoria de vida está consumada. Adquire desse modo uma
segurança, uma prudência, uma intuição e uma confiança em si
mesmo muito elevada.

Cada espartano, pois, conhecia a seu irmão porquê sem dúvida


havia lutado contra ele, ou o havia visto lutar, ou havia jogado a
seu lado durante esse brusco rúgbi, ou haviam sofrido juntos de
qualquer outro modo. Toda sua vida era uma guerra civil.
Lutavam contra si mesmos e entre si, porém nem por isso
deixavam de estar unidos, mas ao contrário. Esse sistema era uma
prodigiosa e proveitosa válvula de escape para o furor da Raça,
que em outros lugares resultava em trágicos conflitos civis, e que
em Esparta se desafogava em competições desportivas.

Todos os aspectos da vida da criança espartana eram regulados


para incrementar sua insensibilidade ao sofrimento e sua
agressividade. Se lhe punha sob uma impiedosa disciplina que
lhes obrigava a controlar a dor – em ocasiões dor de grande
magnitude, e não só física como também psicológica-, a fome, a
sede, o frio, o calor, o medo, a fadiga, a repugnância, a
incomodidade e a falta de sono. Se lhe ensinavam habilidades de
sobrevivência no campo, incluindo rastreamento, orientação,
caça, obtenção de água e conhecimento de plantas comestíveis.
Para conseguir tudo isso, os rígidos instrutores utilizavam sem
escrúpulos qualquer meio possível a seu alcance. As situações de
desgaste às quais eles conduziam os pequenos eram tão intensas
que é provável que tivessem alcançado um estado próximo ao da
demência, com presença de alucinações induzidas pela falta de
sono e de comida. Os mastigoforos (portadores do látego) se
Inclusive existiam competições para ver quem agüentava os
açoites mais numerosos e intensos sem gritar; isso era conhecido
como diamastigosis. Em ocasiões, a sacerdotisa de Ártemis
mandava que, em sua presença e perante uma imagem de
Ártemis, se fustigasse as crianças escolhidas por ela. Se a
cerimônia-suplício não era do agrado da sacerdotisa, mandava que
os açoites se intensificassem. Essas crianças não só tinham a
obrigação de não mostrar dor, mas sim de mostrar alegria! Falarão
que isso é uma barbárie sado-masoquista, porém há que ir mais
além por que o sentido era realmente patente: inculcava nas
vítimas a noção do sacrifício em face do arquétipo de sua Pátria
(Ártemis) e se lhes ensinava a dominar o sofrimento com a
Divindade na mente. Por outro lado, no resto da Grécia os atletas
se submetiam voluntariamente a sessões de açoites, pois
ajudavam a endurecer a pele e o corpo, ademais de purgar
impurezas (quem já esteve em países terceiro-mundistas onde
ainda se empregam os açoites como castigo, terá percebido como
a desafortunada vítima transpira muitíssimo, deixando um enorme
alagado no solo). E Esparta era, sem lugar para dúvida, um estado
atlético.

A falta de piedade para com o aluno promissor descreveu


Nietzsche como: “Eu não uso de branduras convosco por que os
amo de coração, meus irmãos na guerra.” E em palavra que
parecem dirigidas a um instrutor, a um fabricante de super-
homens, diz “a piedade deve ser para ti pecado. Só admites esta
lei: ‘Sê puro!’”. A compaixão é o pior veneno, por que conserva e
prolonga a vida de tudo que é fraco e agonizante – quer se trate de
compaixão para conosco, para com nossos semelhantes ou para
Assim, os garotos espartanos se orgulhavam da quantidade de dor
que podiam suportar com os dentes cerrados, e recordemos que
Nietzsche dizia também que o grau de sofrimento ao que seja
capaz de chegar um homem determina seu lugar hierárquico.

É perfeitamente compreensível que esse tipo de estoicismo possa


ser interpretado como um culto masoquista ao sofrimento, porém
devemos evitar cair nesse erro de interpretação. O sofrimento era
em Esparta um meio para despertar os instintos guerreiros do
homem e para que tomasse contato com seu corpo e com a
própria Terra. Não se aceitava o sofrimento mansamente com a
cabeça baixa, mas si quem se lutava para dominá-lo com os
dentes negros, a cara crispada, o corpo tenso e os punhos
fechados, e tudo ia encaminhado a conseguir uma indiferença
perante o sofrimento, ao contrário de cultos masoquistas como o
Cristianismo ou o moderno “humanitarismo” ateu, forjadores de
seres sentimentalóides e hipersensíveis inclusive perante a dor
alheia.

A lealdade era outra parte importantíssima da instrução espartana.


Segundo Sêneca, “a lealdade constitui o mais sagrado bem do
coração humano”, e segundo Goethe, “a fidelidade é o esforço de
uma alma nobre para se igualar a outra ainda maior que ela”. A
lealdade lhes encaminhava a formas de ser superiores e servia
para os engrandecer. Às crianças espartanas se inculcava uma
lealdade inquebrantável para com si mesmo, seus semelhantes e
sua própria Ordem – quer dizer, o Estado Espartano. “Minha
Honra se Chama Lealdade” diziam os SS (poucas frases me
parecem tão cavalheirescas como essa), e poderia ter sido também
um bom lema para os espartanos. Para eles, a lealdade era uma
A uma criança espartana se poderia ordenar a assassinar uma
criança helota ou provocar uma briga com um companheiro, e se
dava como garantido que não fizesse perguntas, mas sim que
obedecesse em silêncio e com eficiência. Podiam dar-lhe ordens
aparentemente absurdas ou irrealizáveis para pô-lo a prova, porém
o importante era que, sem titubeios, buscasse cegamente a
obediência da ordem incontestável. Obedecer era o sagrado e o
básico, porquê o superior sabe algo que o subordinado não sabe.
No exército se diz que “quem obedece não erra nunca”. Os
pequenos espartanos eram constantemente postos à prova. Se a
uma criança espartana se tivesse ordenado que se atirasse de um
precipício, não teria duvidado e teria se arremessado sem
pestanejar e até com furiosa convicção, como na Ordem dos
Assassinos.

Tudo isso, a olhos profanos, pode parecer exagerado e indignante,


porém tais profanos ainda não compreendem o que significa.
Quando o indivíduo está seguro de estar diretamente o serviço da
vontade divina, as ordens não são questionadas por que provém
de cima, de lá de onde não se pode compreender – ainda. Servir a
um indivíduo semelhante, porém superior é servir a si mesmo,
pois esse mando representa em tal momento a Comunidade, de
que o indivíduo forma parte. Quando todas as peças de uma
engrenagem assumem sua função com convicção isso dá uma
sensação geral de tranqüilidade, confiança e ordem que permite
aos homens realizar as façanhas mais perigosas e heróicas com a
maior serenidade e naturalidade. Adolf Hitler disse: “A convicção
de que obedecendo à voz do dever se trabalha na conservação da
espécie, ajuda a tomar as decisões mais graves.” Se era ordenado
algo injusto, era por um bem maior, e em todo caso não se fazia
obediência é a que leva os grandes homens pelo caminho da
glória.

A Instrução era ao ar livre. As crianças espartanas estavam


sempre imersas na Natureza, em seus sonhos, suas vibrações, suas
gloriosas paisagens vivas, seus animais, suas árvores, suas
mudanças, seus ciclos e sua vontade. Aprendiam a se unir com
sua Terra, a conhecê-la, a amá-la e a considerá-la um lar. Se lhes
obrigava a caminhar sempre descalços, com o quê pisavam
diretamente a Terra, sentindo-a, compreendendo-a, conectados
diretamente a ela como árvores. Os massagistas sabem que os pés
são os “controles a distância” dos órgãos corpóreos. Ter os pés
diretamente em contato com a Terra tem sem lugar a dúvidas, um
efeito de massagem importante em todo o corpo, efeito
desaparecido hoje em dia com solas e saltos que desfazem a
forma natural que tem o pé de funcionar. E não só isso: o
caminhar descalço endurecia os pés como se tratassem de
madeira, e com o tempo os pequenos espartanos se moviam com
mais rapidez pelos piores terrenos que aqueles que haviam
amaciado os pés com calçados, pois os pés estão desenhados para
isso, e se no presente não servem é porquê não os desenvolvemos
nem os curtimos como seria natural.

No Inverno, as crianças espartanas eram banhadas no gélido rio


Eurotas. Vestiam o mesmo no inverno e no verão, e dormiam ao
ar livre sobre duros juncos arrancados no rio e cortados a mão. As
manobras e as marchas que realizavam eram extenuantes, e
matariam a quase qualquer varão de nossos dias – de fato alguns
garotos espartanos morriam de cansaço. Paulatinamente, os
corpos das crianças se iam acostumando ao frio e ao calor,
absolutamente não-comestível para qualquer não-espartano. Diz-
se que continha, entre outras coisas, sangue e entranhas de porco,
sal e vinagre (pensemos nos ingredientes do chouriço), e como se
sabe, o vinagre limpa o sangue e ajuda a purgar a gordura.
Provavelmente a ingestão de semelhante mistura era em si mesma
uma prática de auto-controle que ajudava a endurecer a boca, o
estômago e o aparato digestivo. A comida espartana, em geral, era
considerada pelos demais gregos como fortíssima, quando não
repugnante.

Por outro lado, a idéia das rações alimentícias ásperas e pouco


abundantes era que os jovens espartanos buscassem sua própria
comida mediante a caça, a coleta ou o furto, e que eles mesmos a
cozinhassem. Caso fossem descobertos em um ato de furto de
alimento, lhes esperava o chicote ou um brutal espancamento,
ademais da privação de comida por vários dias. E isso não por
furtar alimento – que podia ser roubado dos helotas – mas sim por
se deixarem surpreender. De algum modo, isso recordava a
tradição de “direito de rapina” das antigas hordas nômades ariana:
os exércitos antigos normalmente careciam de qualquer tipo de
logística e em suas campanhas sobreviviam graças ao que
tomavam da Natureza ou graças ao saque dos inimigos e sobre as
populações indígenas. Em Esparta se queria ensinar aos cidadãos
a adquirir comida por sua conta para que eles estivessem
acostumados a isso, para fazer com que se adaptassem a um modo
de vida de incertezas e privações. Viviam em um perpétuo estado
de guerra, e se queria que eles mentalizassem bem isso.

É conhecida a anedota da criança espartana que, tendo capturado


uma raposa como alimento, o escondeu por baixo de sua túnica
charco de sangue, sem haver deixado escapar um gemido nem
haver mostrado se quer sinais de dor! Não era o medo o que o
fazia ocultar sua caça, pois sem dúvida era pior essa morte lenta e
dolorosa do que muitos açoites. Era sua honra, era sua disciplina,
capacidade de sofrimento, vontade, resistência e dureza –
qualidades que em sua curta vida havia desenvolvido mais que
qualquer adulto do presente. Essa anedota – indiscutivelmente
trágica e horrível – não pretende ser uma apologia, mas sim
apenas um exemplo do lendário estoicismo espartano.

Com as medidas de escassez alimentar se queria favorecer


também que o corpo, ao ser privado de crescimento em largura,
adquirisse maior dureza e estatura. Propiciava-se o aparecimento
de corpos altos, compactos, sólidos, flexíveis, esbeltos, duros,
ágeis, resistentes e atléticos, aproveitados ao máximo, com uma
musculatura concentrada, recortada e fibrada ao extremo, não
propensos a lesões e com grande resistência à dor, à fadiga, à
fome, à sede, ao calor, ao frio, à enfermidade, aos golpes, ao
esforço explosivo ou prolongado e às feridas mais terríveis. Não
eram corpos com uma musculatura super-desenvolvida, que
precisavam de uma dieta imensa e uma manutenção constante e
pouco prática.

Eram corpos concentrados, íntegros e proporcionados,


desenhados para sobreviver com o mínimo, perfeitas máquinas
biológicas nas quais se poderia estudar à simples vista cada veia,
cada tendão, cada ligamento, cada músculo e cada fibra de
músculo que houvesse à flor da pele. Sua força devia ser
impressionante, caso contrário não teria sido possível viver,
marchar e combater com todo o peso das armas, couraça, escudo,
exercícios específicos que levavam a cabo os atletas, faz com que
não rendessem quando de repente eram privados de suas rotinas –
durante uma campanha militar, por exemplo -, já que seus corpos
estavam demasiado acostumados a contar com nutrientes e a
depender deles. Nas situações extremas, tais corpos reagiam
instintivamente reduzindo sua massa muscular e produzindo
esgotamento, debilidade e mal-estar. Na Batalha de Stalingrado,
muitos combatentes alemães caíram mortos inexplicavelmente.
Soube-se depois que era ao mesmo tempo de fome, frio e cansaço.
E os mais afetados por essa morte foram precisamente os homens
mais corpulentos e massivos, isso é, os que requeriam maior
manutenção quanto a alimentação e descanso.

Os guerreiros arianos de todas as épocas souberam compreender


isso, entre eles também os legionários romanos – que buscavam
corpos duros, resistentes e concentrados – e os SS, que se
exercitavam sem pausa, consumindo uma dieta escassa e simples
que incluía os famosos mingaus de aveia, o porridge que tanto
influenciou fisiologicamente na proverbial impassibilidade de
ingleses e suecos (se soube que a aveia influencia também na
tranqüilidade dos cavalos de corrida, e as dietas atléticas as
costumam incorporar), segundo observou Walther Darre. Leon
Degrelle disse que “na Escola de Oficiais de Bad-Tolz, todos os
aspirantes haviam perdido uma dezena de quilos ao final do curso.
Ao terminar este, cada um se havia convertido em um atleta,
flexível, nu e forte como um deus grego.”

Como vemos por seu estilo de vida, os espartanos eram sem


dúvida musculosos, porém não exageradamente no que se refere a
volume. Não eram indivíduos massivos como os fisiculturistas de
espartano em vida.

Aos jovens espartanos era ensinado a observarem, escutarem,


aprenderem, a serem discretos, e não fazer perguntas e a assimilar
em silêncio. Era-lhes ensinado que a retirada ou a rendição em
batalha eram uma desonra, que todo combate em que
participavam devia acabar para eles em vitória ou morte e que, tal
como disse Xenofonte dos espartanos, “uma morte com honra é
preferível a uma vida sem honra.” Ou nas palavras de Nietzsche:
“Há que morrer com orgulho quando já não é possível viver com
orgulho.”

Aos espartanos, assim como aos druidas celtas, aos perfeitos


cátaros e aos templários, lhes era proibido o trabalho manual
pesado. Seu trabalho era a guerra. Não obstante, ao renunciar ao
trabalho manual, renunciavam também aos frutos do seu trabalho:
eram imbuídos de austeridade, simplicidade e ascetismo em todos
os aspectos de sua vida, eliminando qualquer coisa que pudesse
lhes amolecer ou debilitar. Seus gestos eram medidos, reduzidos e
justos, e seus modos solenes e respeitosos. Suas casas careciam
totalmente de decoração e apresentavam um aspecto rústico e
áspero, de pedra e de madeira. Pretendia-se aumentar a falta de
necessidade de cada espartano; sua auto-suficiência pessoal.

De fato, não se lhes permitia o luxo nem na linguagem, de tal


modo que falavam com palavras justas, em tom seco, direto,
firme e marcial. Uma criança espartana deveria permanecer
silenciosa em público, e se lhe era dirigida a palavra devia
responder com a maior brevidade, elegância e concisão, ao mais
puro estilo militar. A linguagem espartana era como o povo
Taoísmo, disse que “falar pouco é o natural”. Há numerosos e
ilustrativos exemplos acerca do laconismo espartano que irão
aparecendo ao longo desse escrito. Um bom constitui que em uma
ocasião em que uma guarnição espartana estava a ponto de ser
rodeada e atacada de surpresa, o governo espartano lhe mandou
simplesmente a mensagem: “Atenção”. Era suficiente para
homens que levavam toda a vida se exercitando ma milícia. “A
bom entendedor, poucas palavras bastam”, diz um ditado
espanhol.

O laconismo espartano é o diretamente oposto à vulgar tagarelice


atual, onde as vozes histéricas, feias, sujas, pegajosas e vulgares
se misturam estrepitosamente e sem harmonia, destruindo com
palavras absurdas o silêncio, que seria mil vezes preferível a tal
balbúrdia. A fala é muito mais importante do que se pensa hoje
em dia. Mediante a fala, o pensamento encarna sobre a Terra. Na
fala se condensa a comunicação entre pessoas, influenciando
decisivamente na maneira que tem o indivíduo de perceber os que
o rodeiam, particularmente aos seus semelhantes, nos quais o
indivíduo se vê refletido. O indivíduo aprende a se conhecer
melhor através do conhecimento de seus semelhantes, e o
conceito que tenha de seus semelhantes terá eco em sua própria
auto-estima. O próprio Nietzsche, estudioso da filologia, outorgou
grande importância à fala, dedicando-lhe extensos parágrafos. E
os ásperos militares alemães do Terceiro Reich tiveram seu
próprio laconismo seco, brusco, marcial, tosco e a grito nu que
aos suaves italianos tanto aborrecia.

Para aprender sobre política, modos solenes, respeito aos mais


velhos e assuntos estatais, as crianças espartanas eram levadas às
uma brincadeira, deviam declarar-se como ofendidos, e
imediatamente o ofensor cessava.

Os mais velhos tentavam pôr a prova as crianças para lhes


conhecer melhor e identificar suas qualidades, e estes deviam ser
engenhosos para causar uma boa impressão e parecerem bem
perante aquelas solenes congregações de atentos e respeitáveis
veteranos, respondendo com a maior engenhosidade e brevidade
possível às perguntas mais retorcidas, maliciosas e rebuscadas.
Esta claro que dita formalidade infantil (inerente, até pouco
tempo, à disciplina da educação tradicional anglo-saxã) não se
pode comparar com os costumes familiares das raças do Sul e do
Oriente, nas quais os mucosos pseudo-ciganinhos correm, gritam
e destroem sem que ninguém lhes reprima, nem lhes guie, pois a
indolência de seus pais é a regra a seguir. O resultado de
semelhante educação são homens e mulheres de instintos
desagregados.

Nas confrarias, as crianças aprendiam, ademais, o humor


aristocrático e irônico típico dos espartanos, aprendendo a brincar
com elegância e a receber as brincadeiras com bom humor.
Não é estranho de modo algum que um povo como os espartanos,
aristocráticos, solene e marcial, outorgassem grande importância
ao humor e ao riso – particularmente os espartanos deviam ser
mestres do humor negro. Ainda que os helotas se assombrassem
perante a seriedade dos espartanos e seguramente os tachassem de
reprimidos, esses entre si eram semelhantes, eram irmãos. Por
ordem do próprio Licurgo, uma estátua do Deus do Riso decorava
uma das confrarias. O riso tem, efetivamente, grande importância.
Bem pensada é uma materialização do prazer alegre, da extensão
Aquele sim era ambiente festivo, aquelas sim eram festas: festas
em que se rendia culto ao corpo, ao esforço, ao sacrifício, à beleza
e à alegria, e nas quais o atleta guerreiro era o centro da atenção
em torno da qual tudo girava com admiração, alegria e respeito. A
educação, a cortesia e os modos depurados eram enormemente
apreciados em Esparta. Por que isso era tão importante?
Simplesmente por que quando os membros de um grupo seguem
condutas exemplares, o respeito se impõe, e se deseja agir bem
para manter a honra e conquistar o respeito dos camaradas. Por
outro lado, quando os membros de um grupo se entregam às
atitudes deploráveis ou às diversões decadentes, o respeito
diminui, e desaparece o prestígio interior do grupo. Para quê
ganhar o respeito de indignos por meio do sacrifício, se nem se
quer respeitam o espírito da superação? E o resultado é fácil de
ver: Se renuncia a atuar exemplarmente. Deixa-se submergir no
ambiente degenerado e imita-se o que se vê. Os espartanos
intuíram isso, e instauraram um estrito código de conduta e
modos solenes em todo momento, para pôr em marcha um círculo
virtuoso.

Os instrutores espartanos, de vez em quando, pegavam os helotas


e os embebedavam à força, obrigando-os a se vestir de modo
ridículo, a levar a cabo danças grotescas e a cantar canções
estúpidas (não lhes era permitido recitar poemas, nem entoar
canções “de homens livres”). Assim adornados, os apresentavam
às crianças como exemplo dos estragos ocasionados pelo álcool, e
da pouca conveniência de beber muito, ou de simplesmente beber.
Imaginemos o impacto psicológico que tinha em uma orgulhosa,
curtida e dura criança espartana a contemplação de um ser inferior
vestido ridiculamente, dançando com torpeza e cantarolando
golpes até virar mingau assim que avistado. Foi o próprio Licurgo
quem ordenou arrancar as videiras de Esparta, e em geral o álcool
era algo considerado com extrema cautela, desconfiança e
controle.

O estilo de vida que levavam as crianças espartanas mataria em


menos de um dia a imensa maioria dos adultos do presente. Como
eles suportavam? Simplesmente por que haviam sido criados para
isso. Desde muito pequenos lhes havia sido ensinado a serem
fortes e duros, curtindo-se na Natureza. E os corpos e espíritos
infantis aprendem com rapidez e se adaptam facilmente a
qualquer situação, desenvolvendo automaticamente e velozmente
as qualidades que necessitam para sobreviver. Por outro lado, não
lhes era permitido o contato com qualquer coisa que pudesse
amolecê-los o mínimo que fosse, e assim cresciam fortes, sadios,
puros, orgulhosos, incorruptos e incólumes.

À medida que ia crescendo, a disciplina das crianças se ia


tornando mais dura. Aproximava-se a puberdade. Dito trânsito,
em uma sociedade tão próxima a suas raízes tribais como a
espartana, necessariamente devia ir acompanhada de algum tipo
de iniciação ritual, certamente nas irmandades a que pertenciam,
pois é na adolescência que os jovens se iniciam em sua própria
masculinidade incipiente, e em Esparta eram preparados para que
a chegada das forças masculinas não pegasse seus instintos
inocentes de surpresa. Assim, durante a marcha, e no dia a dia,
iam aprendendo a se converter em homens sem o caótico
desajuste fisiológico e mental associado à chegada da
adolescência.
8 – A Instrução dos Adolescentes
“A atitude natural do indivíduo por seus semelhantes é a
rivalidade. A consciência responde à inimizade do ambiente por
meio de um esforço dirigido contra ele. Então se desenvolvem a
inteligência e a astúcia, assim como o desejo de aprender, a
vontade de trabalhar, de possuir e de dominar.”
(Alexis Carrel, “A incógnita do homem”, Capítulo VI, 10)

“Em meus seminários cresce uma juventude que assombrará o


mundo.”
(Heinrich Himmler)

Sabemos com certeza que, às portas da puberdade, havia um ritual


brutal de iniciação de tipo físico e psicológico, que era necessário
superar para poder continuar com a Instrução: Durante o festival
da Deusa Ártemis, seu altar era coberto de apetitosos queijos. Os
aspirantes a efebo tinham que roubar o maior número de queijos
que podiam, porém para isso deviam se esquivar de uma falange
de efebos armados com chicotes, e instruídos a utilizá-lo sem
escrúpulos em sua tarefa de prostração do altar. Para conseguir
seu objetivo, os garotos deviam aprender a se coordenar e a
demonstrar espírito de sacrifício e abnegação. Todos recebiam
ferimentos espantosos, porém como único meio de defesa dos
efebos era o chicote, era preciso tão somente agüentar a dor
enquanto roubavam os queijos. Às vezes, os garotos mais fracos
morriam de dor ou como resultado da ferida.

Em Esparta houve muitas provas desse tipo, cujo objetivo era


levar os aspirantes até o limite para endurecê-los, filtrando
eirenes ou irens (palavras com grande semelhança a aryan, ou
seja, “ariano”, e que significam efebos, adolescentes).

A partir do momento seguinte ao festival de Ártemis, se operava


uma transformação na Instrução dos garotos que haviam superado
a prova. Saía dos bandos, recebendo um simples himation (manto
de lã que se levava como uma capa) cada ano, e proibindo-lhes o
jiton (a túnica habitual). A disciplina se tornava mais estrita.

Segundo Xenofonte, Licurgo se deu conta de que a partir da


adolescência, a vontade própria se enraíza na mente do garoto,
assoma em sua conduta uma sutil tendência para a insolência e à
desobediência rebelde, e começa a se manifestar o apetite pelo
prazer egoísta e individualista. Assim mesmo, a etapa que separa
o temeroso e inocente respeito infantil e a prudente experiência do
veterano é a delgada linha vermelha da imprudência e da
temeridade típica da adolescência e daquele que, após haver
aprendido bastante, porém não o suficiente, tende a superestimar-
se e a cometer perigosas torpezas. A etapa mais delicada em
qualquer aprendizado é quando se crê já saber “o suficiente”.

Para combater essa potencial soberba, os efebos espartanos


deviam caminhar pelas ruas em silêncio estrito, com a cabeça
baixo e as mãos escondidas, sem olhar ao redor, mas sim fixando
seus olhos no solo, adotando um caminhar de monges, tal e como
caminhariam séculos depois os perfeitos maniqueus. Os garotos
que de outro modo seriam os mais ruidosos e bagunceiros, eram
convertidos assim em solenes, cinzentas e silenciosas silhuetas
fantasmagóricas, para as quais o respeito era tudo. Isso, claro está,
não era permanente, mas provisório: contribuía a reforçar a
Porém, por outro lado, aos efebos também era ensinado a ler e a
escrever, sendo apresentada a eles música, dança, mitologia e
poesia. E, pela primeira vez desde que tinham 7 anos, lhes era
permitido deixar crescer o cabelo, em cujo cuidado se esmeravam
muitíssimo, conseguindo gradualmente madeixas impecáveis, e se
orgulhando delas, posto que os cabelos eram “os adornos mais
baratos” e segundo Licurgo, “acrescentam beleza a um rosto belo,
e terror a um rosto feio”. O levar os cabelos compridos era um
antigo costume helênico – e, seja dito de passagem, ariano – que
de certo modo recordava as origens bárbaras da estirpe. Muitos
hão dado aos cabelos compridos, especialmente no caso das
mulheres, a importância de signos de fertilidade e de afinadores
das capacidades espirituais. Arquetipicamente é a manifestação da
redoma espiritual que brota do cume craniano do praticante
consumado de alquimia interior, recobrindo todo seu corpo por
fora. Sobre a formação do cabelo comprido atuam fatores como a
alimentação, a saúde, a exposição ao Sol e ao ar livre, e o
exercício. Por isso o cabelo devia ser algo como um estandarte da
individualidade, um sinal de identificação pessoal que denotava
saúde e os hábitos do indivíduo.

O que está claro é que para jovens que haviam estado desde os 7
anos com a cabeça raspada, deixar crescer o cabeço devia
representar psicologicamente um sinal de superação,
transmitindo-lhes uma sensação de uma nova fase – mais
espiritual menos desamparada e crua, menos brutal e escura. Após
a dolorosa etapa infantil na qual se sacrificava o cabelo, haviam
conquistado a beleza e a individualidade permitida a seus
antepassados perfeitos, e cujo expoente era o crescimento de uma
abundante cabeleira. Tanto a raspagem da cabeça como a
Em Esparta existiam numerosos corais musicais, e toda criança
espartana devia aprender a cantar integrado em um coral. Para dar
uma idéia do espírito desses corais, em muitas cerimônias se
organizavam três grupos: um de anciãos, um de homens jovens e
um de crianças. Quando os anciãos começavam cantando “Antes
éramos jovens e valentes e fortes” os homens jovens continuavam
“e assim somos nós agora, vinde e comprovai”, e as crianças
respondiam depois “porém logo seremos nós os mais fortes”.
Uma nação que se preza procura sempre que cada geração seja
superior à anterior, à medida que, como em uma matilha de lobos,
as gerações jovens, vigorosas e impulsivas vão substituindo os
mais velhos nas funções de ação direta e de domínio.

Se colocava grande ênfase no cultivo da memória, e os jovens


espartanos aprendiam de memória baladas do poeta Tirteu, que
tanto lhes havia ajudado na Segunda Guerra Messênia. Como
exemplo da poesia de Tirteu, veja-se o seguinte fragmento:

“Avancemos travando muralha de côncavos escudos, marchando


em fileiras Panfílios, Hileos e Dimanes [as três tribos dórias
originais], e brandindo nas mãos, homicidas, as lanças. De tal
modo, confiando-nos aos Eternos Deuses, sem tardança acatemos
as ordens dos capitães, e todos ao ponto partamos à rude refrega,
alçando-nos firmes contra estes lanceiros. Tremendo há de ser o
estrépito em ambos os exércitos ao chocarem entre si os redondos
escudos, e ressoarão quando se esbarrem uns sobre os outros...
Pois É BELO MORRER QUANDO SE CAI NA VANGUARDA
COMO GUERREIRO VALENTE QUE POR SUA PÁTRIA
PELEJA... com coragem lutemos pela Pátria e pelos filhos, e
morramos sem poupar agora nossas vidas...Os que se atrevem,
dos bravos guerreiros! Com a esquerda abraçai vosso escudo e a
lança com audácia brandi, sem preocupar-vos de salvar a vida;
que isso não é costume de Esparta. FAZEI DO ESPÍRITO DE
VOSSO CORAÇÃO FORTE E VALENTE, E NÃO VOS
APAIXONEIS PELA VIDA QUANDO SOIS HOMENS
GUERREIROS.”

Os efebos espartanos estudavam assiduamente a Homero, do qual


podiam recitar numerosas estrofes. Porém, obviamente, a
instrução físico-militar não cessava jamais, e era sempre a matéria
principal. Segundo se iam tornando maiores, alguns jovens eram
colocados a frente de garotos mais jovens, já agora como
paidonomos ou como mastigoforos.

O desejo que tem o veterano de fazer o novato sofrer para lograr


aperfeiçoá-lo e curti-lo, ensinando-lhe tudo o que aprendeu – e
que ocorre em qualquer exército decente -, era aproveitado para
espremer as novas gerações e conseguir que superassem as
precedentes.

Já vimos que toda instrução espartana estava pensada para


cultivar a força de vontade, o poder de decisão, o prazer da
responsabilidade, o valor, a coragem, o arrojo, o estoicismo, a
marcialidade, a capacidade de liderança, a sobriedade, o
autocontrole, o ascetismo, a austeridade, o sacrifício e o
sofrimento, a audácia, a dureza física e moral, o sentimento do
dever e da honra, o vigor, a sabedoria psicológica, o equilíbrio
espiritual, a inteligência rápida, cortante e fria, a educação e o
cavalheirismo, a construção do caráter, a solenidade, o respeito, o
laconismo, a disciplina férrea, a eficácia, a obediência sagrada e a
medo, o perigo, o risco, a rivalidade, a fome, a sede, o sono, o
cansaço, o frio, o calor, a incomodidade, a agressividade, a
horrível crueldade, o sofrimento, a luta, os golpes, as chicotadas,
os insultos, as humilhações, o sangue que a tudo salpicava e
impregnava, a onipresença constante da morte mais profunda e da
vida mais elevada, dando lugar a uma prodigiosa tensão vital, era
numa maravilhosa e magnífica expressão de como toda uma
linhagem queria ser, furiosamente e a todo custo, o senhor
absoluto sobre sua própria vontade coletiva, entronizar-se sobre a
Terra e esmagar sem piedade a qualquer inimigo que surgisse.

São esses sentimentos ruins? Ou, ao contrário, são os sentimentos


mais elevados e admiráveis, os impulsos sagrados que incitam a
viver, a lutar, a destruir, a criar, a renovar e a plasmar-se em
alguma memória eterna?

Eram qualidades e sentimentos que a Arianidade perdeu e que


deverá recuperar. E o fará graças a novos tempos turbulentos que
estimularão o lado mais sombrio de nossa Raça, pois esse é o lado
onde tudo começa, é a raiz da árvore. Os SS, para não esquecer
esse aspecto, luziam a caveira ou a “cabeça da morte”, a
conhecida Totenkopf. Ela lhes recordava que o ser nobre,
cavalheiresco, correto e amável não está separado de ser
agressivo, sombrio, impiedoso e fanático.

Tudo isso é grandioso por si mesmo, agora bem, qual era o


resultado de tais qualidades e esses sentimentos? Qual era o
resultado de semelhante educação? Qual era o resultado da
Disciplina da Grande Dor? O resultado era um tipo de homem
superior. Com uma mente fria e insensível à dor, ao sofrimento e
cuja única dedicação eram seus irmãos no combate, sua lealdade à
Pátria, sua devoção a sua família e os desejos de divindade de sua
estirpe. Um homem acostumado à vida ao ar livre, com o qual
forjava um vínculo inquebrantável com sua terra, a qual
considerava uma herança sagrada, uma responsabilidade. Um
ginasta com uma forma física impressionante, um verdadeiro
atleta. Um guerreiro acostumado a ganhar as coisas por seus
próprios meios.

Nada do que se fizesse poderia derrubá-lo, era capaz de agüentar


as dores mais terríveis e as tragédias espirituais mais profundas
com a mesma solene impassibilidade com a qual aceitava as
alegrias e os triunfos. Após ter demonstrado ser capaz de
obedecer, ganhou o direito de mandar e de ser autoritário com
seus inferiores.

Pensemos em como as crianças espartanas sofriam a dor, o medo,


o estresse e o cansaço. Que passava quando deixavam de serem
crianças? Em que se convertiam ao crescer e se tornar homens?
Que aspecto devia ter o corpo de um espartano adulto? Só
podemos imaginá-lo, porém ao seu lado, os jovens atletas das
esculturas atenienses pareceriam inofensivos anjos. O corpo do
espartano se distinguiria imediatamente por ser muito espigado,
esbelto e de pele escura, não por raça, mas sim por haver estado
sempre exposta ao Sol, ao ar, à umidade, à sequidão, à água doce
e salgada, à vegetação, às picadas dos insetos, ao pó, à terra, à
rocha, à neve, à chuva, ao granizo, e em definitivo, a todo tipo de
intempéries. Isso fazia com que a pele do espartano fosse tão
calosa e dura como a madeira. Em segundo lugar, chamaria a
atenção o relevo do seu corpo. O tipo de treinamento físico que
raízes, ramos, cabos, tubos, cortes, marcas e pedras com cor de
madeira. (Talvez poderíamos imaginar, para comparar, os pesos
médios do fisiculturismo quando perderam gordura e líquidos
antes de uma competição).

Ademais nós podemos figurar que seu corpo estaria inteiramente


coberto de muitas cicatrizes. As marcas das chicotadas seriam
notáveis em muitas zonas da pele, porém especialmente nas
costas. Cada espartano devia ser um mapa diferenciado com
variados tipos de sinais de violência. A muitos faltariam dentes,
teriam o nariz torto e cicatrizes no crânio e na face como legado
dos combates corpo a corpo e dos jogos brutais de bola. A
estatura do espartano, pelo que diziam seus contemporâneos
(recordemos a Xenofonte, apesar de ter vivido em uma etapa já
decadente para Esparta), devia ser alta se temos em conta a
desnutrição crônica a que eram submetidos durante a infância e a
puberdade. Em Tebas se descobriram esqueletos pertencentes à
guarnição espartana, segundo os quais 1,80 devia ser uma estatura
normal entre eles. O cabelo espartano era uma madeixa comprida
e, se damos crédito às referências históricas, comumente loira. Os
espartanos deixavam crescer a barba e se esmeravam em seu
cuidado, pois para eles a barba era símbolo do homem livre e
consumado que escolhe sua vida. Seus rostos escuros deviam
apresentar um aspecto duro e uma expressão filme e cruel, na qual
ressaltariam com intensidade os olhos azuis legados por seus
antepassados dórios.

Os animais são admiráveis por sua dureza, por seu instinto, sua
resistência à dor, à fome, às intempéries, e por sua ferocidade. Os
espartanos, graças à energia que só dá a experiência, a motivação
Tudo isso formava uma combinação aterradora ou, quando
menos, inspiradora de um profundo respeito.

O espartano, desde cedo, não era nenhum anjinho santarrão que


reprimia seus instintos primários, mas sim um deus dualista que
os cultivava com zelo.

O resultado da Instrução, enfim, era o tipo do homem superior, do


impassível, imperturbável, autoritário e incorruptível, do corpo
duro e blindado, sem rastro de compaixão ou ternura de nenhum
tipo. O espartano era o ariano elevado ao quadrado, ou talvez
simplesmente o ariano quase completo, a um passo da
transmutação coletiva em comunhão com seus irmãos.

Não podemos nem imaginar como eram os arianos dos tempos


antigos, por sua ferocidade, vontade e dureza. Pois bem, dentre
todos esses arianos de todos os tempos, o espartano foi o mais
duro e realizado, o mais perfeito e o mais forte. Hoje em dia sobre
a Terra não existe nada que se pareça ao espartano. Os legionários
de Roma, as ordens de Cavalaria (das quais os templários foram
expressão suprema) e as SS conseguiram se aproximar, sempre
sob a marca inconfundível do Militarismo. Se algum dia voltasse
a surgir um homem semelhante – e surgirá -,será considerado um
semideus. Porém a Sub-humanidade sentira tamanho terror frente
a ele que o chamará Anticristo, pois ele parecerá uma besta
impiedosa, sombria, metálica e desalmada.

A Instrução dos espartanos era brutal, porém de um modo ou de


outro, os instrutores sempre intuíram inconscientemente que essa
era a melhor maneira de formar bons guerreiros. Em escala muito
muitas vezes não são chamados por sobrenomes, mas sim por
apelidos (“nomes de guerra”) ou por números.

Os exercícios extenuantes, a incomodidade, o mal-estar, o


sofrimento, o medo, o estresse, a repugnância, etc., servem para
fazer sofrer o recruta e assim propiciar sua humildade e seu
respeito perante o que o supera. Só quando o aspirante se
entregou com em sacrifício, tocando fundo voluntariamente em
seu sofrimento esforçado, pode voltar a começar do zero de uma
maneira nova, com uma personalidade transformada, depurada de
suas imperfeições e temperada no fogo e nas marteladas de um
ideal firme, fanático, sublime e sagrado. Os SS foram os últimos
grandes adeptos desse sistema, que foi herdado muito
mediocremente pelas modernas unidades de elite.

E tratemos um último aspecto. Os castigos públicos, as provas


extremamente difíceis, a vitória de cada bando, os bons resultados
esportivos, etc., contribuíam a reforçar o prestígio da Comunidade
Espartana. Por que uma comunidade não só tem prestígio, mas
sim que se seus membros sentem tal prestígio interno. Essa moral,
esse esprit de corps, aumentava o orgulho de pertencer a tal
comunidade. Os sacrifícios a que se submetiam os membros de
Esparta faziam com que todos sentissem orgulho e honra em sua
contemplação. Cada vez que uma criança agüentava sem se
alterar uma sessão de chicotadas, cada vez que outro batia uma
marca esportiva, cada vez que, com a cara destroçada e as mãos
ensangüentadas, o guerreiro vitorioso triunfava sobre si mesmo e
sobre a probabilidade, a vontade de cada membro da comunidade
se persuadia: “Tais atos demonstram a grandeza de nossa
comunidade. Orgulho-me de estar junto com estes homens e
bosque ou do monte, quando outro falecia em uma corrida ou de
fome, a mesma vontade de aço dizia: “Tais atos demonstram que
não é qualquer um que tem a honra de pertencer a nossa
comunidade, mas sim que há que conquistar esse direito. Eu
quero conquistar essa honra e estou em bom caminho. E quero
que os fracos se rendam, abandonem ou sejam suprimidos de
nossa comunidade pelo bem da mesma e por minha própria
vaidade.” Quer dizer, descartava-se aqueles que pudessem sujar a
honra da palavra “iguais”, e tal eliminação era um sacrifício que
mantinha viva a chama do orgulho elitista.

Tal grupo é para a coletividade amorfa o que a matilha é para o


rebanho.
9 – A Vida dos Espartanos Adultos
“Procriar, sangrar, liderar”
(Divisa da aristocracia imperial inglesa)

“Os homens jovens, belos e robustos, estão destinados pela


Natureza a propagar a espécie humana, a fim de que essa não
degenere”
(Schopenhauer, “O amor, as mulheres, e a morte”, As Mulheres)

Aos 20 anos, após 13 anos de treinamento atroz que deixavam


seus corpos curtidos para o resto da vida, a pele cheia de marcas e
cicatrizes, e as costas cruzadas por chicotadas, os jovens
espartanos alcançavam o ponto crítico de suas vidas. No caso de
não terem passado satisfatoriamente a última fase da Instrução,
eram tornados periecos. Aos demais lhes aguardava uma solene
cerimônia na qual diversas comunidades militares chamadas
syssitias, fidícias ou sistias (que poderíamos definir como
comidas comunais, confrarias ou clubes do Exército), formavam
para recrutar os membros da nova promoção. As sistias tinham de
15 a 20 membros.

Havia algumas com mais prestígio que outras, e estas tentavam


manter bem alta sua fama recrutando a elite da nova “promoção”.
Para avaliar um candidato se tinha em conta sua reputação, sua
dureza, sua destreza com as armas, seu valor, sua audácia, sua
presença e beleza, sua forma física e sua inteligência.

O candidato se apresentava na mesa da sistia à qual aspirava


pertencer. Os membros da sistia depositavam então pequenos
caso, era raro que a um jovem fosse negada a entrada a qualquer
sistia. Porém no caso improvável de ser rechaçado por todas, o
jovem em questão se convertia em um marginal que devia comer
sozinho, pois ser rechaçado até pelas sistias mais medíocres
implicava necessariamente que o candidato era indesejável para
seus camaradas. Só lhe restava à opção de limpar sua honra por
meio de feitos valorosos, ou ao cair em combate.

Entrar em uma sistia significava que o membro passava a ser


aceito por seus iguais como um espartano com todas as
obrigações, ainda que não chegasse a adquirir os plenos direitos
até os 30 anos. Quer dizer, que após 13 anos de instrução e após
entrar para o Exército, havia ainda 10 anos de “provação” que
coincidiam com a etapa de maior florescimento biológico.

Observemos que o critério de maioridade aos 20 anos, assim


como alguns outros assuntos tais como a pureza em assuntos de
sexo, era compartilhado pelos alemães. Júlio César disse sobre
eles:

“Desde a infância se inclinam para o endurecimento por meio


dos exercícios. O que por mais tempo se abstém de relações
sexuais colhe o maior apreço, já que pensam que isso aumenta a
estatura física e moral. Ter tido relações com uma mulher antes
dos vinte anos é para eles um dos delitos mais infamantes. Sem
dúvida, não existe neles hipocrisia alguma nos assuntos
corpóreos, dado que homens e mulheres se banham juntos e nus
nos rios e se vestem de tal maneira que grande parte do corpo
permanece nua.”
(Guerras Gálicas)
rédeas de deus instintos. A finalidade de todas aquelas fases
preparatórias era acumular energia e cultivar testosterona para
completar sem interferências a alquimia biológica que tem lugar
no corpo masculino durante essa etapa.

Em cada sistia se requeria que o membro colaborasse com


comida, em forma de cevada, vinho, queijo, farinha, figos,
marmelos e outras frutas. A carne era um luxo que se consumia
somente em ocasiões especiais e em escassa quantidade. Se o
membro falhava reiteradamente em prover as rações, era expulso
da sistia e degradado a perieco. Era fácil obter as rações:
provinham da parcela de terra (kleroi ou klaros) que se designava
a cada soldado, parcela de terra que não via quase nunca, que era
trabalhada pelos helotas e administrada por sua esposa. Em todo o
Estado de Esparta havia umas 10.000 parcelas, das quais ao redor
de 6.000 estavam nos territórios conquistados a Messênia.

Aos 20 anos, portanto, e após ter entrado nessas sistias militares,


os jovens se incorporavam como soldados na gloriosa Falange
Espartana. Formariam parte dela, se sobreviviam, até os 60 anos,
ascendendo gradualmente na escala de comando, por méritos e
por experiência. Passariam a maior parte de suas vidas dedicada
ao Exército, se bem sua época operativa seria de 10 anos – entre
os 20 e os 30 -, pois a partir dos 30 lhes era permitido ir viver na
casa com suas mulheres, e começavam o desempenho de tarefas
públicas ao tornarem-se cidadãos e entrar na Assembléia.

Até então, viviam em barracões militares e todas as suas refeições


eram feitas junto a seus companheiros de sistia. Quando tinham
tempo livre, observavam como iam as instruções das novas
para guerrear melhor. E quando não, socializavam com seus
camaradas nesses “clubes”. Só em quarto lugar vinham as
relações familiares. As sistias eram presididas por uma estátua do
Deus do Riso, introduzida pelo próprio Licurgo. Ali
desabrochavam seu humor e suas conversas afiadas. Nelas se
misturavam homens de todas as idades e condições; era
impossível, pois, a aparição da “brecha de geração”, posto que
todas as gerações compartilhassem suas experiências e suas
inquietudes. Não havia distinções de riqueza; unicamente o valor
em si, junto com a experiência, era tido em conta na hora de
avaliar um homem e respeitá-lo. Unia-lhes o fato de terem
superado a Instrução, de terem se submetido a privações
similares, e o fato de serem varões espartanos.

Unia-lhes o orgulho de formarem a Falange junto com homens


que haviam demonstrado de sobra sua dureza, sua bravura e sua
retidão. Isso era o que os convertia em irmãos.

Era de imensa importância que cada espartano contraísse


matrimônio e tivesse muitos filhos, e de fato se impunham multas
e castigos por matrimônio tardio; inclusive havia um imposto para
solteiros. Enquanto ao celibato, era um crime evidente em
Esparta, e nem se concebia. Houve ocasiões nas quais grupos de
garotas espartanas fanáticas perambulavam dando surras em
varões solteiros que tivessem certa idade. Outros testemunhos
narram como no Inverno os solteiros, solteiras e casais sem filhos
eram desnudados e obrigados a marchar pelo centro da cidade
cantando uma canção sobre a justiça de sua humilhação, já que
haviam faltado com as leis. Ser solteiro a certa idade – ao redor
dos 25 – era um opróbrio comparável à covardia em combate, já
Plutarco conta outra anedota reveladora. Um famoso e respeitado
general espartano chamado Dercílidas entrou em uma reunião e
um dos jovens espartanos se negou a ceder-lhe seu assento como
era cabível, “por que tu não deixaste um filho que o ceda a mim.”
O jovem não foi repreendido nem castigado, por que tinha razão.

Se favorecia a alta natalidade mediante incentivos e prêmios às


famílias numerosas, ademais da liberação de pagamentos
comunais a aqueles que tinham mais de quatro filhos sadios
(comparar com as SS). Isso, junto com a obrigação prática de
contrair matrimônio, tinha como objetivo o favorecer a
multiplicação da estirpe espartana.

Assimilemos, em todo caso, que o crescimento da população


espartana não devia ser tão elevado como muitos imaginam, por
que ainda que se tivessem abundantes filhos, muitos morriam na
seleção eugênica e na criação infantil, e outros durante a mortal
Instrução.

A filosofia espartana em respeito ao supérfluo era: “se não é


imprescindível, é um estorvo.” Tudo o que não era necessário
para a sobrevivência era desterrado com desprezo. As jóias, os
adornos, os desenhos extravagantes, as cores berrantes e demais
obstáculos e distrações, foram extirpados de Esparta. O luxo e a
decoração eram inexistentes.

Aos espartanos era estritamente proibido comercializar com ouro


ou prata, e até mesmo sua posse era duramente castigada, assim
como sua utilização em forma de adornos ou jóias. O próprio
Estado Espartano se negou a fabricar moedas de qualquer tipo.
Plutarco disse, a propósito da “moeda” de Esparta, que “nem se
podiam comprar com ela objetos estrangeiros de qualquer preço,
nem entrava nos portos navio de comércio, nem se aproximava da
Lacônia sofista tagarela, ou lisonjeiro, ou traficante de mulheres,
ou artífice de ouro e prata”.

Em resumo, não era fácil trapacear com esse dinheiro, nem


traficar, subornar, roubar, contrabandear ou entrar em tratos com
estrangeiros, nem podiam aparecer vícios como o jogo ou a
prostituição. O sedicioso era posto em evidência, já que
necessitava de uma granja inteira para guardar sua fortuna.

E para evitar que alguém cortasse as barras para manejá-las e


escondê-las, os fabricantes dessas – quando estavam em vermelho
vivo – as submergia no vinagre, o que fazia com que perdessem a
ductilidade e não pudessem ser trabalhadas nem moldadas.

Não resisto em assinalar que a utilização de ferro como


ferramenta de intercâmbio de bens em Esparta é arquetípica e
simbólica. Enquanto os demais Estados se abstraíam com o ouro,
Esparta adotava o rude ferro. Enquanto outros Estados, mais
suaves, tentavam recriar a Idade de Ouro em sua patética, passiva
e nostálgica narcose, Esparta se adaptava aos duros tempos da
Idade do Ferro e se preparava para um final glorioso. Isso é um
grande exemplo para nós, e nos ensinar que a esse mundo não se
vêm para recrear-se em contemplações, mas sim para combater
em uma luta dura e esforçada. Esparta, realmente, foi uma
autêntica filha da Idade do Ferro, uma jóia entre fermentos de
decomposição e luzes outonais do entardecer. Era em Esparta
onde se havia conseguido a compreensão de um tipo de sabedoria
Graças a todas as medidas de sobriedade, simplicidade e
austeridade, Esparta se livrou de cosmopolitas, falsos adivinhos,
joalheiros, mercadores, farsantes, traficantes e demais escória
mediterrâneo-etrusca/semítico-fenícia, que se negavam a passar
por um Estado onde o dinheiro praticamente não existia, e o
pouco que existia era uma carga indesejável para seu dono, e seus
habitantes eram todos soldados orgulhosos, puros, racistas e
incorruptíveis.

Plutarco disse que para os espartanos “o dinheiro carecia por


completo de interesse ou apreço.” Tanto o desprezo dos prazeres
materiais passageiros como do dinheiro em si nos assinala uma
sociedade ariana ascética, anti-materialista e anti-hedonista.
Nietzsche repetia, como outros mestres arianos: “Quem possui
pouco não corre o perigo de que possuam a ele. Louvada seja essa
pobreza simples!”

Aos espartanos era ensinado que a própria civilização, com seus


luxos, suas comodidades, suas riquezas, sua moleza, sua
concupiscência e complacência, era um fator de dissolução, algo
certificado inúmeras vezes por Schopenhauer e também por
Nietzsche, que admirava o mundo ascendente e não-contaminado
dos bárbaros, dos quais os espartanos eram a expressão máxima,
mais depura e aperfeiçoada. E qual era a expressão do máximo
vício e luxo alcançado por uma civilização outrora admirável,
porém logo decadente? Babilônia. E Babilônia teve uma
influência decisiva em toda Ásia Menor, nos jônios (e, portanto
em Atenas), nos persas, nos fenícios e nos judeus.

Porém Esparta não se deixava contaminar por essa perigosa


com suas mulheres ocasionalmente.

A partir dos 30 anos (idade a partir da qual decai no corpo o


hormônio do crescimento), a disciplina do espartano se relaxava,
especialmente nos aspectos mais “comunais”. Abandonava, pois,
os barracões militares e ia viver em sua casa com sua mulher e
seus filhos (ainda que a essas alturas provavelmente alguns de
seus filhos varões estariam já sob tutela estatal e sofrendo a
infernal Instrução).

A essa idade de 30, os espartanos se integravam na Assembléia,


um organismo popular (ainda que lembremos que esse povo era
em si mesmo uma aristocracia) que veremos mais adiante,
desempenhando alguma tarefa de responsabilidade estatal que
lhes fosse dada, como comandos no Exército, harmostas entre os
periecos, emissários de Esparta em outros Estados, etc. Passavam,
pois, a serem cidadãos com todos os direitos e com todos os
deveres.

A partir dos 60 anos, se chegava a essa idade, caso se oferecesse,


e se tinha a honra de ser selecionado, o espartano passava a
formar parte do Senado. Ser senador era vitalício. Os anciões
espartanos gozavam de um respeito incomensurável por parte de
seus compatriotas, que veneravam incondicionalmente a seus
mais velhos como depositários de sabedoria e experiência, e como
nexo que une o passado com o presente, assim com a juventude é
o vínculo que une o presente com o futuro. Os espartanos
veneravam os mais velhos até mesmo quando não eram
espartanos. Como exemplo disso, temos uma anedota que sucedeu
no teatro de Atenas enquanto uns embaixadores espartanos se
10 – As Espartanas e o Matrimônio
“Assim é como quero que sejam o homem e a mulher: um, capaz
de guerrear; a outra, capaz de dar a luz...”
(Nietzsche, “Assim Falou Zaratustra”, Terceira Parte, As Velhas e
Novas Tábuas, 24)

“O que eu quero é que sejam tua vitória e tua liberdade as que


desejem um filho, já que a elas hás de erigir monumentos vivos.
Deves edificar por cima de ti, porém antes hás de ser tu um
edifício bem construído em corpo e alma. Reproduzir-te há de ser
um criar algo que seja superior a ti. Para isso há de te ajudar o
matrimônio. [...] Essa vontade que te impulsiona ao matrimônio, é
essa sede de criador, é essa flecha e esse desejo que apontam ao
super-homem, meu irmão? Sim? Em tal caso considero que essa
vontade e esse matrimônio são algo santo.”
(Nietzsche, “Assim Falou Zaratustra”, Primeira Parte, Os filhos e
o matrimônio)

Até aqui se examinou com detalhes o homem espartano, porém


agora é momento de nos perguntarmos pela mulher espartana e
dirigir a ela nossa atenção. As espartanas foram a mais nítida
representação da mulher ariana de honra na Idade de Ferro,
criadas sob um sistema aperfeiçoado que punha para reluzir suas
mais nobres virtudes.

É um paradoxo o fato de que, sob um perfeito patriarcado, as


mulheres gozassem de amplas liberdades? É sem sentido que, em
um estado militarista onde as mulheres não deviam ter papel,
superior dório com seu aspecto disciplinado.”
(“O Mito do Século XX”, Livro Três, Capítulo II.)

Os arianos são uma raça totalmente patriarcal, cuja palavra mais


representativa é “Pátria”, proveniente do latim pater (padre) – a
palavra representativa de mater (mãe) é “matéria”. Esparta mesmo
era viril e patriarcal até a medula, porém como veremos, os
espartanos não eram de modo algum injustos ou opressores com
suas mulheres, ao invés estas gozavam de uma liberdade
impossível em sociedades matriarcais, onde tudo se centra no
materialismo e o desfrute de gozos terrenos passageiros, e a
mulher passa a ser uma cortesã, um objeto passivo de desfrute e
de culto distorcido, cuja idealização está plasmada nas conhecidas
“Vênus” dos promíscuos povos matriarcais – figuras de mulheres
horrivelmente obesas e que representavam a beleza e a fertilidade
para estes escravos deprimidos espiritual e fisiologicamente.

Esparta, um estado tão duro e tão viril, era o mais justo da Hélade
em tudo o que concernia as suas mulheres, e não precisamente
porquê fossem aduladas e mal-criadas como em nossos tempos.
Esparta foi o único Estado helênico que instituiu uma política de
educação feminina à margem dos conhecimentos do lar e das
crianças que toda mulher devia possuir. Foi por isso mesmo o
Estado com maior índice de alfabetização de toda Hélade, pois às
meninas espartanas lhes era ensinado a ler assim como os seus
irmãos, diferentemente do resto da Grécia, onde as mulheres eram
analfabetas.

Na própria Esparta havia mais mulheres do que homens, por que


sua eugenia não era tão severa, por que não passavam pela
defendia o coração, o núcleo sagrado, e se imolavam em honra
desse coração.

As mulheres representavam o círculo interior, enquanto que os


homens representavam a muralha externa protetora.

As meninas espartanas recebiam comida na mesma quantidade e


qualidade que seus irmãos, o que não sucedia nos Estados
democratas da Grécia, onde os melhores alimentos eram para os
varões. Eram colocadas sob um sistema educativo similar ao dos
homens e que favorecia as aptidões de força, saúde, agilidade e
dureza, sendo educadas em classes e ao ar livre, porém eram
treinadas por mulheres, e não lhes era inculcado esse cego
fanatismo de superação, sacrifício e vontade, esse sentimento de
ser uma sonda lançada no abismo – sentimento que, no caso dos
espartanos, roçava o afã de auto-destruição. No caso das meninas,
a ênfase era mais colocada no domínio de suas emoções, no
controle dos sentimentos e no cultivo do instinto materno.
Favorecia-se, ao invés, que as jovens treinassem esportivamente
com os jovens, pois se pretendia que os varões as animassem a se
superar nos esforços físicos.

A dureza, a severidade e a disciplina da educação feminina eram,


em todo caso, muito inferiores às da Instrução dos varões, e se
insistia muito menos no domínio do sofrimento e da dor, assim
como na agressividade. As meninas espartanas não eram
castigadas com a mesma crueldade com a que se castigavam os
meninos, nem eram arrancadas de seus lares quando completavam
os sete anos. Após vermos a proeza quase sobrenatural que
supunha a superação da instrução masculina, a educação das
para força, pois essas forças procedem do lado escuro e sua
primeira inclinação é o caos e a destruição.

A agressividade do homem, seu instinto de matar, sua tendência a


possuir, dominar e submeter, seu grande impulso sexual, sua
maior força, bravura, potência, vontade, dureza e resistência, faz
com que os homens tenham que ser submetidos a uma disciplina
especial que cultive e canalize essas energias, especialmente
quando se trata de homens jovens e sadios de instintos naturais
poderosos, sob pena de que seus espíritos sofram um enorme
perigo. O ascetismo em si (como o sacrifício) é algo muito mais
próprio do homem que da mulher. De fato, a mulher ariana jamais
esteve submetida a sistemas disciplinares tão severos como os dos
antigos exércitos. Era considerada pelos homens de antanho como
uma criatura mais “mágica”, pois não lhe estorvavam os rugidos
da besta interior. Por todas essas razões, era justo que a educação
masculina fosse mais severa e rigorosa que a feminina, pois é
assim que se treina a besta. “Melhor é educar aos homens”, pôs
Nietzsche nas palavras de um sábio ao qual sugeriram impor
disciplinar às mulheres.

As forças masculinas, pois, só resultam negativas quando não são


canalizadas nem conduzidas, e quando o são, conquistam proezas
divinas, impossíveis para quem não é homem.

O principal na formação feminina era a educação física e a


“socialista”, que consagrava suas vidas a sua Pátria – como os
homens, só que em seu caso o dever não era derramar seu sangue
no campo de batalha, mas sim manter vivo o lar, proporcionar
uma progênie sadia e forte a sua estirpe, e criá-la com sabedoria e
Ainda que sim, participassem nos torneios desportivos espartanos,
estavam proibidas de fazê-lo nos Jogos Olímpicos por culpa do
rechaço dos demais povos helênicos, infectados pela mentalidade
pré-ariana segundo a qual uma “senhorita” deve se colocar entre
quatro paredes até se converter em uma dessas mencionadas
“Vênus” obesas, adoradas pelos antigos povos matriarcais como
modelo de beleza feminina. Vemos que, enquanto as esculturas
gregas representam bem o ideal de beleza masculina (pense-se no
“discóbolo” de Mirón), não se aproximam minimamente ao ideal
de beleza feminina: todas as estátuas femininas representam a
mulheres amorfas, pouco sadias, pouco naturais e nada atléticas,
ainda que de traços faciais perfeitos. Se os espartanos nos
tivessem legado esculturas de mulheres, teriam representado
muito melhor seu ideal de beleza, pois eles, à diferença dos
demais helenos, sim possuíam um ideal feminino claramente
definido, e sabiam claramente como tinha que ser uma mulher
para eles.

Muitos povos arianos, ao entrar em contato com o lixo matriarcal,


adotaram exageradamente um patriarcado mal assimilado que
pretendia prevenir que a sociedade tradicional-patriarcal
degenerasse em decadente-matriarcal, e cujo signo distintivo era o
desprezo pela mulher e a anulação do seu caráter. Isso ocorreu em
outros Estados helênicos e também posteriormente em Roma,
porém a Esparta não lhe fez falta reagir assim.

Enquanto à austeridade feminina, era também pronunciada (ainda


que nem tanto como a praticada pelos homens), especialmente se
a compararmos com a conduta das demais gregas, já aficionadas
às cores, à superficialidade, às decorações, aos objetos, e já com
Assim mesmo, todo tipo de maquiagens, adornos, jóias e
perfumes eram desconhecidos e desnecessários para as mulheres
de Esparta, que desprezavam com altivez toda essa repugnante
parafernália meridional. Sêneca disse que “a virtude não precisa
de adornos; ela tem em si mesmo seu máximo ornato.” As
espartanas deviam pensar assim.

Um dos objetivos de criar mulheres sãs e ágeis era que os bebês


espartanos, crescendo no seio de corpos sólidos, nascessem
promissores. Segundo Plutarco, Licurgo “exercitou os corpos das
donzelas em correr, lutar, arremessar o disco e atirar com o arco,
para que a geração dos filhos, tomando princípio em corpos
robustos, brotasse com mais força; e levando elas os partos com
vigor, estivessem dispostas para agüentar alegre e facilmente as
dores.”

As espartanas eram preparadas, desde pequenas, para o parto e


para a etapa na qual seriam mães, ensinando-lhes a maneira
correta de educar um pequeno para que chegasse a ser um
verdadeiro espartano. Durante essa aprendizagem, as espartanas
muitas vezes atuavam como babás e assim adquiriam experiência
para quando elas recebessem a iniciação da maternidade.
Contraíam matrimônio a partir dos 20 anos, e não se casavam
com homens que as superassem muito em idade (como sim
sucedia no resto da Grécia), mas sim com homens de sua idade ou
5 anos mais velhos, ou mais novos, que elas no máximo, já que a
diferença de idades nos membros de um matrimônio estava muito
mal vista – pois sabotava a duração da etapa fértil da parelha. Não
se permitia nem por suposição a aberração de casar meninas de 15
anos com homens de 30, aberração que, repetimos, sim se deu em
Tampouco se permitia em Esparta outra abominação, que
consistia em casar as jovens com seus próprios tios ou primos
para manter a riqueza hereditária dentro da família, em uma
mentalidade completamente oriental, endogâmica, anti-ariana e
antinatural. Outras práticas, como a prostituição ou o estupro,
nem mesmo eram concebidas, assim como o adultério.

A um espartano chamado Geradas, um forasteiro lhe perguntou


que pena se aplicava em Esparta aos adúlteros. Geradas lhe
respondeu: “Entre nós, ó hóspede, não os há.” E o estrangeiro
insistiu de novo: “E caso houvesse?” Geradas respondeu: “Pagam
um touro tão grande, que por cima do Taigeto beba do Eurotas”.
O forasteiro, confuso, disse: “Como pode haver touro tão
grande?” Geradas sorriu: “E como pode haver um adúltero em
Esparta?”

Nos demais Estados gregos, a nudez masculina era comum em


atividades religiosas e desportivas, e isso era signo de sua soberba
e de seu orgulho. A nudez feminina, por sua vez, estava proscrita
em similar medida que a própria presença feminina em ditos atos.
Porém nessas procissões, cerimônias religiosas, festas e
atividades desportivas de Esparta, as jovens iam tão nuas quanto
os jovens. Cada no durante a Gymnopedia, que durava 10 dias, a
juventude espartana de ambos os sexos competia em torneios
desportivos e dançava nua.

Hoje em dia atividades nudistas desse tipo seriam ridículas por


que a nudez das pessoas é repelente; seus corpos são flácidos e
carecem de formas normais. O indivíduo moderno tende a
considerar um corpo atlético como um corpo sobressalente,
Os helenos dos Estados democratas alegaram em seu dia que a
presença da nudez feminina poderia causar olhares lascivos,
porém o certo é que os espartanos tomavam tudo aquilo com
simples naturalidade, despreocupação e alegria pagã. Ademais, as
jovens espartanas que identificavam um admirador abobado
lançavam-lhe uma hábil ladainha de brincadeiras que o deixavam
em ridículo diante de todo um estádio repleto de solenes
autoridades e atento povo.

Em algumas cerimônias, as jovens cantavam sobre os varões que


haviam realizado grandes proezas, ou infamavam ao que havia se
conduzido mal.

Elas eram, de alguma maneira, a voz exigente do inconsciente


coletivo espartano. Elas eram a polícia da virilidade, as guardiãs
que velavam pelo arrojo e pela conduta dos homens. Não só era
nas canções que vertiam suas opiniões, mas sim na vida pública:
não deixavam passar nada, não eram indulgentes, mas sim que
criticavam sempre ao covarde e elogiavam o valente. Para os
homens de honra, as opiniões sobre o valor e a hombridade que
tinham mais importância se procediam de vozes femininas, dignas
de respeito: assim as críticas eram mais pungentes e os elogios
mais revigorantes (segundo Plutarco, as espartanas “engendravam
nos jovens uma ambição e emulação laudáveis”). É por isso que,
no caso dos espartanos, as relações com as mulheres não os
amoleciam, mas sim os endureciam ainda mais – pois eles
preferiam ser valentes e conquistar a adoração de tais mulheres.

E qual foi o resultado da educação patriarcal espartana para as


Em toda Hélade, as espartanas eram conhecidas por sua grande
beleza, e respeitadas por sua serenidade e maturidade. O poeta
Alcemno de Esparta (século VII AEC) dedicou uns versos a uma
campeã espartana que competia em corridas de carros, elogiando-
a por sua “cabeleira de ouro e o rosto de prata”. Dois séculos mais
tarde, outro poeta, Baquílides escreveu sobre as “loiras
lacedemônias”, descrevendo-as como “de cabelos de ouro”.
Tendo em conta que as tintas em Esparta estavam proibidas,
podemos deduzir que o racismo e o instinto de “Apartheid” dos
espartanos em relação aos gregos aborígenes era suficientemente
forte como para que nada mais e nada menos setecentos anos
depois da invasão dória, os cabelos loiros ainda predominassem
entre a cidadania de Esparta.

Em uma comédia intitulada “Lisístrata”, escrita pelo dramaturgo


ateniense Aristófanes (444 AEC – 385 AEC), há uma cena na
qual uma multidão de mulheres atenienses rodeia, admiradas, a
uma jovem espartana chamada Lampito. “Que criatura mais
esplêndida!” dizem as atenienses. “Que pele tão saudável, que
corpo tão firme!” Outra adiciona: “Nunca vi seios como esses.”
Homero chamou a Esparta Kalligynaika, quer dizer, “Terra de
Mulheres Belas”. Por outro lado, não esquecemos que a lendária
Helena de Tróia, a mulher mais bela do mundo, foi originalmente
Helena de Esparta, um ideal, inclusive uma rainha-sacerdotisa que
foi roubada e que não apenas Esparta, mas sim a Grécia inteira,
recuperou através de luta e de conquista.

As mulheres espartanas eram superiores em todos os aspectos às


demais mulheres de seu tempo e, sem dúvida, às mulheres atuais.
Inclusive em virtudes físicas, valor e dureza superariam a maioria
cumprir com seu sagrado dever e imolação gloriosa. Outra mãe
Esparta, ao ver como seu filho fugia do combate, levantou sua
túnica e perguntou – com a mais impiedosa crueza, certamente –
se sua intenção era voltar apavorado ao lugar de onde saiu.
Enquanto outras mães teriam dito “pobrezinho!” e teriam
estendido os braços, as mães espartanas não perdoavam. Tácito
escreveu que as mães e esposas dos germanos (que viviam com
uma mentalidade não muito distinta da de Esparta) costumavam
contar as cicatrizes de seus guerreiros, inclusive exigiam que
voltassem com feridas para demonstrar sua presteza no sacrifício
por elas. Os espartanos acreditavam que em suas mulheres residia
um dom divino, e não eram as espartanas quem lhes ia convencer
do contrário, de modo que procuravam estar à altura da devoção
que seus homens lhes professavam. Assim, as mulheres estavam
convictas de que em seus homens habitava essa nobreza, valor,
sinceridade, poder e retidão tipicamente masculinas, junto com a
noção de dever, de honra, e a disposição para o sacrifício, e os
homens procuravam também manter-se à altura de tal ideal. De
novo, encontramos que a mulher ariana antiga não amolecia seu
homem, mas sim o ajudava a melhorá-lo e aperfeiçoá-lo, pois o
homem sentia a necessidade de manter a integridade perante
semelhantes mulheres, de modo que as mulheres se mantinham
alerta e faziam o que era apropriado perante os varões, tendo
presente em suas mentes que elas constituíam por si mesmas
ideais pelos quais seus homens estavam dispostos a se sacrificar.

De tal modo, se criava um círculo vicioso. A mulher não era um


motivo para abandonar a luta, mas sim precisamente um motivo
para lutar com ainda mais fanatismo.
economia e a auto-suficiência da família, de tal modo que os
espartanos confiavam em suas mulheres para proporcionar à sua
sistia as rações de comida estipuladas. As mulheres espartanas
(também como as germânicas) podiam herdar propriedade e
transmiti-la, ao contrário que o resto de mulheres gregas. Toda
essa administração doméstica feminina era, como vemos, similar
no direito germânico, onde as mulheres ostentavam a chave do
lugar como signo de soberania sobre a casa familiar sagrada e
inexpugnável, e de sua fidelidade ao cabeça da família. O lar é o
menor templo que pode ter a menor unidade de sangue, célula e
base de toda a Raça: a família. E a portadora de sua chave tinha
que ser por força da mãe ariana.

Uma sociedade na guerra está condenada se o lar, se a retaguarda


feminina, não está com a vanguarda masculina. Todos os
sacrifícios dos guerreiros são apenas um glorioso esbanjamento
sem meta e sem sentido se na Pátria não há mulheres dispostas a
manter o lar em funcionamento, e brindar seu apoio e ânimo
espiritual aos homens em campanha e, em última instância, a parir
novos guerreiros. Um soldado longe de seu lar, sem pátria, sem
ideal e sem uma imagem feminina de referência – um modelo de
perfeição, um eixo de divindade – degenera imediatamente em
um bandido sem honra.

Ao contrário, se é capaz de interiorizar uma mística interior e uma


simbologia feminina que equilibre a brutalidade que presencia no
dia a dia, seu Espírito se verá fortalecido e seu caráter se
enobrecerá. Esparta não teve problemas nesse sentido; as
espartanas eram a contraparte perfeita de um bom guerreiro.
cabeça, deixando-se levar em submissão. Isso não há de ser
interpretado em um sentido literal de rapto, mas sim em sentido
metafórico e ritual, o de uma entrada em cena: nas mitologias
arianas sempre há numerosas referências ao roubo, ao seqüestro –
e a conseguinte liberação – de algo santo que é necessário
conquistar, ganhar o direito a possuí-lo. O fogo dos deuses, o velo
de ouro, as maçãs das Hespérides, o Graal das tradições célticas e
germânicas e a Valquíria adormecida são exemplos de tais
imagens sagradas. Eram ideais apreciados que não se entregavam
gratuitamente, mas sim que se conquistavam pela força e pelo
valor após haverem superado duríssimos obstáculos, e por isso se
garantia que só os mais valorosos eram capazes de arrebatá-lo e
possuí-lo, enquanto que os débeis e pusilânimes ficavam
desqualificados na luta. Por outro lado, não se pode descobrir
semelhança entre o ritual do matrimônio espartano e o
sveyamvara indo-ariano, o matrimônio por rapto permitido aos
guerreiros, assim como no caso das sabinas raptadas pelos latinos
nas origens de Roma, e o próprio tipo de matrimônio permitido
aos antigos cossacos? Na escritura indo-ariana do Mahabharata,
se relata como o herói Arjuna raptou a Subhadra, “como fazem os
guerreiros” desposando-a.

Novamente, não se tratava de um rapto literal, mas bem de uma


conquista do sagrado mediante o respeito e a força, que fazia com
que o sagrado caísse rendido perante o jovem herói.

No matrimônio espartano, pois, podemos ver como a mulher


espartana era elevada à categoria de ideal divino e não era
entregue por seus pais a um homem escolhido por eles (como no
judaico ritual moderno do matrimônio, que converte a prometida
geneticamente digno e capaz de arrebatar.

Mesmo assim, a cerimônia espartana de matrimônio – sombria e


quase sinistra em sua direta crueza – é o cúmulo da sociedade
ariana guerreira-patriarcal, e uma das mais eloqüentes e
desagradáveis expressões do patriarcado que regia na própria
Esparta. Esparta quis instaurar a paranóia militar e o ambiente de
guerra perpétua até no matrimônio! Do mesmo modo que as
crianças tinham que procurar sua comida mediante o saque e a
rapina, como simulando estar em zona inimiga, os homens
adultos deviam também conquistar a sua escolhida como se
encontrassem em território hostil: “raptando-a”, em memória de
uma época dura e perigosa que não era amável com o romantismo
e com os apaixonados, e na qual os apaixonados estavam cercados
pelo perigo. Isso patenteia o pouco que tinham a ver os pais em
uma trama assim: em tempos antigos, caso fosse negado o
consentimento ao matrimônio, o jovem realizava uma incursão
audaciosa e, com a cumplicidade de sua prometida, a “raptava”.

Com o sistema matrimonial espartano também se dava a entender


sutilmente que, tal e como ensina a Natureza, não é qualquer um
que tinha direito a uma fêmea. Para poder aspirar a tal direito, era
necessário para o homem passar provas: a eugenia, a criação
infantil, a Instrução, o ingresso nas sistias do Exército e a
fidelidade mútua com uma jovem espartana de sua mesma quinta,
que por sua vez se conquistava através da observação e do
conhecimento nos acontecimentos desportivos, populares e
religiosos, e de uma grande amizade cujo latente propósito
amoroso devia permanecer oculto perante o resto da sociedade.
Ao longo de todas essas fases, o varão espartano conquistava a
sua escolha, em um romantismo muito peculiar e escuro em
comparação com o que nos oferece o Sistema atual, a suave
candidez sentimentalóide e interessada do que a modernidade faz
passar por “amor”.

Após o ritual, a noiva era levada para a casa de seus sogros. Ali
sua cabeça era raspada e ela era vestida como homem. Depois, era
deixada em um cômodo às escuras, à espera de que chegasse o
noivo. Tudo isso é extremamente difícil de compreender para uma
mente ocidental moderna, e não é sob este ponto de vista que
devemos tentar entende-lo, mas sim situando-nos na época e
tendo presentes que tanto espartano como espartana pertenciam a
uma Ordem.

Essa última fase – totalmente sórdida – servia para inculcar nos


recém-casados a noção de que a clandestinidade e a discrição de
sua relação não havia terminado, e que ainda não haviam ganho o
direito a desfrutar de um matrimônio normal. Para a mulher,
implicava iniciação, sacrifício e nova etapa. Era despojada de sua
consciência sedutora e de seus dotes de sedução. Para o homem,
era benéfico para que se apreciasse o que realmente importava em
sua mulher: não a roupa, não o cabeço ou os adornos, mas sim seu
corpo, seu rosto e seu caráter. Levar a cabo um ato nessas
condições tétricas e absolutamente hostis ao romantismo e à
excitação sexual era tanto para o homem como para a mulher o
menos estimulante imaginável, de modo que se acostumavam
paulatinamente às sensações físicas derivadas do ato sexual,
porém sem estímulos psicológicos adicionais tais como uma
aparência mais feminina na mulher, e um entorno mais amável,
estímulos que tendem a boicotar a resistência do varão, fazendo
dissipado com o tempo, tanto homem como mulher eram adultos
bem experimentados que sabiam o que queriam e que, a pesar
disso, não haviam sofrido míngua nenhuma em seu desejo sexual,
mas sim ao contrário, estavam mais que nunca plenamente
preparados para saber apreciar e aproveitar o que supunha uma
relação física livre e saudável.

Licurgo estabeleceu que um homem devia sentir vergonha de ser


visto com sua mulher em atitudes amorosas para que o encontro
se levasse em privado e com a maior intimidade e paixão, já que o
segredo e a hostilidade circundante favoreciam a magia da união,
o sentimento de cumplicidade e o verdadeiro romantismo, que
sempre há de ter algo de secreto. O objetivo dessa medida,
ademais, era favorecer a sede de verdadeiro conhecimento mútuo,
a fascinação, o mistério, o feitiço, o curto-circuito sagrado entre
homem e mulher, e – digamos assim – a excitação do proibido,
para que sua relação não tivesse nada de público, mas sim de
privado, e para propiciar que tanto o homem como a mulher não
chegassem nunca a se fartar um do outro. O casal espartano devia
ter, pois, uma sexualidade poderosa, que emanava dos corpos
sadios e espíritos puros, dando lugar a um erotismo limpo, de uma
luxúria positiva e necessária para a conservação da Raça. Em
palavras de Xenofonte:

“[Licurgo] Notou, também, que durante a época imediatamente


posterior ao matrimônio, era corrente que o esposo coabitasse
ilimitadamente com sua esposa. A regra que adotou era o oposto a
isso, pois declarou coisa vergonhosa que um homem fosse visto
no momento de entrar na habitação de sua mulher, ou ao
abandoná-la. Com essa restrição sobre o ato, era forçoso que os
proibido circular com lanterna ou iluminação de qualquer tipo,
para fomentar a capacidade de se mover na escuridão sem medo e
com segurança), entravam em seu lar, onde encontravam sua
mulher, e onde sucedia o que tivesse que suceder.

Depois, o homem voltava à sistia com seus camaradas de armas,


envolto em um secretismo que quase roçava a sordidez. Ninguém
se inteirava de nada. A sexualidade do casal era estritamente
privada, inclusive furtiva e pseudo-clandestina, para que nenhuma
pessoa pudesse interferir nela, para que a relação fosse mais
vigorosa e, de novo segundo Plutarco, para que suas mentes
estivessem sempre “recentes no amor, por deixar em ambos a
chama do desejo e da complacência”.

Eram as relações espartanas algo normal, natural ou desejável?


Não. Todo o contrário. Criava-se um clima o mais desagradável,
que dista muito de se corresponder com algum tipo de “ideal”
ariano. Ninguém em pleno juízo desejaria uma relação assim
como via de aperfeiçoamento e refinamento.

Com os espartanos, por sua vez, por sua peculiar idiossincrasia


popular, essas coisas funcionavam. E, ainda assim, vemos que o
tédio, a repetição, a falta de excitação e a monotonia, autênticos
demônios dos casais modernos (e causa de muitas insatisfações,
infidelidades, rupturas ou perversões surgidas para romper a
rotina), não eram algo comum nos matrimônios espartanos.

A privacidade e discrição espartanas eram, de fato, o oposto às


relações de nossos dias, que são pura aparência e conveniência
social, e que estão baseadas no público, não no privado. Os
mesmos – à diferença das infantis relações atuais, cujo
combustível é o mundo externo alheio ao casal, sem o qual o
casal está vazio e não funciona.

O romantismo espartano era o paradigma do amor ariano na Idade


do Ferro: amor em zona hostil e em tempos difíceis. As relações
matrimoniais espartanas eram exemplares, desenhadas para que o
intercâmbio fosse benéfico. Hoje em dia, o matrimônio quase
invariavelmente castra o homem, tornando-o gordo, covarde e
indolente, e convertendo a mulher em uma manipuladora
hedonista, caprichosa, convencida e venenosa. Em Esparta
sucedia o contrário: o matrimônio reafirmava as virtudes de
homens e mulheres.

Por outro lado, existiu outra polêmica medida espartana que tinha
a ver com a necessidade de procriar. Se um homem começava a
envelhecer e conhecia a um jovem cujas qualidades admirava,
podia apresentá-lo a sua esposa para que gerassem uma
descendência robusta. A mulher podia coabitar com outro homem
que a aceitasse, e se este era de maior valor genético que seu
marido (quer dizer, se era melhor homem sob o ponto de vista
ário-pagão), isso não era considerado adultério, mas sim um
serviço à Raça. Do mesmo jeito, se uma mulher era estéril ou
começava a decair biologicamente cedo, o esposo tinha direito a
tomar uma mulher fértil que o amasse, sem que tampouco fosse
considerado adúltero. Na sociedade viking (que era o tipo de
sociedade da qual provinham os antigos dórios), se uma mulher
era infiel com um homem manifestamente melhor que seu
marido, não era considerada adúltera.
um povo indisciplinado teriam causado o caos, porém aos
espartanos, acostumados à discrição e à ordem, não causava
problema algum.

Por outro lado, há que evitar cair no erro de pensar que todos os
casais eram “soltos”. O normal na imensa maioria dos casos era
que ambos os membros do casal fossem sadios e férteis, e não
precisassem de “assistência”.

Como era considerado o parto em Esparta, no marco dessa


mentalidade natural? Um bom modo de explicá-lo é citando um
lema fascista que reza: “O parto é para a fêmea o que a guerra é
para o macho”. O dever dos homens era sacrificar suas forças no
dia a dia e derramar seu sangue no campo de batalha, e o das
mulheres se esforçarem para dar a luz a filhos sadios e criá-los.
Desde pequenas, era o dever sagrado que lhes havia sido
inculcado. Nesse entorno, uma espartana que se negasse a parir
teria sido tão mal vista como um espartano que se negasse a lutar,
pois a mulher que se nega a parir sabota o sacrifício do jovem
guerreiro de igual modo que o homem que se nega a defender seu
lar sabota o esforço da jovem mãe que dá a luz e ilumina a casa
por dentro. Teria sido mais que um sacrilégio, mais que uma
traição. Ártemis, a divindade feminina mais venerada em Esparta,
era entre outras coisas, Deusa do Parto, e era invocada pelas
jovens quando chegava o momento de dar a luz. Em todo caso, o
parto para as mulheres espartanas não devia ser um transe muito
sofrido, em primeiro lugar porquê desde pequenas endureciam seu
corpo e exercitavam os músculos que as ajudariam a parir, em
segundo lugar porquê concebiam seus filhos enquanto eram
jovens e fortes, e em terceiro lugar porquê pariam sob a alegre e
dominava, mas sim influenciava sutilmente, reafirmando o caráter
dos homens.

O poder era coisa de homens, e essa obsessão pelo poder material


que se mostra em círculos pseudo-feministas e New-Age é algo
enfermiço quando se trata de mulheres. Uma mulher ariana podia
ser sacerdotisa ou rainha, porém não se imiscuía nos assuntos de
mando político e guerreiro, por que isso significaria tomar um
papel associado ao lado masculino. A mulher ariana era um ideal
puro que devia manter-se apartada a todo custo do lado sujo da
política, do mando e da guerra, porém sempre presente na
sociedade e no pensamento do guerreiro, pois ali era onde residia
o misterioso poder da mulher ariana que tanto aterrava a Judiaria
e aos eunucos espirituais que, durante a caça às bruxas,
cometeram o sacrilégio supremo de queimar o enforcar a centenas
de milhares de mulheres européias de bom sangue ariano,
torturando a muitas outras até a loucura ou a morte. Era na mente
do homem onde a mulher se convertia em condutora, e não no
sentido baixo-sexual que promoveu o Sistema com sua inversão,
mas sim no sentido de amor-memória (enquanto Minne) e
inspiração.

À Rainha Gorgo de Esparta, esposa do imortal Rei Leônidas, uma


mulher estrangeira lhe disse uma vez que só as mulheres
espartanas conservavam ainda alguma influência de verdade sobre
os homens, e a Rainha o contestou: “Por que somos as únicas que
damos a luz a homens de verdade.” Novamente, as mulheres
espartanas tinham influência sobre os homens, porém não poder.
Nas antigas assembléias escandinavas, como exemplo do valor da
influência feminina, só se permitia votar aos varões casados: o
desequilibrando a mentalidade e a conduta do guerreiro e
facilitando finalmente a aparição da homossexualidade tão
comum entre esses povos. Todo esse assunto da femininidade
espartana era realmente inconcebível no resto da Grécia. Os
atenienses chamavam às espartanas fainomérides, quer dizer, “as
que ensinam os músculos”, como censura a sua liberdade de
vestimenta. Isso era devido a que as espartanas usavam todavia o
antigo peplos dório, que estava aberto nas costas até a cintura. Era
parte de uma moda feminina mais cômoda e ligeira que a do resto
das gregas, uma moda carente de detalhes extravagantes,
maquiagens, jóias ou perfumes; era uma moda para mulheres
sadias. Porém, o resto da Hélade, no que concerne as mulheres,
estava já infectada pelos costumes orientais, que as mantinham
permanentemente encerradas em casa, onde seus corpos se
debilitavam e seus espíritos adoeciam.

Isso, como disse antes, ocorreu também como reação inconsciente


e injusta contra a possibilidade de que a influência oriental
chegasse a se consumar, convertendo o patriarcado helênico em
um matriarcado. O resultado foi um patriarcado-aberração, como
em certo modo o são as sociedades de judeus, árabes ou ciganos.

Os próprios atenienses jamais teriam podido conceber que as


mulheres exibissem sua nudez em público, ainda que os varões
sim o faziam comumente. “O poeta ateniense Eurípides (480 AEC
– 406 AEC) se escandalizava frente o fato de que as “filhas dos
espartanos” saem de suas casas” e “se misturam com os homens
mostrando os músculos”. O resto de gregos tinha as espartanas
como criaturas fascinantes, porém intimidadoras, não só por sua
atitude altiva, mas sim por que conheciam homens de uma
11 – O Poder Espartano
“Me ocorreu um dia que Esparta, ainda estando entre os Estados
menos povoados, é sem dúvida a cidade mais poderosa e mais
célebra da Grécia, e me perguntei como havia sucedido isso. Mas,
quando considerei as instituições dos espartanos, deixei de me
perguntar.”
(Xenofonte, “Constituição dos Lacedemônios”, 1)

O poder espartano não era uma fria máquina burocrática que


desconhecia as paixões e os impulsos. Era um ser espiritual que
havia lançado raízes na alma de cada espartano, que estava vivo e
que tinha uma vontade própria. Os líderes espartanos mediam sua
qualidade para saber se eram capazes de serem dignos
receptáculos e transmissores de tal vontade, e esse precisamente
era o objetivo de seu treinamento e de sua disciplina: converter-se
nas ferramentas por meio das quais o Poder Espartano, intangível,
porém irresistível, se materializava sobre a Terra e manifestava
sua vontade.

Toda a organização do poder espartano é tão singular e exemplar


que merece que nos centremos agora em suas várias instituições
políticas por separado – após havermos nos ocupado já da
Criação, da Instrução e do Exército, que constituíam instituições
por si mesmas.

11 – A) A Diarquia

O Governo espartano estava encabeçado por dois reis que regiam


juntos, sendo chefes do poder político e, ademais, religioso,
eles falhavam. No caso de Esparta, ambos os reis estavam
simbolicamente relacionados no culto religiosos com os míticos
gêmeos Castor e Pólux.

Cada Rei de Esparta escolhia dos representantes seus perante o


Oráculo de Delfos. Em tempos de guerra só um dos reis ia com o
Exército, enquanto o outro permanecia governando em Esparta. O
rei beligerante tinha a obrigação de ser o primeiro em marchar à
guerra e o último a voltar. Em combate, ademais, o rei se situava
no posto de maior risco, quer dizer, na primeira fila da extrema
direita da Falange. Explicamos-nos: na primeira fila da Falange
(composta exclusivamente de oficiais), os escudos formavam uma
muralha. Como os escudos se empunhavam com o braço esquerdo
e as armas com o direito, o escudo protegia o lado esquerdo do
portador e o direito do camarada contíguo, e por isso era um
grande símbolo do companheirismo, pois a proteção do lado
direito dependia do camarada adjacente. Por isso mesmo, o
guerreiro que estivesse no extremo da direita carecia do escudo de
um companheiro que protegesse seu lado direito, e por isso
deveria ser alguém especialmente intrépido: era o posto real.

Era tradição que o rei e os comandantes que guerreavam se


rodeassem de uma guarda de elite de 300 homens seletos (os
Hippeis). Diz-se de um espartano que aspirava a esse corpo e que,
incompreensivelmente, se alegrou quando lhe informaram que
não havia sido admitido nele. Um estrangeiro, não acostumado
com os costumes espartanos, perguntou-lhe por que se alegrava e
o espartano lhe respondeu, com a maior sinceridade, que se
alegrava por que sua Pátria estava muito bem protegida se
ganhadores de corridas a pé, 21 foram espartanos, sendo que
Esparta era o Estado menos povoado da Grécia e que seus homens
não eram atletas “profissionais” especializados em uma disciplina
concreta em tempo integral, mas sim soldados para os quais o
atletismo em geral era uma mera diversão. Houve um lutador
espartano ao qual se tentou subornar para que perdesse em uma
competição durante os Jogos Olímpicos. Após ter rechaçado o
suborno e vencido o combate, lhe perguntaram: “Espartano, que
prêmio você ganhou com tua vitória?” E esse respondeu com um
sorriso de orelha a orelha: “Lutarei contra o Inimigo ao lado do
meu Rei.” Os vencedores nos Jogos Olímpicos eram considerados
como tendo sido tocados pelos Deuses.

Os primeiros reis de Esparta propriamente ditos haviam sido os


filhos gêmeos do Rei Aristodemo. Isso se refere também ao traço
lendário que descrevi. Posteriormente, cada rei procedia de uma
família espartana antiga e lendária, a dos Ágidas e dos Próclidas,
que afirmavam ambos descender de Hércules, ainda que a dos
Ágidas era um pouco mais venerada em virtude de sua maior
antiguidade. As famílias davam a entender que sua origem era
semidivina, procedente de Deuses – ou, mais ainda, de um
semideus que conquistou a Divindade. Nos cultos religiosos, os
Reis se relacionavam com os mencionados Gêmeos Dióscuros,
Castor e Pólux, gigantes sobrenaturais dotados de sentidos
superdesenvolvidos, filhos de Zeus, membros da Männerbund dos
Argonautas, e que mitologicamente foram os primeiros Reis de
Esparta.

Por estranho que pudesse parecer, em toda a Hélade, a monarquia


espartana era considerada como a mais antiga do mundo inteiro,
11 – B) O Eforato

Abaixo dos Reis (ainda que na prática mais poderoso) havia um


gabinete de cinco ephoroi (éforos), chamado Eforato.
Originalmente eram os sumo-sacerdotes de cada um dos cinco
povos, bairros ou guarnições militares que conformavam Esparta,
porém seu poder foi crescendo paulatinamente, pois uma vez
desaparecido Licurgo, eles passaram a substituir de alguma
maneira sua importantíssima presença autoritária.

O Eforato era a instituição mais poderosa de Esparta. Dirigia a


Eugenia, a Criação, a Instruição, o Exército, a política externa,
etc, e tinha ademais poder para vetar qualquer decisão que saísse
do Senado ou da Assembléia. Atuavam como juízes supremos e
presidiam as reuniões e assembléias diplomáticas. Dois éforos
acompanhavam sempre o rei que estivesse em campanha, e
tinham potestade para chamar os reis em sua presença a fim de
pedir explicações de sua conduta se atuavam mal. Inclusive
tinham poder para prendê-los ou depô-los caso fosse necessário,
porém necessitavam para isso de uma autorização divina, por
meio de um Oráculo. Os éforos nem se quer se colocavam de pé
perante a presença dos Reis, e se podia dizer que eram os
“supervisores” doa mesmos, que velavam para que nenhum rei
dormisse nos lauréis, ou caísse na tirania.

Os éforos tinham um poder absoluto que lhes permitia decidir


sobre a vida de qualquer súdito e intervir nos assuntos mais
importantes, cumprindo-se sempre sua vontade.
Abaixo dos éforos estava o Senado ou Gerusia, Conselho de 30
“gerentes” vitalícios, que incluíam os dois reis e outros 28
cidadãos que tivessem superado a idade de 60, selecionados
dentre voluntários procedentes de antigas e prestigiosas famílias
espartanas. A tradição do Senado Espartano provinha dos 30
chefes militares que juraram lealdade a Licurgo em seu Golpe de
Estado.

11 – D) A Assembléia

Chamada Apella ou Ecclesia, era um organismo mais popular,


que incluía a todos os varões espartanos de mais de 30 anos, os
quais escolhiam os membros do Senado e do Eforato, e podiam
em ocasiões aprovar ou vetar as decisões do Senado, ainda que
não tinham direito a questionar as decisões saídas dos éforos.

11 – E) Sobre as Eleições

Mencionei a existência de eleições para escolher dirigentes. Essas


eleições não tinham nada a ver com as atuais, nas quais o capricho
de turno da maioria ébria se impõe com um voto anônimo e,
portanto covarde e carente de responsabilidade e maturidade. Em
Esparta as votações se faziam por aclamação: o candidato que
recebia as ovações mais avassaladoras e os aplausos mais
tumultuosos era o que triunfava. Esse método, contrariamente ao
que possa parecer, é muito mais inteligente e preciso que o
democrata atual, já que ascendia ao poder um candidato que
contava sempre com a lealdade da Cidadania – ou ao menos com
sua massa mais resoluta, que é o que importa. Não esqueçamos
que essa Cidadania não tinha nada de populacho, posto que
contas aos responsáveis em caso de decisão errada.
11 – F) Nomocracia: Os Reis, às Ordens das Leis

Todas essas instituições e métodos formavam um regime


certamente único. Platão, falando sobre o Poder Espartano, disse:

“Não sei que nome lhe dar. O Eforato é tirânico, porém Esparta
parece às vezes a coisa mais próxima a uma democracia pura.
Seria absurdo negar que é uma aristocracia, e inclusive uma
monarquia, a mais antiga do mundo.”

Os espartanos, por sua vez, não ficavam quebrando a cabeça, e


denominavam a sua forma de governo Eunomia – isso é, Boa
Ordem. Também chamam a seu sistema “Cosmos”, pois era tudo
que conheciam, era o mundo no qual se moviam, e era único em
relação a todos os demais sistemas.

O Rei Arquidamo II de Esparta, filho do Rei Zeuxidamo, quando


lhe perguntaram quem estava na frente em Esparta, resumiu
respondendo: “As leis, e os magistrados segundo as leis.” Porém
essas leis não estavam escritas em papel algum, mas sim no
Sangue e nas cicatrizes dos filhos de Esparta. Habitavam dentro
dos homens, depois de um longo processo de treinamento e
interiorização que lhes convertia em depositários adequados. Não
eram dogmas quadriculados que desconheciam as exceções, ao
invés eram perfeitamente flexíveis e adaptáveis a diversos casos.
Os Reis se submetiam voluntariamente às leis, já que eram
consideradas um presente que os próprios Deuses haviam dado a
Esparta por meio de Licurgo.
12 – Sobre a Mentalidade Pagã, o
Sentimento Religioso Espartano e a
Supremacia sobre Atenas
“Nesses Estados [se refere a Estados dórios como Esparta e
Creta] não só os homens, mas também as mulheres, estão
orgulhosos de seu desenvolvimento intelectual. Assim podeis
saber que digo a verdade e que os espartanos são os mais
educados na filosofia e na oratória. Se falas com um espartano
corrente, parece estúpido, porém eventualmente, como arqueiro
experiente, dispara uma breve observação que te demonstra que
és apenas uma criança.”
(Platão, “Protágoras”, 342)

Ainda que aos míopes pareça uma besteira, a religião em Esparta


tinha um papel importantíssimo, muito acima de qualquer outro
Estado heleno. A supremacia espartana não era apenas física, mas
também espiritual. Essa aparente contradição se explica porquê a
religião helênica, que bebia diretamente da religião ariana
original, era portanto uma “religião dos fortes”, e não uma
religião de auto-piedade e adoração pelos enfermos, pelos fracos,
pelos pisoteados e pelos infelizes. Em Esparta, ademais, essa
religiosidade havia sido posta a serviço de uma blindagem
especificamente elaborada para resistir aos rigores da Idade do
Ferro.

O politeísmo helênico, como qualquer politeísmo ariano, é algo


profundamente natural e vitalista, que se encontra
inextricavelmente costurado na memória de sangue dos arianos,
importantíssimo na hora de avaliar um povo, pois os Deuses são a
personificação dos valores e ideais mais caros desse povo. Pode-
se dizer que os Deuses criaram à Raça, e a Raça a seus Deuses.

Através dos Deuses arianos podemos conhecer os arianos, do


mesmo modo que através dos arianos – de nós mesmos, de nossos
ancestrais, de nossa história e de nossos irmãos – podemos
conhecer os Deuses.

Os povos tiveram seus Deuses e os Deuses tiveram seus povos.


Em Esparta rendia-se culto às divindades helenas típicas, ainda
que dois fossem os Deuses que adquiriram um papel
singularmente relevante e que se converteram nas divindades
mais adoradas, já em tempos da invasão dória. Eram irmãos
gêmeos, voltando a confirmar a condição de culto aos “gêmeos
sagrados”. O pai desses gêmeos era Zeus, o pai celeste, e sua mãe
era Leto, filha de Titãs, que para escapar dos ciúmes de Hera
(esposa celeste de Zeus) teve que se converter em loba e fugir ao
País dos Hiperbóreos. Note-se aqui a presença de uma importante
constante ariana, a do princípio celestial (Zeus, Águia, Raio),
unido com o princípio terrestre (Leto, Loba, Titã). Os gêmeos
eram Apolo e Ártemis.

O Deus Apolo era filho de Zeus e irmão de Ártemis, Deus da


Beleza, da Poesia (em ocasiões era chamado “o arquipoeta
loiro”), da Música, do Arco e Flecha, da Juventude, do Sol, do
Dia, da Pureza, da Virilidade, da Luz e do Orgulho, que podia
prever o futuro e que a cada ano voltava de Hiperbórea em um
carro puxado por cisnes. Apolo presidia sobre o coro das Nove
Musas, divindades inspiradoras dos artistas, e que habitavam no
levaram a cabo os invasores arianos contra os aberrantes deuses
matriarcais dos povos pré-arianos.

Apolo recebia vários títulos, entre eles os de Febo (“Brilhante”),


Liceo (“Luminoso”) e Licógenes (“Nascido da Loba”). Ter tido
uma “mãe loba” o assimila aos míticos gêmeos Rômulo e Remo.
A simbologia ariana dos gêmeos e do lobo é uma constante
ariana, também em Esparta. Como Deuses de Luz, Sol, virilidade
e pureza equivalentes a Apolo em outros povos arianos, temos a
Febo Apolo (romanos), Abelio ou Belenos (celtas), Baldur
(germanos), Byelobog (eslavos) ou Luzbel (hereges medievais) –
mais que provavelmente, “Belzebú” também estava relacionado
com essas diversas faces de um mesmo Deus, satanizado pela
Igreja.

A irmã de Apolo era a Deusa Ártemis, filha de Zeus, Deusa da


Noite, da Lua, do Arco e da Flecha, dos Bosques, da Caça e da
Virgindade – ainda que também do Parto e da Fertilidade
Masculina. Ártemis era representada armada com arco e flechas
de prata, vestindo uma túnica curta e ligeira ou peles de animais
selvagens, levando seus cabelos presos, e acompanhada por uma
matilha de cães caçadores. Seu carro era puxado por cervos, o
animal mais associado com ela, e de fato em ocasiões era
representada com chifres de cervo, uma reminiscência do
paganismo mais primitivo. Era casta e virgem à perpetuidade, e
virgens também eram todas suas sacerdotisas, chamadas melisai
(“abelhas”, outro dos símbolos de Ártemis). Ártemis era áspera,
severa, orgulhosa, brusca, silvestre, silenciosa e fria, era o
resultado de uma obra patriarcal – era, enfim, o único modelo de
divindade feminina capaz de impor respeito e devoção a uma
corporais ou outras aberrações dignas da deprimida e sinistra raça
de escravos do Oriente.

Na mitologia helênica, Ártemis foi mentora da jovem Atalanta,


que chegou a ser a melhor corredora da Hélade, e ninguém, nem
mesmo um Deus, esteve mais perto de conquistá-la do que o herói
mortal Órion.

Apolo e Ártemis eram, enfim, a parelha sagrada de gêmeos, Dia e


Noite, Sol e Lua, Ouro e Prata. Eram os arquétipos juvenis da
masculinidade e feminilidade espartanas, respectivamente.

Por outro lado, em Esparta rendia-se veneração aos heróis da


“Ilíada” – principalmente a Aquiles, porém também a Menelau e a
Helena, que eram reis de Esparta na mitologia. Hércules era
praticamente herói nacional espartano (recordemos que segundo a
tradição, Hércules foi o patriarca fundador das linhagens régias de
Esparta), e sua figura era enormemente popular entre varões
jovens.

Agora aproveitemos para purificar a imagem que temos da


mitologia helênica e da maioria das mitologias arianas. Os livros
que tratam sobre o tema erram ao representar a atmosfera heróica
e dinâmica na qual viviam os Deuses e heróis da Grécia. Mais
ainda, as ilustrações (que são extremamente importantes,
especialmente na hora de cultivar o Espírito das crianças)
representam os Deuses da Hélade como se tivessem o aspecto
racial de um homem moderno, não de um ser perfeito e supremo.
E isso não acontece somente com a mitologia helênica, mas sim
com todas as mitologias arianas. Os Deuses dos Arianos eram
Havia também, como mencionei, um templo dedicado a Licurgo,
que era adorado como um Deus. Em uma cidade do tamanho de
Esparta, a quantidade de edifícios religiosos era realmente muito
notável.

Nas cerimônias religiosas, homens e mulheres – particularmente


os jovens – assistiam integramente desnudos, como durante as
procissões, os torneios, os concursos de beleza e as danças. Isso já
implica que os espartanos não se envergonhavam de seus corpos,
mas sim que os mostravam com orgulho sempre que podiam, por
que eram robustos, bem formados, harmoniosos e belos. Eram os
“festivais da beleza”, algo exclusivamente ário-pagão; eram festas
nas quais se rendia culto ao corpo tornado belo exclusivamente
pelo esforço e pelo sacrifício. Segundo Platão, “um belo corpo
promete uma alma bela”, e “a beleza é o esplendor da verdade.”
Essa é a verdadeira ciência de Dionísio, o culto ao bem formado,
que Nietzsche predicou.

Os costume atlético de raspar os pêlos do corpo e untar-se de


azeite antes de uma competição era de origem espartana, ainda
que também os celtas fossem dados às preparações corpóreas
antes das batalhas. Que se pretendia com isso? Realçar o corpo,
dar relevo, volume, detalhe, brilho e “vida” à musculatura, e,
portanto demonstrar com orgulho o resultado de anos e anos de
duríssimo treinamento físico e esforços esgotantes. Em nossos
dias é bem sabido que os fisiculturistas se depilam e untam de
óleo antes de uma competição, pelo mesmo motivo. À margem do
que se possa pensar do fisiculturismo em si, a “preparação” do
corpo para uma ocasião especial constituía um ritual que, sob um
ponto de vista popular e pagão, não tem nada de ruim.
convertida em um rebanho amorfo cuja atitude natural frente
qualquer indício de perfeição divina é o ressentimento – acaba-se
relacionando esse mundo com a homossexualidade, semeando nos
homens, durante séculos, a desconfiança e a vergonha frente
qualquer tipo de orgulho de corpo.

Tais festivais serviam para que os jovens de ambos sexos se


familiarizassem entre si, pois pensemos que Esparta era uma
cidade de poucos habitantes, onde graças às cerimônias públicas,
todos se conheciam entre si e se sentiam portanto unidos no
popular. Era nesses acontecimentos onde se observava e se
escolhia o futuro cônjuge. A competitividade, ademais, servia
para estabelecer hierarquias em relação à beleza, valor, força,
agilidade, dureza, resistência, perícia, rapidez, etc., e para que os
melhores varões se unissem às melhores mulheres, como podia
ser o caso da coroação de um rei ou uma rainha em um concurso,
ou de um campeão e uma campeã em uma competição (pensemos
nas “tradições” dos institutos americanos brancos até pouco
tempo). Platão disse que “é necessário que os melhores homens se
unam às melhores mulheres a maior quantidade de vezes; e ao
contrário, os piores com as piores; e há que criar os filhos dos
primeiros, e não aos filhos dos segundos” (“República”, V.)
Graças a isso, e às facilidades e inclusive obrigações de contrair
matrimônio, os jovens espartanos de ambos sexos se casavam
entre os 20 e os 25 anos.

Imaginemos todo aquele culto pagão ao sacrifício, à luta, à união


e aquela glorificação da própria existência coletiva de um grande
povo.
mesma, a adquirir consciência de sua grandiosidade e de sua
superioridade. Tudo estava sabiamente desenhado para que o
ardor do orgulho espartano fosse duradouro.

Como seria o ritualismo em um país tão “socialista”? Era simples


e austero, e os espartanos o tomavam com fanática solenidade
para que todos os rituais fossem perfeitos e seu resultado fosse
impecável. Os ritos tinham que ser levados a cabo custe o que
custasse. Se sabe que antes das batalhas os espartanos celebravam
um sacrifício – geralmente o de um macho caprino, signo de
fertilidade masculina - , e sob hipótese alguma começavam a lutar
sem que o ritual fosse encerrado. A História nos conta como isso
foi levado ao extremo em uma ocasião na qual o inimigo fez sua
aparição durante o sacrifício, e os espartanos não se moveram de
seus lugares cerimoniais até que terminou o ritual, inclusive
quando as primeiras flechas começaram a cair sobre eles,
matando a alguns e ferindo a outros. Tal tipo de sentimento,
orbitando a ritos nos quais acontecimentos simbólicos eram
reproduzidos, era o que mantinha o contato com o Mais Além,
onde mora a força dos Caídos e dos antigos Ancestrais.

Pode-se dizer que em Esparta havia um culto religioso popular,


porém não nos equivoquemos: quando o povo mesmo é uma
aristocracia racial, uma elite seleta, o culto se convertia em um
culto aristocrático e elitista, despojado de qualquer traço plebeu
histérico. Não esqueçamos que em Esparta não havia um povo
com castas, mas que as próprias castas eram povos separados.

E o povo espartano era a aristocracia.


semi-divinos aos quais rendia culto. Sentia-se orgulhoso de ser
espartana, pois só o fato de que para chegar a sê-lo fosse
necessária a superação de duríssimas provas, fazia com que ele se
sentisse possuidor de um privilégio elitista, dado que para ser
espartano não bastava somente ser de família espartana, mas que
ademais disso tinha que demonstrar e cultivar a posse das
qualidades espartanas ao longo da terrível Instrução.

Nietzsche disse que “para que uma árvore chegue com seus ramos
ao Céu, há de afundar suas raízes no Inferno.” Odin disse: “Às
cabanas baixei e aos palácios ascendi.” Isso implica que somente
após ter superado as provas mais atrozes tem direito o guerreiro a
subir aos estados mais elevados, sob pena de sofrer a degradação
a que conduz a soberba embriagada de quem não se endureceu
antes no sofrimento e não é capaz de tomar o prazer, o poder e o
luxo com um respeito, um cuidado, uma delicadeza, uma
veneração, uma humildade e um apreço quase receoso. Os
espartanos haviam tocado fundo, fundindo-se em toda a tragédia
de sua atroz instrução, e haviam passado assim mesmo por todas
as sensações varonis de plenitude, saúde, vigor, força, potência,
poder, domínio, glória, vitória, alegria, camaradagem,
recompensa e triunfo. O haver abarcado toda a gama emocional
que vá da dor ao prazer lhes tornava possuidores de uma
sabedoria vital que só ostentam os heróis e os caídos, e
seguramente ninguém sabia apreciar o significado e a importância
dos prazeres mais que os espartanos.

Existiu em Esparta, como em outros lugares, um círculo iniciativo


de sacerdotes e sacerdotisas. Pouco se sabe acerca deles, salvo
que eram homens e mulheres seletos, iniciados em localidades
Mistérios de Elêusis, os Mistérios de Delos e os Mistérios de
Orfeu. Os espartanos, porém, guardaram tão silenciosamente seu
segredo que até o dia de hoje somos incapazes de conhecê-lo.
Seus Mistérios, diferentemente dos outros, seguem sendo
Mistérios ainda hoje.

Os antigos Mistérios gregos não são o que a escória maçônica –


New Age nos tentaria fazer crer – isso é, rituais pervertidos,
matriarcais e orgiásticos que formaram um repelente detrito de
fermentação na posterior Grécia decadente e logo na Roma
decadente, constituindo irmandades de escravos, misturando-se
por isso com a Judiaria e elaborando o asqueroso e infecto caldo
de cultivo urbano do qual sairia o Cristianismo. A decadência das
iniciações de Mistério sucedeu quando a Grécia já se havia
degenerado (...). De fato, se chamavam “Mistérios”, era por uma
boa razão. Muito do que conhecemos deles pertence a uma época
decadente na qual se havia traído o segredo, razão pela qual o
próprio ritual já estava monstruosamente desfigurado e os
verdadeiros mistérios haviam desaparecido. Os Mistérios
surgiram nas montanhas e nos bosques do Norte, entre névoas,
árvores, gelo, rochas, trovões e neve. Quando as cidades infectas
do Mediterrâneo se converteram nos pontos de referência
espiritual, o significado e a sugestão dos mistérios se
esvaneceram.

O Monte Taigeto – símbolo do orgulho e do elitismo de Esparta –


era chamado também Monte Dionísio, por que era nele que os
espartanos rendiam culto a esse Deus, em cerimônias de Mistério
de elaborada ritualidade, os Mistérios de Dionísio. Dionísio era
uma espécie de Shiva (no Hinduísmo se diz que Shiva medita no
Titãs acabaram gerando os homens, todos os homens têm dentro
de si uma fagulha de Dionísio. Zeus pôde salvar o coração de
Dionísio e, colocando-o no ventre de sua mãe, Dionísio renasceu
e ascendeu à categoria de “duas vezes nascido”.

Dionísio era o Deus dos fortes instintos, o Deus da plenitude vital,


da abundância espiritual, da alegria de viver, do prazer
transparente, do agradecimento, do frenesi alegre e furioso, da
conquista do orgulho, do elitismo impiedoso, do afã de seleção,
da luta e da felicidade que, por querer a eternidade terrena,
necessita dos filhos. Era, por excelência, o Deus dos sadios, e dos
fortes, o Deus dessa alegria popular pagã que transborda e cria em
sua abundante felicidade – ou destrói em sua ira descontrolada - ,
o Deus dos instintos fazem com que nos sintamos vivos e elevam
a Raça acima de suas limitações materiais. Por tudo isso não é de
se estranhar que Nietzsche, grande conhecedor da Grécia, permite
entrever em sua obra uma certa predileção por Dionísio.

Com o tempo, porém, e segundo a Hélade ia perdendo sua pureza


étnica, o culto a Dionísio foi facilmente pervertido (sendo um
Deus de impulsos corporais, materiais e “escuros”), e se
converteu em um gordo deus das orgias, deus das diversões
ruidosas, do álcool, da promiscuidade e da histeria demente. Os
romanos adotaram esse deus deformado como Baco, e seus
seguidores (principalmente covardes, decadentes, inseguros e
pervertidos – e mulheres entediadas de boas famílias, igual que no
caso do New Age atual) se degeneravam em horríveis cultos
orgiásticos ou “bacanais”, que incluíam sacrifícios sangrentos,
sexo a toque de caixa e intoxicações por álcool. Foi tal o
escândalo que se formou com as festas bacanais que o Senado de
telúrica pré-ariana, “arianizada” pelos próprios helenos. Como
reflexão relacionada, devo dizer que eu relaciono ao ídolo
templário Baphomet com o Dionísio helênico.

Chegados a esse ponto, tratarei de um tema que sem dúvida


rondará já a muitos, e que é nada mais e nada menos que a
supremacia espartana sobre Atenas, supremacia que era total e
absoluta. Costuma-se dizer que Atenas representou o ápice
espiritual-artístico helênico e Esparta a evolução físico-guerreira.
Não é assim. Todo nosso respeito por Atenas e sua arte
consumada (e acima de tudo pela casta ariana dos autênticos
atenienses, arianos, patriotas, filo-espartanos e militaristas),
porém Esparta, diferentemente de Atenas, estava esculpida em
rocha e era muito mais elevada espiritualmente.

Como já mencionamos, não é sem razão que se chegou a dizer


que todo o Estado Espartano era uma Ordem, uma união de
monges-guerreiros, pois os espartanos cultivavam ciumentamente
uma disciplina e uma sabedoria ancestral que a maioria dos
Estados helenos já havia perdido. Muitos terão notado que as
duríssimas práticas da disciplina espartana tem o marcado caráter
de um Yoga guerreiro, entendendo-se por Yoga qualquer prática
ascética que ajude o aperfeiçoamento físico, mental e espiritual.
Esparta era portadora de um sentimento forte, de uma paixão
intensa. Tudo funcionava com a mística e com a devoção do povo
mais religioso da Grécia, e é um erro imenso crer que a instrução
espartana só tratava do corpo.

Chegamos ao importante assunto da Arte, que ademais costuma


ser um argumento comum para vilipendiar Esparta. Não só em
contemplam. Mais ainda, a arte idealista é uma forma de
perfeição e de reconquista. Esparta era principalmente famosa por
sua Música e sua Dança (das quais nada nos chegou), assim como
por sua Poesia, altamente valorizada em toda Grécia, e que nos
chegou em fragmentos. Seus arquitetos e escultores eram
empregados em lugares prestigiosos como Delfos e Olimpia, e
impuseram seu selo de sobriedade reta e clareza cristalina em suas
obras.

O exemplo mais ilustrativo disso é o sóbrio estilo dórico,


patrimônio direto espartano, que chegou a ser modelo não
somente para uma infinidade de templos em toda Grécia – como o
famoso Partenon de Atenas - , mas também para o gosto clássico
na Europa posterior, que se esforçou a seguir o legado de Grécia e
Roma.

Os gregos, e particularmente os espartanos, estudavam a


“morfopsicologia”, quer dizer, o interpretar o caráter, a
personalidade e, em última instância, a alma de um indivíduo a
partir dos traços físicos – especialmente do rosto -, até tal ponto
que a feiúra em alguns Estados gregos era praticamente uma
maldição. Assim mesmo, se acreditava que a beleza e uma boa
disposição das feições deviam ser expressão de qualidades nobres
das quais o corpo era necessariamente portador, ainda que só
fosse em estado latente, esperando manifestar-se na descendência.
Poucos têm percebido, porém os criadores das estátuas gregas as
fizeram com esse conhecimento do rosto humano e das
proporções perfeitas em mente, e portanto representam, não só um
corpo belo, como também um corpo belo portador de uma alma
bela. A sanha com que os posteriores cristãos destruíram a maior
exótico e o cosmopolita no qual caem todos os impérios que
descuidam sua atenção, sua autenticidade e sua identidade.

Atenas, com a plutocracia judaico-fenícia do Pireu, com sua máfia


de comerciantes charlatães, ruidosos escravos, saltimbancos,
intelectualóides, sabichões, prestidigitadores e falsos adivinhos
egípcios, com suas roupas suntuosas, manjares suculentos,
especiarias, incensos, cores, aromes, perfumes, riquezas
indecentes, cultos de Mistério deformados, cerimônias
orgiásticas, prostituição, mulheres pseudo-ciganas, alcolismo,
sujeira, enfermidades, democracia desbocada, demagogia
delirante e finalmente decadência galopante incluindo
cosmopolitanismo, hedonismo, homossexualidade,
multiculturalismo e mestiçagem, estava mais distante do ideal
Ariano que Esparta, que jamais aceitou a toda essa sujeira a não
ser quando já não era mais Esparta. Enquanto isso, sempre
permaneceu essencialmente rústica, áspera, autêntica e pura,
mantendo-se distante daquela sensualidade não-ariana que tanto
contrastava com a dureza do Norte.

Em Atenas surgiram inúmeras escolas filosóficas (algumas de


espírito claramente decadente, como os sofistas ou os cínicos), o
que dá testemunho do caos espiritual e das contradições no seio
dos próprios atenienses e do organismo nacional ateniense. A
demagogia, a lábia e a sagacidade do escravo, do vendedor, do
comerciante, do marcador fenício, do nômade do deserto,
começaram a ser apreciadas. E isso é exaltado pela história
filosófica que ensina hoje (Julius Evola já assinalou o agrado com
que a civilização moderna vê em Atenas a origem da
Democracia). Em Esparta não se divagava nem se especulava (a
atenienses, como gregos que eram, também eram grandes atletas,
porém nunca ao nível dos espartanos. Diz-se de um espartano que
contemplava uma pintura representando a soldados atenienses
vitoriosos. Quando lhe perguntaram “São valentes esses
atenienses?”, ele respondeu “Sim, em pintura.”

Existia uma rivalidade latente entre o povo jônio dos atenienses,


influenciados pela Ásia Menor, e o povo dório dos espartanos,
diretamente influenciados por sua própria herança nórdica, já que
jamais se deixaram reger por nada que não fosse sua tradição
ancestral e sua própria consciência popular.

Com a exceção de Atenas, que via a si mesma como a melhor,


todos os demais Estados helênicos reservavam sua admiração
para Esparta, pois a consideravam um santuário de sabedoria e
justiça, e pretendiam imitar seu exemplo no possível. Esparta,
acima de Atenas, foi sempre a cidade mais famosa e respeitada
entre os helenos, já que era considerada como depositária da
autêntica tradição helênica primigênia. Sempre recorriam a ela
para arbitrar disputas inter-estatais, e a maior parte das vezes nem
tinham que recorrer à força: Esparta enviava um embaixador, a
cuja vontade todos se submetiam voluntariamente de boa vontade,
como se fosse um emissário divino – tal era o respeito que
inspiravam os filhos de Esparta em toda Hélade.

Estabeleço que o homem espartano e a mulher espartana estão


entre os seres mais perfeitos da história. Estabelço que cada um
deles era um ser milagroso, esplêndido, belo e maravilhoso, um
glorioso e impiedoso monumento vivo à sabedoria dos Deuses. E
semelhantes monumentos titânicos deixaram uma profunda
13 – A Política dos Espartanos para com
seus inferiores: A Krypteia
“O auto-sacrifício nos permite sacrificar a outros sem nos
envergonharmos”
(George Bernard Shaw, “Homem e Super-Homem”, Máximas
para Revoluções)

Os espartanos se mantinham segregados dos não-espartanos para


manter sua valiosa essência imperturbada. Não só o racismo e o
distanciamento, mas sim a falta de piedade para com seus
escravos, era para o espartano uma necessidade vital que
apaziguava sua paranóia a curto prazo e ao mesmo tempo a
renovava a longo prazo. Dirijamos nossa atenção, pois, ao
resultado do agudo racismo dos espartanos.

A situação da estratificação por castas em Esparta era única,


porquê a vida da aristocracia era muitíssimo mais dura que a vida
da plebe. Não sucedia o mesmo que nas demais civilizações, onde
o povo desejava apropriar-se do modo de vida da casta
dominante. Aos helotas não lhes agradava minimamente
submeter-se a impiedosa disciplina de uma vida espartana,
comparada com a qual o trabalho da terra era algo fácil, suave e
tolerável.

Eram os éforos os que, a cada ano e com a maior solenidade,


declaravam a guerra aos helotas – quer dizer, autorizavam matá-
los livremente sem que isso fosse considerado assassinato. Uma
vez ao ano, eram golpeados em público sem motivo algum; cada
ao qual se submetia a muitas crianças espartanas em idade de
instrução. Prestemos atenção e meditemos:

Sozinho, descalço, sem roupa de agasalho, e armado apenas com


um punhal, se levava ao jovem espartano escolhido à terras
habitadas por helotas. Permanecia um longo tempo ocultando-se
nas horas de luz, obtendo sua comida da Natureza e vivendo à
intempérie. Durante as horas escuras, de modo furtivo, espreitava
os helotas e entrava em suas terras e em suas propriedades com
sigilo. E atacava silenciosamente a todos os helotas que
encontrava, matando ao maior número deles que fosse possível,
roubando-lhes a comida e sem dúvida extirpando algum troféu
sangrento que demonstrasse o êxito de sua caçada. Assim caíram
milhares de helotas ao longo da história de Esparta.

Essa dura prova era considerada ao mesmo temo como um


exercício militar, um batismo de sangue e um ritual de iniciação
guerreira. Alguns inclusive elevaram a importância da Krypteia
ao nível de instituição, uma espécie de serviço secreto composto
pelos jovens espartanos mais fanáticos e promissores, pensado
especificamente para limitar o crescimento dos helotas e para
aterrorizá-los e manter-lhes psicologicamente subjugado.

O jovem espartano, após anos de viver na Natureza, se havia


habituado a ela. Os longos dias de solidão faziam que seus
sentidos se tornassem agudos, que se acostumasse a farejar o ar, e
que se sentisse como um autêntico predador. De noite, como lobo,
descia do monte para cair sobre suas vítimas com toda a
ferocidade que lhe outorgava seu fanático racismo, seu
treinamento e sua disposição natural ao sacrifício e à morte,
soldados coletivos na guerra aberta, porém também temíveis
guerreiros individuais na guerra esquiva, suja e escura tão própria
da Idade de Ferro.

Esse treinamento de guerra de guerrilha devia proceder da etapa


das primeiras guerras messênias, na qual as formações militares
foram destruídas e se teve que recorrer a golpes de mão, à
emboscadas e aos assassinatos aproveitando as vantagens que o
terreno pudesse oferecer (bosques, montanhas, aldeias), a situação
tática (inimigo desprotegido, desarmado, distraído ou
despreocupado) e as condições ambientais (noite, escuridão,
neblina). Porém esse modo de combate sem dúvida estava
planejado também como forma de preparação para resistir se
Esparta caísse sob seus inimigos e sofresse uma ocupação. Caso
sucedesse tal catástrofe, cada varão espartano estava preparado
para se esconder no bosque ou na montanha, sobreviver por seus
próprios meios e executar ataques, caçadas e emboscadas
seletivas sobre o inimigo. Era, pois, uma forma de resistência sem
líder. Outra eventualidade que se tinha em conta era uma nova
rebelião messênia, na qual os rebeldes se retirassem aos campos,
tendo que imiscuir-se Esparta em uma suja guerra de guerrilhas
contra eles para caçá-los e exterminá-los pouco a pouco. Isso,
como veremos mais adiante, realmente aconteceu.

Tudo estava bem pensado: a palavra Krypteia se sussurrava entre


os jovens espartanos como um ritual de sentido profundo, uma
gesta secreta, uma prova de masculinidade que assinalava uma
nova etapa em suas vidas. Imaginemos o sentimento de poder e
eternidade que punha em marcha a Krypteia.
matassem a todos. Não se soube mais nada daqueles 2.000
helotas. Desapareceram no bosque sem deixar rastros. E como os
helotas mais valentes haviam sido eliminados nessa imensa
krypteia, a população helota, despojada de líderes, não se rebelou:
imaginemos como ficaram os desolados compatriotas dos helotas
mortos, pensemos no devastador efeito psicológico-
propagandístico que teve. Naquela época, 2.000 homens era uma
cifra monstruosa.

Essa anedota creio que expõe claramente que os espartanos


abandonavam todo tipo de cavalheirismo, código de honra ou
conduta moral quando acreditavam que estavam defendendo a
existência de seu povo.

Nunca esqueçamos que os grandes impérios se forjaram com


sangue. Os impérios antigos eram os melhores – em primeira
instância – por que matavam muito e bem, e era sobre essa escura
base que se conquistava a paz e a prosperidade que permitiriam a
construção de uma cultura superior. Os indo-arianos, os iranianos,
os romanos, os espanhóis, os ingleses ou os alemães conquistaram
espaço através da matança de seus inimigos, e o vazio criado por
essas mortes foi preenchido com a essência superior de uma
grande civilização.

Outra das leis espartanas de conotações racistas e anti-decadência


foi a proibição das tintas de cabelo. No resto da Grécia eram
freqüentes as tinturas, as perucas loiras e os métodos de
clareamento do cabelo, assim como os penteados elaborados e
extravagantes, como sucedeu na Babilônia e na Etrúria, e como
sucedeu na Roma decadente. Em uma etapa de involução na qual
A afluência de estrangeiros era ciumentamente limitada, de tal
maneira que só se podia visitar Esparta por um motivo de peso
comprovado. Igualmente, apenas aos próprios espartanos era
permitido viajar ao exterior, e inclusive o comércio de escravos
era proibido em Esparta. Isso era motivado pelo interesse que
tinha a elite espartana em que seu núcleo puro não fosse
corrompido pela moleza dos costumes estrangeiros, que para nós
– jovens do presente – seriam duros, porém nem perto da dureza
dos de Esparta. Os espartanos eram, enfim, profundamente
xenófobos.

Já o vimos: os métodos espartanos para manter baixos os números


de sangue mestiço eram mediante a matança, o terror, o
esmagamento moral, a humilhação...e a Krypteia.
14 – A Guerra
“Toda felicidade na Terra está, amigos, na luta. Sim, para chegar
a serem amigos é preciso a fumaça da pólvora. Três vezes estão
unidos os amigos: irmãos perante a miséria, iguais perante o
inimigo, livres perante a morte.”
(Nietzsche, “A Gaia Ciência”, Prólogo XLI)

“Mais suor em tempo de paz, menos sangue em tempo de guerra.”


(Lema militar anglo-saxão)

A guerra para os espartanos era uma autêntica festa, e agora


veremos por quê.

Durante as guerras, as autoridades relaxavam os aspectos mais


duros de sua sólida e brutal disciplina. Permitiam que os soldados
enfeitassem suas armas, armaduras, roupas e cabelos. Suavizavam
a dureza dos exercícios e permitia a seus homens um regime
disciplinar menos severo em geral, ademais de comidas mais
abundantes e plenas. Como conseqüência, para eles “a guerra era
um descanso de preparação para a guerra”, como escreveu
Plutarco, e isso os fazia preferir inconscientemente a guerra à paz.

Cada espartano era um hoplita (palavra que provém de hoplon,


escudo), uma formidável máquina de guerra, uma arma de
destruição massiva, um soldado de elite de infantaria, bem
treinado, e armado e equipado com o melhor de sua época – um
peso aproximado de 30-36 kg.

O soldado espartano portava:


Deusa Ártemis) em tamanho natural. Sempre era dito aos
espartanos que a distância ótima para atacar era aquela na qual a
abelha pudesse se distinguir bem.

- Um punhal.

- Uma armadura feita com placas metálicas que permitiam certa


mobilidade.

- Um elmo que estava desenhado de tal modo que cobria toda a


cabeça e envolvia bem o rosto apesar de deixar fendas para os
olhos, o nariz e a boca. Esse elmo provavelmente evoluiu a partir
de um modelo mais primitivo, como os que utilizavam os
germanos, que geralmente constavam de uma calota que protegia
a frente e o crânio, uma protuberância que descia do cenho para
proteger o nariz, e duas protuberâncias dos lados que cobriam as
orelhas ou as bochechas, e cuja finalidade era proteger dos
ataques laterais à cabeça.

- Grevas que protegiam as tíbias e os joelhos

- Uma espada chamada xyfos, que se pendurava sobre a coxa


esquerda, e que era particularmente curta para ser manejada em
filas compactas onde não era bem vindo o estorvo de uma espada
longa. Os atenienses zombavam da pouca longitude das espadas
espartanas, e os espartanos lhes respondiam “quem não teme se
aproximar do inimigo não precisa de espadas longas”.

O hoplita espartano levava ademais uma capa, que era vermelha


para dissimular a cor do sangue. As cores visíveis eram, pois, o
arbustos sem se importar. Seu escudo – ferramenta
importantíssima e símbolo de camaradagem cuja perda era uma
ignomínia (assim como para os germanos, segundo Tácito) –
portava a letra helênica Lambda (/\), a equivalente helênica à
Runa Laf, que representa o som “L”, como inicial de Lacônia,
Lacedemônia e Licurgo. Ainda que, se fosse pelo significado
simbólico, sem dúvida a Runa Ur- que em ocasiões se
representava exatamente igual à Lambda e simbolizava a
virilidade – seja uma “tradução” mais adequada.

A frase associada à dita runa segundo Guido von List era:


“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás tudo.” Esse símbolo de
masculinidade, esforço e ascensão era sem dúvida o que melhor
representava a Esparta, dado que toda a disciplina espartana de
austeridade, sobriedade, depuração, luta e sacrifício era algo
exaltadamente viril e ascendente.

Voltemos agora a dirigir nossa atenção aos guerreiros espartanos.


Como eram as batalhas? Os capitães arengavam a seus homens
com uma fórmula tradicional que rezava: “Adiante, armados
filhos de Esparta, entrai na dança de Ares!” Em combate
marchavam em filas bem fechadas, com calma, disciplina e
gravidade, confiando na incomensurável dureza de toda sua
instrução, ao som dos pífaros e entoando o solene canto de
marcha conhecido como o Pean – hino a Apolo. Essa formação
fechada era chamada Falange – da qual os espartanos eram os
maiores mestres, levando a cabo táticas que os demais generais
gregos consideravam extremamente complicadas. Os escudos
formavam uma muralha impenetrável desde o qual os soldados,
em fileiras apertadas, cotovelo com cotovelo, ombro com ombro,
presas, sob um peso de armas e couraça de mais de 32 kg, os
contendentes investiam. Cada indivíduo teria escolhido um
espaço para o momento do choque, com a intenção de introduzir a
ponta da lança no resquício existente entre um escudo e outro, e
tratando de acertar em uma porção de carne não protegida pela
couraça: garganta, axila ou virilha.

A oportunidade era efêmera. Conforme a segunda e sucessivas


fileiras se apinhavam por efeito do encontrão, a falange, em
uníssono, largava o peso de sete homens sobre as costas dos
primeiros da fila em colisão com o inimigo e sob esse impacto
alguns homens caíam inevitavelmente mortos, feridos ou
esmagados pelos de trás; isso podia criar uma brecha no muro de
escudos e os das fileiras segunda e terceira se esforçavam para
ampliá-la com as lanças, espetando desde sua posição
relativamente protegida. Se a brecha se aumentava, produzia-se o
othismos ou “empurrão com o escudo” para abri-la ainda mais e
criar mais espaço para poder desembainhar a espada, segunda
arma do hoplita, e propinar talhos nas pernas do adversário; e era
o othismos o método mais eficaz, pois podia produzir a pararrexis
ou “rotura” quando aqueles mais fortemente apurados pela
pressão do inimigo cediam ao impulso de fugir, e desfaziam as
fileiras de trás, o que era mais humilhante, tratavam de retroceder
a partir da mortífera brecha, contagiando de pânico seus
companheiros.”

Como vemos, era um tipo de guerra que exigia muito boa


preparação, um tipo de combate metódico que contrastava com o
anterior combate bárbaro – mais aberto, livre, individualista e
furioso. A evolução da guerra assinalava a evolução do povo:
herança do espírito da falange espartana, uma instituição
socialista até a medula.

Apesar de que a ordem fechada não seja a chave do êxito no


combate, é inegável que reforça a coordenação coletiva, a
camaradagem, o orgulho, o Esprit de Corps e a ritualidade
cerimonial que tanto importa em nossos dias, e que tanta
diferença pode ainda marcar na hora de converter um conjunto de
homens em uma unidade.

As batalhas eram sanguinárias e cruéis. Obviamente, o


enfrentamento era de corpo a corpo, e os ataques se faziam
cortando ou atravessando com os fios ou pontas de lâminas de
metal extremamente afiadas. Isso produzia feridas e mutilações
terríveis. Como conseqüência, apareciam numerosos feridos de
guerra e aleijados. Que faziam esses aleijados em um Estado
como Esparta? Apresentavam-se na batalha com o maior
fanatismo, para acelerar a própria destruição e a chegada de sua
glória. Era normal que veteranos mancos (recordemos Cervantes),
cegos, coxos e outros mutilados combatessem nas fileiras
espartanas. A um hoplita espartano cego, um estrangeiro
perguntou por que ia combater nesse estado. O cego respondeu
que “no mínimo, estragarei a espada do inimigo”. Um povo cujos
homens tenham essa mentalidade é invencível.

Como qualquer heleno da época, e como qualquer bom ariano


antigo, o espartano pensava que ao cair em combate iria aos
Campos Elísios, onde os heróis caídos desfrutavam da plenitude e
da sublimação espiritual. Alguns alcançariam o próprio Olimpo
dos Deuses. Os espartanos que marchavam ao combate recebiam
O escudo era, pois, um símbolo lunar equivalente à taça, que
recolhe a essência solar do herói caído e, como a taça (ou como a
“maçã do pecado”), estava relacionado com o arquétipo da
mulher. De fato, a mulher entregando o escudo ao homem é um
motivo arquetípico bastante comum na arte ocidental. Para um
homem moderno é difícil compreender o significado místico
desse “ritual”. O escudo tinha, como um talismã, a faculdade de
proteger, e não só a si mesmo, mas sim aos camaradas de armas.
Por isso o escudo devia ter uma consideração quase mágica.

Os espartanos rendiam culto à guerra. Toda a doutrina ariana de


lealdade, guerra e ressurreição do herói permitia aos espartanos
marchar ao combate mais encarniçado com uma calma,
serenidade e alegria que em nossos dias poucos compreendem e
muitos repudiam, pois sabendo que eles mesmos seriam incapazes
de fazê-lo, a única coisa que lhes resta é vilipendiar o que, por
valor próprio e por vontade interior, sim é capaz. Se pode alegar
que os demais gregos também eram herdeiros dessa doutrina,
porém realmente foram os espartanos os únicos que a
interiorizaram e a compreenderam de verdade. Antes dos
combates, a tranqüilidade era óbvia entre eles: alguns penteavam,
limpavam ou cuidavam com esmero de seus longos cabelos.
Outros enceravam suas armaduras e capacetes, limpavam ou
afiavam suas armas, faziam exercícios atléticos ou se mediam
entre si em combates de boxe ou luta livre. Inclusive antes da
lendária Batalha das Termópilas, os observaores persas
informaram ao atônito Imperador Xerxes que os espartanos
estavam lutando entre si e penteando os cabelos.

A camaradagem, forjada nas situações difíceis, inclusive frente a


Aquiles (o jovem e vigoroso herói temerário) e Pátroclo (seu
prudente e sábio mentor, mais velho que ele), relação que, sem
nenhum tipo de justificativa, foi classificada sem mais nem menos
como homossexual pelos professores do Sistema.

E é aqui onde os astutos enfermiços de nossos tempos


crepusculares têm metido seus grandes narizes, referindo-se a
uma época na qual os Estados gregos decadentes desfiguraram
essas relações.

O ritmo de vida que levava o varão espartano era de uma


intensidade como para matar a uma manada de rinocerontes, e
nem se quer as mulheres de Esparta teriam podido suportá-lo.
Assim, pois, o mundo da milícia espartana era em si mesmo todo
um universo – um universo de homens. Por outro lado, a intensa
relação afetiva, o culto à virilidade e a camaradagem que se dava
entre os componentes do binômio, entre mestre-aluno, na falange
de combate e em toda a sociedade – e que os débeis de nossos
tempos não entendem nem poderão entender jamais -, serviu para
alimentar em nossos dias o falso mito da homossexualidade. E
isso apesar de que os componentes do binômio eram considerados
irmãos, pois a cada espartano lhe era inculcado que cada varão de
sua geração era seu irmão.

Sobre isso, escreveu Xenofonte:

“Os costumes instituídos por Licurgo estavam em oposição a


todos os outros. [Às dos outros Estados gregos, principalmente
Atenas e Corinto.] Se alguém sendo um homem honesto,
admirava a alma de um jovem e tentava fazer dele um amigo ideal
Aqui vimos que tal relação entre homem e adolescente em
Esparta era do tipo mestre-aluno, fundada no respeito e na
admiração, e constituía um treinamento, um modo de aprender,
uma instrução a sua maneira. A sacralidade da relação mestre-
aluno ou instrutor-aspirante, foi impugnada pelo Sistema desde
muito tempo, assim como a camaradagem. E mesmo assim,
ambos os tipos de relações são o fundamento da unidade dos
exércitos. Hoje em dia, as crianças crescem à sombra da
influência feminina das professoras, inclusive até a adolescência.
É difícil saber até que ponto a falta de influência masculina limita
suas vontades e suas ambições, convertendo-os em seres mansos,
maleáveis e manipuláveis, que é o que ao Sistema lhe convém.

Outros falaram sobre a instituição espartana do amor de mestre a


discípulo, porém sempre deixaram claro que esse amor era
“casto”. O romano Aelio disse que se dois homens espartanos
“sucumbiam à tentação e se permitiam relações carnais, deviam
redimir a afronta à honra de Esparta indo-se em exílio ou
acabando com as próprias vidas.” O que significava basicamente
que a pena pela homossexualidade em Esparta era a morte ou o
exílio (considerado naqueles tempos pior do que a morte).

Cabe mencionar que se a homossexualidade era em verdade alto


tão natural para os helenos originários como foi para os gregos
dos Estados decadentes, a mitologia helênica estaria infestada de
referências explícitas de relações sodomitas, e não está, já que a
homossexualidade foi uma praga alheia ao espírito helênico que
apareceu quando Grécia já decadente. Isso bem o atesta as
repelentes cenas pintadas sobre algumas vasilhas, cenas cujo
estilo nos recorda inevitavelmente os etruscos, e que nos
camaradagem e repudia a homossexualidade.

Já em tempos remotos, e também agora, os medíocres


amaneirados e cândidos, sem caráter nem personalidade, e
concupiscentes até o tutano, acusam sempre de homossexualidade
a todos os pontos de referência que possamos ter da Raça Ariana:
desde os espartanos até os romanos, e desde os templários até os
Nacional-Socialsitas, ou inclusive os atletas como coletivo,
passando por todos os grandes líderes e artistas da História. O
sistema foi muito inteligente em fomentar essa corrente, pois
sabota de entrada o interesse que qualquer pessoa possa sentir por
esses assuntos.

Porém isso não muda o fato de que nossos astutos instrutores


judeus e pró-judaicos sigam tentando apagar de nossas mentes a
realidade, e é que a suja homossexualidade, a aberração sodomita,
sobrevém tão somente em épocas de decadência e perdição
irremissíveis – como em efeito acabou sucedendo nas etapas
decadentes de Babilônia, Grécia ou Roma, por exemplo – e como,
de fato, está acontecendo agora em todo Ocidente.
15 – A Batalha das Termópilas como
Exemplo do Heroísmo Espartano
“Nosso orgulho é o que nos faz cumprir com nosso dever.”
(Nietzsche)

“Uma luta desesperada permanece para sempre como um


exemplo resplandecente. Recordemos a Leônidas e a seus
trezentos espartanos!”
(Adolf Hitler, Berlim, 1945)

Ter visto o filme “300” não implica em saber sobre a Batalha de


Termópilas. O desenvolvimento da batalha aparece ali muito
resumido, e não é preciso. A verdadeira história da Batalha oculta
muitos detalhes interessantes.

Trata-se de uma das batalhas mais famosas da História e decidiu o


futuro da Europa. Mais ainda, nela os espartanos demonstraram
ao mundo sua imensa qualidade.

A Batalha das Termópilas veio marcada dentro do contexto das


guerras médicas, cujo catalisador foi a ampliação da presença
grega na Ásia Menor com a extensão de suas colônias no Leste.
Durante a Primeira Guerra Médica, o Imperador Dario de Pérsia
foi derrotado na famosa Batalha de Maratona de 490 AEC, após a
qual Esparta e Atenas firmaram um pacto militar orientado à
defesa da Grécia contra os persas em um futuro próximo. Dario
foi sucedido após sua morte em 485 AEC pelo Imperador Xerxes,
cujas ambições eram maiores, já que pensava em apossar-se de
abarcava desde a Turquia até o Afeganistão. A Pérsia era um
estado unido e centralizado, contava com vastas multidões,
exércitos massivos e especializados, e intermináveis extensões de
terra. Sua existência já de per si era uma façanha digna dos
arianos que a fizeram possível. Ainda que a herança desse
Império fosse claramente ariana, se havia convertido em um
abismo de mestiçagem, já que exercia seu domínio sobre uma
ampla variedade de povos não-arianos que constituíam os estratos
sociais inferiores.

Ademais, no que hoje é Túnis, os púnicos de Cartago, aliados da


Pérsia, estavam preparados para cair sobre os domínios gregos na
Itália e na Sicília. Europa se enfrentava com hordas não-arianas e
com sangue oriental, por muito que estivessem a serviço de uma
aristocracia ariana.

Grécia, por outro lado, a parte de ser infinitamente menor, nem se


quer era um Estado, mas sim abarcava uma série de cidades-
Estado ou pólis que comumente guerreavam insensatamente entre
si. Não havia vontade de Império (isso chegaria com os
macedônios). O nível racial era, em seu conjunto, muito superior
na Grécia do que na Pérsia, e a firma organização existente nas
pólis helênicas fazia com que a Grécia fosse o único obstáculo de
peso na conquista da Europa Oriental por parte da Pérsia.

No ano de 481 AEC, antes da invasão da Grécia, a Pérsia enviou a


Esparta dois embaixadores persas para oferecerem a possibilidade
de rendição. O Rei Leônidas diretamente ordenou que fossem
arremessados em um poço. Esse ato impulsivo, pouco
“diplomático” e muito condenável, tem uma explicação: Leônidas
principesca.

Leônidas era um soldado. Contundente, simples e sem rodeios.

É patente, em todo caso, que o Eforato não considerou justo o


assassinato dos embaixadores, posto que mandou dois voluntários
espartanos para irem à Pérsia, apresentar-se perante Xerxes e
oferecer-se como sacrifício para “expiar” a tremenda injustiça
cometida contra os embaixadores persas. Xexes rechaçou a oferta
e os deixou partir.

Não queria cometer um erro similar, nem sujar as mãos de


sangue, nem ser considerado culpável de desonra.

Os atenienses eram mais finos. Quando chegaram os


embaixadores persas com suas ofertas, eles as rechaçaram sem
mais, cortesmente.

Nesse mesmo ano, Xerxes enviou emissários a todas as cidades


gregas à exceção de Esparta e Atenas, para obter sua submissão.
Muitas, aterrorizadas perante seu poderio, se submeteram,
enquanto outras, prudentemente, se declararam neutras ainda que
suas simpatias estivessem com a Grécia. Esparta e Atenas, vendo
que se perfilava uma aliança anti-helênica, fizeram um
chamamento às demais pólis para formarem uma aliança contra a
Pérsia. Poucas responderam. A Pérsia era a nova superpotência, a
nova estrela. Seu avanço avassalador era um fato. E seu triunfo
quase se dava como garantido.

Pérsia começou a embarcar seu exército (o maior do mundo) e o


Os aliados helênicos se reuniram então em Corinto. Enviados de
Esparta, Atenas, Corinto, Tebas, Platea, Téspias, Fócis, Tessália,
Egina, etc, debateram sobre a estratégia a ser seguida. Foi
formada a Liga do Peloponeso, confirmando a aliança helênica
para resistir ousadamente à Pérsia. Quase todas as pólis do
Peloponeso (excluindo Argos, tradicional e obstinada inimiga de
Esparta) se uniram à aliança. A Liga foi posta sob comando de
Esparta, como não poderia ser de outra maneira, pela confiança
que tinha toda a Grécia em seus homens. O Comandante-em-
chefe das tropas da Liga foi o famoso Rei Leônidas I de Esparta.

As ligas eram algo recorrente na Grécia, e expressavam as


tendências mais “federalistas”, que buscavam de algum modo a
unificação. Algumas ligas se criavam apenas para fazer frente a
um inimigo comum, dissolvendo-se depois, e outras ligas
perduravam por mais tempo, já que perseguiam fins políticos e
comerciais de longo prazo. A Liga do Peloponeso foi uma das
efêmeras “ligas de emergência”.

Se formou um exército de 10.000 gregos peloponésios, postos sob


o comando do espartano Eveneto. Já que haviam concordado em
defender o Passo do Tempe, ali se posicionaram, nas ladeiras do
Monte Olimpo, no Nordeste da Grécia. Mesmo assim, O Rei
Alexandre I da Macedônia, que tinha boas relações com a Pérsia,
porém tinha simpatia pelos helenos e especialmente por Esparta,
advertiu aos comandantes espartanos do Exército Peloponésio de
que a posição era demasiado vulnerável pela presença de vários
caminhos, e assim decidiram abandoná-la em favor de algum
outro posto mais defensável. Nesse momento os tessálios, vendo-
o mar. Em sua parte mais estreita, o desfiladeiro tinha 15 metros
de largura. Isso significava que, ainda que os gregos fossem
menores em número, pelo menos os combatentes se enfrentariam
em um funil que igualava o equilíbrio, já que só um número
determinado de guerreiros de cada bando poderia lutar de cada
vez. E ainda assim era desesperado, posto que os gregos não
tardassem em cansar-se, enquanto que os persas contariam sempre
com ondas de tropas frescas.

Segundo Heródoto, os espartanos receberam do Oráculo de


Delfos a seguinte profecia:

“O vós, homens que morais nas ruas da extensa Lacedemônia!


Ou bem vossa gloriosa cidade será saqueada pelos filhos de
Perseu ou, ao contrário, a terra da Lacônia chorará a morte de um
rei da estirpe de Hércules. Pois Xerxes, poderoso como Zeus, não
será detido pelo valor dos touros ou dos leões. Proclamo, enfim,
que não se deterá até haver alcançado sua presa: vosso rei ou
vossa cidade, devorando-os até os ossos.”

Quer dizer, ou morreria um rei de Esparta, ou cairia a própria


Esparta. Pensemos em como deveu influenciar Leônidas essa
profecia. De repente, um pesado fardo de responsabilidade foi
descarregado sobre seus ombros. Essa monstruosa fatalidade, que
mataria de susto a maioria e faria suar e tremer outros muitos, foi
acolhida pelo rei com dignidade e sentido do dever régio. A
missão de qualquer espartano era sacrificar a vida por sua pátria
se fosse necessário. Era algo natural e alegre para eles.

No verão de 480 AEC, as tropas peloponesas chegaram às


cuja mera presença infundiu ânimo e confiança, foi o bando de
tão somente 300 espartanos que se apresentou à Batalha. Assim,
formavam juntos uns 7.000 gregos – 7.000 gregos contra 250.000
persas (2 milhões segundo Heródoto e 175.000 segundo outros
historiadores modernos).

Imaginemos a variedade de cores daquela congregação, o brilho


do bronze, o ambiente solene, os comentários sobre os bandos
estrangeiros, os emblemas sobre os escudos, as típicas fofocas das
rivalidades masculinas e militares, aquele sentimento de união, de
respeito e de destino comum. O acampamento inteiro devia estar
rodeado de uma aura de virilidade e heroísmo (tal aura resultaria
mortalmente venenosa para feministas-sodomitas-pacifistas
modernos). Esses gregos, em sua maioria, eram hoplitas e
estavam bem instruídos. Desde jovens se haviam acostumado a
manejar as armas e a exercitar seu corpo. Mesmo assim, o único
exército “profissional” que havia era o espartano, já que nos
demais lugares os hoplitas viviam com suas famílias, treinavam
por conta própria e só eram chamados em caso de guerra,
enquanto que em Esparta estavam permanentemente militarizados
desde a infância, sob a terrível disciplina que os caracterizava, e
jamais deixavam de treinar.

Entre os persas, não obstante, a situação era muito diferente.


Apesar de contar indubitavelmente com a vantagem numérica e
de recursos, a maioria de seus homens eram não-arianos do tipo
mourisco, que haviam sido recrutados à força e não tinham
instrução militar. À diferença dos gregos, que, condicionados por
seu terreno, haviam obstinado em aperfeiçoarem-se a nível de
infantaria heróica, os persas contavam com uma formidável
Hidarnes da Pérsia. O oficialato persa se compunha, assim, de
membros da casta ário-iraniana.

Quando Xerxes chegou ao passo, acampou suas tropas na entrada,


em Tráquis.

Leônidas, tão pronto chegou às Termópilas, mandou reconstruir o


antigo muro de 2 metros na parte mais estreita do passo, e
fortificar as tropas atrás dele. Tendo sido informado de que existia
um caminho que rodeava o desfiladeiro para dar no outro lado,
destacou os 1.000 focences para que defendesse esse caminho.

Xerxes – não concebendo que os gregos se obstinassem em lutar


– enviou sobre o terreno um emissário para negociar com
Leônidas, animando-o a entregar as armas. A resposta lacônica do
soldado foi “Venham pega-las!”. Nessa mesma noite, quando um
hoplita da Lócria comentava em tom derrotista que a nuvem de
flechas dos arqueiros persas escureceria o céu e converteriam o
dia em noite, Leônidas respondeu: “Então lutaremos na sombra.”

Na manhã seguinte, as tropas formaram. Os persas agruparam


milhares e milhares de medas e quísios (povos arianos) e os
posicionaram na entrada do passo. Em um princípio, suas ordens
eram de capturar vivos os gregos, já que o confiante Xerxes
pensava em carregá-los acorrentados e exibi-los pela Pérsia como
troféus, ao estilo dos posteriores triunfos romanos. Leônidas, por
sua parte, mandou formar os gregos na parte mais estreita do
desfiladeiro, e ocupou seu posto real na extrema direita da
falange. Decidiu não misturar os contingentes dos distintos povos,
já que segundo sua experiência, os soldados preferiam morrer ao
gritarias avassaladoras, a inexorável trituradora de carne da
gloriosa Falange Espartana se pôs a funcionar em silêncio.

Os persas se chocaram contra a muralha de escudos com um


estrondo ensurdecedor, brandindo suas armas e espetando-se
finalmente nas lanças espartanas. Imaginemos o aspecto que
deveu apresentar aquilo. O sangue que deve ter corrido, as
gloriosas ordens dadas a grito, os gritos de guerra e de dor, os
cortes e punhaladas, as lanças avermelhadas entrando e saindo
ritmicamente, atacando com precisão os pontos fracos ou pouco
protegidos dos corpos inimigos, como sinistras puas a partir da
couraça de escudos salpicados de sangue, os choques e os golpes,
as feridas terríveis, os cadáveres dos caídos, os espartanos
mantendo a calma e o silêncio em meio à confusão e o terrível
estrépito do combate; os persas – valentes, porém ineficazes –
imolando-se em uma gesta gloriosa. Os espartanos pareciam estar
no ápice, e ali onde estavam, inspiravam os demais gregos a
imitá-los, fazendo-os ver que a vitória era possível e elevando a
moral. Estavam demonstrando que seu socialismo de união e
sacrifício era claramente superior a qualquer outro sistema
político, e que eram os mais preparados para enfrentar a Idade do
Ferro.

Xerxes – diferentemente de Leônidas – não combatia. Sentado


sobre seu trono e ouro, situado em um posto idôneo, observava
com horror o que estava sucedendo: suas tropas estavam sendo
massacradas catastroficamente. Os persas tinham armaduras
muito mais leves e ineficazes que as pesadas couraças gregas, já
que o tipo de luta persa estava baseado na mobilidade, rapidez,
fluidez e na flexibilidade de grandes multidões, enquanto que a
Quando Leônidas mandou relevar os espartanos, passando outras
unidades a entrar em combate, a situação continuou: os persas
caíam massacrados. Diz-se que três vezes Xerxes pulou de seu
trono ao ver o que estava acontecendo, como um treinador de
futebol que vê como sua equipe é goleada. Leônidas se limitou a
dizer que “os persas tem muitos homens, porém nenhum
guerreiro”.

O General Hidarnes mandou recuar o contingente de quísios e


medas, descobrindo um solo de cadáveres destroçados. E mandou
entrar em combate os seus Imortais, convencido de que
conseguiria mudar o curso da batalha. De sua parte, o Rei
Leônidas mandou que seus espartanos se situassem novamente na
vanguarda. Os Imortais avançaram impassivelmente sobre os
cadáveres dos persas caídos, e com um glorioso valor investiram
furiosamente contra a Falange Espartana. Os espartanos sofreram
algumas baixas, porém sua falange não se desfez. De sua parte, os
Imortais, às dezenas, eram atravessados por longas lanças e caíam
feridos e mortos. Muitos caíram nas águas do Golfo de Malis,
onde vários, ou por não saber nadar, ou pelo peso de suas armas e
armaduras, ou arrastados pelas correntes marinhas, morreram
afogados.

Os espartanos puseram em prática suas táticas mais treinadas e


complicadas de executar, demonstradoras de uma perfeita
instrução que só eles possuíam. Abriam brechas por onde
penetravam inimigos confiantes, apenas para serem cercados e
massacrados por rápidas lanças que surgiam de todos os lados.
Outras vezes simulavam entrar em pânico e fugir em debandada,
repouso. Os gregos estavam exaustos, porém com a moral
altíssima.

Os persas, ao contrário, estavam menos cansados, porém com a


moral no chão. Devia perguntar-se se eles eram tão ruins ou se
eram os gregos que eram bons demais.

No amanhecer seguinte recomeçou o combate. Xerxes enviou


persas frescos esperando que talvez abrissem brechas nos
extenuados defensores gregos. Nada mais distante da realidade.
Onda após onda, os gregos rasgavam o inimigo novamente. O
terror começou a se espalhar entre os persas. Muitas vezes
tentaram escapar dos espartanos, e seus oficiais os fustigavam
com chicotes para obrigar-lhes a voltar ao combate. Isso não nos
lembra, por acaso, os comissários comunistas sacrificando onda
após onda na Frente Oriental? Naturalmente, esta não era uma
guerra judaica e os oficiais persas não eram judeus, mas sim
arianos. Ainda havia honra, e isso dava à guerra um ar glorioso e
cavalheiresco.

A essa altura, Xerxes devia estar maravilhado e desesperado ao


mesmo tempo. Sua frota não havia derrotado a frota grega no
Cabo Artemísio, e não podia flanquear as Termópilas por mar.
Então sucedeu a traição, maldição de heróis. Um pastor local
chamado Efialtes pediu para falar com Xerxes e – em troca de
uma grande soma de dinheiro – lhe revelou a existência do
caminho que beirava o desfiladeiro, em um processo
arquetipicamente similar ao que se reproduziu muitos séculos
depois no Castelo de Montségur. O General Hidarnes, a mando
dos Imortais, se encarregou de atravessar o caminho, guiado por
tessálios arrependidos que lutavam sob os persas) que
informaram-lhe que seriam cercados pelos persas. E os gregos
realizaram imediatamente um conselho.

Leônidas sabia já que perderia a batalha. Mandou que todos se


retirassem, menos os espartanos e os tebanos. Os téspios,
liderados por Demófilo, se obstinaram em permanecer na luta por
vontade própria, e assim fizeram, cobrindo seu pequeno povo de
uma glória incomensurável. Quando já só restavam espartanos,
tebanos e téspios (1.400 homens ao princípio, menos as baixas
que haviam sofrido ao longo dos combates), as tropas tomaram o
café da manhã. Durante esse café da manhã, Leônidas disse a seus
homens: “Essa é nossa última refeição entre os vivos. Preparem-
se bem amigos, pois essa noite jantaremos no Hades!”

Os gregos formaram, dessa vez todos juntos, a falange. Diante


deles, tinham o vasto Exército Persa, e à suas costas os Imortais.
Em vez de atacarem os Imortais para talvez derrotá-los e abrirem
caminho para a retirada (que não serviria de nada porque abriria
as portas gregas para os persas), Leônidas mandou atacar o grosso
do Exército Persa, em uma magnífica demonstração de heroísmo
e valor em estado puro, com o objetivo de manter a luta durante o
máximo tempo possível, e dar assim tempo à Grécia para se
preparar. Sabiam que iam morrer em todo caso, de modo que
escolheram morrer heroicamente, dando mostras de uma imensa
grandeza. Os gregos eram conscientes de que aquilo não era mais
uma resistência com esperanças, mas sim uma luta de sacrifício
gregos. Ao final o cadáver foi assegurado pelos espartanos que,
lutando sem cessar, recuaram até o muro focense.

Os tebanos, por sua vez, ficaram separados do grosso da falange


grega. Durante longos momentos lutaram com grande valor,
porém ao final, exaustos, enlouquecidos e vendo-se perdidos,
soltaram as armas e estenderam as mãos em gesto suplicante para
se renderem aos persas. Esses, em plena animação da adrenalina,
mataram ainda a vários. O resto dos tebanos foi capturado. Após a
batalha, foram marcados na testa a ferro e fogo, e depois foram
vendidos como escravos. De que serviu se renderem? O que
conseguiram? A vida? Uma vida de escravidão e humilhação,
eles, orgulhosos e valentes hoplitas da Hélade? Não teria sido
melhor e mais digna uma morte em combate, lutando até o final?

Os espartanos e os téspios, por sua vez, seguiram lutando junto ao


muro focense. Em um dado momento, sob a pressão das
investidas e dos golpes, o muro desmoronou, esmagando
guerreiros dos dois exércitos. A luta continuou, surda e
impiedosa. Muitos caíram esgotados e não conseguiram se
levantar mais. Outros morreram atravessados pelo metal inimigo.
Quando por fim apareceu o General Hidarnes a frente dos
Imortais, os poucos gregos que sobraram, praticamente todos eles
espartanos, subiram uma pequena elevação para poderem se
defender melhor. Puseram-se de costas para uma parede para não
ficarem completamente desprotegidos. Este foi o ponto terrestre
sagrado da glória conquistada. Sobravam já menos de cem gregos
contra, pelo menos, 100.000 persas (alguns dizem que 150.000 e
outros falam de cifras bem maiores). Ali e então, cada grego se
enfrentava a mais de mil persas.
Suas lanças estavam quebradas e seus escudos destroçados, de
modo que recorreram à espada. Aqueles que estavam desarmados
após quebrarem ou perderem a espada utilizaram pedras para
golpear seus inimigos, ou simplesmente se lançaram
fanaticamente sobre ele para matá-lo com suas mãos ou seus
dentes, estrangulando, quebrando, golpeando, rangendo, rasgando
e mordendo com ferocidade sobre-humana, em um sanguinário e
encarniçado corpo a corpo. Isso é histórico. Por acaso não foram
esses homens possuídos pela mítica Ira Sagrada, a dos berserkers
e os guerreiros inspirados? Bem se poderia perguntar-lhes: “Por
que lutais se perdereis? Estais destroçados, a beira da morte e
mais próximos do Outro Mundo do quê da Terra. Como podeis,
então, seguir lutando?”. Porém essas eram reflexões impróprias
de heróis. Aquilo ultrapassava em muito qualquer coisa desse
mundo. A razão havia ficado esmagada sob os pés da vontade
helênica, que exprimiu ao máximo as forças daqueles homens.
Era uma fúria que vinha de cima. Era fanatismo cego, era um
sentimento invencível, visceral, vermelho e instintivo. Era lutar
até o fim, como os bravos guardiões de Berlim em 1945.

Os persas não conseguiam suprimir aqueles fanáticos valentes e,


totalmente desmoralizados, se retiraram. Então avançaram seus
arqueiros, e lançaram sucessivas chuvas de flechas que
massacraram os valentes resistentes. Um exército imperial
multitudinário de centenas de milhares, lutando contra umas
dezenas (provavelmente ao redor de 100) de gregos
enlouquecidos, e ainda assim tiveram que vencê-los de longe
porque no corpo a corpo jamais poderiam ter vencido!

Quando o último espartano – esgotado, delirante e ensangüentado,


uma única batalha, esses caídos conquistaram uma iluminação
maior do que a que mil sacerdotes e filósofos conseguem em
vidas inteiras de dedicação.

Para fazermos uma idéia do medo que essa matança de persas


insuflou no coração de Xerxes, basta dizer que ordenou a
crucificação e decapitação do cadáver do Rei Leônidas. Isso é
muito mais revelador do que parece, já que os persas, como bons
arianos, tinham a tradição de honrar um inimigo valente morto.
Porém Leônidas havia se demonstrado algo muito acima de seu
respeito, algo aterrador que superava completamente a tudo que
consideravam possível e que conheciam da Europa. Os demais
cadáveres gregos foram jogados em uma fossa comum. Xerxes
perguntou, fora de si em seu trauma, se sobravam na Grécia mais
homens como aqueles 300 espartanos. Podemos imaginar
perfeitamente o que sentiu quando lhe informaram que em
Esparta haviam 8.000 espartanos tão valentes e treinados como os
300 caídos!

Façamos agora uma pequena recontagem da Batalha das


Termópilas: 7.000 gregos contra (ponhamos) 250.000 persas. O
bando grego teve 4.000 mortos, incluindo Leônidas, seus 300
espartanos e os 700 téspios. Porém o bando persa teve nada mais,
nada menos, que 20.000 mortos incluindo dois irmãos de Xerxes:
Abrocomas e Hiperantes. Quer dizer, um exército 30 vezes menor
que o inimigo lhe infligiu perdas 5 vezes maiores que as suas.
Proporcionalmente, isso significa um triunfo de 150 para 1. São
desnecessários os comentários, ainda que saibamos que, contudo,
as frias cifras numéricas nada entendem de heroísmo e de
vontade.
ano de 480 AEC, a frota grega derrotou a persa em glorioso
combate. Xerxes teve que se retirar com parte importante de seu
exército, pois sem a frota, a logística e o abastecimento eram
precários. Deixou, pois, 80.000 persas (outros dizem que
300.000) sob o comando de seu cunhado, o General Mardônio,
para que continuassem com a campanha.

Poucos meses depois, na Batalha de Platéia de 749 AEC, 5.000


espartanos, junto com seus aliados, e sob o comando do Rei
Pausânias de Esparta, derrotaram definitivamente os persas, e o
General Mardônio caiu em combate.

A Pérsia foi derrotada. A Grécia ganhou a Segunda Guerra


Médica. O sacrifício da Termópilas, portanto, não foi em vão.

O poeta Simônides escreveu uns versos em honra aos espartanos


caídos em Platéia:

“Estes homens deixaram um altar de glória em sua terra


Brilhando sem importar o tempo que faça
Quando foram envoltos pelas negras névoas da morte
Porém ainda que tenham morrido
Não estão mortos, pois seu valor lhes alça em glória
Desde as estâncias de Hades.”

Qual foi a possibilidade catastrófica que Leônidas evitou. Tivesse


se retirado da luta, a cavalaria persa lhe teria atacado em massa e
em campo aberto, cercando-o por trás e pelos flancos e
massacrando suas tropas. A Pérsia teria conquistado toda a Grécia
e provavelmente uma porção significativa da Europa Oriental,
sirvam à Esparta.” Na perpetuação da Raça não há pausa
aceitável. O caminho segue inexoravelmente e o sangue se
transmite aos novos herdeiros.

A Batalha das Termópilas foi arquetípica. Leônidas (heráclida,


descendente de Hércules) caiu no lugar em que, segundo a
Tradição, Hércules se lançou nas águas para acalmar seu fogo
interior. No local se colocou uma estátua de um leão (animal cuja
pele vestiu Hércules, e que figura no próprio nome “Leônidas”, e
se colocou uma placa com a simples inscrição: “Caminhante, vá a
Esparta e diz aos espartanos que aqui jazemos, obedientes a suas
leis.”

A gloriosa história da Batalha das Termópilas é acessível para


qualquer um em inúmeros livros.
16 – História Posterior de Esparta
“Se acusa de relaxamento aquela sociedade da qual a corrupção
se apodera, e é visível, em efeito, que o valor da guerra e a
inclinação à guerra diminuem e que se aspira a desfrutar da vida,
com tanta ânsia como antes aos lauréis da guerra e da luta.”
(Nietzsche, “A Gaia Ciência”, Livro Primeiro, 23)

Toda a educação espartana era considerada admirável pelosp ovos


que rodeavam a Esparta, que respeitavam enormemente a seu
valoroso vizinho, ainda sendo inimigos às vezes e amigos outras.
O próprio Platão, quando escreveu sua “República”, se refere a
medidas estatais que parecem diretamente tiradas das leis
espartanas, pois ele nelas se inspirou, e foram também admiradas
por Aristóteles, com alguma reserva enquanto a que o Eforato
seria supostamente totalitário e tirânico. Em uma época em que as
Cidades-Estado helênicas estavam já em decadência, surgiram
nelas vozes que pediam a adoção do exemplar modelo espartano.
Eram os fascistas da época. E os covardes se referiam a essas
vozes pró-espartanas como hoje em dia os mesmos se referem aos
fascistas: com indignação, ressentimento, desconfiança e medo.
Seja como for, as leis espartanas proporcionaram uma
estabilidade que jamais conheceram os demais Estados helênicos.
Esparta é o mais parecido que há ao Nacional-Socialismo. E dito
seja de passagem, é um exagero afirmar que, em sua essência
instintiva, Esparta era mais Nacional-Socialista inclusive que o
próprio Terceiro Reich?

No século VI a.C., Esparta iniciou novas conquistas sobre os


povos vizinhos. Sobre o ataque a Tegéia, Heródoto disse que um
Porém não encontraram ossos normais, mas sim um esqueleto de
tamanho imenso, como os herois gigantescos aos quais alude
Homero.

No mencionado caso de Tegéia, os espartanos foram audazes ao


não anexá-la, mas sim estabelecer um tratado pelo qual Tegéia
devia proporcionar soldados, armas e demais equipamentos,
ademais de se aliar com Esparta e seguí-la em todas as suas
estratégias de política exterior. Em troca, Tegéia pode conservar
sua independência.

Mediante políticas similares, Esparta conquistou os Estados de


todo o Peloponeso, finalmente inclusive a Argos, Arcádia e
Corinto, até o ponto que, com a invasão dos Persas em 490 aC,
Esparta era a maior potência helênica, muito acima de Atenas.

Segundo Heródoto, na mencionada Batalha de Platea de 479 aC


lutaram 5.000 espartanos, 5.000 periecos e 35.000 helotas.
Apenas os espartanos eram guerreiros consumados, enquanto que
os emais estavam obrigados a tomar as armas, e a enorme
quantidade de helotas (completamente carentes de treinamento
guerreiro) constituíam a bucha de canhão. Na época da maior
população, em Esparta havia 200.000 helotas e 9.000 famílias
espartanas. Em 480 havia um total de algo menos que 8.000
hoplitas espartanos mobilizáveis.

Esses tipos de batalhas foram heroicas, porém fratricidas e


prejudiciais para a Raça. Pérsia e Grécia eram nações arianas
aparentadas. O poeta grego Ésquilo (525 aC – 456 aC) pôs na
boca da mãe de Xerxes: “Me parece ver duas virgens
O que tinham que ter feito helenos e persas era se unirem e
submeter as multidões inferiores que habitavam suas respectivas
terras e que acabariam por lhes afundar gradualmente, através da
mistura e do roubo de sua pureza racial, na decadência mais
absoluta.

O certo é que o numeroso Exército Persa estava composto


principalmente de raças escuras e que somente os chefes e a elite
guerreira eram persas autênticos e puros, porém em todo caso as
guerras da época eram travadas por um bando de arianos contra
outro, junto com os escravos de cada bando, quando o que tinham
que ter feito era se unirem, bando ariano com bando ariano,
ombro com ombro, escudo com escudo, para massacrarem a todos
os escravos, estivessem unidos ou não. Teria-lhes sido
extremamente fácil fazê-lo, e não lhes teria causado problemas, já
que aos antigos arianos não lhes importava manchar-se com
sangue. Porém não o fizeram, porque não tinham aprendido a
renunciar a eles mesmos em favor do que os superava: a Raça.
Repetimos a sentença de George Bernard Shaw: “Os fortes se
destroem entre si, e os fracos continuam vivendo.” Crasso erro
passado, por culpa do qual a decadência impera no presente.

Em 464 aC houve em Esparta um grande terremoto que destruiu o


ginário enquanto os efebos, a flor e nata da juventude espartana,
se encontravam dentro se exercitando, matando muitos deles.
Essa tragédia propiciou que os helotas (aproveitando a desordem
e o vazio criados) iniciassem outra revolta, confiantes em sua
avassaladora superioridade numérica em relação aos espartanos.

Assim começou a Terceira Guerra Messênia.


messênios se dedicaram por cinco anos a uma guerra de
guerrilhas contra os espartanos, que também recorreram com
maestria à tática guerrilheira, empregado seus fanáticos e
selvagens filhotes em atividades seletivas de caça, repressão e
castigo.

Após esses cinco anos, os espartanos, talvez levados ao respeito


pela valente e desesperada resistência dos messênios, lhes
permitiram escapar do Peloponeso. Porém reforçaram ainda mais
sua severidade para com os helotas.
17 – O Crepúsculo de Esparta
“Se alguém me pergunta se eu creio que as leis de Licurgo
permanecem imutáveis ainda hoje, por Zeus, já não poderia
afirmá-lo com segurança. Realmente, sei que os lacedemônios
antes preferiam viver eles sozinhos em sua Pátria desfrutando de
seus moderados bens, do que serem harmostas de uma cidade
estrangeira e, ao serem adulados, cair vítimas da corrupção.
Também sei que antes temiam ser vistos com ouro; ao invés,
agora inclusive há alguns que alardeiam possuí-lo. Também
conheço que antes havia expulsões de estrangeiros e que não se
permitia sair do país aos cidadãos para que não se contaminassem
com a moleza dos estrangeiros. Agora, por sua vez, sei que os que
se consideram os melhores se esforçam em ser governadores no
estrangeiro e que nunca abandonem o cargo. Houve um tempo em
que se preocupavam em serem dignos de mandar; por sua vez,
agora se ocupam muito mais de conseguir o mando do que de
serem merecedores dele. Em conseqüência, os gregos iam antes à
Lacedemônia e pediam-lhes que tomassem o mando contra os que
pretendiam ofender-lhes. Agora, ao contrário, são muitos os que
se auxiliam mutuamente para lhes impedir de voltarem a liderar.”
(Xenofonte, “Constituição dos Lacedemônios”, 14)

“Todas as grandes culturas do passado caíram na decadência


devido unicamente a que a raça da qual haviam surgido
envenenou seu sangue. A causa última de semelhante decadência
sempre foi o fato de que o homem esqueceu que toda cultura
depende ele e não vice-versa; que para conservar uma cultura
definida, o homem que a construiu também precisa ser
conservado.”
escuro de decadência, homossexualidade, e moleza que ameaçava
contaminar toda a Hélade.

Em 415 a.C., uns emissários espartanos acudiam ao Santuário de


Delfos. O oráculo lhes fez um augúrio sombrio: logo os
espartanos veriam os muros de sua pior inimiga reduzidos a
escombros, porém eles mesmos não tardariam em sucumbir ante
uma amarga derrota. Essa foi talvez a primeira advertência sobre
o ocaso vindouro de Esparta.

O espartano Lisandro, chefe da marinha espartana, derrotou


efetivamente o ateniense Alcibíades em 404 a.C., e outorgou a
vitória a sua Pátria. Depois de longos e penosos anos de assédio,
privações e batalhas contra Atenas, quando por fim triunfou
Esparta, Lisandro escreveu simplesmente em suas memórias:
“Atenas caiu”. Outra mostra de laconismo. Lisandro era um
mothake (bastardo), pois seu pai era espartano e sua mãe helota.
Mesmo assim, durante sua infância, foi aceito por algum motivo
no brutal sistema de treinamento da Agogé. Lisandro era,
contudo, um militar metido a político e um conspirador, e
acariciava idéias de uma nova revolução das leis em Esparta. O
simples fato de que um indivíduo como Lisandro tivesse chegado
a um posto tão alto já implicava que algo estava podre em
Esparta.

A guerra resultou na ruína de Atenas, consolidando-se a


supremacia espartana. Nesse mesmo ano de 404 a.C., os muros de
Atenas foram derrubados ao som de pífaros espartanos, tal e como
foi vaticinado em Delfos, e o governo de Atenas foi tomado pelos
“Trinta Tiranos”.
Por outro lado, se mostrava muito zelosa em suas leis de
cidadania (ser filho de pai e mãe espartanos e passar pela eugenia,
a Instrução e a admissão nas sistias do Exército), de tal modo que
com a vinda das misturas e das guerras sanguinárias, nas que
caíam os melhores espartanos, o número de autênticos espartanos
se foi reduzindo desde os 10.000 do apogeu, até chegarem
finalmente a pouco mais de mil, porém ao menos esses poucos
seguiam sendo iguais aos seus antepassados espartanos.

Haviam preferido ser, a todo custo, uma seleta minoria superior,


dominando a uma maioria inferior e sendo leais às leis de Licurgo
até o fim de sua agonia nacional. Estavam obstinados em resistir
como grupo seleto, elite aristocrática, e se negavam a dar
concessões ou compartilhar privilégios, permanecendo cada vez
mais orgulhosos a medida que seus números foram diminuindo
mais e mais. Sabiam que uma minoria somente pode se impor se
cultiva sua qualidade. Os números de espartanos autênticos,
varões hoplitas, jamais haviam superado a cifra de 10.000.

Toda essa política demográfica contrastava, pois, com a ateniense,


que consistiu em inflar artificialmente os números de sua
população (Atenas tinha aproximadamente 5 vezes a população
de Esparta) mediante a imigração não-ariana, a reprodução
descontrolada e a falta de eugenia. Isso deu como resultado
bairros insalubres, sujos e lúgubres, de ruas estreitas e retorcidas,
onde se acumulavam os escravos e onde se estendiam as
infecções, os ratos e as pestes.

A derrota de Atenas motivou que começassem a circular as


riquezas como troféus por Esparta. Plutarco escreveu: “O
números dos espartanos começaram a fraquejar.

Em 398 a.C., o Rei Agesilau ascendeu ao trono gêmeo de Esparta.


Um ano depois, sucedeu outro funesto presságio. Enquanto um
sacerdote levava a cabo um sacrifício, entreviu horrorizado algum
nefasto signo arquetípico no ritual, e anunciou com grande alarme
que Esparta estava sob espreita de seus inimigos, e que nesse
mesmo instante se encontrava seriamente ameaçada. Em vista da
prostração de seus inimigos exteriores, o presságio provavelmente
não foi tomado com a seriedade que deveria.

Porém o presságio se referia aos inimigos interiores de Esparta.

Agesilau descobriu um ano depois, em 397 a.C.,uma conspiração


urdida por Lisandro contra as leis de Licurgo. Nessa conspiração
jogava um importante papel um indivíduo chamado Cinadón.
Esse formava parte dos hypomeiones, ou “inferiores”, isso é,
cidadãos espartanos “degradados” por terem mostrado covardia
em combate, por não terem provido a sua sistia das rações
estipuladas, por não terem sido admitidos em sistia alguma, ou
por outros motivos desonrosos. O importante dessa conspiração
radicava em que parecia reunir a todos os que não eram autênticos
espartanos, quer dizer, helotas, periecos e espartanos degradados,
todos os quais – segundo o próprio Cinadón – queriam “comer
crua” a elite dos autênticos espartanos, pois guardavam contra
eles um ressentimento imenso e venenoso.

Após terem feito suas confissões, Cinadón e sua loja de


conspiradores foram conduzidos através da cidade de Esparta sob
a ponta de lanças e o açoite dos chicotes. Depois de serem levados
tebanos estavam se fortalecendo. Quatro anos depois, os tebanos
lograram expulsar os espartanos, no primeiro sinal político de que
Esparta estava decaindo. Anos depois, 7.000 tebanos altamente
motivados, sob o líder carismático Epaminondas, se levantaram
contra Esparta e derrotaram os espartanos na Batalha de Leuctra
de 371 a.C. Naquela batalha já só lutaram 1.200 espartanos, que
eram todos os que sobravam. 400 deles morreram.

Se diz que quando os soldados tebanos entraram em Esparta


durante os combates de rua que se sucederam, perguntavam:
“Onde estão os espartanos?” e que um ancião lhes respondeu “Já
não existem, caso contrário, vocês não estariam aqui.”

Após a invasão, os inteligentes tebanos deram outro imenso golpe


ao poderio de Esparta: libertaram os helotas. A cidade de
Messênia (em apenas 74 dias) se rodeou de um muro,
simbolizando que havia se emancipado do jugo espartano e que
pretendia conservar essa emancipação a todo custo.

Os espartanos haviam caído, porém os tebanos haviam mantido


seu sangue puro e sua vitalidade. Contavam com uma unidade de
elite chamada o “Bando Sagrado”. Em toda a Grécia, as mulheres
tebanas (descritas por Dicearco como “loiras”) eram já
consideradas superiores às espartanas, as mais belas da Hélade, e
em toda parte se reconhecia que os espartanos haviam mantido
seu sangue puro.

Os tebanos descendiam de invasores tessálios, magníficos


cavaleiros que chegaram à Grécia na época das grandes invasões.
Após terem sido expulsos do Peloponeso pelos dórios,
espécimes biológicos e espirituais da elite espartana. Houve uma
traição, uma deslealdade, uma perda de memória e uma queda.

A partir daqui, a história de Esparta é vergonhosa, desesperada,


triste e trágica. Sentimos vergonha alheia diante dela pelo muito
em que contrasta com o heroísmo anterior. Poderia se dizer que
era humilhante para seus herdeiros, porém devemos agregar que
não eram já os herdeiros da Esparta dória, porque não corria por
suas veias sangue dório puro – sangue ariano puro.

A mistura sanguínea e a guerra fratricida com Atenas haviam


debilitado muito as numerosas Cidades-Estado helênicas, de tal
modo que caíram presa da nova estrela ariana dos macedônios do
Rei Filipe II (382 – 336 a.C.), um povo heleno que se havia
mantido na periferia da Grécia vivendo em modo bárbaro,
conservando a dureza das origens e a pureza de seu sangue.
Valendo-se da Liga Tessália, os macedônios começaram a
penetrar gradualmente na Grécia.

Em 367 a.C. se constituiu a Liga Etólia.

Em 339 a.C. os macedônios já tinham chegado a dominar a


Hélade, incluindo Esparta. O filho de Filipe II, o famoso
Alexandre Magno (356 – 323 a.C.), conquistaria o maior Império
conhecido até então, desde a Grécia até a Índia, e desde o
Cáucaso até o Egito, Império que sucumbiria pelo amolecimento
e a mestiçagem institucionalizada que promoveu erroneamente
para helenizar a povos estranhos que eram menos puros que os
macedônios e que, ainda assim, graças à conservação da nobreza
macedônia em muitas de suas províncias (como Egito), e a sua
Durante o século IV a.C. teve lugar uma reforma de Epitadeu, um
éforo ambicioso que, por desavenças com seu próprio filho,
redigiu uma lei segundo a qual todo cidadão poderia outorgar sua
herança a quem quisesse. Isso teve uma enorme influência na
distribuição das parcelas de terra, confirmando uma vez mais que
o estado da terra, as “reformas agrárias” de caráter “progressista”
são a ruína da Nação. De todas as maneiras, a posterior ruína de
Esparta não foi conseqüência dessa lei, mas sim que a redação de
dita lei foi conseqüência de uma silenciosa decadência no âmbito
do espírito e do corpo, e que se manifestava materialmente na
contaminação do sangue, na desintegração das famílias nobres e
nos males derivados disso.

Durante essa época decadente de misturas e corrupção, a


liberdade feminina se voltou contra Esparta. As “espartanas”,
sendo por tradição proprietárias e administradoras da economia e
do lar, se tornaram sediciosas e egoístas. O materialismo que
invadia Esparta procedente da Atenas se enraizou nas mulheres
com grande facilidade.

Esqueceram a naturalidade atlética, esqueceram os esforços


físicos, esqueceram seu papel de mães severas, esqueceram a
gravidade da esposa sagrada, esqueceram de inspirar esperança e
contemplação, e abraçaram o luxo, os adornos e o conforto.
Durante a decadência espartana, as mulheres chegaram acumular
de forma insensata a maior parte das riquezas de Esparta.
Obviamente, a essas alturas, a liberdade feminina não fazia
sentido, posto que já não se tratasse de mulheres de sangue ariano
puro. Naqueles momentos, pôr a mulher sob um sistema de severa
O Rei Agis IV de Esparta (reinou entre 244 – 241 a.C.) tentou
restaurar as leis de Licurgo, posto que havia se educado no
patriotismo e sonhava em restituir a grandeza de Esparta. Para
então, os lotes de terra estavam desigualmente repartidos e mal
aproveitados graças à péssima administração feminina, e ele quis
torná-los mais equitativos. Agis adiou a redistribuição de terras
para se unir à Liga Aquéia de Arato de Sición, que desafiava o
crescente poder dos macedônios. Em 243 a.C., a Liga Aquéia
derrotou a guarnição macedônica de Corinto, resultando em uma
breve expansão da Liga. Porém durante a ausência do Rei, a
resistência às suas reformas foi encabeçada por seu co-regente, o
Rei Leônidas II. Esse rei traidor, indigno do seu nome, era o
exemplo perfeita da decadência espartana: casado com uma
mulher persa, gostava de manter em sua corte um estilo de luxo
oriental que teria lhe garantido execução imediata na velha
Esparta. Assim que apareceu Agis, foi preso pelos éforos que, já
completamente corrompidos, condenaram-no a morte.

Agis foi assim o primeiro Rei de Esparta a ser executado pelos


éforos.

Em 230 a.C. já apenas sobravam 700 espartanos, divididos,


desorientados, fracos e sem rumo. A diferenciação de castas, as
barreiras sanguíneas, haviam sido derrubadas. Os lotes de terra
estavam em mãos de mulheres de sangue impuro que as
administravam codiciosamente. E existiam já helotas que
possuíam terras próprias. Plutarco escreveu:

“Assim é que não teriam ficado mais do que uns setecentos


de novo um grupo de espartanos que restituíssem o antigo poder
espartano. Após uma série de esperançosas alianças como Tegéia
e a recuparação de Manitea dos arcádios, Esparta parecia estar
renascendo, oposto à Liga Aquéia. Se restabeleceu a austeridade
espartana e as comidas em grupo. Esparta derrotou a Liga Aquéia
em 228 a.C., na ribeira do Rio Liceo. E em 227 a.C., voltou a
derrotá-la próximo a Leuctra. O vitorioso Cleómenes, assim que
voltou a Esparta, mandou executar os corruptos éforos e aboliu a
instituição do Eforato.

Esparta continuou conquistando e triunfando: anexou Manitea e,


em 226 a.C., voltou a derrotar a Liga Aquéia na Batalha de
Hecatombeion. Apoiada pelo Egito, Esparta estava literalmente
reconquistando o Peloponeso.

Os dirigentes da Liga Aquéia – terrivelmente atemorizados pelo


ressurgir do lendário poderio espartano – decidiram pôr fim a sua
política anti-macedônica e chamar cinicamente os macedônios
para que freassem os novos espartanos. Arato de Sición pediu
ajuda a seu suposto inimigo, o Rei Antígono III da Macedônia,
oferecendo-lhe o controle de Corinto.

A Liga Etólia e a Liga Macedônica, aterrorizadas e unidas,


juntaram um exército de 30.000 homens, que venceram os 10.000
espartanos e aliados na Batalha de Selásia de 222 a.C. Ali se
extinguiu definitivamente o Poder Espartano; os novos espartanos
caíram, as muralhas de Esparta foram derrubadas e Cleómenes
teve que se exilar em Alexandria. Após ter tentado a partir de lá
um golpe de estado com a ajuda do Egito, morreu em 220 a.C.
sangue dos elementos dórios originários que construíram Esparta.

Em 208 a.C., Nabis, posteriormente conhecido como Tirano de


Esparta, ascendeu ao trono. Posto que a linhagem dupla dos
Heráclidas havia desaparecido com o Rei Cleómenes III, se fez
único Rei de Esparta, mandando edificar de novo muralhas
defensivas que a rodearam e tentando revitalizar as reformas que
haviam procurado levar a cabo os reis Agis IV e Cleómenes III.
Introduziu com ajuda da Liga Etólia uma espécie de democracia
em Esparta, e esse foi seu maior erro, pois deu liberdade a grande
quantidade de helotas que não tardariam em misturar seu sangue
com o dos espartanos. Os mothakes (bastardos), começaram a ter
influência no próprio organismo nacional espartano, e surgiram os
neodamodeis, “novos cidadãos”.

Em 205 a.C. Esparta se aliou com Roma em sua esperança de


afastar os macedônios. Porém em 197 a.C. Roma se voltou contra
Esparta, aliando-se com os demais Estados gregos. A Liga Aquéia
obrigou em 192 a.C. a Esparta que se unisse a ela para tentar
vigiar seus movimentos, porém quando Nabis considerou que a
Liga havia se excedido em seus assuntos, levou a cabo sua
secessão.

Filopemén liderou o Exército Aqueu, que irrompeu em Esparta e


executou os líderes anti-aqueus, incluindo a Nabis, derrubando de
novo as muralhas de Esparta, liderando os escravos e abolindo a
Instrução.

Tudo o que nessa época faziam os aqueus contra Esparta era uma
expressão do terror inconsciente que sentiam ante a possível
simplesmente se açoitavam crianças em público, às vezes até a
morte, rito aberrante e já sem sentido, e que me parece algo
tipicamente oriental, semítico, etrusco e fenício. Na tranqüilidade
da Pax Romana, Esparta se dedicou a essas práticas aberrantes
que atraíram um grande número de turistas excitados de todo o
Mediterrâneo.

Em 267 Esparta foi saqueada pelo povo germânico dos hérulos –


o mesmo povo que derrubaria o último Imperador Romano do
Ocidente dois séculos mais tarde. Os germanos eram a nova
estrela ariana da Europa, e o seriam por muitos, muitos séculos.
Conservavam não contaminada sua Vontade de Poder, e sua
mentalidade bárbara lhes impulsionava a conquistar e dominar, o
que fizeram perfeitamente. Durante essa época estavam se
precipitando sobre um Império Romano já decadente e
irreconhecível, em que o Cristianismo estava minando
irremissívelmente os sagrados pilares da sociedade ariana pagã,
militarista e patriarcal que outrora tiveram os romanos.

Após o desastre romano contra os godos na Batalha de


Adrianópolis (378), a Falange Espartana derrotou um bando de
saqueadores germanos, em um medíocre lampejo de força.

Porém em 396 Esparta foi arrasada pelos visigodos do Rei


Alarico I, que acabaram sendo os encarregados de administrar o
golpe de misericórdia contra um Império Romano que já se
declarava oficialmente cristão, perseguindo os pagãos após uma
característica inversão judaica, demolindo os templos pagãos e
destruindo as esculturas helenísticas. Os bravos visigodos
prosseguiram seu caminho até saquear a própria Roma e logo
Os bizantinos, posteriores conquistadores do Sudeste da Europa,
edificaram sobre Mistra uma nova cidade a que chamaram
Lacedemônia, tal como se chamava antes de se chamar Esparta.
Segundo fontes bizantinas, em pleno século X grandes zonas do
território da Lacônia ainda eram pagãs.

Quando os turcos otomanos começaram a assumir o controle da


Grécia e do Sudeste da Europa nos séculos XIV-XV, ficaram
redutos de etnia dória que conservaram a religião ortodoxa e sua
pureza racial tanto em Creta (os esfaquiotas) como no próprio
Peloponeso (maniotas). Esses núcleos, que se retiraram a zonas
montanhosas afastadas e bem protegidas, mantiveram sua
identidade intacta até que os turcos foram expulsos da Grécia no
século XIX, após o quê desceram das montanhas para povoar de
novo as zonas mais propícias à vida, mantendo sempre a fama de
bravos guerreiros. Há autores que relacionam esfaquiotas e
maniotas com os próprios espartanos, por compartilharem estirpe
dória entre si. Seja ou não certo, não deixa de ser um caso digno
de reflexão e menção.

Após a expulsão dos turcos, se edificou a que é atualmente Sparti,


sob um avançado plano urbanístico.

Hoje Esparta é um conjunto de ruína simples, toscas e pouco


vistosas. Tucídides disse:

“Se fosse desolada a cidade dos lacedemônios, e só restassem os


templos e os cimentos dos edifícios, penso que ao cabo de muito
tempo, os homens do amanhã teriam muitas dúvidas a respeito de
se o poderio dos lacedemônios realmente correspondia a sua
18 - A Lição de Esparta
Só a pureza da Raça conserva a Raça
Adolf Hitler

Os espartanos eram os melhores de seu tempo porque matavam


muito e bem. Uma nação tão excepcional como Esparta, que
arrasava seus inimigos em uma época que o homem era
infinitamente mais duro que agora, uma nação que era temida em
“uma era que tudo tritura e salpica de sangue”, teve uma missão
excepcional: Mostrar-nos um caminho, filhos do fim e pais do
novo princípio, herdeiros espirituais dos ensinamentos arianos e
recipientes materiais do poder encerrado no sangue ariano. Este
foi o propósito de Licurgo, e a sibila de Delfos soube quando lhe
viu, santificando sua missão. Mas Esparta também teve que nos
mostrar o único ponto débil de tal civilização, de modo que sua
decadência também nos sirva de lição, para que a Espartana
Disciplina da Grande Dor, o ascetismo militar, não tenham sido
em vão, mas sim que guie a nós, que a compreendemos.

Aconteceu com Esparta aquilo que aconteceu com toda


civilização ariana: sucumbiu sob a maldição multirracial, o ouro
dos comerciantes, a corrupção das mulheres, a moleza dos
homens, as guerras fratricidas, se bem as leis de Licurgo
prolongaram sua glória e sua agonia. Os melhores e mais valentes
homens da Grécia estavam acabados. Logo seus corpos foram
pisoteados por povos arianos mais puros, jovens e vigorosos.

Mas qual é a melhor moral? Que o despertar da Arianidade só


poderá ocorrer depois da ocorrência de um terrível trauma sobre a
sem deixar uma descendência abundante, pura, protegida e
cultivada, procriada com congêneres de idêntica qualidade racial.
Cultivar o melhor sangue, como na SS, é a solução. Criar a Raça
Ariana, como fez Adolf Hitler, é a solução. Ter um jardim
perfeitamente ordenado e distribuído é a solução. E Esparta teve
seu êxito durante muito tempo, mas acabou falhando. E caiu. Caiu
roída em suas próprias raízes.

Quem melhor aprendeu a lição de Esparta? A resposta é dolorosa


se você for um ariano consciente. São nossos inimigos os que
aprenderam o melhor de Esparta. São eles que compreendem que
para sobreviver neste mundo, é imprescindível uma preparação
nos campos da dureza e da luta. O mundo moderno, que se
caracteriza por uma diabólica inversão de tudo, propicia o
endurecimento de raças inferiores, enquanto que a Raça Ariana se
abranda pateticamente, em corpo e vontade.

Se hoje em dia tivéssemos que nos perguntar que país mais se


assemelha a Esparta em sua situação e seus métodos, só
poderíamos dar uma resposta: Israel. A judiaria compreendeu que
perder a cabeça e deixar-se seduzir pela confiança que embarga o
vitorioso é o pior perigo, e por isso estabeleceu algo tão inédito e
incompreensível a primeira vista como o Estado de Israel. Apesar
de ter conquistado praticamente toda a terra, graças a Israel, a
judiaria ainda pode ter o luxo de estar em um ambiente de perigo
e guerra. Ali, o inimigo se encontra no interior e ameaça
constantemente com atacar. Ali, só a opressão dos palestinos e o
manter-se em guarda perpétua garantem a segurança e lhes
mentaliza para não decair.
sentimento que, por outro lado, é absolutamente falso, já que tem
a seus pés praticamente todo o Ocidente. Israel, como predisse
Adolf Hitler, é uma “academia para a educação de criminosos”, a
escola onde sempre haverá um núcleo duro judeu que aprende a
não deixar-se relaxar. O que ali fermenta tem seu eco, não só nos
judeus de Israel, mas na Judiaria de todo o planeta.

Algo similar ocorre na Ásia Oriental. Se no Ocidente houvesse


uma mentalidade reta e honrada, o Ascenso da Ásia Oriental
motivaria uma série de graves decisões. O destino das hordas
amarelas sempre foi bater-se até a morte com a Raça Ariana. Se
por alguma razão a mentalidade ariana voltasse a mandar nas
nações ocidentais, imediatamente se decretaria um estado de
emergência e uma militarização da população masculina.

Em comparação com o barbarismo imperante no “Terceiro


Mundo”, com a organização corporativa da Ásia Oriental, com o
embrutecimento dos sub-humanos nas ruas ocidentais e com esse
barbarismo estatal e consolidado que é o Estado de Israel, o
Ocidente Ariano aparece como algo extremamente brando, velho,
cabisbaixo, afeminado, sem instintos, sem coluna vertebral e
condenado a desaparecer. Ocidente, agora mesmo, transita sua
etapa mais vulnerável. E essa condição se acrescenta a passos
agigantados. Ocidente não se salvará se não lograr despertar seus
instintos primários, se não esquecer quanto antes de toda a
verborréia humanitária e se não proceder uma drástica limpeza
interior.

A Judiaria, no entanto, nunca dotará um modo ariano de pensar


como é o modo espartano, porque lhes é anti-natural e aberrante.
Acredito no seguinte: hoje em dia, as raças inferiores são mais
duras que a Raça Ariana quanto a corpo e vontade, porque vivem
num mundo de brutalidade e perigo perpétuo, e isso aguça seus
instintos, eleva usa testosterona y aumenta sua fome. No entanto,
o dia que a Raça retorne a brutalidade, voltará a ser infinitamente
mais dura e forte que qualquer inimigo, e –o que é importante-
terá uma meta eterna.
19 – A Sobrevivência do Arquétipo
Espartano
“Sim que podereis criar o Super-Homem! Talvez vocês não
possam criá-lo, mas poderiam converter-se em pais e ascendentes
do Super-Homem. Que essa seja sua melhor criação!”
(“Assim Falava Zaratrusta”, Segunda Parte, Nas Ilhas
Afortunadas)

A Judiaria quer evitar a qualquer custo que a Arianidade descubra


a fórmula de seu renascimento, e isso inclui a recuperação da
dureza, pureza e força das que nossos antepassados eram os
máximos expoentes. Os libertadores da Raça hão de nascer um
dia. E que melhores pais para eles que nós, os nacional-
socialistas? Um dia nascerá de nós uma geração de arianos que,
pelas condições nas que viverão, crescerão muito superiores a
nós, e temos de merecer ser seus pais.

Os espartanos foram herdeiros de um arquétipo: o arquétipo do


estado ariano, das filas de tropas disciplinadas, do orgulho, da
honra, da austeridade, do sacrifício e da força. O arquétipo, como
falamos, seria herdado por outros ao largo da história, como os
romanos, os templários, os espanhóis, os ingleses ou os alemães.
Os espartanos formaram assim parte da linhagem de gigantes da
Raça e do gênio humano. Em seu caso, tiveram o privilégio de ser
nem mais nem menos que um povo inteiro e unido.

Comparemos aos brancos de hoje com os espartanos. Sentimos


pânico aos constatar semelhante degeneração física, mental e
homem branco, só pelo sangue que tem, já possui um enorme
potencial. Não é divino, mas porta a divindade em seu sangue.

Não pode chegar a ser um deus, mas seu sangue é a matéria-prima


pela qual se reconstruirá a Raça dos Deuses e sua tarefa de
reconquistar a Terra. A Raça Branca, pois, tem um potencial
infinito que pode e deve ser desatado e cultivado.

As regras sobre as que estavam assentadas Esparta eram eternas e


naturais, tão válidas hoje como ontem. Mas não nos enganemos:
os espartanos não eram ascetas pacíficos e contemplativos,
tampouco bandidos degenerados e embrutecidos. Souberam
conjugar o lado luminoso com o lado obscuro. Souberam unir a
violência, ferocidade e falta de escrúpulos com serenidade, pureza
e espiritualidade. Souberam serem ferozes lutadores, ademais de
cavaleiros do espírito e da honra. Souberam praticar essa mágica
fórmula dualista de mens sana in corpore sano, fórmula que
deverá seguir enquanto a Raça siga sendo natural ademais de
espiritual, conjugando sobre a fina linha vermelha que separa o
luminoso do obscuro. E isto não é esquizofrenia nem psicose, é
equilíbrio.

Hoje em dia o bem estar dualista se esqueceu: a forma física é


abandonada, produzindo monstros brandos, fracos e deformados;
o envenenamento mental produziu abominações semelhantes no
campo do espírito. O homem branco moderno não conhece a dor,
nem a honra, nem o sangue, nem a guerra, nem o sacrifício, nem a
camaradagem, nem o respeito, nem o combate, e por isso
tampouco conhece antigas e amáveis deusas como a Iluminação, a
de instrução) das SS, não podemos menos que nos maravilhar
ante esta sobriedade de pedra e madeira, esse fundo rústico e
autêntico, essa lealdade ao ascetismo e às origens.

Os SS, claramente, foram os mais recentes herdeiros da “Religião


dos Fortes”.

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