Nordic Thunder - Esparta e Sua Lei
Nordic Thunder - Esparta e Sua Lei
Nordic Thunder - Esparta e Sua Lei
Este seria o ideal dos fortes, a quem ningum abate, nada corrompe, nada faz mudar; dos que se pode esperar a unio com o Eterno, porqu sua vida ordem e fidelidade. (Savitri Devi, Memrias e Reflexes de uma Ariana, Captulo1)
1 Introduo
Se um ariano europeu, em nossa poca, no mostra mais que desprezo pelos valores cristos e democrticos do Ocidente, e deseja uma sociedade inspirada na Esparta antiga, de prever que, se de esprito combativo, seja adicto f hitlerista. (Savitri Devi, Memrias e Reflexes de uma Ariana, Captulo1) Esparta foi a primeira reao massiva contra a degradao da Idade de Ferro, e como tal, veio marcada com um selo sombrio do qual muitos aprenderam. Todas as tradies militares de elite so herdeiras do que levou a cabe em Esparta, e isso nos assinala a importncia da misso espartana. O historiador e sacerdote de Apolo no santurio de Delfos, Plutarco (46 EC-125 EC), em suas obras Antigos Costumes dos Espartanos e Vida de Licurgo nos d valiosa informao acerca da vida espartana e sobre as leis espartanas, e muito do que hoje sabemos acerca dos espartanos graas a ele. Xenofonte (430 AEC-334 AEC), historiador e filsofo que mandou seus filhos para que fossem educados em Esparta, outra boa fonte de informao, em seu escrito Constituio dos Lacedemnios. Plato (427 AEC-347 AEC), em sua conhecida obra A Repblica nos mostra seu conceito de como h de estar regido um Estado superior, enumerando muitas das medidas que parecem diretamente tiradas de Esparta, pois nela se inspirou. Hoje em dia nossos doutrinadores do Sistema ensinam vagamente que Esparta era um Estado militarista e brutal voltado completamente para o poder, e cujo sistema de educao e treinamento era muito duro. Apresentam-nos aos espartanos, de maneira geral, como soldados eficientes, toscos e acfalos, aos quais s interessava a guerra. Dita imagem um reflexo deliberadamente distorcido do que realmente foram, e que se deve principalmente ao que nos contaram alguns atenienses decadentes, endereado com a m f dos que ostentam o poder, que pretendem tergiversar a Histria para servir a seus interesses.
Os espartanos deixaram uma pegada espiritual indelvel. O simples fato de que ainda hoje em dia o adjetivo espartano designe qualidades de dureza, severidade, resistncia, estoicismo e disciplina, nos d uma idia do enorme papel que cumpriu Esparta. Foi muito mais que um simples Estado: foi um arqutipo, foi o mximo expoente da doutrina guerreira. Por trs da fachada perfeita de homens aguerridos e mulheres atlticas se escondia o povo mais religioso, disciplinado e asctico de toda Grcia, que cultivava a sabedoria de um modo discreto e lacnico, longe da euforia e das baixezas urbanas que j ento haviam feito sua apario. Nesse escrito veremos como a Histria colocou sempre a Esparta por cima de Atenas. Me impossvel finalizar essa introduo sem fazer referncias ao filme 300, apesar de que a maior parte do texto foi escrito antes que sasse o filme em 2007. Creio que, segundo se v lendo, se ver que ( margem de sensacionalismos na ambientao, facilmente reconhecveis por qualquer um com um mnimo de cultura) o modo de ser dos espartanos histricos no tinha nada a ver com os personagens que nos apresenta esse filme, que tenta nos tornar mais abertos aos espartanos, apresentando-os de uma forma mais simptica para as mentes modernas o que no me parece mal, posto que de outro modo o filme no tivesse sido produzido e as mensagens positivas teriam ficado, portanto, sem transmitir. Dito isso, no digo que 300 no seja bom (pois o ), nem que no transmita bons valores (pois os transmite). Porm em outro nvel, Esparta me brinda a desculpa perfeita para tocar temas muito importantes...
2 Origens de Esparta
Felizes tempos aqueles do passado remoto em que um povo dizia a si mesmo: Eu quero ser o amo de outros povos! E que, irmos, o melhor deve dominar e o melhor quer tambm dominar. E ali onde se ensine outra coisa, porqu falta o melhor. (Nietzsche, Assim Falou Zaratustra, Terceira Parte, As Velhas e Novas Tbuas, 21) Confessemos pois, sem rodeios, de que forma surgiu sempre na Terra toda cultura superior: Uns homens dotados de um carter muito prximo Natureza, brbaros em todo o sentido terrvel da palavra, homens de presa em posse de uma fora de vontade de uma Vontade de Poder ainda intactos, se lanaram sobre raas mais fracas, mais civilizadas, mais pacficas, dedicadas qui ao comrcio ou ao pastoreio, ou sobre antigas culturas esgotadas, cuja ltima fora vital se extinguia em brilhantes fogos artificiais no mbito do esprito e da corrupo. A casta aristocrtica sempre foi em seus primrdios a casta dos brbaros: sua supremacia no radicava tanto na fora fsica como na psquica. Eram homens mais completos, o que equivale a dizer feras mais completas, em todos os sentidos. (Nietzsche, Alm do Bem e do Mal, Parte 9, 257) Antes das grandes invases arianas, Europa se encontrava povoada por diversos povos pr-arianos, alguns dos quais tinham sociedades avanadas as que me inclino a considerar como despojos de civilizaes desaparecidas e esquecidas, concretamente Atlntida. No Sul e no Oeste da Europa habitavam povos mediterrneos com influncias camitas e semitas. No resto da Europa havia povos mongolides ou misturas entre estes e os mediterrneos. Os antigos lapes (os ugro-fineses) hoje em dia, ainda que com sangue ariano, so um vestgio do povo mongolide que habitou a Europa em temos remotos, assim como os bascos o eram de um
povo similar, mais mediterrneo. Em um princpio, a maior parte da Grcia estava habitada por povos mediterrneos que os posteriores invasores helenos chamariam pelasgos. Ao redor de 2700 AEC, floresceu a civilizao minica (nomeada assim em memria do lendrio Rei Minos), baseada na ilha mediterrnea de Creta, muito influenciada por Babilnia e os caldeus, claramente relacionada com os etruscos e inclusive com Egito (pelo qual lhe foi atribuda uma origem atlante), e conhecida por seu Culto ao Touro telrico, o Palcio de Cnossos, os sacrifcios rituais, construes carentes de fortificaes e uma arte abundante em espirais, curvas, serpentes, mulheres e peixes, tudo o qual coloca a essa civilizao dentro da rbita das culturas matriarcais pr-arianas, de carter telrico e focadas na Me Terra.
Alcance da civilizao minica Segundo a mitologia helnica, a medida que os primeiros helenos perifricos iam avanando na Grcia e entrando em contato com estes povos, os minicos acabaram exigindo, como tributo anual, 14 vares helenos jovens para serem sacrificados ritualmente (a lenda de Teseu, Ariadne, o labirinto e o minotauro so reminiscncias dessa poca). Por volta de 2000 AEC houve uma invaso ariana por parte da primeira onde helnica, que inaugurou o que a arqueologia denomina Idade do Bronze. Os helenos eram um povo ariano (ou indo-europeu) que, em sucessivas ondas bastante separadas no tempo, invadiu Grcia pelo Norte.
Estes helenos eram os famosos aqueus aos quais se referem Homero e as inscries egpcias. Trouxeram a Grcia seus Deuses, seus smbolos solares (inclusive a Sustica, utilizada posteriormente por Esparta), as carruagens de guerra, o gosto pelo mbar, assentamentos fortificados, um idioma indo-europeu (o grego, que acabaria se impondo populao indgena), o sange nrdico em escala massiva, o Patriarcado e suas tradies caadoras-guerreiras. Os aqueus se foram assentando na Grcia, erigindo-se como casta dominante, sem chegar em um princpio a Creta. A primeira destruio dos palcios minicos (por volta de 1700 AEC) foi provavelmente devida a um grande terremoto do qual h evidncias, e no a uma invaso aquia. Os aqueus, enfim, acabaram dando lugar civilizao chamada micnica, centrada na cidade de Micenas, na Arglida. Em 1400 AEC, os aqueus tomaram fora a Ilha de Creta, destruindo os palcios e finalizando definitivamente a civilizao minica ainda que, at certo ponto, acabaram adotando algumas formas exteriores da mesma, coisa que fazem muitos arianos desenraizados que pisoteiam uma civilizao superior, porm j decadente: isso ocorreu na Mesopotmia, na Prsia e em Roma, por exemplo. Foram os aqueus os que, ao redor de 1260 AEC, sitiaram e arrasaram Tria, em uma cruzada de Ocidente-Oriente capaz de unir a todos os aqueus, geralmente propensos a guerrear entre si. Na Ilada, Homero os descreve como um bando de brbaros loiros, de mentalidade viking, arrasando uma Tria refinada, morena e civilizada. Aps esse processo, toda a costa ocidental da sia Menor, assim como o Mar Negro e o Bsforo, ficaram submetidas influncia grega. Ao redor de 1200 AEC, houve de novo um imenso fluxo migratrio. Infinidades de povos arianos se deslocavam com grande tumulto, na direo Sul e na direo Leste.
Todo o mediterrneo oriental sofreu grandes convulses sob os pseudo-vikings povos do mar e outras tribos arianas que invadiram as estepes do Leste, Turquia, Palestina (os filisteus procediam dessa invaso) e Egito, e que inauguraram a Idade do Ferro arqueolgica no Mediterrneo Oriental.
Os bandos durante a Guerra de Tria. Em verde, a "Grcia Homrica" dos aqueus. Em violeta, reinos orientais que entravam em conflito com a crescente expanso grega para o Leste. Enquanto civilizao micnica dos aqueus, tambm foi arrasada por uma dessas invases. As menes apocalpticas que se fazem na histria tradicional grega (fogo, destruio, massacre) fizeram com que muitos historiadores pensassem equivocadamente em grandes terremotos ou revoltas. Nessa lendria invaso, muito mais numerosa que a anterior, se utilizaram j armas de ferro, superiores s armas de bronze dos aqueus. Os drios, pertencentes dita migrao, e antepassados dos espartanos, irromperam na Grcia com extrema violncia, destruindo em sua passagem cidades, palcios, povoados, etc. Os drios tomaram Creta, e a civilizao micnica dos aqueus desapareceu abruptamente. Arglida terra de Micenas nunca esqueceria isso, e ainda que
j com sangue drico, o Estado de Argos, junto com seus domnios, se oporia teimosamente ao poder espartano em sculos posteriores. O assentamento anterior dos drios havia estado nos Balcs e na Macednica, onde viviam em estado brbaro, porm no haviam habitado sempre nessa zona, mas sim acabaram ali como resultado de outra migrao procedente de ainda mais ao Norte. A tese mais sensata a que coloca o lugar de procedncia dos drios junto aos celtas, os itlicos, os ilrios e o resto de helenos, nas chamadas Cultura dos Tmulos e a posterior Cultura dos Campos de Urnas (o de Halstatt), civilizaes arianas semibrbaras e tribais que floreciam na Europa Central, ao Norte dos Alpes e ao Sul da Escandinvia ocupada pelos proto-germanos. Segundo o historiador grego Herdoto (484 AEC-426 AEC), os drios tinham seu lar mais primignio entre as neves, razo pela qual me inclino a considerar a tese hiperbrea como vlida para explicar a procedncia dos helenos. Convm que faamos uma idia de como ficou o mapa racial da Europa depois das ltimas invases helnicas. Ao Norte da Grcia, no que hoje a Bulgria, habitavam os trcios, povo ariano que viveria por muito tempo em estado brbaro e logo semibrbaro, e cuja ferocidade admiraram tanto gregos como romanos. No que agora a Irlanda, Gr-Bretanha, Espanha, Frana, Sul da Alemanha, Sua, ustria, Repblica Tcheca, Eslovquia, Hungria, Sul da Polnia, alguns ncleos do Leste e Turquia, etc., viviam os celtas. Na Escandinvia, Dinamarca, Holanda, Polnia, e no Norte da Alemanha, habitavam os germanos. Mais ao Leste viviam os baltos e os eslavos, povos arianos numerosos destinados durante milnios a serem as muralhas da Europa contra as hordas amarelas da sia. Em toda a Europa, aps as invases, existia uma luta (primeiro aberta e depois mais sutil) entre a mentalidade dos invasores arianos procedentes do Norte e a concupiscente mentalidade nativa, mediterrneo-mongolide. O Leste, Finlndia, Itlia, a
Pennsula Ibrica e a Grcia foram exemplos, e geralmente o resultado foi sempre o mesmo: os invasores hiperbreos se impuseram apesar de sua enorme inferioridade numrica, estabelecendo-se como nobreza por cima de uma plebe descendente do povo aborgene submetido.
Esse mapa representa a distribuio dos povos arianos na Europa ao redor do ano 500 AEC, setecentos anos aps as ltimas invases helnicas e quase mil anos antes das invases germnicas que inaugurariam a Idade Mdia. O vermelho representa as zonas habitadas pelos helenos. O violeta representa o Imprio Persa, que chegava at o Afeganisto, englobando a diversos povos arianos e no-arianos, que no represento. O amarelo representa o Egito. O verde representa as zonas habitadas pelos celtas. O laranja representa as zonas habitadas pelos germanos. E o azul representa as zonas habitadas por outros povos arianos, entre eles os itlicos (latinos, mbrios e samnitas), os ilrios, os vnetos, os trcios, os dcios, os eslavos, os baltos e os povos iranianos das estepes (citas, srmatas, alanos). Tambm estariam englobados no mapa iberos, tartessos, ligures, etruscos, pictos, lapes, sardos, berberes, cartagineses, lbios, e uma variedade de povos semitas, ugrofineses e asiticos
que no represento. No Peloponeso, essa luta latente resultou no fruto sobre-humano de Esparta, do mesmo modo que, posteriormente, a luta entre itlicos e etruscos deu lugar a Roma. Cada poca e cada lugar tem sua prpria raa dominante. Naquela poca e naquele lugar, os drios eram a raa dominante. Um aspecto fsico imponente, grande estatura, cabelos loiros, olhos azuis e corpos slidos, grandes qualidades para o combate, uma alma de gelo e fogo, uma disciplina nata e uma brutal vocao guerreira que lhes era natural, lhes distinguiam dos nativos concupiscentes, pacficos, morenos e completamente voltados para as voluptuosidades do gozo terreno. Como havemos de imaginar aos antigos drios? Exatamente como qualquer povo ariano em seu comeo: tribos errantes, racistas e violentas. Os drios em particular (e entre eles concretamente os espartanos, que se mantiveram estritamente apartados do resto do povo) conservaram seus traos raciais durante mais tempo: sculos depois da invaso dria, os cabelos loiros e a estatura elevada ainda eram considerados prprios do ser espartano. Isso se deve a que (como na ndia) a grande epopia ancestral da invaso ariana permaneceu durante longo tempo na memria coletiva do povo, e o racismo dos drios, junto com sua obstinao em permanecer como elite seleta, deu lugar a um sistema de separao racial que pde conservar durante sculos as caractersticas primignias dos invasores originais. O nome dos drios provm de Dorus, filho da lendria Helena. Os aristocratas drios se chamavam Herclidas, pois diziam descender, ademais, de Hrcules, atribuindo-se assim uma ascendncia divina. Os drios, divididos em trs tribos (hileus, dimanes e panfilios) se encontravam guiados por esta linhagem rgia, junto com os orculos sacerdotes helenos, equivalentes aos druidas clticos. Para os herclidas, a invaso da Grcia era um mandato divino, nominalmente de Apolo O Hiperbreo, Deus preferido dos drios. Todas as incurses drias eram
inspiradas por orculos e estavam convencidos de que naquelas terras lograriam se assentar e construir algo grande. Durante os quatro sculos posteriores, de 1200 AEC a 800 AEC, surgiu uma etapa que a Histria moderna chama de Idade Mdia Grega, na que os drios se erigiram em aristocracia dos aborgenes e formaram pequenos reinos feudais que lutavam permanentemente uns contra os outros, como gostavam de fazer os invasores arianos desenraizados de todas as pocas o mesmo panorama se viu entre os celtas e os germanos-. Essa etapa foi uma idade herica, individualista e de glria pessoa, na qual os germanos buscavam um crepsculo esplendoroso. Muitas batalhas se decidiam ainda por duelo de campees: o melhor guerreiro de um lado se enfrentava com o melhor do outro. Isso representava a mentalidade herica porm insensata da poca: os fortes se destroem entre si e os fracos continuam vivendo. Por aquele tempo ainda no se havia alcanado na Grcia a imagem do depurado guerreiro-senhor equivalente ao posterior cavaleiro medieval. Os drios seguiam sendo, pois, brbaros, no sentido mais honrado. Todos os arianos comearam assim, desde os persas at os romanos, e desde os indo-iranianos at os ingleses. TUDO comeou com o brbaro ariano, com as hordas arianas desenraizadas, porm unidas, fortemente armadas, que no se misturavam com os aborgenes. Nunca devemos esquecer como comearam nossos ancestrais: como brbaros nobres e violentes, arrasando tudo com sua passagem. Nietzsche j assinalou a importncia do carter brbaro na formao de toda aristocracia. De fato, inclusive quando semelhantes invasores se estabelecem e forma Estados, o carter bsico brbaro segue subjazendo sutilmente nas formas de ditos Estados, ainda ascendentes. Esparta, Roma e o Reich so exemplos disso. Durante a Idade Escura, em 1104 AEC, os herclidas alcanaram
o Peloponeso, guiados sempre por seus orculos. A histria espartana explicava corretamente que os drios invadiram a Grcia 80 anos aps a destruio de Tria e que, liderados pelo Rei Aristodemo, conquistaram a Pennsula. Pausanias (sculo II EC, no confundir com o prncipe espartano que derrotou os pernas na Batalha de Platea), em sua Descrio da Grcia, entra em mais detalhes. Nos diz que os drios, procedentes de uma regio montanhosa do Norte da Grcia chamada Oeta, expulsaram do Peloponeso os aqueus micnicos, guiados por Hilo, um filho de Hrcules. Em todo caso, acabaram sendo derrotados pelos aqueus. Depois, em um processo definitivo denominado o Retorno dos Herclidas, os drios se assentaram definitivamente no Peloponeso prevalecendo sobre os aqueus, e houve grandes distrbios em toda a pennsula. A frase-dogma do retorno dos herclidas era a maneira que tinham os drios de justificar a invaso do Peloponeso: as famlias nobres drias, aparentadas distantemente com as famlias nobres aquias (tanto drios como aqueus eram helenos), se apresentavam para reclamar o que legitimamente lhes pertencia. Tal legitimidade era discutvel. A nova torrente de sangue ariano, cortesia dos drios, acabaria por revitalizar a Hlade a longo prazo, mantendo-a na vanguarda espiritual e fsica da poca, junto com Ir, ndia, um Egito que j no era o que havia sido, e China. No Sul da pennsula do Peloponeso, os drios estabeleceram seu principal centro, a cidade de Esparta, tambm conhecida por seu nome anterior, Lacedemnia. O territrio sob domnio de Esparta foi conhecido como Lacnia. A cidade original de Esparta ou Lacedemnia no era propriamente tal, mas sim que se compunha de vrias aldeias (em um princpio guarnies militares) diferentes porm prximas e
unidas, cada uma com seu sumo-sacerdotes, e seguindo assim um modelo de distribuio campesina que teria agradado a Walter Darre. As aldeias eram cinco (Pitana, Cinosura, Mesoa, Limnas e Amiclas), e essa disposio indica uma memria ancestral, pois se dizia que Hiperbrea constava de 4 ilhas que rodeavam a Ilha de Thule, a quinta, cada ilha tendo uma cidade e estando governada por um druida. Esparta se construiu como pequena reproduo de Hiperbrea, sem dvida inconscientemente. A cidade mesma careceu de muralhas defensivas, pois confiava orgulhosamente na ferocidade de seus guerreiros. O Rei Antacildas chegou a dizer que os muros de Esparta so seus jovens, e seus limites o ferro de suas lanas. Inteligentemente a ausncia de muralhas lhes ajudava a manter-se alertas e a no deixar-se relaxar. Adolf Hitler disse, com uma mentalidade idntica: Uma excessiva conscincia de segurana provoca em efeito a longo prazo um relaxamento das foras. Creio que a melhor muralha ser sempre uma parede de peitos! Esparta, porm, se encontrava rodeada de defesas naturais, j que estava situada no vale do Rio Eurotas, entre altas montanhas, com a cadeia montanhosa do Taigeto ao Oste e o Parnn ao Leste, porm contudo, o carecer de muralhas demonstra a segurana e confiana em si mesmos e em sua capacidade que tinham os espartanos. Na Hlade, trs acabariam sendo as principais correntes arianas: Por um lado os speros drios, que falavam um rude dialeto helnico que gostava do emprego do a e do r. Por outro lado, os suaves jnios, que procediam de uma invaso helnica anterior aos drios, vestiam com roupas bufantes ao estilo oriental e falavam um dialeto helnico mais amvel ao ouvido, que empregava muito a i e a s. Os demais povos da Grcia eram chamados elios, falavam um dialeto que parecia uma mistura de drio e jnio, e provinham dos antigos aqueus misturados at certo ponto com os pelasgos e posteriormente com os invasores drios e jnios pelo qu em ocasies tambm se os chamava, erroneamente, aqueus.
surda, ao estilo da guerrilha, e provavelmente os exrcitos organizados haviam sido relativamente desbaratados aps a primeira batalha. Assim, os messnios haviam sofrido tantas perdas que o caudilho guerreiro messnio, Aristodemo, se retirou com seus homens a uma fortaleza no Monte Itom. Aristodemo visitou o orculo para lhe pedir conselho em sua resistncia contra Esparta. O orculo lhe respondeu que para resistir contra Esparta, uma donzela de uma antiga e respeitvel famlia messnia deveria ser sacrificada aos Deuses. Aristodemo, grande patriota, no vacilou ao sacrificar a sua prpria filha. Quando os espartanos ouviram isso, se apressaram a fazer a paz com os messnios, pois davam grande importncia a esse tipo de assunto. Depois de algunos anos, porm, os espartanos resolveram atacar aos messnios de novo. Houve outra grande batalha, porm de novo a vitria ainda no foi conquistada por nenhum dos dois bandos. E posto que o rei messnio havia cado, o caudilho Aristodemo passou a reinar sobre os messnios. Ao quinto ano de seu reinado, puderam expulsar de seu territrio as foras espartanas. Assim, o Rei Aristodemo parecia estar sob uma sombria maldio. Em um templo messnio, um escudo caiu da mo da esttua da Deusa Artemisa. A filha sacrificada de Aristodemo se lhe apareceu como figura etrea e lhe pediu que retirasse a armadura. Ele o fez. E ela lhe coroou com uma coroa de ouro e lhe vestiu com uma tnica branca. Segundo a mentalidade da poca, todos esses sinais significavam que a morte de Aristodemo se avizinhava. Os homens antigos tomavam essas coisas com muita gravidade. No se tratava de superstio, se tratava de desentranha os sinais arquetpicos que se repetiam na Terra como eco do que sucedia no Cu. E, segundo isto, negros pressgios gravitavam sobre Aristodemo. Uma densa depresso se apoderou de sua mente. Comeou a pensar que tanto ele como sua nao estavam condenados escravido. Crendo que havia sacrificado sua filha em vo, se suicidou sobre sua tumba.
A guerra ainda durou vinte anos, e foi s aps esse tempo que os espartanos puderam exterminar a resistncia messnia e arrasar a fortaleza do Monte Itom. Alguns messnios fugiram do Peloponeso, e os que permaneceram passaram a ser tratados com mais dureza que os prprios helotas (a plebe) da Lacnia. Ficaram relegados a ser vassalos de Esparta em uma frtil plancie (to frtil que a chamaram Plancie Feliz). Foram obrigados tambm a pagar a metade da produo de sua terra a seus amos espartanos. Porm os messnios (muitssimo mais numerosos que os espartanos) no estavam satisfeitos com esta situao de povo secundrio e submetido. Surgiu um ousado e valente lder messnio chamado Aristmenes que, apoiado pelos Estados de Argos e Arcadia, predicou a rebelio contra Esparta. Por causa disso, e ao redor de 650 AEC, comeou a Segunda Guerra Messnia. Essa guerra teve ainda mais carter de guerra de guerrilhas que a anterior. Com um bando de seguidores leais, Aristmenes protagonizou numerosas incurses em territrios espartanos, inclusive arrasando dois povoados. Trs vezes celebrou um estranho sacrifcio chamado Hecatomfona, ritual que s estava permitido executar quem j havia matado mais de cem inimigos. Os espartanos consultaram ento ao Orculo de Delfos. Ali se lhes disse que acudissem a Atenas para procurar um lder. Isso no deve ter agradado aos espartanos, pois suas relaes com Atenas no eram boas, e tampouco agradou aos atenienses pelo mesmo motivo, porm ambos Estados respeitavam as decises sadas de Delfos, e no se opuseram. Os atenienses, porm, atuaram com m f: mandaram um mestre coxo chamado Tirteu (conhecido pela posteridade como Tirteu de Esparta), pensando que no valeria como capito militar. Ademais, Tirteu era um grande poeta. Seus cnticos de guerra inflamaram o ardor guerreiro dos espartanos e elevaram sua moral. Na batalha seguinte contra os messnios, os espartanos marcharam j enaltecidos, cantando suas canes.
Com tal impulso, foraram a Aristmenes e aos seus a se retirar a outra fortaleza na montanha chamada Ira, em cujos ps se estabeleceram um acampamento espartano. Essa situao, praticamente de cerco, durou onze anos. Aristmenes s vezes conseguia romper o cerco espartano de Ira e se dirigir at a Lacnia, submetendo-a assassinatos e saques. Duas vezes foi capturado pelos espartanos, e duas vezes escapou. Na terceira vez, foi capturado junto com 50 de seus homens, e foram passeados vitoriosamente por Esparta como se tratasse de um triunfo romano. Depois, foram levados ao p do Monte Taigeto e atirados por um precipcio, o famoso Kaiada (terei mais que dizer disso posteriormente). Segundo a histria grega, s se salvou Aristmenes, que sobreviveu milagrosamente queda e pode sair do abismo seguindo um burro. Em pouco tempo, voltou fortaleza de Ira e de novo se ps a frente de seus homens. Porm os espartanos acabaram infiltrando um espio na fortaleza, e uma noite, depois que Aristmenes voltou de uma de suas incurses, a fortaleza foi trada. Na batalha cruenta que se seguiu, se diz que Aristmenes foi ferido e que, juntando seus homens mais valentes, rompeu as linhas espartanas e fugiu para Roma, onde morreu pouco depois. mais que provvel que esse mito fosse construdo para revitalizar o orgulho messnio: inclusive disseram 250 anos mais tarde que Aristmenes foi visto em um campo de batalha combatendo contra os espartanos. Os espartanos, enfim, conquistaram com a lana e a espada suficientes terras para manter a todo seu povo e aos povos submetidos. Subjugaram os messnios, venceram a multides hostis muitssimo mais numerosas que eles mesmos e as submeteram indiscutivelmente a seu domnio. Abarcando toda a metade sul do Peloponeso, incluindo o territrio original de Lacnia e o conquistado de Messnia, Esparta se converteu no maior Estado de toda a Hlade (trs vezes maior que o Estado tico de Atenas).
diferena dos demais Estados helnicos, Esparta havia escolhido ser uma potncia terrestre e continental, de territrio compacto, em vez de se dedicar navegao e a colonizar zonas distantes da Grcia, como fizeram outros Estados helnicos na sia Menor, Itlia, no Mar Negro ou na frica. Ao menos em parte, isso devia Esparta a seu imenso potencial agrcola: Messnia era a terra mais frtil do mundo grego, e enquanto Atenas sofria carncia crnica de gros continuamente e devia ir s costas do Mar Norte para busc-lo, Esparta no teve problemas nesse sentido. Pensemos por um momento em como esses combates, terrivelmente ferozes e longos, e que quase destruram a prpria Esparta, puderam influenciar o carter espartano. As guerras messnias marcaram para sempre sua mentalidade. Em ltima instncia, os mestres dos espartanos foram seus prprios inimigos, os audazes messnios, e as cruentas guerras que os foraram a manter. Eles foram os que instauraram em Esparta a parania militarista e a preparao para o combate que caracterizou Esparta. Foram as guerras messnias que fizeram entrar em crise a aristocracia espartana e, por pura necessidade, buscar a melhor forma de prevalecer sobre seus inimigos. Esparta jamais teria sido o que chegou a ser, se no combate tivesse topado com um povo no-ariano. Sustentar uma guerra prolongada contra elementos brancos de alta qualidade, inimigos audazes e temveis dos quais se orgulhar, despertou a fora espartana. Talvez seja essa a nica vantagem das desafortunadas e malditas guerras fratricidas, to tpicas da Europa.
4 Licurgo e a Revoluo
Os primeiros que criaram foram os povos, e s depois o fizeram os indivduos: realmente, o prprio indivduo mais uma criao recente. Em um tempo, os povos se impuseram uma tbua do bem. O amor que anseia mandar e o que deseja obedecer criaram conjuntamente para si estas tbuas. (Assim Falou Zaratustra, Primeira parte, As mil metas e a nica meta) Como disse, entre 1200 e 800, houve 400 anos de Idade das Trevas. Os homens daquela poca atuavam pro glria pessoal, quer dizer, sua conduta estava inspirada nas gestas lendrias de antigos heris individualistas. Irmos de sangue se matavam insensatamente entre si, ao invs de se unir em uma terrvel vontade comum, no buscando j a glria pessoal, mas sim a glria da estirpe. A prpria Esparta estava imersa nesse sistema herico, porm fratricida, onde cada homem transitava seu caminho buscando a prpria imortalidade. Os nobres drios se matavam entre si enquanto a plebe proliferava. Esparta no era seno um reino mais dos muitos que existiam na Hlade, e ademais em condies bastante tumultuosas e caticas. Porm no fim dessa Idade das Trevas surgiu a figura do mensageiro de uma nova era: Licurgo, o pai de Esparta, o porta-voz do sangue drio, o homem que fez de Esparta o que depois chegaria a ser. Voltemos ao tema: Aps ter sufocado a rebelio messnia com grande dificuldade, os espartanos se encontraram com o inquietante panorama de estar beira da derrota, muito vulnerveis, com as rdeas de uma populao estrangeira ressentida e hostil que lhes superava em quantidade de mais de 10 para um. E no se tratava de escravos no-arianos fceis de submeter, mas sim de povos brancos com uma porcentagem significativa de sangue drio, que conservavam sua identidade, seu orgulho e sua Vontade de Poder. Todos os espartanos estavam bem conscientes de que os subjugados voltariam a se rebelar algum dia, mais cedo ou mais tarde, e que deveriam se preparar
para essa ocasio. Nesse ambiente cruel, se Esparta pde preservar sua pureza e sobreviver, foi graas a Licurgo. No se sabe quando viveu Licurgo, porm no sculo VIII AEC provavelmente a melhor estimativa. Alguns dizem que pertence ao sculo IX AEC quer dizer, antes das guerras messnias e outros o situam no sculo VII AEC. Em todo caso, sua personalidade extraordinria personalidade a do criador de novas leis, transmutador de valores, provedor de tbuas. Licurgo meio histrico e meio lendrio. Seu nome significa Condutor de Lobos. Era um veterano das guerras messnias, e herclida, pois pertencia linhagem real dos gidas, sendo filho menor do Rei Eunomo. Este havia suavizado o regime para contentar as multides, porm as mesmas multides se arrebataram por isso, e caiu apunhalado com uma faca de aougueiro. Herdou o trono seu filho maior, o Rei Polidectes, porm tendo logo morrido, Licurgo seu irmo menor lhe sucedeu no trono. Seu reinado durou 8 meses, porm foi to correto, justo e ordenado em comparao com a anarquia anterior, que conquistou o respeito e o amor de seu povo para sempre. Quando Licurgo soube que sua cunhada a rainha anterior havia ficado grvida de seu irmo e defunto rei, anunciou que o fruto da gravidez herdaria o trono, como era correto, e que portanto Licurgo passava a ser meramente regente. Porm essa rainha viva e grvida, esposa do rei anterior e cunhada de Licurgo, era uma mulher ambiciosa que queria seguir entronada, razo pela qual props a Licurgo casar-se com ele e matar o beb herdeiro do trono aps o nascimento, para que pudessem continuar a ser rei e rainha, e aps eles, seus prprios descendentes. Licurgo se enfureceu com essa proposta e a rechaou veementemente em seu interior. Porm, como uma resposta negativa teria significado que o partido da rainha se alaria em armas, mandou mensageiros para aceitar falsamente a proposta. Por outro lado, hora do nascimento do beb, enviou servos com ordens de que em caso de nascer uma menina, a entregassem me, e em caso de nascer um menino o
entregassem a ele. O beb nasceu varo, e lhe foi entregue tal como ordenou. Durante uma noite na qual jantava com os chefes militares espartanos, Licurgo mandou traz-lo, com a idia de dar a conhecer aos lderes que j havia um herdeiro. Erguendo-o nos braos e sentando-o sobre o trono espartano, exclamou Homens de Esparta, eis aqui um rei nascido para ns!" E posto que o herdeiro ainda no tinha nome, o batizou como Carilao, Alegria do Povo. Com esse gesto, o Regente Licurgo afirmava sua lealdade ao herdeiro e futuro Rei e deixava claro que deveria ser protegido, ademais se converteu em seu guardio e protetor at que tivesse idade para reinar. Entretanto, Licurgo como Regente era altamente reverenciado por seu povo, que admirava sua retido, honradez, sabedoria e pureza. A Rainha Me, porm, no havia perdoado seu rechao e que tivesse raptado e apresentado Carilao. Por meio de manipulaes e intrigas, ela fez difundir o rumor de que Licurgo conspirava para assassinar seu sobrinho e se converter assim em rei de Esparta. Quando esse rumor chegou aos ouvidos de Licurgo, decidiu exilar-se at que Carilao tivesse idade suficiente para reinar, contrair matrimnio e deixar um herdeiro ao trono espartano. Em seu exlio, Licurgo viajou por distintos reinos estudando suas leis e costumes para poder melhorar as leis espartanas aps sua volta. O primeiro pas onde esteve foi ilha de Creta, assentamento drio herdeiro de Micenas e de renomada sabedoria, onde Licurgo travou amizade com o sbio Tales, convencendo-o de que fosse a Esparta a ajudar-lhe em seu propsito. Tales apareceu em Esparta como um msico-poeta um tipo de trovador - , lanando canes de honra e disciplina ao povos espartano, e preparando-o assim para o que viria. Os ambiciosos abandonaram voluntariamente seus desejos de riqueza e luxos materiais para unificar-se em poderosa vontade comum com sua estirpe. Licurgo tambm visitou a Jnia, onde no s estudou Homero, mas sim
que se diz que o conheceu pessoalmente (aqui patente que certas datas no batem). Recompilou sua obra, a escreveu e logo a apresentou ao seu povo, a quem agradou muitssimo, iniciando-se assim a clebre fixao espartana por Homero. Outra notvel faanha que se lhe atribuiu a Licurgo foi ser um dos fundadores dos Jogos Olmpicos. Licurgo fez, ademais, uma viagem ao Egito, onde passou tempo estudando o treinamento do Exrcito. Fascinava-lhe o fato de que no Egito os soldados o fossem durante toda a sua vida, j que nas demais naes os guerreiros eram chamados s armas em caso de guerra, e voltavam a seus trabalhos anteriores em pocas de paz. Ainda que sem dvida no fosse este o nico propsito de sua viagem a Egito, j que na poca esse pas era aonde iam todos aqueles que buscavam iniciao na sabedoria antiga. Licurgo deve ter tido acesso a conhecimentos, prticas, mestres e iniciaes que fizeram dele um homem superior. O espartano Aristcrates disse que Licurgo viajou tambm a Espanha (Ibria), Lbia e ndia, onde conheceu os famosos sbios gimnosofistas, com os quais tambm se entrevistaria Alexandre Magno sculos mais tarde. A escola gimnosofista valorizava, entre outras coisas, a nudez s inclemncias da intemprie como mtodo de curtir a pele e fazer resistente o corpo e o esprito em geral. Enquanto Licurgo esteve fora, Esparta decaiu. As leis no eram obedecidas e no existia poder executivo que castigasse os infratores. Os homens retos sentiam saudades da poca da regncia de Licurgo e lhe pediam: verdade que temos reis que levam as marcas e assumem os ttulos de realiza, porm enquanto s qualidades de suas mentes, nada os distingue de seus sditos. S tu tens uma natureza feita para mandar e um gnio para ganhar obedincia. Licurgo voltou a Esparta, e sua primeira ao foi reunir os 30 maiores chefes espartanos para lhes informar de seus planos e lhes motivar ardentemente. Depois de que esses homens lhe
juraram sua lealdade, lhes ordenou reunir-se armados na praa do mercado ao amanhecer com seus seguidores, para insuflar terror nos coraes daqueles que rechaaram as mudanas que planejavam. Confeccionou-se uma lista negra de inimigos potenciais para que fossem caados e eliminados caso necessrio. Esse dia a praa se abarrotou de fanticos seguidores de Licurgo, e o efeito foi to impressionante que o prprio Rei se refugiou no Templo de Atenea, pois pensava que havia uma conspirao contra si. Porm Licurgo lhe enviou um mensageiro para lhe informar que a nica coisa que queria era implantar novas leis para melhorar Esparta e a fortalecer. Assim reconfortado, o Rei saiu do templo e, dirigindo-se praa se uniu ao partido de Licurgo. Com Licurgo, os dois reis e os 30 lderes militares, dito partido contava com 33 membros. Mas, ainda com o apoio do Rei, o que havia de fato feito Licurgo era claramente um golpe de Estado, uma conquista do poder, uma imposio de sua vontade: uma revoluo. Havia unido seu povo, inculcando-lhe o sentimento de coeso que deve caracterizar toda grande aliana: a Espcie tudo, o indivduo nada. Ou como disse Adolf Hitler a seus leais seguidores: Tu no s nada; teu povo tudo. Aps ter elaborado suas leis e feito os reis jurar que as respeitariam, informou que viajaria ao Santurio de Delfos (centro religioso mais importante da Hlade, considerado Umbigo do Mundo) em busca do conselho de Apolo, para ratificar sua deciso. Prximo a Delfos, ncleo marginal de populao dria, havia as ladeiras do Monte Parnaso, um santurio dedicado a esse Deus, que se dizia ter matado ali serpente Pitn (um dolo telrico relacionado com os povos pr-arianos). Existia ali toda uma escola iniciativa, dria, a qual acudiam personagens notveis de toda a Hlade em busca de conselho, iniciao e sabedoria. No templo de Apolo havia uma sibila ou ptia, sacerdotisa virgem que se acreditava possua um vnculo especial com dito Deus e, como ele, dons de vidncia que a tornavam capaz de ver o futuro e realizar orculos, profecias.
Aps receber solenemente a Licurgo, a Sibilia o qualificou de mais Deus que homem, disse que era um eleito dos Deuses, anunciou que suas leis eram boas, e abenoou seus planos para estabelecer a Constituio Espartana, pois faria de Esparta o reino mais famoso da Terra.
Com a beno da sacerdotisa, Licurgo estabeleceu a Constituio Espartana e suas leis to duras e severas, leis de tradio oral que proibiu escrever para que cada indivduo as assimilasse em sua alma ao longo de anos de treinamento, prtica e interiorizao que o tornariam portador de tais leis a onde quer que fosse, e em qualquer situao. Sua inteno no era criar um sistema mecnico, quadriculado, rgido e frio, mas sim uma roda viva, flexvel e adaptvel cuja lei fosse, no s o sentido comum e a lgica, mas sim tambm sua intuio e instinto ancestral. Por aquela poca Esparta estava rodeada de vizinhos hostis difceis de repelir, e com apenas uns 9 mil homens nomilitarizados para atuar em caso de guerra ou crises. Porm Licurgo previu que se cada um deles fosse selecionado e treinado duramente nas artes da guerra desde a infncia, lograriam triunfar sobre seus adversrios ainda que esses fossem superiores em nmero. Ao longo de geraes, o povo espartano se endureceria tanto que no teria inimigos a temer, e sua fama se estenderia pelos quatro pontos cardeais. Desde ento, os vares espartanos se converteram em algo mais que guerreiros. Converteram-se em
lutadores de um propsito, lutadores com uma misso de vida, lutadores empenhados de corpo e alma, sacrificados inteiramente em honra de seu ideal. Converteram-se, pois, em soldados talvez os primeiros da Europa. Licurgo no pretendia precisamente instaurar uma espcie de democracia. Em uma ocasio um homem fez perante ele um elogia da mesma, dando um discurso inspirado. Licurgo, aps ter escutado todo o discurso em silncio, lhe respondeu: Excelente, agora vai e d o exemplo instaurando uma democracia em tua casa. E temos de ter em conta que naquelas antigas democracias gregas s votavam os cidados, ou seja, vares de sangue helnico puro que tivessem alcanado a maioridade. No tinha, pois, nada a ver co ma idia democrtica moderna. Apesar disso, no faltam os enganadores que nos tentam vender inclusive que Esparta era uma espcie de sistema comunista, s por que o Estado (ariano at a medula e no judaico como os do Comunismo) estava onipresente e por que os espartanos sabiam compartilhar entre si. Esparta, que levou ao extremo a aristocracia elitista, o racismo mais impiedoso, o culto guerra, o militarismo, a diviso por classes sociais e a opresso aos escravos, um estado comunista, quando seria infinitamente mais acertado dizer que era um Estado Nacional-Socialista, Fascista, Racista, um Totalitarismo Ariano! A grande revoluo das leis de Licurgo, no obstante, no foi totalmente pacfica. O povo espartano logo viu que as leis eram extremamente duras inclusive para eles, helenos de boa estirpe dria, pois se haviam acostumado com a comodidade e com o luxo que chegam sempre ao vitorioso quando este no se mantm fantica e prudentemente em guarda. O sbrio, asctico e marcial socialismo predicado por Licurgo, que obrigava a todos os homens jovens a desprender-se de suas famlias e comer com seus camaradas, no foi bem recebido entre muitos. Houve uma onda de indignao e uma turba enfurecida se reuniu para protestar contra Licurgo. A turba estava composta por antigos indivduos ricos que achavam degradante a regra militar que proibia comer a
no ser que fosse a uma mesa coletiva com os camaradas de armas. Quando Licurgo apareceu nas redondezas, a multido comeou a apedrej-lo, e ele se viu forado a escapar para salvar sua vida. A multido furiosa o perseguiu, porm Licurgo homem robusto e resistente apesar de sua idade era to rpido que em pouco tempo s um garoto chamado Alexandre estava em seu encalo. Quando Licurgo se voltou para ver quem lhe perseguia com tanta agilidade, Alexandre lhe acertou no rosto com um basto, arrancando-lhe um olho. Licurgo no deu sinais de dor, apenas parou e, com o rosto ensangentado, deu frente a seu perseguidor. Ao lhe alcanar o resto da turba, viram o que o impetuoso jovem havia feito: um ancio venervel, parado solenemente perante eles, com um olho vazio regado de sangue. No mesmo instante sentiram uma imensa culpa, vergonha e arrependimento. Aquela era uma poca muito respeitosa com os mais velhos, especialmente com homens to carismticos e nobres como Licurgo. A multido envergonhada acompanhou Licurgo at sua casa para apresentar desculpas, e lhe entregaram Alexandre para que o castigasse como ele achasse conveniente. Licurgo, j caolho como Odin, no repreendeu o jovem uma nica vez, mas sim lhe fez conviver com ele. E logo Alexandre aprendeu a admirar e emular o austero e puro modo de vida de Licurgo. Como tradio derivada daquele acontecimento, os ancios renunciaram ao costume de assistir s reunies estatais com bastes. Depois que o povo espartano jurou as leis de Licurgo, esse decidiu abandonar Esparta pelo resto dos seus dias. Sua misso estava cumprida e ele sabia disso. Agora tinha que morrer dando exemplo de uma grande vontade. Vendo como sentia nostalgia por sua amada ptria, e sendo incapaz de viver separado dela, se matou de fome. Um homem que havia nascido por um propsito sagrado, uma vez cumprido o propsito, j no tem por que seguir atado Terra.
O suicdio ritual j foi praticado por muitos homens excepcionais cuja misso havia terminado, homens aos quais, aps cumprir seu destino, j no ficava nada a fazer no mundo; ou mesmo haviam perdido o direito vida. Tambm Nietzsche falou da morte voluntria: H muitos que morrem demasiado tarde e alguns que morrem demasiado cedo. Ainda nos resulta estranha essa mxima que aconselha morrer a tempo. E isso precisamente o que ensina Zaratustra: que h que morrer a tempo. Claro que, como podemos pretender que morra a tempo quem nunca viveu a tempo? Mais valeria no ter nascido. Isso o que tem a desejar Zaratustra aos homens suprfluos. (Assim Falou Zaratustra, Primeira Parte, A Morte Voluntria) Outra verso relata que, antes de partir a Delfos, Licurgo fez jurar ao povo espartano que seguiria suas leis ao menos at que voltasse de Delfos. E, tendo-se suicidado sem voltar jamais a Esparta, os espartanos no ficaram com outra opo alm de acatar para sempre as leis de Licurgo. De um modo ou outro, fica claro que Licurgo foi um homem excepcional, poderoso e valente, de vontade inquebrantvel. Licurgo foi um avatar, um precursor, um lder de vanguarda, um homem a frente de seu tempo, um mensageiro dos Deuses. Possua o poder real, o carisma sagrado dos grandes chefes, reis e imperadores esse certo poder que atraia as vontades, nas palavras de Plutarco. Ele chegou e converteu uma massa catica de grande potencial latente no exrcito mais eficaz da Terra. Ele imprimiu a seu mundo uma nova inrcia: a sua; e lhe deu um novo aspecto: o que ele queria. Aps sua morte, se ergueu um templo em sua honra e lhe foi rendido culto como a um Deus. E foi a partir de sua poca que no s Esparta, mas sim a Grcia inteira, voltou a brilhar, pois comeou a chamada era clssica da Grcia.
Xenofonte admirou enormemente a Licurgo, dizendo que alcanou o mais alto limite da sabedoria. Savitri Devi se referia a ele como o Divino Licurgo, e recordou que as leis de Licurgo lhe haviam sido ditadas pelo Apolo de Delfos o Hiperbreo. Gobineau, por outro lado, soube apreciar a salvao que trouxe a legislao de Licurgo: Os espartanos eram poucos em nmero, porm de grande corao, ambiciosos e violentos: uma legislao ruim os teria transformado em pobres diabos; Licurgo os transformou em hericos bandidos.
5 A Nova Esparta
Aquele que no terrvel para si, no inspira terror a ningum, e s o que inspira terror pode comandar aos demais. (Nietzsche, A Gaia Cincia, Prlogo, XXIII) Somos poucos entre muitos inimigos. (Brsidas, general espartano, advertindo a seus homens) Forados a tirar concluses, a aprender lies aps suas longas guerras com os messnios, e iluminados pelas leis de Licurgo, os espartanos construram uma nao-acampamento. Foi o conhecimento do poder de subverso do inimigo, o haver estado a ponto de cair em suas mos, o que fez de Esparta o que depois chegou a ser. Foi a parania anti-escrava, a desconfiana contra os subjugados, o que elevou Esparta por cima dos demais Estados helenos e fez com que se entregasse confiante sabedoria de Licurgo. Pois os espartanos estavam obcecados com que seus escravos ressentidos, muitssimo mais numerosos, pudessem se rebelar de novo contra sua autoridade, de modo que escolheram se endurecer e criar um novo tipo de homem sob um poder autoritrio, totalitrio, militarista, incorruptvel e inquestionvel, que se deveria obedecer cegamente. A partir de ento as leis de Licurgo adquiriram seu esplendor mais terrvel. Esse foi o perodo a partir do qual Esparta foi nica na Hlade, o perodo no qual algo mudou, a poca em que o povo espartano, guardando silncio e discrio, sofreu a mais estranha das transformaes. Em que consistiu precisamente essa transformao? Em que os espartanos aprenderam a dirigir sua agressividade no j somente contra seus inimigos e rivais, mas sim primeiramente contra si mesmos e seus semelhantes, com o objetivo de estimular-se, depurar-se e aperfeioar-se. Ademais de endurecer o praticante, tal conduta fazia surgir sutilmente, em mentes alheias ou inimigos, a pergunta subconsciente de se fazem isso consigo, que faro a seus inimigos?
Assim nasceu, pois, o ascetismo militar. Os espartanos se militarizaram. Todo seu povo passou a estar organizado, distribudo e integrado cuidadosamente, como o Terceiro Reich esteve sob as diversas organizaes e corporaes nacional-socialistas. Esparta passou a ser socialista e totalitria, porm no sob um socialismo entendido como pseudocomunismo para escravos e para um grupo baseado em um critrio econmico, mas sim Socialismo em seu sentido original de sociedade organizada e disciplinada por uma elite superdotada formada com seus melhores filhos, e baseado em um critrio de sangue-valor um critrio biolgico-espiritual. O socialismo mstico do qual falo (como o de Oswald Spengler o, at certo ponto, George Sorel, ou como o Nacional-Socialismo que se instaurou na Alemanha) algo que s na Idade de Ferro poderia ter lugar, pois se trata de reunir o que foi dividido, e se parece mais a uma aristocracia do que a uma democracia. Spengler descreveu tal tipo de sistema militarista-patriarcal-imperialista (ou em uma palavra, fascista) em sua obra Socialismo e Prussianismo, assinalando como esse sistema ressurge uma e outra vez na Histria, encarnando-se nos grandes povos e dando lugar aos Imprios. A organizao por castas em Esparta era tripartite: guerreiros, burgueses e escravos. - Os espartanos: A classe superior era a dos astoi, damos ou cidados, a Aristocracia, constituda por espartanos de linhagem dria pura que se autodenominavam spartiate (espartanos) ou tambm omoioi (iguais). Para ser um igual, porm, havia que formar parte desse ciumento cl, essa Ordem fechada, seletiva e elitista que era a aristocracia de Esparta, que em si mesma estava fortemente hierarquizada, e que requeria como condio de pertencimento o ter nascido no seio de uma famlia espartana de sangue puro, o passar por uma estrita eugenia (palavra de origem grega que significa bom nascimento) e o ter superado depois provas atrozes durante a mortal Instruo.
S aos vares espartanos, brutalmente treinados, e militarizados at a medula, estava permitido portar armas, ainda que lhes estava proibido lutar entre si de qualquer modo que no fosse em combate corpo a corpo. No podiam se permitir duelos de honra com armas, onde cassem espcimes necessrios para a defesa do pas. O costume de chamar-se iguais ou similares h de estar enraizado no inconsciente coletivo ariano, porqu os romanos se chamavam entre si pares e a aristocracia inglesa peers, palavra de igual significado. Tudo isso nos desvela uma santificao do prprio e do similar, assim como um desprezo ao que diferente. Em ltima instncia, a que se resume isso? glorificao de si mesmo, glorificao do carter firme e da personalidade forte, sem o qu impossvel se elevar, quer seja a nvel individual ou coletivo. Pois as hordas masculinas, as Mnnerbunden, tambm tem vontade prpria, uma vontade por cima das vontades individuais de seus homens. Dentro desse estamento, a elite a que todos os jovens aspiravam eram os Hippeis, uma guarda de 300 soldados da melhor qualidade, com menos de 30 anos. Os espartanos eram os descendentes do antigo exrcito drio invasor e de suas famlias, quer dizer, a nobreza guerreira dos antigos drios, o melhor sangue da Hlade, herdeiros do mais feroz instinto racista e de proteo. Esses foram os que deram o carter ao Estado de Esparta e foram os protagonistas de suas gestas imortais. Foi seu zelo que criou os valorosos filhos de Esparta e foi seu racismo que preservou sua tradio e seu sangue, avassalando os inimigos com inflexibilidade impiedosa. Os espartanos conformavam, pois, a casta guerreira propriamente espartana, e dela procediam tambm todos os sacerdotes. A casta dos cidados, incluindo mulheres e crianas, nunca teve mais de 20.000 membros. Eram dez vezes menos numerosos que os helotas.
- Os periecos: Em grego, peroikoi significa perifricos, habitantes dos arredores, vizinhos. Formavam a classe mdia, uma espcie de burguesia. Como seu nome indica, viviam assentados na periferia de Esparta, e se dedicavam principalmente ao comrcio e ao artesanato, atividades que estavam proibidas aos espartanos. Os periecos, pois, eram os que se encarregavam do dinheiro e da logstica. Eram descendentes dos estratos mais baixos da antiga populao dria, misturados com os aqueus, que haviam subjugado anteriormente aos pelasgos e se haviam misturado at certo ponto com eles. No se separavam to rigidamente da populao no-dria, razo pela qual foram se misturando paulatinamente com elementos inferiores. Costumavam supervisionar os helotas, atuando como intermedirios entre estes e os espartanos, e constituam, ademais, a tripulao da Marinha de Guerra. Os intermedirios entre eles e Esparta eram os harmostes, 20 espartanos encarregados de administrar os periecos e lhes colocar as pilhas quando fazia falta. Atravs deles, chegavam a Esparta os vveres e os bens artesanais. - Os helotas: Tambm chamados ilotas ou hilotas (cativos), se encontravam no mais baixo da estratificao social. Eram descendentes dos antigos messnios que se tinham misturado paulatinamente com os pelasgos e outros tipos pr-arianos nativos da Grcia. Sua condio era de servos dedicados a trabalhar os campos perpetuamente, porm se lhes permitia ter posses quer dizer, propriedade privada. Estava-lhes proibido abandonar a parcela de terra que cultivavam, ainda que tambm fosse proibido os expulsar dela. Parte de sua colheita era destinada a seus amos espartanos, e se lhes permitia conservar o resto. Odiavam mortalmente a orgulhosa e arrogante nobreza espartana, pela qual eram desprezados e humilhados. S a unidade, a ferocidade, o carter guerreiro, e capacidade organizativa e a crueldade da elite espartana lhes impedia de estar em continua rebelio. Por que sempre que se cruzavam com um espartano, sabiam que estavam diante de um ser que lhes superava mil vezes em absolutamente tudo, e que no teria dificuldade de matar muitos deles com as prprias mos. Isso fazia que o helota respeitasse e
temesse o espartano. Em Esparta, as castas se conheciam entre si, de modo que os helotas sabiam que os espartanos eram superiores, e os espartanos sabiam que os helotas eram inferiores. Os nmeros de helotas, segundo o historiador grego Tucdides (460 AEC 395 AEC), oscilavam entre 150.000 e 200.000.
6 Eugenia e Criao
Se fosse realizado metodicamente um plano de procriao dos mais sadios, o resultado seria a constituio de uma raa que portaria em si as qualidades primignias perdidas. Apoiada no Estado, a ideologia racialista lograr para a posteridade a vinda de uma poca melhor, na qual os homens se preocuparo menos com a seleo de ces, cavalos e gatos, do que com levantar o nvel racial do prprio homem. (Adolf Hitler, Minha Luta, Volume II, Captulo II) O abandono dos bebs enfermos, dbeis ou deformados por parte dos espartanos era mais humanitrio e, em realidade, mil vezes mais humano que a lamentvel loucura de nosso tempo presente, no qual os sujeitos mais enfermios so preservados a qualquer preo, seguindo a isso a criao de uma raa de degenerados lastreados com a enfermidade. (Adolf Hitler) Graas a um agudo sentido da lei que regia a origem de sua espcie, povos como os espartanos recorreram em suas selees aos mesmos princpios de inflexvel severidade prescritos originariamente pela Natureza, e isso inclusive depois de ter chegado a territrios mais hospitaleiros (Caderno da SS n7, 1942) A criao espartana transborda com aquilo que Nietzsche chama em seu Crepsculo dos dolos (Parte 5) de moral de senhor em relao ao homem superior, como oposio moral de escravo que com ele leva a cabo, por exemplo, o Cristianismo. Tudo no ambiente de Esparta estava impregnado de uma mentalidade eugnica em extremo. O que faziam os espartanos era extremar a seleo natural para poder obter no futuro uma Raa de homens e mulheres perfeitos. Esse culto perfeio o que mais indigna os homens inferiores, sempre contentes em dizer que a perfeio inalcanvel com o
que pretendem justificar e desculpar sua prpria inferioridade e incapacidade para mudar. Porm Licurgo e seus discpulos, como eu disse, sim haviam estabelecido o objetivo de alcanar uma raa perfeita, e para consegui-lo renunciaram a todo escrpulo, adotando uma filosofia desapegada, distante, por cima mais alm do bem e do mal, falando claramente. Comecemos o fascinante estudo e prestemos ateno: Se pode dizer que o sistema de eugenia precedia inclusive o nascimento, por que a jovem grvida e futura me deveria praticar exerccios especiais pensados para favorecer que seu futuro filho nascesse sadio e forte, e que o parto fosse fcil. Nada mais demente que os tempos presentes, nos quais mulheres que nunca fizeram esportes em sua vida se vem foradas a dar a luz de forma traumtica, sem a preparao fsica e mental necessria, qual soldado que vai guerra sem treinamento militar. Recm nascido o beb, a me o banhava em vinho. Segundo o costume espartano, o contato corporal com o vinho faria com que os epilpticos, decrpitos e enfermios entrassem em convulso e desmaiassem, de modo que os fracos morriam em pouco tempo, ou ao menos podiam ser identificados para sua eliminao; porm os fortes eram endurecidos como o ao, em corpo e alma. Isso pode parecer uma espcie de superstio infundada, porm o prprio Aristteles a defende, e os iluministas franceses criticaram como irracional o costume campons de banhar os recm-nascidos em gua com vinho sinal de que, na Frana campesina do sculo XVIII, isso ainda se fazia. Hoje em dia sabemos, por exemplo, que um banho com lcool endurece os ps, preparando-os para suportar atividade prolongada. Passava-se a prova, o beb era levado por seu pai ao Lesj (Prtico), e inspecionado por um conselho de sbios ancios para julgar sua sade e fortaleza, e determinar se seria capaz de suportar uma brutal e rgida vida espartana. Todos os bebs que no eram sadios, belos e fortes eram levados ao Apothetai ou
Aptetas (Lugar de Rechao) na ladeira leste do Monte Taigeto (2.407 metros de altura) de onde eram arremessados Kaiada ou Kheadas, uma fossa situada 10 km ao Noroeste de Esparta. Kaiada, at nossos dias, um lugar que sempre esteve rodeado de lendas sinistras, pois no s as crianas defeituosas eram arremessadas em suas profundezas, mas sim tambm os inimigos do Estado (covardes, traidores, rebeldes messnios e suspeitos) e alguns prisioneiros de guerra. Recentemente foram descobertos numerosos esqueletos ali sepultados, incluindo de mulheres e crianas. Agora recordemos por outro lado que os antigos arianos abandonavam os bebs defeituosos nos bosques para serem devorados pelos lobos. Nas SS, os bebs que nasciam deformados, fracos ou enfermios eram sufocados ao nascer, e posteriormente era informado aos pais que a criana havia nascido morta. Plutarco escreveu que os espartanos pensavam que deixar com vida um ser que no fosse sadio e forte desde o incio no resultava benfico nem para o Estado nem para o prprio indivduo. Sob este princpio se executava, em um ato de compaixo verdadeira, a todos os bebs que no eram perfeitamente sadios. Isso, ademais de eugenia, era aristogenia (o melhor nascimento ou nascimento dos melhores). O que a Natureza faz de modo lento e doloroso, os espartanos faziam de modo rpido e quase indolor, dispensando trabalhos e sofrimentos desnecessrios. Ao invs de ignorar as leis naturais como faz a sociedade moderna -, os espartanos as elevavam ao mximo expoente, e criavam um monde onde era impossvel fugir delas. A maioria dos estados helnicos (como a totalidade dos povos arianos da Antiguidade) seguia tticas similares de seleo eugnica nas quais se tomava como garantido que o direito vida no era para todos, mas sim que era necessrio merec-lo demonstrando ser forte e sadio. Tal idia vem da intuio inconsciente, da convico de que o povo ao qual se pertence interiorizou um pacto com a Natureza. A diferena consiste em que, em outros Estados, a eugenia era opcional, pois a deciso correspondia aos pais, de tal modo que o selecionar os bebs era
uma poltica privada e domstica. Em Esparta, por sua vez, a seleo era uma poltica estatal plenamente institucionalizada. Os espartanos viam nessas medidas um assunto de vida ou morte, e de sobrevivncia da comunidade de sangue. Assumiam essas medidas com convencimento, pois elas j os haviam ajudado no passado a superar situaes tremendamente adversas. Seu objetivo era assegurar que s os aptos sobreviveriam e favorecer a evoluo, mantendo assim bem alto o nvel biolgico de Esparta e, sobre essa base, conquistar um aperfeioamento em todos os nveis. O mesmo foi tentado no Terceiro Reich. Os bebs que sobreviviam seleo eram devolvidos a suas mes e incorporados a uma irmandade masculina ou feminina segundo seu sexo geralmente mesma a que pertenciam seu pai ou sua me. Pouco ou nada se sabe sobre estas irmandades, porm provavelmente era ali que os espartanos eram iniciados no culto religioso, onde se lhes ensinava a dominar suas foras interiores, a despertar seu Esprito e a receber a sabedoria da qual Esparta era herdeira. Aps terem sido aceitos em dita irmandade, passavam a viver com suas mes e babs, criando-se entre mulheres at os 7 anos. Durante estes 7 anos, a influncia feminina no os suavizaria, dado que se tratava de mulheres que sabiam criar sem amolecer. As mes e babs espartanas eram nicas, um autntico exemplo de maternidade slida para a feminilidade ariana: jovens duras, severas e virtuosas, imbudas e convencidas da profunda importncia e carter sagrado de sua misso. Haviam sido treinadas desde que nasceram para serem mulheres de verdade para serem mes. Foi-lhes arrancado qualquer tipo excessivo de ternura ou compaixo que pudessem ter para com seu filho. Se o beb era defeituoso, devia ser sacrificado, e se no, deveria ser curtido o quanto antes para estar em condies de suportar uma vida espartana. Os primeiros anos da existncia de uma criana o marcavam para o resto de sua vida e assim o compreendiam as espartanas, de modo que se aplicavam com esmero em sua tarefa de criar homens e mulheres superiores.
Em vez de envolver os bebs em bandagens, roupas de agasalho, fraldas e cobertores como se tratassem de larvas, as mes e amasde-leite de Esparta lhes colocavam telas flexveis, finas, ligeiras e em escassa quantidade, deixando livres as extremidades para que pudessem se mover vontade e experimentar a liberdade corporal. Sabiam que os bebs tinham um sistema imunolgico mais fresco e intacto que os adultos, e se lhes ensinava a agentar o frio e o calor desde tenra idade, no s no se ressentiriam, mas ao invs se endureceriam e seriam mais imunes no futuro. Ao invs de ceder ante os choramingos dos bebs, as mulheres espartanas lhes acostumavam a no se queixar. Ao invs de permitir o capricho com a comida e aliment-lo demais com alimentos super-purificados, ultra-esterilizados e hiperdesinfetados que fariam com que seus sistemas imunolgicos perdessem a ateno, lhes alimentavam com uma dieta simples e natural. Ao invs de cometer a aberrao de aliment-los com leite de animais, pasteurizado, fervido e despojado de suas qualidades naturais, as mulheres espartanas amamentavam elas mesmas seus filhos, contribuindo para formar um enlace biolgico maternal. Durante os 7 primeiros anos, outra das tarefas era conseguir que os infantes enfrentassem seus medos, extirpando os medos e as supersties infantis. Para isso, as mes e babs espartanas recorriam a diversos mtodos. Ao invs de permitir que os bebs desenvolvessem temor escurido, desde recm nascidos lhes deixavam no escuro para que se habituassem a ele e perdessem o medo. Ao invs de favorecer a que os bebs no soubessem valer por si mesmos, comumente os deixava sozinho. Ensinavam-lhes a no chorar e a no queixar-se, a serem duros e a suportar a solido ainda que fossem afastados os objetos e impedidas as situaes que pudessem desagradar os bebs ou faz-los chorar justificadamente. Os bebs espartanos no eram exatamente mimados como hoje em dia, que se lhes superprotege enchendo-lhes de roupas de agasalho, fraldas, gorrinhos, cachecis, manoplas, sapatinhos, chocalhos, desenhos afeminados e cores estridentes que
convertem a criana em uma ridcula bolota inchada multicolorida, restringindo seu crescimento, atrofiando sua imunidade, o distanciando do seu meio e impedindo-o de sentir seus arredores, adaptar-se a ele e a desenvolver cumplicidade com ele. Um beb ariano no deve ser um anjinho querubim o qual deve ser mimado, mas sim um filhote destinado a ser o terror da Sub-humanidade, e que deve ser endurecido mediante a severidade de um mando autoritrio. Os bebs de Esparta no ficavam rodeados de aduladores a todo o momento, pendentes de seus choramingos. E tampouco eram afogados em um mar de gritinhos, mimos e risos histricos por parte de mulheres dementes, rudos que confundem o beb, o incomodam e o fazem se sentir ridculo, para acabar convertendoo em tal. As mes espartanas no repreendiam seus filhos quando demonstravam curiosidade, ou quando se arriscavam, ou quando se sujavam no campo, ou quando se distanciavam a ss, ou saam para explorar, ou se machucavam brincando; por que isso desencorajaria sua iniciativa. Esse costume afeminado de sobre-mimar as crianas e de recrimin-los quando se arriscam provm das raas escuras (muito dadas, por outro lado, aos infanticdios rituais), e a Raa Ariana tendia a ser mais severa, rigorosa e exigente para com eles, ainda que na hora da verdade os amassem profundamente e teriam entregue sua vida por eles sem duvidar, dando-lhes todo o amor, trabalho e luta que um dia os inspiraria a ascender e crescer. s crianas espartanas, enfim, era permitido refugiar-se na Natureza, correr pelos campos e pelos bosques, subir em rvores, escalar rochas, sujar-se, ensangentar-se, juntar-se brigar e andar totalmente nus para que no ficasse uma nica poro de sua pele sem experimentar a intemprie. Eram tratados como verdadeiros filhotes. Todos os vares arianos fsica e espiritualmente sadios sentem o chamado do herosmo, da guerra e das armas desde mui tenra idade, pois um instinto da Raa que est injetado em seu sangue
para assegurar sua defesa. Longe de lhes afastar dos brutais surtos de violncia que se do sempre entre as crianas arianas, as mulheres espartanas o fomentavam na medida do possvel. Cada vez que as crianas viam um soldado espartano, se criava ao redor dele uma aureola de mistrio e adorao; o admiravam, o tinham como modelo e exemplo, e queriam imit-lo o quanto antes. As amas-de-leite espartanas se fizeram famosas por sua sabedoria em toda a Hlade, pois sua infalvel criao dava como resultado crianas to maduras, robustas, disciplinadas e responsveis que muitos estrangeiros se apressavam a contratar os servios dessas babs para criar seus prprios filhos sob os mtodos espartanos. Por exemplo, o famoso ateniense Alcibades (450 AEC 404 AEC), sobrinho de Pricles e aluno do filsofo Scrates, foi criado pela ama-de-leite espartana Amicla. Bom seria se soubssemos com mais detalhes quais eram exatamente os mtodos da criao infantil, assim como da posterior Instruo! Bom seria se as amas-de-leite espartanas e os instrutores espartanos pudessem falar desde suas tumbas!
disciplinadas por homens, com o fim de obter homens. Enquanto a Criao era uma fase marcada pela influncia feminina, a Instruo tinha j um carter essencialmente masculino. A Agog provavelmente o sistema de treinamento fsico, psicolgico e espiritual mais brutal e efetivo j criado. A educao que recebiam as crianas espartanas era obviamente do tipo paramilitar; um adestramento severo, impiedoso e doloroso, que em alguns casos estava claramente orientado guerra de guerrilhas nos montes e nos bosques, para que a criana se fundisse com a Natureza e se sentisse o predador rei. A Instruo era um processo sobre-humano, um autntico inferno, quase de alquimia espiritual e fsica, infinitamente mais duro que qualquer instruo militar do presente, porqu era muito mais perigosa, duradoura (13 anos) e extenuante, porqu as faltas mnimas se castigavam com enormes doses de dor e porqu os recrutas eram crianas de sete anos. Alguns disseram que a Instruo a aprendeu Licurgo durante sua viagem ao Egito, porm sem dvida isso , ao menos em parte, falso, porqu a disciplina espartana era muitssimo mais dura que a do Exrcito egpcio, e os drios a puderam retirar de seu prprio interior. Imediatamente aps ingressar na Instruo, a primeira coisa que se fazia s crianas era raspar-lhes a cabea. indubitvel que isso era o mais prtico para quem estava destinado a se mover entre densa vegetao, a morder o barro e a lutar, porm o sacrifcio do cabelo significava ademais uma espcie de iniciao do tipo de morte mstica: se renuncia s posses, aos adornos, individualidade, beleza, inclusive se despreza o prprio bem-estar (o cabelo importante para a sade fsica e espiritual), se uniformiza os recrutas, d a eles uma sensao de nudez, de solido, de desamparo e de comeo (os bebs nascem calvos ou com pouco cabelo), uma espcie de comear do zero, atirando-os bruscamente em um mundo de crueza, dor, renncia e sacrifcio. Isso no algo isolado nem
arbitrrio. Os primeiros exrcitos, compostos de muitos homens que tinham que viver juntos em um espao reduzido, viram a necessidade de manter curto o cabeo para evitar a proliferao de piolhos e enfermidades. Por outro lado, a cabea raspada devia significar algo mais para eles. Os sacerdotes egpcios do mais algo grau, os legionrios romanos e os templrios tambm raspavam a cabea, assim como, at nossos dias, os monges budistas, numerosas unidades militares e devo diz-lo por que verdade os skinheads. Quando se uniformiza a um grupo, os integrantes do grupo no se diferenciam por seu aspecto personalizado ou por suas modificaes externas, mas sim pelas qualidades nas quais sobressaiam desde zero em igualdade de condies em relao a seus camaradas. Uniformizar um grupo, paradoxalmente, o melhor mtodo para observar atentamente o que que realmente distingue os indivduos, margem das modificaes externas ao corpo, e os espartanos o sabiam reconhecer. As crianas captava o que lhes era sugerido: renunciar a si mesmos, do mesmo modo que Goethe disse que devemos renunciar a nossa existncia para existir verdadeiramente. Paradoxalmente, s aquele que no se apega pateticamente a sua vida pode chegar a viver como um homem de verdade, e s aquele que no se aferra desesperadamente ao seu ego, e a sua individualidade pode chegar a ter um carter verdadeiramente consolidado e uma personalidade bem definida. Aps a raspagem da cabea, as crianas eram organizadas por agelai ou agel (hordas ou bandos) ao estilo paramilitar. As crianas mais duras, belas, ferozes e fanticas (isso , os cabeas, os lderes naturais) eram tornadas chefes de bando. No mbito da doutrina e da moral, o primeiro passo era inculcar nos recrutas o amor ao seu bando, uma obedincia sagrada e ilimitada para com seus instrutores e seus chefes, e deixar claro que o mais importante era demonstrar uma imensa energia e agressividade. Para com seus irmos, suas relaes eram de rivalidade e competncia perptuas. Aquelas crianas eram tratadas como
homens (pior ainda, realmente), porm quem assim os tratava no perdia de vista que continuavam sendo crianas. Eles eram tambm estampados com essa marca que distingue a todo filhote feroz e confiante em sua capacidade: a impacincia, a nsia de se mostrar e se pr a prova, e o desejo de se distinguir por suas qualidades e seus mritos no seio de sua matilha. Tudo isso nos recorda inevitavelmente a Juventude Hitlerista. O esprito de superao que imperava nos bandos espartanos era esse impulso de luta que tanto detestam os pacifistas e feministas de nossos dias, pois eles (como todos os escravos) no lutam, no rivalizam nem competem para obter o que querem, mas sim conspiram. Inerente instruo espartana era o sentimento de seleo e de elitismo. Nos aspirantes era inculcado que eram o melhor da infncia espartana, porm que tinham que demonstr-lo, e que no era qualquer um que era digno de chegar a ser um autntico espartano. Era-lhe metido na cabea que nem todos eram iguais, e que, portanto todos eram distintos. E se eram distintos, alguns eram melhores ou piores, ou tinham qualidades diferentes. E que, em tal caso, os melhores deveriam estar acima dos piores, e cada qual colocado no lugar que lhe correspondia segundo suas qualidades. Por isso uma Ordem chamada assim. s crianas era ensinado a manejar a espada, a lana, o punhal e o escudo o qual lhes endurecia as mos e a marchar em formaes cerradas, realizando os movimentos com preciso e com sincronizao perfeita. Prevaleciam no mbito fsico os processos de endurecimento (seria fascinante conhecer as atrocidades s quais eram submetidos), e se entregavam a muitssimos exerccios corporais pensados para favorecer o desenvolvimento de sua fora e de suas qualidades guerreiras latentes: correr, saltar, lanamento de seta e de disco, dana, ginstica, natao, luta livre, tiro com arco, boxe e caa so alguns exemplos. Em uma sociedade como a espartana, a caa era compreendida como mtodo de subsistncia (Xenofonte disse que um caador, habituado fadiga, faz um bom soldado e um bom cidado), ainda que para os espartanos a carne era um luxo
consumido apenas em ocasies especiais. Em Esparta os animais eram muito respeitados e ademais os drios em geral conservavam cultos arcaicos a divindades com partes de animais (como os celtas ou os egpcios, ainda que no o resto dos gregos, mais civilizados), o qual simboliza a condensao das qualidades totmicas associadas ao animal em questo. Os garotos espartanos, que viviam as intempries, deviam se sentir identificados com muitos dos animais que os rodeavam, forjando certa cumplicidade com eles. Para fomentar a competitividade e o esprito de luta, e para os acostumar violncia e ao trabalho em equipe, os bandos de jovens espartanos competiam entre si em extenuantes partidas de um violentssimo jogo de bola que consistia basicamente em uma variante, muito mais livre e brutal, do rgbi. Os jogadores se chamavam sfareis. Podemos imaginar aqueles pequenos selvagens de cabea raspada dando-se todos os tipos de golpes de todos os modos possveis, chocando, esquivando e tentando lutar para se coordenar, conseguir a posse da bola e a levar meta estabelecida, mas alm do territrio rival e por cima dos corpos do rival. Quase podemos, tambm, ouvir os golpes secos, os gritos de agressividade, os sinais de coordenao, o rangido das cotoveladas, as joelhadas, os chutes, os socos, as cabeadas, as tores, que deviam ocorrer naquele jogo transformador de caracteres e forjador de personalidades. Sim, verdade, os ferimentos estavam sempre presentes. No santurio da Deusa Artemis, tinham lugar muitos combates rituais corpo a corpo entre os filhotes espartanos. Tambm se enfrentavam, bando contra bando, criana contra criana, ou todos contra todos, em encarniadas lutas sem arma, para estimular a agressividade, a competitividade e o esprito ofensivo, para desenvolver seu sentimento de domnio no caos das lutas e para lhes hierarquizar. fcil imaginar que voassem os dentes, narizes fossem esmagados, maas do rosto trituradas, cortes faciais, caras e mos ensangentadas, perdas de sentido e cabeas abertas nas
brigas daquelas crianas ferozes. Ademais, os instrutores se encarregavam de lhes atiar para que medissem as foras entre si, sempre que fosse somente por competitividade e af de superao, e quando se via aflorar o dio espumante, a briga era parada. Mesmo assim, o normal era que ao terminar a luta os combatentes se saudassem e se felicitassem emocionados, comentando a briga entre si, com seus companheiros e com seus instrutores e tentando aprender. Regia em Esparta aquele antigo culto que podemos chamar de Mistrios da Luta. Em Esparta, como dissemos, se praticava o boxe e a luta livre, porm os espartanos se exercitavam tambm em outra arte marcial popular na Grcia: o pankration ou pancrcio. Consistia em uma mistura de boxe e luta livre, similar s disciplinas modernas de MMA ou Vale Tudo, porm mais brutal: os participantes podiam incorporar s bandagens dos seus punhos os acessrios que achassem convenientes para aumentar seu poder ofensivo: alguns acrescentavam pedaos de madeira, lminas de estanho e inclusive placas chumbo. As regras eram simples: valia tudo menos morder, assim como atingir os olhos, o nariz ou a boca do adversrio. Tambm era proibido matar premeditadamente o adversrio, ainda que fossem muitos os que morriam nesse esporte sangrento. Nos combates de pankration, se no se podia proclamar um vencedor antes do entardecer, se recorria ao chamado klimax, uma soluo equivalente ao desempate por pnaltis nas partidas de futebol: por turnos, cada lutador tinha o direito de golpear o outro, sem que ao receptor lhe fosse permitido se esquivar nem se defender de modo algum. Aquele a quem cabia dar o golpe dizia ao outro que postura deveria adotar para receber o ataque. O objetivo era ver quem caa primeiro fora de combate. A histria grega nos d exemplo dom um combate entre um tal Creugas e um tal Damgenes, que chegaram a um empate, razo pela qual se aplicou o klimax. Aps sortearem os turnos, o primeiro a golpear foi Creugas, que pediu ao seu adversrio que baixasse os braos, de modo que lhe deu um poderoso soco no rosto. Damgenes levou dignamente o tremendo golpe, aps o qu pediu a Creugas que levantasse o brao esquerdo. Seguidamente, enfiou com violncia os dedos sob
suas costelas e lhe arrancou as entranhas. Esses pacifistasprogressistas de nossos dias que elogiam a Grcia deveriam saber que ali se rendia culto fora, ferocidade e violncia alm da sabedoria. Os gregos filosofavam e eram civilizados, sim... porm quando era necessrio (ou simplesmente como passatempo) eram perfeitos animais. Era sua dualidade uma dualidade de unio, no de separao; uma dualidade que buscava insero perfeita do Esprito no corpo, da luz na escurido, superando sua separao. Em todas as lutas, combates, competies e jogos, os instrutores punham grande ateno para distinguir se os gritos de cada criana eram de raiva, esforo ou agressividade, ou de dor ou de medo, em cujo caso lhes castigava. Se uma criana se queixava ao seu pai de que outra criana lhe havia batido, seu pai lhe dava uma sova por ser dedo-duro e por no ter se vingado: O queixarse no serve absolutamente para nada: algo que procede da debilidade. E essa debilidade em uma criana espartana era inaceitvel. Como se disse, todos os cidados tinham direito a reprimir as crianas, de forma que os pais tinham autoridade sobre seus prprios filhos e sobre os dos outros. Assim, cada pai tratava as demais crianas como gostaria que a sua fosse tratada, como observou Xenofonte. Se uma criana, pois, se queixava a seu pai de que um cidado lhe havia dado uma chicotada, o prprio pai lhe dava ainda mais chicotadas. Em Esparta tudo era assim, contundente, brutal e simples. De fato, toda criana espartana chamava pai a qualquer homem adulto, de modo similar a quando em nossos dias se chama respeitosamente av a um ancio desconhecido. Observemos que esse costume de chamar pai aos mais velhos tambm foi sugerido por Plato em sua Repblica, que no parece seno uma cpia de Esparta. mediante as conquistas, as vitrias e as derrotas que o guerreiro logra se conhecer e conhecer seu adversrio no caso de Esparta, a seus semelhantes. E quando um homem se conhece a si mesmo,
conhece a seus semelhantes e conhece a seus inimigos, sua sabedoria de vida est consumada. Adquire desse modo uma segurana, uma prudncia, uma intuio e uma confiana em si mesmo muito elevada. Cada espartano, pois, conhecia a seu irmo porqu sem dvida havia lutado contra ele, ou o havia visto lutar, ou havia jogado a seu lado durante esse brusco rgbi, ou haviam sofrido juntos de qualquer outro modo. Toda sua vida era uma guerra civil. Lutavam contra si mesmos e entre si, porm nem por isso deixavam de estar unidos, mas ao contrrio. Esse sistema era uma prodigiosa e proveitosa vlvula de escape para o furor da Raa, que em outros lugares resultava em trgicos conflitos civis, e que em Esparta se desafogava em competies desportivas. Todos os aspectos da vida da criana espartana eram regulados para incrementar sua insensibilidade ao sofrimento e sua agressividade. Se lhe punha sob uma impiedosa disciplina que lhes obrigava a controlar a dor em ocasies dor de grande magnitude, e no s fsica como tambm psicolgica-, a fome, a sede, o frio, o calor, o medo, a fadiga, a repugnncia, a incomodidade e a falta de sono. Se lhe ensinavam habilidades de sobrevivncia no campo, incluindo rastreamento, orientao, caa, obteno de gua e conhecimento de plantas comestveis. Para conseguir tudo isso, os rgidos instrutores utilizavam sem escrpulos qualquer meio possvel a seu alcance. As situaes de desgaste s quais eles conduziam os pequenos eram to intensas que provvel que tivessem alcanado um estado prximo ao da demncia, com presena de alucinaes induzidas pela falta de sono e de comida. Os mastigoforos (portadores do ltego) se encarregavam de aoitar brutalmente e inclusive de torturar a qualquer um que falasse, se queixasse ou gemesse de dor, para que as tarefas sassem perfeitas. Em ocasies fustigavam sem motivo algum, s para lhes endurecer, e as crianas espartanas preferiam morrer antes de soltar um gemido ou perguntar por qu estavam sendo aoitadas. Sua filosofia coincidia com a de Nietzsche quando pensavam Bendito seja aquilo que nos torna duros!.
Inclusive existiam competies para ver quem agentava os aoites mais numerosos e intensos sem gritar; isso era conhecido como diamastigosis. Em ocasies, a sacerdotisa de rtemis mandava que, em sua presena e perante uma imagem de rtemis, se fustigasse as crianas escolhidas por ela. Se a cerimnia-suplcio no era do agrado da sacerdotisa, mandava que os aoites se intensificassem. Essas crianas no s tinham a obrigao de no mostrar dor, mas sim de mostrar alegria! Falaro que isso uma barbrie sado-masoquista, porm h que ir mais alm por que o sentido era realmente patente: inculcava nas vtimas a noo do sacrifcio em face do arqutipo de sua Ptria (rtemis) e se lhes ensinava a dominar o sofrimento com a Divindade na mente. Por outro lado, no resto da Grcia os atletas se submetiam voluntariamente a sesses de aoites, pois ajudavam a endurecer a pele e o corpo, ademais de purgar impurezas (quem j esteve em pases terceiro-mundistas onde ainda se empregam os aoites como castigo, ter percebido como a desafortunada vtima transpira muitssimo, deixando um enorme alagado no solo). E Esparta era, sem lugar para dvida, um estado atltico. A falta de piedade para com o aluno promissor descreveu Nietzsche como: Eu no uso de branduras convosco por que os amo de corao, meus irmos na guerra. E em palavra que parecem dirigidas a um instrutor, a um fabricante de superhomens, diz a piedade deve ser para ti pecado. S admites esta lei: S puro!. A compaixo o pior veneno, por que conserva e prolonga a vida de tudo que fraco e agonizante quer se trate de compaixo para conosco, para com nossos semelhantes ou para com nossos inimigos. No Canto do Senhor do monumental Bhagavad Gita indo-iraniano vem escrito que um sbio no se lastima pelos que vivem, nem tampouco pelos que morrem. Vemos que o sofrer e suportar dor sem se queixar era parte da idiossincrasia espartana.
Assim, os garotos espartanos se orgulhavam da quantidade de dor que podiam suportar com os dentes cerrados, e recordemos que Nietzsche dizia tambm que o grau de sofrimento ao que seja capaz de chegar um homem determina seu lugar hierrquico. perfeitamente compreensvel que esse tipo de estoicismo possa ser interpretado como um culto masoquista ao sofrimento, porm devemos evitar cair nesse erro de interpretao. O sofrimento era em Esparta um meio para despertar os instintos guerreiros do homem e para que tomasse contato com seu corpo e com a prpria Terra. No se aceitava o sofrimento mansamente com a cabea baixa, mas si quem se lutava para domin-lo com os dentes negros, a cara crispada, o corpo tenso e os punhos fechados, e tudo ia encaminhado a conseguir uma indiferena perante o sofrimento, ao contrrio de cultos masoquistas como o Cristianismo ou o moderno humanitarismo ateu, forjadores de seres sentimentalides e hipersensveis inclusive perante a dor alheia. A lealdade era outra parte importantssima da instruo espartana. Segundo Sneca, a lealdade constitui o mais sagrado bem do corao humano, e segundo Goethe, a fidelidade o esforo de uma alma nobre para se igualar a outra ainda maior que ela. A lealdade lhes encaminhava a formas de ser superiores e servia para os engrandecer. s crianas espartanas se inculcava uma lealdade inquebrantvel para com si mesmo, seus semelhantes e sua prpria Ordem quer dizer, o Estado Espartano. Minha Honra se Chama Lealdade diziam os SS (poucas frases me parecem to cavalheirescas como essa), e poderia ter sido tambm um bom lema para os espartanos. Para eles, a lealdade era uma ascese que lhes levava pelo caminho do Dharma, da ordem reta, da moral da honra (aids e tim) e do cumprimento do dever sagrado. Como se disse, a obedincia tambm era algo primordial na Instruo, porm at que ponto chegava essa obedincia? A resposta que no tinha limites. Era posta a prova dia a dia.
A uma criana espartana se poderia ordenar a assassinar uma criana helota ou provocar uma briga com um companheiro, e se dava como garantido que no fizesse perguntas, mas sim que obedecesse em silncio e com eficincia. Podiam dar-lhe ordens aparentemente absurdas ou irrealizveis para p-lo a prova, porm o importante era que, sem titubeios, buscasse cegamente a obedincia da ordem incontestvel. Obedecer era o sagrado e o bsico, porqu o superior sabe algo que o subordinado no sabe. No exrcito se diz que quem obedece no erra nunca. Os pequenos espartanos eram constantemente postos prova. Se a uma criana espartana se tivesse ordenado que se atirasse de um precipcio, no teria duvidado e teria se arremessado sem pestanejar e at com furiosa convico, como na Ordem dos Assassinos. Tudo isso, a olhos profanos, pode parecer exagerado e indignante, porm tais profanos ainda no compreendem o que significa. Quando o indivduo est seguro de estar diretamente o servio da vontade divina, as ordens no so questionadas por que provm de cima, de l de onde no se pode compreender ainda. Servir a um indivduo semelhante, porm superior servir a si mesmo, pois esse mando representa em tal momento a Comunidade, de que o indivduo forma parte. Quando todas as peas de uma engrenagem assumem sua funo com convico isso d uma sensao geral de tranqilidade, confiana e ordem que permite aos homens realizar as faanhas mais perigosas e hericas com a maior serenidade e naturalidade. Adolf Hitler disse: A convico de que obedecendo voz do dever se trabalha na conservao da espcie, ajuda a tomar as decises mais graves. Se era ordenado algo injusto, era por um bem maior, e em todo caso no se fazia perguntas jamais. Obedecia-se por amor obedincia mesma, como parte de uma disciplina monstico-militar. Obedecer uma ordem era obedecer a si mesmo e ao cl, porqu o Chefe era uma encarnao da vontade desse cl. Esse o tipo de sentimento e o tipo de chefes que se deve ressuscitar. Nietzsche mesmo aconselhou: Levai uma vida feita de obedincia e de guerra. Essa magia de lealdade, dever e
obedincia a que leva os grandes homens pelo caminho da glria. A Instruo era ao ar livre. As crianas espartanas estavam sempre imersas na Natureza, em seus sonhos, suas vibraes, suas gloriosas paisagens vivas, seus animais, suas rvores, suas mudanas, seus ciclos e sua vontade. Aprendiam a se unir com sua Terra, a conhec-la, a am-la e a consider-la um lar. Se lhes obrigava a caminhar sempre descalos, com o qu pisavam diretamente a Terra, sentindo-a, compreendendo-a, conectados diretamente a ela como rvores. Os massagistas sabem que os ps so os controles a distncia dos rgos corpreos. Ter os ps diretamente em contato com a Terra tem sem lugar a dvidas, um efeito de massagem importante em todo o corpo, efeito desaparecido hoje em dia com solas e saltos que desfazem a forma natural que tem o p de funcionar. E no s isso: o caminhar descalo endurecia os ps como se tratassem de madeira, e com o tempo os pequenos espartanos se moviam com mais rapidez pelos piores terrenos que aqueles que haviam amaciado os ps com calados, pois os ps esto desenhados para isso, e se no presente no servem porqu no os desenvolvemos nem os curtimos como seria natural. No Inverno, as crianas espartanas eram banhadas no glido rio Eurotas. Vestiam o mesmo no inverno e no vero, e dormiam ao ar livre sobre duros juncos arrancados no rio e cortados a mo. As manobras e as marchas que realizavam eram extenuantes, e matariam a quase qualquer varo de nossos dias de fato alguns garotos espartanos morriam de cansao. Paulatinamente, os corpos das crianas se iam acostumando ao frio e ao calor, desenvolvendo seus prprios mecanismos de defesa. Pouco a pouco, se tornavam cada vez mais duros, mais resistentes e mais fortes. Como nutrio, lhes era dada uma rao diria deliberadamente insuficiente, que inclua o famoso, spero e amargo po negro espartano com o qual tambm se confeccionava a tambm famosa sopa negra (melas zomos) espartana, e que era total e
absolutamente no-comestvel para qualquer no-espartano. Dizse que continha, entre outras coisas, sangue e entranhas de porco, sal e vinagre (pensemos nos ingredientes do chourio), e como se sabe, o vinagre limpa o sangue e ajuda a purgar a gordura. Provavelmente a ingesto de semelhante mistura era em si mesma uma prtica de auto-controle que ajudava a endurecer a boca, o estmago e o aparato digestivo. A comida espartana, em geral, era considerada pelos demais gregos como fortssima, quando no repugnante. Por outro lado, a idia das raes alimentcias speras e pouco abundantes era que os jovens espartanos buscassem sua prpria comida mediante a caa, a coleta ou o furto, e que eles mesmos a cozinhassem. Caso fossem descobertos em um ato de furto de alimento, lhes esperava o chicote ou um brutal espancamento, ademais da privao de comida por vrios dias. E isso no por furtar alimento que podia ser roubado dos helotas mas sim por se deixarem surpreender. De algum modo, isso recordava a tradio de direito de rapina das antigas hordas nmades ariana: os exrcitos antigos normalmente careciam de qualquer tipo de logstica e em suas campanhas sobreviviam graas ao que tomavam da Natureza ou graas ao saque dos inimigos e sobre as populaes indgenas. Em Esparta se queria ensinar aos cidados a adquirir comida por sua conta para que eles estivessem acostumados a isso, para fazer com que se adaptassem a um modo de vida de incertezas e privaes. Viviam em um perptuo estado de guerra, e se queria que eles mentalizassem bem isso. conhecida a anedota da criana espartana que, tendo capturado uma raposa como alimento, o escondeu por baixo de sua tnica para escond-lo de um grupo de soldados que se aproximavam. A raposa, desesperada, comeou a utilizar seus dentes e suas garras para atacar o corpo do garoto, porm este agentou sem gritar. Quando brotou o sangue, a raposa se tornou mais agressiva e comeou a arrancar pedaos de carne, comendo-o vivo literalmente. E a criana agentou a dor sem gritar. Quando a raposa havia chegado at as entranhas, roendo-lhe os rgos, o pequeno espartano caiu morto silenciosamente em um discreto
charco de sangue, sem haver deixado escapar um gemido nem haver mostrado se quer sinais de dor! No era o medo o que o fazia ocultar sua caa, pois sem dvida era pior essa morte lenta e dolorosa do que muitos aoites. Era sua honra, era sua disciplina, capacidade de sofrimento, vontade, resistncia e dureza qualidades que em sua curta vida havia desenvolvido mais que qualquer adulto do presente. Essa anedota indiscutivelmente trgica e horrvel no pretende ser uma apologia, mas sim apenas um exemplo do lendrio estoicismo espartano. Com as medidas de escassez alimentar se queria favorecer tambm que o corpo, ao ser privado de crescimento em largura, adquirisse maior dureza e estatura. Propiciava-se o aparecimento de corpos altos, compactos, slidos, flexveis, esbeltos, duros, geis, resistentes e atlticos, aproveitados ao mximo, com uma musculatura concentrada, recortada e fibrada ao extremo, no propensos a leses e com grande resistncia dor, fadiga, fome, sede, ao calor, ao frio, enfermidade, aos golpes, ao esforo explosivo ou prolongado e s feridas mais terrveis. No eram corpos com uma musculatura super-desenvolvida, que precisavam de uma dieta imensa e uma manuteno constante e pouco prtica. Eram corpos concentrados, ntegros e proporcionados, desenhados para sobreviver com o mnimo, perfeitas mquinas biolgicas nas quais se poderia estudar simples vista cada veia, cada tendo, cada ligamento, cada msculo e cada fibra de msculo que houvesse flor da pele. Sua fora devia ser impressionante, caso contrrio no teria sido possvel viver, marchar e combater com todo o peso das armas, couraa, escudo, etc. Plutarco explicou que os corpos dos espartanos eram duros e secos. Xenofonte, por sua parte, sentenciou que fcil ver que essas medidas no poderiam seno produzir uma raa sobressalente em construo e em fora. Seria difcil encontrar um povo mais sadio e eficiente que os espartanos. Esse o corpo mais apropriado para o combatente. Plato, em sua Repblica, deixou claro que o minucioso regime de dietas e
exerccios especficos que levavam a cabo os atletas, faz com que no rendessem quando de repente eram privados de suas rotinas durante uma campanha militar, por exemplo -, j que seus corpos estavam demasiado acostumados a contar com nutrientes e a depender deles. Nas situaes extremas, tais corpos reagiam instintivamente reduzindo sua massa muscular e produzindo esgotamento, debilidade e mal-estar. Na Batalha de Stalingrado, muitos combatentes alemes caram mortos inexplicavelmente. Soube-se depois que era ao mesmo tempo de fome, frio e cansao. E os mais afetados por essa morte foram precisamente os homens mais corpulentos e massivos, isso , os que requeriam maior manuteno quanto a alimentao e descanso. Os guerreiros arianos de todas as pocas souberam compreender isso, entre eles tambm os legionrios romanos que buscavam corpos duros, resistentes e concentrados e os SS, que se exercitavam sem pausa, consumindo uma dieta escassa e simples que inclua os famosos mingaus de aveia, o porridge que tanto influenciou fisiologicamente na proverbial impassibilidade de ingleses e suecos (se soube que a aveia influencia tambm na tranqilidade dos cavalos de corrida, e as dietas atlticas as costumam incorporar), segundo observou Walther Darre. Leon Degrelle disse que na Escola de Oficiais de Bad-Tolz, todos os aspirantes haviam perdido uma dezena de quilos ao final do curso. Ao terminar este, cada um se havia convertido em um atleta, flexvel, nu e forte como um deus grego. Como vemos por seu estilo de vida, os espartanos eram sem dvida musculosos, porm no exageradamente no que se refere a volume. No eram indivduos massivos como os fisiculturistas de hoje em dia, e para ter certeza do que dizemos basta ver as privaes alimentcias que sofriam, assim como o regime de exerccios que levavam, muito abundantes em esforos aerbicos intensos. Seu nvel de definio e tnus muscular, porm, devia ser impressionante. Muitas vezes me pergunto o quanto ganharia o atletismo, a medicina e a biologia modernas se pudessem estudar um corpo
espartano em vida. Aos jovens espartanos era ensinado a observarem, escutarem, aprenderem, a serem discretos, e no fazer perguntas e a assimilar em silncio. Era-lhes ensinado que a retirada ou a rendio em batalha eram uma desonra, que todo combate em que participavam devia acabar para eles em vitria ou morte e que, tal como disse Xenofonte dos espartanos, uma morte com honra prefervel a uma vida sem honra. Ou nas palavras de Nietzsche: H que morrer com orgulho quando j no possvel viver com orgulho. Aos espartanos, assim como aos druidas celtas, aos perfeitos ctaros e aos templrios, lhes era proibido o trabalho manual pesado. Seu trabalho era a guerra. No obstante, ao renunciar ao trabalho manual, renunciavam tambm aos frutos do seu trabalho: eram imbudos de austeridade, simplicidade e ascetismo em todos os aspectos de sua vida, eliminando qualquer coisa que pudesse lhes amolecer ou debilitar. Seus gestos eram medidos, reduzidos e justos, e seus modos solenes e respeitosos. Suas casas careciam totalmente de decorao e apresentavam um aspecto rstico e spero, de pedra e de madeira. Pretendia-se aumentar a falta de necessidade de cada espartano; sua auto-suficincia pessoal. De fato, no se lhes permitia o luxo nem na linguagem, de tal modo que falavam com palavras justas, em tom seco, direto, firme e marcial. Uma criana espartana deveria permanecer silenciosa em pblico, e se lhe era dirigida a palavra devia responder com a maior brevidade, elegncia e conciso, ao mais puro estilo militar. A linguagem espartana era como o povo espartano, como havemos visto: pouco abundante, porm de grande qualidade. Devia soar infinitamente mais desagradvel, mecnico, duro e spero at que o latim legionrio ou o alemo mais marcial da unidade SS mais impiedosa. Era um idioma de voz, mando e obedincia. O spero dialeto drio falado em Esparta, o lacnico, chegou a ser sinnimo de sequido e simplicidade de fala. E a simplicidade de fala essencial para uma espiritualidade elevada. Lao Ts, lendrio mensageiro do
Taosmo, disse que falar pouco o natural. H numerosos e ilustrativos exemplos acerca do laconismo espartano que iro aparecendo ao longo desse escrito. Um bom constitui que em uma ocasio em que uma guarnio espartana estava a ponto de ser rodeada e atacada de surpresa, o governo espartano lhe mandou simplesmente a mensagem: Ateno. Era suficiente para homens que levavam toda a vida se exercitando ma milcia. A bom entendedor, poucas palavras bastam, diz um ditado espanhol. O laconismo espartano o diretamente oposto vulgar tagarelice atual, onde as vozes histricas, feias, sujas, pegajosas e vulgares se misturam estrepitosamente e sem harmonia, destruindo com palavras absurdas o silncio, que seria mil vezes prefervel a tal balbrdia. A fala muito mais importante do que se pensa hoje em dia. Mediante a fala, o pensamento encarna sobre a Terra. Na fala se condensa a comunicao entre pessoas, influenciando decisivamente na maneira que tem o indivduo de perceber os que o rodeiam, particularmente aos seus semelhantes, nos quais o indivduo se v refletido. O indivduo aprende a se conhecer melhor atravs do conhecimento de seus semelhantes, e o conceito que tenha de seus semelhantes ter eco em sua prpria auto-estima. O prprio Nietzsche, estudioso da filologia, outorgou grande importncia fala, dedicando-lhe extensos pargrafos. E os speros militares alemes do Terceiro Reich tiveram seu prprio laconismo seco, brusco, marcial, tosco e a grito nu que aos suaves italianos tanto aborrecia. Para aprender sobre poltica, modos solenes, respeito aos mais velhos e assuntos estatais, as crianas espartanas eram levadas s confrarias do Exrcito (das quais me ocuparei mais adiante), onde homens jovens e ancios filosofavam, conversavam e discutiam sobre as atualidades. Plutarco disse que para os pequenos, assistir a esses crculos era como uma escola de temperana onde aprendiam a se comportar como homens e a zombar de um adversrio. Era-lhes ensinado a zombar dos outros com estilo, e, a saber, receber as zombarias recebidas. Em caso de lhes cair mal
uma brincadeira, deviam declarar-se como ofendidos, e imediatamente o ofensor cessava. Os mais velhos tentavam pr a prova as crianas para lhes conhecer melhor e identificar suas qualidades, e estes deviam ser engenhosos para causar uma boa impresso e parecerem bem perante aquelas solenes congregaes de atentos e respeitveis veteranos, respondendo com a maior engenhosidade e brevidade possvel s perguntas mais retorcidas, maliciosas e rebuscadas. Esta claro que dita formalidade infantil (inerente, at pouco tempo, disciplina da educao tradicional anglo-sax) no se pode comparar com os costumes familiares das raas do Sul e do Oriente, nas quais os mucosos pseudo-ciganinhos correm, gritam e destroem sem que ningum lhes reprima, nem lhes guie, pois a indolncia de seus pais a regra a seguir. O resultado de semelhante educao so homens e mulheres de instintos desagregados. Nas confrarias, as crianas aprendiam, ademais, o humor aristocrtico e irnico tpico dos espartanos, aprendendo a brincar com elegncia e a receber as brincadeiras com bom humor. No estranho de modo algum que um povo como os espartanos, aristocrticos, solene e marcial, outorgassem grande importncia ao humor e ao riso particularmente os espartanos deviam ser mestres do humor negro. Ainda que os helotas se assombrassem perante a seriedade dos espartanos e seguramente os tachassem de reprimidos, esses entre si eram semelhantes, eram irmos. Por ordem do prprio Licurgo, uma esttua do Deus do Riso decorava uma das confrarias. O riso tem, efetivamente, grande importncia. Bem pensada uma materializao do prazer alegre, da extenso momentnea da vontade. A alegria nobre um sentimento pago. Podemos imaginar a alegria, as emoes e as risadas dos Deuses que se ouviam nas competies esportivas, nos concursos e nos torneios de Esparta, pois hora de jogar e competir, os homens mais solenes e treinados se convertem em crianas. Isso sim era alegria de viver.
Aquele sim era ambiente festivo, aquelas sim eram festas: festas em que se rendia culto ao corpo, ao esforo, ao sacrifcio, beleza e alegria, e nas quais o atleta guerreiro era o centro da ateno em torno da qual tudo girava com admirao, alegria e respeito. A educao, a cortesia e os modos depurados eram enormemente apreciados em Esparta. Por que isso era to importante? Simplesmente por que quando os membros de um grupo seguem condutas exemplares, o respeito se impe, e se deseja agir bem para manter a honra e conquistar o respeito dos camaradas. Por outro lado, quando os membros de um grupo se entregam s atitudes deplorveis ou s diverses decadentes, o respeito diminui, e desaparece o prestgio interior do grupo. Para qu ganhar o respeito de indignos por meio do sacrifcio, se nem se quer respeitam o esprito da superao? E o resultado fcil de ver: Se renuncia a atuar exemplarmente. Deixa-se submergir no ambiente degenerado e imita-se o que se v. Os espartanos inturam isso, e instauraram um estrito cdigo de conduta e modos solenes em todo momento, para pr em marcha um crculo virtuoso. Os instrutores espartanos, de vez em quando, pegavam os helotas e os embebedavam fora, obrigando-os a se vestir de modo ridculo, a levar a cabo danas grotescas e a cantar canes estpidas (no lhes era permitido recitar poemas, nem entoar canes de homens livres). Assim adornados, os apresentavam s crianas como exemplo dos estragos ocasionados pelo lcool, e da pouca convenincia de beber muito, ou de simplesmente beber. Imaginemos o impacto psicolgico que tinha em uma orgulhosa, curtida e dura criana espartana a contemplao de um ser inferior vestido ridiculamente, danando com torpeza e cantarolando incoerncias. Tudo isso servia para que a criana espartana experimentasse uma boa dose de nojo por outras raas, as quais ensinavam a desprezar, com um ensinamento subliminar de que te fique bem claro: esses no so como ns; so piores, so inferiores, e ademais lhes era ensinado por que isso era assim. Em Esparta no existia o vcio do alcoolismo, e um bbado teria sido fanaticamente triturado a
golpes at virar mingau assim que avistado. Foi o prprio Licurgo quem ordenou arrancar as videiras de Esparta, e em geral o lcool era algo considerado com extrema cautela, desconfiana e controle. O estilo de vida que levavam as crianas espartanas mataria em menos de um dia a imensa maioria dos adultos do presente. Como eles suportavam? Simplesmente por que haviam sido criados para isso. Desde muito pequenos lhes havia sido ensinado a serem fortes e duros, curtindo-se na Natureza. E os corpos e espritos infantis aprendem com rapidez e se adaptam facilmente a qualquer situao, desenvolvendo automaticamente e velozmente as qualidades que necessitam para sobreviver. Por outro lado, no lhes era permitido o contato com qualquer coisa que pudesse amolec-los o mnimo que fosse, e assim cresciam fortes, sadios, puros, orgulhosos, incorruptos e inclumes. medida que ia crescendo, a disciplina das crianas se ia tornando mais dura. Aproximava-se a puberdade. Dito trnsito, em uma sociedade to prxima a suas razes tribais como a espartana, necessariamente devia ir acompanhada de algum tipo de iniciao ritual, certamente nas irmandades a que pertenciam, pois na adolescncia que os jovens se iniciam em sua prpria masculinidade incipiente, e em Esparta eram preparados para que a chegada das foras masculinas no pegasse seus instintos inocentes de surpresa. Assim, durante a marcha, e no dia a dia, iam aprendendo a se converter em homens sem o catico desajuste fisiolgico e mental associado chegada da adolescncia.
eirenes ou irens (palavras com grande semelhana a aryan, ou seja, ariano, e que significam efebos, adolescentes). A partir do momento seguinte ao festival de rtemis, se operava uma transformao na Instruo dos garotos que haviam superado a prova. Saa dos bandos, recebendo um simples himation (manto de l que se levava como uma capa) cada ano, e proibindo-lhes o jiton (a tnica habitual). A disciplina se tornava mais estrita. Segundo Xenofonte, Licurgo se deu conta de que a partir da adolescncia, a vontade prpria se enraza na mente do garoto, assoma em sua conduta uma sutil tendncia para a insolncia e desobedincia rebelde, e comea a se manifestar o apetite pelo prazer egosta e individualista. Assim mesmo, a etapa que separa o temeroso e inocente respeito infantil e a prudente experincia do veterano a delgada linha vermelha da imprudncia e da temeridade tpica da adolescncia e daquele que, aps haver aprendido bastante, porm no o suficiente, tende a superestimarse e a cometer perigosas torpezas. A etapa mais delicada em qualquer aprendizado quando se cr j saber o suficiente. Para combater essa potencial soberba, os efebos espartanos deviam caminhar pelas ruas em silncio estrito, com a cabea baixo e as mos escondidas, sem olhar ao redor, mas sim fixando seus olhos no solo, adotando um caminhar de monges, tal e como caminhariam sculos depois os perfeitos maniqueus. Os garotos que de outro modo seriam os mais ruidosos e bagunceiros, eram convertidos assim em solenes, cinzentas e silenciosas silhuetas fantasmagricas, para as quais o respeito era tudo. Isso, claro est, no era permanente, mas provisrio: contribua a reforar a humildade e a modstia dos adolescentes espartanos, e a elevar o orgulho daqueles a quem, aps concluir sua prpria instruo, era permitido j caminhar com a cabea bem alta e orgulhosa. Ademais ajudava a que, enquanto isso, os cidados no se sentissem ofendidos pela presuno dos aspirantes, j que no h nada que ofenda mais a um veterano endurecido que um novato soberbo e vaidoso, demasiado orgulhoso de suas faanhas.
Porm, por outro lado, aos efebos tambm era ensinado a ler e a escrever, sendo apresentada a eles msica, dana, mitologia e poesia. E, pela primeira vez desde que tinham 7 anos, lhes era permitido deixar crescer o cabelo, em cujo cuidado se esmeravam muitssimo, conseguindo gradualmente madeixas impecveis, e se orgulhando delas, posto que os cabelos eram os adornos mais baratos e segundo Licurgo, acrescentam beleza a um rosto belo, e terror a um rosto feio. O levar os cabelos compridos era um antigo costume helnico e, seja dito de passagem, ariano que de certo modo recordava as origens brbaras da estirpe. Muitos ho dado aos cabelos compridos, especialmente no caso das mulheres, a importncia de signos de fertilidade e de afinadores das capacidades espirituais. Arquetipicamente a manifestao da redoma espiritual que brota do cume craniano do praticante consumado de alquimia interior, recobrindo todo seu corpo por fora. Sobre a formao do cabelo comprido atuam fatores como a alimentao, a sade, a exposio ao Sol e ao ar livre, e o exerccio. Por isso o cabelo devia ser algo como um estandarte da individualidade, um sinal de identificao pessoal que denotava sade e os hbitos do indivduo. O que est claro que para jovens que haviam estado desde os 7 anos com a cabea raspada, deixar crescer o cabeo devia representar psicologicamente um sinal de superao, transmitindo-lhes uma sensao de uma nova fase mais espiritual menos desamparada e crua, menos brutal e escura. Aps a dolorosa etapa infantil na qual se sacrificava o cabelo, haviam conquistado a beleza e a individualidade permitida a seus antepassados perfeitos, e cujo expoente era o crescimento de uma abundante cabeleira. Tanto a raspagem da cabea como a consecuo de cabelos longos era para os espartanos duas etapas arquetpicas de um processo de transformao interna e externa. A nova matria mais importante desse perodo era a msica, que estava orientada para os cnticos religiosos, patriticos e de guerra. As canes e saber cantar em unio so algo que ajuda o cultivo unificado do esprito, a reforar a coeso do inconsciente coletivo. Cada aliana de guerreiros sempre teve suas canes.
Em Esparta existiam numerosos corais musicais, e toda criana espartana devia aprender a cantar integrado em um coral. Para dar uma idia do esprito desses corais, em muitas cerimnias se organizavam trs grupos: um de ancios, um de homens jovens e um de crianas. Quando os ancios comeavam cantando Antes ramos jovens e valentes e fortes os homens jovens continuavam e assim somos ns agora, vinde e comprovai, e as crianas respondiam depois porm logo seremos ns os mais fortes. Uma nao que se preza procura sempre que cada gerao seja superior anterior, medida que, como em uma matilha de lobos, as geraes jovens, vigorosas e impulsivas vo substituindo os mais velhos nas funes de ao direta e de domnio. Se colocava grande nfase no cultivo da memria, e os jovens espartanos aprendiam de memria baladas do poeta Tirteu, que tanto lhes havia ajudado na Segunda Guerra Messnia. Como exemplo da poesia de Tirteu, veja-se o seguinte fragmento: Avancemos travando muralha de cncavos escudos, marchando em fileiras Panflios, Hileos e Dimanes [as trs tribos drias originais], e brandindo nas mos, homicidas, as lanas. De tal modo, confiando-nos aos Eternos Deuses, sem tardana acatemos as ordens dos capites, e todos ao ponto partamos rude refrega, alando-nos firmes contra estes lanceiros. Tremendo h de ser o estrpito em ambos os exrcitos ao chocarem entre si os redondos escudos, e ressoaro quando se esbarrem uns sobre os outros... Pois BELO MORRER QUANDO SE CAI NA VANGUARDA COMO GUERREIRO VALENTE QUE POR SUA PTRIA PELEJA... com coragem lutemos pela Ptria e pelos filhos, e morramos sem poupar agora nossas vidas...Os que se atrevem, em fila cerrada, a lutar corpo a corpo e a avanar na vanguarda, em menor nmero morrem, e salvam a quem os segue. Os que tremem ficam sem nada de honra...Ide todos ao corpo a corpo, com a lana larga ou a espada feri e acabai com o feroz inimigo. Pondo p junto a p, apertando escudo contra escudo, penacho contra penacho e capacete contra capacete, aproximai peito a peito e lutai contra o contrrio, manejando o punha da espada ou a larga lana...Adiante, filhos dos cidados de Esparta, a cidade
dos bravos guerreiros! Com a esquerda abraai vosso escudo e a lana com audcia brandi, sem preocupar-vos de salvar a vida; que isso no costume de Esparta. FAZEI DO ESPRITO DE VOSSO CORAO FORTE E VALENTE, E NO VOS APAIXONEIS PELA VIDA QUANDO SOIS HOMENS GUERREIROS. Os efebos espartanos estudavam assiduamente a Homero, do qual podiam recitar numerosas estrofes. Porm, obviamente, a instruo fsico-militar no cessava jamais, e era sempre a matria principal. Segundo se iam tornando maiores, alguns jovens eram colocados a frente de garotos mais jovens, j agora como paidonomos ou como mastigoforos. O desejo que tem o veterano de fazer o novato sofrer para lograr aperfeio-lo e curti-lo, ensinando-lhe tudo o que aprendeu e que ocorre em qualquer exrcito decente -, era aproveitado para espremer as novas geraes e conseguir que superassem as precedentes. J vimos que toda instruo espartana estava pensada para cultivar a fora de vontade, o poder de deciso, o prazer da responsabilidade, o valor, a coragem, o arrojo, o estoicismo, a marcialidade, a capacidade de liderana, a sobriedade, o autocontrole, o ascetismo, a austeridade, o sacrifcio e o sofrimento, a audcia, a dureza fsica e moral, o sentimento do dever e da honra, o vigor, a sabedoria psicolgica, o equilbrio espiritual, a inteligncia rpida, cortante e fria, a educao e o cavalheirismo, a construo do carter, a solenidade, o respeito, o laconismo, a disciplina frrea, a eficcia, a obedincia sagrada e a agressividade. Ampla gama de qualidades importantssimas e bsicas, inexistentes hoje em dia. Porm todas essas qualidades seriam inteis se no fossem utilizadas para algo, se no tivessem um objetivo e uma meta. Nietzsche disse: imperdovel quem, tendo poder, no queria dominar. Dominar era precisamente a especialidade dos espartanos. Toda a disciplina, o ascetismo, o autocontrole, a dor terrvel, o
medo, o perigo, o risco, a rivalidade, a fome, a sede, o sono, o cansao, o frio, o calor, a incomodidade, a agressividade, a horrvel crueldade, o sofrimento, a luta, os golpes, as chicotadas, os insultos, as humilhaes, o sangue que a tudo salpicava e impregnava, a onipresena constante da morte mais profunda e da vida mais elevada, dando lugar a uma prodigiosa tenso vital, era numa maravilhosa e magnfica expresso de como toda uma linhagem queria ser, furiosamente e a todo custo, o senhor absoluto sobre sua prpria vontade coletiva, entronizar-se sobre a Terra e esmagar sem piedade a qualquer inimigo que surgisse. So esses sentimentos ruins? Ou, ao contrrio, so os sentimentos mais elevados e admirveis, os impulsos sagrados que incitam a viver, a lutar, a destruir, a criar, a renovar e a plasmar-se em alguma memria eterna? Eram qualidades e sentimentos que a Arianidade perdeu e que dever recuperar. E o far graas a novos tempos turbulentos que estimularo o lado mais sombrio de nossa Raa, pois esse o lado onde tudo comea, a raiz da rvore. Os SS, para no esquecer esse aspecto, luziam a caveira ou a cabea da morte, a conhecida Totenkopf. Ela lhes recordava que o ser nobre, cavalheiresco, correto e amvel no est separado de ser agressivo, sombrio, impiedoso e fantico. Tudo isso grandioso por si mesmo, agora bem, qual era o resultado de tais qualidades e esses sentimentos? Qual era o resultado de semelhante educao? Qual era o resultado da Disciplina da Grande Dor? O resultado era um tipo de homem superior. Com uma mente fria e insensvel dor, ao sofrimento e incomodidade, e acostumada a pensar com rapidez em momentos de grande perigo e estresse. Um soldado perfeitamente instrudo em todas as artes da guerra e acostumado a lutar para conseguir seus objetivos, um homem marcial criado e treinado para dominar. Um homem intrpido e temvel que, ao desprezar sua prpria vida em nome de seu povo, desprezava a alheia, pelo qu era duro e impiedoso. Um homem estico e robusto que desprezava tambm todas as miudezas materiais da vida humana e
cuja nica dedicao eram seus irmos no combate, sua lealdade Ptria, sua devoo a sua famlia e os desejos de divindade de sua estirpe. Um homem acostumado vida ao ar livre, com o qual forjava um vnculo inquebrantvel com sua terra, a qual considerava uma herana sagrada, uma responsabilidade. Um ginasta com uma forma fsica impressionante, um verdadeiro atleta. Um guerreiro acostumado a ganhar as coisas por seus prprios meios. Nada do que se fizesse poderia derrub-lo, era capaz de agentar as dores mais terrveis e as tragdias espirituais mais profundas com a mesma solene impassibilidade com a qual aceitava as alegrias e os triunfos. Aps ter demonstrado ser capaz de obedecer, ganhou o direito de mandar e de ser autoritrio com seus inferiores. Pensemos em como as crianas espartanas sofriam a dor, o medo, o estresse e o cansao. Que passava quando deixavam de serem crianas? Em que se convertiam ao crescer e se tornar homens? Que aspecto devia ter o corpo de um espartano adulto? S podemos imagin-lo, porm ao seu lado, os jovens atletas das esculturas atenienses pareceriam inofensivos anjos. O corpo do espartano se distinguiria imediatamente por ser muito espigado, esbelto e de pele escura, no por raa, mas sim por haver estado sempre exposta ao Sol, ao ar, umidade, sequido, gua doce e salgada, vegetao, s picadas dos insetos, ao p, terra, rocha, neve, chuva, ao granizo, e em definitivo, a todo tipo de intempries. Isso fazia com que a pele do espartano fosse to calosa e dura como a madeira. Em segundo lugar, chamaria a ateno o relevo do seu corpo. O tipo de treinamento fsico que levavam favorecia o desenvolvimento muscular, a concentrao de massa, a dureza, a resistncia e a purga de toda gordura e impureza. Assim, o espartano estaria fibroso e avultado ao mesmo tempo, e tinha um aspecto magro, afilado e vascular; a gordura e a suavidade brilhariam por sua ausncia; os vasos sanguneos, os ligamentos, as fibras, os msculos, os nervos e os tendes se destacariam mais que grotescamente e, em definitivo, tudo aparentaria ser uma spera, retorcida, tensa e compacta massa de
razes, ramos, cabos, tubos, cortes, marcas e pedras com cor de madeira. (Talvez poderamos imaginar, para comparar, os pesos mdios do fisiculturismo quando perderam gordura e lquidos antes de uma competio). Ademais ns podemos figurar que seu corpo estaria inteiramente coberto de muitas cicatrizes. As marcas das chicotadas seriam notveis em muitas zonas da pele, porm especialmente nas costas. Cada espartano devia ser um mapa diferenciado com variados tipos de sinais de violncia. A muitos faltariam dentes, teriam o nariz torto e cicatrizes no crnio e na face como legado dos combates corpo a corpo e dos jogos brutais de bola. A estatura do espartano, pelo que diziam seus contemporneos (recordemos a Xenofonte, apesar de ter vivido em uma etapa j decadente para Esparta), devia ser alta se temos em conta a desnutrio crnica a que eram submetidos durante a infncia e a puberdade. Em Tebas se descobriram esqueletos pertencentes guarnio espartana, segundo os quais 1,80 devia ser uma estatura normal entre eles. O cabelo espartano era uma madeixa comprida e, se damos crdito s referncias histricas, comumente loira. Os espartanos deixavam crescer a barba e se esmeravam em seu cuidado, pois para eles a barba era smbolo do homem livre e consumado que escolhe sua vida. Seus rostos escuros deviam apresentar um aspecto duro e uma expresso filme e cruel, na qual ressaltariam com intensidade os olhos azuis legados por seus antepassados drios. Os animais so admirveis por sua dureza, por seu instinto, sua resistncia dor, fome, s intempries, e por sua ferocidade. Os espartanos, graas energia que s d a experincia, a motivao e o treinamento fantico e metdico, eram capazes de super-los. Mediante o auto-sacrifcio e o risco que supe o atirar-se cegamente ao desconhecido e ao extremo, eles souberam dar resposta pergunta de onde esto os limites do homem do qu capaz o homem quando uma vontade sobrenatural habita em seu interior e lana firmes razes em todo seu ser.
Tudo isso formava uma combinao aterradora ou, quando menos, inspiradora de um profundo respeito. O espartano, desde cedo, no era nenhum anjinho santarro que reprimia seus instintos primrios, mas sim um deus dualista que os cultivava com zelo. O resultado da Instruo, enfim, era o tipo do homem superior, do impassvel, imperturbvel, autoritrio e incorruptvel, do corpo duro e blindado, sem rastro de compaixo ou ternura de nenhum tipo. O espartano era o ariano elevado ao quadrado, ou talvez simplesmente o ariano quase completo, a um passo da transmutao coletiva em comunho com seus irmos. No podemos nem imaginar como eram os arianos dos tempos antigos, por sua ferocidade, vontade e dureza. Pois bem, dentre todos esses arianos de todos os tempos, o espartano foi o mais duro e realizado, o mais perfeito e o mais forte. Hoje em dia sobre a Terra no existe nada que se parea ao espartano. Os legionrios de Roma, as ordens de Cavalaria (das quais os templrios foram expresso suprema) e as SS conseguiram se aproximar, sempre sob a marca inconfundvel do Militarismo. Se algum dia voltasse a surgir um homem semelhante e surgir -,ser considerado um semideus. Porm a Sub-humanidade sentira tamanho terror frente a ele que o chamar Anticristo, pois ele parecer uma besta impiedosa, sombria, metlica e desalmada. A Instruo dos espartanos era brutal, porm de um modo ou de outro, os instrutores sempre inturam inconscientemente que essa era a melhor maneira de formar bons guerreiros. Em escala muito menor, os exrcitos modernos tambm empregam a brutalidade com o recruta: os insultos, os gritos, as ofensas, as humilhaes, os golpes e os trotes (iniciaes modernas, quando conservam o sentido) servem para que o novato se envergonhe de sua anterior personalidade, descartando-a, esquecendo-la e trocando-la por uma personalidade que , junto com a de seus camaradas, uma pea a mais do quebra-cabea que ser sua unidade. Mas ainda,
muitas vezes no so chamados por sobrenomes, mas sim por apelidos (nomes de guerra) ou por nmeros. Os exerccios extenuantes, a incomodidade, o mal-estar, o sofrimento, o medo, o estresse, a repugnncia, etc., servem para fazer sofrer o recruta e assim propiciar sua humildade e seu respeito perante o que o supera. S quando o aspirante se entregou com em sacrifcio, tocando fundo voluntariamente em seu sofrimento esforado, pode voltar a comear do zero de uma maneira nova, com uma personalidade transformada, depurada de suas imperfeies e temperada no fogo e nas marteladas de um ideal firme, fantico, sublime e sagrado. Os SS foram os ltimos grandes adeptos desse sistema, que foi herdado muito mediocremente pelas modernas unidades de elite. E tratemos um ltimo aspecto. Os castigos pblicos, as provas extremamente difceis, a vitria de cada bando, os bons resultados esportivos, etc., contribuam a reforar o prestgio da Comunidade Espartana. Por que uma comunidade no s tem prestgio, mas sim que se seus membros sentem tal prestgio interno. Essa moral, esse esprit de corps, aumentava o orgulho de pertencer a tal comunidade. Os sacrifcios a que se submetiam os membros de Esparta faziam com que todos sentissem orgulho e honra em sua contemplao. Cada vez que uma criana agentava sem se alterar uma sesso de chicotadas, cada vez que outro batia uma marca esportiva, cada vez que, com a cara destroada e as mos ensangentadas, o guerreiro vitorioso triunfava sobre si mesmo e sobre a probabilidade, a vontade de cada membro da comunidade se persuadia: Tais atos demonstram a grandeza de nossa comunidade. Orgulho-me de estar junto com estes homens e seguirei aperfeioando-me para estar a sua altura. E o orgulho e o elitismo se inflamavam como com o fogo. Quando se chamavam iguais entre eles, se sentiam mutuamente orgulhosos. E quando um dbil caa de cansado durante uma marcha, quando outro era castigado por gemer em uma briga ou sob os aoites, quando outro desmaiava de dor, quando outro no voltava j do
bosque ou do monte, quando outro falecia em uma corrida ou de fome, a mesma vontade de ao dizia: Tais atos demonstram que no qualquer um que tem a honra de pertencer a nossa comunidade, mas sim que h que conquistar esse direito. Eu quero conquistar essa honra e estou em bom caminho. E quero que os fracos se rendam, abandonem ou sejam suprimidos de nossa comunidade pelo bem da mesma e por minha prpria vaidade. Quer dizer, descartava-se aqueles que pudessem sujar a honra da palavra iguais, e tal eliminao era um sacrifcio que mantinha viva a chama do orgulho elitista. Tal grupo para a coletividade amorfa o que a matilha para o rebanho.
caso, era raro que a um jovem fosse negada a entrada a qualquer sistia. Porm no caso improvvel de ser rechaado por todas, o jovem em questo se convertia em um marginal que devia comer sozinho, pois ser rechaado at pelas sistias mais medocres implicava necessariamente que o candidato era indesejvel para seus camaradas. S lhe restava opo de limpar sua honra por meio de feitos valorosos, ou ao cair em combate. Entrar em uma sistia significava que o membro passava a ser aceito por seus iguais como um espartano com todas as obrigaes, ainda que no chegasse a adquirir os plenos direitos at os 30 anos. Quer dizer, que aps 13 anos de instruo e aps entrar para o Exrcito, havia ainda 10 anos de provao que coincidiam com a etapa de maior florescimento biolgico. Observemos que o critrio de maioridade aos 20 anos, assim como alguns outros assuntos tais como a pureza em assuntos de sexo, era compartilhado pelos alemes. Jlio Csar disse sobre eles: Desde a infncia se inclinam para o endurecimento por meio dos exerccios. O que por mais tempo se abstm de relaes sexuais colhe o maior apreo, j que pensam que isso aumenta a estatura fsica e moral. Ter tido relaes com uma mulher antes dos vinte anos para eles um dos delitos mais infamantes. Sem dvida, no existe neles hipocrisia alguma nos assuntos corpreos, dado que homens e mulheres se banham juntos e nus nos rios e se vestem de tal maneira que grande parte do corpo permanece nua. (Guerras Glicas) O dito aqui exatamente vlido tambm para os espartanos que, como arianos de tradio, bebiam das mesmas fontes que os germanos. Desde mui tenra idade, havia sofrimento, estmulos, glria e camaradagem para abrir o caminho hombridade quando esta chegasse, seguindo a moral do aids (pudor, decncia). E ainda quando havia chegado, a abstinncia sexual se mantinha at que o jovem estivesse espiritualmente em condies de tomar as
rdeas de deus instintos. A finalidade de todas aquelas fases preparatrias era acumular energia e cultivar testosterona para completar sem interferncias a alquimia biolgica que tem lugar no corpo masculino durante essa etapa. Em cada sistia se requeria que o membro colaborasse com comida, em forma de cevada, vinho, queijo, farinha, figos, marmelos e outras frutas. A carne era um luxo que se consumia somente em ocasies especiais e em escassa quantidade. Se o membro falhava reiteradamente em prover as raes, era expulso da sistia e degradado a perieco. Era fcil obter as raes: provinham da parcela de terra (kleroi ou klaros) que se designava a cada soldado, parcela de terra que no via quase nunca, que era trabalhada pelos helotas e administrada por sua esposa. Em todo o Estado de Esparta havia umas 10.000 parcelas, das quais ao redor de 6.000 estavam nos territrios conquistados a Messnia. Aos 20 anos, portanto, e aps ter entrado nessas sistias militares, os jovens se incorporavam como soldados na gloriosa Falange Espartana. Formariam parte dela, se sobreviviam, at os 60 anos, ascendendo gradualmente na escala de comando, por mritos e por experincia. Passariam a maior parte de suas vidas dedicada ao Exrcito, se bem sua poca operativa seria de 10 anos entre os 20 e os 30 -, pois a partir dos 30 lhes era permitido ir viver na casa com suas mulheres, e comeavam o desempenho de tarefas pblicas ao tornarem-se cidados e entrar na Assemblia. At ento, viviam em barraces militares e todas as suas refeies eram feitas junto a seus companheiros de sistia. Quando tinham tempo livre, observavam como iam as instrues das novas geraes e tentava ensinar-lhes coisas teis, incitar-lhes s lutas para descobrir as capacidades de cada criana e talvez inclusive aprender algo deles de vez em quando. Outras vezes se entregavam companhia dos mais velhos para aprender deles algo til, ou para escutar suas histrias e suas reflexes. As sistias eram instituies importantssimas em Esparta, pois quando os homens no estavam guerreando, estavam treinando
para guerrear melhor. E quando no, socializavam com seus camaradas nesses clubes. S em quarto lugar vinham as relaes familiares. As sistias eram presididas por uma esttua do Deus do Riso, introduzida pelo prprio Licurgo. Ali desabrochavam seu humor e suas conversas afiadas. Nelas se misturavam homens de todas as idades e condies; era impossvel, pois, a apario da brecha de gerao, posto que todas as geraes compartilhassem suas experincias e suas inquietudes. No havia distines de riqueza; unicamente o valor em si, junto com a experincia, era tido em conta na hora de avaliar um homem e respeit-lo. Unia-lhes o fato de terem superado a Instruo, de terem se submetido a privaes similares, e o fato de serem vares espartanos. Unia-lhes o orgulho de formarem a Falange junto com homens que haviam demonstrado de sobra sua dureza, sua bravura e sua retido. Isso era o que os convertia em irmos. Era de imensa importncia que cada espartano contrasse matrimnio e tivesse muitos filhos, e de fato se impunham multas e castigos por matrimnio tardio; inclusive havia um imposto para solteiros. Enquanto ao celibato, era um crime evidente em Esparta, e nem se concebia. Houve ocasies nas quais grupos de garotas espartanas fanticas perambulavam dando surras em vares solteiros que tivessem certa idade. Outros testemunhos narram como no Inverno os solteiros, solteiras e casais sem filhos eram desnudados e obrigados a marchar pelo centro da cidade cantando uma cano sobre a justia de sua humilhao, j que haviam faltado com as leis. Ser solteiro a certa idade ao redor dos 25 era um oprbrio comparvel covardia em combate, j que a feminilidade espartana era completamente sadia, pura e treinada para constituir esposas exemplares e mes orgulhosas. Eram mulheres que estavam perfeitamente altura de um espartano. Sob o ponto de vista natural que regia em Esparta, era um delito que existindo jovens arianas perfeitamente ss, um jovem privasse a Raa de uma descendncia que esta reclamava como direito.
Plutarco conta outra anedota reveladora. Um famoso e respeitado general espartano chamado Derclidas entrou em uma reunio e um dos jovens espartanos se negou a ceder-lhe seu assento como era cabvel, por que tu no deixaste um filho que o ceda a mim. O jovem no foi repreendido nem castigado, por que tinha razo. Se favorecia a alta natalidade mediante incentivos e prmios s famlias numerosas, ademais da liberao de pagamentos comunais a aqueles que tinham mais de quatro filhos sadios (comparar com as SS). Isso, junto com a obrigao prtica de contrair matrimnio, tinha como objetivo o favorecer a multiplicao da estirpe espartana. Assimilemos, em todo caso, que o crescimento da populao espartana no devia ser to elevado como muitos imaginam, por que ainda que se tivessem abundantes filhos, muitos morriam na seleo eugnica e na criao infantil, e outros durante a mortal Instruo. A filosofia espartana em respeito ao suprfluo era: se no imprescindvel, um estorvo. Tudo o que no era necessrio para a sobrevivncia era desterrado com desprezo. As jias, os adornos, os desenhos extravagantes, as cores berrantes e demais obstculos e distraes, foram extirpados de Esparta. O luxo e a decorao eram inexistentes. Aos espartanos era estritamente proibido comercializar com ouro ou prata, e at mesmo sua posse era duramente castigada, assim como sua utilizao em forma de adornos ou jias. O prprio Estado Espartano se negou a fabricar moedas de qualquer tipo. Como ferramenta de intercmbio de bens (ou seja, como dinheiro), utilizava barras de ferro, pois eram to grandes, feias e pesadas que poucos iriam querer aambarc-las, acumul-las, escond-las ou possu-las (eu acrescentaria tambm cont-las, acarici-las e observ-las com excitao como faziam os sediciosos com as belas moedas de ouro), e ademais, as barras no eram aceitas fora de Esparta.
Plutarco disse, a propsito da moeda de Esparta, que nem se podiam comprar com ela objetos estrangeiros de qualquer preo, nem entrava nos portos navio de comrcio, nem se aproximava da Lacnia sofista tagarela, ou lisonjeiro, ou traficante de mulheres, ou artfice de ouro e prata. Em resumo, no era fcil trapacear com esse dinheiro, nem traficar, subornar, roubar, contrabandear ou entrar em tratos com estrangeiros, nem podiam aparecer vcios como o jogo ou a prostituio. O sedicioso era posto em evidncia, j que necessitava de uma granja inteira para guardar sua fortuna. E para evitar que algum cortasse as barras para manej-las e escond-las, os fabricantes dessas quando estavam em vermelho vivo as submergia no vinagre, o que fazia com que perdessem a ductilidade e no pudessem ser trabalhadas nem moldadas. No resisto em assinalar que a utilizao de ferro como ferramenta de intercmbio de bens em Esparta arquetpica e simblica. Enquanto os demais Estados se abstraam com o ouro, Esparta adotava o rude ferro. Enquanto outros Estados, mais suaves, tentavam recriar a Idade de Ouro em sua pattica, passiva e nostlgica narcose, Esparta se adaptava aos duros tempos da Idade do Ferro e se preparava para um final glorioso. Isso um grande exemplo para ns, e nos ensinar que a esse mundo no se vm para recrear-se em contemplaes, mas sim para combater em uma luta dura e esforada. Esparta, realmente, foi uma autntica filha da Idade do Ferro, uma jia entre fermentos de decomposio e luzes outonais do entardecer. Era em Esparta onde se havia conseguido a compreenso de um tipo de sabedoria superior no a sabedoria urea, j senil, mas sim a nova sabedoria do ferro, purificada e elevada. Esparta foi a nica capaz de dizer ao mundo e ao tempo: Que assim seja!. Esparta foi a nica que soube reconhecer estamos em guerra permanente, e escolheu fazer viverem seus homens em estado de luta perptua. O resultado foi um povo brutal e autoritrio perfeitamente adaptado, pois, Idade do Ferro.
Graas a todas as medidas de sobriedade, simplicidade e austeridade, Esparta se livrou de cosmopolitas, falsos adivinhos, joalheiros, mercadores, farsantes, traficantes e demais escria mediterrneo-etrusca/semtico-fencia, que se negavam a passar por um Estado onde o dinheiro praticamente no existia, e o pouco que existia era uma carga indesejvel para seu dono, e seus habitantes eram todos soldados orgulhosos, puros, racistas e incorruptveis. Plutarco disse que para os espartanos o dinheiro carecia por completo de interesse ou apreo. Tanto o desprezo dos prazeres materiais passageiros como do dinheiro em si nos assinala uma sociedade ariana asctica, anti-materialista e anti-hedonista. Nietzsche repetia, como outros mestres arianos: Quem possui pouco no corre o perigo de que possuam a ele. Louvada seja essa pobreza simples! Aos espartanos era ensinado que a prpria civilizao, com seus luxos, suas comodidades, suas riquezas, sua moleza, sua concupiscncia e complacncia, era um fator de dissoluo, algo certificado inmeras vezes por Schopenhauer e tambm por Nietzsche, que admirava o mundo ascendente e no-contaminado dos brbaros, dos quais os espartanos eram a expresso mxima, mais depura e aperfeioada. E qual era a expresso do mximo vcio e luxo alcanado por uma civilizao outrora admirvel, porm logo decadente? Babilnia. E Babilnia teve uma influncia decisiva em toda sia Menor, nos jnios (e, portanto em Atenas), nos persas, nos fencios e nos judeus. Porm Esparta no se deixava contaminar por essa perigosa escria oriental, primeiramente por que j contava com a abundante mo-de-obra dos helotas e ademais por que por razes raciais no permitia a imigrao nem o trfico de escravos. Esparta via a si mesma como depositria dos costumes ancestrais helnicos em geral, e drios em particular, e assim viam tambm os demais povos da Hlade salvo Atenas. A partir dos 25 anos era permitido aos espartanos que comessem
com suas mulheres ocasionalmente. A partir dos 30 anos (idade a partir da qual decai no corpo o hormnio do crescimento), a disciplina do espartano se relaxava, especialmente nos aspectos mais comunais. Abandonava, pois, os barraces militares e ia viver em sua casa com sua mulher e seus filhos (ainda que a essas alturas provavelmente alguns de seus filhos vares estariam j sob tutela estatal e sofrendo a infernal Instruo). A essa idade de 30, os espartanos se integravam na Assemblia, um organismo popular (ainda que lembremos que esse povo era em si mesmo uma aristocracia) que veremos mais adiante, desempenhando alguma tarefa de responsabilidade estatal que lhes fosse dada, como comandos no Exrcito, harmostas entre os periecos, emissrios de Esparta em outros Estados, etc. Passavam, pois, a serem cidados com todos os direitos e com todos os deveres. A partir dos 60 anos, se chegava a essa idade, caso se oferecesse, e se tinha a honra de ser selecionado, o espartano passava a formar parte do Senado. Ser senador era vitalcio. Os ancies espartanos gozavam de um respeito incomensurvel por parte de seus compatriotas, que veneravam incondicionalmente a seus mais velhos como depositrios de sabedoria e experincia, e como nexo que une o passado com o presente, assim com a juventude o vnculo que une o presente com o futuro. Os espartanos veneravam os mais velhos at mesmo quando no eram espartanos. Como exemplo disso, temos uma anedota que sucedeu no teatro de Atenas enquanto uns embaixadores espartanos se encontravam l dentro: Entrou no teatro um ancio e nenhum ateniense se levantou para ceder-lhe assento, fingindo-se de distrados. Ainda assim, quando chegou perto do posto de honra dos embaixadores espartanos, todos eles se levantaram em unssono para ceder-lhe o lugar. Ento, o pblico ateniense aplaudiu o nobre gesto. Um dos espartanos comentou que todos os gregos conhecem os bons costumes, porm s os espartanos se comportam de acordo com eles.
10 As Espartanas e o Matrimnio
Assim como quero que sejam o homem e a mulher: um, capaz de guerrear; a outra, capaz de dar a luz... (Nietzsche, Assim Falou Zaratustra, Terceira Parte, As Velhas e Novas Tbuas, 24) O que eu quero que sejam tua vitria e tua liberdade as que desejem um filho, j que a elas hs de erigir monumentos vivos. Deves edificar por cima de ti, porm antes hs de ser tu um edifcio bem construdo em corpo e alma. Reproduzir-te h de ser um criar algo que seja superior a ti. Para isso h de te ajudar o matrimnio. [...] Essa vontade que te impulsiona ao matrimnio, essa sede de criador, essa flecha e esse desejo que apontam ao super-homem, meu irmo? Sim? Em tal caso considero que essa vontade e esse matrimnio so algo santo. (Nietzsche, Assim Falou Zaratustra, Primeira Parte, Os filhos e o matrimnio) At aqui se examinou com detalhes o homem espartano, porm agora momento de nos perguntarmos pela mulher espartana e dirigir a ela nossa ateno. As espartanas foram a mais ntida representao da mulher ariana de honra na Idade de Ferro, criadas sob um sistema aperfeioado que punha para reluzir suas mais nobres virtudes. um paradoxo o fato de que, sob um perfeito patriarcado, as mulheres gozassem de amplas liberdades? sem sentido que, em um estado militarista onde as mulheres no deviam ter papel, tivessem as mulheres mais direitos que em qualquer outro Estado grego? Alfred Rosenberg disse: Esparta oferecia o exemplo de um Estado bem disciplinado, e estava carente de qualquer influncia feminina. Os reis e os foros formavam o poder absoluto, a essncia do qual era a manuteno e a expanso desse poder mediante o incremento do estrato
superior drio com seu aspecto disciplinado. (O Mito do Sculo XX, Livro Trs, Captulo II.) Os arianos so uma raa totalmente patriarcal, cuja palavra mais representativa Ptria, proveniente do latim pater (padre) a palavra representativa de mater (me) matria. Esparta mesmo era viril e patriarcal at a medula, porm como veremos, os espartanos no eram de modo algum injustos ou opressores com suas mulheres, ao invs estas gozavam de uma liberdade impossvel em sociedades matriarcais, onde tudo se centra no materialismo e o desfrute de gozos terrenos passageiros, e a mulher passa a ser uma cortes, um objeto passivo de desfrute e de culto distorcido, cuja idealizao est plasmada nas conhecidas Vnus dos promscuos povos matriarcais figuras de mulheres horrivelmente obesas e que representavam a beleza e a fertilidade para estes escravos deprimidos espiritual e fisiologicamente. Esparta, um estado to duro e to viril, era o mais justo da Hlade em tudo o que concernia as suas mulheres, e no precisamente porqu fossem aduladas e mal-criadas como em nossos tempos. Esparta foi o nico Estado helnico que instituiu uma poltica de educao feminina margem dos conhecimentos do lar e das crianas que toda mulher devia possuir. Foi por isso mesmo o Estado com maior ndice de alfabetizao de toda Hlade, pois s meninas espartanas lhes era ensinado a ler assim como os seus irmos, diferentemente do resto da Grcia, onde as mulheres eram analfabetas. Na prpria Esparta havia mais mulheres do que homens, por que sua eugenia no era to severa, por que no passavam pela horrvel experincia da Instruo, por que no caam em combate e por que os homens no raro estavam realizando manobras militares ou em campanha. Os espartanos que pensavam em seu lar deviam, pois, sempre pensar em termos de me, irms, esposa e filhas: a Ptria, o ideal sagrado, tinha um carter feminino. Proteger a Ptria equivalia a proteger suas mulheres. Os homens no se protegiam a si mesmos: eles eram a couraa distante que
defendia o corao, o ncleo sagrado, e se imolavam em honra desse corao. As mulheres representavam o crculo interior, enquanto que os homens representavam a muralha externa protetora. As meninas espartanas recebiam comida na mesma quantidade e qualidade que seus irmos, o que no sucedia nos Estados democratas da Grcia, onde os melhores alimentos eram para os vares. Eram colocadas sob um sistema educativo similar ao dos homens e que favorecia as aptides de fora, sade, agilidade e dureza, sendo educadas em classes e ao ar livre, porm eram treinadas por mulheres, e no lhes era inculcado esse cego fanatismo de superao, sacrifcio e vontade, esse sentimento de ser uma sonda lanada no abismo sentimento que, no caso dos espartanos, roava o af de auto-destruio. No caso das meninas, a nfase era mais colocada no domnio de suas emoes, no controle dos sentimentos e no cultivo do instinto materno. Favorecia-se, ao invs, que as jovens treinassem esportivamente com os jovens, pois se pretendia que os vares as animassem a se superar nos esforos fsicos. A dureza, a severidade e a disciplina da educao feminina eram, em todo caso, muito inferiores s da Instruo dos vares, e se insistia muito menos no domnio do sofrimento e da dor, assim como na agressividade. As meninas espartanas no eram castigadas com a mesma crueldade com a que se castigavam os meninos, nem eram arrancadas de seus lares quando completavam os sete anos. Aps vermos a proeza quase sobrenatural que supunha a superao da instruo masculina, a educao das meninas, apesar de ser exemplar, no impressiona. A que se deve tudo isso, parte do fato de que os homens militavam todos no Exrcito e precisavam portanto de maior autocontrole e disciplina? Simplesmente, o varo uma bomba-relgio. Em seu interior fermentam e ardem todo tipo de energias, foras e essncias que, caso no sejam canalizadas, resultam negativas quando se vertem
para fora, pois essas foras procedem do lado escuro e sua primeira inclinao o caos e a destruio. A agressividade do homem, seu instinto de matar, sua tendncia a possuir, dominar e submeter, seu grande impulso sexual, sua maior fora, bravura, potncia, vontade, dureza e resistncia, faz com que os homens tenham que ser submetidos a uma disciplina especial que cultive e canalize essas energias, especialmente quando se trata de homens jovens e sadios de instintos naturais poderosos, sob pena de que seus espritos sofram um enorme perigo. O ascetismo em si (como o sacrifcio) algo muito mais prprio do homem que da mulher. De fato, a mulher ariana jamais esteve submetida a sistemas disciplinares to severos como os dos antigos exrcitos. Era considerada pelos homens de antanho como uma criatura mais mgica, pois no lhe estorvavam os rugidos da besta interior. Por todas essas razes, era justo que a educao masculina fosse mais severa e rigorosa que a feminina, pois assim que se treina a besta. Melhor educar aos homens, ps Nietzsche nas palavras de um sbio ao qual sugeriram impor disciplinar s mulheres. As foras masculinas, pois, s resultam negativas quando no so canalizadas nem conduzidas, e quando o so, conquistam proezas divinas, impossveis para quem no homem. O principal na formao feminina era a educao fsica e a socialista, que consagrava suas vidas a sua Ptria como os homens, s que em seu caso o dever no era derramar seu sangue no campo de batalha, mas sim manter vivo o lar, proporcionar uma prognie sadia e forte a sua estirpe, e cri-la com sabedoria e esmero. Iluminar, dar a luz, esse o fruto do instinto feminino que renova a Raa; essa era a misso que era ensinada s meninas de Esparta. As espartanas corriam, lutavam boxe, e faziam luta livre, ademais do lanamento de dardo e de disco, natao, ginstica e dana.
Ainda que sim, participassem nos torneios desportivos espartanos, estavam proibidas de faz-lo nos Jogos Olmpicos por culpa do rechao dos demais povos helnicos, infectados pela mentalidade pr-ariana segundo a qual uma senhorita deve se colocar entre quatro paredes at se converter em uma dessas mencionadas Vnus obesas, adoradas pelos antigos povos matriarcais como modelo de beleza feminina. Vemos que, enquanto as esculturas gregas representam bem o ideal de beleza masculina (pense-se no discbolo de Mirn), no se aproximam minimamente ao ideal de beleza feminina: todas as esttuas femininas representam a mulheres amorfas, pouco sadias, pouco naturais e nada atlticas, ainda que de traos faciais perfeitos. Se os espartanos nos tivessem legado esculturas de mulheres, teriam representado muito melhor seu ideal de beleza, pois eles, diferena dos demais helenos, sim possuam um ideal feminino claramente definido, e sabiam claramente como tinha que ser uma mulher para eles. Muitos povos arianos, ao entrar em contato com o lixo matriarcal, adotaram exageradamente um patriarcado mal assimilado que pretendia prevenir que a sociedade tradicional-patriarcal degenerasse em decadente-matriarcal, e cujo signo distintivo era o desprezo pela mulher e a anulao do seu carter. Isso ocorreu em outros Estados helnicos e tambm posteriormente em Roma, porm a Esparta no lhe fez falta reagir assim. Enquanto austeridade feminina, era tambm pronunciada (ainda que nem tanto como a praticada pelos homens), especialmente se a compararmos com a conduta das demais gregas, j aficionadas s cores, superficialidade, s decoraes, aos objetos, e j com esse indcio de consumismo tipicamente feminino. As espartanas nem ao menos conheciam os extravagantes tecidos procedentes do Oriente, e deviam portar, como smbolo de sua disciplina, o cabelo amarrado com simplicidade sem dvida era tambm o mais prtico para uma vida de intensa atividade desportiva.
Assim mesmo, todo tipo de maquiagens, adornos, jias e perfumes eram desconhecidos e desnecessrios para as mulheres de Esparta, que desprezavam com altivez toda essa repugnante parafernlia meridional. Sneca disse que a virtude no precisa de adornos; ela tem em si mesmo seu mximo ornato. As espartanas deviam pensar assim. Um dos objetivos de criar mulheres ss e geis era que os bebs espartanos, crescendo no seio de corpos slidos, nascessem promissores. Segundo Plutarco, Licurgo exercitou os corpos das donzelas em correr, lutar, arremessar o disco e atirar com o arco, para que a gerao dos filhos, tomando princpio em corpos robustos, brotasse com mais fora; e levando elas os partos com vigor, estivessem dispostas para agentar alegre e facilmente as dores. As espartanas eram preparadas, desde pequenas, para o parto e para a etapa na qual seriam mes, ensinando-lhes a maneira correta de educar um pequeno para que chegasse a ser um verdadeiro espartano. Durante essa aprendizagem, as espartanas muitas vezes atuavam como babs e assim adquiriam experincia para quando elas recebessem a iniciao da maternidade. Contraam matrimnio a partir dos 20 anos, e no se casavam com homens que as superassem muito em idade (como sim sucedia no resto da Grcia), mas sim com homens de sua idade ou 5 anos mais velhos, ou mais novos, que elas no mximo, j que a diferena de idades nos membros de um matrimnio estava muito mal vista pois sabotava a durao da etapa frtil da parelha. No se permitia nem por suposio a aberrao de casar meninas de 15 anos com homens de 30, aberrao que, repetimos, sim se deu em outros Estados helnicos, onde os pais chegavam a forar unies cuja diferena de idade era de uma gerao. (O prprio Plato, ainda que mais moderado, incorreu em um equvoco quando predicou que a flor da vida era aos 30 anos para o homem e aos 20 para a mulher.)
Tampouco se permitia em Esparta outra abominao, que consistia em casar as jovens com seus prprios tios ou primos para manter a riqueza hereditria dentro da famlia, em uma mentalidade completamente oriental, endogmica, anti-ariana e antinatural. Outras prticas, como a prostituio ou o estupro, nem mesmo eram concebidas, assim como o adultrio. A um espartano chamado Geradas, um forasteiro lhe perguntou que pena se aplicava em Esparta aos adlteros. Geradas lhe respondeu: Entre ns, hspede, no os h. E o estrangeiro insistiu de novo: E caso houvesse? Geradas respondeu: Pagam um touro to grande, que por cima do Taigeto beba do Eurotas. O forasteiro, confuso, disse: Como pode haver touro to grande? Geradas sorriu: E como pode haver um adltero em Esparta? Nos demais Estados gregos, a nudez masculina era comum em atividades religiosas e desportivas, e isso era signo de sua soberba e de seu orgulho. A nudez feminina, por sua vez, estava proscrita em similar medida que a prpria presena feminina em ditos atos. Porm nessas procisses, cerimnias religiosas, festas e atividades desportivas de Esparta, as jovens iam to nuas quanto os jovens. Cada no durante a Gymnopedia, que durava 10 dias, a juventude espartana de ambos os sexos competia em torneios desportivos e danava nua. Hoje em dia atividades nudistas desse tipo seriam ridculas por que a nudez das pessoas repelente; seus corpos so flcidos e carecem de formas normais. O indivduo moderno tende a considerar um corpo atltico como um corpo sobressalente, quando um corpo atltico um corpo natural e normal, e so o resto dos tipos fsicos atrofiados e no-exercitados os que no so normais. Recordemos a reflexo nietzscheana: Um homem nu considerado em geral como um espetculo vergonhoso. Ainda assim, naquela poca, presenciar semelhante demonstrao de sade, agilidade, fora, beleza, musculatura e boas constituies devia inspirar um autntico respeito e orgulho de estirpe, um sentimento seleto que e ser sempre pago.
Os helenos dos Estados democratas alegaram em seu dia que a presena da nudez feminina poderia causar olhares lascivos, porm o certo que os espartanos tomavam tudo aquilo com simples naturalidade, despreocupao e alegria pag. Ademais, as jovens espartanas que identificavam um admirador abobado lanavam-lhe uma hbil ladainha de brincadeiras que o deixavam em ridculo diante de todo um estdio repleto de solenes autoridades e atento povo. Em algumas cerimnias, as jovens cantavam sobre os vares que haviam realizado grandes proezas, ou infamavam ao que havia se conduzido mal. Elas eram, de alguma maneira, a voz exigente do inconsciente coletivo espartano. Elas eram a polcia da virilidade, as guardis que velavam pelo arrojo e pela conduta dos homens. No s era nas canes que vertiam suas opinies, mas sim na vida pblica: no deixavam passar nada, no eram indulgentes, mas sim que criticavam sempre ao covarde e elogiavam o valente. Para os homens de honra, as opinies sobre o valor e a hombridade que tinham mais importncia se procediam de vozes femininas, dignas de respeito: assim as crticas eram mais pungentes e os elogios mais revigorantes (segundo Plutarco, as espartanas engendravam nos jovens uma ambio e emulao laudveis). por isso que, no caso dos espartanos, as relaes com as mulheres no os amoleciam, mas sim os endureciam ainda mais pois eles preferiam ser valentes e conquistar a adorao de tais mulheres. E qual foi o resultado da educao patriarcal espartana para as jovens? Foram uma casta de mulheres beira da perfeio, mulheres severas, discretas e orgulhosas. A feminilidade espartana tomou o aspecto de jovens atlticas, alegres e livres, porm quando necessrio, graves e sombrias. Eram, como as valqurias, a companheira perfeita do guerreiro. Eram fisicamente ativas e audazes; muito distantes, pois, do ideal de mulherobjeto e prostituda do Sistema moderno.
Em toda Hlade, as espartanas eram conhecidas por sua grande beleza, e respeitadas por sua serenidade e maturidade. O poeta Alcemno de Esparta (sculo VII AEC) dedicou uns versos a uma campe espartana que competia em corridas de carros, elogiandoa por sua cabeleira de ouro e o rosto de prata. Dois sculos mais tarde, outro poeta, Baqulides escreveu sobre as loiras lacedemnias, descrevendo-as como de cabelos de ouro. Tendo em conta que as tintas em Esparta estavam proibidas, podemos deduzir que o racismo e o instinto de Apartheid dos espartanos em relao aos gregos aborgenes era suficientemente forte como para que nada mais e nada menos setecentos anos depois da invaso dria, os cabelos loiros ainda predominassem entre a cidadania de Esparta. Em uma comdia intitulada Lisstrata, escrita pelo dramaturgo ateniense Aristfanes (444 AEC 385 AEC), h uma cena na qual uma multido de mulheres atenienses rodeia, admiradas, a uma jovem espartana chamada Lampito. Que criatura mais esplndida! dizem as atenienses. Que pele to saudvel, que corpo to firme! Outra adiciona: Nunca vi seios como esses. Homero chamou a Esparta Kalligynaika, quer dizer, Terra de Mulheres Belas. Por outro lado, no esquecemos que a lendria Helena de Tria, a mulher mais bela do mundo, foi originalmente Helena de Esparta, um ideal, inclusive uma rainha-sacerdotisa que foi roubada e que no apenas Esparta, mas sim a Grcia inteira, recuperou atravs de luta e de conquista. As mulheres espartanas eram superiores em todos os aspectos s demais mulheres de seu tempo e, sem dvida, s mulheres atuais. Inclusive em virtudes fsicas, valor e dureza superariam a maioria dos homens modernos. Sua severidade dava a melhor companhia a seus esposos e a melhor criao a seus filhos, e em troca exigia os maiores sacrifcios: uma anedota relata como uma me espartana matou seu prprio filho quando viu que era o nico sobrevivente de uma batalha e que voltava a seu lar com uma ferida nas costas quer dizer, havia dado as costas ao inimigo, havia fugido ao invs de
cumprir com seu sagrado dever e imolao gloriosa. Outra me Esparta, ao ver como seu filho fugia do combate, levantou sua tnica e perguntou com a mais impiedosa crueza, certamente se sua inteno era voltar apavorado ao lugar de onde saiu. Enquanto outras mes teriam dito pobrezinho! e teriam estendido os braos, as mes espartanas no perdoavam. Tcito escreveu que as mes e esposas dos germanos (que viviam com uma mentalidade no muito distinta da de Esparta) costumavam contar as cicatrizes de seus guerreiros, inclusive exigiam que voltassem com feridas para demonstrar sua presteza no sacrifcio por elas. Os espartanos acreditavam que em suas mulheres residia um dom divino, e no eram as espartanas quem lhes ia convencer do contrrio, de modo que procuravam estar altura da devoo que seus homens lhes professavam. Assim, as mulheres estavam convictas de que em seus homens habitava essa nobreza, valor, sinceridade, poder e retido tipicamente masculinas, junto com a noo de dever, de honra, e a disposio para o sacrifcio, e os homens procuravam tambm manter-se altura de tal ideal. De novo, encontramos que a mulher ariana antiga no amolecia seu homem, mas sim o ajudava a melhor-lo e aperfeio-lo, pois o homem sentia a necessidade de manter a integridade perante semelhantes mulheres, de modo que as mulheres se mantinham alerta e faziam o que era apropriado perante os vares, tendo presente em suas mentes que elas constituam por si mesmas ideais pelos quais seus homens estavam dispostos a se sacrificar. De tal modo, se criava um crculo vicioso. A mulher no era um motivo para abandonar a luta, mas sim precisamente um motivo para lutar com ainda mais fanatismo. Os demais gregos se indignavam por que as espartanas no tinham medo de falar em pblico, porqu tinham opinies e porqu, ademais, suas esposas as escutavam. A mesma indignao experimentaram os romanos tardios frente maior liberdade da mulher germnica. Ademais, e posto que seus homens levassem uma constante vida de acampamento militar, as mulheres espartanas (como as vikings) estavam encarregadas da administrao e do lar. Administravam os recursos da casa, a
economia e a auto-suficincia da famlia, de tal modo que os espartanos confiavam em suas mulheres para proporcionar sua sistia as raes de comida estipuladas. As mulheres espartanas (tambm como as germnicas) podiam herdar propriedade e transmiti-la, ao contrrio que o resto de mulheres gregas. Toda essa administrao domstica feminina era, como vemos, similar no direito germnico, onde as mulheres ostentavam a chave do lugar como signo de soberania sobre a casa familiar sagrada e inexpugnvel, e de sua fidelidade ao cabea da famlia. O lar o menor templo que pode ter a menor unidade de sangue, clula e base de toda a Raa: a famlia. E a portadora de sua chave tinha que ser por fora da me ariana. Uma sociedade na guerra est condenada se o lar, se a retaguarda feminina, no est com a vanguarda masculina. Todos os sacrifcios dos guerreiros so apenas um glorioso esbanjamento sem meta e sem sentido se na Ptria no h mulheres dispostas a manter o lar em funcionamento, e brindar seu apoio e nimo espiritual aos homens em campanha e, em ltima instncia, a parir novos guerreiros. Um soldado longe de seu lar, sem ptria, sem ideal e sem uma imagem feminina de referncia um modelo de perfeio, um eixo de divindade degenera imediatamente em um bandido sem honra. Ao contrrio, se capaz de interiorizar uma mstica interior e uma simbologia feminina que equilibre a brutalidade que presencia no dia a dia, seu Esprito se ver fortalecido e seu carter se enobrecer. Esparta no teve problemas nesse sentido; as espartanas eram a contraparte perfeita de um bom guerreiro. Trataremos agora do assunto das relaes maritais em Esparta, pois aps admirar como Esparta salvaguardava a honra e a liberdade de suas mulheres quando no nos sentiremos escandalizados ao saber como eram essas relaes. Em Esparta, at o matrimnio estava repleto de violncia: durante a cerimnia, o homem, armado e nu, pegava firmemente o brao de sua prometida e a levava fora enquanto ela baixava a
cabea, deixando-se levar em submisso. Isso no h de ser interpretado em um sentido literal de rapto, mas sim em sentido metafrico e ritual, o de uma entrada em cena: nas mitologias arianas sempre h numerosas referncias ao roubo, ao seqestro e a conseguinte liberao de algo santo que necessrio conquistar, ganhar o direito a possu-lo. O fogo dos deuses, o velo de ouro, as mas das Hesprides, o Graal das tradies clticas e germnicas e a Valquria adormecida so exemplos de tais imagens sagradas. Eram ideais apreciados que no se entregavam gratuitamente, mas sim que se conquistavam pela fora e pelo valor aps haverem superado durssimos obstculos, e por isso se garantia que s os mais valorosos eram capazes de arrebat-lo e possu-lo, enquanto que os dbeis e pusilnimes ficavam desqualificados na luta. Por outro lado, no se pode descobrir semelhana entre o ritual do matrimnio espartano e o sveyamvara indo-ariano, o matrimnio por rapto permitido aos guerreiros, assim como no caso das sabinas raptadas pelos latinos nas origens de Roma, e o prprio tipo de matrimnio permitido aos antigos cossacos? Na escritura indo-ariana do Mahabharata, se relata como o heri Arjuna raptou a Subhadra, como fazem os guerreiros desposando-a. Novamente, no se tratava de um rapto literal, mas bem de uma conquista do sagrado mediante o respeito e a fora, que fazia com que o sagrado casse rendido perante o jovem heri. No matrimnio espartano, pois, podemos ver como a mulher espartana era elevada categoria de ideal divino e no era entregue por seus pais a um homem escolhido por eles (como no judaico ritual moderno do matrimnio, que converte a prometida em mercadoria tribal), mas sim que o varo valoroso tinha que ganha-la. De fato, em Esparta no estava permitido que os pais tivessem a ver com os assuntos maritais dos seus filhos, mas sim que era a prpria parelha a que decidia sua unio. Deixava-se claro que para possuir a uma mulher da categoria das espartanas no valiam a riqueza, o consentimento paterno, os arranjos matrimoniais, a dialtica, a seduo ou as palavras falsas; era necessrio impressionar e arrasar, ser robusto e nobre, ser
geneticamente digno e capaz de arrebatar. Mesmo assim, a cerimnia espartana de matrimnio sombria e quase sinistra em sua direta crueza o cmulo da sociedade ariana guerreira-patriarcal, e uma das mais eloqentes e desagradveis expresses do patriarcado que regia na prpria Esparta. Esparta quis instaurar a parania militar e o ambiente de guerra perptua at no matrimnio! Do mesmo modo que as crianas tinham que procurar sua comida mediante o saque e a rapina, como simulando estar em zona inimiga, os homens adultos deviam tambm conquistar a sua escolhida como se encontrassem em territrio hostil: raptando-a, em memria de uma poca dura e perigosa que no era amvel com o romantismo e com os apaixonados, e na qual os apaixonados estavam cercados pelo perigo. Isso patenteia o pouco que tinham a ver os pais em uma trama assim: em tempos antigos, caso fosse negado o consentimento ao matrimnio, o jovem realizava uma incurso audaciosa e, com a cumplicidade de sua prometida, a raptava. Com o sistema matrimonial espartano tambm se dava a entender sutilmente que, tal e como ensina a Natureza, no qualquer um que tinha direito a uma fmea. Para poder aspirar a tal direito, era necessrio para o homem passar provas: a eugenia, a criao infantil, a Instruo, o ingresso nas sistias do Exrcito e a fidelidade mtua com uma jovem espartana de sua mesma quinta, que por sua vez se conquistava atravs da observao e do conhecimento nos acontecimentos desportivos, populares e religiosos, e de uma grande amizade cujo latente propsito amoroso devia permanecer oculto perante o resto da sociedade. Ao longo de todas essas fases, o varo espartano conquistava a sua amada, e no no sentido desfigurado de lbia e seduo retorcida, mas sim demonstrando ser digno dela, conquistando-a literalmente com sua fidelidade, sua fora, sua pacincia, seu respeito e sua valia. A mulher no conquistava, nem tinha que demonstrar nada. Ela tambm escolhia seu prometido e tinha a palavra em relao a aceitar seu futuro esposo. Em ltima instncia, era ela que por vontade prpria se entregava com cumplicidade, deixando-se raptar ritualmente pelo homem de
sua escolha, em um romantismo muito peculiar e escuro em comparao com o que nos oferece o Sistema atual, a suave candidez sentimentalide e interessada do que a modernidade faz passar por amor. Aps o ritual, a noiva era levada para a casa de seus sogros. Ali sua cabea era raspada e ela era vestida como homem. Depois, era deixada em um cmodo s escuras, espera de que chegasse o noivo. Tudo isso extremamente difcil de compreender para uma mente ocidental moderna, e no sob este ponto de vista que devemos tentar entende-lo, mas sim situando-nos na poca e tendo presentes que tanto espartano como espartana pertenciam a uma Ordem. Essa ltima fase totalmente srdida servia para inculcar nos recm-casados a noo de que a clandestinidade e a discrio de sua relao no havia terminado, e que ainda no haviam ganho o direito a desfrutar de um matrimnio normal. Para a mulher, implicava iniciao, sacrifcio e nova etapa. Era despojada de sua conscincia sedutora e de seus dotes de seduo. Para o homem, era benfico para que se apreciasse o que realmente importava em sua mulher: no a roupa, no o cabeo ou os adornos, mas sim seu corpo, seu rosto e seu carter. Levar a cabo um ato nessas condies ttricas e absolutamente hostis ao romantismo e excitao sexual era tanto para o homem como para a mulher o menos estimulante imaginvel, de modo que se acostumavam paulatinamente s sensaes fsicas derivadas do ato sexual, porm sem estmulos psicolgicos adicionais tais como uma aparncia mais feminina na mulher, e um entorno mais amvel, estmulos que tendem a boicotar a resistncia do varo, fazendo com que se abandone ao prazer e se durma nos loureiros. Portanto, essa sinistra entrada em cena era pouco estimulante sexualmente a curto prazo, porm por outro lado era muito estimulante a longo prazo, de uma forma extremamente sutil: pouco a pouco, se insuflava nos coraes dos amantes a nostalgia e o desejo por aquilo que ainda no lhes era ainda permitido. Assim, para quando j havia crescido na mulher uma abundante cabeleira, e a pseudo-clandestinidade da relao se havia
dissipado com o tempo, tanto homem como mulher eram adultos bem experimentados que sabiam o que queriam e que, a pesar disso, no haviam sofrido mngua nenhuma em seu desejo sexual, mas sim ao contrrio, estavam mais que nunca plenamente preparados para saber apreciar e aproveitar o que supunha uma relao fsica livre e saudvel. Licurgo estabeleceu que um homem devia sentir vergonha de ser visto com sua mulher em atitudes amorosas para que o encontro se levasse em privado e com a maior intimidade e paixo, j que o segredo e a hostilidade circundante favoreciam a magia da unio, o sentimento de cumplicidade e o verdadeiro romantismo, que sempre h de ter algo de secreto. O objetivo dessa medida, ademais, era favorecer a sede de verdadeiro conhecimento mtuo, a fascinao, o mistrio, o feitio, o curto-circuito sagrado entre homem e mulher, e digamos assim a excitao do proibido, para que sua relao no tivesse nada de pblico, mas sim de privado, e para propiciar que tanto o homem como a mulher no chegassem nunca a se fartar um do outro. O casal espartano devia ter, pois, uma sexualidade poderosa, que emanava dos corpos sadios e espritos puros, dando lugar a um erotismo limpo, de uma luxria positiva e necessria para a conservao da Raa. Em palavras de Xenofonte: [Licurgo] Notou, tambm, que durante a poca imediatamente posterior ao matrimnio, era corrente que o esposo coabitasse ilimitadamente com sua esposa. A regra que adotou era o oposto a isso, pois declarou coisa vergonhosa que um homem fosse visto no momento de entrar na habitao de sua mulher, ou ao abandon-la. Com essa restrio sobre o ato, era foroso que os esposos se mantivessem unidos por um maior desejo, e que o filho que em essas condies engendrassem fosse mais forte do que se estivessem j saciados um do outro. (Constituio dos lacedemnios, 1) Como, ento, se arranjavam os espartanos para estar com suas mulheres? Nas sistias, se levantavam em silncio e abandonavam a sala. Cuidando de que ningum os visse (de noite estava
proibido circular com lanterna ou iluminao de qualquer tipo, para fomentar a capacidade de se mover na escurido sem medo e com segurana), entravam em seu lar, onde encontravam sua mulher, e onde sucedia o que tivesse que suceder. Depois, o homem voltava sistia com seus camaradas de armas, envolto em um secretismo que quase roava a sordidez. Ningum se inteirava de nada. A sexualidade do casal era estritamente privada, inclusive furtiva e pseudo-clandestina, para que nenhuma pessoa pudesse interferir nela, para que a relao fosse mais vigorosa e, de novo segundo Plutarco, para que suas mentes estivessem sempre recentes no amor, por deixar em ambos a chama do desejo e da complacncia. Eram as relaes espartanas algo normal, natural ou desejvel? No. Todo o contrrio. Criava-se um clima o mais desagradvel, que dista muito de se corresponder com algum tipo de ideal ariano. Ningum em pleno juzo desejaria uma relao assim como via de aperfeioamento e refinamento. Com os espartanos, por sua vez, por sua peculiar idiossincrasia popular, essas coisas funcionavam. E, ainda assim, vemos que o tdio, a repetio, a falta de excitao e a monotonia, autnticos demnios dos casais modernos (e causa de muitas insatisfaes, infidelidades, rupturas ou perverses surgidas para romper a rotina), no eram algo comum nos matrimnios espartanos. A privacidade e discrio espartanas eram, de fato, o oposto s relaes de nossos dias, que so pura aparncia e convenincia social, e que esto baseadas no pblico, no no privado. Os espartanos compreenderam esse assunto to importante e viveram conforme a ele. Favoreciam o encontro entre homens e mulheres nos acontecimentos populares, porm quiseram que as relaes amorosas fossem estritamente privadas. Os SS tambm o compreenderam, e sobre suas tbuas de valores estamparam firmemente seu credo de unio: Reserva ao amor seu aspecto misterioso! Eles, como os espartanos, foram adeptos da tradio ariana do amor sagrado. A fora de seu amor procedia deles
mesmos diferena das infantis relaes atuais, cujo combustvel o mundo externo alheio ao casal, sem o qual o casal est vazio e no funciona. O romantismo espartano era o paradigma do amor ariano na Idade do Ferro: amor em zona hostil e em tempos difceis. As relaes matrimoniais espartanas eram exemplares, desenhadas para que o intercmbio fosse benfico. Hoje em dia, o matrimnio quase invariavelmente castra o homem, tornando-o gordo, covarde e indolente, e convertendo a mulher em uma manipuladora hedonista, caprichosa, convencida e venenosa. Em Esparta sucedia o contrrio: o matrimnio reafirmava as virtudes de homens e mulheres. Por outro lado, existiu outra polmica medida espartana que tinha a ver com a necessidade de procriar. Se um homem comeava a envelhecer e conhecia a um jovem cujas qualidades admirava, podia apresent-lo a sua esposa para que gerassem uma descendncia robusta. A mulher podia coabitar com outro homem que a aceitasse, e se este era de maior valor gentico que seu marido (quer dizer, se era melhor homem sob o ponto de vista rio-pago), isso no era considerado adultrio, mas sim um servio Raa. Do mesmo jeito, se uma mulher era estril ou comeava a decair biologicamente cedo, o esposo tinha direito a tomar uma mulher frtil que o amasse, sem que tampouco fosse considerado adltero. Na sociedade viking (que era o tipo de sociedade da qual provinham os antigos drios), se uma mulher era infiel com um homem manifestamente melhor que seu marido, no era considerada adltera. Tudo o dito pode parecer srdido e primitivo, pode parecer uma anulao do indivduo ou da ordem, e um rebaixar ao homem categoria de gado, porm frente a premente necessidade que tinha Esparta de descendncia, pouco importavam os egostas desejos individuais. s foras da Natureza e da Raa, os caprichos pessoais os traem sem preocupao. O que importa que a descendncia seja sadia e robusta, e que jamais se extinga a torrente de filhos. Portanto, se instauravam essas medidas que, em
um povo indisciplinado teriam causado o caos, porm aos espartanos, acostumados discrio e ordem, no causava problema algum. Por outro lado, h que evitar cair no erro de pensar que todos os casais eram soltos. O normal na imensa maioria dos casos era que ambos os membros do casal fossem sadios e frteis, e no precisassem de assistncia. Como era considerado o parto em Esparta, no marco dessa mentalidade natural? Um bom modo de explic-lo citando um lema fascista que reza: O parto para a fmea o que a guerra para o macho. O dever dos homens era sacrificar suas foras no dia a dia e derramar seu sangue no campo de batalha, e o das mulheres se esforarem para dar a luz a filhos sadios e cri-los. Desde pequenas, era o dever sagrado que lhes havia sido inculcado. Nesse entorno, uma espartana que se negasse a parir teria sido to mal vista como um espartano que se negasse a lutar, pois a mulher que se nega a parir sabota o sacrifcio do jovem guerreiro de igual modo que o homem que se nega a defender seu lar sabota o esforo da jovem me que d a luz e ilumina a casa por dentro. Teria sido mais que um sacrilgio, mais que uma traio. rtemis, a divindade feminina mais venerada em Esparta, era entre outras coisas, Deusa do Parto, e era invocada pelas jovens quando chegava o momento de dar a luz. Em todo caso, o parto para as mulheres espartanas no devia ser um transe muito sofrido, em primeiro lugar porqu desde pequenas endureciam seu corpo e exercitavam os msculos que as ajudariam a parir, em segundo lugar porqu concebiam seus filhos enquanto eram jovens e fortes, e em terceiro lugar porqu pariam sob a alegre e orgulhosa motivao do dever, auxiliadas por um conhecimento e uma medicina naturais, confirmadas por muitas geraes de mes espartanas. A grande liberdade feminina em Esparta no implicou que s mulheres fossem entregues postos de liderana do poder. A mulher no era condutora, mas sim inspiradora, geradora. No
dominava, mas sim influenciava sutilmente, reafirmando o carter dos homens. O poder era coisa de homens, e essa obsesso pelo poder material que se mostra em crculos pseudo-feministas e New-Age algo enfermio quando se trata de mulheres. Uma mulher ariana podia ser sacerdotisa ou rainha, porm no se imiscua nos assuntos de mando poltico e guerreiro, por que isso significaria tomar um papel associado ao lado masculino. A mulher ariana era um ideal puro que devia manter-se apartada a todo custo do lado sujo da poltica, do mando e da guerra, porm sempre presente na sociedade e no pensamento do guerreiro, pois ali era onde residia o misterioso poder da mulher ariana que tanto aterrava a Judiaria e aos eunucos espirituais que, durante a caa s bruxas, cometeram o sacrilgio supremo de queimar o enforcar a centenas de milhares de mulheres europias de bom sangue ariano, torturando a muitas outras at a loucura ou a morte. Era na mente do homem onde a mulher se convertia em condutora, e no no sentido baixo-sexual que promoveu o Sistema com sua inverso, mas sim no sentido de amor-memria (enquanto Minne) e inspirao. Rainha Gorgo de Esparta, esposa do imortal Rei Lenidas, uma mulher estrangeira lhe disse uma vez que s as mulheres espartanas conservavam ainda alguma influncia de verdade sobre os homens, e a Rainha o contestou: Por que somos as nicas que damos a luz a homens de verdade. Novamente, as mulheres espartanas tinham influncia sobre os homens, porm no poder. Nas antigas assemblias escandinavas, como exemplo do valor da influncia feminina, s se permitia votar aos vares casados: o homem era o que tomava as decises, porm se assumia que no era completo at que tinha a seu lado um esprito complementar feminino que lhe transmitisse certa magia no dia a dia e lhe inspirasse em suas reflexes, e at ento no se lhe permitia votar. Na prtica, cada matrimnio era um voto. Por outro lado, nos demais Estados helnicos (como nos pases rabes modernos) se havia desterrado a presena feminina,
desequilibrando a mentalidade e a conduta do guerreiro e facilitando finalmente a apario da homossexualidade to comum entre esses povos. Todo esse assunto da femininidade espartana era realmente inconcebvel no resto da Grcia. Os atenienses chamavam s espartanas fainomrides, quer dizer, as que ensinam os msculos, como censura a sua liberdade de vestimenta. Isso era devido a que as espartanas usavam todavia o antigo peplos drio, que estava aberto nas costas at a cintura. Era parte de uma moda feminina mais cmoda e ligeira que a do resto das gregas, uma moda carente de detalhes extravagantes, maquiagens, jias ou perfumes; era uma moda para mulheres sadias. Porm, o resto da Hlade, no que concerne as mulheres, estava j infectada pelos costumes orientais, que as mantinham permanentemente encerradas em casa, onde seus corpos se debilitavam e seus espritos adoeciam. Isso, como disse antes, ocorreu tambm como reao inconsciente e injusta contra a possibilidade de que a influncia oriental chegasse a se consumar, convertendo o patriarcado helnico em um matriarcado. O resultado foi um patriarcado-aberrao, como em certo modo o so as sociedades de judeus, rabes ou ciganos. Os prprios atenienses jamais teriam podido conceber que as mulheres exibissem sua nudez em pblico, ainda que os vares sim o faziam comumente. O poeta ateniense Eurpides (480 AEC 406 AEC) se escandalizava frente o fato de que as filhas dos espartanos saem de suas casas e se misturam com os homens mostrando os msculos. O resto de gregos tinha as espartanas como criaturas fascinantes, porm intimidadoras, no s por sua atitude altiva, mas sim por que conheciam homens de uma categoria impressionante, com o qu desprezavam aqueles que no estavam a tal altura.
11 O Poder Espartano
Me ocorreu um dia que Esparta, ainda estando entre os Estados menos povoados, sem dvida a cidade mais poderosa e mais clebra da Grcia, e me perguntei como havia sucedido isso. Mas, quando considerei as instituies dos espartanos, deixei de me perguntar. (Xenofonte, Constituio dos Lacedemnios, 1) O poder espartano no era uma fria mquina burocrtica que desconhecia as paixes e os impulsos. Era um ser espiritual que havia lanado razes na alma de cada espartano, que estava vivo e que tinha uma vontade prpria. Os lderes espartanos mediam sua qualidade para saber se eram capazes de serem dignos receptculos e transmissores de tal vontade, e esse precisamente era o objetivo de seu treinamento e de sua disciplina: converter-se nas ferramentas por meio das quais o Poder Espartano, intangvel, porm irresistvel, se materializava sobre a Terra e manifestava sua vontade. Toda a organizao do poder espartano to singular e exemplar que merece que nos centremos agora em suas vrias instituies polticas por separado aps havermos nos ocupado j da Criao, da Instruo e do Exrcito, que constituam instituies por si mesmas. 11 A) A Diarquia O Governo espartano estava encabeado por dois reis que regiam juntos, sendo chefes do poder poltico e, ademais, religioso, desempenhando os trabalhos de sumo-sacerdotes, e comandantes do Exrcito. Esse curioso signo de poder bicfalo gmeo no vem justificado apenas por que assim um rei controlava a autoridade do outro, mas sim por ser um trao simblico, involudo (recordemos a Rmulo e Remo) dos reis hiperbreos da Antiguidade, que regiam junto a seu outro Eu, que lhes proporcionava a infalibilidade sagrada e que respondia quando
eles falhavam. No caso de Esparta, ambos os reis estavam simbolicamente relacionados no culto religiosos com os mticos gmeos Castor e Plux.
Cada Rei de Esparta escolhia dos representantes seus perante o Orculo de Delfos. Em tempos de guerra s um dos reis ia com o Exrcito, enquanto o outro permanecia governando em Esparta. O rei beligerante tinha a obrigao de ser o primeiro em marchar guerra e o ltimo a voltar. Em combate, ademais, o rei se situava no posto de maior risco, quer dizer, na primeira fila da extrema direita da Falange. Explicamos-nos: na primeira fila da Falange (composta exclusivamente de oficiais), os escudos formavam uma muralha. Como os escudos se empunhavam com o brao esquerdo e as armas com o direito, o escudo protegia o lado esquerdo do portador e o direito do camarada contguo, e por isso era um grande smbolo do companheirismo, pois a proteo do lado direito dependia do camarada adjacente. Por isso mesmo, o guerreiro que estivesse no extremo da direita carecia do escudo de um companheiro que protegesse seu lado direito, e por isso deveria ser algum especialmente intrpido: era o posto real. Era tradio que o rei e os comandantes que guerreavam se rodeassem de uma guarda de elite de 300 homens seletos (os Hippeis). Diz-se de um espartano que aspirava a esse corpo e que, incompreensivelmente, se alegrou quando lhe informaram que no havia sido admitido nele. Um estrangeiro, no acostumado com os costumes espartanos, perguntou-lhe por que se alegrava e o espartano lhe respondeu, com a maior sinceridade, que se alegrava por que sua Ptria estava muito bem protegida se contava com trezentos homens melhores do que ele. Isso era autntico patriotismo. Na guarda seleta havia sempre, ao menos, um espartano que tivesse sido coroado nos Jogos Olmpicos; e certamente no faltavam campees em Esparta, pois nos diversos Jogos Olmpicos desde 720 AEC a 576 AEC, de 81 ganhadores conhecidos, 46 (mais da metade) foram espartanos, e de 36
ganhadores de corridas a p, 21 foram espartanos, sendo que Esparta era o Estado menos povoado da Grcia e que seus homens no eram atletas profissionais especializados em uma disciplina concreta em tempo integral, mas sim soldados para os quais o atletismo em geral era uma mera diverso. Houve um lutador espartano ao qual se tentou subornar para que perdesse em uma competio durante os Jogos Olmpicos. Aps ter rechaado o suborno e vencido o combate, lhe perguntaram: Espartano, que prmio voc ganhou com tua vitria? E esse respondeu com um sorriso de orelha a orelha: Lutarei contra o Inimigo ao lado do meu Rei. Os vencedores nos Jogos Olmpicos eram considerados como tendo sido tocados pelos Deuses. Os primeiros reis de Esparta propriamente ditos haviam sido os filhos gmeos do Rei Aristodemo. Isso se refere tambm ao trao lendrio que descrevi. Posteriormente, cada rei procedia de uma famlia espartana antiga e lendria, a dos gidas e dos Prclidas, que afirmavam ambos descender de Hrcules, ainda que a dos gidas era um pouco mais venerada em virtude de sua maior antiguidade. As famlias davam a entender que sua origem era semidivina, procedente de Deuses ou, mais ainda, de um semideus que conquistou a Divindade. Nos cultos religiosos, os Reis se relacionavam com os mencionados Gmeos Discuros, Castor e Plux, gigantes sobrenaturais dotados de sentidos superdesenvolvidos, filhos de Zeus, membros da Mnnerbund dos Argonautas, e que mitologicamente foram os primeiros Reis de Esparta. Por estranho que pudesse parecer, em toda a Hlade, a monarquia espartana era considerada como a mais antiga do mundo inteiro, descendentes de uma remotssima linhagem que se remontava aos mesmssimos Deuses e antiga ptria hiperbrea dos distantes ancestrais helenos, entre as geleiras. Resumindo, a monarquia de Esparta tinha um carter mstico e sagrado que impregnava seus sditos e lhes inspirava na superao. Os Reis eram considerados, assim, como a encarnao de tudo quanto o povo espartano tinha de divino.
11 B) O Eforato Abaixo dos Reis (ainda que na prtica mais poderoso) havia um gabinete de cinco ephoroi (foros), chamado Eforato. Originalmente eram os sumo-sacerdotes de cada um dos cinco povos, bairros ou guarnies militares que conformavam Esparta, porm seu poder foi crescendo paulatinamente, pois uma vez desaparecido Licurgo, eles passaram a substituir de alguma maneira sua importantssima presena autoritria. O Eforato era a instituio mais poderosa de Esparta. Dirigia a Eugenia, a Criao, a Instruio, o Exrcito, a poltica externa, etc, e tinha ademais poder para vetar qualquer deciso que sasse do Senado ou da Assemblia. Atuavam como juzes supremos e presidiam as reunies e assemblias diplomticas. Dois foros acompanhavam sempre o rei que estivesse em campanha, e tinham potestade para chamar os reis em sua presena a fim de pedir explicaes de sua conduta se atuavam mal. Inclusive tinham poder para prend-los ou dep-los caso fosse necessrio, porm necessitavam para isso de uma autorizao divina, por meio de um Orculo. Os foros nem se quer se colocavam de p perante a presena dos Reis, e se podia dizer que eram os supervisores doa mesmos, que velavam para que nenhum rei dormisse nos lauris, ou casse na tirania. Os foros tinham um poder absoluto que lhes permitia decidir sobre a vida de qualquer sdito e intervir nos assuntos mais importantes, cumprindo-se sempre sua vontade. No filme 300, os foros so representados como sinistros monges pervertidos, para talvez dar a entender que Lenidas teve que se sobrepor s burrices de seu tempo para atacar a Xerxes, o que no verdade. Os foros eram simplesmente ancios seletos, escolhidos por sua reputao. 11 C) O Senado
Abaixo dos foros estava o Senado ou Gerusia, Conselho de 30 gerentes vitalcios, que incluam os dois reis e outros 28 cidados que tivessem superado a idade de 60, selecionados dentre voluntrios procedentes de antigas e prestigiosas famlias espartanas. A tradio do Senado Espartano provinha dos 30 chefes militares que juraram lealdade a Licurgo em seu Golpe de Estado. 11 D) A Assemblia Chamada Apella ou Ecclesia, era um organismo mais popular, que inclua a todos os vares espartanos de mais de 30 anos, os quais escolhiam os membros do Senado e do Eforato, e podiam em ocasies aprovar ou vetar as decises do Senado, ainda que no tinham direito a questionar as decises sadas dos foros. 11 E) Sobre as Eleies Mencionei a existncia de eleies para escolher dirigentes. Essas eleies no tinham nada a ver com as atuais, nas quais o capricho de turno da maioria bria se impe com um voto annimo e, portanto covarde e carente de responsabilidade e maturidade. Em Esparta as votaes se faziam por aclamao: o candidato que recebia as ovaes mais avassaladoras e os aplausos mais tumultuosos era o que triunfava. Esse mtodo, contrariamente ao que possa parecer, muito mais inteligente e preciso que o democrata atual, j que ascendia ao poder um candidato que contava sempre com a lealdade da Cidadania ou ao menos com sua massa mais resoluta, que o que importa. No esqueamos que essa Cidadania no tinha nada de populacho, posto que faziam parte dela unicamente vares espartanos de mais de 30 anos cuja lealdade, retido e dureza estavam mais que demonstradas ao longo de 23 anos de enormes sacrifcios e privaes. Em caso de dvida, se recorria a um mtodo inteligente: os partidrios de um se colocavam de um lado, e os do outro, do outro lado. Assim a votao era direta e se podia chamar a prestar
contas aos responsveis em caso de deciso errada. 11 F) Nomocracia: Os Reis, s Ordens das Leis Todas essas instituies e mtodos formavam um regime certamente nico. Plato, falando sobre o Poder Espartano, disse: No sei que nome lhe dar. O Eforato tirnico, porm Esparta parece s vezes a coisa mais prxima a uma democracia pura. Seria absurdo negar que uma aristocracia, e inclusive uma monarquia, a mais antiga do mundo. Os espartanos, por sua vez, no ficavam quebrando a cabea, e denominavam a sua forma de governo Eunomia isso , Boa Ordem. Tambm chamam a seu sistema Cosmos, pois era tudo que conheciam, era o mundo no qual se moviam, e era nico em relao a todos os demais sistemas. O Rei Arquidamo II de Esparta, filho do Rei Zeuxidamo, quando lhe perguntaram quem estava na frente em Esparta, resumiu respondendo: As leis, e os magistrados segundo as leis. Porm essas leis no estavam escritas em papel algum, mas sim no Sangue e nas cicatrizes dos filhos de Esparta. Habitavam dentro dos homens, depois de um longo processo de treinamento e interiorizao que lhes convertia em depositrios adequados. No eram dogmas quadriculados que desconheciam as excees, ao invs eram perfeitamente flexveis e adaptveis a diversos casos. Os Reis se submetiam voluntariamente s leis, j que eram consideradas um presente que os prprios Deuses haviam dado a Esparta por meio de Licurgo.
importantssimo na hora de avaliar um povo, pois os Deuses so a personificao dos valores e ideais mais caros desse povo. Podese dizer que os Deuses criaram Raa, e a Raa a seus Deuses. Atravs dos Deuses arianos podemos conhecer os arianos, do mesmo modo que atravs dos arianos de ns mesmos, de nossos ancestrais, de nossa histria e de nossos irmos podemos conhecer os Deuses. Os povos tiveram seus Deuses e os Deuses tiveram seus povos. Em Esparta rendia-se culto s divindades helenas tpicas, ainda que dois fossem os Deuses que adquiriram um papel singularmente relevante e que se converteram nas divindades mais adoradas, j em tempos da invaso dria. Eram irmos gmeos, voltando a confirmar a condio de culto aos gmeos sagrados. O pai desses gmeos era Zeus, o pai celeste, e sua me era Leto, filha de Tits, que para escapar dos cimes de Hera (esposa celeste de Zeus) teve que se converter em loba e fugir ao Pas dos Hiperbreos. Note-se aqui a presena de uma importante constante ariana, a do princpio celestial (Zeus, guia, Raio), unido com o princpio terrestre (Leto, Loba, Tit). Os gmeos eram Apolo e rtemis. O Deus Apolo era filho de Zeus e irmo de rtemis, Deus da Beleza, da Poesia (em ocasies era chamado o arquipoeta loiro), da Msica, do Arco e Flecha, da Juventude, do Sol, do Dia, da Pureza, da Virilidade, da Luz e do Orgulho, que podia prever o futuro e que a cada ano voltava de Hiperbrea em um carro puxado por cisnes. Apolo presidia sobre o coro das Nove Musas, divindades inspiradoras dos artistas, e que habitavam no Monte Helicn. Era concebido como um homem jovem, loiro e de olhos azuis, portanto uma lira, ctara ou arco, e possuidor de uma beleza varonil, limpa, juvenil e pura uma beleza apolnea. A mitologia explicava que em sua infncia matou uma serpente Pitn (em outras verses um drago), estabelecendo em seu lugar, com a ajuda dos Hiperbreos, o santurio de Delfos. Tambm Hrcules matou uma serpente quando era apenas um recmnascido. Esse tipo de lendas representa a luta que em um comeo
levaram a cabo os invasores arianos contra os aberrantes deuses matriarcais dos povos pr-arianos. Apolo recebia vrios ttulos, entre eles os de Febo (Brilhante), Liceo (Luminoso) e Licgenes (Nascido da Loba). Ter tido uma me loba o assimila aos mticos gmeos Rmulo e Remo. A simbologia ariana dos gmeos e do lobo uma constante ariana, tambm em Esparta. Como Deuses de Luz, Sol, virilidade e pureza equivalentes a Apolo em outros povos arianos, temos a Febo Apolo (romanos), Abelio ou Belenos (celtas), Baldur (germanos), Byelobog (eslavos) ou Luzbel (hereges medievais) mais que provavelmente, Belzeb tambm estava relacionado com essas diversas faces de um mesmo Deus, satanizado pela Igreja. A irm de Apolo era a Deusa rtemis, filha de Zeus, Deusa da Noite, da Lua, do Arco e da Flecha, dos Bosques, da Caa e da Virgindade ainda que tambm do Parto e da Fertilidade Masculina. rtemis era representada armada com arco e flechas de prata, vestindo uma tnica curta e ligeira ou peles de animais selvagens, levando seus cabelos presos, e acompanhada por uma matilha de ces caadores. Seu carro era puxado por cervos, o animal mais associado com ela, e de fato em ocasies era representada com chifres de cervo, uma reminiscncia do paganismo mais primitivo. Era casta e virgem perpetuidade, e virgens tambm eram todas suas sacerdotisas, chamadas melisai (abelhas, outro dos smbolos de rtemis). rtemis era spera, severa, orgulhosa, brusca, silvestre, silenciosa e fria, era o resultado de uma obra patriarcal era, enfim, o nico modelo de divindade feminina capaz de impor respeito e devoo a uma virilidade to asctica e endurecida como a espartana. rtemis, como se disse, equivalia Deusa Artio (celtas), Diana (romanos) ou Diervana (eslavos), porm no tinha nada a ver com a Artemisa adorada pelos sacerdotes eunucos no tempo de feso (sia Menor, ou Turquia moderna), que era uma degenerada deusa matriarcal da fertilidade, costumeiramente representada com pele negra, mltiplos peitos, penteados caprichosos, adornos
corporais ou outras aberraes dignas da deprimida e sinistra raa de escravos do Oriente. Na mitologia helnica, rtemis foi mentora da jovem Atalanta, que chegou a ser a melhor corredora da Hlade, e ningum, nem mesmo um Deus, esteve mais perto de conquist-la do que o heri mortal rion. Apolo e rtemis eram, enfim, a parelha sagrada de gmeos, Dia e Noite, Sol e Lua, Ouro e Prata. Eram os arqutipos juvenis da masculinidade e feminilidade espartanas, respectivamente. Por outro lado, em Esparta rendia-se venerao aos heris da Ilada principalmente a Aquiles, porm tambm a Menelau e a Helena, que eram reis de Esparta na mitologia. Hrcules era praticamente heri nacional espartano (recordemos que segundo a tradio, Hrcules foi o patriarca fundador das linhagens rgias de Esparta), e sua figura era enormemente popular entre vares jovens. Agora aproveitemos para purificar a imagem que temos da mitologia helnica e da maioria das mitologias arianas. Os livros que tratam sobre o tema erram ao representar a atmosfera herica e dinmica na qual viviam os Deuses e heris da Grcia. Mais ainda, as ilustraes (que so extremamente importantes, especialmente na hora de cultivar o Esprito das crianas) representam os Deuses da Hlade como se tivessem o aspecto racial de um homem moderno, no de um ser perfeito e supremo. E isso no acontece somente com a mitologia helnica, mas sim com todas as mitologias arianas. Os Deuses dos Arianos eram Arianos, autnticos atletas e guerreiros e, at hoje, ningum salvos os prprios gregos ( exceo nas figuras femininas) soube representar a atmosfera mtica helnica. Na cidade de Esparta havia 43 templos a diversos Deuses e 22 templos dedicados a heris (incluindo os da Ilada) cujas gestas inspiravam as geraes florescentes; mais de 15 esttuas dedicadas a Deuses, 4 altares e numerosos pantees funerrios.
Havia tambm, como mencionei, um templo dedicado a Licurgo, que era adorado como um Deus. Em uma cidade do tamanho de Esparta, a quantidade de edifcios religiosos era realmente muito notvel. Nas cerimnias religiosas, homens e mulheres particularmente os jovens assistiam integramente desnudos, como durante as procisses, os torneios, os concursos de beleza e as danas. Isso j implica que os espartanos no se envergonhavam de seus corpos, mas sim que os mostravam com orgulho sempre que podiam, por que eram robustos, bem formados, harmoniosos e belos. Eram os festivais da beleza, algo exclusivamente rio-pago; eram festas nas quais se rendia culto ao corpo tornado belo exclusivamente pelo esforo e pelo sacrifcio. Segundo Plato, um belo corpo promete uma alma bela, e a beleza o esplendor da verdade. Essa a verdadeira cincia de Dionsio, o culto ao bem formado, que Nietzsche predicou. Os costume atltico de raspar os plos do corpo e untar-se de azeite antes de uma competio era de origem espartana, ainda que tambm os celtas fossem dados s preparaes corpreas antes das batalhas. Que se pretendia com isso? Realar o corpo, dar relevo, volume, detalhe, brilho e vida musculatura, e, portanto demonstrar com orgulho o resultado de anos e anos de durssimo treinamento fsico e esforos esgotantes. Em nossos dias bem sabido que os fisiculturistas se depilam e untam de leo antes de uma competio, pelo mesmo motivo. margem do que se possa pensar do fisiculturismo em si, a preparao do corpo para uma ocasio especial constitua um ritual que, sob um ponto de vista popular e pago, no tem nada de ruim. A culpabilidade e o sentimento de pecado que o Cristianismo tentou impor no mbito do orgulho do corpo, teve como objetivo fazer com que o homem ariano se envergonhasse precisamente daquilo do que devia sentir o maior orgulho. A moral judaicocrist, tachando a higiene, o cuidado, o treinamento e a preparao do corpo como assuntos pecaminosos, sensuais e pagos, logrou pouco a pouco que a populao europia
convertida em um rebanho amorfo cuja atitude natural frente qualquer indcio de perfeio divina o ressentimento acaba-se relacionando esse mundo com a homossexualidade, semeando nos homens, durante sculos, a desconfiana e a vergonha frente qualquer tipo de orgulho de corpo. Tais festivais serviam para que os jovens de ambos sexos se familiarizassem entre si, pois pensemos que Esparta era uma cidade de poucos habitantes, onde graas s cerimnias pblicas, todos se conheciam entre si e se sentiam portanto unidos no popular. Era nesses acontecimentos onde se observava e se escolhia o futuro cnjuge. A competitividade, ademais, servia para estabelecer hierarquias em relao beleza, valor, fora, agilidade, dureza, resistncia, percia, rapidez, etc., e para que os melhores vares se unissem s melhores mulheres, como podia ser o caso da coroao de um rei ou uma rainha em um concurso, ou de um campeo e uma campe em uma competio (pensemos nas tradies dos institutos americanos brancos at pouco tempo). Plato disse que necessrio que os melhores homens se unam s melhores mulheres a maior quantidade de vezes; e ao contrrio, os piores com as piores; e h que criar os filhos dos primeiros, e no aos filhos dos segundos (Repblica, V.) Graas a isso, e s facilidades e inclusive obrigaes de contrair matrimnio, os jovens espartanos de ambos sexos se casavam entre os 20 e os 25 anos. Imaginemos todo aquele culto pago ao sacrifcio, luta, unio e aquela glorificao da prpria existncia coletiva de um grande povo. Isso era orgulho e alegria socialista, era nacionalismo e o nacionalismo sempre de carter pago. Era racismo, um culto ao esforo e luta, culto por meio do qual os espartanos se nutriam a si mesmos, pois os feitos dos guerreiros faziam com que os mais jovens quisessem igualar-lhes e superar-lhes, e desejavam que chegasse sua oportunidade para poder demonstrar suas qualidades florescentes. mais, o conhecimento dos feitos dos espartanos ajudava a sociedade a conhecer a si mesma, a ter orgulho de si
mesma, a adquirir conscincia de sua grandiosidade e de sua superioridade. Tudo estava sabiamente desenhado para que o ardor do orgulho espartano fosse duradouro. Como seria o ritualismo em um pas to socialista? Era simples e austero, e os espartanos o tomavam com fantica solenidade para que todos os rituais fossem perfeitos e seu resultado fosse impecvel. Os ritos tinham que ser levados a cabo custe o que custasse. Se sabe que antes das batalhas os espartanos celebravam um sacrifcio geralmente o de um macho caprino, signo de fertilidade masculina - , e sob hiptese alguma comeavam a lutar sem que o ritual fosse encerrado. A Histria nos conta como isso foi levado ao extremo em uma ocasio na qual o inimigo fez sua apario durante o sacrifcio, e os espartanos no se moveram de seus lugares cerimoniais at que terminou o ritual, inclusive quando as primeiras flechas comearam a cair sobre eles, matando a alguns e ferindo a outros. Tal tipo de sentimento, orbitando a ritos nos quais acontecimentos simblicos eram reproduzidos, era o que mantinha o contato com o Mais Alm, onde mora a fora dos Cados e dos antigos Ancestrais. Pode-se dizer que em Esparta havia um culto religioso popular, porm no nos equivoquemos: quando o povo mesmo uma aristocracia racial, uma elite seleta, o culto se convertia em um culto aristocrtico e elitista, despojado de qualquer trao plebeu histrico. No esqueamos que em Esparta no havia um povo com castas, mas que as prprias castas eram povos separados. E o povo espartano era a aristocracia. Tudo isso contribua para formar um sentimento espiritual elevadssimo: O espartano se sentia o pice da Criao, o favorito dos Deuses, uma criatura privilegiada, magnfica, esplndida, arrogante e semi-divina, membro de uma linhagem sagrada, de uma estirpe sagrada, afortunado elo da eterna cadeia racial (SS) protagonista de feitos sem comparao, de uma vivncia mstica extremamente profunda, que ele estava convencido acabaria guiando-o diretamente imortalidade do Olimpo, como os heris
semi-divinos aos quais rendia culto. Sentia-se orgulhoso de ser espartana, pois s o fato de que para chegar a s-lo fosse necessria a superao de durssimas provas, fazia com que ele se sentisse possuidor de um privilgio elitista, dado que para ser espartano no bastava somente ser de famlia espartana, mas que ademais disso tinha que demonstrar e cultivar a posse das qualidades espartanas ao longo da terrvel Instruo. Nietzsche disse que para que uma rvore chegue com seus ramos ao Cu, h de afundar suas razes no Inferno. Odin disse: s cabanas baixei e aos palcios ascendi. Isso implica que somente aps ter superado as provas mais atrozes tem direito o guerreiro a subir aos estados mais elevados, sob pena de sofrer a degradao a que conduz a soberba embriagada de quem no se endureceu antes no sofrimento e no capaz de tomar o prazer, o poder e o luxo com um respeito, um cuidado, uma delicadeza, uma venerao, uma humildade e um apreo quase receoso. Os espartanos haviam tocado fundo, fundindo-se em toda a tragdia de sua atroz instruo, e haviam passado assim mesmo por todas as sensaes varonis de plenitude, sade, vigor, fora, potncia, poder, domnio, glria, vitria, alegria, camaradagem, recompensa e triunfo. O haver abarcado toda a gama emocional que v da dor ao prazer lhes tornava possuidores de uma sabedoria vital que s ostentam os heris e os cados, e seguramente ningum sabia apreciar o significado e a importncia dos prazeres mais que os espartanos. Existiu em Esparta, como em outros lugares, um crculo iniciativo de sacerdotes e sacerdotisas. Pouco se sabe acerca deles, salvo que eram homens e mulheres seletos, iniciados em localidades concretas em cerimnias secretas chamadas Mistrios, que os tornavam depositrios da sabedoria divina. Na Grcia, os Mistrios representavam aquilo que no se podia explicar racionalmente com palavras, mas que era necessrio ver e viver. Os Mistrios se converteram em prestigiosas escolas iniciativas, as quais acudiam personagens importantes de toda a Hlade com a inteno de despertar seus Espritos. As cerimnias de Mistrio mais influentes da Grcia foram os Mistrios de Delfos, os
Mistrios de Elusis, os Mistrios de Delos e os Mistrios de Orfeu. Os espartanos, porm, guardaram to silenciosamente seu segredo que at o dia de hoje somos incapazes de conhec-lo. Seus Mistrios, diferentemente dos outros, seguem sendo Mistrios ainda hoje. Os antigos Mistrios gregos no so o que a escria manica New Age nos tentaria fazer crer isso , rituais pervertidos, matriarcais e orgisticos que formaram um repelente detrito de fermentao na posterior Grcia decadente e logo na Roma decadente, constituindo irmandades de escravos, misturando-se por isso com a Judiaria e elaborando o asqueroso e infecto caldo de cultivo urbano do qual sairia o Cristianismo. A decadncia das iniciaes de Mistrio sucedeu quando a Grcia j se havia degenerado (...). De fato, se chamavam Mistrios, era por uma boa razo. Muito do que conhecemos deles pertence a uma poca decadente na qual se havia trado o segredo, razo pela qual o prprio ritual j estava monstruosamente desfigurado e os verdadeiros mistrios haviam desaparecido. Os Mistrios surgiram nas montanhas e nos bosques do Norte, entre nvoas, rvores, gelo, rochas, troves e neve. Quando as cidades infectas do Mediterrneo se converteram nos pontos de referncia espiritual, o significado e a sugesto dos mistrios se esvaneceram. O Monte Taigeto smbolo do orgulho e do elitismo de Esparta era chamado tambm Monte Dionsio, por que era nele que os espartanos rendiam culto a esse Deus, em cerimnias de Mistrio de elaborada ritualidade, os Mistrios de Dionsio. Dionsio era uma espcie de Shiva (no Hindusmo se diz que Shiva medita no alto do Monte Meru) helnico, um arqutipo divino-destrutivo. Muita confuso tem surgido ao redor de Dionsio, de modo que tentaremos limpar a imagem desse Deus. A mitologia explicava que Dionsio era filho de Zeus (princpio celeste-viril) e de alguma deusa terrena (princpio terrestre-feminino) que segundo verses Demter, Persfone ou Smele. Dionsio havia sido despedaado (como o Osris egpcio ou o Purusha indo-ariano) e devorado pelos Tits (entidades ctnicas), porm, posto que os
Tits acabaram gerando os homens, todos os homens tm dentro de si uma fagulha de Dionsio. Zeus pde salvar o corao de Dionsio e, colocando-o no ventre de sua me, Dionsio renasceu e ascendeu categoria de duas vezes nascido. Dionsio era o Deus dos fortes instintos, o Deus da plenitude vital, da abundncia espiritual, da alegria de viver, do prazer transparente, do agradecimento, do frenesi alegre e furioso, da conquista do orgulho, do elitismo impiedoso, do af de seleo, da luta e da felicidade que, por querer a eternidade terrena, necessita dos filhos. Era, por excelncia, o Deus dos sadios, e dos fortes, o Deus dessa alegria popular pag que transborda e cria em sua abundante felicidade ou destri em sua ira descontrolada - , o Deus dos instintos fazem com que nos sintamos vivos e elevam a Raa acima de suas limitaes materiais. Por tudo isso no de se estranhar que Nietzsche, grande conhecedor da Grcia, permite entrever em sua obra uma certa predileo por Dionsio. Com o tempo, porm, e segundo a Hlade ia perdendo sua pureza tnica, o culto a Dionsio foi facilmente pervertido (sendo um Deus de impulsos corporais, materiais e escuros), e se converteu em um gordo deus das orgias, deus das diverses ruidosas, do lcool, da promiscuidade e da histeria demente. Os romanos adotaram esse deus deformado como Baco, e seus seguidores (principalmente covardes, decadentes, inseguros e pervertidos e mulheres entediadas de boas famlias, igual que no caso do New Age atual) se degeneravam em horrveis cultos orgisticos ou bacanais, que incluam sacrifcios sangrentos, sexo a toque de caixa e intoxicaes por lcool. Foi tal o escndalo que se formou com as festas bacanais que o Senado de Roma as proibiu em 186 AEC e exterminou seus seguidores em uma grande matana, considerando-os possudos pelo fantasma da antiga Etrria. por isso que se costuma dizer que Dionsio o Deus dos ruidosos mediterrneos e Apolo o Deus dos sbrios nrdicos, o que no certo, pois a nobreza helnica era ao mesmo tempo apolnea e dionisaca porm referindo-nos, no ao Baco romano nem ao Dionsio degenerado, mas sim ao Deus Dionsio original dos helenos arianos, ou a sua essncia como divindade
telrica pr-ariana, arianizada pelos prprios helenos. Como reflexo relacionada, devo dizer que eu relaciono ao dolo templrio Baphomet com o Dionsio helnico. Chegados a esse ponto, tratarei de um tema que sem dvida rondar j a muitos, e que nada mais e nada menos que a supremacia espartana sobre Atenas, supremacia que era total e absoluta. Costuma-se dizer que Atenas representou o pice espiritual-artstico helnico e Esparta a evoluo fsico-guerreira. No assim. Todo nosso respeito por Atenas e sua arte consumada (e acima de tudo pela casta ariana dos autnticos atenienses, arianos, patriotas, filo-espartanos e militaristas), porm Esparta, diferentemente de Atenas, estava esculpida em rocha e era muito mais elevada espiritualmente. Como j mencionamos, no sem razo que se chegou a dizer que todo o Estado Espartano era uma Ordem, uma unio de monges-guerreiros, pois os espartanos cultivavam ciumentamente uma disciplina e uma sabedoria ancestral que a maioria dos Estados helenos j havia perdido. Muitos tero notado que as durssimas prticas da disciplina espartana tem o marcado carter de um Yoga guerreiro, entendendo-se por Yoga qualquer prtica asctica que ajude o aperfeioamento fsico, mental e espiritual. Esparta era portadora de um sentimento forte, de uma paixo intensa. Tudo funcionava com a mstica e com a devoo do povo mais religioso da Grcia, e um erro imenso crer que a instruo espartana s tratava do corpo. Chegamos ao importante assunto da Arte, que ademais costuma ser um argumento comum para vilipendiar Esparta. No s em sabedoria intangvel e culto fsico era Esparta excelsa. Os espartanos costumavam dizer que eles esculpiam seus monumentos em carne, com o qu davam a entender que sua Arte era viva. Sua arte era literalmente seu prprio povo e os indivduos que o integravam, porm Esparta tambm teve uma Arte convencional tal e como se entende no presente. E assim devia ser, pois a Arte um mtodo de elevao e de idealismo que ajuda a inspirar e elevar as vontades dos homens sos que o
contemplam. Mais ainda, a arte idealista uma forma de perfeio e de reconquista. Esparta era principalmente famosa por sua Msica e sua Dana (das quais nada nos chegou), assim como por sua Poesia, altamente valorizada em toda Grcia, e que nos chegou em fragmentos. Seus arquitetos e escultores eram empregados em lugares prestigiosos como Delfos e Olimpia, e impuseram seu selo de sobriedade reta e clareza cristalina em suas obras. O exemplo mais ilustrativo disso o sbrio estilo drico, patrimnio direto espartano, que chegou a ser modelo no somente para uma infinidade de templos em toda Grcia como o famoso Partenon de Atenas - , mas tambm para o gosto clssico na Europa posterior, que se esforou a seguir o legado de Grcia e Roma. Os gregos, e particularmente os espartanos, estudavam a morfopsicologia, quer dizer, o interpretar o carter, a personalidade e, em ltima instncia, a alma de um indivduo a partir dos traos fsicos especialmente do rosto -, at tal ponto que a feira em alguns Estados gregos era praticamente uma maldio. Assim mesmo, se acreditava que a beleza e uma boa disposio das feies deviam ser expresso de qualidades nobres das quais o corpo era necessariamente portador, ainda que s fosse em estado latente, esperando manifestar-se na descendncia. Poucos tm percebido, porm os criadores das esttuas gregas as fizeram com esse conhecimento do rosto humano e das propores perfeitas em mente, e portanto representam, no s um corpo belo, como tambm um corpo belo portador de uma alma bela. A sanha com que os posteriores cristos destruram a maior parte das esttuas helnicas nos indica que temiam enormemente o que elas representavam, pois nelas os helenos fixaram e estabeleceram de uma vez por todas, como meta, como molde e como ideal, um tipo humano que os cristos jamais seriam capazes de alcanar. Muitos outros Estados, por sua vez, padeciam desse gosto pelo
extico e o cosmopolita no qual caem todos os imprios que descuidam sua ateno, sua autenticidade e sua identidade. Atenas, com a plutocracia judaico-fencia do Pireu, com sua mfia de comerciantes charlates, ruidosos escravos, saltimbancos, intelectualides, sabiches, prestidigitadores e falsos adivinhos egpcios, com suas roupas suntuosas, manjares suculentos, especiarias, incensos, cores, aromes, perfumes, riquezas indecentes, cultos de Mistrio deformados, cerimnias orgisticas, prostituio, mulheres pseudo-ciganas, alcolismo, sujeira, enfermidades, democracia desbocada, demagogia delirante e finalmente decadncia galopante incluindo cosmopolitanismo, hedonismo, homossexualidade, multiculturalismo e mestiagem, estava mais distante do ideal Ariano que Esparta, que jamais aceitou a toda essa sujeira a no ser quando j no era mais Esparta. Enquanto isso, sempre permaneceu essencialmente rstica, spera, autntica e pura, mantendo-se distante daquela sensualidade no-ariana que tanto contrastava com a dureza do Norte. Em Atenas surgiram inmeras escolas filosficas (algumas de esprito claramente decadente, como os sofistas ou os cnicos), o que d testemunho do caos espiritual e das contradies no seio dos prprios atenienses e do organismo nacional ateniense. A demagogia, a lbia e a sagacidade do escravo, do vendedor, do comerciante, do marcador fencio, do nmade do deserto, comearam a ser apreciadas. E isso exaltado pela histria filosfica que ensina hoje (Julius Evola j assinalou o agrado com que a civilizao moderna v em Atenas a origem da Democracia). Em Esparta no se divagava nem se especulava (a divagao representa a insegurana e a ausncia de conhecimento) porqu todos seus habitantes conheciam as Leis da Terra, do Cu e da Raa, e viviam discretamente conforme a elas, sem agitao, sem especulaes e sem discusses absurdas. Os atenienses desprezavam os espartanos porque os consideravam brutais e simples. Os espartanos desprezavam os atenienses porque os consideravam fracos e afeminados, ainda que os
atenienses, como gregos que eram, tambm eram grandes atletas, porm nunca ao nvel dos espartanos. Diz-se de um espartano que contemplava uma pintura representando a soldados atenienses vitoriosos. Quando lhe perguntaram So valentes esses atenienses?, ele respondeu Sim, em pintura. Existia uma rivalidade latente entre o povo jnio dos atenienses, influenciados pela sia Menor, e o povo drio dos espartanos, diretamente influenciados por sua prpria herana nrdica, j que jamais se deixaram reger por nada que no fosse sua tradio ancestral e sua prpria conscincia popular. Com a exceo de Atenas, que via a si mesma como a melhor, todos os demais Estados helnicos reservavam sua admirao para Esparta, pois a consideravam um santurio de sabedoria e justia, e pretendiam imitar seu exemplo no possvel. Esparta, acima de Atenas, foi sempre a cidade mais famosa e respeitada entre os helenos, j que era considerada como depositria da autntica tradio helnica primignia. Sempre recorriam a ela para arbitrar disputas inter-estatais, e a maior parte das vezes nem tinham que recorrer fora: Esparta enviava um embaixador, a cuja vontade todos se submetiam voluntariamente de boa vontade, como se fosse um emissrio divino tal era o respeito que inspiravam os filhos de Esparta em toda Hlade. Estabeleo que o homem espartano e a mulher espartana esto entre os seres mais perfeitos da histria. Estabelo que cada um deles era um ser milagroso, esplndido, belo e maravilhoso, um glorioso e impiedoso monumento vivo sabedoria dos Deuses. E semelhantes monumentos titnicos deixaram uma profunda pegada espiritual no inconsciente coletivo da Raa.
ao qual se submetia a muitas crianas espartanas em idade de instruo. Prestemos ateno e meditemos: Sozinho, descalo, sem roupa de agasalho, e armado apenas com um punhal, se levava ao jovem espartano escolhido terras habitadas por helotas. Permanecia um longo tempo ocultando-se nas horas de luz, obtendo sua comida da Natureza e vivendo intemprie. Durante as horas escuras, de modo furtivo, espreitava os helotas e entrava em suas terras e em suas propriedades com sigilo. E atacava silenciosamente a todos os helotas que encontrava, matando ao maior nmero deles que fosse possvel, roubando-lhes a comida e sem dvida extirpando algum trofu sangrento que demonstrasse o xito de sua caada. Assim caram milhares de helotas ao longo da histria de Esparta. Essa dura prova era considerada ao mesmo temo como um exerccio militar, um batismo de sangue e um ritual de iniciao guerreira. Alguns inclusive elevaram a importncia da Krypteia ao nvel de instituio, uma espcie de servio secreto composto pelos jovens espartanos mais fanticos e promissores, pensado especificamente para limitar o crescimento dos helotas e para aterroriz-los e manter-lhes psicologicamente subjugado. O jovem espartano, aps anos de viver na Natureza, se havia habituado a ela. Os longos dias de solido faziam que seus sentidos se tornassem agudos, que se acostumasse a farejar o ar, e que se sentisse como um autntico predador. De noite, como lobo, descia do monte para cair sobre suas vtimas com toda a ferocidade que lhe outorgava seu fantico racismo, seu treinamento e sua disposio natural ao sacrifcio e morte, escondendo-se depois. E, aps ter cumprido sua misso, retornava vitorioso ao seu lar. Isso era a culminao do treinamento guerrilheiro, que confirmava que os espartanos no eram animais de rebanho, mas sim lobos: grandes guerreiros em matilha (que no rebalho, pois a matilha est hierarquizada), porm capazes tambm de desenvolverem-se sozinhos quando era necessrio; excelentes
soldados coletivos na guerra aberta, porm tambm temveis guerreiros individuais na guerra esquiva, suja e escura to prpria da Idade de Ferro. Esse treinamento de guerra de guerrilha devia proceder da etapa das primeiras guerras messnias, na qual as formaes militares foram destrudas e se teve que recorrer a golpes de mo, emboscadas e aos assassinatos aproveitando as vantagens que o terreno pudesse oferecer (bosques, montanhas, aldeias), a situao ttica (inimigo desprotegido, desarmado, distrado ou despreocupado) e as condies ambientais (noite, escurido, neblina). Porm esse modo de combate sem dvida estava planejado tambm como forma de preparao para resistir se Esparta casse sob seus inimigos e sofresse uma ocupao. Caso sucedesse tal catstrofe, cada varo espartano estava preparado para se esconder no bosque ou na montanha, sobreviver por seus prprios meios e executar ataques, caadas e emboscadas seletivas sobre o inimigo. Era, pois, uma forma de resistncia sem lder. Outra eventualidade que se tinha em conta era uma nova rebelio messnia, na qual os rebeldes se retirassem aos campos, tendo que imiscuir-se Esparta em uma suja guerra de guerrilhas contra eles para ca-los e extermin-los pouco a pouco. Isso, como veremos mais adiante, realmente aconteceu. Tudo estava bem pensado: a palavra Krypteia se sussurrava entre os jovens espartanos como um ritual de sentido profundo, uma gesta secreta, uma prova de masculinidade que assinalava uma nova etapa em suas vidas. Imaginemos o sentimento de poder e eternidade que punha em marcha a Krypteia. Outro exemplo que nos descreve a falta de escrpulos dos espartanos com seus inferiores nos oferece o seguinte evento, ocorrido em 424 AEC: o poder espartano tinha razes para pensar que os helotas iam se rebelar. Depois de uma batalha na qual Esparta usou recrutas helotas, se deu a liberdade a 2.000 helotas que haviam se distinguido por seu valor em combate. Aps terem organizado um banquete para que o celebrassem, e tendo posto coroas de louros sobre suas cabeas, os foros ordenaram que
matassem a todos. No se soube mais nada daqueles 2.000 helotas. Desapareceram no bosque sem deixar rastros. E como os helotas mais valentes haviam sido eliminados nessa imensa krypteia, a populao helota, despojada de lderes, no se rebelou: imaginemos como ficaram os desolados compatriotas dos helotas mortos, pensemos no devastador efeito psicolgicopropagandstico que teve. Naquela poca, 2.000 homens era uma cifra monstruosa. Essa anedota creio que expe claramente que os espartanos abandonavam todo tipo de cavalheirismo, cdigo de honra ou conduta moral quando acreditavam que estavam defendendo a existncia de seu povo. Nunca esqueamos que os grandes imprios se forjaram com sangue. Os imprios antigos eram os melhores em primeira instncia por que matavam muito e bem, e era sobre essa escura base que se conquistava a paz e a prosperidade que permitiriam a construo de uma cultura superior. Os indo-arianos, os iranianos, os romanos, os espanhis, os ingleses ou os alemes conquistaram espao atravs da matana de seus inimigos, e o vazio criado por essas mortes foi preenchido com a essncia superior de uma grande civilizao. Outra das leis espartanas de conotaes racistas e anti-decadncia foi a proibio das tintas de cabelo. No resto da Grcia eram freqentes as tinturas, as perucas loiras e os mtodos de clareamento do cabelo, assim como os penteados elaborados e extravagantes, como sucedeu na Babilnia e na Etrria, e como sucedeu na Roma decadente. Em uma etapa de involuo na qual a estirpe helnica originria estava se diluindo pela mistura, as tinturas de clareamento capilar eram muito apreciadas e abundantes, especialmente entre as mulheres. Na Roma decadente aconteceu algo idntico: as romanas, corrompidas pela perda da pureza latina original e pelo luxo meridional, confeccionavam perucas com cabelos dourados cortados de prisioneiras germnicas.
A afluncia de estrangeiros era ciumentamente limitada, de tal maneira que s se podia visitar Esparta por um motivo de peso comprovado. Igualmente, apenas aos prprios espartanos era permitido viajar ao exterior, e inclusive o comrcio de escravos era proibido em Esparta. Isso era motivado pelo interesse que tinha a elite espartana em que seu ncleo puro no fosse corrompido pela moleza dos costumes estrangeiros, que para ns jovens do presente seriam duros, porm nem perto da dureza dos de Esparta. Os espartanos eram, enfim, profundamente xenfobos. J o vimos: os mtodos espartanos para manter baixos os nmeros de sangue mestio eram mediante a matana, o terror, o esmagamento moral, a humilhao...e a Krypteia.
14 A Guerra
Toda felicidade na Terra est, amigos, na luta. Sim, para chegar a serem amigos preciso a fumaa da plvora. Trs vezes esto unidos os amigos: irmos perante a misria, iguais perante o inimigo, livres perante a morte. (Nietzsche, A Gaia Cincia, Prlogo XLI) Mais suor em tempo de paz, menos sangue em tempo de guerra. (Lema militar anglo-saxo) A guerra para os espartanos era uma autntica festa, e agora veremos por qu. Durante as guerras, as autoridades relaxavam os aspectos mais duros de sua slida e brutal disciplina. Permitiam que os soldados enfeitassem suas armas, armaduras, roupas e cabelos. Suavizavam a dureza dos exerccios e permitia a seus homens um regime disciplinar menos severo em geral, ademais de comidas mais abundantes e plenas. Como conseqncia, para eles a guerra era um descanso de preparao para a guerra, como escreveu Plutarco, e isso os fazia preferir inconscientemente a guerra paz. Cada espartano era um hoplita (palavra que provm de hoplon, escudo), uma formidvel mquina de guerra, uma arma de destruio massiva, um soldado de elite de infantaria, bem treinado, e armado e equipado com o melhor de sua poca um peso aproximado de 30-36 kg. O soldado espartano portava: - Uma lana de dois metros (que tambm tinha ponta em seu extremo inferior, com o objetivo de finalizar os cados). - Um escudo (hoplon ou aspis) de 90 centmetros de dimetro, 9kg de peso e forrado com bronze. No centro do escudo havia pintada uma abelha (recordemos que a abelha era um atributo da
Deusa rtemis) em tamanho natural. Sempre era dito aos espartanos que a distncia tima para atacar era aquela na qual a abelha pudesse se distinguir bem. - Um punhal. - Uma armadura feita com placas metlicas que permitiam certa mobilidade. - Um elmo que estava desenhado de tal modo que cobria toda a cabea e envolvia bem o rosto apesar de deixar fendas para os olhos, o nariz e a boca. Esse elmo provavelmente evoluiu a partir de um modelo mais primitivo, como os que utilizavam os germanos, que geralmente constavam de uma calota que protegia a frente e o crnio, uma protuberncia que descia do cenho para proteger o nariz, e duas protuberncias dos lados que cobriam as orelhas ou as bochechas, e cuja finalidade era proteger dos ataques laterais cabea. - Grevas que protegiam as tbias e os joelhos - Uma espada chamada xyfos, que se pendurava sobre a coxa esquerda, e que era particularmente curta para ser manejada em filas compactas onde no era bem vindo o estorvo de uma espada longa. Os atenienses zombavam da pouca longitude das espadas espartanas, e os espartanos lhes respondiam quem no teme se aproximar do inimigo no precisa de espadas longas. O hoplita espartano levava ademais uma capa, que era vermelha para dissimular a cor do sangue. As cores visveis eram, pois, o vermelho da capa, o dourado do bronze, e as cores branca e negra em alguns lugares em desenho xadrez -, como smbolo dualista. O aspecto do hoplita espartano armado at os dentes devia ser certamente imponente. Os hoplitas espartanos iam descalos ao combate, porto que seus ps estavam to curtidos que sua pele era mais dura que qualquer calado. Com eles podiam escalar rochas speras e pisar neve ou
arbustos sem se importar. Seu escudo ferramenta importantssima e smbolo de camaradagem cuja perda era uma ignomnia (assim como para os germanos, segundo Tcito) portava a letra helnica Lambda (/\), a equivalente helnica Runa Laf, que representa o som L, como inicial de Lacnia, Lacedemnia e Licurgo. Ainda que, se fosse pelo significado simblico, sem dvida a Runa Ur- que em ocasies se representava exatamente igual Lambda e simbolizava a virilidade seja uma traduo mais adequada. A frase associada dita runa segundo Guido von List era: Conhece-te a ti mesmo e conhecers tudo. Esse smbolo de masculinidade, esforo e ascenso era sem dvida o que melhor representava a Esparta, dado que toda a disciplina espartana de austeridade, sobriedade, depurao, luta e sacrifcio era algo exaltadamente viril e ascendente. Voltemos agora a dirigir nossa ateno aos guerreiros espartanos. Como eram as batalhas? Os capites arengavam a seus homens com uma frmula tradicional que rezava: Adiante, armados filhos de Esparta, entrai na dana de Ares! Em combate marchavam em filas bem fechadas, com calma, disciplina e gravidade, confiando na incomensurvel dureza de toda sua instruo, ao som dos pfaros e entoando o solene canto de marcha conhecido como o Pean hino a Apolo. Essa formao fechada era chamada Falange da qual os espartanos eram os maiores mestres, levando a cabo tticas que os demais generais gregos consideravam extremamente complicadas. Os escudos formavam uma muralha impenetrvel desde o qual os soldados, em fileiras apertadas, cotovelo com cotovelo, ombro com ombro, e escudo com escudo, apunhalavam e cortavam com suas lanas e espadas. Os macednios e os romanos (inclusive, a sua maneira, os tercios espanhis e os exrcitos dos sculos XVIII e inclusive XIX) herdariam essa forma de combater que punha especial nfase na ordem fechada. John Keegan, em sua Histria da Guerra, o explica muito bem: Aps cruzar uma terra de ningum qui de 150 metros s
presas, sob um peso de armas e couraa de mais de 32 kg, os contendentes investiam. Cada indivduo teria escolhido um espao para o momento do choque, com a inteno de introduzir a ponta da lana no resqucio existente entre um escudo e outro, e tratando de acertar em uma poro de carne no protegida pela couraa: garganta, axila ou virilha. A oportunidade era efmera. Conforme a segunda e sucessivas fileiras se apinhavam por efeito do encontro, a falange, em unssono, largava o peso de sete homens sobre as costas dos primeiros da fila em coliso com o inimigo e sob esse impacto alguns homens caam inevitavelmente mortos, feridos ou esmagados pelos de trs; isso podia criar uma brecha no muro de escudos e os das fileiras segunda e terceira se esforavam para ampli-la com as lanas, espetando desde sua posio relativamente protegida. Se a brecha se aumentava, produzia-se o othismos ou empurro com o escudo para abri-la ainda mais e criar mais espao para poder desembainhar a espada, segunda arma do hoplita, e propinar talhos nas pernas do adversrio; e era o othismos o mtodo mais eficaz, pois podia produzir a pararrexis ou rotura quando aqueles mais fortemente apurados pela presso do inimigo cediam ao impulso de fugir, e desfaziam as fileiras de trs, o que era mais humilhante, tratavam de retroceder a partir da mortfera brecha, contagiando de pnico seus companheiros. Como vemos, era um tipo de guerra que exigia muito boa preparao, um tipo de combate metdico que contrastava com o anterior combate brbaro mais aberto, livre, individualista e furioso. A evoluo da guerra assinalava a evoluo do povo: haviam descoberto que eram mais fortes unidos e bem coordenados, como se fossem uma s entidade um Deus. Todas as mudanas de direo ou de ataque eram comunicadas mediante a msica dos pfanos. Hoje em dia, na ordem militar fechada, as ordens podem ser dadas com uma corneta. Cada melodia representa uma ordem determinada. Em verdade, toda a ordem fechada dos exrcitos modernos no mais que uma
herana do esprito da falange espartana, uma instituio socialista at a medula. Apesar de que a ordem fechada no seja a chave do xito no combate, inegvel que refora a coordenao coletiva, a camaradagem, o orgulho, o Esprit de Corps e a ritualidade cerimonial que tanto importa em nossos dias, e que tanta diferena pode ainda marcar na hora de converter um conjunto de homens em uma unidade. As batalhas eram sanguinrias e cruis. Obviamente, o enfrentamento era de corpo a corpo, e os ataques se faziam cortando ou atravessando com os fios ou pontas de lminas de metal extremamente afiadas. Isso produzia feridas e mutilaes terrveis. Como conseqncia, apareciam numerosos feridos de guerra e aleijados. Que faziam esses aleijados em um Estado como Esparta? Apresentavam-se na batalha com o maior fanatismo, para acelerar a prpria destruio e a chegada de sua glria. Era normal que veteranos mancos (recordemos Cervantes), cegos, coxos e outros mutilados combatessem nas fileiras espartanas. A um hoplita espartano cego, um estrangeiro perguntou por que ia combater nesse estado. O cego respondeu que no mnimo, estragarei a espada do inimigo. Um povo cujos homens tenham essa mentalidade invencvel. Como qualquer heleno da poca, e como qualquer bom ariano antigo, o espartano pensava que ao cair em combate iria aos Campos Elsios, onde os heris cados desfrutavam da plenitude e da sublimao espiritual. Alguns alcanariam o prprio Olimpo dos Deuses. Os espartanos que marchavam ao combate recebiam sempre o escudo das mos de sua me, que o entregavam com as graves palavras: Volte com ele ou sobre ele voltar com o escudo ou sobre o escudo, com vitria ou com morte, porqu em caso de cair em combate, os camaradas co cado levavam seu cadver e depois suas cinzas sobre o escudo. Os espartanos, como todos os arianos desde a Escandinvia at a ndia e muito alm de ambas praticavam o ritual funerrio da incinerao.
O escudo era, pois, um smbolo lunar equivalente taa, que recolhe a essncia solar do heri cado e, como a taa (ou como a ma do pecado), estava relacionado com o arqutipo da mulher. De fato, a mulher entregando o escudo ao homem um motivo arquetpico bastante comum na arte ocidental. Para um homem moderno difcil compreender o significado mstico desse ritual. O escudo tinha, como um talism, a faculdade de proteger, e no s a si mesmo, mas sim aos camaradas de armas. Por isso o escudo devia ter uma considerao quase mgica. Os espartanos rendiam culto guerra. Toda a doutrina ariana de lealdade, guerra e ressurreio do heri permitia aos espartanos marchar ao combate mais encarniado com uma calma, serenidade e alegria que em nossos dias poucos compreendem e muitos repudiam, pois sabendo que eles mesmos seriam incapazes de faz-lo, a nica coisa que lhes resta vilipendiar o que, por valor prprio e por vontade interior, sim capaz. Se pode alegar que os demais gregos tambm eram herdeiros dessa doutrina, porm realmente foram os espartanos os nicos que a interiorizaram e a compreenderam de verdade. Antes dos combates, a tranqilidade era bvia entre eles: alguns penteavam, limpavam ou cuidavam com esmero de seus longos cabelos. Outros enceravam suas armaduras e capacetes, limpavam ou afiavam suas armas, faziam exerccios atlticos ou se mediam entre si em combates de boxe ou luta livre. Inclusive antes da lendria Batalha das Termpilas, os observaores persas informaram ao atnito Imperador Xerxes que os espartanos estavam lutando entre si e penteando os cabelos. A camaradagem, forjada nas situaes difceis, inclusive frente a morte, era uma parte importantssima da sociedade espartana, pois reforava a unio e a confiana mtuas. O culto fora, beleza, competncia e masculinidade, fazia com que os camaradas de armas se superassem e protegessem mutuamente. Muitas vezes, homens adultos tomavam sob sua proteo um jovem ou criana, ainda que nesse caso a relao fosse do tipo mestre-aluno, mentor e apadrinhado, como era a relao entre
Aquiles (o jovem e vigoroso heri temerrio) e Ptroclo (seu prudente e sbio mentor, mais velho que ele), relao que, sem nenhum tipo de justificativa, foi classificada sem mais nem menos como homossexual pelos professores do Sistema. E aqui onde os astutos enfermios de nossos tempos crepusculares tm metido seus grandes narizes, referindo-se a uma poca na qual os Estados gregos decadentes desfiguraram essas relaes. O ritmo de vida que levava o varo espartano era de uma intensidade como para matar a uma manada de rinocerontes, e nem se quer as mulheres de Esparta teriam podido suport-lo. Assim, pois, o mundo da milcia espartana era em si mesmo todo um universo um universo de homens. Por outro lado, a intensa relao afetiva, o culto virilidade e a camaradagem que se dava entre os componentes do binmio, entre mestre-aluno, na falange de combate e em toda a sociedade e que os dbeis de nossos tempos no entendem nem podero entender jamais -, serviu para alimentar em nossos dias o falso mito da homossexualidade. E isso apesar de que os componentes do binmio eram considerados irmos, pois a cada espartano lhe era inculcado que cada varo de sua gerao era seu irmo. Sobre isso, escreveu Xenofonte: Os costumes institudos por Licurgo estavam em oposio a todos os outros. [s dos outros Estados gregos, principalmente Atenas e Corinto.] Se algum sendo um homem honesto, admirava a alma de um jovem e tentava fazer dele um amigo ideal sem defeitos e associar-se com ele, aprovava, e acreditava na excelncia desse tipo de treinamento. Porm se estava claro que o motivo da atrao era a beleza exterior do jovem, proibia a conexo como uma abominao, e assim os pretendentes se abstinham dos jovens no menos do que os pais se abstm de relaes sexuais com seus filhos, ou irmos e irms entre eles.
Aqui vimos que tal relao entre homem e adolescente em Esparta era do tipo mestre-aluno, fundada no respeito e na admirao, e constitua um treinamento, um modo de aprender, uma instruo a sua maneira. A sacralidade da relao mestrealuno ou instrutor-aspirante, foi impugnada pelo Sistema desde muito tempo, assim como a camaradagem. E mesmo assim, ambos os tipos de relaes so o fundamento da unidade dos exrcitos. Hoje em dia, as crianas crescem sombra da influncia feminina das professoras, inclusive at a adolescncia. difcil saber at que ponto a falta de influncia masculina limita suas vontades e suas ambies, convertendo-os em seres mansos, maleveis e manipulveis, que o que ao Sistema lhe convm. Outros falaram sobre a instituio espartana do amor de mestre a discpulo, porm sempre deixaram claro que esse amor era casto. O romano Aelio disse que se dois homens espartanos sucumbiam tentao e se permitiam relaes carnais, deviam redimir a afronta honra de Esparta indo-se em exlio ou acabando com as prprias vidas. O que significava basicamente que a pena pela homossexualidade em Esparta era a morte ou o exlio (considerado naqueles tempos pior do que a morte). Cabe mencionar que se a homossexualidade era em verdade alto to natural para os helenos originrios como foi para os gregos dos Estados decadentes, a mitologia helnica estaria infestada de referncias explcitas de relaes sodomitas, e no est, j que a homossexualidade foi uma praga alheia ao esprito helnico que apareceu quando Grcia j decadente. Isso bem o atesta as repelentes cenas pintadas sobre algumas vasilhas, cenas cujo estilo nos recorda inevitavelmente os etruscos, e que nos assinalam que a raa pr-ariana havia voltado a prevalecer sobre os conquistadores arianos, no mediante a guerra, mas sim atravs da mistura. Na poca de Plato, por exemplo, a homossexualidade estava comeando a ser tolerada na prpria Atenas. Ainda assim, os autores antigos e at alguns modernos deixam claro que nessa sujeira Esparta no caiu. E no poderia ser de outra maneira, posto que um verdadeiro guerreiro abraa a
camaradagem e repudia a homossexualidade. J em tempos remotos, e tambm agora, os medocres amaneirados e cndidos, sem carter nem personalidade, e concupiscentes at o tutano, acusam sempre de homossexualidade a todos os pontos de referncia que possamos ter da Raa Ariana: desde os espartanos at os romanos, e desde os templrios at os Nacional-Socialsitas, ou inclusive os atletas como coletivo, passando por todos os grandes lderes e artistas da Histria. O sistema foi muito inteligente em fomentar essa corrente, pois sabota de entrada o interesse que qualquer pessoa possa sentir por esses assuntos. Porm isso no muda o fato de que nossos astutos instrutores judeus e pr-judaicos sigam tentando apagar de nossas mentes a realidade, e que a suja homossexualidade, a aberrao sodomita, sobrevm to somente em pocas de decadncia e perdio irremissveis como em efeito acabou sucedendo nas etapas decadentes de Babilnia, Grcia ou Roma, por exemplo e como, de fato, est acontecendo agora em todo Ocidente.
abarcava desde a Turquia at o Afeganisto. A Prsia era um estado unido e centralizado, contava com vastas multides, exrcitos massivos e especializados, e interminveis extenses de terra. Sua existncia j de per si era uma faanha digna dos arianos que a fizeram possvel. Ainda que a herana desse Imprio fosse claramente ariana, se havia convertido em um abismo de mestiagem, j que exercia seu domnio sobre uma ampla variedade de povos no-arianos que constituam os estratos sociais inferiores. Ademais, no que hoje Tnis, os pnicos de Cartago, aliados da Prsia, estavam preparados para cair sobre os domnios gregos na Itlia e na Siclia. Europa se enfrentava com hordas no-arianas e com sangue oriental, por muito que estivessem a servio de uma aristocracia ariana. Grcia, por outro lado, a parte de ser infinitamente menor, nem se quer era um Estado, mas sim abarcava uma srie de cidadesEstado ou plis que comumente guerreavam insensatamente entre si. No havia vontade de Imprio (isso chegaria com os macednios). O nvel racial era, em seu conjunto, muito superior na Grcia do que na Prsia, e a firma organizao existente nas plis helnicas fazia com que a Grcia fosse o nico obstculo de peso na conquista da Europa Oriental por parte da Prsia. No ano de 481 AEC, antes da invaso da Grcia, a Prsia enviou a Esparta dois embaixadores persas para oferecerem a possibilidade de rendio. O Rei Lenidas diretamente ordenou que fossem arremessados em um poo. Esse ato impulsivo, pouco diplomtico e muito condenvel, tem uma explicao: Lenidas no havia sido educado como prncipe espartano porque em um princpio o trono no lhe correspondia. Havia um rei, porm tinha sade ruim e no sobreviveu, razo pela qual sua sucesso recaiu sobre o seguinte da linha, que j havia sido educado como prncipe em previso dos problemas de sade do anterior. Esse, porm, caiu em batalha, e de repente Lenidas se viu no trono de Esparta, tendo sido educado como uma criana espartana normal, e sem a finura diplomtica que se ensinava na educao
principesca. Lenidas era um soldado. Contundente, simples e sem rodeios. patente, em todo caso, que o Eforato no considerou justo o assassinato dos embaixadores, posto que mandou dois voluntrios espartanos para irem Prsia, apresentar-se perante Xerxes e oferecer-se como sacrifcio para expiar a tremenda injustia cometida contra os embaixadores persas. Xexes rechaou a oferta e os deixou partir. No queria cometer um erro similar, nem sujar as mos de sangue, nem ser considerado culpvel de desonra. Os atenienses eram mais finos. Quando chegaram os embaixadores persas com suas ofertas, eles as rechaaram sem mais, cortesmente. Nesse mesmo ano, Xerxes enviou emissrios a todas as cidades gregas exceo de Esparta e Atenas, para obter sua submisso. Muitas, aterrorizadas perante seu poderio, se submeteram, enquanto outras, prudentemente, se declararam neutras ainda que suas simpatias estivessem com a Grcia. Esparta e Atenas, vendo que se perfilava uma aliana anti-helnica, fizeram um chamamento s demais plis para formarem uma aliana contra a Prsia. Poucas responderam. A Prsia era a nova superpotncia, a nova estrela. Seu avano avassalador era um fato. E seu triunfo quase se dava como garantido. Prsia comeou a embarcar seu exrcito (o maior do mundo) e o transportou a Europa com o fim de conquistar a Grcia. Segundo Herdoto, o Exrcito Persa se compunha de 2 milhes de homens. Na atualidade, alguns reduziram essa cifra inclusive a 250.000 ou 175.000 (incluindo 80.000 de cavalaria), porm segue tratando-se de um exrcito massivo e esmagador, com uma entidade numrica brutal, especialmente se a compararmos com a minscula fora grega. A medida que avanava a mar persa, todos os povos pelos quais passavam se submetiam sem lutar.
Os aliados helnicos se reuniram ento em Corinto. Enviados de Esparta, Atenas, Corinto, Tebas, Platea, Tspias, Fcis, Tesslia, Egina, etc, debateram sobre a estratgia a ser seguida. Foi formada a Liga do Peloponeso, confirmando a aliana helnica para resistir ousadamente Prsia. Quase todas as plis do Peloponeso (excluindo Argos, tradicional e obstinada inimiga de Esparta) se uniram aliana. A Liga foi posta sob comando de Esparta, como no poderia ser de outra maneira, pela confiana que tinha toda a Grcia em seus homens. O Comandante-emchefe das tropas da Liga foi o famoso Rei Lenidas I de Esparta. As ligas eram algo recorrente na Grcia, e expressavam as tendncias mais federalistas, que buscavam de algum modo a unificao. Algumas ligas se criavam apenas para fazer frente a um inimigo comum, dissolvendo-se depois, e outras ligas perduravam por mais tempo, j que perseguiam fins polticos e comerciais de longo prazo. A Liga do Peloponeso foi uma das efmeras ligas de emergncia. Se formou um exrcito de 10.000 gregos peloponsios, postos sob o comando do espartano Eveneto. J que haviam concordado em defender o Passo do Tempe, ali se posicionaram, nas ladeiras do Monte Olimpo, no Nordeste da Grcia. Mesmo assim, O Rei Alexandre I da Macednia, que tinha boas relaes com a Prsia, porm tinha simpatia pelos helenos e especialmente por Esparta, advertiu aos comandantes espartanos do Exrcito Peloponsio de que a posio era demasiado vulnervel pela presena de vrios caminhos, e assim decidiram abandon-la em favor de algum outro posto mais defensvel. Nesse momento os tesslios, vendose j perdidos, se submeteram Prsia. O lugar definitivo para a defesa da Grcia se estabeleceu no Desfiladeiro das Termpilas. Termpilas significa em grego portas quentes, j que segundo a lenda, Hrcules se havia precipitado em suas guas para apaziguar o fogo interior que o atormentava, convertendo as guas do lugar em trmicas. A zona era basicamente um estreito passo entre o empinado Monte Otea e
o mar. Em sua parte mais estreita, o desfiladeiro tinha 15 metros de largura. Isso significava que, ainda que os gregos fossem menores em nmero, pelo menos os combatentes se enfrentariam em um funil que igualava o equilbrio, j que s um nmero determinado de guerreiros de cada bando poderia lutar de cada vez. E ainda assim era desesperado, posto que os gregos no tardassem em cansar-se, enquanto que os persas contariam sempre com ondas de tropas frescas. Segundo Herdoto, os espartanos receberam do Orculo de Delfos a seguinte profecia: O vs, homens que morais nas ruas da extensa Lacedemnia! Ou bem vossa gloriosa cidade ser saqueada pelos filhos de Perseu ou, ao contrrio, a terra da Lacnia chorar a morte de um rei da estirpe de Hrcules. Pois Xerxes, poderoso como Zeus, no ser detido pelo valor dos touros ou dos lees. Proclamo, enfim, que no se deter at haver alcanado sua presa: vosso rei ou vossa cidade, devorando-os at os ossos. Quer dizer, ou morreria um rei de Esparta, ou cairia a prpria Esparta. Pensemos em como deveu influenciar Lenidas essa profecia. De repente, um pesado fardo de responsabilidade foi descarregado sobre seus ombros. Essa monstruosa fatalidade, que mataria de susto a maioria e faria suar e tremer outros muitos, foi acolhida pelo rei com dignidade e sentido do dever rgio. A misso de qualquer espartano era sacrificar a vida por sua ptria se fosse necessrio. Era algo natural e alegre para eles. No vero de 480 AEC, as tropas peloponesas chegaram s Termpilas e levantaram ali seu acampamento. Havia uns 80 homens de Micenas, 200 de Fliunte, 400 de Corinto, 400 de Tebas, 500 de Mantinea, 500 da Tegia, 700 de Tspias, 1000 da Fcia, 1120 de Arcdia e todos os homens de que dispunha Lcria. Os atenienses estavam ausentes, pois haviam posto seus hoplitas e seu empenho na frota naval, ainda que fossem tambm ridculas comparadas com a persa. Porm o bando mais herico, o grupo que mais ovaes e aplausos deve ter recebido, a formao
cuja mera presena infundiu nimo e confiana, foi o bando de to somente 300 espartanos que se apresentou Batalha. Assim, formavam juntos uns 7.000 gregos 7.000 gregos contra 250.000 persas (2 milhes segundo Herdoto e 175.000 segundo outros historiadores modernos). Imaginemos a variedade de cores daquela congregao, o brilho do bronze, o ambiente solene, os comentrios sobre os bandos estrangeiros, os emblemas sobre os escudos, as tpicas fofocas das rivalidades masculinas e militares, aquele sentimento de unio, de respeito e de destino comum. O acampamento inteiro devia estar rodeado de uma aura de virilidade e herosmo (tal aura resultaria mortalmente venenosa para feministas-sodomitas-pacifistas modernos). Esses gregos, em sua maioria, eram hoplitas e estavam bem instrudos. Desde jovens se haviam acostumado a manejar as armas e a exercitar seu corpo. Mesmo assim, o nico exrcito profissional que havia era o espartano, j que nos demais lugares os hoplitas viviam com suas famlias, treinavam por conta prpria e s eram chamados em caso de guerra, enquanto que em Esparta estavam permanentemente militarizados desde a infncia, sob a terrvel disciplina que os caracterizava, e jamais deixavam de treinar. Entre os persas, no obstante, a situao era muito diferente. Apesar de contar indubitavelmente com a vantagem numrica e de recursos, a maioria de seus homens eram no-arianos do tipo mourisco, que haviam sido recrutados fora e no tinham instruo militar. diferena dos gregos, que, condicionados por seu terreno, haviam obstinado em aperfeioarem-se a nvel de infantaria herica, os persas contavam com uma formidvel cavalaria, carros de combate e excelentes arqueiros. Nas imensas plancies asiticas, dominar esses tipos de formas de guerra era essencial. O Imprio Persa contava tambm com uma famosa unidade de elite chamada Os Imortais, composta de 10.000 guerreiros seletos escolhidas entre as aristocracias persa e meda, e que constituam a Guarda Real do Imperador, colocada s ordens do General
Hidarnes da Prsia. O oficialato persa se compunha, assim, de membros da casta rio-iraniana. Quando Xerxes chegou ao passo, acampou suas tropas na entrada, em Trquis. Lenidas, to pronto chegou s Termpilas, mandou reconstruir o antigo muro de 2 metros na parte mais estreita do passo, e fortificar as tropas atrs dele. Tendo sido informado de que existia um caminho que rodeava o desfiladeiro para dar no outro lado, destacou os 1.000 focences para que defendesse esse caminho. Xerxes no concebendo que os gregos se obstinassem em lutar enviou sobre o terreno um emissrio para negociar com Lenidas, animando-o a entregar as armas. A resposta lacnica do soldado foi Venham pega-las!. Nessa mesma noite, quando um hoplita da Lcria comentava em tom derrotista que a nuvem de flechas dos arqueiros persas escureceria o cu e converteriam o dia em noite, Lenidas respondeu: Ento lutaremos na sombra. Na manh seguinte, as tropas formaram. Os persas agruparam milhares e milhares de medas e qusios (povos arianos) e os posicionaram na entrada do passo. Em um princpio, suas ordens eram de capturar vivos os gregos, j que o confiante Xerxes pensava em carreg-los acorrentados e exibi-los pela Prsia como trofus, ao estilo dos posteriores triunfos romanos. Lenidas, por sua parte, mandou formar os gregos na parte mais estreita do desfiladeiro, e ocupou seu posto real na extrema direita da falange. Decidiu no misturar os contingentes dos distintos povos, j que segundo sua experincia, os soldados preferiam morrer ao lado de camaradas conhecidos, e lhes era mais difcil fugir do combate se os que abandonavam prpria sorte eram amigos de toda a vida. Lenidas ps seus espartanos frente da formao, como ponta de lana. Seriam os primeiros a entrar em combate. Os persas avanaram e entraram no desfiladeiro ameaadoramente. Os espartanos entoaram o Pean com solenidade religiosa. Quando os persas comearam a atacar entre
gritarias avassaladoras, a inexorvel trituradora de carne da gloriosa Falange Espartana se ps a funcionar em silncio. Os persas se chocaram contra a muralha de escudos com um estrondo ensurdecedor, brandindo suas armas e espetando-se finalmente nas lanas espartanas. Imaginemos o aspecto que deveu apresentar aquilo. O sangue que deve ter corrido, as gloriosas ordens dadas a grito, os gritos de guerra e de dor, os cortes e punhaladas, as lanas avermelhadas entrando e saindo ritmicamente, atacando com preciso os pontos fracos ou pouco protegidos dos corpos inimigos, como sinistras puas a partir da couraa de escudos salpicados de sangue, os choques e os golpes, as feridas terrveis, os cadveres dos cados, os espartanos mantendo a calma e o silncio em meio confuso e o terrvel estrpito do combate; os persas valentes, porm ineficazes imolando-se em uma gesta gloriosa. Os espartanos pareciam estar no pice, e ali onde estavam, inspiravam os demais gregos a imit-los, fazendo-os ver que a vitria era possvel e elevando a moral. Estavam demonstrando que seu socialismo de unio e sacrifcio era claramente superior a qualquer outro sistema poltico, e que eram os mais preparados para enfrentar a Idade do Ferro. Xerxes diferentemente de Lenidas no combatia. Sentado sobre seu trono e ouro, situado em um posto idneo, observava com horror o que estava sucedendo: suas tropas estavam sendo massacradas catastroficamente. Os persas tinham armaduras muito mais leves e ineficazes que as pesadas couraas gregas, j que o tipo de luta persa estava baseado na mobilidade, rapidez, fluidez e na flexibilidade de grandes multides, enquanto que a grega estava baseada na resistncia organizada, na preciso, na coordenao, na dureza do diamante e na vontade de resistir como pedras. Ademais, as lanas persas eram mais curtas e menos grossas, e no podiam alcanar os espartanos com facilidade. Caram s centenas, enquanto que os espartanos apenas tiveram feridos. Os melhores oficiais persas arianos caam quando, ao ir na frente de suas tropas no-arianas para tentar inspira-las, eram feridos pelas armas helnicas.
Quando Lenidas mandou relevar os espartanos, passando outras unidades a entrar em combate, a situao continuou: os persas caam massacrados. Diz-se que trs vezes Xerxes pulou de seu trono ao ver o que estava acontecendo, como um treinador de futebol que v como sua equipe goleada. Lenidas se limitou a dizer que os persas tem muitos homens, porm nenhum guerreiro. O General Hidarnes mandou recuar o contingente de qusios e medas, descobrindo um solo de cadveres destroados. E mandou entrar em combate os seus Imortais, convencido de que conseguiria mudar o curso da batalha. De sua parte, o Rei Lenidas mandou que seus espartanos se situassem novamente na vanguarda. Os Imortais avanaram impassivelmente sobre os cadveres dos persas cados, e com um glorioso valor investiram furiosamente contra a Falange Espartana. Os espartanos sofreram algumas baixas, porm sua falange no se desfez. De sua parte, os Imortais, s dezenas, eram atravessados por longas lanas e caam feridos e mortos. Muitos caram nas guas do Golfo de Malis, onde vrios, ou por no saber nadar, ou pelo peso de suas armas e armaduras, ou arrastados pelas correntes marinhas, morreram afogados. Os espartanos puseram em prtica suas tticas mais treinadas e complicadas de executar, demonstradoras de uma perfeita instruo que s eles possuam. Abriam brechas por onde penetravam inimigos confiantes, apenas para serem cercados e massacrados por rpidas lanas que surgiam de todos os lados. Outras vezes simulavam entrar em pnico e fugir em debandada, aps o qu os persas os perseguiam encorajados e em desordem. Porm os espartanos, exibindo sua maestria em tticas de manobra, logo davam a volta, tornando a formar rapidamente a falange ocupando cada um seu lugar no ltimo momento e rasgavam rapidamente as fileiras persas, semeando cadveres e regando-os com sangue. Assim transcorreu um dia inteiro. Quando chegou a noite, os combatentes se retiraram e tiveram seu
repouso. Os gregos estavam exaustos, porm com a moral altssima. Os persas, ao contrrio, estavam menos cansados, porm com a moral no cho. Devia perguntar-se se eles eram to ruins ou se eram os gregos que eram bons demais. No amanhecer seguinte recomeou o combate. Xerxes enviou persas frescos esperando que talvez abrissem brechas nos extenuados defensores gregos. Nada mais distante da realidade. Onda aps onda, os gregos rasgavam o inimigo novamente. O terror comeou a se espalhar entre os persas. Muitas vezes tentaram escapar dos espartanos, e seus oficiais os fustigavam com chicotes para obrigar-lhes a voltar ao combate. Isso no nos lembra, por acaso, os comissrios comunistas sacrificando onda aps onda na Frente Oriental? Naturalmente, esta no era uma guerra judaica e os oficiais persas no eram judeus, mas sim arianos. Ainda havia honra, e isso dava guerra um ar glorioso e cavalheiresco. A essa altura, Xerxes devia estar maravilhado e desesperado ao mesmo tempo. Sua frota no havia derrotado a frota grega no Cabo Artemsio, e no podia flanquear as Termpilas por mar. Ento sucedeu a traio, maldio de heris. Um pastor local chamado Efialtes pediu para falar com Xerxes e em troca de uma grande soma de dinheiro lhe revelou a existncia do caminho que beirava o desfiladeiro, em um processo arquetipicamente similar ao que se reproduziu muitos sculos depois no Castelo de Montsgur. O General Hidarnes, a mando dos Imortais, se encarregou de atravessar o caminho, guiado por Efialtes. Quando percebeu distncia uns gregos preparando-se para a luta, hesitou por um instante e perguntou a Efialtes se eram espartanos. Esse disse-lhe que eram focenses, e Hidarnes prosseguiu. Desde esse momento, a sorte j estava selada: a partir de ento, os gregos estavam condenados. Perderiam a batalha inevitavelmente. Lenidas, de sua parte, recebeu uns mensageiros (provavelmente
tesslios arrependidos que lutavam sob os persas) que informaram-lhe que seriam cercados pelos persas. E os gregos realizaram imediatamente um conselho.
Lenidas sabia j que perderia a batalha. Mandou que todos se retirassem, menos os espartanos e os tebanos. Os tspios, liderados por Demfilo, se obstinaram em permanecer na luta por vontade prpria, e assim fizeram, cobrindo seu pequeno povo de uma glria incomensurvel. Quando j s restavam espartanos, tebanos e tspios (1.400 homens ao princpio, menos as baixas que haviam sofrido ao longo dos combates), as tropas tomaram o caf da manh. Durante esse caf da manh, Lenidas disse a seus homens: Essa nossa ltima refeio entre os vivos. Preparemse bem amigos, pois essa noite jantaremos no Hades! Os gregos formaram, dessa vez todos juntos, a falange. Diante deles, tinham o vasto Exrcito Persa, e suas costas os Imortais. Em vez de atacarem os Imortais para talvez derrot-los e abrirem caminho para a retirada (que no serviria de nada porque abriria as portas gregas para os persas), Lenidas mandou atacar o grosso do Exrcito Persa, em uma magnfica demonstrao de herosmo e valor em estado puro, com o objetivo de manter a luta durante o mximo tempo possvel, e dar assim tempo Grcia para se preparar. Sabiam que iam morrer em todo caso, de modo que escolheram morrer heroicamente, dando mostras de uma imensa grandeza. Os gregos eram conscientes de que aquilo no era mais uma resistncia com esperanas, mas sim uma luta de sacrifcio na qual o objetivo era lanarem-se apaixonada e furiosamente nos braos da Glria e causar ao inimigo o maior dano passvel no processo. No meio do combate, e aps ter eliminado incontveis persas, caiu Lenidas. Ao redor de seu cadver se produziu um tumulto infernal enquanto gregos e persas lutavam por sua posse. Vrias vezes caiu em mos dos persas e vrias vezes foi recuperado pelos
gregos. Ao final o cadver foi assegurado pelos espartanos que, lutando sem cessar, recuaram at o muro focense. Os tebanos, por sua vez, ficaram separados do grosso da falange grega. Durante longos momentos lutaram com grande valor, porm ao final, exaustos, enlouquecidos e vendo-se perdidos, soltaram as armas e estenderam as mos em gesto suplicante para se renderem aos persas. Esses, em plena animao da adrenalina, mataram ainda a vrios. O resto dos tebanos foi capturado. Aps a batalha, foram marcados na testa a ferro e fogo, e depois foram vendidos como escravos. De que serviu se renderem? O que conseguiram? A vida? Uma vida de escravido e humilhao, eles, orgulhosos e valentes hoplitas da Hlade? No teria sido melhor e mais digna uma morte em combate, lutando at o final? Os espartanos e os tspios, por sua vez, seguiram lutando junto ao muro focense. Em um dado momento, sob a presso das investidas e dos golpes, o muro desmoronou, esmagando guerreiros dos dois exrcitos. A luta continuou, surda e impiedosa. Muitos caram esgotados e no conseguiram se levantar mais. Outros morreram atravessados pelo metal inimigo. Quando por fim apareceu o General Hidarnes a frente dos Imortais, os poucos gregos que sobraram, praticamente todos eles espartanos, subiram uma pequena elevao para poderem se defender melhor. Puseram-se de costas para uma parede para no ficarem completamente desprotegidos. Este foi o ponto terrestre sagrado da glria conquistada. Sobravam j menos de cem gregos contra, pelo menos, 100.000 persas (alguns dizem que 150.000 e outros falam de cifras bem maiores). Ali e ento, cada grego se enfrentava a mais de mil persas. Nesses momentos de resistncia final se viram a mostras do herosmo mais entusiasmados da Histria. A ltima luta na colina das Termpilas foi inspirao para inmeras obras de arte ao longo dos sculos posteriores. Provavelmente sobravam j apenas espartanos. Quase todos eles estavam feridos e sangravam por inmeras feridas.
Suas lanas estavam quebradas e seus escudos destroados, de modo que recorreram espada. Aqueles que estavam desarmados aps quebrarem ou perderem a espada utilizaram pedras para golpear seus inimigos, ou simplesmente se lanaram fanaticamente sobre ele para mat-lo com suas mos ou seus dentes, estrangulando, quebrando, golpeando, rangendo, rasgando e mordendo com ferocidade sobre-humana, em um sanguinrio e encarniado corpo a corpo. Isso histrico. Por acaso no foram esses homens possudos pela mtica Ira Sagrada, a dos berserkers e os guerreiros inspirados? Bem se poderia perguntar-lhes: Por que lutais se perdereis? Estais destroados, a beira da morte e mais prximos do Outro Mundo do qu da Terra. Como podeis, ento, seguir lutando?. Porm essas eram reflexes imprprias de heris. Aquilo ultrapassava em muito qualquer coisa desse mundo. A razo havia ficado esmagada sob os ps da vontade helnica, que exprimiu ao mximo as foras daqueles homens. Era uma fria que vinha de cima. Era fanatismo cego, era um sentimento invencvel, visceral, vermelho e instintivo. Era lutar at o fim, como os bravos guardies de Berlim em 1945. Os persas no conseguiam suprimir aqueles fanticos valentes e, totalmente desmoralizados, se retiraram. Ento avanaram seus arqueiros, e lanaram sucessivas chuvas de flechas que massacraram os valentes resistentes. Um exrcito imperial multitudinrio de centenas de milhares, lutando contra umas dezenas (provavelmente ao redor de 100) de gregos enlouquecidos, e ainda assim tiveram que venc-los de longe porque no corpo a corpo jamais poderiam ter vencido! Quando o ltimo espartano esgotado, delirante e ensangentado, com a mente posta em sua esposa, seus filhos, sua Ptria e o Cu caiu crivado por flechas lanadas de longe, terminou a Batalha das Termpilas. Os gregos haviam perdido e os persas haviam vencido. Os cados se haviam sacrificado furiosamente at o ltimo homem, consumando cavalheirescamente seu juramento de honra e fidelidade eternas, e ascendendo as escadas da glria imortal. Em
uma nica batalha, esses cados conquistaram uma iluminao maior do que a que mil sacerdotes e filsofos conseguem em vidas inteiras de dedicao. Para fazermos uma idia do medo que essa matana de persas insuflou no corao de Xerxes, basta dizer que ordenou a crucificao e decapitao do cadver do Rei Lenidas. Isso muito mais revelador do que parece, j que os persas, como bons arianos, tinham a tradio de honrar um inimigo valente morto. Porm Lenidas havia se demonstrado algo muito acima de seu respeito, algo aterrador que superava completamente a tudo que consideravam possvel e que conheciam da Europa. Os demais cadveres gregos foram jogados em uma fossa comum. Xerxes perguntou, fora de si em seu trauma, se sobravam na Grcia mais homens como aqueles 300 espartanos. Podemos imaginar perfeitamente o que sentiu quando lhe informaram que em Esparta haviam 8.000 espartanos to valentes e treinados como os 300 cados! Faamos agora uma pequena recontagem da Batalha das Termpilas: 7.000 gregos contra (ponhamos) 250.000 persas. O bando grego teve 4.000 mortos, incluindo Lenidas, seus 300 espartanos e os 700 tspios. Porm o bando persa teve nada mais, nada menos, que 20.000 mortos incluindo dois irmos de Xerxes: Abrocomas e Hiperantes. Quer dizer, um exrcito 30 vezes menor que o inimigo lhe infligiu perdas 5 vezes maiores que as suas. Proporcionalmente, isso significa um triunfo de 150 para 1. So desnecessrios os comentrios, ainda que saibamos que, contudo, as frias cifras numricas nada entendem de herosmo e de vontade. O qu ocorreu aps a Batalha? O que conseguiram os cados? Dar tempo frota naval e ao contra-ataque grego. Os persas prosseguiram sua marcha para Atenas, encontrando-a vazia, pois seus habitantes puderam ser evacuados enquanto ocorria a Batalha das Termpilas. Os persas saquearam e queimaram o que puderam. Na Batalha de Salamina desse mesmo
ano de 480 AEC, a frota grega derrotou a persa em glorioso combate. Xerxes teve que se retirar com parte importante de seu exrcito, pois sem a frota, a logstica e o abastecimento eram precrios. Deixou, pois, 80.000 persas (outros dizem que 300.000) sob o comando de seu cunhado, o General Mardnio, para que continuassem com a campanha. Poucos meses depois, na Batalha de Platia de 749 AEC, 5.000 espartanos, junto com seus aliados, e sob o comando do Rei Pausnias de Esparta, derrotaram definitivamente os persas, e o General Mardnio caiu em combate. A Prsia foi derrotada. A Grcia ganhou a Segunda Guerra Mdica. O sacrifcio da Termpilas, portanto, no foi em vo. O poeta Simnides escreveu uns versos em honra aos espartanos cados em Platia: Estes homens deixaram um altar de glria em sua terra Brilhando sem importar o tempo que faa Quando foram envoltos pelas negras nvoas da morte Porm ainda que tenham morrido No esto mortos, pois seu valor lhes ala em glria Desde as estncias de Hades. Qual foi a possibilidade catastrfica que Lenidas evitou. Tivesse se retirado da luta, a cavalaria persa lhe teria atacado em massa e em campo aberto, cercando-o por trs e pelos flancos e massacrando suas tropas. A Prsia teria conquistado toda a Grcia e provavelmente uma poro significativa da Europa Oriental, talvez mais alm dos Balcs e do Danbio. E isso teria sido um desastre racial, j que a Prsia era mestia e a Europa ainda era bastante pura. E graas aos Cados, continuou sendo por muito tempo. Antes de partir luta, a Rainha Gorgo, esposa de Lenidas perguntou-lhe: Qu farei se no voltares?. A lacnica resposta foi: Casa-te com algum digno de mim e tenha filhos fortes que
sirvam Esparta. Na perpetuao da Raa no h pausa aceitvel. O caminho segue inexoravelmente e o sangue se transmite aos novos herdeiros. A Batalha das Termpilas foi arquetpica. Lenidas (herclida, descendente de Hrcules) caiu no lugar em que, segundo a Tradio, Hrcules se lanou nas guas para acalmar seu fogo interior. No local se colocou uma esttua de um leo (animal cuja pele vestiu Hrcules, e que figura no prprio nome Lenidas, e se colocou uma placa com a simples inscrio: Caminhante, v a Esparta e diz aos espartanos que aqui jazemos, obedientes a suas leis. A gloriosa histria da Batalha das Termpilas acessvel para qualquer um em inmeros livros.
Porm no encontraram ossos normais, mas sim um esqueleto de tamanho imenso, como os herois gigantescos aos quais alude Homero. No mencionado caso de Tegia, os espartanos foram audazes ao no anex-la, mas sim estabelecer um tratado pelo qual Tegia devia proporcionar soldados, armas e demais equipamentos, ademais de se aliar com Esparta e segu-la em todas as suas estratgias de poltica exterior. Em troca, Tegia pode conservar sua independncia. Mediante polticas similares, Esparta conquistou os Estados de todo o Peloponeso, finalmente inclusive a Argos, Arcdia e Corinto, at o ponto que, com a invaso dos Persas em 490 aC, Esparta era a maior potncia helnica, muito acima de Atenas. Segundo Herdoto, na mencionada Batalha de Platea de 479 aC lutaram 5.000 espartanos, 5.000 periecos e 35.000 helotas. Apenas os espartanos eram guerreiros consumados, enquanto que os emais estavam obrigados a tomar as armas, e a enorme quantidade de helotas (completamente carentes de treinamento guerreiro) constituam a bucha de canho. Na poca da maior populao, em Esparta havia 200.000 helotas e 9.000 famlias espartanas. Em 480 havia um total de algo menos que 8.000 hoplitas espartanos mobilizveis. Esses tipos de batalhas foram heroicas, porm fratricidas e prejudiciais para a Raa. Prsia e Grcia eram naes arianas aparentadas. O poeta grego squilo (525 aC 456 aC) ps na boca da me de Xerxes: Me parece ver duas virgens soberbamente enfeitadas. Uma, ricamente vestida moda dos persas; a outra, segundo o costume dos drios. Ambas superam em majestade s outras mulheres. Ambas, de uma beleza impecvel. Ambas, irms de uma mesma Raa. Com isso vemos que inclusive naquela poca havia indivduos que se davam conta do quo absurdas resultavam essas querelas de povos claramente superiores.
O que tinham que ter feito helenos e persas era se unirem e submeter as multides inferiores que habitavam suas respectivas terras e que acabariam por lhes afundar gradualmente, atravs da mistura e do roubo de sua pureza racial, na decadncia mais absoluta. O certo que o numeroso Exrcito Persa estava composto principalmente de raas escuras e que somente os chefes e a elite guerreira eram persas autnticos e puros, porm em todo caso as guerras da poca eram travadas por um bando de arianos contra outro, junto com os escravos de cada bando, quando o que tinham que ter feito era se unirem, bando ariano com bando ariano, ombro com ombro, escudo com escudo, para massacrarem a todos os escravos, estivessem unidos ou no. Teria-lhes sido extremamente fcil faz-lo, e no lhes teria causado problemas, j que aos antigos arianos no lhes importava manchar-se com sangue. Porm no o fizeram, porque no tinham aprendido a renunciar a eles mesmos em favor do que os superava: a Raa. Repetimos a sentena de George Bernard Shaw: Os fortes se destroem entre si, e os fracos continuam vivendo. Crasso erro passado, por culpa do qual a decadncia impera no presente. Em 464 aC houve em Esparta um grande terremoto que destruiu o ginrio enquanto os efebos, a flor e nata da juventude espartana, se encontravam dentro se exercitando, matando muitos deles. Essa tragdia propiciou que os helotas (aproveitando a desordem e o vazio criados) iniciassem outra revolta, confiantes em sua avassaladora superioridade numrica em relao aos espartanos. Assim comeou a Terceira Guerra Messnia. A rebelio aberta foi esmagada pelos espartanos com eficcia e sem a menor piedade. Os atenienses enviaram a Esparta um contingente militar liderado pelo patriota e pr-espartano Cimn para lhes auxiliar, porm os espartanos rechaaram altivamente a ajuda, e o contingente teve que retornar estupefato a Atenas. Os restos da revolta se retiraram ao Monte Itm j smbolo da identidade messnia. Desde ali, e sob o assdio espartano, os
messnios se dedicaram por cinco anos a uma guerra de guerrilhas contra os espartanos, que tambm recorreram com maestria ttica guerrilheira, empregado seus fanticos e selvagens filhotes em atividades seletivas de caa, represso e castigo. Aps esses cinco anos, os espartanos, talvez levados ao respeito pela valente e desesperada resistncia dos messnios, lhes permitiram escapar do Peloponeso. Porm reforaram ainda mais sua severidade para com os helotas.
17 O Crepsculo de Esparta
Se algum me pergunta se eu creio que as leis de Licurgo permanecem imutveis ainda hoje, por Zeus, j no poderia afirm-lo com segurana. Realmente, sei que os lacedemnios antes preferiam viver eles sozinhos em sua Ptria desfrutando de seus moderados bens, do que serem harmostas de uma cidade estrangeira e, ao serem adulados, cair vtimas da corrupo. Tambm sei que antes temiam ser vistos com ouro; ao invs, agora inclusive h alguns que alardeiam possu-lo. Tambm conheo que antes havia expulses de estrangeiros e que no se permitia sair do pas aos cidados para que no se contaminassem com a moleza dos estrangeiros. Agora, por sua vez, sei que os que se consideram os melhores se esforam em ser governadores no estrangeiro e que nunca abandonem o cargo. Houve um tempo em que se preocupavam em serem dignos de mandar; por sua vez, agora se ocupam muito mais de conseguir o mando do que de serem merecedores dele. Em conseqncia, os gregos iam antes Lacedemnia e pediam-lhes que tomassem o mando contra os que pretendiam ofender-lhes. Agora, ao contrrio, so muitos os que se auxiliam mutuamente para lhes impedir de voltarem a liderar. (Xenofonte, Constituio dos Lacedemnios, 14) Todas as grandes culturas do passado caram na decadncia devido unicamente a que a raa da qual haviam surgido envenenou seu sangue. A causa ltima de semelhante decadncia sempre foi o fato de que o homem esqueceu que toda cultura depende ele e no vice-versa; que para conservar uma cultura definida, o homem que a construiu tambm precisa ser conservado. (Adolf Hitler, Minha Luta, Volume I, Captulo IX) A rivalidade entre Esparta e Atenas culminou com a longa Guerra do Peloponeso (431 a.C. 404 a.C.). Essa guerra teve um certo carter espiritual-ideolgico: os atenienses viam a Esparta como um Estado de brutalidade, opresso ao indivduo e rigidez inflexvel, enquanto que para os espartanos, Atenas era um poo
escuro de decadncia, homossexualidade, e moleza que ameaava contaminar toda a Hlade. Em 415 a.C., uns emissrios espartanos acudiam ao Santurio de Delfos. O orculo lhes fez um augrio sombrio: logo os espartanos veriam os muros de sua pior inimiga reduzidos a escombros, porm eles mesmos no tardariam em sucumbir ante uma amarga derrota. Essa foi talvez a primeira advertncia sobre o ocaso vindouro de Esparta. O espartano Lisandro, chefe da marinha espartana, derrotou efetivamente o ateniense Alcibades em 404 a.C., e outorgou a vitria a sua Ptria. Depois de longos e penosos anos de assdio, privaes e batalhas contra Atenas, quando por fim triunfou Esparta, Lisandro escreveu simplesmente em suas memrias: Atenas caiu. Outra mostra de laconismo. Lisandro era um mothake (bastardo), pois seu pai era espartano e sua me helota. Mesmo assim, durante sua infncia, foi aceito por algum motivo no brutal sistema de treinamento da Agog. Lisandro era, contudo, um militar metido a poltico e um conspirador, e acariciava idias de uma nova revoluo das leis em Esparta. O simples fato de que um indivduo como Lisandro tivesse chegado a um posto to alto j implicava que algo estava podre em Esparta. A guerra resultou na runa de Atenas, consolidando-se a supremacia espartana. Nesse mesmo ano de 404 a.C., os muros de Atenas foram derrubados ao som de pfaros espartanos, tal e como foi vaticinado em Delfos, e o governo de Atenas foi tomado pelos Trinta Tiranos. Porm a supremacia espartana seria curta, porque havia sido conquistada a custo do sacrifcio do melhor sangue espartano e, como j se disse, negros pressgios sobrevoavam Esparta. Estavase ficando sem sangue de qualidade, esgotado em inmeras guerras. Seus nmeros minguavam. A dureza dos espartanos produzia cada vez mais dios da parte dos povos submetidos, que se multiplicavam endiabradamente. Esparta estava envelhecendo.
Por outro lado, se mostrava muito zelosa em suas leis de cidadania (ser filho de pai e me espartanos e passar pela eugenia, a Instruo e a admisso nas sistias do Exrcito), de tal modo que com a vinda das misturas e das guerras sanguinrias, nas que caam os melhores espartanos, o nmero de autnticos espartanos se foi reduzindo desde os 10.000 do apogeu, at chegarem finalmente a pouco mais de mil, porm ao menos esses poucos seguiam sendo iguais aos seus antepassados espartanos. Haviam preferido ser, a todo custo, uma seleta minoria superior, dominando a uma maioria inferior e sendo leais s leis de Licurgo at o fim de sua agonia nacional. Estavam obstinados em resistir como grupo seleto, elite aristocrtica, e se negavam a dar concesses ou compartilhar privilgios, permanecendo cada vez mais orgulhosos a medida que seus nmeros foram diminuindo mais e mais. Sabiam que uma minoria somente pode se impor se cultiva sua qualidade. Os nmeros de espartanos autnticos, vares hoplitas, jamais haviam superado a cifra de 10.000. Toda essa poltica demogrfica contrastava, pois, com a ateniense, que consistiu em inflar artificialmente os nmeros de sua populao (Atenas tinha aproximadamente 5 vezes a populao de Esparta) mediante a imigrao no-ariana, a reproduo descontrolada e a falta de eugenia. Isso deu como resultado bairros insalubres, sujos e lgubres, de ruas estreitas e retorcidas, onde se acumulavam os escravos e onde se estendiam as infeces, os ratos e as pestes. A derrota de Atenas motivou que comeassem a circular as riquezas como trofus por Esparta. Plutarco escreveu: O princpio da corrupo e da decadncia da Repblica dos Lacedemnios quase se deve situar-se em que, tendo destrudo o imprio dos atenienses, comearam a abundar em ouro e em prata. Isso no teria sido um problema se tivessem conservado puro o seu sangue, pois teriam rechaado o ouro, mantendo sua lealdade s leis de Licurgo. Como dissemos, Esparta havia sangrado muito em sua guerra contra Atenas. A flor e nata de sua virilidade guerreira se havia imolado no altar de sua Ptria, e os
nmeros dos espartanos comearam a fraquejar. Em 398 a.C., o Rei Agesilau ascendeu ao trono gmeo de Esparta. Um ano depois, sucedeu outro funesto pressgio. Enquanto um sacerdote levava a cabo um sacrifcio, entreviu horrorizado algum nefasto signo arquetpico no ritual, e anunciou com grande alarme que Esparta estava sob espreita de seus inimigos, e que nesse mesmo instante se encontrava seriamente ameaada. Em vista da prostrao de seus inimigos exteriores, o pressgio provavelmente no foi tomado com a seriedade que deveria. Porm o pressgio se referia aos inimigos interiores de Esparta. Agesilau descobriu um ano depois, em 397 a.C.,uma conspirao urdida por Lisandro contra as leis de Licurgo. Nessa conspirao jogava um importante papel um indivduo chamado Cinadn. Esse formava parte dos hypomeiones, ou inferiores, isso , cidados espartanos degradados por terem mostrado covardia em combate, por no terem provido a sua sistia das raes estipuladas, por no terem sido admitidos em sistia alguma, ou por outros motivos desonrosos. O importante dessa conspirao radicava em que parecia reunir a todos os que no eram autnticos espartanos, quer dizer, helotas, periecos e espartanos degradados, todos os quais segundo o prprio Cinadn queriam comer crua a elite dos autnticos espartanos, pois guardavam contra eles um ressentimento imenso e venenoso. Aps terem feito suas confisses, Cinadn e sua loja de conspiradores foram conduzidos atravs da cidade de Esparta sob a ponta de lanas e o aoite dos chicotes. Depois de serem levados a Kaiada, foram executados e arremessados no fosso. Agesilau foi acusado de quebrar uma velha lei de Licurgo que proibia fazer a guerra durante muito tempo seguido contra o mesmo inimigo para que esse no aprendesse a se defender, pois com suas incurses em Becia, estava praticamente ensinando os tebanos a lutar. Em 382 a.C. Esparta tomou Tebas. Porm essa vitria estava maldita, pois Esparta havia decado muitssimo e os
tebanos estavam se fortalecendo. Quatro anos depois, os tebanos lograram expulsar os espartanos, no primeiro sinal poltico de que Esparta estava decaindo. Anos depois, 7.000 tebanos altamente motivados, sob o lder carismtico Epaminondas, se levantaram contra Esparta e derrotaram os espartanos na Batalha de Leuctra de 371 a.C. Naquela batalha j s lutaram 1.200 espartanos, que eram todos os que sobravam. 400 deles morreram. Se diz que quando os soldados tebanos entraram em Esparta durante os combates de rua que se sucederam, perguntavam: Onde esto os espartanos? e que um ancio lhes respondeu J no existem, caso contrrio, vocs no estariam aqui. Aps a invaso, os inteligentes tebanos deram outro imenso golpe ao poderio de Esparta: libertaram os helotas. A cidade de Messnia (em apenas 74 dias) se rodeou de um muro, simbolizando que havia se emancipado do jugo espartano e que pretendia conservar essa emancipao a todo custo. Os espartanos haviam cado, porm os tebanos haviam mantido seu sangue puro e sua vitalidade. Contavam com uma unidade de elite chamada o Bando Sagrado. Em toda a Grcia, as mulheres tebanas (descritas por Dicearco como loiras) eram j consideradas superiores s espartanas, as mais belas da Hlade, e em toda parte se reconhecia que os espartanos haviam mantido seu sangue puro. Os tebanos descendiam de invasores tesslios, magnficos cavaleiros que chegaram Grcia na poca das grandes invases. Aps terem sido expulsos do Peloponeso pelos drios, estabeleceram sua capital, Tebas, na Becia. A Batalha de Leuctra consumava a vingana dos tesslios contra os drios. Desde 640 a.C. nenhum exrcito havia conseguido submeter Esparta. O poderio espartano estava acabado. Suas leis de ferro e pedra sabiamente promulgadas e gravadas a sangue e fogo no contiveram a mistura sangunea eternamente, ao mesmo tempo em que nas guerras morriam desastrosamente os melhores
espcimes biolgicos e espirituais da elite espartana. Houve uma traio, uma deslealdade, uma perda de memria e uma queda. A partir daqui, a histria de Esparta vergonhosa, desesperada, triste e trgica. Sentimos vergonha alheia diante dela pelo muito em que contrasta com o herosmo anterior. Poderia se dizer que era humilhante para seus herdeiros, porm devemos agregar que no eram j os herdeiros da Esparta dria, porque no corria por suas veias sangue drio puro sangue ariano puro. A mistura sangunea e a guerra fratricida com Atenas haviam debilitado muito as numerosas Cidades-Estado helnicas, de tal modo que caram presa da nova estrela ariana dos macednios do Rei Filipe II (382 336 a.C.), um povo heleno que se havia mantido na periferia da Grcia vivendo em modo brbaro, conservando a dureza das origens e a pureza de seu sangue. Valendo-se da Liga Tesslia, os macednios comearam a penetrar gradualmente na Grcia. Em 367 a.C. se constituiu a Liga Etlia. Em 339 a.C. os macednios j tinham chegado a dominar a Hlade, incluindo Esparta. O filho de Filipe II, o famoso Alexandre Magno (356 323 a.C.), conquistaria o maior Imprio conhecido at ento, desde a Grcia at a ndia, e desde o Cucaso at o Egito, Imprio que sucumbiria pelo amolecimento e a mestiagem institucionalizada que promoveu erroneamente para helenizar a povos estranhos que eram menos puros que os macednios e que, ainda assim, graas conservao da nobreza macednia em muitas de suas provncias (como Egito), e a sua interao com outras aristocracias arianas, pode seguir dominando de forma fragmentada. Em 330 a.C., o Rei Agis III de Esparta atacou Antipater, lugartenente de Alexandre Magno, porm foi vencido e morto na Batalha de Magalpolis. Durante a Guerra Lamiana iniciada aps a morte de Alexandre Magno em 323 a.C., Esparta se encontrava demasiado dbil at mesmo para participar.
Durante o sculo IV a.C. teve lugar uma reforma de Epitadeu, um foro ambicioso que, por desavenas com seu prprio filho, redigiu uma lei segundo a qual todo cidado poderia outorgar sua herana a quem quisesse. Isso teve uma enorme influncia na distribuio das parcelas de terra, confirmando uma vez mais que o estado da terra, as reformas agrrias de carter progressista so a runa da Nao. De todas as maneiras, a posterior runa de Esparta no foi conseqncia dessa lei, mas sim que a redao de dita lei foi conseqncia de uma silenciosa decadncia no mbito do esprito e do corpo, e que se manifestava materialmente na contaminao do sangue, na desintegrao das famlias nobres e nos males derivados disso. Durante essa poca decadente de misturas e corrupo, a liberdade feminina se voltou contra Esparta. As espartanas, sendo por tradio proprietrias e administradoras da economia e do lar, se tornaram sediciosas e egostas. O materialismo que invadia Esparta procedente da Atenas se enraizou nas mulheres com grande facilidade. Esqueceram a naturalidade atltica, esqueceram os esforos fsicos, esqueceram seu papel de mes severas, esqueceram a gravidade da esposa sagrada, esqueceram de inspirar esperana e contemplao, e abraaram o luxo, os adornos e o conforto. Durante a decadncia espartana, as mulheres chegaram acumular de forma insensata a maior parte das riquezas de Esparta. Obviamente, a essas alturas, a liberdade feminina no fazia sentido, posto que j no se tratasse de mulheres de sangue ariano puro. Naqueles momentos, pr a mulher sob um sistema de severa submisso (como no resto da Grcia, ou como depois em Roma) tivesse preservado um pouco mais a decadente existncia de Esparta, porm no nobre prolongar uma agonia, mas sim pr fim a ela mediante um golpe de misericrdia. Ao final do sculo IV a.C., Esparta foi rodeada de muralhas defensivas, violando sua tradio e revelando ao mundo que havia perdido a confiana em si mesma.
O Rei Agis IV de Esparta (reinou entre 244 241 a.C.) tentou restaurar as leis de Licurgo, posto que havia se educado no patriotismo e sonhava em restituir a grandeza de Esparta. Para ento, os lotes de terra estavam desigualmente repartidos e mal aproveitados graas pssima administrao feminina, e ele quis torn-los mais equitativos. Agis adiou a redistribuio de terras para se unir Liga Aquia de Arato de Sicin, que desafiava o crescente poder dos macednios. Em 243 a.C., a Liga Aquia derrotou a guarnio macednica de Corinto, resultando em uma breve expanso da Liga. Porm durante a ausncia do Rei, a resistncia s suas reformas foi encabeada por seu co-regente, o Rei Lenidas II. Esse rei traidor, indigno do seu nome, era o exemplo perfeita da decadncia espartana: casado com uma mulher persa, gostava de manter em sua corte um estilo de luxo oriental que teria lhe garantido execuo imediata na velha Esparta. Assim que apareceu Agis, foi preso pelos foros que, j completamente corrompidos, condenaram-no a morte. Agis foi assim o primeiro Rei de Esparta a ser executado pelos foros. Em 230 a.C. j apenas sobravam 700 espartanos, divididos, desorientados, fracos e sem rumo. A diferenciao de castas, as barreiras sanguneas, haviam sido derrubadas. Os lotes de terra estavam em mos de mulheres de sangue impuro que as administravam codiciosamente. E existiam j helotas que possuam terras prprias. Plutarco escreveu: Assim que no teriam ficado mais do que uns setecentos espartanos, e desses apenas uma centena possua terras, e todos os demais no eram mais que uma multido escura e miservel, que nas guerras exteriores defendia a Repblica tbia e frouxamente, e em casa estavam sempre espreita da ocasio oportuna para a mudana e derrubada do governo. O Rei Clemenes III de Esparta (reinou entre 235 -219 a.C.) procurou fazer outra volta s leis de Licurgo. Sua meta era criar
de novo um grupo de espartanos que restitussem o antigo poder espartano. Aps uma srie de esperanosas alianas como Tegia e a recuparao de Manitea dos arcdios, Esparta parecia estar renascendo, oposto Liga Aquia. Se restabeleceu a austeridade espartana e as comidas em grupo. Esparta derrotou a Liga Aquia em 228 a.C., na ribeira do Rio Liceo. E em 227 a.C., voltou a derrot-la prximo a Leuctra. O vitorioso Clemenes, assim que voltou a Esparta, mandou executar os corruptos foros e aboliu a instituio do Eforato. Esparta continuou conquistando e triunfando: anexou Manitea e, em 226 a.C., voltou a derrotar a Liga Aquia na Batalha de Hecatombeion. Apoiada pelo Egito, Esparta estava literalmente reconquistando o Peloponeso. Os dirigentes da Liga Aquia terrivelmente atemorizados pelo ressurgir do lendrio poderio espartano decidiram pr fim a sua poltica anti-macednica e chamar cinicamente os macednios para que freassem os novos espartanos. Arato de Sicin pediu ajuda a seu suposto inimigo, o Rei Antgono III da Macednia, oferecendo-lhe o controle de Corinto. A Liga Etlia e a Liga Macednica, aterrorizadas e unidas, juntaram um exrcito de 30.000 homens, que venceram os 10.000 espartanos e aliados na Batalha de Selsia de 222 a.C. Ali se extinguiu definitivamente o Poder Espartano; os novos espartanos caram, as muralhas de Esparta foram derrubadas e Clemenes teve que se exilar em Alexandria. Aps ter tentado a partir de l um golpe de estado com a ajuda do Egito, morreu em 220 a.C. Com ele desapareceu a linhagem real herclida. Tanto o Rei Agis IV como o Rei Clemenes III so figuras trgicas, homens de qualidade que nasceram tarde demais, e que representavam a voz agonizante do Arqutipo Espartano durante seu mais sinistro ocaso. Sem embargo, esses reis no souberam compreender a verdadeira causa da derrubada de Esparta: a dissoluo, sob a degradao espiritual da Idade do Ferro, do
sangue dos elementos drios originrios que construram Esparta. Em 208 a.C., Nabis, posteriormente conhecido como Tirano de Esparta, ascendeu ao trono. Posto que a linhagem dupla dos Herclidas havia desaparecido com o Rei Clemenes III, se fez nico Rei de Esparta, mandando edificar de novo muralhas defensivas que a rodearam e tentando revitalizar as reformas que haviam procurado levar a cabo os reis Agis IV e Clemenes III. Introduziu com ajuda da Liga Etlia uma espcie de democracia em Esparta, e esse foi seu maior erro, pois deu liberdade a grande quantidade de helotas que no tardariam em misturar seu sangue com o dos espartanos. Os mothakes (bastardos), comearam a ter influncia no prprio organismo nacional espartano, e surgiram os neodamodeis, novos cidados. Em 205 a.C. Esparta se aliou com Roma em sua esperana de afastar os macednios. Porm em 197 a.C. Roma se voltou contra Esparta, aliando-se com os demais Estados gregos. A Liga Aquia obrigou em 192 a.C. a Esparta que se unisse a ela para tentar vigiar seus movimentos, porm quando Nabis considerou que a Liga havia se excedido em seus assuntos, levou a cabo sua secesso. Filopemn liderou o Exrcito Aqueu, que irrompeu em Esparta e executou os lderes anti-aqueus, incluindo a Nabis, derrubando de novo as muralhas de Esparta, liderando os escravos e abolindo a Instruo. Tudo o que nessa poca faziam os aqueus contra Esparta era uma expresso do terror inconsciente que sentiam ante a possvel ressurreio do Poder de Esparta, e foi ento, quando Esparta estava fraco, que quiseram destru-la para impedir qualquer ressurgimento futuro. Em 146 a.C., Esparta foi conquistada pelas legies romanas. Sob a dominao romana, alguns costumes de dureza espartana subsistiram despojados de sua essncia: o festival da Deusa rtemis se converteu em uma cerimnia grotesca na qual
simplesmente se aoitavam crianas em pblico, s vezes at a morte, rito aberrante e j sem sentido, e que me parece algo tipicamente oriental, semtico, etrusco e fencio. Na tranqilidade da Pax Romana, Esparta se dedicou a essas prticas aberrantes que atraram um grande nmero de turistas excitados de todo o Mediterrneo. Em 267 Esparta foi saqueada pelo povo germnico dos hrulos o mesmo povo que derrubaria o ltimo Imperador Romano do Ocidente dois sculos mais tarde. Os germanos eram a nova estrela ariana da Europa, e o seriam por muitos, muitos sculos. Conservavam no contaminada sua Vontade de Poder, e sua mentalidade brbara lhes impulsionava a conquistar e dominar, o que fizeram perfeitamente. Durante essa poca estavam se precipitando sobre um Imprio Romano j decadente e irreconhecvel, em que o Cristianismo estava minando irremissvelmente os sagrados pilares da sociedade ariana pag, militarista e patriarcal que outrora tiveram os romanos. Aps o desastre romano contra os godos na Batalha de Adrianpolis (378), a Falange Espartana derrotou um bando de saqueadores germanos, em um medocre lampejo de fora. Porm em 396 Esparta foi arrasada pelos visigodos do Rei Alarico I, que acabaram sendo os encarregados de administrar o golpe de misericrdia contra um Imprio Romano que j se declarava oficialmente cristo, perseguindo os pagos aps uma caracterstica inverso judaica, demolindo os templos pagos e destruindo as esculturas helensticas. Os bravos visigodos prosseguiram seu caminho at saquear a prpria Roma e logo irromperam na Espanha, onde acabariam formando a turbulenta aristocracia que tanto realizou na Idade Mdia, a que tanto deve a Reconquista, e que tanto influenciou na posterior expanso espanhola na forma de um Imprio, ficando a memria dos godos at o Renascimento. Prxima das runas de Esparta se edificou o povoado de Mistra.
Os bizantinos, posteriores conquistadores do Sudeste da Europa, edificaram sobre Mistra uma nova cidade a que chamaram Lacedemnia, tal como se chamava antes de se chamar Esparta. Segundo fontes bizantinas, em pleno sculo X grandes zonas do territrio da Lacnia ainda eram pags. Quando os turcos otomanos comearam a assumir o controle da Grcia e do Sudeste da Europa nos sculos XIV-XV, ficaram redutos de etnia dria que conservaram a religio ortodoxa e sua pureza racial tanto em Creta (os esfaquiotas) como no prprio Peloponeso (maniotas). Esses ncleos, que se retiraram a zonas montanhosas afastadas e bem protegidas, mantiveram sua identidade intacta at que os turcos foram expulsos da Grcia no sculo XIX, aps o qu desceram das montanhas para povoar de novo as zonas mais propcias vida, mantendo sempre a fama de bravos guerreiros. H autores que relacionam esfaquiotas e maniotas com os prprios espartanos, por compartilharem estirpe dria entre si. Seja ou no certo, no deixa de ser um caso digno de reflexo e meno. Aps a expulso dos turcos, se edificou a que atualmente Sparti, sob um avanado plano urbanstico. Hoje Esparta um conjunto de runa simples, toscas e pouco vistosas. Tucdides disse: Se fosse desolada a cidade dos lacedemnios, e s restassem os templos e os cimentos dos edifcios, penso que ao cabo de muito tempo, os homens do amanh teriam muitas dvidas a respeito de se o poderio dos lacedemnios realmente correspondia a sua fama... Ao contrrio, se ocorresse o mesmo aos atenienses, ao serem mostradas aos olhos dos homens do amanh a aparncia de sua cidade, conjecturariam que a fora de Atenas era o dobro da real.
18 - A Lio de Esparta
S a pureza da Raa conserva a Raa Adolf Hitler Os espartanos eram os melhores de seu tempo porque matavam muito e bem. Uma nao to excepcional como Esparta, que arrasava seus inimigos em uma poca que o homem era infinitamente mais duro que agora, uma nao que era temida em uma era que tudo tritura e salpica de sangue, teve uma misso excepcional: Mostrar-nos um caminho, filhos do fim e pais do novo princpio, herdeiros espirituais dos ensinamentos arianos e recipientes materiais do poder encerrado no sangue ariano. Este foi o propsito de Licurgo, e a sibila de Delfos soube quando lhe viu, santificando sua misso. Mas Esparta tambm teve que nos mostrar o nico ponto dbil de tal civilizao, de modo que sua decadncia tambm nos sirva de lio, para que a Espartana Disciplina da Grande Dor, o ascetismo militar, no tenham sido em vo, mas sim que guie a ns, que a compreendemos. Aconteceu com Esparta aquilo que aconteceu com toda civilizao ariana: sucumbiu sob a maldio multirracial, o ouro dos comerciantes, a corrupo das mulheres, a moleza dos homens, as guerras fratricidas, se bem as leis de Licurgo prolongaram sua glria e sua agonia. Os melhores e mais valentes homens da Grcia estavam acabados. Logo seus corpos foram pisoteados por povos arianos mais puros, jovens e vigorosos. Mas qual a melhor moral? Que o despertar da Arianidade s poder ocorrer depois da ocorrncia de um terrvel trauma sobre a Raa, que atue como uma horrenda iniciao do tipo morte mstica. Ser como se a Raa Ariana morresse e nascesse de novo. Quem dar a Raa Ariana a horrenda iniciao? Seus inimigos: A Sub-humanidade, os antigos escravos. Esparta nos ensinou tambm que no podemos permitir, que devemos evitar a todo custo, que os arianos de qualidade morram
sem deixar uma descendncia abundante, pura, protegida e cultivada, procriada com congneres de idntica qualidade racial. Cultivar o melhor sangue, como na SS, a soluo. Criar a Raa Ariana, como fez Adolf Hitler, a soluo. Ter um jardim perfeitamente ordenado e distribudo a soluo. E Esparta teve seu xito durante muito tempo, mas acabou falhando. E caiu. Caiu roda em suas prprias razes. Quem melhor aprendeu a lio de Esparta? A resposta dolorosa se voc for um ariano consciente. So nossos inimigos os que aprenderam o melhor de Esparta. So eles que compreendem que para sobreviver neste mundo, imprescindvel uma preparao nos campos da dureza e da luta. O mundo moderno, que se caracteriza por uma diablica inverso de tudo, propicia o endurecimento de raas inferiores, enquanto que a Raa Ariana se abranda pateticamente, em corpo e vontade. Se hoje em dia tivssemos que nos perguntar que pas mais se assemelha a Esparta em sua situao e seus mtodos, s poderamos dar uma resposta: Israel. A judiaria compreendeu que perder a cabea e deixar-se seduzir pela confiana que embarga o vitorioso o pior perigo, e por isso estabeleceu algo to indito e incompreensvel a primeira vista como o Estado de Israel. Apesar de ter conquistado praticamente toda a terra, graas a Israel, a judiaria ainda pode ter o luxo de estar em um ambiente de perigo e guerra. Ali, o inimigo se encontra no interior e ameaa constantemente com atacar. Ali, s a opresso dos palestinos e o manter-se em guarda perptua garantem a segurana e lhes mentaliza para no decair.
Ali tem um povo vizinho fantico, histrico, armado at os dentes e militarizado, rodeado de vizinhos hostis que acrescentam ainda mias sua parania, seu racismo, sua mentalidade de auto-defesa, e seu af de compensar mediante a qualidade sua inferioridade numrica, alimentando um sentimento de estar ss ante o perigo
sentimento que, por outro lado, absolutamente falso, j que tem a seus ps praticamente todo o Ocidente. Israel, como predisse Adolf Hitler, uma academia para a educao de criminosos, a escola onde sempre haver um ncleo duro judeu que aprende a no deixar-se relaxar. O que ali fermenta tem seu eco, no s nos judeus de Israel, mas na Judiaria de todo o planeta. Algo similar ocorre na sia Oriental. Se no Ocidente houvesse uma mentalidade reta e honrada, o Ascenso da sia Oriental motivaria uma srie de graves decises. O destino das hordas amarelas sempre foi bater-se at a morte com a Raa Ariana. Se por alguma razo a mentalidade ariana voltasse a mandar nas naes ocidentais, imediatamente se decretaria um estado de emergncia e uma militarizao da populao masculina. Em comparao com o barbarismo imperante no Terceiro Mundo, com a organizao corporativa da sia Oriental, com o embrutecimento dos sub-humanos nas ruas ocidentais e com esse barbarismo estatal e consolidado que o Estado de Israel, o Ocidente Ariano aparece como algo extremamente brando, velho, cabisbaixo, afeminado, sem instintos, sem coluna vertebral e condenado a desaparecer. Ocidente, agora mesmo, transita sua etapa mais vulnervel. E essa condio se acrescenta a passos agigantados. Ocidente no se salvar se no lograr despertar seus instintos primrios, se no esquecer quanto antes de toda a verborria humanitria e se no proceder uma drstica limpeza interior. A Judiaria, no entanto, nunca dotar um modo ariano de pensar como o modo espartano, porque lhes anti-natural e aberrante. Israel jamais ser como Esparta, to s adotar o possvel em tticas estratgicas similares. S a Arianidade seria capaz de voltar a pr em marcha um sistema autenticamente espartano, onde a ameaa do inimigo prximo e a necessidade de treinar-se na guerra no seria uma simples encenao para fanatizar o povo, mas sim uma situao real de luta, sobrevivncia ou morte de toda a Raa.
Acredito no seguinte: hoje em dia, as raas inferiores so mais duras que a Raa Ariana quanto a corpo e vontade, porque vivem num mundo de brutalidade e perigo perptuo, e isso agua seus instintos, eleva usa testosterona y aumenta sua fome. No entanto, o dia que a Raa retorne a brutalidade, voltar a ser infinitamente mais dura e forte que qualquer inimigo, e o que importanteter uma meta eterna.
homem branco, s pelo sangue que tem, j possui um enorme potencial. No divino, mas porta a divindade em seu sangue.
No pode chegar a ser um deus, mas seu sangue a matria-prima pela qual se reconstruir a Raa dos Deuses e sua tarefa de reconquistar a Terra. A Raa Branca, pois, tem um potencial infinito que pode e deve ser desatado e cultivado. As regras sobre as que estavam assentadas Esparta eram eternas e naturais, to vlidas hoje como ontem. Mas no nos enganemos: os espartanos no eram ascetas pacficos e contemplativos, tampouco bandidos degenerados e embrutecidos. Souberam conjugar o lado luminoso com o lado obscuro. Souberam unir a violncia, ferocidade e falta de escrpulos com serenidade, pureza e espiritualidade. Souberam serem ferozes lutadores, ademais de cavaleiros do esprito e da honra. Souberam praticar essa mgica frmula dualista de mens sana in corpore sano, frmula que dever seguir enquanto a Raa siga sendo natural ademais de espiritual, conjugando sobre a fina linha vermelha que separa o luminoso do obscuro. E isto no esquizofrenia nem psicose, equilbrio. Hoje em dia o bem estar dualista se esqueceu: a forma fsica abandonada, produzindo monstros brandos, fracos e deformados; o envenenamento mental produziu abominaes semelhantes no campo do esprito. O homem branco moderno no conhece a dor, nem a honra, nem o sangue, nem a guerra, nem o sacrifcio, nem a camaradagem, nem o respeito, nem o combate, e por isso tampouco conhece antigas e amveis deusas como a Iluminao, a Glria, a Vitria e a Serenidade. S conhece dolos degenerados y prostitutas de sangue impuro, enfiados em sua mente pelo sistema e por isso caiu na mais deplorvel moleza. Todos os renascimentos arianos estiveram inspirados neste esprito Greco-Romano ou europeu clssico, do qual o Arqutipo Espartano foi a manifestao mais bem sucedida e depurada. Quando vemos, por exemplo, imagens dos Ordensburg (centros
de instruo) das SS, no podemos menos que nos maravilhar ante esta sobriedade de pedra e madeira, esse fundo rstico e autntico, essa lealdade ao ascetismo e s origens. Os SS, claramente, foram os mais recentes herdeiros da Religio dos Fortes.