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Estudo Tecnico Necessidade Concurso Adagro

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ESTUDO TÉCNICO

1. INTRODUÇÃO
A Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco – ADAGRO foi
criada pela Lei nº 15.919, de 4 de novembro de 2016. Autarquia vinculada à Secretaria de
Agricultura e Reforma Agrária, é dotada de autonomia administrativa e financeira. É um
órgão executor da Defesa Sanitária Animal e Vegetal, bem como da Inspeção de Produtos de
origem animal e Inspeção vegetal que executa as atividades normatizadas pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).Já foi uma Unidade Técnica criada em 2003
pela Lei no 12.506 e foi alçada à condição de Autarquia. Sempre figurou entre os melhores
órgãos executores da defesa agropecuária do País, possuindo certificados internacionais e
várias premiações.
Em 2014, conquistamos junto à Organização Mundial de Saúde Animal - OIE, o
reconhecimento internacional dostatus “Livre com vacinação para a febre aftosa” na área
animal bem como o reconhecimento nacional de “Livre de Sigatoka Negra e Moko da
bananeira” na área vegetal. Estes reconhecimentos ajudaram a impulsionar o agronegócio
em Pernambuco e estabeleceram a equivalência sanitária e comercial com as demais
unidades federativas, assim obtivemos como resultado a projeção internacional a esta
Agência.
Não obstante as conquistas, ocontingenciamento que tem ocorrido ao longo dos anos e
atualmente de forma mais grave, juntamente com o número já deficitário e a aposentação
de servidores efetivos,forçou o fechamento gradativo de vários escritórios, barreiras fixas
sanitárias e feiras agropecuárias no estado. Esta situação,cumulativamente,está produzindo
o decréscimo nos serviços prestados e o efeito imediato será a perda da certificação
internacional do Estado para o status sanitário de “Livre de febre aftosa com vacinação e o
resultado em cascata será oimpacto direto e frontal nos índices de produção e
comercialização na agropecuária pernambucana em nível nacional e internacional porque
será perdida a equivalência de trânsito e comercialização nacional. Apontamos este fato
considerando apenas a bovideocultura, haja vista que esta certificação foi concedida pela
OIEe é renovada anualmente, de acordo com as condições técnicas e operacionais dos
serviços veterinários da instituição. Há um padrão de serviços a ser mantido que justifica a
manutenção da certificação.

2. MISSÃO DA ADAGRO
Promover e executar a Defesa Sanitária Animal e Vegetal, além de controlar, inspecionar
e fiscalizar produtos, promovendo a sustentabilidade econômica desses setores e a
segurança alimentar do homem.

3. OBJETIVO DO ESTUDO
É objeto deste presente estudo técnico a contratação de 40 (quarenta) médicos
veterinários 10 (dez) agrônomos e 90 (noventa) técnicos agropecuários para atender as
necessidades inerentes a competência desta Adagro no que diz respeito as atividades de
defesa sanitária animal e vegetal, inspeção de animais e produtos derivados, inspeção de
produtos vegetais, bem como a fiscalização da comercialização, uso e aplicação de
agrotóxicos e afins.

4. ARGUMENTAÇÃO
Considerando a decretação de Estado de Calamidade Pública em todo o país pelo
Governo Federal, somado à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que afastou a
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exigência de demonstração da adequação orçamentária em relação à Lei de


Responsabilidade Fiscal (LRF) e à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para as ações de
combate ao Coronavírus;
Considerando os incisos XV, XVI e XVII, do § 1º, do Art. 3º, do Decreto Federal Nº 10.282,
de 20 de março de 2020, que regulamentou a Lei Federal nº 13.979, de 6 de março de 2020,
que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de
importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, sendo
essas atividades fim da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco
(ADAGRO-PE);
Considerando a Portaria do Ministério da Saúde Nº 639, de que institui a Ação Estratégica
"O Brasil Conta Comigo - Profissionais da Saúde", com objetivo de proporcionar capacitação
aos profissionais da área de saúde nos protocolos clínicos do Ministério da Saúde para o
enfrentamento da Covid-19, a qual tem no seu inciso X do § 1º, o Médico Veterinário como
profissional da área de saúde. Inclusive com o envio do Ofício Nº 5 do Ministério da Saúde,
endereçado ao Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), solicitando
a base de dados do CFMV com o cadastro dos profissionais (Médicos Veterinários), os quais
poderão ser requisitados pelos Estados, Municípios e Distrito Federal, para o enfrentamento
da emergência de saúde pública (COVID-19);
Considerando que que as ações desenvolvidas pela Adagro são relacionadas como serviço
essencial, conforme o Decretonº 10.282, de 20 de março de 2020;
Verifica-se que, apesar dacrise sanitária, social e econômica gerada pela pandemia
COVID-19, o setor agropecuário confirma de forma positiva sua importante parcela das
riquezas produzidas pelo Estado de Pernambuco apresentando destaque de crescimento,
mesmo durante um período de crise em cenário nacional, este fato reforça a defesa
sanitária animal e vegetal e a inspeção animal e vegetal como áreas essenciais e
garantidoras da produção de alimentos.Além disso, recentemente foi firmado um acordo
entre o Mercosul e a União Europeia que possibilitará maior acesso a mercados externos,
inclusive para os produtos do setor agropecuário, o que exige maior competitividade dos
produtos produzidos em nosso Estado e, consequentemente, demandando maior atuação
da ADAGRO-PE.

5. ANÁLISE DOS RECURSOS HUMANOS


A Adagro deve cumprir a sua missão e executar todas as atividades da sua competência,
inerentes a sua existência, mediante normas emanadas pelo MAPAe pelo Governo do Estado
de Pernambuco, manter suas certificações internacionais para que Pernambuco possa
expandir sua capacidade de produção e comercialização em todo país bem como expandir
este potencial para a exportação como também buscar novas certificações sanitárias que
ampliem a capacidade de produção e comercialização tanto na área animal quanto vegetal.
Ressaltamos que, desde que era uma Unidade Técnica,a Adagro vem perdendo constante e
sistematicamente um número elevado de servidores,resultando no atual quadro técnicoo
qual está muito defasado e, há muito tempo, não atende à demanda de atividades
conferidas à defesa e fiscalização agropecuária, e longe do ideal conforme demonstrado
abaixo.

Número de cargos criados pela Lei nº 15.919, no Capítulo VI, Do Quadro de Pessoal, Art 22.
CARGO SÍMBOLO QUANTITATIVO
Fiscal Estadual Agropecuário FEA 300
Analista de Defesa Agropecuária AnDA 25
4

Assistente de Defesa Agropecuária AsDA 160


Auxiliar de Defesa Agropecuária AxDA 200

No período de 2011 a fevereiro de 2020 a instituição houve uma redução 120 (Cento e vinte)
Fiscais Estaduais Agropecuários - FEAs devido a aposentação, conforme demonstrado
abaixo.

Nº Fiscal Estadual Agropecuário - Aposentado

30 28
24
25 22

20
15 Quantidade
10 9
10 8 7 6
4
5 2

0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
5

Número de Auxiliares de Defesa Agropecuária - AxDA


aposentados no período de 2011 a 2020/fevereiro

Nº Auxiliar Defesa Agropecuária Aposentado


12
12
10 9
8 8
8 7 7 7
6
6
4 Quantidade
4
2
2
0

Número de servidores da Adagro com direito a aposentadoria

Direito a Aposentadoria
20 19 19
18 17
Nº Fiscal Estadual
16 Agropecuário
14 13 13
Nº Servidores

11 Nº Auxiliar de
12 Defesa Agropecuária
10 9
10
8 7 7 7 Nº Analista de
6
5 5 Defesa Agropecuária
6 4 4
4 3 3
2 2 Nº Assistente de
2 1 1 1 Defesa Agropecuária
0
6

Quadro atual (2020)do número de servidores da Adagro


para todo o território pernambucano.

CARGO SÍMBOLO QUANTITATIVO


Fiscal Estadual Agropecuário FEA 136
Analista de Defesa Agropecuária AnDA 3
Assistente de Defesa Agropecuária AsDA 2
Auxiliar de Defesa Agropecuária AxDA 70
Contrato por Tempo Determinado - CTD Técnico Agrícola 18
Servidor Cedido
Servidor Cedido 68
Remunerado
Servidor Comissionado CAA E DAS 6

Quadro comparativo entre o número de vagas criadas pela Lei nº 15.919/2016 a situação
atual, o déficit atual e servidores com direito a aposentadoria desta Autarquia.

Lei nº 15.919/2016 Nº DE SERVIDORES


Direito a
Quan Deficit Deficit c/ Direito
Símbol Existent aposentaç
CARGO tidad Atual aposentação (C3-
o e ão até
e (C3-D3) E3)
2021
Fiscal Estadual
FEA 300 136 86 164 214
Agropecuário
Analista de Defesa
AnDA 25 3 3 22 22
Agropecuária
Assistente de
Defesa AsDA 160 2 2 158 158
Agropecuária
Auxiliar de Defesa
AxDA 200 70 62 130 138
Agropecuária

6. JUSTIFICATIVAS TÉCNICAS

6.1 MUDANÇAS DE PARADIGMA NO SERVIÇO PÚBLICO


Na atualidade, tem ocorrido uma movimentação diferente no preenchimento de vagas
para servidores e funcionários. Assim como na indústria, comércio e outros setores da
economia, o serviço público está absorvendo cada vez mais profissionais das novas gerações.
Estes são altamente conectados, extremamente hábeis com a tecnologia, são inovadores,
criativos, ágeis e engajados, porém são profissionais que estão sempre em busca de novas
oportunidades e desafios na carreira. A vantagem da estabilidade do serviço público não tem
gerado tanta expectativa como outrora. Esta nova forma de pensar e agir resulta em alta
flutuação de vagas preenchidas mesmo na carreira pública. O novo profissional busca, além
da estabilidade, um sentido de propósito em sua função, e não hesita em mudar quando
percebe que pode alterar os rumos da sua carreira. É cada vez mais incomum o profissional
que, após tomar posse permanece na mesma instituição pública até a sua aposentadoria.

6.2.DEFESA SANITÁRIA ANIMAL


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A Adagro, tal como todos os outros órgãos executores de todas as Unidades Federativas
do País, executa ações normatizados pelo MAPA, estas normas instituem padrões
específicos de atividades para a prevenção controle e erradicação de enfermidades e é pela
verificação do cumprimento das atividades dentro destes padrões que o MAPA e organismos
internacionais auditam e, se o serviço oficial for considerado adequado, conferem
classificações sanitárias e certificações, tanto em nível nacional quanto em nível
internacional.
As auditorias do MAPA ocorrem de forma regular e visam a avaliação da qualidade dos
serviços veterinários. Baseada na metodologia estabelecida pela Coordenação de Avaliação
e Aperfeiçoamento dos Serviços Veterinários (CASV) para avaliação da qualidade e
aperfeiçoamento dos Serviços Veterinários Oficiais (SVO) – Ferramenta Quali-SV e gerando
um plano de ação e de compromissos entre a Adagro/Secretaria de Desenvolvimento
Agrário – SDA e o MAPA.
O déficit de recursos humanos foi verificado e registrado no último relatório após a
auditoria na Adagro realizada pelo MAPA em 2019. Foi apontado que as ações executadas
pela ADAGRO estão aquém daquelas preconizadas e necessárias para a evolução das ações
de defesa e fiscalização agropecuária, inclusive podendo afetar o cronograma de evolução
do plano estratégico do PNEFA no Estado ea retirada da vacinação de febre aftosa, a qual
minimizaria custos ao produtor e elevaria o status sanitário de Pernambuco para “Livre de
febre aftosa sem vacinação” primeiro em nível nacional e depois em nível internacional, em
função da quantidade insuficiente de pessoal técnico.
Em uma análise rápida, facilmente observa-se que a falta de profissionais da Defesa
Sanitária Animal resulta em:
a. Risco ao patrimônio agropecuário pernambucano pela expressiva diminuição das ações
de prevenção, controle, vigilância e erradicação de enfermidades, por meio da resposta
rápida;
b. Risco econômico ao estado, caso haja perda das certificações e classificações já
alcançadas, pelo isolamento do nosso estado em relação as outras unidades federativas
por causa das sanções sanitárias restritivas de trânsito e comercialização de produtos;
c. Risco econômico ao país, porque barreiras sanitárias podem ser impostas por países
importadores, responsáveis pelo comercio internacional,quando da ocorrência de
qualquer enfermidade animal ou vegetal que ameace a inocuidade do produto a ser
exportado, tal como a presença da Peste Suína Clássica. E aqui ressaltamos que, a
presença de enfermidades tanto em animais quanto em vegetais, pode comprometer a
exportação de frutas (manga e uva) oriunda do Vale do São Francisco, em Petrolina, a
qual contribui extraordinariamente para o PIB pernambucano e brasileiro.
d. Demora no andamento de processos e atendimentos administrativos e técnicos que, em
última análise, atrapalham os processos econômicos que geram divisas ao nosso estado;
Entende-se, portanto, que todos esses fatores justificam a urgente necessidade da
nomeação dos aprovados no último concurso para suprirem tais carências.

6.2.1. PROGRAMA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DA FEBRE AFTOSA


É considerado o principal programa sanitário por ser um programa estruturador dos
Serviços de Defesa Sanitária Animal do País. Se as atividades deste programa são
desenvolvidas a contento, é um bom indicador da estruturação do serviço oficial.
Sendo o Brasil o detentor do maior rebanho comercial de bovinos do mundo e a
exigência desse mercado mundial aumenta a cada dia, é imperativo que os rebanhos
bovídeos de todo o país sejam monitorados quanto a sua saúde e trânsito para que não haja
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comprometimento deste patrimônio. Quando há enfermidades presentes no país, há razões


para o estabelecimento de barreiras sanitárias internacionais.
O Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) é
robusto e institui padrões sanitários adequados para todos os estados e tem como objetivo
principal criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país “livre da febre
aftosa com vacinação” e ampliar as zonas “livres de febre aftosa sem vacinação”,
protegendo o patrimônio pecuário nacional e gerando o máximo de benefícios aos atores
envolvidos e à sociedade brasileira. Então, a classificação de “Livre de febre aftosa sem
vacinação” é extremamente desejável para que Pernambuco avance na ampliação das
fronteiras comerciais.
Por esta razão, a supressão gradual da vacinação contra a febre aftosa por áreas, em
todo o território brasileiro, implica na adoção de diversas ações que que devem ser
desenvolvidas em âmbito municipal, estadual e nacional, com o envolvimento do Serviço
Veterinário Oficial (SVO), setor privado, produtores rurais e agentes políticos. A supressão da
vacina agregará muito valor ao rebanho e uma excelente perspectiva em relação aos
produtos derivados, mas também haverá novas responsabilidades e um cuidado ainda
maior.
As ações previstas no Plano Estratégico foram organizadas na forma de 16 operações,
agrupadas em quatro componentes:
a. ampliação das capacidades dos serviços veterinários;
b. fortalecimento do sistema de vigilância em saúde animal;
c. Interação com as partes interessadas no programa de prevenção da febre aftosa;
d. realização da transição de livre com vacinação para zona livre sem vacinação em todo o
país.
Reforçamos que, após as auditorias realizadas pelo MAPA onde são avaliados as condições
do estado e do serviço oficial com vistas ao avanço para área “livre de Febre aftosa sem
vacinação”, um dos pontos fracos dos estados foi o reduzido quadro de Recursos Humanos,
que compromete diretamente as ações de ampliação das capacidades dos serviços
veterinários e principalmente o fortalecimento do sistema de vigilância em saúde animal
justificando sobre maneira a contratação imediata dos concursados.

6.2.2.PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DA BRUCELOSE E


TUBERCULOSE (PNCEBT)
Este Programa tem o objetivo de diminuir o número de casos das doenças, o número
de novos casos; e também reduzir os impactos negativos dessas zoonoses (enfermidades
animais transmissíveis ao homem) na saúde humana e animal, além de promover a
competitividade da pecuária nacional. A estratégia de atuação do PNCEBT é baseada na
adoção de procedimentos de defesa sanitária animal, que merece os seguintes destaques:
 A introdução da vacinação obrigatória contra brucelose em fêmeas de 3 a 8 meses de
idade, com dose única de vacina viva liofilizada elaborada com amostra B-19
deBrucellaabortus, que é executada sob a responsabilidade técnica de médico
veterinário cadastrado no Serviço Veterinário Oficial – SVO - ADAGRO;
 Certificação voluntária de estabelecimentos de criação livres para brucelose e
tuberculose;
 Controle do trânsito de animais destinados à reprodução e a participação de
reprodutores em exposições, feiras, leilões e outras aglomerações;
 Habilitação por meio da Superintendência Federal da Agricultura - SFA de médicos
veterinários da iniciativa privada e credenciamento de laboratórios para realização de
testes de diagnóstico de rotina para estas enfermidades.
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Outras medidas sanitárias como o sacrifício de animais positivos para qualquer uma
das duas doenças e a apresentação de atestado negativo para essas enfermidades ao
transportar animais destinados à reprodução para fora do estado ou para ingressar em feiras
e exposições são aplicadas e necessárias pois estas enfermidades são transmitidas ao
homem, podem ser veiculadas pelo leite, pelo queijo cru, e por isso é um problema sério
para produtores e consumidores.
As medidas de erradicação da Brucelose e Tuberculose das propriedades visam não
somente a saúde dos animais, como a saúde do produtor, de seus familiares, tratadores,
trabalhadores da propriedade e dos consumidores dos produtos de origem animal. Tendo
em vista que estas são doenças de caráter zoonótico, sendo transmitidas do animal para o
homem quando há o consumo de produtos oriundos de animais infectados ou contato com
estes.
Considerando que o Estado de Pernambuco produz em larga escala o queijo coalho,
tradicionalmente consumido no Estado e em vários outros Estados brasileiros, as atividades
deste programa representam um salto de qualidade quando executado de forma plena,
principalmente com a fiscalização de estabelecimentos comercializadores de vacinas e
insumos veterinários, a vistoria de laboratórios de médicos veterinários vinculados ao
Programa, a vigilância em propriedades, além da fiscalização do trânsito animal.

6.2.3. PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA RAIVA DOS HERBÍVOROS - PNCRH


A raiva é considerada uma das enfermidades de maior importância em saúde pública,
não só por sua alta letalidade, mas também por seu elevado custo econômico e social. O
animal doente não se recupera e sua morte representa prejuízo de diversas formas ao
produtor.
O principal transmissor da raiva dos herbívoros é o morcego hematófago da espécie
Desmodusrotundus. Como essa espécie é abundante em regiões de exploração pecuária, é
preciso que haja controle populacional dos morcegos, uma vez que a vacinação de animais
domésticos não impede a ocorrência de espoliações, nem a propagação da virose entre as
populações silvestres, sendo que ultimamente tem ocorrido casos até com espoliação de
humanos.
Sempre que o Serviço Veterinário Oficial for notificado da suspeita de ocorrência da
raiva em herbívoros, como também da espoliação no rebanho por morcegos, deverá atender
à notificação em até 24 horas. Quando necessário, deverá ser coletado material para
diagnóstico laboratorial, como também deverá ser promovido o controle da população de
morcegos Desmodusrotundus na região e orientação sobre a vacinação antirrábica no foco e
perifoco.
O Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros tem como objetivo reduzir a
quantidade de casos da doença na população de herbívoros domésticos, com a seguinte
estratégia de atuação: Cadastro e monitoramento de abricós, controle de transmissores,
vacinação dos herbívoros domésticos, vigilância epidemiológica são alguns dos
procedimentos de defesa sanitária animal, que visam à proteção da saúde pública e o
controle dessa enfermidade em herbívoros, que causa grande prejuízo econômico à pecuária
nacional.

6.2.4. PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE SUÍDEA - PNSS


O Programa de Sanidade Suídea trabalha para manter a saúde do rebanho suíno,
concentrando-se nas doenças listadas na OIE, como a Peste Suína Clássica (PSC), Aujeszky,
enfermidades estas que tem alto poder de difusão e que acometendo o rebanho comercial é
capaz de causar enormes prejuízos econômicos ao Estado.
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O Brasil vem implementando zonas livre de PSC desde 1982. A partir de 2001 passou
a reconhecer como livres 14 Unidades da Federação, no entanto Pernambuco ainda
permanece sem alcançar a classificação sanitária de “Livre de Peste Suina”, fato este que
limita o potencial de produção da suinocultura pernambucana, visto que não pode haver
trânsito de animais ou de seus produtos da área não livre para os estados livres (zona livre).
Recentemente o Brasil apresentou focos de PSC nos estados do Ceará, Piauí e
Alagoas, deixando os estados da zona livre em alerta para uma emergência sanitária.
Devidoa proximidade territorial dos estados onde ocorreram o foco, a vigilância em
propriedades de divisa bem como outras medidas sanitárias de prevenção contra o ingresso
da PSC em Pernambuco também está comprometida pela deficiência do quadro de
servidores oficiais.

6.2.5. PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA - PNSA


A avicultura brasileira se traduziu em uma atividade de grande sucesso ao longo dos
últimos anos, com imensa importância sócio econômica ao país. A utilização de sistemas de
planejamento, associados a novas tecnologias, reflete-se no extraordinário crescimento
desta atividade no Brasil, tornando-o o maior exportador de carne de frango do mundo,
assim como o segundo maior produtor mundial
O Programa Nacional de Sanidade Avícola estabeleceu diversas as normas e ações que
contribuíram para regulamentar a produção avícola e salvaguardar o plantel avícola nacional
e tem os principais objetivos:
- Prevenir e controlar as enfermidades de interesse em avicultura e saúde pública;
- Definir ações que possibilitem a certificação sanitária do plantel avícola nacional;
- Favorecer a elaboração de produtos avícolas saudáveis par o mercado interno e externo

.
Nesse sentido, o PNSA apresenta constante evolução, buscando em consonância com
oCódigo Sanitário para Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e
em harmonia com o setor produtivo, estabelecer as medidas de prevenção, controle e
vigilância das principais doenças avícolas de impacto tanto em saúde pública como em saúde
animal.As principais doenças de controle oficial pelo PNSA são: Influenza aviária (exótica no
Brasil – nunca identificada), Doença de Newcastle, Salmoneloses e Micoplasmoses. As
principais ações são de prevenção, controle de enfermidades e vigilância em propriedades e
estabelecimentos.
Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA, o estado de
Pernambuco tem 7,29% do plantel da produção de aves de postura do Brasil. Ficando em
quarto lugar na produção nacional em postura. Já em relação ao frango de corte, tem 1,10%
do plantel de aves nacional. Ficando em sétimo no ranking nacional.
Em Pernambuco, a Agência Condepe/Fidem divulgou que nos dados comparativos do
primeiro trimestre de 2020 com o primeiro trimestre de 2019, o Setor Agropecuário
apresentou variação de 0,4%. A Pecuária cresceu (3,9%), com destaque para o aumento na
produção de ovos e da avicultura, suinocultura e bovinocultura de corte. Esses dados
reforçam que em nosso estado a avicultura está consolidada e é responsável por parte
considerável da movimentação econômica, principalmente,em São Bento do Una que se
destaca comopolo avícola, onde não há fiscal estadual agropecuário da Adagro.
Nenhuma outra atividade da agricultura pernambucana cresceu tanto nos últimos
anos quanto a avicultura, sendo um exemplo na produção de ovos e aves tendo um
aumento significativo nos seus plantéis. Atualmente, a avicultura em nosso estado, emprega
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mais de 150 mil pessoas, é emprego e renda gerado para milhares de famílias. Além de levar
alimentos de qualidade e que fazem bem a saúde das pessoas.
Entendemos que, considerando que não há corpo operacional suficiente na Adagro, a
área avícola, Pernambuco, que é o maior produtor de aves e ovos do Norte e Nordeste,
estaria desprotegido contra agravos tais como o da Influenza Aviária e que, a presença desta
enfermidade, levaria apenas três dias para dizimar o plantel do Estado e, a título de
ilustração, um surto desse tipo nos Estados Unidos da América foi responsável direto pelo
sacrifício sanitário de mais de quarenta e oito milhões de aves, em questão de dias.

6.2.6. PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE EQUIDEA - PNSE


O PNSE visa ao fortalecimento do complexo agropecuário dos equídeos, por meio de
ações de vigilância e defesa sanitária animal para prevenir, diagnosticar, controlar e
erradicar doenças que possam causar danos ao complexo agropecuário dos eqüídeos, a
Adagro promove as seguintes atividades:
I - educação sanitária por meio de palestras e orientações técnicas direcionadas a
produtores rurais e aos proprietários dos animais;
II - estudos epidemiológicos;
III - controle do trânsito e da participação dos eqüídeos em eventos agropecuários;
IV - cadastramento, fiscalização e certificação sanitária; e
V -intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doença de notificação
obrigatória (Anemia Infecciosa Equina, Mormo, Encefalomielites Equinas), que consiste em
interdição de propriedade, isolamento e sacrifício de animais positivos, saneamento de
focos de doença com coleta de amostras biológicas.
As principais doenças dos equideos são a Anemia infecciosa equina e o mormo as
quais ocorrem em nosso Estado e precisam ter atendimento imediato em caso de
notificação.
Em Pernambuco, com a tradição de eventos pecuários como vaquejadas e eventos
equestres, a Adagro tem que estar presente para proceder a fiscalização e vigilância, além da
fiscalização do trânsito e da documentação sanitária correta. Estasatividades mencionadas
estão muito prejudicadas pela falta de servidores oficiais para atender a todos os eventos
que ocorrem durante o ano em Pernambuco.
Diante do quadro reduzido não estamos cumprindo os prazos de atendimento à
notificação e sacrifício dos animais positivos, existentes nas legislações do MAPA (IN
n°06/2018 e IN SDA n°45/2004).

6.2.7 –PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE DOS CAPRINOS E OVINOS - PNSCO

O Programa visa a realização de vigilância epidemiológica e sanitária para as doenças


de caprinos e ovinos, por meio de ações definidas pelo Departamento de Defesa Animal
(DDA/DSA/MAPA) e executadas pelos Serviços Oficiais Estaduais.
As atividades executadas para este programa são: o cadastro de estabelecimentos de
criação, a certificação de estabelecimentos, o controle de trânsito de animais e notificação
de doenças e vigilância sanitária.
Pernambuco tem um rebanho de pequenos ruminantes acima de 5 milhões,
distribuídos, principalmente, no sertão pernambucano. Todo o potencial de produção e
sanidade do rebanho está reprimido e necessitando de maior atenção. A contratação de
mais servidores certamente ajudaria a melhorar o cenário na sanidade deste setor
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produtivo, haja vista que a carne de ovinos e caprinos é muito apreciada em nosso Estado e
em outras unidades federativas também.

6.2.8. PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE APÍCOLA - PNSAp

Este programa visa ao fortalecimento da cadeia produtiva apícola, por meio de ações
de vigilância e defesa sanitária animal, apoio à apicultura e meliponicultura por meio da
educação sanitária, investigação epidemiológica, diagnóstico, monitoramento, controle e
prevenção de pragas e doenças, visando manter as colmeias saudáveis, produzindo
adequadamente em quantidade e com qualidade de produtos, e que possam contribuir com
o relevante trabalho da polinização dos pomares, que é de suma importância para a
agropecuária do Estado.
Em Pernambuco, há mais produção de mel no sertão. Existem, aproximadamente 616
estabelecimentos que exploram a apicultura e 182 toneladas de mel são vendidas por ano,
uma tonelada de cera de abelha é vendida/ano e a quantidade média de mel vendido por
estabelecimento é de 0,30 toneladas/ano. Embora os dados ainda não sejam precisos,
verifica-se que a apicultura está bem estabelecida em nosso estado com potencial para
ampliação da produção, seus produtos e subprodutos.
A Adagro realizada as atividades normatizadas para o programa tais como: cadastro,
controle e prevenção de pragas e doenças com fiscalização da entrada de produtos por meio
das barreiras sanitárias, atendimento a notificações de suspeita de doenças,
encaminhamento de colheitas para laboratório para diagnóstico, vigilância de foco e do
entorno, ações em conjunto com a Inspeção de Produtos de Origem Animal para Vigilância
nos estabelecimentos de beneficiamento de Mel e Produtos das abelhas.

6.2.9. PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE DOS ANIMAIS AQUÁTICOS - PNSAAq

Este programa tem suas normas definidas pela Instrução Normativa 04 de 04 de


fevereiro de 2015/MAPA e institui o Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos
de Cultivo – “Aquicultura com Sanidade”, cuja finalidade é promover a sustentabilidade dos
sistemas de produção de animais aquáticos e a sanidade da matéria-prima obtida a partir
dos cultivos nacionais.
Este programa define ações que visam à prevenção, controle e erradicação de
doenças nos sistemas de produção de animais aquáticos e aplica-se a todos os
estabelecimentos que cultivam ou mantém animais aquáticos em território nacional. As
ações previstas na presente Instrução Normativa são executadas Pelo Órgão Executor de
Sanidade Agropecuária – OESA, que em Pernambuco é a Adagro. Cabe a este órgão:
 Cadastramento e atualização cadastral de todo estabelecimento que cultiva ou
mantém animais aquáticos para qualquer finalidade
 Emissão de GTA para o transporte de animais aquáticos vivos, seu material de
multiplicação e matéria-prima obtida de animais de cultivo
 Fiscalização do trânsito de animais aquáticos vivos, seu material de multiplicação,
seus subprodutos e matérias-primas
 Fiscalização em feiras, exposições e outras aglomerações de animais aquáticos
 Auditar, ao menos uma vez ao ano, todas as unidades de quarentena e
estabelecimentos de aqüicultura que produzem e transportam formas jovens de
animais aquáticos
 Auditar, no mínimo uma vez ao ano, estabelecimentos de aqüicultura considerados
de maior risco sanitário
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 Auditar, ao menos uma vez a cada três anos, os demais estabelecimentos de


aqüicultura
 Vigilância ativa e passiva em estabelecimentos de aqüicultura com suspeita de
doenças de animais aquáticos
 Coleta e remessa de amostras laboratoriais para confirmação de doenças
 Instituir o Comitê Estadual de Sanidade de Animais Aquáticos
 Realizar Estudos epidemiológicos de doenças de interesse nacional, regional e/ou
estadual
No PNSAAq estão definidas as finalidades e execução de ações que visam à
prevenção, controle e erradicação de doenças na aqüicultura, contribuindo para o aumento
da produtividade e garantindo a inocuidade da matéria-prima oriundas destes cultivos. Em
Pernambuco destacam-se criações de tilápia-do-nilo, carpa, tambaqui, peixes ornamentais,
camarão marinho (Litopenaeusvanamei), camarão de água doce
(Macrobrachiumrosenbergii), rã. A aqüicultura é o segmento responsável pelo aumento da
oferta mundial do pescado e tem um alto potencial para produção de proteína animal no
Brasil, visto que possui um litoral de mais de 8 mil quilômetros e 12% de água doce
disponível no planeta. O peixe fornece benefícios para saúde, pois é uma importante fonte
de proteína facilmente digerível e de alta qualidade.
Para o setor aquícola ainda há o Programa Estadual de Controle Higiênico-Sanitário
de Moluscos Bivalves em Áreas Primárias de Produção - PECMB
Este programa ainda não foi implantado no estado de Pernambuco pela escassez de
servidores e acúmulo de funções dos fiscais estaduais agropecuários, além de ser complexo
e depender de outros órgãos para sua implantação e execução. Apesar de não possuir
estabelecimentos de cultivo de moluscos cadastrados na Adagro, o estado possui bancos
naturais de extração destes animais.
O PECMB foi instituído pela Instrução Normativa Interministerial n⁰ 07 de
08/05/2012, que é um programa de vigilância ativa de contaminantes em áreas primárias de
produção de ostras, mexilhões,vieiras e berbigões, ou outros moluscos bivalves se houver,
com o objetivo de assegurar a saúde pública.O PNCMB estabelece os requisitos mínimos
necessários para a garantia da inocuidade e qualidade dosmoluscos bivalvesdestinados ao
consumo humano e define critérios para o monitoramento efiscalizaçãodo atendimento
destes requisitos. Abrangendo as etapas de retirada, trânsito,processamento e transporte de
moluscos bivalves destinados ao consumo humano. Cabe a Adagro:
 Cadastro de todos os locais de cultivo demoluscos bivalves e áreas de extração do
estado (bancos naturais)
 Dentro do Comitê Estadual de Sanidade de Animais Aquáticos, instituir umsubcomitê
de Resíduos eContaminantes para traçar as estratégias de implementação do
PNCMB/PECMB no estado
 Dossiê técnico-científico que deve ser elaborado pelo Subcomitê de Resíduos
eContaminantes que será obalizador para um plano de ação para implementação do
PNCMB/PECMB no estado.
 Definir, junto ao comitê, os pontos de coleta para detecção de micro-organismos
patogênicos e biotoxinas, baseados em fatores de risco
 Execução do Plano de Ação de implementação do PNCMB/PECMB
 Coleta e remessa de amostra deanimais e água conforme descrito no Manualde
Coleta e Remessa de Amostras Oficiaispara o Programa Nacional de Controle
Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves – PNCMB (sendo necessário contratação de
embarcação, laboratório e etc)
 Interdição das áreas consideradas “retirada suspensa”
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 Elaboração, junto ao comitê, de estratégias de educação sanitária para assegurar


conscientizaçãoe apoio dosprodutores de bivalves na condução do PNCMB assim
como acomunicação de risco àsociedade sobre o consumo de bivalves sem inspeção
 Execução das estratégias de educação sanitária, estabelecendo parcerias com outros
órgãos como a vigilância sanitária do estado e/ou município, entre outros
 O OESA deverá dar publicidade dos pontos de coleta e resultados das
análiseslaboratoriais nainternet por meio de mapas e comunicados
Devem compor o Comitê:
 MAPA
 DAS
 ADAGRO – DEFESA SANITÁRIA ANIMAL
 ADAGRO – INESPEÇÃO ANIMAL
 Secretaria Estadual de Saúde
 Secretarias Municipais de Saúde (onde estão localizados os bancos naturais)
 IPA
 CRMV
 Instituição pública responsável pelo fomento da aquicultura no estado
 Instituição pública responsável pela pesquisa em aquicultura no estado
 Federação de agricultura e pecuária do estado
 Demais representantes do setor produtivo da malacocultura (produtores
formadores de opinião, cooperativas e associações específicas da atividade)
 Instituições públicas ou privadas de ensino, extensão oupesquisa
O Programa também estabelece regras higiênico-sanitárias que devem ser adotadas
durante a despesca para diminuir o prejuízo econômico advindo do rechaço na indústria por
contaminação ou má conservação do pescado. Desta forma, o “Aquicultura com Sanidade”
servirá também como ferramenta de saúde pública para fortalecer os mecanismos de
garantia de inocuidade do pescado.
Em Pernambuco, a aquicultura é um setor produtivo bem instalado, principalmente os
produtores de camarão marinho com grande produção e desenvolvimento mesmo após o
surto de mancha branca que ocorreu em Pernambuco. Diferente da produção de peixes, a
produção de camarão é, em sua maioria, realizada em escala industrial, embora existam
pequenos produtores ao longo do litoral pernambucano. Outro polo de produção de animais
aquáticos é a produção de peixes em tanques-rede e em tanques escavados, que ocorre em
todo o estado, mas principalmente nos municípios de Jatobá, Tacaratu e Petrolância, ao
longo do rio São Francisco. Centenas de produtores tiram seu sustento do cultivo destes
animais e também comercializam peixes em mercados e feiras municipais. Segundo a OIE, o
pescado será a proteína animai mais consumida nos próximos 10 a 20 anos e a produção
destes animais tem crescido gradativamente no mundo.

6.3. INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

6.3.1. REGISTRO DE GRANJAS


A avicultura vem avançando cada vez mais no cenário nacional, sendo responsável por
parte considerável da movimentação econômica em municípios pernambucanos,
especialmente São Bento do Una que é o maior produtor de ovos do estado. Atualmente,
em Pernambuco a avicultura emprega mais de 150 mil pessoas, gerando emprego e renda
para milhares de famílias. Além de promover a oferta de alimentos de qualidade e que
fazem bem a saúde das pessoas.
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A atividade de registro de granjas comerciais avícolas é um trabalho de vistoria,


avaliação e certificação de granjas instaladas e em operação em nosso estado, assegurando
que possuem sistemas de proteção adequados à introdução e dispersão do vírus da
Influenza Aviária de Alta Patogenicidade e da Doença de Newcastle. Os técnicos e fiscais da
Adagro trabalham para atender as demandas emanadas do MAPA e a necessidade de
proteção do plantel avícola de Pernambucoe tendo em vista todo o potencial de franca
expansão do setor. Atualmente, Pernambuco já figura numa posição bem consolidada no
ranking nacional, mas pode esta situação pode ser prejudicada pela dificuldade do serviço
oficial da Adagro em executar as atividades. Atrelado a isto, os processos de registros de
granjas se revestem de importância em relação à saúde pública, uma vez que seu objetivo
maior é a mitigação do risco de introdução em nosso estado da influenza aviária de alta
patogenicidade, doença exótica, ausente no Brasil, mas que vem se espalhando pelo mundo
através das aves migratórias. Esta enfermidade, além dos riscos econômicos que causa pela
alta mortalidade de aves, também é um risco à saúde pública, já que apresenta índices de
letalidade em humanos acima de 50% dos acometidos.
Em nosso estado há mais de 1.600 granjas comerciais em operação e apenas
43devidamente registradas. O MAPA, em suas auditorias, avaliou mal o Programa Estadual
de Sanidade Avícola do estado e um dos fatores que mais contribuiu para este baixo
desempenho foi o percentual de granjas registradas. Esta avaliação também impacta em
outros setores, inclusive na iniciativa privada, já que alguns países baseiam suas intenções
de investimento e importação de produtos avícolas (carne e ovos) nestas mesmas
avaliações. Com isso temos uma baixa atratividade de investimentos e barreiras a
exportações.
Neste contexto, conclui-se que o trabalho de avaliação de granjas para concessão de
registro se mostra essencial e uma necessidade urgente. A Adagro, em seu quadro de
pessoal, não dispõe atualmente de força de trabalho suficiente na defesa sanitária animal.
Esse quadro, que se materializou por diversos fatores, impede uma solução a curto e médio
prazo desta demanda importante e impossibilitaa resposta de forma adequada às demandas
desse setor que é bastante dinâmico e traz muitas divisas ao estado, inclusive pela
exportação de produtos.

6.3.2. FISCALIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS AO SISBI-POA


A inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal no Brasil está
fundamentada nos aspectos econômico, social e sanitário. Com a globalização, abriram-se
novos mercados no setor agropecuário, tornando a inspeção ainda mais exigida e relevante
para as transações comerciais. O controle ou a inspeção industrial e sanitária de produtos de
origem animal (IISPOA) consiste na adoção de um conjunto de normas e procedimentos com
a finalidade de se obter um produto (carne, leite, ovos, mel e pescado) isento de qualquer
risco e/ou perigo higiênico-sanitário e com alta qualidade comercial e tecnológica, sem
afetar ou prejudicar o consumidor e o meio ambiente.
Na auditoria realizada pelo MAPA em 2019 o Estado de Pernambuco foi contemplado
com a equivalência entre os serviços de inspeção estadual e federal pelo SISBI/POA do
MAPA. Entretanto, essa equivalência não abrange os produtos cárneos devido a carência de
lotação de servidoresem estabelecimentos para a realização da fiscalização diariamente.
Os estabelecimentos integrantes ao SISBI-POA podem comercializar seus produtos
por todo o território nacional, ampliando suas fronteiras comerciais, frente aos
estabelecimentos apenas registrados no serviço de inspeção estadual, os quais podem
comercializar apenas dentro dos limites geográficos de Pernambuco.
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Atualmente, o estado tem seis estabelecimentos que integram o SISBI-POA e outros


solicitando a adesão, porém devido as limitações do quantitativo de profissionais para
atuarem nos processos de análise e monitoramento dos estabelecimentos, suas indicações
têm sido morosas e inviabilizadas, ocasionando prejuízos ao agronegócio.

6.4. DEFESA SANITÁRIA VEGETAL


No Estado de Pernambuco a Defesa Sanitária Vegetal desenvolve atividades visando à
proteção do agronegócio pernambucano, através da inspeção e monitoramento de diversas
pragas que impõem restrições comerciais ou quarentenárias, ou são de impacto econômico.
A defesa sanitária vegetal é formada por um conjunto de práticas destinadas a
prevenir, controlar e/ou erradicar pragas capazes de provocar danos econômicos às lavouras
e seus produtos, especialmente nas culturas que detêm importância econômica e social para
o Estado.
Tem como missão zelar pela proteção das lavouras em relação a pragas e doenças; da
idoneidade dos insumos agropecuários (sementes, mudas, defensivos agrícolas, e outros),
bem como, pela inspeção voltada a inocuidade e qualidade dos alimentos para a sociedade.
Portanto tem como objetivo certificar a produção agrícola e seus subprodutos. Uma das
ações mais importantes da Defesa é evitar a entrada de novas pragas e doenças nas regiões
produtoras de alimentos. Ou mesmo a reintrodução de pragas ou doenças já erradicadas.
O Vale do São Francisco é responsável por 90% das exportações de manga e 98% das
exportações de uva de mesa do Brasil, atividade que gera aproximadamente 250.000
empregos diretos e indiretos numa região bastante difícil do semi-árido nordestino, que
participa positivamente no aumento do PIB agrícola do Estado de Pernambuco e do Brasil.
Há grande preocupação sobre os impactos socioeconômicos que possam decorrer na
região em razão do aumento sucessivo da infestação de mosca-das-frutas, e outras pragas,
uma vez que a participação dos pequenos produtores de base familiar da região,
corresponde pelo menos a um terço de todo PIB agrícola regional e as perdas decorrentes
dos danos dessas pragas afetam indistintamente a produção de grandes e pequenos
agricultores, podendo ocasionar prejuízos de ordem econômica e social não apenas para a
região, mas também para o país, visto que, pode-se perder espaço de mercado para
exportação de frutos, com possíveis prejuízos também nos anos subsequentes.
A Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco – ADAGRO com o
atual déficit de força de trabalho tem tido dificuldades em executar atividades de defesa e
fiscalização vegetal pela reduzida quantidade de Fiscais atuando, e agravado em decorrência
de grande parte pertencerem ao grupo de risco, considerando a Declaração de Emergência
em Saúde Pública de importância internacional pela Organização Mundial de Saúde, em
decorrência da infecção humana pela propagação do novo corona virus (COVID 19)
caracterizada como pandemia.
Estas ações da defesa sanitária vegetal são imprescindíveis para garantir ganhos à
agriculturae à sociedadepernambucana, são estas ações que colocam o Estado numa
posição de destaque frente ao cenário nacional e internacional, assegurando a
comercialização da nossa produção. Esta realidade só é possível graças a ação indispensável
e valorosa da fiscalização agropecuária.
Listamos abaixo Programas de grande importância e que não podem ser paralisadas
pondo em risco o patrimônio fitossanitário do Estado de Pernambuco e gerando problemas
na exportação de seus produtos:

6.4.1. PROGRAMA ESTADUAL DE PREVENÇÃO DA SIGATOKA NEGRA E MOKO DA


BANANEIRA
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São pragas quarentenárias presentes, que já ocorrem no Estados vizinhos, e


ressaltamos que a introdução dessa praga em Pernambuco acarretará um colapso da
cultura, pois exigirá a reestruturação dos plantios, integração de diferentes medidas de
manejo de pragas, aumento da frequência de aplicação de agrotóxicos, introdução de
variedades resistentes, com consequente aumento no custo de produção, colocando em
risco 150.000 empregos diretos e indiretosproporcionados pela cultura da banana em
Pernambuco.
A escassez de Fiscais Estaduais Agropecuários nas inspeções de campo nas áreas
produtoras de banana do Estado põe em risco o status concedido pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento/MAPA ao Estado de Pernambuco de “Área Livre da
Praga Sigatoka negra da bananeira e do Moko da Bananeira”, resultado do trabalho
desenvolvido pela ADAGRO, beneficiando todos os produtores de Pernambuco os quais
podem vender sua produção para outras Unidades da Federação. A bananicultura ocupa o
primeiro lugar na produção de frutas do Estado de Pernambuco com a maior área de
cultivo entre as frutíferas 39.462 ha e produção de 429.338 toneladas, ocupando o 5º
lugar no ranking nacional (IBGE, 2018)

6.4.2. PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE DAS MOSCAS-DAS-FRUTAS –PEC/PE


A mosca-das-frutas (Anastrepha spp. e Ceratitiscapitata) é uma praga primária para a
cultura da mangueira, não só pelos danos potenciais causados para a mangicultura, como
também pelas barreiras quarentenárias impostas por países importadores, como os Estados
Unidos e União Européia.
O estado de Pernambuco é referência no combate as moscas-das-frutas, pela
implantação do Plano Estadual de Controle desde 2014, que contemplou o monitoramento
de áreas de pequenos produtores, melhorando a eficiência do trabalho através do
direcionamento das fiscalizações para as áreas que apresentam maior índice populacional de
moscas, além da distribuição de isca tóxica para controle. Além do PEC a Adagro também a
fiscaliza as propriedades do Plano de armadilhamento dos produtores que monitoram
recursos próprios através da Moscamed nas culturas de manga e uva. Com a publicação da
Lei Nº 16852 DE 03/04/2020, que obriga os produtores a efetuar o monitoramento, é
obrigação da ADAGRO a fiscalização dessa atividade, o que demandará a ampliação do
quadro de servidores.
Se nenhuma providência for tomada, isso trará prejuízos de ordem econômica e social
não apenas para a região, mas também para o país, visto que, pode-se perder espaço de
mercado para outros países exportadores de frutos, com possíveis prejuízos também nos
anos subsequentes. Assim, providências emergenciais dos poderes públicos e privados
devem ser tomadas e a adoção do manejo integrado deverá ser urgentemente
implementada.

6.4.3. PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DO CANCRO DA VIDEIRA


Pernambuco tem 1.314 estabelecimentos que cultivam videira numa área de 6.433
hectares. A cultura da videira é hospedeira da praga quarentenária presente
Xanthomonascampestrispv.viticola, que está presente em Petrolina e SantaMaria da Boa
Vista, e de acordo com as normas da legislação fitossanitária federal e exigências dos países
exportadores, a uva somente poderá ser comercializada quando for submetida ao processo
de certificação fitossanitária. As uvas de mesa produzidas no Vale do São Francisco
correspondem a 98% do total exportado pelo Brasil. Temos ainda a responsabilidade de
proteger através das fiscalizações, as áreas de produção de uva localizadas no Vale do Siriji,
que não tem ocorrência dessa praga.
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6.4.4. PROGRAMA ESTADUAL DE MONITORAMENTO DA MOSCA-DA-CARAMBOLA


Praga mais agressiva do que a Mosca-das-frutas, ocorre no Norte do país, necessita de
monitoramento quinzenal de armadilhas localizadas nos principais pontos de acesso do
Estado, e, é realizado pelos Fiscais da ADAGRO, em Recife, na região metropolitana e em
Petrolina. A chegada dessa praga no Vale do São Francisco causaria prejuízos para o
produtor, que pode perder toda sua safra, aumento nos custos de produção, redução na
qualidade e valor dos frutos , provocando perdas de mercado interno e externo, podendo
impedir as exportações, além de causar prejuízo econômico, social e ambiental para a região
e todos os envolvidos na cadeia de frutas, seja produtor, trabalhador rural, setor de
transporte de cargas, despachantes e demais serviços.

6.4.5. PROGRAMA ESTADUAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS DOENÇAS DOS CITROS


Cancro cítrico, Huanglongbing (HLB e Pinta preta dos citros, são pragas
quarentenárias que causam danos à citricultura além de restringir o transito para outros
estados. Com ocorrência em Pernambuco temos apenas a Pinta Preta, no município de
Gravatá, cuja orientação e fiscalização da Adagro é necessária para que não ocorra
disseminação para outras regiões do Estado.

6.4.6. PROGRAMA ESTADUAL DE CERTIFICAÇÃO E TRÂNSITO DE VEGETAIS


Fiscalização da Certificação Fitossanitária de Origem e Permissão de Trânsito de
Vegetais – A Certificação Fitossanitária de Origem é elo importante para o controle do
trânsito de vegetais. Profissionais engenheiros agrônomos da iniciativa privada são
capacitados e habilitados pela ADAGRO após aprovação em curso, para emissão do
Certificado Fitossanitário de Origem-CFO e Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado-
CFOC, que atestam a origem fitossanitária e a qualidade dos produtos agrícolas produzidos
e comercializados pelo estado de Pernambuco, de acordo com a Instrução Normativa de Nº
33 de 24 de agosto de 2016 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento - MAPA.
A emissão desses documentos é necessária para subsidiar a Permissão de Trânsito de
Vegetais-PTV, emitida pela ADAGRO e necessária para o trânsito e comercialização interna e
exportação dos produtos produzidos no Estado, principalmente no Vale do São Francisco
que é um dos principais polos de produção de frutas do País. Sem a emissão desses
documentos os produtos que tem restrição quarentenária ou alguma exigência do país
importados não poderão ser comercializados.

6.5.INSPEÇÃO VEGETAL
A atividade de inspeção vegetal desenvolvida pela ADAGRO está diretamente ligada à
qualidade dos alimentos ofertados no Estado de Pernambuco, com vistas ao uso correto das
tecnologias no processo produtivo e a redução dos níveis de contaminantes como os de
resíduos de agrotóxicos nos produtos agrícolas.
O uso destas substâncias na agricultura pode acarretar além da contaminação dos
alimentos, problemas de saúde pública, danos severos ao meio ambiente, aos animais,
contaminação do solo, dos aquíferos, problemas de deriva, intoxicações e doenças
ocupacionais.
O setor de inspeção vegetal da ADAGRO é atualmente o responsável direto pela
fiscalização do uso e aplicação de agrotóxicos no Estado, e realiza há doze anos dois grandes
Programas de Monitoramento de Resíduos de Agrotóxicos, isto trouxe para o Estado o
protagonismo desta atividade no cenário nacional. Desde 2008, Pernambuco vem
desenvolvendo ações no tocante ao monitoramento de resíduos de agrotóxicos nos
19

alimentos de origem vegetal, sendo um dos primeiros estados a implementar uma política
interna de monitoramento.
O primeiro programa implantado foi feito em parceria com o MPPE, CEASA e a APEVISA
e diz respeito ao monitoramento de resíduos de agrotóxicos em produtos convencionais,
sendo vinte coletadas realizadas mensalmente, totalizando 240 amostras anuais de produtos
in natura de origem vegetal no CEASA/Recife.
No segundo programa é monitorada a presença de resíduos de agrotóxicos em produtos
orgânicos, coletando 111 amostras anuais nas feiras agroecológicas situadas na Região
Metropolitana do Recife. Este programa é um dos mais importantes executados pela
ADAGRO e tem garantido a inocuidade dos produtos orgânicos com venda direta ao
consumidor,comercializados na Região Metropolitana do Estado.
Somado a isso, a Inspeção Vegetal da ADAGRO ainda realiza uma importante
intervenção voltada a segurança do trabalho junto aos aplicadores profissionais de
agrotóxicos. Estas ações são desenvolvidas nas usinas de cana-de-açúcar e propriedades
rurais, contando com a fiscalização sistemática da GEIV em todas as usinas em operação no
Estado. Os trabalhos desenvolvidos visam à implementação de ações voltadas para a saúde
ocupacional dos aplicadores e melhoria das condições de trabalho no campo.
Estas ações realizadas de forma conjunta com os empresários têm minimizando os
efeitos da exposição aos agrotóxicos e consequentemente o desenvolvimento de doenças
como o Mal de Parkinson e outras problemas ocupacionais. Estas ações estão ligadas a
capacitação dos aplicadores, ao uso e a distribuição dos Equipamentos de Proteção
Individual - EPI, descarte de embalagens vazias, calibração dos equipamentos de
pulverização, monitoramento biológico dos trabalhadores por meio do exame de
colinesterase, nas adequações das instalações e nas auditorias internas realizadas durante as
inspeções.
Principais ações da Inspeção vegetal:
1- Fiscalização das revendas de agrotóxicos seus componentes e afins;
2- Fiscalização do uso e aplicação de agrotóxicos;
3- Fiscalização de empresas controladoras de pragas urbanas (dedetizadoras);
4- Monitoramento de resíduos de agrotóxicos e afins nos produtos de origem vegetal
(hortifrutigranjeiros);
5- Fiscalização da devolução das embalagens vazias de agrotóxicos e afins;
6- Fiscalização do transporte de agrotóxicos e afins;
7- Fiscalização do comércio de sementes e mudas;
Todas estas inspeções encontram-se com demanda reprimida, tendo em vista a redução
significativa do número de fiscais por aposentadoria ou limitações da própria idade, o que
tem causado dificuldade na execução de boa parte dos trabalhos desenvolvidos pela GEIV,
pelos escritórios locais e pelas Ulsav’s.

7. CONCLUSÃO
Sendo assim, faz-se necessário que o quadro de funcionários da ADAGRO-PE seja
reforçado pela convocação dos 140 candidatos aprovados no concurso público em tela,
atendendo ao interesse público e às necessidades da ADAGRO-PE no cumprimento de suas
funções, motivo pelo qual, solicito que o concurso Gabinete público da ADAGRO-PE
2018/2019 seja homologado e que os fiscais e técnicos aprovados no referido certame sejam
convocados de imediato para dar suporte também nesse enfrentamento à pandemia.

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