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Ano Da Morte Intertextualidade Alunos 1

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Intertextualidade

ppt adaptados
“O Ano da Morte de Ricardo Reis”: síntese da unidade ● Manual, p. 279
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís de Camões, Cesário Verde e
Fernando Pessoa

Intertextualidade

“todos os caminhos Cesário Fernando


portugueses Verde Pessoa
vão dar a Camões”

Outras referências
Luís de intertextuais
Camões
“O Ano da Morte de Ricardo Reis”: síntese da unidade ● Manual, p. 279
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís de Camões, Cesário Verde e
Fernando Pessoa

“Onde a terra se acaba e o mar começa”


Os Lusíadas, Canto III
A frase emblemática do romance, tanto no epigráfico
da cena primeira – “Aqui o mar acaba e a terra
José principia” […] como na variante chave de ouro da
Saramago, narrativa – “Aqui, onde o mar se acabou e a terra
espera.” –, marca de vez a mudança do olhar para a
leitor de Luís terra. É sintomático que o romance abra com uma
de Camões viagem de retorno a Portugal, a de Ricardo Reis, por
mares agora longamente navegados […], a bordo do
Highland Brigade, um vapor inglês da Mala Real
Britânica, o que desfaz definitivamente a possibilidade
de evocação das naus gloriosas de outrora.
SILVA, Teresa (1999). “Do labirinto textual ou da
escrita como lugar de memória”, Colóquio Letras,
nºs 150-151, p. 255 [com supressões]
“O Ano da Morte de Ricardo Reis”: síntese da unidade ● Manual, p. 279
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís de Camões, Cesário Verde e
Fernando Pessoa

José Saramago, Deambulação pela cidade de Lisboa.


leitor de Descrição minuciosa e pormenorizada da
Cesário Verde cidade enquanto espaço físico e social –
Lisboa oprimida e miserável.
José Saramago, Poesia do ortónimo
leitor de Ex.: “O poeta é um fingidor”
Fernando Odes de Ricardo Reis
Pessoa Ex.: “Sereno e vendo a vida à distância…”
“A palidez do dia é levemente dourada”
Referência a figuras clássicas da poesia de Reis
Ex.: “Lídias, Neeras e Cloes”
Referência a estéticas da poesia pessoana
Ex.: paulismo, intersecionismo
“O Ano da Morte de Ricardo Reis”: síntese da unidade ● Manual, p. 279
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís de Camões, Cesário Verde e
Fernando Pessoa

Outras The god of the labyrinth


FUNÇÃO DAS ALUSÕES
referências A referência ao escritor fictício Herbert Quain (recuperado de
intertextuais
INTERTEXTUAIS
um conto da obra Ficções, de Jorge Luis Borges) congrega o
Em geral,
universo recriampessoana
da heteronímia ironicamente e em
e da própria ideia tom de
de ficção.
A intercalação entre a realidade que Ricardo Reis lê nos
paródia passagens conhecidas de textos da
jornais, no ano de 1936, e a recuperação da história policial de
literatura
Borges simbolizamportuguesa e da literatura
este aspeto labiríntico de do
da fragmentação
sujeitotradição
poético. Temos,
oralportanto, um jogo de espelhos,
(ex.: provérbios e ditosque
reflete uma personagem inventada, num tempo histórico
(1935/1936), que lê um populares).
livro de um escritor fictício, que surge
numa obra real.

Jornais da época: O Século, Diário de Notícias…


Cantigas, provérbios e ditos populares
Afirmações históricas famosas
Voltar
Bíblia
O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago

Intertextualidade:
José Saramago, leitor de Luís de Camões,
Cesário Verde e Fernando Pessoa
O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís
de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa

Intertextualidade

Aparece explícita no texto através de


Surge também de forma mais
versos que podemos facilmente
«camuflada», sendo o elo com o autor
identificar como sendo de um outro
do hipotexto mais difícil de
autor, «convidado» a participar no
estabelecer pelo leitor comum.
universo literário de Saramago.

❖ Lírica e épica de Camões. ❖ Poética de Cesário Verde


(sobretudo de O Sentimento dum
❖ Universo literário de Fernando Ocidental).
Pessoa (ortónimo, heterónimo e
semi-heterónimo).
O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís
de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa

A intertextualidade é conseguida através de diferentes processos linguísticos:

Citação Epígrafe

Alusão Paráfrase

Paródia Imitação criativa


O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís
de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa

Exemplos:
Citação
«Mestre, são plácidas
Todas as horas
Capítulo I Que nós perdemos,
«Mestre, são plácidas todas as horas Se no perdê-las,
que nós perdemos, se no perdê-las, Qual numa jarra,
qual numa jarra, nós pomos flores, e Nós pomos flores.
seguindo concluía, Da vida iremos […]
tranquilos, tendo nem o remorso de Da vida iremos
ter vivido.» Tranquilos, tendo
Nem o remorso
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Lisboa,
Editorial Caminho, 2013, p. 27. De ter vivido.»
Ricardo Reis, Poesia (edição Manuela Parreira da Silva),
Lisboa, Assírio & Alvim, 2007, p. 41.
O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís
de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa

Exemplos:
Alusão

«a apagada e vil tristeza» «Duma austera, apagada e vil tristeza.»

José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Lisboa, Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto X, est. 145, v. 8.
Editorial Caminho, 2013, p. 490.

Paráfrase

«Aqui o mar acaba e a terra principia.» «Onde a terra acaba e o mar começa.»
«Aqui, onde mar se acabou e a terra espera.»
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Lisboa, Editorial
Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto III, est. 20, v. 3.
Caminho, 2013, p. 9.
O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago
Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís
de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa

Exemplos:
Paródia
«[…] regresso eu à pátria, ó pátria, «Ó Pátria, sente-se a voz
chamou-me a voz dos teus egrégios Dos teus egrégios avós.»
avós […]»

José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Lisboa, Versos do hino nacional, A Portuguesa
Editorial Caminho, 2013, p. 319

Imitação criativa

«todos os caminhos portugueses vão «Todos os caminhos vão dar a Roma».


dar a Camões»

Provérbio popular
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Lisboa,
Editorial Caminho, 2013, p. 248

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