Não Sei Se É Sonho, Se Realidade - Análise
Não Sei Se É Sonho, Se Realidade - Análise
Não Sei Se É Sonho, Se Realidade - Análise
incapacidade de distinguir o de felicidade (“A vida é tão jovem 1.ª parte: estrofes 1 e 2
sonho da realidade. e o amor sorri.” – v. 6) tão forte A possibilidade de alcançar
(“É esta que ansiamos” – v. 5), a felicidade através do
Dúvida/possibilidade sonho
que esta se presentifica (“Ali, ali”
Não sei se é sonho, se realidade, – v. 5), como se de uma realidade
Se uma mistura de sonho e vida, tangível/palpável se tratasse Expressões que
(“Aquela terra de suavidade / Que caracterizam
Aquela terra de suavidade [METÁFORA] simbolicamente o sonho:
na ilha extrema do sul se olvida.”
Que na ilha extrema do sul se olvida. simbolizam um mundo
– vv. 3 e 4). Neste contexto, a
Perífrase= paraíso oposto ao do quotidiano,
É a que ansiamos. Ali, ali “ilha extrema do sul” (v. 4)
sendo um lugar-comum
simboliza precisamente a para a representação de
A vida é jovem e o amor sorri. [Personificação: juventude eterna e amor felicidade ansiada, porém uma felicidade plena.
(contrariando a solidão)] inacessível.
O advérbio “talvez” anuncia o tom geral desta parte do texto (de dúvida), bem como a
Talvez palmares inexistentes,
impossibilidade de concretização do sonho (“inexistentes”, “longínquas”).
Áleas1 longínquas sem poder ser,
Os paraísos imaginados (“palmares inexistentes, / Áleas longínquas sem poder ser” – vv. 7-
Sombra ou sossego deem aos crentes 8) são uma forma de evasão reconfortante dos crédulos (“Sombra ou sossego deem aos
De que essa terra se pode ter. crentes / De que essa terra se pode ter.” – vv. 9-10 – os que acreditam imaginarão que
terão a serenidade e as condições de vida ambicionadas), mas apenas desencadeiam no
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,
sujeito poético dúvidas e ceticismo (“Ah, talvez, talvez, / Naquela terra, daquela vez.” – vv.
Naquela terra, daquela vez. 11-12) e descrença na possibilidade de se ser feliz (“Felizes, nós?” – v. 11).