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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
Dissertação submetida à
RODRIGO SZPAK
RODRIGO SZPAK
MESTRE EM ENGENHARIA
______________________________________
Prof. Victor Juliano De Negri, Dr. Eng. – Orientador
_____________________________________________________
Prof. Eduardo Alberto Fancello, D. Sc. – Coordenador do Curso
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Prof. Vicente de Paulo Nicolau, Dr. - Presidente
__________________________________
Prof. Edson Roberto De Pieri, Dr.
__________________________________
Prof. Irlan von Linsingen, Dr. Educ.
A Deus e à minha família
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Pedro e Maria, às minhas irmãs Carla e Ana Paula, pelo apoio e cari-
nho.
À minha namorada Bruna, pela força e carinho nesta etapa final.
Ao meu orientador Victor De Negri por tudo o que me ensinou durante o decorrer
desta dissertação e por toda amizade demonstrada.
Aos amigos e colegas da Universidade Federal de Santa Catarina, principalmente à
“família” LASHIP, pela amizade, ajuda, incentivo e paciência durante o desenvolvimento
deste trabalho.
Aos meus companheiros de LASHIP, Alisson Dalsasso, Henri Belan, Irving Muraro,
José Roberto, Yesid Asaff, e ao Cristian, pelo desenho da bancada no Solidworks, e a todos
os outros amigos que me ajudaram neste projeto com idéias.
Aos meus familiares e amigos(as) de Medianeira e Florianópolis que de certa forma
me ajudaram a atravessar mais essa etapa da minha vida.
Ao CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela
bolsa cedida e incentivo ao desenvolvimento da pesquisa acadêmica.
À Universidade Federal de Santa Catarina pela oportunidade de crescimento pessoal
e profissional.
SUMÁRIO
Lista de Figuras ................................................................................................................... viii
Lista de Tabelas ...................................................................................................................xii
Simbologia...........................................................................................................................xiv
Resumo ............................................................................................................................xviiiii
Abstract ...............................................................................................................................xix
1. Introdução........................................................................................................................ 20
1.1. Contextualização....................................................................................................... 20
1.2. Objetivos................................................................................................................... 21
1.2.1. Objetivo principal................................................................................................ 21
1.2.2. Objetivos específicos ......................................................................................... 21
1.3. Justificativas ............................................................................................................. 22
1.4. Desenvolvimento do Estudo...................................................................................... 23
1.5. Estrutura da dissertação ........................................................................................... 24
2. Sistemas hidráulicos ........................................................................................................ 25
2.1. Introdução................................................................................................................. 25
2.2. Atuadores hidráulicos ............................................................................................... 26
2.2.1. Cilindros hidráulicos de dupla ação .................................................................... 26
2.3. Válvulas de controle contínuo direcionais (VCCD) ................................................... 28
2.3.1. Características das válvulas de controle contínuo direcionais ........................... 29
2.3.2. Válvulas simétricas e assimétricas .................................................................... 32
2.4. Concepções usuais do sistema de atuação .............................................................. 35
2.4.1. Cilindro simétrico de dupla ação com válvula proporcional simétrica de 4 vias . 36
2.4.2. Válvula proporcional de 3 vias com cilindro assimétrico de dupla ação.............. 37
2.4.3. Válvula proporcional assimétrica de 4 vias com cilindro assimétrico de dupla
ação ................................................................................................................. 38
2.5. Considerações finais................................................................................................. 39
3. Modelagem do sistema de atuação ................................................................................. 40
3.1. Cilindros hidráulicos .................................................................................................. 43
3.1.1. Forças atuantes (equação do movimento) ......................................................... 43
3.1.2. Equação da vazão em cilindros (equação da continuidade)............................... 46
3.2. Válvulas de controle contínuo ................................................................................... 50
3.2.1 Válvula carretel de 4 vias .................................................................................... 50
3.2.2 Equação do movimento ...................................................................................... 52
3.2.3 Equação da vazão de controle ............................................................................ 52
3.2.4 Coeficiente de vazão da válvula.......................................................................... 53
3.2.5 Modelos da equação da vazão na válvula com vazamento ................................. 56
3.3. Modelagem dos Dutos .............................................................................................. 60
3.3.1. Equação da continuidade do duto ...................................................................... 63
3.3.2. Equação da continuidade da câmara do cilindro ................................................ 63
3.3.3. Conservação da energia: perda de carga em tubulações .................................. 64
3.3.4. Equação da aceleração do fluido em dutos........................................................ 66
3.3.5. Massa efetiva do fluido....................................................................................... 69
3.4. Considerações finais................................................................................................. 69
4. Aparato experimental....................................................................................................... 71
4.1. Bancada de estudo .................................................................................................. 71
4.2. Bancada de trabalho ................................................................................................ 72
4.2.1. Sistema de carregamento .................................................................................. 78
4.2.2. Molas ................................................................................................................. 78
4.3. Levantamento de parâmetros ................................................................................... 79
4.3.1. UPCH................................................................................................................. 80
4.3.2. Válvulas direcionais proporcionais ..................................................................... 80
4.3.3. Cilindros ............................................................................................................. 81
4.3.4. Transdutor de posição ....................................................................................... 81
4.4. Coeficiente de atrito viscoso variável ........................................................................ 81
4.4.1. Modelo de coeficiente de atrito viscoso variável................................................. 82
4.4.1.1. Cilindros simétricos ...................................................................................... 83
4.4.1.2. Cilindros assimétricos .................................................................................. 85
4.5. Levantamento da perda de carga (Cl)....................................................................... 88
4.5.1. Determinação do coeficiente de perda de carga nos dutos................................ 88
4.5.2. Determinação do coeficiente de perda de carga mangueira .............................. 89
4.6. Conclusões ............................................................................................................... 90
5. Análise dos resultados..................................................................................................... 91
5.1. Validação do modelo não-linear com massa aparente.............................................. 91
5.2. Condições críticas das pressões nas câmaras do cilindro ........................................ 95
5.2.1. Válvula simétrica com cilindro simétrico de dupla ação ..................................... 98
5.2.2.Válvula assimétrica com cilindro simétrico de dupla ação ................................. 108
5.2.3.Válvula simétrica com cilindro assimétrico de dupla ação ................................. 111
5.2.4.Válvula assimétrica com cilindro assimétrico de dupla ação ............................. 116
5.3. Comparação dos resultados da simulação entre diferentes concepções de válvulas e
cilindros .............................................................................................................. 119
5.3.1. Válvula simétrica e válvula assimétrica com cilindro assimétrico...................... 119
5.3.2.Válvula simétrica e válvula assimétrica com cilindro simétrico .......................... 120
5.4. Considerações finais............................................................................................... 122
6.Conclusão....................................................................................................................... 124
Referências Bibliográficas ................................................................................................. 125
Apêndice A – Especificações dos componentes utilizados ................................................ 129
A.1. UPCH ..................................................................................................................... 129
A.2. VXI ......................................................................................................................... 130
A.3. Válvula Servosolenóide OBE (Eletrônica embarcada) ............................................ 130
A.4. Válvula proporcional directional, diretamente operada, com feedback elétrico de posi-
ção ..................................................................................................................... 131
A.5. Cilindro hidráulico simétrico .................................................................................... 133
A.6. Cilindro hidráulico assimétrico ................................................................................ 133
A.7. Experimentos do modelo de atrito viscoso variável ................................................ 134
A.7.1. Cilindro hidráulico simétrico ................................................................................. 134
A.7.2. Cilindro hidráulico assimétrico ............................................................................. 135
A.8. Transdutor de posição ............................................................................................ 136
A.9. Transmissor de pressão ......................................................................................... 136
Apêndice B – Sistema de carregamento............................................................................ 137
B.1. Características construtivas da mola e da sua estrutura de fixação ....................... 137
B.2. Características construtivas da estrutura de fixação da mola. ................................ 139
Apêndice C – Parâmetros do modelo usados na simulação .............................................. 140
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Estrutura básica de um circuito hidráulico (adaptado de BOSCH (1989))......... 25
Figura 2.2 - Cilindros hidráulicos de dupla ação (a), (d) Simétricos e (b), (e) Assimétricos.. 27
Figura 2.3 - Forças de atrito em componentes hidráulicos (DE NEGRI, 2001). ................... 28
Figura 2.4 - Tipos de válvulas (a) 2 vias, (b) 3 vias, (c) 4 vias.............................................. 29
Figura 2.5 - Queda de pressão por par de vias ou total (a) x VP > 0 , (b) x VP < 0 ................. 30
Figura 2.6 - Tipos de centro em válvulas direcionais (DE NEGRI, 2007) ............................. 31
Figura 2.7 - Tipos de centro em válvulas direcionais 4/3, (a) Centro aberto, (b) Centro
fechado......................................................................................................................... 32
Figura 2.8 - Tipos de orifícios em válvulas direcionais, (a) Orifícios simétricos, (b) Orifícios
casados (DE NEGRI, 2007).......................................................................................... 33
Figura 2.9 - Figura esquemática válvula proporcional simétrica de 4/3 (REXROTH, 2007) . 34
Figura 2.10 - Válvula proporcional direcional assimétrica de 4/3 (REXROTH, 2007) ........... 34
Figura 2.11 - Gráficos de curva de vazão para válvula (a) Simétrica, (b) Assimétrica.......... 35
Figura 2.12 - Interconexão dos elementos do sistema (adaptado de WATTON (1989)) ...... 35
Figura 2.13 - Controle de posição com válvula de 4 vias simétrica e cilindro simétrico de
dupla ação (adaptado de DE NEGRI et al, 2004). ........................................................ 37
Figura 2.14 - Controle de posição com válvula de 3 vias e cilindro assimétrico (adaptado de
DE NEGRI et al, 2004). ................................................................................................ 38
Figura 2.15 - Controle de posição com válvula de 4 vias assimétrica e cilindro assimétrico
(adaptado de DE NEGRI et al, 2004)............................................................................ 39
Figura 5.1 - Respostas com modelo não linear massa efetiva x massa aparente 1,75m (a)
CS+VS, (b) CS+VA....................................................................................................... 92
Figura 5.2 - Respostas com modelo não linear com massa efetiva x massa aparente duto
1,75m (a) CD+VS e (b) CD+VA. ................................................................................... 93
Figura 5.3 - Respostas com modelo não linear com massa efetiva x massa aparente duto
6m (a) CS+VS, (b) CS+VA ........................................................................................... 94
Figura 5.4 - Respostas com modelo não linear com massa efetiva x massa aparente duto
6m (a) CD+VS e (b) CD+VA. ........................................................................................ 94
Figura 5.5 - Movimento de avanço e retorno do cilindro, aceleração e os comportamentos
das pressões nas câmaras do cilindro (a) avanço (b) retorno....................................... 96
Figura 5.6 - Resposta do sistema real com mangueiras x modelo não linear simulado com
mangueiras para CS+VS. (a) Posição, (b) Pressão e (c) Ampliação das pressões ...... 99
Figura 5.7 - Resposta do sistema real com dutos x modelo não linear simulado com dutos
para CS+VS. (a) Posição, (b) Pressão e (c) Ampliação das pressões........................ 100
Figura 5.8 - Respostas do sistema real com dutos x modelo não linear simulado com dutos
para CS+VS. (a) Pré-carga nula, (b) Fpré-carga 643N e (c) Fpré-carga 965N ........... 102
Figura 5.9 - Resposta do sistema real com massa aparente para CS+VS. (a) Pré-carga
nula, (b) Fpré-carga 643N e (c) Fpré-carga 965N....................................................... 104
Figura 5.10 - Resposta do sistema real com massa aparente para CS+VS. (a) Posição (b)
Pressão (c) Ampliação das pressões entre 1,86 e 1,95s (d) Ampliação das pressões
entre 1,88 e 1,89s....................................................................................................... 105
Figura 5.11 - Resposta do modelo não linear simulado com as três diferentes molas sem
pré-carga para CS+VS. (a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação posição retorno (d)
Ampliação das pressões retorno................................................................................. 106
Figura 5.12 - Resposta do modelo não linear simulado com as três diferentes molas com
pré-carga de 262N para CS+VS (a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação posição retorno
(d) Ampliação das pressões retorno. .......................................................................... 106
Figura 5.13 - Resposta do sistema real com dutos x modelo não-linear simulado com dutos
para CS+VA. (a) Posição (b) Pressão ........................................................................ 108
Figura 5.14 - Resposta do modelo não linear simulado com dutos com as três diferentes
molas para CS+VA. (a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação das pressões entre 1,9 e
2,6s............................................................................................................................. 109
Figura 5.15 - Resposta do modelo não linear simulado com massa aparente para CS+VA.
(a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação das pressões entre 1,9 e 2,6s........................ 110
Figura 5.16 - Resposta do modelo não linear simulado com massa aparente para CS+VA.
(a) Posição (b) Pressão. ............................................................................................. 110
Figura 5.17 - Resposta do sistema real com mangueiras x modelo não linear simulado com
mangueiras para CD+VS. (a) Posição (b) Pressão..................................................... 112
Figura 5.18 - Resposta do sistema real com dutos x modelo não-linear simulado com dutos
para CD+VS. (a) Posição (b) Pressão ........................................................................ 113
Figura 5.19 - Resposta do modelo não linear simulado com dutos com as três diferentes
molas para CD+VS. (a) Posição (b) Pressão (c) Posição no avanço e (d) Pressão no
avanço. ....................................................................................................................... 114
Figura 5.20 - Resposta do modelo não linear simulado com massa aparente para CD+VS.
(a) Posição e Pressão no avanço (b) Posição e Pressão no retorno. ......................... 115
Figura 5.21 - Resposta do sistema real com dutos x modelo não-linear simulado com dutos
para CD+VA. (a) Posição (b) Pressão ........................................................................ 116
Figura 5. 22 - Resposta do modelo não linear simulado com dutos com as três diferentes
molas para CD+VA. (a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação da pressão entre 1,9 e 2,5s.
................................................................................................................................... 117
Figura 5.23 - Resposta do modelo não linear simulado com massa aparente para CD x VA.
(a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação da pressão entre 1,9 e 2,5s. .......................... 118
Figura 5.24 - Resposta do modelo não linear comparação CD+VS x CD+VA. (a) Posicão (b)
Pressão (c) Posição no retorno e (d) Pressão no retorno. .......................................... 119
Figura 5.25 - Resposta do modelo não linear comparação CD+VS x CD+VA. (a) Avanço (b)
Retorno....................................................................................................................... 120
Figura 5.26 - Resposta do modelo não linear comparação CS+VS x CS+VA. (a) Avanço (b)
Retorno....................................................................................................................... 121
Figura 5.27 - Resposta do modelo não linear comparação CS+VS x CS+VA. (a) Posição (b)
Pressão (c) Ampliação da pressão entre 2 e 2.3s ...................................................... 122
APÊNDICE
Figura A.1 - Esquema da válvula servosolenóide OBE...................................................... 130
Figura A.2 - Diagrama de Bode da válvula simétrica ......................................................... 131
Figura A.3 - Esquema da válvula proporcional direcional assimétrica................................ 131
Figura A.4 - Gráfico do fluxo de vazamento da válvula assimétrica, com o carretel na
posição central. .......................................................................................................... 132
Figura A.5 - Diagrama de Bode da válvula assimétrica...................................................... 132
Figura A.6 - Cilindro simétrico Bosch Rexroth MS2 ........................................................... 133
Figura A.7 - Cilindro assimétrico Bosch Rexroth MS2........................................................ 133
Figura A.8 - Transdutor de posição Balluf BTL5 A11 ......................................................... 136
Figura A.9 - Transmissor de pressão HBM ........................................................................ 136
APÊNDICES
Tabela A.1 - Dados do experimento de atrito viscoso variável do cilindro
simétrico.............134
Tabela A.2 - Dados do experimento de atrito viscoso variável do cilindro assimétrico ....... 135
Tabela B.1 - Dados mola 1 ................................................................................................ 137
Tabela B.2 - Dados mola 2 ................................................................................................ 138
Tabela B.3 - Dados mola 3 ................................................................................................ 138
SIMBOLOGIA
PARÂMETROS E VARIÁVEIS
Alfabeto Latino:
A1V, 2... Área equivalente ao orifício de controle da válvula 1, 2, 3...
Fm Força de mola.
FPr eC Força de pré-carga.
Fu Força útil aplicada a carga.
Kv Coeficiente de vazão.
K vin Coeficiente de vazamento interno da válvula.
Mt Massa total.
p A, B Pressão na linha A ou B.
pc Pressão de carga.
pt Pressão de retorno.
ps Pressão de suprimento.
qv Vazão.
qv n Vazão nominal.
U Tensão.
Un Tensão nominal.
V Volume.
φe Diâmetro embolo.
φh Diâmetro haste.
Alfabeto Grego:
ξ Razão de amortecimento.
∆p Diferença de pressão.
∆p B→T
Diferença de pressão entre as vias B e T.
µ Viscosidade.
τ Constante de tempo.
ρ Massa específica.
ABREVIATURAS
VCCD Válvulas de controle contínuo direcional.
VCCP Válvulas de controle contínuo de pressão.
VCCV Válvulas de controle contínuo de vazão.
SUPER ÍNDICE
CD Cilindro diferencial.
CS Cilindro simétrico.
SV Servoválvulas.
VA Válvula assimétrica.
VS Válvula simétrica.
VD Válvula distribuidora.
VP Válvula proporcional.
VC Volume de controle.
RESUMO
Esta dissertação trata do estudo teórico-experimental do comportamento dinâmico
de pressão nas câmaras de cilindros em posicionadores hidráulicos com carregamento,
visando o auxílio na escolha da combinação de válvulas simétricas e assimétricas e atuado-
res hidráulicos simétricos e assimétricos. Este estudo é fundamentado na análise compor-
tamental das condições críticas de pressões nas câmaras do cilindro, sob diferentes carre-
gamentos, verificando ocorrência de pontos críticos que são prejudiciais ao sistema.
Portanto, os resultados alcançados por meio desse estudo sobre o comportamento
das pressões atuantes no sistema de atuação levam à identificação das características es-
táticas e dinâmicas requeridas para os componentes de posicionadores hidráulicos nas
mais diversas configurações. O estudo foi conduzido empregando ferramentas computacio-
nais de análise dinâmica e a validação experimental por meio do equipamento denominado
Plataforma Hidráulica Proporcional (PHP). Foi utilizado o efeito de massa aparente causado
por aceleração de fluido por dutos de pequeno diâmetro para alcançar um maior efeito iner-
cial no sistema, necessário para as experiências em questão. As simulações computacio-
nais geradas no Matlab/Simulink, por terem sido validadas pelos experimentos, permitiram a
obtenção de resultados com carregamentos que não teriam sido possíveis com a bancada
disponível, permitindo avaliar situações-limite de utilização de conjuntos válvula proporcional
e cilindro.
Com isso, este estudo permite conhecer melhor os efeitos de cavitação para algu-
mas configurações de válvula e cilindros hidráulicos sob diferentes carregamentos, forne-
cendo informações para auxiliar a escolha da combinação mais adequada para o projeto de
posicionadores eletro-hidráulicos.
ABSTRACT
This research deals of the theoretical and experimental study of the dynamic behav-
ior of the cylinder chambers pressures in loaded hydraulic position systems, focusing on
helping in the choice of the combination of symmetric and asymmetric valves with symmetric
and asymmetric cylinders. This study is based on the behavioral analysis of the critical pres-
sure conditions in the cylinder chambers, with different loads, analyzing the occurrence of
critical points that can cause damages to the system.
The results obtained can lead to the identification of the static and dynamic charac-
teristics required for the hydraulic positioner components in several configurations. The
study was conducted using computational tools of dynamic analysis and experimental valida-
tion through the equipment Proportional Hydraulic Plataform (PHP). It was used the appar-
ent mass effect caused by acceleration of fluid through ducts of little diameter to reach a
higher inertial effect in the system, needed during the experiments. The computational simu-
lations generated in Matlab/Simulink were experimentally validated and were used to study
limit situations with loads over the equipment capacity.
Finally, this study allowed a better understanding of the effects of cavitation in some
configurations of valves and cylinders with different loads, supporting the choice of the most
adequate alternative for the electro-hydraulic position systems design.
Capitulo 1 20
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Sistemas hidráulicos como são conhecidos atualmente têm sido utilizados em má-
quinas para auxílio no trabalho desde o início da revolução industrial, mas são claros os
enormes avanços observados nos mesmos desde então. Atualmente, com a intensificação
da atividade tecnológica, há interação de diversas áreas do saber com o desenvolvimento
dos sistemas hidráulicos. Entretanto, uma linha pouco explorada na área da hidráulica, e
que ainda não dispõe de indicações formais na literatura, é o de diferentes combinações
entre válvulas e cilindros simétricos e assimétricos, com o intuito de observar pontos críticos
que geram situações indesejadas ao sistema de atuação. Com isso em vista, essa disserta-
ção busca relatar diferentes fenômenos em distintas interações auxiliando o projetista na
escolha mais adequada da combinação de válvula e cilindro para o desenvolvimento de sis-
temas de melhor desempenho.
Segundo MANRING (2005), atualmente parece haver um ressurgimento de interesse
no meio acadêmico pela ciência e tecnologia dos sistemas de controle hidráulicos. Muito
desse interesse é devido à crescente presença de microprocessadores de alta velocidade e
à crescente popularidade do campo da mecatrônica – um campo de controle envolvendo a
avançada interface de computadores com sistemas mecânicos.
O crescente interesse industrial por sistemas de controle mais adequados às de-
mandas do mercado capitalista tem provocado a busca, pelo setor industrial, de maior adap-
tação dos sistemas de controle àquelas demandas, o que tem favorecido o financiamento
da pesquisa acadêmica dedicada ao aprofundamento do conhecimento de sistemas de con-
trole hidráulico. O projetista de sistemas hidráulicos é constantemente confrontado a inte-
grar projeto de componentes, fazer interação de componentes, apropriar-se da teoria de
controle, instrumentação e controle (MANRING, 2005; WATTON, 1989).
Há uma grande aplicabilidade nos mais diversos campos da engenharia do projeto
de sistemas de controle de posicionadores hidráulicos que empregam válvulas proporcio-
nais e servoválvulas. Esses têm sido destinados principalmente para o controle de grandes
potências onde sejam requeridos confiabilidade, rapidez e eficiência. Porém, os problemas
no dimensionamento e na seleção do sistema de atuação (válvula e cilindro), no atual está-
gio da pesquisa tecnológica, ainda não estão adequadamente resolvidos, principalmente em
face da necessidade da interligação de componentes.
Capitulo 1 21
1.2 OBJETIVOS
Esta dissertação tem como objetivo principal a análise teórico-experimental das con-
dições operacionais críticas entre válvulas (simétricas e assimétricas) e cilindros (simétricos
e assimétricos) que constituem um sistema de controle de posição hidráulico. Para tal fez-
se necessário a obtenção de um modelo que permita a simulação do comportamento de um
sistema de posicionamento hidráulico sob efeito de um carregamento, de modo que seus
resultados sejam adequados para uma análise comportamental das condições críticas das
pressões nas câmaras do cilindro auxiliando, desse modo, a realização de ensaios práticos.
Com esse procedimento busca obter-se informações que auxiliem na escolha da configura-
ção entre válvulas e cilindros que permita alcançar uma maior eficiência do sistema.
1.3 JUSTIFICATIVAS
Crescentes demandas de desempenho estão tornando cada vez mais complexo o
projeto de sistemas hidráulicos, exigindo do projetista um conhecimento mais aprofundado
tanto do comportamento fluido-mecânico quanto eletrônico, numa perspectiva dinâmica.
Uma das conseqüências disso é a crescente sofisticação dos componentes fabricados pelas
empresas de equipamentos hidráulicos e desta complexidade.
Segundo ANDRIGHETTO (1996), apesar do avanço tecnológico, o emprego de vál-
vulas proporcionais ainda demanda um esforço adicional no ajuste de controladores e na
obtenção de melhores comportamentos dinâmicos, principalmente em função de significati-
vas não-linearidades. Essa percepção descrita por Andriguetto em 1996, continua sendo
válida atualmente.
Esses sistemas, apesar de terem seu uso muito difundido, apresentam problemas de
controle que ainda são grandes desafios, sendo de particular importância, de muitos dos
componentes, as características não-lineares que influenciam os comportamentos estático e
dinâmico dos sistemas hidráulicos (CUNHA, 2001).
Um fato notável em relação à configuração dos posicionadores hidráulicos é a com-
binação, sem justificativa, de válvulas simétricas com cilindros assimétricos em quase a
totalidade das pesquisas acadêmicas consultadas, como no trabalho de Virvalo (2001), que
trata do ambiente de hardware de malha fechada para projeto, afinação e teste de controla-
dor de sistema servo; de Kim e Won (2001), que lidam com a modelagem e controle para
um sistema hidráulico com atuador assimétrico de suspensão ativa; de Habibi et al. (1994),
que fazem uma análise de atuador hidráulico para controle multivariável de robô industrial.
Todos esses trabalhos mencionados e muitos outros utilizam a combinação acima mencio-
nada apesar dos fabricantes de equipamentos hidráulicos não recomendarem essa prática.
Capitulo 1 23
1
O LASHIP atua desde 1977 no ensino de graduação e desde 1984 no de pós-graduação e
na pesquisa tecnológica de componentes e circuitos hidráulicos e pneumáticos. Ocupa uma área de
2 2
440 m no Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, sendo 220 m de laboratórios de pneu-
mática, de hidráulica e de instrumentação. www.laship.ufsc.br
Capitulo 1 24
2.1 INTRODUÇÃO
Por definição, tem-se que sistema hidráulico é “um conjunto de elementos físicos
convenientemente associados que, utilizando um fluido como meio de transferência de e-
nergia, permite a transmissão e controle de forças e movimentos” (LINSINGEN, 2008).
De Negri divide um circuito hidráulico em duas partes: o circuito de atuação que en-
globa as partes que promovem a atuação sobre a carga (onde se tem as válvulas direcio-
nais e cilindros e/ou motores), e o circuito da unidade de potência responsável pelo supri-
mento de energia hidráulica para os circuitos de atuação (onde se tem o reservatório, bom-
ba, válvula de alívio e o filtro) (DE NEGRI, 1987).
(a) (b)
(c) (d)
Figura 2.2 - Cilindros hidráulicos de dupla ação (a), (c) Simétricos e (b), (d) Assimétricos
Segundo Linsingen, nos cilindros de dupla ação e haste dupla com o mesmo diâme-
tro (cilindros simétricos), Figura 2.2a e Figura 2.2c, as forças de atuação e velocidades são
iguais para carga e vazão de suprimento constantes em ambos os sentidos do movimento.
A igualdade entre as vazões de suprimento e induzida constitui uma característica importan-
te para a utilização conjunta com servoválvulas eletro-hidráulicas em funções de controle
(sistema de controle hidráulico), uma vez que a melhor característica operacional dessas
válvulas está vinculada à igualdade na perda de carga e forças de escoamento em ambas
as direções do escoamento (simetria do escoamento). Por essa razão os sistemas de con-
trole hidráulicos utilizam principalmente os cilindros simétricos (LINSINGEN, 2008).
Porém, em diversas aplicações de controle hidráulico, devido à falta de espaço para
fixação de cilindros de haste dupla simétricos, utilizam-se cilindros de dupla ação assimétri-
cos de haste simples (Figura 2.2b) com válvulas direcionais assimétricas ou compensações
na malha de controle para tentar eliminar o efeito da assimetria das áreas, que resultam em
diferentes perdas de carga (VIRVALO, 2002).
O tipo mais comum de um cilindro de dupla ação é o de haste simples esquematiza-
do na Figura 2.2b, também chamado de cilindro diferencial devido à diferença entre as á-
reas do pistão no lado da haste e da câmara do fundo. Em função disto, a vazão (ou veloci-
dade) e a força para ambos os sentidos do movimento são relacionadas pela razão de á-
cas não-lineares. Essas características não-lineares são compostas pelos bem conhecidos
e clássicos atrito estático, atrito de Coulomb, atrito de Stribeck e atrito viscoso, vistos na
Figura 2.3.
Segundo MACHADO (2004), havendo lubrificante entre as superfícies, assim que o
corpo parte do repouso ocorre uma rápida redução da força de atrito conhecida como efeito
de Stribeck. Esta curva apresenta uma alta não-linearidade em baixas velocidades.
Também pode ser observado na Figura 2.3 que a combinação do atrito estático, de
Coulomb, viscoso e de Stribeck resulta numa função não-linear que representa a força de
atrito (Fa) relativa à velocidade em regime permanente. É importante acrescentar também
que as características de atrito são, em geral, dependentes da velocidade, da temperatura,
do sentido do movimento, da lubrificação e do desgaste entre as superfícies, da posição e
até mesmo da história do movimento (VALDIERO, 2005).
mecânica (alavanca, pedal, etc.), pilotagem pneumática ou hidráulica ou, seguindo a ten-
dência atual, de natureza elétrica em corrente ou tensão (DE NEGRI, 2001).
Conforme Norma ISO/CD 5598 (1997), as válvulas de controle contínuo (VCC) são
aquelas que controlam o fluxo de energia, a vazão, direção do escoamento e pressão de
um sistema de modo contínuo, em resposta a um sinal de entrada também contínuo. As
válvulas comercialmente conhecidas como servoválvulas (SV) e válvulas proporcionais (VP)
estão inseridas nesta categoria. Dependendo da função desempenhada pela válvula dentro
do sistema de atuação, pode-se categorizá-las de acordo com a grandeza controlada como
válvulas de controle contínuo direcional (VCCD), válvulas de controle contínuo de vazão
(VCCV) e válvulas de controle contínuo de pressão (VCCP).
Figura 2.4 – Tipos de válvulas (a) 2 vias, (b) 3 vias, (c) 4 vias
Capítulo 2 30
(a)
(b)
O tipo de centro das válvulas é outra importante característica construtiva das mes-
mas. Este se baseia na relação da sobreposição do carretel em relação ao pórtico da válvu-
la, que está diretamente ligado ao ganho de vazão. Essa sobreposição afeta a curva de
resposta da válvula e tem influência direta no vazamento interno da mesma. Na Figura 2.6
Capítulo 2 31
ilustra-se os três tipos de centros que podem ser encontrados, os com sobreposição positi-
va (supercrítico), os com sobreposição nula (crítico) e os com sobreposição negativa (sub-
crítico). Essas características influenciam significativamente o comportamento do sistema
de atuação (MERRITT, 1967; LINSINGEN, 2008 e DE NEGRI 2002).
q Vc
Sub-Crítica
Crítica
Uc
Super -Crítica
Kq U
GÖTZ (1989) relata que a sobreposição nula da válvula proporcional com realimen-
tação interna é um pré requisito essencial para a sua aplicação num ciclo de controle de
posição. Uma sobreposição positiva resulta numa zona morta do elemento de controle e
tem um efeito de perturbação. Por outro lado, nos resultados recentes de estudos realiza-
dos no LASHIP, vê-se que o uso de válvula supercrítica utilizando-se compensação de zona
morta, apresenta um desempenho plenamente adequado para diversas aplicações de con-
trole de posição. Em contrapartida, uma sobreposição negativa leva a um aumento no va-
zamento de fluido. Referente à sobreposição, válvulas proporcionais e válvulas proporcio-
nais com realimentação diferem consideravelmente.
Ainda quanto às características construtivas dessas válvulas, estão descritas abaixo
válvulas de centro aberto e válvulas de centro fechado.
As válvulas de centro aberto (Figura 2.7a) promovem um by-pass da bomba na posi-
ção neutra, isto é, um desvio da vazão da bomba ao reservatório, e minimiza a ocorrência
de choque hidráulico durante a comutação de posições. São usadas em aplicações que
requerem uma vazão contínua evitando o desvio por válvulas de alívio, conseqüentemente
minimizando relativamente o aumento de temperatura do fluido. A maior desvantagem de
válvulas de centro aberto é o aumento do ganho de vazão na posição central. Por causa
Capítulo 2 32
disso, sistemas utilizando tais válvulas devem ser ajustados para estabilidade nesta posi-
ção, sendo o desempenho do sistema de controle reduzido fora deste mesmo ponto por
causa do ganho menor (MERRITT, 1967 ; LINSINGEN, 2008 ; FURST e DE NEGRI, 2002).
Nas válvulas de centro fechado supercrítico (Figura 2.7b), todas as vias são bloque-
adas na posição neutra. Isso implica, ao contrário das válvulas de centro aberto, na impos-
sibilidade de movimentação do atuador associado à válvula, quando a mesma não está a-
cionada. Estas válvulas não são desejáveis por causa da zona morta, que resulta em erro
de regime e, em alguns casos, pode causar backlash (folga), que pode resultar em proble-
mas de estabilidade. Entretanto, em aplicações onde o sistema hidráulico utiliza acumulado-
res, as válvulas de centro fechado são mais adequadas, pois evitam que as bombas tenham
que operar continuamente para manter a pressão de suprimento e, neste caso, a caracterís-
tica não linear da zona morta pode ser compensada no projeto dos controladores.
(MERRITT, 1967; LINSINGEN, 2008; FURST e DE NEGRI, 2002).
(a) (b)
Figura 2.7 - Tipos de centro em válvulas direcionais 4/3, (a) Centro aberto, (b) Centro fechado
São denominadas válvulas simétricas aquelas que tenham orifícios simétricos e ca-
sados e seu emprego está normalmente associado a atuadores também simétricos (não
diferenciais). Já em válvulas assimétricas (diferenciais), com orifícios não-simétricos e não-
casados, as relações de área do cilindro e da válvula devem ser iguais, com isso empre-
gam-se usualmente cilindros assimétricos.
Uma válvula com orifícios de controle simétricos (Figura 2.8a) gera a mesma abertu-
ra dos orifícios de controle quando acionada para ambos os lados, independente do sinal de
entrada aplicado, positivo ou negativo, fornecendo sempre o mesmo valor de vazão. Nas
válvulas com orifícios casados (Figura 2.8b), a partir de um mesmo sinal de entrada, positi-
vo ou negativo, os orifícios apresentam a mesma área equivalente proporcionando, assim,
vazões iguais em todos os pares de vias.
(a) (b)
Figura 2.8 – Tipos de orifícios em válvulas direcionais, (a) Orifícios simétricos, (b) Orifícios casados
(DE NEGRI, 2007)
Na Figura 2.9 tem-se uma válvula proporcional com eletrônica integrada e com rea-
limentação elétrica de posição, que pode ser vista em maior detalhe no Apêndice A.3. Esta
é uma válvula simétrica, como pode ser observado posteriormente na Figura 2.11a, que tem
uma mesma curva de vazão, tanto para sinais de entrada positivos, quanto negativos.
Capítulo 2 34
Figura 2.9 - Figura esquemática válvula proporcional simétrica de 4/3 (REXROTH, 2007)
Esta é uma válvula assimétrica rAV = 2 , onde rAV = Kv A / Kv B , cujo exemplo de curva
de vazão pode ser visto na Figura 2.11b.
Capítulo 2 35
(a) (b)
Figura 2. 11– Gráficos de curva de vazão para válvula (a) Simétrica, (b) Assimétrica
Suprimento
de Fluido
Elementos
de medida
Neste trabalho serão mostrados em detalhes os dois primeiros circuitos acima des-
critos.
2.4.1 Cilindro simétrico de dupla ação com válvula proporcional simétrica de 4 vias
A Figura 2.13 mostra uma válvula simétrica de 4 vias controlando um cilindro simé-
câmara A ( p A ). Com o desequilíbrio de forças gerado por esse aumento de pressão, o êm-
bolo do cilindro desloca-se, gerando uma vazão qv A . Assim, da mesma forma, na câmara
e B, e a queda de pressão total na válvula ∆pt é a soma das quedas de pressão de ambas
as vias, ou seja, ∆p P → A e ∆p B →T .
Capítulo 2 37
Figura 2.13 – Controle de posição com válvula de 4 vias simétrica e cilindro simétrico de dupla
ação (adaptado de DE NEGRI et al, 2004)
Figura 2.14 – Controle de posição com válvula de 3 vias e cilindro assimétrico (adaptado de
DE NEGRI et al, 2004)
Figura 2.15 – Controle de posição com válvula de 4 vias assimétrica e cilindro assimétrico (adaptado
de DE NEGRI et al, 2004)
( ) ( )
da pelas pressões atuantes em cada lado do êmbolo ( FH = p AA ⋅ AAA − p BA ⋅ ABA ); força de
d 2xA
(p A
A ) ( )
⋅ AAA − p BA ⋅ ABA = Mt ⋅
dt 2
+ Kx ⋅ x A + Fat + FPr eC (3.1)
Capitulo 3 44
Onde:
(p A
A )
⋅ AAA → é a força aplicada na área AAA devida a pressão p AA na câmara A;
(p A
B ⋅ ABA ) → é a força aplicada na área A A
B devida a pressão p BA na câmara B;
neste caso, adota-se uma pressão de carga ( pc ) que é igual à diferença de pressão das
d 2xA
FH = A ⋅ pc = Mt ⋅
A
2
+ Kx ⋅ x A + Fat + FPr eC (3.2)
dt
2- Cilindro Assimétrico de Dupla Ação:
uma relação entre as áreas do cilindro se tem rAA = AAA / ABA , com rAA = 2 se tem AAA = 2. ABA
A p BA A d 2xA
FH = p A −
. AA = Mt ⋅ 2
+ Kx ⋅ x A + Fat + FPr eC (3.3)
2 dt
A Figura 3.4 mostra o diagrama de blocos que representa a Equação (3.1), do mo-
vimento do atuador hidráulico, que detalha o bloco do subsistema mecânico da Figura 3.2
Capitulo 3 45
d V V dp
qv1 − qv2 = + ⋅ (3.4)
dt β d t
iguais em regime permanente, uma vez que suas áreas AAA e ABA são iguais, conforme
pode ser visto na Figura 3.5.
Considerando-se que o cilindro de haste passante simétrico tenha uma posição ini-
cial onde os volumes de ambas as câmaras sejam iguais (incluindo tubulações), tem-se que
V AA = V BA = VTA / 2 .
Capitulo 3 47
rão iguais em regime permanente, uma vez que suas áreas AAA e ABA são diferentes.
Deste modo, referindo-se à Figura 3.5 e à Figura 3.6, a vazão que entra no cilindro é
dada pela equação da continuidade:
d V AA V AA d p AA
qv = qv +
A A
+ ⋅ (3.5)
βe d t
A in
dt
d V BA V BA d p BA
qv = qv +
A A
− ⋅ (3.6)
βe d t
B in
dt
Onde:
Cin = constante de vazamento interno do cilindro [m3/s.Pa]
qvinA = vazamento interno entre as câmaras A e B do cilindro [m³/s]
d p BA βe dxA
= A (+ ABA ⋅ + C in .( p AA − p BA ) − qv BA )
dt VB dt
Os volumes internos podem ser expressos como:
V AA = V AA0 + AAA .x A (3.10)
d x A V AA0 + AAA .x A d p AA
qv AA = AAA + ⋅ (3.12)
dt βe dt
d p AA βe A dx
A
= A ( − A A ⋅ + qv AA )
dt V A0 + AAA .x A dt
d x A VBA0 − ABA .x B d p BA
qv BA = ABA − ⋅ (3.13)
dt βe dt
d p BA βe A dx
A
= A ( + AB ⋅ − qv BA )
dt VB 0 − AB .x
A A
dt
Capitulo 3 49
Onde:
Figura 3.9 – Válvula carretel de 4 vias com 3 ressaltos (DE NEGRI, 2001)
Figura 3.10 - Válvula carretel de 4 vias com 4 ressaltos (DE NEGRI, 2001)
maior que a pressão p B da câmara B, surgindo uma força disponível para movimentar a
carga. Este aumento de pressão de carga ( pc = p A − p B ) faz com que ocorra o movimento
Observando a Figura 3.9 e a Figura 3.10, pode-se identificar que quando xV > 0 , o
fluido hidráulico passa pelos orifícios de controle 3 de um lado e 6 de outro. De forma aná-
loga, se o carretel for movimentado no sentido oposto, ou seja, xV < 0 , haverá uma vazão
‘ qvC ’ no sentido oposto, bem como o movimento do cilindro acontecerá também no sentido
Capitulo 3 52
oposto. Vale observar que, quando xV < 0 , a vazão de fluido hidráulico passa pelos orifí-
cios 4 de um lado e 5 de outro.
Nestas válvulas os orifícios que controlam a passagem de fluido são definidos pelo
deslocamento do carretel, movimentando os ressaltos em relação aos respectivos pórticos.
1 d 2 x V 2ξ dx V
K RP .U c = . 2 + . + xV (3.16)
ω n dt
2
ω n dt
K RP
xV = .U C (3.17)
1 2 2ξ
( 2s + s + 1)
ωn ωn
2
Maior detalhes sobre o equacionamento detalhado da equação de Bernoulli pode ser encontrado em
DE NEGRI, (2001) e LINSINGEN (2008).
Capitulo 3 53
qv VA = cd ⋅ A V3 ⋅
2
ρ
( )
⋅ ps − p VA − cd ⋅ A V4 ⋅
2
ρ
(
⋅ p VA − pt ) (3.18)
qv VB = cd ⋅ A V6 ⋅
2
ρ
( )
⋅ p VB − pt − cd ⋅ A V5 ⋅
2
ρ
(
⋅ ps − p VB ) (3.19)
Para: x V ≤ 0
qv = cd ⋅ A ⋅
V V (
2 ⋅ p VA − pt ) − cd ⋅ AV
⋅
(
2 ⋅ ps − p VA ) (3.20)
ρ ρ
A 4 3
qv VB = cd ⋅ A5V ⋅
(
2 ⋅ ps − p VB ) − cd ⋅ A V
⋅
(
2 ⋅ p VB − pt ) (3.21)
ρ ρ
6
Onde:
qv VA = vazão que sai da linha A da válvula [m3/s];
De acordo com (DE NEGRI e FURST, 2002), parâmetros como cd e A3V, 4 ,5, 6... , não
são obtidos nos catálogos de fabricantes, além de não haver uma forma unificada de carac-
terização de seus produtos. Para solucionar esse problema, a equação da vazão da válvula
é reescrita, dessa vez com dados de fácil extração do catálogo. Assim, com o gráfico da
Curva Vazão-Tensão fornecido pelo catálogo do fabricante (Figura 3.11), é possível obter o
parâmetro do coeficiente de vazão da válvula.
Capitulo 3 54
Figura 3.11 – Curva da Vazão - Tensão da válvula assimétrica (BOSCH REXROTH, 2007)
V
qvCn
KvCAT = (3.22)
∆ptn
Onde:
KvCAT = coeficiente de vazão total [(m3/s)/(Pa)1/2];
V
qvCn = vazão de controle nominal da válvula [m3/s];
Como descrito na seção 2.3.1, para um melhor entendimento denomina-se ' ∆p t '
como a soma da perda de carga nas vias ou a diferença de pressão total da válvula e
' ∆p parcial ' como a perda de carga por par de vias ou a diferença de pressão parcial na válvu-
la. Desta forma, a vazão que passa pelo orifício de controle da válvula pode ser descrita
como:
U U
qvC = KvCAT ⋅ ⋅ ∆pt = Kv P ⋅ ⋅ ∆p parcial (3.23)
Un Un
Capitulo 3 55
Onde:
qvC = vazão de controle [m³/s];
KvP = coeficiente de vazão parcial [(m3/s)/(Pa)1/2];
∆p t = diferença de pressão total na válvula [Pa];
∆p parcial = diferença de pressão parcial na válvula [Pa].
∆pt = 2.∆p parcial , portanto a partir da Equação (3.23) encontra-se a relação entre o coefici-
Kv P = KvCAT . 2 (3.24)
Onde:
Kv P = coeficiente de vazão (parcial) da válvula.
Tem-se então, que as Equações (3.18), (3.19), (3.20) e (3.21) podem ser reescritas
utilizando o coeficiente de vazão Kv p , que pode ser calculado a partir de dados de catálo-
gos como descrito anteriormente. Este representa a relação da vazão para uma entrada em
posição nominal, tensão ( U n ) com uma pressão de teste considerada nominal.
Para x V ≥ 0 :
U
qv VA = Kv A ⋅ ⋅ ps − p VA (3.25)
Un
U
qvVB = Kv B ⋅ ⋅ p VB − pt (3.26)
Un
Para x V < 0 :
U
qv VA = Kv A ⋅ ⋅ p VA − pt (3.27)
Un
U
qv VB = Kv B ⋅ ⋅ ps − p VB (3.28)
Un
Capitulo 3 56
Onde:
Kv A = coeficiente de vazão parcial na via A da válvula [(m3/s)/(Pa)1/2];
Kv B = coeficiente de vazão parcial na via B da válvula [(m3/s)/(Pa)1/2].
U = sinal de tensão de entrada da válvula [V];
Un = tensão nominal [V];
Assim para:
Para x V ≥ 0 :
qv VA = qv3V − qv 4V
U (3.32)
qv VA = Kv A C + K vinA ⋅ ps − p VA − K vinA p VA − pt
Un
Capitulo 3 57
qv VB = qv 6V − qv5V
U (3.33)
qv VB = Kv B C + K vinB ⋅ p VB − pt − K vinB ps − p VB
Un
Para x V < 0 :
qv VA = −qvV4 + qv3V
UC (3.34)
qv VA = − Kv A + K vinA ⋅ p VA − pt + K vinA ps − p VA
Un
qv VB = −qv5V + qv6V
UC (3.35)
qv VB = − Kv B + K vinB ⋅ ps − p VB + K vinB p VB − pt
Un
Onde:
K vinA = coeficiente de vazamento interno na via A [m3/(sPa0,5)]
Figura 3.12 – Diagrama de blocos da equação da vazão na câmara A da válvula considerando vazamento interno
Capitulo 3 59
Figura 3.13 – Diagrama de blocos da equação da vazão na câmara B da válvula considerando vazamento interno
Capitulo 3 60
U
qv P = Kv A C + K vinA ⋅ ps − p VA − K vinB ps − p VB (3.37)
Un
Para x V ≤ 0 :
UC
qv P = Kv B + K vinB ⋅ ps − p VB − K vinA ps − p VA (3.38)
Un
Quando U C = 0 tem-se:
qv P
K vinP . = (3.40)
2. p S
A Figura 3.15 dá uma idéia geral do modelo do duto para esta aplicação, que encon-
tra-se dentro do subsistema hidráulico mostrado na Figura 3.2. Esse modelo, que simula o
efeito de massa aparente, encontra-se entre o subsistema da equação da vazão da válvula
e da equação da continuidade do atuador.
A seguir é apresentado o modelo detalhado dos dutos, bem como os modelos ma-
temáticos que descrevem o seu comportamento e seus respectivos diagramas de blocos.
Capitulo 3 62
V AV dp VA
qv = qv
V D
+ .
βe dt
A Ain
(3.41)
Onde:
qv VA = vazão na saída da válvula [ m 3 / s ];
D
qv Ain = vazão interna da tubulação duto A [ m 3 / s ];
A Figura 3.16 ilustra o diagrama de blocos da Equação (3.41) acima, que representa
a equação da continuidade no lado A do duto.
dx A V AA dp AA
qv D
=A .
A
+ . (3.42)
βe dt
Ain A
dt
Onde:
AAA = área da seção transversal da câmera A do cilindro [ m 2 ];
∆u − Q& C / qm = ∆p / ρ (3.43)
Onde:
Essa equação representa a perda de carga no duto, sendo igual à queda de pressão
por unidade de massa ∆p / ρ .
A perda de carga em sistemas de canalizações ou circuitos é subdividida em perdas
contínuas, que ocorrem em trechos de canalização reta, e perdas localizadas, que surgem
em acessórios. Este projeto detalha apenas as perdas contínuas, pois como se usa um duto
longo, a perda de carga nesse será de maior influência frente à perda de carga localizada
dos engates rápidos. O coeficiente de perda de carga foi obtido experimentalmente confor-
me a seção 4.7.
π .R 4
qv = .( p1 − p 2 )
8.µ.L (3.44)
Onde:
qv = vazão volumétrica [ m 3 / s ];
L = comprimento da tubulação [ m ];
µ = viscosidade dinâmica [ m.Pa.s ] a 40°C;
R = raio interno da tubulação [ m 2 ];
Capitulo 3 65
( p1 − p 2 ) = ∆p = diferença de pressão [ Pa ].
Logo:
Cl =
(π .Dd )
4
128.µ .L (3.45)
Assim, como pode ser observado na Figura 3.17, o coeficiente de perda de carga in-
terna do duto no lado A é dada por:
1
D
qv Ain . . = ( p Ain
D
− p AA ) (3.46)
Cla
Onde:
V AA = volume da seção transversal da câmera A do cilindro [ m 3 ];
m3 / s
Cla = coeficiente de perda de carga no duto A [ ];
Pa
1 128.µ .La
=
(
Cla π .Dda 4 )
(a)
1 128.µ .Lb
=
(
Clb π .Ddb 4 )
(b)
Figura 3. 17- Diagrama de blocos do coeficiente de perda de carga dos dutos A (a) e B (b)
Capitulo 3 66
tido à pressão constante p VA , e a porta à direita conectada por um duto à válvula com fluido
submetido à pressão p VB .
Despreza-se o atrito e o vazamento para uma maior clareza neste exemplo. Tem-se en-
tão que:
d 2xA
A . p − A . p = Me. 2
A
A
A
A
A
B
A
B (3.47)
dt
Um valor aproximado das pressões pode ser obtido, considerando-se que o óleo no
D
duto se move como um bastão rígido. Para um duto de área AAin contendo uma massa total
D d 2 x Ain
D
M Ain de óleo acelerando num ritmo , para o lado A do duto tem-se:
dt 2
d 2 x Ain
D
A .p −p
D
Ain ( V
A
A
A )= M D
Ain .
dt 2
(3.48)
Capitulo 3 67
Isolando p AA :
D
M Ain D
d 2 x Ain
p =− D .
A
A 2
+ pVA (3.49)
AAin dt
d 2 x Bin
D
D
ABin ( )
. p BA − p VB = M Bin
D
.
dt 2
(3.50)
Isolando p BA tem-se:
D
M Bin d 2 x Bin
D
p BA = D
. 2
+ pVB (3.51)
ABin dt
M Ain
D
d 2 x Ain
D
V A M Bin d x Bin
D 2 D
V d 2xA
A − D .
A
A 2
+ p A − AB . D . 2
+ p B = Me. 2
AAin dt ABin dt dt
AAA
Assim, o fluido no duto A move-se e acelera-se D vezes o índice do fluido no ci-
AAin
lindro. Desconsiderando o atrito do fluido e os efeitos de compressibilidade, tem-se que:
( AAA ) 2 ( ABA ) 2 d 2 x A
A . p − A . p = Me + M Ain . D 2 + M Bin . D 2 . 2
A
A
V
A
A
B
DV
B
D
(3.56)
( AAin ) ( ABin ) dt
Como pode ser visto na Equação (3.56), a massa que se move e causa efeito no la-
2 2
AA AA
do A do duto é Me + DA .M Ain
D
e a relação DA pode ter um valor extremamente
AAin AAin
alto. Por exemplo, com um cilindro de diâmetro de 75mm e um duto de 15mm, desconside-
AAA 75
rando a área do êmbolo, tem-se que para D = = 5 e para
AAin 15
2 2
AAA 75
D = = 625 . Então, o efeito causado por 0,2kg de fluido na tubulação é o
AAin 15
mesmo efeito de uma massa fixada ao pistão de 125kg.
Baseado no exemplo acima apresentado tem-se que a equação da aceleração em
um duto é dada pela Equação (3.57) e pelo diagrama de blocos da Figura 3.19:
D D
V Ain dqVAin
ρ. D . = AAin
D
. pVA − AAin
D D
. p Ain (3.57)
AAin dt
Capitulo 3 69
2 2
AAA D AB
A
Mf = ρ .V . D + ρ .VBin . D
D
Ain
AAin ABin (3.58)
Onde:
A
AAin = área interna da tubulação linha A [ m 2 ];
D
V Ain = volume interno da tubulação na linha A [ m 3 ];
kg
ρ = massa específica [ ];
m3
AAA = área da seção transversal da câmara A do cilindro [ m 2 ];
do. Através da soma desses diversos efeitos é possível a obtenção de um modelo matemá-
tico relativamente próximo ao sistema real, sendo possível, assim, prever qual será o com-
portamento do mesmo.
A seguir será apresentada a bancada de estudos onde foram efetuados os experi-
mentos práticos para o modelo de sistema de posicionamento anteriormente descrito.
CAPITULO 4
APARATO EXPERIMENTAL
3
Maiores detalhes podem ser obtidos em SOUZA (2005); RAMOS FILHO (2007)
Capitulo 4 72
(a) (b)
Figura 4.4 – Exemplo de circuito hidráulico utilizado na bancada de estudos CS+VS (a) Dia-
grama esquemático, (b) Diagrama funcional
Capitulo 4 74
(a) (b)
Figura 4.5 – Exemplo circuito hidráulico utilizado na bancada de estudos CD+VA (a) Diagrama es-
quemático, (b) Diagrama funcional
Descrição Código do
componente
Válvula redutora de pressão diretamente operada, fabricante Bosch 1V1
Rexroth, modelo: DR6DP7-5X/75YM.
Válvula Servosolenóide Simétrica OBE, com eletrônica embarcada 4/3, 1V2
fabricante Bosch Rexroth Modelo: 4WRPEH 6 C3B12L-2X/G24K0/A1M,
vazão nominal: 12@70bar por via, sinal de entrada ± 10V.
Válvula Proporcional Assimétrica Direcional Diretamente Operada, com 1V3
realimentação elétrico de posição 4/3, fabricante Bosch Rexroth, modelo:
4WREE 6 E1-08-22/G24K31/A1V, vazão nominal: 8@10bar, sinal de en-
trada ± 10V.
Capitulo 4 75
1A1
Cilindro Simétrico de haste passante de dupla ação, fabricante Bosch Re-
xroth, modelo: CGT3MS2/25/18/200Z-1X/B1CHDTWW, diâmetro do em-
bolo de 25mm, diâmetro da haste 18mm, curso de 200mm.
4
Maiores informações podem ser obtidas em: SOUZA ( 2005) e RAMOS FILHO (2007).
Capitulo 4 76
4.2.2 Molas
O sistema de carregamento é disposto de três de molas, descritas na Tabela 4.3:
Transmissores de pressão
Transdutor de
deslocamento
Válvula Redutora
de Pressão
Válvula Proporcional
Simétrica
Sistema de
Carregamento
Cilindro Simétrico
Como exposto anteriormente, alguns parâmetros não puderam ser obtidos direta-
mente dos dados fornecidos no catálogo de cada componente. Nestes casos, a aplicação
de equações matemáticas sobre os dados fornecidos, a leitura de curvas e a realização de
experimentos em laboratório foram necessárias.
Capitulo 4 80
4.3.1 UPCH
Para a execução deste trabalho, a UPCH foi configurada para operar à:
Pressão máxima: 8 MPa ;
Temperatura: 45 o C ;
Vazão da bomba fixa: 14 lpm ;
A partir dos valores acima foi possível obter os parâmetros necessários ao modelo,
observando-se as unidades utilizadas no mesmo. Usando a Equação (3.22) obtém-se o
coeficiente de vazão KvCAT e com a Equação (3.40) o coeficiente de vazamento interno
4.3.3 Cilindros
Os dados obtidos do catálogo do cilindro utilizado são fornecidos na Tabela 4.6:
Cilindro φe φh L A M V
2
[m ] [ kg ] [ m3 ]
[ mm ] [ mm ] [ mm ]
Simétrico AA = Ab VA=VB
25 18 200 -4 2,86 -5
CGT3MS22518200 AA =2,37 x10 VA=4.74 x10
Assimétrico AA=4,91 x10-4 VA=9.82 x10-4
25 18 200 2,3
CDT3MS22518200 AB=2,37 x10-4 VB=4.74 x10-5
das próximas de zero quando elas são menores que uma velocidade limite ( x& lim ), abaixo da
qual não é possível deslocar o corpo com velocidade constante.
No Modelo do Coeficiente de Atrito Viscoso Variável, a força de atrito para velocida-
des acima da velocidade limite é obtida a partir do mapa estático para o atrito, que define a
relação entre a força de atrito e a velocidade relativa entre as superfícies em contato (curva
“A” da Figura 4.10).
Para obter os resultados experimentais referentes aos cilindros utilizados, foram rea-
lizados vários ensaios. Nestes procedimentos aplica-se um sinal tipo triangular ao sistema e
mede-se o tempo, o deslocamento, a pressão na câmara A e a pressão na câmara B. As-
sim, com estes dados é possível obter as velocidades e a diferença de pressão entre as
câmaras. O sinal utilizado possui as seguintes características:
Freqüências: 0,015 Hz , 0,025 Hz , 0,035 Hz , 0,05 Hz , 0,075 Hz , 0,095 Hz , 0,15 Hz ,
0,19 Hz , 0,25 Hz , 0,3 Hz , 0,4 Hz , 0,5 Hz , 0,6 Hz , 0,7 Hz , 0,8 Hz 0,9 Hz , 1 Hz , 1,2 Hz ,
1,4 Hz , 1,6 Hz , 1,8 Hz
Offset = 5 V ; Amplitude = 4 V
Da resposta do sistema foram obtidos 1000 pontos a cada segundo. Foram então
escolhidas as trajetórias de subida e descida com velocidade constante, posto que nestas
condições o sistema deve vencer apenas a força de atrito para continuar em movimento.
Foram excluídos, portanto, os dados das freqüências 0,01 Hz a 0,05 Hz e 1,4 Hz a
1,8 Hz , pois, como já descrito, para velocidades muito baixas as não linearidades tornavam
os dados não confiáveis devido ao fenômeno stick-slip, e para freqüências muito altas os
dados ficaram semelhantes devido à saturação da válvula utilizada no experimento.
Figura 4.11 – Coeficiente de atrito viscoso variável x velocidade experimental do cilindro simétrico
Capitulo 4 84
Figura 4.12 – Mapa estático do atrito para o cilindro simétrico CGT3 MS2 15 28 200
Figura 4.13 – Coeficiente de atrito viscoso variável x velocidade experimental do cilindro assimétrico
Capitulo 4 86
Figura 4.14 – Mapa estático do atrito para o cilindro assimétrico CDT3 MS2 15 28 200
∆p = pVA − p AA
∆ posição
vmédia =
∆ tempo
D
qv Ain = vmédia . AAin
D
ciente de perda de carga experimental, dado pela Equação (3.46) mostrada no Capítu-
lo 3:
D
qv Ain
Cl =
∆p
Capitulo 4 89
Tabela 4.9 - Coeficiente de perda de carga (Cl) experimental para duto de 1,75m de compri-
mento
Cl (médio ) [m 3 / s.Pa]
Duto 1,0 m 7,1x10-12
Duto 1,75m 1,2x10-11
Duto 2,5m 1,9x10-11
Duto 4,5m 3,1x10-11
Tabela 4.11, adotando-se então o coeficiente de perda de carga Cl =5,5x10-9, média dos
valores obtidos experimentalmente.
4.6 CONCLUSÕES
Fez-se no presente capítulo, a apresentação da bancada de estudos, e de seus com-
ponentes, utilizados nas combinações entre válvula e cilindro. Foram também expostos os
dados técnicos dos componentes obtidos através dos catálogos e calculados com base nas
equações obtidas da revisão bibliográfica. Com o levantamento desses dados pode-se rea-
lizar a simulação dos modelos a serem estudados e assim executar os ensaios experimen-
tos com o intuito de validar o modelo teórico e analisar as condições críticas expostas a se-
guir.
CAPÍTULO 5
ANÁLISE DOS RESULTADOS
AAA = 2,37 x10−4 ABA = 2,37 x10 −4 AAA = 4,91x10 −4 ABA = 2,37 x10 −4
[m 2 ] [m 2 ] [m 2 ] [m 2 ]
1,0 m 16 kg 16 kg 66 kg 16 kg
1,75 m 28 kg 28 kg 116 kg 28 kg
2,5 m 39 kg 39 kg 167 kg 39 kg
4,5 m 70 kg 70 kg 301 kg 70 kg
6,0 m 93 kg 93 kg 402 kg 93 kg
A Figura 5.1a e a Figura 5.1b mostram os resultados das simulações do modelo não
linear para uma massa efetiva de 56 kg, comparando-os aos resultados obtidos numa simu-
lação com dutos de 1,75m de comprimento em cada lado, validando o modelo de massa
aparente para cilindros simétricos (CS). As válvulas simétricas são designadas por (VS) e
as assimétricas por (VA). Nesse caso desconsiderou-se a força de pré-carga da mola e o
efeito de perda de carga gerado pelos dutos.
Figura 5.1 – Respostas com modelo não linear massa efetiva x massa aparente duto de 1,75m (a)
CS+VS, (b) CS+VA
Capitulo 5 93
Da mesma maneira, para cilindros assimétricos (cilindros diferenciais) (CD) foi feita a
validação do modelo, como mostrado na Figura 5.2a e na Figura 5.2b.
Figura 5.2 – Respostas com modelo não linear com massa efetiva x massa aparente duto 1,75m (a)
CD+VS e (b) CD+VA
Figura 5.3 – Respostas com modelo não linear com massa efetiva x massa aparente duto 6m (a)
CS+VS, (b) CS+VA
Com o mesmo comprimento de duto, a massa aparente gerada nos cilindros assimé-
tricos é de 495 kg e nesse caso a pressão não atinge valores críticos como visto na Figura
5.4, demonstrando a importância do conhecimento dos diferentes fenômenos e suas varia-
ções de acordo com os parâmetros do sistema.
Figura 5.4 – Respostas com modelo não linear com massa efetiva x massa aparente duto 6m (a)
CD+VS e (b) CD+VA
Capitulo 5 95
Observa-se nas Figuras 5.1 a 5.4 que, para todos os casos, o comportamento das
pressões e as respostas do sistema são equivalentes. É validado então o sistema, compro-
vando a equivalência do modelo não linear com dutos que geram uma massa aparente, com
o modelo não linear com massa efetiva.
Na próxima seção é discutido com mais detalhes o comportamento da pressão nas
câmaras do cilindro identificando assim suas possíveis condições críticas.
e onde p B atinge o valor mínimo, muitas vezes próximo ou abaixo de zero, e p A atinge o
valor máximo, podendo superar a pressão de suprimento ps . Nos momentos de aceleração
máxima negativa ( a MAX (−) ) ocorre uma inversão do descrito acima, tendo p B o seu valor
pA e pB .
Capitulo 5 96
(a) (b)
Figura 5.5 – Movimento de avanço e retorno do cilindro, aceleração e os comportamentos das pres-
sões nas câmaras do cilindro (a) avanço (b) retorno
pA e pB .
- No avanço:
- No retorno:
AA 2,37x10-4 m2
AB 2,37x10-4 m2
Mt 2,86 kg
Cilindro assimétrico
AA 4,91x10-4 m2
AB 2,37x10-4 m2
Mt 2,33 kg
Figura 5.6 – Resposta do sistema real com mangueiras x modelo não linear simulado com manguei-
ras para CS+VS. (a) Posição, (b) Pressão e (c) Ampliação das pressões
Figura 5.7 – Resposta do sistema real com dutos x modelo não linear simulado com dutos para
CS+VS. (a) Posição, (b) Pressão e (c) Ampliação das pressões
3– Comparação do sistema real com dutos x modelo não linear simulado com dutos – Análi-
se do comportamento observado para diferentes parâmetros
Na Figura 5.8a, Figura 5.8b e Figura 5.8c percebe-se que mesmo alterando os valo-
res de massa aparente, constante e pré-carga da mola, as respostas da simulação continu-
am sendo equivalentes às respostas obtidas experimentalmente.
Capitulo 5 101
(a)
(b)
Capitulo 5 102
(c)
Figura 5.8 – Respostas do sistema real com dutos x modelo não linear simulado com dutos para
CS+VS. (a) Pré-carga nula, (b) Fpré-carga 643N e (c) Fpré-carga 965N
A fim de verificar a influência que a força de carregamento tem sobre o sistema real,
a Figura 5.9 mostra os resultados experimentais para os mesmos parâmetros, alterando-se
apenas a força de pré-carga da mola.
Na Figura 5.9a, percebe-se que o comportamento das pressões do sistema é mais
estável. Consegue-se perceber o efeito que o aumento da força de pré-carga tem sobre o
sistema na Figura 5.9b e na Figura 5.9c, onde se vê que à medida que se aumenta a força
de pré-carga, as pressões se aproximam das condições críticas.
Capitulo 5 103
(a)
(b)
Capitulo 5 104
(c)
Figura 5.9 – Resposta do sistema real com massa aparente para CS+VS. (a) Pré-carga nula, (b) Fpré-
carga 643N e (c) Fpré-carga 965N
Figura 5.10 – Resposta do sistema real com massa aparente para CS+VS. (a) Posição (b) Pressão (c)
Ampliação das pressões entre 1,86 e 1,95s (d) Ampliação das pressões entre 1,88 e 1,89s
6– Comparação da resposta obtida do modelo simulado com cada tipo de mola – Análise do
efeito gerado pela variação da constante da mola
Para essa combinação de válvula e cilindro observa-se nas simulações que, quanto
maior a constante da mola, maior facilidade de ocorrência de pontos críticos. Na Figura
5.11, observa-se que com uma massa de 155 kg, ocorrem pressões abaixo de zero apenas
no caso da mola 3. Já na Figura 5.12, ao se acrescentar uma força de pré-carga de 262N,
Figura 5.11 – Resposta do modelo não linear simulado com as três diferentes molas sem pré-carga
para CS+VS. (a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação posição retorno (d) Ampliação das pressões re-
torno
Figura 5.12 – Resposta do modelo não linear simulado com as três diferentes molas com pré-carga de
262N para CS+VS (a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação posição retorno (d) Ampliação das pressões
retorno
Capitulo 5 107
Tabela 5.3 – Máximos valores de massa para que não haja possibilidade de ocorrência de cavitação.
Resultados de simulações sem perda de carga e com válvula simétrica e cilindro simétrico
M 1 [Kg ] 151 - -
Para validar o modelo com a combinação de válvula assimétrica com cilindro simétri-
co de dupla ação, a Figura 5.13 apresenta a simulação feita com dutos de 2,5m e 4,5m,
gerando uma massa aparente de 110 kg, comparada à experiência feita com os mesmos
parâmetros.
Figura 5.13 – Resposta do sistema real com dutos x modelo não-linear simulado com dutos para
CS+VA. (a) Posição (b) Pressão
mais crítico. Na Figura 5.14c tem-se uma ampliação entre 1,9 e 2,5 segundos mostrando
apenas a pressão na câmara B do cilindro. Nela observa-se que os pontos críticos ocorrem
no retorno do cilindro, onde com a mola 3 o sistema apresenta valores abaixo de zero.
Figura 5.14 – Resposta do modelo não linear simulado com dutos com as três diferentes molas para
CS+VA. (a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação das pressões entre 1,9 e 2,6s
3 – Comparação do sistema real com dutos x modelo não linear simulado com dutos
– Análise do comportamento observado para diferentes valores de pré-carga.
Outro fator a ser considerado por também influenciar na resposta do sistema é a pré-
carga da mola. A Figura 5.15 mostra as respostas obtidas das simulações geradas com
massa aparente de 55kg e a mola 2, variando apenas a força de pré-carga. Observa-se
nesse caso que, quanto maior a força de pré-carga da mola, mais críticos ficam os valores
das pressões. Nesse caso com a mola 2, sem pré-carga não ocorrem pontos críticos, mas,
ao se acrescentar uma força de pré carga de 240N ou 478N, p B atinge valores abaixo de
zero no retorno do cilindro como pode ser visto na Figura 5.15c.
Capitulo 5 110
Figura 5.15 – Resposta do modelo não linear simulado com massa aparente para CS+VA. (a) Posição
(b) Pressão (c) Ampliação das pressões entre 1,9 e 2,6s
Na Figura 5.16 observa-se que com a mola 3 sem força de pré-carga e desconside-
rando a perda de carga, mesmo sem massa o sistema já apresenta pontos críticos onde p B
tem valores abaixo de zero.
Figura 5.16 – Resposta do modelo não linear simulado com massa aparente para CS+VA. (a) Posição
(b) Pressão
Capitulo 5 111
Com base nos efeitos dos parâmetros já analisados, obtém-se a Tabela 5.4, que re-
laciona os valores de massa onde começam a haver pontos críticos para cada mola e pré-
carga para situações onde a perda de carga é desconsiderada.
Tabela 5.4 – Máximos valores de massa para que não haja possibilidade de ocorrência de cavitação.
Resultados de simulações sem perda de carga e com válvula assimétrica e cilindro simétrico
M 1 [Kg ] 199 99 0
M 1 [Kg ] 157 0 -
M 1 [Kg ] 0 - -
Figura 5.17 – Resposta do sistema real com mangueiras x modelo não linear simulado com manguei-
ras para CD+VS. (a) Posição (b) Pressão
2 – Validação do modelo através da comparação do sistema real com dutos x modelo não
linear simulado com dutos
Para a validação do modelo com válvula simétrica e cilindro assimétrico com dutos,
mostra-se na Figura 5.18 comparação das respostas obtidas no modelo não linear simulado
com as respostas obtidas no experimento real, ambos com os mesmos parâmetros. Para
esse caso foram utilizados dutos gerando uma massa aparente de 155 kg.
Capitulo 5 113
Figura 5.18 – Resposta do sistema real com dutos x modelo não-linear simulado com dutos para
CD+VS. (a) Posição (b) Pressão
3 – Comparação da resposta obtida do modelo simulado com cada tipo de mola – Análise
do efeito gerado pela variação da constante da mola
Na Figura 5.19, simulação com uma massa de 300 kg, observa-se o efeito causado
ao se utilizar molas de diferente rigidez. Quanto maior a rigidez da mola, menor o pico de
pressão e menor a probabilidade de ocorrência de pontos críticos onde pode ocorrer cavita-
ção. Também pode se observar na Figura 5.19d, que é uma ampliação entre 0 e 0,6 segun-
dos da resposta observada na Figura 5.19b mostrando apenas a pressão da câmara A do
cilindro, que é no momento de avanço do cilindro onde ocorrem os picos de pressão do sis-
tema.
Capitulo 5 114
Figura 5.19 – Resposta do modelo não linear simulado com dutos com as três diferentes molas para
CD+VS. (a) Posição (b) Pressão (c) Posição no avanço e (d) Pressão no avanço
4 – Comparação do sistema real com dutos x modelo não linear simulado com dutos –
Análise do comportamento observado para diferentes valores de pré-carga.
Figura 5.20 – Resposta do modelo não linear simulado com massa aparente para CD+VS. (a) Posição
e Pressão no avanço (b) Posição e Pressão no retorno.
Na Tabela 5.5 são compilados os resultados obtidos para esta combinação de vál-
vula e cilindro, onde pode se observar que, ao se aumentar a força de pré-carga e a rigidez
da mola, aumenta também a carga que o sistema pode suportar sem que haja ocorrência
de pontos críticos.
Tabela 5.5 – Máximos valores de massa para que não haja possibilidade de ocorrência de cavitação.
Resultados de simulações sem perda de carga e com válvula simétrica e cilindro assimétrico
Observa-se então que, para essa combinação, o sistema apresenta boas condições
de operação sem ocorrência de pontos críticos de pressão para diversos coeficientes de
rigidez de mola e pré-cargas, mesmo com cargas mais elevadas do que as observadas nas
outras combinações.
Figura 5.21 – Resposta do sistema real com dutos x modelo não-linear simulado com dutos para
CD+VA. (a) Posição (b) Pressão
Capitulo 5 117
2 – Comparação da resposta obtida do modelo simulado com cada tipo de mola – Análise
do efeito gerado pela variação da constante da mola
Figura 5. 22– Resposta do modelo não linear simulado com dutos com as três diferentes molas para
CD+VA. (a) Posição (b) Pressão (c) Ampliação da pressão entre 1,9 e 2,5s.
3 – Comparação do sistema real com dutos x modelo não linear simulado com dutos –
Análise do comportamento observado para diferentes valores de pré-carga.
Figura 5.23 – Resposta do modelo não linear simulado com massa aparente para CD x VA. (a) Posi-
ção (b) Pressão (c) Ampliação da pressão entre 1,9 e 2,5s
Tabela 5.6 – Máximos valores de massa para que não haja possibilidade de ocorrência de cavitação.
Resultados de simulações sem perda de carga e com válvula assimétrica e cilindro assimétrico
M 1 [Kg ] 1975 - -
Para essa combinação, os valores de massa suportados sem que haja ocorrência de
pontos críticos são também mais elevados, sendo que diversos coeficientes de mola e pré-
cargas podem ser aplicados também sem a ocorrência de problemas.
Capitulo 5 119
Figura 5.24 – Resposta do modelo não linear comparação CD+VS x CD+VA. (a) Posicão (b) Pressão
(c) Posição no retorno e (d) Pressão no retorno.
Capitulo 5 120
A Figura 5.25 mostra que, para a mesma comparação, mas sem força de pré-carga,
p A atinge valores abaixo de zero no avanço do cilindro com o emprego da válvula simétri-
ca, criando assim possibilidade de ocorrência de cavitação conforme visto na Figura 5.25a.
Outro fator observado são as oscilações das pressões p A e p B as quais são significativa-
mente superiores no sistema com VS, como visto na Figura 5.25a e na Figura 5.25b. Por-
tanto verifica-se com base no comportamento das pressões que, para uma massa de 400
kg e sem pré-carga, desconsiderando-se o efeito de perda de carga, o sistema poderia ope-
rar sem ocorrência de pontos críticos apenas com VA. Em regime permanente não ocorrem
diferenças significativas entre essas concepções.
Figura 5. 25 – Resposta do modelo não linear comparação CD+VS x CD+VA. (a) Avanço (b) Retorno
cepção VS+CS é melhor para o controle de posição no avanço e no retorno, mas não há
aparentemente nenhum impedimento para utilização da concepção VA+CS.
Figura 5.26 – Resposta do modelo não linear comparação CS+VS x CS+VA. (a) Avanço (b) Retorno
A Figura 5.27 mostra que para os mesmos parâmetros acima descritos, ao ser apli-
cada no sistema uma força de pré-carga de 524N, as pressões podem atingir condições
críticas em ambas configurações.
Capitulo 5 122
Figura 5.27– Resposta do modelo não linear comparação CS+VS x CS+VA. (a) Posição (b)
Pressão (c) Ampliação da pressão entre 2 e 2.3s
Tabela 5.7 - Tabela valores máximos de massa para que não haja possibilidade de ocorrência de
cavitação para diferentes concepções de válvulas e cilindros
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BROGAN, W. L. Modern Control Theory. 2. Ed., New Jersey. Prentice-Hall, Inc., 1982.
FOX, R.; McDONALD, A. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 4a. Ed. Rio de Janeiro: Edi-
tora Guanabara Koogan S.ª, 1995. 662 p.
GÖTZ, Werner. – Eletrohydraulic Proportional Valves And Closed Loop Control Valves.
– Theory and Aplication. Stuttgart. Robert Bosch GmbH, 1989.
KIM, W.; WON, S. Modeling and Control for an Asymmetric Hydraulic Active Suspen-
sion System. JSME International Journal. Series C, v. 44, n.2, 2001.
MANRING, NOAD. Hydraulic Control Systems, New Jersey: John & Sons, 2005.
MERRITT, H. E. Hydraulic Control Systems. 1. ed. New York: John Wiley & Sons, 1967.
358 p.
REXROTH. Cilindro Hidráulico tipo CDT3 / CGT3. Catálogo RS/E/P 17 032/05.00 Obtido
em www.rexroth.com em 16/05/2007
VIRVALO, T. PI and PID controllers in a hydraulic position servo system – what it is all
about. ICFP 2001 - Fifth International Conference on Fluid Power Transmission and Control,
Hangzhou, China, 2001.
A.1 UPCH
A.2 VXI
Figura A. 4 – Gráfico do fluxo de vazamento da válvula assimétrica, com o carretel na posição central.
Freqüência natural:
Fabricante: Balluf
Modelo: Micropulse Linear Transducer Profile Style BTL5 A11 M0200 PS32
Catálogo: 810937 Balluf BTL5 A11
Interface analógica
Saída: 0-10 V
Ks = 50 V / m
Resolução:4 µm
Fabricante: HBM
Modelo: Pressure transmitter P2VA2 200bar
Pnom
Função transferência: Pabs = (U out − 0.5V ).
9.5V
Saída: 0-10 V
Resolução:2 Bar
Apêndice 137
As molas utilizadas nesse trabalho foram projetadas para sofrer carregamento dinâ-
mico e ter vida infinita. A seguir são descritas as características construtivas das molas:
Mola 1
- Mola helicoidal de compressão paralela e seção
circular
- Diâmetro Interno – 110 mm
- Diâmetro Médio – 120 mm
- Diâmetro do fio – 10 mm
- Comprimento: - 488 ± 5 mm
- Espiras úteis – 22 espiras
- Espiras totais – 24 espiras
- Material - DIN 17223/B
- K = 2626 N/m
- Extremidades em esquadro e esmerilhadas
-Acabamento - Oleado
Apêndice 138
Mola 2
- Mola helicoidal de compressão paralela e se-
ção circular
- Diâmetro Interno – 110 mm
- Diâmetro Médio – 122 mm
- Diâmetro do fio – 12 mm
- Comprimento: - 500 ± 5 mm
- Espiras úteis – 19 espiras
- Espiras totais – 21 espiras
- Material - DIN 17223/B
- K = 6010 N/m
- Extremidades em esquadro e esmerilhadas
- Acabamento - Oleado
Mola 3
- Mola helicoidal de compressão paralela e se-
ção circular
- Diâmetro Interno – 110 mm
- Diâmetro Médio – 124 mm
- Diâmetro do fio – 14 mm
- Comprimento: - 449 mm
- Espiras úteis – 12,5 espiras
- Espiras totais – 14,5 espiras
- Material – SAE 5160
- K = 16120 N/m
- Extremidades em esquadro e esmerilhadas
- Acabamento – Oleado
Apêndice 139
A estrutura de fixação mostrada na Figura B.1 foi projetada para permitir o encaixe
da mola de forma segura e prática na bancada de estudo. Tal estrutura permite regular dife-
rentes pré-cargas na mola através de mecanismo de ajuste que desloca a base inferior da
estrutura, comprimindo a mola.
Guias de
deslizamento
Ajuste pré-carga
Mola
Base inferior
deslizante
Fixação das
guias de
deslizamento
Para reduzir o atrito na base superior deslizante durante a ciclagem da mola, utili-
zam-se guias de esferas recirculantes.
Apêndice 140
Parâmetros do controlador
Kz=5; Ganho Proporcional
Kva=Kvia;
Kvb=Kvia;