FA 5 COM CCs
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Biologia e Geologia
11.º Ano 2020/2021
Versão 1
Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
GRUPO I
Em 1953, G.Kennedy sugeriu que existia um fator no plasma, que dedignou por fator de saciedade, o qual,
atuando ao nível do hipotálamo, regularia a ingestão de nutrientes, o gasto energético, os depósitos de gordura e
o peso corporal. Em 1994, a descoberta do gene ob e da proteína por ele codificada, a leptina, veio apoiar esta
hipótese.
A leptina é uma hormona polipeptídica formada por 167 aminoácidos, produzida e segregada, quase
exclusivamente pelos adipócitos, as células do tecido adiposo. O seu armazenamento nestas células é
insignificante, sendo praticamente toda segregada para o sangue. A forma circulante possui apenas 146
aminoácidos, uma vez que os primeiros 21 são removidos aquando da sua secreção para a corrente sanguínea.
No ser humano, o gene ob está situado ao nível do braço longo do cromossoma 7. É no tecido adiposo que o
mRNA do gene ob se encontra em maiores quantidades. Pequenos níveis foram detetados no coração e na
placenta.
A leptina exerce a sua ação principalmente no hipotálamo e atua unindo-se a recetores que são codificados
pelo gene db. Pensa-se que este gene, no ser humano, se localiza no braço curto do cromossoma 1.
Os neurotransmissores e/ou neuropeptídeos que medeiam a ação da leptina, a nível central, ainda não foram
identificados. Um dos mais estudados é o neuropeptídeo Y (NPY), constituído por 36 aminoácidos. No quadro I
encontram-se alguns codões e os respetivos aminoácidos.
Quadro I
UUC Fenilalanina (Fen) GAC Ácido aspártico (Asp) CCU Prolina (Pro)
1. No tecido adiposo
(A) apenas ocorre armazenamento de triglicerídeos.
(B) ocorre secreção endócrina.
(C) encontra-se quantidades significativas de leptina intracelular.
(D) a expressão do gene ob é insignificante.
2. No citoplasma dos adipócitos encontram-se moléculas de mRNA, transcrito do gene ob, constituídas por,
(A) 501 bases azotadas.
(B) 501 codões.
(C) 501 anticodões.
(D) 167 nucleótidos.
4. O tripleto TAC é um
(A) codogene porque contém a informação que desencadeia a síntese da leptina.
(B) codão que codifica o aminoácido metionina.
(C) anticodão que permite a adição do aminoácido Metionina à cadeia polipeptídica em formação.
(D) codogene que codifica o aminoácido metionina da proteína.
1. Após a transcrição do gene ob são removidos do RNA pré-mensageiro os exões, uma vez que são
sequências de nucleótidos que codificam aminoácidos da leptina. F
2. O tRNA que possui o anticodão GCG transporta o aminoácido Alanina. F
3. Uma mutação no gene db pode condicionar a ação da leptina ao nível do hipotálamo. V
10. Ordene as frases identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos
acontecimentos que traduzem a ação da leptina sobre o hipotálamo. BDCAE
11. Nem sempre a substituição de um nucleótido por outro diferente na sequência nucleotídica do gene ob
implica alterações na sequência de aminoácidos da leptina.
Grupo II
As regiões que não serão traduzidas do mRNA de um gene podem determinar a sua expressão ao influenciar
a estabilidade do mRNA e a sua eficiência translacional. Estudos recentes mostram que a expressão de um gene
pode ser regulada de forma alternativa através da utilização de regiões não traduzidas do mRNA transcrito a partir
dele. A expressão de transcritos específicos, com diferentes regiões não traduzidas (untranslated regions - UTRs),
em diferentes tecidos, permitem controlar a expressão de proteínas que regulam aspetos fisiológicos, patológicos
e do desenvolvimento.
São vários os mecanismos que permitem o controlo da síntese proteica e obtenção de diferentes proteínas a
partir de um mRNA com UTRs alternativos. De entre eles salientam-se a formação de locais de ligação de
proteínas reguladoras ao mRNA, que modulam muitos aspetos da sua função; a inibição da tradução por
pequenas sequências de UTRs que limitam o acesso dos ribossomas ao codão de iniciação.
Os mecanismos que permitem a expressão dos UTRs estão representados na figura 1. Diferentes estruturas
genómicas são apresentadas para ilustrar cada um desses mecanismos. As linhas horizontais representam o
gene com os exões a cinzento e as regiões que não serão traduzidas a negro. As setas representam os locais do
A B
C D
Figura 1.
1. Comparativamente aos nucleótidos do _______, os nucleótidos das sequências dos codões possuem a
_______ como pentose estrutural.
(A) DNA (...) desoxirribose
(B) DNA (...) ribose
(C) RNA (...) ribose
(D) RNA (...) desoxirribose
2. As _______ correspondem a porções das moléculas de mRNA que _______ aminoácidos das cadeias
polipeptídicas.
(A) UTRs (...) codificam
(B) UTRs (...) não codificam
(C) proteínas (...) codificam
(D) proteínas (...) não codificam
3. O anticodão do tRNA que transfere o primeiro aminoácido do exão, representado no esquema A da figura 1,
possuirá a seguinte sequência.
(A) ATG
(B) TAC
(C) UAC
(D) AUG
6. A síntese de uma dada sequência proteica resulta da passagem da informação genética de uma linguagem de
nucleótidos para uma linguagem de aminoácidos.
Explique a importância da complementaridade entre bases azotadas dos nucleótidos para este processo de
tradução.
A complementaridade entre as bases azotadas adenina (A) e timina (T) (substituída por uracilo (U) no RNA) e
entre as bases guanina (G) e citosina (C) é de extrema importância para a transcrição e tradução do mRNA.
De facto, as bases A e T e as bases C e G do DNA estabelecem pontes de hidrogénio entre as duas cadeias
polinucleotídicas desta molécula. Assim, durante a transcrição, a sequência de nucleótidos presente na cadeia
do DNA mantém-se no mRNA através das bases azotadas complementares.
Na tradução, a sequência de aminoácidos na proteína está codificada na sequência de codões do mRNA que,
devido à complementaridade de bases, se ligam aos anticodões com bases azotadas complementares do
tRNA.
Assim, a complementaridade das bases azotadas é essencial para a tradução, pois permite que o RNA de
transferência que transporta os aminoácidos se ligue ao RNA mensageiro através das bases complementares,
traduzindo-se na sequência correta de aminoácidos para a produção de determinada proteína.
7. Relacione, com base nos dados apresentados, a existência de uma variedade de mRNA’s do mesmo gene
(codões iguais) mas com UTRs variáveis na expressão desse gene nos tecidos.
A existência de uma variedade de mRNAs do mesmo gene permite a produção de várias proteínas iguais.
Por outro lado, a existência de UTRs variáveis na expressão dos genes permite as diferentes aplicações que
podem ter como a formação de locais de ligação com proteínas reguladoras ou a inibição da tradução de uma
proteína, e consequente impossibilidade da produção desta.
8. Faça corresponder a cada letra das afirmações da coluna A, referentes à síntese proteica, o número do termo
da coluna B que lhe corresponde.
Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
Grupo III
Até 1956, a estrutura macromolecular dos cromossomas, e o modo como eles se duplicavam, permaneceu um
mistério. Nesse ano, uma equipa constituída por Taylor, Woods e Hughes realizou uma série de experiências em
cromossomas de Vicia faba (faveira) que lançaram luz sobre o modo como estes se duplicavam, valendo-lhes
este feito a conquista do prémio Nobel. A escolha desta planta por estes investigadores deveu-se ao facto de
possuir 12 cromossomas grandes e de ser conhecida a duração do seu ciclo celular e da síntese de DNA.
Foram inicialmente colocadas plântulas jovens de faveira a crescer numa solução contendo 2-3 pig/ml de
timidina tritiada. A timidina é um nucleosídeo formado por uma timina ligada à desoxirribose. A timidina tritiada
está marcada com trítio, um isótopo de hidrogénio radiativo cuja presença é detetada em autorradiografias.
Após 8 horas de crescimento das plantas nesta solução, as raízes foram cuidadosamente lavadas em água e
as plântulas transferidas para uma solução mineral não radioativa contendo colchicina, substância que impede a
formação do fuso acromático, interrompendo a divisão celular na metáfase. Em intervalos regulares, algumas
raízes eram fixadas em etanol-ácido acético (3:1) e hidrolisadas em HCL a 1 N durante 5 minutos. Foram
montados cortes em lâminas delgadas, sendo estes posteriormente recobertos com tiras de filme para
autorradiografias (fotográfico).
A radioatividade provoca o aparecimento de pequenos pontos negros no filme.
Grupo II – Raízes que tinham permanecido durante 34 horas em colchicina. As células em metáfase possuíam 24
ou 48 cromossomas. Quando estavam presentes 24 cromossomas, todos eles manifestavam
radioatividade, mas apenas num dos cromatídios do cromossoma (Figura 2B). Nas células com 48
cromossomas, apenas metade deles estavam marcados com radioatividade e a outra metade não
apresentava radioatividade.
Adaptado de: Taylor, J. Herbert; Woods, Philip S.; Hughes, Walter L. The organization and duplication of chromosomes as revealed by
autoradiographic studies using tritium-labeled thymidine
1. O objetivo das experiências descritas no texto era
(A) conhecer as etapas da divisão celular na faveira.
(B) compreender como as células das raízes da planta controlam o seu ciclo celular.
(C) compreender o processo de duplicação dos cromossomas.
(D) conhecer a síntese proteica das células da raiz da faveira.
3. A incorporação pelos cromossomas da timidina tritiada, durante o período _______ da interfase, permitiu a
marcação destes na _______.
(A) S … autorradiografia
(B) G1 … raiz da planta
(C) G1 … autorradiografia
(D) S … raiz da planta
4. Explique de que modo a utilização de timidina tritiada constitui um argumento ao facto de os cromossomas
serem constituídos por moléculas de DNA.
O DNA é constituído pelas bases azotadas timina, adenina, guanina e citosina, enquanto que o RNA é
constituído por uracilo, adenina, guanina e citosina. Assim, conclui-se que os cromossomas seriam
constituídos por DNA.
5. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência correta dos
acontecimentos relacionados com um ciclo celular a iniciar-se após uma fase mitótica. BCAED
6. A escolha de células de faveira para estas experiências ficou a dever-se ao facto destas possuírem
cromossomas de _______ dimensões, o que _______ a sua visualização nas autorradiografias.
(A) pequenas … dificultava
(B) grandes … facilitava
(C) grandes … dificultava
(D) pequenas … facilitava
1. O RNA distingue-se do DNA porque possui, nas suas moléculas, desoxirribose e a base azotada uracilo. F
2. O RNA é constituído por cadeias simples de nucleótidos que, em certos locais, podem dobrar sobre si
mesmas, devido à complementaridade das bases azotadas. V
3. Tanto no RNA como no DNA, as cadeias de nucleótidos crescem no sentido de 5`para 3`. V
9. Faça corresponder cada uma das descrições relativas à divisão celular, expressas na coluna A, à respetiva
designação, que consta da coluna B.
Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
10. Explique de que modo os resultados experimentais expressos na figura 2 apoiam a replicação
semiconservativa do DNA.
O processo de replicação do DNA é semiconservativo, pois cada filamento de DNA parental serve de molde
para que a enzima DNA polimerase, incorporando novos nucleótidos, proceda à sua cópia respeitando a
complementaridade de bases (adenina com timina e guanina com citosina). Assim, as duas novas moléculas
de DNA resultantes da primeira replicação possuem um filamento de DNA parental e outro filamento de DNA-
filho, pelo que os cromossomas apresentam timina radioativa em todos os cromatídios (grupo I).
Após uma segunda replicação, como uma das cadeias não possuí timina radioativa, apenas 50% das
moléculas de DNA-filhas apresentam timina radioativa, pelo que apenas metade dos cromossomas acusam
radioatividade (grupo II).
FIM
PROPOSTA DE CORREÇÃO
GRUPO I
1. B 2. A 3. D 4. D 5. B 6. A 7. C
Itens 8. A 9. C 10. B, D, C, A, E
1.º tópico: Relação entre a substituição do terceiro nucleótido do codão e a maior probabilidade de o novo co-
dão codificar o mesmo aminoácido, uma vez que os dois primeiros nucleótidos de cada codão são
mais específicos que o terceiro.;
GRUPO II
2.º tópico: Relação entre o anticodão do tRNA e o transporte de um aminoácido específico para o ribossoma.
2.º tópico: Relação entre as UTRs e a possibilidade de serem ativados diversos mecanismos que inibem a
tradu-
ção.
1.º tópico: Referência ao facto de a figura 2A mostrar cromossomas que sofreram replicação do DNA no meio
com
timidina tritiada, o que provoca uma distribuição homogénea da radiatividade pelos cromossomas
(cada cromossoma possui uma molécula de DNA com uma cadeia radioativa e outra normal).
2.º tópico: Referência ao facto de a figura 2B mostrar células que sofreram já a segunda replicação; cada cro-
mossoma possui dois cromatídios, um com uma cadeia antiga radioativa e a outra não radioativa.
3.º tópico: Relação entre a existência de células com 48 cromossomas e a ocorrência da terceira replicação
do DNA, encontrando-se metade deles marcados com radioatividade e a outra metade não
evidenciando radioatividade.
4.º tópico: Referência ao facto de estes resultados apoiarem a hipótese da replicação semiconservativa do
DNA.
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V.S.F.F.
Ficha de trabalho de apoio 11.º ano – Versão 1 – Página
13
V.S.F.F.