As Três Fontes - Saverio Gaeta
As Três Fontes - Saverio Gaeta
As Três Fontes - Saverio Gaeta
4
no ar, em cima daquela rocha, vejo, com maravilha e
emoção que quase não se pode suportar, uma figura de
Mulher do paraíso. A cor do rosto é moreno claro, tipo
oriental. Tem apoiado sobre a cabeça um manto verde,
como a cor da grama do prado na primavera. O manto
desce pelos lados até aos pés descalços. Se entrevê
debaixo do manto os cabelos negros com a repartição ao
centro. Tem uma veste branquíssima e longa, com
mangas largas, fechada no pescoço. A cintura é
envolvida por uma faixa rosa, com duas tiras que descem
pelo lado direito na altura do joelho. Tem a idade aparente
de uma jovem de vinte / vinte e cinco anos e a altura de
um metro e sessenta e cinco”.
5
fundamento sobre a rocha eterna, Pedro”. Um apelo
motivado pela vida que Bruno havia vivido nos anos
precedentes, como um romance entrançado por
vicissitudes a partir do seu nascimento em 9 de maio de
1913 em Roma, em um estábulo na Via Cássia onde o pai
Antônio e a mãe Giuseppa viviam em grande pobreza.
6
Bruno Cornacchiola
7
percurso estudantil: “Abandonados a nós mesmos,
circundados pela mais sórdida miséria física e moral, nós
crianças transcorríamos uma infância muito triste”,
recordará em seguida.
8
Terminado o rito, com a lembrancinha das Máximas
Eternas de Santo Afonso de Ligório e o terço nas mãos,
partiu para casa: “Assim que minha mãe me viu, me
reprovou, com razão, porque desde quando tinha fugido,
eu não voltei mais ali. ‘O confessor me disse que não
devo mais desobedecer a ti e ao papai e que tenho que
pedir perdão a vocês’. ‘Você ainda pensa nisso? É melhor
você vir aqui me dar uma mão!’, e me deu um chute que
me fez rolar pela escada abaixo. Me levantei furioso e
voltei a ser o Bruno de antes. A enchi de palavrões e
joguei em cima dela o livrinho e o terço, porque não tinha
pedras ao alcance. Parti para Rieti à procura de trabalho”.
9
e o Papa “a besta do Apocalipse que procura a miséria
para as pessoas e paga guerra e revoluções”.
11
Naquele 12 de abril de 1947 a Virgem, com efeito,
interveio pessoalmente e com força. Saindo do êxtase,
durado aproximadamente 1 hora (entre as 16 e as 17
horas), Bruno não conseguia acreditar que não se tratava
de um sonho. Mas as crianças sim, que mesmo não tendo
escutado as palavras de Nossa Senhora, eram concordes
em confirmar as visões. E Gianfranco foi o mais
convincente, explicando ingenuamente como havia
interpretado o movimento dos lábios e o livro que ela
tinha em mãos: “Mascava chiclete e fazia o dever de
casa!”.
12
pecador vim, para preparar-me ao combate, com o cavalo
do meu eu e da ignorância, o dogma que a Igreja mãe
definiu: Imaculada Conceição. Ela mesma veio,
derrubando-me daquele cavalo, no pó. Tendo
misericórdia de mim, me falou maternalmente e me disse:
‘Tu me persegues, agora basta!’ Desde aquele momento
entrou em mim Jesus: Caminho, Verdade e Vida. A
Virgem Mãe, na sua bondade infinita, me indicou a via da
salvação; e eu deixei logo a via da perdição que é o
mundo com as suas falsas ideologias. Me indicou a
verdade; e eu deixei a mentira: o protestantismo (no
início dos anos oitenta essa última palavra foi substituída
por “a desobediência”, N. do A.). Me indicou a via,
porque, mesmo vivendo eu era morto; e agora que sou
morto ao mundo, vivo da verdadeira vida, na verdade do
Evangelho, sob a guia da Igreja Mãe. Como a Virgem Mãe
transformou essa gruta com a sua santa presença, de
lugar de pecado em lugar de paz, de oração e de
penitência, façamos assim que aproximando-nos dela,
para ir a Deus, possamos ser transformados de casas
indignas, em casas de morada para o Espírito Santo.
Temamos Deus e humilhemo-nos diante d’Ele. Assim, e
somente em tal modo, poderemos vencer a nós mesmos.
E colocar em ato a sua vontade: ser santos como Ele é
Santo. Viva Jesus! Viva Maria! Viva o Papa”.
14
comunidade adventista, sejam os amigos do trabalho,
começaram a tratá-lo mal.
15
Logo depois, na nave direita da igreja, passou um
outro sacerdote, padre Albino Frosi, Bruno o parou e lhe
dirigiu a famosa interrogação. E dessa vez a resposta foi
logo aquela: “Ave Maria, filhinho, o que você quer?”. O
homem não acreditava nos próprios ouvidos e lhe
explicou: “Padre, eu sou um protestante que viveu um
fato sobrenatural e devo reentrar na Igreja Católica”. E o
padre: “Vê aquele sacerdote que está tirando os
paramentos na sacristia? Então, vai até ele que ele pode
te ajudar”.
16
do amigo Luciano Gatti, que chegou depois na gruta e
percebeu o perfume de flores naquele antro escuro.
Padre Mario então prorrompeu em um grito: “Bruno, eu
tenho que te dizer. Não sei o que provo, mas me sinto
ligado a ti por uma força misteriosa”. Também por essa
frase o homem esperava desde quando em 12 de abril a
Virgem da Revelação lhe tinha preanunciado: “Você
levará essas coisas à santidade do Papa (ou seja, o Papa,
N. do A.) no tempo que te será revelado por um sacerdote
que será o teu guia. Eu o mandarei no tempo oportuno,
você o reconhecerá porque se sentirá ligado a ti e o
confessará”.
17
O encontro acontece dois meses mais tarde, na
madrugada de 22 de julho, quando Bruno subiu em
companhia do padre Sfoggia no apartamento pontifício,
na presença também dos jesuítas Virginio Rotondi,
Riccardo Lombardi e Felice Cappello, que algumas
semanas antes puderam ler a mensagem do dia 12 de
abril na íntegra, por explícita autorização do Papa Pio XII.
No diário do vidente se lê: “Eu estava emocionado e li a
mensagem, deixando-a ao Papa que chorou em escutá-
la. Foi dito a todos com juramento de não falar sobre isso.
Mãe querida, é um segredo, mas aqueles que virão devem
saber”.
18
Em 5 de outubro de 1947, Pio XII decide abençoar
pessoalmente a imagem de Nossa Senhora (até hoje
venerada na gruta) que, da praça São Pedro, foi levada
em procissão – utilizando excepcionalmente a carroça do
Quirinale (Palácio presidencial, N. do T.), coberta de
flores e puxada por três pares de cavalos brancos – por
uns doze quilômetros, ao longo de um percurso que
passou pelo Coliseu, a Pirâmide e a Basílica de São Paulo
fora dos muros, até Três Fontes, onde a tomaram nos
ombros para o último trecho da subida, alguns dos
primeiros doentes que haviam recebido a graça da cura
da Virgem da Revelação.
19
Quando recebeu a mensagem da Virgem da Revelação
de Cornacchiola, Pio XII foi tocado pela frase: “O meu
corpo não poderia morrer e não morreu, não poderia se
corromper e não corrompeu porque é Imaculado, é no
êxtase de amor divino que eu fui levada por Jesus Verbo,
meu Filho, e pelos anjos ao Céu, é assim que eu fui levada
ao trono da misericórdia divina”. O Pontífice acolheu
como uma confirmação do Céu pelo que havia enviado
em 1° de maio de 1946, pedindo a todos os bispos do
mundo se eles retinham “que a assunção corpórea da
Bem-Aventurada Virgem se possa propor e definir como
dogma de fé e se com o vosso clero e o vosso povo o
desejais”.
20
No seu diário, assim o homem descreveu aquele
momento: “O Papa desce do altar aonde estava ajoelhado
e se aproxima de nós. Nos olha a todos com um sorriso
paterno, depois diz em voz alta: ‘Alguém de vocês tem
algo para me falar’. Olho e tremo, improvisamente grito:
‘Santidade, sou eu que tenho que falar’. Todos os
operários abrem caminho. Eu caio de joelhos, porque
estávamos todos em pé. O Papa se aproxima, me acaricia
e diz: ‘Me diz o que queres’. ‘Santidade, não me apresento
porque Sua Santidade já me conhece. Eis aqui comigo,
Santidade, dois objetos’. Coloco a mão no bolso e tiro um
pequeno pacote e digo: Aqui está a Bíblia que usei contra
a verdade, com a escrita no alto: Essa será a morte da
Igreja com o Papa como chefe’. Abro o pacote e lhe
mostro a Bíblia com a escrita. Continuo: ‘Esse é o punhal
com o qual eu havia jurado de matar o senhor’.
Mostrando o cabo digo: ‘Olha, eu gravei aqui essa
blasfêmia: A morte ao Papa. Santidade, diante de todos
peço perdão pelo mal que eu fiz a tantas almas com a
Bíblia que eu interpretava do meu jeito e peço perdão por
ter pensado em matar o senhor’. Ele se inclina em minha
direção, colocando o seu rosto perto do meu e me diz:
‘Meu caro filho, você não teria feito outra coisa do que
dado um mártir a mais e um Papa a mais para a Igreja!’”.
22
No quadragésimo aniversário da primeira aparição, em
12 de abril de 1987, o Papa Wojtyla pediu ao cardeal
vigário de Roma, Ugo Poletti, para celebrar em Três
Fontes a Missa Solene. Sucessivamente, o cardeal
afirmou: “Normalmente se pergunta: ‘Mas tem um
reconhecimento oficial da Igreja?’. Isso não é o problema.
Não é tanto um problema de um reconhecimento oficial,
quanto do acontecimento em si que contém uma
mensagem, um valor, um significado próprio. Deus se
compraz muitas vezes diretamente ou através de sua
Mãe, em abrir lugares de encontro da humanidade sofrida
com Ele, com o Seu amor. Esse é um daqueles lugares”.
23
peregrinação para a gruta de Três Fontes para venerar a
Bem-Aventurada Virgem Maria” e “considerada a
oportunidade de erigir no lugar uma igreja para favorecer
a devoção a Bem-Aventurada Virgem Maria”, erige como
pessoa jurídica a Igreja de Santa Maria em Três Fontes.
Três anos depois, em 2 de abril de 1997, com a aprovação
de João Paulo II, a denominação da igreja tem um
significativo acréscimo – contemporaneamente ao início
do tempo de preparação ao grande Jubileu de 2000 – se
tornando Santa Maria do Terceiro Milênio em Três Fontes.
Em 10 de novembro de 2015, concedendo a abertura de
uma porta santa em ocasião do Jubileu da Misericórdia,
a Penitenciária Apostólica precisou que essa igreja é o
“Santuário da Virgem da Revelação”.
24
corpo a terra da gruta e logo o homem se colocou de pé
e começou a caminhar e a mover o braço sem mais sentir
dores. Como documenta o certificado redigido pelo
doutor Giuseppe Del Duca, os ossos no exame
radiológico resultavam ainda fraturados, mas os
movimentos de Mancuso eram completamente normais:
“A maravilha está no fato que, existindo ainda as fraturas
não curadas, e somente começada a cura, o paciente
possa cumprir com tanta desenvoltura e sem dores todos
os movimentos que ordinariamente não se readquirem
(quase sempre mal), se não depois de um longo tempo”.
25
cidadezinha portuguesa se verificou no dia 13 de outubro
de 1917 e em Roma aconteceu em 12 de abril de 1980,
começando às 15h50, enquanto a Missa chegou ao
momento da consagração. Improvisamente, se ouviu um
barulho como de terremoto, na parte interna da gruta a
imagem apareceu como de fogo, enquanto no externo se
difundia a voz de que no céu apareciam jogos de luz e
todos levantaram o olhar.
26
agendas que preenchia todos os dias e confiadas
unicamente ao confessor do momento (ele teve diversos,
inclusive uns dois cardeais e alguns bispos).
27
pessoa me diz: ‘É inútil olhar, aquele eleito é morto e será
colocado na terra como Paulo VI”.
29
Na tarde de 12 de abril de 1947, de volta à casa,
Cornacchiola transcreveu integralmente a mensagem
que havia recebido da Virgem da Revelação, de novo a
escutando mentalmente como se na cabeça houvesse
um disco gravado. Depois de ter entregado a Pio XII, em
22 de julho, o caderno com a capa preta que havia
utilizado, não soube de mais nada.
31
provável que não será nunca conhecida a carta na qual
irmã Lúcia transcreveu as palavras que Nossa Senhora
havia confiado como um segredo aos três pastorzinhos
na Cova da Iria. Como indicado pela irmã Lúcia, a carta
poderia ser divulgada durante o ano de 1960”.
32
Quando a mensagem começou a ressoar novamente
em sua cabeça, Cornacchiola havia em mãos um caderno
de escola pautado, com a capa de soldadinhos com
uniforme, até agora guardado na sede da SACRI. Vinte e
cinco páginas, completamente escritas com caneta azul,
detalhando um explosivo segredo. Esse é o texto
integral:
34
A ti, para fortificar de certeza o teu coração, eis um sinal
que servirá para os outros incrédulos. A cada sacerdote,
a mim muito caro, que encontrarás pelo caminho, e ao
primeiro na igreja, dirás: ‘Padre, preciso falar-lhe’. Se ele
responder com essas palavras: ‘Ave Maria, filhinho, o que
queres?’ e te mostrará um outro sacerdote dizendo:
‘Aquele ali te ajudará’, não te cales quanto ao que vês e
escreves. Sejas forte, esse sacerdote já está preparado
para tudo aquilo que deve fazer, será aquele que te fará
reentrar no Redil Santo do Deus vivente nos séculos,
Corte celeste na Terra. Depois disso não acreditarás que
seja uma visão satânica, como muitos acreditarão,
especialmente aqueles dos quais abandonarás o
seguimento, e rezarás por sua conversão.
35
Nada, sempre distantes da essencialidade da vida na
verdade do Pai que ama.
37
santos, e fazei o bem, para santificar-vos, afastai-vos do
mundo mesmo vivendo no mundo.
39
se amem! É o amor que vence todas as coisas! Amor
divino, Amor de virtude!
40
Cristo, por se purificar das sujeiras que estão dentro
dela: comércio e política: contra Roma!
42
Eu também, morta no mundo – não a morte como se
morre no mundo do pecado adâmico: o meu corpo não
poderia morrer e não morreu, não poderia apodrecer-se e
não se apodreceu, porque sou Imaculada, é no êxtase do
amor divino que fui levada por Jesus Verbo, meu Filho, e
pelos anjos no Céu, é assim que fui levada ao trono da
misericórdia divina – para o mundo, cooperando com a
justa redenção de Jesus, meu Filho; depois de três dias
do meu sono êxtase de amor fui levada ao trono da
Misericórdia divina pelo meu Filho, com os anjos, para ter
a mediação das graças divinas, entre os obstinados
pecadores. O meu corpo não conheceu corrupção, a
minha carne não poderia apodrecer-se, e não apodreceu,
para ser a Rainha dos filhos da ressurreição. Agora e
sempre estou no trono da Trindade Divina (que escutem
todos), como o calor está na vida encarnada para viver
dessa vida.
45
Até poucos meses antes da morte, Cornacchiola
continuou a receber dezenas de mensagens, que
corroboram sempre mais aquela primeira profecia. Como
concreta imagem do combate ao qual a Igreja seria
sotoposta seja em sentido religioso seja político,
propunha aos amigos “duas figuras de antagonistas da
Igreja, o Islão e a Rússia”, que havia individualizado
sobre as pedras de mármore do pavimento de São Pedro,
logo diante do altar da Confissão: uma figura inteira com
túnica e turbante e uma face de homem com bigodes e
barrete russo.
46
Em particular nos dias entre o fim de 1998 e o início de
1999, a Virgem o convidou a reler a mensagem de 1947 e
a transcrever os pontos que mais o tocavam. Sobre cada
um desses ele ofereceu posteriores precisões.
48
de muitos daqueles protegidos por vós, porque vocês
preparam as almas à perdição e não à salvação, porque
vocês não difundem a verdade, mas as falsas doutrinas
heréticas e idólatras, que negam a verdadeira fé para
defender as falsas fés que levam à perdição. Queridos
filhos, é uma Mãe que vos diz: examinai o vosso espírito,
se tem algum mal, fazei de tudo para jogá-lo fora e afastá-
lo de vós; se tem o bem, vivei-o lembrando sempre que
Deus está presente em vós, até o dia do juízo particular.
Eis porque vos digo: pensai na realidade da verdadeira
vida que vos espera no futuro; e com a presente fazei de
tudo para ganhar os méritos para entrar na porta estreita
da vida eterna. Tenhais em vós a coragem da fé, a
serenidade do espírito para viver a verdadeira paz e dar a
paz. Isso se obtém na verdadeira fé e no verdadeiro amor.
A paz e o amor não são baseados na vida humana, mas
são baseados sobre o humano que vive a fé e o amor para
viver no amor a verdadeira fé, o verdadeiro amor na vida
divina. Lê e escreve aquilo que eu te disse a propósito do
assalto dos inimigos, ajudados por aqueles que estão na
Igreja, mas não são pela Igreja porque não a vivem”.
49
santos Sacramentos, indicando ao rebanho tal salvação,
tais Sacramentos que estão na verdadeira Igreja, que os
recebeu de Deus Uno e Trino, Pai e Filho e Espírito Santo.
[...] Filhos meus sacerdotes, amem as almas dando a elas
o Pão da Vida, a Eucaristia, deem a eles esse alimento
celeste que é o Cristo, o Verbo Jesus Senhor, meu Filho,
que se deu em alimento pelas almas. Deem de comer a
doutrina da salvação que Jesus Verbo do Pai, meu Filho,
vos deu. Morreu para resgatar-vos do pecado; Ele se fez,
por vós, expiação do pecado original doando-se a si
mesmo e vos consagrando, para fazer conhecer a
doutrina da salvação, que, repito, é uma só na sua Igreja.
Operem como vos ensinou na sua doutrina para viver a
via da verdade, operando espiritualmente pela salvação e
a santidade das almas. Não acreditem, filhos meus, em
liberdade de religião nas religiões. Tais liberdades não
fazem amar Deus e os Seus Mandamentos e as Suas Leis
de amor. [...]”.
50
e a salvação das almas que são a vós confiadas como
pastores que guiam e nutrem o rebanho de Deus. Façam
atenção a vós mesmos, porque a desculpa que a vida
moderna vos faz progredir na fé, é um comportamento e
uma ação falsa, porque não somente vós a perdeis, mas
estais fazendo de tudo para perderem as vocações
sacerdotais e religiosas de almas consagradas. Fazendo
assim vós empurrais as almas ao mal, dando a elas de
comer uma falsa liberdade religiosa e moral, esquecendo
de dar ao rebanho o verdadeiro amor de Deus, que é o
próprio Deus, verdadeira liberdade e verdadeiro amor”.
51
No confim entre sonho e profecia, foram diversas as
experiências que Cornacchiola teve no que diz respeito a
tais temas. Em particular, na noite entre 31 de dezembro
de 1984 e o 1° de janeiro de 1985 se encontrou na praça
Veneza, onde “estava reunida muita gente que gritava:
‘Vingança! Vingança! Tremenda vingança!’; muitos
mortos estavam na praça, e nas outras praças adjacentes
e nas ruas”. Improvisadamente, aquela gente “começa a
gritar: ‘Todos a São Pedro!’”.
52
Em correlação com as profecias de La Salette e de
Fátima e com os sonhos proféticos de Dom Bosco, em 21
de janeiro de 1975 havia escrito: “É um período de tempo
que eu não faço outra coisa que sonhar com o Papa que
foge: não Paulo VI, mas um outro. Eu o ajudo, e o mundo
explode pelos ares; sangue, muito sangue, que parece
lama e muitos ficam presos como se fossem peixes,
ficam grudados. Muitos sacerdotes e irmãs na praça São
Pedro esquartejados”. E prossegue dizendo: “Me
encontro em São Pedro diante da Basílica, esperavam o
Papa, aquela gente ao redor gritava: ‘Ei-lo, ei-lo!’. Me
apresento diante dele, a escolta me afasta, um grito, o
Papa está por terra encharcado de sangue, não me
deixam aproximar, choro, acordo e rezo muito por ele”
(19 de junho de 1982), “Aquilo que me fizeste ver, ó
Senhor, uma quantidade de sangue sobre a branca veste
do Papa, fazei com que não se torne verdade” (1° de
março de 1983), “Enquanto o Papa estava celebrando a
Missa, se ouve uma grande confusão e vozes que se
elevam ameaçadoras, avançam em direção ao altar, a
polícia começa a disparar, gritos, corre-corre, o Papa é
atingido, o sangue torna vermelho a veste branca e se
ouve gritos: ‘Morreu! Morreu!’” (7 de fevereiro de 1986).
“Em sonho eu vi o Papa que tinha ido em uma localidade
e todos gritavam: ‘Morreu’”, (28 de agosto de 1989).
55
“O que quer a Virgem da Revelação?”. Respondendo a
essa interrogação, Bruno Cornacchiola sintetizou em
uma conferência a mensagem essencial de Nossa
Senhora. Seis pontos esquemáticos, explicitados com
algumas solicitações pronunciadas por ela mesma:
57
fonte pura do Evangelho, por meio do sacerdote que é
meu Filho Jesus Cristo’.
58
Nas milhares de “confissões”, como Bruno definia os
testemunhos propostos em muitas cidades italianas e em
diversas nações de vários continentes, o ponto central
não era contar o evento sobrenatural vivido por ele, mas
a solicitação a viver a experiência de fé: “Aquela que
cresce no coração por conhecimento e por amor, que te
impele ao serviço dos outros e você sente que o coração
muda e te transforma de homem somente de carne em
homem de espírito, e de coração de pedra a um coração
de carne que ama, crê, e espera no servir ao próximo por
amor de Deus”. Um itinerário fundado essencialmente em
três etapas: “Viver a verdade imitando a Palavra de vida;
elevar a alma espiritual ao Céu; imitar Jesus – verdadeiro
modelo de vida humilde”.
60
2. O caráter da santidade é intrínseco, também em senso
etimológico, a dignidade que reveste o sacerdote.
‘Sanctus’ vem do verbo em latim ‘sancire’ e designa
aquele que é sacro e consagra, que leva a salvação, que
vive a lei de Deus e os Seus Mandamentos.
62
limites consentidos pela vontade racional; façam
penitência em cada ocasião que se apresenta a vós, é um
pedido do meu Filho, e o pedido de Jesus meu Filho é
fácil, porque é um pedido de amor. A penitência que vos
pede é de amar o próximo e dar bom exemplo de vida.
Com meu Filho, em Deus-Pai, não odiai ninguém, perdoai
sempre, não vos vingais. Jesus é juiz. Dizei essa
jaculatória: ‘Jesus, Filho de Maria Virgem, tende
compaixão e piedade de nós, salvai muitas almas!’. Fora
da Igreja do verdadeiro e do santo, a Católica Apostólica
Romana, não existe verdadeira paz, não existe verdadeiro
amor e não existe verdadeira salvação. [...] A única
salvação resolutiva é caminhar na Palavra de Deus,
tornar a fonte pura do Evangelho, escutar a Palavra de
salvação que da Sé Apostólica, a Igreja, se irradia em
todo o mundo, e não as falsidades do mundo”.
64
Com uma constatação que pode parecer evidente por
si mesma, sustentava de fato: “Todas as religiões, dizem,
dão a salvação. Mas então, digo eu, porque Jesus veio,
se já existiam tantas religiões e se depois de tantos
séculos existem ainda? Jesus disse: ‘Quem crê em Mim
será salvo’: não quem crê na sua religião, mas na sua
doutrina”. E, com efeito, não resulta fácil responder a um
interrogativo retórico que Ele propunha muitas vezes:
“Se também os protestantes se salvam, por que a Virgem
veio me chamar e me disse de retornar ao Redil Santo,
quando poderia me deixar muito bem onde eu estava
entre os adventistas?”.
66
Continua o texto: “Todos os chefes de Estado, digo
todos, devem ser convidados ao primeiro dia de abertura
da consagração de todo o complexo! Todos deverão
entrar pela porta denominada ‘Porta da paz’; e se
saudarão com a saudação da paz e da unidade que você
já faz com a minha Sacri: ‘Deus nos abençoe e a Virgem
nos proteja’. Quero que seja lançada não somente um dia,
mas uma semana: de domingo a domingo, a alegria da
paz; e não se falará de modo abstrato de paz, mas se
viverá e se aceitará a paz: a verdadeira paz de todos os
povos apresentada pelo pastor da Igreja para a Igreja dos
pastores unidos a Ele! Deus será tudo em todos e todos
serão com Deus no amor! Se farão aquilo que Eu te fiz
escrever, todos os povos da Terra terão a paz, porque
serão consagrados ao Meu Coração Imaculado de Mãe de
todos os filhos da ressurreição”.
69
É necessário isso: “a unidade de amor, a unidade de
doutrina, a unidade de pensamento e de ação! E essa
unidade que vos falta e vos faz agir como cegos para ser
guias de cegos, e a Palavra, lembrai-vos, diz que a guia e
o seguidor cegos cairão na fossa; e a fossa é a perdição,
o inferno. Não mudem a lei do espírito, da vida espiritual!
Muitos de vós fizeram leis humanas que não têm nenhum
valor para a salvação da humanidade, porque são
argumentações filosóficas; e existem muitas que passam
por doutrinas de verdade e salvação e não o são. A lei de
Deus Uno e Trino, Criador, Salvador, Santificador, é a
verdade que Deus mesmo feito Homem nos deu, e que o
homem, louco de orgulho, soberba e presunção, nega.
Nega a verdade e age fazendo tudo em vista da terra,
negando os meios para evitar o pecado e alcançar o
Céu”.
70
Uma característica peculiar da mensagem da Virgem
da Revelação foi remontar a uma antiga devoção que
surgiu diretamente das aparições de Cristo a irmã
visitandina, Margarida Maria Alacoque, nascida em 1647
(exatamente três séculos antes de Três Fontes), morta em
1690 no convento francês de Paray-le-Monial,
proclamada Beata em 1864 e Santa em 1920. Elencando
doze promessas para quantos honrassem o Sagrado
Coração, Jesus lhe disse em particular: “A todos aqueles
que, por nove meses consecutivos, fizerem a comunhão
na primeira sexta-feira do mês, eu prometo, no excesso
da misericórdia do meu Coração, a graça da penitência
final. Esses não morrerão em minha desgraça, mas
receberão os santos Sacramentos, e o meu Coração será
o seu refúgio naquele momento”.
72
Irmão nos planos de amor, e como Vós que viveis nos
Céus, como Pai, na glória celeste”.
73
ombro direito: ‘Santo. Amém’. Agora, tendo sempre o
crucifixo entre os dedos, que simboliza o Pai e o Filho, e
a mão o Espírito Santo, dirás com verdadeira e convicta
fé o Creio. O Creio, o Espírito Santo o ditou aos Apóstolos
e à Igreja, autoridade visível, porque o Creio é a verdade
trinitária. Eu existo nela porque sou Mãe do Verbo, Deus
Uno e Trino, no verdadeiro amor da Igreja pela salvação
das almas. Sou a encarnação do Espírito Santo. Agora, a
conta maior é para recitar a oração que o meu Filho
ensinou aos Apóstolos, o Pai Nosso, e nas três contas
pequenas se repete, o anjo que me fala, e eu que
respondo, Isabel que reconhece Deus feito carne em mim
e a imploração feita por vós a mim, vossa Mãe na graça e
misericórdia trinitária. Retoma agora o crucifixo e repete
comigo: ‘Vinde ó Deus em meu auxílio; socorrei-me sem
demora’. Acrescenta um Glória. Vê o que se implora no
santo – assim o chamarás de hoje em diante – Rosário, a
ajuda de Deus pela salvação”.
75
Prossegue o cardeal: “O título com o qual a Mãe do
Senhor é aqui lembrada e venerada nos aparece, enfim,
de extraordinária atualidade, diríamos quase de relevante
modernidade. Uma das cinco fundamentais constituições
dogmáticas do Concílio Vaticano II, a Dei Verbum, foi
inteiramente dedicada à Revelação, que é a própria
Pessoa de Jesus Cristo. O fato que Maria Santíssima seja
venerada com esse título a coloca e nos coloca no
coração do mistério de Deus, que fala aos homens como
quem fala aos amigos, pedindo de responder como Maria
ao seu chamado: ‘Eis-me aqui’, a única resposta
adequada ao chamado do Senhor”.
76
O cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da
congregação da Causa dos Santos, na homilia de 12 de
abril de 2013 no aniversário das aparições, recordou uma
posterior particularidade da mensagem de Três Fontes a
qual “é bom que olhem constantemente os católicos
nesse momento de grande perturbação e de incertezas
sobre o futuro, na certeza, que de qualquer forma, a
história humana, à luz do projeto salvífico de Deus, tem
um destino de bem e que as ‘portas do inferno’ não
prevalecerão nunca”. Se trata daqueles que Cornacchiola
definiu como “os três Pontos brancos, os três Pontos de
fé, luz e caridade: a Eucaristia, a Imaculada, o Papa”.
77