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A palavra "lei" na Bíblia é usada de maneira diversificada, e algumas vezes de forma complexa; por
isso, não se obtém o verdadeiro ensino que ela transmite ignorando o seu contexto (prática
consolidada entre os anomianistas). A compreensão segura sobre a lei de Deus requer tempo e
dedicação nos estudos escriturísticos, requisitos básicos habitualmente desprezados. E este
menosprezo vem promovendo inúmeras crenças absurdas, dentre elas: a lei foi destinada apenas
para os judeus; a lei foi abolida por Jesus; e, não existe variedade de leis na Bíblia. Estas ilusões
dogmáticas, e muitas outras, estão fortemente enraizadas na maioria dos membros da igreja
Evangélica Assembleia de Deus (IEAD), entretanto, não é por falta de oportunidade para que
entendam o que realmente a Bíblia ensina sobre estas questões pois, além de outros meios,
existem entre eles, teólogos e comentaristas bíblicos assembleianos que desmentem tais
falsidades, como demonstrado adiante.
"Parte da lei judaica incluía leis encontradas no Antigo Testamento. Quando Paulo diz que os não-
judeus (gentios) não estão mais presos a elas, o apóstolo não está dizendo que essas leis não se
aplicam a nós atualmente. Está dizendo que certos tipos de leis podem não se aplicar a nós. No
Antigo Testamento, havia três categorias de leis:
Lei cerimonial. Esse tipo de lei está especificamente relacionado à adoração de Israel (ver, por
exemplo, Lv 1,1-13). Seu objetivo principal era apontar para Jesus Cristo. Portanto, ela não era mais
necessária após Sua morte e ressurreição. Embora não estejamos mais vinculados à lei cerimonial,
os princípios nelas contidos - adorar e amar ao santo Deus - ainda se aplicam atualmente. Os
judeus cristãos muitas vezes acusavam os gentios cristãos de violarem a lei cerimonial.
Lei civil. Esse tipo de lei regulava a vida cotidiana de Israel (ver Dt 24.10,11, por exemplo). Como a
cultura e a sociedade daquela época eram radicalmente diferentes do mundo moderno, algumas
de suas diretrizes não podem ser especificamente obedecidas. Os princípios, porém, a elas
subjacentes devem guiar nossa conduta. Em certas ocasiões, Paulo pedia aos gentios que
obedecessem a algumas dessas leis, não porque tivessem a obrigação de fazê-lo, mas a fim de
promover unidade entre eles.
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Lei moral. Esse tipo de lei é constituído pelos mandamentos diretos de Deus - por exemplo, os Dez
Mandamentos (Êx 20.1-17). Ela exige uma rigorosa obediência e revela a natureza divina. Ainda se
aplica a nós atualmente. Devemos obedecer a essa lei moral, não para alcançar a salvação, mas
para viver de uma forma que seja agradável a Deus."1
"Se Jesus não veio abolir a lei, todas as leis do AT [Antigo Testamento]
ainda se aplicam a nós hoje? É preciso lembrar que havia três categorias de
leis: a cerimonial, a civil e a moral.
(2) A lei civil se aplicava à vida cotidiana em Israel (ver Dt 24.10,11). Pelo fato de a sociedade e a
cultura modernas serem tão radicalmente diferentes das daquele tempo, esse código como um
todo não pode ser seguido. Mas os princípios éticos contidos nos mandamentos são atemporais, e
devem guiar nossa conduta. Jesus demonstrou estes princípios por meio de Sua vida exemplar.
(3) A lei moral (como os Dez Mandamentos) é a ordem direta de Deus, exige uma obediência total,
pois revela Sua natureza e vontade. Assim, ainda é aplicável em nossos dias. Jesus obedeceu
completamente à lei moral."2
"A lei mosaica (hb. torah, que significa 'ensino'), admite uma tríplice divisão: (a) a lei moral, que
trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (Êx 20.1-17); (b) a lei civil, que trata da
vida jurídica e social de Israel como nação; e (c) a lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da
adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrifical." 3 "Estas leis, dadas a Moisés no monte
Sinai, eram o fundamento da vida civil, moral e cerimonial da nação (Êx 20; Dt 4.5,6). Ainda
devemos considerar as leis morais porque elas são aplicáveis a todas as gerações." 4
"As leis morais e cerimoniais de Deus foram dadas para ajudar as pessoas a amar a Deus com todo
o coração e entendimento. Ao longo da história de Israel, porém, essas leis foram frequentemente
citadas erroneamente e mal empregadas. Na época de Jesus, os líderes religiosos haviam
transformado as leis em um conjunto confuso de regras. Quando Jesus expôs Seu entendimento
acerca da lei de Deus, na verdade, estava reconduzindo as pessoas ao propósito original para o
qual a lei fora criada. Jesus não criticou a lei, mas os abusos e excessos a que os homens a
sujeitaram."5
"Será que as leis de Deus observadas pelos israelitas servem para os cristãos? As leis foram
designadas para guiar todas as pessoas a um estilo de vida saudável, justo e voltado para Deus.
Seu propósito é apontar o pecado e mostrar a maneira correta de lidar com ele. Os Dez
Mandamentos se aplicam hoje assim como se aplicavam há três mil anos, pois proclamam um
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estilo de vida estabelecido por Deus. São a perfeita expressão da pessoa de Deus e de como Ele
deseja que o povo viva.
Mas Deus deu outras leis além dos Dez Mandamentos. Elas também
são de igual importância para o cristão? Deus nunca estabeleceu
algo sem propósito. Entretanto, muitas leis que lemos no
Pentateuco foram dirigidas especificamente ao povo daquele tempo
e cultura. Embora uma lei cerimonial não se aplique diretamente a
nós, na verdade, o princípio nela contido sim. Por exemplo, os
cristãos não utilizam o sacrifício animal como parte da adoração. No
entanto, o princípio por trás deste ritual, o perdão dos pecados e a gratidão a Deus, ainda é
buscado, mas pelos méritos de Cristo, o sacrifício definitivo e perfeito. Os sacrifícios apontavam
para a morte expiatória do Messias em prol do perdão da humanidade.
"[...] Algumas pessoas dão ênfase à distinção entre mandamentos 'morais' e mandamentos
'cerimoniais'. As exigências 'morais' são aquelas que em si mesmas são justas e nunca podem ser
revogadas. Ao contrário, as leis 'cerimoniais' dizem respeito as observâncias, ao cumprimento de
certos ritos, como, por exemplo, os mandamentos acerca dos holocaustos e o incenso [...]. As leis
'cerimoniais' podem ser ab-rogadas na mudança de dispensação, mas não as leis 'morais'. É certo
que existe tal distinção."7
"Nos dias de Jesus, os livros sagrados eram chamados 'A lei e os profetas' (Mt 22.40). Quando
Jesus disse que 'a lei e os profetas duraram até João', não estava se referindo aos Dez
Mandamentos (Decálogo), mas a todas as regras, preceitos e decretos, que foram entregues por
Deus a Moisés."8
"As Escrituras Sagradas apresentam a lei no seu todo como sendo santa, justa e boa. Tendo ela
essas virtudes, é evidente pelo seu próprio caráter que ela exige de cada um perfeita santidade,
justiça e bondade. Nenhum ser inteligente do Universo pode duvidar desse resultado. A lei requer
que a alma seja perfeitamente livre do pecado na presença de Deus, e Deus sendo santo, não deve
permitir ou tolerar um só pecado. Se Ele o permitisse, a lei não seria santa nem adaptada para
fazer que os homens sejam santos.
Quanto mais santa, porém, é a lei, tanto maior convicção produzirá ela no íntimo dos pecadores. A
lei divina é totalmente abrangente em todas as suas exigências. Se ela se estendesse somente à
vida exterior, os homens não se sentiriam culpados pelos seus maus pensamentos, desejos ou
desígnios."9
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[...] Talvez a explicação para a grande falta de santidade e de moral que hoje assistimos na vida dos
membros da 'igreja' moderna seja exatamente a falta de conhecimento da ética cristã, que nos é
apresentada através dos Dez Mandamentos. Já se tornou normal a leitura e estudo somente do
Novo Testamento pela maioria de nossos irmãos, porém o padrão seguido pelos judeus e gentios
que se converteram nos primórdios do cristianismo têm sua base no Velho Testamento e
principalmente nos Dez Mandamentos, nas leis e ordenanças feitas por Deus aos hebreus, para
que fossem um povo separado e diferente dos outros povos que viviam à sua volta." 10
"Ao responder à pergunta do jovem sobre como alcançar a vida eterna, Jesus lhe disse que devia
obedecer aos Dez Mandamentos de Deus. Em seguida, Jesus relacionou seis deles, todos
referentes ao relacionamento com os semelhantes. Quando o jovem respondeu que havia
obedecido a todos os mandamentos, Jesus observou que ainda restava algo a fazer: vender tudo o
que tinha e distribuir o dinheiro aos pobres. Essa afirmação de Jesus foi suficiente para expor a
fraqueza desse homem. Na verdade, a riqueza era seu deus, seu ídolo, ele não desistiria dela.
Dessa forma, o homem transgrediu o primeiro e maior dos mandamento (Êxo 20.3; Mt 22.36-
40)."11
"O ministério de João Batista foi a linha divisória entre o Antigo e o Novo Testamento (Jo 1.15-18).
Com a chegada de Jesus, houve o cumprimento de todas as esperanças dos profetas. Jesus
enfatizou que Seu reino era o cumprimento da lei do AT, e não a abolição (Mt 5:17). Seu sistema
não era novo, mas o apogeu do AT. O mesmo Deus que operou por intermédio de Moisés estava
operando através de Jesus."12
"'Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em
verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem
que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja,
e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os
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cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça
não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.'
Esta parte do sermão destaca dois pontos: 1) os ouvintes da época tinham toda razão em aceitar
as Escrituras do Antigo Testamento para governar as suas vidas; 2) o povo enganava-se em seguir o
exemplo dos escribas e dos fariseus. Os judeus piedosos que amavam a lei e os profetas não
deviam pensar que Jesus veio abolir a lei. E os mundanos, procurando ficar livres da observância
da lei, não tinham razão em pensar que Jesus veio destruí-la."13
"'Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos'.
(Tiago 2:10). [...] o que Tiago quer dizer é que a lei não pode ser compreendida por partes mas
deve ser interpretada como um conjunto íntegro. [...] Mas, e se encararmos a lei como um todo
sem emendas? Neste caso, a violação de um dos regulamentos da lei nos torna 'transgressores', da
mesma forma que a violação de qualquer outro regulamento. Imagine que nós enchamos um
balão e escrevamos cada um dos Dez Mandamentos em uma parte diferente de sua superfície. Por
mais que tentemos, é impossível tomar um alfinete e romper somente aquela parte do balão. O
balão é um todo. Qualquer que seja a parte que rompamos, estaremos rompendo o todo. [...]
Como a lei é um conjunto sem emendas, violar a lei em um só ponto faz com que a pessoa torna-
se uma transgressora."14
"A doutrina cristã da lei é a seguinte: [...] Sob o novo concerto da graça, o princípio da obediência à
vontade divina forma-se no coração do crente (Hb 10.16). A vida do crente está longe de ser uma
anarquia ou da vontade própria, porque ele está sob a lei de Cristo [...] Nas Escrituras cristã os
Dez Mandamentos são uma instrução sobre a justiça."15
"[...] Por que deveríamos obedecer aos Dez Mandamentos e outras leis do AT? Sabemos que Paulo
não estava dizendo que as leis eram más, porque em outra carta ele escreveu: 'A lei é santa; e o
mandamento, santo, e justo, e bom' (Rm 7.12). Na verdade, ele estava dizendo que a lei nunca
poderá nos tornar aceitáveis a Deus. Mas ela ainda tem um papel importante a desempenhar na
vida de cada cristão. A lei nos protege do pecado porque oferece padrões de comportamento;
declara que somos culpados do pecado e nos dá a oportunidade de pedir o perdão de Deus; e nos
leva a confiar na suficiência de Cristo porque nunca poderemos obedecer perfeitamente aos Dez
Mandamentos. Mas a lei nunca nos salvará. Depois que nos tornamos cristãos, porém, ela pode
nos guiar para vivermos segundo a vontade de Deus."16
"Constituindo-se na essência do Pentateuco, o Decálogo é a mais perfeita das leis já escritas. Todos
os estatutos, códigos e constituições existentes no mundo podem ser substituídos pelos Dez
Mandamentos sem quaisquer prejuízo aos direitos e avanços da raça. Os mandamentos divinos
são uma garantia de que, se observados, o homem continuará progredindo até alcançar o ápice de
sua história."17 "[...] Embora entregue a Israel, a lei de Deus é aplicável aos demais povos tendo em
vista a sua universalidade e reivindicações eternas."18
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Considerações finais
A vigência e exigência dos Dez Mandamentos, e de outros preceitos divinos contidos nas Sagradas
Escrituras à toda humanidade, são claramente confirmadas pela literatura da IEAD. A atual
discordância entre o que esta igreja ensina por meio de suas publicações oficiais e, a crença de
seus membros, é algo no mínimo estranha. Para os assembleianos contrários à lei de Deus (Dez
Mandamentos), faz-se necessário recordar ainda o seguinte trecho proveniente da "Lições
Bíblicas", que fora ministrado na EBD (Escola Bíblica Dominical):
"'De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos;
porque este é o dever de todo homem.' [...] Todo o livro de Eclesiastes deve-se interpretar
segundo o contexto deste seu penúltimo versículo. Salomão começou com uma avaliação
negativista da vida como vaidade, algo irrelevante, mas no fim ele conclui com um sábio
conselho, ao indicar onde se pode encontrar o sentido da vida. No temor de Deus, no amor a
Ele e na obediência aos Seus mandamentos, temos o propósito e a satisfação que não
existem em nada mais."19
Vídeos relacionados: Os Dez Mandamentos
Estudos recomendados: Lei de Deus & Lei de Moisés; Lei de Deus & Lei de Moisés - II; Lei Moral &
Lei Cerimonial
1. Bíblia de Estudos Aplicação Pessoal. (2004). Rio de Janeiro: CPAD, p. 1637; (introdução ao
capítulo 4 da carta aos Gálatas).
2. Bíblia de Estudos Aplicação Pessoal. (2004). Rio de Janeiro: CPAD, p. 1224; (comentários sobre
Mateus 5:17-20).
3. Bíblia de Estudo Pentecostal. (2002). Rio de Janeiro: CPAD, "A Lei do Antigo Testamento"; (nota
adicional sobre Mateus 5:17).
4. Bíblia de Estudos Aplicação Pessoal. (2004). Rio de Janeiro: CPAD, p. 1025; (comentários sobre
Malaquias 4:4).
5. Ibidem, p. 1224; (comentários sobre Mateus 5:17).
6. Ibidem, p. 237; (comentários sobre Deuteronômio 4:8).
7. BOYER, O. S. (2009). Espada Cortante, vol. I, 8ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, p. 482.
8. SILVA, J. A. (1984). Síntese Bíblica do Velho Testamento: Livros Poéticos, vol. 8, Rio de Janeiro:
CPAD, p. 53.
9. ALMEIDA, A. (1998). O Sábado, a Lei e a Graça, 9ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, p. 45.
10. Lições Bíblicas: Jovens e Adultos, Rio de Janeiro: CPAD, 3º trimestre de 2002, lição 02 (A ética
cristã e os Dez Mandamentos).
11. Bíblia de Estudos Aplicação Pessoal. (2004). Rio de Janeiro: CPAD, p. 1258; (comentários sobre
Mateus 19:17ss).
12. Ibidem, p. 1387; (comentários sobre Lucas 16:16-17).
13. BOYER, O. S. (2009). Espada Cortante, 8ª ed., vol. I, Rio de Janeiro: CPAD, p. 302.
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IEAD e os Dez Mandamentos - I, v.2 - 19/01/2014
Fonte: IASD On-line Tríplice Mensagem Angélica
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