Antes Do Pulpito
Antes Do Pulpito
Antes Do Pulpito
O pregador que usa o seu púlpito com responsabilidade sabe que existem fatos que
lhe dão autoridade na pregação.
Vamos citar alguns desses fatos, para que os pregadores que têm um púlpito façam uma
autocrítica do seu ministério.
Não é o púlpito que faz o pregador. É o pregador que dignifica o púlpito. O pregador
não acontece por acaso. Deus chama o pregador para ser sua boca; e Deus fala por
intermédio dele. Deus chama quem Ele quer e como Ele quer para ser o seu pregador. O
profeta Amós disse: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e
colhedor de sicômoros. Mas o SENHOR me tirou de após o gado e me disse: Vai e
profetiza ao meu povo Israel” (Am 7.14,15).
Deus não está à procura de grandes oradores. Os grandes oradores não têm púlpito.
Eles querem mesmo é uma tribuna. Deus precisa de homens de púlpito e não de
homens de tribuna.
O púlpito é algo que está relacionado diretamente com a Palavra de Deus (Neemias
8.4,5).
Infelizmente, por total ignorância da história da pregação e da teologia do púlpito, as
Igrejas estão trocando o seu púlpito pelo palco onde tudo pode acontecer. Acontece
desde a pregação da Palavra até exibições de música, teatro, coreografia e balcão de
venda de CDs. Somente entende o púlpito quem recebeu o chamado para o ministério
da pregação.
A Igreja não pode ceder o seu púlpito para qualquer pregador. Ela precisa saber
quem é o homem que irá ministrar a Palavra no seu púlpito.
Paulo diz: “quem deseja o “episcopado” – o homem que usará o púlpito – não pode ser
neófito. Isto é, não pode ser pessoa imatura.
O preparo antes do púlpito envolve conhecimento das doutrinas cristãs, conhecimento
das necessidades humanas, conhecimento da história da Igreja e conhecimento das
técnicas da pregação.
Não basta para o pregador um curso de bacharel em teologia, de mestrado, de
doutorado. Esse preparo antes do púlpito vai muito além. Trata-se de um conhecimento
de Deus, o Deus da vida pessoal do pregador. Por isso Paulo teve a ousadia de fazer este
desafio: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Co11.1).
III. O terceiro fato é que antes do púlpito há uma luta.
Pregador que usa o púlpito antes de ter enfrentado uma luta espiritual não pode
ser considerado pregador. Ele pode ser um excelente orador; conhecedor de todas as
regras da oratória, mas não é pregador. O pregador tem KERIGMA (mensagem) e não
discurso.
Satanás não gasta o seu tempo com discurso. Ele é capaz de convocar as suas hostes
demoníacas para impedir o KERIGMA que está para ser pronunciado no púlpito. Essa
luta de Satanás com o pregador acontece antes do púlpito. Identificamos essa batalha
quando o pregador responsável vê aproximar-se o dia de sua pregação e o KERIGMA
parece não chegar ao seu coração. Um bom exemplo dessa luta antes do púlpito é a
história de Moisés no monte Horebe.
Deus fala a Moisés: “Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo,
os filhos de Israel, do Egito”. Então disse Moisés: “Quem sou eu para ir a Faraó...?”
(Êxodo 3.10,11). “Eis que quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de
vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que
lhes dirás?” “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou. Eu sou me enviou a vós outros”
(Êxodo 3.13,14).
Essa luta de Moisés para aceitar a sua Missão de libertador, corresponde à luta do
pregador com Satanás antes do púlpito.