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Aula 7 Ligantes

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Materiais de Construção

Profª Luciene Vaz Aula 13


Materiais de Construção
Profª Luciene Vaz Aula 13
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS LIGANTES
Os ligantes são materiais que possuem capacidade de
aglutinação de outros, habitualmente sob a forma de
partículas, e de ganhar coesão tornando-se num material
sólido.
Em outras palavras podemos dizer que têm a propriedade
de poder aglomerar uma porção elevada de materiais como
areias, godos, britas, etc., conferindo ao conjunto grande
coesão e resistência, o que torna os aptos a serem utilizados
na construção como argamassas e betões.
Áereos
Hidrófilos
Hidráulicos
Ligantes
Hidrocarbon
atadas
Hidrófobos
Plásticos
Ligantes Hidrófilos:
São ligantes que possuem afinidade com a água pois
quando misturados a ela formam uma pasta que endurece,
podendo, como qualquer ligante, aglomerar outros
materiais e depois endurecer. São constituídos por pós finos
que fazem pasta com a água.
Os ligantes hidrófilos podem-se classificar em Aéreos ou
Hidráulicos.
Ligantes Hidrófilos:
Ligantes Aéreos: são ligantes que misturado com a água
formam uma pasta que endurece ao ar. Compõem a mais
antiga categoria de ligantes, e são chamados desta forma
porque não podem passar ao estado sólido dentro de água.
Ou seja, são ligantes que só ficam duros em contato com o
ar e, portanto, são incapazes de endurecer debaixo de água.
A partir do século XIX foram perdendo importância devido
à inserção do cimento Portland no mercado.
Como exemplos temos: gesso e cal aérea
Ligantes Hidrófilos:
Ligantes hidráulicos: São ligantes que podem endurecer
não somente ao ar mas também debaixo de água. São
constituídos por pós muito finos que, amassados com a água,
formam uma pasta cujo endurecimento se dá, apenas por
reação química entre esse pó e a água. são capazes de
adquirir elevadas resistências debaixo de água, suportando
perfeitamente a sua Acão.
Como exemplos temos: cimento e cal hidráulica
Ligantes Hidrófobos:
são ligantes em que a água não tem qualquer papel na
produção e endurecimento do aglomerante e que “repele” a
água após endurecimento.
Apresentam-se, não em forma de pó como os ligantes
hidrófilos, mas sob a forma de líquidos viscosos ou soluções
resinosas e ao endurecer formam estruturas coloidais
rígidas.
Ligantes Hidrófobos:
Ligantes Hidrocarbonatadas Usam-se em betões
betuminosos aplicados em pavimentos rodoviários e de
aeroportos. Exemplos: alcatrão (provenientes da destilação
de petróleo), e betumes.

Ligantes plásticos materiais poliméricos de que são


exemplos as resinas sintéticas (acrílicas, epoxídicas,
fenólicas, etc.) e colas.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS LIGANTES
Os ligantes também podem ser divididos em dois
grupos chamados de: ligantes orgânicos (hidrófobos)
e inorgânicos (hidrófilos)
Os ligantes orgânicos são os ligantes hidrocarbonatas e os
ligantes plásticos. Temos exemplo os betuminosos,
aplicados na produção de betões betuminosos para os
pavimentos rodoviários, as resinas sintéticas.
O gesso, a cal aérea, a cal hidráulica e o cimento Portland
são os ligantes inorgânicos
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS LIGANTES
Os ligantes inorgânicos, o gesso, as cais e o cimento
Portland, são em forma de pó e a sua utilização requer a
água para se misturar para garantir condições adequadas
de mistura e envolvimento das partículas que irão aglutinar.
Quando misturados com água, os ligantes inorgânicos dão
origem a pastas com fluidez e plasticidade variáveis, de
acordo com a quantidade de água utilizada, capazes de se
moldarem na forma pretendida e de originarem superfícies
de muito lisas. A plasticidade refere-se à maior ou menor
facilidade de: ser espalhada; ser moldada ao suporte;
aplicação; produzir uma superfície lisa.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS LIGANTES
No caso de um ligante inorgânico ser misturado com
agregados (graúdos e miúdos) e água este tem capacidade
de os aglutinar e originar um novo material sólido.
Estas misturas são chamadas de argamassas, quando são
obtidas através da mistura de ligante com água e agregado
fino (areia), e por betões, quando resultam da mistura de
ligante, água e agregados finos (areias) e grossos (britas,
godos)
Ligantes
Principal função: formar uma pasta que promove a união
entre os materiais agregados promovendo a eles coesão e
resistência.
Utilização: Usados na obtenção das argamassas e betões,
na forma da própria pasta e também na confeção de natas
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS LIGANTES
Pasta = ligante + água
Nata = pasta + excesso de água
Argamassa = pasta + agregado miúdo
Betão = argamassa + agregado graúdo

Obs: Quanto a utilização


Natas de cal : pintura
Natas de cimento : utilizadas sobre argamassas para obtenção de
superfícies lisas.
PRESA E ENDURECIMENTO (CONCEITOS
Ao misturarmos um ligante hidráulico com água vimos que
dá origem a uma pasta desse ligante. Após essa mistura se
inicia reações químicas que vão se processando de forma
contínua com o tempo e que vão levar ao endurecimento do
ligante e ao desenvolvimento de resistência mecânica.
A fase inicial que desenvolve o processo de endurecimento
de um ligante é chamada de presa (ou pega no Brasil). Nesta
fase ocorre a perda de fluidez e de plasticidade da pasta.
PRESA E ENDURECIMENTO (CONCEITOS
Quando se atinge o final da fase de presa, a pasta do ligante
já não apresenta plasticidade e não tem condições para ser
moldada ou seja não é mais deformável para pequenas
cargas e se torne rígida.

Sendo assim determinamos duas fases:


Inicio da presa e Tempo de fim da presa (inicio do
endurecimento).
Define-se:
Inicio da presa de um ligante hidráulico:
Período inicial de solidificação da pasta. Contado a partir do
lançamento da água no ligante, até ao início das reações
químicas com os compostos do ligante.
Esse fenômeno é caracterizado pelo aumento brusco da
viscosidade e pela elevação da temperatura da pasta.
Fim do tempo da presa de um ligante hidráulico:
Quando a pasta se solidifica completamente, não
significando, entretanto, que ela tenha adquirido toda sua
resistência, o que só será conseguido após de algum tempo.
A determinação dos tempos de início de e de fim de presa
do ligante são importantes, pois através deles pode-se ter
ideia do tempo disponível para trabalhar, transportar, lançar
e adensar argamassas e betões e regá-los para execução da
cura, bem como transitar sobre a peça.
PRESA E ENDURECIMENTO (CONCEITOS)
Os tempos de início de presa vão depender do tipo de
ligante, podendo ser da ordem:
 dos cinco minutos, no caso do gesso;
 de uma a três horas, para o cimento;
 de alguns dias, para a cal aérea.
PRESA E ENDURECIMENTO (CONCEITOS)
O processo de endurecimento, do qual resulta o
desenvolvimento da resistência mecânica do ligante, é um
processo que pode ser considerado como sendo
relativamente lento.
Por exemplo que, no caso do cimento Portland, este ligante
apresenta uma resistência mecânica da ordem de 70% e
95% da sua resistência final aos 28 dias de idade e a um ano
de idade, respetivamente. Alguns estudos experimentais
observaram processos de endurecimento que se
prolongaram durante 20 anos.
FINURA DO LIGANTE
A finura das partículas do ligante e a quantidade de água
usada na produção de pastas são parâmetros que vão
determinar as características do material endurecido que
vai resultar.
Quanto menor for o tamanho das partículas que constituem
o ligante maior será a sua superfície específica (área da
superfície exposta dos grãos que constituem o
ligante/unidade de massa de ligante).
FINURA DO LIGANTE

Quanto maior for a superfície especifica do ligante mais


eficaz ele é, dado que promove condições para que exista
uma maior facilidade e quantidade de material apto a estar
envolvido nas reações químicas que levam ao seu
endurecimento, o que se traduz em menores tempos de
presa e maior resistência mecânica
RELAÇÃO ÁGUA/LIGANTE
A relação água/ligante é um dos parâmetros que vão
determinar as características físicas, mecânicas e de
durabilidade de uma argamassa ou de um betão no estado
endurecido.
A quantidade de água na mistura é estabelecida através de
uma relação ponderal (expressa em termos de massa) entre
a quantidade de água e a quantidade de ligante utilizada na
mistura, definida pela equação:
RELAÇÃO ÁGUA/LIGANTE
Quando misturamos um ligante com água há uma
quantidade mínima de água que terá de ser utilizada, a qual
corresponde à água que é consumida nas reações químicas
de hidratação do ligante, que é chamada de água de
reação.
No entanto, para que a pasta, argamassa ou betão, possua a
consistência e coesão necessária para garantir uma
trabalhabilidade adequada é necessário adicionar à
mistura uma quantidade de água superior à água de reação.
RELAÇÃO ÁGUA/LIGANTE
Esta porção adicionada é chamada de água de
trabalhabilidade, não será consumida totalmente nas
reações químicas de hidratação do ligante ficando em
excesso no interior do material quando aquelas reações
terminarem
Dependendo das condições em que esse material
permanecer, a água em excesso acaba por evaporar dando
origem a espaços vazios
RELAÇÃO ÁGUA/LIGANTE
Quanto maior a quantidade de água evaporada maior a
porosidade resultante no material endurecido e, deste
modo, menor será a resistência mecânica e durabilidade
potencial deste material face a um material que apresente
menor porosidade.
.
LIGANTES: GESSO
O ligante Gesso foi muito usado pelas civilizações antigas,
principalmente em zonas com climas secos como a Fenícia e
o Egipto. As pirâmides do Egipto constituídas por blocos de
pedra assentes com argamassas de gesso.
É produzido a partir de matéria-prima rica em gipsita
A gipsita, chamada também de pedra de gesso, ou sulfato
de cálcio (de maneira resumida), é um minério de cálcio,
cuja composição química corresponde a fórmula :
Ca(SO4) • 2H2O.
LIGANTES: GESSO
LIGANTES: GESSO
Processo de fabricação do gesso
O processo se inicia com a britagem e moagem da rocha,
depois segue para a peneiração para se obter uma
granulometria uniforme da matéria-prima e, desta forma,
evitar a desidratação desigual da gipsita. O processo de
calcinação da matéria-prima ocorre a temperaturas entre
125ºC e 180ºC, podendo ser realizado em diferentes tipos
de fornos, ao que segue a sua moagem, em moinhos de mós
ou de esferas, e, por fim, a embalagem.
LIGANTES: GESSO
O gesso de construção é comercializado em pó de elevada
finura, com a cor branca ou acinzentada, apresenta valores
de baridade compreendidos entre 0,7 e 1 kg/m3 e de massa
volúmica real da ordem de 2,7 kg/m3
LIGANTES: GESSO
O gesso com água endurece ao ar e ganha presa ao fim de
10 a 15 minutos conseguindo-se:
 a resistência à compressão de 10 a 15 Mpa
 a resistência à tração de cerca de 2Mpa.
É um ligante de presa muito rápida. Se pretendermos
retardar a sua presa podemos usar como retardadores de
presa a gelatina, a cola ou a cal aérea hidratada (hidróxido
de cálcio); estes retardadores aumentam as resistências da
pasta.
LIGANTES: GESSO
Hidratação, Presa e Endurecimento
Os tempos de presa do gesso são definidos com base num
método calorimétrico baseado na evolução da temperatura
da pasta de gesso após a sua mistura com água. Conforme
ca NP321 definem-se os seguintes conceitos relacionados
com a presa
LIGANTES: GESSO
Hidratação, Presa e Endurecimento
O endurecimento do gesso prolonga-se para além do fim de
presa num processo que pode atingir algumas semanas.
O tempo de presa do gesso corrente está, em geral, entre 5 e 10
min, o que torna difícil a sua aplicação na construção civil
levando à necessidade da utilização de retardadores de presa.
São necessários cuidados relativos às condições de
armazenamento e à idade do gesso.
Quando este é armazenado em contacto com o ar tem uma
elevada tendência para hidratar coma humidade ambiente
perdendo as suas características ligantes ao fim de alguns meses
LIGANTES: GESSO
Aceleradores e retardadores de presa
Aceleradores - São substâncias que, quando adicionadas a um
determinado ligante, têm capacidade de reduzir o tempo de
presa.
Ex: de aceleradores de presa do gesso pode referir-se: sulfatos,
ácido sulfúrico e clorídrico e o silicato de sódio
Retardadores - são substancia que quando adicionados a
determinado ligante, aumentam o tempo de presa.
Ex: de retardadores tem-se o álcool, o açúcar, o ácido acético, a
glicerina e o hidróxido de cálcio. Entre todos estes retardadores
o mais utilizado é o hidróxido de cálcio (cal aérea hidratada) o
qual também melhora a plasticidade da mistura
LIGANTES: GESSO
Aplicações do gesso:
Por endurecer rápido aplica-se a moldagem:
 material de revestimento (estuque);
 placas para rebaixamento de teto (forro);
 painéis para divisórias; elementos de ornamentação, como:
sancas, etc.
Obs: Estuque é uma argamassa à base de cal, gesso, areia,
cimento e água, usada no revestimento de paredes e de forros. É
usado como revestimento decorativo ou material de modelação
LIGANTES: GESSO
Aplicações do gesso:

Sancas de gesso Estuques de gesso


LIGANTES: GESSO
Aplicações do gesso:
Os estuques de gesso são misturas de gesso com cal aérea
hidratada, aplicadas em paredes e tetos e em placas de
aglomerados de gesso do tipo “pladur”. Possuem bom
comportamento ao fogo, porque a desidratação que o gesso
vai sofrer exige calor e, assim, parte das calorias produzidas
pelo fogo são consumidas na desidratação do gesso

placas tipo pladur


LIGANTES: GESSO
Aplicações do gesso:
A resistência do estuque de gesso não depende muito de
água de amassadura, mas sim da presença de água à
superfície da peça pelo que não deve ser usada em
exteriores porque a água acaba por dissolver o gesso
(CaSO4.2H2O é solúvel na água) e dá-se o apodrecimento
do estuque. O estuque de gesso têm má aderência às
superfícies muito lisas. O gesso ataca o ferro pelo que os
estucadores devem usar talochas de madeira e colheres de
cobre ou de zinco
LIGANTES: GESSO
Aplicações do gesso:
Revestimentos: de paredes, no lugar da massa fina no
entanto não pode haver contato com a água e tem
necessidade de superfície regular.
Pré moldados: placas de Dry Wall (gesso entre 2 folhas de
papelão). Placas para forro (60x60cm). Molduras. Blocos
para alvenaria (para áreas internas secas –isolamento termo
acústico)
LIGANTES: GESSO
LIGANTES: GESSO
Propriedades do gesso:
As propriedades específicas do gesso são:
 Elevada plasticidade da pasta;.
 Pega e endurecimento rápido;
 Finura equivalente ao cimento;
 Absorção e liberação de umidade ao ambiente;
 Alta solubilidade em água;
 Pequeno poder de retração na secagem e estabilidade
volumétrica.
LIGANTES: GESSO
Fatores que influenciam nas propriedades do gesso:
Homogeneidade:. Gessos com grau de cristalização ou de
desidratação diferentes aceleram o tempo de pega e
diminuem a resistência mecânica do produto final.
Finura: Quanto menores forem as partículas de gesso mais
rápido será a pega, pois a superfície de contato será maior
e, consequentemente, mais saturada será a mistura,
favorecendo a cristalização, diminuindo o tempo de pega e
aumentando a resistência final
LIGANTES: GESSO
Fatores que influenciam nas propriedades do gesso:
Influência da mistura com areia:.A mistura de gesso com
areia para formar argamassa é possível, porém as
propriedades físico-mecânicas diminuem sensivelmente: a
consistência, o tempo de pega e a resistência mecânica
decrescem proporcionalmente com o acréscimo da
proporção de areia.
Temperatura: O aumento da temperatura favorece as
reações de cristalização, diminuindo sensivelmente o tempo
de pega.
LIGANTES: GESSO
Vantagens na utilização do gesso:
 Leveza: paredes, divisórias e peças de gesso são mais leves do
que peças feitas de outro material e podendo serem usadas em
apartamentos, sem alterar a estrutura;
 Facilidade de manuseio para execução de detalhes;
 Apesar da inevitável sujeira -seu ponto fraco, não há como
evitá-la -, muitos preferem ter uma parede de gesso no
apartamento à sujeira de cimento, pedra, cal e água;
 Rapidez de aplicação;
 Recebe bem todos os tipos de pintura e acabamento;
LIGANTES: GESSO
Pelo fato do gesso não suportar água. Os profissionais
recomendam sua aplicação apenas em ambientes internos
ou protegidos da chuva.
No entanto existem placas Resistentes à Umidade (RU),
produzidas especialmente para utilização em áreas
molhadas. Possuem na composição do gesso, aditivos
especiais que as tornam mais resistentes aos vapores e aos
fungos resultantes da ação da umidade. Para as áreas
constantemente molhadas (ex. Box de chuveiros) é
indispensável a impermeabilização.
LIGANTES: GESSO
Por suas propriedades físico-químicas, o gesso é
considerado isolante térmico e acústico natural; É possível
fazer uma parede de gesso acartonado com um isolamento
acústico muito superior ao de paredes de tijolos
Com uma simples parede de gesso acartonado com 16cm
de espessura, com lã de vidro no interior, pode-se obter o
mesmo isolamento acústico do que um muro de betão de
18cm de espessura, ou seja, isolamento de 60dB, com a
grande vantagem da parede de gesso pesar apenas 40
Kg/m², contra os 414 Kg/m² do muro de betão
LIGANTES: GESSO
LIGANTES: CAL AÉREA
A cal aérea é também um dos ligantes que mais foram
utilizado nas construções até ao século XIX tendo depois
sido substituída, primeiro, pela cal hidráulica e, depois, pelo
cimento Portland.

A matéria-prima da cal são rochas carbonatadas, sendo o


recurso a rochas calcárias mais frequente. O calcário é uma
rocha sedimentar constituída fundamentalmente por calcite.
LIGANTES: CAL AÉREA
É chamada também de cal viva ou oxido de cálcio e obtém-
se por decomposição do carbonato de cálcio CaCO3 do
calcário aquecido em fornos de cal à temperatura de 850ºC
a 900ºC, segundo a reação química designada por
calcinação do calcário.
CaCO3 + CALOR -» CaO + CO2
A reação é endotérmica (necessita de calor) e além da cal
viva CaO liberta-se anidrido carbónico.
LIGANTES: CAL AÉREA
Para ser aplicada, a cal viva tem de ser submetida à
extinção , que consiste na sua reação com água, que é uma
reação fortemente exotérmica (liberta calor) com expansão
que leva à fragmentação do oxido de cálcio. A cal viva
(oxido de cálcio) transforma-se então em cal apagada
(hidróxido de cálcio ou cal hidratada)
CaO + H2O -» Ca(OH)2 + CALOR

cal apagada
LIGANTES: CAL AÉREA

Pedra de calcário Pedreira de calcário


LIGANTES: CAL AÉREA
Processo de fabricação da Cal Aérea
O processo de fabrico da cal aérea tem como inicio a
britagem e em seguida a separação em crivos da matéria-
prima. O próximo passo é a cozedura em fornos contínuos
verticais ou rotativos, onde a matéria-prima é submetida à
ação da temperatura ocorrendo a descarbonatação dos
carbonatos presentes e a formação de cal viva – óxido de
cálcio (CaO) e óxido de magnésio.
LIGANTES: CAL AÉREA
A cal aérea ou óxido de cálcio (CaO) é um produto sólido de
cor branca, com massa volúmica de 3,1 a 3,3 kg/m3,
comercializada em pedra (torrões ou pedaços com
dimensões que podem atingir a ordem de 0,2 m) ou em pó
muito fino, obtido por moagem.
LIGANTES: CAL AÉREA
A cal aérea é um produto muito cáustico (muito alcalino)
que tem de ser manuseado cuidadosamente. Quando em
contacto com a pele causa lesões.
A cal aérea deve ser conservada em recipientes fechados
para evitar a sua hidratação e carbonatação.
LIGANTES: CAL AÉREA
Hidratação da Cal Aérea
O processo de hidratação da cal aérea pode executado no
canteiro de obras.
As pedras são colocadas em tanques onde ocorre a sua
extinção ao se misturarem com a água. O fenômeno de
transformação de cal viva em cal extinta é exotérmico,
podendo a temp. atingir 400ºC o que torna o processo
altamente perigoso.
Após a hidratação das pedras, o material deverá descansar
por 48 horas no mínimo, antes de ser utilizado na obra.
LIGANTES: CAL AÉREA
Hidratação da Cal Aérea
A Cal hidratada(apagada) é um produto manufaturado que
sofreu o processo de hidratação, é resultante da reação de fases
sólida-líquida.
Dependendo do volume de água utilizada para a reação, o
produto final pode ser seco ou com aspetos de creme, lama.
A cal hidratada tem características aglomerantes como o
cimento, sendo que, enquanto o cimento reage com água (reação
de hidratação do cimento), o endurecimento da cal aérea ocorre
pelo contato com o ar.
LIGANTES: CAL AÉREA
Presa e Endurecimento da cal aérea
A cal aérea tem a capacidade de fazer presa e endurecer
lentamente em resultado da evaporação da água e da
reação de carbonatação. A carbonatação resulta da reação
química da cal hidratada com o dióxido de carbono do ar
dando, novamente, origem a carbonato de cálcio, principal
constituinte das rochas calcárias utilizadas como matéria
prima.
LIGANTES: CAL AÉREA
O calcário com que se fabrica a cal viva, por cozedura, aparece
na natureza quase sempre misturado com alguma argila. Assim
temos:
Calcário Puro – aquele que contém uma percentagem superior a
99% de carbonato de cálcio. É de cor branca pelo que, da sua
cozedura, se obtêm cal branca ou cal gorda.
Calcário com alguma argila (<5%) de cor acinzentada que dá
origem à cal parda ou cal magra.
A cal branca usa-se em agua de cal ou leitada de cal para as
caiações. A cal parda usa-se só ou misturado com o cimento ou
com cal hidráulica com ligantes de argamassa para reboco. A
reação de presa é a mesma para qualquer delas.
LIGANTES: CAL AÉREA
Aplicação da Cal aérea
 a principal aplicação em obras correntes na construção
civil da cal aérea corresponde à sua incorporação em
argamassas para estuque, quer em produtos pré-doseados,
quer em argamassas produzidas em obra.
 pintura de paramentos por caiação através da utilização de
água de cal, também designada por leite de cal, que é
constituída por uma suspensão em água de cal hidratada.
LIGANTES: CAL HIDRÁULICA
Processo de Fabricação
A cal hidráulica é produzida a partir de rochas
sedimentares constituídas por carbonato de cálcio e argilas.
As argilas são constituídas principalmente por sílica (Si O2),
alumina (Al2 O3) e óxido de ferro (Fe2 O3), e resultam da
decomposição de feldspatos por processos de hidrólise, na
presença de água e dióxido de carbono.
LIGANTES: CAL HIDRÁULICA
Processo de Fabricação
O processo de fabrico da cal hidráulica é semelhante ao da
cal aérea. A matéria-prima é britada de modo a se obterem
fragmentos de dimensão adequada à fase seguinte que é a
cozedura. É feita em fornos contínuos verticais ou
horizontais sendo necessário atingir temperaturas da ordem
dos 1200ºC, para garantir a formação de silicatos e
aluminatos de cálcio.
O material obtido à saída do forno apresenta granulometria
variada, desde pó a pedaços de várias dimensões.
LIGANTES: CAL HIDRÁULICA
Presa e Endurecimento
Apesar das suas propriedades hidráulicas, conferidas pelo
facto da hidratação dos silicatos e aluminatos não necessitar
da presença do ar, a cal hidráulica não é um ligante
adequado para utilizações submersas (ou debaixo de água),
devido à sua presa não ser suficientemente rápida para
impedir que ocorra a lavagem da pasta ligante.
LIGANTES: CAL HIDRÁULICA
Aplicação
A cal hidráulica é usada da mesma maneira do que a cal
aérea, mas tendo vantagens significativas quando utilizada
em elementos construtivos em que a resistência mecânica
seja necessária ou em zonas expostas à ação da água e da
humidade. Em relação à cal aérea estas vantagens são:
 menor tempo de presa,
 maior resistência mecânica
 maior durabilidade em ambientes húmidos.
LIGANTES: CAL HIDRÁULICA
Aplicação
A cal hidráulica corrente apresenta uma tonalidade mais
clara que o cimento Portland. Encontramos também no
mercado cais hidráulicas brancas (à semelhança do que
acontece com o cimento Portland).
Lembrando que, em geral os acabamentos são de cor
branca ou clara nas paredes e tetos, as argamassa de
revestimento que tenham uma cor coloração preferíveis uma
vez que facilitam a obtenção da cor final através de pintura
LIGANTES: CAL HIDRÁULICA
Aplicação
A cal hidráulica também é aplicada na produção de argamassas
para assentamento de alvenarias, de ladrilhos e azulejos e em
argamassas de enchimento para regularização de pavimentos.
Misturada ao cimento pode ser usada para produzir artefactos de
betão ex; blocos de betão para alvenaria, abobadilhas de betão
para pavimentos de lajes de vigotas pré-esforçadas, blocos de
betão de aligeiramento para lajes, lancis pré-fabricados e blocos
para a construção de pavimentos
LIGANTES: CAL HIDRÁULICA
Aplicação

abobadilhas de betão (com cal hidráulica) para


pavimentos de lajes de vigotas pré-esforçadas
LIGANTES: CAL HIDRÁULICA
Aplicação
A cal hidráulica é utilizada em intervenções de construções
antigas. A cal hidráulica pode também ser utilizada em
pavimentos rodoviários na substituição do filer dos
betuminosos e no tratamento de solos
LIGANTES: CAL HIDRÁULICA
Armazenamento
Deve ser armazenada em locais secos, para evitar a
hidratação dos silicatos e aluminatos de cálcio com a
humidade do ar, e protegida do contacto com o ar, para
evitar a carbonatação da cal livre presente
LIGANTES: CIMENTO
O ligante mais utilizado na construção civil é o cimento
Portland, a ser chamado simplesmente por cimento.
Segundo a NP EN 197-1:2001
“o cimento é um ligante hidráulico, isto é, um material
inorgânico finamente moído que, quando misturado com
água, forma uma pasta que faz presa e endurece devido a
reações e processos de hidratação e que, depois do
endurecimento, conserva a sua resistência mecânica e
estabilidade debaixo de água“.
LIGANTES: CIMENTO
Origem do Cimento Portland
Desde as civilizações antigas os homens já tinha percebido
que a ação do fogo sobre determinadas rochas, calcárias ou
margosas, originava um pó que quando misturado com a
água tinha capacidade de aglutinar outros materiais e
endurecer. Foi assim que surgiram os primeiros ligantes.
Também já tinham constatado que a utilização de
determinado tipo de areias provenientes de zonas
vulcânicas ou resultantes da moagem de alguns tipos de
tijolos davam origem a materiais com maior resistência à
água.
LIGANTES: CIMENTO
Origem do Cimento Portland
Em 1756 pelo inglês John Smeaton, conseguiu obter um produto de
alta resistência por meio de calcinação de calcários moles e argilosos.
Em 1818, o francês Vicat obteve resultados semelhantes aos de
Smeaton, pela mistura de componentes argilosos e calcários. Ele é
considerado o inventor do cimento artificial.
Em 1824, o inglês Joseph Aspdin queimou junto pedras calcárias e
argila, transformando-as num pó fino. Viu que obtinha uma mistura
que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas
construções. A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada com
o nome de cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar
cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às rochas
da ilha britânica de Portland.
LIGANTES: CIMENTO
Matéria-Prima
O cimento é uma mistura devidamente proporcional de
calcário, marga ou argila e substâncias ricas em sílica,
alumina ou ferro, reduzido a pó muito fino.
Após este processo a matéria prima é levada a tanques de
homogeneização, esta pode ser por via húmida – mistura-se
com água e agita-se, depois vai ao forno para retirar a água
– muito dispendiosa, ou por via seca – criam-se correntes de
ar que originam nuvens de pó, as quais são extraídas para a
fase seguinte.
LIGANTES: CIMENTO
Matéria-Prima
A composição química da mistura tem que ser a apontada senão
tem que proceder a correções se necessário, se a composição
química estiver correta, obtem-se então clínquer:
CaO: 60 a 68%;
SiO2: 17 a 25%;
Al2O3: 3 a 8%;
Fe2O3: 0,5 a 6%.
O cimento Portland é obtido a partir da mistura de clinquer
moído com gesso e outras adições
LIGANTES: CIMENTO
Matéria-Prima

clinquer
LIGANTES: CIMENTO
Processo de fabricação
O cimento é preparado com uma mistura de 75 a 80% de
calcário e de 20 a 25% de argila. A mistura é colocada no
moinho de matéria prima onde é cozida em forno rotativo a
temperatura de 1450ºc. Finalmente o clinquer é reduzido a
pó no moinho de cimento juntamente com 3 a 4% de gesso.
O gesso tem a função de retardar o endurecimento do
clinquer pois este processo seria muito rápido se água fosse
adicionada ao clinquer puro.
LIGANTES: CIMENTO
Classificação dos cimentos
Existem duas formas para classificar cimentos. Uma em relação à
composição e a outra relativa às propriedades correspondentes ao
desempenho dos cimentos .
Na construção civil o cimento de interesse é o cimento hidráulico
de origem calcária . Estes cimentos são constituídos sobretudo por
silicatos e aluminatos de cálcio e de um modo geral podem-se
classificar em:
 cimentos naturais
 cimentos Portland
 cimentos aluminosos
 cimentos pozolânicos
LIGANTES: CIMENTO
Classificação dos cimentos
Cimento Aluminoso
São ligantes hidráulicos, onde o principal
componente é o aluminato de cálcio.
Fabricados através da mistura de calcários com
bauxitos ou com alumina, de modo a obter cimento
com teores de oxido de alumínio na faixa de 40 a
80%
LIGANTES: CIMENTO
Cimento Aluminoso
Propriedades
 Resistência ao calor dos betões ou argamassas
prontas até 1200°C
 Alta resistência a abrasão e corrosão
 Endurecimento normal a baixas temperaturas
 Pega lenta
 Cura rápida
LIGANTES: CIMENTO
Cimento Aluminoso
Aplicação
Usado principalmente para betões refratários nos altos fornos em
geral, fornos industriais, lareiras e em substituição ao cimento
Portland comum, sempre quando se deseja uma rápida cura e altas
resistências iniciais e finais, tanto em betões armados ou não.
-Betão junto ao mar aproveitando-se a maré baixa.
-Fabricação de pré moldados para uso imediato.
-Rejuntamento e assentamento de tijolos refratários.
Chumbamento e fundações para maquinas pesadas que poderão
entrar em funcionamento após 24horas
LIGANTES: CIMENTO
Classificação dos cimentos
Cimento pozolânico
Substâncias silicosas e aluminosas que reagem com a
cal hidratada na presença de água, resultando em
compostos cimentícios
Os materiais pozolânicos mais com uns são: a
pozolana original(pumicita), as calcedônias e as
opalas, terras tomáceas calcinadas, argilas calcinadas
e as cinzas volantes
LIGANTES: CIMENTO
Classificação dos cimentos
Cimento pozolânicos
Os modernos cimentos pozolânicos são uma
mistura de pozolanas naturais e industriais com
cimento Portland.
LIGANTES: CIMENTO
Cimento pozolânico
Propriedades
 Trabalhabilidade
 Diminuição do calor de hidratação
 Aumento da impermeabilidade
 Resistência ao ataque da água
OBS: Com a substituição de parte do cimento por pozolana, os betões
passam a ter menores resistências iniciais ,só desaparecendo essa
desvantagem após cerca de 3meses ,a partir de onde suas
resistências são cerca de 10 a 15% superiores aos dos betões comuns.
LIGANTES: CIMENTO
Cimento pozolânico
É especialmente indicado em obras expostas à ação de
água corrente e ambientes agressivos.
O betão feito com este produto se torna mais impermeável,
mais durável, apresentando resistência mecânica à
compressão superior à do betão feito com Cimento Portland
Comum, a idades avançadas.
LIGANTES: CIMENTO
Cimento Natural
Os cimentos naturais são uma variedade da cal hidráulica
em que a percentagem de argila no calcário que constitui a
matéria prima vai de 20% a 40%, processando-se a
cozedura entre as temperaturas de 1050ºC e 1300ºC. Com
estas percentagens de argila atingem-se composições
semelhantes às do cimento portland normal, em que se usa
uma mistura de carbonato de cálcio e argila na proporção
de 70 a 80% de carbonato de cálcio para 30 a 20% de
argila.
LIGANTES: CIMENTO
Cimento Natural
Conforme a percentagem de argila existente no calcário e a
temperatura de cozedura temos:
CIMENTO NATURAL DE PRESA LENTA OU NORMAL
CIMENTO NATURAL DE PRESA SEMI-LENTA
CIMENTO NATURAL DE PRESA RAPIDA
LIGANTES: CIMENTO
Cimento Natural
CIMENTO NATURAL DE PRESA LENTA OU NORMAL – Se a
percentagem de argila for inferior a 27% e a cozedura se processar a
1300ºC. o tempo de presa será superior a 30 minutos
CIMENTO NATURAL DE PRESA SEMI-LENTA – se a percentagem
de argila estiver entre 27% e 40% e a temperatura de cozedura se
situar entre 1050ºC e 1300ºC. O tempo de presa estará entre 8 a 30
minutos
CIMENTO NATURAL DE PRESA RAPIDA - se a percentagem de
argila estiver entre 27% e 40% e a de cozedura se processar a
1050ºC. O tempo de presa será inferior a 8 minutos.
O cimento natural de presa rápida designa-se também por CIMENTO
PRONTO.
LIGANTES: CIMENTO
Cimento Natural
Os cimentos naturais em Portugal são designados por cal
hidráulica, têm elevada resistência química e pequena
fissurabilidade por contração de secagem. Usam-se em
rebocos, assentamentos de mosaicos e azulejos, alvenarias e
sempre que não seja muito importante a resistência à
compressão da argamassa pretendida
LIGANTES: CIMENTO
Cimento Portland Comum
O cimento define-se como um material inorgânico
finamente moído que, convenientemente amassado com
água, forma uma pasta que faz presa e endurece devido às
reações de hidratação e que, depois de endurecer, mantêm
a sua resistência e estabilidade mesmo debaixo de água
LIGANTES: CIMENTO
Cimento Portland Comum
Presa e Endurecimento
A presa consiste na perda progressiva da consistência pastosa da mistura de
cimento com agua. Assim temos:
Inicio da presa – instante em que a massa começa a perder a consistência
pastosa.
Fim da presa ou inicio do endurecimento – instante em que a massa deixa
de ser deformável transformando-se numa massa rígida.
O tempo para o inicio da presa informa sobre o intervalo de tempo
disponível entre a adição de água e a colocação e a compactação do betão
nos moldes, isto é sobre o tempo durante o qual a pasta permanece
trabalhável. O tempo para o inicio da presa depende da quantidade de água
de amassadura, da temperatura, da humidade relativa do ar e da agitação do
ar.
LIGANTES: CIMENTO
Classificação dos cimentos quanto ao tempo necessário para o inicio
da presa.
Cimentos de presa rápido - inicio da presa antes de 8 minutos após a
amassadura.
Cimentos de presa semi-lenta – inicio da presa de 8 a 30 minutos
após a amassadura.
Cimentos de presa lenta – inicio de presa de 30 minutos a 6 horas
após a amassadura.
Cimentos de presa muito lenta - inicio de presa depois de 6 horas
após a amassadura.

A presa do cimento portland dá-se com libertação de calor (presa


exotérmica)
LIGANTES: CIMENTO
Endurecimento

O endurecimento é o fenómeno que prolonga a presa e que


consiste no processo de aumento da resistência à
compressão e de todas as outras propriedades do betão; a
pasta de cimento depois de se tornar regida, vai endurecer
cada vez mais ao longo do tempo. O endurecimento refere-
se, pois, ao desenvolvimento de todas as características que
são necessárias para que o betão desempenhe o seu papel
na construção.
LIGANTES: CIMENTO
TIPOS DE CIMENTO
A Norma Europeia EN 197-1 foi elaborada pelo Comité
Europeu de Normalização e aprovada em Junho de 2000.
Tem como objetivo definir e apresentar as especificações
dos cimentos correntes, os seus constituintes e composição
e os critérios de conformidade.
Os cimentos correntes passaram a estar organizados em 5
tipos principais, estando definidos 27 tipos de cimento
distintos e seis classes de resistência. A família de cimentos
correntes fabricados em Portugal
LIGANTES: CIMENTO
Quanto à constituição dos cinco principais tipos de cimento:
CEM I – Cimento Portland – cimento fundamentalmente constituído por
clinquer sem incorporação de adições;
CEM II – Cimento Portland composto – constituído por um mínimo de 65%
de clinquer e incorporação de adições, até 35%;
CEM III – Cimento de alto forno – constituído por 36 a 95% de escória de alto
forno e 5 a 64% de clinquer;
CEM IV – Cimento pozolânico – constituído por clinquer, 45 a 89%, e 11 a
55% de adições pozolânicas, sílica de fumo, pozolana ou cinza volante;
CEM V – Cimento Composto – constituído por clinquer, 20 a 64%, escória de
alto forno com um mínimo de 18% e um máximo de 50% e o restante por
pozolana e cinza volante.
LIGANTES: CIMENTO
Grupos de cimentos conforme a sua aplicação
1º grupo - cimentos para aplicação corrente (cimento portland normal).
2º grupo - cimentos de moderado calor de hidratação para resistir a acções
químicas moderadas (cimentos de cinzas volantes, cimentos pozolâmicos
com baixa percentagem de pozolana).
3º grupo - cimentos de grande resistência inicial (cimento aluminoso).
4º grupo - cimento de baixo grau de hidratação (BCH) (cimento pozolâmico,
cimento de alto forno, cimento portland composto com baixa percentagem
de alumina.
5º grupo – cimentos de elevada resistência aos sulfatos (cimento aluminoso,
cimento portland composto, cimento de alto forno, cimento pozolâmico.
LIGANTES: CIMENTO
Classificação dos cimentos
Existem 6 classes diferentes:
32,5
32,5R
42,5
42,5R resistência mínima à compressão Mpa passados 28 dias
52,5
52,5R
O R representa maiores resistências mecânicas iniciais, no entanto as finais
são idênticas, quando há necessidade de realizar a desconfragem rápida e
colocar noutro local.
LIGANTES: CIMENTO
Aplicação
Tipo de obra Intervenção do Necessidade Cimento a
cimento a satisfazer utilizar
Viadutos, pontes, betão de elevado Resistência I 52,5 R
instalações desempenho mec. e mec. a curto I 42,5 R
industriais elevada prazo II/A-L 42,5 R
trabalhabilidade
Edifícios correntes Betão armado Resistência II/A-L 42,5 R
convencional moderada a I 42,5 R
normal
Pequena construção Betão e argamassas Resistência II/B-L 32.5 N
correntes moderada
Obras marítimas Betão armado Durabilidade IV/B(V) 32,5 N
convencional
LIGANTES: CIMENTO
Aplicação Tipo de obra Intervenção do
cimento
Necessidade
a satisfazer
Cimento a
utilizar
Depósitos de água, Betões muito Fissuração baixa IV/B(V) 32,5 N
tanques, impermeáveis Facilidade de II/B-L 32,5 N
reservatórios aplicação
Fundações Betões aplicados em Trabalhabilidade IV/B(V) 32.5 N
especiais condições de difícil muito elevada II/A 42,5 N
acesso Resistência
Ambiente química
potencialmente apreciável
agressivo
Barragens Betão aplicados em Calor de IV/B(V) 32,5 N
grande massa hidratação baixo II/B-L 32,5 N
Dimensão de agregado e libertado
muito elevado lentamente
Dosagem de cimento Crescimento
baixa lento da
resistência
LIGANTES: CIMENTO
Armazenamento e cuidados
O cimento é um produto perecível, portanto é preciso estar
atento com os cuidados necessários durante o seu
transporte e armazenamento, para conservação de suas
propriedades, pelo maior tempo possível, no depósito ou no
estaleiro de obras.
Durante o transporte, os sacos devem ser protegidos, por
meio de lonas de cobertura e bem acondicionados para
evitar rasgos, e contato com a água
LIGANTES: CIMENTO
Se o cimento entrar em contato com a água durante o
transporte inadequado, sem proteção da chuva, por
exemplo, ou durante a estocagem, ele vai empedrar ou
endurecer antes do tempo, inviabilizando sua utilização na
obra, fábricas de pré-moldados e artefactos de cimento.
é preciso evitar a todo custo que o cimento estocado entre
em contato com a água. A água não vem só da chuva, de
uma torneira ou de um cano furado; também se encontra,
sob forma de umidade, no ar, na terra, no chão e nas
paredes.
LIGANTES: CIMENTO
Recomenda-se iniciar a pilha de cimento sobre um tablado
de madeira, montado a pelo menos 30 cm do chão ou piso e
não formar pilhas maiores do que 10 sacos. Quanto maior a
pilha, maior o peso sobre os primeiros sacos da pilha. Isso
faz com que seus grãos sejam de tal forma comprimidos que
o cimento contido nesses sacos fique quase endurecido,
sendo necessário afofá-lo de novo, antes do uso, o que pode
acabar levando ao rompimento do saco e à perda de boa
parte do material. A pilha recomendada de 10 sacos
também facilita a contagem, na hora da entrega e no
controle dos estoques ou na aplicação final
LIGANTES: CIMENTO

Armazenamento do cimento

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