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Entrelaçamento Quântico - Wikipédia, A Enciclopédi

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Entrelaçamento

quântico

O entrelaçamento quântico (ou


emaranhamento quântico, como é mais
conhecido na comunidade científica) é
um fenômeno da mecânica quântica que
permite que dois ou mais objetos
estejam de alguma forma tão ligados
que um objeto não possa ser
corretamente descrito sem que a sua
contra-parte seja mencionada - mesmo
que os objetos possam estar
espacialmente separados por milhões de
anos-luz. Isso leva a correlações muito
fortes entre as propriedades físicas
observáveis das diversas partículas
subatômicas. O entrelaçamento quântico
foi chamado de "ação fantasmagórica à
distância" por Albert Einstein, que
acreditava ser um evento impossível, sob
as leis da mecânica quântica
ortodoxa.[1][2]
Mecânica quântica

Princípio da Incerteza

Introducão a...
Formulação matemática

Introdução

Mecânica clássica
Antiga teoria quântica
Interferência · Notação Bra-ket
Hamiltoniano

Conceitos fundamentais

Estado quântico · Função de onda


Superposição · Emaranhamento
· Incerteza
Efeito do observador
Exclusão · Dualidade
Decoerência · Teorema de Ehrenfest · Tunelamento
Experiências

Experiência de dupla fenda


Experimento de Davisson–Germer
Experimento de Stern-Gerlach
Experiência da desigualdade de Bell
Experiência de Popper
Gato de Schrödinger
Problema de Elitzur-Vaidman
Borracha quântica

Representações

Representação de Schrödinger
Representação de Heisenberg
Representação de Dirac
Mecânica matricial
Integração funcional

Equações

Equação de Schrödinger
Equação de Pauli
Equação de Klein–Gordon
Equação de Dirac
Interpretações

Copenhague · Conjunta
Teoria das variáveis ocultas · Transacional
Muitos mundos · Histórias consistentes
Lógica quântica · Interpretação de Bohm
Estocástica · Mecânica quântica emergente

Tópicos avançados

Teoria quântica de campos


Gravitação quântica
Teoria de tudo
Mecânica quântica relativística
Teoria de campo de Qubits

Cientistas

* Bell* Blackett* Bogolyubov* Bohm* Bohr* Bardeen*


Born* Bose* de Broglie* Compton* Cooper* Dirac*
Davisson * Duarte* Ehrenfest* Einstein* Everett*
Feynman* Hertz* Heisenberg* Jordan* Klitzing*
Kusch* Kramers* von Neumann* Pauli* Lamb* Laue*
Laughlin* Moseley* Millikan* Onnes* Planck* Raman*
Richardson* Rydberg* Schrödinger* Störmer*
Shockley* Schrieffer* Shull* Sommerfeld* Thomson*
Tsui* Ward* Wien* Wigner* Zeeman* Zeilinger* Zurek
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Essas fortes correlações fazem com que


as medidas realizadas numa delas
pareçam estar a influenciar
instantaneamente à outra com a qual
ficou entrelaçada, e sugerem que alguma
influência estaria a propagar-se
instantaneamente, apesar da separação
entre eles. Mas o entrelaçamento
quântico não permite a transmissão a
uma velocidade superior à da velocidade
da luz, porque nenhuma informação útil
pode ser transmitida desse modo. Só é
possível a transmissão de informação
usando um conjunto de estados
entrelaçados em conjugação com um
canal de informação clássico - aquilo a
que se chama o teletransporte quântico.
Isto dá a entender que tudo está
conectado por "forças" que não vemos e
que permanecem no tempo, ou estão
fora do sistema que denominamos,
entendemos ou concebemos como
sistema temporal.

O entrelaçamento quântico é a base para


tecnologias emergentes, tais como
computação quântica, criptografia
quântica e tem sido usado para
experiências como o teletransporte
quântico. Ao mesmo tempo, isto produz
alguns dos aspectos teóricos e
filosóficos mais perturbadores da teoria,
já que as correlações previstas pela
mecânica quântica são inconsistentes
com o princípio intuitivo do realismo
local, que diz que cada partícula deve ter
um estado bem definido, sem que seja
necessário fazer referência a outros
sistemas distantes. Os diferentes
enfoques sobre o que está a acontecer
no processo do entrelaçamento quântico
dão origem a diferentes interpretações
da mecânica quântica.

Teorema de Bell
De acordo com a mecânica quântica, o
spin de um elétron não pode ser
conhecido com antecedência e ainda ser
perfeitamente correlacionado com o
outro. Einstein, em particular, não
gostava dessa ideia porque ela dava a
entender que a informação poderia ser
enviada a partir de um elétron para o
outro instantaneamente – quebrando
uma regra que diz que nada pode viajar
mais rápido do que a velocidade da luz.
Em vez disso, a suposição de Peter
Mosley, da Universidade de Bath, é a de
que havia variáveis ocultas codificadas
em cada elétron que poderiam
determinar o resultado se nós
conseguíssemos acessá-las.[3]
Na década de 1960, o cientista norte-
irlandês John Bell veio com um método
para testar a teoria de Einstein. A
chamada desigualdade de Bell é
satisfeita apenas se as ações em um
local não puderem afetar outro lugar
instantaneamente e os resultados das
medições forem bem definidos de
antemão – algo apelidado de “realismo
local”. Bell mostrou, teoricamente, que o
entrelaçamento quântico violaria sua
teoria da desigualdade, mas teorias
realistas contendo as variáveis ocultas,
não. Isso ocorre porque a ligação entre
partículas entrelaçadas é mais forte do
que Einstein queria acreditar. Então, se a
correlação medida entre pares de
partículas de um experimento fosse
acima de um determinado limiar, seria
inconsistente com variáveis ocultas e a
teoria do emaranhamento quântico
estaria correta.[3]

Entrelaçamento quântico de
uma única partícula
O entrelaçamento quântico de uma única
partícula foi demonstrado por uma
equipe da Universidade Griffiths. Usando
uma técnica chamada "Homodyne
Detection", eles dividiram um único fóton
entre dois laboratórios e testaram se a
medição de uma parte alterava o status
da outra. Dessa forma, verificaram a
ocorrência do entrelaçamento.[4]

 
Dois fótons são emitidos por uma fonte S e são
propagados em duas direções opostas.

Na teoria, o entrelaçamento acontece


quando duas partículas continuam
conectadas apesar de estarem
separadas. Dessa forma, o que acontece
em uma partícula é refletido na outra.
Por exemplo, um spin no sentido horário
na primeira partícula será equivalente a
um spin no sentido anti-horário na
segunda, com o spin combinado das
duas sendo zero. No entanto, medir uma
partícula pode ser uma ação sobre ela,
que, por sua vez, afetaria a outra
partícula. Então seria impossível saber
se a ação na segunda partícula é um
resultado do entrelaçamento ou da
medição.[5]

Mas existia a possibilidade do


entrelaçamento quântico acontecer com
uma única partícula. Se um único fóton
for dividido em duas partes de pacote de
onda ainda conectadas, essa conexão é
considerada um entrelaçamento. No
entanto, a partícula em si nunca é
detectada em mais de um lugar - quando
medida, sua função de onda entra em
colapso. Isso foi descrito por Albert
Einstein há 80 anos em um artigo e se
tornou conhecido como o paradoxo EPR.
A conclusão era que o entrelaçamento
de uma única partícula seria impossível,
ou que as definições da realidade física
vindas da mecânica quântica estavam
erradas.[5]

A equipe da Universidade de Griffiths


verificou quantitativamente a "ação
fantasmagórica" de Einstein, ao violar
uma desigualdade de Einstein-Podolsky-
Rosen em 0,042 ± 0,006. O experimento
também verificou o emaranhamento do
fóton único dividido, mesmo quando um
lado não é confiável.[4]
Fontes de fótons emaranhados

Fontes de fótons emaranhados,


conforme publicado na Nature, estão no
cerne do processamento de informações
quânticas fotônicas.[6] Desde a década
de 1980, sabe-se como gerar pares de
fótons emaranhados através do
processo de conversão descendente
paramétrica espontânea (SPDC), onde
um feixe de fótons é dividido em pares
emaranhados passando-o através de um
cristal.[7] Para evitar muito ruído (isto é,
múltiplos eventos de pares de fótons), os
pares de fótons só podem ser
produzidos com uma probabilidade de
emissão baixa por pulso (p),[8]
tipicamente p <0,1 por pulso de
excitação. Essa ineficiência tem sido,
portanto, tinha sido uma das
desvantagem intrínseca dessas fontes.[9]

Muitas tecnologias fotônicas quânticas


exigem a geração eficiente de pares
emaranhados de fótons, mas até 2018
havia poucas maneiras de produzi-las de
maneira confiável. Fontes baseadas em
conversão paramétrica descendente
operaram com uma eficiência muito
baixa por pulso devido ao processo de
geração probabilística. Os pontos
quânticos de semicondutores podem
emitir determinados pares de fótons
emaranhados deterministicamente, mas
ficam aquém devido à eficiência de
extração extremamente baixa.
Estratégias para extrair fótons únicos de
pontos quânticos, como incorporá-los
em cavidades ópticas de banda estreita,
eram difíceis de traduzir para fótons
emaranhados.[10]

Sistemas ópticos com aprimoramento


quântico que operam dentro da região
espectral de 2 a 2,5 μm podem ajudar a
revolucionar aplicações emergentes em
comunicações, sensoriamento e
metrologia. Até 2019, fontes de fótons
emaranhados foram realizadas
principalmente na janela espectral de
700 a 1 550 nm do infravermelho
próximo. Em 2020, uma equipe de
pesquisa de 15 membros, usando um
cristal não linear feito de niobato de lítio,
desenvolveu um método para gerar e
detectar fótons quânticos emaranhados
a um comprimento de onda de 2,1
micrômetros.[11] Os pares de fótons
emaranhados no comprimento de onda
de 2 micrômetros seriam
significativamente menos influenciados
pela radiação solar de fundo. Além disso,
especialmente para comprimentos de
onda de dois micrômetros, os fótons são
menos absorvidos pelos gases
atmosféricos, permitindo uma
comunicação mais eficaz.[12]
Entrelaçamento quântico de
mais de uma partícula
Uma equipe da Universidade de Ciência e
Tecnologia da China (USTC) conseguiu
entrelaçar 18 qubits em apenas seis
fótons conectados.[13] Isso é um número
sem precedentes de três qubits por fóton
e um registro do número de qubits
vinculados uns aos outros por meio do
entrelaçamento quântico.[14]

Ver também
Paradoxo EPR
Teorema de Bell
Teoria do absorvedor de Wheeler e
Feynman

Referências
1. «Emaranhamento quântico cria novo
estado da matéria | Scientific
American Brasil | Nastari Editores» .
www2.uol.com.br. Consultado em
17 de maio de 2018
2. «O Universo é qântico (página 6)» .
cftc.cii.fc.ul.pt. Consultado em 17 de
maio de 2018
3. «Emaranhamento quântico
finalmente é provado» .
HypeScience. 3 de dezembro de
2015
4. Fuwa, Maria; Takeda, Shuntaro;
Zwierz, Marcin; Wiseman, Howard
M.; Furusawa, Akira (24 de março de
2015). «Experimental proof of
nonlocal wavefunction collapse for a
single particle using homodyne
measurements» . Nature
Communications (em inglês). 6 (1).
ISSN 2041-1723 .
doi:10.1038/ncomms7665
5. «Pesquisadores demonstram o
entrelaçamento quântico entre uma
partícula - e provam que Einstein
estava errado» .
revistagalileu.globo.com
6. Kimble, H. J. (junho de 2008). «The
quantum internet» . Nature (em
inglês). 453 (7198): 1023–1030.
ISSN 1476-4687 .
doi:10.1038/nature07127
7. Burnham, David C.; Weinberg, Donald
L. (13 de julho de 1970).
«Observation of Simultaneity in
Parametric Production of Optical
Photon Pairs» . Physical Review
Letters. 25 (2): 84–87.
doi:10.1103/PhysRevLett.25.84
8. Pan, Jian-Wei; Chen, Zeng-Bing; Lu,
Chao-Yang; Weinfurter, Harald;
Zeilinger, Anton; Żukowski, Marek
(11 de maio de 2012). «Multiphoton
entanglement and interferometry» .
Reviews of Modern Physics. 84 (2):
777–838.
doi:10.1103/RevModPhys.84.777
9. Wang, Xi-Lin; Chen, Luo-Kan; Li, W.;
Huang, H.-L.; Liu, C.; Chen, C.; Luo, Y.-
H.; Su, Z.-E.; Wu, D. (15 de novembro
de 2016). «Experimental Ten-Photon
Entanglement» . Physical Review
Letters. 117 (21). 210502 páginas.
doi:10.1103/PhysRevLett.117.21050
2
10. Chen, Yan; Zopf, Michael; Keil,
Robert; Ding, Fei; Schmidt, Oliver G.
(31 de julho de 2018). «Highly-
efficient extraction of entangled
photons from quantum dots using a
broadband optical antenna» . Nature
Communications (em inglês). 9 (1):
1–7. ISSN 2041-1723 .
doi:10.1038/s41467-018-05456-2
11. Prabhakar, Shashi; Shields, Taylor;
Dada, Adetunmise C.; Ebrahim,
Mehdi; Taylor, Gregor G.; Morozov,
Dmitry; Erotokritou, Kleanthis; Miki,
Shigehito; Yabuno, Masahiro (1 de
março de 2020). «Two-photon
quantum interference and
entanglement at 2.1 μm» . Science
Advances (em inglês). 6 (13):
eaay5195. ISSN 2375-2548 .
doi:10.1126/sciadv.aay5195
12. «A new method for generating
quantum-entangled photons» (em
inglês). 31 de março de 2020
13. Letzter,LiveScience, Rafi. «Chinese
Researchers Achieve Stunning
Quantum-Entanglement Record» .
Scientific American (em inglês)
14. Wang, Xi-Lin; Luo, Yi-Han; Huang, He-
Liang; Chen, Ming-Cheng; Su, Zu-En;
Liu, Chang; Chen, Chao; Li, Wei; Fang,
Yu-Qiang (28 de junho de 2018). «18-
Qubit Entanglement with Six
Photons' Three Degrees of
Freedom» . Physical Review Letters.
120 (26). 260502 páginas.
doi:10.1103/PhysRevLett.120.26050
2
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