Paradoxo EPR
Paradoxo EPR
Paradoxo EPR
Paradoxo EPR
O paradoxo EPR ou Paradoxo de Einstein - Podolsky - Rosen na mecnica quntica um experimento mental que demonstra que o resultado de uma medio realizada em uma parte do sistema quntico pode ter um efeito instantneo no resultado de uma medio realizada em outra parte, independentemente da distncia que separa as duas partes. Isto vai de encontro aos princpios da relatividade especial, que estabelece que a informao no possa ser transmitida mais rapidamente que a velocidade da luz. O nome "EPR" vem das iniciais de Albert Einstein, Boris Podolsky, e Nathan Rosen, que apresentaram este experimento mental em um trabalho em 1935 que buscava demonstrar que a mecnica quntica no uma teoria fsica completa. algumas vezes denominado como paradoxo EPRB devido a David Bohm, que converteu o experimento mental inicial em algo prximo a um experimento vivel. O EPR um paradoxo no seguinte sentido: se tomarmos a mecnica quntica e a ela adicionarmos uma condio aparentemente razovel (tal como "localidade", "realismo" ou "incerteza"), obtm-se uma contradio. Porm, a mecnica quntica por si s no apresenta nenhuma inconsistncia interna, nem (como isto poderia sugerir) contradiz a teoria relativstica. Como um resultado de desenvolvimentos tericos e experimentais seguintes ao trabalho original do EPR, a maioria dos fsicos atuais concorda que o paradoxo EPR um exemplo de como a mecnica quntica viola o ponto de vista esperado na clssica, e no como uma indicao de que a mecnica quntica seja falha e sim inaplicvel ao meio. 1. Descrio do paradoxo O paradoxo EPR apia-se em um fenmeno predito pela mecnica quntica e conhecido como entrelaamento quntico, que mostra que medies realizadas em partes separadas de um sistema quntico influenciam-se mutuamente. Este efeito atualmente conhecido como "comportamento no local" ou, coloquialmente, como "estranheza quntica".
1.2. Realidade e integridade Introduziremos agora dois novos conceitos usados por Einstein, Podolsky, e Rosen, que so cruciais em seu ataque mecnica quntica: (i) os elementos da realidade fsica e (II) a integridade de uma teoria fsica. Os autores no se referem diretamente ao significado filosfico de um "elemento da realidade fsica". Ao invs disso, assumem que se o valor de qualquer quantidade fsica de um sistema pode ser predito com absoluta certeza antes de se realizar uma medio ou, em outras palavras, perturbando-o, ento tal valor corresponde a um elemento da realidade fsica. Note que o oposto no necessariamente verdadeiro; poderia haver outros caminhos para existir elementos da realidade fsica, mas isto no afeta o argumento. O EPR definiu uma "teoria fsica completa" como aquela na qual cada elemento da realidade fsica tem relevncia. O objetivo deste artigo era mostrar, usando estas duas definies, que a mecnica quntica no uma teoria fsica completa. 1.3. Localidade no experimento EPR O princpio da localidade estabelece que processos fsicos ocorrendo em um determinado lugar no devem ter um efeito imediato em elementos da realidade em outro local. primeira vista, isto parece ser algo aceitvel, j que parece ser uma conseqncia da relatividade especial, que estabelece que a informao nunca possa ser transmitida mais rapidamente que a velocidade da luz sem violar o princpio da causalidade. uma crena geral que qualquer teoria que viole o princpio da causalidade deve possuir uma inconsistncia interna. Ou seja, a mecnica quntica viola o princpio da localidade, mas no o princpio da causalidade. Porm, o princpio da localidade apia-se muito na intuio e Einstein, Podolsky e Rosen no puderam abandon-la. Einstein brincou, dizendo que as predies na mecnica quntica eram "estranhas aes distncia". A concluso que eles esboaram era a de que a mecnica quntica no uma teoria completa. Deve-se notar que a palavra localidade tem vrios significados na Fsica. Por exemplo, na teoria quntica de campo, "localidade" significa que os campos qunticos em diferentes pontos no espao no interagem entre si. Porm, teorias de campo quntico que so "locais" neste sentido violam o princpio da localidade como definido por EPR. 2. Resolvendo o Paradoxo 2.1. Variveis ocultas H vrios possveis caminhos para se resolver o paradoxo EPR. Um deles, sugerido por EPR, que a mecnica quntica, a despeito do seu sucesso em uma
ampla variedade de contextos experimentais, ainda uma teoria incompleta. Em outras palavras, h ainda uma teoria natural a ser desvendada, qual a mecnica quntica age no papel de uma aproximao estatstica (uma excelente aproximao, sem dvida). Diferente da mecnica quntica, esta teoria mais completa conteria variveis correspondentes a todos os "elementos da realidade". Deve haver algum mecanismo desconhecido atuando nestas variveis de modo a ocasionar os efeitos observados de "no-comutao dos observveis qunticos", isto , o princpio da incerteza de Heisenberg. Tal teoria conhecida como teoria das variveis ocultas. 2.2. Desigualdade de Bell Em 1964, John Bell mostrou que as predies da mecnica quntica no experimento mental de EPR so sempre ligeiramente diferentes das predies de uma grande parte das teorias de variveis ocultas. Grosseiramente falando, a mecnica quntica prediz uma correlao estatstica ligeiramente mais forte entre os resultados obtidos em diferentes eixos do que o obtido pelas teorias de variveis ocultas. Estas diferenas, expressas atravs de relaes de desigualdades conhecidas como "desigualdades de Bell", so em princpio detectveis experimentalmente. Depois da publicao do trabalho de Bell, inmeros experimentos foram idealizados para testar as desigualdades de Bell (como mencionado acima, estes experimentos geralmente baseiam-se na medio da polarizao de ftons). Todos os experimentos feitos at hoje encontraram comportamento similar s predies obtidas do mecnico quntico padro. Porm, este campo ainda no est completamente definido. Antes de mais nada, o teorema de Bell no se aplica a todas as possveis teorias "realistas". possvel construir uma teoria que escape de suas implicaes e que so, portanto, indistinguveis da mecnica quntica; porm, estas teorias so geralmente nolocais (parecem violar a casualidade e as regras da relatividade especial). Alguns estudiosos neste campo tm tentado formular teorias de variveis ocultas que exploram brechas nos experimentos atuais, tais como brechas nas hipteses feitas para a interpretao dos dados experimentais. Todavia, ningum ainda conseguiu formular uma teoria realista localmente que possa reproduzir todos os resultados da mecnica quntica. 2.3. Implicaes para a mecnica quntica A maioria dos fsicos atualmente acredita que a mecnica quntica correta, e que o paradoxo EPR somente um "paradoxo" porque a intuio clssica no corresponde realidade fsica. Vrias concluses diferentes podem ser esboadas a partir desta, dependendo de qual interpretao de mecnica quntica se use. Na velha interpretao de Copenhague, conclui-se
Que o principio da localidade no se aplica e que realmente ocorrem colapsos da funo de onda. Na interpretao de muitos mundos, a localidade preservada, e os efeitos da medio surgem da separao dos observadores em diferentes "histricos". O paradoxo EPR aprofundou a nossa compreenso da mecnica quntica pela exposio de caractersticas no-clssicas do processo de medio. Antes da publicao do paradoxo EPR, uma medio era freqentemente visualizada como uma perturbao fsica que afetava diretamente o sistema sob medio. Por exemplo, quando se media a posio de um eltron, imaginava-se o disparo de uma luz nele, que afetava o eltron e que produzia incertezas quanto a sua posio. Tais explicaes, que ainda so encontradas em explicaes populares de mecnica quntica, foram revisadas pelo paradoxo EPR, o qual mostra que uma "medio" pode ser realizada em uma partcula sem perturb-la diretamente, pela realizao da medio em uma partcula entrelaada distante. Tecnologias baseadas no entrelaamento quntico esto atualmente em desenvolvimento. Na criptografia quntica, partculas entrelaadas so usadas para transmitir sinais que no podem ser vazados sem deixar traos. Na computao quntica, partculas entrelaadas so usadas para realizar clculos em paralelo em computadores, o que permite que certos clculos sejam realizados mais rapidamente do que um computador clssico jamais poderia fazer.