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Ebook Motivacao Habito 171207

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Copyright ® 2017 by Conquista Editora e Coaching Ltda.

Todos os direitos desta edição são reservados à Conquista Editora.

DIRETORIA CONQUISTA
Bárbara Chagas

SUPERVISÃO EDITORIAL
Douglas Araujo

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Paulo Matos

DIAGRAMAÇÃO
Repike - Comunicação Descomplicada

CAPA
Repike - Comunicação Descomplicada

REVISÃO
Roque Aloísio

ISBN 978-85-5765-015-2

Nem a editora nem o autor assume qualquer responsabilidade por


eventuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados desta publicação.

(21) 2146-2592
www.conquistaeditora.com.br
COAUTORES

André Morini
Cátia Guimarães
Cristiano Moreira
Elaine Trannin
Jefferson Adriano
Leandro Lima
Leilla Ribeiro
Lilian Schocair
Lincoln Menezes
Maria Kalempa
Monique Fontes
Patrícia Borges
Paulo Matos
Renata de Sant´Anna
Rui Mesquita
Tânia Ribeiro
ÍNDICE

Introdução ......................................................................................................... 1

Leilla Ribeiro .................................................................................................... 3


Acredite nos seus sonhos ....................................................................................... 4

Lincoln Menezes .............................................................................................. 9


Realize metas e objetivos, hoje! .............................................................................10

Elaine Trannin ............................................................................................... 21


Desenvolvendo talentos ........................................................................................ 22

Paulo Matos .................................................................................................... 29


Como elaborar um plano estratégico pessoal? ..................................................... 30

Cátia Guimarães ........................................................................................... 39


Coaching e suas ferramentas para criação de hábitos saudáveis ........................ 40

Jefferson Adriano ......................................................................................... 47


Saia da zona de conforto e conquiste mais ........................................................... 48

Patrícia Borges .............................................................................................. 53


Hábito diário e metas claras para o equilíbrio e melhores resultados na vida ..... 54

Monique Fontes ............................................................................................. 63


O poder da sua mente ........................................................................................... 64
ÍNDICE

Rui Mesquita ................................................................................................... 69


Trace metas e objetivos: Como o Coaching pode te ajudar? ................................ 70

Tânia Ribeiro .................................................................................................. 77


Motivação e a ciência da felicidade ....................................................................... 78

Lilian Schocair ............................................................................................... 87


Autoconfiança e Realização Profissional ............................................................... 88

André Morini .................................................................................................. 97


Mudança de hábito através do Coaching .............................................................. 98

Renata de Sant’Anna ................................................................................. 103


Auto-responsabilidade: a liberdade de fazer escolhas conscientes .................... 104

Leandro Lima ................................................................................................ 111


Uma razão para vencer - Aprenda a encontrar o seu “porquê” ........................... 112

Cristiano Moreira ....................................................................................... 123


Como sair da Autossabotagem ........................................................................... 124

Maria Kalempa ............................................................................................ 131


Como organizar suas tarefas e ser motivado ...................................................... 132
Transformando Motivação em Hábito

INTRODUÇÃO

Este livro é constituído de uma reunião de textos escritos, cada um,


por um autor diferente, mas com um objetivo central: mostrar a você,
leitor, caminhos para a realização profissional e a felicidade pessoal.
São especialistas com expertises na área das relações humanas
que possuem vasto conhecimento em diversos assuntos atuais e de
suma importância no contexto de aprimoramento intelectual.
Nos tempos atuais em que, diariamente, a mídia apresenta notícias
negativas do Brasil e do mundo, fala de esquemas para desvios cor-
ruptivos de dinheiro público, mostra a guerra do tráfico e as tragédias
advindas de tudo isso, que é um rosário interminável de estressantes.
O que todos nós precisamos são notícias boas de sucesso pessoal e de
exemplos claros que é possível vencer.
Dedicação ao próximo, eis o que você encontra na leitura desta
obra. Os escritores, pessoas comuns que venceram na vida, trazem
palavras de carinho, de estímulo e mútuo auxílio para que os seus lei-
tores possam se dedicar mais aos pensamentos positivos – sim, pen-
samentos positivos é o que se encontra em todos os artigos – e, assim,
construir uma nova vida para encarar o presente e o futuro sem os me-
dos, traçar metas e o organizar planos estratégicos com os quais alcan-
çará a autoconfiança e a realização pessoal, mesmo que as mazelas
da sociedade continuem a incomodar a todos os medrosos e reclusos a
sua mesmice. Não há possibilidade de errar, basta ler cada artigo com
atenção e atender aos chamados de quem entende da mente e da alma
do ser humano.
Transforme sua motivação em hábito! Seja uma pessoa que realiza!

1
Transformando Motivação em Hábito

Leilla Ribeiro
(47) 99656-0416
coachleillaribeiro@gmail.com
www.leillaribeiro.com.br
/leillaribeiropalestranteecoach
@leillaribeirocoach
/leila-ribeiro-1b231991
/leillafrancielliribeiro

Leilla Francielli Ribeiro, é apaixonada pelo ser humano e por sua


capacidade de transformação, é graduada em Psicologia, Pós Gra-
duada MBA em coaching, é Master Coach, Palestrante e Empresária.
Há 10 anos estuda sobre a mente humana e o seu poder de realiza-
ção. Há 5 anos atua como Coach de Mulheres Empresárias, contri-
buindo para que elas alcancem resultados de forma mais rápida e
eficaz, aumentem sua autoconfiança, conquistem liberdade financei-
ra e viva a vida que sempre sonhou.

3
Leilla Ribeiro

Acredite nos seus sonhos

O que são os sonhos e para que eles servem? Sonho é tudo


aquilo que você deseja, é a motivação diária, o que dá sentido para
a vida, o que faz cada pessoa ser única e ter motivos próprios para
sair da cama todos os dias e enfrentar os desafios em busca de mais
felicidade, paz, bem estar, saúde, disposição, ou seja, sonhar é ter
motivos para fazer de sua vida algo incrível e transformar aquilo que
está em sua mente uma realidade no futuro. Como Já dizia Walt Dis-
ney “Sonhos existem para se tornarem realidade”, e por que muitas
pessoas não conseguem realizar nem 10% de tudo aquilo que elas
tanto sonham? Vários são os motivos, mas estes 3, se não elimina-
dos, farão que sua vida seja feita apenas de ilusão.:
Primeiro: Não se permitem sonhar;
Segundo: Não acreditam em seu poder interno;
Terceiro: Deixam o medo tomar conta.
Você já parou para pensar como seria sua vida, se não existe o
medo? O que você estaria fazendo se soubesse que a possibilidade
de fracasso não existisse? Quais sonhos você teria realizado, se sou-
besse que tudo daria certo?
Eu, Leila Ribeiro, quero lhe ajudar a resgatar seu poder in-
terno, a acreditar nos seus mais idealizados sonhos e contribuir para
transformá-los em realidade. Aproveite cada parágrafo deste capítu-
lo, permita-se a uma viagem interna e descubra o quanto você é uma
pessoa incrível e que tudo o que um sonho precisa para se tornar
realidade é alguém que acredite nele e que entre em ação. Para isso
é importante se permitir sonhar, imaginar, idealizar, em um primeiro
momento sem pensar se é possível ou não, apenas escutar sua voz
interna.
Nas linhas a seguir escreva quais são seus mais idealizados
sonhos de vida. Se nesse momento você encontrasse uma lâmpada
mágica, onde nela sairia um gênio e ele lhe concedesse a realização
de 3 sonhos quais seriam?
Sonho 1 _________________________________________
Sonho 2 _________________________________________

4
Transformando Motivação em Hábito

Sonho 3 _________________________________________
Por que é importante para você tornar esses sonhos em
realidade? Como você vai se sentir? O que você ganha? Como as
pessoas que você mais ama vão se sentir? O que você vai poder pro-
porcionar para as pessoas que você mais ama? O que será diferente
na sua vida se eles se tornarem reais? Aproveite este momento para
identificar os motivos e ganhos que você terá no futuro se transformar
esses sonhos em realidade, respondendo as perguntas acima, colo-
que tudo o que vier em sua mente:
_________________________________________________
__________________________________________________
_________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________.
Tenho certeza que sua vida será mais incrível do que é hoje.
Por que você não tem tudo isso já? Quais são as desculpas ou his-
tórias que você está contando diariamente a você mesmo que estão
lhe impedindo de alcançar seus objetivos? Talvez neste momento
você acredite que não seja merecedor, ou por medo de não dar certo,
medo do que os outros vão falar ou pensar, medo de se decepcio-
nar, ou talvez porque está esperando alguém fazer o que é de sua
responsabilidade. Talvez você esteja colocando a culpa no marido
ou esposa que não lhe apoia, ou na sua família de origem por ter
nascido em uma família pobre, ou em morar em uma cidade onde não
teve oportunidades, ou talvez esteja culpando o governo, a crise, a
empresa que não lhe reconhece e não dá o aumento que você acre-
dita merecer.
Seja qual for o seu motivo, o primeiro passo para transformar seus
sonhos em realidade é trazer a responsabilidade 100% para você,
o SONHO é seu e a responsabilidade de transformá-lo em realida-
de também. Desde que nascemos, o tempo todo estamos cheios de
oportunidades e problemas, a diferença é para onde você decide
olhar. Quais são as desculpas que você conta diariamente a você
mesmo para não entrar em ação?
Durante minha carreira, como Psicóloga clínica, teve dois casos
que atendi que me fez olhar a vida com outros olhos. Atendi duas
mulheres com câncer em fase terminal, e o que mais me doeu nesses
atendimentos, foi ver que o tempo delas estava no fim, e elas queriam

5
Leilla Ribeiro

fazer tudo aquilo que tinham deixado para trás, queria realizar todos
os sonhos dos quais tiveram oportunidade e nunca aproveitaram.
Será que é necessário estar com o pé na cova para então começar a
viver e a realizar seus mais idealizados sonhos? Às vezes, pode ser
tarde demais. O que você está esperando para entrar em ação? Este
foi o motivo pelo qual eu parei de atuar como Psicóloga, fiz a forma-
ção de Coach e passei a atuar somente com esta profissão, porque
minha maior missão de vida é contribuir para que o maior número
de pessoas transformem seus mais idealizados sonhos em realidade
e vivam intensamente cada momento e que façam sua vida valer a
pena, porque isso é extremamente possível, e eu vou lhe ajudar nes-
ta jornada.
Saiba que em média de 90% do que se passa em sua mente nun-
ca se tornará realidade, e que a maioria dos seus medos são fantas-
mas internos criados na maior parte das vezes por você mesmo. A
partir de AGORA, decida ser o protagonista de sua história, assuma
a responsabilidade 100% de seus sonhos e eu lhe garanto que coisas
incríveis começarão a acontecer em sua vida.
No início deste capítulo, solicitei para que você escrevesse seus
3 maiores sonhos de vida, agora vou lhe ajudar a dar os primeiros
passos para transformá-los em realidade. Escreva o que está lhe im-
pedindo de já ter realizado tudo isso, quais são seus maiores medos?
Lembre-se que os únicos limites que existem são aqueles que você
acredita ter. Só mudamos aquilo que temos consciência, desta forma,
liste o maior número de medos que vir em sua mente quando você
pensa em seus sonhos.
_________________________________________________
__________________________________________________
_________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________.

Agora olhe para cada medo e pergunte o quanto eles são reais?
Tenho certeza de que muitos você vai perceber que são apenas fan-
tasias de sua mente. Os que você separou como sendo realmente
reais, pergunte-se qual a probabilidade real (quando falo real, aqui é

6
Transformando Motivação em Hábito

importante analisar com a razão e não com a emoção) de ele aconte-


cer? Não se assuste, ele, com certeza, tem uma probabilidade, mas
acredito que você notou que, na maioria, a probabilidade é muito bai-
xa. Tenho certeza que agora sua lista de medos está bem menor.
Aos medos reais que ficaram, pense no que é necessário você fazer
para que eles não lhe impeçam de entrar em ação na realização de
seus sonhos.
Acredito verdadeiramente que todo ser humano pode ser, ter
ou fazer qualquer coisa que deseje em sua vida, mas para isso ele
precisa perceber o poder interno que existe dentro de si e despertá
-lo. Tenho certeza que você, que está lendo agora este capítulo, é um
ser incrível, que você já conquistou coisas em sua vida que pareciam
ser impossíveis. Relembre esses momentos, faça uma análise sobre
sua vida e se surpreenderá ao perceber que você pode muito mais do
que imagina.
Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. Crie um
plano de ação e comece a usá-lo, pare de procrastinar, afinal, daqui
a um ano, tenho certeza, que se arrependerá de não ter iniciado hoje.
Saiba que não somos egoístas por fazer nossa estrela brilhar, somos
egoístas quando não deixamos que nossa estrela brilhe.

Se não for você que realizará seus SONHOS,


Quem SERÁ?
Se não for AGORA,
Quando SERÁ?

Temos uma única oportunidade de viver o dia de hoje, ele


nunca mais voltará a existir e, quando o olhamos como uma oportu-
nidade e fazemos o que tem de ser feito, todos os sonhos deixam de
ser sonhos e passam a ser REALIDADE. Acredite em você, acredite
em seu potencial e ACREDITE EM SEUS SONHOS.

7
Transformando Motivação em Hábito

Lincoln Menezes
(22) 99744-0431
lincolnmenezes@hotmail.com

• Especialista em Gestão Empresarial com ênfase em Pessoas pela


Fundação Getúlio Vargas (FGV)/Ohio Univeristy - EUA;
• Coaching pessoal e profissional pela Sociedade Brasileira de
Coaching;
• Bacharel em Teologia e especialista em Gestão Ministerial pela
Faculdade Batista do Estado do Rio de Janeiro (FABERJ);
• Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Candido
Mendes (UCAM);
• Atuou como instrutor no Serviço Nacional de Aprendizagem Comer-
cial (SENAC) e Instituto Federal Fluminense (IFF), também como
Analista de Sistemas da Fundação Municipal de Saúde de Campos;
• Atualmente atua como Coaching Pessoal e Profissional;
• Professor universitário nas Universidades Candido Mendes e
FABERJ;
• Pastor da 1ª Igreja Batista do Parque Universitário em Campos dos
Goytacazes/RJ.

9
Lincoln Menezes

Realize metas e objetivos, hoje!

Qual alpinista aceitaria ser levado de helicóptero para alcançar o


alto de uma montanha? Chegar ao topo, conquistar, encher o pulmão
de ar, erguer as mãos aos céus e soltar o grito da conquista, não é
apenas uma questão de chegar lá, mas a satisfação de ter vencido
todos os desafios do caminho e gerado conhecimento e habilidade
para novas conquistas. Alcançar o topo é uma combinação de mo-
tivação, propósito, competência, habilidade, persistência e estraté-
gia; por isto, alguns alpinistas evitam escalar sozinhos. Uma aliança
estratégica correta pode ser uma boa vantagem para grandes reali-
zações, afinal, é bom chegar ao topo e ter com quem compartilhar
a vitória. O rei Salomão já dizia isso a milhares de anos: “Melhor é
serem dois do que um,... porque se um cair, o outro levanta.” (Ecle-
siastes 4:9,10)
Ao persistir na execução de qualquer projeto, encontraremos
sempre influências externas; situações que fogem de nosso domí-
nio, e interferem positiva ou negativamente nos resultados. Imagine
o seguinte cenário: no dia da prova final, para obter a carteira de
motorista, nota-se que cai uma intensa chuva, dificultando o trajeto;
ou até mesmo a tão sonhada viagem internacional interrompida por
condições climáticas desfavoráveis. Seria lamentável, não é mesmo?
Essas questões apontam para embates externos que não controla-
mos, e algumas vezes provocam desistência. Neste ponto de vista,
administrar o reposicionamento é importante para que a soma des-
sas experiências não promova o desânimo e as crenças limitantes.
Se existe um objetivo na vida que vale a pena ser perseguido, por que
transformar as condições externas desfavoráveis em um empecilho
fatal para a realização? Não seria melhor perceber as dificuldades
como uma oportunidade de melhoria? Costumo dar o exemplo do
aparelho de GPS (Global Position System) que, ao apresentar um
mapa eletrônico, estrategicamente refaz a rota sempre que perde o
percurso original. No oceano das oportunidades, precisamos apren-
der a ajustar as velas do barco para usar o vento a nosso favor. A
dificuldade pode ser vista por um prisma pedagógico e se tornar uma
boa oportunidade de aprendizado e de reposicionamento.
VALIDAÇÃO DE OBJETIVO
Escrever uma lista de sonhos e objetivos é um exercício que vale

10
Transformando Motivação em Hábito

a pena se dedicar, e a partir dela escolher um para começar hoje.


Ao escrever, livre-se de objeções que não lhe permitem sonhar e
responda à pergunta: Em um cenário onde tudo esteja ao meu favor:
o tempo, recursos e pessoas, de 0 a 10, o quanto realmente me com-
prometo em realizar esses projetos?
Escolha bem os objetivos de vida que realmente merecem dedi-
cação, pois a vida transcorre em função do tempo e esses elementos
estão intimamente ligados. Onde você dedicar seu tempo, também
estará dedicando sua vida.
Quando sondamos o coração e abrimos a “gaveta dos sonhos”,
observamos desejos que ainda estão lá; talvez uma viagem interna-
cional, a conclusão do curso de língua estrangeira, a especializa-
ção em mestrado ou doutorado, a promoção no trabalho, a abertura
do próprio negócio, o casamento, a aquisição do carro novo, a casa
própria, entre outros. Que tal retirar os projetos da gaveta hoje para
começar a vivê-los?
VENCENDO LIMITES INTERNOS
É bom apreciar uma criança e seu mundo de possibilidades, pois
assim a vida parece ser mais colorida e com uma contagiante alegria.
No decorrer da vida, criamos objeções que se opõem a realização,
construímos crenças limitantes que geram um estado psicológico
adotado como premissa de verdade. Sabotamos a nós mesmos,
criando elementos intangíveis que nos impedem de assumir novas
responsabilidades, gerando pensamentos como: “eu não posso falar
em público”; “não sou capaz de realizar isso”; “isso não é pra mim”;
“eu nasci pra sofrer”; “eu já tentei, mas não consigo”; “eu não consigo
terminar nada que começo”. Tudo isso são expressões de objeções e
crenças limitantes que, uma vez adquiridas e desenvolvidas, nos pri-
vam de grandes realizações. Elas surgem sem nenhuma base cien-
tífica que as afirmem e provocam a estagnação do protagonista do
projeto. Certamente, a nossa maneira de pensar influencia em nosso
agir, pois são os nossos pensamentos que geram sentimentos e que,
por sua vez, geram ações. Qual a história que você deseja contar,
que viveu, aos seus bisnetos? O melhor dia para recomeçar é hoje,
talvez por isso chama-se “presente”.
Não controlamos as variáveis externas (chuva, taxa de juros, co-
tação do dólar), entretanto, podemos diminuir o nível de risco com
um bom planejamento. O desânimo costuma bater à porta quando

11
Lincoln Menezes

nossos sonhos são ameaçados e, nesse momento, geralmente,


criam-se objeções e pseudo limites que promovem a estagnação. É
relevante compreender que a experiência é um mix de erros e acertos
que potencializa o olhar para os próximos desafios. A vida é muito
curta, para vivê-la parcialmente, sem intensidade e propósito. A vida
merece mais!
Sócrates marca a filosofia ocidental com uma expressão ri-
quíssima: “Conheça-te a ti mesmo...”. Esse é um ótimo exercício
para combater as crenças limitantes e ampliar as oportunidades.
Conhecer os pontos fortes, as virtudes, competências é um diferen-
cial na projeção de si mesmo para alcançar metas. De igual modo co-
nhecer as próprias fraquezas ou pontos de melhoria, ajuda a eliminar
as ameaças oriundas de pontos débeis no indivíduo. O ser humano
pode superar suas limitações. Se existem objetivos saudáveis que
valem a pena ser vividos e simpatizam com ética e a moral, porque
não os realizar? Até quando viver à mercê de objeções inválidas que
produzem privações e bloqueios mentais para a não realização dos
objetivos de vida? Todo objetivo é alcançado com esforço, porém o
que de fato importa é o quanto ele é pertinente para você. A vida,
nesta terra, é finita, e se não a priorizarmos, corremos o risco de
ter uma vida com poucas realizações significativas. O rei Salomão,
em sua velhice, escreve, em um de seus livros poéticos, o seguinte:
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas for-
ças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto,
nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Eclesiastes 9:10)
TRÍADE DA REALIZAÇÃO
Atingir metas e realizar objetivos pode parecer um pouco distante
quando não há clareza sobre “o que fazer” e “como fazer”. Tudo se
torna mais prático quando diluímos o objetivo em etapas eficazes,
mapeando o tempo de execução de cada ação, para o cumprimento
do projeto. O resultado será de grandes realizações em pouco espa-
ço de tempo. Destarte, o sucesso dependerá das ações dedicadas e
assertivas do “hoje”, dentro de um planejamento estratégico.
Imagine como seria dirigir um carro em Paris, pela primeira vez,
à procura de um bom hotel para descansar. Sem clareza do nome
das ruas, quadras ou pontos de referência, com velocidade reduzida
e tentativa frustrada de ler as placas na língua nativa. Mesmo em um
lugar tão bonito o resultado será perda de tempo, stress e gastos com
combustível, não é mesmo? A vida é bela e, se queremos resultados

12
Transformando Motivação em Hábito

coerentes, precisamos de ações planejadas e estratégicas, que tra-


gam bons resultados, evitando riscos e gastos desnecessários. Cos-
tumo dizer que é melhor gastar lápis e borracha em um planejamento,
do que tempo e recursos em ações aleatórias e fora de um projeto.
Um bom exercício para a mente, a fim de trazer à consciência
aquilo que lhe inspira e merece sua dedicação e esforço, é escrever,
com riqueza de detalhes, os objetivos a serem alcançados, se possí-
vel, colando figuras que os representem, classificando-os em curto (1
ano), médio (2 a 4 anos) e longo prazo (5 a 7 anos).
A “tríade da realização” é um conjunto de ações para o início de
grandes realizações: 1º) ter clareza de objetivo, 2º) comprometimen-
to; 3º) foco nas etapas. Iniciar um projeto com a ausência dessa tría-
de pode gerar resultados como: redução de velocidade de execução,
gasto de tempo desnecessário e desperdício de recursos. É preciso
saber exatamente aonde se quer chegar; e depois, assumir a res-
ponsabilidade como protagonista do projeto. Projetos arquivados na
“gaveta dos sonhos” podem ser retomados a partir de hoje, sob a
ênfase dessa tríade. Então, vamos lá:
1º) Clareza de objetivo: saber exatamente onde estou e aonde
quero chegar, ter nitidez do cenário desejado. Um bom exercício para
isso é fazer a lista dos sonhos e elucidar as coisas importantes para
as quais vale a pena dedicar a vida. A ausência de clareza é como
uma venda nos olhos de um craque de futebol. Mesmo com talento
e competência tácita, o desempenho fica totalmente comprometido.
2º) Comprometimento: mais do que envolvimento, é responsabi-
lidade, engajamento. Existe uma história que exemplifica bem esse
termo. Em uma lanchonete, no cardápio, estampa-se o lanche de
nome “Eggs Bacon”. Nele, os principais elementos são fornecidos
pela galinha (o ovo) e pelo suíno (o bacon), a participação da gali-
nha a faz estar “envolvida” com o lanche, já o suíno precisou doar
a si mesmo para entregar o bacon, portanto está “comprometido”.
Comprometimento é entrega de si mesmo para realização de algo.
Comprometer-se é o quanto de energia, dedicação e esforço você
está disposto a empreender por aquilo que você acredita.
3º) Foco nas etapas: o ponto de elucidação é o ato de conver-
gir atenção assertiva e temporal para cada fase do projeto. É bom
lembrar que a existência de etapas é precedida pelo planejamen-
to. Verdadeiramente, o segredo está na dedicação às etapas ou mi-

13
Lincoln Menezes

cro objetivos. Dessa forma fica muito mais leve mensurar, controlar,
avaliar e corrigir. Um atleta olímpico, para correr bem e alcançar o
primeiro lugar, investe na excelência de cada passo; pois, na soma
deles, reside a vitória. Comemorar as pequenas vitórias nos retroa-
limenta de motivação e confiança para prosseguir. Quais foram as
conquistas desta semana? É bom trazer à memória, aquilo que nos
dá esperança.
É muito importante usar o foco com assertividade; o foco comum
propõe luz sobre algo enquanto outras coisas ficam obscuras. O foco
assertivo acontece quando a dedicação ao objetivo não sobrepõe,
por exemplo, a atenção à saúde, nem remove o tempo de descan-
so e de dedicação aos filhos e cônjuge. O foco assertivo é aquele
que mantém o equilíbrio com todas as áreas da vida, e possibilita ao
protagonista da realização as condições adequadas para seguir em
frente.
SABER DIZER: “NÃO”.
Todo ser humano tem escolhas, e, quando decide viver com mais
propósito e atingir objetivos, precisa também aprender a dizer “não”.
É muito comum receber telefonemas ou mensagens, de assunto ir-
relevante, no momento em que se está mais ocupado na execução
de um projeto. Para não “desagradar“, dedicamos 10, 20, 30 minutos
preciosos, quebrando a linha de raciocínio e interrompendo um im-
portante processo na execução diária de um objetivo. Quando a outra
pessoa percebe o incômodo, pergunta: “Estou te incomodando?” e a
resposta comum é: “claro que não, pode falar!”. Não seria mais fácil
e verdadeiro dizer: “Olá amigo(a), você pode me ligar mais tarde?” ou
“Olá, tudo bem, olha, agora eu não posso te dar a atenção que você
merece, mas quando concluir o trabalho aqui eu ligo pra você”. Pron-
to, sinceridade e cortesia é uma boa junção para este caso. Quantas
horas você ganharia no dia com atitudes assim? Faz-se necessário
salientar que as pessoas são mais importantes que coisas ou proces-
sos, e são dignas de toda atenção e respeito; por isso, a boa equali-
zação na gestão de tempo também promoverá melhor qualidade no
entretenimento e na vida social.
Outro ponto imprescindível é saber dizer “não” a si mesmo. Em
muitos momentos, nós nos sabotamos, como, por exemplo, manten-
do-nos horas com mensagens no celular e nas redes sociais em um
tempo que deveria ser destinado às grandes realizações para a vida
e na companhia de pessoas que amamos. A ausência de disciplina

14
Transformando Motivação em Hábito

e o envolvimento demasiado às atividades irrelevantes, deixam os


objetivos ainda mais distantes. Saber dizer “não” auxilia em assumir
o controle do trabalho e do lazer. Já tive cliente de coaching que, com
novas ações, ganhou 3horas e 20minutos diários, e essas mudanças
refletiram também na economia financeira.

NOVOS HÁBITOS, NOVOS RESULTADOS


Em um seminário de negócios na Ohio University – EUA, conheci
um profissional que, instruído pelo médico, precisou se afastar do
trabalho por questões de saúde, o qual já vinha sendo prejudicado
pelo contato com determinada matéria-prima. Num reposicionamento
estratégico por uma vida saudável e de qualidade, foi para os Esta-
dos Unidos para um “upgrade” no seu conhecimento, aumentando
o seu “Know How”, a fim de retornar ao seu país de origem para se
recolocar no mercado.
Se nos próximos dias, você repetir exatamente o mesmo com-
portamento que vem realizando nos últimos seis meses, conseguirá
atingir seus objetivos? Algumas pessoas se acostumaram a viver no
“piloto automático”, ou seja, acordando, trabalhando, estudando, co-
mendo e dormindo. É preciso aperfeiçoar a rotina e adequá-la para
alcançar metas. Um bom exercício é escrever sobre as seguintes
questões: Quais são as tarefas de alto impacto, no meu dia, que devo
priorizar? Quais são as tarefas delegáveis? Quais são as eliminá-
veis? E quais são as novas tarefas que precisam ser inseridas no
meu dia para uma melhor performance?
A Neurociência afirma que precisamos de até 66 dias de ativida-
des para obter um novo hábito. Uma das maiores lutas que travamos
é para que a mente aceite um novo hábito. Já tentou fazer dieta? Per-
cebeu como o corpo e a mente reagem nos primeiros dias de exer-
cícios na academia? Um novo comportamento pode ser aprendido a
partir do compromisso e da saudável repetição até que o novo hábito
interiorize. Qual o novo hábito ou comportamento que você precisa
assumir para ver seu objetivo acontecer? De 0 a 10, o quanto você
está comprometido a investir nesse novo hábito?
Para alcançar alguns bons resultados, precisamos desenvolver
novas habilidades, e para obter uma habilidade, é preciso exercer
novos hábitos. Alguém que aprendeu a dirigir há pouco tempo, ao
entrar no carro, leva um tempo relembrando as instruções: primeiro

15
Lincoln Menezes

cinto de segurança, ajuste de retrovisores, virar a chave, etc. A essa


fase a psicologia chama de “competência consciente”, que ocorre
quando a pessoa conhece os procedimentos, todavia ainda não se
tornou um hábito natural, precisa se esforçar para relembrar os de-
talhes. Alguém que dirige, há muitos anos, entra no carro e vai. Sua
competência é inconsciente, ela já faz quase que automaticamente,
pois o cérebro sabe exatamente o que fazer naquela ocasião. Para
obter esse nível de habilidade, é necessário prática e repetição. Cien-
te disso, o quanto você está disposto a investir em novos hábitos para
obter novos resultados? Quais são as habilidades e competências
que você precisa obter para atingir seu objetivo?

TRÍADE DA AÇÃO EFICAZ


A tríade da ação eficaz é baseada em comportamento, logo, ba-
seada no ser: 1º) firme, 2º) constante, 3º) abundante. Essa proposta
é de um teólogo do primeiro século conhecido como Paulo de Tarso,
um escritor, reverenciado por escrever quase 50% do Novo Testa-
mento da Escritura Sagrada Cristã; ele propõe firmeza e abundância
nas ações diárias para a obtenção de resultados. Para Paulo, o “ser”
vem antes do “ter”. Resultados são frutos do esforço de uma ação
dedicada para alcançar algo. Em seus escritos, Paulo informa que
não gastava energia naquilo que não estava alinhado com seu pro-
pósito: “Portanto, não corro como quem corre sem alvo, e não luto
como quem apenas soca o ar.” (I Coríntios 9:26). Isso nos leva a uma
reflexão: As minhas ações diárias estão convergindo para uma vida
de propósito, conquista se resultados?
Um dos grandes nomes da gestão da qualidade, Joseph Juram,
tem uma trilogia que levou seu nome: “Trilogia de Juram” baseada
em: 1º) Planejamento 2º) Controle 3º) Melhoria. Compreende-se que
a excelência do resultado está diretamente ligada à qualidade do pro-
cesso. Até mesmo na área de TI (Tecnologia da Informação), reco-
menda-se melhoria de processo para uma boa informatização. Em
outras palavras, não basta ter um objetivo, cada etapa precisa ser
planejada, controlada e melhorada em tempo de execução.
É comum em partidas de vôlei, o técnico sinalizar com as mãos
pedindo “tempo” ao juiz para conversar com a equipe. É incrível como
uma simples mudança estratégica pode levar um time à vitória. Se
essa interrupção, feita pelo técnico, for realizada apenas no final do

16
Transformando Motivação em Hábito

jogo, talvez não haja mais tempo e energia para reverter o placar.
Isso mostra a importância da ação corretiva imediata dentro de um
projeto de sucesso em busca do objetivo.
Agir no tempo chamado “hoje” é de superlativa relevância para o
sucesso de qualquer projeto, trabalhando na melhoria contínua, de-
tectando e removendo as não conformidades, em busca de otimiza-
ção do tempo; de gestão de recursos e do aprimoramento da forma
que se realiza. A isso damos o nome de “ação corretiva em tempo de
execução”. Quais são as ações corretivas que podem ser feitas hoje?
Fica mais fácil alcançar um objetivo, distribuindo o esforço em
ações diárias. Ler um livro de 300 páginas em um mês é um objetivo
que vai custar apenas a leitura de 10 páginas por dia, dentro de um
tempo agradável de 15 a 25 minutos. Fica mais leve fazer a viagem
internacional dos sonhos que custa R$ 5.110,00, guardando 7 reais
por dia, em um planejamento de dois anos. A procrastinação pode
ser substituída por ações diárias firmes, constantes e sempre abun-
dantes. Por isso, o “hoje” é o dia da realização que pode ser adminis-
trado como micro objetivos de metas semanais.

EQUILÍBRIO HOLÍSTICO: corpo, mente e espírito


CORPO
Alcançar um objetivo é muito bom; ter saúde para desfrutar dele é
melhor ainda. Faz bem desenvolver um olhar interno para um cuidado
holístico, gerando mais coragem, força e ânimo para outras realiza-
ções. Antes de uma longa viagem de férias com a família, é essencial
investir na revisão do carro, não é mesmo? Traz tranquilidade e segu-
rança para chegar ao destino.Para isso, é recomendável levar o carro
a um especialista para dar garantias de um bom funcionamento.De
igual modo, para conseguir alcançar um objetivo com tranquilidade
e segurança, é preciso focar no elemento principal dos seus proje-
tos: Você. E então? Como vai sua saúde, seu sono de qualidade,
sua alimentação e seus exercícios físicos? Recomenda-se investir
no acompanhamento de um médico especialista para obter as orien-
tações corretas. Ter mais disposição para viver ao lado das pessoas
que ama e para impulsionar os projetos de vida, não tem preço.

17
Lincoln Menezes

MENTE
Somos bombardeados com tantas informações, que fica quase
impossível administrar tudo isso sem uma estratégia para a gestão
dos pensamentos. Os sintomas de uma sociedade com esse quadro
é de irritabilidade, flutuação emocional, frustrações, déficit de con-
centração, entre outros. Esses têm sido temas de grandes autores
como o Dr. Augusto Cury. Neste mundo de relacionamento virtual,
recebemos uma avalanche de informações, por tecnologias cada vez
mais ágeis, exigindo respostas em tempo real; administrar tudo isso
em concomitância com o trabalho, família, projetos e estudos não é
fácil. Isso se agrava quando percebemos que estamos fazendo uma
coisa e vivendo outra: trabalhar preocupado com os estudos, almoçar
assistindo televisão, tomar banho preocupado com o trabalho, ou es-
tudar preocupado com os compromissos do outro dia. Essa tem sido
a dinâmica que gera a falta de tempo para um olhar mais profundo
para dentro de si. É necessário cuidar da mente para viver e chegar
bem aos objetivos desejados. Nesse caso, é importante ouvir uma
abordagem de algum profissional da mente humana. Cuidar de si
também é uma demonstração de amor próprio. Conhecer a si mesmo
é uma grande ajuda para a organização do “eu”. É importante salien-
tar que descanso também é parte integrante de qualquer projeto de
sucesso. Para grandes resultados, o aluno tem intervalo, o trabalha-
dor tem férias, o plantonista tem folga, o carro de fórmula 1 tem o “pit
stop”, até mesmo a massa de pão precisa descansar para ter quali-
dade. Costumo dizer que trabalhar com um machado cego sempre
resulta em grande esforço e nenhum resultado. É preciso saber parar
um pouco para amolar o machado, por uma vida de mais qualidade.
ESPIRITO
A busca por metas e objetivos não precisa suplantar as experi-
ências simples da vida. Existem riquezas no sorriso de uma crian-
ça, no gorjear dos pássaros, na apreciação das ondas do mar, na
beleza das flores do jardim, no pôr do sol. Ser grato por pequenas
coisas; honrar aos pais pela vida; ter gratidão aos que estenderam
a mão na estrada da vida para nos ajudar a levantar; servir e tratar
bem as pessoas, independente de ocasião ou lugar; nutrir alguém de
esperança ao estender as mãos para ajudar. Tudo isso são riquezas
intangíveis que não podem ser desprezadas. A vida, a saúde e a fa-
mília são dádivas tão grandes que só podemos agradecer ao Eterno.
Quando uma organização deseja melhorias, ela chama um consultor,

18
Transformando Motivação em Hábito

e ele funciona como um anjo que visualiza a organização de forma


holística e, a partir de seu conhecimento e experiência, propõe mu-
danças significativas. Entretanto, sobre a vida, quem pode nos dar
essa consultoria? O pão aponta para o padeiro, a criança aponta para
uma mãe que a gerou; cada elemento dentro de nós e a nossa vol-
ta aponta para um arquiteto que é maior do que o elemento criado.
Como disse o filósofo francês, Voltaire: “Assombra-me o universo e
eu crer procuro em vão, que exista um tal relógio e um relojoeiro não”.
Lucas, um médico do primeiro século, fez uma pesquisa minucio-
sa e escreveu um livro sobre a vida de um grande líder. No segundo
capítulo de seu livro, ele apresenta uma história interessante: Diz o
livro que, no primeiro século, César Augusto, imperador romano, de-
cretou que todos voltassem as suas cidades de origem para uma
espécie de recadastramento. Em uma das cidades, chamada Belém,
houve superlotação, e a estrutura hoteleira não suportou essa situa-
ção atípica de grande demanda. Contudo, foi uma grande movimen-
tação, gerando boas oportunidades de negócios e empreendimentos.
Nesse contexto, um homem chamado José, acompanhado de sua
esposa grávida, procurou ajuda ao perceber que sua esposa entrou
em trabalho de parto. As pessoas estavam tão atraídas para as novas
oportunidades de negócios que não deram lugar para o menino nas-
cer. Aquele menino, descrito na história, era Jesus, mencionado na
Escritura como o “Emanuel”, que significa Deus conosco.
Baseado no modo atual de atenção à área espiritual, qual seria
a sua atitude se estivesse lá? Por vezes, um olhar desfocado de si
mesmo e mais dedicado para o alto, sob a égide do Eterno, pode ser
o que realmente falta para o equilíbrio holístico de uma vida com mais
propósito.

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Transformando Motivação em Hábito

Elaine Trannin
(41) 99971-1975
coach@elainetrannin.com.br
www.elainetrannin.com.br

Elaine Trannin atua hoje como Master Coach e seu histórico profis-
sional inclui mais de 15 anos de experiência em empresas nacionais
e multinacionais, liderando diversas equipes nas áreas de Produção,
Qualidade, Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e Supply Chain.
Tem formação como Life Coach, Executive Coach e Master Coach
com foco em desenvolvimento de pessoas, processos, liderança e
gestão de equipes de alta performance. É Analista Comportamental
DISC, Analista de Competências ASSESS, Especialista em Análise
de Personalidade pela Psicologia Dos Eneatipos - Eneagrama, Pós-
Graduada em Psicologia Transpessoal, MBA em Gestão Estratégica
de Empresas, Black Belt em Lean Sigma, Mestre em Engenharia Am-
biental, Especialista em Meio Ambiente na Espanha e Engenheira
Química. Participou do Leadership Training pela Portland University
nos EUA e Canadá.
Participação em treinamentos e projetos internacionais nos Esta-
dos Unidos, Canadá, México e China. Experiência internacional resi-
dindo em Madrid, Espanha. Fluente em Inglês e Espanhol.

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Elaine Trannin

Desenvolvendo Talentos

O que é talento?
A palavra talento vem do latim talentum e significa “inclinação, de-
sejo de fazer, de conquistar”. Com a parábola de Matheus na Bíblia,
acabou ganhando um novo significado como “aptidão, dom especial”
e o Dicionário Aurélio, então, traz o significado como aptidão natural
ou adquirida, engenho, disposição, habilidade. O Instituto Gallup diz
que se refere a qualquer padrão recorrente de pensamento, sensa-
ção ou comportamento que possa ser usado produtivamente.
Tomando como referência essas definições, vemos que talento
pode ser algo inato ou pode ser adquirido. Será mesmo? Vamos ex-
plorar mais essa questão?
Podemos pensar nos talentos que consideramos inquestionáveis
e merecedores de nossa admiração, como o dos brasileiros no fu-
tebol, dos norte-americanos no basquete, dos suíços na fabricação
de relógios e chocolate, entre tantos outros. Temos talentos de uma
época, como dos pintores italianos da Renascença entre os séculos
XIV e XVI, e os filósofos gregos entre os séculos IV e III a.C.
Mas, e na nossa vida? Como temos contato com a questão do
talento?
Voltando a nossa infância e trazendo a nossa memória alguns
momentos que foram marcantes em nossas vidas, vem o ato de levar
o boletim para nossos pais verem e assinarem. Todos passamos por
isso, desde a mais tenra infância. Caso tivéssemos uma nota ver-
melha e todas as demais azuis, íamos com bastante receio porque
sabíamos que seríamos cobrados por aquela única nota e teríamos
de estudar mais e conseguir aumentar aquela nota. Todas as outras
notas acima da média não eram nem mencionadas e, dessa forma,
perdemos uma oportunidade muito importante de começar a conhe-
cer alguns de nossos talentos inatos, disciplinas a que nem precisá-
vamos nos dedicar tanto, mas que sabíamos que iríamos conseguir
notas altas, porque o assunto simplesmente fluía na nossa compre-
ensão ou nos dava muito prazer em estudar. Mesmo quando conse-
guíamos todas as notas azuis, muitas vezes, ouvíamos: “você não fez
mais que a sua obrigação, já que só estuda.”. De uma forma ou de
outra, nossos talentos não eram vistos e muito menos valorizados,

22
Transformando Motivação em Hábito

porque o olhar acabava se direcionando para a falta, a dificuldade,


ao que não foi alcançado.
No nosso processo de formação, fomos muito mais reprimidos
do que incentivados. Em prol de virarmos adultos responsáveis, ho-
nestos, trabalhadores e com valores apropriados, tivemos nossa es-
pontaneidade castrada, nossas vontades reprimidas, nossos talentos
adormecidos. Foram muito mais “pare com isso”, “não mexa aí”, “fi-
que quieto agora”, do que “me conte como foi seu dia”, “que legal que
aprendeu a virar cambalhota”, “o que você mais gostou de fazer hoje
na escola?”. Sem falar que nossos talentos são tão naturais para nós
que achamos que todos têm as mesmas habilidades.
Portanto, crescemos sem ter aprendido a nos olhar com admira-
ção e reconhecer o que temos de diferencial, de destaque, de único.
Amadurecemos com foco no que é necessário melhorar, no que te-
mos de progredir, no que precisamos alcançar e todas as conquistas
fundamentais para sermos “alguém na vida”. Nesse contexto, ficou
difícil pensarmos em talentos, sejam eles naturais ou aprendidos, já
que também não conseguimos perceber o quanto somos capazes
de desenvolver habilidades, de aprender coisas novas, de promover
mudanças em nossas vidas, com os recursos pessoais que já temos.
Fomos educados para caminharmos nos trilhos que já foram cons-
truídos por outras pessoas e não para desbravar novas trilhas, novos
rumos, novos pontos de chegada.
Como desenvolver ou aprimorar talentos?
Logo, como adultos, se quisermos ir em busca do reconhecimento
de nossos talentos, temos de ampliar a consciência a respeito de
quem realmente somos, do que gostamos, do que nos faz brilhar os
olhos e do que acelera nosso coração. Talvez, tenhamos de voltar a
nossas memórias de infância e adolescência e recordar o que gos-
távamos de fazer, o que pensávamos que seríamos quando cres-
cêssemos. A recomendação de fazer uma autobiografia nos ajuda,
e muito, nesse processo de autoconhecimento. É preciso lembrar as
principais passagens de nossa vida, considerando a infância, a ado-
lescência e a vida adulta, realçando principalmente o que sentimos
nos momentos que vierem a nossa mente. Devemos focar principal-
mente nas emoções primárias: alegria, tristeza, raiva e medo. Essa é
uma excelente forma de começarmos a sair do automático e perceber
nossos padrões repetitivos.

23
Elaine Trannin

A partir dessa auto percepção, podemos introduzir os principais


desafios para formarmos novas competências, segundo Dulce Ma-
galhães e baseado nos 4 pilares da Educação estabelecidos pela
UNESCO:
• Aprender a Aprender: Quando nos propomos a aprender uma
nova profissão, um novo esporte, um idioma, acabamos tendo difi-
culdade porque, na realidade, não sabemos qual é o nosso jeito de
aprender. Temos de desenvolver essa competência para descobrir
qual o método mais adequado para o nosso próprio aprendizado.
Isso faz uma diferença incrível na busca e desenvolvimento de nos-
sos talentos. Temos de lembrar também que uma coisa é o que nos
ensinam e outra é o que aprendemos. O Centro para a Liderança
Criativa (Center for Creative Leadership – EUA) desenvolveu o con-
ceito 70/20/10 para aprendizagem. As pesquisas dizem que, em mé-
dia, 10% do nosso aprendizado vêm da educação formal por meio de
livros e cursos, 20% vêm da interação com profissionais da área ou
Coaches e 70% vêm da experiência e da vivência interna, do ato de
executar. Por isso, é muito importante colocarmos em prática o que
estamos aprendendo de forma a potencializar nosso próprio aprendi-
zado, ao invés de ficarmos esperando nos sentirmos prontos. É claro
que, nos casos em que estamos fazendo algo que possa representar
algum risco para nós, para o outro ou para o ambiente em que esta-
mos, temos de ser supervisionados por algum profissional experiente
até termos condições de executar isso com maestria e sem necessi-
dade de supervisão. O próprio Carl Jung afirmou que 80% do que ele
aprendeu foi em consultório com seus pacientes. Lembre-se sempre
que “aprender não é um evento, mas sim um processo.”

• Aprender a Mudar: “A vida é fluxo”, já nos dizia o filósofo grego


Heráclito, em VI a.c, portanto mudança é o que temos de mais prová-
vel em nossas vidas. Se você acredita que tem a opção de permane-
cer fazendo as mesmas coisas com as quais já se sente confortável
e, assim, minimizar seus riscos, eu lhe digo que o universo nos trará a
mudança de forma compulsória. Outro fator é que a ordem dos acon-
tecimentos é um pouco diferente do que estávamos acostumados na
escola, onde o professor ensinava a lição e aplicava a prova. Se não
tivéssemos realmente aprendido e mostrado esse conhecimento na
prova, teríamos de receber a mesma lição novamente. No palco da
vida, ocorre o contrário, porque, primeiro, uma prova se apresenta a

24
Transformando Motivação em Hábito

nós e podemos então aprender uma lição. Caso não aprendamos,


outras provas virão até que consigamos entender o que é para ser
entendido e, assim, ter uma evolução na nossa percepção de mundo.
Portanto, mudar não é opcional, é parte da vida! Se seguirmos seu
fluxo natural, vamos navegar a favor da maré, a favor de nós mesmos
e sair dos modelos prontos e pré-estabelecidos pela sociedade e pe-
las nossas famílias. Um outro ponto que vale ressaltar no processo
de mudança é que a dificuldade pode não ser a mudança para algo
novo, mas sim renunciar ao que temos no momento atual, deixar algo
que não está nos fazendo bem. Mudar é ter capacidade de abrir mão
do que não serve mais, do que não está mais trazendo coisas boas, é
cair no terreno das incertezas, mas sabendo que está indo na direção
de mais bem-estar.
“É mais fácil fazer uma mudança difícil do que viver uma vida difí-
cil.” (Dulce Magalhães)
• Aprender a Fazer: Aqui reside boa parte de nossas maiores
ilusões, porque aprendemos a fazer algo de uma certa maneira e
acreditamos que é a única forma de executar a atividade. Fechamo-
nos para diversas outras possibilidades e pontos de vista, perdendo
muitas oportunidades de aprendizagem e não explorando todo o po-
tencial de realização, mudança e evolução que temos. Roberto Cre-
ma nos traz que “ninguém muda ninguém, ninguém muda sozinho,
nós mudamos nos encontros.”, portanto, é importante que possamos
nos permitir ser modificados por nossos relacionamentos, que pos-
samos aprender formas inovadoras de realizar as mesmas atividades
e, assim, expandir nossas fronteiras e criar algo novo a partir de uma
nova percepção. “Uma mente que se abre a uma nova ideia jamais
voltará ao seu tamanho original”, como nos ensinou Albert Einstein.
Transformando potencial em resultados
Entendendo que não aprendemos a reconhecer nossos talentos,
podemos afirmar que esses talentos estão na forma de potencial den-
tro de nós. O que seria potencial?
Potencial é uma palavra que vem do latim Potens e significa
‘aquele que pode, potente’. Potencial pode ser entendido como uma
semente que está dentro de nós, mas que ainda não germinou. Ela
não germinou porque não foi vista, não teve a atenção e os cuidados
necessários para crescer e se desenvolver.
Temos um grande potencial de aprendizagem, de desenvolvimen-

25
Elaine Trannin

to de novas realidades e de novos resultados. Todo um universo ain-


da não explorado.
Então, o que está latente em nós, pedindo para ser regado a cada
dia? Será que estamos colocando energia para desenvolver nossos
talentos ou estamos desperdiçando energia tentando melhorar nos-
sas fraquezas? Está muito claro que, se reforçarmos nossos pontos
fortes, o resultado é muito mais fértil porque a energia investida será
muito melhor aproveitada e pode diminuir a importância das nossas
fraquezas.
Essas são perguntas que vêm para buscar nossas respostas. São
perguntas profundas com respostas mais profundas ainda e precisa-
mos silenciar para buscar respondê-las. À medida que me conheço,
eu conheço a realidade da minha vida, eu entendo as minhas opções
e, então, posso crescer, evoluir e adquirir a capacidade de começar
uma vida mais autêntica. Posso, a partir desse ponto, conhecer as
minhas motivações, os meus propósitos e desenvolver uma realidade
de forma verdadeira, sendo uma representação do meu EU real.
Como desenvolver talentos?
Para concluirmos essas reflexões e abordarmos o processo de
desenvolvimento de talentos, vamos fazer uma analogia com o pro-
cesso de criação de novos hábitos, já que talento será algo que exer-
ceremos naturalmente em nosso dia a dia. Naturalmente, nossa vida
é recheada de diversos hábitos, alguns positivos e outros nem tanto.
Esses hábitos estão tão enraizados em nós que pode não ser fácil
termos força e determinação suficientes para mudá-los. Contudo, te-
mos uma boa noticia vinda de diversas pesquisas da neurociência: é
muito mais fácil mudar um hábito velho do que criar um hábito novo.
Charles Duhigg nos traz que um hábito é composto de 3 etapas: a
deixa, a rotina e a recompensa. Como podemos entender cada etapa
dessas?
• Deixa: pode ser entendida como um acontecimento, um fato,
uma ocorrência. Algo que sucede em nossa vida, independente de
querermos ou não, e que nos causa alguma reação. Exemplo: Tenho
uma entrevista de emprego e fico ansioso.
• Rotina: é a forma como costumamos reagir ao que nos acontece
(reação ao fato anterior – a deixa). Exemplo: acendo um cigarro.
• Recompensa: é o que buscamos como resultado da ação/rea-

26
Transformando Motivação em Hábito

ção que tivemos em relação ao que ocorreu. Exemplo: me sinto mais


calmo.
A estratégia para mudar um hábito é primeiramente identificar es-
sas 3 etapas. Quando esse ciclo estiver claro na nossa mente, a
Regra de Ouro é a seguinte:
1. Mantenha a deixa (não podemos mudar os fatos)
2. Ofereça a mesma recompensa
3. Insira uma nova rotina
Por que isso? Entendemos que, muito provavelmente, as deixas
vão continuar acontecendo, e a nossa busca por recompensas tam-
bém continuará, por isso, só temos ação direta sobre a rotina. Além
disso, é mais fácil mudar somente uma das etapas do que mudar o
processo inteiro. Como isso vai funcionar na prática?
1. Identifique as 3 etapas de um hábito que você quer mudar:

ROTINA

ANSEIO POR
DEIXA
RECOMPENSA

2. Pense em uma atividade que possa substituir a rotina atual


3. Comece a exercitar a nova rotina a cada deixa
Estudos dizem que, se repetirmos uma atividade por 21 dias se-
guidos, essa atividade virará um hábito e, portanto, se incorpora a
nossa vida. Nosso cérebro trabalhará fazendo novas conexões de
forma a tornar o novo hábito um padrão recorrente, ou seja, nos-
sas sinapses estabelecem nossos talentos. Portanto, instigo a todos
a testarem essa Regra de Ouro e perceberem o quanto podemos
realizar mudanças em nossas vidas em direção ao uso de nossos

27
Elaine Trannin

talentos e qualidades inatas e também aprendidas. Nesse momento,


podemos responder à primeira pergunta do início deste capítulo e
afirmar que podemos desenvolver talentos a partir de novos hábitos
e também é possível transformar nossos potenciais em talentos. Es-
tudos dizem que, após dez mil horas de treino, podemos ser especia-
listas no que quisermos. Daniel Coyle nos reforça a importância da
prática constante e nos traz que o treinamento profundo, onde esteja
presente o ato de executar, errar, analisar o erro e executar novamen-
te com concentração e foco é o que nos levará ao desenvolvimento
de talentos. Então, mãos, coração e mente à obra!
Para finalizar, gostaria de deixar esta frase que sempre me inspira
e espero que possa lhe inspirar também.
“Seja quem você é, todos os outros já existem.” (Oscar Wilde)

Referências:

BUCKINGHAM, M. & Clifton, D. Descubra seus pontos fortes. Editora


Sextante: Rio de Janeiro 2008.
COYLE, Daniel. O Código do Talento. Editora Agir: Rio de Janeiro,
2010.
DUHIGG, Charles. O Poder do Hábito. Editora Objetiva: Rio de Ja-
neiro, 2012.
MAGALHÃES, Dulce. O foco define a sorte. Integrare Editora: São
Paulo, 2011.
MAGALHÃES, Dulce. Manual da Disciplina para Indisciplinados. Sa-
raiva: São Paulo, 2008.
MAXWELL, John C. Talento não é tudo. Editora Thomas Nelson:
São Paulo, 2007.
Um Tesouro a Descobrir, Relatório para a UNESCO da Comissão
Internacional sobre Educação para o século XXI. UNESCO, Br

28
Transformando Motivação em Hábito

Paulo Matos
(21) 98135-5579
contato@pmatos.com.br
www.pmatos.com.br
/pmatos.coaching
@pmatos_coach
/company/3071719/
paulo_matos_coach
@Paulo_coach

Paulo Matos é administrador, pós graduado em gestão de projetos


e coaching, professor de diversas disciplinas nos cursos de MBA na
Universidade Estácio de Sá e IBMEC, especialista em gestão empre-
sarial, certificado em personal, leader, team e executive coach pela
Sociedade Brasileira de Coaching, certificado PMP pelo PMI.
Possui mais de 15 anos com gestão de equipes e projeto em em-
presas nacionais e multinacionais, tais como Claro, Ericsson, Huawei,
SulAmérica, Duloren, Linux, Variglog, ABCP, e mais de 10 anos como
palestrante e instrutor de treinamentos técnicos e comportamentais.
Realiza atendimentos individualizados como Coach para executivos
empreendedores e profissionais em geral.

29
Paulo Matos

Como elaborar um plano estratégico


pessoal?

Todo mundo tem um sonho, qual o seu?


Como vamos chegar a algum lugar, se não sabemos onde?
Como elaborar um plano estratégico pessoal para realizar os seus
sonhos?
Vamos sonhar?
Todos nós quando crianças, sonhávamos em ser alguma coisa
quando crescêssemos. Queríamos ser piloto, médico, professor,
astronauta, artista, músico, cientista, entre várias outras profissões
interessantes, eu mesmo quis ser motorista de caminhão de lixo, é
mole! Eu tinha uns 6 ou 7 anos e ficava imaginando como devia ser
legal dirigir uma caminhão tão grande e poderoso, capaz de engolir
toneladas de lixo rapidamente, mas nós crescemos e quem passa a
ser engolido somos nós, pelos desafios que nos são apresentados,
pelas necessidades que a vida começa a nos cobrar e pelos padrões
que a sociedade pede para nos enquadrarmos. Ter um emprego, se
formar, constituir uma família, passar em concurso público, ter uma
boa casa, um bom carro, viajar etc e, de repente, quando nos damos
conta, o nosso sonho de criança morreu, desapareceu, perdeu rele-
vância ou simplesmente ficou perdido em algum lugar dentro de nós,
tão perdido que julgamos não sermos mais capaz de encontrá-lo.
O que move o ser humano para se desenvolver, são seus so-
nhos, se não temos um sonho ou minimamente a vontade de realizar
algo, porque vou me mover? Por que vou sair da inércia, da zona
de conforto onde tudo é tão conhecido, fácil de realizar, seguro e
supostamente tranquilo? Para que eu vou correr risco em lugares
desconhecidos se posso ficar onde estou para o resto da minha vida?
E exatamente nesse ponto que muitos de nós desiste de continuar a
sua busca pela realização de seus sonhos, de inovar, de fazer algo
diferente ou de simplesmente melhorar o que já tem, conquistou ou
alcançou.
Se desafiar, não significa correr altos risco, significa se permitir
voltar a sonhar, a desejar, a querer mais, nem que seja só mais um
pouquinho e então abrir a porta das oportunidades, a porta que nos

30
Transformando Motivação em Hábito

permite vislumbrar um novo horizonte de possibilidades perspectivas


esquecidas ou nunca conhecidas.
Quais sonhos que você já teve e deixou de lado? Quais sonhos
que você abandonou pelo caminho? Quais estão esquecidos, mas
ainda mexem com você e podem ser o fator motivacional que faltava
para alavancar de vez os seus resultados pessoais e profissionais?
Vamos ao desafio?
Vamos resgatar ou criar um novo propósito para a sua vida?
Se aceitar esse desafio e ler o artigo com atenção, fazendo os
exercícios que vou propor, tenho certeza que quando chegar ao final
estará muito mais motivado para ir em busca das suas realizações.
Que tal chegar ao final do artigo com um plano para realizar os
seus sonhos?
Que tal atingir novos patamares de motivação na sua vida?
Que tal criar a chance real de realizar o que deseja?
Vamos lá, essa é a sua oportunidade!!!

1º passo – Qual o seu propósito?


Propósito é um objetivo que se deseja alcançar, mas para ser pro-
pósito, é preciso ser significativo, importante, realmente desafiador,
algo que o mantenha motivado para acordar todo os dias e fazer o
que for necessário para realizar esse objetivo, algo que quanto mais
você chega perto, mas força, gana e vontade tem para trabalhar ain-
da e acelerar o tempo para alcança-lo, algo que lhe dê a certeza de
que esta indo para o lado certo, independente dos erros que você
cometa ou dos “nãos” que receba ao longo do caminho. Algo que
mexa com suas emoções.
Vamos ao exercício!
Então escreva abaixo ou em uma folha de papel, talvez no seu
próprio celular ou computador se fizer nesse livro escreva a lápis,
certamente você voltará para atualizá-lo antes de terminar a leitura
desse artigo.

31
Paulo Matos

a. Qual o seu objetivo para 10 anos?


__________________________________________________
__________________________________________________
_________________________________________________.
Essa parte e mais difícil para algumas pessoas, mas não para
você que deseja realizar algo grandioso na sua vida. Acredite, se
você conseguir escrever algo entre 3 e 5 emoções positivas que vai
ter quando atingir seu objetivo, ele terá muito mais significado e pro-
pósito em sua vida.
Então anote: Quais emoções você sentirá quando realizar seu ob-
jetivo?
__________________________________________________
__________________________________________________
_________________________________________________.
Agora, avalie o seu objetivo e marque com um “X” as opções de
resposta, de acordo com cada pergunta abaixo:
Seu objetivo é específico?
Seu objetivo está detalhado e claro, de forma que não deixe dú-
vida do que se deseja alcançar as pessoas que vão lê-lo poderão
facilmente identificar o que você deseja.
( ) Sim ( ) Não
Seu objetivo é mensurável?
Ele pode ser medido, pode ser aferido de forma objetiva, possui
uma medida, um valor, pode ser avaliado ao longo do tempo para
alcançá-lo.
( ) Sim ( ) Não
Seu objetivo é alcançável?
Seu objetivo pode ser realizado, recursos como dinheiro, pesso-
as, tecnologia, conhecimento, já existem ou podem ser adquiridos,
tamanho da meta também conta, outro ponto importante é avaliar o
quanto a sua meta depende de recursos que não estão sob seu con-
trole. Então, seu objetivo é alcançável?
( ) Sim ( ) Não

32
Transformando Motivação em Hábito

Seu objetivo é relevante?


O que você quer realizar tem grande importância e significado,
algo que lhe trará muita felicidade, não apenas na realização mas
também no percurso, lhe deixará com o sentimento de realização,
de força, de que você está fazendo a diferença, aquela sensação de
missão cumprida, de querer mais, de estar fazendo a diferença para
as pessoas a sua volta.
( ) Sim ( ) Não
Seu objetivo é temporal?
Está claro o prazo para realização do seu objetivo, existe uma
data em que você poderá comemorar a realização do seu propósito
claramente. Eu já sugeri a você pensar em uma meta para 10 anos.
Mas você colou o dia mês e ano que deseja alcançar o seu objetivo?
( ) Sim ( ) Não
Se você marcou não em uma das opções, volte no seu objetivo
e o reescreva, só passe para o passo seguinte quando tiver certeza
que seu objetivo atende aos requisitos de ser: específico, mensurá-
vel, alcançavel, relevante e temporal.

2º passo – Defina metas intermediárias


Para realização do nosso propósito de vida, das nossas metas de
longo prazo, é necessário compreendermos a importância de termos
metas intermediárias a serem atingidas ao longo do tempo, são es-
sas metas que quando realizadas, nos deixarão motivados ao longo
da caminhada em direção ao objetivo maior, são elas que nos dirão
se está valendo a pena percorrer a trajetória traçada. Pode ser que
ao longo do caminho nós tenhamos outras perspectivas sobre nós
mesmos e sobre a vida, pode ser que alguns fatores, algumas pre-
missas que consideramos verdadeiras na hora que definimos nossa
meta maior, tenham se alterado ao longo do caminho. Não há ne-
nhum problema em fazermos ajustes e pequenas correções na nossa
rota, ou até mudar o nosso propósito, o importante é nos mantermos
motivados pela sua realização. Só estaremos realmente motivados
se criarmos o hábito de termos pequenos sucessos ao longo da nos-
sa caminhada. Mudar alguns objetivos ao longo da nossa caminhada
é normal e pode até ser bom que aconteça, significa que estamos re-

33
Paulo Matos

almente empenhados em realizar algo grandioso e estamos focados


na sua realização.
Agora que você já entendeu como escrever um objetivo, no passo
1 e já percebeu a importância de definirmos metas intermediárias,
vamos ao exercício?
Defina metas que você terá de alcançar ao longo do caminho em
prazos menores. Qualquer dúvida sobre como escrevê-las, volte no
cheklist do passo 1 e verifique se a meta está bem escrita.

b. Que objetivo terá alcançado 5 anos antes de realizar as metas


de 10 anos? Data: ____/____/____/
__________________________________________________
__________________________________________________
_________________________________________________.
c. Que objetivo terá alcançado 3 anos antes de realizar as metas
de 5 anos? Data: ____/____/____/
__________________________________________________
__________________________________________________
_________________________________________________.
d. Que objetivo terá alcançado 1 ano antes de realizar as metas
de 3 anos? Data: ____/____/____/
__________________________________________________
__________________________________________________
_________________________________________________.
e. Que objetivo terá alcançado 6 meses antes de realizar as
metas de 1 ano? Data: ____/____/____/

3º passo – Avaliação de recursos


Um hábito fundamental para atingir qualquer meta, é a avaliação
dos recursos. Você precisa definir claramente os recursos necessá-
rios e monitorá-los constantemente. Pergunte-se se os recursos que
você possui são os recursos certos, na quantidade certa e estarão
disponíveis no tempo certo para as realizações que deseja.

34
Transformando Motivação em Hábito

Os recursos podem ser das mais variadas fontes, por exemplo:


Dinheiro: Quanto de dinheiro é necessário para você realizar o
que pretende? Fazer alguns cursos, comprar algum tipo de material,
fazer viagens, são exemplos de atividades que podem ser necessá-
rias para atingir seus objetivos e certamente vão consumir dinheiro.
Materiais: Você pode precisar de livros, cadernos, folder para di-
vulgar alguma coisa, pense que materiais serão necessários, podem
ser materiais intangíveis como sites e páginas em redes sociais.
Tecnologia: Você vai precisar de algum sistema, software, com-
putador, celular algum tipo de aplicativo planilhas, em fim, defina os
recursos tecnológicos que serão necessários para lhe ajudar a che-
gar mais perto dos seus objetivos.
Infraestrutura: Alguns itens descritos no item de tecnologia po-
dem ser considerados como infraestrutura, fique a vontade para co-
locar o recurso no item que julgar mais apropriado, o importante é
que você os defina. Você pode definir como infraestrutura, uma sala,
uma casa, um carro ou moto, uma oficina ou um escritório, detalhe os
equipamentos que deve ter nesses espaços.
Pessoas: Quem são as pessoas necessárias para lhe ajudar a
chegar mais longe, quem são os recursos humanos que lhe ajudarão
com os recursos necessários, sejam eles indicação, mão de obra,
informações, ou até mesmo apoio e motivação para a realização dos
seus objetivos? Coloque nome ou experiência que essa pessoa deve
ter para ajudá-lo
Lembre-se que pensar nos recursos necessários deve ser um
hábito, uma rotina na sua vida. A necessidade de determinados re-
cursos pode mudar ao longo da sua jornada por isso é preciso moni-
torá-los constantemente.
Vamos definir os recursos para o 1º ano de realizações?
Preencha a tabela abaixo descrevendo os recursos necessários
com o máximo de detalhes possíveis.

35
Paulo Matos

DINHEIRO

MATERIAIS

TECNOLOGIA

INFRAESTRUTURA

PESSOAS

OUTROS

4º passo – Plano de ação de curtíssimo prazo


Sabe o que nos move de verdade? É o senso de urgência, a ne-
cessidade imediata de obter algo ou de não perder algo. Quanto de
nós já comprou algo que nunca usou, apenas porque era uma promo-
ção, o último, dia ou ainda as últimas unidades? Até hoje as campa-
nhas de marketing nos envolvem com esse tipo de anúncio buscando
despertar o nosso senso de urgência. Então vamos usar da mesma
tática com nosso cérebro, vamos criar a necessidade de urgência de-
finindo algumas ações de curtíssimo prazo que se não forem feitas,
não vamos realizar os nossos objetivos nos prazos desejados.
Pense nas ações mais imediatas que precisa fazer. Vou dar uma
ajudinha, as vezes coisas simples como buscar uma informação, fa-
lar com alguém, se matricular em um curso, fazer uma pesquisa ou
começar e ler um determinado livro, podem ser o divisor de águas na
realização dos nosso objetivos de longo prazo.
Agora faça o seu plano de ação, descreva em detalhes as ações
que fará nos prazos informados na tabela abaixo e que serão os pri-
meiros passos para te levar em direção à realização do seu propósito.

1 MÊS

3 SEMANAS

2 SEMANAS

1 SEMANA

3 DIAS

24 HORAS

36
Transformando Motivação em Hábito

Dicas de ouro
Aqui vão algumas dicas de outro para que você consiga realizar
todos os seus planos.

1ª dica - Gerencie o seu tempo


Preste atenção no seu dia a dia e identifique onde tem perdido o
seu tempo, é importante termos momentos de diversão e relaxamen-
to, mas cuidado, as vezes jogamos nosso tempo fora sobre o pretexto
de que queremos um tempo só para nós, quando na verdade esta-
mos distraídos com coisas que não nos agregam valor. Quanto tempo
estamos dedicando para fazer nada ou desperdiçando o pouco que
temos com bobagens? Faça uma pequena tabela do tempo que gasta
em cada dia com cada assunto e verifique se está distribuindo o seu
tempo de forma adequada, se tiver coloque no seu plano de ação e
reorganize o seu tempo.

2ª dica – Gerencia seu dinheiro


Administre seu dinheiro de acordo com suas necessidades, não
caia na armadilha de aumentar o seu padrão de vida conforme au-
mente as suas receitas, equilibre suas receitas e despesas para que
consiga fazer os investimentos necessários no seu sonho e obtenha
a reservas necessárias para que consiga realizar tudo que deseja.
Não corra o risco de virar um fardo para seus filhos e familiares, se
dê a oportunidade de ter os recursos necessários para investir no que
realmente for importante para você daqui a 10 anos, garanta que o
seu dinheiro está sendo administrado de forma inteligente.

3ª dica – Gerencia sua saúde


Tenha um bom plano de saúde e vá periodicamente ao médico,
se alimente bem, alterne momentos de trabalho e prazer ao longo
da sua semana e do seu dia. Fique mais tempo com sua família e
dedique mais energia com o que realmente é importante para você.
Pequenas dores e alterações no seu corpo, podem ser sinais impor-
tantes de que algo está errado, não adie uma ida ao médico. Lembre-
se que você precisará de saúde para realizar seus sonhos e ajudar as
pessoas que são importantes para você a realizar os dela, alimente-

37
Paulo Matos

se bem e faça exercícios físicos de forma regular.


Se você não está atuando conforme as dicas de ouroo, revise
seus objetivos e coloque ações específicas no seu plano de ação.
Forte abraço e sucesso na sua jornada!

38
Transformando Motivação em Hábito

Cátia Guimarães
(21) 99155-6963
ctg.rh1@gmail.com
www.ctgcoaching.com.br
/cátia-guimarães-1900b434

Cátia Guimarães, trabalha em Consultoria e Treinamentos com


foco em Liderança e Gestão de Pessoas.
Palestrante. Atua há mais 10 anos no mercado, utilizando com
excelência o coaching, sendo um agente de mudanças com resulta-
dos de impacto, alcançados no menor tempo possível. Graduada em
Administração.
Com certificação Internacional Professional & Self Coaching e
Analista Comportamental - Coaching Assessment e 360º para equi-
pes e Líderes - pelo Instituto Brasileiro de Coaching - IBC.

39
Cátia Guimarães

Coaching e suas ferramentas para criação


de hábitos saudáveis

1 – Coaching
Coaching é um processo que transforma e desenvolve suas ha-
bilidades, aptidões e conhecimentos, tanto no âmbito pessoal quan-
to no profissional, para o alcance de resultados extraordinários. É
uma parceria e um comprometimento entre duas ou mais pessoas, o
coach (profissional) e o coachee (você), que possuem objetivos em
comum e um único foco, você. As organizações já estão adaptando o
coaching a suas equipes com foco no desenvolvimento em grupo ou
individualmente. Coaching é uma filosofia de vida. Você deve estar
se perguntando como isso acontece, e como algo pode dar um resul-
tado tão positivo na vida de um ser humano. O método é focado em
ações, metas e na evolução contínua. A ideia é movimentar algo que
está parado e que frustra o seu dia a dia, por não conseguir alcançar
seus objetivos e ideais que ficam, por muitas vezes, apenas no papel.
Transformar e melhorar competências, habilidades e obter ações é
criar respostas aos seus porquês e alcançar o resultado desejado.
E, o mais importante, precisa estar livre de julgamento, pois cada
história é única e não existe o certo ou o errado.
O processo do coaching é desenvolvido através de ferramentas e
técnicas que trabalham todos os seus pontos, sejam eles positivos ou
negativos, fortes ou fracos. É muito comum que prestemos atenção
aos pontos que “não estão funcionando” e assim ficamos tão focados
no que não dá certo ao invés de no que dá certo, que desperdiçamos
muita energia e tempo, o que resulta em uma sensação de que nada
acontece e, automaticamente, em uma desmotivação interna. Sair
desse cenário é um dos desafios que o coaching traz para você, po-
rém se quiser algo pronto e já com o resultado na mão, sinto informar
que este método não lhe trará nenhum resultado, mas se quiser algo
que faça tirar a sua “miopia” e que você se disponha e se comprome-
ta consigo mesmo, você está no caminho certo.
Para que entenda como funciona essa experiência única
ou sinta o quanto o coaching é revolucionário, apresento-lhe, mais
adiante, duas ferramentas do coaching para que você comece agora
essa transformação fantástica e realizadora de ações que deve se-

40
Transformando Motivação em Hábito

guir para não se auto sabotar. Será uma descoberta única. Permita-
se a esta caminhada e a se conhecer melhor.
2 – Conhecendo-se melhor
2.1 – Como vou me desenvolver, se não me conheço bem?
Grande parte da busca por uma conquista ideal vem de um lado
que muitos desconhecem, nós mesmos. Por que algo que planeja-
mos nem sempre dá certo? Sempre gosto de exemplificar um fato que
está no cotidiano de quase todos: ir ao mercado por exemplo. É muito
comum irmos ao mercado quando acaba um produto em casa e o por-
quê de não irmos antes que acabe, se isso já estava previsto. Tudo
é uma questão de planejamento e de internalizarmos a necessidade
que temos em fazer algo. Nem sempre notamos que o planejamento
faz nossa vida mais simples e realizadora. Ou chegar em casa e co-
mer algo de que gostamos não é bom? Sabemos que não realizamos
algo porque não tivemos a ação, mas o porquê de não ter dado certo
pode ser mais uma desculpa e uma sabotagem para não realizarmos
o que devemos realizar. Qual ação eu fiz para que o esperado acon-
tecesse? Com o passar do tempo, ficamos “batendo cabeça” com
tantas perguntas e poucas respostas. É preciso saber como eu sou,
como eu me comporto, como eu gostaria que tudo estivesse e como
eu faço para que isso possa ou não acontecer. Questionar é preciso.
Convido-lhe a pegar um papel agora e se conhecer melhor, buscando
responder cada pergunta colocada e, mesmo que você não tenha a
resposta, coloque o que vier na sua mente, e garanto que, ao final,
fará sentido para você.
3 – Ferramentas do Coaching
3.1 – Perguntas e Respostas
Você já passou por um momento quando alguém perguntou algo,
e você não soube responder? Costumo dizer que quando isso acon-
tece, algo está mudando em você e, a partir daí você começa a co-
nhecer o novo, a ter uma curiosidade sobre o assunto até que se
torne comum, fácil de entender e, assim, você ganha conhecimento,
experiência e domínio, sendo que é quando começa a fazer sentido.
Assim é quando perguntamos algo sobre você que lhe surpreende e
logo vem em mente “não tinha parado para pensar nisso”. Então, se
você não se conhece bem, estamos aqui em prol de seu desenvolvi-
mento, pois você ainda é algo novo a ser descoberto?

41
Cátia Guimarães

As perguntas e respostas são ferramentas poderosíssimas e que,


se dominadas, você estará pronto para qualquer desenvolvimento
pessoal ou profissional.
As perguntas são as respostas. Fazer disso um ciclo, uma re-
petição, um passo de cada vez, para você identificar o seu estado
desejado. Vamos lá! Pegue seu papel e comece a realizar, deixe sua
mente fluir e, sem julgamento, responda a cada questão, uma a uma.
Trace seu caminho, ou você acha que alguém fará isso por você?
3.1.1 – O que você faz para que a sua vida aconteça, exatamente
como você pensa?
3.1.2 – Onde você pretende chegar? Trace um objetivo. Ter algo
em mente facilita a realização. Crie hábitos diários.
3.1.3 – Onde você gostaria de estar agora? Imagine-se.
3.1.4 – Como seu estado emocional ficaria se você conquistasse
tudo o que deseja?
Todas as perguntas e respostas podem ser bem definidas, quan-
do avaliamos cada esfera de nossas vidas. Se você não conseguiu
todas as respostas acima ou ficou com dúvida em alguma, coloco
abaixo mais uma ferramenta para que você possa encontrar as res-
postas e descobrir quais pontos você precisa desenvolver.
3.2 – Roda da Vida
Cada ponto, apresentado abaixo, é questão particular e individu-
al, lembre-se, livre de julgamento. Encontrar a motivação em algo
que nos traz satisfação seria um clichê e que todos já estão cansados
de saber, agora, encontrar algo que não me traz satisfação e fazer
melhorias ou mudar isso é o xis da questão. Em todas as esferas
abaixo, avalie o que você faz para isso ser bom, e o que você faz para
isso ser melhor. É comum encontrarmos algo que fazemos e não nos
faz felizes e se deparar perguntando: por que faço algo que me deixa
infeliz se sei que não me motiva? Não se preocupe, estamos muito
acostumados a fazer o que é ideal para o mundo e esquecemos de
ter um olhar para o nosso eu. O inconsciente toma conta das nossas
ações e, somente quando o inconsciente se torna consciente, passa-
mos a querer mudar algo ou fazer diferente. Quando fazemos diferen-
te ou mudamos algo, com o passar do tempo, a percepção já diminui,
isso porque estamos com o hábito de fazer o que é preciso e, assim,
torna-se algo que já nos motiva naturalmente. Como somos seres em

42
Transformando Motivação em Hábito

transformação, vamos rumo ao novo e à melhoria contínua, o tempo


todo, isso mesmo, o tempo todo. Então, tudo isso é evolução conti-
nua, nada deve ser abandonado, somente melhorado, transformado.
Precisamos apenas ter esse olhar de saber transformar e mudar na
hora certa. Criar hábitos saudáveis é a forma contínua da evolução e
podemos conseguir isso através do coaching e de suas ferramentas.

RODA DA VIDA

Em relação aos vários âmbitos da sua vida, em uma escala de 0 a 10,


como você avalia cada uma delas?

ÁREA ÂMBITO PONTUAÇÃO


1- Saúde e disposição
Pessoal 2- Desenvolvimento intelectual
3- Equilíbrio emocional
1- Realização e propósito
Profissional 2- Recursos financeiros
3- Contribuição social
1- Família
Relacionamentos 2- Desenvolvimento amoroso
3- Vida social
1- Criatividade, hobbies e diversão
Qualidade de vida 2- Plenitude e felicidade
3- Espiritualidade

Fonte: IBC – Instituto Brasileiro do Coaching – 2017

Segundo, Haddad, 2017, o medo da mudança é doloroso, porque


é desconhecido e não se sabe se o resultado pode de fato ser bené-
fico ou não e, assim, cria-se uma instabilidade momentânea e demo-
ramos a mudar o hoje, buscando uma falsa segurança, isso porque
desconhecemos nossa reação e como funcionamos.
Segundo, Hopkins (1990, apud Duhigg, 2012), criar um anseio,
uma necessidade, uma ideia atraente faz o consumidor querer fazer
todos os dias algo que antes não fazia parte do seu dia a dia. Criar
hábitos (o que quero) e recompensas (o que ganho) é a deixa simples
e óbvia e que todo ser humano busca.
Até aqui, juntos, descobrimos e reconhecemos que a transforma-
ção e a melhoria são nossos aliados. Abaixo, coloco ações com foco
no seu futuro e dicas que lhe ajudarão a rever seus pontos a serem
trabalhados.

43
Cátia Guimarães

3.3 - Rota da ação:


1 – Identificar os pontos a serem desenvolvidos e destacá-los
A identificação de cada ponto a ser trabalhado será apontada por
você, conforme o desenvolvimento do processo do coaching e do
comprometimento que você tem com você mesmo. Deve estar livre
de julgamento e se abrir a ponto de dizer: “eu fiz isso...”, “eu preciso
melhorar...”, “não posso fazer ...” Precisa colocar em destaque, na
mente e, se preciso, no papel, todas as suas dúvidas e anseios. Ne-
cessita trabalhar cada detalhe e todas as formas de melhoramentos;
os prós e os contras de cada “problema” apresentado. É provável
que, ao trabalhar um determinado ponto, o outro já mudará, por isso,
é importante identificar todos os pontos e o que mais impactar no
todo é o ponto a ser destacado e trabalhado.
2 – Ações que devo fazer para mudar o meu cenário
Ao identificar o ponto a ser desenvolvido, temos de definir
o objetivo a ser alcançado. Sim, o objetivo, ou você acha que, com
tantas perguntas e respostas, iriamos trabalhar tudo e o tempo todo?
O ser humano tem uma “deficiência” em querer agarrar o mundo ao
mesmo tempo e, no final, não ter feito nada. Você já teve a sensa-
ção, por exemplo, de ter tido um dia muito cansativo no trabalho e no
final você dizer: “nossa, estou cansado e parece que não fiz nada”,
isso já aconteceu com você? Se sim, podemos estar diante de muitos
afazeres e pouca ação. Priorizar e focar no que de fato é importante
e fazer acontecer pode parecer fácil, mas muitos se perdem no que
devem fazer para isso não acontecer e quando se veem na situação,
a mesma já passou e lá se foi mais um dia não produtivo. O que deve-
mos fazer é priorizar cada ação, não é colocar dez ações no papel e
ficar olhando para o mesmo. É priorizar e traçar metas a curto e longo
prazo, colocar na ordem a serem feitas, conforme suas necessida-
des e cumprir cada etapa com vigor e focar. Como estamos sempre
propícios à distração, devemos ficar atentos e voltarmos para o foco
imediatamente. Eis o seu desafio.
3 – Comemorar cada vitória
Imagine como se deve comemorar uma vitória. Agora, imagine
que você é a principal personagem e que concluiu mais uma peça de
sua vida, como você acha que deve se comportar diante da sua ma-
estria? Sentir-se presente diante de sua vitória, não há recompensa
melhor. Viver cada segundo desse momento irá fortalecer todas as

44
Transformando Motivação em Hábito

suas próximas metas.


4 – Compartilhar seus resultados
Comemore e fale de seus sentimentos, pois ouvir a si mesmo é
fortalecer o seu ideal e afirmar que está no caminho certo. Exponha
isso para sua equipe, para a sua família, conte sua história. Não cos-
tumamos falar diante de todos, estamos perdendo a maestria da pa-
lavra, de nos escutar mais vezes, e é a comunicação, a fala, o escutar
que tem a força maior e não a tecnologia que nos ajuda a mostrar o
que pensamos. Pode haver até muitas ações, mas nada substitui o
que o ser humano tem de melhor: a comunicação.
5 – Criar hábitos saudáveis e motivar-se sempre
Não importa quantas vezes você precise ir e vir, o que importa é o
quanto você está determinado a alcançar suas metas e aprender com
elas. Faça e refaça se for preciso. Criar o hábito de todos os dias,
estar focado no que deseja é o que determinará a sua maestria e a
sua motivação em continuar a girar a roda da vida. Dê continuidade
ao que lhe faz bem e descarte o que não lhe serve.
Diante do exposto, passamos a ter consciência sobre o incons-
ciente que antes passava despercebido. Agora temos o poder de
transformar e mudar pontos determinantes para uma vida saudável
e feliz. Busque a continuidade desse processo extraordinário e re-
velador, reforce o seu comprometimento e determine o seu caminho
através das suas ações e crie hábitos saudáveis.

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Transformando Motivação em Hábito

Jefferson Adriano
(21) 98480-3010
jacoaching.suporte@gmail.com
www.jeffersonadriano.com.br
/jeffersonadrianocoach
@jeffersonadrianocoach

Coach de Carreira, palestrante, contador e empreendedor. Atua


ajudando pessoas a desenvolverem seu potencial máximo, atingin-
do suas metas e objetivos em um curto espaço de tempo. Ministra
treinamentos de alta performance. Formado em Self Coach, Leader
Coach e Analista Comportamental pelo Instituto Brasileiro de Coa-
ching (IBC). Graduação completa em Ciências Contábeis, MBA em
Gestão Empresarial e Extensão em Gerenciamento de Projetos pelo
IBMEC. Investidor do mercado financeiro, Profissional com anos de
experiência em multinacional, diversos atendimentos em coaching,
proporcionando diversas transformações e resultados.

47
Jefferson Adriano

Saia da zona de conforto e conquiste mais

Todos nós temos sonhos... Todos nós temos um dom especial.


Por que a maioria das pessoas não realiza seus sonhos? Por que
tantas pessoas mesmo sem querer, ignoram seus dons? Costumo
dizer, em minhas palestras, que a vida só começa quando a zona de
conforto acaba.
A zona de conforto é aquela situação que supostamente é con-
fortável, mas que, na verdade, está levando você cada vez mais para
o buraco. É uma mentira que contamos para nós mesmos quando
estamos profundamente apegados à vida que levamos.
Você sabe qual a sua zona de conforto hoje? É dormir até tarde?
É não ter coragem de sair daquele emprego que você não suporta
mais? É não se capacitar na área que você escolheu trabalhar, seja
através de cursos ou livros? Isso pode custar muito caro para sua
vida.
Com frequência, ouço pessoas falando sobre a mudança que de-
sejam obter em suas vidas, mas não a conseguem. O motivo disso é
que focam somente no comportamento, porém acabam se esquecen-
do da causa que envolve tudo que está acontecendo.
O QUE VOCÊ QUER PARA SUA VIDA?
Verdadeiramente, acredito que o primeiro passo que você deve
dar agora é ter clareza sobre os seus objetivos de vida. Aonde você
quer chegar? Quer ter muito dinheiro? Quer ter carros de luxo? Quer
ter sucesso? Quer ter uma família maravilhosa? Ser reconhecido pelo
que você faz? Para realizar tudo que deseja é preciso se perguntar
sempre: ‘’Por que eu quero isso?’’ Quando damos um sentido aos
nossos objetivos, tudo começa a ficar mais claro e com mais força
dentro das nossas emoções.
Quando criança, eu vivi e estudei em uma comunidade muito ca-
rente, onde as pessoas eram violentas e não se preocupavam com
futuro. Assim como todo meu colegial, meu ensino médio foi conclu-
ído em uma escola pública, na qual eu estudava à noite pelo fato de
estar estagiando na área de cobrança.
Com o tempo, percebi que, na minha turma, composta em média
de 30 pessoas, praticamente nenhum dos alunos queria entrar para

48
Transformando Motivação em Hábito

universidade e muito menos sonhava alto. Alguns já trabalhavam e


acreditavam que aquele salário mínimo que recebiam era o suficiente
para o resto de suas vidas.
Foi naquela época do ensino médio que tomei a minha decisão:
Eu não quero ter uma vida como a maioria das pessoas onde eu vivo!
Farei uma faculdade e vou me aperfeiçoar cada vez mais para ter
uma vida diferenciada. Foi lá, precisamente no ano de 2010, que tive
clareza de um dos meus objetivos e transmiti um “por quê” para ele.
TOME UMA DECISÃO
O segundo passo, depois de ter clareza é tomar uma decisão.
Existe uma frase que diz: ‘’É nos momentos de decisão que o seu
destino é traçado’’ (ROBBINS, Anthony). A decisão é um instrumento
que você pode usar a qualquer hora e momento da sua vida. Tome a
decisão de sair dessa zona de conforto e entrar em uma nova causa,
efeito e direção da sua vida.
Logo após eu ter clareza de um dos meus objetivos, que era a gra-
duação, no ano de 2015, com muito esforço, consegui realizar esse
sonho. Antes mesmo de me formar no curso de ciências contábeis, já
estava atuando no mercado em uma empresa Big Four (nomenclatu-
ra utilizada para as quatro maiores empresas contábeis especializas
em auditoria e consultoria no mundo) sendo assim, fui promovido três
vezes e, com isso, foi crescendo a minha bagagem na área da conta-
bilidade. Após cinco anos de atuação nesse mercado, acabei desco-
brindo que não era o que eu gostava de fazer. Viver da contabilidade
não era a minha paixão, pois eu exercia a função sem um ‘’por quê’’,
ou seja, sem um propósito de vida.
No final de 2016, participei de um workshop de Coaching, e foi lá
que eu pude enxergar que tudo que eu gosto de fazer, estava den-
tro dessa profissão incrível. Logo que acabou, comprei o curso e fiz
minha formação em Coaching, deixei a zona de conforto na qual eu
estava há mais de cinco anos, alimentando um fardo que acreditei
que deveria carregar, mesmo sabendo que aquele trabalho não me
trazia felicidade.
DESAFIE-SE
O terceiro passo é: tenha objetivos maiores, mais inspiradores.
Daqueles que você cada vez mais se sente desafiado a cumpri-los.
As pessoas estão vivendo cada dia mais para pagar suas contas e

49
Jefferson Adriano

sobreviver até o final do mês, mas esses desafios são pequenos de-
mais para manter o combustível de que precisamos.
Grandes objetivos trazem grandes motivações. Quando estamos
em casa, temos a opção de ver televisão em uma tela grande ou ficar
no celular que tem os mesmos atributos de um computador. Por que
isso é possível? Pelo fato de que um dia alguém teve um objetivo
grande, vindo de ideias consideradas impossíveis.
Você pode fazer sua lista de objetivos agora. Liste pelo menos 3
objetivos inspiradores para que, a partir de hoje, façam com que você
saia, de uma vez por todas, da zona de conforto e caminhe constan-
temente em busca de realizá-los. Não é fácil sairmos da rotina a que
estamos acostumados, mas é necessário, para o nosso crescimento,
pois temos de estar sempre em busca da melhora contínua.
O maior erro das pessoas é que elas focam muito mais nas coi-
sas que dependem dos outros e não no que depende delas mesmo.
Sugiro que, a partir de hoje, se você ainda não tem o costume de
focar mais nas coisas que dependem de você, comece a fazer isso
agora. Quando focamos em coisas que não dependem de nós, gas-
tamos muito mais energia do que o necessário, e sempre estaremos
buscando resultados de onde é menos provável que eles possam vir.
Após você ter visto os três passos para sair da zona de conforto
e como vencê-la, hoje e agora, de 0 a 10, qual nota você dá para o
seu comprometimento em deixar essa vida “acomodada’’ e ir atrás
de uma vida extraordinária? O que você pode fazer, a partir de hoje,
para dar mais um passo ao encontro dos seus objetivos? Agora vá lá
e faça, só depende de você.
JOGUE PARA VENCER
As pessoas estão jogando para não perder e não para vencer.
Você tem cuidado da sua saúde? Da sua vida financeira? E da sua
inteligência emocional? Você precisa treinar sua mente e seu corpo
para que seja um vencedor. Ter saúde é fácil, mas o difícil é você se
alimentar bem e fazer exercícios diários. Ter dinheiro é fácil, o difícil
é ser disciplinado e colocar em prática a educação financeira. Para
manter-se fora da zona de conforto você precisa ‘’treinar’’ sua mente
todos os dias em busca de uma vida melhor.
A zona de conforto pode lhe levar à obesidade, ao fim do seu re-
lacionamento, ao desemprego, à dívida, e a tentativa de sair de vez

50
Transformando Motivação em Hábito

da zona de conforto pode gerar um tipo de medo e ansiedade, mas


você pode mudar seu estado de medo para um estado de coragem,
basta vincular a dor de ficar na zona de conforto ao prazer de sair da
mesma.
A vida é feita de muitas possibilidades, e algumas delas podem
se tornar reais chances de vencermos, mas vai depender da escolha
que cada um de nós escolheremos. Temos uma consciência podero-
sa e capaz de criar nossa própria realidade conforme nossos pensa-
mentos, crenças e ações.
VENCENDO A ZONA DE CONFORTO
É fundamental fazer uma autoavaliação da sua vida. Você está
satisfeito com a vida que leva hoje? Uma das fases mais importante
para vencer a zona de conforto é mudarmos nossos hábitos diários.
No livro best seller “O Poder do Hábito”, Charles Duhhing considera
que você precisa repetir pelo menos vinte e uma vezes todos os dias
uma nova atividade até que sua mente a entenda como um hábito
novo. Por exemplo: você se comprometeu a dormir mais cedo para
ter mais energia, faça isso durante 21 dias contínuos e, após isso, ao
invés de voltar para sua área de conforto, você ampliou sua margem,
sendo assim, já tem um novo hábito.
Quantas vezes pensamos que ficar onde estamos seja melhor
simplesmente pelo medo da mudança? Porém, eu lhe pergunto: o
que vai causar a você não realizar tudo aquilo que deseja? Quanto
vai lhe custar não contar no futuro a história que você sonhou em
contar para o para o seu filho? Qual a marca que você quer deixar no
mundo? Não espere resultados diferentes fazendo sempre as mes-
mas coisas.
Hoje temos fácil acesso a livros e filmes, e acredito fortemente
que são ferramentas fundamentais para a evolução pessoal. Por mui-
tas vezes, gastamos energia com o nosso dia a dia, e esses meios,
sendo bem usados, podem reacender nossas energias, além de pro-
porcionar conhecimento e novas ideias. Como está sua relação, hoje,
com esses materiais construtivos? Esteja sempre disposto a apren-
der algo novo. Aprender é lidar com o desconhecido, com o esforço, o
desafio... O segredo do sucesso é buscar aquilo que as pessoas não
buscam, fazer aquilo que a maioria das pessoas não faz.
Entre em ação! As possibilidades de crescimento estão em nos-
sas mãos, não podem ser ignoradas sem nenhum empenho da nossa

51
Jefferson Adriano

parte, e você tem tudo que precisa para vencer o jogo. Ao ficarmos
nessa zona de conforto, abandonamos nossos sonhos e metas. Bus-
que um Coach, encontre um autoconhecimento, identifique o seu pro-
pósito de vida, liste aquilo a que você precisa dar mais atenção na
sua vida e, por estar nessa “zona’’ deixou de lado. Vença o medo de
mudar.
Faça isso, dando o primeiro passo em busca de suas novas me-
tas, foque no resultado positivo.
VOE MAIS ALTO
O poder do livre arbítrio permite que o ser humano escolha o que
quiser, mas é preciso coerência nas suas escolhas. Crescer não é
uma escolha simples, ela acarreta consequências: estudar mais, tra-
balhar fortemente, abrir mão de prazeres imediatos, e é preciso doar-
se cada dia mais, pois o sucesso exige mais.
Após abrir mão da minha zona de conforto, até o momento, já
tive o prazer de ajudar diversas pessoas através da metodologia do
coaching, recebi vários depoimentos e mensagens de agradecimento
por ter mudado a vida dessas pessoas. Além disso, sou o idealizador
do programa Voe Mais Alto, um programa voltado para o desenvolvi-
mento pessoal e profissional.
Acredite: todos nós, um dia, já estivemos nessa “famosa’’ zona de
conforto. A diferença é que você pode, hoje e agora, dizer: “não quero
mais esta vida de mentira, quero uma vida diferente, quero viver uma
vida acima da média”.

52
Transformando Motivação em Hábito

Patricia Borges
(21) 96988-2463
patriciabcoach@gmail.com
/serideal

• Idealizadora da SER Ideal, Desenvolvimento e Realização Pessoal;


• Atua como Coach de Propósito de Vida e de Executivos e como
Trainer no desenvolvimento de competências e de Lideranças;
• Membro certificada pela Sociedade Brasileira de Coaching® em
Life e Professional Coaching e pelo Behavioral Coaching Institute
(BCI);
• Profissional com 14 anos de experiência em Recursos Humanos
em empresas nacionais e multinacionais de grande porte;
• Professora do MBA em Desenvolvimento de Pessoas e Coaching
da Universidade Castelo Branco: Gestão de Conflitos e Técnicas de
Negociação e Práticas de Coaching e Coaching de Carreira;
• Graduada em Letras pela UFRJ, Pós-Graduada em Administração
Estratégica pela UNESA e MBA em Recursos Humanos pela FGV;
• Staff em treinamentos da Sociedade Brasileira de Coaching na
formação de novos coaches no RJ e em SP;
• Instrutora de Yoga e Meditação e Mestre Tradicional em Reiki.

53
Patricia Borges

Hábito diário e metas claras para o


equilíbrio e melhores resultados na vida

Este capítulo nasceu para responder algumas perguntas que tan-


to nos angustiam quando pensamos em hábitos e metas. Por que é
tão difícil enraizar hábitos mantendo o foco, a disciplina e principal-
mente a motivação? Como estaria o seu nível de satisfação se você
tivesse hábitos que lhe levassem para onde deseja, tornando sua
vida mais equilibrada e com melhores resultados?
A base para esta resposta está na compreensão de que nós so-
mos uma só pessoa. Ainda que tentemos nos dividir, escolher apenas
um lado para nos dedicar como forma de realização e satisfação com
a vida, de verdade, em nós e em nossa essência, não há uma divisão
entre pessoal e profissional. Se quiser entender melhor, pergunte a
uma pessoa, que está há meses desempregada, o valor que o traba-
lho tem para ela e o quanto ela se sente satisfeita com a vida? Agora,
pergunte a uma pessoa que não tem hora para sair do trabalho, que
trabalha inclusive nos finais de semana exaustivamente, que sofre
muita pressão, o quanto ela gostaria de cuidar mais da sua vida pes-
soal e o quanto ela se sente satisfeita com a vida? Nós “funcionamos”
melhor quando a vida profissional e pessoal estão sendo trabalhadas
simultaneamente. Nossos resultados melhoram significativamente
em razão desse equilíbrio e nosso nível de satisfação com a vida
aumenta.
Mas, por que é tão difícil, para a maioria das pessoas, enraizar
esse entendimento e priorizar a busca por esse equilíbrio e satisfa-
ção? E mais, por que acabamos perdendo esse equilíbrio se, afinal,
estamos fazendo algo correto ao buscarmos nosso crescimento, nos-
sas conquistas e nossa segurança material?
Antes de responder a essas perguntas, é preciso compreen-
der que, para nos sentirmos realizados, precisamos ter a sensação
de estar criando algo, ou seja, a nossa própria realidade. No entanto,
acreditamos estar criando a nossa realidade somente se adquirimos
coisas ou conquistamos o sucesso profissional. Segundo o filósofo
Mário Sérgio Cortella, “realidade significa ‘tornar real’ o que está di-
retamente ligado à consciência de mim mesmo”. Ou seja, criamos a
nossa realidade quando tornamos real quem somos, mas, para ser-

54
Transformando Motivação em Hábito

mos, precisamos ter uma consciência mais profunda de nós mesmos.


Se somos tanto a nosso lado profissional quanto o pessoal, só esta-
mos em equilíbrio quando nos tornamos reais (criamos, construímos
e cuidamos) nesses dois aspectos da nossa vida.
Começamos a perder esse equilíbrio quando o que realizamos
nesses dois aspectos da vida começa a se desconectar de quem
nós somos. É quando não realizamos um trabalho em que possamos
expressar nossas melhores competências e contribuições; quando
mantemos relacionamentos distantes do que nos faria sentir mais
amparados e apoiados; quando não escutamos as necessidades do
nosso corpo, da nossa mente e emoções e não nos permitimos rela-
xar; quando calamos diante dos nossos limites e insatisfações e per-
mitimos que as coisas se mantenham como elas são; enfim, quando
entramos e permanecemos no automático do dia a dia.
Nós somos seres que precisam construir algo, contribuir e criar
através de ações em que tenhamos a oportunidade de mostrar quem
somos e nossas capacidades. Eu me desconheço, me desconecto,
me sinto fora do eixo, frustrado e insatisfeito quando não me vejo
naquilo que realizo, seja no aspecto pessoal ou profissional. Deixa-
mos de pertencer a nós mesmos quando entramos no automático e
permitimos que as atividades que realizamos na vida não dêem sig-
nificado a quem nós somos. Mas, como ter hábitos mais positivos e
produtivos, metas claras e uma vida com mais satisfação, se não nos
sentimos motivados para isso uma vez que não temos encontrado
significado e propósito naquilo que vimos realizando?
Certa vez, um jovem executivo de uma grande multinacional me
procurou para um processo de Coaching de Propósito de Vida. Ele
era uma pessoa, provavelmente, como você, que tinha uma agenda
com muitos compromissos, a responsabilidade por resultados estra-
tégicos, muita pressão, uma equipe para gerenciar e se sentia sem
uma solução. Ele estava adoecendo, entrando em um cenário de es-
tresse e estafa tão altos que sua produtividade, a qualidade do seu
trabalho e os resultados estavam caindo exponencialmente, além do
mal estar emocional e mental que começavam a incomodá-lo. No
entanto, ele não compreendia por que havia chegado nesse ponto.
Afinal, ele vinha construindo uma carreira de sucesso, trabalhava na
empresa que havia escolhido e que tinha os mesmos valores que ele
e, durante um bom tempo, viu muito significado no que realizava. Ao
longo do processo de coaching, ele percebeu que havia se perdido

55
Patricia Borges

de si mesmo, pois não estava construindo plenamente a sua realida-


de, tornando real quem ele era em todas os aspectos da sua vida, e
isso começou a pesar. Ele só dedicava energia, tempo e olhar para o
seu trabalho. É natural, afinal foi onde ele percebeu, durante um perí-
odo e de forma mais prática, a sua identidade sendo aplicada, pois a
empresa o permitia usar suas habilidades, e ele estava sentindo um
alto grau de reconhecimento. No entanto, mesmo preenchendo boa
parte das horas da sua semana com o trabalho, ele já não conseguia
se identificar tanto com o que fazia, não conseguia incorporar novos
hábitos mais positivos e ainda havia um outro lado da sua vida que
não refletia a sua realidade, o pessoal. Ele compreendeu que era ne-
cessário passar por um autoconhecimento profundo, identificar com
mais clareza seu propósito de vida e, a partir disso, definir metas,
ações, atividades e hábitos de forma a reestabelecer o equilíbrio en-
tre o seu lado profissional (ressignificando-o) e pessoal (construindo
o seu significado). A partir dessa compreensão, e após o seu proces-
so de autoconhecimento, em algumas semanas, ele já se sentia mais
dinâmico, mais produtivo e com a sensação de que a vida estava
começando a ficar em ordem e caminhando na direção do que ele
desejava. Com isso, seu nível de satisfação na vida aumentou, já que
ele voltou a se sentir pertencendo a si mesmo.
Portanto, a questão não é o quanto você precisa se dedicar ao
seu trabalho, mas o quanto você tem deixado as ações que realiza,
no seu dia a dia, seja na vida profissional ou pessoal, se desconecta-
rem de quem você realmente é.
Como lidar com a insatisfação, a angústia e a sensação de
vazio?
O que eu posso lhe adiantar é que o vazio pode ser um grande
aliado. Eu lhe explico. Quando estamos insatisfeitos, frustrados, es-
tressados, infelizes e com a sensação de que nos perdemos de nós
mesmo, toda essa angústia nos dá uma sensação de vazio, de falta
de preenchimento. No entanto, é esse vazio que vai fazer nascer em
você a busca pela mudança, a vontade de agir para atingir os resulta-
dos que deseja e, com isso, criar novos hábitos e metas claras.
Então, poderíamos dizer que sentir um pouco de angústia e de
vazio é relativamente saudável, pois precisamos desse sentimento
para entrar em ação, evoluir e buscar coisas com mais significado.
Afinal, só mudamos quando algo nos incomoda. Perdemo-nos quan-
do ignoramos as nossas angústias e insatisfações por causa da falta

56
Transformando Motivação em Hábito

de tempo, por priorizamos aquilo que não nos traz tanta satisfação,
por deixarmos a vida nos conduzir e por entrarmos no automático.
Assim, deixamos esse vazio crescer mais do que deveria, perdemos
o controle, e ele deixa de ser saudável.
Nos processos de coaching, trabalhamos identificando essa insa-
tisfação, compreendendo o que a está gerando, o que está faltando
ser preenchido e, a partir disso, começamos a estabelecer as ações
para chegar ao cenário desejado. Ao longo da nossa vida, temos infi-
nitas formas e oportunidades de criar e construir o cenário desejado,
de deixar a nossa marca, de ser quem verdadeiramente somos. Por
isso, não vale a pena criar a expectativa de nunca mais se sentir in-
satisfeito, e isso nem seria bom. Não perca de vista que é esse sinal
interno de incômodo, de angústia e insatisfação que move você na
sua busca por sentido, na construção da sua realidade futura em bus-
ca do reconhecimento de quem você verdadeiramente é. Dê atenção
a ele, ao seu primeiro sinal. Por isso, eu pergunto a você:
• O que tem lhe incomodado?
• Se você pudesse preencher o vazio que sente, o que você esta-
ria fazendo exatamente agora?
Como encontrar a motivação e a satisfação com a vida?
A minha experiência pessoal me diz que tudo começa pelo pro-
pósito. Foi somente quando eu identifiquei o meu propósito de vida
que de fato encontrei um maior nível de satisfação e equilíbrio entre
minha vida pessoal e profissional.
O propósito é a representação de quem eu sou e como demons-
tro isso em forma de ações, ou seja, a minha contribuição para mim
mesmo e para o mundo. Identificar o propósito de vida é fundamen-
tal para determinar o caminho a ser percorrido e definir o que na
vida pessoal e profissional será realizado, fortalecendo a sensação
de pertencimento e identidade. Nós nos motivamos a partir de uma
identificação daquilo que iremos realizar com quem somos, com a
nossa identidade, quando nos reconhecemos na ação.
Para despertar em você uma forte Motivação é preciso primeiro
conhecer melhor a você mesmo e o seu propósito de vida (Identifica-
ção) com isso você se sente estimulado a construí-lo (Motivação) e
estabelece um plano (Metas claras, novos hábitos, etc.). É como um
processo: um passo puxa e dá início ao outro. Buscamos, na vida,

57
Patricia Borges

experiências que promovam cada vez mais essa identificação e a


realização daquilo que faz sentido para nós.
O propósito também nos faz ter escolhas e decisões mais asserti-
vas e conscientes, pois temos uma compreensão mais íntima da sua
relevância na nossa vida. Da mesma forma, fica mais fácil abrir mão
de coisas que sejam reconhecidamente boas, mas que nos tiram do
nosso foco porque nos distanciam do nosso propósito.
Uma maior consciência sobre quem somos e sobre o propósito
que temos nos traz clareza e paz em nossas escolhas e decisões. Por
isso é que vemos pessoas abrindo mão de uma carreira promissora
em prol de um trabalho e estilo de vida com mais significado; pessoas
que abrem mão da vida em família para se dedicar ao bem-estar de
outras; pessoas que abrem mão de uma promoção para trabalhar em
outra cidade ou país por compreenderem que a sua contribuição está
em estar ao lado da sua família e comunidade onde vivem; pessoas
que fazem do seu momento de lazer uma forma de também contribuir
e deixar a sua marca pessoal além do trabalho; e assim por diante.
Portanto, quando conhecemos o nosso propósito e identificamos
as formas de colocá-lo em prática, tanto na nossa vida profissional
quanto pessoal, uma forte motivação nasce em nós, e a sua realiza-
ção aumenta a nossa satisfação com a vida.
Por isso, sugiro a você essas reflexões iniciais sobre o seu pro-
pósito:
• Por que (ou para que) você existe?
• No que você quer se tornar?
• Você está ajudando a construir o quê?
Responder a essas perguntas é um bom começo na busca da
compreensão do seu propósito de vida.
Mas, eu não posso parar. E agora?
Não estamos falando somente de mudanças radicais no que você
faz ou no seu estilo de vida, mas de um ajuste ou correção de rota
conforme o seu propósito. Mas, lembra da motivação? Quando en-
contramos esse norte, a motivação nos ajuda e dá sentido às mudan-
ças necessárias, o que facilita o caminho.
Às vezes, para algumas pessoas, uma mudança mais forte pre-

58
Transformando Motivação em Hábito

cisa acontecer, mas não é uma regra para que você encontre o seu
equilíbrio. Eu, por exemplo, precisei fazer uma mudança muito mais
forte para me conhecer melhor e compreender o meu propósito de
vida, do que para definir e construir o que traria mais sentido para a
minha vida e, com isso, criar novas metas e hábitos. Tive coachees
que perceberam que já tinham reconhecido o seu propósito de vida
no passado, mas se desconectaram dele, então foi só refazer a rota.
Por isso, cada caso é um caso, e o remédio não é o mesmo para
todos, mas você só saberá qual é o seu se estiver disposto a trilhar
esse caminho.
Não estamos falando de parar ou reduzir a sua dedicação ao
trabalho e à vida, mas de avaliar a sua atual rotina, e o quanto ela
lhe permite viver e ser quem você verdadeiramente é ou deseja ser.
Normalmente, queixamo-nos da nossa rotina e a culpamos por ter-
mos a vida que temos. No entanto, ela não é a culpada pela nossa
insatisfação, mas o fato de não termos, na nossa rotina, aquilo que
nos traz identidade e significado e, aliados a ela, hábitos positivos e
construtivos que suportem o dia a dia.
Hoje, eu continuo com a agenda cheia, faço milhares de coisas,
mas tenho uma rotina deliciosamente alinhada ao meu propósito. Por
isso, o cansaço, a correria e até mesmo as preocupações (porque
elas ainda existem, afinal fazem parte da vida e não controlamos
tudo) têm um outro peso, uma outra forma no trato. Além disso, reali-
zo coisas que me permitem criar a minha identidade e ajudar a cons-
truir o que eu quero no mundo, o que me traz um forte sentimento de
realização. Estamos falando de dar um novo significado para a vida,
de definir aquilo que permite criar a sua própria realidade e trazer o
sentido de pertencimento.
Isso não significa fazer apenas o que gostamos ou o que nos dá
prazer. Na minha rotina, existem também atividades de que não gos-
tava muito, como realizar a parte comercial dos serviços por exemplo.
No entanto, compreendi que, quando “vendo” estou fazendo uma eta-
pa importante de acolhimento, de aproximação no entendimento do
outro e de conexão com ele. Nesta etapa, estou tornando possível a
minha contribuição para pessoas e empresas e criando oportunidade
para viver quem sou através do meu trabalho. Com esta compreen-
são, esta atividade que, inicialmente, era pesada para mim ganhou
um novo sentido.
Por isso, pergunto a você:

59
Patricia Borges

• Quais são as atividades na sua rotina pessoal e profissional,


essenciais para a realização do seu propósito de vida?
• Dessas atividades, quais motivam você naturalmente e quais
não causam esse mesmo efeito?
Agora vamos ressignificar:
• Como essas atividades (que preciso realizar mas que não me
motivam naturalmente) podem contribuir na realização do meu propó-
sito e na vida que desejo ter?
Por que é tão difícil estabelecer novos hábitos?
Como falamos antes, a mudança começa pela identificação do
nosso propósito de vida. Com a clareza de propósito, conseguimos
reconhecer o que é prioritário e o que é necessário e, com isso, cons-
truir metas de vida claras e específicas. Como você sabe, um bom
plano só é possível se temos metas claras e específicas.
Quantas vezes você já fez uma lista de metas para o ano que
estava iniciando ou até mesmo para o trabalho que estava realizan-
do? E, verdadeiramente, o quanto dessas metas você alcançou e se
sentiu fortemente comprometido com elas? Para onde elas estavam
levando você na construção da sua identidade e marca no mundo? É
por isso que, normalmente, não alcançamos o que desejamos. Não
geramos comprometimento, pois não identificamos o real propósito
de conquistar cada uma das metas. Elas permanecem no papel ou
em planilhas porque não estão carregadas de significado e sentido,
ou seja, não há Identificação.
O mesmo acontece quando queremos encontrar o equilíbrio entre
a nossa vida pessoal e profissional e, consequentemente, aumentar
a nossa satisfação com a vida. É preciso compreender o propósito
e definir metas claras para, finalmente, saber quais ações, ativida-
des, rotina e hábitos serão necessários para chegar lá. Lembre-se, é
como um processo. Um passo puxa e dá início ao outro.
Mas, por que é tão difícil estabelecer novos hábitos? Porque
quando estamos falando de hábitos, estamos falando de prazer. Mes-
mo nos maus hábitos existe prazer, algo que é satisfeito em nós, que
nos mantém conectados a eles, por isso é tão difícil abrir mão deles.
Uma das primeiras sessões no processo de coaching é justamen-
te identificar esses nossos maus hábitos ou o que chamamos de sa-

60
Transformando Motivação em Hábito

botadores. Mas, compreender qual é o prazer por detrás deles, e o


que eles estão satisfazendo em nós, é a estratégia para conseguir
substituí-los por novos hábitos mais positivos e produtivos, buscando
sempre manter o prazer, senão não resistimos e voltamos para os
mesmos comportamentos.
Porém, quando entendemos qual é o nosso propósito, passamos
a ter um grande diferencial na construção de novos hábitos, pois te-
mos a motivação como nossa aliada. Dessa forma, a construção de
novos hábitos, mais positivos e produtivos, ganha um novo sentido,
um significado e uma razão de ser. Passa a valer a pena ter esses
hábitos, pois eles nos trarão algo que desejamos muito, ou seja, um
prazer, funcionando como uma recompensa.
Por isso, eu pergunto a você:
• Seus hábitos estão lhe ajudando a construir o que quer?
• Quais são as recompensas que você tem recebido com os seus
atuais hábitos?
• Quais são os novos hábitos necessários para que você receba
as recompensas que deseja?
Mas, afinal, é possível viver melhor?
Sim, com clareza de propósito, motivação, metas claras, rotina
alinhada e hábitos produtivos e saudáveis, tanto para a sua vida pro-
fissional quanto para a sua vida pessoal. Não se esqueça, nós somos
uma só pessoa. Encontrar ou aumentar nossa satisfação com a vida
é o que muitos de nós buscamos. Viver nessa angústia não é praze-
roso, ainda que ela nos impulsione para a mudança, como vimos. A
insatisfação só é favorável quando ela funciona dentro de um proces-
so de melhoria contínua. Mas, sentir-se constantemente insatisfeito e
sem saber por onde começar é extremamente doloroso e nada sau-
dável, seja para nosso físico, nosso emocional, mental ou espiritual.
Por isso, cada vez mais temos buscado viver melhor, mais satis-
feitos e felizes. Ocorre que passamos boa parte da vida acreditando
que a felicidade estará nas conquistas externas e nos entregamos
fortemente a isso. Mas, agora já compreendemos que ela está dentro
de nós, num estado de consciência sobre quem somos.
Esse estado de consciência, que nos conecta com a nossa es-
sência, é que nos traz a liberdade diante da vida. A liberdade é o

61
Patricia Borges

nosso sopro de vida, pois, quando estamos conscientes de quem


somos, do que queremos e de nossa capacidade, nos libertamos dos
julgamentos, das pressões, das incertezas e dos excessos. Os de-
safios, por estarem alinhados as nossas buscas, se tornam a opor-
tunidade de superarmos nossas capacidades internas e de ampliar
nossa contribuição. Quando temos esse estado de consciência, es-
tamos presentes naquilo que estamos fazendo, pois há identificação
e relevância pessoal.
Quando reconheço a importância do que estou fazendo, eu me
coloco totalmente presente naquele momento, e o meu tempo passa
a ser avaliado muito mais do ponto de vista qualitativo, do que quanti-
tativo. Estar totalmente presente lhe permite ser mais produtivo, pois
você está 100% focado no que está realizando, assim, os resultados,
e a qualidade naquilo que você faz, aumentam. Você se lembra do
jovem executivo de que falei no início deste texto? Seus resultados
e qualidade no trabalho aumentaram, pois ele passou a estar mais
consciente de si mesmo, a compreender que era importante alcançar
um equilíbrio entre a sua vida profissional e pessoal e ter uma rotina e
hábitos com mais significado. Com isso, ele estava mais consciente,
mais presente e mais focado, seu tempo se tornou qualitativo e não
apenas quantitativo e seus resultados voltaram a crescer, só que,
dessa vez, alinhados ao seu propósito de vida.
Viver uma vida, conscientes de quem somos e de que maneira
queremos mostrar a nossa identidade, nos traz a liberdade de cons-
truir o nosso próprio caminho, fazer as nossas escolhas e percorrê-lo
com mais sabedoria. Ou seja, estar consciente é ter a verdadeira
liberdade e a certeza de estar bem com você mesmo. Isso é muito
mais do que estabelecer um estilo de vida com mais equilíbrio entre
a vida profissional e pessoal. É viver profundamente quem você é.

Referências:

CORTELLA, Mario Sérgio. Por que fazemos o que fazemos?. Editora


Planeta: São Paulo 2016.
BABA, Sri Prem. Propósito: a coragem de ser quem somos. - 1a ed. -
Fortaleza: Editora Demócrito Dummar, 2016.
DUHIGG, C. O poder do Hábito: Por que fazemos o que fazemos na
vida e nos negócios. Tradução: Rafael Mantovani - 1a ed. - Rio de
Janeiro: Objetiva, 2012.
COVEY, S. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. Rio de Ja-
neiro: BestSeller, 2009.

62
Transformando Motivação em Hábito

Monique Fontes
(21) 99245-1975
moniquefontescoach@gmail.com

Empreendedora com experiência em gestão de pessoas e proces-


sos, Treinadora comportamental e palestrante, graduação em Gestão
de RH. Atuando como Coach vocacional, de carreira e mudança de
mentalidade, ajudando jovens e mulheres a desenvolverem ao máxi-
mo o seu potencial pessoal e profissional.

63
Monique Fontes

O poder da sua mente

Às vezes, uma atitude muda tudo em nossas vidas e qual será o


motivo de quase nunca tomarmos essa atitude? Isso se dá, em minha
opinião, porque o ser humano não se conhece plenamente e não se
busca conhecer.
O objetivo deste texto é fazer com que você reflita acerca dos
diversos preceitos e conceitos que norteiam uma mudança de men-
talidade real e simples que pode e deve ser vivida no seu dia a dia
como tenho vivido no meu, baseando-me em três pontos chaves que
estão ligados as nossas mentes e o poder que cada um possui dentro
de sua própria mente para mudar a realidade em que vive.
Mudança de mentalidade: Uma questão de escolha
Ao ver, por exemplo, uma pessoa chorando na rua, dificilmente
alguém para com a intenção de ajudar, porém, isso sempre será uma
escolha. Talvez, em algum momento, você tenha passado por isso,
seja em um momento que estava com muita pressa ou não e, talvez,
você tenha parado para fazer algo por aquela pessoa que viu pre-
cisando de ajuda ou não, mas, caso tenha parado, possivelmente,
sentiu-se constrangido por ser uma atitude diferente do tradicional,
porém faz sentido para você que essa atitude se chama amor? Amor
ao próximo é algo que tornou-se incomum hoje em dia e até mesmo
digno de criticas e julgamento. Pois bem: existe um livro antigo: A
Bíblia que, independentemente de religião, traz conceitos e preceitos
verdadeiros e um deles é que haveria um tempo em que o amor de
muitos se esfriaria e assim vemos hoje acontecer bem diante de nós
e até mesmo conosco.
Muitas vezes, ouvi um ditado que dizia: seja a mudança que você
quer ver! O mesmo não serve apenas para o amor, como citado no
exemplo acima, mas para a alegria, para a gratidão, que são sen-
timentos positivos em que precisamos ser e fazer a diferença para
que as pessoas possam tornar-se diferentes e, assim, transformar
tudo ao nosso redor. É como ao chegar ou passar por um ambiente
onde há uma pessoa que reclama de tudo, com certeza você já viveu
isso e sabe do que estou falando, essas pessoas, que de tudo recla-
mam, tornam-se contagiosas, pois é comprovado cientificamente que
é muito mais fácil seguir os exemplos maus, a seguir os melhores.

64
Transformando Motivação em Hábito

Atualmente, a gestão de pessoas fala muito a respeito do líder


que guia sua equipe através do exemplo, pois, através de uma mu-
dança de atitude, somos capazes de influenciar toda uma sociedade,
a começar pela nossa casa (nossa família), nossos amigos e colegas
de trabalho e todos os que convivem ao nosso redor, gerando uma
mudança gradativa. Diferente do momento atual, passamos por uma
época em que era dito: “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”,
e, hoje em dia, por mais que se tente continuar com esse comporta-
mento destrutivo, percebemos que, em geral, pessoas que possuem
tal comportamento não são pessoas bem sucedidas, não exercem
posições de liderança ou vivem um grande conflito, isso porque nos-
so comportamento precisa estar alinhado a nossa forma de pensar,
de tal forma que não sejamos dominados por crenças limitantes.
Vivemos um momento em que esse tipo de comportamento não é
mais bem visto e muito menos aceito e bem recebido, em um mundo
profissional, que, apesar de estar em crise, os profissionais ainda se
sentem desafiados a buscar uma empresa em que realmente façam
parte do time, quando as pessoas estão cada vez mais buscando
viver em função de um propósito e obter sentido naquilo que fazem,
conectando-se com sua missão natural, ou seja, o motivo pelo qual
foram criados. Acredite: quem procura sempre encontra! Um mun-
do onde a religião, a família, a vida profissional, um relacionamento
afetivo, entre tantas outras coisas, deixaram de ocupar o centro das
atenções na vida do ser humano, que hoje busca realização do pro-
pósito naquilo que fazem e no meio onde estão inseridos, convido-lhe
a refletir: Será que tudo isso não é apenas uma escolha?
E, se depender apenas de aceitar?
Aceitar a realidade não é necessariamente ficar parado ou estar
em uma zona de conforto! Ilustrando de uma forma bem simples: ao
chamar um UBER, por exemplo, você precisa entrar no aplicativo e
saber o nome do local em que está e o nome do local aonde deseja
chegar, assim também, muitas vezes, estamos em um local que não
conhecemos e desejamos ir até a nossa casa, por exemplo, mas será
que, ao colocarmos o endereço incorreto ou qualquer endereço que
conhecemos, ainda que não seja o mesmo em que estamos, conse-
guiremos entrar no carro que chegará para nos levar ao nosso desti-
no? O mesmo seria você no ponto A, desejando chegar no B, porém,
se não sabemos ou não reconhecemos que estamos no ponto A,
como vamos entender o que precisamos fazer para chegar ao ponto

65
Monique Fontes

B? Se uma pessoa pensa que está no ponto C, talvez ela nunca con-
siga chegar ao ponto B. Para tal transformação, encontra-se o estudo
das ferramentas e técnicas de coaching e com isso lhe convido a
refletir se, de fato, você se encontra no caminho certo, se realmente
possui consciência de onde está para tomar todas as providências
possíveis para ir aonde deseja chegar.
Críticas de forma positiva
Já parou para perceber como se comporta ao receber uma crí-
tica? Em geral, não gostamos, ficamos irritados e não entendemos
o motivo pelo qual a pessoa está nos criticando, mas o que fazer
quando recebemos uma crítica? Como nosso comportamento pode
ser diferente do tradicional? Ao ser criticado sua mente lhediz que
você deverá provar ao outro que não é aquilo que ele(a) pensa de
você, ou que é melhor do que aquela pessoa espera ou pensa, mas
como podemos fazer diferente ao ouvirmos uma crítica? Por que não
analisar a si mesmo?
Lembro-me bem que, ao fazer minha formação em coaching, ain-
da trabalhava no setor de Rh de uma empresa multinacional, e um
colega de trabalho me fez uma grave crítica a respeito de um treina-
mento que eu desejava levar para a empresa! Foi a primeira vez que
recebi uma crítica tão forte sem retrucar. Claro que, após exercer a
formação em coaching, minha inteligência emocional estava alinha-
da ao comportamento que eu precisaria ter para ser a minha melhor
versão, porém, ainda assim, sempre é difícil ouvir uma coisa ruim a
respeito de nós mesmos, ainda mais quando se trata de uma pes-
soa de quem gostamos, amigos, familiares, entre outros. Mas, mui-
tas vezes, ou eu diria que sempre, precisamos parar para analisar o
que de fato podemos mudar para melhor em nós mesmos a partir de
uma crítica recebida de outra pessoa, seja ela qual for! Sem dúvida,
sempre haverão inúmeras justificativas para tudo o que fazemos ou
deixamos de fazer e ainda que, naquele momento, eu não achasse
que merecia aquela crítica daquele colega de trabalho, resolvi refletir
sobre tudo que ele disse! Senti muita raiva, sentimento que é muito
comum nas pessoas, porém é necessário ser administrado por uma
mente saudável como qualquer outro sentimento, seja ele bom ou
ruim ao seu ponto de vista. Ao fazer uma auto análise, percebi que
sempre é possível melhorar e isso é algo que todos nós sabemos!
Somos capazes de ser melhores a cada dia, mas será que de fato
praticamos isso todos os dias? Acredito que não! Naquele momento,

66
Transformando Motivação em Hábito

aquela crítica serviu para me proporcionar a oportunidade de mudan-


ça de mentalidade e reflexão sobre um ponto a melhorar. Da mesma
forma, acredito que somos diariamente colocados ao lado de seres
humanos que nos impulsionam com atitudes que nos fazer querer ser
melhores, seja através do exemplo ou através do incômodo, isso por-
que atraímos o que somos e, quase sempre, eu diria que quase 100%
das vezes que nos incomodamos com atitudes das outras pessoas, é
porque já cometemos a mesma atitude ou estamos sendo desafiados
por nosso inconsciente a mudar, a ser a pessoa que realmente dese-
jamos ser não a partir do que o outro é, mas a partir do que devemos
e queremos ser. Hoje, percebo o quanto aquela crítica me fez evoluir
e, apesar de não trabalhar mais para a mesma empresa, afinal hoje
sou empreendedora, mantenho a amizade, não apenas com aquele
colega de trabalho que se tornou um amigo, mas também com sua
namorada e antigos colegas da empresa, além disso, isso me per-
mitiu ser quem sou hoje a partir de uma avaliação de quem eu era
naquele dia e quem eu gostaria de ser! Um ser melhor!
Quebra de Paradigmas
O Paradigma, em seu significado básico, é uma representação
de um padrão a ser seguido, ou seja, quebrar um paradigma significa
acabar com a repetição de um padrão, e esse é o terceiro e últi-
mo tópico a ser mencionado nesse breve artigo para explicar como
funciona a mudança de mentalidade. A quebra de paradigma é algo
que geralmente vem antes de uma mudança de mentalidade, mas
também pode vir após,isso porque está totalmente ligado a quebrar
padrões e superar crenças limitantes. Pode ser que você não tenha
se dado conta, mas, muitas vezes, antes de vencer e superar gran-
des traumas na vida, você venceu algo que o limitava, quebrou um
padrão que se repetia há muito tempo, talvez desde a sua infância.
Um exemplo muito simples, que vivi recentemente e fácil de entender,
é uma experiência a respeito de animais, que foi alvo até mesmo de
postagens no facebook e me levou a fazer uma breve pesquisa para
embasar a quebra de paradigmas sofrida por mim e minha família.
Recentemente, minha mãe avistou três gatinhos filhotes abandona-
dos na rua de nossa casa, o que não é comum de acontecer! Sempre
tivemos animais em casa, além de cachorro que sempre amamos e
cuidamos como se fosse da família. Tivemos peixes a vida toda em
lindos aquários, porém, desde criança, eu possuía uma certa aversão
a gatos e, infelizmente, toda minha família e parentes também, mas,
ao achar esses filhotes abandonados, foi impossível permitir que eles

67
Monique Fontes

continuassem na rua. Então nós os adotamos e, num primeiro mo-


mento, era apenas para cuidar até conseguirmos outro dono que os
adotasse, porém a paixão por esses pequeninos foi tão grande que
ninguém na casa pôde resistir e ficamos com eles! Após uma breve
pesquisa para saber como cuidar deles de forma adequada, percebe-
mos que são animais dóceis, limpos e muito mais carinhosos que ca-
chorros, e diferente do que é comum ouvirmos, não são interesseiros!
Porém, desde a idade média é cultivada uma crença devido ao uso
desses animais em rituais satânicos e até adorados como deuses
no Egito antigo, que gera até hoje um grave preconceito com esses
animais indefesos e tão dóceis. Após essa pesquisa e contato com
o novo (afinal foi a primeira vez que tivemos gatos em casa) percebe-
mos o quanto nos limitamos em não ter, não conhecer ou viver certas
coisas apenas por um paradigma, ou seja, por repetirmos o padrão
dos nossos pais ou antepassados. Isso fica muito claro e pode ser
enxergado de forma mais concreta nas constelações sistêmicas.
Porém, a reflexão que deixo neste artigo é: qual o padrão de com-
portamento que você tem se permitido ter? Convido-lhe a vivenciar
uma mudança de mentalidade, usando todo o poder da sua mente
todos os dias para que você possa ser cada vez melhor e mais pleno
em sua vida pessoal e profissional.

68
Transformando Motivação em Hábito

Rui Mesquita
(77) 3611-4981
rui@ruimesquita.com.br
www.ruimesquita.com.br
/palestranterui
/rui-mesquita

Palestrante, Coach, Vendedor, Professor, Apresentador e Escri-


tor. Sócio Fundador do Instituto Mesquita Coaching, com mais de 20
anos de experiência em Business. É Especialista em Comportamen-
to Humano, Gestão de Vendas, Negociação, Formação e Desenvol-
vimento de Líderes, Treinamentos para Vendedores, Atendimento a
Clientes, Formação de Equipes de Vendas, Gestão e Desenvolvimen-
to de Pessoas, Gerenciamento de Processos e Gestão Empresarial.

69
Rui Mesquita

Trace metas e objetivos:


Como o Coaching pode te ajudar?

Atualmente, existe uma dificuldade muito grande em traçar metas e


objetivos, e mais que isso: torna-se quase impossível cumprí-las. Isso
ocorre pela falta de tempo, de comprometimento, baixa disponibilidade
para investir, e muito mais.
Quando se fala em coaching, não se pensa apenas em uma grande
empresa buscando auxílio: a assistência pode ser também pessoal,
para que você aprenda a lidar com suas próprias metas e objetivos.
Mas, você deve estar se perguntando o que faz um Coach, como se
dá o processo, quais áreas são exploradas pelo profissional, como irá
traçar suas metas com o Coach, e mais que isso: como colocá-las em
prática? Todas estas perguntas serão respondidas a seguir!

Qual a função do processo de Coaching?


Nomeia-se de Coaching, um conjunto de atitudes e medidas a se-
rem tomadas, frente a uma situação, empresa ou indivíduo, de modo a
elevar a performance e atingir bons resultados.
O processo é previamente estabelecido e acompanhado por um
profissional, o Coach.
Existem diversos objetivos envolvidos, e dentre eles, podemos ci-
tar:
1. Quando se fala em empresa:
• Ascensão comercial, bem como ocupar uma posição de destaque
frente às demais empresas de mesmo ramo;
• Busca por diferenciais e inovações;
• Estabelecer um processo organizacional para que haja cresci-
mento;
• Determinar funções para cada um dos envolvidos no processo;
• Traçar estratégias de baixo custo e que tragam rentabilidade a
empresa.

70
Transformando Motivação em Hábito

2. Quando se fala em Coaching pessoal:


• Otimização e gestão do tempo;
• Encorajamento para busca de novas chances e oportunidades;
• Potencialização do poder pessoal;
• Determinação de objetivos e estabelecimento de metas para
cumprí-los;
• Estratégias de sucesso e ascensão pessoal;
E muito mais!

Quais áreas serão exploradas pelo profissional?


Atualmente, existem muitos profissionais na área com distintas
formações, atendendo assim, áreas específicas.
Quando se fala em procurar um Coach, deverá ter em mente
examatamente aonde se quer chegar, pois se trata de um trabalho
extremamente específico e focado.
Conheça a seguir, algumas das áreas que podem ser trabalhadas
no Coaching:
Coaching Pessoal:
• Familiar: busca traçar metas e objetivos para a resolução de
problemas, podendo envolver direta ou indiretamente os familiares.
• Emagrecimento: esta é uma das áreas de muito sucesso atual-
mente, pela necessidade de um corpo magro e saudável.
• Emoções: quando há dificuldade para lidar com determinadas
situações, o Coach desta área poderá te auxiliar. Seja no luto, em um
relacionamento acabado, ou diversas outras situações.
• Relacionamentos: relacionada um pouco com o tópico anterior,
consiste em um trabalho de convívio, seja com a família, parceiro (a),
amigos, colegas de trabalho, e muito mais.
• De comunicação: a dificuldade de se expressar atrapalha a vida
de diversas pessoas. Neste âmbito, poderá entrar o trabalho de co-
aching.

71
Rui Mesquita

Coaching Empresarial:
• De carreira: visa o crescimento de um negócio, ou estabeleci-
mento de objetivos específicos.
• De liderança: em partes, pessoal, e que envolve a aquisição
dessa habilidade tão valorizada atualmente no mercado de trabalho.
• De equipes: visa um maior rendimento no ambiente de trabalho,
através da criação de um vínculo saudável dentro do quadro de fun-
cionários.
• De gestão: a dificuldade em gerir disponibilidade financeira e
investimentos, pode ser trabalhada nesta especialização.
• Organizacional: quando todos os recursos estão disponíveis, e
o trabalho não sai em sua excelência, é possível trabalhar com um
Coach.
• De vendas: em meio a crise, a criação de estratégias e meios
para aumentar as vendas, pode salvar a alma de diversas empresas.

Como se dá o processo?
Como já lhe dissemos, o coaching é um processo contínuo até
que os objetivos sejam alcançados. E depois que isso ocorrer, o tra-
balho também poderá ser continuado, para uma boa gestão e manu-
tenção dos resultados obtidos.
Para isso, vale lembrar que toda a mudança será gradual, e levará
algum tempo para ocorrer. Durante todo este tempo, o Coach servirá
de auxílio para que todo o trajeto saia conforme o planejado.
Para um conhecimento breve, saiba as etapas do Coaching:
1. Primeiro contato
Em um primeiro momento, você terá contato com o Coach es-
colhido, e poderá contar mais sobre sua vida ou a trajetória de sua
empresa (dependendo do foco, é claro), bem como expor suas pre-
tensões.
Também, deverá haver uma espécie de “negociação”: onde quer
chegar, quais caminhos são possíveis, quanto tempo deseja levar, e
até onde estão os limites.

72
Transformando Motivação em Hábito

2. Estabelecimento de um plano
O planejamento nestes casos, é essencial, para que tempo nem
trabalho sejam perdidos! Neste momento, em parceria com o Coach,
você irá expor quais são as possibilidades, e criará um plano condi-
zente com o que é capaz de cumprir.
Lembre-se: não exagere, pois assim, processo se tornará mais
difícil. Mas também, não vale sonhar baixo!
3. Ação
Depois que tudo estiver registrado e planejado, a teoria será colo-
cada em prática. Neste momento, todos os envolvidos já devem estar
cientes de seus cargos, e também de onde deverão chegar.
Quando se fala em uma empresa, precisa-se envolver um con-
junto de funcionários em prol de uma causa, o que costuma ser uma
tarefa difícil. Para isso, podem-se utilizar projetos de bonificações e
recompensas.
Quando se trata de um plano pessoal, busque se recompensar
pelas metas atingidas!
4. Acompanhamento dos resultados
Depois de todo o amadurecimento do projeto, e consequente al-
cance dos objetivos, é hora de colher os bons frutos!
Vale lembrar, que tudo que se construiu até agora, deverá ser
mantido, e para isso, o Coach permanece com o acompanhamento e
aconselhamento.
Como traçar metas e objetivos?
Como visto nos tópicos anteriores, estabelecer metas e objetivos
é o ponto chave do sucesso dentro do trabalho de coaching. O pro-
fissional está altamente habilitado para induzir seu cliente à chegar
neste objetivo.
Porém, antes de reunir-se com o profissional, ou mesmo durante
o processo, é essencial o conhecimento de como iniciar neste pro-
cesso:
1. Faça uma lista
Antes de escolher a área de Coaching, para então buscar o pro-
fissional específico, faça uma lista com todos os problemas que estão

73
Rui Mesquita

lhe atingindo, ou sua empresa.


Depois disso, enumere por prioridade, e ao final, destaque as áre-
as que precisam ser revistas.
A partir disso, busque o profissional mais adequado para o seu
momento.
2. Explore o seu problema
Da mesma forma que no item anterior, descreva o seu problema.
Fazer anotações e criar mapas conceituais, poderá te ajudar a expor
a situação para o profissional.
É interessante reconhecer em quais pontos se está falhando, e
desde quando isso está ocorrendo.
Faça perguntas como: o que? Quando? Por quê? O que melhora?
O que piora? Quais medidas já tomei em relação a isso? Ajudou?
3. Verifique os seus recursos
Entender sua disponibilidade financeira e de tempo, também são
essenciais para iniciar um coaching: irá despender tempo, e dinheiro.
Se decidir buscar pelo auxílio profissional, sem verbas para in-
vestir posteriormente, esclareça estes pontos já na primeira conversa
com seu Coach.
E se decidir por investir, tenha em mente quanto deseja gastar,
em quanto tempo, e também como deseja ter o retorno destes inves-
timentos.
4. Determine um tempo
Temos a triste tendência de adiar todos os nossos compromissos.
Mas, nem a vida nem o tempo são capazes de voltar atrás, então,
cada segundo será muito valioso no processo de coaching!
Determine quanto tempo quer levar, e também estabeleça uma
“margem de erro”, contando que possam existir imprevistos no meio
do caminho.
5. Estabeleça objetivos
O coaching não visa apenas identificar os problemas, como tam-
bém resolvê-los.
Para isso, entrará o ponto chave: traçar as metas e os objetivos!

74
Transformando Motivação em Hábito

Este processo é baseado em todos os tópicos anteriores, e ainda


deverá levar em conta:
• As maiores prioridades;
• Os limites que está disposto a superar;
• Pontos que realmente podem ser mudados;
• Deixar de lado as falsas ilusões;
• Disposição à um trabalho árduo;
E muito mais!
Depois de traçados os objetivos, o trabalho já poderá começar, e
ser acompanhado o tempo todo pelo Coach escolhido.

O que fazer para que a prática seja efetiva?


Como já lhe dissemos, existem diversas barreiras durante o pro-
cesso, que precisam ser reconhecidas (em um primeiro momento),
para depois serem superadas.
A seguir, algumas dicas de como aumentar a efetividade do pro-
cesso de Coaching:
Quando se fala em Coaching Pessoal:
• Deixar os medos de lado: não se assustar com os imprevistos
que irão surgir, nem se deixar abater pelas primeiras dificuldades.
• Ser realista: se proponha apenas com tarefas possíveis, para
evitar frustrações.
• Apreciar os resultados: se orgulhe de todos os pontos positivos
alcançados.
• Se dar um descanso: também é um ponto essencial no sucesso,
pois assim, haverá mais ânimo e disposição para retornar às tarefas.
• Não se entregue as desculpas: prove que é mais forte que suas
dificuldades e limitações, e não se deixe levar pelas desculpas.
• Não pule tarefas: siga a risca todos os passos estabelecidos,
para que tudo saia conforme o planejado.
• Se perdoe: caso não esteja saindo conforme o planejado, bus-

75
Rui Mesquita

que o Coach para tentar encontrar o erro, e solucioná-lo.


Quando se fala em Coaching Empresarial:
• Mobilize a sua equipe: quanto mais pessoas trabalhando em prol
da causa, melhores os resultados.
• Recompense: quando bons resultados forem obtidos, demons-
tre a gratidão através de bonificações e recompensas para a equipe
envolvida.
• Busque parcerias: ter novos contatos poderá te ajudar a expan-
dir ainda mais os negócios.
• Não tenha medo de investir: se os resultados são certos, não
tenha medo de investir tempo e dinheiro em suas metas.
• Queira sempre mais: busque ultrapassar os objetivos, trazendo
ainda mais benefícios e lucros para o seu negócio.
• Esteja disposto a inovar.

76
Transformando Motivação em Hábito

Tânia Ribeiro
(48) 98421-6410
tari97@hotmail.com
www.taniaribeiro.com.br
/taniaribeiro.coach
/taniaribeiro.coach
tania.ribeiro97

• Especialista em psicologia Positiva aplicada ao Coaching pela


Universidade Candido Mendes UCAM-RJ;
• Coach pelo Instituto Elsever - SP;
• Coach - Especialista em Finanças pelo Instituto Ricardo Melo - BH;
• Formação em PNL com certificação internacional pelo The Society
of NLP de Richard Bandler;
• Atua como facilitadora de processos de desenvolvimento pessoal/
individual ou grupos;
• Coach/Mentor em Finanças Pessoais e empreendedorismo;
• Administradora e empresária, com atuação de mais de 15 anos na
área de construção Civil.

77
Tânia Ribeiro

Motivação e a ciência da felicidade

“A felicidade é um princípio;
é para alcançá-la que realizamos todos os outros atos;
ela é exatamente o gênio de nossas motivações”.
Aristóteles

Historicamente, a busca pela felicidade tem sido descrita como o


maior agente motivador para as ações humanas. Aristóteles também
dizia que tanto as pessoas mais sábias quanto as pessoas menos
cultas concordam que toda ação humana tem como objetivo alcançar
a felicidade.
Na realidade atual a felicidade é um conceito tão importante que
um país inteiro tem como objetivo aumentar o nível de felicidade de
seus cidadãos. O rei do Butão, país abrigado entre Índia e China,
criou o FIB (Índice de Felicidade Bruta) no lugar do conhecido índice
PIB (Produto Interno Bruto).
Os esforços do governo do Butão em focar na felicidade de seu
povo têm produzido benefícios em toda a sociedade. A maioria dos
habitantes desse pequenino país se dedica à agricultura de subsis-
tência e se recusa a fazer dinheiro com empreendimentos comerciais
que possam comprometer a saúde e a beleza do meio ambiente.
Acreditamos ser a felicidade algo desejável para todos. Julgamos
que todas as pessoas são capazes de citar diversos motivos que as
levariam a serem mais felizes. Mas os motivos da felicidade estariam
mesmo onde pensamos? Por que será que depois de conquistar algo
facilmente ficamos entediados e perdemos a motivação?
O que nos faz feliz é apenas algo abstrato e especulativo ou
há algo científico sobre a felicidade? Sonja Lyubomirsky, premiada
pesquisadora e professora da Universidade da Califórnia, apresen-
ta algumas descobertas notáveis sobre o que nos faz feliz. Em um
amplo e minucioso estudo investigativo, ela mapeou três fatores res-
ponsáveis.

78
Transformando Motivação em Hábito

São eles:

10%
Genética
Genética

Atividade Intencional
Circustâncias da Vida

50% Circunstâncias da Vida


Atividade Intencional

40%

Lyubomirsk, 2008.

Fator genético: 50% da variação dos índices de felicidade po-


dem ser atribuídos à nossa genética. Essa descoberta foi obtida a
partir de pesquisa realizada com gêmeos idênticos e bivitelinos, que
sugere que cada um de nós nasce com um potencial ou patamar para
a felicidade para o qual somos obrigados a voltar mesmo após gran-
des adversidades ou triunfos. A felicidade humana, como a altitude,
a temperatura ou o QI, está em uma escala numérica que oscila de
muito, muito baixo, para muito, muito alto, até atingir um ponto deci-
sivo.
É possível comparar esse ponto decisivo da felicidade ao nos-
so peso corporal. Algumas pessoas são abençoadas com a magre-
za, mesmo quando se descuidam da alimentação. Outras, porém,
precisam se esforçar muito para manter o peso. A implicação dessa
descoberta no tocante à felicidade é a seguinte: da mesma forma
que a genética determina fatores como inteligência, ou cor dos olhos,
nossos genes determinam em grande parte o quanto seremos felizes
ao longo da vida.
As circunstâncias: responsáveis por 10% da variação dos ín-
dices da felicidade. Ou seja: se somos ricos ou pobres, saudáveis
ou doentes, bonitos ou comuns, casados ou divorciados etc. E essa
talvez seja a mais impressionante das descobertas. Se como que por
mágica pudéssemos colocar um determinado grupo no mesmo con-

79
Tânia Ribeiro

junto de circunstância: mesma casa, mesma esposa, mesmo rosto,


mesmo lugar de nascimento, mesmas dores e aflições a diferença
entre seus níveis de felicidade se reduziriam a 10% adicionais.
É isso mesmo! Apenas 10% dos eventos que ocorrem na nossa
vida provocam alterações em nossos níveis de felicidade. Eles im-
pactariam de forma intensa, porém muito temporária, como a própria
pesquisadora ressalta em seu livro. Também tem se mostrado equi-
vocada a noção de que mudar algo das circunstâncias de nossas
vidas nos tornaria mais ou menos felizes.
As pesquisas mostram que estamos propensos a nos adaptar de
maneira inesperada às mudanças sensoriais ou fisiológicas. E tam-
bém a considerar rotineiras quase todas as coisas positivas que nos
acontecem à medida que o tempo passa. Alcançamos um estímulo
imediato de felicidade, porém, ao longo dos dias, semanas ou meses,
nossas expectativas crescem e voltamos aos níveis de felicidade an-
teriores.
Por exemplo, em menos de 3 meses eventos importantes, tais
como a compra do apartamento dos sonhos, ou quando se conquis-
ta a promoção tão sonhada, fazer uma reforma ou voar de primeira
classe, ou até mesmo obter uma cura ou a mudança de status de
relacionamento, perdem o impacto sobre a felicidade. Não é à toa
que Sonja deu o nome de “Os mitos da Felicidade” ao seu livro. A
felicidade seria, pois, um assunto rodeado de mitos.
O nível de escolaridade e de inteligência também não influenciam
na felicidade. O clima não influencia na felicidade. A saúde tem pou-
quíssima relação com a felicidade, a não ser no caso de uma doença
grave. Contudo, em sentido oposto, as evidências mostram que as
pessoas mais felizes têm mais probabilidade de perceber tudo em
suas vidas de maneira mais positiva e otimista.
Para ilustrar essa situação, podemos pensar em um grupo de gê-
meos idênticos que tiveram situações idênticas na vida. Ainda as-
sim eles se distinguiriam entre si em relação à felicidade. Mesmo
considerando a determinação genética (ou seja, quem somos nós) e
as ricas e complexas experiências de vida (aquilo que enfrentamos),
restam ainda 40% na nossa pizza. E o que constitui esses 40%?
Atividades intencionais: é a terceira fatia do gráfico e corres-
ponde à nossa conduta e comportamento. Com isso em mente, é
possível ver que temos um potencial de 40% como espaço de mano-

80
Transformando Motivação em Hábito

bra, oportunidades de aumentar ou diminuir os nossos níveis de feli-


cidade mediante as escolhas que fazemos em nossa vida cotidiana e
na maneira como pensamos.

Alguns hábitos de pessoas muito felizes:


• Elas dedicam grande parcela de tempo ao convívio com a família
e amigos, alimentando e desfrutando dessas relações.
• Sentem-se à vontade para expressar gratidão por tudo que pos-
suem.
• Com frequência são os primeiros a oferecer ajuda a colaborado-
res e transeuntes.
• São otimistas quando imaginam seus futuros.
• Saboreiam os prazeres da vida e tentam viver no momento pre-
sente.
• Fazem do exercício físico um hábito semanal e até diário.
• Estão profundamente comprometidos com objetivos e ambições
por toda a vida, o que pode ir desde coisas simples até coisas com-
plexas, por exemplo: combater fraudes, construir armários, ou ensi-
nar aos filhos seus valores que são profundamente arraigados.
• E, por último, mas não menos importante, as pessoas felizes têm
sua parcela de estresse, crise e até tragédia. Elas podem se tornar
tão aflitas e emotivas quanto eu ou você, mas sua arma secreta é o
equilíbrio e a força que demonstram para lidar e enfrentar os desa-
fios.
Portanto, o nosso desafio está em colocar nosso foco, nossa
energia, tempo, inteligência e esforço naquilo que fazemos de manei-
ra propositada em nossas vidas, e na forma como pensamos. E isso
é apenas maravilhoso! A pesquisa de Sonja nos indica que temos
40% de controle sobre nosso nível de felicidade. Esse é, indiscutivel-
mente, um percentual muito significativo.
Sonja, em conjunto com outros cientistas, é expoente de um mo-
vimento científico relativamente novo, chamado Psicologia Positiva, e
que vem redefinindo e expandindo a área da psicologia.

81
Tânia Ribeiro

Em 1998, Martin Seligman, um pesquisador da Universidade da


Pensilvânia, foi eleito presidente da American Psychological Associa-
tion (APA). A partir desse ano, Seligman pronunciou e escreveu sis-
tematicamente artigos alertando a comunidade científica da necessi-
dade de mudança no foco das contribuições da Psicologia, que até
então vinha concentrada nas doenças e transtornos do ser humano,
para a necessidade de resgatar o interesse a respeito de questões
como motivações, capacidades e potenciais humanos.
Assim, com a finalidade de resgatar esses interesses, mas utili-
zando-se de métodos cientificamente consagrados, foi criada a Psi-
cologia Positiva.
O assunto principal da Psicologia Positiva são os estudos e a in-
vestigação dos aspectos positivos da vida:
• Bem-estar, felicidade e propósito.
Assim como aspectos positivos do ser humano:
• Talentos e virtudes, resiliência, alegria, gratidão, criatividade,
motivação, generosidade, otimismo, amor, esperança.
A Psicologia Positiva está assentada sobre três pilares:
• Estudo das emoções positivas - Fatores que levam a maior fe-
licidade.
• Estudo do caráter positivo - as forças e virtudes cujo exercício
regular produz a emoção positiva.
• Estudo das instituições positivas - As grandes estruturas que
dão suporte ao caráter positivo, tais como democracia, liberdade, fa-
mília, comunidade, etc. Essas, por sua vez, sustentam as emoções
positivas.
Para Seligman, as emoções positivas se apresentam em três di-
ferentes níveis e podem estar ligadas ao presente, passado e futuro.
O modo como lidamos com esses espaços temporais influencia dire-
tamente no nosso grau de motivação. Seligman diz que:
“Quanto melhor formos bem resolvidos em relação ao tempo:
passado, presente e futuro, maior o nosso nível de felicidade e nossa
relação com a motivação”.

82
Transformando Motivação em Hábito

Sobre o Passado:
• Pessoas infelizes sentem emoções negativas sobre o passado.
Algumas têm raiva, ódio ou medo por fatos e marcos passados.
• Pessoas felizes sentem orgulho, serenidade, prazer e alegria
ao se lembrarem do passado, do que viveram e do que ajudaram a
construir.
Sobre o Presente:
• Pessoas infelizes se sentem desmotivadas, sem energia, sem
ânimo.
• Pessoas felizes se sentem animadas, entusiasmadas, prazero-
sas, plenas e motivadas.
Sobre o Futuro:
• Pessoas infelizes sentem medo, ansiedade, preocupação, inse-
gurança e incerteza.
• Pessoas felizes sentem confiança, certeza, fé e otimismo. Acre-
ditam desmedidamente que tudo vai dar certo.
Seligman pondera que: “uma participação positiva no presente
e orgulhar-se do aprendizado vivido, trará grandes chances de pro-
piciar um futuro promissor”. Ele indica, ainda, 03 caminhos que são
componentes necessários para a construção da felicidade no tempo
presente. Afinal, o único momento no qual podemos fazer alguma
coisa. São eles:

1 - Vida Prazerosa
Se refere a buscar o estado emocional positivo, vivenciando o
Maximo de emoções positivas e minimizando e evitando as emoções
negativas desnecessárias. O prazer é individual e cada pessoa sabe,
por exemplo, qual comida agrada seu paladar, ou qual ambiente lhe
traz mais conforto. Fazer sexo, rever os amigos mais íntimos, cantar,
praticar esportes, brincar com um filho ou mesmo tomar um vinho
são alguns exemplos do que pode nos trazer sensações e emoções
prazerosas.

83
Tânia Ribeiro

2 - Vida Engajada:
Buscar o estado mental positivo onde acontece uma conexão
profunda com aquilo que se está fazendo. Muitas vezes, ao execu-
tar uma tarefa, o envolvimento é tão grande que a pessoa parece
transcender a realidade, esquecendo-se do tempo e produzindo um
constante estado de motivação, satisfação e bem-estar. Na Psicolo-
gia Positiva esse estado chama-se flow (fluir em português). A teoria
do flow foi desenvolvida por Mihaly Csikszentmihayi (sobrenome hún-
garo, em português pronuncia-se “tchic-sentmirrái”), um respeitado
cientista social que forneceu uma das bases estruturais para a cria-
ção da psicologia Positiva.
Flow: Estado de fluxo, Motivação e alto desempenho.
Pesquisas apontam que o flow ocorre quando a pessoa, motiva-
da e capacitada para uma determinada atividade, sente-se desafiada
pela tarefa. Concentra-se de forma extrema até o ponto da perda
da noção de tempo, empregando ao máximo suas capacidades. Ao
mesmo tempo em que realiza grandes esforços, isso não é percebido
como sacrifício ou exaustão. Isso é porque os esforços são realiza-
dos em direção às suas próprias metas e não para atender metas
alheias.
Há uma sensação de controle e de autocontrole. A satisfação não
é encontrada nos resultados, mas sim no processo como um todo,
gerando um aumento sustentável nos níveis de motivação, energia,
felicidade e bem-estar.
Todos somos capazes de sentir flow. Há quem sinta essa enri-
quecedora experiência nas atividades mais inesperadas, correndo,
escrevendo, compondo, fazendo um trabalho manual, dançando, co-
zinhando, resolvendo uma equação, cuidando de um jardim, ou até
mesmo trabalhando. Isso mesmo, trabalhando!
O flow é diferente de apenas sentir prazer. É quando o mundo
ao redor desaparece e o tempo passa voando. Não há espaço para
remoer preocupações e o que surge é uma sensação de plena feli-
cidade. Você pode se beneficiar sempre que quiser desse estado de
alta performance e alta motivação. Para isso é importante descobrir-
se, conhecendo aquilo que lhe deixa em flow e de bem com a vida.

84
Transformando Motivação em Hábito

3 - Vida Significativa:
O terceiro pilar da felicidade está ligado ao significado que a pes-
soa dá à sua vida. Por exemplo, acreditar que existe “algo maior”,
servir a uma causa, ter um propósito alem de você, são atividades
que comprovadamente fazem com que a pessoa se sinta mais feliz.
Segundo as pesquisas de Seligman, um comportamento altruís-
ta melhora expressivamente os níveis de felicidade de uma pessoa
por até dois meses. Cinco atos de bondade por semana elevam sen-
sivelmente o nível de felicidade, e se esses atos forem realizados
no mesmo dia os benefícios são maiores ainda, sendo percebidos
imediatamente. Deixar um legado que contribua para a sociedade e/
ou criar um filho são formas igualmente eficazes de se ter uma vida
significativa.
Logo, ocupar seu dia a dia com atividades que te tragam prazer,
nas quais você entre de cabeça, e que tenham significado proporcio-
na grandes chances de fazer você mais feliz!
Por fim, podemos verificar que o mundo científico tem se dedica-
do a buscar dados consistentes sobre o que traz felicidade.
Ela, a felicidade, não está mais em debate apenas no mundo abs-
trato.
Ao incluir a pesquisa da felicidade no campo das ciências, a Psi-
cologia Positiva contribui de maneira significativa para que as pes-
soas vivam uma vida plena e motivada a partir de suas próprias es-
colhas. Afinal, quando sabemos identificar todas as possibilidades é
possível fazermos escolhas melhores.
No meu dia a dia como coach, encontro na Psicologia Positiva a
base cientifica necessária para fundamentar o método de coaching.
A motivação e a felicidade estão interligadas, já que um dos atri-
butos da felicidade é despertar o lado luminoso e entusiasmado das
pessoas.
Os resultados dessas pesquisas nos indicam estratégias valida-
das.
Com elas somos capazes de incluir práticas diárias para ampliar
nosso arsenal de motivação. Modificar e melhorar nosso bem-estar
e satisfação plena, de maneira mais constante e que poderá ser au-
mentada gradativamente.

85
Tânia Ribeiro

Apesar de tantos estudos tratarem sobre o que é possível em


termos de felicidade, percebemos, a cada descoberta, que ainda sa-
bemos muito pouco sobre o que tanto desejamos...essa tal de felici-
dade!

Referências:

LYUBOMIRSKY, Sonja. Os Mitos da Felicidade. Odisseia, 2013.


SELIGMAN, Martin. Felicidade Autentica: usando a Psicologia Posi-
tiva como realização permanente, 2002.
KAMEI, Helder. Flow e Psicologia Positiva. José Roberto Marques.
Editora IBC, 2014.

Site. www.psimais.com.br

86
Transformando Motivação em Hábito

Lilian Schocair
(21) 98440-6970
coach@lilianschocair.com
www.lilianschocair.com
/coachlilianschocair
@lilianschocaircoach
/coachlilianschocair

Lilian Schocair é membro da Sociedade Brasileira de Coaching e


do Programa Profissão Coach e atua como coach de carreira e con-
sultora. Possui formação em Master Coach de Carreira e Coaching
Pessoal e Profissional, é graduada em psicologia pela UERJ, com
especialização em recursos humanos; MBA em Gestão Empresarial
pela Fundação Getúlio Vargas; e formação em Gestalt Terapia.
Trabalha há vinte e dois anos na elaboração e gestão de progra-
mas e projetos que visam ao desenvolvimento pessoal e profissional,
inserção no mercado de trabalho, planejamento de carreira e desen-
volvimento de competências. Trabalhou como gestora e consultora
de grandes empresas.
Atualmente direciona fortemente o seu trabalho a pessoas que
desejam alavancar sua carreira e buscam o crescimento profissional,
fazer transição de carreira ou empreender seu próprio negócio. Por
meio do coaching ajuda jovens e profissionais experientes a cons-
truírem uma trajetória profissional de sucesso, com sentimento de
realização e felicidade.

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Lilian Schocair

Autoconfiança e Realização Profissional

Na minha trajetória como coach de carreira e psicóloga tenho


acompanhado a busca de homens e mulheres pelo alcance da re-
alização profissional como algo indispensável à felicidade e um ver-
dadeiro esforço em atribuir mais sentido à vida. Muitos desses pro-
fissionais possuem empregos, uma boa remuneração e uma carreira
constituída, mas, ao iniciarem o percurso profissional, concentraram
seus esforços em atender o referencial da sociedade ou de familia-
res, medindo o sucesso pela fama, status e remuneração, deixan-
do de lado suas próprias necessidades e características pessoais.
Escolheram suas profissões e ocupações sem praticar o exercício
do autoconhecimento, muitas vezes, sem ter consciência de suas
próprias escolhas e, movidos pela insegurança de um futuro incerto,
preferiram abrir mão de si mesmos.
Chega um momento em que o descontentamento com o trabalho
torna-se insuportável e a necessidade de realização profissional e,
consequentemente, pessoal passa a ser inevitável. Alguns não veem
saída, buscam culpados pela situação atual, optam por fugir dos
desafios e evitam encarar qualquer possibilidade de mudança para
permanecer na zona de conforto. Outros, iniciam a busca por uma
vida com mais propósito e significado e assumem as rédeas da sua
própria existência. Nesse novo percurso de vida, alguns atributos são
indispensáveis para a definição de um novo objetivo de carreira, a
superação dos desafios e o alcance dos resultados esperados. Sen-
do movido pela autoconfiança, não há barreiras, nem limite de idade
para quem deseja se reinventar e realizar o sonho de viver uma nova
realidade profissional e sentir-se plenamente realizado.
A busca por realização profissional
É possível afirmar que o ser humano pode passar por três fases
em sua trajetória profissional:
– Subsistência:
A primeira delas ocorre no início da carreira e é quando ele con-
centra os esforços para a obtenção de um emprego que promova o
seu sustento e opta por priorizar os ganhos financeiros. Nessa fase,
não está muito interessado em escolher as atividades que desenvol-

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Transformando Motivação em Hábito

verá e não se preocupa se há um alinhamento do seu trabalho com


as suas características e gostos pessoais.
– Desenvolvimento de carreira:
À medida em que o tempo passa, a pessoa começa a buscar o
crescimento profissional e entra na etapa do desenvolvimento de car-
reira, define um objetivo e concentra seus esforços para se aprimorar
e adquirir novas competências para evoluir na empresa ou buscar
novas possibilidades no mercado de trabalho.
– Realização profissional:
Nessa fase, procura-se uma vida com mais significado, algo que
dê sentido a sua existência. Nesse momento, a busca pela realização
profissional é vital e essencial para sua felicidade e duas etapas são
fundamentais para o sucesso nesse momento de vida.
1a – Defina um novo propósito:
O primeiro passo para o alcance da sua realização profissional
é a definição de um novo propósito que significa ter clareza do seu
objetivo e saber aonde quer chegar. É encontrar um sentido para a
vida e ter a percepção de que está fazendo algo significativo neste
mundo. É poder fazer o que se ama, utilizando todo o seu potencial
e talentos, sendo guiado por seus valores pessoais e viver o estilo
de vida que faz parte das suas aspirações e possibilita um equilíbrio
entre a vida pessoal e o trabalho. Uma vida com sentido ajuda-nos a
ter um direcionamento, tomar decisões e a priorizar as nossas ações.
Na carreira, ter um propósito é o combustível necessário para levan-
tar todos os dias e cumprir a sua missão com felicidade, gratidão e
energia para seguir em frente e encarar os obstáculos que cruzarem
o seu caminho e, ao deitar, ter o sentimento do dever cumprido e de
que valeu a pena viver aquele dia.
Se você quer ser verdadeiramente feliz e ainda não sabe qual o
seu propósito, está na hora de começar a refletir. Um bom começo é
olhar para dentro, entrar em contato com as suas emoções, conhecer
a si mesmo e estar presente para encontrar as respostas que darão
sentido a sua vida. Neste momento, é necessário questionar qual o
significado de trabalho para você e identificar quais são os seus moti-
vadores de carreira: Reconhecimento? Dinheiro? Desafios? Ajudar as
pessoas? Aprender coisas novas? O que lhe deixa verdadeiramente
feliz em seu trabalho?

89
Lilian Schocair

Analise suas respostas, continue explorando, busque ampliar a


sua visão e, então, pergunte-se: De que forma posso contribuir com
as pessoas? Qual é o meu papel no universo? Como posso apro-
veitar melhor os meus talentos, fazendo algo significativo e que dê
sentido a minha vida?
2a – Identifique crenças limitantes:
As crenças limitantes impedem que você tenha clareza de objeti-
vos. Elas são convicções que lhe impossibilitam de acessar e desen-
volver todo o seu potencial para alcançar resultados positivos e a au-
torrealização. Substitua-as por crenças fortalecedoras que ajudarão
a ir para um próximo nível da sua existência. Percorrendo esse cami-
nho, você poderá encontrar o seu propósito e precisará de atributos
importantes como a capacidade de tomar decisões e a autoconfiança
para o alcance dos resultados esperados.
O Poder da decisão
São as atitudes que diferenciam as pessoas realizadas e bem su-
cedidas daquelas que possuem mais dificuldades em alcançar eleva-
dos níveis de performance na carreira e na esfera pessoal, compro-
metendo seu grau de satisfação com a vida em geral e o trabalho. Ao
longo da sua existência, o ser humano tem o poder de fazer escolhas
que determinarão as suas ações em todas as esferas da vida, como
carreira, relacionamentos, família, estilo de vida, lazer, dentre outras.
Tudo o que fazemos ou deixamos de fazer são resultados de nossas
decisões e determinam o quanto vamos nos sentir realizados, felizes,
bem sucedidos ou frustrados. Ao tomar uma decisão, você define seu
destino e as ações que levarão ao seu sucesso na carreira e na vida
pessoal. Nesse sentido, o que diferencia os resultados das pessoas
e como se sentem em relação a si mesmas é a capacidade de tomar
decisões e persistir nelas até alcançarem o que desejam.
Ter o poder da decisão em suas mãos significa que você pode
escolher viver a vida que sempre sonhou e agir para atingir seus
objetivos, ou, ao contrário, você pode sentir-se frustrado, mas esco-
lher não decidir como mudará a situação em que se encontra. Isso
acontece porque, para muitas pessoas, tomar uma decisão pode
ser um grande desafio e gerar ansiedade por medo do que poderá
acontecer, então preferem escolher permanecer onde estão, mesmo
antes de considerar as possibilidades. Por esse motivo, milhares de
pessoas infelizes com seus empregos, relacionamentos ou estilo de

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Transformando Motivação em Hábito

vida, escolhem continuar na mesma situação a fazer escolhas mais


positivas para suas vidas. Elas preferem evitar a dor de deixar para
trás o que já conhecem e estão acostumadas a arriscar-se em algo
novo. O resultado é que permanecem na zona de conforto e abrem
mão dos seus sonhos e das inúmeras possibilidades de crescimento
e realização que a vida pode oferecer.
Exercer o seu poder de decisão colocará você diante de inúme-
ras possibilidades e fará você perceber que a responsabilidade por
conquistar e ser o que deseja está em suas mãos. Compreender que
você não precisa continuar funcionando da mesma forma e que há
diferentes maneiras de lidar com os desafios, trará a consciência de
que é capaz de mudar hábitos, construir relacionamentos positivos,
sonhar alto e conquistar o que deseja. Para que tudo isso ocorra, é
necessário que a sua autoconfiança esteja em alta e acredite de que
é capaz de criar uma nova realidade e alcançar os seus sonhos.
Gerando autoconfiança
A autoconfiança, ou seja, a confiança em si mesmo ou convicção
de ser capaz de fazer ou realizar alguma coisa, ajuda-nos a enfrentar
os desafios de uma forma positiva e possibilita que todo o nosso po-
tencial se desenvolva, levando a conquista de objetivos e a autorrea-
lização. Escolher mudar a trajetória profissional e construir um novo
capítulo da sua história requer uma atitude positiva e a crença em
relação as suas próprias competências para alçar novos voos, reali-
zar seu sonho e, enfim, alcançar a realização profissional. Em outras
palavras, a motivação para iniciar um novo empreendimento, definir
as estratégias e ações necessárias, realizar o que for preciso e per-
sistir diante dos desafios dependerá do seu grau de autoconfiança.
Nos processos de coaching, relacionados ao desenvolvimento ou
à transição de carreira que tenho conduzido, promover a elevação do
nível de confiança em relação a si mesmo tem sido decisivo para o al-
cance dos resultados pretendidos pelos clientes. Isso acontece por-
que, quando acreditamos em nossos talentos e na nossa competên-
cia para realizar qualquer tipo de atividade, nos revelamos orientados
para o sucesso, produzindo um estado psicológico positivo, propenso
a aumentar os níveis de motivação, facilitar a tomada de decisão e
desenvolver atitudes assertivas para o alcance do objetivo traçado.
O que promove a falta de confiança é o excesso de insegurança.
Esse sentimento pode atrapalhar a realização de objetivos profissio-

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Lilian Schocair

nais e, muitas vezes, impede a evolução na esfera pessoal e pro-


fissional. É preciso identificar as principais causas dessa sensação
para que possam ser trabalhadas e fortalecer atitudes que gerem o
sentimento de autoconfiança. Por outro lado, ao acreditar em nosso
poder de realizar um propósito e atingir determinada meta, encami-
nhamos ao nosso cérebro a mensagem de que somos capazes e, a
partir daí, nossas atitudes serão orientadas para ações que aumenta-
rão significativamente as chances de sucesso.
É primordial ressaltar que todos podem elevar seu grau de au-
toconfiança, sendo que as ações necessárias podem ser diferentes
de uma pessoa para outra, pois cada um de nós tem sua própria
individualidade, experiências e histórias de vida muito particulares
que promovem o funcionamento da mente de maneira bem distinta.
No entanto, a prática do autoconhecimento é o primeiro passo para
todos, uma vez que possibilita observar os padrões de pensamento
que geram emoções e atitudes que podem fortalecer ou enfraque-
cer a autoconfiança. A partir dessa observação, fica mais claro para
cada um identificar os pontos que precisam ser trabalhados, enfra-
quecendo o que o afeta negativamente e reforçando os aspectos que
o atingem positivamente, aumentando a confiança na capacidade de
fazer escolhas, implementar mudanças e acreditar na possibilidade
de realizar os seus sonhos. Nesse sentido, você pode definir a sua
melhor estratégia e, dentre as possíveis ações apresentadas a se-
guir, escolher as que mais se adequam a sua realidade pessoal.
– Reconheça seus pontos fortes:
As forças internas são as habilidades e competências pessoais,
talentos e tudo que reconhecidamente fazemos de melhor, são os
pontos fortes que estão a nosso favor quando pensamos em alcançar
alguma meta. Esses aspectos precisam ser identificados, mapeados
e potencializados para serem utilizados de forma alinhada com os
nossos objetivos. A concentração em nossas forças pode promover o
aumento da motivação, além de proporcionar ganhos extraordinários
ao utilizarmos os nossos melhores ativos para alcançarmos o suces-
so. Identifique seus talentos e competências especiais, escreva-os
em uma folha de papel, concentre-se neles e use-os a seu favor para
enfrentar os desafios e conquistar o que deseja. Essa simples atitude
fortalecerá sua autoconfiança e o desejo de buscar a evolução per-
manente.

92
Transformando Motivação em Hábito

– Minimize as suas fraquezas:


Quanto mais vulnerabilidades temos, mais desenvolvemos inse-
guranças que geram a falta de confiança. Mapear as suas fraquezas
e dificuldades que possam atrapalhar a realização dos seus objetivos
e minimizá-las, fortalecerá a crença no seu potencial e na capacida-
de de alcançar suas metas. É importante identificar e reconhecer o
que precisa ser trabalhado e aperfeiçoado e criar estratégias para
neutralizar os pontos fracos, caso sejam decisivos para o sucesso
de um projeto pessoal ou de carreira. É importante ressaltar que as
nossas fraquezas são aspectos que podem ser trabalhados, ameni-
zados ou corrigidos.
– Concentre-se no que está sob seu controle:
Não temos domínio das circunstâncias, nem das escolhas e ações
das outras pessoas, mas podemos ter controle sobre nossos pen-
samentos, emoções, decisões e atitudes. Foque no que você pode
fazer para alcançar os seus objetivos e encare as situações externas
como uma oportunidade de aprendizado e crescimento. Mantenha
sua atenção no momento presente, com o foco da sua atenção no
aqui e agora, concentrando-se apenas no que pode ser feito hoje
para alcançar um objetivo no futuro.
– Reduza o nível de autoexigência:
Quando exigimos de nós mesmos um padrão alto de qualidade e
desejamos atingir a perfeição, punimo-nos constantemente por não
alcançar o impossível e fazemos comparações que alteram a nossa
percepção e nos inferiorizam. Dessa forma, sentimo-nos inseguros
e frustrados a ponto de paralisar o nosso progresso. Busque ser
um excelente profissional, mas não se cobre para ser perfeito. Meça
seus resultados, acompanhando sua evolução e suas conquistas ao
longo do tempo e constatará o quanto evoluiu e cresceu, fortalecendo
sua autoconfiança.
– Busque o conhecimento:
Quando não sabemos bem o que nos propomos a fazer, não nos
sentimos confiantes. É preciso estar consciente das competências
necessárias para assumir determinada responsabilidade, preparar-
se para os desafios profissionais e buscar estar sempre em evolução
permanente, com a aquisição de novos conhecimentos e competên-
cias que farão você estar à frente dos seus concorrentes e sentir

93
Lilian Schocair

mais segurança para exercer qualquer atividade que se proponha a


desenvolver.
– Enfrente a situação que lhe provoca medo:
Ao encarar o medo com coragem e determinação, você irá su-
perá-lo e fará com que ele desapareça. Enfrentando a situação com
consistência, ela se tornará algo comum em sua vida, eliminando
a insegurança e fortalecendo sua autoestima. Uma boa e eficiente
técnica a ser praticada antes de enfrentar um desafio real chama-se
visualização. Para começar, visualize a situação ameaçadora como
se estivesse passando um filme em sua mente e, em seguida, veja-
se na mesma cena com os resultados positivos que você espera
alcançar, com o maior número de detalhes e cores possíveis. Você
pode escolher o roteiro, criar os diálogos e moldar seu comporta-
mento para chegar ao estado desejado. Passe esse filme em sua
mente inúmeras vezes e, depois, parta para a ação concreta e colha
resultados positivos.
– Aproxime-se das pessoas que admira:
Absorva energia e aspectos positivos, convivendo com pessoas
que compartilham do mesmo objetivo que você, buscando se apro-
ximar de profissionais que chamem sua atenção de forma positiva e
que lhe engrandecem de alguma forma. Afinal, você se torna aquilo
com o que convive e é a média das cinco pessoas que mais se rela-
cionam com você. Crie uma rede de apoio mútuo com esses profis-
sionais e se fortaleça para conquistar seus objetivos.
– Valorize cada conquista:
Não espere elogios de fora para sentir autoconfiança. Você preci-
sa ser a primeira pessoa a valorizar o que faz e conquista. Crie metas
diárias e estabeleça a rotina de comemorar e se auto premiar por
seus resultados e progressos. Adquira o hábito de focar nas peque-
nas etapas que vão sendo realizadas e reduza a pressão, concen-
trando sua atenção apenas no próximo passo a ser dado. Lembre-se
de celebrar e compartilhar com pessoas importantes cada vitória da
sua jornada.
– Mantenha o pensamento positivo:
Pensar de forma positiva faz você manter a motivação, a força
de vontade e as atitudes encorajadoras diante dos desafios e das
circunstâncias. O pensamento otimista produz emoções positivas e

94
Transformando Motivação em Hábito

com elas a crença de que coisas boas podem acontecer, além da


certeza de que suas dificuldades e problemas são situações momen-
tâneas que podem ser enfrentadas. Pessoas com alto grau de con-
fiança tendem a pensar positivo e são otimistas quanto ao alcance de
bons resultados. Portanto, tente criar novos hábitos de pensamento,
concentre-se na abundância e deixe de lado a escassez.
– Organize uma agenda semanal:
Investir um tempo para preparar uma agenda a cada semana, con-
centrando-se em ações que lhe levem a alcançar o objetivo maior, é
uma excelente estratégia para manter-se em movimento e atingir as
metas estipuladas no seu planejamento. Reserve quinze minutos do
seu final de semana para se organizar e monitore diariamente seus
resultados fazendo as adequações necessárias. Aumentar a sua pro-
dutividade fortalecerá sua autoestima e a confiança de que você está
caminhando rumo ao alcance das suas metas.
– Pratique a gratidão:
O exercício da gratidão possibilita o foco em pontos positivos das
situações vivenciadas e atrai relacionamentos e resultados melhores
e enriquecedores. Ponha gratidão em tudo que você faz e vivencia.
Inicie identificando pontos de insatisfação e dificuldade e procure fo-
car no que há de bom neles. Tenho a certeza de que você encontrará
algo de positivo para agradecer e o seu nível de satisfação melhora-
rá. Ao final do seu dia, agradeça pelo menos por três coisas em sua
vida, e você verá que sua ansiedade diminuirá, e seus resultados se
multiplicarão.
Agora que você sabe o que precisa fazer para fortalecer sua au-
toconfiança, busque conhecer seu modo de pensar e, a partir desse
exercício, escolher quais as ações que mais se adequam ao seu perfil.
Por meio da prática consistente, internalizamos novas atitudes, e elas
passam a fazer parte do nosso comportamento, sendo que as pratica-
mos sem fazer esforço. O caminho em direção à realização profissional
não é fácil, pois exige muito esforço, persistência e motivação. Come-
ce agora e sinta-se forte e motivado para construir o futuro que deseja.

95
Lilian Schocair

Referências Bibliográficas:

CHAMINE, S. Inteligência Positiva: por que só 20% das equipes e


dos indivíduos alcançam seu verdadeiro potencial e como você pode
alcançar o seu. Tradução: Regiane Winarisk – 1a ed. – Rio de Janei-
ro: Objetiva, 2013.
DUHIGG, C.. O Poder do Hábito: por que fazemos o que fazemos na
vida e nos negócios. Tradução: Rafael Mantovani – 1a ed. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2012.
GOLEMAN, D. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que
redefine o que é ser inteligente. Tradução: Marcos Santarrita – 14a
ed. – Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
ROBBINS, A. Poder sem limites: o caminho do sucesso pessoal pela
programação neurolinguística. Tradução: Muriel Alves Brazil – 22a
ed. – Rio de Janeiro: BestSeller, 2016.
SAMPAIO, M. Impacto. 1a ed. – São Paulo: Buzz, 2017.
TOLLE, E. O Poder do Agora: um guia para a iluminação espiritual.
Tradução: Iva Sofia Gonçalves Lima – Rio de Janeiro: Sextante, 2002.
VIEIRA, P. O poder da ação: faça a sua vida ideal sair do papel. 14a
ed. – São Paulo: Gente, 201

96
Transformando Motivação em Hábito

André Morini
(51) 99155-1964
andre@evoluircoaching.com
amorinimkt@gmail.com
/AndreMoriniCoach
@andremorinicoach

• Especialista em Marketing – Unisinos;


• Graduado em Administração de Empresas - Ulbra;
• Trainee em Gestão Empresarial e Planejamento Estratégico – MS
Consultores Associados;
• Formação em Coaching Executivo Empresarial pela ABRACEM;
• Formação em Coaching e Mentoring pela Unieducar;
• Coaching em vendas pela IBC Coaching;
• Analista Comportamental pela Ativar;
• Gestor Esportivo pelo Grêmio/Unisinos e Universidade do Futebol SP;
• Diretor da Forminton Chemicals, Silimax Distribuidora e Evoluir Coa-
ching e Training;
• Consultor, Conselheiro e Mediador de Empresas;
• Conselheiro do Grêmio;
• Membro IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa;
• Coaching Alta Performance - Coaching Financeiro - Coaching Espor-
tivo - Atleta.

97
André Morini

Mudança de hábito através do Coaching

O completo potencial humano exige que ele assuma total respon-


sabilidade sobre a sua vida. O Coaching é a ferramenta, a técnica,
estilo, ou gerenciamento essencial para alavancar, otimizar os resul-
tados e Performar tanto pessoalmente como profissionalmente.
Você já percebeu que o tempo todo tem alguém ao nosso
redor dizendo que precisa de mudanças em suas vidas? Podemos
falar de várias situações, pois as mudanças são em todas as áreas
da vida: começar a fazer alguma atividade física, perder peso, ga-
nhar peso, ganhar mais, gastar menos, conviver mais com os fami-
liares, criar o hábito de ler, resolver o que fazer com alguma relação
afetiva que não está mais fazendo muito sentido, fazer algum curso,
faculdade que eleve suas chances de ser promovido, criar novos
laços de amizade, entre tantas outras.
Vou compartilhar com você parte da minha experiência enquanto
aprendiz de Jogador de Futevolêi. Sou oriundo do futebol, do vôlei,
outros esportes coletivos enquanto criança, adolescente e até alguns
dias atrás. Meados dos meus 38 anos, resolvi mudar minha modali-
dade esportiva, mas continuei no esporte coletivo, pois então, escolhi
começar a praticar o Futevolêi, mistura de volêi com os pés e cabe-
ça, esporte de interação, esforço e performance física, que alia técni-
ca, força e espirito de companheirismo, coincidência ou não, fato que
o esporte em si é integração, ajuda, amizade etc e bem o que gosto
de fazer e faço todos os dias na minha vida pessoal e profissional.
Quando comecei a treinar e jogar, chegou a me passar pela cabeça
em desistir, pois a quantidade de treinos é exaustiva e o nível de dis-
ciplina e concentração é alto, mas não foi isso que aconteceu, bem
pelo contrário, assumi um compromisso comigo de mudar o hábito e
ir em busca de aperfeiçoamento, foi onde estipulei e planejei meus
treinos, meus jogos e fui adquirindo melhorar a cada dia, com a aju-
da claro dos instrutores (Treinadores-Coach) e sabem por onde tudo
começou? MUDANÇA DE HÁBITOS, assumi um senso de respon-
sabilidade no qual são os princípios básicos para conseguir grandes
resultados.
Resolvi contar está breve história, onde fui o protagonista, para
mostrar para você, como é possível mudar, e para mudarmos, temos
que primeiro nos conscientizar de onde estamos e daí darmos o pri-

98
Transformando Motivação em Hábito

meiro passo, ou seja, começamos a agir em direção a um objetivo e


devemos ter consciência de onde estamos em relação a este objeti-
vo. Quando começamos a AGIR, dar os primeiros passos, colhemos
resultados favoráveis e que nos fortalecem e reforçam a crença de
que somos capazes de atingir nossos objetivos e isso nos faz estimu-
lar cada vez mais em busca de nossas metas.
“ Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você
não fizer nada, não existirão resultados. ” (Mahatma Gandhi)
Portanto comecei relatando eu como exemplo, pois acredito que
nada melhor que nós mesmos para evidenciar a evolução. Tudo co-
meçou com a mudança de hábito, conforme já havia mencionado, ok,
mas de onde partiu tudo isso? Iniciou quando eu comecei a fazer o
meu próprio auto coaching de mudanças de hábitos e comportamen-
tos aliado a pratica esportiva ou poderia ser qualquer outra esfera
carreira, vida, relacionamento etc.
Saliento que hábitos são ações que se repetem com frequência,
ou seja, com certa regularidade, passamos a realizá-las de forma
automática, pois estão internalizados em nosso inconsciente, deno-
minando o nome como uma “ rotina ” ou um estilo de vida. Os hábitos
tendem a determinar a nossa trajetória, e também são responsáveis
pelos nossos ganhos e perdas dos nossos objetivos.
E como o coaching pode dar suporte necessário para a mu-
dança de hábito?
Quando se utiliza o processo de coaching, desperta-se e constro-
em-se autoconhecimento, onde se busca a melhora significativa do
Eu interior, potencializando o que temos de melhor, eliminando assim
hábitos e supostas fragilidades, crenças limitantes que te impedem
de atingir seus objetivos e metas nos âmbitos pessoais e profissio-
nais.
O que é Coaching? Existem inúmeras versões sobre o que é
Coaching, com certeza todas tem a sua verdade, entendo Coaching
como um processo, com bases científicas em diversas áreas, e alta-
mente poderoso para evocar transformações no cliente. O coaching
tem o poder de empoderar, mudar, minimizar, poderíamos adjetivar
milhares de palavras que todas teriam a ver com o Coaching, mas
em especifico ela visa transformar hábitos. Nossos hábitos são ad-
quiridos ao longo de nossas vidas, primeiramente com nossos Pais
enquanto criança e adolescente, depois com nosso círculo de ami-

99
André Morini

zades, portanto muitos de nossos bons e maus hábitos que carre-


gamos nos favorecem ou impedem de alcançar um estado deseja-
do. Por exemplo, comer sobremesa depois do almoço vai atrapalhar
uma pessoa que esteja tentando perder peso. A falta de bons hábitos
pode ser um grande obstáculo para nossas conquistas.
Cito outro exemplo? Como passar em um concurso, se não te-
nho o hábito e o tempo necessário para leitura, o estudo fica sempre
em segundo plano, para “daqui a pouco” e todo o tempo é gasto em
smartphone?
Outro exemplo – pode ser que a falta do bom hábito de economi-
zar esteja te impedindo de fazer a tão desejada viajem para o exte-
rior. É claro que coaching não é só isso, mas nesse artigo estamos
falando principalmente da mudança de hábito através do Coaching.
Até certo ponto é bem comum no coaching o cliente identificar que
precisa parar de fazer uma coisa e começar a fazer outra e em muitos
casos o coachee já até identificou esses problemas, mas não conse-
gue promover sozinho tais mudanças em si mesmo, pelo fato daquilo
se tratar de um hábito já enraizado e de todo o seu histórico com as
suas crenças limitantes. Daí que vem e entra Coaching.
Para deixar bem claro, a transformação, mudança não vem do
Coach ( profissional ), mas do cliente! Como assim? Sim, assim mes-
mo, o Coach não é mágico e nem tem varinha mágica que muda
as pessoas da noite para o dia. No coaching, o cliente se conscien-
tiza do seu estado atual, define o que quer, aonde deseja chegar,
ou seja, estabelece uma meta, identifica o que precisa desenvolver
para atingir está meta e consegue se transformar. Por ser um pro-
cesso que evoca transformação e empodera o cliente, o Coaching
se caracteriza como um excelente aliado. Com o cliente motivado e
querendo realmente alcançar os objetivos, fica mais oportuno fazer
as mudanças, ele mesmo está aberto a abrir mão de hábitos ruins e
desenvolver bons hábitos que vão fazer o mesmo alcançar seus obje-
tivos. Com a autodescoberta no processo, o cliente se permite mudar
de uma maneira tão forte e muitas vezes drástica que consegue com
algumas sessões mudar seus hábitos. Passando um longo período
focado numa meta e se esforçando para alcançá-la, o cliente muda
os próprios hábitos. Então ele consegue fazer aquilo que sabia que
tinha que fazer, mas não tinha poder.

100
Transformando Motivação em Hábito

O coachee pode através do Processo mudar hábitos como:


• Deixar de desperdiçar tempo com mídias sociais e estudar;
• Pode desenvolver o hábito de economizar e conquistar seus so-
nhos;
• Adquirir o autocontrole e comer adequadamente nas horas pré-
definidas;
• Dividir tarefas, as atividades físicas ao invés de só jogar vídeo
game;
• Reduzir horário almoço de 1:30 para 1:00, 30 minutos podemos
usar para ler, meditar.
Esse é um dos grandes poderes do Coaching, mudar hábitos.
Desperdiçar energia com mal hábitos, no Processo de Coaching
revemos essa posição e empoderamos a pessoa a fazer diferente,
sendo assim, o cliente consegue, além de atingir o objetivo, carregar
essa transformação por toda a vida.
As pessoas estão sempre em constante evolução, abandonar an-
tigos hábitos nem sempre é tarefa fácil. Começar uma dieta, acordar
mais cedo, iniciar uma faculdade, entrar para a natação, academia,
mudar a rotina do trabalho. Diariamente buscamos uma renovação de
hábitos em diferentes setores de nossas vidas.
Mudar é sempre um processo gradual e cada pessoa possui um
tempo diferente para assimilação. Antes de tudo, vale salientar que
um hábito não desaparece, mas pode ser substituído.
Neste artigo, apresento 4 dicas para quem deseja criar hábi-
tos e começar uma nova rotina.
• Adquira autoconhecimento
O autoconhecimento é a chave para reverter hábitos. Sendo as-
sim, para mudar um costume é primordial querer modificar sua rotina.
• Entenda o que é hábito
Especialistas afirmam que o cérebro humano está constantemen-
te em busca de maneiras para poupar esforço. Os hábitos são esco-
lhas que são feitas e esquecidas em dado momento, porém continu-
am sendo reproduzidas.

101
André Morini

• Estabeleça grandes objetivos


Falar inglês fluentemente, adquirir a casa própria ou imóvel. To-
das as metas de vida que buscamos exigem de nós esforço e dedica-
ção. Crie hábitos diários dentro de sua rotina que ajudarão a alcançar
o resultado dessa meta.
• Mantenha o foco para criar hábitos
Perseverança e foco são aspectos fundamentais para mudar há-
bitos e criar uma rotina mais saudável.

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Transformando Motivação em Hábito

Renata de Sant’Anna
(21) 99368-7532
renatadesantanna@gmail.com
www.resantanna.blogspot.com.br/

• Professional & Self Coach - BCI;


• Leader Coach - BCI;
• Analista Comportamental;
• Project & Product Manager;
• Socióloga;
• Especialização em Design Thinking - Virginia University;
• Especialização em Processos de Desenvolvimento de Software - PUC;
• Especialização em Governança Estratégica – FGV;
• Mestrado e Bacharelado em Sociologia - UFRJ;
• Formação em Projetos.
• Já atuou em empresas públicas e privadas.

“Eu lido com as pessoas por de trás dos projetos, com suas habilidades,
ambições e vulnerabilidades, guiando-as na direção da linha de chegada.”

103
Renata de Sant’Anna

Auto-responsabilidade: a liberdade de fazer


escolhas conscientes

Quem nunca se surpreendeu olhando de soslaio para um amigo


ou conhecido, pensando como a vida dele é melhor que a sua? O que
ele tem de especial? Por que “as coisas” deram certo para ele (e não
para você)?
Toda vez que estes pensamentos surgem, sentimo-nos mal sobre
nós mesmos, incapazes de ter, fazer, realizar, conseguir o que quer
que seja nosso objetivo.
Ah, mas e se houvesse um mago que pudesse com um simples
gesto realizar nossos desejos? Talvez um mago como estes de con-
tos de fadas não exista, mas o poder de realizar existe e ele está em
suas mãos!
Este é o segredo daquela pessoa que a seus olhos parece estar
em sintonia com o mundo, ela tem consciência do poder de suas es-
colhas. E você pode ter este poder também.
Desde a infância somos ensinados e levados a acreditar que tudo
que ocorre em nossa vida, ao nosso redor, faz parte de uma espécie
de acaso que irá acontecer independente do nosso querer.
Atribuímos às situações externas a nós o poder sobre nossa vida,
existe sempre um “outro” que não nós mesmos que julgamos ser o
grande responsável pelos nossos sucessos e fracassos. Herança,
esta, da experiência uterina que experimentamos durante a gesta-
ção, quando a vida do bebê depende do ambiente, alimentos, emo-
ções que a mãe lhe proporciona.
Após o nascimento, o ser humano começa a se desenvolver en-
quanto indivíduo autônomo e passa a assumir domínio sobre seus
atos: como o quê comer e quando dormir, por exemplo. Mas ainda
vive sob a crença de que o mundo guia, quiçá determina, seus pas-
sos e suas ações.
A palavra responsabilidade origina-se da palavra latina responde-
re, traduzindo para o mundo moderno remete à prática de responder
por atos próprios ou alheios sobre algo que lhe foi confiado. A au-

104
Transformando Motivação em Hábito

to-responsabilidade significa não só ter a capacidade de responder,


decidir e escolher, mas participar de forma engajada e consciente,
mais prática possível, de alguma ação.
Algumas pessoas se referem à auto-responsabilidade como o
principio 90/10. Este princípio nos diz que uma menor parte do que
nos acontece diariamente (10%) está fora do nosso controle imediato.
Enquanto o restante (90%) está em nosso campo de atuação imedia-
ta, através das escolhas que fazemos e de como reagimos ao que se
passa à nossa volta.
“A vida é 10% o que acontece com você, e 90% como você reage
a isso”. (Covey, 2016)
Assim como a Terra possui o movimento de rotação em torno de
si mesma simultaneamente ao movimento de translação que percorre
ao redor do Sol, assim é a relação dos seres humanos e o mundo à
sua volta. O movimento de rotação é equivalente aos 90% e a trans-
lação, a interação com o mundo exterior, os 10% que não podemos
controlar.
Se por um lado as pessoas reagem aos estímulos externos do
mundo, por outro estão permanentemente em movimento interno
através de seus sentimentos e pensamentos. Os pensamentos e
sentimentos são os recursos de que dispõem para se comunicar e
interagir com os outros, através deles traduzem em palavras as sen-
sações percebidas.
Quando nos apropriamos de nossos pensamentos, sentimen-
tos, decisões e ações, todo o corpo envia uma mesma mensagem
singular e indivisa em todos os níveis de expressão, estabelecendo
uma comunicação de confiança e verdade. É como nos tornamos
auto-responsáveis, capazes de tomar as rédeas da vida escolhendo
nosso destino.
A auto-responsabilidade pode ser entendida como a capacidade
em pensar e agir de forma coerente de acordo com o que se compro-
meteu a realizar, sem artimanhas como: culpar outros, racionaliza-
ções, razões ou desculpas chatas para não fazer o que há para fazer.
Implica em reconhecer nossas escolhas e não culpar outros pelo que
nos acontece.
Abraçar a responsabilidade é estarmos conscientes de nossas
escolhas e agirmos de acordo com nós mesmos, significa estarmos

105
Renata de Sant’Anna

dispostos a efetuar uma mudança de mindset, ou seja, em nosso


modelo mental determinado por nossos pensamentos e comporta-
mentos. Um novo modelo mais congruente poderá se estabelecer
de modo que tudo o que fazemos, pensamos e falamos esteja em
sintonia com aquilo que desejamos. (Smaniott, 2016)
Assumir nosso papel como responsáveis pelas ações e decisões
que tomamos é o primeiro passo da nossa jornada para tornamo-nos
heróis de nossa história. Começamos a tomar consciência de nossas
escolhas a cada instante e percebemos o impacto destas escolhas
em nossas vidas. Tornamo-nos livres das expectativas e julgamentos
e sentimo-nos mais confiantes e confortáveis com as decisões que
escolhemos tomar.
Se olharmos a nossa volta, perceberemos exemplos de pesso-
as que se auto-responsabilizam por suas escolhas. Estas pessoas
costumam ter sucesso naquilo que fazem ou têm. Não porque fazem
somente as escolhas “certas”, mas porque não se desesperam frente
às dificuldades de uma escolha “errada”. Ao se responsabilizarem
pelo que as cerca, assumem riscos ou os evitam, se empoderam
das regras do jogo e se tornam protagonistas de suas próprias vidas,
assumem o controle do que querem para si.
Para a maioria da população este mundo exterior ainda detém
o poder sobre suas escolhas. Os eventos são aquelas coisas que
acontecem fora de si - coisas que veem, ouvem e tocam, indepen-
dente da sua vontade.
A partir do momento em que se acredita que nossas sensações
e emoções são causadas pelo que o outro diz ou faz, deixamos de
ser heróis e passamos ao papel de vítima. Embora possa parecer
que a outra pessoa “causou” sua reação emocional, a verdade é que
sua reação surge de uma sensibilidade pré-condicionada a certos
estímulos.
Alguns cenários desencadeiam estas reações pré-condicionadas,
algumas pessoas se incomodam mais que outras em determinadas
situações.Cada um tem seus próprios e exclusivos gatilhos emocio-
nais. Mapeá-los e reconhecê-los no momento em que são disparados
é um exercício diário para retomar a consciência de suas ações.
A mentalidade da vítima é construída sobre os alicerces das
ações inconscientes, ela destrói a auto-responsabilidade no exato
segundo em que atribui ao outro a responsabilidade de seus pensa-

106
Transformando Motivação em Hábito

mentos e sentimentos.
É comum vermos, em empresas e organizações, pessoas que
são demitidas e culpam a companhia ou o chefe pela injustiça sofri-
da. Mas será que refletem sobre suas ações, aquilo que poderiam ter
feito para evitar esta situação?
Existem pessoas extremamente competentes cuja postura pro-
fissional deixa a desejar. Há aqueles que, por desempenharem fun-
ção extremamente específica, imaginam-se insubstituíveis e abusam
deste “status” que só existe em suas mentes. Em outros casos, o
profissional é de fato uma excelência, mas não possui autoconfiança,
gerando em seus pares e parceiros o sentimento de não confiabilida-
de. Todos são vítimas do outro.
Como estas “vítimas” poderiam agir para mudar sua situação?
Como seria se o profissional competente melhorasse sua postura e
se relacionasse melhor com os colegas? Imagine talvez o empregado
“insubstituível” absorvendo novas tarefas, compartilhando o conheci-
mento? E se aquele sem autoconfiança começasse a perceber quão
valiosa é sua colaboração?
Fácil de falar, difícil de fazer. Na maioria das vezes o que ouvimos
é: “meu chefe está me perseguindo”, “eu sou um coordenador, eu
não preciso me relacionar com pessoas abaixo do meu nível”, “se eu
passar meu conhecimento adiante, serei desnecessário”.
A vítima ainda encontra mais um culpado em tempos de crise, o
Governo ou a Economia - entidades “malévolas” que fazem de tudo
para impedir que as “pessoas de bem” e trabalhadoras realizem seus
sonhos.
Convenhamos, se isso fosse mesmo verdade, todas as empresas
de um mesmo segmento faliriam, todos os empregados de determi-
nada função seriam dispensados, todas as escolas públicas estariam
em greve. Então olhe para o lado e vejamos se não há alguém nas
mesmas condições que a sua que continua a prosperar enquanto
você conta uma historinha para se justificar.
“Você é responsável pelo mundo em que você mora. Não é res-
ponsabilidade do Governo. Não é do seu clube ou de sua escola ou
da sua igreja ou do seu vizinho ou do cidadão. É sua, totalmente e
singularmente sua”. (August Wilson)
A verdade é que não há transferência de responsabilidades, como

107
Renata de Sant’Anna

somos levados a crer. Toda pessoa é responsável pelas consequên-


cias de suas escolhas, e quando estas são congruentes, correspon-
dem somente à sua consciência. Então, se não quiser fazer algo,
não faça, só não dê desculpas. Assuma suas decisões e assuma o
controle da sua vida, está em suas mãos o comando de agir ou tentar,
acertar ou errar.
As histórias que contamos para justificar uma não ação, um fra-
casso, uma paralisia são racionalizações feitas para que possamos
transferir para o outro a nossa responsabilidade. (Roth, 2015)
É preciso ter coragem para enfrentar o que está além daquilo que
se conhece, e enveredar pelo desconhecido. Tudo que nos é des-
conhecido nos remete a sentimentos de insegurança e fragilidade,
expõe para o mundo a nossa fragilidade e vulnerabilidade. Porém,
ser vulnerável, ao contrário do que se imagina, não é fraqueza, mas
coragem de seguir a verdade interna sem saber previamente os re-
sultados.
As escolhas que fazemos conscientemente dizem respeito ao
nosso sistema de crenças e valores, à nossa verdade interior. Muitas
vezes o que nos impulsiona está fora das expectativas e valores co-
letivos do meio em que vivemos. Daí o medo e insegurança de fazer
escolhas, que sejam “erradas”, e de ser rejeitados por elas.
Todos buscam uma referência para se sentir pertencente a algo
maior, e a auto-responsabilidade pelas escolhas que fazemos é, em
última instância, um processo penoso, pois, para cada escolha feita,
há o risco de ser rejeitado pelo “outro”. Esta é a principal consequ-
ência.
“É reconfortante ter uma explicação, principalmente uma que faça
com que nos sintamos melhor a respeito de nós mesmos e deposite
a culpa nos outros.”(Brown, 2013)
Assumir plenamente as escolhas é arriscar ir em direção àqui-
lo que se deseja de forma harmônica com seu sistema de valores.
É sentir-se digno e livre para escolher de forma consciente, se res-
ponsabilizar pelas consequências e repercussão de suas ações, é
romper com padrões, crenças e expectativas pré-estabelecidas, em
sua maioria externas a nós (como a família, amigos e sociedade que
impõe modelos de pensar e agir).
Seja responsável por suas escolhas, por suas ações, por suas

108
Transformando Motivação em Hábito

palavras, mesmo que isso signifique assumir consequências que lhe


tire da zona de conforto e traga à tona sua vulnerabilidade.
Como a jornada de um herói, a jornada da nossa vida é composta
pelas escolhas e pelos desafios que buscamos superar, definida pe-
las conexões travadas e ações realizadas, todo o percurso nos levará
ao conhecimento e aprendizagem.
As limitações existem apenas em nossa mente. Então, quebre
paradigmas, mude de hábitos, ouse aparecer e deixe-se ser visto.
Abrace seu medo. Tenha coragem de ser imperfeito. Isso é viver com
liberdade.
Que tal se permitir vivenciar a liberdade de ser autor de sua pró-
pria história? Alguns novos hábitos poderão levá-lo pela estrada de
ladrilhos amarelos até onde você jamais pensou que seguiria.
Viva o momento presente. Somente se é verdadeiramente auto
-responsável no momento presente, aqui e agora.
Guie-se pela honestidade. Somente sendo honestos com nós
mesmos sobre as verdadeiras intenções por trás das nossas ações
será possível assumir a responsabilidade por nossa própria vida.
Tenha confiança em si mesmo. Observe sua trajetória, honre sua
história.
Seja congruente. Permita que suas palavras, ações e sentimentos
sejam expressões de sua verdade interior.
Mantenha-se aberto a novas experiências. Esteja disponível para
todas as experiências e possibilidades que a vida apresentar, é atra-
vés do aprendizado do novo que desenvolvemos auto-responsabili-
dade.
Desapegue-se. Viver a vida implica em arriscar-se, em abrir mão
do conforto de experiências pré-concebidas e conhecidas e acreditar
no poder de suas escolhas.

109
Renata de Sant’Anna

Referência Bibliográfica:

BROWN, B. A Coragem de Ser Imperfeito. Rio de Janeiro: Sextante.


2013.
BROWN, B. Mais forte do que nunca: Caia. Levante-se. Tente outra
vez. Rio de Janeiro: Sextante. 2016.
CAMPBELL, J. A Jornada do Herói. Editora Ágora. 2004.
CORRALES, R.G. Of Pebbles & Grenades: 3 Keys To Self-Mastery:
A Manual for Becoming a Secret Agent of Love & Transformation.
Author House. 2011
COVEY, S. OS 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. Rio de
Janeiro: BestSeller. 2009.
ROTH, B. The Achievement Habit: Stop Wishing, Start Doing, and
Take Command of Your Life. New York: Harper Collins. 2015.
SMANIOTTO, A. Você se Considera Uma Pessoa Congruente. Dis-
ponível em: (http://alessandrasmaniotto.com.br/). Acesso em: 02 ago
de 2016.
TOLLE, E. O Poder do Agora. Cascais: Pergaminho. 2001
VIEIRA, P. O Poder da Ação. São Paulo: Gente. 2015
VITALE, J. Marco Zero. São Paulo: Rocco. 2015

110
Transformando Motivação em Hábito

Leandro Lima
(21) 98006-0661 / (21) 97561-1537
www.leandrolimacoach.com.br
www. eandrolimacoach.wix.com/vencer
leandrolimacoach@hotmail.com
/LeandroLimaCoach

Master Coach Financeiro, Coach de Vida e Consultor de Marke-


ting de Rede.
Atua principalmente realizando atendimentos personalizados de
Coaching para pessoas interessadas em melhorar sua vida financei-
ra, pessoal e emocional. Tem como essência de seu trabalho esti-
mular e orientar a construção de uma vida e mentalidade próspera
a partir do desenvolvimento da inteligência financeira, emocional e
espiritual.
Também realiza palestras, cursos, consultorias e workshops de
Coaching, Educação Financeira, Marketing de Rede e Desenvolvi-
mento Pessoal.
Possui certificação internacional pelo Instituto Brasileiro de Coa-
ching, especialização pelo Instituto Coaching Financeiro e graduação
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Coautor dos livros:


- “Estratégias de Vencedores” – Conquista Editora
- “Coaching – A arte da superação!” – Conquista Editora
- “Empreendedorismo – O Poder da Mudança” – Conquista Edi-
tora
- “Coaches que fazem a diferença – Competência e Resiliência” –
Conquista Editora
- “Moldando Campeões – O Esporte na Essência” – Conquista
Editora
- “Construindo Riqueza e Prosperidade - Revelações e Estratégias
para alcançar Sucesso Relatadas por Masters Coaches” – Momen-
tum Editora.

111
Leandro Lima

Uma razão para vencer -


Aprenda a encontrar o seu “porquê”

Uma das coisas que mais fazemos ao longo da vida e dia a dia é
nos perguntar o “porquê” de quase tudo que nos acontece, fazemos
ou deixamos de fazer, especialmente das coisas ruins e que não nos
agradam ou que contrariam os nossos planos e expectativas. São
geralmente perguntas do tipo “Por que isso deu errado?”, “Por que
nada dá certo pra mim?”, “O que eu fiz para merecer isso?”. Você já
se viu fazendo esse tipo de pergunta alguma vez? Conhece alguém
que tenha esse hábito?
Existem alguns “porquês” que nos levam a justificar a nossa falta
de ação e nos colocam na posição de vítimas das circunstâncias, e
outros que nos levam a entrar em ação, assumir a responsabilidade
e fazer o que precisa ser feito para alcançarmos o objetivo definido.
Vamos, primeiramente, entender um pouco melhor cada um deles e,
na sequência, focar em como encontrar ou construir os “porquês” que
nos motivam a superar os desafios e vencer.
Uma das premissas básicas do Coaching é que ações diferentes
geram resultados diferentes, então, para lhe ajudar a entrar em ação,
eu compartilho, ao longo do texto, alguns exercícios, técnicas e fer-
ramentas de Coaching que irão lhe ajudar a colocar em prática todo
o conteúdo abordado e alcançar seus objetivos mais rapidamente.
A maioria das pessoas não sabe, e talvez você também desco-
nheça o fato de que os nossos pensamentos, sentimentos e ações
são orientados pelas perguntas que nos fazemos frequentemente. A
qualidade dessas perguntas está diretamente relacionada a nossa
motivação para agir e à qualidade dos resultados que construímos
em nossa vida pessoal, profissional e financeira.
Quando desenvolvemos o hábito de nos fazermos perguntas com
foco no negativo, na experiência do problema pelo qual estamos pas-
sando, encontramos respostas que nos levam a viver mais aconteci-
mentos negativos ou dolorosos. Por outro lado, quando aprendermos
a nos fazer perguntas com foco no positivo e na solução desejada,
a tendência é termos cada vez mais facilidade para resolver proble-
mas e encontrar ou construir soluções eficientes nas mais variadas
situações.

112
Transformando Motivação em Hábito

Agora pare e reflita por um instante. Pense nas últimas três ve-
zes que você conseguiu resolver um problema ou superar um grande
desafio. Que tipo de perguntas permeavam sua mente mais intensa-
mente, momentos antes de você encontrar a solução? Talvez fossem
perguntas do tipo “Como eu posso resolver isso?”, “O que eu preciso
fazer para vencer este desafio?” ou “Quem pode me ajudar a conse-
guir o que eu quero?”.
Observe que, quando nos vemos presos em problemas, geral-
mente, estamos repetindo, em nossa mente, perguntas com foco na
dor que estamos vivendo no momento. Quando estamos construindo
boas soluções, nossa mente se encontra preenchida por uma verda-
deira onda de soluções, motivação e energia positiva.
Vale dizer que isso não acontece instantaneamente e que depen-
dente também da intensidade, frequência e duração dos pensamen-
tos e sentimentos envolvidos, pois, quanto mais intensos, frequentes
e duradouros forem em nossa mente, mais irão influenciar a nossa
percepção, aprendizados, comportamentos e tomadas de decisão.
Vamos, agora, entender como isso funciona dentro do nosso cé-
rebro e como controlar melhor esse processo.
Entendendo os Mecanismos da Atenção e do Foco
Todo esse processo está diretamente relacionado a uma estrutura
existente em nosso cérebro que se chama Sistema de Ativação Reti-
cular Ascendente (SARA) e que funciona como uma espécie de filtro
ou lente de aumento que amplia a nossa percepção para tudo aquilo
a que mais damos foco e atenção.
É como se fôssemos uma câmera fotográfica ou filmadora e de-
cidíssemos enquadrar apenas uma determinada área da imagem
e ignorar todo o restante. Se enquadrarmos uma imagem bonita e
agradável parecerá que tudo é bom e nos sentiremos bem. Se enqua-
drarmos uma imagem feia e desagradável, parecerá que tudo é ruim
e nos sentiremos mal. Resumidamente falando, é basicamente isso
que acontece diariamente quando decidimos focar a nossa atenção
mais nas soluções ou mais nos problemas.
Para o cérebro não faz diferença se é bom ou ruim, pois se você
foca a sua mente em algo, seu cérebro entende que esse algo é
importante para você e, então, começa a lhe fazer ver, ouvir, sentir e
entrar cada vez mais em contato com coisas relacionadas ao objeto

113
Leandro Lima

do seu foco.
Em outras palavras, se você está alimentando mais pensamentos
negativos, será guiado para encontrar mais fontes de negatividade.
Por outro lado, se está alimentando, em sua mente, mais pensamen-
tos e perguntas positivas, todos os seus sentidos lhe guiarão para
novas e mais intensas experiências positivas.
Da mesma forma, todo o nosso processo de aprendizado, de for-
mação das nossas crenças, ideias, opiniões e modelagem dos nos-
sos comportamentos é orientado pelas informações às quais mais
damos foco e que, por sua vez, guiam os nossos pensamentos, sen-
timentos, escolhas, decisões, hábitos e atitudes.
Agora pense um pouco e responda o seguinte: em que situação
a sua motivação para vencer os desafios da sua vida é geralmente
maior, quando você está se fazendo perguntas focadas no problema
ou quando você está se fazendo perguntas com foco na solução?
Que tal fazer mais o que lhe gera melhores resultados?
Para quem leu “O Segredo” isso tudo pode lembrar a “Lei da “Atra-
ção”. Mas, se você preferir, pode também estudar mais a fundo os
conceitos acima em artigos de Neurociência Cognitiva, Psicopedago-
gia, Psicologia Positiva e Programação Neurolinguística (PNL), que
são a base do método Coaching.
Tendo feito essa introdução sobre a importância das perguntas
que nos fazemos em nosso dia a dia e de como funcionam os meca-
nismos da atenção e do foco. O que você acha de começar a apren-
der agora, como fazer de forma consciente, perguntas cada vez mais
inspiradoras e que podem lhe ajudar a manter o foco no positivo e
seguir em frente até alcançar os seus objetivos?
Se a sua resposta for “Eu quero!”, então se prepare para aprender
a encontrar o seu “porquê” para realizar cada projeto da sua vida e
vencer os desafios que surgirem em seu caminho.
“Aquilo que prende a Atenção determina a Ação.” (William James)
Como Funciona a Motivação
Encontrar a razão e os fatores que lhe motivarão diariamente a
prosseguir até vencer, sem perder o foco a todo momento ou desistir
facilmente, pode ser um grande desafio para a maioria das pessoas,
especialmente no início, assim como são para mim.

114
Transformando Motivação em Hábito

Quando o assunto é motivação, ou seja, o que nos motiva a agir, a


entrar em ação, ao mesmo tempo que existe uma regra geral básica,
também existem vários fatores em especial que influenciam em maior
ou menor grau cada pessoa de acordo com seu próprio perfil.
A regra geral diz que algumas pessoas são motivadas pela busca
por prazer e outras pela fuga da dor. Isso significa que tem gente que
só entra em ação se a recompensa oferecida for realmente interes-
sante, prazerosa e a mais imediata possível. Também têm pessoas
que só entram em ação quando entendem que, se não agirem, aca-
barão tendo de pagar mais caro ou passar por dores e desconfortos
ainda maiores no curto, médio e longo prazo.
Ao mesmo tempo, é importante saber que o que gera prazer para
alguns, pode não gerar para outros. O que gera dor para algumas
pessoas, pode até mesmo ser fonte de prazer para outras.
Um exemplo clássico disso é o caso das pessoas que enfrentam
dietas rigorosas e horas de treinamento físico todos os dias em prol
de uma melhor estética corporal, satisfação pessoal ou resultados
desportivos, ou então, pessoas que aceitam trabalhar em qualquer
função, em condições precárias e com baixo salário tendo em mente
que ficar sem emprego poderia ser muito pior. Para ambos os exem-
plos, tem quem prefira ficar como está ou então precise de um ou
mais estímulos diferentes para decidir agir e mudar a sua situação.
Neste momento, uma pergunta interessante talvez seja: o que lhe
motiva a agir? Você, geralmente, está buscando algum prazer ou ten-
tando evitar alguma dor? Indo além, que tipo de prazer seria uma boa
recompensa para você ou que tipo de dor é suficiente para fazer você
levantar e agir? Lembrando que não existe certo ou errado, apenas
o que funciona melhor para você, e o quanto você sabe usar isso a
seu favor.
Vou lhe contar agora sobre como comecei a entender o que fun-
ciona melhor para mim e por que, às vezes, é muito importante você
simplesmente agir, não ficar pensando muito, especialmente quando
não está com vontade de fazer o que deveria fazer.
“Quem tem um ‘porquê’ enfrenta qualquer ‘como’.” (Viktor Frankl)
Aprenda a Pensar, Agir e, então, Sentir...
Durante boa parte da minha vida, eu estive envolvido com ativida-
des desportivas, artes marciais e competições de uma forma geral,

115
Leandro Lima

seja comigo mesmo ou com outras pessoas. Ao longo desse pro-


cesso, algo muito importante que aprendi foi que, se eu quisesse
realmente conquistar algo, eu deveria querer esse algo com todas
as minhas forças e do fundo meu coração para conseguir enfrentar
e vencer as dores, os medos e os desafios que surgissem ao longo
do caminho, independente do tempo que levasse para alcançar o
resultado desejado.
Outro aprendizado mega importante que adquiri foi que, se eu
ficasse esperando pelo estímulo ou apoio de outras pessoas para fa-
zer o que eu precisava fazer, o mais certo era eu acabar não fazendo
nada e, com isso, simplesmente, perder oportunidades interessantes
e que poderiam fazer grande diferença em minha vida. Afinal de con-
tas, o que é muito importante para mim pode não ter a menor impor-
tância para outras pessoas e vice-versa.
Entendendo isso, a partir do momento em que comecei a me exer-
citar, fazer caminhadas e correr sozinho, simplesmente pensando em
melhorar meu condicionamento físico, controlar a minha mente e su-
perar meus limites, comecei a aprender a ter prazer com a minha
própria companhia, com as minhas tarefas e celebrar meus próprios
progressos e momentos de superação e conquistas.
Entendi que, para mim, é importante pensar de maneira lógica
e aceitar fazer algumas coisas que, a princípio, não me dão prazer,
como acordar muito cedo ou seguir uma rotina, por exemplo, para
então conseguir fazer outras que me dão muito prazer e que, quanto
mais eu faço, mais prazer eu sinto e mais quero fazer, como compar-
tilhar conhecimentos e conhecer novos lugares e pessoas.
Sempre tive muita curiosidade a respeito do funcionamento da
mente humana e os anos de treinamento em artes marciais me leva-
ram a também querer entender melhor o funcionamento do corpo hu-
mano e o que motiva cada pessoa a fazer o que a faz feliz e alcançar
suas conquistas. Para isso, decidi cursar a graduação em Educação
Física e, então, comecei a entender mais sobre Treinamento Despor-
tivo, Fisiologia Humana e Psicologia do Ensino.
Nesse processo, em meio às pesquisas e leituras para a produ-
ção da minha monografia, acabei conhecendo o método Coaching e
me aprofundando ainda mais em conceitos como planejamento es-
tratégico, motivação, força de vontade, determinação, perseverança
e resiliência, a respeito dos quais falo mais no livro “Moldando Cam-

116
Transformando Motivação em Hábito

peões – O Esporte na Essência”.


A partir desses estudos, observando outras pessoas e também
da minha própria experiência pessoal, entendi que, em muitos ca-
sos, é possível que acordemos sem a menor vontade de fazer o que
precisamos fazer e com motivação tendendo a zero. Especialmente
nesses momentos é importante que tenhamos em mente um planeja-
mento a ser seguido, chova ou faça sol, alinhado com a nossa visão,
crenças e valores e com uma razão forte o suficiente para vencermos
as nossas desculpas e fazermos o que é preciso.
Fisiologicamente falando, quando entramos em ação, estimula-
mos o nosso organismo a liberar mais serotonina, dopamina, ocito-
cina e endorfina (conhecidos como “hormônios do prazer”). Sendo
assim, isso nos mostra que precisamos agir para começar a sentir
prazer e aumentar a nossa vontade de fazer e continuar fazendo.
Quanto mais nos envolvemos com a atividade em si e nos foca-
mos no que estamos vivendo, mais entramos em estado de fluxo,
que é um estado psicológico no qual perdemos a noção do tempo e
nos sentimos com cada vez mais prazer e energia para fazer mais,
melhor e em menos tempo a tarefa em questão.
Em outras palavras, a decisão e a determinação de agir precisam
vir em primeiro lugar. É imprescindível entender porque essa ação é
importante para você e que diferença fará na sua vida. Sua força de
vontade e perseverança vão lhe ajudar a seguir em frente e se man-
ter em movimento. Sua capacidade de resiliência lhe ajudará a não
desistir e se fortalecer com cada novo desafio.
Uma estratégia que funciona muito bem para mim quando quero
conquistar algo é usar o poder da declaração. Uma vez que eu de-
claro que vou fazer algo, me sinto no dever de dar o meu melhor até
o conseguir, pois honrar a minha palavra é algo que valorizo muito e
não honrá-la me gera dor e desconforto imensos. Ao mesmo tempo,
honrar a minha palavra é algo que faz eu me sentir livre, e, por sua
vez, liberdade é um valor da mais alta importância em minha vida,
que me motiva muito e que está diretamente relacionado aos meus
maiores objetivos e desejos.
Resumindo, você tem de decidir fazer porque é importante e valio-
so para você e não ficar esperando até sentir vontade de fazer. Uma
vez em ação, fazendo algo que lhe dá prazer imediato ou que lhe ofe-
rece uma recompensa valiosa a médio e longo prazo, a tendência é

117
Leandro Lima

você o querer continuar fazendo até alcançar a satisfação desejada.


Quando você não tem consciência do que pode ganhar ou do “por
que” deve agir, qualquer obstáculo pode parecer muito grande para
ser superado.
Um detalhe importante nesse contexto é que devemos aprender
a desenvolver a nossa Inteligência Emocional e usar o nosso lado
racional para orientar o emocional, e não nos deixarmos dominar por
nossas emoções, até porque a tendência padrão do ser humano é
buscar o conforto e fugir do estresse. Porém, muitas vezes, para con-
seguir o que realmente queremos, precisamos sair da nossa zona de
conforto, enfrentar nossos medos e agir de uma forma diferente para
conseguir resultados diferentes dos que já temos.
Quando nos conhecemos melhor e sabemos o que nos motiva e
o que nos desmotiva, fica mais fácil buscarmos ou construirmos o es-
tímulo que precisamos diariamente para não desistir e continuarmos
buscando com afinco o que mais queremos.
Algumas pessoas já fazem o que lhes dá prazer e até a expecta-
tiva de entrar em ação já lhes faz se sentir bem. Aos olhos de quem
as observa, isso faz parecer que tudo é mais fácil para elas ou que
são super disciplinadas e motivadas, mas, na verdade, é mais uma
questão de já terem feito todo um alinhamento estratégico entre seus
valores, necessidades, tarefas a cumprir e objetivos a conquistar. O
método Coaching pode ajudar com esse alinhamento e processo.
Em outros casos, a atividade em si é apenas um meio para um
prazer futuro e, especialmente, nesses casos, é muito importante que
se encontre uma ou mais formas de associar prazer às tarefas duran-
te todo o processo até a conquista do objetivo desejado.
Vale lembrar que nem sempre conseguimos avançar sozinhos e
é importante entendermos quando precisamos pedir ou buscar aju-
da e quando isso não se faz necessário, assim como também é im-
portante aprendermos a reconhecer quando o ambiente exerce forte
influência sobre nós, e o que podemos ou devemos fazer a respeito.
Vejamos, a seguir, como começar a alinhar os nossos valores e
fatores motivacionais com as ações que precisamos realizar para
vencer os desafios e alcançarmos o que queremos.
Valores motivacionais
Você já notou que existem algumas que pessoas ficam esperan-

118
Transformando Motivação em Hábito

do a motivação chegar para começar a agir e acabam acordando e


dormindo sem fazer nada? Sem falar naquelas que pensam que a
motivação deve vir de fora, de cursos, líderes, coaches, palestras e
treinamentos. Isso é um grande engano, pois a motivação é intrínse-
ca, e o que vem de fora são, no máximo, bons estímulos que geral-
mente têm efeitos de curta duração.
Manter a motivação elevada todos os dias realmente não é uma
tarefa das mais fáceis para a maioria das pessoas. Apesar disso,
uma vez que você aprende a se motivar e coloca em prática, todos os
dias, esse aprendizado, isso se torna um hábito e, após algum tempo,
passa a ser o seu comportamento padrão.
Quando você encontra uma pessoa que parece estar sempre mo-
tivada e animada para fazer o que precisa, é bem certo que você
esteja diante de alguém que aprendeu a se motivar ou que atua jus-
tamente na área que mais lhe estimula e aumenta a sua motivação e
energia. Vamos entender melhor como isso funciona.
De acordo com o estudo realizado pelo pesquisador e Psicólogo
Social, Shalom Schwartz, o ser humano se enquadra predominante-
mente em pelo menos dois de um conjunto de seis valores básicos
que orientam a motivação e a energia das pessoas para a realização
das suas tarefas, sendo eles:
Teórico: Caracterizado por pessoas que estão em constante pro-
cesso de aprendizado e buscando conhecimentos. São, geralmen-
te, pessoas que gostam de trabalhar com informação, pesquisas e
estudos. Identificam-se melhor com atuações nas áreas da ciência,
educação, medicina e jornalismo.
Utilitário: Característico de pessoas que buscam grandes resul-
tados em sua vida financeira. Em geral, são empreendedores, pesso-
as que criam soluções para os problemas dos outros, que vendem os
produtos ou serviços e ganham seu lucro. Identificam-se com a área
de vendas, liderança e investimentos.
Estético: Este é um valor característico de amantes da arte e da
beleza. São pessoas que se satisfazem com a prática de atividades
relacionadas à dança, música, artes, práticas esportivas e ações de
publicidade.
Individualista: Este é um valor típico de pessoas que se sentem
atraídas por posições e funções de poder. Geralmente, são reconhe-

119
Leandro Lima

cidas como líderes natos e apresentam facilidade em trabalhos nos


quais precisem persuadir e orientar pessoas. Costumam ser encon-
tradas em cargos de direção, coordenação, gerência, liderança e su-
pervisão de equipes e colaboradores.
Social: O foco de pessoas com este valor predominante é contri-
buir para a eliminação das desigualdades sociais. São, geralmente,
reconhecidas por suas ações filantrópicas. Frequentemente encon-
tram-se engajadas em atividades de serviço voluntário, agentes co-
munitários ou treinamento pessoal.
Tradicionalista: Este valor é característico de pessoas que sen-
tem grande prazer em compartilhar conhecimentos, ideias e pensa-
mentos com outras pessoas. É comum encontrá-los atuando como
treinadores, palestrantes, professores ou líderes religiosos.
A partir das explicações acima, responda ásàs seguintes pergun-
tas:
– De zero a 10, quanto você se identifica com cada perfil?
– Você já atua predominantemente na área com a qual mais se
identifica? Caso contrário, em qual área você realmente gostaria de
atuar e fazendo o que?
– Nos seus momentos de lazer e vida pessoal, você se permite
atuar nas suas áreas de maior identificação e prazer? Em caso posi-
tivo, de zero a 10, quanto isso lhe motiva a querer viver mais desses
momentos?
– Faz sentido para você que o seu atual nível de motivação esteja
diretamente relacionado ao seu enquadramento e atuação nos perfis
citados anteriormente? O que você pretende fazer a respeito?
No livro “Coaching – A Arte da Superação!”, eu falo sobre “Como
Construir Relacionamentos Prósperos” e compartilho algumas ferra-
mentas de autoconhecimento que também poderão lhe ajudar muito
a se conhecer melhor, entender o que lhe motiva e o que lhe desmo-
tiva, compreender melhor os seus valores e as suas necessidades fi-
nanceiras e emocionais, assim como também a sua forma de pensar,
sentir, agir e se comunicar afetivamente.
Especialmente para quem trabalha em equipe ou mora com ou-
tras pessoas, alinhar os seus valores, expectativas e necessidades
com os das outras pessoas pode ser fundamental para construir um

120
Transformando Motivação em Hábito

relacionamento realmente mais harmonioso, satisfatório e de suces-


so.
Seguindo com este raciocínio, vamos então conversar agora so-
bre Missão, Visão e Valores.
Missão, Visão e Valores
Quando conseguimos seguir fazendo algo independente das di-
ficuldades ou desafios e, mesmo assim, ainda sentimos prazer com
todo o processo, certamente é porque estamos perseguindo um ob-
jetivo que está alinhado com a nossa missão de vida, visão e valores.
A sua missão é aquilo que você acredita que nasceu para fazer ou
que dá sentido e valor a sua vida num dado momento.
A sua visão está relacionada com aquilo que você quer construir a
longo prazo e deixar como legado para as gerações futuras.
Já os seus valores são o conjunto de conceitos que orientam e
norteiam o seu comportamento em sociedade, que lhe dizem o que
você pode ou não pode fazer, que definem o seu caráter, a pessoa
que você é, e como os outros lhe reconhecem.
Partindo das definições acima, convido-lhe a responder às se-
guintes questões.
1 – O que você sente que nasceu para fazer, que faz de forma
natural e prazerosa e que talvez outras pessoas já tenham lhe dito
que você nasceu para isso? O que você faz que comprova isso na
prática? De que forma essa sua habilidade pode lhe ajudar ou ajudar
outras pessoas a viverem melhor no curto, médio e longo prazo?
2 – Que legado você quer deixar para suas futuras gerações após
sua morte? Que história você quer que as pessoas contem a seu
respeito? Se você morresse hoje, o que contariam a seu respeito
amanhã? Como você iria se sentir a respeito? O que você deveria
começar a fazer ainda hoje para que no futuro a sua história de vida
possa ser um bom exemplo a ser seguido?
3 – Na sua vida atual, o que tem mais valor para você? De tudo
que você tem, do que você não abre mão de jeito nenhum? Se você
pudesse trocar algo indesejado da sua vida atual por algo que você
deseja muito e ainda não tem, o que você trocaria pelo quê? Por que
isso tudo é importante para você e que diferença faz em sua vida?
O que mais você se dispõe a fazer para manter ou conquistar essas

121
Leandro Lima

coisas, independente do tempo que levar e do esforço que exigirem


de você?
Permita-se pensar profundamente a respeito das questões e res-
ponder como quem escreve o roteiro da própria vida antes do seu
próprio nascimento e que agora faz uma revisão para ver se está
seguindo o planejamento ou se está fora de rota e precisa corrigi-la.
Feito isso, imagine que você está tendo, neste momento, uma se-
gunda chance para escrever a sua história de vida e começar esta
nova etapa, cumprindo com a sua missão, honrando a sua visão e
respeitando os seus valores mais íntimos e elevados.
Para concluir esta fase do processo, e com base em tudo que
conversamos até aqui, responda, agora, por escrito:
1 – Quais são os seus objetivos pessoais, profissionais e finan-
ceiros para os próximos 15 anos, 10, 5, 2, 1 ano, 6 meses, 3 meses,
1 mês e para os próximos 7 dias? O que você pode fazer de diferente
e importante nas próximas 24 horas que pode dar um novo rumo e
sentido a sua vida e ajudar na conquista dos seus objetivos?
2 – O que você precisa fazer diariamente para alcançar esses ob-
jetivos está alinhado com os seus valores motivacionais? Como você
pode fazer esse alinhamento? Precisa de ajuda? Qual?
3 – De que forma esses objetivos estão alinhados com as suas
respostas referentes a sua Missão, Visão e Valores?
Alinhar os seus objetivos de curto, médio e longo prazo nas varia-
das áreas da sua vida aos seus valores motivacionais irá lhe ajudar
a construir sua motivação diária, e fazer esse alinhamento com sua
Missão, Visão e Valores irá lhe dar um “porquê” forte o suficiente para
você não querer desistir e perseverar até conseguir.
Espero que o conteúdo compartilhado até aqui tenha lhe ajudado
a encontrar a sua razão para vencer e, desde já, lhe desejo muito
sucesso, paz, prosperidade, bons relacionamentos e uma vida har-
moniosa, rica e plena de tudo que é importante para você.
Um forte abraço, do seu Coach, Leandro Lima.
“Você vive em um mundo do pensamento e, tanto para ficar rico
como para solucionar seus problemas financeiros, faz-se necessário
fixar-se continuamente em pensamentos de riqueza, de prosperidade
e de sucesso.” (Joseph Murphy)

122
Transformando Motivação em Hábito

Cristiano Moreira
(32) 98410-5770
cristiano_mdf@yahoo.com.br

• Proprietário e Head Trainer da Dynamis Treinamentos Avançados;


• Trainer com reconhecimento internacional em neuro-semântica,
PNL e treinador comportamental NFT;
• Meta-coach e Master Coach Holomentoring com certificação inter-
nacional e Coaching Financeiro;
• Palestrante motivacional com mais de 20 anos de experiência e 4
livros de co-autoria;
• Outras formações: gestão de pessoas, hipnoterapia e instrutor
Eneagrama.

123
Cristiano Moreira

Como Sair da Autossabotagem:

O Mito de Sisifo e a Auto sabotagem:


Sísifo era uma personagem da mitologia grega que fora conde-
nado pelos deuses a realizar um trabalho inútil e sem esperança por
toda a eternidade: empurrar, sem descanso, uma enorme pedra até
o alto da montanha, de onde deveria soltá-la para começar tudo no-
vamente – é a sensação de lutar e lutar e nunca alcançar o sucesso.
A história de Sísifo é sobre autossabotagem. São repetições des-
trutivas que estão consolidadas em nosso inconsciente, que acabam
sendo uma verdade e se tornam uma “profecia”, e toda a “profecia”
precisa se realizar porque, só assim, ela permanece viva. A autossa-
botagem é um bloqueio, a motivação em crenças erradas.
Quantas vezes você sentiu que parecia não sair do lugar com
seus esforços?
Quantas vezes você teve de começar de novo em alguma área
da sua vida?
Se você fosse sincero sobre qual área da sua vida você está mais
se autossabotando, qual seria?
Qual?
Há uma escolha inconsciente que é a de viver na zona de con-
forto, fugindo das mudanças, fugindo da rotina e dos compromissos.
Não há lógicas para desculpas inventadas no inconsciente, faz-se
necessário ouvir a voz interna e dominar esse inimigo.
Quanto mais esclarecidos sobre o que desejamos, o que quere-
mos, mais fácil será a capacidade de ouvir a voz interna e termos
domínio.
O cérebro tende a acreditar em tudo o que ouve, ou o que você
verbaliza para si mesmo.
Por isso, vamos percorrer este assunto por três áreas: o autoco-
nhecimento, a PNL e a Neuro-semântica para sairmos da autossabo-
tagem. Você está pronto para isso? Então, vamos!

124
Transformando Motivação em Hábito

O Que é Autossabotagem e onde ocorre:


A Autossabotagem são Comportamentos Autodestrutivos que re-
alizamos sem perceber; obstáculos que criamos para nós mesmos,
porém com uma motivação de fugir da dor ou ir em direção a um pra-
zer momentâneo ou até mesmo as duas coisas ao mesmo tempo. A
Autossabotagem ocorre em diversas áreas da nossa vida:
1. Mente: Podemos dizer que é onde a autossabotagem inicia em
nossa mente. Muitas vezes de forma inconsciente através de cren-
ças adquiridas desde a infância estas crenças tendem a se tornar
profecias Autorrealizadas em nós. Crenças Limitantes são crenças
sabotadoras.
2. Emoções: outra área onde a autossabotagem ocorre é nas
nossas emoções, quando nos deixamos conduzir pelos sentimentos
sem questionar os seus significados. Muitas pessoas acreditam que
devem ser conduzidas pelo “coração” e, em parte, estão certas, mas
precisa-se ter uma certa coerência e alinhamento entre mente e emo-
ção, a que chamamos de Inteligência Emocional.
3. Comportamentos: Esta talvez seja a área em que os nossos
comportamentos destrutivos mais aparecem. Nossas ações traem as
nossas intenções. Queremos uma coisa e fazemos outra; isso por-
que nossos comportamentos seguem uma programação mental que
vem das nossas crenças e são ativadas pelas nossas emoções que
levam a esses comportamentos. Pensamento gera emoção que gera
comportamento e é assim que surgem os comportamentos autodes-
trutivos
4. A Nossa Voz Interior: Aqui está o principal motivo para a au-
tossabotagem. Todos temos uma voz interna que é como se fosse
um crítico interior. Ela é a soma de todas as Vozes que escutamos
durante a nossa vida. Quando não dominamos essa voz, ela gera
crenças limitantes em nós o que cria emoções tóxicas e comporta-
mentos destrutivos, logo autossabotagem. Algumas dessas vozes se
manifestam através da nossa personalidade e por isso falo dos Nove
Sabotadores de Sonhos.
Nove Sabotadores Internos:
Como funciona a autossabotagem? Quais as características de
quem se sabota. As respostas para essas perguntas está no auto-
conhecimento. O Autoconhecimento é a alavanca que move o nosso

125
Cristiano Moreira

mundo. Se quisermos sair da autossabotagem precisamos reconhe-


cer os nossos padrões de personalidade e tirar o ego do caminho.
Todas as nossas lutas internas e externas são sobre os nossos egos.
O ego tem uma “programação” própria que, muitas vezes, vai de en-
contro com os nossos objetivos de vida, onde acontece a autossa-
botagem.
Existe uma “ferramenta” que ajuda a identificar o Ego e seus pa-
drões, chama-se Eneagrama. O Eneagrama é uma ferramenta de
Autoconhecimento que descreve nove tipos de personalidades com
seus padrões de comportamentos.
Farei uma breve descrição de cada um desses nove padrões que
eu chamo de “nove sabotadores internos” e que estão presentes em
todos nós. Em algumas pessoas, alguns deles estão mais presentes
do que em outras por causa do padrão mais desenvolvido que cada
um de nós tem, e chamamos este padrão no Eneagrama de “Tipo”.
Temos um pouco de cada um dos nove tipos, mas o “tipo” é aque-
le padrão que mais se destacar em você e provoca a Autossabota-
gem. Vejamos cada um deles:
1. Rigidez/perfeccionismo: Este é o padrão do tipo 1 no Enea-
grama, o Padrão Perfeccionista. São pessoas pontuais e metódicas
com um padrão de pensamento altamente crítico; a autossabotagem
vem da rigidez e da tirania da “obrigação” que a pessoa coloca em si
mesma e nos outros. São julgadores de si e dos outros. Estão sempre
insatisfeitos com os resultados e nunca chegam à perfeição. Preci-
sam trabalhar a flexibilidade (mas de uma forma de fazer e pensar)
para sair da autossabotagem.
2. Aprovação alheia: Este é o padrão do Tipo 2 no Eneagrama,
o Ajudador. Pessoas que têm o impulso de ajudar aos outros e se-
rem prestativas para conseguirem aceitação e aprovação dos outros.
Pensam que seu valor está em ajudar apenas. Quando a ajuda não
é reconhecida, fica ressentidas e até agressivas. A autossabotagem
ocorre em deixar de lado as próprias necessidades e focar exces-
sivamente no outro, levando ao sufocamento e à manipulação. Isso
acaba em autodesvalorização e os outros tratam a pessoa da mesma
forma. Precisa trabalhar o autoamor e o cuidado própria em primeiro
lugar para sair da autossabotagem.

126
Transformando Motivação em Hábito

3. Presunção/Artificialidade: Este é o padrão do Tipo 3 no Ene-


agrama, o Desempenhador. São pessoas que se autovalidam pelo
desempenho que têm; são altamente concentradas no sucesso ex-
terno o que leva a pessoa a ser ativista e a perder o contato com as
suas necessidades emocionais e relacionamentos profundos. Para
sair dessa autossabotagem, precisa recuperar o valor de “ser” inde-
pendente do que faz.
4. Desequilíbrio emocional: Este é o padrão do Tipo 4 no Ene-
agrama, o Temperamental. São pessoas com o estilo emocional
dramático e focam principalmente em aspectos dolorosos para se
sentirem únicas e especiais. Uma tendência a vitimizar-se e valorizar
o sentimento de tristeza como uma forma de beleza e profundidade.
Isso causa perda de vitalidade e afasta as pessoas que se cansam da
vitimização. Para sair da autossabotagem, precisam de se identificar
com suas emoções e focarem na prática e objetividade.
5. Isolamento/Antissocial: Este é o padrão do Tipo 5 no Ene-
agrama, o Racional; se o tipo 4 se sabota, sendo muito emocional,
o tipo 5 se sabota sendo muito reacional. Isso o torna frio e distante
com as pessoas e, algumas vezes, até mesmo arrogante. Para sair
da autossabotagem, precisa sair da teoria da vida e viver mais na
prática e na profundidade dos relacionamentos.
6. Covardia/Controle: Este é o padrão do Tipo 6 no Eneagrama,
o vigilante. São pessoas com uma ansiedade contínua que focam
nos perigos da vida e no que pode dar de errado em uma situação.
Estão sempre desconfiados e esperam continuamente o pior aconte-
cer. São céticos e até mesmo cínicos. Isso traz um jeito controlador e
difícil de viver. Por esperarem sempre o pior da situação, acabam por
provocar este pior, de forma inconsciente para terem razão e refor-
çarem esse padrão. Para sair da autossabotagem, precisam desen-
volver a coragem e de confiarem, mesmo sendo ricos, caso quiserem
alcançar realizações maiores na vida.
7. Excesso de opções: Este é o padrão do Tipo 7 no Eneagra-
ma, o aventureiro. São pessoas inquietas e futuristas que estão em
constante busca de atividades e planejamentos. Raramente estão
satisfeitas e distraem-se facilmente. São multiatarefadas e fogem do
sentimento de sofrimento através disso. Por baixo da máscara de di-
versão está o medo de sofrer, e de viver apenas o momento presente.
Para sair da autossabotagem, precisam cultivar a sobriedade de viver
o momento presente.

127
Cristiano Moreira

8. Agressividade/impulsividade: Este é o padrão do Tipo 8 no


Eneagrama, o Desafiador. São pessoas confrontadoras e fortes que
enfrentam as situações com agressividade e impetuosidade. Porém
esse comportamento consegue resultados temporários ao custo de
perder pessoas e “atropelarem” relacionamentos. Geram conflitos e
ansiedade constante em sua impulsividade e agressividade. Para
sair da autossabotagem, precisam trabalhar o sentimento de perdão
e compaixão consigo mesmo e com os outros.
9. Procrastinação/passividade: Este é o padrão do Tipo 9 no
Eneagrama, o pacificador. São pessoas extremamente pacificas que
focam em evitar conflitos, porém esse comportamento causa pro-
crastinação e certa passividade nas diversas situações, deixando
a pessoa dependente de sua “zona de conforto”. Negar os próprios
conflitos é uma das formas mais comuns de autosabotagem e, para
sair disso, a pessoa precisa se permitir a enfrentar seus conflitos e
não ter medo deles para sair de sua zona de conforto.
7 Passos para Sair da Auto Sabotagem:
Agora que falamos sobre as causas da auto sabotagem e os sa-
botadores internos, quero propor 7 passos que desenvolvi, baseado
na PNL e na Neuro-semântica que serão a “matriz” para sair da au-
tossabotagem.
1º Identifique seus sabotadores internos e gerencia-os
O primeiro passo é identificarmos quais são os nossos sabotado-
res internos e dominarmos a nossa voz interior. Como fazemos isso?
Através do autoconhecimento e da observação consciente. Preste
atenção nos seus pensamentos, você é mais do que eles, são apenas
uma parte de você. Gerencia-os, perceba o que está acontecendo
em você sem se deixar levar pelo impulso do seu sabotador interno.
2º Passo: Alinha a sua atenção com a sua intenção
Aqui vamos dar uma solução para sair da procrastinação e do
excesso de opções; alinhe sua atenção com a sua intenção. Muitas
pessoas pensam que têm problemas de motivação e, na verdade,
seu problema é de intenção. Intenção + Atenção = vontade; se a sua
vontade está fraca é porque a sua intenção esta desalinhada com a
sua atenção. Pergunte-se qual é a sua intenção mais elevada para fa-
zer o que você deseja fazer e sobre aquela intenção. Quando temos
um “porquê” forte o suficiente em nós o “como” surge para sairmos

128
Transformando Motivação em Hábito

da autossabotagem.
3º Passo: Faça as pazes com as suas emoções.
Tudo que resiste persiste, esta é uma lei que se aplica as nossas
emoções. Se resistimos ao medo ele permanece em nós; se resis-
timos à raiva ela continua a nos dominar. O segredo da Inteligência
emocional é abraçar nossas emoções e usá-las ao nosso favor. Per-
mita-se sentir suas emoções e sinta-se bem sentindo essas emo-
ções, porque estão sempre ao seu favor se você souber dar signifi-
cados fortalecedores para elas. Escute a “mensagem” que existe por
trás dessas emoções e acolha-as como suas “aliadas” sem se deixar
levar pela voz sabotadora.
4º Passo: Recupere seu Brilho pessoal e seu Herói interior
Dentro de nós existe um “herói” e um “vilão”; encontre esse seu
herói interior e esse seu brilho pessoal. O brilho pessoal diz a res-
peito de sua autoestima, que ela seja incondicional porque você é
um ser humano merecedor de um valor incondicional. Seu “herói”
interior é sua autoconfiança e sua admiração para fazer as coisas.
Se o “vilão” interno é sua voz sabotadora, seu “Herói” interior é sua
verdadeira voz, que você precisa reencontrar para “ressuscitar” sua
autoconfiança e autoestima.
5º Passo: Determine seu presente por seu futuro e não por seu
passado
Muitas pessoas acham que são hoje fruto do seu passado e, em
parte, o são porque pensam assim. Podemos usar o passado sim
como aprendizado mas não como base para nosso presente. Se você
deseja sair da autossabotagem baseie seu presente em quem você
quer ser e não em quem você foi. Não que você tenha de desprezar
seu passado, você pode aproveitar as experiências positivas como
automotivação mas não viva à sombra do que você foi e quer deixar
para trás, porque é assim que muitas pessoas se sabotam. Construa
um presente todo novo com base no seu futuro e no que você deseja
se tornar. Escolha que as suas rotinas e atividades hoje sejam a fonte
do que você deseja ser. Faça do seu futuro algo tão grandioso que
seu passado fique para trás!
6º Passo: Vença com Autenticidade
Seja você mesmo para vencer. Autossabotagem tem a ver com
você achar que tem de ser outra pessoa para ter sucesso. Aprenda a

129
Cristiano Moreira

lutar com seus próprio recursos e ser você mesmo. Muitas pessoas
têm medo de ser elas mesmas por causa da rejeição, mas quando
você se torna “real” para você mesmo, as outras pessoas vão admi-
rá-lo por isso. Claro, seja a sua melhor versão, mas não a versão de
outros e sim a sua. Como você descobre qual é a sua melhor versão?
Perceba em qual área da sua vida você mais recebe elogios, lá está
escondida a sua melhor versão. Não se “venda barato” em nome do
sucesso. Escolha sempre o caminho da autenticidade.
7º Passo: Seja fiel a si mesmo: Cumpra suas autopromessas
O passo final para sair da autossabotagem é ser fiel a suas au-
topromessas. Aprenda a ser responsável pela sua própria vida. Res-
ponsabilidade é a habilidade de responder às situações. Comprome-
ta-se com sua própria vida e deixe a culpa e a vitimização de lado.
Trabalhe a honestidade com você mesmo. Desenvolva um autocon-
ceito positivo sobre você que vai lhe levar até uma autoimagem e au-
toestima que serão o impulso determinante para você sair da autos-
sabotagem e ser a melhor versão de si mesmo! Sucesso para você!!

130
Transformando Motivação em Hábito

Maria Kalempa
(22) 99893-0204

Maria Aparecida Kalempa, Graduada em Análise de Sistemas e


Processos Gerenciais, pós-graduada em Sistemas de Informação
e Marketing de Serviços, empresária e formada em Life Coach e
Executive Coach.

131
Maria Kalempa

Como organizar suas tarefas e ser motivado

Em tempos atuais, a cada dia, o número de informações e solici-


tações vem crescendo, o que gera um acúmulo de ações que devem
ser monitoradas e executadas. O que se aprende em uma empresa,
leva-se para casa e, sabendo aproveitar bem as boas práticas, tudo
fica mais leve, e o tempo corre a nosso favor para melhor vivermos.
Esta deve ser uma preocupação latente das empresas: proporcio-
nar qualidade de vida para seus colaboradores, o que, sem dúvida,
contribuirá para melhorar o desempenho das atividades e a energia
para enfrentar situações novas.
Saber administrar o tempo com equilíbrio, definir corretamente
as metas, a sequência e a priorização das atividades de forma clara
e precisa, é essencial na hora de planejar e concluir as tarefas com
eficácia.
Este equilíbrio permite conhecer melhor, gerenciar e prevenir o
stress do dia. A inteligência emocional colabora com uma parcela
grande nesse processo também.
Os gestores que estão empenhados em criar o conhecimento
sistêmico nas empresas favorecem o desenvolvimento das tarefas,
pois a equipe aprende a conhecer melhor o processo em que traba-
lha e isso os torna mais rápidos e focados.
Cabe ao colaborador aprender a fazer o planejamento e a or-
ganização de suas tarefas, criando métodos próprios de trabalho ou
sendo assessorado para executar suas tarefas de forma diferente.
Executar corretamente uma atividade nem sempre significa ter ganho
na execução. O tempo é um fator relevante que, juntamente com a
forma correta da execução de uma atividade, contribui para a eficácia
do processo.
Abaixo, seguem algumas dicas de como organizar suas ativida-
des e manter acesa a chama da motivação:
• No início de cada dia, elenque todas as tarefas, organizadas por
prazo de entrega. Caso alguma tarefa tenha ficado pendente do dia
anterior, ela ocupará, sem dúvida, o primeiro lugar da lista.
• Separe as tarefas com prazos diários, semanais e mensais, e

132
Transformando Motivação em Hábito

tenha sempre à vista esse planeamento.


• Atribua pesos para cada tarefa. As menos importantes devem
ser segregadas das mais importantes.
• Ao elencar as tarefas do dia, crie espaçamentos suficientes en-
tre elas. Se o tempo estimado para cada tarefa for insuficiente, ao
final do dia, verá que sua programação não surtiu efeito, e muitas
tarefas serão postergadas para o próximo dia.
• Crie um espaço livre para as tarefas eventuais que certamente
aparecerão durante seu dia.
• Reserve um pouco de tempo livre para tomar um café, água,
enfim, cuidar da sua saúde.
• Tenha em mãos um recurso pelo qual você prefira acompanhar
suas tarefas, seja um bloco, agenda, caderno ou uma ferramenta de
sua preferência.
• Para as tarefas rotineiras e diárias, escolha o mesmo horário dia
a dia, assim, o hábito fará com que você incorpore essa tarefa diaria-
mente sem correr o risco de esquecê-la.
• O correio eletrônico é conhecido como um dos grandes seques-
tradores de tempo. Crie também, de forma rotineira, o hábito de ve-
rificar seu e-mail duas vezes ao dia: uma vez pela manhã e outra, à
tarde, por maior que seja sua curiosidade de entrar a todo momento
para acompanhar a movimentação de e-mails. É claro que esta regra
depende muito da posição que você ocupa em uma empresa. Os
gestores de alto nível precisam estar de olho no e-mail de forma mais
sistemática devido a algumas decisões que, geralmente, não podem
aguardar tanto tempo assim para serem definidas. Mesmo nesses
casos, eles devem procurar ter disciplina e cuidados especiais para
não se envolverem num amontoado de assuntos operacionais que
irão consumir o tempo que é finito.
• Caso alguns e-mails gerem novas tarefas, tente programá-las
para os dias seguintes, sem se comprometer com prazos que não
conseguirá cumprir. O bom colaborador é reconhecido pela forma
como conduz as suas tarefas e administra seu tempo.
• É importante também prever espaços para reuniões internas.
Tente descobrir com antecedência a duração das reuniões para não
criar desvios ou impactos no seu planejamento.

133
Maria Kalempa

• Para aquelas tarefas que dependem em parte de outras pesso-


as, delegue-as, mas monitore o tempo de retorno para não compro-
meter o prazo de entrega.
• Caso o número de tarefas a serem executadas seja maior do
que o tempo disponível do seu dia, negocie com seu gestor imediato
e peça que ele priorize as tarefas, uma vez que, visivelmente, você
não conseguirá entregar tudo o que ele demandou. Não existe algo
mais frustrante para um gestor do que ficar esperando por uma tarefa
programada e esta não acontecer no tempo acertado. Geralmente, a
tarefa demandada será insumo para uma tarefa de maior complexida-
de e esse atraso comprometerá o prazo do gestor imediato também.
• E, quando uma tarefa é iniciada, tente finalizá-la antes de iniciar
uma nova tarefa. As interrupções e trocas de tarefas tiram o foco e
geram a famosa falta de acabativa (capacidade de finalizar uma tare-
fa). É muito mais gratificante iniciar, desenvolver e finalizar uma tarefa
do que interrompê-la, trabalhar outra tarefa e retornar para a anterior.
Essas idas e vindas acabam criando uma certa desmotivação em
concluir aquela tarefa que foi interrompida.
• Para cada tarefa finalizada, faça a sua marquinha, como se fos-
se um prêmio por mais uma finalizada. Isto fará você se sentir bem e
com a sensação de missão cumprida.
• Caso tenha de se ausentar por algum motivo pessoal, tente pas-
sar suas tarefas do dia para seu par e não deixe de informar seu
gestor imediato.
• Prolongue sua agenda para após do seu horário de trabalho,
criando lacunas para suas atividades domésticas, lazer e desenvol-
vimento pessoal.
O apoio e suporte dos gestores devem estar embasados em ex-
periência e competência para ensinar melhores formas e encurtar
caminhos, o que contribuirá, e muito, para o planejamento e a execu-
ção das tarefas.
A partir do momento em que as atividades forem sendo finaliza-
das, desenvolve-se, naturalmente, a satisfação de dever cumprido,
gerando um sentimento bom de contribuição e de motivação, e, ao
contrário, as atividades não acontecendo de forma planejada e orga-
nizada, o sentimento é como se o tempo fosse roubado e, ao final do
dia, tem-se a impressão de que nada foi concluído ou que não houve

134
Transformando Motivação em Hábito

nenhuma contribuição.
Trabalhando de forma organizada, o tempo pode ser melhor ad-
ministrado e outras atividades e desafios podem ser atribuídos para
colaborar para o crescimento das pessoas e o desenvolvimento das
empresas.
Trabalhando em harmonia, com a assessoria dos gestores, de
forma planejada, o ambiente torna-se leve e feliz. Nesses ambien-
tes, é comum ouvir dos colaboradores: <-não vi o tempo passar!>.
Geralmente, essa expressão vem acompanhada de um sorriso de
satisfação por um dia produtivo e harmonioso.
Juntamente com o aculturamento dos colaboradores, o feedback
constante é bem-vindo. Só assim o colaborador saberá se está indo
pela trilha correta e se desenvolverá tudo mais rapidamente. Assim
como o reconhecimento pontual dará ao colaborador ânimo para con-
tinuar, muitas vezes, aquelas tarefas enfadonhas é que demandam
muita energia para concluir.
A Motivação, com a vontade e o incentivo, é que faz com que as
pessoas saiam do lugar ou da zona de conforto para atingir seus ob-
jetivos. Motivar-se para organizar a vida, não deixa de ser uma forma
de alavancagem para buscar seus objetivos e sonhos. Cada ser hu-
mano deve tentar buscar ou conhecer, dentro de si, formas de como
se automotivar, o que independe de situações ou de outras pessoas.
Essa força interior motora é conhecida como motivação intrínseca.
Pessoas motivadas agem, buscam e conquistam.
Sem motivação é árduo o compromisso para cumprir tarefas, es-
tudar ou trabalhar, e nada acontece. A motivação é muito discutida
no âmbito empresarial, pois da mesma depende o sucesso do cola-
borador e da própria organização. O reconhecimento e a recompen-
sa pelo trabalho executado no ambiente empresarial produzem uma
química tão efetiva que fazem com que o colaborador seja mais pro-
dutivo, torne-se mais motivado, proativo e focado em seus objetivos.
Por esse motivo, o feedback formal ou informal agrega bastante
valor ao colaborador que cria benefícios para a organização. Quando
utilizado de maneira correta, o efeito é forte e duradouro e faz com
que os colaboradores sintam que o esforço foi reconhecido e sen-
tem-se como parte essencial da empresa. Essa postura gera, a cada
dia, mais comprometimento e engajamento nas atividades que fo-
rem a ele atribuídas, bem como disponibilidade para aceitarem novos

135
Maria Kalempa

desafios. E, por sua vez, se o colaborador não estiver motivado, não


existe aumento de salário que o faça sentir-se melhor e pronto para
arregaçar as mangas e produzir feliz seu trabalho.
Abaixo estão enumeradas algumas ações que podem contribuir
para que o colaborador sinta-se recompensado, que sua autorreali-
zação esteja evidente, e seja também o combustível que possa ace-
lerar a força interna, chamada motivação:
• Administração do tempo
• Conhecimento sistêmico
• Planejamento e organização das atividades
• Apoio e suporte dos gestores
• Ambiente leve e feliz
• Feedback constante
• Reconhecimento e recompensa
Essa motivação é vista de forma tão positiva, que, geralmente, as
pessoas que possuem esse comportamento influenciam outras pes-
soas e tornam-se lideres inspiradores e benquistos. Essa influência
positiva levará uma equipe a ser mais produtiva e de alto desempe-
nho.
Organizações com pessoas motivadas tendem ao sucesso, pois,
atreladas a essa motivação, vêm a criatividade, a inovação e o com-
prometimento com os resultados. E, em muitos casos, essa motiva-
ção extrapola os muros das organizações e faz com que o colabora-
dor esteja disposto a voos maiores, arraigando e fortalecendo seu
lado empreendedor.

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André Morini Cátia Guimarães Cristiano Moreira Elaine Trannin

Jefferson Adriano Leandro Lima Leila Ribeiro Lilian Schocair

Lincoln Menezes Maria Kalempa Monique Fontes Patrícia Borges

Paulo Matos Renata de Rui Mesquita Tânia Ribeiro


Sant´Anna

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