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(Embriologia - Resumo) Fecundação e Clivagem

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FECUNDAÇÃO E CLIVAGEM

O ovócito prossegue na meiose desde


a prófase I da primeira divisão
meiótica à medida que ele começa a
amadurecer durante a foliculogênese.

O ovócito, por ocasião da ovulação,


está em metáfase II da segunda
divisão meiótica.

No entanto, ovócitos da égua, da cadela e da raposa encontram-se


apenas em sua primeira divisão meiótica por ocasião da ovulação. A
maturação do ovócito e a meiose não estão plenas até completar-se a
fertilização, quando o ovócito torna-se um zigoto.
Maturação dos Espermatozóides

Os espermatozóides requerem modificações


de MATURAÇÃO que ocorram durante o
transporte de 10 a 15 dias através do
EPIDÍDIMO, após o qual é possível a
fertilização.

As modificações na maturação dependem:


- secreções do epidídimo e do tempo de transporte.
Para atingir sua capacidade de fertilização e a fusão dos
gametas, os espermatozóides após a ejaculação passam por várias
modificações seqüenciais, conhecidas e desconhecidas, que incluem a
“CAPACITAÇÃO” e as “REAÇÕES DO ACROSSOMO”.
Capacitação
Chang e Austin verificaram que os espermatozóides
devem permanecer no trato reprodutivo feminino
antes de se tornarem capazes de união e penetração no
óvulo.

Esse processo foi


denominado Capacitação
Espermátíca, que parece
ocorrer no útero,
especificamente na região
do istmo do oviduto.
Os componentes da superfície dos espermatozóides
são modificados ou removidos pelas secreções do
trato genital, desestabilizando a bicamada
fosfolipídica e permitindo a ativação do acrossomo.
As modificações podem incluir depleção do
colesterol na superfície espermática, alteração nos
glicosaminoglicanos e mudanças nos íons à medida
que os espermatozóides atravessam o trato genital.
- A capacitação leva às modificações do acrossomo,
necessárias para a penetração espermática nos
revestimentos do óvulo..

A capacitação funciona
para impedir a ativação
prematura do acrossomo até
o espermatozóide atingir o
local da fertilização e entrar
em contato com o óvulo.
Fatores reguladores da Capacitação
a. Espermatozóides adquirem capacidade de fertilização depois de
permanecerem no Trato feminino por algum tempo.

b. A capacitação envolve a remoção ou alteração de uma cobertura


estabilizadora ou protetora da membrana plasmática dos
espermatozóides; isso está sob controle autônomo nervoso e
hormonal.

c. Espermatozóides são encontrados em contato íntimo com células


epiteliais do istmo e da junção uteroruhária.
Fatores reguladores da Capacitação

d. A maior parte da capacitação ocorre no segmento inferior do istmo


onde os espermatozóides fertilizantes são armazenados; a
capacitação dentro do istmo progride mais rapidamente quando as
fêmeas são cobertas após a ovulação do que quando o são antes da
ovulação.

e. A capacitação é apressada por “fricção” da superfície espermática por


materiais adsorvidos (incluindo proteínas do plasma seminal) contra o
muco cervical.
- A verdadeira reação do acrossomo envolve a fusão da
membrana plasmática do ovócito com a membrana externa
do acrossomo, seguida por uma extensa vesiculação sobre o
segmento anterior do acrossomo.
A fusão do espermatozóide e óvulo não envolve a membrana
acrossomática interna da região anterior, envolve a membrana
plasmática sobre o segmento equatorial e região pós-
acrossômica da cabeça do espermatozóide.
Subseqüentemente, a superfície da região equatorial do
espermatozóide é incorporada dentro da membrana plasmática
do ovo.
A região equatorial da membrana plasmática do
espermatozóide toma-se entremeada com a membrana
plasmática do óvulo e pode ser identificada nas membranas
do ovo o mais tardar no estágio de oito células.
Interação do Espermatozóide e Óvulo
A vida útil fértil dos espermatozóides e óvulos
comanda a sincronização da inseminação e da ovulação
para atingir um alto índice de concepção.
As fêmeas ovulam em vários momentos após o início
do estro. A longevidade dos espermatozóides no trato
reprodutivo feminino parece estar relacionada à duração do
estro.
Efetivação da Fecundação
-Longevidade dos espermatozóides (viabilidade);
-Capacitação;
-Momento da Inseminação;
-Espécie específico.
Encontro Espermatozóide-Oócito
A fertilização nos mamíferos requer três eventos
críticos:
(a) migração espermática entre as células do
cumulus oophorus (caso estejam presentes);
(b) fixação espermática através da zona pelúcida e;
(c) fusão do espermatozóide e da membrana
plasmática do óvulo.
Fixação Espermática

A fixação da cabeça do espermatozóide à zona


pelúcida é regulada por locais receptores na
superfície da zona.

A presença de glicosil transferase, fruteinases e


glicosidases sobre a membrana plasmática que cobre
a cabeça do espermatozóide pode resultar em
fixação a ZP3 por um mecanismo fechadura/chave
como aquele por uma enzima e seu substrato.
Penetração Espermática

A penetração da zona pelúcida pelo espermatozóide


ocorre dentro de 5 a 15 minutos após a fixação. A
reação do acrossomo pode ocorrer antes ou depois
da fixação da cabeça espermática aos receptores
glicoprotéicos sobre a zona, porém um
acrossomo/espermatozóide intacto é essencial para
a fixação.
FUSÃO ESPERMATOZÓIDE -
a. A fusão espermatozóide/óvulo não
ÓVULO
envolve a membrana acrossomática
interna da região anterior, envolve a
membrana plasmática sobre o segmento
equatorial/região pósacrossômica da
cabeça do espermatozóide.

b. A superfície da região equatorial do


espermatozóide é incorporada dentro da
membrana plasmática do óvulo.

c. A região equatorial da membrana


plasmática do espermatozóide é
intermisturada com a membrana plasmática
do óvulo e é identificada na membrana do
ovono estágio de oito células.
a. O bloqueio à polispermia ocorre na zona
pelucida na maioria dos mamíferos (p. ex.
ovinos, suínos), com um bloquei o
fisiológico secundário na membrana
vitelina em coelhos.

b. O início do bloqueio ocorre na


penetração do espermatozóide no óvulo,
REAÇÃO quando grânulos corticais são liberados
CORTICAL/BLOQUEIO A dentro do espaço perivitelino.
POLISPERMIA

c. A liberação do conteúdo desses grânulos


provoca uma reorganização extensa da zona
pelúcida e/ou “reação cortical” da superfície
vitelina. A reação cortical resulta em
liberação de enzimas que provocam
endurecimento da zona pelúcida/inativação
dos receptores espermáticos (ZP3).
d. A digestão enzimática de oligossacarídeos
O-ligados no ZP3 pode remover carboidratos
específicos envolvidos na zona de união dos
espermatozóides.
REAÇÃO
CORTICAL/BLOQUEIO A
POLISPERMIA

e. A proteólise de ZP2 também pode


alterar as características físicas da zona para
impedir nova penetração de espermatozóides
acessórios indesejáveis.
DESCONDENSAÇÃO DO NUCLEO
ESPERMÁTICO EM OOPLASMA

a. Depois da fusão com a membrana plasmática do óvulo, o envelope


nuclear do espermatozóide se desintegra, o material de cromatina
liberado sofre uma descondensação.

b. O envelope nuclear do espermatozóide é rapidamente subsituído


por um novo envelope dentro do citoplasma do óvulo, formando o
pró-núcleo masculino.
a. Uma vez que os pronúcleos masculino/feminino estejam em
íntima proximidade, os envelopes nucleares se dispersam,
propiciando uma intermistura dos cromossomos.

FINALIZAÇÃO DA
b. Associado a esses eventos, ocorre o
MEIOSE
início da síntese de DNA a partir dos
DESENVOLVIMENTO DE
precursores citoplasmáticos.
PRÓNUCLEOS

c. Os cromossomos se agregam na prófase da


primeira divisão de clivagem, resultando na
formação de um zigoto/restauração do estado
diplóide.
d. O processo de fertilização permite a combinação dos
elementos hereditários paterno e materno.

FINALIZAÇÃO DA
MEIOSE
DESENVOLVIMENTO DE
PRÓNUCLEOS

e. Durante a fusão espermatozóide/óvulo, os constituintes


espermáticos das membranas celulares/cabeça espermática são
liberados para dentro do ooplasma.
Fertilização
em peixes
Clivagem

Após o estágio de zigoto, os embriões sofrem várias


divisões mitóticas. O zigoto, ou estágio de uma
célula, é bastante grande, com uma baixa
proporção citoplásmica-nuclear. Para atingir uma
proporção similar às células somáticas, as divisões
celulares ocorrem sem aumento da massa celular.
Esse processo é conhecido por Clivagem.
PADRÕES DE CLIVAGEM

A expressão do padrão de clivagem está diretamente


relacionada à quantidade e à distribuição de vitelo no
ovo e aos fatores citoplasmáticos que influenciam no
ângulo e na velocidade de formação do fuso mitótico.
O vitelo apresenta-se concentrado em um pólo do ovo,
o pólo vegetativo — enquanto o núcleo e o citoplasma
encontram-se no pólo oposto — o pólo animal.

O pólo vegetativo geralmente dificulta a formação do


sulco de clivagem, impedindo inclusive que, em
alguns casos, ele se efetue. No pólo animal, como
quase não há concentração de vitelo, a velocidade das
divisões celulares é bem maior.
Nos ovos com pouca ou moderada quantidade de
vitelo, o sulco de clivagem divide todo o ovo,
estabelecendo uma clivagem total ou
holoblástica. Quando a quantidade de vitelo é
grande, o sulco de clivagem não atravessa o pólo
vegetativo, e então somente o citoplasma ativo
cliva-se, estabelecendo uma clivagem parcial
ou meroblástica.
CLIVAGEM HOLOBLÁSTICA (TOTAL)

São quatro os tipos de clivagem holoblástica:

Radial
Espiral
Bilateral
Rotacional.
Clivagem Holoblástica Radial: Os planos de clivagem
alternam-se entre meridionais e latidudinais, resultando
que os blastômeros do pólo animal se sobrepõem ao colar
de blastômeros do pólo vegetal.

Pepino do mar -
Synapta
Anfíbios

Os indivíduos que apresentam clivagem holoblástica radial em


qualquer momento do processo de clivagem, se divididos
meridionalrnente, cada metade será imagem em espelho da
outra. Tais representantes apresentam desenvolvimento
regulativo.
Clivagem Holoblástica Espiral:
- Os indivíduos de clivagem holobástica espiral têm
seus planos de clivagem orientados obliquamente em
relação ao eixo principal do ovo.
- Colar de blastômeros do pólo animal não fica
exatamente sobreposto ao colar de blastômeros do pólo
vegetal, mas fica deslocado, não havendo, portanto,
uma sobreposição ajustada entre os dois colares de
blastômeros sobrepostos.
Um plano imaginário do pólo animal ao vegetal que passasse
sem cortar nenhum blastômero, teria que descrever uma
espiral que teria como eixo o próprio eixo principal do ovo.

Determinação muito
precoce do destino é
fixado. Dessa maneira,
na falta de um
blastômero, os restantes
não podem refazer o
todo.

Exemplos: anelídeos,
nemertíneos, turbelários
e moluscos (exceto
cefalópodes)
Clivagem Holoblástica Bilateral:
Styela partita

É a clivagem característica
dos tunicados e dos
nematódeos. O primeiro plano
de clivagem (meridional)
determina o plano de simetria
do embrião, estabelecendo seu
lado direito e esquerdo.

A segunda divisão também meridional, mas perpendicular


à primeira, não passa pelo centro do ovo, resultando daí a
formação de duas células grandes anteriores e duas
células posteriores menores.
Cada lado é imagem em espelho do outro e tem um blastômero
grande (anterior) e um pequeno (posterior).
Clivagem Holoblástica Rotacional

Essa é a clivagem característica


dos ovos de mamíferos e é assim
chamada porque, a primeira
clivagem é uma divisão
meridional, resultando dois
blastômeros que, na segunda
clivagem, um se divide
meridionalmente, enquanto que
o outro, equatorialmente.
Clivagem Holoblástica Rotacional

Ademais, desde as fases


precoces de segmentação, os
ovos de mamíferos não
apresentam sincronia nas
divisões; os blastômeros não se
dividem todos ao mesmo tempo e
o conjunto de 4, 8 e 16 células
não é observado, mas números
Ímpares são constantes.
Até a terceira clivagem os
blastômeros unem-se frouxamente;
após a terceira clivagem, se
anastomosam, aumentando o contato
entre si por meio de junções íntimas
que se formam entre as células
superficiais.

As células internas apresentam junções gap, que permitem a


comunicação entre os blastômeros. Em torno de 16 células, a
produção de fluidos provoca o surgimento de um espaço interno
(blastocele) com deslocamento dos blastômeros para a periferia.
Uma ou duas células permanecem na superfície interna sendo
envolvidas pelas células externas, formando o trofoblasto
responsável pela implantação e a formação do futuro córion,
enquanto que as células internas originam a massa celular
interna MCI (embrioblasto) responsável pela formação do
embrião. O conjunto do trofoblasto e MCI formam o blastocisto
característico dos mamíferos.
CLIVAGEM MEROBLÁSTICA (PARCIAL)

São dois tipos de clivagem meroblástica: discoidal e


superficial.

Clivagem Meroblástica Discoidal


Esta é a clivagem característica dos ovos de peixes
(elasmobrânquios e peixes ósseos), aves e répteis, que
apresentam ovos com grande quantidade de vitelo —
telolécitos.
Nesse caso o citoplasma ativo fica deslocado para o ápice do pólo
animal e o restante do ovo é ocupado por abundante vitelo. Os
sulcos de clivagem não conseguem atravessar o vitelo e as
divisões restringem-se ao núcleo e ao citoplasma ativo.
Pólo
Vegetal Blastômero

1a Blastoderme
Zigoto
2a

Pólo Animal 6a
Vitelo
3 3 5a 5a 5a 5
a a a
4a
4a

Ep

CCV

CSV
N

Vitelo CCV
Clivagem Meroblástica Superficial
Esta é a clivagem característica dos ovos centrolécitos dos
insetos e de muitos artrópodos. O vitelo abundante tem
localização central, enquanto que o citoplasma se distribui
perifericamente. O núcleo envolvido por um pouco de
citoplasma encontra-se bem no interior do ovo.

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