Amostra Maisespertoqueodiabo v1
Amostra Maisespertoqueodiabo v1
Amostra Maisespertoqueodiabo v1
Napoleon Hill
tradução e epílogo
M. Conte Jr. FRC, M∴M
c a pí tu lo u m
Meu primeiro encontro com Andrew Carnegie
c a pí tu lo doi s
Um novo mundo se revela para mim
c a pí tu lo três
Uma estranha entrevista com o Diabo
c a pí tu lo quatro
Alienando-se com o Diabo
c a pí tu lo ci nco
A confissão continua
c a pí tu lo sei s
Ritmo hipnótico
c a pí tu lo sete
Sementes do medo
c a pí tu lo oi to
Propósito definido
c a pí tu lo nove
Educação e religião
c a pí tu lo de z
Autodisciplina
c a pí tu lo onze
Aprendendo com a adversidade
c a pí tu lo doze
Ambiente, tempo, harmonia e precaução
res u m o
e pí logo
Parecia que não havia nada que eu pudesse fazer, exceto sentar e
esperar. Tudo que eu tinha era tempo. Após três anos de espera sem
resultados tangíveis, minha alma incansável começou a me empurrar
de volta para o serviço.
Havia muito poucas oportunidades para eu ensinar uma filosofia de
sucesso quando o mundo à minha volta estava no meio do mais abjeto
fracasso e as mentes dos homens estavam preenchidas com o medo da
pobreza.
Esse pensamento veio até mim em uma noite, enquanto eu estava
dirigindo o meu automóvel em frente ao Memorial de Lincoln sobre
o rio Potomac, dentro da sombra do Capitólio. Com isso, veio outro
pensamento: o mundo havia experimentado uma crise sem precedentes,
sobre a qual nenhum ser humano tinha o menor controle. Com essa
crise, veio até mim a oportunidade de testar a filosofia da autodetermi-
nação, a organização à qual eu havia devotado boa parte da minha vida
adulta. Uma vez mais eu tinha a oportunidade de aprender se a minha
filosofia era prática ou mera teoria.
Notei também que aí estava a oportunidade de testar uma frase de
minha autoria, a qual eu havia pronunciado centenas de vezes: “Toda
adversidade traz consigo a semente de uma vantagem equivalente”. Qual,
se há alguma, eu me perguntei, foi a vantagem de uma crise mundial
para mim?
Quando comecei a procurar por uma direção por onde eu poderia
testar a minha filosofia, fiz a descoberta mais chocante da minha vida.
Descobri que, por meio de alguma estranha força que eu não entendia,
eu havia perdido minha coragem; minha iniciativa tinha sido desmo-
ralizada; meu entusiasmo havia enfraquecido. Pior do que tudo isso,
eu estava envergonhado de me dar conta de que era o autor de uma
filosofia de autodeterminação porque, lá no fundo do meu coração, eu
sabia, ou pensava que sabia, que eu não poderia fazer a minha própria
filosofia me tirar do fundo do poço e consequentemente mudar a situação
desesperadora na qual me encontrava.
Uma análise
Vamos agora, brevemente, analisar essa estranha entrevista que você está
prestes a ler. Alguns irão perguntar após terminá-la: “Você realmente
entrevistou o Diabo ou você meramente entrevistou um Diabo imagi-
nário?”. Alguns talvez desejem a resposta a essa questão antes mesmo
de começar a entrevista.
Responderei da única e mais honesta maneira que poderia, dizendo
que o Diabo que entrevistei pode ter sido real tanto quanto ele dizia
ser ou ele pode ter sido uma criação da minha própria imaginação. Seja
lá o que ele fosse, real ou imaginário, é de muito pouca importância se
comparado com a natureza e com o conteúdo das informações contidas
na entrevista.
A questão realmente importante é esta: a entrevista contém alguma
informação que possa ser realmente útil para as pessoas que estão tentando
achar os seus lugares no mundo? Se ela tem esse tipo de informação, não
importa se está contida na forma de um fato ou ficção, então ela deve ser
séria e cuidadosamente analisada por meio de uma leitura muito atenciosa.
Eu não tenho a menor preocupação quanto à real fonte da informação
ou quanto à real natureza do Diabo, cuja história fantástica você está
prestes a ler. Estou somente preocupado com o fato de que a confissão
do Diabo encaixa-se perfeitamente com o que eu tenho visto da vida.
Acredito que a entrevista contenha informações de benefícios práticos
para todos aqueles que ainda não acharam a vida amigável, e a razão
pela qual eu acredito nisso é que eu fiz com que o tema central deste
livro me trouxesse toda felicidade de que preciso, na forma que mais se
encaixou na minha natureza. Eu tive o suficiente de experiências com
os princípios mencionados pelo Diabo, de tal forma que posso assegurar
que eles farão exatamente o que ele diz que farão. Isso é suficiente para
mim. Então, passo a história desta entrevista para você, para que, seja da
maneira que for, consiga extrair dela o máximo possível de dividendos
em termos financeiros e pessoais.
P – Ah, eu entendo o que você está querendo dizer. Você está prepa-
rando o terreno para dizer que, se não fosse por você, não haveria
mundo, nem estrelas, nem elétrons, nem átomos, nem seres humanos,
nada. Não é isso?
R – Verdade! Você está absolutamente certo.
P – Então, você divide o universo com Deus, é isso que você está
dizendo?
R – Não é o que eu estou dizendo, isso é um fato. Antes do final desta
entrevista, você entenderá por que as minhas afirmações são verdadeiras.
Você também entenderá por que elas têm que ser verdadeiras, ou não
poderia haver um mundo como você o conhece, muito menos criaturas
humanas como você. Eu não sou nem de perto uma besta com um garfo
e um rabo pontudo.
Planto esses medos nas mentes das pessoas de forma tão inexorável que
elas acreditam que esses medos são sua própria criação. Realizo essa tarefa
fazendo com que as pessoas acreditem que eu estou lá, esperando-as no
portão de entrada da próxima vida, esperando para julgá-las e puni-las
por toda a eternidade. É claro que não posso punir ninguém, exceto na
própria mente dessa pessoa, por meio de alguma forma de medo – mas
medo daquilo que não existe é tão útil para mim quanto o medo daquilo
que existe. Todas as formas de medo ampliam o espaço que ocupo na
mente humana.
P – Você fala da sua oposição. O que você quer dizer com isso?
R – O meu oponente controla todas as forças positivas do mundo, tal
como o amor, a fé, a esperança e o otimismo. O meu oponente tam-
bém controla os fatores positivos de todas as leis naturais do universo,
as forças que mantêm a Terra e os planetas e todas as estrelas de forma
harmônica nos seus devidos cursos. Mas essas forças são ínfimas em
comparação com aquelas que operam na mente humana que está sob
o meu controle. Como você pode ver, não tenho nenhuma intenção
de controlar estrelas e planetas. Prefiro controlar as mentes humanas.
P – Você diz que corrompeu as mentes dos jovens com álcool e ci-
garros. Consigo entender como a bebida alcoólica pode destruir o
poder do pensamento independente, mas não consigo enxergar de
que forma os cigarros podem ajudar na sua causa.
R – Você pode não saber, mas os cigarros quebram o poder da persis-
tência; eles destroem o poder da resistência, acabam com a habilidade
de concentração. Eles matam e diminuem a imaginação e ajudam em
muitos outros meios para que as pessoas não usem as suas mentes da
forma mais efetiva. Você sabia que tenho milhões de pessoas, jovens e
velhas de ambos os sexos, que fumam dois maços de cigarros por dia?
Isso significa que eu tenho milhões de pessoas que estão gradualmente
destruindo o seu poder de resistência. Um dia, adicionarei ao seu há-
bito de fumar cigarros outros hábitos destruidores de pensamento, até
o momento exato de ganhar o controle de suas mentes. Hábitos vêm
em pares, em trios e em quartetos. Qualquer hábito que enfraqueça a
força de vontade de uma pessoa também abre portas para outros hábitos
negativos dominarem a mente dessa pessoa. O hábito do cigarro não
somente diminui o poder de resistência, como também desencoraja a
persistência, além de enfraquecer outras relações humanas.
P – Quais dos dois você considera a maior arma para ganhar o con-
trole das mentes humanas, o cigarro ou a bebida?
R – Sem hesitar, eu diria o cigarro. Uma vez que eu consiga que um
jovem se junte ao clube de dois maços por dia, não tenho problema
algum em induzir essa pessoa a começar a beber, a se esbaldar no sexo,
e todos os outros hábitos relacionados com a destruição do pensamento
independente e da ação.