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Determinação de Cálcio em Leite e em Produtos Farmacêuticos

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DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM LEITE E EM PRODUTOS

FARMACÊUTICOS

1. INTRODUÇÃO:

Muitos íons metálicos formam complexos estáveis com vários ligantes (agentes
complexantes). A titulação de íons metálicos em que o titulante é um agente complexante é
chamada de titulação complexométria, bastante útil para determinar um grande número de
metais. A titulação com formação de complexos ou complexométria, compreende as reações
que envolvem um íon metálico e um ligante com a formação de um complexo solúvel e
suficientemente estável. Esse conjunto formado por um íon metálico e seus grupos associados
(ligantes) é chamado de íon complexo. Algumas das reações de complexação que envolvem
várias etapas podem ser usadas para um método volumétrico, porém as de aplicabilidade mais
amplas são aquelas que formam complexos, em que o íon metálico e ligante estão na
proporção 1:1. O agente complexante mais utilizado é o EDTA.
O EDTA, ácido etilenodiaminotetracético, tem quatro grupos carboxila e dois grupos amina
que podem atuar como doadores de pares de elétrons, ou bases de Lewis. A habilidade do
EDTA para potencialmente doar estes seis pares de elétrons para a formação de ligações
covalentes coordenadas a cátions metálicos faz do EDTA um "ligante hexadentado".
Entretanto, na prática o EDTA é parcialmente ionizado, e então ele forma menos que seis
ligações covalentes coordenadas com cátions metálicos. Estrutura do EDTA mostrada abaixo
na figura 1.

Figura 1 (Estrutura do EDTA)

O EDTA dissódico, comumente usado na padronização de soluções aquosas de cátions


metálicos de transição, somente forma quatro ligações covalente a cátions metálicos em
valores de pH menores ou iguais a 12 como nesta faixa de valores de pH os grupos amina
mantem-se protonados e então inábeis para doar elétrons para a formação de ligações
covalentes coordenadas. O EDTA forma um complexo octaédrico com a maioria dos cátions
metálicos, M2+, em solução aquosa. A principal razão pela qual o EDTA é usado tão
extensivamente em padronização de cátions metálicos é que a constante de formação para
muitos complexos de cátion metálico-EDTA é muito alta, mantendo que o equilíbrio para a
seguinte reação tenda para a direita:

M2+ + H4Y → MH 2Y + 2H +
Realizar a reação em uma solução tampão básica remove H+ assim que ele é formado, o que
favorece a formação de complexo EDTA-cátion metálico como produto da reação. Para a
maioria dos propósitos pode ser considerado que a formação do complexo EDTA-cátion
metálico chegará ao término, e isto é o principal motivo pelo que EDTA é usado em
titulações/padronização deste tipo.
Para conduzir titulações de cátion metálico usando EDTA é quase sempre necessário usar um
indicador complexométrico, usualmente um corante orgânico tal como Preto sulfon rápido,
Preto de eriocromo T, Vermelho de eriocromo B ou Murexida, para determinar quando o
ponto final tenha sido alcançado. Estes corantes ligam-se aos cátions metálicos em solução e
formam complexos coloridos. Entretanto, desde que EDTA liga-se aos cátions metálicos
muito mais fortemente que o fazem tais corantes usados como um indicador, o EDTA irá
substituir o corante junto ao cátion metálico à medida que é adicionado à solução de analito.
Uma mudança de cor na solução sendo titulada indica que todo o corante tenha sido
substituído nos cátions metálicos em solução, e que o ponto final foi alcançado.
O indicador Preto de eriocromo T não pode ser empregado na titulação direta do cálcio com
EDTA porque a formação do complexo cálcio-indicador provoca uma mudança de cor pouco
definida no ponto final da titulação. Para evitar este problema costuma-se adicionar uma
pequena quantidade de Mg2+ à solução contendo Ca2+. O complexo Ca-EDTA é mais estável
do que o complexo Mg-EDTA e então, é titulado primeiro. Neste caso, deve-se fazer uma
correção para compensar a quantidade de EDTA usada para a complexação do Mg2+
adicionado.
Uma técnica melhor consiste em adicionar o Mg2+ à solução de EDTA e não à solução de
cálcio. Estes íons Mg2+ reagem rapidamente com o EDTA formando o complexo Mg-EDTA,
causando uma redução na concentração molar do EDTA, de tal modo que esta solução deve
ser padronizada após a adição do Mg2+. Esta padronização pode ser feita por meio de uma
titulação com CaCO3 dissolvido em ácido clorídrico, ajustando-se o pH, adicionando o
indicador a solução e titulando com EDTA. Nesta segunda alternativa de Mg2+ adicionado,
pois este já é considerado na padronização do EDTA.

2. OBJETIVO:

Determinar a quantidade de cálcio em uma amostra de leite através de volumetria de


complexação.

3. MATERIAIS E MÉTODOS:

3.1. Materiais Utilizados:

1) Bureta de 25 mL
2) Béquer 100 e 250 mL
3) Proveta de 50 mL
4) Erlenmeyer de 250 mL
5) Pipetas volumétricas de 10, 15 e 20 mL
6) Balão volumétrico 100 mL
7) Agitador e barra magnética

3.2. Reagentes Utilizados:

1) EDTA 0,0200 mol/L


2) Amostra de leite
3) Tampão de amônio (pH = 10)
4) Indicador Erio T (0,5 g em 100 mL etanol)
5) CaCO3 p.a.
6) NaOH 1mol/L
7) KCN sólido
8) HCl 6 mol/L
9) MgCl2.6H2O

3.3. Procedimento Experimental:

3.3.1. Tampão de amônio pH = 10:

Calculou-se e pesou-se a massa de NH4Cl (MM = 53,49 g/mol) e o volume de NH3


concentrado necessário para preparar 100 mL de uma solução tampão de amônio pH = 10
na concentração 0,1 mol/L.

3.3.2. Solução de Ério T:

A solução Ério T 0,5% (m /v) de negro de eriocromo T em etanol. A solução de indicador


deve foi preparada em um período de tempo próximo ao da realização da prática, pois é
instável.
3.3.3. Solução de EDTA ≅ 0,02 mol/L:
Calculou-se e pesou-se uma massa do sal Na2H2Y.2H2O (MM = 372,24 g/mol) necessária
para preparar-se 100 mL de uma solução 0,02 mol/L.
Dissolveu-se com água destilada contendo 0,005g de MgCl2.6H2O, agitou-se até a
dissolução total do sal e completou-se o volume num balão volumétrico de 100 mL.
3.3.4 Padronização da solução de EDTA ≅ 0,02 mol/L:
Pesou-se 180 mg de CaCO3 p.a. previamente dessecado e dissolver num béquer
utilizando-se a mínima quantidade de solução de HCl 1:1. Evaporou-se até quase a secura,
redissolveu-se em água destilada e transferiu-se para um balão volumétrico de 100 mL.
Pipetou-se uma alíquota de 20 mL desta solução, se acrescentou 10 mL de tampão de
amônio, 6 a 8 gotas de negro de eriocromo T e titulou-se com a solução de EDTA .

3.3.5 Análise do Leite:

3.3.5.1 Pré-titulação da amostra:

Pipetou-se 1,0 mL da amostra, acrescentou-se 25 mL de água destilada, 2 mL de tampão


amônio, 3 a 4 gotas de Erio T e titulou-se com a solução de EDTA padrão. Foi
determinada a concentração aproximada de cálcio no leite. Calculou-se o volume de
amostra que devia ser pipetada para consumir cerca de 15 mL de solução de EDTA padrão.

3.3.5.2 Análise da amostra:

Foi pipetado o volume da amostra calculado a partir do item 3.3.5.1 e titulou-se conforme
o procedimento do item 3.3.4.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

4.1. Padronização do EDTA:


A padronização da solução de EDTA utilizada foi calculada usando a equação abaixo:

N =N EDTA CaCO3

MEDTA . VEDTA = M CaCO3 . V CaCO3

Sendo:
N = número de mols
M = molaridade
V = volume em litros (para o EDTA o volume utilizado foi o volume gasto na titulação de
CaCO3)

Para a Equipe 6 foram gastos 18,35 mL de EDTA para a titulação de 20 mL de CaCO3 0,1798
M, assim pode-se calcular a concentração de EDTA descrita seguinte:

N =N EDTA CaCO3

M EDTA .V =M .V
EDTA CaCO3 CaCO3

M EDTA . 0,01835 = 0,1798 . 0,02


M = 0,1959 mol/L
EDTA

O mesmo procedimento foi realizado pelas outras equipes. Os resultados obtidos estão
expressos na Tabela 1.

Tabela 1:
Equipe EDTA
s
Volume gasto (mL) M (mol/L)

1 18,40 0,01954
2 18,30 0,01965
3 18,30 0,01965
4 17,90 0,02
5 18,47 0,01947
6 18,35 0,01959
7 18,75 0,01918

Não foi necessário retirar nenhum valor para a concentração de EDTA aplicando-se o Teste Q
com 95% de confiança.

O valor encontrado para a concentração média de EDTA foi de 0,01958 + 2,45x10 . -4

4.2. Análise da amostra de Leite (Equipe 6):

4.2.1. Pré-Titulação:

Determinou-se a concentração aproximada de Ca no leite para calcular o volume da amostra


+2

que deveria ser pipetada para consumir 15 mL da solução de EDTA padrão.

N EDTA =N
Ca
+2

M EDTA .V EDTA =M Ca
+2
.V Ca
+2
0,02 . 0,0011 = M . 0,001 Ca
+2

M = 0,022 mol/L Ca
+2

Observação: Como foi feito um cálculo tosco para a concentração de Ca no leite, utilizou-se +2

a concentração de EDTA com 0,02 M.

Com o resultado obtido no cálculo tosco para a concentração de Ca , determinou-se a +2

quantidade aproximada de amostra que deveria ser pipetada para consumir cerca de 15 mL da
solução de EDTA.

N =N EDTA Ca
+2

M .V =M .V EDTA EDTA Ca
+2
Ca
+2

0,02 . 0,015 = 0,022 . V Ca


+2

V = 0,01363 L ou 13,63 mL
Ca
+2

4.2.2. Análise da amostra:

Pipetou-se 10 mL da amostra que foi titulada gastando 16,50 mL da solução de EDTA


padronizada. Com estes resultados pode-se calcular a quantidade em miligramas (mg) de Ca +2

presente no leite.

=N N EDTA Ca
+2

M .V =m EDTA EDTA Ca
+2

MM                                           Ca
+2

0,01958 . 0,01650 = m Ca
+2

                                              40,08                                                

m = 0,01295 g ou 12,95 mg
Ca
+2

Sendo:
MM = massa molar

Utilizando-se a "regra de três" calculou-se a quantidade de Ca em 200 mL de Leite. +2

12,95 mg ---------- 10 mL
         X     ----------  200 mL

X = 259,00 mg / 200 mL

O mesmo procedimento foi realizado para as outras equipes. Os resultados encontrados estão
dispostos na Tabela 2.

Tabela 2:
Equipe 1 2 3 4 5 6 7
VEDTA 16,60 17,70 16,90 17,25 17,51 16,50 26,78
 (mL)
mg cálcio 260,54 277,81 265,25 270,74 274,82 259,00 420,32
/ 200 mL
leite
Aplicando o Teste Q para os valores encontrados para a quantidade de Ca , o resultado da
+2

Equipe 7 foi descartado pois apresentou o resultado para Q > Q .


critico

O valor encontrado para a massa média (mg) de cálcio por 200 mL de leite foi de 268,03 +
7,67.

5. CONCLUSÃO:

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BACCAN, Nivaldo, Química Analítica Quantitativa Elementar. 3ª Edição. São Paulo: Editora
Blucher, 2001.

POLIMIG, Volumetria de complexação. Disponível em:


<http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Volumetria-De-Complexa%C3%A7%C3%A3o/131
288.html>. Acesso em: 30 de outubro de 2013.

QNESC, Determinação qualitativa dos íons Cálcio e Ferro em Leite Enriquecido. Disponível
em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc14/v14a10.pdf>. Acesso em: 30 de outubro de 2013.

UFMA, Volumetria de complexação. Disponível em:


<http://www.ebah.com.br/content/ABAAABjRIAA/volumetria-complexacao>. Acesso em:
30 de outubro de 2013.

UFPA, Titrimetria de complexação. Disponível em:


<http://www.ufpa.br/quimicanalitica/triticomplexacao.htm>. Acesso em: 30 de outubro de
2013.

UFSJ, Volumetria de complexação. Disponível em:


<http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/frankimica/Quimica%20Analitica%20Aplica
da%20I/Volumetria_de_Complexacao_-_Frank.pdf>. Acesso em: 30 de outubro de 2013.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E


TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA

DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM LEITE E EM PRODUTOS


FARMACÊUTICOS

Unidade Curricular: QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA II Turma: 614


Professora: BERENICE DA SILVA JUNKES
Data da experiência: 17/10/2013 Data da entrega: 31/10/2013
Nome dos componentes do grupo:
Ana Karolyna Silveira da Silva
João Victor da Costa Guesser
Maria Laura Monteiro Tomasi

CONCEITO:

SEMESTRE 2013/2

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