5.1. Sebenta Haletos de Alquilo
5.1. Sebenta Haletos de Alquilo
5.1. Sebenta Haletos de Alquilo
Os haletos de alquilo são muito pouco solúveis em água, mas são miscíveis
entre si e com outros solventes pouco polares. São usados como solventes para
compostos apolares ou pouco polares.
Muitos haletos de alquilo são tóxicos e têm efeitos cumulativos quer a nível de
toxicidade quer a nível carcinogénico (CHCl 3 e CCl4), devendo por isso ser
manuseados com muito cuidado na hotte.
2. Substituição Nucleofílica
Nestas reações, o nucleófilo, uma espécie com um par de eletrões não partilhado,
reage com o haleto de alquilo indo tomar o lugar do halogéneo, também designado
por grupo de saída. Como a reação é de substituição e é iniciada pelo nucleófilo,
designa-se por Substituição Nucleofílica.
O ataque nucleofílico é feito pelo lado oposto àquele em que se encontra o grupo
de saída. Isto faz com que haja inversão da configuração no átomo de carbono
Diafragma de Energia para SN2
Isto implica que o ião hidróxido, o nucleófilo, não esteja envolvido no passo
lento, determinante da velocidade da reação. Como s´há uma espécie envolvida
neste passo, a reação é de 1º ordem e designa-se por Substituição Nucleofílica
Unimolecular, SN1
1º Passo
2º Passo
3º Passo
1. Estrutura do substrato:
Em SN2, a ordem da reatividade é:
metil > primário > secundário >terciário
3. Efeito do Solvente:
Quando os átomos nucleofílicos dos nucleófilos não são os mesmos, a ordem de
nucleofilicidade nem sempre é a mesma que a ordem de basicidade. Em
solventes hidroxílicos, como por exemplo, a água e os álcoois, o nucleofílico
mais forte é aquele em que o átomo nucleofílico for maior (R-SH é mais forte
que R-OH, porque S tem maior raio atómico que O)
Os iões haleto seguem a seguinte ordem:
I- > Br- > Cl- > F-
Isto deve-se ao facto de F- ser o ião mais pequeno e por isso ter a carga mais
concentrada.
Em solventes próticos, as ligações de hidrogénio são mais fortes com iões
negativos mais pequenos.
Para que o nucleófilo F- possa atacar o carbono do substrato, é necessário que
se liberte das moléculas de solvente, o que se torna mais difícil devido às fortes
interações deste nucleófilo com o solvente (neste caso, ligações de hidrogénio)
Solventes polares apróticos são solventes cujas moléculas não possuem átomos
de hidrogénio ligados a átomos fortemente eletronegativos e por isso não
estabelecem pontes de hidrogénio com os aniões. No entanto, são capazes de
estabilizar os catiões.
Estes solventes são particularmente úteis para as reações S N2, porque tornam os
aniões mais nucleofílicos, uma vez que não estão estabilizados por solvente
Por outro lado, o uso de um solvente polar prótico favorece uma reação S N1,
porque estabiliza o estado de transição que conduz ao carbocatião e ao ião
haleto. Isto faz com que a energia de ativação seja menor, tornando mais
rápida a reação de substituição
1. Natureza do grupo de saída
Os melhores grupos de saída são aqueles que saem como grupos estáveis ou
facilmente estabilizados pelo solvente. Assim, bases fracas são melhores
grupos de saída do que bases mais fortes. Analogamente, a ordem relativa
dos melhores grupos de saída é a ordem oposta à ordem à ordem da
basicidade:
I- > Br- > Cl- > > > F-
É de salientar que as bases fortes não são grupos de saída. Assim, serão
grupos de saída os grupos OH-, H-, CH3-, porque são bases muito fortes.
2. Reações de Eliminação
1. Eliminação Bimolecular E2
V = [CH3CHBrCH3] [C2H5O-]
V = k [CH3CHBrCH3] [C2H5O-]
Mecanismo:
Estereoquímica de E2:
Para que a reação de eliminação bimolecular ocorra, é necessário
que os 5 átomos envolvidos no estado de transição estejam no
mesmo plano. Isto pode acontecer em dois casos:
1. Eliminação Unimolecular E1
1º Passo:
2º Passo:
No caso acima dado, o 2º passo é efetuado pelo solvente, mais
exatamente pelos 2 componentes do solvente:
SN2 vs. E2
Aumento da temperatura -> maior % de E2
Aumento da força da base -> maior % de E2
Se o haleto de alquilo é primário e a base é o etóxido (2 carbonos) ->
substituição maioritária
Se o haleto de alquilo é secundário ou terciário e a base é o etóxido
(2 carbonos) -> Eliminação maioritária
SN1 vs. E1
Como o passo inicial é comum, os fatores que afetam S N1 afetam
também E1
Normalmente, o produto principal é o produto de substituição, mas,
quase sempre, existe produto de eliminação, o que faz com que as
reações de SN1 não sejam um método sintético muito eficaz
atendendo ao baixo rendimento provocando pela presença do
produto de eliminação. No entanto, é difícil influenciar o processo e
aumentar a % de E1
Se se pretende o produto de eliminação dum haleto de alquilo
terciário, é preferível adicionar uma base forte e aumentar a
temperatura, forçando o mecanismo E2 a ocorrer. Apesar dos haletos
terciários não poderem sofrer SN2 por estarem demasiado
bloqueados, podem sofrer E2, uma vez que para isso não é
necessário o carbono a estar visível.