Geografia - Resumo - Recursos Hídricos
Geografia - Resumo - Recursos Hídricos
Geografia - Resumo - Recursos Hídricos
Recursos Hídricos
constante em termos mundiais, sendo este tanto
maior quanto maior foi o desenvolvimento de um
COMO SE DISTRIBUI A ÁGUA NO PLANETA / país ou região.
ETAPAS DO CICLO HIDROLÓGICO
O crescente aumento do consumo de água por
97% da água existente no nosso planeta está nos habitante está relacionado com:
oceanos, a restante está congelada nos rios, lagos → A crescente industrialização;
ou retida no subsolo, e atmosfera. → Aumento da população mundial (nos PED);
A água existe em três estados, sólido, líquido e → Melhoria do nível de vida da população
gasoso e circula num movimento contínuo entre a (sobretudo nos PD);
superfície terrestre e a atmosfera. É a isto que → Mudança do estilo de vida, que também reflete
chamamos ciclo hidrológico ou natural da água. o nível de exigência da população ao bem-
estar, sobretudo nos PD.
O ciclo começa com a ação do sol que faz com
que a água que se encontra nos rios, lagos, mares Em Portugal, além das disparidades entre o litoral
e oceanos se evapore, passando do estado líquido e o interior, pois o consumo de água é mais
para o estado gasoso. elevado no litoral, devido a uma maior
Os animais e as plantas também libertam vapor de concentração da população e das atividades
água, num processo chamado de económicas, o consumo de água por habitante
evapotranspiração. também tem vindo a aumentar, em consequência
do seu desenvolvimento e da melhoria da
Quando o vapor de água chega à atmosfera qualidade de vida e cultura da população.
arrefece e condensa sob a forma de gotas de
água, formando as nuvens. Este processo chama- Os grandes consumidores de água no país são a
se condensação. agricultura, a indústria e o abastecimento
Quanto maior for a condensação, mais pesados municipal.
ficam as gotas de água, acabando por STRESS HÍDRICO
cair/precipitar na superfície terrestre sob a forma
de chuva ou neve, através da precipitação. Stress Hídrico é a condição em que a procura de
água excede a quantidade disponível. Também
A água que regressa à terra infiltra-se nos solos e
esta relacionadas com a má qualidade deste e que
fica armazenada nos lençóis subterrâneos, ou
regressa à superfície através de nascentes. restringe a sua utilização.
Outra parte é absorvida pelas raízes da A desigual repartição da água doce aliada ao
vegetação. crescimento populacional e à pressão
demográfica nas áreas urbanas dão origem a
A água da chuva que não se infiltra, nem é problemas de obtenção deste recurso que pode
absorvida, escorre para os rios, lagos, mares, e ser de natureza física ou económica:
oceanos é então que tudo recomeça.
→ Física quando a quantidade de água que
IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA O HOMEM
server para uma população é suficiente para
O ouro branco, o petróleo verde, ou satisfazer as suas necessidades, devido a
simplesmente água, é um recurso natural vital fatores naturais.
para a vida no Planeta, pois é um fator → Económica quando, apesar de existir água
fundamental nos sistemas naturais e é um recurso em quantidade e qualidades suficientes para
insubstituível em praticamente todas as atividades as necessidades humanas, não há recursos
humanas: financeiros para fazer chegar à população.
→ Predomina na constituição dos seres vivos; Este problema sente-se principalmente nos
→ Necessária para o desenvolvimento de países menos desenvolvidos.
atividades como:
-agricultura;
-indústria;
-turismo;
-uso doméstico;
-transportes.
FATORES RESPONSÁVEIS: TRANFERÊNCIA Ventos alíseos – quentes e secos, na região
DA ÁGUA NO CICLO HIDROLÓGICO DA ÁGUA intertropical, sopram de nordeste, no HN, e de
sudeste, no HS, das (A) subtropicais para o
→ Principais: equador (B) equatoriais.
-energia solar, que fornece a energia que Ventos de oeste – húmidos, nas regiões
promove a evaporação; temperadas dos HN e HS, que se deslocam das
-gravidade que faz com que a água condensada (A) subtropicais para as (B) subpolares.
chegue à superfície da Terra. Ventos de leste – frios e secos, que se deslocam
→ Secundários: das (A) polares para as (B) subpolares.
-Temperatura; O ar movimenta-se de forma diferente nos
-Humidade; centros de (A) e (B), o que condiciona a
-Vento; ocorrência de precipitações.
-Nebulosidade;
-Natureza da superfície de evaporação; Centros de Altas Pressões
-Natureza da área que recebe a precipitação. O valor da pressão aumenta da periferia para o
centro, sendo superior a 1013 mb (valor normal).
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
Força que o ar exerce sobre a superfície terrestre.
Mede-se em milibares (mb) / hectopascais (hPa).
Centros barométricos
O movimento do ar é descendente/subsidente na
→ Altas pressões/Anticiclone = A ou + vertical e divergente à superfície.
→ Baixas pressões/Depressão/Ciclone = B ou -
À medida que o ar desce, a sua temperatura
1013 – valor médio que separa os A (não chove) aumenta, tornando-se maior a capacidade de
dos B (chove muito – equador). reter vapor de água. Não há condições para a
condensação, por isso não é provável que
ocorra precipitação (bom tempo).
Estes centros de pressão encontram-se
Isóbaras ou Isobáricas
associados a céu limpo e tempo seco,
linhas que unem pontos independentemente da temperatura, e aparecem
com valores iguais de representados com a letra A ou o sinal +
pressão atmosférica.
Em resumo:
-o valor de p.a. aumenta da periferia para o
Distribuição dos centros barométricos centro;
-o movimento do ar é descendente na vertical e
divergente à superfície;
-ao descer, a temperatura do ar aumenta e
maior é a capacidade de reter vapor de água;
-por isso, o céu estará limpo e o tempo bom.
Estabilidade atmosférica
Centros de Baixas Pressões CONCEITOS
O valor da pressão diminui da periferia para o Processo isobárico: processo físico em que a
centro, sendo inferior a 1013 mb (valor normal). pressão do ar se mantém constante.
Processo adiabático: processo físico em que a
pressão do ar não se mantém constante.
Gradiente de pressão: variação da pressão na
horizontal, medida das altas para as baixas
pressões, perpendicularmente às isóbaras. O
O movimento do ar é ascendente no vertical e gradiente de pressão é:
convergente à superfície. -forte quando as isóbaras estão muito próximas;
(linhas muito juntas = instabilidade) -fraco quando as isóbaras estão muito afastadas.
À medida que o ar sobe a sua temperatura Ponto de orvalho: temperatura a que o ar tem
diminui, tornando-se menor a capacidade de que arrefecer para se atingir a saturação (uma
absorção do vapor de água. amostra de ar húmido), sem haver variação da
Há condições para a condensação, e formação pressão. Se a temperatura diminuir para além do
de nuvens (mau tempo). ponto de orvalho, ocorrerá a condensação.
Estes centros de pressão encontram-se Geada: depósito de gelo, de aspeto cristalino,
associados a céu nublado com possibilidade de geralmente em forma de escamas, agulhas,
precipitação, independentemente da temperatura, plumas ou leques. Tem uma formação semelhante
representam-se com a letra B ou o sinal - à do orvalho, mas a temperatura é inferior a 0ºC.
Em resumo: Nevoeiro: suspensão de pequenas gotículas de
-o valor de p.a. diminui da periferia para o centro; água na atmosfera, que geralmente reduzem a 1
-o movimento do ar é ascendente na vertical
quilómetro a visibilidade horizontal à superfície.
convergente à superfície;
-ao subir, a temperatura do ar diminui e ocorre a Humidade absoluta: é a quantidade de vapor de
condensação do vapor de água; água contida num determinado volume de ar
-por isso, o céu estará muito nublado e poderá (g/m3), num dado momento, a uma temperatura.
haver precipitação.
Humidade relativa: proporção entre a massa de
Instabilidade atmosférica vapor de água presente na unidade de volume de
ar e a necessária para saturar esse ar à mesma
temperatura. (tempo seco = hr baixa).
FATORES DE QUE DEPENDE A PRESSÃO ORIGEM DOS CENTROS BAROMÉTRICOS
ATMOSFÉRICA
Dinâmica
→ A altitude/relevo, à medida que aumenta a
altitude a pressão diminui e vice-versa;
→ A temperatura, à medida que a temperatura
aumenta a pressão diminui e vice-versa
(Equador);
→ A densidade do ar, quanto maior a densidade
do ar, maior a pressão e vice-versa (Polos).
Térmica DISTRIBUIÇÃO APROXIMADA DOS CENTROS
BAROMÉTRICOS
Centro barométrico, localização e origem:
(B) Equatoriais
→ Região equatorial;
→ Termodinâmica: convergência dos ventos
alísios vindos dos anticiclones subtropicais
(dinâmica), e das elevadas temperaturas que
provocam a dilatação do ar e o tornam mais
leve.
(A) Subtropicais (anticiclone subtropical dos
Açores)
REPARTIÇÃO: CENTROS BAROMÉTRICOS → Região subtropical, nas proximidades dos
trópicos de Câncer e de Capricórnio;
Distribuição zonal dos centros barométricos, → Dinâmica: subsidência do ar em latitude.
janeiro.
(B) Subpolares (depressão da Islândia)
→ médias e altas latitudes, nas proximidades
dos círculos polares Ártico e Antártico;
→ Dinâmica: convergência de ar quente dos
anticiclones subtropicais e do ar frio das (A)
polares.
(A) Polares
→ Região polar;
→ Térmica: intenso arrefecimento do ar em
contacto com o solo gelado.
A CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA
Distribuição zonal dos centros barométricos,
julho.
2.
3.
Inicialmente, a frente polar apresenta um traçado ESTADOS DE TEMPO ASSOCIADOS À
mais ou menos retilíneos, devido à fraca PASSAGEM DE UMA PERTURBAÇÃO POLAR
interpenetração das massas de ar que se
deslocam de forma quase paralela entre si: a
massa de ar polar, no sentido E-O, e a massa de
ar tropical, no sentido contrário, ou seja, de O-E.
Nestas condições, a frente polar designa-se de
frente estacionária.
Com o evoluir da situação, ou seja, com o avanço
do ar frio polar para s e do ar quente tropical para
N, a interpenetração das massas de ar vai sendo
maior, pelo que se forma uma superfície frontal
cada vez mais ondulada.
1. Ar frio polar anterior
Por último quando a ondulação é já muito
-p.a. diminui;
pronunciada, diferenciam-se setores de ar frio
-aumento da nebulosidade – nuvens tipo
polar e de ar quente tropical, separadas pelas
cirros e estratos;
respetivas superfícies frontais e frentes. Formam-
-temperaturas relativamente baixas com
se, assim os chamados sistemas frontais, que,
tendência para subir;
quando associados a depressões barométricas,
-agravamento do estado de tempo.
dão origem a perturbações frontais.
2. Influência da frente / superfície frontal
quente
-continua a diminuir a p.a;
-aumenta a nebulosidade – nuvens tipo
nimbos – estratos;
-precipitação sob a forma de chuvisco;
-aumento da temperatura – vento fraco.
Irregularidade Intra-anual e
-precipitação relativamente elevada;
-vento de oeste ou noroeste, moderado ou forte.
Fatores Interanual da Precipitação
A temperatura baixa deve-se: PROCESSOS QUE ORIGINAM PRECIPITAÇÃO
-menor ângulo de incidência dos raios solares;
-menor duração do dia natural; Para ocorrer precipitação é necessário que haja
-maior massa atmosférica a atravessar pelos raios ascensão do ar. Assim, a precipitação pode
solares; classificar-se, de acordo com os processos que
-menor insolação. obrigam o ar a ascender, em:
VERÃO
Estado do Tempo
“Bom Tempo”
-céu limpo ou pouco nublado;
-precipitação escassa;
-vento fraco;
-temperatura elevada.
Fatores
A temperatura elevada deve-se:
-maior ângulo de incidência dos raios solares;
-maior duração do dia natural;
-menor massa atmosférica a atravessar pelos raios
solares;
-maior insolação;
-influência da massa de ar quente tropical que
atinge o território.
ARQUIPÉLAGOS
→ Rios
Portugal apresenta uma elevada densidade de
linhas de água superficiais que se encontram
interligas e originam a rede hidrográfica.
Balanço hídrico: balanço entre a quantidade de → Variação anual/espacial do regime dos rios
água que alimenta os recursos hídricos, a partir da
precipitação e a que se perde por Os rios nacionais, como foi referido, apresentam
evapotranspiração, a partir dos rios, lagos. um regime irregular, pois os seus caudais são:
Albufeiras, solo e da transpiração das plantas. - no inverno muito elevados, devido à
O balanço hídrico das bacias hidrográficas precipitação elevada e às menores temperaturas,
nacionais demonstra um contraste norte/sul: o que leva à diminuição da evaporação;
- no verão muito baixos ou nulos devido à menor
- as bacias do norte registam um balanço hídrico pluviosidade e às temperaturas mais elevadas, o
positivo, o que traduz excesso de água. Os que favorece o aumento da evaporação.
valores mais elevados registam-se nas bacias do
Cávado e do Lima. A bacia do Douro tem um A repartição espacial dos caudais permite
balanço hídrico negativo resultante das elevadas verificar que:
temperaturas da estação estival que aumentam a - os rios do norte apresentam um caudal mais
evapotranspiração. elevado e o seu regime caracteriza-se pela
- as bacias do sul apresentam défice de água, ocorrência de cheias frequentes, no inverno e
um balanço hídrico negativo, com as do Guadiana início da primavera e, pela diminuição do caudal
e as do Sado a revelarem os valores mais baixos. no verão, apesar de haver sempre escoamento;
- os rios do sul apresentam caudais mais baixos → Repartição espacial dos aquíferos
e um regime caracterizado pela ocorrência de - Maciço Antigo: 7%;
cheias pouco frequentes e, pelo decréscimo - Orlas Sedimentares Ocidental/Meridional – 21%;
acentuado dos caudais no período de verão, - Bacias Sedimentares do Tejo e Sado – 72%.
havendo mesmo rios sem escoamento;
- as ribeiras das RAA e RAM apresentam no
inverno caudais elevados e baixos no verão,
havendo mesmo algumas que nesta época
secam. A menor irregularidade da precipitação
nos Açores traduz uma menor variabilidade dos
caudais comparativamente à Madeira.
→ Tipos de aquíferos
- poroso: espaços vazios entre os minerais
ocupados por água;
- cársico: calcário;
- fissurado: granitos, quartzos…
- vacuolar: espaços vazios de rochas vulcânicas
anteriormente ocupados por magma, atualmente
por água.