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Geografia - Resumo - Recursos Hídricos

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CONSUMO DE ÁGUA EM PORTUGAL

Geografia O aumento do consumo de água é uma

Recursos Hídricos
constante em termos mundiais, sendo este tanto
maior quanto maior foi o desenvolvimento de um
COMO SE DISTRIBUI A ÁGUA NO PLANETA / país ou região.
ETAPAS DO CICLO HIDROLÓGICO
O crescente aumento do consumo de água por
97% da água existente no nosso planeta está nos habitante está relacionado com:
oceanos, a restante está congelada nos rios, lagos → A crescente industrialização;
ou retida no subsolo, e atmosfera. → Aumento da população mundial (nos PED);
A água existe em três estados, sólido, líquido e → Melhoria do nível de vida da população
gasoso e circula num movimento contínuo entre a (sobretudo nos PD);
superfície terrestre e a atmosfera. É a isto que → Mudança do estilo de vida, que também reflete
chamamos ciclo hidrológico ou natural da água. o nível de exigência da população ao bem-
estar, sobretudo nos PD.
O ciclo começa com a ação do sol que faz com
que a água que se encontra nos rios, lagos, mares Em Portugal, além das disparidades entre o litoral
e oceanos se evapore, passando do estado líquido e o interior, pois o consumo de água é mais
para o estado gasoso. elevado no litoral, devido a uma maior
Os animais e as plantas também libertam vapor de concentração da população e das atividades
água, num processo chamado de económicas, o consumo de água por habitante
evapotranspiração. também tem vindo a aumentar, em consequência
do seu desenvolvimento e da melhoria da
Quando o vapor de água chega à atmosfera qualidade de vida e cultura da população.
arrefece e condensa sob a forma de gotas de
água, formando as nuvens. Este processo chama- Os grandes consumidores de água no país são a
se condensação. agricultura, a indústria e o abastecimento
Quanto maior for a condensação, mais pesados municipal.
ficam as gotas de água, acabando por STRESS HÍDRICO
cair/precipitar na superfície terrestre sob a forma
de chuva ou neve, através da precipitação. Stress Hídrico é a condição em que a procura de
água excede a quantidade disponível. Também
A água que regressa à terra infiltra-se nos solos e
esta relacionadas com a má qualidade deste e que
fica armazenada nos lençóis subterrâneos, ou
regressa à superfície através de nascentes. restringe a sua utilização.

Outra parte é absorvida pelas raízes da A desigual repartição da água doce aliada ao
vegetação. crescimento populacional e à pressão
demográfica nas áreas urbanas dão origem a
A água da chuva que não se infiltra, nem é problemas de obtenção deste recurso que pode
absorvida, escorre para os rios, lagos, mares, e ser de natureza física ou económica:
oceanos é então que tudo recomeça.
→ Física quando a quantidade de água que
IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA O HOMEM
server para uma população é suficiente para
O ouro branco, o petróleo verde, ou satisfazer as suas necessidades, devido a
simplesmente água, é um recurso natural vital fatores naturais.
para a vida no Planeta, pois é um fator → Económica quando, apesar de existir água
fundamental nos sistemas naturais e é um recurso em quantidade e qualidades suficientes para
insubstituível em praticamente todas as atividades as necessidades humanas, não há recursos
humanas: financeiros para fazer chegar à população.
→ Predomina na constituição dos seres vivos; Este problema sente-se principalmente nos
→ Necessária para o desenvolvimento de países menos desenvolvidos.
atividades como:
-agricultura;
-indústria;
-turismo;
-uso doméstico;
-transportes.
FATORES RESPONSÁVEIS: TRANFERÊNCIA Ventos alíseos – quentes e secos, na região
DA ÁGUA NO CICLO HIDROLÓGICO DA ÁGUA intertropical, sopram de nordeste, no HN, e de
sudeste, no HS, das (A) subtropicais para o
→ Principais: equador (B) equatoriais.
-energia solar, que fornece a energia que Ventos de oeste – húmidos, nas regiões
promove a evaporação; temperadas dos HN e HS, que se deslocam das
-gravidade que faz com que a água condensada (A) subtropicais para as (B) subpolares.
chegue à superfície da Terra. Ventos de leste – frios e secos, que se deslocam
→ Secundários: das (A) polares para as (B) subpolares.
-Temperatura; O ar movimenta-se de forma diferente nos
-Humidade; centros de (A) e (B), o que condiciona a
-Vento; ocorrência de precipitações.
-Nebulosidade;
-Natureza da superfície de evaporação; Centros de Altas Pressões
-Natureza da área que recebe a precipitação. O valor da pressão aumenta da periferia para o
centro, sendo superior a 1013 mb (valor normal).
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
Força que o ar exerce sobre a superfície terrestre.
Mede-se em milibares (mb) / hectopascais (hPa).

Centros barométricos
O movimento do ar é descendente/subsidente na
→ Altas pressões/Anticiclone = A ou + vertical e divergente à superfície.
→ Baixas pressões/Depressão/Ciclone = B ou -
À medida que o ar desce, a sua temperatura
1013 – valor médio que separa os A (não chove) aumenta, tornando-se maior a capacidade de
dos B (chove muito – equador). reter vapor de água. Não há condições para a
condensação, por isso não é provável que
ocorra precipitação (bom tempo).
Estes centros de pressão encontram-se
Isóbaras ou Isobáricas
associados a céu limpo e tempo seco,
linhas que unem pontos independentemente da temperatura, e aparecem
com valores iguais de representados com a letra A ou o sinal +
pressão atmosférica.
Em resumo:
-o valor de p.a. aumenta da periferia para o
Distribuição dos centros barométricos centro;
-o movimento do ar é descendente na vertical e
divergente à superfície;
-ao descer, a temperatura do ar aumenta e
maior é a capacidade de reter vapor de água;
-por isso, o céu estará limpo e o tempo bom.

Estabilidade atmosférica
Centros de Baixas Pressões CONCEITOS
O valor da pressão diminui da periferia para o Processo isobárico: processo físico em que a
centro, sendo inferior a 1013 mb (valor normal). pressão do ar se mantém constante.
Processo adiabático: processo físico em que a
pressão do ar não se mantém constante.
Gradiente de pressão: variação da pressão na
horizontal, medida das altas para as baixas
pressões, perpendicularmente às isóbaras. O
O movimento do ar é ascendente no vertical e gradiente de pressão é:
convergente à superfície. -forte quando as isóbaras estão muito próximas;
(linhas muito juntas = instabilidade) -fraco quando as isóbaras estão muito afastadas.

À medida que o ar sobe a sua temperatura Ponto de orvalho: temperatura a que o ar tem
diminui, tornando-se menor a capacidade de que arrefecer para se atingir a saturação (uma
absorção do vapor de água. amostra de ar húmido), sem haver variação da
Há condições para a condensação, e formação pressão. Se a temperatura diminuir para além do
de nuvens (mau tempo). ponto de orvalho, ocorrerá a condensação.
Estes centros de pressão encontram-se Geada: depósito de gelo, de aspeto cristalino,
associados a céu nublado com possibilidade de geralmente em forma de escamas, agulhas,
precipitação, independentemente da temperatura, plumas ou leques. Tem uma formação semelhante
representam-se com a letra B ou o sinal - à do orvalho, mas a temperatura é inferior a 0ºC.
Em resumo: Nevoeiro: suspensão de pequenas gotículas de
-o valor de p.a. diminui da periferia para o centro; água na atmosfera, que geralmente reduzem a 1
-o movimento do ar é ascendente na vertical
quilómetro a visibilidade horizontal à superfície.
convergente à superfície;
-ao subir, a temperatura do ar diminui e ocorre a Humidade absoluta: é a quantidade de vapor de
condensação do vapor de água; água contida num determinado volume de ar
-por isso, o céu estará muito nublado e poderá (g/m3), num dado momento, a uma temperatura.
haver precipitação.
Humidade relativa: proporção entre a massa de
Instabilidade atmosférica vapor de água presente na unidade de volume de
ar e a necessária para saturar esse ar à mesma
temperatura. (tempo seco = hr baixa).
FATORES DE QUE DEPENDE A PRESSÃO ORIGEM DOS CENTROS BAROMÉTRICOS
ATMOSFÉRICA
Dinâmica
→ A altitude/relevo, à medida que aumenta a
altitude a pressão diminui e vice-versa;
→ A temperatura, à medida que a temperatura
aumenta a pressão diminui e vice-versa
(Equador);
→ A densidade do ar, quanto maior a densidade
do ar, maior a pressão e vice-versa (Polos).
Térmica DISTRIBUIÇÃO APROXIMADA DOS CENTROS
BAROMÉTRICOS
Centro barométrico, localização e origem:
(B) Equatoriais
→ Região equatorial;
→ Termodinâmica: convergência dos ventos
alísios vindos dos anticiclones subtropicais
(dinâmica), e das elevadas temperaturas que
provocam a dilatação do ar e o tornam mais
leve.
(A) Subtropicais (anticiclone subtropical dos
Açores)
REPARTIÇÃO: CENTROS BAROMÉTRICOS → Região subtropical, nas proximidades dos
trópicos de Câncer e de Capricórnio;
Distribuição zonal dos centros barométricos, → Dinâmica: subsidência do ar em latitude.
janeiro.
(B) Subpolares (depressão da Islândia)
→ médias e altas latitudes, nas proximidades
dos círculos polares Ártico e Antártico;
→ Dinâmica: convergência de ar quente dos
anticiclones subtropicais e do ar frio das (A)
polares.
(A) Polares
→ Região polar;
→ Térmica: intenso arrefecimento do ar em
contacto com o solo gelado.
A CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA
Distribuição zonal dos centros barométricos,
julho.

Célula equatorial: A convergência dos alísios,


As várias faixas de pressão não ocupam
reforçada pelas elevadas temperaturas, provoca a
permanentemente as mesmas posições. Ao longo divergência do ar em altitude, provocando o
do ano deslocam-se em latitude, ou seja, surgimento de uma corrente contrária – os contra-
movimentam-se para N (janeiro) e para S (Julho), alísios, que acabam por subsidir formando à
acompanhando com ligeiro atraso o superfície os anticiclones subtropicais.
movimento anual aparente do Sol.
IMPORTÂNCIA DAS MASSAS DE AR O movimento das massas de ar pode
corresponder a um avanço de ar quente sobre o
Massa de ar: grandes porções da atmosfera que,
ar frio, dando assim origem a uma superfície
apresentam a mesma temperatura, humidade e
frontal quente, e, consequentemente a uma
densidade. (horizontalmente)
frente quente.
Pelo contrário, o movimento das massas de ar,
pode corresponder a um avanço do ar frio sob o
ar quente, o que dará origem a uma superfície
frontal fria e a uma frente fria.

Classificação das massas de ar


TC – provém do deserto do Sara. É muito quente
e seca. Atinge o território no verão. De entre as várias frentes do globo, a que mais
TM – É muito quente e húmido, predominam no desperta interesse, não só pela sua importância,
verão. Provoca frequentemente nevoeiros, nuvens mas também pela influência que sobre nós exerce,
e neblinas. é a frente polar que tem origem na superfície
PM – É fria e húmida, é responsável pela frontal polar do HN.
precipitação abundante, em todo o território,
particularmente no inverno. A frente polar do HN resulta do confronto entre
PC – É muito fria e seca. Provém das latitudes as massas de ar frio polares, que tendem a
elevadas (Sibéria, Europa Setentrional, etc.) deslocar-se para S, e as massas de ar quente
Atinge o território nacional, particularmente, no tropicais, que tendem a movimentar-se para N.
inverno. Desse confronto, vão surgindo ao longo da frente
ondulações cada vez mais pronunciadas,
SUPERFÍCIES FRONTAIS E FRENTE devido ao movimento de rotação da Terra e à
O estado de tempo em Portugal é força de Coriolis.
frequentemente influenciado, sobretudo na época
de inverno, pelas (B) subpolares, nos quais
converge ar tropicar e ar polar.
Quando duas massas de ar de características
muito diferentes convergem e entram em contacto
uma com a outra, não se misturam ou misturam- 1.
se muito lentamente, pelo que ficam separadas
por uma faixa de transição a que se dá o nome
de superfície frontal. Esta, em contacto com a
superfície da Terra dá origem à chamada frente.

2.

3.
Inicialmente, a frente polar apresenta um traçado ESTADOS DE TEMPO ASSOCIADOS À
mais ou menos retilíneos, devido à fraca PASSAGEM DE UMA PERTURBAÇÃO POLAR
interpenetração das massas de ar que se
deslocam de forma quase paralela entre si: a
massa de ar polar, no sentido E-O, e a massa de
ar tropical, no sentido contrário, ou seja, de O-E.
Nestas condições, a frente polar designa-se de
frente estacionária.
Com o evoluir da situação, ou seja, com o avanço
do ar frio polar para s e do ar quente tropical para
N, a interpenetração das massas de ar vai sendo
maior, pelo que se forma uma superfície frontal
cada vez mais ondulada.
1. Ar frio polar anterior
Por último quando a ondulação é já muito
-p.a. diminui;
pronunciada, diferenciam-se setores de ar frio
-aumento da nebulosidade – nuvens tipo
polar e de ar quente tropical, separadas pelas
cirros e estratos;
respetivas superfícies frontais e frentes. Formam-
-temperaturas relativamente baixas com
se, assim os chamados sistemas frontais, que,
tendência para subir;
quando associados a depressões barométricas,
-agravamento do estado de tempo.
dão origem a perturbações frontais.
2. Influência da frente / superfície frontal
quente
-continua a diminuir a p.a;
-aumenta a nebulosidade – nuvens tipo
nimbos – estratos;
-precipitação sob a forma de chuvisco;
-aumento da temperatura – vento fraco.

3. Setor de ar quente tropical


-melhoria temporária do estado de tempo;
-diminuição da nebulosidade – período de
céu limpo ou pouco nublado;
-curtos períodos de chuva,
-decréscimo da p.a.

4. Influência da frente/da superfície frontal fria


-agravamento do estado de tempo,
-aumento da nebulosidade (nuvens de grande
desenvolvimento vertical) – cúmulos – nimbos;
-chuvas intensas – pode ocorrer trovoadas.

5. Setor de ar frio posterior


-melhoria progressiva do estado do tempo;
-diminuição da nebulosidade;
-ocorrência de alguns aguaceiros dispersos;
-temperatura relativamente baixa com
tendência para aumentar.
Frente oclusa: o tempo é bastante instável, com
ventos fortes e chuvas, o ponto de maior
instabilidade atmosférica da perturbação frontal é
conhecido como ponto triplo – local onde se
cruza a frente fria, quente e oclusa.
ESTADOS DE TEMPO MAIS FREQUENTES EM ESTAÇÕES INTERMÉDIAS
PORTUGAL
Na primavera, entre março e maio, o estado do
→ no inverno mais afetado pelos centros de tempo caracteriza-se por precipitações que podem
baixas pressões subpolares, por massas de ainda ser muito frequentes, devido à influência
ar frio polar e pela frente polar; das perturbações da frente polar e baixais
→ durante o verão mais influenciado pelos pressões subpolares. Contudo, a frequência
anticiclones subtropicais, como é o caso do destas vai diminuindo, devido à deslocação
anticiclone dos Açores, e por massas de ar gradual do anticiclone dos Açores, para norte.
quente tropical.
O outono é caracterizado pelo progressivo
INVERNO decréscimo da temperatura e pelo aumento da
Estado do Tempo precipitação devido, ao deslocamento para sul
“Mau Tempo” das baixas pressões subpolares e das
-céu muito nublado; perturbações da frente polar.

Irregularidade Intra-anual e
-precipitação relativamente elevada;
-vento de oeste ou noroeste, moderado ou forte.
Fatores Interanual da Precipitação
A temperatura baixa deve-se: PROCESSOS QUE ORIGINAM PRECIPITAÇÃO
-menor ângulo de incidência dos raios solares;
-menor duração do dia natural; Para ocorrer precipitação é necessário que haja
-maior massa atmosférica a atravessar pelos raios ascensão do ar. Assim, a precipitação pode
solares; classificar-se, de acordo com os processos que
-menor insolação. obrigam o ar a ascender, em:

VERÃO
Estado do Tempo
“Bom Tempo”
-céu limpo ou pouco nublado;
-precipitação escassa;
-vento fraco;
-temperatura elevada.
Fatores
A temperatura elevada deve-se:
-maior ângulo de incidência dos raios solares;
-maior duração do dia natural;
-menor massa atmosférica a atravessar pelos raios
solares;
-maior insolação;
-influência da massa de ar quente tropical que
atinge o território.

Nortada: vento fresco de Norte, que resulta da


ação conjugada entre uma baixa pressão
térmica centrada sobre a Península Ibérica e o
anticiclone dos Açores, centrado sensivelmente
a norte do respetivo arquipélago.

Ponto de Saturação: quantidade máxima de


vapor de água que o ar pode conter a uma
determinada temperatura.
VARIAÇÃO INTRA-ANUAL E INTERANUAL DA
PRECIPITAÇÃO
Portugal tem registado uma grande diversidade de
estados de tempo ao longo do ano, o que reflete,
a irregularidade na repartição da precipitação,
que se tem feito sentir, de igual modo em qualquer
lugar, podendo individualizar-se dois períodos:
- o mais chuvoso, sensivelmente nos meses de
outono e de inverno;
- o mais seco na primavera e no verão. O verão,
ou estação estival, é a estação do ano em que os
meses são secos.

ARQUIPÉLAGOS

A deslocação em latitude dos centros


barométricos, das massas de ar, dos sistemas e
perturbações frontais da frente polar, etc., levam a
que a distribuição interanual da precipitação
em Portugal seja variável.
DISTRIBUIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO
CONTINENTE
A repartição da precipitação no território
continental regista uma diminuição de norte para
sul e do litoral para o interior, sendo mais
elevada nas regiões montanhosos.
Em Portugal Continental, a precipitação:
→ aumenta à medida que a latitude aumenta;
→ diminui do litoral para o interior;
→ regista valores mais elevados no norte do rio
Tejo:
- no noroeste (serras da Peneda e Gerês);
- na Cordilheira Central.
→ regista valores mais baixos:
- no Algarve;
- na faixa oriental do Alentejo;
- no vale superior do Douro.
Clima de Portugal No arquipélago dos Açores, o clima, é muito
próximo ao do noroeste do território continental, e
Portugal, em consequência da sua latitude e da com características muito próximas do clima
conjugação e sucessão habitual dos vários temperado oceânico, caracteriza-se por:
elementos climáticos, durante um longo período → temperaturas amenas;
de tempo, tem características, de feição → ata fraca;
mediterrânea, que é mais acentuada no sul do
→ elevada humidade relativa do ar;
País.
→ precipitação abundante e regularmente
Assim, o clima nacional é temperado distribuída ao longo do ano, embora com maior
mediterrâneo. Contudo, é possível identificar abundância nos meses de outono e de
alguns conjuntos climáticos resultantes da inverno;
influência: → estação seca inferior a dois meses (existindo
→ do Atlântico no litoral, sobretudo no litoral no grupo oriental).
norte;
Em relação às características climáticas do
→ do continente, no interior;
arquipélago da Madeira, podemos dizer que:
→ da altitude nas áreas de montanha.
→ possui um clima temperado mediterrâneo;
CLIMA MEDITERRÂNEO DE INFLUÊNCIA → a ilha da Madeira possui uma maior
ATLÂNTICA diferenciação climática que os Açores,
nomeadamente entre a vertente norte, que é
→ características muito semelhantes ao clima mais húmida e pluviosa, e a vertente sul, que
temperado marítimo; é mais quente e seca;
→ sente-se no noroeste continental e Açores; → a ilha de Porto Santo caracteriza-se pela
→ verões mais frescos e invernos amenos; temperatura elevada, escassa precipitação
→ ata fraca; e estação seca prolongada.
→ precipitação elevada ao longo de todo o ano,
concentrando-se no outono e no inverno; Disponibilidades Hídricas
→ estação seca não ultrapassa os dois meses. Rede Hidrográfica: conjunto formado por um rio
CLIMA MEDITERRÂNEO principal e os seus tributários (afluentes e
subafluentes).
→ sente-se no sul, centro litoral e Madeira;
→ verões quentes, longos e secos; Bacia Hidrográfica: área drenada por um curso
→ invernos suaves e curtos; de água ou por um sistema de cursos de água
(rede hidrográfica).
→ precipitação irregular e fraco;
→ estação seca entre quatro e seis meses. Perfil Transversal: linha que resulta a partir da
interseção de um plano vertical com o vale,
CLIMA MEDITERRÂNEO DE INFLUÊNCIA
perpendicularmente à direção deste, num
CONTINENTAL
determinado ponto.
→ sente-se na região nordeste de Portugal;
Perfil Longitudinal: linha que une os pontos do
→ verões muito quentes e invernos muitos frios; fundo do leito do rio desde a nascente à foz.
→ ata elevada;
→ precipitação fraca; Leito: espaço que pode ser ocupado pelas águas.
→ estação seca com uma duração entre os dois Caudal: volume total de água que passa numa
e os quatro meses.
dada secção de um rio por unidade de tempo.
CLIMA DE ALTITUDE
Regime de um rio: variação anual dos caudais de
→ verões frescos e húmidos e invernos muito um rio.
rigorosos;
→ ata elevada;
→ precipitação elevada ao longo do ano e no
inverno, frequentemente, sob a forma de neve.
Em Portugal, a precipitação é irregular, sendo
assim há também uma distribuição irregular no
tempo e no espaço, das disponibilidades hídricas,
que diminuem no verão, de norte para sul e do
litoral para o interior.
Ao longo do ano:
→ as maiores disponibilidades hídricas
ocorrem nos meses de outono e de inverno
devido à maior pluviosidade, causada pela
perturbação da frente polar;
→ as menores disponibilidades hídricas
ocorrem nos meses de primavera e verão
devido à menor pluviosidade, esta atinge os
menores valores na estação estival (verão).
Em termos espaciais:
→ as áreas mais húmidas: o norte litoral e as
áreas montanhosas;
→ as áreas mais secas: sul do Tejo.
RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS E
SUBTERRÂNEOS
As águas superficiais
As águas superficiais englobam a água dos rios,
dos lagos, das lagoas naturais e os reservatórios
de águas superficiais, como albufeiras de
barragens.

→ Rios
Portugal apresenta uma elevada densidade de
linhas de água superficiais que se encontram
interligas e originam a rede hidrográfica.

→ Características da rede hidrográfica


- predomina a orientação E-O; NE-SO; NNE-SSO
(acompanha a inclinação do relevo); existem
exceções como o Sado S-N; o Guadiana N-S; o
Lis S-N;
- rios do norte têm maior declive e caudal; rios
do sul com menores declives e menor caudal;
- rios internacionais ou luso-espanhóis: Minho,
Lima, Douro, Tejo e Guadiana;
- rios exclusivamente nacionais: Vouga,
Mondego, Sado, Cávado, Ave, Lis, Mira e Zêzere;
- maiores baciais hidrográficas, nacionais, Sado,
Mondego e Vouga;
- maior bacia hidrográfica Tejo;
→ Variação espacial do escoamento
→ Principais bacias hidrográficas nacionais
Regiões com maior escoamento anual
Linha de cumeada ou interflúvio: define o limite - Noroeste
de uma bacia hidrográfica; faz a separação da - Cordilheira Central
precipitação que cai na bacia com a que cai na Bacias hidrográficas com escoamento médio
bacia vizinha nos pontos de maior altitude; anual superior à média do continente
atravessa o curso de água apenas na secção de - rio Minho
referência – foz. - rio Lima
Causas
Elevada precipitação:
- por serem mais montanhosas;
- por serem mais afetadas pelos ventos húmidos
de Oeste, pelas perturbações frontais e pelas
baixas pressões subpolares.
Regiões com maior escoamento anual
- Nordeste
- Sul do Tejo
Bacias hidrográficas com escoamento médio
anual superior à média do continente
Rios a sul da bacia hidrográfica do Tejo, como:
- rio Sado
- rio Mira
- ribeiras do Algarve
Rios do setor interior da bacia hidrográfica do
Douro, como o rio Sabor.
Causas
Baixa precipitação:
- o Nordeste está protegido pelas montanhas
concordantes, que são responsáveis pela perda
de humidade das massas de ar oceânicas;
- o Sul sofre uma maior influência das altas
pressões subtropicais, originando tempo seco.

Escoamento: parte da água da precipitação que


→ Distribuição do balanço hídrico escorre à superfície ou em canais subterrâneos.

Balanço hídrico: balanço entre a quantidade de → Variação anual/espacial do regime dos rios
água que alimenta os recursos hídricos, a partir da
precipitação e a que se perde por Os rios nacionais, como foi referido, apresentam
evapotranspiração, a partir dos rios, lagos. um regime irregular, pois os seus caudais são:
Albufeiras, solo e da transpiração das plantas. - no inverno muito elevados, devido à
O balanço hídrico das bacias hidrográficas precipitação elevada e às menores temperaturas,
nacionais demonstra um contraste norte/sul: o que leva à diminuição da evaporação;
- no verão muito baixos ou nulos devido à menor
- as bacias do norte registam um balanço hídrico pluviosidade e às temperaturas mais elevadas, o
positivo, o que traduz excesso de água. Os que favorece o aumento da evaporação.
valores mais elevados registam-se nas bacias do
Cávado e do Lima. A bacia do Douro tem um A repartição espacial dos caudais permite
balanço hídrico negativo resultante das elevadas verificar que:
temperaturas da estação estival que aumentam a - os rios do norte apresentam um caudal mais
evapotranspiração. elevado e o seu regime caracteriza-se pela
- as bacias do sul apresentam défice de água, ocorrência de cheias frequentes, no inverno e
um balanço hídrico negativo, com as do Guadiana início da primavera e, pela diminuição do caudal
e as do Sado a revelarem os valores mais baixos. no verão, apesar de haver sempre escoamento;
- os rios do sul apresentam caudais mais baixos → Repartição espacial dos aquíferos
e um regime caracterizado pela ocorrência de - Maciço Antigo: 7%;
cheias pouco frequentes e, pelo decréscimo - Orlas Sedimentares Ocidental/Meridional – 21%;
acentuado dos caudais no período de verão, - Bacias Sedimentares do Tejo e Sado – 72%.
havendo mesmo rios sem escoamento;
- as ribeiras das RAA e RAM apresentam no
inverno caudais elevados e baixos no verão,
havendo mesmo algumas que nesta época
secam. A menor irregularidade da precipitação
nos Açores traduz uma menor variabilidade dos
caudais comparativamente à Madeira.

→ Fatores condicionantes do regime dos rios


Fatores naturais:
- o clima (temperatura e precipitação);
- o relevo (forma e declive);
- a natureza dos terrenos ((im)permeável);
- o coberto vegetal.
Fatores humanos: → Vantagens
- construção de barragens; - estão protegidos da poluição, o que reflete uma
- alteração do coberto vegetal. melhor qualidade da água;
- não sofrem evaporação;
A construção de barragens permite a criação de - não exigem encargos de conservação.
reservas hídricas artificiais, as albufeiras, assim
como:
- regularização dos caudais;
- irrigação dos campos;
- captação de água para uso doméstico/industrial;
- produção de energia elétrica;
- desenvolvimento de atividades: turismo/lazer.
Alqueva – exemplo dos fins múltiplos de uma
barragem, visa:
- o abastecimento da população;
- o incremento:
-da agricultura (irrigação dos campos);
-do turismo integrado;
-da produção de energia renovável.
As águas subterrâneas
Aquífero: formação geológica que permite a
circulação e o armazenamento de água nos seus
espaços vazios, possibilitando o aproveitamento
desta pelo Homem.

→ Tipos de aquíferos
- poroso: espaços vazios entre os minerais
ocupados por água;
- cársico: calcário;
- fissurado: granitos, quartzos…
- vacuolar: espaços vazios de rochas vulcânicas
anteriormente ocupados por magma, atualmente
por água.

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