Texto Lirico LPII
Texto Lirico LPII
Texto Lirico LPII
Poesia Lírica
Fátima Mussa
Vateva
708205717
Poesia Lírica
Classificação
ii
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
iii
Índice
Introdução....................................................................................................................................................5
1. Poesia lírica..........................................................................................................................................6
1.1. Conceitos......................................................................................................................................6
1.2. Características do género lírico.....................................................................................................8
1.2.1. Eu lírico................................................................................................................................8
1.2.2. Versos/metrificação............................................................................................................10
1.2.3. Estrofes...............................................................................................................................11
1.2.4. Rimas..................................................................................................................................11
1.2.5. Linguagem..........................................................................................................................12
1.3. Classificação da poesia...............................................................................................................12
1.3.1. Poesia satírica.........................................................................................................................12
1.3.2. Poesia camoniana...................................................................................................................14
1.3.2.1. Características Gerais da Poesia Camoniana...................................................................14
1.3.2.2. Recursos Estilísticos Utilizados por Camões..................................................................15
1.4. Acentuação, classes gramaticais e elementos vocálicos e consoantes na poesia lírica.....................15
Conclusão...................................................................................................................................................17
Referências Bibliográficas..........................................................................................................................18
iv
Introdução
O género lírico originou-se na Grécia Antiga, época em que a manifestação poética era
apresentada ao público oralmente, em forma de canto, o qual era acompanhado por um
instrumento musical chamado lira. Sua manifestação em forma de canto perdura até o final da
Idade Média, momento a partir do qual o género lírico passa a ter na palavra escrita seu principal
meio de composição e de difusão.
Salientar que, tais registros desempenharam um papel importantíssimo, contribuindo para que
cada vez mais os poetas experimentassem formas mais sofisticadas de composição, como o uso
da métrica, a construção de rimas, a seleção vocabular e a disposição das palavras no espaço
gráfico. Essas características, porém, isoladamente, não definem o gênero lírico, que também
apresenta como traço principal a manifestação da subjetividade.
Objectivo Geral:
Objectivos específicos:
Metodologia:
Para concretização deste trabalho, foi usada uma Pesquisa Bibliográfica que consiste desenvolver
o trabalho a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos.
5
1. Poesia lírica
1.1. Conceitos
Género Lírico é um género literário escrito em versos que tem como foco mostrar as emoções,
sensações, sentimentos e impressões pessoais do poeta.
Os textos líricos são marcados pela subjetividade, onde o poeta expressa sua opinião, por isso,
eles são escritos na primeira pessoa (eu).
O género lírico recebe esse nome, pois faz referência ao instrumento musical, a lira, que
acompanhava a declamação de poesias na antiguidade.
1) Soneto - poema de forma fixa, formado por catorze versos (dois quartetos e dois tercetos).
2) Poesia - texto poético formado por versos que se agrupam em estrofes.
3) Ode - poema de exaltação composta para ser declamada ou cantada.
4) Haicai - poema de forma fixa de origem japonesa, formado por três versos.
5) Hino - poema que homenageia alguém ou venera algo.
6) Sátira - poema que ridiculariza pessoas ou costumes.
O Soneto da fidelidade, de Vinicius de Moraes, é um poema de forma fixa composto por catorze
versos (dois quartetos e dois tercetos). Nele, o autor expõe seus sentimentos relacionados com o
amor e a fidelidade.
6
Quero vivê-lo em cada vão momento
Poesia lírica é aquele estilo poético que se destaca especialmente porque seu autor declarou,
sentimentos muito profundos ou uma intensa reflexão sobre uma questão. Basicamente, poesia
lírica que transmite os humores são o produto de tal estado de absoluta introspecção que então ele
levou a intensa comunicação de sentimentos ou pensamentos, ou seja, é um género em que a
matéria-prima é a subjetividade.
7
ver com um motivo sentimental, é considerada como a poesia lírica, a penalidade, fracasso,
medo, solidão, entre outras questões.
Esta manifestação de sentimentos e emoções não é difícil, mas que sofre uma séria e rigorosa
limpeza ambos estéticos e técnica, então por que é tão formalmente a característica mais
proeminente deste é isto está escrito em forma de versos. Mas o versículo não é a única maneira
de comunicar uma poesia, também muitos autores recorrem a prosa poética, na qual dispensa
curso do formulário do verso, mas permanecem as outras funcionalidades que tornam a escrita
uma verdadeira poesia. Entre os principais elementos que se juntam na montagem de poesia lírica
são os seguintes: expressão de sentimentos, acúmulo de imagens e elementos com elevado valor
simbólico, logo que possível, concentração, densidade, geralmente escrito em primeira
pessoa. Alguns fiéis expoentes deste tipo de poesia são Rubén Darío, Federico García Lorca,
Gustavo Adolfo Bécquer e António Gala, entre outros.
O poeta português Fernando Pessoa, por exemplo, tornou-se famoso pelos heterônimos que criou,
o que fez com que sua obra expressasse vozes poéticas distintas de sua personalidade. Assim, é
possível que um poeta com uma identidade masculina crie em seu poema um eu lírico com
identidade feminina, ou vice e versa, bem como um poeta adulto pode expressar a voz poética de
uma criança ou a de um ser inanimado. Além disso, há poemas em que o poeta tenta ao máximo
apagar qualquer marca subjetiva. Observe os exemplos:
O relógio
8
dentro das quais, como em jaula,
e quadradiço de forma.
é alada a palpitação,
e de pássaro cantor,
NETO, João Cabral de Melo. Obra completa. São Paulo: Ediouro, 2003.
Nesse poema de João Cabral de Melo Neto, observa-se uma tentativa de apagamento do eu lírico,
já que não se evidencia marcas de subjetividade ao longo de seus versos e de suas estrofes. O
predomínio da descrição do objeto relógio, comparado a jaulas e a gaiolas, contribui para que ele
seja o centro da expressão poética, não sobrando espaço que as impressões subjetivas humanas
sejam manifestadas.
Porquinho-da-índia
Ganhei um porquinho-da-índia.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. São Paulo: Nova Aguilar, 1977.
10
Nesse poema de Manuel Bandeira, observa-se o eu lírico como uma voz masculina que rememora
o amor que tinha por seu pequeno bicho de estimação: um porquinho-da-índia. Os verbos na
primeira pessoa do discurso e os pronomes “eu”, “meu” e “minha” evidenciam um eu lírico bem
marcado subjetivamente.
Diálogo de peixes
ou um abajur
do calor e nara
se refrescar de madrugada
é um péssimo hábito
Nesse poema de Alice Sant’Anna, tem-se um eu lírico em terceira pessoa, espécie de narrador,
que vai descrevendo aspectos da rotina de uma mulher chamada Nara. O inusitado acontece
quando essa voz poética atribui o domínio da fala ao peixe, o qual se manifesta subjetivamente ao
11
tecer uma crítica ao fato de sua dona dormir com o cabelo molhado. Esse estilo de poema em que
o eu lírico desprende-se de sua concepção tradicional tem-se tornado uma constante nas
produções poéticas contemporâneas.
1.2.2. Versos/metrificação
Verso é o nome atribuído a uma sucessão de sílabas ou fonemas que formam uma unidade
rítmica e melódica correspondente a uma linha do poema. Metrificação ou métrica, por sua vez, é
o nome que se dá à medida de um verso, que é definida pelo número de sílabas poéticas.
1.2.3. Estrofes
A medida que regula o número de sílabas longas ou breves (sílabas pronunciadas) de cada verso
chama-se metro. Essas sílabas que correspondem aos sons dizem-se sílabas métricas e denomina-
se escansão a sua divisão no verso. Conforme o número de sílabas métricas (de uma a doze), os
versos podem ser classificados como monossílabo, dissílabo, trissílabo, tetrassílabo, pentassílabo
12
ou redondilha menor, hexassílabo, heptassílabo ou redondilha maior, octossílabo, eneassílabo,
decassílabo, hendecassílabo e dodecassílabo ou alexandrino.
1.2.4. Rimas
Nomeia-se rima o recurso musical baseado na semelhança sonora das palavras situadas ou no
final ou no interior dos versos. Classificam-se como rimas interpoladas (ABBA), alternadas
(ABAB) e emparelhadas (AABB) as que são compostas no final dos versos.
1.2.5. Linguagem
No género lírico, normalmente é utilizada a linguagem conotativa, ou seja, quando as palavras
empregadas estão em seu sentido figurado, em seu sentido poético. Assim, o poeta tende a alterar
o sentido de palavras cristalizadas no cotidiano para atribuir-lhe um sentido mais amplo. O leitor,
por sua vez, vê-se, no movimento de leitura e de interpretação, como alguém que precisa
decodificar as palavras presentes no poema para além de seu sentido denotativo, tendo como
auxílio o contexto em que cada vocábulo aparece.
No género lírico, o uso das figuras de linguagem, como a aliteração (repetição de consoante), a
assonância (repetição de vogal) e o paralelismo (repetição de frases e orações), contribui para o
alcance da linguagem poética.
Principais Características
A sátira tem como característica principal a forte carga de ironia e sarcasmo. Embora nem sempre
ela tem como objetivo induzir ao riso, geralmente, este estilo literário se aproxima da comédia.
Trata-se, portanto, de uma crítica social feita às pessoas e aos costumes de maneira caricata. Por
este motivo, muitas sátiras têm como alvo os políticos, artistas e pessoas de relevância social.
Assim, ela é usada como instrumento para expor ideias e ainda, como ferramenta lírica. Nesse
sentido, a sátira nada mais é que uma poesia usada para ridicularizar costumes, figuras públicas,
instituições, etc.
Vale notar que nem sempre ela é literária, sendo também usada no cinema, na música e na
televisão.
Também como marca da sátira está a denúncia de assuntos que supostamente seriam tratados de
maneira séria.
No entanto, devemos lembrar que nem toda sátira é destrutiva, embora tenha forte ação no ataque
e na desmoralização.
Ela aplica de maneira cômica o texto aos personagens, ressaltando defeitos e carências morais e
de caráter. É assim que usa o humor para censurar práticas danosas.
É comum a sátira apresentar diálogos com mistura de estilos. O uso de recursos que vão da
maledicência à obscenidade são notórios quando representa tipos quase deformados e cheios de
vícios.
Técnicas satíricas
14
A sátira utiliza técnicas como a "redução ou diminuição" e a "inflação ou aumento".
Na redução, por exemplo, uma chanceler pode ser chamada de “garota”; e na inflação, um buraco
de “cratera”.
Assim, podemos notar que esse estilo literário recorre, muitas vezes, ao uso de elementos como a
hipérbole e a justaposição.
Foi a literatura, contudo, que popularizou o estilo a partir da comédia, já no século V, em Atenas.
Entre os autores de maior destaque está o grego Epicarmo, cujo texto cômico ironizava os
intelectuais de seu tempo.
As formas poéticas tradicionais: cantigas, vilancetes, esparsas, endechas, trovas... Uso da medida
velha: redondilha menor e maior.
Temas tradicionais e populares; a menina que vai à fonte; o verde dos campos e dos olhos; o
amor simples e natural; a saudade e o sofrimento; a dor e a mágoa; o ambiente cortesão com as
suas “cousas de folgar” e as futilidades; a exaltação da beleza de uma mulher de condição servil,
de olhos pretos e tez morena (a “Barbara, escrava”); a infelicidade presente e a felicidade
passada.
O amor surge, à maneira petrarquista, como fonte de contradições, entre a vida e a morte, a água
e o fogo, a esperança e o desengano;
15
A concepção da mulher, outro tema essencial da lírica camoniana, em íntima ligação com a
temática amorosa e com o tratamento dado à Natureza (“locus amenus”), oscila igualmente entre
o pólo platónico (ideal de beleza física, espelho da beleza interior), representado pelo modelo de
Laura e o modelo renascentista de Vénus.
Camões traz-nos uma conjunção dessas duas correntes, de uma maneira bem subtil, que quase
não conseguimos notar.
O soneto clássico (que é o que Camões segue) segue a forma de duas quadras e dois tercetos, e
nestes, a chave do poema geralmente se encontra no último verso do segundo terceto. Os versos
são decassílabos e a rima segue o esquema abba / abab. Camões seguiu esta forma e adicionou
certos aspectos que verificamos em vários dos seus sonetos. Ele usa nas duas primeiras quadras o
exemplo da natureza, nos dando um exemplo concreto, e logo depois, nos dois tercetos ele
interioriza (para o eu lírico) os sentimentos implícitos nas quadras. Usando muitas figuras de
estilo, ele finaliza o soneto, classicamente, com a chave de ouro.
Hipérbole: Consiste no emprego de uma expressão que exagera o pensamento para dar mais
ênfase ao discurso.
Ironia: Consiste em atribuir às palavras um significado diferente daqueles que na realidade têm.
16
Metáfora: Consiste em designar um objecto ou uma ideia por uma palavra (ou palavras) de outro
campo semântico, associando-as por analogia. Se, no contexto, essa analogia é por vezes fácil de
identificar, outras vezes permite interpretações diversificadas...
Perífrase: Consiste em dizer por várias palavras o que poderia ser dito por algumas ou apenas
uma.
Quanto à acentuação, as rimas são agudas ou masculinas (se o acento tónico recai na última
sílaba), graves ou femininas (se o acento tónico recai na penúltima sílaba) e esdrúxulas (se o
acento tónico recai na antepenúltima sílaba).
Quanto às classes gramaticais das terminações ou frequência de uso, as rimas podem ser pobres
(se acontece com palavras da mesma categoria gramatical ou com terminações demasiado
frequentes) ou ricas (se acontece com palavras de diferente categoria gramatical).
Quanto aos elementos vocálicos e consonânticos das terminações, as rimas dizem-se toantes ou
vocálicas (se a partir da vogal da sílaba tónica rimam apenas os sons de vogais) e consoantes ou
soantes (se, nas terminações dos versos que rimam, as vogais e consoantes a partir da vogal da
sílaba tónica são iguais).
17
Conclusão
A produção lírica é centrada no eu e sua matéria-prima são as experiências individuais e
subjetivas do artista, sendo temáticas recorrentes: a dor, o sofrimento, a angústia, a alegria, a
felicidade, tudo o que possa expressar emoção e sentimento é utilizado pelos poetas. Como o
lirismo não pretende ser um diário da rotina do escritor, mas tratar dos seus sentimentos e das
suas emoções, surge o conceito de eu-lírico que representa uma espécie de voz que ecoa das
impressões e sensações escritas pelo poeta.
Salientar que, texto lírico é aquele que, recorrendo a um discurso denso, expressivo, breve e
conciso, permite, artisticamente e com musicalidade e ritmo, exprimir as emoções, os
sentimentos, os desejos ou os pensamentos íntimos que nascem ou se apresentam ao espírito, ou
seja, ao mundo interior do "Eu".
No texto lírico, predomina uma voz central, um "Eu" que, sem preocupações espácio-temporais,
revela o seu olhar sobre o mundo, com que se funde, e aprofunda as suas vivências emocionais,
os seus estados de alma, reflexões, conceções e sentimentos. Usualmente, recorre à enunciação na
primeira pessoa, podendo traduzir entusiasmos individuais e coletivos.
18
A poesia é a forma de literatura que melhor e com mais frequência privilegia o lirismo, embora
também o possamos encontrar em diversos textos de prosa. O verso e os recursos sonoros e
textuais, como rima, métrica, ritmo, musicalidade e figuras de linguagem favorecem, na poesia, o
tratamento desta expressão de sentimentos, das emoções e pensamentos. Isto não invalida a
presença da efusão lírica em belíssimos textos de prosa, cuja estrutura frásica, o predomínio da
linguagem conotativa e das funções poética e emotiva, o vocabulário marcadamente afetivo, ou
as imagens permitem exprimir a mensagem individual e íntima. O que interessa é a criação onde
dominam as preocupações do "EU" que procura comunicar os seus estados de alma e as suas
reações.
Referências Bibliográficas
Bandeira, Manuel. Poesia completa e prosa. São Paulo: Nova Aguilar, 1977.
Leminski, Paulo. La vie en close. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. p.126.
Neto, João Cabral de Melo. Obra completa. São Paulo: Ediouro, 2003.
19