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João George Moreira - Dissertação de Mestrado PDF-A

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

JOÃO GEORGE MOREIRA

SOLUBILIDADE DE FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS PELETIZADOS


A BASE DE BIOSSÓLIDO E TORTA DE FILTRO

UBERLÂNDIA
2018
JOÃO GEORGE MOREIRA

SOLUBILIDADE DE FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS PELETIZADOS


A BASE DE BIOSSÓLIDO E TORTA DE FILTRO

Dissertação apresentada à Universidade


Federal de Uberlândia, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação
em Agronomia – Mestrado, área de
concentração em Fitotecnia, para obtenção
do título de Mestre.

Prof. Dr. Reginaldo de Camargo


Orientador
Prof.ª Drª. Regina Maria Quintão Lana
Coorientadora

UBERLÂNDIA
2018
JOÃO GEORGE MOREIRA

SOLUBILIDADE DE FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS PELETIZADOS


A BASE DE BIOSSÓLIDO E TORTA DE FILTRO

Dissertação apresentada à Universidade


Federal de Uberlândia, como parte das
exigências do Programa de Pós-graduação
em Agronomia – Mestrado, área de
concentração em Fitotecnia, para obtenção
do título de “Mestre”.

APROVADA em 23 de março de 2018.

Prof.ª Drª. Regina Maria Quintão Lana – UFU (Coorientadora)

Profª. Drª. Adriane Andrade Silva - UFU

Prof. Dr. Emmerson Rodrigues de Moraes - IF Goiano

Prof. Dr. Reginaldo de Camargo


ICIAG-UFU
(Orientador)

UBERLÂNDIA-MG
2018
FICHA CATALOGRÁFICA
DEDICO
A minha Mãe Valdeci Moreira de Souza (in memoriam)
Ao meu pai, Paulo, pela dedicação e apoio;
A minha esposa, Andressa Lissandra, pelo amor e companheirismo.
Minha gratidão!
AGRADECIMENTOS

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) pelo suporte, conhecimento concedido e


oportunidade de realização do Mestrado.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão da bolsa de estudo durante o mestrado.
Ao meu orientador, professor Reginaldo, pela amizade, respeito, atenção,
companheirismo, disponibilidade, boa-vontade e paciência.
A minha coorientadora, professora Regina, pela boa-vontade e pelos conselhos.
A Mara, pelo grande auxílio, companheirismo, solidariedade, amizade e consideração.
Aos colegas do LABAS, Marinho, Jéssica, Eduardo e Hudson, pela contribuição, boa-
vontade, competência e seriedade.
Ao Luiz Henrique, pela contribuição e boa-vontade.
A professora Denise, pelo auxílio e orientação estatística.
Ao professor Hamilton, pela solidariedade e compreensão.
Aos amigos Guilherme, Finzi, Bárbara, Ana Luisa e Siro, pelas colaborações em
momentos importantes.
Ao Departamento de água e esgoto (DMAE) de Uberlândia por ter concedido o lodo
de esgoto necessário para os experimentos.
As empresas Geociclo e Usina Vale do Tijuco pelo fornecimento dos insumos
utilizados para a execução do trabalho.
A meu pai, João de Paulo, e A minha mãe, Valdeci, pelo apoio, amparo, amor,
paciência, tolerância, sustento e educação.
A Andressa, pelo amor, companheirismo, incentivo, carinho e cuidado.
“Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra.
Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família.
Há uma liga: O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus
fios.
Tudo que fizer ao tecido, fará a si mesmo.”

(Carta do Cacique Seathl ao Presidente dos EUA, 1855)


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pellets dos fertilizantes organominerais........................................................... 24

Figura 2: Parcela experimental......................................................................................... 27

Figura 3: Modelo de regressão para relações de acidez aos 5 dias de incubação............ 30

Figura 4: Modelos de regressão para relações de acidez aos 15 dias de incubação......... 33

Figura 5: Modelo de regressão para relações de acidez aos 60 dias de incubação.......... 33

Figura 6: Modelos de regressão para teores de nutrientes e CTC aos 5 dias de


40
incubação...........................................................................................................................

Figura 7: Modelos de regressão para teores de nutrientes e CTC aos 15 dias de


42
incubação...........................................................................................................................
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características químicas do biossólido e da torta de filtro.................................. 24

Tabela 2. Composição balanceada dos fertilizantes organominerais peletizados............... 25

Tabela 3. Diferentes doses e fontes no teste de incubação................................................. 25

Tabela 4. Caracterização química do solo utilizado.......................................................... 26

Tabela 5. Caracterização textural da amostra de 0-20 cm dos solos utilizados no


26
experimento de incubação....................................................................................................

Tabela 6. Relações de acidez aos 5 dias de incubação....................................................... 31

Tabela 7. Relações de acidez aos 15 dias de incubação..................................................... 32

Tabela 8. Relações de acidez aos 60 dias de incubação...................................................... 34

Tabela 9. Teores de Nutrientes e CTC aos 5 dias de incubação......................................... 39

Tabela 10. Teores de Nutrientes e CTC aos 15 dias de incubação..................................... 41

Tabela 11. Teores de Nutrientes e CTC aos 60 dias de incubação..................................... 43

Tabela 12. Relações entre bases e com a CTC aos 5 dias de incubação............................. 45

Tabela 13. Relações entre bases e com a CTC aos 15 dias de incubação........................... 46

Tabela 14. Relações entre bases e com a CTC aos 60 dias de incubação........................... 47
LISTA DE SIGLAS

BM Biomassa Microbiana
C Carbono
Ca Cálcio
CO Carbono orgânico
CO2 Dióxido de Carbono
COT Carbono Orgânico Total
CTC Capacidade de troca de cátions
ETE Estações de Tratamento de Esgotos
EUA Estados Unidos da América
FAO Food and Agriculture Organization
K Potássio
LABAS Laboratório de Análise de Solos
LAFER Laboratório de Tecnologia de Fertilizantes
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Mg Magnésio
MMA Ministério do Meio Ambiente
MO Matéria Orgânica
MOS Matéria orgânica do solo
N Nitrogênio
P Fósforo
RESUMO

Com a modernização da agricultura, a fertilidade do solo passou a conectar muitos outros


aspectos, além da disponibilidade de nutrientes essenciais às plantas pelo solo. Um dos
aspectos que se fazem relevantes é a sustentabilidade do sistema. Nesse sentido, o
aproveitamento de resíduos se mostra uma demanda muito importante. O uso de torta de filtro
já é bastante comum nas usinas de cana-de-açúcar. Já o aproveitamento do lodo de esgoto
tende a crescer, devido à sua riqueza nutricional para os solos. O objetivo deste trabalho foi
analisar as alterações químicas e solubilidade de nutrientes provenientes de fertilizantes
organominerais peletizados com biossólido e torta de filtro. O experimento foi conduzido
entre 19/09 a 19/11 de 2016, em casa de vegetação, Campus Umuarama da Universidade
Federal de Uberlândia. Foi elaborado em delineamento inteiramente casualizado, com 4
repetições, no esquema fatorial 3x5+1, referente a 3 fertilizantes: fertilizantes organominerais
peletizados com resíduos orgânicos diferentes (biossólido ou torta de filtro) e fertilizante
mineral; 5 doses dos fertilizantes, referentes à dose padrão de P 2O5 na cultura do milho, nos
percentuais de 60%, 80%, 100%, 120% e 140%, e uma testemunha, com ausência de
adubação. A formulação dos fertilizantes deu-se nas concentrações de 5-17-10 (+10% COT).
Os fertilizantes organominerais foram peletizados, de modo que os minerais foram revestidos
pela base orgânica. Realizou-se um teste de incubação em solo de textura franco-arenosa,
coletado na fazenda experimental do Glória da Universidade Federal de Uberlândia. Cada
parcela experimental foi constituída de um pote plástico contendo 1 Kg de TFSA (Terra Fina
Seca ao Ar) acrescido da fonte de fertilizante em sua devida dose. Os fertilizantes foram
acondicionados sobre uma tela, que ficou em torno de 1 cm abaixo da superfície do solo,
enterrada. O período de incubação foi de 60 dias, tendo sido feitas três coletas de
subamostras, aos 5, 15 e 60 dias de experimento. Realizou-se análises químicas para
determinação de fatores de acidez e nutrientes no solo. Observou-se que os fertilizantes
organominerais peletizados com biossólido ou torta de filtro não acidificam o solo, exigindo
calagem menos frequente do solo. O biossólido, a base de lodo de esgoto e a torta de filtro
possuem efeito tamponante no solo, mantendo a estabilidade do pH. O Fertilizante
organomineral peletizado com biossólido promove redução significativa da saturação por
alumínio do solo. Fertilizante organomineral peletizado com biossólido ou torta de filtro
possui liberação mais lenta de nutrientes. Fertilizante organomineral peletizado possibilita
relações de bases mais equilibradas no solo, garantindo um balanço mais adequado de
nutrientes com maior soma de bases, capacidade de troca catiônica e saturação por bases.

Palavras-chave: Resíduos Agroindustriais. Lodo de Esgoto. Matriz orgânica. Incubação.


Fertilizante peletizado
ABSTRACT

In addition to plant essential nutrients availability, soil fertility has been also connected to
many other aspects due to modernization of agriculture. One of the relevant aspects is the
sustainability of the system. In this sense, the use of waste has been a very important demand.
The use of filter cake has already been a common practice in sugarcane mills, as well as the
use of sewage sludge tends to increase due to its nutritional value to soils. The objective of
this study was to analyze the soil chemical changes and the solubility of nutrients from
organomineral fertilizers pelletized with biosolids and filter cake. The experiment was
conducted from 09/19/16 to 11/19/16 under greenhouse conditions at the Federal University
of Uberlândia, Umuarama campus. It was arranged in a completely randomized design, with 4
replicates and 3x5+1 factorial scheme, comprising 3 fertilizers: organomineral fertilizers
pelleted with different organic residues (biosolid or filter cake) and mineral fertilizer; 5
fertilizers doses, referring to 60%, 80%, 100%, 120%, and 140% of the standard P2O5 dose for
maize crops, and a control treatment without fertilizer application. Fertilizer formulations
were performed at concentrations of 5-17-10 (+ 10% TOC). The organomineral fertilizers
were pelleted and the minerals were coated with an organic base. An incubation test was
carried out using a sandy-loam soil collected at the Glória experimental farm, Federal
University of Uberlândia. Each experimental plot consisted of a plastic pot containing 1 kg of
air-dried fine soil and the source of fertilizer in its proper dose. The samples of fertilizers were
packed on a mesh placed about 1 cm below the soil surface. The sources were incubated
during 60 days and three subsamples collections were performed at 5, 15, and 60 days of
experiment. Chemical analyzes were carried out to determine soil acidity and nutrient factors.
It was observed that organomineral fertilizers pelletized with biosolids or filter cake did not
acidify the soil, requiring less frequent soil liming. Organomineral fertilizers based on
biosolids and filter cake have a buffering effect on the soil, maintaining pH stability. The
organomineral fertilizer pelletized with biosolids promotes a significant reduction in the soil
aluminum saturation. Organomineral fertilizers pelletized with biosolids or filter cake have
slow release of nutrients. Pelletized organomineral fertilizers allow more balanced base
relations in the soil, resulting in a more adequate balance of nutrients with higher base sum,
cation exchange capacity and base saturation.

Keywords: Agroindustrial Waste. Sewage Sludge. Organic Matrix. Incubation. Pelletized


fertilizer
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................. 15
2.1 Fertilidade do solo e Matéria Orgânica.................................................................. 15
2.2 Uso De Resíduos Orgânicos Na Agricultura.......................................................... 16
2.3 Lodo De Esgoto e Utilização na Agricultura......................................................... 18
2.4 Torta De Filtro e Utilização na Agricultura........................................................... 19
2.5 Fertilizantes Organominerais.................................................................................. 21
3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................... 23
3.1 Condução............................................................................................................... 26
3.2 Análise Estatística................................................................................................... 28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................... 29
4.1 Acidez do Solo e Relações com a CTC................................................................. 29
4.2 Nutrientes do Solo................................................................................................. 34
4.3 Relações Entre Nutrientes e a CTC....................................................................... 43
5 CONCLUSÕES........................................................................................................ 48
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 49
14

1 INTRODUÇÃO

O manejo da fertilidade do solo na agricultura tem como princípio a disponibilidade de


nutrientes do solo para os cultivos. Os postulados modernos da ciência do solo se conectam a
outras demandas, como a sustentabilidade do sistema, o enriquecimento do solo a partir da
matéria orgânica, a solubilidade e dinâmica das fontes de nutrientes e o efeito residual dos
fertilizantes, entre outros aspectos.
A geração de resíduos da atividade industrial e antrópica afeta seriamente mananciais,
áreas de aterro e regiões circundantes. Muito desses resíduos não possuem destinação clara,
sendo a agricultura um dos setores mais promissores nesse aproveitamento.
Nesse sentido, alguns resíduos já possuem uso consolidado, como é o caso da torta de
filtro. Esse subproduto obtido a partir da produção de açúcar tem contribuído grandemente
para a consolidação de um setor mais sustentável, permitindo a menor aplicação de
fertilizantes minerais, o que gera economia para as usinas e reduz seu impacto no meio
ambiente.
O crescimento das cidades aumentou a geração de lodo de esgoto, que é obtido a partir
das estações de tratamento de esgoto (ETEs). Esse material com auto potencial poluente ainda
encontra muitas dificuldades de ser reaproveitado no Brasil. Entretanto, técnicas vem sendo
aprimoradas para seu aproveitamento na agricultura, com a esterilização e estabilização, o que
possibilita a sua aplicação em áreas agrícolas. O produto obtido desse processamento do lodo
de esgoto é conhecido como biossólido, que possui grande potencial de uso agrícola, devida à
riqueza de sua composição.
O recente desenvolvimento da indústria de fertilizantes organominerais peletizados
tem absorvido esses subprodutos, agregando riqueza a passivos ambientais. Contudo, a
pesquisa agropecuária ainda tem vasto campo para percorrer, na medida em que fontes
orgânicas como essas, de composição e procedência variáveis mostram a necessidade de
melhor conhecimento de suas propriedades para os cultivos agrícolas, como sua solubilidade e
as alterações químicas e físicas promovidas no solo.
O objetivo deste trabalho foi analisar as alterações químicas e solubilidade de
nutrientes provenientes de fertilizantes organominerais peletizados com biossólido e torta de
filtro.
15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Fertilidade do solo e Matéria Orgânica

Em solos tropicais e subtropicais altamente intemperizados e florestais, alguns


elementos são essenciais na capacidade produtiva: a retenção de cátions, a complexação de
elementos tóxicos e de micronutrientes, a estabilidade da estrutura, a infiltração e retenção de
água, a aeração e a atividade de Biomassa Microbiana (BM). A matéria orgânica do solo
(MOS) e a serapilheira 1 são importantes nutrientes para a manutenção e reciclagem da
vitalidade dos biomas (LOSS, 2011).
Conforme Bayer e Mielniczuk (1999) a matéria orgânica é uma das fontes de entrada
de carbono orgânico (CO) nos solos, sendo resultante da deposição de resíduos de origem
animal e vegetal que, ao serem depositados, sofrem decomposição parcial pela mesofauna e, a
seguir, a ação de decomposição dos micro-organismos. Parcela do carbono existente nos
resíduos é liberada para atmosfera como dióxido de carbono (CO2), enquanto o restante torna-
se parte da MOS, como uma componente do solo.
Ribeiro et al. (1999), em pesquisa sobre adubação orgânica, discorrem acerca das
vantagens do uso da adubação orgânica na composição da fertilidade, diferenciando seus
efeitos sobre os nutrientes e sobre os micro-organismos do solo, elevando a capacidade de
troca de cátions, em especial nos solos intemperizados ou arenosos; contribui ainda para
maior agregação das partículas do solo, reduzindo a sensibilidade a processos erosivos; reduz
a plasticidade e a coesão do solo, aumenta capacidade de retenção de água e concorre para
estabilizar a temperatura do mesmo; intensifica a disponibilidade de nutrientes através de
processos de mineralização; contribui para a redução da fixação do fósforo; os ácidos
orgânicos próprios da decomposição da matéria orgânica dinamizam a solubilização de
minerais do solo, potencializando a disponibilidade de nutrientes para as plantas e se
apresenta como principal fonte de nutrientes e energia para os micro-organismos.

1 Serapilheira é a camada superficial do solo de florestas e bosques, feita de folhas, ramos etc., em
decomposição, misturados à terra.
16

Em se tratando da matéria orgânica do solo, Silva e Mendonça (2007) apontam mais


uma importante vantagem da matéria orgânica para o solo: trata-se do “poder tampão”, ou
seja, da correção da acidez em solos, uma prática necessária e frequente, principalmente no
cerrado brasileiro, reduzindo o gasto com aplicação de calcário.
Em vista desta série de vantagens ao solo, pressupõe-se que os efeitos condicionadores
de solo proporcionados pela adubação orgânica podem ser tão relevantes quanto o próprio
fornecimento de nutrientes relacionado a esta prática.

2.2 Uso de resíduos orgânicos na agricultura

Grande volume de resíduos orgânicos é gerado em diferentes setores industriais e


urbanos. Em geral, não é feito tratamento, e a destinação não é adequada, havendo descarte ou
deposição. A geração de resíduos em grande escala é resultado do avanço industrial causando
problemas ambientais e o uso desses resíduos na agricultura tem sido a resposta ideal diante
da falta de locais para a destinação final, através de reciclagem, sendo interessante no âmbito
social (saúde publica, preservação ambiental e sustentabilidade) e econômico (geração de
novas fontes de renda). O retorno da matéria orgânica ao solo poderá evitar a contaminação e
degradação dos recursos hídricos, além de contribuir para a produção de alimentos,
forrageiras, fibras e biocombustíveis (PIRES; MATTIAZZO, 2008; ROSSOL et al., 2012).
No Brasil, o destino mais comum dos resíduos orgânicos são os aterros sanitários,
onde o acondicionamento desse material é ruim, e o aproveitamento não acontece, gerando
dano ambiental, econômico e social.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos mostra-se como marco importante, a nível
nacional, no enfrentamento do problema dos resíduos industriais e urbanos. Instituída pela Lei
nº 12.305 de 2010, ela trata dos principais instrumentos para o avanço desse setor. Dentre
esses instrumentos, destacam-se os planos de resíduos sólidos, a cooperação técnica e
financeira entre os setores público e privado para a pesquisa e desenvolvimento na área e o
cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras. Esses instrumentos podem
trazer melhorias no aproveitamento dos resíduos e redução dos impactos ambientais,
fortalecendo uma cultura mais sustentável no setor produtivo.
Grande diversidade de resíduos orgânicos pode ser obtida no primeiro setor, de origem
animal, como camas e estercos; origem vegetal, como palhada, restos culturais, restos de
17

frutos e cascas, tortas e bagaços. Assim também, observam-se muitos materiais com alto
potencial de aproveitamento no meio urbano e industrial como o próprio lodo de esgoto, lixo;
subprodutos industriais e agroindustriais, como a torta de filtro e bagaços, sendo que nesse
caso, deve-se ter uma maior atenção às características do material, bem como a sua
estabilização e esterilização, visto que a diversidade de origem pode impactar na sua riqueza
de nutrientes, ou na contaminação por elementos tóxicos (MAGELA, 2017).
Para o devido aproveitamento de resíduos orgânicos, faz-se mister obedecer a certas
etapas de preparo, desde o levantamento das garantias químicas do material, bem como suas
propriedades biológicas (MAGELA, 2017).
Para avaliação de garantias, deve-se atentar para o máximo de uniformidade do
material, e a adequada amostragem, a fim de se caracterizar adequadamente. Assim, dever-se-
á conhecer os teores de nutrientes essenciais contidos no resíduo, bem como características
agronômicas relevantes (PIRES; MATIAZZO, 2008).
Conectado a esses levantamentos, esses autores ainda consideram que é importante
determinar a relevância econômica do material, considerando a demanda do mercado e a
possibilidade de aproveitamento do composto em formulações. Ainda assim, deve ser
avaliada a viabilidade de aplicação e comercialização, tanto do ponto de vista econômico,
quanto tecnológico.
Confirmada a usabilidade do respectivo resíduo, cabe a adequação do mesmo à
aplicação agrícola. Um dos principais processos de adequação dos resíduos orgânicos à
produção agrícola, a compostagem consiste na produção do composto orgânico formado por
matéria orgânica humificada, alcançada pela decomposição biológica de restos orgânicos pela
ação microbiana do solo. No final desse processo, o composto apresenta estrutura fofa, cheiro
agradável, temperatura ambiente, pH próximo de 7, livre de agentes patogênicos e de
sementes de plantas infestantes (OLIVEIRA et al., 2005).
Outros processos precisam ser aplicados para diferentes materiais. No caso do estudo
em questão, tratar-se-á especificamente do uso do lodo de esgoto e da torta de filtro.

2.3 Lodo de esgoto e utilização na agricultura

A necessidade de recuperar o meio ambiente mostra-se cada vez mais urgente. A


sociedade aumenta gradativamente sua colaboração e cobrança de intervenções para despoluir
18

os mananciais, rios e biomas em geral. Uma das atividades destacadas para a melhoria da
qualidade de vida é o tratamento de esgotos, que ainda é precário ou inexistente na maior
parte do território nacional. As águas e os dejetos depositados nela deveriam ser destinados
(em sua totalidade) para as Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), para serem submetidos
a processos que possibilitem o retorno da água de forma potável ao ambiente, disponibilizada
para o consumo em geral, separando o resíduo gerado que é denominado lodo de esgoto.
Lodos de esgoto são resíduos semissólidos de constituição orgânica, com cerca de 30 a 40%
de carbono (QUINTANA et al., 2011).
Um problema facilmente observado é a destinação final do lodo de esgoto,
normalmente remetido para a incineração, à deposição oceânica e florestal, a aterros sanitários
(com elevados custos de manutenção, além de proporcionar risco de contaminação de solos e
lençóis freáticos). Contudo, direcioná-lo para a utilização agrícola como fertilizante e/ou
condicionador de solo, é considerada uma alternativa promissora. Os lodos de esgoto podem
afetar a dinâmica da matéria orgânica devido à sua composição e processo de mineralização
após serem aplicados no solo sucessivamente, podendo impactar no estoque de carbono
(QUINTANA et al., 2011).
O lodo de esgoto é usado como recurso opcional na agricultura, na atividade florestal;
reuso industrial (produção de agregado leve, fabricação de tijolos e cerâmica e produção de
cimento); conversão em óleo combustível e recuperação de solos, de forma satisfatória.
Contudo, os autores acentuam que deve ser observada a origem e qualidade do material,
considerando os índices de metais pesados e agentes patogênicos que possam estar presentes.
Sua reciclagem para finalidade agrícola deve obedecer às regras que definem aspectos, tais
como: limitações ambientais e edáficas, taxa de aplicação e cultura agrícola recomendada
(BETTIOL; CAMARGO, 2000)
Neste sentido, apesar da potencialidade observada no lodo de esgoto como
biofertilizante, estudos são necessários para confirmar a segurança de seu uso ao meio
ambiente e à saúde humana, para determiná-lo efetivamente como matéria-prima
(QUINTANA et al., 2011).
O uso do lodo de esgoto na agricultura no Brasil e em diversos países da Europa
(Alemanha, Dinamarca, Suécia, entre outros), não é aleatório, havendo pesquisas em relação à
complexidade dos resíduos que estão sendo inseridos no solo, juntamente com os nutrientes,
19

mediante a realização de pesquisas, sendo observado que muitos cuidados devem ser tomados
(SAITO, 2007).
O biossólido, para ser usado como fertilizante, é tratado e submetido a controles de
qualidade, garantindo parâmetros de higienização e eficácia. Sua utilização como
biofertilizante em permuta aos fertilizantes industriais reduz gastos econômicos e energéticos
destinados aos processos de fertilização do solo (QUINTANA et al., 2011).
Segundo Malta (2001), o lodo de esgoto altera as propriedades físicas do solo, melhora
sua densidade, nível de fertilidade, porosidade e capacidade de retenção de água, eleva o pH,
diminui o teor de alumínio trocável, aumenta a capacidade de troca de cátions (CTC), fornece
nutrientes para as plantas, promove o crescimento de organismos do solo que são
fundamentais para a ciclagem dos elementos.
Mudanças qualitativas da MO em solos fertilizados com lodo têm sido associadas ao
aumento da concentração de ácidos fúlvicos e húmicos, podendo evidenciar menor grau de
humificação da MO e provavelmente residual do biossólido no solo (QUINTANA, 2006).

2.4 Torta de Filtro e utilização na agricultura

Alguns sistemas industriais dão origem a resíduos orgânicos que, se manejados de


maneira adequada, podem proporcionar melhorias nas características físicas, químicas e
biológicas quando aplicados ao solo. Uma referência típica é o aproveitamento de rejeitos da
agroindústria sucroalcooleira. No processo de fabricação do açúcar, por exemplo, para cada
tonelada de cana processada são gerados em média 30 kg de torta de filtro, produzidos a partir
da clarificação do caldo obtido em moenda. Nesse processo, o caldo aquecido recebe uma
solução de hidróxido de cálcio e enxofre favorecendo a elevação do pH, possibilitando a
floculação das substâncias orgânicas coloidais. O caldo clarificado e limpo é evaporado e o
lodo, formado pelos compostos insolubilizados, após um período de decantação, segue para
filtração a vácuo, onde é recuperada a sacarose ainda existente. Ao lodo mistura-se bagaço de
cana finamente moído, para permitir uma consistência apropriada à filtração a vácuo, que dá
origem à torta de filtro (NOGUEIRA; GARCIA, 2013).
A torta de filtro é um resíduo com elevado teor de matéria orgânica, composto por
uma mistura de fragmentos de cana em diferentes tamanhos, sacarose, fosfatados de cálcio e
partículas de solos. Nas regiões de produção de açúcar do Brasil, muitos agricultores
20

fertilizam o solo somente com esse material, reduzindo, de maneira significativa, os custos
com a produção. A composição química média da torta de filtro varia de acordo com a região
de produção em função de fatores associados à variedade e ao estádio fisiológico da cana
processada, bem como dos materiais empregados no processo de clarificação do caldo
(FAVRET et al., 2010).
Os benefícios da aplicação da torta de filtro sobre a fertilidade do solo e a
produtividade das lavouras vêm sendo observados há anos. A torta de filtro é um resíduo
enriquecido em matéria orgânica, com elevado teor de nutrientes, tais como Ca2+, S-SO4 e
P2O5, e que possui, da mesma forma que o vermicomposto, matéria humificada com
capacidade de estimular o desenvolvimento vegetal (MOLINA, 1995; BUSATO, 2008).
Em função da concentração dos nutrientes, a torta de filtro pode substituir
completamente, em condições específicas, a aplicação de fertilizante fosfatado quando
utilizada em doses superiores a 20 Mg ha-1 no sulco de plantio. Ademais, a aplicação em
conjunto da torta de filtro com fosfatos naturais possibilita a disponibilização mais rápida do
P, uma vez que foi observada a capacidade de melhorar a solubilidade destes compostos e a
aplicação de torta de filtro ou o produto da sua compostagem incrementa significativamente,
num único ciclo de crescimento da cana, a atividade biológica, a matéria orgânica e a
agregação física do solo, bem como a produtividade da cultura (MOLINA, 1995).

2.5 Fertilizantes Organominerais

Os fertilizantes minerais foram introduzidos como aditivo para fertilizar o solo há


aproximadamente 150 anos, mas antes desta prática, já se usava o esterco e o composto que
constituíam, praticamente, a única fonte externa de nutrientes disponível para a agricultura
tradicional. A implementação de novas tecnologias na agricultura desencadeou a redução do
consumo de fertilizantes orgânicos, comparado ao uso de fertilizantes minerais.
Recentemente, porém, com a alta de preço dos fertilizantes minerais e a acentuada degradação
da qualidade física do solo, retoma-se, gradativamente, o interesse pela utilização mais
coerente e sustentável de resíduos agrícolas, urbanos e industriais. (OLIVEIRA et al., 2005).
Oliveira et al. (2005) consideram que os fertilizantes organominerais são uma
alternativa atual para revitalizar o solo. Fabricados em associação com fertilizantes orgânicos,
potencializam os efeitos dos nutrientes minerais a serem disponibilizados às plantas.
21

Importante salientar que o elemento vegetal não estabelece diferenças entre nutrientes
oriundos de fertilizantes minerais ou da mineralização da matéria orgânica, porém, a
qualidade física do solo depende da fonte do nutriente e, sendo orgânica, haverá benefícios
observáveis à qualidade físico-química do solo, cabendo destacar: melhoria na agregação;
melhor equilíbrio entre macro e microporos; equilíbrio na relação sólidos e vazios do solo.
Estes atributos, na realidade, acabam por se refletirem na absorção dos nutrientes e,
consequentemente, no desenvolvimento do cultivo.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) de acordo com a
legislação brasileira, define que os fertilizantes organominerais, são aqueles produzidos pela
associação entre fontes orgânicas (como turfas, dejetos animais e compostos orgânicos) e
fontes minerais (como fertilizantes solúveis e agrominerais). Conforme destaca o MAPA
(2017), em relação à Legislação de Fertilizantes, a Instrução Normativa Nº 25 – Nova
Redação cita duas classes (A e B), que se distinguem pela origem dos resíduos, onde a
primeira é representada por matérias-primas tipicamente agrícolas, isentos de despejos
sanitários e a segunda é representada por matérias-primas tipicamente urbanas e industriais,
inclusive despejos sanitários, devendo qualquer resíduo das duas classes ser produto de
utilização segura na agricultura.
Com a presença de um componente orgânico na adubação, o acúmulo de nutrientes no
solo é aumentado, visto que o mesmo amplia a capacidade de troca catiônica, viabilizando a
perda menor de nutrientes por lavagem e potencialização do fertilizante às plantas, ainda que,
confrontados aos sintéticos, os organominerais possuam liberação mais lenta de nutrientes. A
adubação organomineral utilizando fertilizantes minerais conseguidos por processos físicos,
como a moagem de rochas, está sendo empregada para o provimento de nutrientes às culturas
em substituição aos fertilizantes sintéticos, que são obtidos de processos de grande gasto de
energia em sua maior parte (MOLINA, 1995; LOSS, 2011).
Pelá (2005) enfatiza que mesmo os adubos orgânicos apresentando baixas
concentrações de N, P e K, ao serem adicionados à adubação mineral, permitem resultados
positivos às plantas, visto que estas empregam melhor os nutrientes através do sincronismo de
liberação ao longo de seu desenvolvimento. A adubação orgânica demonstra efeito
acumulativo de produtividade de grãos na segunda safra em comparação à adubação mineral,
devido ao efeito residual dos mesmos.
22

O mesmo autor refere ainda que o beneficio dos nutrientes inclusos nos adubos
orgânicos pelas plantas deve considerar a taxa de mineralização e os fatores que acometem a
eficácia residual de cada nutriente no solo. No caso do esterco de aves, por exemplo, esse
efeito pode perdurar entre três a quatro anos. Inobstante, através do tempo, com incremento
paulatino da fertilidade do solo, haverá a efetivação dos nutrientes e, portanto, o aumento da
produtividade.
O acréscimo na produção de fertilizantes organominerais impactará diretamente a
demanda externa por NPK no Brasil, podendo representar cerca de 25% do consumo total de
nutrientes até 2020. Embora o fortalecimento do setor desses fertilizantes não seja uma ação
necessária para reverter a dependência brasileira por exportações de fertilizantes e nem
impacte diretamente na formação de preços dos mesmos, os fatores ambientais e
socioeconômicos relacionados a essa atividade justificam plenamente a adoção de medidas
estratégicas que estimulem esse setor (PELÁ, 2005; LOSS, 2011).
23

3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no período de 19/09 a 19/11 de 2016, em casa de


vegetação, localizada no Campus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia, com as
coordenadas de 18°91’86” S de latitude e 48°27’72” W de longitude, a uma altitude
aproximada de 800 metros acima do nível do mar.
O experimento foi elaborado em delineamento inteiramente casualizado, com 4
repetições no esquema fatorial 3x5+1, referente a 3 fertilizantes: fertilizantes organominerais
peletizados com resíduos orgânicos diferentes (biossólido ou torta de filtro) e fertilizante
mineral; 5 doses das três fontes de fertilizantes, referentes à dose padrão de P2O5 na cultura do
milho, nos percentuais de 60%, 80%, 100%, 120% e 140% dessa dose padrão, bem como uma
testemunha, com ausência de adubação. Para a adubação mineral utilizou-se Ureia,
superfosfato triplo e cloreto de potássio como fontes de nitrogênio, fósforo e potássio,
respectivamente.
Conforme descrito acima, as doses dos fertilizantes foram definidas tendo como
referência, o teor de P2O5 a ser aplicado no solo e seguindo a “Recomendação para uso de
corretivos e fertilizantes em Minas Gerais” (5ª Aproximação), de modo que a dose 100%
referiu-se a 120 kg ha-1 de fertilizante para suprir a necessidade em P2O5 de culturas
importantes, como por exemplo, o milho; sendo os demais percentuais proporcionais à dose
de 100%.
A formulação dos fertilizantes organominerais deu-se nas concentrações de 5-17-10
(10% de COT). A formulação do fertilizante mineral utilizado no experimento foi a mesma,
excetuando-se o carbono orgânico.
O lodo de esgoto utilizado na composição do adubo organomineral foi proveniente da
estação de tratamento de esgoto do DMAE, localizada no município de Uberlândia-MG.
Conforme metodologia de Alves Filho (2014), o lodo de esgoto foi higienizado com cal
hidratada visando à eliminação dos patógenos e estabilização biológica e a redução da
umidade. Já a torta de filtro foi obtida junto à Usina Vale do Tijuco de produção
sucroalcooleira. As características químicas do biossólido e da torta de filtro foram analisadas
no Laboratório de Análise de Solos (LABAS) da UFU e estão presentes na Tabela 1.
24

Tabela 1 – Características químicas do biossólido e da torta de filtro

pH água COT N Total P2O5 Total K2O Relação


(1:2,5) ----------------------------------------%------------------------------- C/N

Biossólido 12,65 19.8 1,0 2,8 0,30 28/1


Torta de Filtro 6,81 24,0 1,0 1,1 0,27 14/1
Caracterizado conforme a metodologia da Embrapa (2013). COT: Carbono orgânico total. Fonte: O autor (2016).

A formulação dos fertilizantes organominerais peletizados se deu na empresa


Geociclo. Para tal, foi feito um balanceamento da fórmula, adicionando-se à base orgânica,
componentes minerais, até alcançar a fórmula definida (5-17-10). A tabela 2 mostra a
composição dos dois fertilizantes de base orgânica, com seus devidos balanceamentos.

Figura 1 – Pellets dos fertilizantes organominerais. Fonte: O autor (2018).

O processo de peletização ocorreu com a mistura prévia entre a base orgânica e os


minerais. A mistura foi introduzida na peletizadora com umidade de entrada de 20%. Após o
processamento, o fertilizante peletizado saiu com 10% de umidade. A dureza do pellet foi de
5 kgf/cm3, e suas dimensões tem em torno de 5mm de comprimento e 0,8mm de diâmetro
(FIGURA 1).
25

Tabela 2 – Composição balanceada dos fertilizantes organominerais peletizados com


biossólido e torta de filtro
Composição N P2O5 K2O CO Ca Umidade
Componente
-------------------------------------------------%-----------------------------------------------------
Biossólido 49,62 1,0 2,8 0,3 19,8 0,0 8,0
Torta de Filtro 48,15 1,0 1,12 0,27 24,0 0,0 8,0
MAP 30,02* 31,66° 11,0 52,0 0,0 0,0 0,0 3,0
Ureia 2,67* 2,30º 45,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0
KCl 16,98* 17,02° 0,0 0,0 58,0 0,0 0,0 1,0
Ulexita 0,70* 0,74° 0,0 0,0 0,0 0,0 11,7 10,0
Total Biossólido 100,00 5,0 17,0 10,0 9,82 0,08 5,14
Total Torta de Filtro 100,00 5,0 17,0 10,0 11,6 0,09 5,08
A coluna composição refere-se ao percentual em massa de cada um dos componentes da primeira coluna.
Excetuando-se os componentes “Biossólido” e “Torta de Filtro”, que são a base orgânica de cada fertilizante, os
demais representam os componentes minerais, sendo que os valores sinalizados com * representam a
composição do fertilizante organomineral peletizado com biossólido, e os valores sinalizados com ° representam
a composição do fertilizante organomineral peletizado com torta de filtro. Fonte: O autor (2016).

A tabela 3 mostra o detalhamento de cada tratamento, em relação à dose de nutrientes


aplicados no teste, com base nos teores dos fertilizantes formulados.

Tabela 3 – Diferentes doses e fontes no teste de incubação. Uberlândia, 2016.


Dose relativa N P2O5 K2O Ca CO
N° Fontes -1
-------%------- ----------------------------kg ha -----------------------------
1 Biossólido 60 21,2 72,0 42,4 0,3 41,6
2 Biossólido 80 28,2 96,0 56,5 0,5 55,5
3 Biossólido 100 35,3 120,0 70,6 0,6 69,3
4 Biossólido 120 42,4 144,0 84,7 0,7 83,2
5 Biossólido 140 49,4 168,0 98,8 0,8 97,0
6 Torta de filtro 60 21,2 72,0 42,4 0,4 49,0
7 Torta de filtro 80 28,2 96,0 56,5 0,5 65,3
8 Torta de filtro 100 35,3 120,0 70,6 0,6 81,6
9 Torta de filtro 120 42,4 144,0 84,7 0,8 97,9
10 Torta de filtro 140 49,4 168,0 98,8 0,9 114,2
11 Mineral 60 21,2 72,0 42,4 0,0 0,0
12 Mineral 80 28,2 96,0 56,5 0,0 0,0
13 Mineral 100 35,3 120,0 70,6 0,0 0,0
14 Mineral 120 42,4 144,0 84,7 0,0 0,0
15 Mineral 140 49,4 168,0 98,8 0,0 0,0
16 Testemunha 0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
As doses de P2O5 se basearam na dose padrão de 120kg ha-1, sendo os demais teores proporcionais a essa dose.
No caso dos outros nutrientes, os valores são referentes à fórmula dos fertilizantes (5-17-10). Fonte:autor (2016).
26

Realizou-se um teste de incubação em solo de textura franco-arenosa, coletado na


fazenda experimental do Glória da Universidade Federal de Uberlândia e caracterizado quanto
aos seus atributos químicos (TABELA 4) e físicos (TABELA 5).

Tabela 4 – Caracterização química do solo utilizado. Uberlândia, 2016.


-1 + 2+ 2+ 3+
pH P meh K Ca Mg Al H+Al SB t T V m M.O. C.O
H2O ---mg dm --- ---------------------cmolc.dm --------------------- -------%------ --dag Kg-1--
-3 -3

4,9 0,7 0,03 0,2 0,1 0,2 2,50 0,33 0,58 2,83 12 43 1,0 0,6
Caracterizado conforme metodologia de Raij et al. (2001). Fonte: O autor (2016).

Tabela 5 – Caracterização textural da amostra de 0-20 cm dos solos utilizados nos


experimentos de incubação.
Areia Grossa Areia Fina Silte Argila
------------------------------------------------------ g kg-1 ---------------------------------------------------
431 387 31 151
Análise textural pelo Método da Pipeta (Embrapa, 1999). Fonte: O autor (2016).

3.1 Condução

O experimento foi adaptado do método “Solubilidade de Fertilizantes Contendo Silício


- Método de Incubação”, versão 15.2010, protocolado no MAPA, e desenvolvido no âmbito
do Laboratório de Tecnologia de Fertilizantes (LAFER), da UFU, com algumas alterações.
Cada parcela experimental foi constituída de um pote plástico contendo 1 Kg de TFSA (Terra
Fina Seca ao Ar) acrescido da fonte de fertilizante em sua devida dose. Os fertilizantes foram
acondicionadas em telas, que foram posicionadas a 1 cm de profundidade da superfície do
solo do pote, diferentemente do método original, onde o fertilizante é incorporado ao solo do
pote mediante a agitação do solo e do fertilizante em saco plástico. Essa adaptação se deu a
fim de verificar a solubilidade das fontes. Posteriormente, esse conjunto foi umedecido até
aproximadamente 80% da capacidade de campo, sendo essa umidade mantida ao longo do
experimento, mediante a adição de água por diferença de peso, com o objetivo de favorecer as
reações químicas (FIGURA 2).
27

Figura 2. Parcela experimental. Fonte: O autor (2016).

O período de incubação foi de 60 dias, tendo sido feitas três coletas de subamostras,
aos 5, 15 e 60 dias de experimento, para realização das determinações aqui estudadas. As
coletas foram feitas logo abaixo da tela com o fertilizante. Realizou-se a identificação,
secagem e peneiramento para posterior determinação dos parâmetros químicos estudados.
Realizou-se análises químicas para determinação de fatores de acidez, como pH em
água, pH em SMP e Alumínio; íons do solo, como Potássio, Cálcio, Magnésio; por fim, a
Matéria Orgânica do Solo (RAIJ et al., 2001), bem como Fósforo através do extrator Melich e
silício, conforme metodologia de Korndörfer et al. (2004). Essas determinações também
permitiram a obtenção de parâmetros relativos à acidez, CTC, e relações de bases entre si e
com a CTC.
28

3.2 Análise estatística

Os dados obtidos foram inicialmente testados quanto às pressuposições de


normalidade de resíduos (teste de Kolmogorov-Smirnov) e homogeneidade das variâncias
(teste de Levene) utilizando o programa SPSS versão 20.0. Todos os dados foram avaliados a
0,01 de significância. Os parâmetros em que foi necessário realizar a transformação de dados,
realizou-se a transformação log (x+1).
Posteriormente, a os dados foram submetidos ao teste de F da análise de variância. O
estudo das fontes de fertilizantes foi realizado pelo Teste de Tukey para a comparação entre as
médias dos tratamentos. O estudo das doses de fertilizantes organominerais foi realizado por
regressão para obtenção do modelo estatístico mais adequado. Para o tratamento adicional
(ausência de adubação) aplicou-se o Teste de Dunnett. As análises foram realizadas ao nível
de 0,05 de significância, com auxílio do programa estatístico ASSISTAT e SISVAR.
29

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Acidez do solo e Relações com a CTC

As tabelas 6 e 7 mostram que houve interação significativa entre as fontes e as doses


de fertilizantes para pH, indicando que o pH foi significativamente alterado com a aplicação
das fontes. Observa-se que aos 60 dias de incubação do solo, o biossólido aumentou o pH,
enquanto a torta de filtro e o mineral não diferiram do controle (TABELA 8).
O Al trocável do solo não se alterou com a aplicação das fontes de base orgânica. Já a
acidez dependente de pH foi menor com biossólido e a torta de filtro em relação ao mineral e
testemunha (TABELA 6). Isso mostra que o fertilizante mineral acidifica o solo, com a
liberação H+. Com as fontes organominerais, observa-se maior estabilidade do pH, devido ao
tamponamento do solo promovido pela matéria orgânica. A matéria orgânica possui grandes
quantidades de radicais carboxílicos e fenólicos que aumentam a CTC e o poder tampão do
solo, reduzindo a acidez na solução do solo.
Magela (2017), observou que os fertilizantes organominerais peletizados não
apresentaram diferença no pH do solo.
Os resultados para acidez potencial são muito semelhantes aos da acidez dependente
de pH aos 5 e aos 15 dias de incubação do solo (TABELAS 6 e 7). Aos 60 dias (TABELA 8),
houve diferença entre as fontes, com melhores resultados das fontes organominerais,
principalmente de biossólido.
Aos 5 dias de incubação do solo (TABELA 6), a saturação por alumínio foi maior no
biossólido, comparativamente à fonte mineral. Já o organomineral com torta de filtro
apresentou resultados intermediários. A adubação possibilitou a redução da saturação por
alumínio do solo, de modo que quase todos os tratamentos diferiram da testemunha. Aos 15
dias de incubação (TABELA 7), por outro lado, poucos tratamentos diferem da testemunha. O
pH mais ácido favorece o aumento da saturação por alumínio, visto que o solo não foi
corrigido. Ainda assim, a fertilização com organomineral de torta de filtro reduz 1% da
saturação por alumínio a cada 15,12% de incremento da dose do fertilizante, e a fonte mineral
reduz na mesma medida a cada 6,82% de incremento da dose (FIGURA 4), indicando efeito
positivo da adubação com essas fontes. Aos 60 dias de incubação do solo (TABELA 8), o
efeito da adubação é altamente relevante, levando todos os tratamentos da fonte
30

organomineral formulada com biossólido a resultados melhores que a testemunha, bem como
superiores às outras fontes. A liberação dos nutrientes por essa fonte possibilitou maior
equilíbrio do solo nesse aspecto, permitindo assim redução na saturação por alumínio ao
longo do período, de maneira gradual, dada a mineralização das fontes orgânicas. Aos 60 dias
de incubação, a adubação possibilitou que o aumento em 8,20% da dose de adubação
possibilitasse a redução em 1% da saturação por alumínio (FIGURA 5).
Os resultados relativos à acidez indicam efeito positivo das fontes em relação à
saturação por alumínio, destacando-se as fontes organominerais. De maneira geral, as fontes
estudadas não alteram grandemente o pH e as formas de acidez, porém, o fertilizante mineral
promove maior acidificação do solo.

pH H2O - Biossólido
5 y = -1E-04x2 + 0,0134x + 4,283
4,9 R² = 0,8055
4,8
4,7
pH

4,6
4,5
4,4
4,3
4,2
0 20 40 60 80 100 120 140
Dose (%)

Figura 3 – pH em água aos 5 dias de incubação do solo e em diferentes doses (%) de fertilizante organomineral
peletizado com biossólido. Fonte: O autor (2018).
31

Tabela 6 – Relações de acidez do solo. pH em água, teores de alumínio, acidez dependente de


pH e acidez potencial (mmolc dm-3), saturação por alumínio e relações de alumínio e
hidrogênio com a CTC total (%); aos 5 dias de incubação do solo submetido a diferentes
doses de fertilizante organomineral composto por biossólido, torta de filtro e fertilizante
mineral.
pH H2O Alumínio Acidez Dependente pH Acidez Potencial
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
-3
---------- pH ------------ ------------------------------------- mmolc dm ----------------------------------
0 4,25 3,40 24,0 27,4
60 4,90a 4,32a 4,47a 3,00 4,00 3,50 22,3a 24,5b 25,8b 25,3a 28,5b 29,3b
80 4,70b 4,75b 5,42a* 2,75 1,75 1,50 22,5a 22,0a 23,8a 25,3a 23,8a* 25,3a
100 4,50a 4,32a 4,65a 2,50 2,75 2,75 23,3a 22,8a 27,5b* 25,8a 25,5a 30,3b
120 4,52a 4,87a 4,42a 3,25 2,25 3,00 23,8a 24,0a 28,5b* 27,0a 26,3a 31,5b
140 4,32b 4,82a 5,00a 3,25 2,50 3,50 23,8a 25,5ab 26,3b 27,0a 28,0a 29,8a
Média 4,59 4,62 4,79 2,95 2,65 2,85 23,1 23,8 26,4 26,1 26,4 29,2
CV% 8,12 39,26 5,34 5,94
DMS Dunnett 0,79 2,28 2,7 3,4
DMS Médias - 0,83 - -
DMS Linhas 0,65 - 2,2 2,8
Saturação por Alumínio Al/T H/T
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
------------------------------------------------------- % -------------------------------------------------------
0 49,9 11,0 77,9
60 31,3* 34,6 32,3 9,4 11,1 9,5 70,1* 68,2* 70,1*
80 28,1* 16,7* 11,2* 8,5 5,4 4,3* 70,6* 68,6* 65,3*
100 27,2* 25,3* 22,4* 7,6 8,2 7,0 71,9 67,8* 69,0*
120 29,9* 20,4* 20,3* 9,3 6,7 6,9 69,2* 70,2* 65,0*
140 28,7* 19,7* 23,7* 9,2 6,5 8,5 67,7* 67,2* 63,5*
Média 29,1b 23,4ab 22,0a 8,8 7,5 7,2 69,9b 68,4ab 66,6a
CV% 35,82 37,58 4,70
DMS Dunnett 18,4 6,1 6,7
DMS Médias 6,7 2,3 2,4
*: diferentes da testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05. Médias seguidas por letras distintas, na linha, diferem
entre si pelo teste de Tukey a 0.05. Bio: Fertilizante Organomineral peletizado com Biossólido. T.F: Fertilizante
Organomineral peletizado com Torta de Filtro. Min: Fertilizante Mineral. Fonte: O autor (2018).
32

Tabela 7 – Relações de acidez do solo. pH em água, teores de alumínio, acidez dependente de


pH e acidez potencial (mmolc dm-3), saturação por alumínio e relações de alumínio e
hidrogênio com a CTC total (%); aos 15 dias de incubação do solo submetido a diferentes
doses de fertilizante organomineral composto por biossólido, torta de filtro e fertilizante
mineral.
pH H2O Alumínio Acidez Dependente pH Acidez Potencial
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
-3
---------- pH ------------ ------------------------------------- mmolc dm ----------------------------------
0 4,23 3,40 22,9 26,3
60 4,15a 3,90a 3,85a 4,00a 4,50a 5,50a 23,5a 26,3b* 30,3c* 27,5a 30,8b* 35,8c*
80 3,88b 4,43a 3,80b 4,75a 4,25a 5,25a 26,0b* 23,8a 27,0b* 30,8b* 28,0a 32,3b*
100 3,93a 3,90a 3,90a 4,75a 4,50a 4,75a 24,5a 26,0b* 27,3b* 29,3a 30,5b* 32,0b*
120 4,38a 3,83b 3,90a 3,00a 5,25b 5,50b 24,0a 25,0b 26,5b* 27,0a 30,3b* 32,0b*
140 3,78a 3,88a 4,25a 5,00a 5,00a 4,25a 24,3a 25,3b 27,0b* 29,3a 30,3a* 31,3a*
Média 4,02 3,99 3,94 4,30 4,70 5,05 24,5 25,3 27,6 28,8 30,0 32,7
CV% 7,12 22,17 5,27 4,88
DMS Dunnett 0,59 2,13 2,8 3,1
DMS Médias - - - -
DMS Linhas 0,49 1,75 2,3 2,5
Saturação por Alumínio Al/T H/T
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
------------------------------------------------------- % -------------------------------------------------------
0 58,1 11,8 79,7
60 53,7a 51,8a 57,8a 12,9 12,8 13,8 75,8 75,2 76,0
80 53,1a 49,2a 50,2a 13,6 13,1 14,0 74,5 73,9 72,1*
100 51,5a 47,9a 43,1a* 14,1 12,8 12,4 72,6* 73,4 71,2*
120 36,3a* 50,15b 45,3ab 9,3 14,9 14,2 75,8 70,6* 68,8*
140 55,9b 48,7b 38,3a* 15,0 14,0 11,1 72,8* 71,5* 71,5*
Média 50,1 49,5 46,9 13,0 13,5 13,1 74,3 72,9 71,9
CV% 14,01 21,05 4,31
DMS Dunnett 14,4 5,7 6,6
DMS Médias - 2,1 2,4
DMS Linhas 11,8 - -
*: diferentes da testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05. Médias seguidas por letras distintas, na linha, diferem
entre si pelo teste de Tukey a 0.05. Bio: Fertilizante Organomineral peletizado com Biossólido. T.F: Fertilizante
Organomineral peletizado com Torta de Filtro. Min: Fertilizante Mineral. Fonte: O autor (2018).
33

Alumínio Saturação por Alumínio


5 61

4,5 56
mmolc dm-3

4 51
y = -0,0001x2 + 0,0258x + 3,4376 %
3,5 R² = 0,9453 46
3
0 20 40 60 80 100 120 140 41
Dose (%)
36
0 20 40 60 80 100 120 140
Dose (%)
Torta de Filtro y = -0,0661x + 56,481
R² = 0,7766
y = -0,1465x + 61
Mineral
R² = 0,8159

Figura 4 – Modelos de regressão para alumínio (mmolcdm-3) e Saturação por Alumínio (%) aos 15 dias de
incubação do solo e em diferentes doses. Fonte: O autor (2018).

Saturação por Alumínio


60
55
50
%
45
y = -0,1219x + 57,548
40 R² = 0,8975
35
0 20 40 60 80 100 120 140
Dose (%)

Figura 5 – Modelo de regressão para saturação por alumínio (%) aos 60 dias de incubação do solo e em
diferentes doses. Fonte: O autor (2018).
34

Tabela 8 – Relações de acidez do solo. pH em água, teores de alumínio, acidez dependente de


pH e acidez potencial (mmolc dm-3), saturação por alumínio e relações de alumínio e
hidrogênio com a CTC total (%); aos 60 dias de incubação do solo submetido a diferentes
doses de fertilizante organomineral composto por biossólido, torta de filtro e fertilizante
mineral.
pH H2O Alumínio Acidez Dependente pH Acidez Potencial
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
-3
---------- pH ------------ ------------------------------------- mmolc dm ----------------------------------
0 4,19 4,40 22,8 27,2
60 4.85* 4.18 4.20 3,25a 6,00b 6,50b 23,8b 20,0a 25,5b 27,0 26,0 32,0
80 4,30 4,23 4,18 6,25a 5,25a 6,50a 19,3a 21,0a 21,3a 25,5 26,3 27,8
100 4,53 4,25 4,25 5,00a 6,25a 5,25a 18,5a 21,8b 22,3b 23,5 28,0 27,5
120 4,15 4,15 4,30 5,25a 4,75a 6,00a 20,0a 23,5a 21,0a 25,3 28,3 27,0
140 4,25 4,25 4,20 4,25a 5,00a 6,25a 23,5a 23,0a 22,3a 27,8 28,0 28,5
Média 4,42a 4,21b 4,23ab 0,48 5,45 6,10 21,0 21,9 22,5 25,8a 27,3ab 28,6b
CV% 5,81 21,84 9,73 8,73
DMS Dunnett 0,52 2,48 4,4 5,0
DMS Médias 0,19 - - 1,8
DMS Linhas - 2,03 3,6 -
t
Saturação por Alumínio Al/T H/T
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
------------------------------------------------------- % -------------------------------------------------------
0 56,9 14,4 74,7
60 34,0* 59,5 53,9 9,7a* 19,9b 17,1b 71,2a 66,5a* 68,3a
80 47,8* 51,5* 54,6 19,3a 16,8a 19,5a 59,9a* 67,1b 64,2b*
100 38,6* 47,7* 45,2* 15,9a 18,3a 15,4a 58,9a* 61,9b* 65,4b*
120 41,5* 46,3* 45,3* 16,1a 14,1a 17,5a 61,4a* 69,7b 60,6a*
140 29,0* 41,1* 46,3* 11,2a 14,5b 17,5b 61,4a* 65,5a* 62,2a*
Média 38,2a 49,2b 49,0b 14,4 16,7 17,4 62,6 66,2 64,2
CV% 4,99 20,31 5,76
DMS Dunnett 0,17 6,9 7,8
DMS Médias 0,06 - -
DMS Linhas - 5,6 6,4
*: diferentes da testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05. Médias seguidas por letras distintas, na linha, diferem
entre si pelo teste de Tukey a 0.05. t: dados transformados pela função log (x+1) em atenção às pressuposições
do modelo. Bio: Fertilizante Organomineral peletizado com Biossólido. T.F: Fertilizante Organomineral
peletizado com Torta de Filtro. Min: Fertilizante Mineral. Fonte: O autor (2018).

4.2. Nutrientes do Solo

Relativamente aos teores de fósforo, há uma diferença na velocidade de liberação entre


as fontes orgânicas e a mineral. Aos 5 dias de incubação, como mostra a tabela 9, essa
diferença é altamente significativa, tendo a fonte mineral seu maior teor de P 2O5,
87,65mg.dm-3 na dose de 135,27% do fertilizante (FIGURA 6). Entre as fontes de base
35

orgânica, a de torta de filtro possui liberação mais rápida, porém, muito abaixo da fonte
mineral, sendo que o aumento em 1 mg dm-3 do teor do nutriente no solo se dá pelo aumento
em 6,33% da dose (FIGURA 6). Aos 15 dias esse padrão se repete, porém, com interação
significativa entre fonte e dose (TABELA 10). Aos 60 dias de incubação do solo, percebe-se
certa uniformidade entre as fontes, apesar de ainda ser mais alto o teor de fósforo na fonte
mineral (TABELA 11). Os teores de fósforo foram superiores no fertilizante mineral,
comparado às fontes orgânicas, e o aumento da dose contribui para o aumento do teor de
fósforo do solo, independentemente da fonte (TABELA 9). Esse resultado confirma a
condição de maior solubilidade do fósforo em fertilizante mineral. Magela (2017) observou
maiores teores de fósforo nas fontes orgânicas em relação à dose padrão de fósforo no
fertilizante mineral (100%), porém, o presente estudo incluiu o fertilizante mineral no teste
com as diferentes doses, ressaltando a maior disponibilidade do mesmo no solo, enquanto que
as fontes orgânicas contribuem de maneira mais gradual. Ainda assim, a maior dose de
organomineral a base de biossólido possibilitou um incremento superior ao observado na
testemunha (TABELA 11).
Os fertilizantes organominerais disponibilizam fósforo mais lentamente, tendo uma
gradativa solubilização ao longo do cultivo. Isso se dá, pois a transformação da matéria
orgânica em substâncias húmicas permite o aumento das cargas negativas próximas ao sítio de
liberação de fosfato nesses fertilizantes (SILVA et al., 2010). Os resultados indicam a
necessidade de se fazer experimentos de maior duração, a fim de se verificar o efeito residual
do fósforo nas fontes organominerais. A aplicação de adubação foi efetiva na elevação dos
teores de fósforo do solo.
A aplicação de resíduos orgânicos repõe os ácidos orgânicos do solo, que contribuem
para a redução da adsorção do fósforo no solo (NOVAIS; SMYTH, 1999). Assim, a aplicação
de fontes orgânicas se faz importante para favorecer a disponibilidade de fósforo no solo.
Os resultados de potássio são semelhantes aos de fósforo aos 5 dias de incubação,
porém, pode ser observado que as fontes de base orgânica possuem liberação mais rápida em
relação ao potássio, de modo que há tratamentos que diferem significativamente da
testemunha (TABELA 9). Aos 15 dias, mantém-se o mesmo padrão, tendo a adubação
evidenciado efeito muito positivo no teor de potássio do solo (TABELA 10). O aumento da
dose dos fertilizantes proporciona aumento em taxa contínua no teor de potássio do solo,
como mostra a figura 7, sendo que o efeito maior ocorre na fonte mineral, seguida do
36

organomineral com torta de filtro e depois pelo biossólido. Na dose padrão (100%), temos que
o fertilizante organomineral peletizado com biossólido alcança teores próximos a 60% do
resultado para fertilização mineral, enquanto que a torta de filtro alcança 75% (FIGURA 7).
Aos 60 dias de incubação do solo, percebe-se o efeito positivo da adubação, com todos os
resultados superiores à testemunha (TABELA 11). Com interação significativa, verifica-se
que nas doses mais altas (100, 120 e 140%), os resultados de P e K são superiores para a fonte
mineral. Por outro lado, o efeito residual dos fertilizantes organominerais pode ser
interessante para manutenção da fertilidade do solo ao longo do tempo.
Sendo o potássio monovalente, sua retenção às cargas do solo é menor, por ser mais
facilmente substituído por outros elementos nos sítios de retenção. Assim, a adição de matéria
orgânica possibilita a geração de mais cargas, de modo a conter a lixiviação desse nutriente no
solo (MEURER, 2006).
Cálcio e Magnésio são extremamente importantes para o metabolismo vegetal e para o
equilíbrio iônico do solo. As fontes de base orgânica possuíam pequena porção de cálcio
proveniente de mineral ulexita, utilizado na sua composição. Pode-se observar entre os
resultados, que os teores desses nutrientes permaneceram em patamares muito baixos entre
todos os tratamentos, o que é natural, visto ser baixo o seu teor no solo estudado, bem como
também é baixo o fornecimento para o solo pelos fertilizantes. Entretanto, faz-se necessário
avaliar esses nutrientes, para compreender como a adubação com as fontes analisadas
interfere na dinâmica dos íons do solo, em suas relações e disponibilidade.
Assim, observando os resultados, aos 5 dias de incubação do solo, não há interferência
da adubação nos teores de Ca (TABELA 9). Houve diferença significativa que indica
resultado superior para a fonte mineral aos 5 e aos 15 dias de incubação (TABELAS 9 e 10).
Resultado muito semelhante pôde ser observado aos 60 dias de incubação do solo (TABELA
11). Ressalta-se que os teores ainda foram um pouco menores aos 15 dias de incubação
(TABELA 10), fato que demanda maiores estudos para elucidação.
As variações nos teores de magnésio foram semelhantes aos do cálcio, não tendo sido
percebida nenhuma diferença entre os tratamentos aos 5 e aos 15 de incubação (TABELAS 9
e 10). Todavia, aos 60 dias, o teor de Mg nos tratamentos com biossólido foi
significativamente superior às demais fontes em todas as doses, com interação significativa
entre fontes e doses. Esse fato pode ser indicativo de presença de magnésio na composição do
biossólido, favorecendo o fornecimento desse nutriente para o solo.
37

Avaliou-se os teores de silício, para observar a dinâmica desse elemento mediante a


aplicação dos fertilizantes, apesar de não ter havido adição de componente enriquecedor para
esse elemento. A aplicação de silício tem se tornado cada vez mais importante, especialmente
em cultivos acumuladores desse elemento, promovendo resultados extremamente positivos na
produtividade de algumas culturas.
Observou-se que aos 5 dias de incubação do solo, as fontes utilizadas não diferiram
entre si para os teores de Si, entretanto, houve comportamento relevante para o aumento das
doses dos fertilizantes. Foi possível detectar um modelo de regressão quadrático para as doses
dos fertilizantes, que sinaliza a dose máxima de 63,08% para as fontes proporcionarem a
maior disponibilidade de Si, representada por 3,51 mg kg-1 (FIGURA 6). Aos 15 dias já se
observa diferença entre as fontes de base orgânica, superiores, e a fonte mineral, porém, sem
efeito de dose (TABELA 10). E aos 60 dias, a fonte de organomineral com biossólido
apresenta resultado superior aos outros dois fertilizantes (TABELA 11).
Relativo aos valores da Soma de Bases, o que se verifica é uma repetição dos
resultados relativos aos teores de potássio, pelo menos aos 5 e 15 dias de solo incubado
(TABELAS 9 e 10). Isso se verifica devido aos altos teores de potássio disponibilizados
rapidamente pela fonte mineral, e também pelos baixos teores verificados das outras bases
(Ca e Mg). Como aos 60 dias as diferenças entre as fontes para os teores de potássio
diminuíram de maneira significativa, os resultados se mostram um pouco diferentes
(TABELA 11). O fertilizante organomineral peletizado com biossólido, apresenta resultado
superior. Isso se explica pela maior disponibilização de Mg demonstrada acima, sendo isso
um resultado muito interessante para a demonstração do efeito de liberação gradual dos
fertilizantes organominerais.
A Capacidade de Troca Catiônica (CTC) está entre os mais relevantes componentes do
solo, representando a condição do solo para a movimentação dos cátions, como Ca, Mg e K.
Aos 5 dias de incubação do solo, houve interação significativa entre fontes e doses (TABELA
9). Observou-se que a adubação mineral aumenta a CTC do solo, ao se comparar os
tratamentos desse fertilizante com a testemunha. As maiores doses dos fertilizantes
organominerais também foram capazes de alterar a CTC do solo (TABELA 9). Com a
aplicação de organomineral com biossólido, faz-se necessário o acréscimo de 33,12% na dose
para o aumento em 10mmolcdm-3 (FIGURA 6). Já com a aplicação de fertilizante mineral, o
mesmo resultado se obtém com o acréscimo em 11,52% da dose, aos 5 dias de incubação do
38

solo (FIGURA 6). Aos 15 dias, já se tem uma eficiência melhor das fontes organominerais,
que alteraram a CTC do solo em mais doses (TABELA 10). Entretanto, analisando os
resultados em cada dose, bem como a curva de regressão das fontes, pode-se inferir que a
fonte mineral, nesse período de 60 dias é superior na liberação de nutrientes. Desse modo, a
maior CTC obtida com adubação mineral, na dose de 97,76% do fertilizante, foi de 39,20
mmolcdm-3 (FIGURA 7). Já a fertilização com organomineral de torta de filtro possibilitou
um maior desempenho, com 35,29 mmolcdm-3 na dose relativa de 136,06% (FIGURA 7). Aos
60 dias de incubação houve interação significativa entre os fatores (TABELA 11). Verificou-
se apenas dois tratamentos diferindo da testemunha.
Em todos os períodos de coleta do solo evidenciou-se um efeito relevante da adubação
na saturação por bases do solo. Entretanto, é importante observar que mesmo superando a
testemunha, os fertilizantes não a elevaram a patamares adequados para os cultivos agrícolas.
De maneira geral, observa-se para este aspecto, um reflexo do comportamento dos nutrientes
ao longo dos períodos analisados. Assim, aos 5 e aos 15 dias de incubação (TABELAS 9 e
10), os valores são maiores para a fonte mineral e aos 60 dias (TABELA 11), há uma
inversão, com os resultados superiores apresentados pelo organomineral de biossólido.
A matéria orgânica mostrou-se sem diferenças entre todos os tratamentos em todos os
períodos analisados. Aos 5 e 15 dias de incubação (TABELAS 9 e 10), os teores
permaneceram constantes, tendo aumentado aos 60 dias de incubação (TABELA 11). Há que
se ressaltar que o experimento realizado avalia a solubilidade dos fertilizantes, de modo que a
tela disposta entre o solo e o fertilizante não possibilita o maior contato possível do material
orgânico das fontes organominerais no solo, de modo que não é esperado alterações para esse
componente do solo neste experimento.
É importante ressaltar que a qualidade do composto utilizado na formulação do
fertilizante organomineral influi fortemente na disponibilidade do nitrogênio do solo, onde a
relação C/N muito alta pode imobilizar o N do solo (JAHNEL et al., 1999). Para tanto, faz-se
mister promover a completa maturação do composto, garantindo a degradação necessária e a
estabilização das características do composto. Neste estudo, as fontes orgânicas possuíam
relações C/N com diferença significativa, 28 para o biossólido e 13 para a torta de filtro
(TABELA 1).
39

Tabela 9 – Teores de Fósforo e Potássio (mg.dm-3), Cálcio e Magnésio (mmolc.dm-3), Silício


(mg.kg-1), Soma de Bases e Capacidade de Troca Catiônica Total (mmolc.dm-3), Saturação por
Bases (%) e Matéria Orgânica (g.kg-1), aos 5 dias de incubação do solo submetido a diferentes
doses de fertilizante organomineral composto por biossólido, torta de filtro e fertilizante
mineral.
Fósforo Meht Potássio Meh Cálcio Magnésio Silício
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
-------------------- mg dm-3 ------------------ ----------------- mmolc dm-3 -------------- ----- mg kg-1 ----
0 0,79 15,9 2,45 0,86 3,05
60 1,40* 5,60* 40,33* 109,0 134,8 135,8 2,73 2,67 2,84 0,92 0,91 0,94 3,45 3,44 3,24
80 1,10 6,93* 88,28* 114,8 167,8* 282,5* 2,62 2,69 3,01* 0,90 0,96 0,99* 3,46 3,29 4,03*
100 1,53* 11,30* 91,85* 111,8 158,3* 221,0* 2,84 2,85 2,94 0,93 0,97 0,99* 3,55 3,29 3,38
120 2,25* 13,45* 75,93* 131,3 164,3* 329,5* 2,72 2,75 2,96 0,97 0,98 1,05* 3,28 3,08 2,69
140 4,20* 26,20* 87,58* 160,0* 243,0* 296,0* 2,67 2,73 3,03* 0,88 1,00* 0,98* 2,73 2,76 2,90
Média 2,10c 12,70b 76,79a 125,4c 173,6b 253,0a 2,72b 2,74b 2,95a 0,92b 0,96ab 0,99a 3,29 3,17 3,25
CV% 14,88 31,9 9,22 6,16 11,64
DMS Dunnett 0,32 122,0 0,53 0,12 0,78
DMS Médias 0,12 44,8 0,20 0,04 0,29
Soma de Bases CTC Total Saturação por Bases Matéria Orgânica
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
-3 -1
----------------------- mmolc dm ------------------- -------------%------------ --------- g kg ---------
0 3,40 30,8 11,1 8,1
60 6,53* 7,45* 7,48* 31,7b 35,9a* 36,7a* 20,5* 20,7* 20,3* 8,0 8,2 7,2
80 6,68* 8,33* 11,20* 31,9b 32,0b 36,4a* 20,9* 26,0* 30,7* 7,8 7,8 7,2
100 6,60* 8,05* 9,65* 32,3b 33,5b 39,9a* 20,3* 24,0* 24,0* 8,0 7,5 8,0
120 7,35* 7,95* 12,43* 34,3b 34,2b 43,9a* 21,4* 23,3* 28,0* 8,5 8,2 8,0
140 8,10* 9,98* 11,58* 35,1b* 37,9a* 41,3a* 23,0* 26,2* 28,0* 7,5 8,2 7,5
Média 7,05c 8,35b 10,47a 33,1 34,7 39,6 21,2b 24,1a 26,2a 7,9 8,0 7,6
CV% 17,13 5,5 13,46 10,31
DMS Dunnett 3,07 4,1 6,7 1,7
DMS Médias 1,13 - 2,5 0,6
DMS Linhas - 3,4 - -
*: diferentes da testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05. Médias seguidas por letras distintas, na linha, diferem
entre si pelo teste de Tukey a 0.05. t: dados transformados pela função log (x+1) em atenção às pressuposições
do modelo. Bio.: Fertilizante Organomineral peletizado com Biossólido. T.F.: Fertilizante Organomineral
peletizado com Torta de Filtro. Min.: Fertilizante Mineral. Fonte: O autor (2018).
40

Potássio
Fósforo Meh
350
87 300
77
67 250

mg dm-3
200
mg dm-3

57
47 150
37 100
27
17 50
7 0
-3 0 20 40 60 80 100 120 140
0 20 40 60 80 100 120 140
Dose (%)
Dose (%) Biossólido y = 0,9316x + 29,475
Torta de Filtro y = 0,1578x - 2,4408 R² = 0,9086
R² = 0,7947 Torta De Filtro y = 1,4109x + 29,745
R² = 0,8958
Mineral y = -0,0049x2 + 1,3256x - 2,0149 Mineral y = 2,1976x + 30,313
R² = 0,8714 R² = 0,8489

Soma de Bases CTC Total


46
13
11 42
mmolc dm-3

mmolc dm-3

9
38
7
5 34
3
0 20 40 60 80 100 120 140 30
Dose (%) 0 20 40 60 80 100 120 140
Biossólido y = 0,0309x + 3,8722
R² = 0,909 Dose (%)
y = 0,041x + 4,1059 Biossólido y = 0,0302x + 30,168
Torta de Filtro R² = 0,8188
R² = 0,8604
y = 0,063x + 4,0359 Mineral y = 0,0868x + 30,932
Mineral
R² = 0,8624 R² = 0,8832

Saturação por Bases Silício


25 3,5
mmolc dm-3

3,3
mg.kg-1

20
3,1
15 y = -0,0001x2 + 0,0151x + 3,0338
y = -0,0009x2 + 0,2214x + 11,137 2,9
R² = 0,9032
R² = 0,9248
10 2,7
0 20 40 60 80 100 120 140 0 20 40 60 80 100 120 140
Dose (%) Dose (%)

Figura 6 – Modelos de Regressão para os teores de fósforo e potássio (mg.dm-3), soma de bases e CTC Total
(mmolc.dm-3), saturação por bases (%) e silício (mg.kg-1), aos 5 dias de incubação do solo e em diferentes doses.
Fonte: O autor (2018).
41

Tabela 10 – Teores de Fósforo e Potássio (mg dm-3), Cálcio e Magnésio (mmolc dm-3), Silício
(mg.kg-1), Soma de Bases e Capacidade de Troca Catiônica Total (mmolc dm-3), Saturação por
Bases (%) e Matéria Orgânica (g kg-1), aos 15 dias de incubação do solo submetido a
diferentes doses de fertilizante organomineral composto por biossólido, torta de filtro e
fertilizante mineral.
Fósforo Meht Potássio Meh Cálcio Magnésio Silício
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
----------------------- mg dm3 --------------------- ----------------- mmolc dm-3 -------------- ----- mg kg-1 ----
0 0,72 17,8 1,10 0,55 3,05
60 1,12b* 1,37b* 14,77a* 56,8 66,8* 70,5* 0,86 1,30 1,23 0,59 0,60 0,58 3,26 3,28 2,77
80 1,95b* 3,63b* 20,60a* 74,3* 86,5* 116,2* 1,18 1,03 1,31 0,59 0,62 0,62 3,17 3,03 2,76
100 1,78c* 9,60b* 28,90a* 86,2* 111,7* 157,0* 1,21 1,14 1,41 0,63 0,65 0,64 3,32 3,05 2,97
120 2,30c* 5,10b* 19,73a* 105,0* 122,2* 160,5* 1,10 1,08 1,70 0,63 0,68 0,64 3,16 3,06 2,95
140 2,85c* 5,47b* 49,67a* 81,7* 123,2* 169,5* 0,97 0,91 1,25 0,64 0,65 0,66 2,62* 2,70 2,54*
Média 2,00 5,03 26,73 80,8c 102,1b 134,7a 1,06b 1,09b 1,38a 0,62 0,64 0,63 3,10a 3,02a 2,80b
CV% 21,90 22,48 32,04 8,63 6,74
DMS Dunnett 0,24 47,00 0,78 0,11 0,42
DMS Médias - 17,26 0,29 0,04 0,15
DMS Linhas 0,20 - - - -
Soma de Bases CTC Total Saturação por Bases Matéria Orgânica
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
---------------------------- mmolc dm-3 --------------------- -------------%------------- --------- g kg-1 ---------
0 2,63 29,0 10,9 7,8
60 3,45 4,20* 4,03* 31,0c 35,0b* 39,8a* 11,2a 12,0a 10,1a 8,0 7,8 8,3
80 4,15* 4,20* 5,23* 34,9a* 32,2b 37,5a* 11,9a 13,0a 13,9a 7,8 8,0 8,0
100 4,48* 4,88* 6,28* 33,7b* 35,4b* 38,3a* 13,2b 13,8ab 16,4a* 7,5 7,7 8,0
120 4,70* 5,13* 6,58* 31,7c 35,4b* 38,6a* 14,8a* 14,5a 17,0a* 7,8 7,5 7,8
140 4,08* 5,13* 6,58* 33,3b* 35,4a* 37,8a* 12,2b 14,5b 17,4a* 7,2 8,0 7,5
Média 4,17c 4,71b 5,74a 32,9 34,7 38,4 12,7 13,5 15,0 7,7 7,8 7,9
CV% 13,56 4,50 12,81 5,74
DMS Dunnett 1,34 3,3 3,6 0,3
DMS Médias 0,49 - - 0,6
DMS Linhas - 2,7 2,9 -
*: diferentes da testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05. Médias seguidas por letras distintas, na linha, diferem
entre si pelo teste de Tukey a 0.05. t: dados transformados pela função log (x+1) em atenção às pressuposições
do modelo. Bio.: Fertilizante Organomineral peletizado com Biossólido. T.F.: Fertilizante Organomineral
peletizado com Torta de Filtro. Min.: Fertilizante Mineral. Fonte: O autor (2018).
42

Potássio Soma de Bases

175
6,5
155
135

mmolc dm-3
5,5
115
mg dm-3

95 4,5
75
55 3,5
35
15 2,5
0 20 40 60 80 100 120 140 0 20 40 60 80 100 120 140
Dose (%) Dose (%)
Biossólido y = 0,557x + 23,878 Biossólido y = 0,0134x + 2,8022
R² = 0,8408 R² = 0,7623
Torta de Filtro y = 0,8111x + 20,446 y = 0,0186x + 2,8146
Torta de Filtro
R² = 0,9697 R² = 0,9445
Mineral y = 1,1834x + 16,635 y = 0,0315x + 2,5989
Mineral
R² = 0,9467 R² = 0,9436
CTC Total Saturação por Bases
40 18
17
38
16
36 15
mmolc dm-3
mmolc dm-3

14
34
13
32 12
11
30
10
28 9
0 20 40 60 80 100 120 140 0 20 40 60 80 100 120 140
Dose (%) Dose (%)
y = -0,0003x2 + 0,0898x + 29,184 Torta de Filtro y = 0,0284x + 10,755
Torta de Filtro R² = 0,9546
R² = 0,7925

Mineral y = -0,001x2 + 0,2014x + 29,361 Mineral y = 0,0562x + 9,6276


R² = 0,9052 R² = 0,7717

Figura 7 – Modelos de Regressão para os teores de potássio (mg.dm-3), soma de bases e CTC Total (mmolc.dm-
3
) e saturação por bases (%), aos 15 dias de incubação do solo e em diferentes doses. Fonte: O autor (2018).
43

Tabela 11 – Teores de Fósforo e Potássio (mg dm-3), Cálcio e Magnésio (mmolc dm-3), Silício
(mg kg-1), Soma de Bases e Capacidade de Troca Catiônica Total (mmolc dm-3), Saturação por
Bases (%) e Matéria Orgânica (g kg-1), aos 60 dias de incubação do solo submetido a
diferentes doses de fertilizante organomineral composto por biossólido, torta de filtro e
fertilizante mineral.
Fósforo Meh Potássio Meht Cálcio Magnésio Silício
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
--------------------- mg dm3 -------------------- ------------------- mmolc dm-3 ---------------- ------- mg kg-1 -------
0 0,73 12,9 2,06 0,79 3,05
60 1,18 1,05 3,23 37,0a* 41,2a* 38,0a* 3,56 2,20 3,57 2,08a* 1,18ab 0,89b 4,52* 4,35* 4,01*
80 1,98 1,53 3,48 43,5b* 48,5ab* 62,0a* 2,68 2,25 2,72 2,78a* 1,45b 0,95b 4,09* 4,04* 4,14*
100 2,90 3,13 9,38* 56,5b* 66,2b* 90,2a* 3,46 3,06 3,39 3,51a* 1,70b 1,09b 4,09* 4,02* 3,84*
120 3,18 4,88 6,53* 62,5b* 67,5b* 96,2a* 2,59 2,39 3,40 3,19a* 1,58b 1,97b* 3,81* 3,57* 3,51*
140 12,05* 7,77* 10,50* 68,2b* 86,5ab* 96,7a* 4,83 2,77 3,39 4,37a* 1,81b 1,33b 3,58* 3,36 3,23
Média 4,26b 3,67b 6,62a 53,5 62,0 76,6 3,42a 2,53b 3,29ab 3,18 1,54 1,25 4,02a 3,87b 3,75b
CV% 57,21 3,36 35,29 29,18 4,91
DMS Dunnett 5,53 0,12 2,22 1,16 0,40
DMS Médias 2,03 - 0,81 - 0,15
DMS Linhas - 0,10 - 0,96 -
t
Soma de Bases CTC Total Saturação por Bases Matéria Orgânica
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
-------------------------- mmolc dm-3 ----------------------- ---------------%-------------- ----------- g kg-1 ------------
0 3,30 30,5 10,9 11,3
60 6,45* 4,05 5,45 33,5ab 30,1b 37,5a* 19,1* 13,5 14,6 16,7 14,8 8,0
80 6,63* 5,00 5,33 32,1a 31,3a 33,1a 20,8* 16,0 16,2 12,3 10,0 12,5
100 7,95* 6,93* 6,55* 31,5a 34,9a 34,1a 25,2* 19,8* 19,1 16,0 8,3 18,5
120 7,38* 5,45 7,75* 32,6a 33,7a 34,8a 22,5* 16,2 21,9* 26,0 29,0 16,3
140 10,50* 6,98* 7,25* 38,3a* 35,0a 35,8a 27,4* 20,0* 20,2* 16,5 20,3 8,7
Média 7,78a 5,68b 6,47b 33,6 33,0 35,0 23,0a 17,1b 18,4b 17,50 16,5 12,8
CV% 21,94 8,12 5,37 73,55
DMS Dunnett 2,94 5,7 0,14 23,7
DMS Médias 1,08 - 0,05 8,6
DMS Linhas - 4,7 - -
*: diferentes da testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05. Médias seguidas por letras distintas, na linha, diferem
entre si pelo teste de Tukey a 0.05. t: dados transformados pela função log (x+1) em atenção às pressuposições
do modelo. Bio.: Fertilizante Organomineral peletizado com Biossólido. T.F.: Fertilizante Organomineral
peletizado com Torta de Filtro. Min.: Fertilizante Mineral. Fonte: O autor (2018).

4.3 Relações entre nutrientes e a CTC

Aos 5 dias, a relação Ca/Mg não apresentou diferença estatística entre os tratamentos
(TABELA 12). Aos 15 e aos 60 dias (TABELAS 13 e 14), a relação foi maior com o
fertilizante mineral. Como observado anteriormente, houve um acréscimo dos teores de Mg
nas fontes de base orgânica, o que influenciou essa diferença. De todo modo, a adubação não
44

interferiu grandemente na relação Ca/Mg. Essa relação se modifica com a adição de Ca e Mg


ao solo, com a calagem, por exemplo.
As relações entre as bases e o K foram em geral muitíssimo baixas, visto não ter
havido fornecimento de Ca e Mg aos tratamentos (TABELAS 12, 13 e 14). Assim, o K sendo
denominador, fez com que quase todos os tratamentos nos diferentes períodos apresentassem
resultados abaixo da testemunha. Ainda assim, cabe destacar que aos 60 dias de incubação do
solo (TABELA 14), a relação Mg/K dos tratamentos feitos com organomineral peletizado
com biossólido não diferiu da testemunha, ou seja, o fornecimento dos nutrientes se
equilibrou mais. Isso se confirma ao se observar que houve alteração no teor de Mg nesse
fertilizante aos 60 dias de incubação.
As relações dos nutrientes com a CTC seguiram caminho semelhante, explicitando o
efetivo aporte de K ao solo, onde grande parte dos tratamentos diferiram da testemunha ao
longo dos períodos analisados (TABELAS 12, 13 e 14). Destaca-se de maneira semelhante ao
mencionado anteriormente, que a relação Mg/T aos 60 dias com organomineral de biossólido
foi superior à testemunha e às demais fontes.
As relações de bases com a CTC confirmaram os resultados observados. O fertilizante
organomineral de biossólido apresentou maiores resultados para a relação Ca/T e Ca+Mg/T,
juntamente com a torta de filtro, aos 5 dias de incubação (TABELA 12). A relação Mg/T foi
maior que a testemunha em todas as doses tratadas com fertilizante organomineral peletizado
com biossólido aos 60 dias de incubação (TABELA 14). A relação K/T indica a superioridade
da fonte mineral aos 5 e 15 dias de incubação, seguida da torta de filtro (TABELAS 12 e 13).
Observa-se de maneira geral, que a adubação com fertilizantes organominerais
promove maior equilíbrio entre os nutrientes do solo e a CTC, sendo um efeito muito
desejável da aplicação desse tipo de fertilizante.
45

Tabela 12 – Relações entre bases e relações das bases com a CTC Total (%) aos 5 dias de
incubação do solo submetido a diferentes doses de fertilizante organomineral composto por
biossólido, torta de filtro e fertilizante mineral.
Ca/Mg Ca/Kt Mg/K Ca+Mg/Kt
Dose (%)
Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
0 2,87 5,98 2,09 8,07
60 2,98 2,95 3,02 0,99* 0,78* 0,97* 0,33* 0,27* 0,33* 1,32* 1,05* 1,31*
80 2,92 2,82 3,05 0,91* 0,62* 0,42* 0,31* 0,22* 0,14* 1,23* 0,85* 0,56*
100 3,05 2,96 2,96 1,04* 0,77* 0,68* 0,34* 0,26* 0,23* 1,39* 1,02* 0,91*
120 2,80 2,83 2,82 0,82* 0,71* 0,40* 0,29* 0,25* 0,14* 1,12* 0,95* 0,55*
140 3,05 2,73 3,06 0,70* 0,45* 0,48* 0,23 0,16* 0,15* 0,93* 0,61* 0,63*
Média 2,96 2,85 2,98 0,89a 0,67b 0,59b 0,30a 0,23b 0,20b 1,20a 0,90b 0,79b
CV% 7,18 25,46 24,95 24,81
DMS Dunnett 0,44 0,55 0,19 0,73
DMS Médias 0,16 0,20 0,07 0,27
Ca/T Mg/T K/T Ca+Mg/T
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
------------------------------------------------------ % -----------------------------------------------------
0 7,96 2,78 1,30 10,74
60 8,59 7,46 7,74 2,88 2,53 2,57 8,72* 9,57* 9,45* 11,47 9,99 10,30
80 8,21 8,40 8,27 2,81 2,99 2,71 9,15* 13,47* 19,72* 11,02 11,40 10,98
100 8,77 8,51 7,39 2,88 2,88 2,50 8,75* 12,05* 13,90* 11,65 11,39 9,89
120 7,93 8,05 6,76 2,83 2,86 2,40 9,72* 12,37* 18,90* 10,76 10,91 9,15
140 7,61 7,19 7,36 2,50 2,64 2,38 11,60* 16,35* 18,22* 10,11 9,84 9,75
Média 8,22a 7,92ab 7,50b 2,78a 2,78a 2,51b 9,59c 12,76b 16,04a 11,00a 10,70ab 10,02b
CV% 9,92 7,12 27,04 8,72
DMS Dunnett 1,63 0,40 7,21 1,92
DMS Médias 0,60 0,15 2,65 0,71
*: diferentes da testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05. Médias seguidas por letras distintas, na linha, diferem
entre si pelo teste de Tukey a 0.05. t: dados transformados pela função log (x+1) em atenção às pressuposições
do modelo. Bio.: Fertilizante Organomineral peletizado com Biossólido. T.F.: Fertilizante Organomineral
peletizado com Torta de Filtro. Min.: Fertilizante Mineral. Fonte: O autor (2018).
46

Tabela 13. Relações entre bases e relações das bases com a CTC Total (%) aos 15 dias de
incubação do solo submetido a diferentes doses de fertilizante organomineral composto por
biossólido, torta de filtro e fertilizante mineral.
Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
Dose (%)
Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
0 2,01 2,43 1,21 3,65
60 1,44 2,15 2,11 0,59* 0,76* 0,69* 0,41* 0,36* 0,34* 1,00* 1,12* 1,02*
80 2,00 1,67 2,11 0,62* 0,48* 0,48* 0,31* 0,28* 0,22* 0,93* 0,76* 0,70*
100 1,90 1,75 2,20 0,54* 0,41* 0,38* 0,28* 0,23* 0,16* 0,83* 0,64* 0,54*
120 1,76 1,61 2,66 0,41* 0,35* 0,43* 0,23* 0,22* 0,16* 0,64* 0,56* 0,59*
140 1,52 1,42 1,88 1,04* 0,30* 0,29* 0,79 0,21* 0,15* 1,83* 0,51* 0,45*
Média 1,73b 1,72b 2,19a 0,64 0,46 0,46 0,41 0,26 0,21 1,05 0,72 0,66
CV% 31,29 61,96 80,83 66,29
DMS Dunnett 1,23 0,82 0,59 1,36
DMS Médias 0,45 0,30 0,22 0,50
Ca/T Mg/T K/T Ca+Mg/T
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
------------------------------------------------------ % -----------------------------------------------------
0 3,77 1,88 1,73 5,66
60 2,95 4,48 4,24 2,03 2,08 2,00 4,70 4,85 4,45 4,98 6,56 6,24
80 4,06 3,55 4,53 2,04 2,13 2,15 5,42* 6,85* 7,90* 6,10 5,68 6,67
100 4,17 3,92 4,84 2,16 2,25 2,19 6,57* 8,12* 10,55* 6,33 6,17 7,03
120 3,79 3,71 5,87 2,16 2,33* 2,22 8,52* 8,82* 10,55* 5,95 6,03 8,08
140 3,34 3,14 4,31 2,22 2,22 2,28* 6,15* 8,80* 11,55* 5,55 5,36 6,59
Média 3,66b 3,76b 4,76a 3,04 2,89 2,61 6,27b 7,49b 9,00a 5,79b 5,96ab 6,93a
CV% 32,04 8,64 22,26 21,74
DMS Dunnett 2,70 0,39 3,34 2,80
DMS Médias 0,99 0,14 1,22 1,03
*: diferentes da testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05. Médias seguidas por letras distintas, na linha, diferem
entre si pelo teste de Tukey a 0.05. Bio.: Fertilizante Organomineral peletizado com Biossólido. T.F.: Fertilizante
Organomineral peletizado com Torta de Filtro. Min.: Fertilizante Mineral. Fonte: O autor (2018).
47

Tabela 14 – Relações entre bases e relações das bases com a CTC Total (%) aos 60 dias de
incubação do solo submetido a diferentes doses de fertilizante organomineral composto por
biossólido, torta de filtro e fertilizante mineral.
Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
Dose (%)
Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
0 2,62 6,26 2,40 8,66
60 1,71 1,86 3,87 3,69* 2,09* 3,92* 2,19 1,13* 0,95* 5,88* 3,22* 4,87*
80 0,98* 1,55 2,86 2,39* 1,80* 1,81* 2,47 1,15* 0,63* 4,85* 2,95* 2,44*
100 0,98* 1,79 2,97 2,38* 1,80* 1,48* 2,42 1,01* 0,48* 4,80* 2,81* 1,96*
120 0,81* 1,52 2,27 1,61* 1,41* 1,58* 1,98 0,94* 1,03* 3,59* 2,35* 2,60*
140 1,10* 1,61 2,83 2,81* 1,27* 1,38* 2,52 0,85* 0,55* 5,33* 2,12* 1,93*
Média 1,12c 1,67b 2,96a 2,57a 1,67b 2,03ab 2,32a 1,02b 0,73b 4,89a 2,69b 2,76b
CV% 34,45 38,48 28,25 30,57
DMS Dunnett 1,41 1,89 0,84 2,40
DMS Médias 0,52 0,69 0,31 0,88
Ca/T Mg/T K/T Ca+Mg/T
Dose (%) Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min Bio T.F Min
------------------------------------------------------ % -----------------------------------------------------
0 7,11 2,73 1,08 9,85
60 12,28 7,58 12,31 7,17* 4,07 3,07 2,85a 3,50a* 2,53a 19,44 11,66 15,38
80 9,22 7,76 9,37 9,57* 4,98 3,28 3,48a* 4,03a* 4,85a* 18,79 12,74 12,66
100 11,93 10,54 11,70 12,10* 5,86 3,76 4,63b* 4,85b* 6,75a* 24,03 16,41 15,46
120 8,94 8,24 11,72 10,99* 5,46 6,78* 4,98b* 5,05b* 7,28a* 19,93 13,70 18,50
140 16,66* 9,55 11,67 15,05* 6,22 4,58 4,58b* 6,40a* 6,98a* 31,71 15,78 16,25
Média 11,81a 8,73b 11,35ab 10,98a 5,32b 4,29b 4,10 4,77 5,68 22,78a 14,05b 15,65b
CV% 35,29 29,18 18,97 28,33
DMS Dunnett 7,65 4,01 1,82 10,04
DMS Médias 2,81 1,47 - 3,69
DMS Linhas - - 1,49 -
*: diferentes da testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05. Médias seguidas por letras distintas, na linha, diferem
entre si pelo teste de Tukey a 0.05. Bio.: Fertilizante Organomineral peletizado com Biossólido. T.F.: Fertilizante
Organomineral peletizado com Torta de Filtro. Min.: Fertilizante Mineral. Fonte: O autor (2018).
48

5 CONCLUSÕES

Fertilizantes organominerais peletizados com biossólido ou torta de filtro não


acidificam o solo, exigindo calagem menos frequente do solo.
O biossólido, a base de lodo de esgoto e a torta de filtro possuem efeito tamponante no
solo, mantendo a estabilidade do pH.
O Fertilizante organomineral peletizado com biossólido promove redução significativa
da saturação por alumínio do solo.
Fertilizante organomineral peletizado com biossólido ou torta de filtro possui liberação
mais lenta de nutrientes.
Fertilizante organomineral peletizado possibilita relações de bases mais equilibradas
no solo, garantindo um balanço mais adequado de nutrientes com maior soma de bases,
capacidade de troca catiônica e saturação por bases.
49

REFERÊNCIAS

ALVES FILHO, A. Desinfecção de lodo de esgoto anaeróbio para fins agrícolas.


Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG. 2014. (Dissertação de Mestrado).
Disponível em:
<https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/12207/1/DesinfeccaoLodoEsgoto.pdf>.
Acesso em: 4 dez. 2018.

BAYER, C.; MIELNICZUK, J. Dinâmica e função da matéria orgânica. In: SANTOS, G. A.;
SILVA, L. S.; CANELLAS, L. P.; CAMARGO, F. A. O. (Ed.). Fundamentos da matéria
orgânica do solo: ecossistemas tropicais e subtropicais. 2. ed. Porto Alegre: Metrópole, 2008.
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