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O Livro Da Lei No Grau de Companheiro

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GUSTAVO ADOLFO BORGES

O Livro da lei no Grau de Companheiro Maçom.

SÃO PAULO

2021

ARLS RANGEL PESTANA | 1


1. DESENVOLVIMENTO

O L∴ da L∴

O L∴ da L∴ ou L∴ S∴ é, numa visão ampla, a compilação de um conjunto de revelações


feitas por seres superiores dignos de veneração, sendo transcritos por membros
escolhidos. Ou então, segundo outra interpretação, uma reunião de doutrinas que
abordem significativamente as inter-relações entre os seres humanos, o espírito e o
universo.

Nas diversas partes do globo temos vários LL∴ SS∴:

Na Índia os L∴ são os chamados Vedas: o Rig-Veda – o livro dos versos, o Yajur-Veda –


o livro das sagradas formas, o Sama-Veda – o livro dos cânticos e o Atharva-Veda
– o livro dos contos de fascinação e poderes mágicos. Existe também o Livro
Bhagavad Gitã (o Canto do Bem-Aventurado) que é atribuído a Krisna, que seria uma
das encarnações de Vishnú, o criador, que ensina como se tornar um sábio dentro de
um ciclo de sucessivas existências.

Na China o Yi-King, escrito por Fo-Hi, provavelmente o mais antigo sábio da história
humana, versa sobre as relações do homem com o universo. Também existem os
livros escritos por Lao-Tse, fundador do Taoísmo , que discorrem sobre a origem do
universo e seu misticismo.

No Egito, o Livro dos Mortos trata da vida e da morte, é encontrado junto a múmias e
túmulos antigos.

Acredita-se que seja um guia para a alma dos mortos.

Podemos ainda citar o Alcorão para o Islamismo, o Antigo Testamento no


Judaísmo, além da Bíblia Sagrada no Cristianismo.

Dentro da Maçonaria, muito embora esta não seja uma religião, uma de suas bases é
a crença em um Princípio Criador, que denominamos o Grande Arquiteto do Universo.
No mundo ocidental, o Livro da Lei mais utilizado é a Bíblia Sagrada. A utilização de
outros livros tem gerado discussão entre os estudiosos da cultura maçônica.

Uma corrente prega que um dos princípios da Maçonaria é a tolerância, logo, é


perfeitamente possível a utilização de qualquer um dos Livros Sagrados,
respeitando-se a religião predominante na oficina.

Segundo Rizzadro da Camino, também é possível a utilização de dois Livros Sagrados –


a Bíblia e ao seu lado o Alcorão, quando na loja existirem obreiros islâmicos e/ou no
juramento de um islâmico.

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Outra vertente determina que a Bíblia Sagrada seja o único e possível Livro da Lei,
pois os rituais de iniciação da Maçonaria anglo-saxônica rezam ser a Bíblia o guia da
verdade e o único caminho até Deus.

E, é certo que, os rituais, lendas maçônicas, a doutrina e a moral maçônica no Rito


Escocês Antigo e Aceito estão baseados na história do povo israelita no Antigo
Testamento e a existência de Jesus Cristo no Novo Testamento, que compilados
formam a Bíblia Sagrada.

A leitura do L∴ da L∴ – Companheiro

A abertura do L∴ da L∴, no nosso caso, a Bíblia, simboliza a iluminação da Loja, ou seja,


a Loja não se encontra mais em trevas. Ela está sob a influência de um poder
iluminado, serve para invocar a benção do Grande Arquiteto do Universo. O ato de
abertura do Livro da Lei varia de acordo com o grau em que a Loja está trabalhando.

No grau de Aprendiz a abertura do Livro da Lei se dá em Salmo, capítulo 133,


versículos 1, 2 e 3. No grau de Companheiro a abertura do Livro da Lei se faz em Amós,
capítulo 7, versículos 7 e 8

Quem foi Amós

O “Profeta” Amós foi o introdutor do monoteísmo universal e criticava no seu livro, a


hipocrisia religiosa, os costumes impuros e a corrupção no governo. Amós pedia para o
povo estudar para deixar de serem escravizados, para purificarem suas mentes com
a prática da virtude, aplicando as tradições dos antepassados para o retorno à
estrutura de um povo forte e respeitado (essa crítica era dirigida, na época,
principalmente a Judá e Israel).

Amós era um cultivador de sicomoros, árvore que servia para a construção. Ele
anunciava que os muros dos Templos, dos Tribunais e das casas dos hebreus iriam
todos cair, pois foram construídos sem as ferramentas que lhes conferem a devida
estabilidade. Conhecimento que foi esquecido por preguiça ou por soberba. Aqui, o
prumo aparece como símbolo de retidão moral e intelectual. E, no versículo 8, “Eis que
Eu porei o prumo no meio do Meu povo de Israel,e daqui por diante nunca mais
passarei por ele” , Amós deixa claro a imperdoável falta cometida pelo povo de Israel.

O Esquadro e o Compasso

Para a abertura dos trabalhos no Segundo Grau, o Livro da Lei é aberto em Amós e,
após a leitura dos versículos, sobrepõe-se o Esquadro e o Compasso, entrelaçados com
a perna esquerda do compasso por cima e a direita por baixo das pernas do Esquadro.

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A perna do Compasso sobreposta sobre a perna do Esquadro carrega o
simbolismo do espírito superando a matéria. Ela fica no lado Sul que é o lado
mais iluminado da Loja, onde sentam-se os Mestres e Companheiros, que
simbolicamente desenvolvem um trabalho superior ao da coluna de Aprendiz.

Porque a escolha de Amós na abertura do Livro da Lei no Grau de Companheiro

Do diálogo com o Criador sobre o Prumo podemos aferir – o prumo simboliza o


Segundo Vigilante, o qual administra a coluna do sul, local dos Companheiros Maçons.

Durante a caminhada do Companheiro Maçom, durante seu aprendizado é


fundamental a prática da virtude. Virtude se reflete na tolerância em relação às
opiniões alheias, na fraternidade para com os indigentes, no socorro aos que
sofrem, no consolo aos aflitos e na instrução aos ignorantes. O prumo simbolizando a
elevação do espírito do ser humano, representa a reunião de todas as virtudes onde a
Justiça forma o sustentáculo de toda uma sociedade democrática e igualitária –
um fim que Amós buscava com suas pregações/críticas na época, ao povo de Israel.

Convém lembrar que, na passagem bíblica que representa a abertura da Loja no Grau
de Companheiro, o prumo encontra-se na mão de Deus e não nas mãos do profeta, de
onde podemos concluir que, como Companheiro devemos colocar o prumo em nossas
vidas para que possamos perceber nossas falhas e então, corrigi-las, e não se fazer de
prumo e iniciarmos o questionamento de outros irmãos quanto ao seu desvio de
conduta.

“A função do prumo na Maçonaria não é revelar falhas ou defeitos para arrastar-nos a


Juízo e desespero. A função do prumo é revelar falhas e defeitos, para que possamos
renascer a cada dia, lapidar a pedra bruta que somos e encontrar a verdade, a justiça e
a perfeição”. Segundo as palavras do Irmão Omero .

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2. CONCLUSÃO

O Prumo, a Justiça e a Equidade – essa tríade expressa à lição de se ter pautado a vida
com disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um. Tal como Amós, o
dever de possuir um sentimento de justiça avesso a qual O Prumo, a Justiça e a
Equidade – essa tríade expressa à lição de se ter pautado a vida com disposição de
reconhecer igualmente o direito de cada um a qualquer critério de desigualdade e
tratamento ilegal. O muro levantado a prumo suporta um conjunto de princípios
imutáveis de justiça que induzem o juízo da consciência a possuir um critério de
moderação e de igualdade, ainda que em detrimento do direito objetivo.

Amós e a abertura do Livro da Lei importam nos elementos alegóricos que aludem
àquele que busca aprimoramento norteado para uma vida de igualdade, retidão e
equanimidade.

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3. BIBLIOGRAFIA

https://sites.google.com/site/portaldemaconaria/trabalhos-e-

pesquisas/mestre/--o-livro-da-lei

http://www.mkmouse.com.br/livros/OlivrodaleiIImaconaria.pdf

http://www.fraternidadeserrana.com.br/O%20profeta%20Amos.

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