As cartas do

O perigo da acomodação

Igreja de Pérgamo

A primeira coisa que Jesus fala aos cristãos de Pérgamo é que Ele
conhece o lugar onde habitavam, entende as circunstâncias que se
encontravam, que estavam sob pressão e que tinham permanecido fiéis
mesmo depois do que aconteceu com Antipas (bispo da igreja, discípulo de
João e mártir cristão – morto “cozido” dentro de um bezerro de bronze),
porém viviam onde estava localizado o trono de Satanás.
Pérgamo foi o centro de quatro grandes cultos pagãos: Zeus,
Dionísio, Esculápio e Atena, fora o culto ao imperador. Os cultos pagãos e
a idolatria prosperava em Pérgamo, sem contar o aumento do domínio do
Império Romano; esta é a razão dessa mensagem, afirmar que os cristãos
estavam vivendo onde Satanás habitava, estavam vivendo no centro do
poder romano pagão, hostil e perseguidor.
Os crentes da cidade viviam em constante pressão por causa desses
cultos, para que adotassem essas práticas, para que se acomodassem, para
se tornarem como todos os demais da cidade. Mas para alguns crentes,
ceder significaria cair do precipício, renunciar à fé em Jesus. Porém, eles
estavam começando a descer em um escorregadio declive e este foi o alerta
dado por Jesus.
Os cristãos de Pérgamo haviam conseguido manter a sua fé durante
os tempos difíceis, entretanto, estavam começando a ceder às pressões,
estavam abrigando aqueles que praticavam as doutrinas de Balaão (falso
profeta, subornado para amaldiçoar Israel, levando-os para a prática da
idolatria e a imoralidade sexual); já os nicolaítas era provavelmente uma
seita pagã que pregava que os atos carnais não afetavam a pureza da alma
(não importa o que fizesse com o corpo, a alma continuaria inabalável, o
que levava a prática da imoralidade sexual). Então, dentro da igreja havia
pessoas pregando essas coisas e levando os membros a praticarem tais
coisas, ao descumprimento das Leis de Deus. É nesse ponto que estavam se
conformando com o paganismo, e para os pagãos, a infertilidade não era
errado.
Os cristãos sabiam o que era certo e errado, sabiam o quanto Deus
queria que a fidelidade conjugal fosse preservada, mas estavam cedendo
aos ensinamentos que os levariam a direção contrária, estavam adotando
atividades que abalavam alguns de seus valores básicos. Ao longo da
história, os cristãos têm enfrentado os mesmos problemas. Quando Satanás
não conseguia destruir a igreja por meio da perseguição ele mudava sua
metodologia.
Pérgamo significa “exaltado”.
Muitas pessoas entraram na igreja durante os séculos IV e V, a igreja
começou a receber favores do estado romano. O imperador Constantino se
converteu ao cristianismo e com essa popularidade mudanças começaram a
ocorrer na igreja cristã, quando os pagãos se convertiam, traziam para
dentro da igreja muitas das coisas praticadas antes. Os romanos gostavam
de construir estátuas e o culto ao imperador era comum, e essas coisas
foram incluídas na igreja de Cristo.
Constantino tinha uma admiração especial pelo deus Sol, Apolo. No
livro A História da Igreja Oriental tem a seguinte descrição sobre essa
paixão do imperador: “As moedas de Constantino tinham de um lado as
letras do nome de Cristo e do outro lado a figura de Apolo, o deus-sol,
como se ele não ousasse renunciar à proteção do deus-sol” (pág. 184).
Aos poucos, durante esse período os mandamentos de Deus foram
substituído por doutrinas humanas. O simples princípio bíblico da salvação
pela fé em Jesus foi trocado pelo compilado sistema de salvação pelos
dogmas e decretos da igreja. O apelo de Deus para o Seu povo daquela
época era por fidelidade à Sua Palavra.
Acomodação: a mensagem a Pérgamo nos adverte contra esse mal.
Ela ocorre quando nos convencemos de que algo errado está certo, quando
sabemos que algo não está em harmonia com Deus, mas as fazemos mesmo
assim, fechamos os olhos para o perigo, e isso é muito arriscado,
principalmente quando se caminha a beira do precipício. Mas a questão é:
como a igreja de Pérgamo chegou a esse ponto?
Em Pérgamo tinha um local dedicado a Esculápio, chamado de
Asclepiom, e era como um spa de tratamento medicinal, cheio de
comerciantes e terapeutas da saúde. O comerciante que fosse para lá,
recebia atendimento de primeira e podia escolher o tipo de tratamento que
iria receber, que ia de banho de lama a banhos em águas curativas, depois
iam até a biblioteca para uma leitura relaxante ou terem seus sonhos
analisados (atual psicoterapia ou psicanálise). Pérgamo não era uma
“cidadezinha” a margem do Império Romano, sua cultura era rica e
disputava com a cultura de Atenas e Alexandria. Em outras palavras, a
cultura pagã de Pérgamo oferecia às pessoas um sofisticado conforto,
“fazendo-as bem”, adormecendo-as.
A acomodação era a doença identificada pelo Grande Médico e qual
o remédio oferecido por Ele? O que pode nos proteger da acomodação? A
Palavra, a Palavra da vida.
Pérgamo tinha uma grande biblioteca, que comportava mais de
200.000 pergaminhos, uma quantidade fenomenal para a época. Alguns
dizem que o líder Marco Antônio tomou a biblioteca e a deu a Cleópatra. O
povo da cidade tinha uma obsessão em colecionar livros, e a recomendação
de Cristo aos cristãos era que ao invés de só colecionarem livros,
estudassem mais a fundo a Palavra da Vida, o Livro dos livros.
Em Apocalipse 2.12, Jesus se apresenta como alguém empunhando
uma espada afiada de dois gumes, parece ser um instrumento cirúrgico,
usado pelo Médico das almas. Em Efésios 6.17, Paulo dala sobre essa
espada; a Espada do Espírito é a Palavra de Deus, que nos ilumina e nos
transforma. O autor de Hebreus reforça isso em Hebreus 4.12; a Palavra de
Deus é uma faca afiada de dois gumes que alcança as partes mais profundas
do nosso ser, revelando nossos pensamentos mais secretos, deixando claro
nossos motivos ocultos. Então esse é o instrumento que Cristo trás aos
cristãos de Pérgamo, Ele chega até eles como a espada de dois gumes.
Mais para a frente, Ele os repreende acerca dos nicolaítas, pessoas
que estavam distorcendo a compreensão de Deus e de Sua Palavra. No
versículo 16 de Apocalipse 2, vemos Jesus falando novamente sobre a
espada, aqui Ele empunhará a espada (Bíblia) contra a acomodação em
uma batalha contra aqueles que estavam minando a fé. O que Jesus quer
dizer é que a Sua Palavra é o remédio para a acomodação.
É preciso absorver a Palavra e permitir que ela penetre em nosso
coração, precisamos edificar a nossa fé com base em Suas afirmações. A
Palavra vai nos mostrar o que é a verdade de Deus e o que não é a verdade
de Deus, ela vai nos mostrar o que é espiritualidade genuína e o que não é,
vai nos levar e nos conduzir a um relacionamento saudável com Deus, é a
Palavra que nos impede de cair no precipício. Nossos sentimentos nem
sempre são de confiança, outras pessoas nem sempre são confiáveis, mas a
Palavra de Deus sempre nos aponta na direção correta.
Naquele tempo as pedras representavam a condenação ou a inocência
(preta e branca), então em um julgamento, o juiz levantava uma das pedras
quando ia aplicar a sentença final ao réu. Existe uma maravilhosa promessa
para aquele que ganhar, para aquele que se posiciona contra a acomodação,
Apocalipse 2.17, em outras palavras, é Deus declarando que todo seu
passado não importando o quão obscuro tenha sido, estará perdoado.
Uma pedra branca também era dado as vezes aos convidados quando
deixava a casa de um amigo, o anfitrião quebrava a pedra ao meio e ficava
com a metade e dava a outra para o convidado (amigo), isso significava que
se alguns dos entes queridos dele (amigo) passasse pela cidade e estivesse
com a metade da pedra dada pelo anfitrião, e as metades se encaixasse,
seriam bem-vindos e recebidos com alegria. A pedra branca é a maneira de
Deus dizer que você não apenas é declarado inocente, mas também é bem-
vindo em Sua casa, você tem um lugar em Sua casa.

Pérgamo.

História
Localização: Pérgamo foi uma antiga cidade grega, rica e poderosa,
na Eólia (região histórica da Grécia Antiga que envolvia o oeste e o
noroeste da Ásia Menor). Localiza-se a 26 quilômetros da costa do Mar
Egeu (mar interior da bacia do Mar Mediterrâneo, situado entre a Europa e
a Ásia), em um promontório (acidente geográfico) no lado norte do rio
Caicó (atual Bakirçay) e a noroeste de Esmirna. Era um monte com
formato cônico, que se elevava a mais de 250 metros em relação aos vales
ao seu redor.
Cultura: Entre Éfeso e Esmirna, Pérgamo era culturalmente mais
importante, pois além de possuir a segunda maior biblioteca do mundo
(perdia apenas para a biblioteca de Alexandria, no Egito), ela era conhecida
pelo Altar de Pérgamo, dedicado a Zeus e a cidade foi a primeira a
construir um templo dedicado ao imperador.
 Vejamos mais da parte cultural de Pérgamo:

1. Acrópole Superior: (acrópole é a parte do estado construída nas partes

mais altas do relevo da região. A posição tem tanto valor simbólico
[enobrecer os valores humanos], como estratégicos [melhor defesa]).
1.1. Altar de Pérgamo: a estrutura mais famosa da cidade é o altar
monumental dedicado a Zeus. As fundações ainda estão localizadas
na cidade alta, mas os restos do friso de Pérgamo estão expostos no
Museu de Pérgamo, em Berlim.
1.2.Teatro: o teatro, bem preservado, data do período helenístico e
tinha a capacidade de comportar mais ou menos 10.000 pessoas, em
78 fileiras de assentos.
1.3.Templo de Dionísio: Dionísio tenha o epíteto Kathegemon (“o
guia”) e já era adorado no último trimestre do século III a.C.,
quando os Atálidas fizeram dele o deus principal de sua dinastia e
no século II a.C., Eumenes II provavelmente construiu um templo
para ele, que ficava no extremo norte do terraço do teatro. Dionísio
era o deus do vinho.
1.4.Templo de Atena: Atena é a deusa da sabedoria, das artes, da
inteligência, da guerra e da justiça. O templo mais antigo de
Pérgamo é dedicado a ela, construído no século IV a.C.
1.5.Biblioteca: a biblioteca de Pérgamo foi a segunda maior biblioteca
da época, ficando atrás apenas da biblioteca de Alexandria (Egito).
Nela havia mais de 200.000 pergaminhos, uma quantidade
fenomenal para a época. O povo de Pérgamo era obcecado em
colecionar conhecimento.
1.6.Trajaneum: localizado no ponto mais alta da cidade está o Templo
de Trajano. Durante as escavações, fragmentos de estátuas de
Trajano e Adriano foram encontrados nos escombros.

2. Acrópole Inferior
2.1.Ginásio: uma grande área de ginásio foi construída no século II
a.C., no lado sul da acrópole. Era formada por três terraços mais
baixos: o mais baixo e mais ao sul é pequeno e quase sem
edificação, e é conhecido como ginásio inferior e foi identificado
como ginásio dos meninos; o terraço do meio media cerca de 250
metros de comprimento, na parte norte, havia um salão de dois
andares e na parte leste, achava-se um pequeno templo prostilo de
ordem coríntia. Já o terraço superior media 150X70 m², tornando-se
 o maior, esse complexo era conhecido como área de palestra e tinha
uma sala de aula em forma de teatro. A área oriental do ginásio foi
substituído por um complexo de banhos no período do Império
Romano.
2.2.Santuário de Hera: o santuário de Hera Basileia (“a rainha”) ficava
ao norte do terraço superior do ginásio, sua estrutura ficava em dois
terraços paralelos: ao sul a cerca de 107,4 metros acima do nível do
mar e ao norte, a cerca de 109,8 metros acima do nível do mar.
Todos os edifícios do santuário era feito de traquito (rocha
vulcânica), porém a parte visível do templo era feita de mármore.
2.3.Santuário de Deméter: Deméter é considerada a deusa da
agricultura, quem nutria a terra. É considerada também como a
protetora do casamento, a deusa da gestação e das leis sagradas. Seu
santuário era velho, ocupava uma área de 50X110 m² acima do nível
médio da encosta sul da cidade. No lado leste do pátio tenha mais de
10 fileiras de cadeiras dispostas em frente à stoa (corredor) do Norte
para os participantes dos mistérios de Deméter. Cerca de 800
pessoas podiam ficar juntas nesse local

3. Ao pé da acrópole
3.1.Santuário de Esculápio: 3 quilômetros ao sul da acrópole, no vale,
situava-se o Santuário de Esculápio (conhecido também como
Asclépio), o deus da cura. Aqui, pessoas com problemas de saúde
podiam se banhar na água da fonte sagrada e tinham seus sonhos
analisados (psicanálise ou psicoterapia), e segundo relatos, em
sonho Esculápio os curava ou dizia como curar a doença. Estruturas
notáveis no Asclepiom incluem:

 Templo romano  Fonte de cura

 Stoa do norte  Passagem subterrânea
 Stoa do sul  Biblioteca
 Templo de Esculápio  Caminho Sagrado
 Templo de Telesforo  Um propileu

OBS : Esculápio teria sido filho de Apolo, um deus, e Corônis, uma

mortal; teria nascido de cesariana após a morte da mãe, o menino foi
levado para ser criado pelo centauro Quíron, que o educou na caça e nas
artes da cura. Aprendeu o poder curativo das ervas e cirurgia, ficou tão
habilidoso que podia dar vida aos mortos e por conta disso, foi morto por
Zeus.
3.2.Templo de Serápis: é uma estrutura notável em Pérgamo,
construído para adorar aos deuses egípcios: Íris (ajudava os mortos a
entrarem na pós vida) e Serápis (deus da vegetação e do mundo
subterrâneo). Hoje o templo é conhecido como a “Basílica
Vermelha” (em turco Kizil Avlu). Segundo estudiosos, no ano de
92, o bispo da igreja de Pérgamo, Antipas, foi vítima de um
confronto entre os adoradores de Serápis e os cristãos.

Bíblia
A igreja de Pérgamo se encontrou em uma difícil situação. Por todos
os lados, os vizinhos praticavam idolatria e davam honra aos governadores
romanos. Os cristãos permaneceram fiéis em relação a verdade do Senhor,
o único Soberano. Porém, com tantas influências externas e de falsas
doutrinas pregadas DENTRO da igreja, gerou um impacto negativo dentro
deles, maculando a congregação com falsas doutrinas que incentivavam os
irmãos a praticarem idolatria e imoralidade sexual. Jesus chamou-os ao
arrependimento para evitar o castigo divino.
Apresentação de Cristo: Apocalipse 2.12 diz: “Escreva a
Pérgamo, ao Anjo da igreja. Assim diz Aquele cuja palavra é
como uma espada afiada – aqui estão as Palavras da
espada:” Jesus se apresenta como alguém que tem uma espada
afiada pronta para empunhá-la. Em Efésios 6.17, Paulo fala a
respeito dessa espada: “Tomai também a espada da Salvação e
a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.” A espada,
portanto, é a Palavra, que nos ilumina e nos transforma. Em
Hebreus 4.12-13 reforça o significado da espada: “Tudo que
Deus diz é sério. O que ele diz acontece. Sua poderosa
Palavra é aguda como o bisturi e capaz de cortar tudo, seja
dúvida, seja desculpa, mantendo-nos abertos para ouvir e
obedecer. Nada – nem ninguém – está fora do alcance da
Palavra de Deus. Não se pode fugir dela – não há como.” A
Palavra de Deus é viva, e eficaz e cumpre os propósitos de Deus.
Penetra até as profundezas da personalidade humana, julgando
nossos mais profundos pensamentos e propósitos. A Palavra de
Deus é uma espada afiada que tem o poder de ferir e de curar ao
mesmo tempo.
Fidelidade: Apocalipse 2.13: “Vejo onde você vive, bem
debaixo da sombra do trono de Satanás. Mas você continua
ousando em meu Nome; nunca negou meu Nome, nem
mesmo quando a pressão era insuportável, quando
martirizaram Antipas, minha testemunha que permaneceu
fiel a mim no território de Satanás.” Jesus conhece muito bem
Suas igrejas, “Eu conheço você” disse à igreja de Efésios; não
adianta tentar esconder, porque Ele sabe. “Eu conheço você”
falou para Esmirna, afirmando que conhecia a pobreza em que a
igreja vivia. E agora Jesus fala a mesma coisa para Pérgamo.
Quando Jesus falou para Éfeso, estava se referindo as obras, no
caso de Esmirna, estava se referindo ao sofrimento que a igreja
estava passando. Já para Pérgamo, Jesus fala a respeito do
contexto em que a igreja estava inserida.
Pérgamo tinha uma qualidade: a fidelidade. Ela não negava a
Jesus como Senhor, que Ele era Cristo. A igreja de Pérgamo
estava fazendo a obra.
Trono de Satanás: Pérgamo foi a capital da Ásia por 400 anos.
Pérgamo superava Éfeso e Esmirna, tanto na questão cultural,
quanto na questão religiosa, pois os cultos aos deuses eram
mais presente, mais fomentados do que nas outras duas
cidades. É neste contexto que a igreja estava inserida, e por
conter uma biblioteca gigantesca, as pessoas tinham mais
conhecimento. Mas por que o trono de Satanás se localizava
em Pérgamo? Existem três razões pelas quais Jesus faz essa
afirmação: 1° O grande Templo de Zeus; 2° O Templo ao
Imperador; 3° O Santuário de Esculápio (deus serpente).
Todas elas era uma negação a Trindade; era uma afronta a
Trindade, porque eles entendiam que Zeus substituía o Deus
Pai, eles entendiam que o deus Esculápio, o deus da cura,
substituía o Espírito Santo, porque seria o deus dos dons; e o
imperador se considerava um filho de deus: era uma afronta a
Jesus Cristo. Toda cidade fazia frente a Trindade.
Entretanto, essa fala de Jesus, se referindo ao trono de Satanás
não seja relacionado a essas construções, não é relação ao
concreto e sai ao governo de Satanás, a igreja de Pérgamo
estava em um lugar governado por Satanás, ele não está mais
influenciando pessoas, ele está governando o sistema, a
mentalidade instalada no lugar. Portanto, a expressão Trono de
Satanás vem do modo como Satanás agia através das pessoas,
pois Pérgamo havia se transformado em um facilitador para
que as ideias que iam contra Deus pudessem prevalecer.
Antipas: Discípulo de João, foi o bispo da igreja de Pérgamo,
foi morto por não adorar ao imperador, por não negar sua fé
em Cristo Jesus. Antipas foi colocado dentro de um
boi/bezerro de bronze, e foi aceso uma fogueira e ele morreu
assado. Ele resistiu até a morte e a igreja também, ela não
ficou só nas quatro paredes, e essa era a qualidade da igreja:
ela não ficou no templo, ela saiu dali.
Doutrina de Balaão: Apocalipse 2.14: “Mas por que você
tolera os seguidores de Balaão? Não lembra que Balaão foi
o inimigo que seduziu Balaque e atrapalhou a
peregrinação de Israel, promovendo festas idólatras e
imorais?” (Balaque era rei dos moabitas e iria lutar contra os
israelitas, porém estava com medo, pois vira o que os israelitas
fizeram com os amorreus, então o Balaque decidiu chamar o
profeta Balaão, um profeta de Deus. O rei ofereceu dinheiro ao
profeta para amaldiçoar Israel, porque o rei sabia que o que o
profeta falava, acontecia, e Balaão aceita [mostrando que não
é um profeta de verdade] o dinheiro, vai ao alto de uma
montanha que dava vista para o exército israelita. Entretanto,
por três vezes Balaão tenta amaldiçoar os israelitas, mas não
consegue, porque Israel era abençoado por Deus. Então
Balaão, instrui o rei (Números 31.16) para que “as filhas de
Moabe... convidaram” os homens de Israel para comer e
dormir com elas (Números 25.1-2). Sucumbir ao erro levou à
idolatria e, o povo de Deus começou a adorar o deus moabita
Baal-Peor [deus da sensualidade].
Essa estratégia usada por Satanás no tempo de Balaão foi
usada na igreja de Pérgamo, pois os cristãos não negaram a fé
e nem a Jesus, mas se submeteram pouco a pouco aos
ensinamentos e doutrinas de “Balaão”, ou seja, estavam se
prostituindo e adorando a outros deuses.
Doutrina dos nicolaítas: Apocalipse 2.15: “E por que você se
relaciona com os nicolaítas, que fazem o mesmo?”. Nicolau
havia se convertido ao cristianismo, havia entendido e queria
seguir Jesus, porém ele tinha um caso com uma mulher que
não era sua esposa, mas ele queria Jesus. Como queria as duas
coisas, acabou criando uma doutrina para satisfazer a sua
vontade (a alma). Essa doutrina falava que qualquer coisa que
você faça no seu corpo ou na alma, o seu espírito não seria
“punido” porque não estaria cometendo pecado. Outra coisa
pregada por ele e seus discípulos era que quanto mais você
pecar, mais evidente se torna a graça de Deus em você.
Havia em Pérgamo uma postura recomendada por Deus, mas
também havia uma prática que Deus reprovava. Ela exaltava a
Cristo, celebrava Seu nome, mas era de boca, pois seus
relacionamentos não promoviam a santidade. A igreja de
Pérgamo se esqueceu que a verdadeira fé cristã tinha a ver
com a coerência entre o que se fala e o que se vive. Jesus citou
os dois exemplos: Balaão e os nicolaítas, para explicar a
prática de um só erro: idolatria.
Arrependimento: Apocalipse 2.16: “Portanto, arrepende-se;
e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com
a espada da minha boca.” – Jesus empunhará a espada
(Palavra) contra a acomodação, uma batalha contra aqueles
que estavam acabando com a fé. Mas, o que é
arrependimento? METANOIA – mudar a direção da vida a
fim de ser obediente (Lucas 3.8-9), deixando de observar
rituais na esperança de escapar da condenação. “Sentir
remorso” (gr. metamelonai) significa lamentar-se pela forma
como as coisas aconteceram (como no caso de Judas, (Mateus
27.3), enquanto a palavra grega metanoeo significa “mudar a
mente” ou “arrepender-se” (Lucas 13.3; 2 Coríntios 7.10).
Esse tipo de arrependimento foi exibido pela mulher
samaritana, que testemunhou o que o Messias fez em sua vida
(João 4.28-29,42). – Novo Testamento. No Antigo
Testamento, o arrependimento é expresso mais de forma
coletiva do que individual. Era mais fácil, comum, o povo
sentir culpa como nação do que individualmente, e o juízo de
Deus normalmente afetava a nação toda, enquanto o
arrependimento costumava ser expresso como um ritual
coletivo (Ezequiel 14.1-3).
 Arrependimento x Remorso
Remorso: sentimento profundo de culpa, tristeza os aflição. É uma
reação normal quando reconhecemos uma coisa errada que fizemos, é a
nossa consciência nos dizendo que agimos mal. Isso nos faz sentir culpa
sempre que pensamos sobre essa ação errada, nos punindo como
infelicidade. Isso é, o problema ainda não foi consertado. REMORSO
MATA!!!
Arrependimento: leva a uma dor genuína pelo sofrimento causado a
alguém. O arrependimento leva a mudança, ao invés de continuar sentindo
remorso, sem fazer nada, escolhemos mudar de vida e procuramos formas
para fazer isso.
O arrependimento individual e a contrição de coração precedem o
recebimento dos dons de Deus, pois somente quando estamos dispostos a
admitir que não somos nem podemos ser autossuficientes é que nos
tornamos capazes de receber Aquele que é tudo em todos. O
arrependimento é uma ação contínua na vida do crente, que se lamenta
pelos pecados cometidos contra um Deus Santo e, diariamente, toma a
decisão de mortificar sua natureza pecaminosa, que se sente
autossuficiente, e de depender inteiramente de Cristo e do que Ele fez na
cruz. O arrependimento genuíno traz a vida abundante em Jesus (João
10.10).
Arrependimento, para o Deus Criador, é a disposição para a mudança
(“compadecer” no Salmo 106.45 e “arrepender” em Jeremias 18.8).
Deus não é inconstante, como nós, para mudar de ideia influenciado por
caprichos ou argumentos. Todavia, por causa da nossa obediência, Ele pode
se compadecer de nós.
PS: a Bíblia nos explica que há dois tipos de tristezas: a que destrói e
a que leva à salvação (2 Coríntios 7.10). A “tristeza segundo o mundo”
apenas produz remorso, que traz culpa e condenação, e gera a morte. Mas a
“tristeza segundo Deus” leva ao arrependimento.

Remorso Arrependimento
Condenação Solução para a condenação
Culpa Perdão
Peso Alívio
 Tristeza Mudança

É a Palavra de Deus que cura, pois ela é a espada que sai da Sua
boca. É ela que nos exorta e que nos mantem na linha com vida.
Maná escondido: Apocalipse 2.17a: “Seus ouvidos estão
abertos? Então ouça. Ouça as Palavras do Vento, o
Espírito soprando através das igrejas. Vou dar o maná
secreto a todo vencedor...” – Deus alimentou os israelitas
miraculosamente com maná durante a jornada deles pelo
deserto. Posteriormente, um vaso com o maná foi colocado
diante da Arca no Tabernáculo (Êxodo 16.32-34; Hebreus
9.4). Deus estava treinando o povo para confiar nEle, pois
todos os dias Ele mandava o alimento. O maná era dado todos
os dias, logo temos que acessá-lo todos os dias. Para vencer as
doutrinas de Balaão e dos nicolaítas temos que diariamente ter
contato com o maná, não adianta querer comer pela semana,
porque não funciona. A Palavra de Deus satisfaz.
Pedra branca: Apocalipse 2.17b: “... e também uma pedra
branca inscrita com seu novo nome, seu novo nome
secreto.” As pedras brancas eram usadas para indicar a
absolvição por um júri; também eram utilizadas como
“ingresso” para festivais ou banquetes públicos. Em outras
palavras, é Deus declarando que todo seu passado, por mais
obscuro que tenha sido, está perdoado. Significa também que,
além de você ser considerado inocente de todas as acusações,
Deus te dá um “ingresso” para entrar em Sua casa, você tem
um lugar especial em Sua mesa.
Novo nome: Apocalipse 2.17b: “... e também uma pedra
branca inscrita com seu novo nome, seu novo nome
secreto.” – um novo nome, frequentemente, sugeria uma nova
direção de vida, principalmente de uma pessoa abençoada por
Deus (ex. Abrão – Abraão; Sarai – Sara; Jacó – Israel). Em
Isaias 62.2-4 vemos alguns nomes que são mudados:
desampara e desolada receberam nomes novos: Minha-
Delícia e Desposada, nomes que indicam que Jerusalém
pertencia ao Senhor. Esses nomes são trocadilhos hebraicos e
ilustra uma mudança de caráter. As qualificações negativas
dão lugar às caracterizações positivas.
 Deus tem um novo nome para cada um de nós. Ele tem um novo
alimento e uma nova identidade para nós. Quando aceitamos a Cristo e
nascemos novamente, recebemos também um novo nome em Deus.
Quando fomos batizados, recebemos um novo nome, de acordo com
Mateus 28.19, novo nome no Pai, no Filho e no Espírito Santo. 2
Coríntios 13.13 explica esses nomes e revela o nome da Trindade:
 Pai – AMOR: nos chamamos amor, porque fomos
batizados em nome do Pai, e o nome do Pai é amor;
 Filho – GRAÇA: nos chamamos graça porque fomos
batizados em nome do Filho, e Seu nome é graça;
 Espírito – COMUNHÃO: nos chamamos comunhão
porque fomos batizados no Espírito, e Seu nome é
comunhão.
Mas no final, receberemos um nome que só Deus e aquele que
receber a pedra branca saberá e para isso é necessário ter intimidade com
Deus, pois Ele quer ter intimidade conosco, falar coisas ao nosso coração,
sussurrar, e só sussurra para o outro ouvir quando se está perto. O sussurrar
de Deus ao nosso ouvido significa que estamos perto dEle.
Finalizar: A igreja de Pérgamo fraquejou, mas foi chamada ao
arrependimento e houve uma promessa de vida. Vivemos onde
está o trono de Satanás, mas precisamos viver o
arrependimento e Deus sempre estará conosco.