Concepção e Dimensionamento de Um Muro de Terra Armada
Concepção e Dimensionamento de Um Muro de Terra Armada
Concepção e Dimensionamento de Um Muro de Terra Armada
Obras de Escavação e
Contenção
Trabalho 2
2015/2016
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Trabalho 2 – Concepção e dimensionamento de um muro de Terra Armada
Introdução
Este trabalho teve como base o colapso de um talude junto a uma estrada localizada no
concelho de Soure. Com este trabalho pretendeu-se efetuar um novo dimensionamento
relativamente ao trabalho nº1, desta vez um muro de terra armada. Com este tipo de
abordagem foi introduzido um novo conceito, a interação “reforço-solo”.
O reforço dos solos sustenta-se em técnicas que introduzem elementos resistentes que
tornam possível ao maciço em questão, suporte determinadas solicitações as quais por si só não
está habituado ou não consegue resistir.
Os elementos de reforço são então colocados na direção das trações máximas, sendo
que por atrito o solo traciona estes mesmos elementos. Ao introduzir estes reforços, pelo
princípio da ação reação, o solo é confinado, sendo melhoradas as características mecânicas do
mesmo.
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Trabalho 2 – Concepção e dimensionamento de um muro de Terra Armada
A escolha do muro foi imposta pelo próprio trabalho, sendo que relativamente ao 1º
trabalho, no caso do nosso grupo o dimensionamento de um muro de gabiões, o muro de terra
armada apresenta algumas vantagens, sendo as mesmas apresentadas abaixo:
A terra utilizada neste tipo de muros é normalmente composta por material granular
conferindo elevadas resistências na interface solo-armadura, deformações pequenas e de fácil
colocação em obra.
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Trabalho 2 – Concepção e dimensionamento de um muro de Terra Armada
Imagem 2 – Escamas
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Trabalho 2 – Concepção e dimensionamento de um muro de Terra Armada
Todos os cálculos efetuados quer para o dimensionamento externo do muro, quer para
o dimensionamento interno, foram efetuados de acordo com o RFOTA (Regulamento Francês
de Obras de Terra Armada).
A altura proposta inicialmente para este muro foi de 6 metros, altura essa que se
manteve possível, dado que a mesma é múltipla de 0,75, a altura das escamas que constituem
o paramento. Quanto à largura transversal do muro o RFOTA propõe que a mesma seja no
mínimo 70% da altura. Optou-se por questões de estabilidade, por uma largura de 5.2 metros.
A determinação de todos os impulsos foi feita com base na teoria de Coulomb, dado que
é a situação mais realista, devido à existência de atrito na interface de contacto solo-paramento.
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Ka 0,297
1 𝐼𝑞𝑏 = 𝐼𝑞𝑠 = 𝑘𝑎 ∗ 𝑞 ∗ 𝐻
𝐼𝑎 = ∗𝑘 ∗𝛾∗𝐻
2 𝑎
Combinações Fundamentais:
.
Foi somente efetuada a análise sísmica a nível interno, visto que a nível externo já tinha
sido feita no trabalho anterior, para este caso o procedimento seria exatamente o mesmo,
sendo que a nível interno o dimensionamento sísmico foi calculado através da seguinte fórmula:
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com:
Kh 0,107
O RFOTA propõe ainda que se deve considerar um fator minorativo da resistência total
dependendo do estado limite em análise:
As forças atuantes que foram consideradas são, os impulsos ativos a atuar sobre o muro
(impulso do solo, impulso provocado pela sobrecarga do tráfego mais pavimento). Estes
impulsos fazem com que o muro sofra uma translação.
A força resistente, ou de atrito mobilizada na base, será provocada pelo peso próprio do
muro, em que a resistência mobilizada entre o solo e a base da fundação depende
essencialmente da rugosidade existente no contacto, logo considera-se δb=φ´solo natural
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Trabalho 2 – Concepção e dimensionamento de um muro de Terra Armada
Esta verificação foi feita para a combinação 2 ( ϒ = 18 Kn/m3) , visto que para este valor
de gama o peso do muro será menor , logo será a situação mais desfavorável.
F.S = 3.033
com:
Ia = 114.048
Iah = 137.196
Iav = 48.114
Verificação ao Derrube
A verificação ao derrube não foi efetuada dado que a base do muro tem uma largura
considerável , logo o derrube não ocorrerá, sendo a sua análise dispensável.
As forças atuantes a ser consideradas serão os impulsos ativos a atuar sobre o muro
(impulso do solo, impulso provocado pela sobrecarga do tráfego mais pavimento) e o peso do
muro.
A combinação tida em conta para este tipo de análise foi a combinação 1 ( ϒ = 20 Kn/m3),
visto ser esta a situação a situação mais desfavorável, devido a considerar o solo de maior peso,
o que se pode tornar mais favorável a rotura do solo de fundação.
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F.S = 3.668
Com:
e,
Factores de inclinação
iq 0.722
ic 0.712
iϒ 0.614
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Estabilidade Global
Análise Sísmica
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Para além da estabilidade externa deve também ser verificada a possibilidade de rotura
interna do muro de terra armada. Neste tipo de muros a sua estabilidade interna depende
essencialmente da capacidade das armaduras resistirem às forças de tração mobilizadas no
interior do mundo.
O RFOTA sugere dois tipos de abordagem, equilíbrio local e global, sendo que neste caso
foi utilizado o método de equilíbrio local, onde foi avaliada a tração máxima aplicada a cada
reforço.
Primeiro passo nesta verificação foi determinar a zona ativa e a zona resistente, em que
o RFOTA propõe:
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armaduras espaçadas de 0.75 m, resultando que a ultima armadura se encontra a 0.36 metros
acima da base do muro.
Relembra-se que foram efetuadas 2 análises principais, para um solo sem reforço e
outro solo com reforço, sendo que para cada uma destas 2 combinações se efetuou uma análise
extra de verificação sísmica e outra em que se desprezou a sobrecarga existente no topo do
muro. As tensões em função do nível da armadura para cada uma das combinações são
representadas em baixo:
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1.14
1.89
2.64
3.39
4.14
4.89
1.14
1.89
2.64
3.39
4.14
Tmáx C1
4.89
5.64 Tmáx C2 Tf C2 Tf C1 Tr
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1.14
1.89
2.64
3.39
Tmáx C1
4.14
Tf C1
4.89
Tmáx C2 Tr
5.64 Tf C2
De referir, que o dimensionamento foi condicionado pela ação sísmica, visto que
inicialmente para a combinação 1 e 2 com e sem sobrecarga, se começou com uma largura do
muro inicial de 4.7 metros e de fitas de reforço de largura de 60mm exceto para a ultima fita (a
de maior profundidade) em que a largura seria de 90mm, apesar de que nestes quadros as
tensões já estarem todos em função da largura do muro final de 5.2 metros.
Apesar de a zona geográfica onde se situa a nossa construção, em Soure, não ser uma
zona com muita propensão sísmica, optou-se pelo lado da segurança dimensionando o muro em
conformidade com tal até porque já tinha existido um colapso prévio nesta estrada.
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Anexos
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