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Semana2 8ano

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SEMANA 2

UNIDADES TEMÁTICAS:
Crenças Religiosas e Filosofias de Vida.
OBJETOS DE CONHECIMENTO:
Crenças, filosofias de vida e esfera pública.
HABILIDADES:
(EF08ER27MG) Conceituar o que é laicidade e a relação entre Estado Republicano e religião.
(EF08ER04X) Exemplificar e debater sobre as possibilidades e os limites da interferência das tradi-
ções religiosas na esfera pública.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Conceito de laicidade. A laicidade e sua relação entre Estado Republicano e religião. Interferência
das tradições religiosas na esfera pública.

TEMA: Quando o Estado não é laico


Olá, estudante!
Esta semana vamos continuar tratando o tema que começamos na semana passada. Só que, desta vez,
vamos falar de Estados que não são laicos. Anime-se, porque hoje você vai aprender muitas coisas novas!

BREVE APRESENTAÇÃO – Tipos de Estado


Nem todos os Estado seguem a laicidade como modelo político. Veja, a seguir, alguns exemplos de
opções bem diferentes da que experimentamos aqui, no Brasil.

Estado confessional
Estado confessional é aquele que adota uma religião oficial. Essa religião adotada não terá poder irres-
trito e absoluto e pode não estar tão fortemente ligada às decisões governamentais e às políticas de
Estado. No entanto, o simples fato da adoção de uma religião oficial pode excluir a importância das
outras. Um exemplo atual de Estado confessional é a Inglaterra. Embora haja plena liberdade, o anglica-
nismo ainda é considerado a religião oficial.

Estado teocrático
Teocracias ou estados teocráticos são aqueles em que há uma religião oficial adotada e os sistemas
Legislativo e Judiciário estão sob tutela dessa religião. As atuais teocracias são os países subjugados
às leis religiosas (como o Irã, orientado pelo Islã) e o Vaticano, menor Estado do mundo, sob orientação
cristã Católica.

Estado ateu
Um Estado ateu é aquele que combate a religião em seu interior por não enxergar nas práticas reli-
giosas algo que reforce a ideologia e a postura de tal Estado. Exemplos de Estados ateístas são os
países socialistas do século XX, como a União Soviética, a China e a Coreia do Norte. Todos os países
mencionados garantem, hoje, a liberdade religiosa, e a Rússia (integrante da extinta União Soviética) é,
atualmente, um país laico.
Adaptado de PORFÍRIO, Francisco. Estado laico. Brasil Escola, 2021. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/estado-
laico.htm>. Acesso em 06 maio 2021.

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PARA SABER MAIS:
• Entenda mais sobre o anglicanismo neste texto. Disponível em: <https://www.todamateria.com.
br/anglicanismo/>. Acesso em: 12 de maio de 2021.
• Conheça mais sobre o sistema político islâmico neste texto. Disponível em: <https://www.isla-
memlinha.com/index.php/artigos/arte-a-cultura/item/aspectos-do-sistema-politico-islamico>.
Acesso em: 12 de maio de 2021.
• O texto de Oleg Egorov fala sobre a antirreligiosidade na União Soviética, e as circunstâncias que
permitiram a sobrevivência da Igreja Ortodoxa. Disponível em: <https://br.rbth.com/historia/
82834-igreja-ortodoxa-russa-urss>. Acesso em: 12 de maio de 2021.
• A matéria de Ana Marques Maia fala sobre a campanha soviética contra as religiões. Disponível
em: <https://www.publico.pt/2019/11/18/p3/fotogaleria/beleza-cartazes-antireligiosos-uniao-
-sovietica-398066>. Acesso em: 12 de maio de 2021.

ATIVIDADES
1 - Leia o texto a seguir.
Rainha não vai ao casamento de Charles
A rainha Elizabeth II não participará da cerimônia civil do casamento de seu filho Charles com Camilla
Parker Bowles, marcado para o próximo dia 08 de abril, anunciou o Palácio de Buckingham.
Em comunicado divulgado ontem, foi informado que a rainha participará apenas da bênção e “está muito
feliz” de poder receber os noivos numa recepção a ser realizada depois da união. […].
“A rainha e os demais membros da família real participarão, claro, do serviço religioso na St. George
Chapel, no Castelo de Windsor”, afirmou a porta-voz do palácio. “Ela está muito contente de oferecer a
recepção no castelo. Mas sua principal preocupação é que a cerimônia civil seja o mais discreta possí-
vel, de acordo com o desejo dos noivos. […].
Um especialista em família real e amigo pessoal de Charles afirmou que a rainha tomou uma “boa deci-
são” ao optar por não participar da cerimônia civil.
Segundo ele, Elizabeth II demonstrou claramente seu apoio à união, mas, como chefe da Igreja Angli-
cana da Inglaterra, “não gostaria de ir a um casamento num cartório”.
Fonte: Adaptado de O Globo, 23/02/2005, O Mundo, p. 29. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/
id/388017/noticia.htm?sequence=1&isAllowed=y> . Acesso em 11 maio 2021.

Atualmente, o anglicanismo é a religião oficial da Inglaterra. Organizada durante o reinado de Henrique


VIII, uniu católicos e protestantes ingleses sob uma mesma denominação religiosa. Sua criação, dife-
rentemente de outras igrejas reformadas, aproxima-se mais de motivos políticos que teológicos. Dessa
forma, desde então o monarca da Inglaterra é também o chefe da Igreja Anglicana.
Por esse motivo, a família real inglesa deve, necessariamente, professar o anglicanismo como religião,
e cumprir seus princípios. Isso já trouxe muitos problemas pessoais para a família real. O texto retrata a
ausência da rainha Elizabeth II do casamento de seu filho Charles com Camilla, que era divorciada. Por
esse motivo, eles tiveram de optar por um casamento civil.
Outros casos semelhantes aconteceram ao longo da história. O rei Eduardo VIII, tio da atual rainha,
escolheu abdicar ao trono por ter sido impedido de se casar com a divorciada Wallis Simpson. Por outro
lado, percebemos que esse mesmo rigor não foi aplicado no caso do casamento do príncipe Harry com
Megan Markle, igualmente divorciada.

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Ainda assim, o povo inglês pode usufruir de plena liberdade religiosa.
Responda as questões a seguir, de acordo com seus conhecimentos sobre laicidade e sua opinião pessoal.

a) O Reino Unido é considerado um país confessional, mas com liberdade religiosa. Você considera
essa liberdade verdadeira, tendo em vista as imposições e restrições aplicadas à família real?
Justifique sua resposta.

b) Na sua opinião, qual é o limite entre a tradição religiosa de um povo e a laicidade do Estado?

2 - O cartaz a seguir é exemplo de publicidade antirreligiosa da extinta União Soviética.


Tradução: O povo soviético está, com toda a determinação, expondo
a natureza anti-popular dos sectários. Não importa em que deus eles
se possam apoiar. Com motivações próprias, os pregadores sectá-
rios e seus assistentes, eNcolhidos em buracos remotos e fétidos,
deformam moral e fisicamente as pessoas, afastam-nas da vida pro-
fissional e social e corrompem os jovens.
Do jornal Izvestia, cartaz da coleção In True Light. 1962.

Disponível em: <https://www.publico.pt/2019/11/18/p3/fotogaleria/beleza-cartazes-


antireligiosos-uniao-sovietica-398066>. Acesso em: 12 maio 2021.

a) Essas acusações são verdadeiras ou falsas? Explique.

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b) Esse tipo de postura é compatível com a laicidade do Estado? Justifique sua resposta.

3-A
 sharia é a lei islâmica, que se baseia no
Alcorão e no hadith, que é o registro das
palavras e atos de Mohammed. Ela contém
premissas para todos os aspectos da vida. Sua
aplicação, atualmente, é objeto de disputa
entre muçulmanos conservadores e liberais.
Por isso, vemos diferenças de comportamento
nos países islâmicos. Alguns são mais rigorosos
no cumprimento da sharia, outros adotam
posicionamentos mais abertos. A situação das
mulheres é um dos temas que possui maior
Mulheres afegãs vestindo burkas.
variação entre os países do mundo islâmico.
Disponível em: < http://g1.globo.com/Noticias/
O Estado que adota as premissas de uma tradi- Mundo/0,,AA1334306-5602,00-SITUACAO+DA+MULHER+NO+AF
EGANISTAO+NAO+MELHOROU.html>. Acesso em 12 maio 2021.
ção religiosa como fundamento para suas leis é
chamado de:

a) Estado democrático.

b) Estado fanático.

c) Estado sistemático.

d) Estado teocrático.

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SEMANA 3

UNIDADE TEMÁTICAS:
Crenças Religiosas e Filosofias de Vida.

OBJETO DE CONHECIMENTO:
Crenças, filosofias de vida e esfera pública.

HABILIDADE:
(EF08ER04X) Exemplificar e debater sobre as possibilidades e os limites da interferência das tradi-
ções religiosas na esfera pública.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Interferência das tradições religiosas na esfera pública.

TEMA: O tênue limite entre laicidade e confessionalidade


Olá, estudante!
Nesta semana, vamos continuar discutindo sobre os limites necessários para que haja uma real laici-
dade de Estado.
Faça as atividades com bastante dedicação. Temos certeza de que você se sairá muito bem!

BREVE APRESENTAÇÃO

Sabia que 64 países têm símbolos religiosos em suas bandeiras nacionais?


A bandeira brasileira tem alguns símbolos que podemos identificar facilmente: as estrelas, por exem-
plo, mostram a quantidade de estados da nossa nação e o Distrito Federal. As cores representam: as
matas e florestas (retângulo verde), o ouro (losango amarelo), o céu estrelado (círculo azul) com a faixa
“Ordem e Progresso”. Em nossa bandeira, não há um símbolo religioso, porém, eles estão presentes
nas bandeiras nacionais de um terço do total de 196 países do mundo. Isso significa que 64 países são
incluídos nessa categoria religiosa, de acordo com uma pesquisa realizada pela Pew Research.
Segundo as análises do estudo, dessas nações, cerca de metade têm símbolos cristãos (48%) e um
terço inclui símbolos islâmicos religiosos (33%) em suas bandeiras, sendo oriundos dos dois maiores
grupos religiosos do mundo, que aparecem em várias regiões.
Acerca dos símbolos cristãos, alguns países da Comunidade de Nações Britânicas (composta por 53
nações) continuam a incorporar referências cristãs em suas bandeiras. Além destas, Espanha, Grécia,
Noruega e República Dominicana estão entre os países que utilizam símbolos nacionais cristãos.
O islamismo, segunda maior religião presente no mundo, comina muitas nações do continente africano.
Os símbolos islâmicos são encontrados nas bandeiras dos 21 países da África subsaariana, na região
Ásia-Pacífico, no Oriente Médio e Norte da África.
Em se tratando de símbolos religiosos budistas ou hindus, eles aparecem em cinco bandeiras nacio-
nais, sendo que, em três desses casos, os símbolos se aplicam a ambas as religiões. Por exemplo, a
bandeira cambojana retrata Angkor Wat, um templo historicamente associado tanto com o hinduísmo
quanto com o budismo.

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