Artigo Seminário No Ensino Médio
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Resumo
1
Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI
Campus Santo Ângelo). Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida
e Saúde na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professora no Magistério Público Estadual do Rio
Grande do Sul. E-mail: gracielidp@hotmail.com.
2
Licenciada em História pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI Campus
Santo Ângelo). Especialista em Orientação Educacional, pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS,
Campus Cerro Largo). Mestranda no Programa de Pós Graduação em Educação na Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS Campus Chapecó). Professora no Magistério Público Estadual do Rio Grande do Sul. E-
mail: luthimv@hotmail.com
ISSN 2176-1396
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Introdução
Contudo, o ensino tradicional oferecido em grande parte das escolas brasileiras não vai
além das expectativas dos alunos. Ou seja, a configuração das metodologias utilizadas pelos
educadores em sala de aula muito frequentemente não contribui para a formação humana
integral voltada para a cidadania. É preciso ir além daquilo que os livros didáticos oferecem.
Há necessidade urgente de oferecer cada vez mais aos alunos oportunidades para que pautem
seu aprendizado na pesquisa crítica, na busca por soluções aos problemas reais do seu
cotidiano, buscando para isso os conhecimentos científicos construídos. Nas palavras de Thier
e Daviss (2001, p. 7):
condição para que um trabalho inovador aconteça e para que um seminário seja realizado de
maneira a garantir aprendizagem, nesse sentido, o autor afirma que:
Metodologia
como preocupa-se em destacar as condições para que exista um grupo de trabalho: situação-
problema, roteiro de discussão e diferentes tipos de estimulação por parte do professor.
Planejamento do seminário
Desenvolvimento do seminário
Cada grupo foi instruído a elaborar uma apresentação sobre o seu tema para expor em
forma de seminário na turma. Para isso, contaram com auxílio da professora no
esclarecimento de dúvidas, montagem teórica do trabalho, busca de informações em fontes
científicas, orientações sobre as atividades que deveriam ser realizadas extraclasse, como:
construção de maquetes, cartazes, material informativo, experimentos e demonstrações. Além
disso, cada grupo elaborou duas perguntas sobre a temática pesquisada em grupo e entregou
para a professora, para que esta pudesse utilizá-las na avaliação do trabalho desenvolvido
pelos grupos.
No dia marcado para o desenvolvimento dos seminários, os educando trouxeram
prontos seus materiais expositivos: slides em Power Point, cartazes, experimentos concluídos,
folhetos explicativos e as duas questões solicitadas. Durante a realização do seminário a
professora interviu nas explicações, fazendo contribuições, questionamentos para toda a
turma, exemplificando com aspectos locais. Essa participação da professora como mediadora
durante o seminário foi de extrema importância para que os alunos se sentissem amparados e
tivessem segurança na explanação do conteúdo, pois a mesma provocou discussões sobre
temáticas relacionadas à realidade dos alunos e incitou reflexões acerca do comportamento
dos alunos frente às problemáticas ambientais levantadas.
A turma participou dando exemplos, fazendo perguntas, sugerindo assuntos para
contribuir com a ampliação dos conhecimentos dos grupos sobre os temas pesquisados. As
perguntas formuladas pelos grupos foram corrigidas pela professora e em seguida
disponibilizadas para que todos pudessem respondê-las.
Avaliação do seminário
A avaliação feita no dia da apresentação dos grupos, assim como das demais fases do
seminário, passou por várias etapas, de maneira que todos os envolvidos pudessem participar
efetivamente do planejamento, execução e avaliação do próprio trabalho.
A avaliação inicial foi feita com anotações da professora a partir da análise da
apresentação dos alunos. Em seguida foi realizada uma auto-avaliação individual de cada
aluno e em relação ao grupo de trabalho. Além destas análises, foi realizada uma avaliação
entre os grupos, onde todos tiveram a oportunidade de avaliar os colegas que apresentaram,
discernindo aspectos como postura, comunicação com a turma, domínio do conteúdo,
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interesse na participação. Finalmente, foi realizada uma avaliação teórica para verificar a
aprendizagem conceitual em forma de questões de múltipla escolha e questões discursivas.
Ressalta-se que, embora uma das atividades envolvidas foi a realização de uma aula
interdisciplinar, a avaliação teórica final foi realizada em cada componente curricular
envolvido, destacando-se a avaliação no componente Biologia, a qual abarcou a maioria dos
conceitos científicos vistos durante o seminário.
Perspectiva construtivista
Essa visão traz a perspectiva de que o seminário torna a aula construtiva porque
prioriza participação e interação dos alunos na aprendizagem do conteúdo, pois ao mesmo
tempo em que aprendem, ensinam num processo coletivo de construção de conhecimentos.
Conforme assinalam os estudantes: “É uma aula construtiva que não é cansativa” (A3); “As
aulas são bem aproveitadas [...] principalmente quando fizemos círculo e debatemos um
assunto, onde se torna legal e diferente e onde nos traz o conhecimento de uma só vez. [...] Os
trabalhos são as formas mais legais, pois temos interação com o grupo e aprendemos mais,
pois temos que explicar o que nem nós sabemos direito para todos, onde aprendemos e
ensinamos ao mesmo tempo” (A6); “O seminário ajuda no aprendizado, pois é como se as
aulas fossem feitas por nós mesmos e foi muito útil para o melhor entendimento do conteúdo”
(A7).
“Com certeza um trabalho de êxito, com seus poréns, apesar do empenho de poucos,
alguns deixaram a desejar e como algo desta magnitude é tão importante, acabou por
prejudicar alunos que por culpa de grupos despreparados ficaram desprovidos de
conhecimento. Uma solução para tal seria uma inserção mais forte da orientadora
nos trabalhos para avaliar suas apresentações com mais êxito e deste modo não
prejudicar o próximo” (A11).
Alguns alunos, como a fala citada anteriormente pelo estudante A11, destacam a
importância da intervenção da professora para que as atividades do seminário sejam melhor
aproveitadas, especialmente deixando explícita a forma de avaliação individual em relação ao
domínio do conteúdo.
aula. Não podemos desconsiderar as enormes possibilidades surgidas pela interação entre
eles” (BONALS, 2005, p. 13).
Ainda segundo Bonals (2005), na sala de aula há determinadas funções que são
inerentes ao trabalho em pequenos grupos, como: a regulação das aprendizagens, quando os
próprios alunos do grupo organizam-se no seminário para cumprir as atividades propostas e a
função socializadora da atividade, favorecendo o diálogo, criando possibilidades de interação
e participação de todos, expressando verbalmente suas opiniões sobre o trabalho realizado em
algum momento durante a atividade. No mesmo sentido, Gil (2008, p. 171-172) traz que a
maneira de conduzir o seminário como uma forma de debate, possibilita aos estudantes
desenvolverem, dentre outras habilidades, a capacidade de trabalhar em equipe.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes Curriculares Nacionais
caminham no mesmo sentido ao referenciarem a importância de oferecer aos estudantes um
ensino que proporciona a compreensão dos conteúdos relacionados às situações cotidianas,
envolvendo o aluno de tal forma que ele se reconheça como agente da aprendizagem e
transformador do seu meio e/ou da comunidade:
Considerações Finais
Nesse contexto dos desafios emergentes que surgem na educação básica brasileira,
especialmente no que se refere à formação humana integral pautada na e para a cidadania no
Ensino Médio Politécnico, os desafios que permanecem giram em torno de alguns aspectos:
- investimento na formação continuada para aprimoramento em metodologias inovadoras;
- reconhecimento da importância da pesquisa como princípio educativo na educação básica;
- promover na escola o uso de dinâmicas interativas e integradoras como os seminários,
habituando os alunos como sujeitos importantes no processo de ensino-aprendizagem;
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REFERÊNCIAS
BALZAN, N. C.. Sete asserções inaceitáveis sobre a inovação educacional. In: GARCIA,
Walter E. (Org.). Inovação Educacional no Brasil: problemas e perspectivas. (pág. 287-300)
Campinas: Editora dos Autores Associados. 1995.
PATTON, M. Q. Qualitative Evaluation Methods. 7. ed. Beverly Hills, CA: Sage, 1986.
RIO GRANDE DO SUL. Projeto Lições do Rio Grande. Secretaria Estadual de Educação,
SEDUC - RS, 2009.
RIO GRANDE DO SUL. Regimento Padrão do Ensino Médio Politécnico: Parecer CEED
nº 310/2012. Secretaria Estadual de Educação, SEDUC - RS, 2012.