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Tec Mil I Vol 1

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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
(ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO)

CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS


PERÍODO DE QUALIFICAÇÃO

COLETÂNEA DE MANUAIS
DE
TÉCNICAS MILITARES I

VOLUME I

2017

Observações:
ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag

1-APRESENTAÇÃO, NOMECLATURA E MANEJO DO AT-4

CAPITULO I- LANÇA ROJÃO 84MM (AT-4)................................................................5

1.1.Apresentação............................. ...................................................................5

1.2.Características...............................................................................................5

1.3. Descrição e nomenclatura............................................................................6

1.4.Manejo.........................................................................................................12

1.5.Funcionamento............................................................................................18

1.6. Medidas de segurança...............................................................................22

1.7. Subcalibre AT-4 (Scal AT-4)......................................................................24

CAPÍTULO II - CONSIDERAÇÕES SOBRE O EMPREGO DO L Roj AT- 4...33

2.1.Dotação......................................................................................................33

2.2. Emprego em deslocamento fluvial.............................................................33

3.3. Emprego em ambiente de selva................................................................33

2.4. Meios de transporte...................................................................................34

2.5.Alvos............................................................................................................34

2.6.Armadilhas...................................................................................................34

2.7. Comandos de tiro......................................................................................35

2.8. Destruição em zona de combate...............................................................35

2.9. Emprego tático...........................................................................................36

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................1/260)


2 - MANEABILIDADE DE FRAÇÃO.................................................................39
CAPÍTULO III- ESCOLA DO GRUPO DE COMBATE.....................................39

3.1 - O GC Motorizado, Leve e Paraquedista...................................................39

3.2 - Atribuições dos Componentes...................................................................39

3.3 - Rodízio de Funções...................................................................................41

3.4 - Enunciar Funções......................................................................................41

3.5. Formações..................................................................................................41

3.6 - Mudança de Frente e Formação...............................................................46

3.7Deslocamentos.............................................................................................46

3.9.Altos.............................................................................................................47

3.10. Observação e Controle.............................................................................47

3.11. - Técnicas de Progressão..........................................................................48

CAPÍTULO IV-MANEABILIDADE DO

GC.......................................................49

4.1 - Movimentos sob vista e fogos do inimigo..................................................49

4.2 - Entrada em posição...................................................................................52

4.3 - Manobra do GC.........................................................................................52

4.4 - Distribuição dos fogos...............................................................................54

4.5 - Mecanismos para Distribuição dos Fogos.................................................56

4.6 - Conduta no Assalto...................................................................................57

4.7 - Defesa Passiva contra Aviação, Blindados e Agentes QBN.....................58

CAPÍTULO V- ESCOLA DO GRUPO DE APOIO.............................................59

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................2/260)


5.1. Organização...............................................................................................59

5.2 - Atribuições dos Componentes...................................................................59


5.3 - Enunciar Funções......................................................................................60

5.4. Formações..................................................................................................61

5.4 - Emprego das Peças do Gp Ap..................................................................61

CAPÍTULO VI- ESCOLA DO PELOTÃO DE FUZILEIROS..............................63

6.1. Organização...............................................................................................63

6.2 - Atribuições dos componentes...................................................................63

6.3. Formações..................................................................................................65

6.4 - Técnicas de Progressão............................................................................73

3 - METRALHADORA 7,62 MAG .................................................................... 82

CAPITULO VII- APRESENTAÇÃO, CARACTERÍSTICAS, ACESSÓRIOS E

SOBRESSALENTES, MUNIÇÃO DA MTR 7,62 MAG.....................................82

7.1.Apresentação...............................................................................................82

7.2.Características.............................................................................................82

7.3- Acessórios e sobressalentes .....................................................................84

7.4- Munição .....................................................................................................85

CAPITULO VIII–DESMONTAGEM E MONTAGEM DE 1º ESCALÃO ...........85

8.1- Medidas Preliminares ................................................................................85

8.2- Operações de Desmontagem: ..................................................................85

8.3- Desmontagem de 2º escalão.....................................................................90

8.3- Montagem de 1º e 2º Escalão ...................................................................94

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................3/260)


CAPITULO IX- MANEJO DA MTR 7,62 MAG..................................................94

9.1- Manejo da arma ........................................................................................94


9.2- Manejo do Reparo M971 Terrestre ...........................................................97

CAPITULO X- FUNCIONAMENTO E INCIDENTE DE TIRO.........................104

10.1-Funcionamento das peças móveis..........................................................105

10.2- funcionamento do mecanismo de alimentação .....................................109

10.3- Funcionamento dos mecanismos do gatilho e do registro de segurança

.........................................................................................................................113

10.4- Funcionamento do amortecedor de recuo .............................................115

10.5- Incidentes de tiro ...................................................................................116

CAPITULO XI- TÉCNICA DE TIRO

...............................................................118

11.1- Características do tiro das metralhadoras .............................................118

11.2- Classificação dos tiros ...........................................................................122

11.3- Gêneros ou modos de tiro .....................................................................131

11.4- Regime de tiro .......................................................................................139

11.5- Controle do tiro ......................................................................................141

11.6-Tiro arrado...............................................................................................146

11.7- Tiro no intervalo e flanco de tropa amiga ..............................................151

11.8- Tiro por cima de tropa amiga e obstáculo .............................................152

11.9-O TIRO MASCARADO............................................................................172

CAPITULO XII-ROTEIROS DE TIROS...........................................................180

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................4/260)


4 - CANHÃO SEM RECUO 84 mm (CSR 84 mm) - CARL GUSTAF............167

CAPITULO XIII- APRESENTAÇÃO NOMECLATURA, DESMONTAGEM E

MONTAGEM DO CAN 84 SR CARL GUSTAF..............................................186


13.1.Apresentação...........................................................................................186

13.2.Descrição.................................................................................................189

13.3. Desmontagem e reposição....................................................................191

13.4. Desmontagem e reposição da alavanca de engatilhar e haste de

disparo.............................................................................................................197

13.5. Desmontagem e reposição da mola do extrator.....................................198

CAPITULO XIV–FUNCIONAMENTO..............................................................199

14.1.Mecanismo de disparo e venturi.............................................................200

14.2. Dispositivos de segurança......................................................................202

14.3. Munição
.................................................................................................204

CAPÍTULO XV– MANEJO, INCIDENTES DE TIRO E MANUTENÇÃO........212

15.1. Manutenção ...........................................................................................212

15.2. Incidentes de tiro.....................................................................................214

CAPITULO XVI–TÉCNICA DE TIRO..............................................................218

16.1 - Regras de pontaria ...............................................................................219

16.2 - Avaliação de distâncias.........................................................................223

16.3 - Visada pela alma (luneta telescópica, mira simples e adaptador de

subcalibre).......................................................................................................226

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................5/260)


CAPITULO XVII – ESCOLA DA PEÇA E DA SEÇÃO DO CSR 84mm CARL

GUSTAF... .....................................................................................................228

18.1 - Comandos iniciais de fogo para o tiro...................................................228

18.2 - Comandos de tiro subseqüente.............................................................233


18.3 - Técnica de tiro de posição de tiro..........................................................236

18.4.- Escola da peça......................................................................................237

18.5 - Emprego tático.......................................................................................246

REFERÊNCIAS

- IP 23-34 Lança Rojão 84mm AT-4 1ª edição 1998;

- EB60-ME-14.004 Armto, Mun e Tiro Volume 1 – Mtr 7,62 M971 MAG edição

2013;

- EB60-CI-14-026 Instr Compl Vol 1 – Maneabilidade 1ª edição 2012;

- IP 23-81 CSR 84mm 1ª edição 1998;

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................6/260)


1 –APRESENTAÇÃO, NOMECLATURA E MANEJO DO AT-4
(FONTE: IP 23-34 Lança Rojão 84mm AT-4 1ª edição 1998)

CAPITULO 1 – LANÇA ROJÃO 84MM (AT-4)


1.1. Apresentação
O AT-4 é um armamento anticarro, sem recuo, portátil, de emprego
coletivo que utiliza o porta-tiro como lançador, sendo descartável após o uso. O
disparo é feito do ombro do atirador nas posições de pé, ajoelhado, sentado ou
deitado. Mediante um fio de tração, pode ser empregado como armadilha.
O AT-4 dispara uma granada de alto explosivo anticarro, com traçador,
eficaz primordialmente contra alvos blindados, e secundariamente, contra
fortificações e pessoal.
1.2. Características
É um armamento de peso reduzido e manejo simples, possuindo grande
poder de letalidade e um alcance efetivo longo se comparado a outros
armamentos de sua classe;
Para identificação dos itens, o sistema de arma AT-4 apresenta faixas
coloridas, próximas ao punho, obedecendo ao seguinte código de cores :

COR INDICAÇÃO ITEM


AMARELA MUNIÇÃO COM ALTO-EXPLOSIVO AT-4
AZUL MUNIÇÃO DE EXERCÍCIO Scal AT-4
BRANCA MUNIÇÃO CARGA DE SOPRO SIM AT-4

A. Tipos de munições e dados numéricos

DADOS HEAT AT4 LMAW CS HP AT4

alto explosiva arma de assalto

anticarro múltiplo
COMPRIMENTO APROX.1m APROX.1m APROX.1m
PESO 6,7 kg 7,5 kg 7,6kg
VELOCIDADE NA 290m/s 230m/s 220m/s
BOCA
ALCANCE EFETIVO 300m 300m -Veículos 300m
500m -Prédios

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................7/260)


PENETRAÇÃO >400mm >150mm >500mm
NABLINDAGEM
DISTÂNCIA 15- 40m 15 -40m 10 – 20m
PARAARMAR
MODO NÃO SIM NÃO
IMPACTO/RETARDO

B. Efeito atrás da blindagem


a. Grande quantidade de fragmentos;
b. Aumento da pressão;
c. Forte iluminação;
d. Calor;
e. Redução de visibilidade; e
f. Ignição de óleo diesel e munição.

C. Dados numéricos
a. Peso ............................................................... 6,7 kg
b. Calibre ............................................................ 84 mm
c. Comprimento .................................................. 1 m
d. Peso da granada ............................................. 1,8 Kg
e. Velocidade inicial ............................................. ± 250 m/s
f. Alcance eficaz .................................................. 300 m
g. Alcance máximo.............................................. 2100 m
h. Penetração em blindagem ............................... 400 mm

1.3. Descrição e nomenclatura


a. Porta tiro - O porta tiro é um tubo feito de plástico reforçado com fibra
de vidro e possui um difusor (Venturi) de alumínio na sua parte posterior. As
extremidades do tubo são guarnecidas com protetores de borracha que atuam
amortecendo choques durante o transporte do material. Uma coifa veda a
abertura anterior do tubo, o qual apresenta decalques com ilustrações e
instruções que possibilitam a identificação e o manejo do armamento. Fixados
ao tubo encontram-se o mecanismo de disparo, o aparelho de pontaria, o punho

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................8/260)


e a coronha rebatíveis, as almofadas de apoio e a bandoleira. A munição
propriamente dita está alojada no interior do porta tiro.

1 - Difusor 6 - Punho
2 - Pino de segurança 7 - Bandoleira
3 - Mecanismo de disparo 8 - Botão de disparo
4 - Alavanca de armar 9 - Coronha rebatível
5 - Tampas do aparelho de pontaria 10 - Almofadas de apoio

1 - Massa de mira 4 - Protetor do difusor


2 - Alça de mira 5 - Almofadas de apoio
3 - Munição 6 - Coifa e Protetor

b. Mecanismo de disparo - O mecanismo de disparo é protegido por um


alojamento fixo ao tubo‚ e apresenta externamente o botão de disparo e três
dispositivos de segurança: pino de segurança, alavanca de armar e registro de

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................9/260)


segurança. O AT-4 não pode disparar, a menos que todas as seguranças tenham
sido desfeitas.

c. Aparelho de Pontaria
(1) O aparelho de pontaria consiste da alça de mira e da massa de
mira, sendo ambas alojadas sob as tampas protetoras. Quando as tampas são
abertas, o aparelho de pontaria é acionado por molas para a posição vertical.
(2) A massa de mira possui um vértice que é utilizado para apontar o
AT-4. Linhas brancas de referência facilitam o enquadramento da alça e da
massa de mira.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................10/260)


(3) A alça de mira possui uma placa com um orifício para visada em
condições normais de luminosidade. A placa pode ser movida para o lado direito
de modo que um orifício maior pode ser exposto. O orifício mais largo é destinado
a apontar sob condições limitadas de luminosidade.
(a) A fim de ajustar a alça para alvos em alcances diferentes existe um
registro de elevação e uma escala de distância. A ajustagem da distância para o
disparo pode ser feita com intervalos de 50 m, entre 100 e 500 m. A cada “CLIC”
do registro de elevação corresponde uma variação de 50 m em alcance.
(b) A alça deve ser ajustada em 200 m, para que seja possível rebatê-
la e fechar a tampa protetora.

d. Coronha e Punho - A coronha e o punho estão afixados ao


tubo e devem ser acionados para a posição vertical quando da preparação
do AT-4 para o tiro, para estabilizar o lançador no momento do disparo.

e. Almofadas de Apoio - As almofadas de apoio isolam o rosto


eo
ombro do atirador do contato direto com o tubo.

f. Bandoleira - A bandoleira é feita com uma tira de lona. Por


meio da
fivela, a bandoleira é prontamente ajustada para o comprimento desejado.

g. Munição
(1) A munição consiste de duas partes:
(a) conjunto do estojo; e
(b) granada de alto explosivo anticarro.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................11/260)


1 - Estojo 4 - Escorva
2 - Granada 5 - Estopilha lateral
3 - Carga de projeção 6 - Base do estojo

(2) O estojo é de alumínio ,contendo uma carga de projeção de base dupla


em forma de tiras, uma estopilha e carga escorva. A base do estojo é fechada
por um obturador. Durante o tiro, o obturador plástico se rompe e é ejetado com
os gases propelentes.

1 - Ogiva 6 - Traçador
2 - Corpo da granada 7 - Aleta estabilizadora

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................12/260)


3 - Carga oca 8 - Reforçador
4 - Conjunto do Dispositivo de Segurança 9 - Espoleta
5 - Conjunto das aletas

1.4. Manejo
a. Abertura do cunhete - O AT-4 é fornecido em cunhetes contendo 5
unidades. Para abri-los, desdobre as lingüetas de fechamento, com auxílio de
uma ferramenta (chave de fenda ou alicate), em 3 arestas consecutivas.
(1) Cunhete (peso de ± 51 kg)
(2) Desdobre as lingüetas para cima
(3) Abra os três lados

b. Inspeção - Ao receber um AT-4, proceda as seguintes verificações:


(1) colocação do pino de segurança;
(2) alavanca de armar na posição SEGURANÇA.
(3) coifa do lançador intacta e em posição;

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................13/260)


(4) código do tipo de lançador (AMARELO para o AT-4)
(5) aparelho de pontaria;
(6) difusor livre de obstruções;
(7) registro de segurança; e
(8) aspecto geral e integridade de toda a arma.

c. Transporte

d. Preparar para o tiro


(1) Retirar o pino de segurança.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................14/260)


Puxe o pino de segurança com a mão direita, como mostrado acima.

(2).Liberar a coronha e o punho.

Desdobre a coronha e o punho.

(3) Colocar o armamento no ombro.


(4) Liberar o aparelho de pontaria.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................15/260)


Mova as tampas protetoras, pressionando as suas extremidades para
baixo
(5) Liberar a alavanca de armar, empurrando-a para frente e para
baixo, na posição ARMADO

(6) Ajustar a alça de mira para o alcance estimado do alvo (se a


distância for inferior a 250 m não é necessário ajuste).

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................16/260)


1 - Ajuste a alça de mira; e
2 - Pressione a coronha de encontro ao ombro.

(7) Verificar se a área sujeita ao sopro está desimpedida.


(8) Firmar o lançador contra o ombro.

(9) Apontar.
Ver subparágrafo e. Pontaria (abaixo)
(10) Acionar o botão de disparo.

e. Pontaria
(1) A linha de mira é obtida mantendo-se o olho direito entre 6 a 8 cm
da alça de mira. A cabeça dever ser deslocada para a frente ou para

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................17/260)


trás, até obter o enquadramento correto da alça e da massa de
mira.

(2) Para alvos situados a menos de 250 m, a alça de mira não


necessita de ajuste, podendo permanecer no alcance de 200 m (alça de
combate).
(3) Para alvos localizados além de 250 m, a distância estimada deve
ser introduzida na alça de mira por meio do registro de elevação, até que seu
valor seja indicado na escala de distância ou pela contagem de “CLICS”.

f. Posições de tiro
(1) O AT-4 foi projetado para ser disparado do ombro, nas posições de
pé, ajoelhado, sentado e deitado. As posições não são rígidas e admitem
variações para atender a configuração anatômica de cada indivíduo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................18/260)


(2) Assegure-se de que a posição é adequada (confortável e estável)
para engajar o alvo.
(3) Em todas as posições o importante é manter o AT-4 firme contra o
ombro, e o olho direito entre 6 e 8 cm da alça de mira.
(4) Quando disparar o AT-4 de uma trincheira ou toca, assegure-se de
que a retaguarda da arma esteja desimpedida, acima do parapeito.
ATENÇÃO!
EM QUALQUER POSIÇÃO, ASSEGURE-SE QUE NÃO HÁ PARTES DO
CORPO EXPOSTAS AO SOPRO DO DISPARO NA RETAGUARDA DO
ARMAMENTO.

g. Cancelamento do tiro
(1) Caso o AT-4 tenha sido preparado para o tiro e o disparo tenha sido
suspenso, a segurança deve ser restabelecida da seguinte maneira:
(a) liberar o registro de segurança que deve retornar à posição
SEGURANÇA;
(b) posicionar a alavanca de armar na posição SEGURANÇA e
rebatê-
la;

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................19/260)


(c) colocar o pino de segurança em posição, no seu alojamento;
(d) registrar 200 m na alça de mira e rebater o aparelho de
pontaria, cobrindo-o com as tampas protetoras; e
(e) rebater a coronha e o punho.

h. Procedimento em caso de nega


Se ocorrer uma nega, mantenha a arma apontada para o alvo (ou zona
segura) por um mínimo de 30 segundos, então puxe a alavanca de armar para
engatilhar a arma, pressione o retém de segurança e acione o botão de disparo
uma vez mais. Se a nega persistir, mantenha a arma apontada na mesma
condição anterior, também por 30 segundos, então coloque-a novamente em
segurança, liberando o registro de segurança, colocando a alavanca de armar
na posição SEGURANÇA, e recolocando o pino de segurança, o AT-4 deve
então ser tratado como uma munição falhada, e de acordo com as instruções
pertinentes ao assunto.

1.5. Funcionamento
a. Mecanismo de disparo
(1) Após a retirada do pino de segurança, o AT-4 fica impedido de
atirar, graças a dois dispositivos de segurança independentes, enquanto a
alavanca de armar (14) estiver na posição de segurança.
(2) A haste de disparo (4) e seu pino excêntrico (12), não atua sobre o
pino de contato (8), pois nesta posição o pino excêntrico permanece direcionado
para a superfície (11) do alojamento central. A haste de segurança (16) não pode

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................20/260)


ser conduzida para a posição de disparo, em virtude da sua curvatura (13) estar
bloqueada pela parte posterior da haste de disparo.
OBSERVAÇÃO: a haste de segurança é bloqueada pela parte posterior
da haste de disparo.

(3) O mecanismo de disparo é armado pelo acionamento e movimento


da alavanca de armar (14) da posição SEGURANÇA para a posição ARMADO.
Durante este movimento, a mola (5) é comprimida e a haste de disparo
(4) gira 180 graus de modo que seu entalhe de armar (15) engraze com o dente
de armar (17) do gatilho. Ao mesmo tempo, o pino excêntrico (12) é alinhado
com o pino de contato (8), mas a haste de segurança (16) bloqueia o pino
excêntrico, evitando que alcance o pino de contato.
(4) O registro de segurança (18) pode agora ser comprimido para a
esquerda e como é tencionado por uma mola, ele deve estar pressionado nesta
posição por ocasião do disparo.
OBSERVAÇÃO: a haste de segurança evita que o pino excêntrico alce o
pino de contato.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................21/260)


(5) O mecanismo de disparo está agora inteiramente pronto para o tiro.
Quando o botão de disparo ‚ pressionado, a haste de disparo (4) é liberada
e impelida pela mola principal (5), fazendo com que o seu pino excêntrico (12)
bata no pino de contato (8).

(6) Com a sua superfície angular, o pino de contato aciona o percursor


(10) provocando a percussão da estopilha, a queima da carga escorva e
da carga de projeção.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................22/260)


b.
Disparo
(1) A pressão dos gases resultantes da queima da carga de projeção
arremessa a granada para fora do tubo e rompe o obturador plástico do estojo.
O estojo vazio permanece no tubo.

(2) A ação. decorrente da aceleração da granada ‚ compensada pela


reação da massa de gases que escapa pelo difusor e o lançador não sofre
impulsos prejudiciais ao atirador.

c. Funcionamento da granada
(1) O calor decorrente da queima da carga de projeção acende o misto
traçante colocado na extremidade posterior da granada.
(2) Quando a granada deixa o tubo, as aletas estabilizadoras se
desdobram e mantêm o projetil na posição correta durante a trajetória.
(3) Ao desdobrarem, as aletas liberam o rotor do dispositivo de
segurança da espoleta, e o detonador se alinha com a cadeia de iniciação.
(4) A granada fica armada entre 15 a 25 m do lançador.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................23/260)


(5) No impacto, mesmo sob um angulo de apenas 10 graus, o cristal
piezoelétrico, situado na extremidade da ogiva, ao se deformar, gera uma
corrente elétrica que deflagra o reforçador e a carga oca.

(6) Devido a forma e ao cone metálico usado para o revestimento da


carga explosiva, a onda de choque da explosão é concentrada numa pequena
área do alvo perfurando-o e arremessando em seu interior estilhaços, gases em
alta pressão e elevada temperatura, provocando baixas na guarnição,
danificando equipamentos e incendiando materiais combustíveis.

1.6. Medidas de segurança

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................24/260)


a. Generalidades
(1) Os maiores riscos de acidentes com o AT-4 são os resultantes do
elevado nível de ruído produzido pelo disparo e os decorrentes de detritos
lançados, em alta velocidade, pelo sopro de gases, à retaguarda do difusor.
(2) Os exercícios de tiro devem ser precedidos de instruções
preparatórias.
(3) Durante o adestramento, nenhum tiro deve ser efetuado com o AT-
4 sem a presença de um oficial encarregado.

b. Segurança do armamento
(1) O AT-4 possui três dispositivos de segurança:
(a) pino de segurança;
(b) alavanca de armar; e
(c) registro de segurança.
(2) Os três dispositivos deverão ser desfeitos para a execução do tiro.

c. Segurança do atirador
(1) Durante o tiro, protetores auriculares deverão estar sendo usados
por todos, dentro de uma distância de 25 metros do AT-4.
(2) Todos deverão usar capacetes, e o atirador deverá proteger a sua
nuca, desdobrando a gola da gandola ou do colete à prova de balas.
(3) Durante o disparo nenhuma parte do corpo do atirador deve ficar
atrás do difusor, exposta ao sopro dos gases.
(4) Na posição deitado, as pernas do atirador devem fazer um ângulo
de 45º à esquerda do AT-4, o pé direito deve repousar sobre a barriga da perna
esquerda.
(5) Disparos acidentais são evitados à medida em que sejam
cumpridas as normas de segurança e as instruções de manejo do AT-4,
principalmente no tocante à inspeção antes do tiro.
(6) Antes do tiro, verificar se o difusor está livre de material estranho e
se a coifa está sem avarias. Se a coifa estiver rompida, verificar no interior do
tubo a existência de água ou qualquer tipo de material, providenciando a seguir
a sua remoção.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................25/260)


d. Segurança à retaguarda
(1) A área de perigo para o pessoal à retaguarda do AT-4 corresponde
a um setor com um raio de 60 m e um ângulo de 45º para cada lado do eixo do
tubo.

(2) Durante a seleção da posição de tiro, devem ser evitados objetos


de grandes dimensões verticais (muros, paredes, morro, pedras, etc.) à
retaguarda, dentro de uma distância de 5 m do difusor.
(3) Quando o disparo for efetuado de uma trincheira, a posição deve
permitir que os gases passem sobre a borda da trincheira.

e. Segurança no campo de tiro


(1) O AT-4 nunca deve ser disparado sobre a tropa amiga.
(2) Durante o tiro, todas as pessoas que estiverem na área de perigo
deverão estar abrigadas em valas, trincheiras, etc., obedecendo uma distância
mínima de 5 m do AT-4.
(3) A distância mínima de segurança, entre o atirador e o alvo, para
realização do tiro com o AT-4, em qualquer tipo de terreno,é de 150 metros.
(4) Disparos através da vegetação devem ser evitados e somente
poderão ser executados quando esses obstáculos se encontrarem a 150 metros
do atirador (ver Capítulo 6).

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................26/260)


1.7. Subcalibre AT-4 (Scal AT-4)

A. GENERALIDADES
a. O Scal consiste em um lançador de AT-4 com adaptações
para
receber um cano calibre 9 mm e o respectivo ferrolho.
b. A trajetória do projetil traçante, da munição especial para
exercícios, é
similar à da granada de 84 mm do AT-4.
c. O subcalibre de 9 mm AT-4 (Scal AT-4) destina-se ao
adestramento dos utilizadores do AT-4 e proporciona substancial redução
no custo dos exercícios de tiro.

B. DADOS NUMÉRICOS
a. Peso ............................................... 7 kg
b. Comprimento .................................. 1 m
c. Calibre ............................................ 9 mm
d. Munição .......................................... 9x19 mm de exercício, traçante
e. Velocidade inicial ............................. 300 m/s
f. Alcance do traçador .......................... 500 m
g. Alcance eficaz ................................. 300 m
h. Alcance máximo.............................. 1600 m

C. DESCRIÇÃO E NOMENCLATURA
a. Os componentes específicos do Scal são apresentados nas figuras a
seguir:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................27/260)


(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................28/260)
D. MUNIÇÃO DO SUBCALIBRE
a. O Scal AT-4 utiliza o cartucho de exercício, com projetil traçante de 9
mm (CART 9 mm Scal AT-4) cuja trajetória é idêntica à da granada de 84 mm.
b. A munição para o Scal é apresentada na figura 3-5.

c. O uso de qualquer outro tipo de munição 9 mm no Scal AT-4


danificará o material e acarretará riscos para o atirador.
d. A munição do Scal não tem carga suficiente para ser empregada
em pistolas ou submetralhadoras 9 mm e causará incidentes de tiro se for
disparada dessas armas.

E. MANEJO
a. Para empregar o Scal é conveniente uma equipe de dois homens
que se revezam nas funções de atirador e auxiliar. O atirador, ao receber o pronto
do auxiliar, executa os procedimentos prescritos para o tiro com o AT-4 e dispara
contra o alvo. O auxiliar executa os procedimentos relativos ao subcalibre de 9
mm (inspeção, carregamento e preparo para o tiro).

b. Inspeção antes do tiro - Sempre que receber o Scal AT-4, o


atirador
deve proceder as verificações conforme o indicado no quadro a seguir:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................29/260)


c. Carregamento do Scal - A partir deste ponto o Scal AT-4 será
manuseado exatamente como o armamento real, de acordo com o que
estabelece a seqüência para disparo, no parágrafo 2-4.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................30/260)


F. FUNCIONAMENTO
a. Mecanismo de Disparo
(1) Quando o pino de segurança é removido, a arma permanece em
segurança, pois a alavanca de armar está na posição SEGURANÇA, não
existindo nenhuma conexão entre o botão de disparo e a haste de disparo.
(2) Quando a alavanca de armar é acionada para a posição ARMADO,
a haste de disparo gira no sentido horário, de modo que o seu entalhe de armar
engraza com o dente de armar do botão de disparo. Ao mesmo tempo, a mola
da haste é comprimida.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................31/260)


(3) Quando o registro de segurança é pressionado, a parte posterior
gira para fora do seu recesso, desimpedindo o curso da haste de disparo.
(4) A haste de disparo é agora retida somente pelo dente do botão de
disparo. Quando o botão de disparo é acionado a haste de disparo é liberada e,
pressionada pela mola principal, bate no cão do ferrolho, disparando o Scal.
(5) Se o botão de disparo for acionado sem que o registro de
segurança tenha sido pressionado, não haverá disparo, pois a parte anterior do
registro de segurança está em seu recesso. A haste de disparo é liberada e,
comprimida por sua mola, bate na parte anterior do registro de segurança, o que
impede a haste de disparo de alcançar o cão, no ferrolho do Scal.
(6) Ocorre então que o registro de segurança não pode mais ser
acionado, pois está bloqueado pela haste de disparo e sob pressão de sua mola.
Nesta situação, para disparar, é necessário manipular a alavanca de armar

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................32/260)


novamente, pressionar o registro de segurança e, só então, acionar o botão de
disparo.

b. Ferrolho do Scal 9 mm
(1) O ferrolho apresenta um recesso em sua face para receber o culote
do cartucho de 9 mm e aloja o cão, o percursor com mola, o retém do percursor
e o retém do ferrolho.

(2) O ferrolho é mantido nas posições “S” e “F” pelo engrazamento do


seu retém nas ranhuras correspondentes, existentes na culatra do subcalibre.
(3) Na posição “S”, o cão do ferrolho está fora de alinhamento com a
parte posterior da haste de disparo. Além disso, o retém do percursor impede
que ele incida sobre a espoleta do cartucho. Ver Figura 3-9.
(4) Quando o ferrolho é colocado na posição “F”, o retém do percussor
é comprimido pelo ressalto existente na posição correspondente da culatra,

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................33/260)


desbloqueando o percussor. O cão fica alinhado com a abertura para a haste de
disparo existente na parte posterior do adaptador do Scal.
(5) Ao ser acionado o botão de disparo, a haste de disparo golpeia o
cão que impulsiona o percussor contra a espoleta, disparando assim o Scal 9
mm.

G. ALINHAMENTO DO SUBCALIBRE COM O APARELHO DE


PONTARIA
a. Generalidades - O alinhamento é executado quando o ponto médio
dos impactos do subcalibre não coincide com o ponto de visada.

b. Execução - Para alinhar é necessário providenciar:


(1) uma linha de tiro com 200 m de extensão;
(2) um alvo de referência, reticulado;
(3) uma boa posição de tiro e apoio para o Scal AT-4; e
(4) uma chave de regulagem (Allen, 6 mm).

c. Procedimento
(1) Inspecione o Scal AT-4 conforme o previsto no paragrafo 3-5 alínea
b).
(2) Verifique se o aparelho de pontaria está registrado em 200 m;
(3) Aponte para o Centro do alvo e dispare 3 tiros;
(4) Estabeleça o ponto médio de impactos e calcule os desvios em

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................34/260)


altura e direção;
(5) Ajuste o ponto de impactos desaparafusando o parafuso de
regulagem localizado no sentido para o qual o ponto de impactos deve ser
deslocado. Ajuste o parafuso de regulagem diametralmente oposto de modo
a deslocar o ponto de impactos como necessário (1/4 de volta nos parafusos
de regulagem correspondem a 2,5 milésimos ou 50 cm a distância de 200 m).
Aperte o parafuso oposto.
(6) Verifique se a correção foi suficiente disparando mais três tiros. O
ponto médio de impactos e o ponto visado, devem estar bem próximos.

H. TRAJETÓRIAS DO Scal AT-4 E DO AT-4


A partir do momento em que o ferrolho é colocado na posição “F” na
culatra de um Scal carregado, o Scal AT-4 deve ser manuseado como o AT-4
real, observando-se as mesmas normas de pontaria, de segurança, posições de
tiro e disparo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................35/260)


H. EMBALAGEM
O Scal AT-4 é fornecido em caixas de compensado com alças e fechos,
contendo 02 (dois) Scal. Cada caixa pesa ± 25 KG e, além dos dois subcalibres,
aloja um conjunto de manutenção contendo uma vareta de limpeza, um porta
pano, uma escova de pelo, um depósito de óleo e uma chave Allen de 6 mm para
regulagem do Scal.

CAPÍTULO 2 - CONSIDERAÇÕES SOBRE O EMPREGO DO L Roj AT- 4

2.1. Dotação
a. O L Roj AT-4 é dotação das Seç e Pel nas unidades de Infantaria e
Cavalaria.
b. A dotação mínima desse L Roj por GC é de 01(um) por esquadra,
sendo seus atiradores os Sd 1º e 4º esclarecedores (1ª e 2ª esquadras
respectivamente);
c. De acordo com a missão atribuída à SU, esta poderá prever uma
maior quantidade de L Roj por GC. Exemplo: em posição defensiva com
possibilidade do inimigo carrear maioria de meios blindados sobre a posição, ou
na realização de uma patrulha de emboscada sobre comboio motorizado.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................36/260)


2.2. Emprego em deslocamento fluvial
O deslocamento fluvial não oferece problemas para a realização do tiro,
desde que o mesmo seja em alvos perpendiculares à direção de progressão,
com a embarcação parada ou em deslocamento à baixa velocidade.

3.3. Emprego em ambiente de selva


a. Dado as suas dimensões e peso, o transporte do L Roj em ambiente
de selva será desgastante e exigirá uma adaptação do usuário;
b. Especial atenção deverá ser dada ao estudo do terreno,
principalmente quanto aos itens “ Campos de tiro e Obstáculos”(à frente e à
retaguarda). Atentar também para a área de segurança à retaguarda.

2.4. Meios de transporte


a. Terrestres
(1) O homem conduzirá o L Roj, à tiracolo, em bandoleira ou em
posição de alerta, como apresentado no capítulo 2.;
(2) Em viaturas, o transporte será realizado em seus cunhetes
conforme apresentado no capítulo 2 ou junto ao combatente;

b. Aéreos
(1) O transporte será realizado em cunhetes.
(2) No assalto aeroterrestre, poderá ser lançado de pára-quedas em
fardos (tipo A7 e A21), acompanhando a fração. Se possível, recomenda-se o
aerotransporte até o aeródromo mais próximo da C Pnt Aé.
(3) No helicóptero poderá ser conduzido junto com o homem ou
transportado em fardos pendurados à aeronave;

2.5. Alvos
a. O L Roj AT-4 foi projetado para ser empregado prioritariamente
contra
viaturas blindadas e mecanizadas;
b. Por ocasião do desembarque de tropas de assalto ribeirinhas,
aeromóveis ou aeroterrestres, no momento em que essas tropas encontram-se
mais vulneráveis, até suas reorganizações, o máximo volume de fogo(de L Roj
AT-4) poderá ser empregado para desarticular qualquer tentativa de ataque ou
contra-ataque inimigo, principalmente de blindados;

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................37/260)


c. O L Roj AT-4 devido ao seu alcance, a sua alta probabilidade de
acerto, e à sua grande letalidade( explosão, sopro e estilhaçamento) poderá ser
empregado sobre alvos que não sejam viaturas blindadas ou mecanizadas, tais
como: posição de metralhadoras, posição de morteiros, viaturas leves,
edificações,etc.

2.6. Armadilhas
a. Considerar que a granada de 84 mm só estará armada a 25
m da
boca do AT-4.
b. Apontar o AT-4 na direção escolhida e amarrá-lo firmemente
em um
tronco de árvore, estaca, etc.
c. Talingar a extremidade de um fio de tração no orifício
existente no
botão de disparo, amarrando a outra extremidade em local conveniente.
d. Retirar o pino de segurança.
e. Mover a alavanca de armar para a posição ARMADO.
f. Pressionar e amarrar o retém de segurança.

g. Assim preparado, o AT-4 pode ser disparado à distância, de


uma posição favorável, ou ser acionado por uma viatura que esbarre no
fio de tração.

2.7. Comandos de tiro


a. Será emitido pelo Cmt GC;
b. É composto de:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................38/260)


(1) atenção - indica o atirador que fará o tiro (1ª, 2ª ou ambas
esquadras);
(2) direção;
(3) designação do alvo;
(4) alça(sfc);
(5) modo de desencadeamento:
(a) a meu comando;
(b) quando pronto;
(c) fogo.

2.8. Destruição em zona de combate


a. Pode surgir o caso de uma situação tática em que as limitações de
tempo ou transporte impossibilitem a evacuação de todo o material. A destruição
é determinada e executada somente mediante ordem da autoridade
credenciada. Nesse caso, destruir todo o material que não possa ser evacuado,
para evitar que seja capturado intacto, dando margem à subseqüente utilização
por parte do inimigo. Toda tropa deve receber instrução relativa à destruição do
material a ela distribuído. Quando não houver tempo de ser completada a
destruição total do material, destruir as peças essenciais ao funcionamento da
arma. lnutilizar ou retirar as outras peças que não possam ser facilmente obtidas
pelo inimigo. Destruir as mesmas peças essenciais em todas as armas, para
evitar que o inimigo reconstitua uma arma com peças de outras.

b. Deve-se seguir as normas previstas no Capítulo 10 do T-9-1055-


20114 (Manual Técnico Lança Rojão 3.5 M20A1 e M20A1B1 – Manutenção
Orgânica e de Serviço) com as adaptações necessárias ao L Roj 84 mm AT-4.

2.9. Emprego tático


a. Generalidades
(1) O L Roj 84 mm (AT-4) é empregado taticamente de acordo com as
suas possibilidades e limitações. É utilizado, prioritariamente, contra viaturas
blindadas e mecanizadas, muito embora possa também vir a ser empregado
contra outros alvos julgados compensadores (edificações, Pos Mrt, Pos Mtr, etc).
(2) No nível Sec/Pel, o AT-4 é o armamento anticarro mais preciso e
potente.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................39/260)


b. Na ofensiva
(1) É uma arma eficaz quando utilizada contra posições inimigas
ocupadas por Vtr Bld ou Mec; pode ainda ser empregado contra Vtr em áreas de
estacionamento, emboscadas, ataque a localidade ou contra posições
defensivas.
(2) Na marcha para o combate, que tem por característica a incerteza
da operação, as possibilidades de interferência do inimigo determinarão a
dotação de L Roj para o escalão de reconhecimento e o escalão de combate.
(3) No reconhecimento em força a utilização do L Roj AT-4 deve
ocorrer contra alvos que permitam revelar e testar o valor, a composição e o
dispositivo do inimigo.
(4) No ataque coordenado será utilizado, prioritariamente, na faixa do
terreno onde haja a possibilidade do emprego de Vtr Bld ou Mec por parte do
inimigo.

c. Na defensiva
(1) É adequado na defesa AC aproximada de tropa e instalações.
(2) Na defensiva pode ser empregado em todo o escalonamento da
defesa de área, realizando a DAC aproximada, dirigindo os seus tiros contra os
CC inimigos mais próximos de sua posição.
(3) Normalmente o armamento é posicionado de forma a bater as vias
de acesso mais favoráveis ao emprego de blindados por parte do inimigo. Os
atiradores devem escolher as posições mais favoráveis à destruição dos CC
inimigo. As figuras 6-2 e 6-3 apresentam uma orientação para a contrução de
uma toca para o atirador de L Roj.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................40/260)


d. Pode ainda o L Roj 84 mm (AT-4) ser empregado táticamente nas
seguintes situações:
(1) defesa aproximada de armas coletivas;
(2) proteção de colunas motorizadas;
(3) proteção de PC e PO;
(4) defesa de tropa e instalações localizados em área de retaguarda:
(a) instalações de suprimentos;
(b) aeródromos e campos de pouso;
(c) PC, etc;
(5) pontos críticos.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................41/260)


e. Emprego tático especializado
(1) Os escalões que utilizam o L Roj 84 mm AT-4 devem visualizar um
emprego compatível para esse armamento.
(2) O uso adequado desse material deve considerar os seguintes
aspectos:
(a) pessoal - O artirador deve possuir conhecimento das reais
possibilidades e limitações do armamento.
(b) defesa de armas coletivas (servidas por guarnições)
1) As armas coletivas são, particularmente, vulneráveis ao ataque de
blindados, portanto, podem receber a proteção dos fogos de AT-4, para isso,
devem ser reconhecidas e preparadas posições que sejam favoráveis a
realização do fogo contra os blindados inimigos, normalmente essas posições
estão localizadas nos prováveis eixos de aproximação de blindados.
2) Deve ser estabelecido um eficiente sistema de alarme, de forma a
permitir que os atiradores possam ocupar em tempo, as posições previamente
preparadas.
(c) defesa de colunas motorizadas - Os L Roj são distribuídos ao longo
de toda a coluna motorizada, na impossibilidade de fuga a um ataque de
blindados, os atiradores desembarcam e ocupam posições favoráveis à abertura
do fogo, somente em condições ideais ou em situações críticas o
atiradorrealizará o disparo embarcado.
(d) defesa de tropa e instalações localizadas em área de retaguarda -
A tropa e as instalações são normalmente protegidas em seu
perímetro,utilizando-se todo o armamento AC disponível, os atiradores de L Roj
devem receber instruções precisas e missões definidas, extraídas do
planejamento da defesa AC, neste caso também, as posições de tiro devem ser
previamenteescolhidas e preparadas.

2 – MANEABILIDADE DE FRAÇÃO
(FONTE: EB60-CI-14-026 Instr Compl Vol 1 – Maneabilidade 1ª edição 2012)

CAPÍTULO 1 – ESCOLA DO GRUPO DE COMBATE

1.1 - O GRUPO DE COMBATE MOTORIZADO, LEVE E PARAQUEDISTA

ORGANIZAÇÃO:

a. O Grupo de Combate (GC) é orgânico do Pelotão de Fuzileiros, da


Companhia de Fuzileiros dos Batalhões de Infantaria.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................42/260)


b. As unidades de Infantaria Motorizada, Leve e Paraquedista possuem
idêntica constituição dos Grupos de Combate (Fig 2-1).

c. O GC é comandado por um 3º Sgt e organizado em duas esquadras.

d. Os assuntos tratados neste artigo se aplicam aos grupos de combate das


frações de Infantaria Motorizada, Leve e Paraquedista.

1.2 – ATRIBUIÇÕES DOS COMPONENTES

As atribuições dos componentes do GC são as seguintes:

a. Sargento Comandante de Grupo de Combate

(1) Comandar o Gc, emitindo os comandos necessários e oportunos que


o conduzam ao cumprimento da missão.

(2) Empregar e controlar o GC, conduzindo o tiro e a manobra da fração.

(3) Impulsionar suas esquadras na ofensiva.

(4) Selecionar as posições dos homens na defensiva.

(5) Supervisionar as atividades de manutenção do seu grupo.

(6) Conduzir o tiro da Pç Mrt 60 orgânica do Pel quando necessário.

b. Cabo Comandante de Esquadra

(1) Comandar a esquadra.

(2) Controlar a manobra, posicionamento do pessoal e mecanismo de


execução dos fogos da esquadra.

(3) Coordenar os fogos de sua esquadra.


(4) Conduzir, além de seu material de dotação, 2 CARREGADORES
PARA OS FAP.

c. Soldados Esclarecedores e Atiradores

(1) Cumprir as ordens emanadas dos Cmt GC e Esquadra.

(2) Recebem a instrução individual, porém seu adestramento deve ser


voltado para o combate coletivo, em que a eficiência do grupo é o fator
mais importante.

(3) O Sd 3º esclarecedor tem a função de GRANADEIRO.

(4) Os Sd 2º e 4º esclarecedor conduzem e operam os AT-4.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................43/260)


(5) Os Atiradores conduzem e operam os FAP, identificando e realizando
os fogos sobre os alvos determinados.

1.3 – RODÍZIO DE FUNÇÕES

a. Os Cb Aux devem estar em condições de assumir o comando do GC e de


operar o AT-4.

b. Os Sd Esclarecedores devem estar em condições de assumir o comando


da esquadra e a missão dos Sd Atiradores, operando em boas condições os
FAP.

c. Os Sd Atiradores devem estar em condições de desempenhar as funções


dos Sd Esclarecedores.

1.4 – ENUNCIAR FUNÇÕES

a. O comando de enunciar funções tem a finalidade de verificar se todos


os homens estão presentes e cientes da função que irão desempenhar no

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................44/260)


exercício ou ação de combate, bem como verificar eventuais faltas ou baixas na
fração. É empregado nas seguintes situações:

(1) Antes de um exercício.

(2) Após movimentos que dispersem o GC.

(3) Após exercícios ou ações de combate.

(4) Após efetuado rodízio de funções.

(5) Antes e depois de um deslocamento aéreo, no caso dos GC


Leve e Paraquedista.

b. Execução – ao comando de “GRUPO ATENÇÃO! ENUNCIAR


FUNÇÕES!”, cada homem na sequência mostrada na figura 2-1, a partir do Cmt
GC inclusive, tomará a posição de sentido, levantará energicamente o braço
direito com a mão espalmada e voltada para frente e dirá sua graduação e
função, em voz alta. Caso o GC esteja desdobrado no terreno, o militar somente
dirá, em voz alta, sua graduação e função, permanecendo na posição em que se
encontrar. É conveniente que o Cmt GC esteja em uma posição que lhe permita
observar toda sua fração.

1.5 – FORMAÇÕES

a. Generalidades:

(1) A formação, distâncias e intervalos a serem adotados são decorrentes


de diversos fatores, normalmente as distâncias serão de 10 passos
entre os homens e de 20 a 50 metros entre as esquadras.
(2) A primeira esquadra sempre será a base nas formações. Quando
estiver escalonado em profundidade, a base estará à frente. Caso
esteja em largura, a base estará à esquerda, tomando-se por
referência a direção de progressão.

(3) A adequada utilização do terreno é mais importante do que a rígida


manutenção das distâncias entre os homens. O Cmt de GC deve
progredir em uma posição em que possa controlar e melhor orientar
seus subordinados.

b. Formatura do Grupo de Combate (Fig 2-2):

(1) Adotada nas atividades diárias do GC.

(2) Os homens entrarão em forma em coluna por um, à distância de um


braço.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................45/260)


c. Em Coluna (Fig 2-3):

(1) Formação adotada para o movimento em terreno que restringe o


emprego de uma formação mais dispersa (trilhas, passagens estreitas,
etc.) ou em situações de visibilidade reduzida (escuridão, nevoeiro,
etc.).

(2) Apresenta como vantagens o controle e a boa velocidade de


progressão.

(3) Como desvantagem, proporciona pouca dispersão.


(4) As esquadras adotarão, obrigatoriamente, a formação em coluna.

(5) As distâncias entre os homens são de 5 passos e de 5 metros entre


as esquadras. Porém, elas podem ser reduzidas em função da
limitação da visibilidade.

d. Por esquadras sucessivas (Fig 2-4):

(1) É a formação que o GC normalmente adota. Assim que os fatores que


determinaram outra formação tiverem cessado, o GC retornará à
formação por esquadras sucessivas.

(2) É utilizada nos reconhecimentos e sempre que houver necessidade de


uma esquadra apoiar a outra durante o deslocamento.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................46/260)


(3) Oferece boa dispersão, bom controle, bom volume de fogos nos
flancos e à frente, grande flexibilidade e apoio mútuo entre as
esquadras.

(4) As esquadras adotarão a formação de cunha modificada sempre que


possível, apenas modificando-a temporariamente em função dos
fatores SITUAÇÃO, AÇÃO DO INIMIGO, TERRENO, VISIBILIDADE,
VELOCIDADE DESEJADA e FLEXIBILIDADE.

(5) O comandante da esquadra é o vértice da cunha, o que lhe permite


servir de base para os movimentos de sua esquadra, bem como
proporciona bom controle sobre seus homens.

(6) As distâncias entre os homens são de 10 passos e de 20 a 50 metros


entre as esquadras.

e. Por esquadras justapostas (Fig 2-5)

(1) Formação adotada para progressão quando a localização do inimigo for


conhecida e se desejar bom volume de fogos á frente.

(2) Proporciona bom grau de controle, segurança à frente e nos flancos e grande
volume de fogos à frente.

(3) As esquadras adotarão a formação em cunha modificada.

(4) As distâncias entre os homens são de 10 passos e o intervalo de 20 a 50


metros entre as esquadras.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................47/260)


f. Por esquadras Justapostas Modificadas (Fig 2-6):

(1) Quando as restrições impostas pelo terreno não forem tão grandes
que obriguem a adoção da formação em coluna, o GC poderá adotar
a formação de esquadras justapostas modificadas.

(2) Nesta formação, as esquadras estarão justapostas, porém cada um


estará em coluna. Esta formação também é chamada de “por
esquadras justapostas coluna por dois”.

(3) Esta formação é adotada quando o movimento é realizado em uma


trilha larga ou estrada.

(4) Apresenta como vantagem a rapidez e muito bom controle.

(5) Como desvantagem está a reduzida potência de fogo à frente.

g. Em Linha (Fig 2-7)

(1) Formação utilizada para transposição de cristas, estradas ou locais


de passagem obrigatórias, sujeitos ao fogo e observação do inimigo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................48/260)


(2) As esquadras devem adotar obrigatoriamente a formação em linha.

(3) Apresenta como vantagem a MÁXIMA POTÊNCIA DE FOGO À


FRENTE, sendo, por isso, a formação mais adequada para o assalto.

(4) Como desvantagem, verifica-se que o controle é muito difícil.

(5) Os intervalos entre os homens são de 10 passos.

1.6 – MUDANÇAS DE FRENTE E FORMAÇÃO

a. Generalidades

(1) O GC não interrompe o movimento se o comando para mudança de frente


e formação for emitido com o grupo em deslocamento. Da mesma forma, se
estiver parado, continuará nesta situação após a execução.

(2) Os comandantes de esquadra não repetem o comando emitido pelo Cmt


GC. Poderão, em alguns casos, emitir comandos para adotar formações
adequadas ao dispositivo imposto pelo comandante do grupo.

(3) Ao realizar mudanças de frente e formação, o Cmt GC pode alterar a base,


a fim de evitar deslocamentos desnecessários ou cruzamento de esquadras.

b. Comandopara mudança de frente e formação

(1) Advertência..........................................”GRUPO ATENÇÃO!”

(2) Comando propriamente dito..................”BASE (Esquadra base)”

“FRENTE (ou DIREÇÃO)”

“FORMAÇÃO”

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................49/260)


“DISTÂNCIAS E INTERVALOS”

(3) Execução................................................”MARCHE (ou MARCHE-


MARCHE)

A sequência do comando acima deve ser seguida. Caso algum item do comando
propriamente não sofre alteração em um comando subseqüente, este não
precisa ser mencionado. Sempre constará do comando a advertência, item, ou
itens do comando que foram alteradas e a execução.

1.7 – DESLOCAMENTOS

a. Ao comando de “GRUPO, ATENÇÃO! MARCHE!”, o GC se deslocará em


passo normal. Se o comando for “GRUPO, ATENÇÃO! MARCHE-MARCHE!”, o
GC se deslocará em acelerado.

b. No caso do comando de “GRUPO, ATENÇÃO” COMIGO!”, a velocidade


de deslocamento será a mesma do comandante de GC.

c. O GC poderá também se deslocar rastejando ao comando de “GRUPO,


ATENÇÃO! RASTEJAR!”, ou então, engatinhando, ao comando de “GRUPO,
ATENÇÃO! ENGATINHAR!”.

1-8 ALTOS

A fim de interromper o movimento o GC, o Cmt comandará “GRUPO,


ATENÇÃO! ALTO!” ou “GRUPO, ATENÇÃO! DEITAR!”. Os homens farão alto
ou se deitarão rapidamente, aproveitando o terreno e abrigando-se frente às
direções de onde possa partir qualquer ameaça.

1-9 OBSERVAÇÃO E CONTROLE

As atividades de observação e controle sempre são realizadas, estando


condicionadas ao movimento do GC e à proximidade do inimigo.

a. Mecanismo para observação em movimento

(1) Manter a direção de movimento.

(2) Não realizar paradas.

(3) De acordo com o terreno, percorrer determinada distância observando


o setor designado e voltar-se para a direção de progressão nos
intervalos das observações.

b. Em movimento e longe do inimigo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................50/260)


(1) Em princípio, nesta situação o GC se deslocará em coluna ou por
esquadra justaposta modificada.

(2) A observação caberá ao Cmt GC e aos esclarecedores lançados à


frente do grupo.

(3) Os demais homens ampliarão a observação do grupo, buscando


verificar a presença de aviação, carros de combate e agentes QBN.

c. Em movimento e perto do inimigo.

(1) Cada homem recebe um setor de observação, cobrindo todas as


direções.

(2) O Cmt de GC não tem um setor fixo de observação, devendo fazê-lo


em todas as direções, além de controlar seus homens.

(3) Os Cmt esquadra devem, além de observar o setor que lhes foi
atribuído, manter o contato visual com o Cmt GC.

(4) A observação quanto a aviação, carros de combate e agentes QBN


será realizada por todos integrantes do GC.
d. Durante os altos.

(1) Cada homem recebe um setor de observação, cobrindo todas as


direções.

(2) O Cmt GC deve aproveitar a oportunidade para conferir sua fração,


podendo fazê-lo pela vista ou por meio do comando de “ENUNCIAR
FUNCÕES!”.

1.10 – TÉCNICAS DE PROGRESSÃO

a. Progressão contínua – a velocidade é o fator mais importante.


Geralmente adotada nos movimentos antes do contato com o inimigo.

b. Progressão protegida – a segurança é o fator mais importante, porém a


velocidade deve ser mantida. Normalmente, o contato com o inimigo ainda não
foi estabelecido. O Cmt GC determinará a dispersão do grupo, de maneira que
uma esquadra não seja atingida pelo fogo dirigido a outra, bem como
proporcione apoio mútuo entre elas. Nesta situação, normalmente é adotada a
formação por esquadras sucessivas, e o Cmt GC se desloca próximo a esquadra
da retaguarda.

c. Progressão por lanços – ao ser percebido pela observação inimiga ou


receber fogos, o GC progredirá por lanços. O Cmt determinará as formações
compatíveis com o terreno e adequadas à situação. Uma esquadra deverá
permanecer em posição, apoiando o deslocamento da outra esquadra. Quando
esta atingir de 100 a 150 metros a frente, fará alto e apoiará o deslocamento da

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................51/260)


esquadra que estava à retaguarda, até que esta ultrapasse de 100 a 150 metros
a sua frente, e assim sucessivamente. Este movimento também é chamado de
“Marcha do Papagaio”. O Cmt GC deslocar-se-á junto à esquadra de apoio,
mudando de uma esquadra para outra quando a que executa o lanço passar
pela que está no apoio”. (Fig 2-8)

CAPÍTULO 2 – MANEABILIDADE DO GC

2.1 – MOVIMENTO SOB AS VISTAS E FOGOS INIMIGO

a. Generalidades

(1) Ao perceber a possibilidade de atuação do inimigo, o GC adotará a


formação que melhor possibilite observar, fugir às vistas do inimigo e progredir
em segurança, além de ficar em condições de atuar rapidamente.

(2) Para tanto, o Cmt GC comandará “GRUPO, ATENÇÃO! PREPARAR


PARA O COMBATE!”. Os homens verificarão se as armas estão carregadas e
travadas, conduzindo-as de maneira que permita rápida utilização.

(3) O GC progredirá por lanços se estiver sob vistas e fogos. Os lanços podem
ser executados por todo o grupo, por esquadras ou homem a homem, e no passo
acelerado, normal, rastejo ou engatinhando. Cabe ao Cmt GC definir a forma e
o passo com que o grupo se deslocará.

(4) O lanço termina ao se atingir o ponto ou linha determinado ou ao comando


de “ALTO!” ou “DEITAR!”. Imediatamente o homem irá ocultar-se e abrigar-se,
aproveitando ao máximo o terreno.

b. Comandos para a progressão

(1) Todo o grupo – o comando é emitido somente pelo Cmt GC e todos os


integrantes do grupo executam o lanço ao mesmo tempo:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................52/260)


- GRUPO, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!

- ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!


- TODO O GRUPO!

- MARCHE-MARCHE!

(2) Esquadra por esquadra – o comando é emitido inicialmente pelo Cmt GC.

- GRUPO, ATENÇÃO!

- POR ESQUADRAS!

- 1ª ESQUADRA ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!

- 2ª ESQUADRA ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!

- MARCHE-MARCHE!

Em seguida, os Cmt Esquadras emitirão o comando para suas esquadras, na


sequencia estabelecida pelo Cmt GC, partindo junto com suas esquadras.

- 1ª (ou 2ª) ESQUADRA, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!

- ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!

- TODA ESQUADRA!

- MARCHE-MARCHE (ou COMIGO!)!

(3) Homem a homem sucessivamente – o comando é emitido inicialmente pelo


Cmt GC que, após emitir o comando, realizará seu lanço individualmente.

- GRUPO ATENÇÃO!

- BASE A 1ª (ou 2ª) ESQUADRA!

- ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!

- HOMEM A HOMEM!

- MARCHE-MARCHE!

Em seguida, os Cmt Esquadras emitirão o comando para suas esquadras, na


sequencia estabelecida pelo Cmt GC.

- 1ª (ou 2ª) ESQUADRA, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!

- ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!

- HOMEM A HOMEM!

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................53/260)


- AO MEU COMANDO!

- FULANO! MARCHE-MARCHE!
Caso o Cmt esquadra esteja em uma posição que não lhe proporcione perfeita
observação, poderá comandar “POR INICIATIVA!”, em vez de chamar
nominalmente seus homens. Nesta situação, os homens iniciarão
sucessivamente seus deslocamentos, de acordo com o posicionamento no
terreno e da esquerda para a direita. O Cmt esquadra será o primeiro a progredir.

(4) Homem a homem simultaneamente – o comando é emitido pelo Cmt GC,


que será o último a progredir, visto que permanecerá controlando o
movimento de toda a fração.

- GRUPO, ATENÇÃO” PREPARAR PARA PARTIR!

- SIMULTANEAMENTE!

- ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!

- HOMEM A HOMEM!

- AO MEU COMANDO!

- TAIS HOMENS! MARCHE-MARCHE!

2.2 – ENTRADA EM POSIÇÃO

a. Mediante ordem – ao receber ordem para entrar em posição ou se a


situação o exigir, o Cmt GC colocará seu grupo em posição. O comando deve
abordar os seguintes aspectos:

- Advertência (GRUPO, ATENÇÃO!)

- Locais das esquadras e dos FAP

- Direção geral dos fogos

- Execução (EM POSIÇÃO!)

b. Por interferência do inimigo – estando o GC em movimento, ao receber


fogos, seu Cmt ou qualquer homem que tenha percebido ou localizado a direção
ou origem dos tiros informará – “FOGO DE TAL PONTO!”, imediatamente todos
integrantes do grupo abrigar-se-ão independente de ordem. Após rápido estudo
de situação, o Cmt GC determinará o local de entrada em posição, emitindo o
comando previsto no subparágrafo a. Realizar esta tomada de posição homem
a homem sucessivamente proporcionará mais segurança ao grupo. Após ocupar
a posição, o grupo poderá executar seus fogos, caso seja necessário.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................54/260)


2.3 MANOBRAS DO GC

a. Em combate, as frações enfrentam situações imprevistas, tais como


contato fortuito com inimigo, deparar-se com uma posição inimiga, campo de
minas, entre outros. Para reagir rapidamente a estes fatos novos, o Cmt GC deve
ser capaz de manobrar seu grupo.

b. A manobra a ser empregada em cada caso é decorrência do rápido estudo


de situação do Cmt GC.

c. Existem dois tipos de manobra para os quais o GC deve estar adestrado


e apto a realizar em qualquer situação:

(1) Manobra de Flanco (Fig 2-9 e 2-10):

Neste tipo de manobra o Cmt GC poderá atuar com todo o grupo ou com apenas
uma esquadra sobre um dos flancos do inimigo. No primeiro caso (Fig 2-9), é
conveniente que não tenha sido percebido pelo inimigo. Desta forma, irá se
deslocar para atingir com todo o efetivo de seu grupo um dos flancos do inimigo,
que é, geralmente, sua porção mais fraca. Caso o inimigo tenha localizado sua
posição (Fig 2-10), deve permanecer uma esquadra realizando base de fogos e
cobrindo a progressão da outra, que indicará em um dos flancos do inimigo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................55/260)


(2) Manobra Frontal (Fig 2-11):

Este tipo de manobra deve ser evitado ou então ser empregado somente quando
o inimigo for muito fraco ou o terreno permitir. O GC progredirá por lanços,
utilizando criteriosamente o terreno e fazendo máximo emprego do fogo e
movimento, até que tenha condições de eliminar a resistência inimiga. Apresenta
como desvantagens o alto consumo de munição e possibilidade de grande
número de baixas.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................56/260)


2.4 – DISTRIBUIÇÃO DOS FOGOS
a. Generalidades – Durante o combate o GC deve buscar o máximo volume de
fogos. Isto é possível concentrando os fogos do grupo em um alvo determinado
pelo comandante. Sempre que possível os fogos deverão ser conduzidos pelo
Cmt GC. Nas situações de combate aproximado, os homens atirarão sobre os
alvos que lhes surgirem, sem a necessidade de ordem do Cmt GC. Em qualquer
situação, o emprego das granadas de bocal pelos granadeiros e do AT-4 pelos
E4 somente ocorrerá mediante ordem do Cmt GC.

b. Distribuição dos fogos

(1) Objetivo em largura (Fig 2-12):

(a) O Cmt define as extremidades e o centro do alvo.

(b) A esquadra que estiver à esquerda bate a porção esquerda do alvo.


Da mesma forma, a que estiver à direita bate a porção direita do alvo.

(c) Os FAP atiram em toda frente da esquadra, com rajadas curtas de


três tiros.

(d) Os Cmt esquadra atiram dentro do setor de sua esquadra, onde


julgarem mais conveniente.

(3) Objetivo em profundidade (Fig 2-13):

(a) O Cmt define a frente, centro e retaguarda do objetivo.

(b) A esquadra da esquerda atira na metade anterior do objetivo, e a


esquadra da direita na metade posterior.
(c) Os FAP atiram na porção centro do objetivo, com rajadas curtas de
três tiros.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................57/260)


(d) Os Cmt esquadra atiram dentro do setor de sua esquadra, onde
julgarem mais conveniente.

(e) Caso o objetivo seja tropa se deslocando e, após receber fogos, ela
se desdobre em largura, deve-se proceder como no caso anterior.

2.5 – MECANISMO PARA EXECUÇÃO DOS FOGOS

a. Para realizar os fogos, o Cmt GC emitirá o comando de tiro com os seguintes


elementos:

(1) Advertência

(2) Direção

(3) Distância (alça)

(4) Natureza do alvo

(5) Condições de execução

(6) Execução

Os integrantes do GC não repetem os comandos que forem dados, cumprindo


imediatamente as ordens emitidas pelo Cmt.

b. Advertência – Tem a finalidade de deixar os homens alertas para receberem


instruções. O Cmt GC pode alertar todo grupo ou parte dele, como apenas
uma esquadra, os granadeiros, atiradores ou o E2 e E4 que conduzem os AT-
4.
c. Direção – O Cmt GC indica a direção geral do alvo, ou até mesmo a
localização exata, se for possível. Define as extremidades e o centro dos alvos
que estiverem dispostos em largura ou profundidade.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................58/260)


d. Distância – Será expressa em metros e enunciada por algarismos. É
fundamental que os homens registrem no armamento a alça equivalente.

e. Natureza do Alvo – Descrição sumária do alvo. Sendo nítido, não precisa ser
realizada.

f. Condições de execução – Definição de quem vai atirar, quantos tiros e


quando executará os fogos. Se os homens que forem atirar são os mesmos
que foram alertados, este aspecto não precisa ser repetido.

g. Execução – Ordem para o início dos disparos.

h. Exemplos de comandos de tiro

(1) – GRUPO, ATENÇÃO!

- UMA HORA!

- DOIS-CINCO-ZERO!

- ARMA AUTOMÁTICA!

- CINCO TIROS! ATIRADORES DEZ TIROS!

- AO MEU COMANDO!

- FOGO!

(2) – 4º ESCLARECEDOR ATENÇÃO!

- DIREITA, CORTE DE ESTRADA!

- DOIS-ZERO-ZERO!

- CARRO DE COMBATE! - QUANDO PRONTO, FOGO!

i. Os comandos de tiro, em princípio, devem conter todos os elementos. No


entanto, eles não precisam ser formais; dependendo do grau de adestramento
do GC e da criatividade de seu Cmt, qualquer processo é válido desde que
cumpra a finalidade. Um exemplo de comando informal pode ser. “OBSERVEM
O TRAÇANTE! TODO O GRUPO! DOIS TIROS!”.

j. Interrupção do fogo
(1) Ao comando de “GRUPO, ATENÇÃO! SUSPENDER FOGO!”, os homens
deixarão de atirar e substituirão os carregadores que estiverem incompletos.
Permanecem prontos para reiniciar o tiro nas mesmas condições anteriores.

(2) Ao comando de “GRUPO, ATENÇÃO! CESSAR FOGO!”, os homens


deixarão de atirar travarão as armas e colocarão a alça de combate.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................59/260)


2.6 – CONDUTA NO ASSALTO

a. O GC progredirá dentro da formação adequada até o mais próximo


possível do inimigo, utilizando o fogo e movimento.

b. O assalto será desencadeado assim que for alcançada a superioridade de


fogos local sobre o inimigo. A formação mais adequada para o assalto é a
formação em LINHA.

c. Os homens avançam todo o tempo utilizando o terreno, aproveitando os


abrigos existentes, sem se expor desnecessariamente.

d. É grande o risco de desorganização neste momento, exigindo rápida e


agressiva ação de comando do Cmt GC, impulsionando e controlando seu grupo.

e. As armas serão conduzidas o tempo todo em posição de emprego


imediato e em condições de tiro. Os disparos apenas ocorrerão contra alvos
identificados, evitando-se deperdício de munição com tiros a esmo.

f. Os homens devem realizar o controle de quantidade de tiros dados. No


momento de efetuar a troca de carregador abrigar-se-ão para efetuá-la.

g. Após ultrapassar a linha do objetivo, os homens iniciam imediatamente os


trabalhos de consolidação, que constam de reajuste do dispositivo, preparação
de abrigos para homem deitado, divisão de setores de tiro e vasculhamento das
posições inimigas.

h. Mediante ordem, ocorre a reorganização. As atividades de reorganização


consistem em redistribuição da munição, atendimento a feridos, consumo de
ração, e evacuação das baixas e prisioneiros de guerra (PG). A conduta com os
PG será definida pelo comandante de pelotão, de acordo com a ordem de
operações passada pelo comandante de companhia.

i. As atividades de consolidação têm prioridade sobre as atividades de


reorganização, e podem ocorrer simultaneamente, de acordo com a situação.

2.7 – DEFESA PASSIVA CONTRA AVIAÇÃO, BLINDADOS E AGENTES


QBN

a. Defesa contra aviação – Estando o GC em movimento ou parado, ao


aparecerem aeronaves, inimigas ou não identificadas, o primeiro homem a
avistá-las dará o alerta: “ALERTA AVIÃO!”

(1) Estando os homens em terreno limpo, ficarão imóveis.

(2) Estando em marcha e havendo tempo, procurarão um abrigo, se possível à


sombra. Se estiverem em estrada, devem abandoná-las e deitar-se nas
margens.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................60/260)


(3) Estando em posição ou estacionados, procurarão o abrigo ou coberta mais
próxima, ficando imóveis.

(4) À noite, devem ser apagadas todas as luzes.

(5) Assim que a aeronave tiver passado, todos retornam suas atividades.

b. Defesa contra blindados – Estando o GC parado ou em movimento, o


primeiro homem que avistar o carro dará o alerta: “ALERTA CARRO!”. Os
homens procederão da seguinte forma:

(1) Fugir à observação do carro.

(2) Abrigar-se

(3) Procurar identificá-lo

(4) Passada ameaça, o GC retorna às suas atividades.

c. Defesa contra agentes QBN – Ao ser constatada a presença de agentes


QBN é dado o seguinte alerta: “ALERTA AGENTES QUÍMICOS! (ou
BIOLÓGICOS! ou NUCLEARES!)”. Todos os homens colocarão seus
equipamentos de proteção e somente os retirarão mediante ordem, após haver
cessado a ameaça.

CAPÍTULO 3 – ESCOLA DO GRUPO DE APOIO

3.1 – ORGANIZAÇÃO

a. O Grupo de Apoio (Gp Ap) é orgânico do Pelotão de Fuzileiros, da


Companhia de Fuzileiros dos Batalhões de Infantaria Motorizado, Paraquedista
e Blindado.
b. Devido às diferenças de dotação em pessoal e material, este artigo
abordará o Grupo de Apoio orgânico das unidades motorizadas e paraquedistas.

c. O Grupo de Apoio é comandado por um 3º Sgt e possui duas Peças de


Metralhadora (Pç Mtr) e uma Peça de Morteiro (Pç Mrt) 60mm (Fig 3-1).

3.2 – ATRIBUIÇÕES DOS COMPONENTES

a. Sargento Cmt Gp Ap:

(1) Controlar e coordenar o emprego e conduta do grupo.

(2) Comandar a estrutura provisória de Seção de Metralhadoras (Seç Mtr)


quando constituída.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................61/260)


(3) Coordenar o remuniciamento do Pel Fzo.

(4) Conduzir e observar o tiro da Pç de Mrt 60mm atuando como observador


avançado, quando necessário.

b. Cabo Chefe de Peça Mtr:

(1) Operar a Mtr, escolhendo a posição de tiro e colocando-a em posição.

(2) Apoiar a manobra do Pel por meio de fogos cerrados e imediatos.

(3) Atuar em uma estrutura provisória de Seç Mtr.

(4) Conduzir parte da dotação de munição da Pç.

c. Soldado Auxiliar de Atirador da Peça Mtr:

(1) Prover a segurança aproximada da Pç Mtr.

(2) Conduzir parte da dotação de munição da Pç.

(3) Realizar o remuniciamento da Pç.

(4) Conduzir o reparo quando determinado.

d. Cb Ch Pç Mrt 60mm:

(1) Colocar o Mrt em posição.

(2) Instalar e operar o aparelho de pontaria.

(3) Observar e conduzir o tiro na ausência do Cmt Gp Ap ou Cmt GC.

e. Soldado Auxiliar de Atirador da Pç Mrt 60mm:


(1) Preparar a munição.

(2) Auxiliar o atirador no transporte e colocação do Mrt em posição.

(3) Realizar o remuniciamento da Pç de Mrt.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................62/260)


3.3 – ENUCIAR FUNÇÕES

a. Ao comando de “ENUNCIAR FUNÇÕES!”, o Gp Ap deverá atender no que


lhe for aplicável, ao previsto no parágrafo 2-4 deste manual.

b. A enunciação de funções será realizada na seguinte sequência: Sgt Cmt


Gp, Cb Ch 1ª Pç Mtr, Sd Aux At 1ª Pç Mtr, Cb Ch 2ª Pç Mtr, Sd Aux At 2ª Pç Mtr,
Cb Ch Pç Mrt e Sd Aux At Pç Mrt.

3.4 – FORMAÇÕES

a. Com relação às formações, o Gp Ap deverá atender no que lhe for aplicável.

b. Normalmente o Gp Ap estará disposto taticamente dentro da formação do Pel


Fzo. Como o efetivo das peças é de 2 homens, elas não se constituem em
uma tropa isoladamente. Desta forma, a única formação prevista para o Gp
Ap é o dispositivo de formatura do Grupo de Apoio.

c. Formatura do Grupo de Apoio: Os homens entrarão em forma em coluna


por um, distância de um braço entre si e na seguinte sequência: Sgt Cmt Gp,
Cb Ch 1ª Pç Mtr, Sd Aux At 1ª Pç Mtr, Cb Ch 2ª Pç Mtr, Sd Aux At 2ª Pç Mtr,
Ch Ch Pç Mrt e Sd Aux At Pç Mrt.

3.5 – EMPREGO DAS PEÇAS DO GRUPO DE APOIO

a. Generalidades: Frequentemente, as peças estarão atuando afastadas da


presença do Cmt Gp Ap, Cmt GC e Cmt Pel Fzo. É necessário que os integrantes

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................63/260)


das peças sejam militares possuidores de grande iniciativa e que atuem tendo
em vista a finalidade da missão do Pel Fzo, pois nem sempre receberão ordens
precisas sobre os alvos a serem batidos ou o momento de trocar de posição.

b. Peças de Metralhadora: A unidade de emprego da metralhadora é a


peça. Poderão constituir uma seção de metralhadoras de forma provisória
quando determinado. As Pç atuam independentes uma da outra. Serão
empregadas conforme uma das situações abaixo:

(1) Peça junto ao Pel: (Fig 3-2):

(a) Realizar o tiro no intervalo da tropa, protegendo o flanco do Pel.

(b) Esta forma de emprego é adotada quando não existem informações exatas
sobre a posição do inimigo.

(c) A munição de dotação deve ser dividida entre os integrantes da peça e o GC


que se deslocar próximo desta peça.

(d) A fim de que ofereça o necessário apoio de fogo à manobra, deve se deslocar
acerca de 200 a 300m à retaguarda do Pel, ocupando posições sucessivas,
evitando ser engajada junto com o Pel. O terreno definirá a exata distância
que a peça estará da tropa.

(e) Em princípio, não conduzirá o reparo.

(2) Peça afastada do Pel: (Fig 3-3)

(a) Poderá estar enquadrada em uma fração provisória.

(b) De acordo com o terreno as Pç poderão permanecer em uma posição que


ofereça melhores campos de tiro, apoiando em boas condições a manobra
do Pel Fzo. Nesta situação, as Pç não acompanharão o pelotão, cerrando à
frente somente na consolidação do objetivo.

(c) É conveniente que se utilize o reparo para a execução dos fogos aumentando
a precisão, alcance, e permitindo a realização do tiro mascarado e sobre
tropa. Quando a peça avançar para apoiar a manobra de outra posição, o
reparo permanecerá no local e será recolhido pelo Encarregado de Material
da SU.

(d) A munição que não puder ser conduzida pelos integrantes da peça será
deixada próxima à posição de tiro por um GC designado.

(e) O Sd Aux At conduzirá o cano de troca da Mtr quando o Ch Pç Mtr julgar


necessário.

Caso o Pel Fzo esteja ocupando uma posição defensiva, as metralhadoras


devem ser posicionadas próximas uma da outra, distando cerca de 30m.
Constituirão uma seção, tendo como direção principal de tiro a linha de proteção
final. A finalidade da adoção de tal dispositivo é proporcionar fogos contínuos de
metralhadora, o que não aconteceria se as peças estivessem afastadas.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................64/260)


c. Peça de Morteiro: A peça de morteiro deve aproveitar ao máximo a
capacidade de realizar tiros curvos, ocupando posições à retaguarda de massas
cobridoras e batendo alvos em posições desenfiadas.

(1) Apoiar pelo fogo a manobra do Pel.

(2) A munição da peça será conduzida por seus integrantes e pelos GC. Quando
o Pel passar próximo à posição de tiro, a munição será deixada neste local
pelos GC e o Aux At a levará para a posição de tiro.

(3) O Mrt deve permanecer a maior parte do tempo em posição, pronto para
executar o tiro, em vez de progredir junto com o Pel Fzo. A comparação da
distância entre a posição inicial de tiro – objetivo do Pel Fzo com o alcance

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................65/260)


do armamento é que definirá o processo de emprego da peça durante a
progressão. Caso a distância seja maior que o alcance de utilização, haverá
necessidade de mudança de posição.

(4) As mudanças de posição devem ocorrer em perfeita coordenação com a


manobra do Pel, de modo que não se perca o apoio de fogo de morteiro.

(5) Devem ser considerados no emprego do Mrt a observação e os campos de


tiro existentes.

CAPÍTULO 4 – ESCOLA DO PELOTÃO DE FUZILEIROS

4.1 – ORGANIZAÇÃO

a. O Pelotão de Fuzileiros Motorizado (Pel Fzo Mtz) é orgânico da


Companhia de Fuzileiros. O Pelotão de Fuzileiros Paraquedista (Pel Fzo Pqdt) é
orgânico da Companhia de Fuzileiros Paraquedista. O quadro de organização
dos Pel Fzo Mtz e Pqdt são idênticos, conforme consta da Fig 4-1.

b. O Pel Fzo é comandado por um 1º ou 2º tenente e se compõe de uma


Turma de Comando (Tu Cmdo), um Grupo de Apoio (Gp Ap) e três Grupos de
Combate (GC).

c. Os detalhes sobre a distribuição de material aos integrantes do Pel Fzo


poderão ser obtidos nos QDM das unidades.

4.2 – ATRIBUIÇÕES DOS COMPONENTES

As atribuições dos componentes do pelotão de fuzileiros, entre outras, são as


seguintes:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................66/260)


a. Tenente Comandante de Pelotão
(1) Ser responsável pela disciplina, instrução, adestramento dos homens
e ainda pelo controle, emprego tático e manutenção do material de
dotação distribuído ao seu pelotão.
(2) Realizar suas tarefas através de um planejamento detalhado, tomando
decisões distribuindo missões e supervisionando a execução de suas
ordens. Para tanto, é imperativo que o Cmt Pel conheça bem os seus
homens, suas armas e a melhor forma de empregá-los em combate.
(3) Comandar a fração através do acionamento dos auxiliares (Sgt Adj,
Cmt GC e Cmt Gp Ap).
(4) Inteirar-se da situação em todos os momentos e estar presente em
local de onde possa intervir no combate.
(5) Manter informado o comando que lhe atribuiu a missão, prestando
conta de suas ações.
(6) Conduzir o tiro de artilharia na faixa do terreno em que atua, quando
necessário.
(7) Sua atuação estará sempre baseada nas ordens que receber do
escalão superior, na intenção do seu comandante imediato, na
concepção da manobra a executar e no seu estudo de situação.
Muitas vezes, não receberá ordens para todas as situações. Deverá,
então, usar sua iniciativa com discernimento, tendo sempre em mente
o objetivo final que é o cumprimento da missão que lhe foi confiada.
b. Sargento Adjunto do Pelotão:
(1) É o substituto eventual do Cmt Pel Fzo.
(2) Coordenar a turma de comando.
(3) Organizar e controlar as atividades desenvolvidas no âmbito do Pel.
(4) Coordenar e executar o remuniciamento e o ressuprimento do Pel.
(5) Controlar a atuação das equipes responsáveis pela evacuação dos
feridos para a retaguarda.
c. Soldado Radioperador:
(1) Operar o rádio nas ligações do Pel Fzo.
(2) Executar a manutenção de primeiro escalão do rádio.
(3) Atuar como construtor de linha ou telefonista, operando a central
telefônica.

As atribuições dos componentes dos grupos de combate e grupo de apoio estão


especificadas nos capítulos 1 e 3 deste manual.

4.3 – ENUNCIAR FUNÇÕES

a. Ao comando de “ENUNCIAR FUNÇÕES”, o Pel Fzo deverá atender, no


que lhes for aplicável, ao constante no parágrafo 2-4 deste manual.

b. Execução – Ao comando de: “PELOTÃO, ATENÇÃO! ENUCIAR


FUNÇÕES!”, o Sgt Adj e os comandantes de GC e Gp Ap procederão à
enunciação de funções nos seus respectivos grupos e turma. Em seguida o Cmt
Pel fará a verificação nomeando as frações na ordem desejada “TURMA

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................67/260)


DE COMANDO!”, ao que o Sgt Adj responderá: “TURMA DE COMANDO
PRONTA!” ou “TURMA DE COMANDO COM TAL ATERAÇÃO!”, e assim
sucessivamente para as outras frações.

c. A enunciação de funções na Turma de Comando é feita na sequência Sgt


Adj e Sd Radioperador (Radiop).

4.4 – FORMAÇÕES

a. Generalidades:

(1) A formação a ser adotada bem como as distâncias e intervalos entre os


grupos são conseqüência da situação e do terreno, além dos fatores citados
no parágrafo 1-3, deste manual. Consideram-se normais as distâncias e
intervalos de 20 a 50 metros entre as frações.

(2) O adequado aproveitamento do terreno é mais importante do que a posição


exata que cada homem ou fração deva ocupar no dispositivo.

(3) Devem ser evitados, sempre que possível, as faixas ou locais onde o inimigo
se apresenta mais forte.

(4) O Cmt Pel deve colocar-se onde melhor possa controlar o seu pelotão,
geralmente à retaguarda do GC que está à frente.

(5) O Adj coloca-se onde melhor possa auxiliar o Cmt Pel no controle do pelotão,
geralmente junto ao GC que está à retaguarda.

(6) O Radioperador desloca-se próximo ao comandante do pelotão.

(7) Em princípio, qualquer que seja a formação, a frente do pelotão varia de 100
a 250m. A profundidade varia em função da distância da Pç Mtr e de Mrt.

(8) Os elementos do Grupo de Comando nem sempre são representados nas


figuras que mostram as diferentes formações do Pel Fzo, uma vez que
ocupam posições variáveis, de acordo com a situação.

(9) Formações utilizadas pelo Pel Fzo:

(a) Em coluna (por um ou por dois).

(b) Por grupos sucessivos.

(c) Por grupos justapostos.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................68/260)


(d) Em Linha.

(e) Em Cunha.

(f) Em Cunha invertida ou em “V”.

(g) Em escalão (à direita ou à esquerda).


(10) As peças de metralhadora e de morteiro deverão estar em condições de
atuar em qualquer parte do dispositivo, em proveito do pelotão. O seu
emprego será supervisionado pelo Cmt Gp Ap, de acordo com as ordens
recebidas do Cmt Pel.

b. Formatura do Pelotão de Fuzileiros – Em todos os exercícios de


maneabilidade o Pel Fzo apresentar-se-á, ao iniciá-los, na formação em
coluna por três, mantendo 1 braço de distância de intervalo entre homens
e frações, com seus componentes distribuídos de acordo com o indicado
na figura 4-2.

c. Em Coluna (Fig 4-3):

A formação em coluna, no Pel Fzo, admite duas variantes: em coluna por um e


em coluna por dois.

(1) Em coluna por um (Fig 4-3):


(a) Formação adotada para o movimento em terreno que restringe o
emprego de uma formação mais dispersa (trilhas, passagens
estreitas, etc) ou situações de visibilidade reduzida (escuridão,
novoeiro, etc)
(b) Apresenta como vantagens o controle e a boa velocidade de
progressão.
(c) Como desvantagem, proporciona pouca dispersão e limitado poder
de fogo à frente.
(d) Os grupos adotarão, obrigatoriamente a formação em coluna.
(e) As distâncias entre os homens são de 5 passos e de 5 metros entre
os grupos. Porém elas podem ser reduzidas em função da
limitação da visibilidade.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................69/260)


(f) É comum o emprego desta formação no ataque noturno, desde que
as posições de ataque até os pontos de liberação dos GC, bem
como durante os deslocamentos nas faixas de infiltração.
(g) A posição das peças do Gp Ap dependem do estudo do terreno e
da missão do Pel.

(2) Em Coluna por dois:


(a) Utilizado em deslocamentos por estrada ou na marcha de
aproximação.
(b) Todas as frações do Pel deslocam-se em coluna or dois,
aproveitando ambas as margens da entrada. Os GC marcham com
uma esquadra ao lado da outra.
(c) Do GC Base, dois esclarecedores são lançados à frente, cerca de
20 passos, e a distância entre os homens e entre as esquadras é
de 10 passos, no mínimo.
(d) A posição do Cmt Pel, dos Cmt GC e das Peças do Gp Ap, bem
como a distância entre as frações dependem da posição do Pel no
dispositivo da Cia.
(e) Esta formação também poderá ser empregada nas mesmas
condições prevista para a coluna por um quando as restrições não
forem tão grandes.
(f) É uma formação bastante flexível, facilitando a passagem rápida
para outras formações. Permite razoável emprego de fogos nos
flancos.
(g) As Pç Mtr e Mrt deslocam-se junto aos GC que estão à retaguarda
e em condições de entrar rapidamente em posição.
d. Por grupos sucessivos (Fig 4-4):
(1) Formação adequada quando o Pel busca o contato com o inimigo ou
quando está na reserva, seguindo o escalão de ataque.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................70/260)


(2) Uma de suas principais características é a possibilidade de ação
imediata nos flancos. Oferece limitada potência de fogo à frente.
(3) Os grupos podem adotar qualquer formação e a distância entre as
frações do pelotão deve ser de no mínimo 20m, podendo chegar a
50m, se o Pel estiver sendo batido por fogos de Art ou Mrt inimigos.
(4) O posicionamento das Pç Mtr e de Mrt é decorrente do estudo do
terreno. No caso das Mtr, podem ocupar posições de comandamento
à retaguarda do Pel Fzo ou seguir junto aos GC. A Pç Mrt pode ocupar
posição à retaguarda de uma massa cobridora ou seguir juntos aos
GC.

e. Formação por grupos justapostos (Fig 4-5):


(1) Formação adotada após o inimigo ser localizado ou quando a frente
atribuída ao pelotão exige o posicionamento dos três GC em primeiro
escalão.
(2) Deve ser adotada quando da transposição rápida de zonas expostas
ou batidas por fogos.
(3) As Pç Mtr ocupam posições que permitam apoiar em boas condições
a manobra do Pel, podendo permanecer à retaguarda ou se deslocar
na esteira do Pel, cerca de 200 a 300m à retaguarda do Pel.
(4) No caso de o inimigo ter sido localizado, a Pç Mrt entrará em posição,
aguardando o pedido de fogos do Pel.
(5) Os intervalos entre as frações variam de 20 a 50 metros.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................71/260)


f. Em Linha (Fig 4-6):
(1) Formação mais adequada para o assalto, limpeza de áreas e
transposição de regiões que estejam expostas à observação ou
batidas por fogos.
(2) As frações devem adotar, obrigatoriamente, a formação em linha.
(3) As distâncias e intervalos entre as frações são de 10 metros.
(4) Proporciona máxima potência de fogos à frente.
(5) O controle é muito difícil nsta formação, exigindo enérgica ação dos
Cmt Gp e Pel.
(6) As Pç Mtr devem estar posicionadas à retaguarda, cerca de 200 a 300
metros apoiando as ações do Pel.
(7) Na ultrapassagem de áreas à observação, as Pç Mtr seguem junto ao
Pel. No caso de assalto, já estarão em posição e prontas para atender
aos pedidos de fogo.

g. Em Cunha (Fig 4-7):


(1) Formação utilizada quando a localização do inimigo não está definida
e se deseja dispersão. Permite ao Cmt Pel estabelecer contato com o
inimigo através de um GC, mantendo os outros dois livres para
manobrar. Mesmo que o pelotão sofra uma ação inimiga sobre um de
seus flancos, ainda restará pelo menos um GC para manobrar.
(2) Utilizada também quando o Pel tem ambos os flancos expostos.
(3) Facilita o controle e proporciona boa flexibilidade e segurança em
todas as direções.
(4) Esta formação possui dois GC à retaguarda que poderão, manobrar,
ultrapassar ou seguir o GC ponta.
(5) As frações podem adotar qualquer formação.
(6) As distâncias e intervalos entre as frações variam de 20 a 50 metros.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................72/260)


(7) As Pç Mtr acompanham os GC das extremidades, cerca de 100 a
200m à retaguarda destes grupos.
(8) A Pç Mrt pode ser desdobrada no terreno ou se deslocar próxima à
turma de comando conforme estudo de situação do Cmt Pel.

h. Em cunha invertida ou formação em “V” (Fig 4-8):


(1) Formação utilizada quando o Pel está no 1º escalão do ataque e o
inimigo está a frente e com a localização determinada. Se houver ação
inimiga sobre um dos flancos do pelotão, o seu comandante ainda
disporá de dois GC para manobrar.
(2) Trata-se de uma formação de difícil controle que não favorece a
rapidez do movimento à frente.
(3) Proporciona bom controle, segurança em todas as direções, potência
de fogo à frente e boa flexibilidade.
(4) As frações podem adotar qualquer uma das formações.
(5) As distâncias entre as frações variam de 20 a 50m e o intervalo de 40
a 100m.
(6) As Pç Mtr ocupam posições de 200 a 300m à retaguarda que permitam
apoiar a manobra do Pel.
(7) A Pç Mrt ocupará posição de tiro e ficará em condições de atender aos
pedidos de fogos do Pel.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................73/260)


i. Em escalão (Fig 4-9 e 4-10):
(1) Pode ser desdobrado em escalão à direita (Fig 4-9) ou em escalão à
esquerda (Fig 4-10).
(2) Esta formação é utilizada para proteger um flanco exposto.
(3) Dificulta o controle, deixando o movimento lento.
(4) Proporciona boa potência de fogo à frente e no flanco para o qual está
escalonado, permitindo boa flexibilidade.
(5) As frações poderão adotar qualquer uma de suas formações.
(6) As distâncias e intervalos entre as frações variam de 20 a 50 metros.
(7) As Pc Mtr seguem no intervalo entre os GC.
(8) A Pç Mrt segue junto à turma de comando.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................74/260)


4-5 MUDANÇAS DE FRENTE E DE FORMAÇÃO

a. Generalidades:
(1) Para mudar de formação, o Pel Fzo não deve fazer alto. O GC base
prossegue o movimento normalmente, e os grupos que mudarão de
posição realizarão este movimento o mais rápido possível.
(2) Quando das mudanças de formação, a PÇ Mrt deve efetuar o mínimo
de movimento possível.
(3) As Pç Mtr devem se deslocar próximo ao GC que ajuda a transportar
sua dotação de munição. No comando deve ser enunciada a posição
das Pç Mtr da seguinte maneira: “PEÇAS DE METRALHADORA
JUNTO AOS GC!”, “PEÇAS DE METRALHADORA 200 METROS À
RETAGUARDA DO TAL GC E TAL GC!”, “1ª PEÇA DE
METRALHADORA EM POSIÇÃO NA REGIÃO ‘A’ E “2ª PEÇA DE
METRALHADORA EM POSIÇÃO NA REGIÃO ‘B’!”.
(4) Se as Pç Mtr permanecerem à retaguarda, enquadradas em uma
fração provisória, esta parte do comando será omitida.
(5) Durante o adestramento, o memento apresentado a seguir deverá ser
seguido. No entanto, só deverão fazer parte do comando os itens que
serão mudados ou que forem indispensáveis. Uma tropa adestrada
pode usar comandos informais quando estiver em operações.
b. Memento para o comando – O comando para as mudanças de frente e
formação deve conter os seguintes itens:
(1) Advertência
(2) Base
(3) Frente (ou direção)
(4) Posição de um dos GC
(5) Posição de peça de morteiro
(6) Posição das peças de metralhadoras
(7) Formação
(8) Distâncias e intervalos (apenas quando diferentes dos normais)
(9) Execução

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................75/260)


c. Exemplo de comando para mudança de frente e de formação -
PELOTÃO, ATENÇÃO!
- BASE 2º GC A DIREITA!
- FRENTE PARA ÁRVORE ISOLADA!
- 1ºGC A ESQUERDA!
- PEÇA DE MORTEIRO AO CENTRO!
- 1ª PEÇA DE METRALHADORA EM POSIÇÃO
JUNTO À MACEGA!
- 2ª PEÇA DE METRALHADORA EM POSIÇÃO NA
ORLA DA MATA!
- EM CUNHA!
- MARCHE!

4-6 TÉCNICAS DE PROGRESSÃO

a. Generalidades:
(1) No combate, o pelotão progride combinando o fogo e o movimento.
No entanto, gasta mais tempo se deslocando do que atirando. Em
conseqüência, o comandante deve preocupar-se com os
deslocamentos do seu pelotão, de modo a conservar, ao máximo, a
integridade física de seus homens.
(2) As técnicas de progressão resultam da combinação dos seguinte
fatores:
- Possibilidades de atuação do inimigo;
- Velocidade de progressão;
- Formação adotada;
- Processo de progressão.
(3) Em Função desses fatores, o pelotão poderá adotar uma das
seguintes técnicas de progressão:

- Progressão contínua;

- Progressão protegida; - Por lanços de grupo.

b. Progressão Contínua:
(1) Quando é pequena a possibilidade de o inimigo atuar sobre a tropa
que progride, ela deve adotar uma formarção de combate e uma
velocidade de progressão que lhe permitam um deslocamento rápido
e seguro.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................76/260)


(2) Nessa situação o pelotão poderá deslocar-se por estradas, em coluna
por dois, mesmo que seja o escalão de reconhecimento de uma
vanguarda, procurando manter a velocidade de marcha prescrita pelo
comandante de companhia.

(3) Quando o pelotão tiver de abandonar a estrada, não pela ação do


inimigo mas pela necessidade de manter uma direção, é normal que
o GC Ponta adote a formação por esquadras sucessivas, distanciadas
entre si cerca de 2 passos. O restante do Pel pode continuar em
coluna por dois, com uma distância de 5 passos, no mínimo, entre as
suas frações e entre os homens.

(4) As Pç Mtr ocupam posições que melhor apóiem o Pel.

(5) A distância do GC Ponta do Esc Rec vai depender, também, da


existência e do valor das forças de segurança que possam estar
atuando à frente do pelotão.

c. Progressão Protegida:

(1) O incremento da segurança poderá ser uma conseqüência das


informações disponíveis sobre o terreno e o inimigo, e será
desencadeado de acordo com a situação vivida.

(2) Considerando a necessidade de aumentar a segurança, o Cmt Pel


adotará as seguintes providências:

(a) Informará o Cmt Cia;

(b) Determinará ao Cmt GC Ponta que , sem necessidade de diminuir a


velocidade de progressão, adote uma formação que proporcione maior
segurança à frente.

(3) O Cmt GC Ponta, assim que for informado, em princípio, deve adotar
a formação “por esquadras sucessivas”, ficando uma em condições
de apoiar a outra, distanciadas entre si, agora, cerca de 50 passos.

(4) O Cmt Pel determinará a formação e as distâncias a serem


observadas pelas frações do escalão de reconhecimento.

(5) Os GC podem continuar em coluna por dois, com a distância entre os


homens aumentada para 10 passos, ou por esquadras sucessivas,
com a distância de 20 passos entre elas.
(6) A distância que deve ficar o GC Ponta vai depender do terreno e das
condições de visibilidade. Se for necessário, o Cmt Pel destacará
homens de ligação entre ele e o ponta.

(7) O Cmt Pel deve manter contato visual com o GC Ponta. A testa do
escalão de reconhecimento deve permanecer longe o suficiente para

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................77/260)


não ser atingida por fogos inimigos que sejam dirigidos contra a ponta,
além de poder contar com espaço para manobrar.

(8) Desta forma, sem diminuir a velocidade de progressão, o restante do


Pel ficará em condições de apoiar a ponta rapidamente.

(9) As Pç Mtr ocupam as posições que melhor apóiem a manobra do


Pel.

d. Progressão por lanças de grupos (Fig 4-11):

(1) Quando o GC Ponta tiver que progredir por lanços de esquadra para
reconhecer locais suspeitos ou posições inimigas, empregará a
progressão por lanços de grupos, também chamada de “Marcha do
Papagaio”.

(2) Essa técnica é usada quando o contato com o inimigo é esperado a


qualquer momento, porém a localização exata ainda não foi
determinada. Só o reconhecimento confirmará se o inimigo está no
local suspeito.

(3) Também é usada quando o contato inicial já foi estabelecido mas é


preciso definir melhor o valor e a posição do inimigo.

(4) O Pel avançará alternando os grupos que se lançam contra as


possíveis posições do inimigo.

(5) O grupo que progride executa o lanço como se estivesse sob as vistas
e fogos do inimigo.

(6) Durante esta progressão, as Pç Mtr devem estar posicionadas e em


condições de prestar apoio de fogo imediato aos GC.

(7) O GC que está à frente apóia o lanço do GC que vem da retaguarda


até que este o ultrapasse cerca de 50 a 100m à frente, dependendo
do terreno e da visibilidade.

(8) O GC que avançou reconhece a posição atingida e apóia o GC que


está mais à retaguarda, até ser ultrapassado, e assim
sucessivamente.

(9) O Cmt Pel ao transmitir suas ordens deve verificar o seguinte:

(a) Todos os comandantes de GC sabem:

- onde está ou onde poderá estar o inimigo;


- como o Cmt Pel pretende reconhecer a posição inimiga ou o local
suspeito;

- a localização do comandante do pelotão durante a operação.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................78/260)


(b) O comandante do GC que apóia e os Ch Pç Mtr e Mrt devem saber:

- a localização do grupo a ser apoiado;

- o destino e direção da atuação do grupo apoiado;

- o seu provável emprego, mediante ordem, após o grupo apoiado atingir o


objetivo.

(c) o comandante do GC apoiado deve saber:

- a localização do GC que apóia;

- para onde vai (destino ou objetivo);

- por onde vai (itinerário ou direção);

- com vai (técnica de progressão a utilizar, se necessário);

- o que vai fazer (reconhecer e depois, ficar em condições de apoiar o lança de


outro GC);

- como receberá novas ordens;

- quando vai (normalmente, mediante ordem);

(d) o comandante do GC que estiver mais à retaguarda deve saber:

- a localização do grupo que apóia e das Pç Mtr e Mrt;

- o destino ou objetivo do grupo apoiado;

- o seu provável emprego, mediante ordem, após o grupo


apoiado atingir seu objetivo;

- o que fará enquanto não for empregado.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................79/260)


4.7 – MOVIMENTO SOB AS VISTAS E FOGOS DO INIMIGO

a. Generalidades:
(1) Nos movimentos sob as vistas e fogos do inimigo, o Pel Fzo deverá
atenderr, no que lhe for aplicável.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................80/260)


(2) Quando o Pel estiver sob vistas e fogos do inimigo, as Pç do Gp Ap devem
se desdobrar no terreno e permanecer prontas para realizar o fogo solicitado.
Neste caso, a iniciativa e rapidez de raciocínio do Cmt Gp Ap e Ch Pç será
fundamental, pois não haverá tempo para se detalhar as ordens. O
conhecimento da missão do Pel e sua finalidade, aliado ao discernimento para
selecionar alvos e executar fogos, mesmo sem ordem clara do Cmt Pel, é que
definirão o sucesso do Pel.

(3) No caso de o Pel ser atacado e as Pç se encontrarem junto à fração, os


Ch Pç devem responder ao fogo inimigo e buscar posições que melhor permitam
apoiar a manobra do Pel.

b. Comandos para Progressão

(1) Todo o pelotão - O Cmt Pel emitirá o seguinte comando para que todo
o pelotão execute um lanço:

- PELOTÃO, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!

- ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!

- TODO O PELOTÃO!

- MARCHE-MARCHE!

A este comando, todos os componentes do pelotão executam o lanço.

(3) Grupo a grupo – Para que o pelotão execute um lanço por grupo, o
Cmt Pel emitirá o seguinte comando:

- PELOTÃO, ATENÇÃO!

- POR GRUPOS!

- 1º GC ATÉ TAL PONTO! 2º GC...! 3º GC...


- MARCHE-MARCHE!
Os grupos, na ordem enunciada pelo Cmt Pel, deslocar-se-ão ao comando de
seus respectivos comandantes e chefe de peça:

- GRUPO, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!

- ATÉ TAL PONTO!

- TODO O GRUPO!

- MARCHE-MARCHE!
As Pç do Gp Ap e a Tu Cmdo prosseguem, por iniciativa, na esteira dos grupos
de combate.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................81/260)


(4) Homem a Homem – Para que o pelotão execute um lanço homem a
homem, o Cmt Pel emitirá o seguinte comando: - PELOTÃO,
ATENÇÃO!
- HOMEM A HOMEM!
- 1º GC ATÉ TAL PONTO! 2º GC...! 3º GC...
- MARCHE-MARCHE!
A este commando, os Cmt GC procederão como é previsto neste manual. As Pç
do Gp Ap e a Tu Cmdo prosseguem, por iniciativa, na esteira dos grupos de
combate.
(5) Nos movimentos sob as vistas e fogos do inimigo, o Cmt Pel e o Adj
deslocam-se quando e onde julgarem mais conveniente. O Cmt Gp Ap
se deslocará onde melhor possa coordenar e controlar os trabalhos de
suas Pç. O Radiop segue o Cmt Pel.

c. Manobra do Pel
(1) Ao se deparar com uma posição inimiga, o Pel deverá manobrar para
encontrar as melhores condições para desencadear o assalto. Pode se deparar,
também, com situações imprevistas, tais como contato fortuito com inimigo,
campo de minas, armadilhas, entre outros. Para cumprir sua missão, o Cmt Pel
Fzo deve ser capaz de manobrar seu pelotão.
(2) A manobra a ser empregada em cada caso é decorrência do rápido estudo
de situação, considerando o terreno, ação e efetivo provável do inimigo, e missão
do Pel.
(3) Existem dois tipos básicos de manobra para os quais o Pel Fzo deve estar
adestrado e apto a realizar em qualquer situação:

(a) MANOBRA DE FLANCO (Fig 4-13):


- Neste tipo de manobra, o Cmt Pel empregará a massa de sua fração sobre
um dos flancos do inimigo.
- Um GC, ou apenas as Pç de Mtr, ou ambos, fixam o inimigo pelo fogo
enquanto os demais se deslocam para agir em seu flanco. Deve ser coordenado
o momento em que cessará fogo a fim de evitar o fratricídio.
- Não se deve agir simultaneamente sobre os dois flancos do inimigo, pois
a coordenação é extremamente difícil, aumentando o risco de fratricídio.

(b) MANOBRA FRONTAL (Fig 4-14):


- Este tipo de manobra deve ser evitado ou então ser empregado somente
quando o inimigo for muito fraco, ou o terreno permitir.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................82/260)


- O Pel progredirá por lanços, utilizando criteriosamente o terreno e fazendo
máximo emprego do fogo e movimento, até que tenha condições de eliminar a
resistência inimiga.
- Apresenta como desvantagens o alto consumo de munição a possibilidade
de grande número de baixas.

- As Pç Mtr devem estar muito bem posicionadas porque o apoio de fogo


da arma de tiro tenso é fundamental neste tipo de manobra.

4.8 – ENTRADA EM POSIÇÃO


a. O pelotão poderá entrar em posição mediante ordem ou por interferência do
inimigo. Em qualquer dos casos, o comando deverá conter os seguintes itens:
(1) Advertência
(2) Locais dos grupos e zona de posição dos FAP (se possível)
(3) Local das peças do Gp Ap

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................83/260)


(4) Direção geral dos fogos
(5) Execução
b. O Cmt Pel ocupará a posição que melhor permita o controle de seu Pel.

4.9 – MECANISMO PARA EXECUÇÃO DOS FOGOS


a. Para ser eficaz, o fogo do pelotão deve ser conduzido de maneira correta.
A conduta do tiro depende da habilidade do Cmt Pel para deslocar seu pelotão,
fazer com que ele abra fogo, transporte-o e cesse fogo.
b. O pelotão poderá executar seus fogos utilizando simultaneamente os
grupos de combate e as peças do grupo de apoio, alternando-os ou
estabelecendo outra combinação.
c. A distribuição dos fogos do pelotão é a correta divisão dos fogos das Pç
Mtr, Mrt e dos grupos de combate. Portanto, a designação de um objetivo para
o pelotão consta da designação dos objetivos ou partes do objetivo para cada
uma das frações.
c. O comando para execução dos fogos deve conter os seguintes itens:
(1) Advertência
(2) Direção
(3) Distância
(4) Natureza do alvo
(5) Condições de execução
e. Exemplo de um comando de tiro – O Cmt Pel quer que todo o pelotão fique
em condições de atirar, mas que apenas o 1º GC atire; neste caso, o comando
seria como se segue:
- PELOTÃO, ATENÇÃO!
- ONZE HORAS!
- TRÊS – ZERO – ZERO!
- TROPA EM LINHA!
- 1º GC, UM CARREGADOR!

3 - METRALHADORA 7,62 MAG


FONTE: EB60-ME-14.004 Armto, Mun e Tiro Volume 1 – Mtr 7,62 M971 MAG
edição 2013

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................84/260)


CAPITULO 1 - APRESENTAÇÃO, CARACTERÍSTICAS, ACESSÓRIOS E
SOBRESSALENTES, MUNIÇÃO DA MTR 7,62 MAG
1.1- Apresentação
A Mtr “MAG” é uma arma automática que funciona por ação da força de
expansão dos gases tomados no terço médio do cano. A admissão desses gases
é controlada por um regulador de escape de gases, o qual permite assegurar um
funcionamento regular e flexível da arma e, caso necessário, aumentar a
cadência de tiro. A Mtr “MAG” é ainda uma arma absolutamente segura e eficaz,
constituindo uma excelente arma de apoio aos elementos fuzileiros.
a. Referência Numérica (NEE) ..................................................... 1005
1063 756
b. Indicativo Militar ....................................................................... Mtr 7,62
M971
c. Nomenclatura ............................................... Metralhadora 7,62 M971
"MAG"

1.2- Características a. Aspectos Classificatórios


1) Quanto ao tipo
...................................................................................... Portátil
2) Quanto ao emprego
.............................................................................. Coletiva
3) Quanto ao
funcionamento................................................................
Automática
4) Princípio Motor ................................................... Utilização
indireta
dos gases

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................85/260)


5) Quanto a espécie de tiro
................................................................... Tiro direto
6) Raiamento ............................................................................
Quatro à
esquerda
7) Calibre
................................................................................................
7,62 mm

b. Alimentação
1) Carregamento
.................................................................................
Retrocarga
2) Carregador............... Fita de alimentação M971, de elos metálicos,
livre ou acondicionada em uma caixa carregador.
3) Sentido ........................................................................................
Pela
esquerda
4) Munição .............. É a mesma utilizada pelo FAL exceto o Car 7,62
Lçmto Gr

c. Dados Numéricos
1) Peso da Metralhadora ......................................................................
10,800 Kg
2) Peso do reparo M971 ........................................................................
10,450 Kg
3) Velocidade de tiro (regulável)................................................. 600 a
1000 TPM
4) Alcance máximo
....................................................................................
3800m

5) Alcance útil (sobre bipé)


......................................................................... 800m
6) Alcance útil (sobre reparo)
.....................................................................
1800m

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................86/260)


7)Alça de Mira ......... Tipo lâmina basculante com cursor e visor, graduado
de 100 em100m, de 200até 1800m
8)Massa de Mira .................................................... Regulável em altura e
direção
9)Ângulo de ceifa sobre bipé .............................................................. (+ ou
- 50º)
1.3- Acessórios e sobressalentes
A Mtr “MAG” é dotada de acessórios e sobressalentes para aumento da
eficiência e flexibilidade de emprego, bem como para possibilitar a execução
correta da manutenção, são eles:

a. Reparo M971 terrestre com transportador


b. Máquina para municiar elos metálicos (Enfitadeira)
c. Reforçador para tiro de festim
d. Bandoleira M971
e. Fita de alimentação M971
f. Cofre de munição (cap 250 Car)
g. Carregador M971 (Caixa carregador).
h. Cano de troca (sobressalente)
1.4- Munição
A Mtr MAG utiliza os seguintes cartuchos:
a. Car 7,62 Ml ............................. Guerra, Ml ou ordinário
b. Car 7,62 Tr .................................................... Traçante
c. Car 7,62 Pf ................................................. Perfurante
d. Car 7,62 Ft ....................................................... Festim
e. Car 7,62 Mj ...................................................... Manejo

CAPITULO 2 – DESMONTAGEM E MONTAGEM DE 1º ESCALÃO


A desmontagem de 1o escalão da Mtr “MAG” exige a utilização de seu
ferramental de 1o escalão.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................87/260)


2.1- Medidas Preliminares
Estando a arma sem acessórios ou sobressalentes, antes de iniciar a
desmontagem da arma devemos:
1º) Trazer a alavanca de manejo para a retaguarda
2º) Colocar o registro de segurança em “S”
3º) Abrir a tampa da caixa da culatra, agindo nos ferrolhos de travamento
4º) Levantar a mesa de alimentação e verificar se a câmara está vazia
5º) Colocar o registro de segurança em “F”
6º) Agindo na tecla do gatilho levar as peças móveis à frente

2.2- Operações de Desmontagem:


1ª OPERAÇÃO: Retirar o quebra chamas (Fig 05) - Com o auxílio da
chave com bloco, desatarraxá-lo e retirá-lo.

2ª OPERAÇÃO: Retirar o cano.(Fig 06)


- Levar o punho de transporte o mais possível para a direita e
comprimir com a mão esquerda o botão da alavanca de retenção do anel roscado
de fixação do cano e com a mão direita dar um golpe para cima no punho de
transporte. Levar o cano à frente liberando-o.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................88/260)


3a OPERAÇÃO: Desmontar o regulador de gases (Fig 07 e 08)
- Pressionando a lâmina de fixação (c) do anel regulador (b)
desatarraxá-lo através de sua luva de comando (a) e retirá- lo.(Fig 07)

- Retirar as meias luvas do regulador de gases (a) (Fig 08)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................89/260)


4ª OPERAÇÃO: retirar a coronha ( Fig 09 )
- Agir fortemente sobre o retém do bloco posterior (a) e
simultaneamente, exercer um esforço para cima sobre a coronha (b) a fim de
separá-la da arma (c).

5ª OPERAÇÃO: Retirar o conjunto recuperador (Fig 10 e 11)


- Pressionar o retém do eixo guia da mola recuperadora para frente
e para cima até liberá-lo, e retirar o conjunto recuperador.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................90/260)


6ª OPERAÇÃO: Retirar o conjunto êmbolo - corrediça - ferrolho - culatra
móvel (Fig 12)
- Trazer a alavanca de manejo para a retaguarda e retirar o conjunto
das peças da caixa da culatra.

7a OPERAÇÃO: Retirar o mecanismo da armação (Fig 13 e 14)


- Pressionar para a direita o eixo da armação e retirá-lo; girar a
armação para baixo e para frente retirando-a.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................91/260)


2.3- Desmontagem de 2º escalão
A desmontagem de 2º Escalão exige a utilização de seu ferramental de 2º
escalão.

a. Operações de Desmontagem
1ª OPERAÇÃO: Separar o conjunto êmbolo - corrediça ao conjunto
ferrolho - culatra móvel. (Fig 15)
- Com o auxílio de um toca pino ou a ponta de um projétil retirar o
eixo superior da biela:
- Separar o conjunto ferrolho-culatra móvel do conjunto êmbolo -
corrediça.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................92/260)


2ª OPERAÇÃO: Desmontar o extrator (Fig 16 e 17)
Para desmontar o extrator deve ser usada a ferramenta especial OREA
78:
- Introduzir um dos ganchos da ferramenta na ranhura do existente
no impulsor do extrator (A) e o outro na ranhura do ferrolho (B).
- Mantendo a ferramenta de desmontagem nesta posição, exercer
pressão sobre o ferrolho de modo a trazê-lo no prolongamento da culatra móvel
(C);
- Retirar o extrator e deixar o ferrolho voltar para cima sob a ação da
mola do extrator.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................93/260)


3ª OPERAÇÃO: Retirar as plaquetas da armação. (Fig 18)
- Com a ferramenta de desmontagem do extrator, que dispõe de uma
chave de fenda, retirar os parafusos das plaquetas e após retirar as plaquetas.
- Descrição do grupo do mecanismo do gatilho e segurança.
a)Corpo da armação que serve de caixa para o mecanismo
b)Punho com as duas plaquetas
c)Armadilha

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................94/260)


d)Gancho da armadilha
e)Gatilho
f) Registro de segurança e mais as molas do gatilho e do gancho.

4) 4ª OPERAÇÃO: Retirar o registro de segurança


- Girar de 1/4 de volta no sentido horário e retirá-lo pela esquerda.
5) 5ª OPERAÇÃO: Retirar a armadilha
- Retirar o eixo da armadilha.
- Girar a armadilha de 1/4 de volta para qualquer um dos lados e
retirá-la por cima, liberando-a do gancho da armadilha.
6) 6ª OPERAÇÃO: Retirar a mola da armadilha.
- Retirar o eixo da mola da armadilha.
- Retirar a mola da armadilha por cima da armação (observar a posição).
7) 7ª OPERAÇÃO: Retirar o gatilho-gancho da armadilha.
- Retirar o eixo do gatilho.
- Retirar o gatilho e o gancho da armadilha (não separar estas peças).

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................95/260)


b. Ordem das peças a desmontagem de 2º escalão:
1) Quebra-chamas
2) Anel regulador de escape de gases
3)Meias luvas do regulador de gases
4) Regulador de gases
5) Cano
6) Coronha
7) Conjunto recuperador
8) Eixo superior da biela
9) Êmbolo-corrediça
10) Extrator
11) Impulsor do extrator e mola
12) Culatra móvel-ferrolho-biela
13) Eixo da armação
14) Parafuso das plaquetas da armação
15) Plaquetas da armação
16) Registro de segurança
17)Eixo da armadilha
18) Armadilha
19) Eixo da mola da armadilha
20)Mola da armadilha
21) Eixo do gatilho
22) Gatilho-gancho da armadilha
23) Armação
24) Caixa da culatra-cilindro de gases-bipé

2.3- Montagem de 1º e 2º Escalão


A montagem é executada na ordem inversa de desmontagem
observando-se os seguintes detalhes:
a. Montagem da mola da armadilha na posição correta;

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................96/260)


b. Montagem do extrator tendo em vista a correta adaptação da
ferramenta especial, e cuidado com a respectiva mola;
c. Na colocação do conjunto êmbolo-corrediça-ferrolho- culatra móvel
na caixa da culatra, o gatilho deve ser pressionado e o dedo deve ser
colocado entre o conjunto ferrolho-culatra móvel e o conjunto êmbolo-
corrediça, de modo que todo o conjunto possa ser completamente introduzido
na arma;
d. Na montagem da mola do extrator introduzir o lado com a espira
mais aberta no alojamento do impulsor do extrator e o lado com a espira mais
fechada no alojamento da culatra móvel.
CAPITULO 3 - MANEJO DA MTR 7,62 MAG
3.1- Manejo da arma
As principais operações de manejo são:

a. Municiar a fita
Com o auxílio da enfitadeira, ou manualmente, municiar os elos metálicos,
com o cuidado de certificar-se que a unha (A) da fita se introduziu completamente
na ranhura existente no culote do cartucho e se o mesmo se apresenta
corretamente introduzido no alvéolo da fita (D).
Pode-se também emendar duas fitas (C) e (B), formando um novo alvéolo
onde devemos introduzir um cartucho.

b. Alimentar a arma
Abrir a tampa da caixa da culatra, colocar a fita sobre a mesa de alimentação,
de modo que o primeiro cartucho esteja em contato com o ressalto retém, à
direita da mesa. É aconselhável deixar o primeiro elo sem cartucho, de modo

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................97/260)


que este elo seja encaixado na mesa e não haja deslocamento da fita durante
as operações de manejo.
A seguir fechar a tampa da caixa da culatra.

c. Carregar a arma
Trazer a alavanca de manejo para a retaguarda.

d. Travar e destravar a arma


Pressionar o registro de segurança para a direita colocando em “S”, ou
para a esquerda colocando em “F”.

e. Disparar
Pressionar a tecla do gatilho.

f. Escolha da cadência
Agir no anel regulador de escape de gases de modo a fechar ou abrir os
orifícios de escape (1, 2, 3 ou Max), aumentando ou diminuindo a cadência.

g. Reforçador para tiro de festim


Para adaptá-lo na boca do cano devemos desatarraxar o quebrachamas,
retirá-lo e atarraxar o reforçador.

h. Manejo do bipé
1) Preparação do bipé para o tiro:
a)Exercer uma pressão sobre o retém do bipé, localizado entre suas
pernas e, simultaneamente, aproximar uma da outra, a fim de desprender seus
ganchos dos entalhes abertos na parte anterior das guardas da caixa da culatra.
b) Girar o bipé para a frente. Com isto, sob a ação das suas molas as
pernas do bipé se afastam e, quando atingem a posição vertical com relação à
arma, seus reténs entram nas ranhuras da cabeça do bipé. As pernas ficam
assim travadas na posição de tiro.
2) Rebater o bipé
a) Juntar as pernas do bipé para desprender os reténs das ranhuras
abertas na cabeça do bipé.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................98/260)


b) Girar o bipé para trás até que as pernas venham de encontro à arma.
c) Introduzir os ganchos das pernas do bipé nos entalhes abertos na
parte anterior das guardas da caixa da culatra.
d) O retém do bipé voltará, assim, automaticamente, para o seu
alojamento entre as duas pernas do bipé, travando-o nessa posição.

i. Colocação do carregador (caixa) 1)


Colocação da fita de 50 cartuchos na caixa
Inicialmente enrola-se a fita da seguinte
forma:
a)estende-se a fita com a parte aberta dos elos dirigida para baixo e a
ponta dos cartuchos para a frente.
b) colhe-se, então, o elemento final da parte esquerda da fita, o qual
deve ser colocado sobre o elo seguinte repetindo- se até enrolar toda fita.
Após:
a)Abre-se a tampa da caixa, exercendo uma tração para cima, e
introduzir a fita municiada
b) fecha-se em seguida a tampa da caixa, fazendo com que o primeiro
cartucho da fita apareça na parte superior da caixa.
2) Colocação da caixa na arma (Fig 42)
A caixa de alimentação (carregador) é fixada na caixa da culatra por meio
de um trilho e um retém. Para colocá-la na arma deve-se:
a) Introduzir o trilho na ranhura correspondente, existente na caixa da
culatra;
b)Guiar a caixa de alimentação até que o retém se enganche por trás do
botão de retenção.

j. Recomendações para segurança


1) Para o transporte, levar o mecanismo da culatra para a frente. Para
tanto, comprimir o gatilho para liberar a corrediça.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................99/260)


Para evitar um choque inútil ao mecanismo deve-se, enquanto se
comprime o gatilho, frear o movimento do mecanismo por meio da alavanca de
manejo.
2) Não se deve introduzir, manualmente, um cartucho com a arma
aquecida pelo tiro.
3) Nas pausas do tiro deve-se fechar a tampa da janela de ejeção para
evitar a introdução de sujeira no mecanismo.
4) As fitas não devem ser arrastada pelo chão, ou serem sujas antes
de sua introdução no mecanismo de alimentação.
3.2- Manejo do Reparo M971 Terrestre
O reparo compreende: (Fig 43)
- Um berço provido de duas molas recuperadoras (A)
- Uma plataforma (B)
- Um chassis (C)
- Três pés articulados (D)

a. Berço (Fig 44)


O berço serve de suporte direto da arma, nela fixado na para dianteira,
através dos munhões situados na parte inferior da caixa da culatra, e, na parte
traseira, por uma cavilha mantida em posição por um pino (A).
O berço está fixado, a frente, à plataforma, por meio de um eixo vertical
ao redor do qual pode girar em direção.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................100/260)


A parte posterior do berço é provida de uma chave de travamento (B), que
permite imobilizá-lo em direção, sobre a plataforma, após ser feita a pontaria, e
de um sistema de regulagem micrométrico de deslocamento lateral.
Este sistema de regulagem está colocado à direita do punho ou chave de
travamento e pode ser imobilizado sobre a plataforma por um parafuso de
travamento (Fig 45/2).
Pode-se, pois, por rotação do volante do micrômetro (C) deslocar o berço
em direção, estando o punho de travamento solto. (Fig 45/3)
Tal deslocamento se faz por meio de clicks, correspondendo cada um a
um milésimo (“‘), e o deslocamento total é de 30 milésimos.
Para fazer a pontaria pode-se proceder de duas maneiras:
1) Aproximada
Afrouxam-se o parafuso de travamento e o punho de travamento, orienta-
se o berço na direção desejada de tiro e se trava o berço por intermédio do punho
de travamento.
2) Precisa
Orienta-se o berço na direção aproximada de tiro e aperta-se o parafuso
de travamento; em seguida, por rotação do volante do micrômetro, orienta-se o
berço na direção exata de tiro, travando-se então o berço por intermédio do
punho de travamento que se encontrava solto.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................101/260)


b. Plataforma (Fig 43, B)
A plataforma é provida de uma dupla graduação em milésimos (de 0 a
600) para cada lado, o que permite a regulagem do tiro em direção.
Em sua parte superior, encontram-se os dois batentes limitadores de tiro
em ceifa, providos de parafusos de travamento.
A plataforma é articulada, na sua parte anterior sobre o chassis, e, na sua
parte posterior, é a ele fixada através de duas cremalheiras
c. Chassis
O chassis é feito de tubos de liga leve e leva em seu lado esquerdo o
volante de comando que permite deslocar a metralhadora em elevação, graças
às duas cremalheiras que são comandadas por este volante, que em seu
prolongamento possui o punho de travamento da arma em elevação.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................102/260)


d. Pés Articulados (Fig 43,D)
São articulados ao chassis, podendo-se regular a sua posição de maneira
a adaptar o reparo corretamente ao terreno.
As chaves de travamento garantem a posição dos pés como desejado,
impedindo-os de se deslocar.
Os pés terminam por sapatas de ancoragem sobre o solo.

e. Manejo do reparo
1) Colocar o reparo em posição de tiro
a)Afrouxar as chaves de travamento dos pés.
b)Colocar os pés na posição desejada e bloqueá-los por meio das
chaves de travamento dos pés
c)Retirar a cavilha do seu alojamento.
d) Colocar a Mtr sobre o reparo, introduzindo os munhões, situados na
parte inferior da caixa da culatra, sob os ressaltos da parte anterior do berço,
enquanto que os orifícios abertos na parte inferior posterior da caixa da culatra,
à frente da armação, se colocam entre as orelhas da parte posterior do berço.
(1 e 2)
e) Fixar a Mtr sobre o reparo por meio da cavilha.
f) Colocar a arma na posição de tiro desejada, atuando nos mecanismos
de direção e alcance.
2) Colocar o reparo em posição de transporte
a)Descarregar a arma;

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................103/260)


b)Agir sobre a cavilha, retirando-a de sua posição de fixação da
Metralhadora;
c)Desprender os munhões anteriores da metralhadora;
d)Voltar a colocar a cavilha em seu alojamento no berço;
e)Levar a plataforma de encontro ao chassis, agindo sobre o volante de
comando;
f) Afrouxar os pés, dobrá-los contra o chassis, e mantê- los nesta
posição através das chaves de travamento; e
g)Prender o berço sobre a plataforma por meio da chave de travamento
do berço.

f. Colocação do reparo em seu transportador


O transportador do reparo pesa 2,00 Kg e é constituído de:
1) Armação metálica (A)
2) Correias de couro (B)
3) Suporte para as costas (C)
4) Encaixes inferiores (D)
5) Braçadeira com parafuso e porca (E)
Com a função de facilitar o transporte do reparo o transportador deve ser
manejado da seguinte forma:
a)Colocação do reparo no transportador:
(1) Coloca-se o reparo na posição de transporte
(2) Encaixa-se o tubo reto do chassis nos encaixes inferiores do
transportador (A)
(3) Encaixa-se o pé dianteiro do reparo na braçadeira do transportador
(B)
(4) Fecha-se a braçadeira, encaixando o parafuso em seu entalhe e
aperta-se a porca completamente.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................104/260)


b) Retirada do reparo do transportador:
Precede-se de maneira inversa à sua colocação no transportador.
O transportador do reparo é conduzido pelo homem como mochila, usando-
se, para isso, suas correias de couro cor retamente ajustadas ao corpo.

g. Ajuste da pontaria precisa utilizando-se o reparo


A pontaria precisa da Mtr “MAG” é largamente usada e necessária para a
execução correta da sua técnica de tiro e é dada em milésimos.
Utilizamos para a realização da pontaria precisa o limbo graduado e as
cremalheiras existentes na plataforma. Sendo em direção a leitura cremalheiras
feita pelos batentes existentes na plataforma.
Para a realização da pontaria precisa em direção procede- se da seguinte
forma: (Fig 50)
Apontar a Mtr para o alvo (A) e, através do volante do micrômetro, levar o
bordo esquerdo do berço até um valor conhecido (B), contando o número de
milésimos (clicks), assim o valor (A) será o valor (B) conhecido (no exemplo 60'”)
mais o número de milésimos contados até (B), e proceder de modo inverso para
novamente apontar a Mtr para o alvo.

(A) - Mtr apontada para o alvo com valor desconhecido

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................105/260)


(B) - valor conhecido

h. Pontaria precisa utilizando-se um Clinômetro


1) Para a realização da pontaria precisa em direção procede-se da
forma apresentada na letra anterior (g);
2) Para a realização da pontaria precisa em alcance utilizamos um
instrumento chamado clinômetro (nível de emergência ou arco nível) graduado
em milésimos para garantir maior precisão e o emprego eficaz da técnica de tiro
da Mtr “MAG”.
3) Ao se empregar o Clinômetro da Mtr M 1917, ideal para a Mtr
“MAG”, deve-se proceder da seguinte forma:
a)Colocar o clinômetro sobre a tampa da caixa da culatra.
b)Agir no braço do clinômetro nivelando a sua bolha de modo geral
(Precisão de 20 milésimos)
c)Agir no cursor do clinômetro rigorosamente sua bolha entre os reparos
do visor (precisão de 1 milésimo)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................106/260)


d)Ler o valor indicado no clinômetro (ângulo de elevação) que será
positivo se o cano estiver para cima do horizonte ou negativo, se o cano estiver
para baixo do horizonte (+ ou -)

4) Para se apontar novamente a Mtr para o alvo age-se da seguinte


maneira:
a)Registra-se no clinômetro o ângulo anotado.
b)Coloca-se o clinômetro sobre a caixa da culatra.
c) Age-se mecanismo de elevação do reparo até “calarmos” (nivelarmos)
rigorosamente a bolha do clinômetro.
5) Na ausência do Clinômetro em milésimos pode-se utilizar um em graus,
de modo análogo, porém, com prejuízo da precisão do tiro.

i. Manutenção e conservação do reparo e do transportador


As peças não pintadas devem ser limpas e ligeiramente engraxadas as
articulações, partes móveis e molas devem estar sempre ligeiramente
lubrificadas.
As peças pintadas devem ser mantidas sempre limpas por meio de tecido
apropriado e os dentes e ranhuras da
cremalheira devem ser mantidos livres de sujeira, usando-se um
raspador de madeira.
As correias de couro do transportador devem ser lubrificadas com óleos
ou graxas naturais, de preferência com óleo de peixe e guardadas secas em
local arejado.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................107/260)


j. Características gerais do reparo
Peso do reparo ............................................... 10,450 Kg
Possibilidade do tiro em direção ................ 67 ou 1200'''
Possibilidade de variação em altura ............ 30 ou 530'''
Altura do cano (Pés POS MÁX) alta ...................... 58 cm
Altura do cano (pés POS MÁN) baixa ................... 33 cm

CAPITULO 4 - FUNCIONAMENTO E INCIDENTE DE TIRO O


funcionamento da Mtr “MAG” é estudado em quatro partes:
- Funcionamento das peças móveis
- Funcionamento do mecanismo de alimentação
- Funcionamento do mecanismo do gatilho e registro de seg
- Funcionamento do amortecedor de recuo
4.1- Funcionamento das peças móveis
Para facilitar o estudo será apresentado sob os seguintes tópicos:
- Avanço das peças móveis:
- Ação dos gases;
- Recuo das peças móveis.
A arma estará numa posição inicial assim definida:
- Mecanismo da culatra retido, pela armadilha.
- Fita de alimentação municiada introduzida na arma, estando
fechada a tampa da caixa da culatra.
1) Avanço das peças móveis

a)Fases:
(1) Desengatilhamento;
(2) Carregamento;
(3) Extração (1a fase);
(4) Fechamento;
(5) Trancamento;
(6) Percussão.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................108/260)


b)Descrição:
(1) Desengatilhamento
Ao ser acionado o gatilho (A), a ação deste provoca a descida da
armadilha (B), liberando, assim, a corrediça (C).
O mecanismo da culatra avança, então, sob a ação das molas
recuperadoras.

(2) Carregamento
O talão da culatra móvel (A) encontra o culote do primeiro cartucho (B),
empurrando-o para a câmara (C).
A parte côncava do ferrolho (D) entra, então, em contato com as
extremidades das guias principais anteriores (E) da culatra móvel, fixadas nas
paredes laterais da caixa da culatra, o que obriga o ferrolho (F) a abaixar-se.
Continuando seu movimento para a frente, a culatra móvel completa a
introdução do cartucho na câmara.

(3) Extração (1a fase):


No final da introdução o extrator (G) se afasta e permite ao culote do
cartucho se colocar na cubeta da culatra móvel (H), por trás da garra do extrator,
Quando o cartucho está completamente na câmara, com seu culote
completamente alojado no respectivo alojamento, a culatra móvel se detém
contra a superfície posterior do cano (I).

(4) Fechamento:
Durante esse tempo, a corrediça continua seu movimento para a frente e,
por intermédio da biela (J), abaixa ainda mais o ferrolho, cuja superfície de
fechamento (K) vem se colocar diante do suporte de trancamento (L). A arma
está, assim, fechada.
(5) Trancamento:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................109/260)


A corrediça continua seu movimento para a frente ainda numa curta
distância, confirmando assim o trancamento. O movimento da corrediça para a
frente se detém no momento em que suas projeções anteriores batem na parte
posterior do cilindro de gases.
(6) Percussão:
O movimento final da corrediça provoca a saída da ponta do percussor
(M) no orifício de percussão (N) na culatra móvel, o que ocasiona a percussão
do cartucho. Desta maneira o disparo não pode ocorrer senão com a arma
completamente trancada,o que constitui uma segurança absoluta, uma vez que
é impossível haver o disparo antes do fechamento e trancamento completo do
mecanismo.

2) Ação dos gases


Após se efetuar o disparo, no momento em que o projétil ultrapassa o
orifício do cano, correspondente à tomada de gases, uma parte dos gases passa
por este orifício para o regulador e, deste último, para o cilindro de gases. (A) O
regulador propriamente dito está provido de três pequenos orifícios de escape
(B) e (C).
Quando se gira a luva de comando (D) do anel regulador de escape de
gases, este se desloca e obtura mais ou menos os três orifícios de escape,
equivalendo-se as posições MAX, 3, 2 ou 1 respectivamente, variando-se assim,
a quantidade de gases que atuam sobre o êmbolo e consequentemente a
velocidade de tiro.
O êmbolo e a corrediça, que são solidários, são lançados para trás,
recuando todo o sistema.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................110/260)


3) Recuo das peças móveis

a)Fases:
(1) Destrancamento;
(2) Extração primária;
(3) Abertura;
(4) Extração (2a fase);
(5) Ejeção:
(6) Engatilhamento.

b)Descrição:

(1) Destrancamento:
No princípio deste movimento para trás, a corrediça provoca o retrocesso
do percussor, solidário à corrediça, e arrasta a biela, a qual se liga por um lado à
corrediça e por outro ao ferrolho.
A biela atuando sobre o ferrolho arrasta-o, entre as extremidades, em
forma de ressaltos, das guias principais anteriores da culatra móvel, obrigando o
ferrolho a efetuar um deslocamento para cima, sob a ação da biela, e para trás
sob o efeito do contato entre a parte côncava do corpo do ferrolho e o ressalto.

(2) Extração primária:


Tal ação da biela provoca o arrastamento lento e progressivo do corpo da
culatra móvel, a qual, por intermédio do extrator, desloca o estojo da câmara
levemente.
Esta operação permite um funcionamento suave e isento de ações
bruscas, causadoras de incidentes.

(3) Abertura:
Prosseguindo a corrediça em seu movimento de recuo, a parte posterior
do ferrolho é levantada até desprender-se totalmente do suporte de trancamento;
a arma está, assim, aberta.

(4) Extração (2a fase):

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................111/260)


O corpo do ferrolho pode então recuar livremente arrastando para a
culatra móvel, completando assim, a extração do estojo, preso ao extrator (A)

(5) Ejeção:
Completada a extração, o ejetor (B) expulsa, para baixo, o estojo, através
da janela de ejeção.
(6) Engatilhamento:
No limite do recuo da corrediça, se o atirador deixou de exercer ação sobre
o gatilho, a corrediça se prende, novamente na parte posterior do gatilho e o
mecanismo permanece aberto e engatilhado.

4.2- funcionamento do mecanismo de alimentação

O estudo do funcionamento do mecanismo de alimentação se inicia com


a arma na posição inicial anteriormente descrita.
A alimentação se efetua em duas fases:
- uma metade durante o avanço das peças móveis e;
- Outra metade durante o recuo das peças móveis.

1) Avanço das peças móveis:


a) Quando a culatra móvel se movimenta para frente o botão de
comando da alavanca de alimentação (A), solidário com a culatra, acompanha
esta última em seu movimento retilíneo.
b) Na primeira metade do seu deslocamento para a frente, o botão de
comando da alavanca de alimentação (A) se desloca na parte axial da ranhura
da alavanca de alimentação, não transmitindo qualquer movimento às garras de
alimentação.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................112/260)


Enquanto isso, os dentes da culatra móvel (B) trabalham sobre a parte
inferior do culote do primeira cartucho, empurram este para fora da fita e
introduzem o cartucho na câmara, guiado pela rampa de alimentação.
c) Na segunda metade de seu deslocamento para a frente, o botão de
comando da alavanca de alimentação, movendo-se na ranhura da alavanca de
alimentação trabalha sobre a sua parte curva e oblíqua (G), obrigando a alavanca
a girar em trono seu eixo (C) e deslocando assim sua extremidade anterior (D)
para à direita.
d) O movimento para a direita da extremidade anterior da alavanca de
alimentação arrasta as bielas superior e inferior do mecanismo de alimentação,
as quais provocam um deslocamento, para a direita, do impulsor superior das
garras de alimentação, o qual arrasta as garras anterior e posterior, e, para a
esquerda, do impulsor inferior, o qual arrasta a garra central da alimentação.
e) Em seu movimento para a direita, o impulsor superior, por
intermédio das garras anterior e posterior, exerce uma pressão sobre o segundo
cartucho, obrigando-o a deslocar-se transversalmente para a direita, até que
esteja em contato com os planos inclinados da placa de retenção do cartucho
(F).
f) Em seu movimento para a esquerda, o impulsor inferior arrasta a
garra central, a qual, comprimindo suas molas, liberta o segundo cartucho
empurrado para a direita pelas garras anterior e posterior, para vir a se deslocar
por detrás desse cartucho. (Fig 29 e 30)
g) Nesse momento, as três garras se encontram por trás do segundo
cartucho e o mecanismo da culatra acaba seu movimento de avanço.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................113/260)


2) Recuo das peças móveis:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................114/260)


a) Após o disparo do primeiro cartucho, a culatra móvel com o botão
de comando da alavanca de alimentação são lançados para trás, deslocando-se
em um movimento retilíneo.
b) Na primeira metade do deslocamento para trás, o botão de
comando (A) que corre na ranhura da alavanca de alimentação atua sobre a
parte oblíqua e curva da alavanca (H), obrigando esta a girar ao redor de seu
eixo (C) e deslocando, assim, a sua extremidade anterior (D) para a esquerda,
isto é, em sentido contrário ao indicado na primeira fase.
c) Esse movimento para a esquerda da extremidade anterior da
alavanca arrasta a biela, a qual provoca um deslocamento, para a esquerda, do
impulsor superior, o qual arrasta as garras anterior e posterior, e, para a direita,
do impulsor inferior, o qual arrasta a garra central.
d) Em seu movimento para a direita, o impulsor inferior, por intermédio
da garra central, exerce uma pressão sobre o segundo cartucho obrigando-o a
deslocar-se transversalmente para a direita até que se encontre a frente da via
de alimentação. Durante seu deslocamento para a direita o cartucho obriga a
placa de retenção a levantar-se e vem a deslocar-se debaixo dela.
e) Em seu movimento para a esquerda, o impulsor superior arrasta as
garras anterior e posterior, as quais, comprimindo suas molas, libertam o terceiro
cartucho, o qual é arrastado para a esquerda em virtude de estar ligado ao
segundo cartucho através dos elos da fita de alimentação.
As garras vêm, então, colocar-se por trás do terceiro cartucho, prontas a
recomeçar o ciclo.(Fig 33)
f) Na segunda metade do deslocamento da culatra móvel para trás, o
botão de comando se desloca na parte axial da alavanca de alimentação, não
transmitindo, portanto, qualquer movimento às garras de alimentação.
g) O recuo total da culatra móvel provoca a abertura da via de
alimentação e permite, pois, que o segundo cartucho venha a colocar-se sobre
ela, debaixo da pressão da placa de retenção, estando, pois em sua posição
definitiva, pronto para ser empurrado para a câmara pela culatra móvel, quando
esta avançar

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................115/260)


4.3- Funcionamento dos mecanismos do gatilho e do registro de
segurança
1) O registro de segurança assegura:
a)Uma posição de segurança mecânica quando se empurra o eixo do
registro de tiro e segurança para a direita.
b)Uma posição de tiro automático quando se empurra o eixo do registro
de tiro e segurança para a esquerda.
O registro não pode ocupar a posição “Segurança” quando o mecanismo
móvel está para frente, na posição “não armado”.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................116/260)


A figura mostra o mecanismo da culatra “armado” com o registro na
posição de segurança (S). Nesta posição, o eixo do registro apresenta uma
superfície cheia junto ao ressalto (t) da armadilha, o que impede que este gire,
mantendo assim a sua extremidade posterior (a) alojada na caixa do mecanismo
da culatra de tal maneira que esta extremidade retém a corrediça na sua posição
recuada, mesmo quando se atua sobre o gatilho.
A figura representa o mecanismo da culatra “armado”, com a corrediça na
posição recuada e o registro na posição de “Fogo” (F).
O gancho (b) da armadilha e a extremidade posterior (a) da armadilha
penetram na caixa da culatra.
Quando se comprime o gatilho, este gira ao redor do seu eixo (c); ao
começar este movimento de rotação, o gancho da armadilha abaixa, girando em
torno de seu eixo (d). Ao mesmo tempo, o pino (e) do gatilho, o qual comanda a
armadilha, se levanta e entra em contato com a face inferior do braço anterior (1)
da armadilha.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................117/260)


O braço anterior é empurrado para cima e, simultaneamente, a
extremidade posterior (a) da armadilha abaixa, enquanto o gancho (b) continua
descendo e é arrastado para trás.
Este movimento para trás é determinado pela ação das duas projeções (f)
da armadilha, trabalhando sobre a rampa (g) do gancho.

Depois de ultrapassada a parte superior desta rampa (Fig 36) o gancho é


empurrado para a frente, pelo ressalto do gancho (r) e o nariz do gancho vem se
colocar sob as projeções (f) da armadilha.
Enquanto se mantém apertado o gatilho, o gancho permanece em sua
posição inferior, bem como a extremidade posterior (a) da armadilha, esta última
em consequência da introdução do ressalto (t) da armadilha no vazado (k) do
eixo do registro de segurança; a corrediça pode, então mover-se livremente,
realizando, assim, o tiro automático.
Quando se libera o gatilho (Fig 37), sua parte anterior se levanta,
arrastando consigo o gancho (B) e o braço anterior (1) da armadilha, do que
resulta uma maior descida da extremidade posterior (A) da armadilha.
O gancho (B) sobe, ficando mais elevado que a face posterior (M) da
corrediça; quando esta retrocede (Fig 38) faz, por meio de seu ressalto, girar o
gancho para trás. O gancho se liberta assim, do braço anterior da armadilha, cujo
ressalto empurra a extremidade posterior (A) para cima, obrigando a armadilha
a penetrar novamente na caixa da culatra.
A extremidade posterior (A) da armadilha, prendendo-se no vazado da
corrediça, mantê-lo-á na posição de “armado” enquanto o gancho impulsionado
por sua mola, volta a tomar sua posição inicial.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................118/260)


2) Ação da Armadilha
a) O gancho da armadilha serve para proteger esta última, contra choques
devidos ao deslocamento da corrediça, e para possibilitar a colocação do registro
na posição de segurança, quando a Mtr não está armada.
b)Qualquer que seja a ação sobre o gatilho, durante o tiro o gancho
mantém a extremidade posterior da armadilha em sua posição baixa, evitando
assim a sua avaria por ação da corrediça.
c)Quando o mecanismo da culatra está na sua posição avançada e o
gatilho livre o gancho mantém ainda a extremidade posterior da armadilha na
sua posição baixa, impedindo assim a colocação do registro na posição “S”;
estando o ressalto da armadilha introduzido no vazado do corpo do registro, este
dispositivo impede a avaria da armadilha se, por inadvertência, se quiser armar
o mecanismo com a arma na posição de segurança.
4.4- Funcionamento do amortecedor de recuo

1) Ao final de seu deslocamento para trás, a corrediça (G) vem se


chocar contra o tampão do amortecedor (A) alojado no bloco posterior e obriga
o tampão a retroceder ligeiramente.
2) O tampão do amortecedor comunica seu movimento ao cone do
amortecedor (B) que, penetrando no anel freio do amortecedor (C), provoca uma
ligeira compressão da camada de ar no interior do anel freio.
Dilatando-se em função dessa ação, o anel freio faz contato com a parede
do tubo (E) que contém o dispositivo amortecedor, exercendo, assim uma ação
de frenagem a qual, juntamente com a compressão das arruelas “Belleville” (D),
amortece consideravelmente o choque do recuo.
3) Depois de comprimidas, sob a ação do choque da corrediça, as
arruelas “Belleville” voltam à sua posição inicial por si mesmas e empurram para
frente o anel freio, o cone e o tampão do amortecedor, fazendo, assim, com que
todo o dispositivo se rearme em sua posição inicial.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................119/260)


4.5 - Incidentes de tiro
A arma apresenta a culatra aberta após o tiro. Assim, em caso de incidente
de tiro, fica evitada a inflamação espontânea do cartucho que fique na câmara
do cano já aquecido, após um tiro prolongado.
Há incidente de tiro quando se produz uma interrupção de tiro sem danos
para o material ou pessoal, por motivo independente da vontade do atirador. Um
acidente de tiro é caracterizado por um dano ao material e/ou pessoal.
Na maioria dos casos, os incidentes de tiro são sanados pela execução
das ações imediatas.
Há três séries de ações imediatas:

a. 1a série de ações imediatas


1)Manter a arma em posição de tiro e esperar pelo menos um minuto;
2) Armar o mecanismo e assegurar-se que o mesmo
permaneça na sua posição posterior.
3) Colocar o registro de segurança na posição de segurança:
4) Abrir a tampa da caixa da culatra e retirar a fita de
alimentação;
5) Colocar o registro de segurança na posição de fogo e agir
sobre o gatilho para fechar o mecanismo;
6) Armar novamente o mecanismo;
7)Recolocar a fita de alimentação, assegurando-se que os primeiros
cartuchos estão corretamente colocados; 8) Fechar a tampa da caixa da culatra;
9) Reiniciar o tiro.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................120/260)


b. 2a série de ações imediatas
Se a primeira ação imediata não foi eficaz, realizar as seguintes
operações:
1) Realizar as seis primeiras operações descritas na primeira ação
imediata;
2) Fechar o regulador de gases, de um ou dois entalhes (1 ou 2 clicks);
3) Recolocar a fita de alimentação; 4) Fechar a tampa da caixa da culatra;
5) Reiniciar o tiro.

c. 3a série de ações imediatas


Se a segunda ação imediata não foi eficaz, realizar as seguintes
operações:
1) Realizar as seis primeiras operações descritas na primeira ação
imediata:
2)Mudar o cano;
3) Recolocar a fita de alimentação; 4)
Fechar a tampa da caixa da culatra;
5) Reiniciar o tiro.

d. Caso a arma não reinicie seu funcionamento normalmente após a


realização dessas operações, é necessário determinar a causa do incidente e
realizar a sua correção, dentro do escalão considerado, analisando
detalhadamente as fases do funcionamento.

CAPITULO 6 - TÉCNICA DE TIRO


6.1- Características do tiro das metralhadoras a. Generalidades
1) O conhecimento da técnica do material não é suficiente, apesar de
indispensável, para tirar das metralhadoras o máximo de eficiência. Ao
conhecimento do material, deve-se juntar o conhecimento profundo da técnica
de execução dos fogos na diferentes condições do combate.
2) Sendo assim o conhecimento da Técnica de Tiro da Mtr “MAG” é
essencial para o Sgt de Infantaria e aos integrantes das frações de Mtr das
Unidades da Rainha das Armas.
(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................121/260)
3) A Técnica de Tiro da Mtr “MAG” está baseada na Técnica de Tiro
da Mtr MADSEN 7, 62mm modelo brasileiro.

b. A trajetória
1) A trajetória é o caminho percorrido por um projetil em seu
movimento no espaço.
2) Nas metralhadoras, esta trajetória é dita TENSA porque ainda que
em tiros a grandes distâncias, a mesma se elevará muito pouco do horizonte. Os
diferentes alcances serão obtidos em ângulos de tiro inferiores a 800 milésimos
(45º).
3) Apesar de sua tensão, a trajetória será ligeiramente curva, devido
à ação da gravidade. (Fig 01)

4) Elementos da Trajetória
a) Origem da trajetória (O) - Ponto em que o projétil deixa o
cano da
arma.
b) Ponto de Impacto (P) - Ponto em que o projétil encontra alvo
ou o
terreno.
c) Vértice da trajetória (V) - Ponto mais elevado da trajetória.
d) Ramo descendente da Trajetória (VP) - Parte da trajetória
compreendida entre o vértice da trajetória e o Ponto de Impacto.
e) Ramo ascendente da Trajetória (OV) - parte da trajetória
compreendida entre a origem e o vértice da trajetória.
f) Distância de tiro ou alcance (OP) - Distância entre a origem
e o ponto
de impacto, ou seja, a distância entre a Mtr e o alvo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................122/260)


g) Flexa (VN) - Altura do vértice da trajetória.
h) Objetivo de tiro ou alvo - Elemento inimigo ou ponto do
terreno contra
o qual são dirigidos os tiros.
i) Linha de Tiro (OT) - Prolongamento do eixo do cano.
j) Linha de Visada ou de Sítio (OP) - Nas pontarias diretas (pontaria
que se visa diretamente ao alvo) a linha de visada é materializada pela reta
que une o aparelho de pontaria da arma e o alvo.
l) Linha de Horizonte (OH) - Linha horizontal que passa pela boca da
arma. É também chamada horizonte da arma.
m) Ângulo de Sítio (S) - Ângulo vertical formado pela linha de visada
ou sítio com o horizonte da arma. O sítio é qualificado por um sinal - ou +. Se o
alvo estiver abaixo do horizonte o sítio é dito NEGATIVO (-) e acima do horizonte
é dito POSITIVO (+).
n) Ângulo de Elevação (AE) - Corresponde a inclinação que se deve
dar a arma para que um alvo colocado a uma determinada distância e
determinado sítio atingido. É também denominado ângulo de nível.

c. Alça de tiro
1) Denomina-se Alça a graduação que se registra no Aparelho de
Pontaria da arma correspondente à distância do alvo a ser batido.
2) O registro da tradução correspondente à distância do alvo, faz com
que, ao se fazer a visada direta sobre o mesmo, o cano da Mtr tome a inclinação
igual ao ângulo de Elevação correspondente à distância e Sítio do Alvo
3) Entende-se que a cada Alça corresponde um ângulo de Tiro.
4) A menor Alça que o aparelho de pontaria de uma metralhadora
permite registrar, é denominada ALÇA EM BRANCO. Na Mtr MAG a Alça em
Branco corresponde a distância de 200 metros.

d. Zona perigosa (Fig 02)


Para um alvo de determinada altura, denomina-se ZONA PERIGOSA, a
porção da Linha de Visada acima da qual a trajetória não se eleva mais que a
altura do referido alvo. (A) Fazendo-se modificar a posição da linha de visada, 1
alvo considerado, será batido se ficar colocado dentro da zona batida.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................123/260)


e. Zona desenfiada ou ângulo morto
É a profundidade na qual as dobras do terreno ou obstáculos colocam o
alvo a salvo da trajetória dos tiros de Mtr

f. Zona de proteção
Chama-se Zona de Proteção (AB) a parte da zona desenfiada (AC) em
que a trajetória é mais elevada que a altura (h) de um alvo localizado atrás do
obstáculo.

g. Dispersão do tiro
1) Cone de Dispersão
Quando se executa uma rajada com uma metralhadora, os projetos não
descrevem exatamente uma trajetória.
Isto ocorre, devido principalmente à trepidação do reparo e da
metralhadora, variação da munição, condições atmosféricas, etc. Na realidade,

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................124/260)


tem-se um grupo de trajetórias, tanto mais grupadas, quanto melhores forem as
condições de tiro.
A este conjunto de trajetórias dá-se o nome de FEIXE DE TRAJETÓRIAS
ou CONE DE DISPERSÃO (Fig 05).

h. Zona Batida
1) A Zona Batida é a parte do terreno atingido pelo FEIXE DE
TRAJETÓRIAS. Esta região tem a forma elíptica, com seu eixo maior voltado
para a direção de tiro.
2) A Zona Batida considerando um terreno de inclinação constante, é
mais alongada nas menores distâncias de tiro, como se pode verificar na Fig 06.
Pela forma da zona batida, pode-se também, verificar que a dispersão em
alcance, é maior que a dispersão em direção.
3) A dispersão em alcance, também varia com a declividade do
terreno onde se localiza a Zona Batida

4) Grupamento de Tiro

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................125/260)


a) Denomina-se Grupamento de Tiro, o conjunto de impactos verificados
sobre um alvo.
b)Chama-se PONTO MÉDIO, o centro geométrico do GRUPAMENTO DE
TIRO.
c) O Ponto Visado é o ponto do alvo sobre o qual foi executado a pontaria.
d)Chama-se elipse de dispersão a curva que envolve um grupamento de
tiro e, tem por centro o Ponto Médio deste grupamento.
e)O Grupamento de Tiro pode ser classificado como:
- PRECISO
- REGULADO
- JUSTO
f) Precisão - Se dirá que o Grupamento é tanto mais PRECISO
quanto
menores forem as dimensões da elípse de dispersão.
g) Regulação - Quando o Ponto Médio do Grupamento coincide
ou muito se aproxima do Ponto visado, diz-se que o Grupamento está
REGULADO. (Fig 08)
h) Justeza - o Grupamento de tiro é dito justo quando for
simultaneamente preciso e regulado. (Fig 08)

6.2- Classificação dos tiros


Os tiros da Mtr podem ser classificados segundo os seguintes fatores:
- Quanto à altura das trajetórias
- Quanto ao tipo de pontaria
- Quanto às direções de tiro
- Quanto à finalidade Tática

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................126/260)


a. Quanto à altura das trajetórias
Quanto à altura das trajetórias e conseqüente variação do ângulo de
incidência, os tiros podem ser classificados em:
- mergulhantes
- rasantes
1) Tiros Mergulhantes
a) São aqueles em que, seja pela distância, seja pelo terreno a Zona
Perigosa fica praticamente reduzida à Zona Batida (Fig 09).

b) Nos Tiros Mergulhantes a Zona Batida é densa de pequenas


dimensões (Fig 09).
c) O Tiro Mergulhante é obtido quando o fogo é executado de uma
posição elevada sobre um alvo mais baixo; sobre uma encosta que se eleva
abruptamente e nos tiros longínquos.

b. Tiros Rasantes (Fig 10)


1) Tiro rasante é aquele cuja trajetória não se eleva do solo, mais que
a altura de um homem de pé (1, 70m).
2) Em terreno plano ou uniforme inclinado, as Mtr poderão fazer tiro
rasante até 700m.
3) A realização do tiro rasante é um dos fatores essenciais para se
obter eficácia no tiro das Mtr.
4) Chama-se Zona Rasada, a parte do terreno sobre a qual a trajetória
é rasante. (A)
5) São Ângulos Mortos ou Zona Desenfiada, as reentrâncias e dobras
do terreno em que o homem de pé não pode ser atingido pelo tiro rasante (B).
6) O Tiro Rasante é empregado normalmente nas LPF das Mtr.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................127/260)


7) Obtenção do Tiro Rasante em Terreno Plano o Profundo.
a) Determinar, sobre a direção a ser rasada, um ponto de
referência a 700m da Posição de Tiro.
b) Registrar alça 700m no aparelho de pontaria da Mtr.
c) Apontar a arma para o pé do ponto de referência.
d) Ajustar o tiro para o ponto de referência.
e) Fazer a amarração do tiro.
8) Obtenção do Tiro Rasante em Terreno Cortado por um Obstáculo.
a) A zona a ser rasada poderá ser cortada por um obstáculo, ou flexão
do terreno, fazendo com que sua profundidade não venha atingir os 700m,
profundidade que só podem rasar.
b) Nestes casos, a obtenção do tiro rasante é feita da seguinte
maneira:
1o - Determinar a distância do obstáculo ou ponto de inflexão do terreno.
2o - Registrar no aparelho de pontaria da arma a alça correspondente à
distância determinada.
3o - Apontar a Mtr para o ponto referido.
4o - Ajustar o tiro para o ponto visado.
5o - Elevar o cano de 2 milésimos para se obter o máximo de
profundidade.
6o - Executar a amarração do tiro.
9) Determinação dos Ângulos mortos e Zonas Perigosas de uma Direção
Rasada.
a) Os ângulos mortos e zonas perigosas localizadas ao longo de uma
direção a ser rasada podem ser determinados da seguinte maneira:
1o- Preparar o tiro rasante como é previsto nos § 4 e 5 deste capítulo.
2o- Sobre a direção a ser rasada determinar pontos de referência de 100
em 100m.
3o- Sem modificar a inclinação do cano da arma, registrar no aparelho de
pontaria alça em branco (200m) e agir no mecanismo de pontaria em alcance
abaixando o cano da Mtr de 1 (um) milésimo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................128/260)


4o- Fazer um homem se deslocar para o ponto 100m ao longo da direção
a ser rasada. Acompanhar seu deslocamento através do aparelho de pontaria
da arma constatando:
- Zona Rasada - Se o homem for visto com a cabeça acima
da linha de visada.
- Zona Perigosa - Se o homem for visto abaixo da linha de
visada.
- Ângulo Morto - se o homem desaparecer em alguma dobra
do terreno.
5o - Tendo o homem atingido o ponto 100m, sem modificar a inclinação
da arma, manter a alça 200m e abaixar o cano 1 (um) milésimo.
6o - Fazer com que o homem continue seu deslocamento em direção ao
ponto 200m. Acompanhar este deslocamento através do aparelho de pontaria
da Mtr, constatando as Zonas rasadas, perigosas e ângulos mortos da mesma
maneira vista no ítem 8.
7o - Tendo o homem atingido o ponto 200m, sem modificar a inclinação
da arma, registrar em seu aparelho de pontaria alça 300 metros.
8o - Fazer com que o homem continue seu deslocamento em direção ao
ponto 300m. Acompanhar este movimento através do aparelho de pontaria da
Mtr constatando as Zonas Rasadas, Ângulos Mortos e Zonas Perigosas da
maneira vista no ítem 8).
9o - Tendo o homem atingido o ponto 300m, sem modificar a inclinação
do cano, registrar em seu aparelho de pontaria alça 400 metros.
10o - Proceder-se-á de modo idêntico em cada ponto que for atingido pelo
homem, até que ele tenha percorrido toda a profundidade da zona a ser rasada.
b)Nota-se sempre que o homem é visado com a alça correspondente à
distância do ponto o qual ele ainda se dirige. No fim desta operação se terão
dentro da direção a ser rasada, zonas perigosas e ângulos mortos.
10) Zona rasada em contra-encosta
a) A “rasância” de uma contra-encosta pode ser bastante acentuada,
pois as trajetórias podem ser paralelas e tangentes ao terreno.
b) Essa “rasância” só será obtida nos tiros a grandes distâncias.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................129/260)


b. Quanto ao tipo de pontaria
Quanto à pontaria o tiro pode ser:
-Tiro Direto
-Tiro Indireto

1) Tiro Direto
É aquele em que todas as operações relativas à pontaria são feitas
visando (olhando) diretamente o objetivo (alvo).
A preparação do Tiro direto compreende:
-Reconhecimento do terreno.
-Entrada em posição.
-Determinação dos elementos (dados) de tiro.
-Ajustagem do tiro (sempre que possível).
-Amarração do tiro.
A execução do tiro direto inclui duas operações:
- Apontar a arma em alcance -
Apontar a arma em direção
a) Pontaria em alcance

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................130/260)


(1) Para sua execução é necessário que se determine inicialmente a
distância do alvo (Distância de Tiro), de preferência utilizando-se um
Goniômetro-Bússola e a fórmula matemática da tangente

(2) A distância de tiro deve ser calculada, medida ou avaliada com o


máximo rigor, pois um erro de 50m poderá reduzir a eficácia de tiro de 50%.
(3) Ao se fazer a visada sobre o alvo, o cano da Mtr assume a
inclinação igual ao ângulo de elevação correspondente à distância e Sítio do
objetivo.
b) Pontaria em direção
(1) A pontaria em direção é feita automaticamente levando-se a visada
sobre o alvo.
(2) Nos tiros de pontaria direta, apesar de todos os cuidados no tomada
das distâncias e nas execuções de visadas, sempre se torna necessário o
trabalho de ajustagem do tiro.
(3) A pontaria direta, é mais comumente empregada pelas Mtr por
permitir transportes de tiro rápidos, permitir uma reparação simples, possibilitar
a ajustagem e avaliar os efeitos de tiro por meio de observação.
(4) A pontaria direta é empregada nos seguintes casos:
- Contra alvos fixos visíveis da posição de tiro, até mesmo nas
noites claras:
- Contra alvos móveis:
- Contra alvos aéreos.
(5) A pontaria direta é eficiente sobre alvos colocados até 900m e em
casos excepcionais de visibilidade até 1.500m.
Entretanto é recomendável que a partir de 900m se execute a pontaria
direta com auxílio da luneta.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................131/260)


2) Tiro Indireto
É aquele cujo objetivo não é visível da Posição de Tiro e é executado por
meio de pontos de referência. São eles:
a) Tiro amarrado
b) Tiro noturno
c) Tiro mascarado

c. Quanto as direções do tiro


1) Considerando a frente das posições amigas, de onde as Mtr executam
seus fogos, os tiros podem ser:
-Tiros de Frente (A)
-Tiros de Flanqueamento (B)

a) Tiro de Frente
O tiro de frente é executado perpendicularmente à frente da tropa que o
executa.
Nesta classificação, não se considera a situação à frente do alvo, mas
somente as posições amigas.
b) Tiro de Flaqueamento
Os tiros de flaqueamento são aqueles executados o mais paralelamente
possível à frente da tropa que os executam.
Nos tiros de flanqueamento, normalmente não são batidos alvos definidos
ou setores de tiro, mas sim uma direção de tal forma que o inimigo para atingir
as posições vagas, se verá obrigado a transpor esta direção batida.
Os tiros de flanqueamento devem ser rasantes para que possam atingir
sua finalidade.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................132/260)


Os tiros de flanqueamento devem ser executados o mais próximo possível
das posições amigas, não devendo, entretanto, passar a menos de 50 metros da
mesma. Isto se destina a tirar do inimigo a possibilidade de lançar granadas de
mão sobre as posições sem necessidade que transponha fogos de
flanqueamento.
2) Considerando a direção com que os tiros incidem sobre o alvo, eles
podem ser classificados em:
-Tiro Frontal
-Tiro de Escarpa
-Tiro de Flanco
-Tiro de Revés
-Tiro de Enfiada

a) Tiro Frontal
É dito frontal, o tiro executado sobre a frente de um alvo. Não deve ser
confundido com os tiros de frente cuja classificação independe da posição do
alvo.
Os tiros frontais, executados contra alvos de frente muito larga, são
realizados mediante “Tiro livre com Ceifa”.

b) Tiro de Flanco
São ditos de flanco, os tiros executados contra o flanco de um alvo.
O Tiro de flanco não deve ser confundido com o tiro de flanqueamento.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................133/260)


c) Tiro de Escarpa
São ditos de escarpa os tiros executados obliquamente sobre um alvo.

d) Tiro de Revés
São ditos de revés, os tiros dirigidos contra a retaguarda de um alvo.

e) Tiro de Enfiada
Tiro de enfiada, é o executado na direção da maior dimensão do alvo.
O tiro de enfiada pode ser, indiretamente o de revés, frontal, etc. O que
caracteriza, é a colocação do eixo maior da Zona Batida, sobre a maior dimensão
do alvo.
O tiro de enfiada é o mais eficiente, por não exigir muita variação na
pontaria de direção e alcance, permitindo um fogo mais denso, apesar de
algumas vezes pedir uma pequena ceifa em profundidade.

d. Quanto à finalidade tática


Seja qual for a situação, ataque ou defesa, as frações de Mtr cumprirão
suas missões de tiro com as seguintes finalidades táticas (ou efeitos):

1) Tiro de regulação:
É desencadeado para obter os dados de tiro ou para realizar a ajustagem
do tipo, normalmente usa-se munição traçante e se executam rajadas curtas de
3 ou 4 tiros.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................134/260)


2) Tiro de destruição:
É desencadeado sobre alvos materiais descobertos (pessoal, Vtr, armas
automáticas, etc). Visa destruir o alvo, sendo iniciado no regime normal e
algumas vezes no acelerado ou rápido.

3) Tiro de neutralização:
É desencadeado sobre tropa inimiga abrigada ou dissimulada, visando
impedir o desencadeamento do fogo do inimigo ou sua capacidade de manobra.
Pode ser executado em qualquer regime de tiro.

4) Tiro de barragem:
É o tiro que tem por finalidade tornar intransponível uma determinada faixa
no terreno. É empregado para reforçar a barragem das armas de tiro curvo
prevista no Plano de Fogos, são típicos nas operações defensivas. Deve ser
desencadeado no regime normal. Pode ser continuado por um tiro de
manutenção de barragem executado no regime lento. A barragem pode ser
realizada:
a) Até 700m, pelo tiro rasante das Mtr apontadas para a LPF.
b) Além desta distância, por tiros com ceifa sobre a faixa do terreno a
bater. Neste caso, a barragem pode ser frontal, em profundidade ou oblíqua.
(1) Na barragem frontal, as peças executam uma ceifa na largura
desejada, para bater todo o terreno a barrar, empregando o tiro livre com ceifa;
(2) Na barragem em profundidade, o terreno a bater é repartido entre
as peças ou seções, empregando o tiro com ceifa em profundidade;
(3) Na barragem oblíqua, as direções e os alcances são modificados,
empregando o Tiro com Ceifa Oblíqua.

4) Tiro de Interdição
É o tiro de barragem aplicado sobre um ponto de passagem obrigatório
visível de dia (estradas, cruzamentos, pontes etc). Executa-se segundo os
mesmos regimes e modos que o tiro de barragem.

5) Tiro de Inquietação
É desencadeado durante os períodos relativamente calmos, com
aberturas e duração irregulares e com regime lento, visando abater o moral,
diminuir a eficiência e manter o inimigo sob constante tensão. Frequentemente

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................135/260)


os tiros de inquietação são preparados de dia e executados à noite de outras
posições de tiro.

6.3- Gêneros ou modos de tiro


Os gêneros de tiro, correspondem às diferentes maneiras de se bater um
alvo, isto é, aos modos de se distribuir o fogo sobre o mesmo.
Quanto ao gênero, os tiros das metralhadoras podem ser:
- Tiro concentrado
- Tiro livre com ceifa
- Tiro livre sem ceifa
- Tiro ceifante
- Tiro com ceifa em profundidade
- Tiro com ceifa oblíqua

a. Tiro concentrado
O Tiro Concentrado é, executado contra um alvo fixo e definido, cujas
dimensões são de tal ordem que, possa ser suficientemente coberto pela zona
batida do tiro.

O tiro concentrado é preparado da seguinte maneira:


1) Apontar a Mtr para o alvo, com a alça correspondente à sua distância.
2) Fazer a ajustagem do tiro, sempre que possível.
3) Fixar os mecanismos de pontaria, em direção e alcance, por meio de
seus limitadores e punhos de travamento.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................136/260)


O tiro concentrado pode também, ser empregado na execução dos fogos
rasantes e nos tiros longínquos, salvo em algumas exceções.

b. Tiro livre sem ceifa


O tiro livre sem ceifa, é preparado como o tiro concentrado.
É executado entretanto, com punhos de travamento e limitadores dos
mecanismos de pontaria soltos.
Durante o tiro, o atirador mantém a arma imóvel, mas fica possibilitado de
exercer rápidos transportes de tiro, seja para bater alvo novo, seja para
acompanhar os alvos móveis.
O tiro livre sem ceifa é empregado principalmente contra alvos aéreos,
viaturas, tropas montadas ou infantaria.
Sempre que possível, deve ser preparado e empregado o tiro traçante
para facilitar a ajustagem.
No tiro sobre alvos em movimento rápido, a pontaria deve ser feita em um
ponto à frente deste alvo (considerando a direção de deslocamento real), de tal
maneira que, o projetil e alvo em seus deslocamentos, se encontrem sobre o
ponto visado. A distância em que deve ser localizado este ponto do alvo chama-
se DECALAGEM. (Fig 17)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................137/260)


O tiro sobre alvos móveis, deve ser desencadeado de surpresa, a fim de
que, o alvo não tenha tempo de se furtar ao fogo como poderia acontecer em
uma ajustagem demorada, o que ainda importaria em um consumo
desnecessário de munição.
A execução do tiro deve ser da seguinte maneira; uma vez que em
combate, muitas razões dificultam a determinação da decalagem com exatidão.
a) Escolher um ponto à frente do alvo, na sua direção provável de
deslocamento, a uma distância pouco maior que a decalagem que se estima. De
preferência, este ponto deve ser nítido, como a entrada ou saída de uma coberta,
postes árvores, ou moirões de cerca, ao longo dos caminhos, etc.
b) Sobre este ponto, executar o tiro em uma rajada longa, fazendo
com
que o alvo, em seu deslocamento, entre no feixe de trajetórias.
c)As correções poderão ser feitas pela observação dos impactos ou de
projéteis traçantes.

c. Tiro livre com ceifa


O tiro livre com ceifa, é executado contra alvo largo e perpendicular à
direção de tiro.
O tiro é realizado distribuindo-se o fogo em largura, por sucessivas
mudanças de direção, isto é, após cada rajada realiza-se uma mudança de
direção.
Este tiro não deve ser confundido com o tiro ceifante. No tiro livre com
ceifa, não se muda a direção durante uma rajada, mas sim, nos intervalos das
rajadas.
A preparação do tiro deve ser feita de tal maneira que, toda a frente do
alvo seja batida.
1) Identificar as extremidades do alvo, determinar dois pontos: um, 1
milésimo à esquerda e outro, 2 milésimos à direita do alvo, a fim de, garantir total
cobertura do mesmo.
2) Sobre um destes pontos, apontar a Mtr com alça correspondente à
sua distância.
3) Ajustar o tiro para este ponto. A primeira rajada para executar o tiro
livre com ceifa, será dirigida sobre ele.
A execução do tiro consiste, em se fazer modificações sucessivas de
direção, modificações estas, feitas no intervalo de cada rajada.
Pode-se fazer a ceifa, escolhendo-se pontos de referência ao longo do
alvo, sobre os quais desencadeadas as rajadas.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................138/260)


O Atirador ou Comandante da peça observa a largura da Zona batida,
durante a ajustagem do tiro sobre um dos pontos das extremidades.
Cada um dos demais pontos de referência são selecionados a uma
distância tal, um dos outros, que a largura da Zona Batida seja suficiente para
não deixar lacunas, determinado desta forma, que todo o alvo seja efetivamente
batido.
A variação de 2 milésimos em direção para cada rajada, garante também
um recobrimento total e denso do alvo. Este método é o mais simples e de
preparação mais rápida, e deve, ser empregado nos tiros com pontaria indireta.
O método dos pontos de referência, exposto acima, será empregado quando o
reparo não permitir determinar os deslocamentos horizontais angulares. Sua
execução é mais rápida e firme.
Não existe uma largura máxima do alvo a ser atribuído a uma peça.
Entretanto, para alvos de frente menor de 100 milésimos, empregamos o
processo normal para batê-lo. (Fig 18)
A amarração, para os alvos que devem ser batidos por um tiro livre com
ceifa, é feita para uma de suas extremidades, sendo ela indicada, bem como o
número de mudança de direção.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................139/260)


A 1ª Peça ajusta o seu tiro para uma das extremidades do alvo e a 2a
Peça para a outra, observando o recobrimento de 2 milésimos. Cada Mtr executa
a ceifa até a outra extremidade, retornando ao extremo inicial, ainda executando
a ceifa, até que seja suspenso ou cessado o fogo. (Fig 19)
Para alvos de frente superior a 100 milésimos, esta frente deve ser
dividida em duas partes, sendo cada uma delas atribuída a cada peça da Seção.
Se o fogo deve ser distribuído uniformemente sobre o alvo, este é dividido
em duas partes iguais. Este processo é denominado TIRO LIVRE COM CEIFA
1/2 - 1⁄2. (Fig 20)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................140/260)


A ceifa das duas Mtr devem soldar-se, sendo esta soldadura obtida
fazendo-se com que cada uma delas bata 2 milésimos além do ponto escolhido
para dividir o alvo.
Se o alvo possuir parte da sua frente considerada mais importante, e que,
deve ser batida com fogos mais densos, o gênero de tiro será LIVRE COM CEIFA
2/3 - 2/3 ou LIVRE COM CEIFA 1/3 - 2/3, conforme esteja o trecho mais
importante no terço médio, ou no terço extremo do alvo. (Fig 20)

Os alvos muito largos, atribuídos a um Pelotão de Mtr, são divididos de tal


maneira que, as Seções batam toda a frente, simultaneamente, havendo
superposição de fogos.

d. Tiro ceifante
O tiro ceifante é realizado por rajadas, simultaneamente, executadas com
as mudanças de direção e/ou alcance, no tiro ceifante em profundidade.
Este tipo só deve ser empregado contra alvos densos (Infantaria em
formação cerrada, por exemplo), à distâncias inferiores a 400m e de frente
estreita (ou pouco profundos).
Pode ser executado sobre passagens obrigatórias e estreitas ao longo de
cristas e dobras do terreno onde o inimigo ao transpô-las será surpreendido pelo
fogo.
O tiro ceifante é executado normalmente, executado em regime acelerado
e rápido.
O tiro ceifante apresenta dois grandes inconvenientes:
- Grande dispersão
- Grande consumo de munição
Para diminuir estes inconvenientes, a frente a ser ceifada deve ser
limitada por duas estacas colocadas de cada lado do cano da Mtr ou, pelos

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................141/260)


limitadores de ceifa do reparo, de tal modo que, o fogo só seja executado dentro
deste limite.

e. Tiro com ceifa em profundidade


O tiro com ceifa em profundidade é empregado contra alvos, cuja
profundidade não é suficientemente coberta pela profundidade da Zona Batida.
O tiro é executado distribuindo-se o fogo em profundidade por sucessivas
mudanças de inclinação da arma. Após cada rajada, é feita uma mudança de
inclinação (Fig 21).
A amarração do tiro para alvos que devam ser batidos com uma ceifa em
perpendicular, é feita para uma de suas extremidades, sendo ela indicada bem
como o número de mudanças de inclinação da arma.
A preparação deve ser de tal maneira que, a ceifa cubra toda a
profundidade do alvo.
1) Escolher dois pontos, um aquém 2 milésimos da extremidade
anterior do alvo e, outro além 2 milésimos da extremidade posterior, para garantir
um recobrimento total do alvo.
2) Se os pontos escolhidos estiverem afastados, um do outro, menos
de 200m de ambas as peças da Sec Mtr, empregarão a alça correspondente à
distância do meio do alvo. Se os pontos escolhidos estiverem afastados, um do
outro, mais de 200m, uma das peças empregará a alça correspondente à
distância do ponto anterior e a outra peça, a alça correspondente à distância do
ponto posterior.
3) As peças ajustarão seus tiros para os respectivos pontos extremos.
A ceifa em profundidade pode ser executada escolhendo-se pontos de
referência sucessivos, ao longo dos alvos sobre os quais serão desencadeados
as rajadas. O comandante de peça ou o atirador observa a profundidade da Zona
Batida durante a ajustagem do tiro. Cada um dos demais pontos de referência
serão selecionados a uma distância conveniente uns dos outros de tal modo que
a profundidade da Zona Batida seja suficiente para não deixar lacunas,
determinado assim, que todo o alvo seja efetivamente coberto pelo fogo.
A variação de 2 milésimos em alcance para cada rajada, em terreno plano,
garante também um recobrimento total e denso do alvo. Este método é mais
simples e de mais rápida preparação e deve ser dotado, sempre que o
mecanismo de pontaria em alcance da arma permitir determinar as variações de
2 milésimos.
A ceifa em profundidade é executada pela Seç Mtr, como indicado na Fig
21.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................142/260)


f. Tiro com ceifa oblíqua
O tiro com ceifa oblíqua é executado contra alvos largos e colocados
obliquamente em relação à direção de tiro (Fig 22).
É executado, por mudanças sucessivas e simultâneas de direção e
elevação, no intervalo de cada rajada.
A distribuição de fogo, em largura, é feita como no tiro livre com ceifa (por
pontos de referência ou por variação de 2 milésimos em mudança de direção).
Sendo determinados pontos de referência ao longo do alvo, a cada
mudança da direção corresponderá uma mudança de alcance, sendo o alvo
totalmente recoberto.
A distribuição de um alvo pelas Pç de uma Seç Mtr é idêntica à do tiro livre
com ceifa, podendo ser:
-Tiro com ceifa oblíqua (as duas Pç batem toda a frente do alvo)
-Tiro com ceifa oblíqua 1/2 - 1/2
-Tiro com ceifa oblíqua 1/3 - 2/3
-Tiro com ceifa oblíqua 2/3 - 2/3

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................143/260)


6.4- Regime de tiro a. Generalidades
1) Em combate, quando a Mtr começa a atirar em um alvo, ela dispara
em um regime de tiro que lhe permita obter a superioridade de fogos; uma vez
obtida, deve diminuir até que permita manter essa superioridade de fogos, com
um mínimo consumo de munição.
2) O regime de tiro das metralhadoras é caracterizado pelo número de
tiros dados por minuto e pelo intervalo de tempo entre as rajadas.
3) Os regimes de tiros são estabelecidos a fim de regularizar o
consumo de munição, evitando-se gastos desnecessários ou volume de fogo
insuficiente, bem como, para permitir pausas no tiro, tendo em vista a capacidade
da arma.

b. Regimes de tiro
-Lento
-Normal
-Acelerado
-Rápido
1) Regime lento é utilizado na inquietação e na neutralização de certos
alvos.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................144/260)


2) Regime normal é utilizado para manter a superioridade de fogos
sobre o inimigo, com o mínimo consumo de munição.
3) Regime acelerado é utilizado para obtenção da superioridade de
fogos sobre o inimigo.
4) Regime rápido é utilizado em momento de crise, confundindo-se
com a velocidade prática de tiro (VPT) da arma.
5) Os regimes de tiro são estabelecidos para cada tipo de Mtr. O
quadro abaixo mostra os diversos regimes para a Mtr 7,62 m 971 MAG.

6) O tiro intermitente não é efetivamente um regime de tiro. O tiro é


executado um a um, e não em rajadas. A intermitência depende da habilidade
do atirador, uma vez qual a Mtr MAG não dispõe de dispositivos que permitam à
arma, um funcionamento com o tiro intermitente.

c. Emprego dos regimes de tiro


1) O regime normalmente empregado pelas Mtr é o normal.
2) O regime acelerado é executado em momento de crise e por
períodos curtos, dado o grande consumo de munição e também o grande esforço
exigido da arma, e que lhe imporá desgastes e aquecimentos anormais.
3) Quando em um comando de tiro for omitido o regime, o fogo é
iniciado no regime acelerado e continuado no regime normal.
4) O regime lento é empregado geralmente nos tiros de inquietação e
na neutralização de certos alvos.

d. Alternância na abertura de fogo na unidade de tiro de Mtr


1) A unidade de tiro das Mtr é o par de armas.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................145/260)


2) Salvo em condições excepcionais, o tiro da unidade de Mtr é
executado alternando-se as armas na abertura do fogo, isto é, uma peça atira
nos intervalos das rajadas da outra.
3) Isso garante a continuidade do fogo, permitindo as pausas
preconizadas.
6.5- Controle do tiro a. Generalidades
1) Controle do Tiro
O controle do tiro das Mtr inclui-se em todas as operações relativas à
preparação e á execução do tiro. Ele se exerce tendo em vista a correta
execução e precisão do fogo.
Os seguintes pontos são principalmente observados no controle do tiro:
a) Determinação dos dados de tiro
b) Execução da pontaria e ajustagem do tiro
c) Abertura, suspensão, cessação e transporte do tiro seleção de alvos
d) Regimes de tiro - Alternância do fogo, gêneros de tiro
e) Tipo de munição f ) Ajustagem do tiro
g) Execução da ajustagem do tiro
2) Cadeia de controle de fogo
Seguindo-se a cadeia de comando, o primeiro elemento de controle de
fogo é o próprio atirador da Mtr. Cabe-lhe principalmente, ajustar o tiro de sua
arma, observar rigorosamente o regime de tiro determinado de com a outra Mtr
de sua fração.

b. Determinação dos dados de tiro


1) A precisão do tiro depende inicialmente da correta determinação
das distâncias de tiro. Como se sabe, um erro de 50 metros poderá diminuir a
eficácia de tiro de 50%.
2) Nos tiros de pontaria indireta (mascarados, amarrados e indiretos,
etc) por cima de topas, no flanco e intervalo de tropas e por cima de obstáculo,
além da rigorosa determinação das distâncias, deve-se ter o cuidado nas
medidas dos ângulos, registros e leituras dos instrumentos.
Estes tiros, em princípios, devem ser controlados pelo Cmt Pel.
3) A correção de vento se impõe por ocasião da execução dos tiros a
mais de 600 metros, nos de pontaria indireta, utilizando para esta correção o
mecanismo de pontaria da arma e os índices ou pontos de referência.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................146/260)


c. Execução da pontaria e ajustagem do tiro
1) A pontaria, seja ela direta ou indireta, deve ser cuidadosamente
executada e levada para o ponto adequado do alvo.
2) Sempre que possível, o tiro deve ser ajustado sobre os alvos a
serem batidos, antes e durante a execução do fogo eficaz.

d. Abertura, suspensão, cessação e transporte do tiro - Seleção de


alvos
1) Abertura do fogo
a) O fogo pode ser aberto por iniciativa do atirador. Via de regra,
entretanto, a abertura de fogo será determinada ou comandada.
b) O fogo deve ser aberto em momento oportuno e sempre visando
surpreender o inimigo, principalmente quando o alvo estiver em movimento.
Se o tiro for dirigido contra tropa progredindo, esperar que a mesma se
coloque em região de poucos abrigos ou em posição adequada (tiro de
enfiada, etc), dentro do alcance útil das Mtr. À noite a abertura do fogo deve
ser feita por meio de sinais convencionados.
2) Cessação do tiro
A ordem ou comando de cessação do tiro indicam que o fogo não será
continuado. A cessação do tiro se fará quando a missão for cumprida ou quando
os tiros se tornarem perigosos às tropas amigas ou se tornarem ineficazes.
3) Suspensão do fogo
A ordem ou comando de suspensão do fogo indicam parada momentânea
do tiro que deve ser executada em uma das seguintes situações:
a) Para aguardar que o alvo se coloque em posição mais adequada.
b) Para aguardar melhores condições de visibilidade.
c) Para refrigeração ou troca do cano.
d) Para sanar incidentes de tiro.
e) Para realizar ajustagem ou transporte do tiro.
f) Para permitir que elementos amigos passem pela direção de tiro.
4) Transporte ou alongamento do tiro - Seleção de alvos
O tiro deve ser alongado ou transportado sempre que surgir um outro alvo
mais apropriado ou mais perigoso para as tropas apoiadas, e também se tornar
as tropas amigas.
São alvos apropriados para as Mtr:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................147/260)


a) Grupos de homens desabrigados ou sumariamente abrigados
b) Armas automáticas
c) Outras amas coletivas
d) Carros blindados leves e viaturas
e) Viaturas de carros de combate
f) Janelas de edificações, etc.

e. Regimes de tiro - alternância do fogo - gênero de tiro


1) Durante o tiro devem ser modificados com as circunstâncias.
2) A alternância de fogo, entre as duas armas da mesma unidade de
fogo, deve ser observada a fim de garantir a continuidade do tiro, bem como,
permitir intervalar as rajadas de uma mesma Mtr, visando o arrefecimento da
mesma.

f. Tipos de munição
1) A mtr pode empregar a munição traçante, perfurante e comum,
conforme a natureza do alvo e o efeito que se deseja obter.
2) A munição traçante normamente é empregada na proporção de
cinco cartuchos comuns ou perfurantes para cada cartucho traçante, É
principalmente empregada nas ajustagens e contra alvos móveis e aéreos.

g. Ajustagem
1) A ajustagem do tiro visa colocar o feixe de trajetória sobre o alvo a
ser batido, obtendo maior precisão no tiro e em consequência maior eficácia.
2) A ajustagem do tiro das Mtr poderá ser feita por um dos seguintes
processos:
a)Pela observação dos impactos
b)Pela observação da trajetória de projetis traçantes
c)Pelo efeito causado pelo tiro e reação do inimigo
d)Pela verificação e correção constantes da pontaria
e)Pela combinação de dois ou mais processos
3) A ajustagem pode ser executada na preparação do tiro, ou durante
a realização do tiro eficaz, sendo necessário conhecer exatamente a distância
do alvo (GB ou carta topográfica).

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................148/260)


4) Os comandantes das frações de Mtr, poderão comandar a
ajustagem do tiro.
5) A observação do tiro é o mais importante na ajustagem do tiro. Esta
observação deve ser contínua, rápida e precisa durante a execução do tiro,
cabendo esta ao Cmt Seç, Ch Pç e atirador.
6) O atirador deve ser treinado para observar o tiro de sua arma
independente de comando ou ordem. Ele deve estar em condições de se
antecipar a qualquer ação inimiga após a abertura do fogo, principalmente
quanto às mudanças de posição e deslocamento do alvo.
7) As correções são comandadas conforme o que prescreve o Cap 6
do C 7-5.-Sendo comandadas as correções, o atirador toma as medidas
correspondentes e continua o tiro independente de outras ordens.
8) Nos tiros executados até quatrocentos metros, os impactos podem
ser visíveis nas proximidades do alvo, sendo esta visibilidade melhorada pelo
emprego do binóculo.
Somente em casos relativamente raros (vegetação alta, terreno molhado,
etc) esta observação torna-se impossível.
9) Nos tiros a maiores distâncias, a poeira levantada pelos impactos o
ricochetes ainda permitirá a observação do tiro apesar de algumas dificuldades.
Entretanto, é mais comum que a observação seja nula, apesar do emprego do
binóculo.
Nestes casos, o tiro traçante permitirá a observação do tiro.
A observação da atitude do inimigo diante de uma rajada permitirá a
ajustagem do tiro. Um grupo de homens em que se observa ter produzido baixas,
se diante de uma rajada o inimigo abrigar-se rapidamente ou tentar sair às
pressas da região pode-se tomar o tiro como ajustado.

h. Execução da ajustagem do tiro


1) A ajustagem é feita levando-se o ponto médio do grupamento de
tiro para o centro de alvos a ser batido.
2) Quando a observação dos tiros for possível, a ajustagem poderá
ser feita pelo próprio atirador ou pelos observadores (Cmt Seç, Ch Pç).
3) Quando os tiros forem observados pelo atirador a ajustagem
poderá ser feita como se segue:
a)Executam-se tiros sobre o objetivo com alça supostamente boa e com
a metralhadora imobilizada.
b)Se a parte densa do grupamento ficar aquém do objetivo (primeiros tiros
curtos), aumenta-se a alça 200 em 200 metros até que fique além do objetivo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................149/260)


Diminui-se então de 100 metros a última alça empregada para obterse um tiro
ajustado.
c)Se a parte densa do grupamento ficar além do objetivo, procede-se de
maneira inversa à descrita na letra b) anterior executando-se lances regressivos
de 200 em 200 metros.
4)Quando os tiros forem observados pelo Cmt Seç ou Ch Pç a ajustagem
poderá ser feita como se segue:
a)Em direção, da fórmula do milésimo podemos concluir que, para 500m
cada milésimo em direção desloca o ponto médio do grupamento de 0,5m.
b)Em alcance, o alongamento ou encurtamento de 100m pode ser feito
em terreno plano observando o quadro abaixo:

5) Exemplificação
Na execução de um tiro sobre um alvo situado a 500m foi observado que
os impactos se deram 100m aquém do alvo e 10m à sua direita.
Para ajustar o tiro, é necessário que os impactos sejam trazidos 10m para
a esquerda e alongados 100m.
Na distância de 500m, o alongamento de 100m é obtido com uma
elevação de mais 1'’’. Na mesma distância, cada milésimo deslocado em direção,
corresponderá a um transporte de 0,5 metros. Para a correção em direção, serão
necessários 20'’’. A correção é comandada:
-ESQUERDA 20'’’
-ALONGUE 1'’’

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................150/260)


c) A ajustagem do tiro também pode ser feita, escolhendo-se um ponto
conveniente sobre o qual será executada a pontaria, a fim de trazer o feixe sobre
o alvo. (Fig 24)

6.6- Tiro amarrado a. Generalidades


Se destina a permitir a execução dos fogos diretos, mesmo quando não
se tem vistas sobre os alvos (fumaça, neblina, noite, poeira, etc). Sua preparação
é feita nas ocasiões de visibilidade.

b. Metralhadora dotada de clinômetro 1)Tomada


dos dados de pontaria em alcance
a) Registrar no aparelho de pontaria da arma, a alça correspondente à
distância do alvo.
b) Apontar a Mtr para o alvo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................151/260)


c) Agir no tambor do Clinômetro, colocando a bolha do nível longitudinal
entre reparos sobre a arma.
d) Fazer a leitura no instrumento e, anotar o valor do ângulo de elevação
assim registrado. Anotar este valor.
2)Tomada dos dados de pontaria em direção (Fig 25)
a) Estando a Mtr apontada para o alvo, cravar uma baliza do lado em
que o limbo do reparo permita deslocamento horizontal.
b) Estando a arma ainda apontada para o alvo, fazer a leitura da
graduação indicada no limbo (Mecanismo de pontaria em direção da arma).
c) Levar a visada para o bordo esquerdo da baliza, modificando sua
posição se necessário.
d) Fazer a leitura do novo valor indicado no limbo.
e) Calcular a diferença ou soma dos dois valores indicados no limbo do
reparo. Este ângulo é a deriva. (Fig 25)
f) Anotar a deriva, fazendo referência ao lado da baliza em que se
encontra o alvo. (Fig 25) 3)
Execução da Pontaria
a) Registrar no Clinômetro, o ângulo de elevação
correspondente ao
alvo a ser batido.
b) Pelo aparelho de pontaria da arma, fazer uma visada para o
bordo
esquerdo da baliza.
c) Ler a graduação indicada no limbo do reparo.
d) A partir desta graduação, deslocar a visada para o lado do
alvo tantos
milésimos quanto for o valor da deriva correspondente.
e) Nivelar o Clinômetro agindo no mecanismo de pontaria em
alcance da Mtr.
f) Com esta operação, a arma está apontada para o alvo
desejado.

c. Metralhadora desprovida de instrumentos 1)Tomada


dos dados de pontaria em direção (Fig 25)
a) Registrar no aparelho de pontaria da arma, a alça correspondente à
distância do alvo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................152/260)


b) Apontar a metralhadora para o alvo.
c) Fazer a leitura da graduação indicada no limbo do reparo (mecanismo
de pontaria em direção da arma).
d) Levar a visada para uma baliza, cravada do lado em que o limbo
permitir maior deslocamento horizontal.
e) Fazer a leitura do novo valor indicado no limbo.
f) Calcular a diferença ou soma entre os dois valores indicados no limbo
do reparo. Esta diferença é a deriva. (Fig 25)
g) Anotar a deriva, fazendo referência ao lado da baliza em que se
encontra o alvo. (Fig 25)
2)Tomada dos dados de pontaria em alcance
a) Estando a arma apontada para a baliza, determinar na mesma um
índice de referência.
b) Sem modificar a inclinação da Mtr, agir no curso da alça de mira da
arma e elevar a visada para o índice da baliza.
c) Fazer a leitura da alça registrada desta maneira no aparelho de
pontaria da arma. Este valor é a alça de referência que deve ser anotada.
3) Execução da Pontaria
a) Registrar no aparelho de pontaria da arma a alça de
referência
correspondente ao alvo a ser batido.
b) Apontar a Mtr para o índice da baliza.
c) Ler a graduação indicada no limbo do reparo.
d) A partir desta graduação, deslocar a visada para o lado do
alvo, (direita ou esquerda) tantos milésimos quanto for o valor da Deriva.
e) Com esta operação a Mtr está apontada para o alvo
desejado.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................153/260)


d. Utilização de estacas
Este processo é utilizado quando a Mtr é desprovida de instrumento.
1) Tomada dos dados de pontaria
a) Registrar no aparelho de pontaria da arma, a alça correspondente
à
distância do alvo.
b) Apontar a Mtr para o alvo.
c) Sem modificar a inclinação e direção da arma, agir no cursor da
alça de mira e abaixar a visada até que esta incida no solo cerca de 25m, à
frente da posição. Se o aparelho de pontaria não permitir este abaixamento,
estando a arma apontada para o alvo com respectiva alça, abaixar o cano,
contando o número de milésimos, até que a visada encontre o solo cerca de
25m da posição.
d) Anotar a alça de referência, se o abaixamento foi feito agindo no
aparelho de pontaria da arma, que corresponde à graduação que ficou
registrada. Anotar o afastamento vertical, se o abaixamento da visada foi feito
na Mtr, que corresponde ao número de milésimos abaixados.
e) Cravar uma pequena estaca na ponta em que a visada encontra o
solo, marcando na mesma um ponto de referência que pode ser o próprio
topo da estaca.
f) Agir de modo idêntico para todos os alvos a serem batidos e
numerar

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................154/260)


as diversas estacas.
2) Execução da pontaria
a) Registrar no aparelho de pontaria da arma, a alça de referência
correspondente ao alvo a ser batido, ou a própria alça do alvo se a amarração
foi feita baixando o cano e contando o número de milésimos do afastamento
vertical.
b) Se a estaca foi visada com a alça de referência, introduzir as
correções de vento necessárias e a arma estará apontada em direção e alcance
para o alvo.
c) Visar o índice da estaca correspondente ao alvo a ser batido.
d)Se a estaca foi visada com a própria alça do alvo, elevar a visada o
número de milésimos correspondentes ao afastamento vertical do alvo. A arma
estará apontada em direção para o alvo desejado.
e. Outros processos
Outros processos podem ser utilizados, tais como:
-Mtr dotada de luneta
-Ponto de referência
-Madeira entalhada, etc.

f. Execução da pontaria indireta à noite


1) Iluminação do ponto de pontaria (Estaca, baliza, etc)
A baliza, estaca ou outro ponto utilizado para a amarração do tiro, deve
estar iluminado ou possuir luminoso sobre o qual se farão as visadas. Este ponto
(que deve corresponder ao índice da baliza) poderá ser marcado por tinta
fosforescente, placa radioativa, dispositivo regulamentar de iluminação ou uma
lanterna elétrica manual tornada “surda”. O ensurdecimento da lanterna pode ser
feito, recortando-se em papel preto um círculo que se adapte no vidro do refletor
da lanterna. Neste círculo recortam-se dois retículos perpendiculares. Recorta-
se também um círculo de papel branco. Preparados esses círculos, aplica-se o
preto no vidro do refletor sobre ele coloca-se o branco e atarraxa-se o vidro na
lanterna, tendo-se o cuidado de um dos retículos ficar na vertical.
2) Iluminação dos mecanismos e aparelhos de pontaria
As leituras das graduações dos instrumentos de alças poderão ser feitas
utilizando-se uma lanterna “surda”.
Nas Mtr dotadas de luneta, poder-se-á utilizar o próprio dispositivo de
iluminação do instrumento.
Os cliques do micrômetro deverão ser utilizados sempre que possível.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................155/260)


3) Iluminação do aparelho de pontaria para as visadas
Para se fazerem as visadas, é necessário que se vejam o massa (ou
orifício) de mira e o vértice da alça. Isto poderá ser feito, utilizando-se uma
lanterna “surda” iluminando simultaneamente o vértice e a alça de mira, da frente
e de cima, de tal maneira que a luz não atinja os olhos do atirador, nem se volte
para direção do inimigo. É interessante que se coloque um pano de barraca ou
manta para garantir a disciplina de luz. O pano é aberto entre a luz e o inimigo.
A parte posterior da massa de mira e alça poderá ser pintada com tinta
fosforescente, destacando estas peças da arma.
Nas Mtr dotadas de luneta, o dispositivo de iluminação do instrumento
permitirá a visada à noite.

g. Cuidados na preparação e execução dos tiros amarrados


1) Na amarração do tiro para os alvos largos ou profundos, ela é feita para
suas extremidades.
2)Nas Mtr cujo reparo não permite grandes deslocamentos horizontais,
podem-se utilizar várias balizas para a amarração do tiro para muitos alvos, de
frente maior que 1.200'’’.
3) Pode-se mudar a posição do reparo da Mtr, girando-o porém,
sempre em torno da perna dianteira.
4) Quando a amarração do tiro é feita de varias posições, é necessário
que marque rigorosamente o local em que devem ser colocadas as sapatas das
pernas do reparo.
5) Durante a execução do tiro amarrado, todas as pausas e intervalos
de tiro devem ser aproveitadas para retificar as visadas sobre os pontos de
pontaria, nivelamentos e graduações dos instrumentos, pois o que nos interessa
é a DERIVA.
6) Os dados tomadas na preparação dos tiros amarrados são
anotados em um boletim (documento) chamado Boletim de Amarração do Tiro,
que faz parte do Roteiro de Tiro.
6.7- Tiro no intervalo e flanco de tropa amiga a. Generalidades
O problema do tiro no intervalo e flanco de tropa amiga consiste em se
determinar uma Margem de Segurança que, evite ser a tropa amiga molestada
física ou moralmente, pelos tiros das Mtr. (Fig 26)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................156/260)


b. Margens de segurança
1) A Margem de Segurança é dada por um afastamento angular que
varia conforme a distância da tropa amiga e a natureza do tiro (pontaria direta ou
indireta).
2) O quadro a seguir especifica o valor da margem de segurança nas
diferentes situações: (Fig 27)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................157/260)


c. Preparação do tiro
1)Para a execução da preparação do tiro, no intervalo ou flanco de tropa
amiga, age-se da seguinte maneira:
a)Apontar a Mtr em direção para o elemento mais extremo da tropa no
flanco da qual será desencadeado o tiro.
b)Ler a graduação indicada no limbo do reparo.
c)Deslocar a visada para o lado livre da tropa, tantos milésimos quanto
for o valor da margem de segurança conveniente (Ver § 2).
d)Colocar o limitador de ceifa impedindo que a arma durante o tiro, se
volte sobre a tropa. ou cravar uma estaca ao lado do com este fim.
2) Se o tiro é no intervalo da tropa, age-se do mesmo modo, em relação
às tropas que determinam o intervalo. O tiro se fará dentro do setor, limitado
pelas margens de segurança.

6.8- Tiro por cima de tropa amiga e obstáculo

a. Generalidades
Os tiros por cima de tropa amiga ou de obstáculos, são tiros cuja
preparação deve satisfazer algumas condições muito especiais, a fim de evitar
danos morais e físicos nas tropas ou encristamentos nos obstáculos sobre os
quais serão realizados os tiros.
O problema principal da preparação deste tiro é verificar, de antemão, se
o tiro que se deseja sobre determinado alvo, passará por cima da tropa ou
obstáculo sem causar danos físicos ou morais à tropa amiga e sem encristar no
obstáculo.
Se for constatada a satisfação desta condição é dito POSSÍVEL de ser
realizado, em caso contrário, o tiro é dito IMPOSSÍVEL.

b. Altura de segurança
1)A altura de segurança é a altura mínima a que deve passar a trajetória
média de um feixe acima da tropa amiga, para que as trajetórias mais baixas não
causem às tropas danos físicos ou morais.
2)Para a atender esta finalidade, a altura de segurança é calculada
incluindo os seguintes fatores:
-Altura média de um homem de pé (1,70M)
-Semi-eixo vertical do feixe sobre a tropa

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................158/260)


-Uma compensação aos erros de medida de distâncias usadas, etc
(Margem de Segurança).
3) A compensação dos erros prováveis inclui uma altura tal em que o
estalido característico do projetil ao passar sobre o combatente amigo não lhe
venha preocupar moralmente ou sobressaltá-lo. Inclui também a possibilidade
dos erros de medida de distâncias, ângulos e visadas bem como as naturais
trepidações da arma durante o tiro.
4) A altura de segurança, em consequência, toma valores diferentes
para cada distância em que se encontrar a tropa amiga das posições de tiro.

c. Altura de Garantia
1) A altura de garantia é a altura a que deve passar a trajetória média
de um feixe, por cima de um obstáculo, para que, as trajetórias mais baixas não
encristem no obstáculo.
2) Para atender estas finalidades, a altura de garantia é calculada
incluindo os seguintes fatores:
- Semi-eixo vertical do feixo sobre o obstáculo.
- Uma compensação aos possíveis erros de medidas visadas, etc.
(margem de garantia)
3) A compensação dos erros prováveis inclui também, as naturais
trepidações da arma durante o tiro.
4) A altura de garantia, em consequência, tem valores diferentes para
cada distância em que se encontrar o obstáculo das posições de tiro.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................159/260)


d. Altura Angular de Segurança (ou Garantia)
1) Altura Angular de Segurança é o ângulo vertical segundo a qual,
das posições de tiro, se vê a altura de segurança correspondente à distância de
uma determinada tropa.
2) Altura Angular de Garantia (HG) é o ângulo vertical segundo o qual,
das posições de tiro, se vê a Altura de Garantia correspondente à distância de
um determinado obstáculo.

e. Ângulo de Segurança (ou de Garantia)


1)Chama-se ângulo de Segurança (AS), à soma do ângulo de tiro
correspondente à distância da tropa (AT) e a respectiva Altura Angular de
Segurança (HS).

AS = HS + AT

2)Chama-se ângulo de garantia (AG), à soma do ângulo de Tiro (AT)


correspondente à distância do obstáculo e a respectiva Altura Angular de
Garantia (HG).

AG = HG + AT

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................160/260)


3) Tanto o Ângulo de Segurança quanto o Ângulo de Garantia, serão
função da distância da tropa amiga ou obstáculo respectivamente.

f. Altura Angular da Linha de Visada (Fig 32)


1) A Altura Angular da Linha de Visada (L) é o ângulo vertical, segundo o
qual, das posições de tiro se vê a tropa (ou obstáculos) e o alvo a ser batido.
2)Seu valor corresponde à diferença algébrica entre o Sítio do Alvo (S) e
o Sítio da Tropa (ou obstáculo) (S’)

L = S - S’

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................161/260)


g. Alça de Segurança (ou de Garantia)
1) É alça que deve registrar na Mtr para que os tiros não causem
danos físicos ou morais à uma tropa, ou encristem num obstáculo localizados a
uma certa distância das Posições de Tiro.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................162/260)


2) A Alça de Segurança (ou Garantia) é função da distância da tropa
(ou obstáculo) por cima da qual será feito o tiro.

h. Tabela de combate
1) As Tabelas de “COMBATE” fornecem os dados que interessam ao
problema do tiro cima da tropa amiga (ou obstáculo) diretamente, sem que sejam
necessárias as operações secundárias para a determinação dos mesmos, salvo
eventuais interpolações.
2) As Tabelas de “COMBATE” são organizadas para as Mtr MAG e
Madsen, sendo as distâncias dadas sempre em metros.
3) A Mtr 7,62 M971 - MAG, não possui nenhuma tabela, a não ser uma
TEÓRICA, que foi publicada no CI 7-15/1 (para ser usada na instrução, não
sendo, no entanto, utilizada no tiro sobre tropa.
4) A tabela para a Mtr MAG fornece os seguintes dados
a) Na primeira coluna são dadas as distância, em metros,
correspondentes à posição da tropa (ou obstáculo) ou do alvo.
b) Na segunda coluna são dados as alças correspondentes às
distâncias do item anterior.
c) Na terceira coluna são dados os ângulos de Tiro, em
milésimos,
correspondente às distâncias da primeira coluna.
d) Na quarta coluna são dados os Ângulos de segurança (AS),
em
milésimos, (Pç-Tropa).
e) Na quinta coluna são dadas as alças de segurança, em
metros, para
a realização do tiro sobre tropa (pç-Tropa).
f) Na sexta coluna, são dados os Ângulos de Garantia (AG), em
milésimos, (Pç-Obstáculo).
g) Na sétima coluna são dados as alças de garantia, em metros, para a
realização do tiro sobre obstáculo (Pç-Obstáculo).
h) Na oitava coluna são dados as alturas de segurança (HS), em metros,
correspondentes às distâncias da primeira coluna.
i) Na nona coluna são dados as alturas de garantia (HG), em metros,
correspondentes às distâncias da primeira coluna.

Exemplificação

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................163/260)


Determinar a alça de garantia para um obstáculo colocado a 700m das
posições de tiro, sabendo-se que será em pregada a munição Ml.
Na tabela teórica de tiro combate da MAG, relacionamos a coluna
distância = 700m com a coluna alça de garantia e encontramos o valor Alça =
1100.
5) Quando as distâncias não correspondem a centenas de metros, torna-
se necessário as interpolações. Nestas operações é necessário ò cuidado de se
verificar a variação do valor procurado para se possíveis erros.

Exemplificação
Determinar na Tabela da Mtr MAG, o ângulo de tiro para a distância de
740m.
Na tabela obtém-se:
-Para 700m ..........AT = 8,1' ‘ ‘
-Para 800m ..........AT = 10,2' ‘ ‘
Verifica-se que, para um AUMENTO de 100m na distância, teve-se um
AUMENTO de 2,1'’’ no ÂNGULO DE TIRO.
Para 740m, o aumento de distância em relação à distância menor = 700m,
foi de 40m.
Assim:
Para um aumento de 100m - AT aumenta 2,1' ‘ ‘
Para um aumento de 40m - AT aumentará de x’ ‘ ‘

X = 40 x 2,1 = 0,8 ‘ ‘ ‘
100

O ângulo de tiro para 740m será:


AT = 8,1 + 0,8 = 8,9 ‘ ‘ ‘

i. Determinação da possibilidade de tiro na carta e com o auxílio do


binóculo. (Reconhecimento)
1) O problema nasce quando se verifica que para bater um
determinado alvo de uma posição julgada conveniente, o tiro passará por cima
de uma tropa amiga ou obstáculo. Deste modo, antes de se tomar a posição

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................164/260)


julgada conveniente como definitiva, torna-se necessária determinar-se o tiro por
cima da tropa (ou obstáculo) lhe oferecerá segurança (ou garantia), isto é, se o
tiro é POSSÍVEL.
2) Tendo em vista que ainda não se tem as Mtr em posição, a
verificação da possibilidade de execução do tiro far-se-á:
a)Na Carta
b)No terreno com o auxílio do binóculo e GB nos reconhecimentos
3) Se o trabalho for executado no terreno, o elemento encarregado do
mesmo deslocar-se-á para a região escolhida para Posição de Tiro, onde
identificará o alvo a ser batido e a posição da tropa por cima da qual será
realizado o tiro. Se o trabalho for executado na carta. Loca-se com o máximo
rigor a posição de tiro, posição da tropa por cima da qual será realizado o tiro e
o alvo a ser batido.
4) A determinação da possibilidade do tiro é feita da seguinte maneira:
a) Determinar a distância POSIÇÕES DE TIRO-ALVO (D) - No
terreno, com auxílio do GB ou por qualquer outro processo.
- Na carta, utilizando a escala da mesma.
b) Determinar a distância POSIÇÕES DE TIRO –
TROPA AMIGA [ou obstáculo (d)].
c) Determinar a altura angular da Linha de Visada (L):
- No terreno, com auxílio do binóculo, (Fig 32) ou por meio de
qualquer outro processo.
- Na carta, determinando o Sítio do Alvo (S) e Sítio da Tropa (ou
obstáculo) (S’).

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................165/260)


- A Altura Angular da Linha Visada será calculada pela diferença
algébrica.

L= S - S’

Note-se que S e S’ entram na operação com os respectivos sinais.


- O Sítio na carta é determinado pelas fórmulas

S= 1000 S ‘ = 1000
D d

=Diferença de Cota entre o alvo e posições de tiro.


=Diferença de Cota entre a posição da tropa (ou obstáculo) e posições de
tiro.
d) Determinar o Ângulo de Segurança (AS) na tabela correspondente
a arma e munição empregadas, em função da distância da tropa. Determinar o
Ângulo de Garantia, no caso do tiro por cima de obstáculo.
e) Determinar, para a distância do alvo (D) o Ângulo de Tiro (AT) na
tabela correspondente à arma e munição empregadas.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................166/260)


f) Verificar as possibilidades do tiro comparando o Ângulo de Tiro (AT)
com a diferença AS - L (ou AG - L no caso de tiro por cima obstáculo). O tiro será
possível se satisfazer a condição:

AT> AS - L (Tiro por cima de tropa).


AT> AG - L (Tiro por cima de obstáculo).

5)Exemplificação
a)Você é o Cmt da 1ª Seç do Pel Mtr e recebeu a missão de bater as
posições inimigas localizadas no ponto “A”. Sua posição de tiro é o ponto “B”,
mas neste caso os tiros passarão por cima de uma tropa amiga situada no P Cot
125.
Determine, de posse da Tabela de Combate e do croqui abaixo, se o tiro
será possível ou não. (Despreze a 2ª casa decimal)

1º) Cotas e distâncias (Extraídas do croqui)

PTir-130 - Pç - Alvo = 700m (D)


Cotas Tropa-125 - Distâncias Pç - Tropa = 250m (D)
Alvo-140

2º) Diferença de Cotas (A e A’)


A`= 125 - 130 = -5
A= 140 - 130 = 10

3º) Sítio
Alvo S = 1000 A.: S= 1000 . 10 .: S= 14, 28
D 700

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................167/260)


Tropa S = 1000 A’ S = 1000 . -5. S = -20 d
250

4º) Altura Angular (L)


L = S - S’ . . L = 14,2 - (-20) . . L = 34,2

5º) AS (Tabela) f → d
AS (250) = x
Interpolação:
200 — 35,8 100 — 0,1 X = 0,05
300 — 35,7 50 — X
AS (250) = 35,8 - 0,05 = 35,75

6º) AT (Tabela) f → D
AT ( 700 ) = 8,1
7º) Comparação
AT >AS - L .: 8,1 ? 35,7 - 34,2 .: 8,1 ? 1,5

8,1 > 1,5 → o tiro é possível


b) Você é o Cmt da 1ª Seç do Pel Mtr e recebeu a missão de bater as
posições inimigas localizadas no ponto “A”. Você se encontra nas posições de
tiro com um binóculo e um operador de GB realizando um reconhecimento, e
você observou que seus tiros passarão sobre uma tropa amiga localizada no
ponto “B”.
Determine, de posse da Tabela de Combate e da figura abaixo, se o tiro
será possível ou não. (Despreze a 2ª casa decimal)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................168/260)


1º) Altura Angular (L)
(retículo do binóculo)
L = 34

2º) Distâncias
a)Pç - Tropa - 250m
b)Pç - Alvo - 700m

3º) AS (Tabela) f → d
AS (250) = 35,7 (Interpolação)

4º) AT (Tabela) f → D
AT (700) = 8,1

5º) Comparação:
AT > AS - L .: 8,1 ? 35,7 - 34 .: 8,1 ? 1,7

8,1 > 1,7 → o tiro será possível

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................169/260)


j. Determinação da possibilidade com o tiro com auxílio da arma em
posição
1) O problema surge quando já se tem as Mtr em posição e se deseja
se saber há possibilidade de executar o tiro sobre um determinado alvo,
passando o mesmo por cima de uma tropa amiga ou obstáculo. A verificação
da possibilidade sefará utilizando o aparelho de pontaria da arma seja ela
Madsen ou Browning.
2) A determinação da possibilidade do tiro se fará da seguinte
maneira:
a) Determinar a distância do alvo (D), utilizando o GB ou por qualquer
outro processo (Ver C 22-5, 2ª Parte).
b)Determinar a distância da tropa amiga ou obstáculo (d).
c) Determinar na tabela correspondente à Mtr a munição a ser
empregada, a alça de segurança (ou de garantia) para a distância da tropa
(ou obstáculo).
d) Registrar a alça de segurança (ou de garantia) no aparelho
de
pontaria da arma.
e) Apontar a Mtr para a tropa (ou obstáculo).
f) Sem modificar a inclinação do cano, agir no aparelho de
pontaria da
arma e levar a visada para o alvo.
g) Fazer a leitura da alça assim registrada no aparelho de
pontaria da Mtr. Esta alça é chamada de “ALÇA MÍNIMA”.
h) Verificar, em função da distância Peça-Alvo (D), a alça a ser
empregada para bater o alvo.
i) Comparar a alça do alvo com a alça mínima. O tiro será
POSSÍVEL se
satisfizer a condição:

ALÇA DO ALVO > ALÇA MÍNIMA.


3) Exemplificação: (Fig 36)
Uma Mtr MAG, empregando a munição Ml, recebeu a missão de bater
uma casamata inimiga. Entretanto o tiro passará por cima de uma tropa amiga
situada exatamente sobre a direção de tiro. Antes de ser executado o tiro, deve
ser determinado a possibilidade do tiro.
O Cabo Ch Pç passou a agir da seguinte maneira:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................170/260)


a) Determinada a distância do alvo, foi verificada ser a mesma
de 600m
(D);
b) A distância da tropa foi determinada em 400 metros (d).
c) Na Tabela de Combate correspondente a Mtr MAG, munição
Ml, verifica-se que, para 400 metros (distância da tropa) a alça de
segurança é 1.400m.
d) A alça de segurança (1.400 ) é registrada no aparelho de
pontaria da
arma.
e) Com esta registrada, a Mtr é apontada para a tropa amiga.
(Fig 36/B)
f) Sem modificar a inclinação do cano a visada é levada para o
alvo. (Fig
36/A)
g) A alça assim registrada, ALÇA MÍNIMA, é de 800 (Fig 36).
h) Na Tabela de Combate verifica-se a alça correspondente à
distância
do alvo é de 600m;
i) O tiro é Impossível porque não satisfaz a condição:
ALÇA DO ALVO > ALÇA MÍNIMA
600 < 800

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................171/260)


k. Cuidados na preparação e execução do tiro por cima de tropa
amiga
1)Tomar os dados de tiro (distâncias, ângulos, interpolações, etc) com o
máximo rigor.
2)Se a direção de tiro, passar por cima de mais de uma linha ocupada por
tropa amiga, fazer a determinação dapossibilidade de tiro para cada linha.
3)Durante a execução do tiro, verificar e corrigirconstantemente a pontaria,
principalmente em alcance.
4)Ancorar perfeitamente o reparo, calçando-o quando possível, com
sacos de areia.
5)Não executar o tiro por cima de tropa amiga, situada a mais de 2.500
metros das posições de tiro.
6)Alertar a tropa por cima da qual, serão executados os tiros, a fim de
evitar apreensões e sobressaltos nocivos ao moral, convindo que o comandante
da fração de Mtr entre em ligação com o Cmt da tropa amiga e regule detalhes
tais como:
a)Determinar a exata localização da tropa;
b)Alertar a tropa sobre os alvos a serem batidos;
c)Combinar sinais e medidas de segurança.

l. Limites de segurança
1)Generalidades
a)Em certas ocasiões, principalmente nas ações ofensivas, as Mtr
deverão bater determinados alvos executando o tiro por cima de uma tropa
amiga em movimento. Nestes casos, torna-se necessário determinar no terreno
até que ponto pode progredir a tropa por baixo dos tiros, tendo-se a devida
segurança. Este ponto é denominado LIMITE DE SEGURANÇA.
b)Quando os alvos a serem batidos se desenvolvem no terreno em
largura, ter-se-á que determinar um ponto para cada direção, obtendo-se uma
LINHA LIMITE DE SEGURANÇA.
c) O LIMITE DE SEGURANÇA uma vez atingido pela tropa que
progride, determina que a mesma não ultrapasse sem que os fogos sejam
suspensos, cessados, alongados ou transportados.
d) Os limites de Segurança poderão ser determinados:
(1) No terreno, utilizando o aparelho de pontaria da arma já em
posição.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................172/260)


(2) No terreno, com auxílio do binóculo, por ocasião dos
reconhecimentos.
(3) Na carta, por ocasião dos planejamentos.
2) Determinação dos Limites de Segurança com o auxílio do Aparelho de
Pontaria
a) Estando a Mtr em posição, proceder da seguinte maneira:
(1) Determinar a distância do alvo mais próximo de uma das direções
de tiro. (Fig 37/D)
(2) Apontar a Mtr para o alvo com a alça correspondente à sua
distância. (Fig 37/A)
(3) Sem modificar a inclinação do cano da arma agir no seu aparelho
de pontaria (alça de mira) e registrar no mesmo:
(a) Para o alvo situado até 900m das posições de tiro, a alça de
segurança correspondente à 900m para Mtr MAG 1.500
(b) Para alvo situado a mais de 900 m da posição de tiro a alça de
segurança correspondente a distância do alvo.
(4) Fazer a visada através do aparelho de pontaria da arma e determinar
o ponto em que a LINHA DE VISADA encontra o solo. (Fig 81/B) Este ponto é o
LIMITE DE
SEGURANÇA. (Fig 36/C)
b)Para todos os alvos mais próximos de cada direção de tiro é
determinado o LIMITE DE SEGURANÇA. Deste modo tem-se vários pontos que
definirão no terreno a LINHA LIMITE DE SEGURANÇA.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................173/260)


3)Determinação dos limites de segurança no terreno com auxílio do
binóculo
a)O elemento encarregado do reconhecimento coloca-se na posição a
ser ocupada pela Mtr e de joelhos ou deitado age da seguinte maneira:
(1) Determinar a distância do alvo mais próximo de uma das direções
de tiro.
(2) Na tabela correspondente á arma e munição a serem empregadas,
determinar:
(a) Para o alvo situado até 900m da posição de tiro, o ângulo de
segurança correspondente à distância de 900m.
(b) Para o alvo situado a mais de 900m das posições de tiro, o ângulo
de segurança correspondente a distância do alvo.
(3) Na mesma tabela, determinar o ângulo de tiro correspondente à
distância do alvo.
(4) Determinar a diferença entre o ângulo de segurança e ângulo de
tiro determinados. Esta diferença é a ALTURA ANGULAR DA LINHA DE VISADA
(L) L = AS - AT
(5) Com auxílio do binóculo, determinar um ponto aquém do alvo, cujo
afastamento angular vertical do mesmo seja igual ao valor calculado da altura
angular da linha de visada.( Fig 37)

b)Para todos os alvos mais próximos de cada direção de tiro é


determinado o Limite de Segurança. Desta maneira têm se vários pontos que
definirão no terreno a LINHA LIMITE DE SEGURANÇA.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................174/260)


4)Determinação Expedita do Limite de Segurança a)Por ocasião dos
reconhecimentos o LIMITE DE SEGURANÇA pode ser determinado
rapidamente para alvos situados a menos de 900m da seguinte maneira:
(1) Determinar o alvo mais próximo a ser batido
(2) Determinar no terreno um ponto aquém deste alvo com um
afastamento vertical igual a UM DEDO (30 milésimos aproximadamente)
medido da maneira indicada na Fig 38.
(3) Este ponto é o Limite de Segurança para o alvo considerado.

b)O Limite de Segurança determinado desta forma deve ser considerado


expedido apesar de oferecer total segurança.
5) Determinação dos limites de segurança na carta
a) A determinação do limite de segurança na carta nãoapresenta grande
precisão muito embora se faça necessário em alguns casos.
b) O limite de segurança assim obtido deverá ser considerado como
uma “ordem de ideia” e tomado apenas como base pelas seguintes razões:
- Imprecisão na localização exata das posições de tiroe alvos
na carta;
- Tomada de medidas (em consequência) incorreta;
- Dificuldades de se identificar, com precisão, no terreno o
limite de segurança determinado na carta.
6)Cuidados na determinação dos Limites de Segurança e execução de
Tiro

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................175/260)


a) Nos cuidados para a determinação dos limites de segurança, são
incluídos os mesmos que para a execução do tiro por cima da tropa amiga.
b) A tropa por cima da qual serão desencadeados os tiros, bem como
as guarnições da Mtr deverão saber onde se localiza exatamente o Limite de
Segurança no terreno.
c) Os elementos de Mtr devem acompanhar pela vista
constantemente a progressão da tropa, a fim de verificar o momento em que
a mesma atinja o Limite de Segurança estabelecido. Quando a observação
for deficiente pela natureza do terreno ou condições de visibilidade, sinais
devem ser convencionados para que as frações de Mtr tomem conhecimento
de que o Limite de Segurança foi atingido pela tropa.
d) Sendo atingido o Limite de Segurança, cabe aos elementos de Mtr
uma das seguintes providências:
(1) Suspender ou cessar fogo;
(2) Alongar os fogos;
(3) Transportar os fogos para outros alvos.
e) A tropa apoiada só deverá transpor o Limite de Segurança, quando
as Mtr tiverem suspenso, cessado, alongado ou transportado seus fogos.
f) No ataque os Limites de Segurança poderão, em alguns casos,
condicionar a localização da posição de assalto dos elementos fuzileiros.

m. Alvos de segurança
1)Generalidades
a) O ALVO DE SEGURANÇA será um ponto do terreno, além
do qual pode-se bater todos os alvos existentes (ou que vierem a existir),
passando os tiros por cima de uma tropa estacionada ou em posição em
determinada região.
b) A fim de que a segurança da tropa seja garantida nenhum
tiro poderá
ser dirigido contra alvos situados aquém do Alvo de Segurança determinado.
c) Os Alvos de Segurança poderão também ser determinados
por
regiões ou linhas a serem ainda ocupadas pelas tropas amigas.
d) A determinação dos alvos de segurança, poderá ser feito:
(1) No terreno, utilizando o aparelho de pontaria da arma já em posição
de tiro.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................176/260)


(2) No terreno, com auxílio do binóculo, por ocasião dos
reconhecimentos.
(3) Na carta por ocasião dos planejamentos.
2) Determinação dos Alvos de Segurança, com auxílio do aparelho de
pontaria da arma já em posição de tiro
a)Estando a Mtr em posição de tiro, proceder-se-á da seguinte maneira:
(1) Localizar no terreno a posição ocupada ou a ser ocupada pela tropa
amiga, normalmente a Pos Ass (Fig 39/A);
(2) Determinar a distância (d) desta região ou linha.
(3) Registrar no aparelho de pontaria da arma a alça de segurança
correspondente à distância da região, a munição e arma a serem empregadas.
(4) Apontar a mtr para a região a ser ocupada ou já ocupada pela tropa
amiga. (Fig 39/ A)
(5) Sem modificar a inclinação do cano, agir no aparelho de pontaria
da arma e registrar a alça correspondente à distância“d”.
(6) Fazer uma visada através do aparelho de pontaria da Mtr
determinando no terreno o ponto em que ela incide.
Este ponto é o ALVO DE SEGURANÇA para a região ou linha. (Fig
40/B)
b)Se a tropa amiga está desenvolvida em largura, serão determinados
ALVOS DE SEGURANÇA para várias direções julgadas convenientes. Deste
modo ter-se-ão diversos pontos que definirão uma linha de ALVOS de
Segurança.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................177/260)


3) Determinação dos alvos de segurança no terreno com auxílio do
Binóculo (Fig 41)
a) O elemento encarregado do reconhecimento colocasse na posição a
ser ocupada pela Mtr e, de joelhos ou deitado, age da seguinte maneira:
(1) Determinar no terreno a região ou linha ocupada ou a ser ocupada
pela tropa amiga.
(2) Determinar a distância desta região ou linha.
(3) Na tabela correspondente à arma e munição a serem empregadas
determinar o Ângulo de Segurança (AS) para a distância “d” determinada.
(4) Na mesma tabela determinar o Ângulo de Tiro (AT) para a referida
distância.
(5) Determinar a diferença entre o ÂNGULO DE SEGURANÇA (AS) e
o ÂNGULO DE TIRO (AT) determinados: L = AS - AT
(6) Com o auxílio do binóculo, determinar um ponto além da região
ocupada ou ser ocupada pela tropa cujo afastamento vertical seja igual ao valor
de "L" calculado. Este ponto é o Alvo de Segurança para a região ou Linha
considerada.
b)Se a tropa amiga estiver desenvolvida em largura no terreno, serão
determinados os Alvos de Segurança para várias direções. Deste modo ter-seão
vários pontos que definirão uma linha de Alvos de Segurança.

4) Cuidados na determinação dos alvos de segurança e na execução do


tiro

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................178/260)


a)Nos cuidados para a determinação dos Alvos de Segurança são
incluídos os mesmos que para a execução dos Tiros por cima de tropa amiga.
b)As tropas por cima das quais serão desencadeados os tiros, bem como
as guarnições das Mtr, deverão saber onde ficará a tropa no terreno e, os alvos
de segurança.
c)Nos ataques, via de regra os alvos de segurança sãodeterminados em
função da posição de assalto das tropas apoiadas. Muitas vezes ocorre que as
posições de assalto não correspondem ao limite de segurança a ser determinado
paratodos os alvos a serem batidos, ficando o limite de segurança aquém das
posições de assalto. Nesses casos age-se da seguinte maneira:
(1) Localizar no terreno as posições de assalto estabelecidas pelos
elementos fuzileiros.
(2) Em função dos alvos mais próximos a serem batidos, determinar o
limite de segurança respectivo.
(3) Em função da localização das posições de assalto, determinar os
Alvos de Segurança correspondentes.
d)A conduta do tiro durante o ataque será a seguinte:
(1) Bater todos os alvos do objetivo, até a tropa apoiada atingir o Limite
de Segurança estabelecido.
(2) Somente bater os alvos situados além dos Alvos de Segurança,
enquanto a tropa apoiada progredir, do Limite de Segurança até as Posições de
Assalto.
(3) SUSPENDER, ALONGAR ou TRANSPORTAR os fogos quando a
tropa apoiada iniciar o assalto, isto é, quando transpor as posições de assalto.
Esta conduta exige rigorosa coordenação entre a execução dos fogos de Mtr e
o movimento das tropas apoiadas. Deste modo, torna-se imperioso que ligações
entre o Cmt da tropa apoiada e da fração da Mtr sejam estabelecidas antes da
operação se desencadear.

6.9 - O TIRO MASCARADO

a. Generalidades
1) O TIRO MASCARADO é executado pelas Mtr de posições situadas
à retaguarda e, à pequena distância de uma massa cobridora, de cuja crista, os
alvos a serem batidos possam ser vistos. Caracteriza-se, por serem os dados de
tiro tomados da crista da máscara de uma posição parcialmente desenfiada. (Fig
41)
2) O Tiro Mascarado é executado aproveitando-se a pequena
curvatura da trajetória das Mtr. Sendo pequena esta curvatura, normalmente o

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................179/260)


tiro só pode ser executado sobre alvos situados a mais de 900m das posições
de tiro.
3) No tiro mascarado as posições da Mtr são ditas “DESENFIADAS”.
O desenfiamento é dito “PARCIAL” quando a máscara só oferece relativa
proteção. (Fig 42)

4) Os tiros longínquos devem, normalmente, ser executados de


posições mascaradas, a fim de dificultar alocalização das Mtr por parte do inimigo
e para dar relativa liberdade e proteção às guarnições, principalmente contra
tiros tensos.
5) A preparação do Tiro Mascarado inclui as seguintes operações:
a) Tomada dos dados de pontaria em alcance.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................180/260)


b) Determinação da direção de tiro.
c) Escolha da posição de tiro, execução da pontaria, introdução de
correções e verificação do encristamento.
d) Ajustagem do tiro (sempre que possível).
e) Amarração do tiro.

b.Tomada dos dados de pontaria em alcance


Escolhida a região das posições de tiro, age-se da seguinte maneira:
1) Mtr dotado de Clinômetro ou Luneta
a) A Mtr é trazida até a crista da máscara, ocupando uma posição
parcialmente desenfiada.
b) Apontar a Mtr para o alvo com a alça correspondente a sua distância.
c) Sem modificar a inclinação do cano, agir na luneta/clinômetro
colocando a bolha do nível longitudinal entre reparos.
d) Fazer a leitura do instrumento anotando o Ângulo de Elevação
registrado.
2) Mtr desprovida de instrumento
Os dados de pontaria em alcance podem ser tomados por meio de um
ponto de referência afastado, ou por meio de um nivelamento expedito da arma:
a) Por um ponto de referência afastado:
(1) Trazer a Mtr até a crista da máscara ocupando uma posição
parcialmente desenfiada.
(2) Escolher na direção geral do alvo um ponto de referência afastado
e alto (pico de elevação, árvore alta, etc) que possa também ser visto da posição
mascarada.
(3) Com o limbo do mecanismo de pontaria em alcance da arma ou
binóculo, determinar o afastamento angular vertical do alvo, em relação ao ponto
de referência escolhido (Fig 43/a), que não necessita estar exatamente na
direção do alvo (Fig 43/L).

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................181/260)


Por meio de um nivelamento expedito da arma.
(1) Trazer a Mtr até a crista da máscara, ocupando uma posição
parcialmente desenfiada.
(2) Utilizando um cartucho ou outro objeto cilíndrico pesado qualquer,
colocado sobre a tampa da caixa da culatra agir no mecanismo de pontaria em
alcance da arma até obter o equilíbrio do cartucho. Desta forma considera-se a
arma expeditamente nivelada.
(3) Registrar no aparelho de pontaria da arma a alça correspondente à
distância do alvo.
(4) Agir no mecanismo de pontaria em alcance da Mtr e trazer a visada
para o alvo, tendo-se o cuidado de se contar o número de milésimos elevados,
ou abaixados nesta operação.
(5) Anotar o valor encontrado.
O processo que utiliza o ponto de referência é mais rigoroso e deve ser
preferido sempre que possível.
Terminada a tomada dos dados de pontaria em alcance, a Mtr é retirada
da crista da máscara e trazida para a retaguarda.

c. Determinação da direção de tiro


A direção de tiro é determinada por um balizamento.
A primeira baliza é colocada na crista da máscara e executa-se o
alinhamento direto das demais.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................182/260)


d. Escolha da posição de tiro
A posição de tiro, em princípio, deve permitir o desenfiamento para o
homem de pé e será no alinhamento das balizas que determinam a direção de
tiro.

e. Pontaria em direção - execução (Fig 44)


Para maior precisão da pontaria em direção, deve-se agir da seguinte
maneira:
1) Um homem se coloca fazendo uma visada pelos bordos das balizas
que indicam a direção de tiro, da frente para a retaguarda.
2) Um segundo homem mantém um cartucho verticalmente colocado
sobre a tampa da caixa da culatra, logo a frente da alça de mira.
3) O atirador desloca lateralmente o reparo da Mtr, enquanto o
primeiro homem orienta o alinhamento das duas balizas e do cartucho colocado
na arma.
4) Feito o alinhamento, da frente para a retaguarda, o atirador faz uma
visada através do aparelho de pontaria da arma e completa o alinhamento agindo
no mecanismo de pontaria em direção da Mtr. Se as balizas não estiverem
exatamente alinhadas, deve-se proceder conforme mostra a figura 44.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................183/260)


f. Execução da pontaria em alcance
1) Se os dados da pontaria em alcance foram tomados com auxílio da
luneta ou clinômetro, age-se da seguinte maneira:
a) Registrar no instrumento o ângulo de elevação determinado na
crista
da máscara, da posição parcialmente desenfiada.
b) Agir no mecanismo de pontaria em alcance da arma e colocar a
bolha do nível longitudinal do instrumento entre reparos. Com esta operação a
arma está apontada em alcance.
2) Se os dados de pontaria em alcance foram tomados em relação a um
ponto de referência age-se da seguinte maneira: (Fig 45)
a) Registrar no aparelho de pontaria da Mtr a alça correspondente à
distância do alvo à crista da máscara. Se o tiro for em montanha, determinar a
alça com auxílio dos ÁBACOS. (Fig 46)
b) Apontar a Mtr para o ponto de referência no qual se tomaram os
dados de pontaria.
c) Abaixar a arma, agindo-se no mecanismo de pontaria em alcance,
o número de milésimos correspondente ao afastamento vertical medido da crista
da máscara. Com esta operação a Mtr estará apontada em alcance para o alvo
desejado.
3) Se os dados de pontaria em alcance, foram tomados partindo-se do
nivelamento expedito da arma, age-se da seguinte maneira:
a) Nivelar a arma com auxílio de um cartucho ou outro objeto cilíndrico
qualquer, da maneira executada na crista da máscara.
b) Elevar ou abaixar a inclinação do cano da arma tantos milésimos
quantos forem os determinados na crista da máscara. Com esta operação a Mtr
estará apontada em alcance para o alvo desejado.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................184/260)


g. Correção dos dados de pontaria
As correções a serem introduzidas na pontaria, dizem respeito à pontaria
em alcance e são de duas naturezas:
- CORREÇÃO DE DISTÂNCIA
- CORREÇÃO DE SÍTIO
1) Correção de Distância
Para cada 50 metros que se tenha recuado (ou avançado) com a Mtr da
crista da máscara, deve ser introduzida a respectiva correção de distância. Esta
correção é feita da seguinte maneira:
a) Estando a arma apontada em alcance para o alvo desejado, sem
modificar a inclinação do cano, registrar no seu aparelho de pontaria a alça
correspondente à distância do alvo determinado na crista na máscara.
b) Fazer uma visada através do aparelho de pontaria da arma e
determinar em uma baliza convenientemente colocada, um índice de referência
no ponto em que a visada incidir na baliza.
c) Sem modificar a inclinação da arma, registrar no seu aparelho de
pontaria a alça correspondente à nova distância do alvo, isto é, a distância do
alvo medida da crista da máscara acrescida distância recuada para colocar a Mtr
em posição.
d) Agindo no mecanismo de pontaria em alcance da Mtr recolocar a
visada no índice de referência, anteriormente determinado na baliza. Com esta
operação ter-se-á feita a correção de distância.
2)Correção de Sítio

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................185/260)


Sabe-se que, ao recuar ou (avançar) a Mtr para a posição mascarada,
esta desce de altitude. A diferença de cota entre a crista da máscara (de onde
se tomaram os dados de tiro) e a posição de tiro desenfiada, determina uma
alteração no sítio do alvo, alteração esta que deve ser corrigida da seguinte
maneira:
a)Verificar o número de metros descidos com a Mtr, ao ser trazida da crista
da máscara para as posições de tiro. Esta verificação pode ser feita com auxílio
de duas balizas, nas quais se tem marcada a altura de um metro.

b) Determinar a correção “k” a ser introduzida na inclinação da arma:

K= 1000 M
D

K = Correção em milésimos
M = Diferença de cota entre a crista da máscara e as posições de tiro (em
metros)
D = Distância das posições de tiro ao alvo (em metros).
c)Elevar o cano da metralhadora o número de milésimos correspondente
à correção “K” determinada.

h. Verificação da possibilidade de encristamento


1)Terminados todos os trabalhos de apontar a arma e introduzidas as
correções necessárias na pontaria, cabe determinar se das posições escolhidas

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................186/260)


o tiro passará por cima da máscara sem possibilidades de encristamento. Esta
verificação é feita da seguinte maneira:
a)Determinar a distância das posições de tiro à crista da máscara.
b)Se a distância for até 100 metros, registrar no aparelho de pontaria da
arma alça 300, sem modificar a inclinação do cano. Se a distância for maior de
100 metros registrar no aparelho de pontaria da metralhadora a Alça de Garantia
correspondente à distância da máscara e munição e arma empregadas.
c)Fazer uma visada através do aparelho de pontaria da metralhadora: se
a visada passar por cima da máscara ou tangenciá-lo o tiro não encristará; em
caso contrário haverá encristamento do tiro.
2)Se for constatado o encristamento a posição de tiro deve ser modificada,
todas as operações de execução da pontaria e introdução de correções devem
ser respeitadas.
3)Algumas vezes, no final dos trabalhos, chega-se a uma posição apenas
parcialmente desenfiada. Isto acontece mais comumente quando o alvo se
encontra à pequena distância ou quando a encosta da máscara é íngreme.

i. Ajustagem do tiro
Considerando que, na preparação do tiro haverá fatalmente erro na
determinação dos dados de pontaria, visada e introdução de correções, a
ajustagem do tiro será feita sempre que possível.
Se com antecedência a ajustagem do tiro não se puder executar, ela será
feita por ocasião da realização do fogo eficaz, colocando-se para isso, um
observador no crista da máscara, e fora da direção de tiro.

j. Armação e execução do tiro mascarado


1) Sendo o tiro mascarado executado com pontaria indireta, torna-se
necessário a amarração do tiro. Considera-se a arma apontada e executa-se a
amarração por um dos processos apresentados.
2) Antes de se executar o tiro mascarado, é conveniente introduzir, no
momento da abertura do fogo, as correções de vento que convirem, a fim de
garantir um mínimo de erros e máximo de precisão. O controle do tiro deve ser
exercido por um observador colocado na crista da máscara. De uma mesma
posição mascarada, pode-se bater vários alvos, bastando para isso que se
tenham preparados os tiros para cada um deles e anotados os dados da
amarração do tiro.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................187/260)


CAPITULO 7 - ROTEIROS DE TIROS

a. Generalidades
1) A fim de que possa ser realizado prontamente o tiro sobre os
prováveis alvos, os roteiros de tiro são confeccionados para facilitar a
determinação dos dados de tiro em quaisquer condições de boa ou má
visibilidade.
2) No Roteiro de Tiro deve conter, além das posições e armas inimigas
já reveladas, todos os pontos críticos onde alvos poderão surgir ou já existir, tais
como cruzamentos de estradas, cristas, vaus, macegas e quaisquer outros
pontos ou regiões notáveis. As áreas que possam ser ocupadas ou atravessadas
pelo inimigo aparecerão no roteiro indicadas por um ponto de referência.
3) O Roteiro de Tiro consta de duas partes:
a) Um esboço de tiro e;
b) Um Boletim de Amarração de Tiro.
4) Para cada posição de tiro (inclusive posições suplementares ou de
muda) é confeccionado um Roteiro de Tiro em duas vias: uma para uso da
guarnição da metralhadora e outra para ser enviada ao comandante
imediatamente superior. À luz dos Roteiros recebidos, o comandante da seção
organiza, também em duas vias, o roteiro da seção. Uma via é enviada ao
comandante do Pelotão.
5) Os Roteiros de Tiro permitirão a coordenação e controle de tiro,
mesmo que as peças se encontrem muito separadas ou empregadas
descentralizadas.
6) O comandante do Pelotão organiza seu Plano de Fogos baseando-
se nas informações contidas nos Roteiros de Tiro.
7) Os Roteiros são indispensáveis nas ações defensivas e sempre
que possível são preparados para qualquer outra operação. Os Roteiros são
obrigatoriamente confeccionados logo que as posições defensivas são ocupadas
e uma via é imediatamente enviada ao comandante da Seção.
8) No Roteiro de Tiro devem constar as seguintes informações:
a)Limites dos setores de tiro.
b)Direção da LPF com suas zonas rasadas, perigosas e ângulos mortos.
c)Posições e armas inimigas reveladas.
d)Regiões onde possam surgir alvos, tais como:
(1) Cruzamentos de estradas

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................188/260)


(2) Macegas
(3) Orlas de bosques
(4) Pontes, passadeiras e vaus
(5) Cristas
(6) Passagens obrigatórias e outras vias de acesso
(7) Brechas e passagens em campos de minas e obstáculos, etc.
e) Direção Norte, Sul, Leste ou Oeste, para facilitar a orientação do
esboço.
f) Elementos das Missões de Tiro.
g) Todos os dados necessários à execução do tiro:
(1) Dados de amarração
(2) Azimutes
(3) Alças, etc.
9) Os Roteiros de Tiro podem ser fornecidos como modelos impressos ou
preparados pela guarnição nas próprias posições de tiro.

b. Preparação do esboço de tiro


1) O Esboço de Tiro é confeccionado da seguinte maneira:
a)Semicírculo concêntrico e equidistantes, representando as distâncias
de 100 em 100 metros.
b) Um limbo graduado de 100 em 100 milésimos para facilitar o
lançamento dos azimutes.
c) O centro dos arcos do círculo corresponde à posição de tiro.
2) Direções
a) A direção da LPF serve de base para a locação dos demais
pontos.
b) Inicia-se o trabalho tomando-se o azimute da LPF medindo-
se sua profundidade e determinando suas zonas rasadas, perigosas e
ângulos mortos.
c) Loca-se a LPF convenientemente no esboço fazendo a sua
correta
representação gráfica. (Fig 48)
d) Partindo-se do azimute de LPF numerar convenientemente
a
(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................189/260)
graduação do limbo dos azimutes.
3) Alvos
a) Localiza-se no terreno todos os pontos sobre os quais poderão ser
desencadeados os fogos.
b) Determinar a distância e azimute de cada ponto.
c)Tomando-se a direção da LPF como origem, locar de acordo com seu
azimute e distância os pontos identificados.
4) Locam-se no esboço os limites do setor e a direção do ponto
cardeal mais conveniente para facilitar a orientação do documento.
5) Os alvos e pontos de referência podem ser representados no
esboço por símbolos cartográficos ou por desenhos esquemáticos, nomeado-os
quando houver possibilidades de dúvidas na sua representação e identificação.
Os alvos são numerados da esquerda para a direita, para facilitar sua indicação.
6) Quando forem atribuídos mais de um setor de tiro (missões de tiro
principal e secundárias) cada um será nomeado por letras: SETOR A, SETOR
B, etc.
7) Para facilitar a designação dos azimutes a graduação do limbo será
numerada segundo os azimutes a partir da LPF.

c. Preparação do boletim de amarração do tiro


1)O Boletim de Amarração é preenchido no verso do esboço de tiro.
2)No Boletim são lançados:
a) Todas as informações da missão de tiro para cada ponto do esboço
de tiro.
b) Azimutes e alças para bater cada um dos pontos.
c) Alça de amarração do tiro.
d) Todas as informações necessárias ao cumprimento das missões de
tiro.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................190/260)


Legenda: A = Zona Rasada
B = Ângulo Morto
C = Zona Perigosa

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................191/260)


(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................192/260)
(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................193/260)
4 - CANHÃO SEM RECUO 84 mm (CSR 84 mm) - CARL GUSTAF
(FONTE: IP 23-81 CSR 84mm 1ª edição 1998)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................194/260)


CAPITULO 1- APRESENTAÇÃO NOMECLATURA, DESMONTAGEM E
MONTAGEM DO CAN 84 SR CARL GUSTAF

1.1 Apresentação
O CARL-GUSTAF M3 é um canhão sem recuo anti-carro de apoio
próximo, de múltiplo propósito. É do tipo carregado pela culatra e percussionado
lateralmente. O canhão não tem recuo já que parte dos gases propelentes
escapam pela retaguarda através do venturi, equalizando a força de recuo.
O CARL-GUSTAF M3 foi projetado para suportar as condições desérticas,
tropicais e árticas. Ele é adequado à operação sob quaisquer condições. O tubo
consiste internamente de uma camisa de aço; em torno desta camisa é enrolado
uma lâmina de epoxi e fibra de carbono.

a. Dados numéricos
Pesos e dimensões:
Peso da caixa de transporte embalada com
arma e acessórios ............................................................................... 29
kg (641b)
Dimensão da caixa de transporte ...........................................
1.173x453x268 mm
..............................................................................................46.2 x 17.8 x
10.6 pol
Peso da arma completa com mira telescópica e bipé ............. Aprox 10 kg
(221b)
Peso da luneta telescópica ....................................................... 0,75 kg
(1,71b)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................195/260)


Peso do bipé ...........................................................................0,25 kg
(0,61b)
Comprimento da arma ......................................................... 065 mm (41.9
pol)
Raiamento............................................................... 24 raias à direita,
uniforme
Ângulo de raiamento na boca .............................................................. 5º 7’
45”
Ângulo de raiamento na câmara .............................................................
3º 20”
Diâmetro da alma do tubo ........................................... 84 (+0,10 mm/ 0,05
mm)
Diâmetro entre raias ............................................................ 86 (+/ - 0,10
mm)
Largura entre as raias ............................................................. 4,5 (+/ -
0,3 mm)
Largura das raias .................................................................. 6,5 (+/ - 0,3
mm)
Profundidade das raias .............................................................0,90 a 1,07
mm
Espessura mínima da camisa de aço .....................................................
0,4 mm
Menor diâmetro interno do venturi ............................................ 73 (+ 0,19
mm)

Ângulo do venturi
........................................................................................ 16º
Comprimento do venturi ....................................................... 234 (+/- 0,50
mm)
Maior diâmetro externo do venturi ........................................ 133 (+/- 0,5
mm)

d. Tratamento da superfície - A parte externa é pintada com tinta verde


oliva fosco. A parte interna do tubo é oxidada em preto.

e. Desempenho - Regime prático de tiro cerca de 6 tiros por minuto.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................196/260)


f. Dispositivo de segurança
(1) Registro de tiro e segurança.
(2) Alavanca de travamento do venturi.

g. Sistema de segurança
(1) Segurança aplicada.
(2) Segurança mecânica.
(3) Dispositivo de segurança contra disparo prematuro.

h. Transporte
É transportado manualmente.

i. Apresentação
(1) Tiro - direto, iluminativo e fumígeno.
(2) Trajetória - tensa e curva
(3) Sistema de apoio - ombro do atirador - bipé alongável.
(4) Princípio motor - ação muscular do atirador.
(5) Carregamento - retrocarga.
(6) Alvos - carros de combate.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................197/260)


- fortificações.
- tropa.

1.2 Descrição

a. Partes e peças

(1) Partes principais:


As partes principais do canhão são:
1. tubo com alça para transporte
2. venturi
3. alavanca de travamento do venturi
4. mecanismo de disparo
5. punho frontal
6. encosto do rosto

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................198/260)


7. encosto do ombro
8. bipé
9. luneta telescópica
10. alça de mira
11. massa de mira
12. garfo suporte para luneta telescópica

(2) Ferramentas especiais (Fig 2-2)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................199/260)


b. Generalidades - A arma só deve ser desmontada para fins de
manutenção ou de reposição de peças.

c. Desmontagem - Só devem ser desmontadas as seguintes partes:


(1) percussor
(2) mola principal
(3) alavanca de engatilhar
(4) haste de disparo
(5) mola do extrator

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................200/260)


d. Montagem - A montagem é feita na ordem inversa.

e. Alerta - Não desmonte o canhão numa extensão maior do que a


descrita acima.

f. Segurança
(1) Verificar se o canhão não está carregado.
(2) Antes de executar qualquer reposição de peças remova a mira
telescópica e feche a alça e massa de mira.

1.3. Desmontagem e reposição


Coloque a arma na bancada F1303-025700, prendendo-a com a correia
de fixação na boca da arma. (Fig 2-3)

a. Ferramentas - Chaves de fenda de ponta chata de 3,5 mm e 8 mm.

b. Remoção - Alerta: A mola principal está sob extrema pressão. Tenha


cuidado durante a remoção.
(1) Atire à seco com a arma para liberar a pressão da mola principal.
Usando a chave de fenda de 8 mm (1) solte a tampa frontal, (2) mantenha
a mão sobre a tampa e continue a desaparafusar com a mão até que a tensão
da mola principal esteja liberada. Remova a tampa e a mola principal (3) do tubo
mecanismo (4). (Fig 2-4, 2-5 e 2-6)
(2) Empurre a alavanca de engatilhar (5) o mais longe possível para
frente para desengajar a haste de disparo do percussor. Desaparafuse a
tampa traseira (6) com a chave de fenda de 8 mm e remova o percussor (7)
com a chave de fenda de 3,5 mm (8). (Fig 2-4, 2-7, 2-8 2-9).

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................201/260)


Desmontagem e reposição de percussor e mola

Remoção da tampa frontal

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................202/260)


Remoção da mola principal

Leve a alavanca de engatilhar para frente

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................203/260)


Remoção da tampa traseira

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................204/260)


Remoção do percussor

c. Instalação (ver Fig 2-4)


(1) Insira o percussor dentro do alojamento e empurre o mais
para dentro possível. Certifique-se que a ranhura longitudinal no
percussor se encaixe na guia do alojamento.
(2) Aperte o gatilho e puxe a alavanca de engatilhar para trás.
(3) Instale a tampa traseira. Aperte com a mão.
(4) Instale a mola principal.
(5) Instale a tampa frontal. Aperte com a mão.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................205/260)


1.4. Desmontagem e reposição da alavanca de engatilhar e haste de
disparo
a. Ferramentas - As mesmas da operação anterior.

b. Remoção
(1) Remova a tampa frontal e mola.
(2) Usando a chave de fenda de ponta chata de 3,5 mm desaparafuse
dois parafusos da alavanca de engatilhar (6) e retire a alavanca (5) da cabeça
da haste de disparo. (Fig 2-10 e 2-11).
(3) Aperte o gatilho e retire a haste de disparo da frente do tubo
mecanismo. (Fig 2-12 e 2-13).

Desmontagem da alavanca de engatilhar e haste de disparo

Retirada da alavanca da cabeça da haste de disparo

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................206/260)


Retirada da haste de disparo

Sequência das peças após a remoção

c. Instalação - Instale na ordem inversa. Certifique-se que a haste de


disparo se estenda através do alojamento do percussor .

1.5. Desmontagem e reposição da mola do extrator


a. Ferramentas - Chave de fenda de ponta chata de 3,5 mm.

b. Remoção
(1) Usando a chave de fenda desaparafuse o parafuso do extrator (Fig
2-14)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................207/260)


(2) Remova a mola do extrator

c. Instalação - Instale na ordem inversa.

Retirada do parafuso do extrator

CAPITULO 2 - FUNCIONAMENTO

a. Para que possamos conhecer as causas de um incidente de tiro


que venha a acontecer por problema do canhão, devemos conhecer o seu
funcionamento; só assim poderemos rapidamente sanar o incidente e
prosseguir no tiro.
b. Nos itens a seguir veremos o mecanismo de disparo e venturi, bem
como os dispositivos de segurança.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................208/260)


2.1. Mecanismo de disparo e venturi

a. Engatilhar o mecanismo
(1) O mecanismo de disparo é engatilhado quando a alavanca de
engatilhar é deslocada para frente.
(2) Quando a alavanca de engatilhar está na posição para frente, o
entalhe de engatilhar da cabeça da haste de disparo está com o dente de
engatilhar do armador do gatilho. A mola está comprimida entre a cabeça da
haste de disparo e a tampa dianteira. A placa came da haste de disparo está na
posição para frente, mantendo o percussor na sua posição externa do
alojamento do percussor. (Fig 2-16)

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................209/260)


b. Disparar o mecanismo
(1) O gatilho é puxado para trás desengatando assim o armador do
gatilho da cabeça da haste de disparo.
(2) A mola principal faz a haste de disparo se mover para trás. A
superfície inclinada da placa impulsora atinge a inclinação pertinente no
percussor, fazendo com que esta opere sobre a espoleta. (Fig 2-17)

c. Abrir o venturi - Engatilhe o mecanismo de disparo e posicione a


trava de segurança em S (seguro). Mova a alavanca de travamento do venturi
para frente com o pomo de manejo, comprimindo assim a mola da alavanca de
travamento e removendo o ressalto de proteção da guia e da guia deslizante.
Gire o venturi no sentido anti-horário até a sua posição totalmente aberta.

d. Ejetar o estojo - Quando o venturi estiver aberto, golpeie


levemente o pomo de manejo da trava do venturi para frente. Isto força o extrator

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................210/260)


para trás e exerce pressão contra a borda do cartucho e desaloja o estojo. O
estojo é então removido manualmente.

e. Fechar o venturi - Usando o pomo de manejo, gire o venturi no


sentido horário para o fechamento. Quando o guia no tubo estiver
completamente engajado com a guia deslizante no venturi, a alavanca de
travamento é movida para trás sob o ímpeto da mola na alavanca de travamento
do venturi. Golpeie levemente o pomo de manejo para trás para garantir que o
ressalto de travamento esteja na sua posição totalmente travada. (Fig 2-19)

2.2. Dispositivos de segurança


a. Segurança contra disparo não intencional - segurança aplicada
(1) Quando a trava de segurança está posicionada em S (seguro) o
armador do gatilho está bloqueado pelo pino axial da trava de segurança e o
gatilho pode ser acionado.
(2) Quando a trava de segurança está posicionada em F (fogo) o seu
pino axial não bloqueia o armador do gatilho. A parte traseira do armador do
gatilho pode se mover para baixo, para dentro de um recesso no pino axial.
(3) A trava de segurança somente pode ser colocada em S (seguro)
quando o mecanismo estiver engatilhado. (Fig 2-20).

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................211/260)


b. Segurança contra disparo prematuro - segurança mecânica
(1) A menos que o mecanismo esteja engatilhado, o venturi não pode
ser aberto, já que a extremidade da placa came da haste de disparo (placa
impulsora do percussor) se projeta através da abertura no alojamento do
percussor. Nesta posição a placa came repousa no topo do ressalto de
segurança da alavanca de travamento do venturi, tornando este último
inoperante.

(2) Quando o venturi está aberto, a alavanca de travamento está retida


na posição para frente pelo seu ressalto-batente. O ressalto de segurança
encobre a abertura no alojamento do percussor. (Fig 2-22).
(3) Se a trava de segurança for posicionada em F (fogo) e o gatilho
acionado quando o venturi estiver aberto, o armador será recolhido do entalhe

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................212/260)


de engatilhar e a haste de disparo se moverá para trás sob pressão da mola
principal. A extremidade da placa impulsora do percussor será bloqueada pelo
ressalto de segurança evitando que o mecanismo dispare.

(4) Se o mecanismo do venturi estiver totalmente fechado e travado, o


ressalto de segurança liberará a placa impulsora fazendo então com que a haste
de disparo complete a etapa final de seu movimento. Mas como a pressão da
mola principal, devido ao movimento inicial da haste de disparo, ficou reduzida à
um mínimo, não há momento suficiente na haste para operar o mecanismo de
disparo. (Fig 2-21).

2.3 Munição

O poder de fogo do CSR 84 mm AC é muito grande e diversificado, tendo


em vista a quantidade e a variedade de munição que lhe é disponível.
Existem oito tipos de munição e um redutor de calibre dos quais veremos
suas características e funcionamento neste artigo.

a. Identificação da munição
Para facilitar o manuseio e evitar erros, os diversos tipos de munição são
codificados com cores e especialmente marcados. As marcações e colorações
da munição estão listados no quadro abaixo. Conhecer a codificação e o
significado das marcações irá ajudar na seleção do projétil requerido, quando se
for atirar.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................213/260)


b. Especificação da munição
As distâncias para engatilhar e as informações especiais sobre as
diversas granadas são informações vitais para a obtenção do desempenho
máximo do sistema. A tabela a seguir fornece informação especial relativa à
munição específica usada com o canhão.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................214/260)


c. Principais tipos de munição

Granada 84 mm HEAT 551


(1) Esta munição é empregada na destruição de blindagem de 90%
dos modernos tipos de CC blindados da atualidade; por essa característica
recebe o nome de anti-tanque alto explosiva. Também é eficaz contra abrigos de
concreto, embarcações de desembarque, alvos sólidos similares e pista de
pouso de aviação. Além de sua grande potência de penetração, os fragmentos
do corpo de sua granada tem um efeito letal anti-pessoal nas proximidades do
alvo.
(2) A granada possui um motor foguete que é iniciado tão logo a
granada sai do tubo do canhão. Isto proporciona não só uma trajetória tensa,
como também um curto tempo de vôo até o alvo.
(3) A granada é estabilizada por aletas e gira vagarosamente em vôo.
(4) A granada é do tipo de carga oca e dotada de um sistema de
espoleta piezeelétrica, que é capaz de detonar a carga, mesmo em alto ângulo
de impacto. Ainda possui um dispositivo de segurança que permite o tiro da
granada através arbusto e mato ralo sem que aja a iniciação da granada.
(5) Para a prática de tiro contra alvos de instrução é disponível o tiro
TP 552, que balísticamente equivale ao tiro HEAT 551, porém é dotado de carga
inerte.
(6) Dados numéricos
peso do tiro completo .............................................. 3,2 kg
peso da granada ...................................................... 2,4 kg
velocidade inicial .................................................. 255 m/s

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................215/260)


velocidade máxima aproximada........................... 330 m/s
penetração na blindagem ......................... maior que 4 cm
distância para ativação ........................................ 5 - 15 m
alcance eficaz ......................................................... 700 m

Granada HEDP - 502 de 84 mm (Alto Explosiva Duplo Emprego)


(1) A granada HEDP 502 permite emprego duplo, HE (alto explosiva)
e HEAT (alto explosiva anti-tanque) otimizados para combater em áreas
urbanas.
(2) É altamente eficaz contra veículos blindados leves, paredes de
concreto, fortificações e também contra tropa.
(3) Na função HEAT a carga explosiva tem efeito devastador atrás da
blindagem. É empregada em situações que se necessite de tiros de rápida
resposta em unidades da linha de frente, contra variedades de alvos.
(4) A granada é estabilizada por aletas. A espoleta possui dois modos
de função, impacto e ação retardadora e são selecionadas conforme o alvo.
(5) Dados Numéricos
peso completo do tiro .............................................. 3,3 kg
peso da granada ...................................................... 2,5 kg
velocidade inicial .................................................. 230 m/s

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................216/260)


distância para ativação ...................................... 15 - 40 m
penetração na blindagem ...................... maior que 1,5 cm
alcance eficaz - alvos móveis ................................ 300 m
- casamatas ................................... 500 m

Granada HE 441B de 84 mm
(1) Uma característica especial desta granada é a capacidade que ela
tem para ser empregada tanto para detonação por impacto direto, como
detonação no ar sobre tropas desabrigadas ou posicionadas atrás de elevações,
veículos não blindados e tipos similares de alvos.
(2) Esta granada contém cerca de 800 esferas de aço que por ocasião
da detonação, são lançados com altíssima energia cinética sob uma forma de
nuvens letal. Ela se estabiliza apenas por rotação e é dotada de espoleta que
funciona por impacto e tempo mecânico com uma unidade mecânica SAI
(unidade de segurança e impácto), que pode ser detonada à distância desejada.

(3) Dados numéricos


peso completo do tiro .............................................. 3,1 kg
peso da granada ...................................................... 2,2 kg
velocidade inicial .................................................. 240 m/s
distância para ativação ...................................... 20 - 70 m
penetração na blindagem ...................... maior que 1,5 cm
alcance eficaz ........................................................1100 m

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................217/260)


Granada SMOKE (fumígena) 469B de 84 mm (Fig 2-32)
(1) Pode ser utilizada para impedir a visibilidade do inimigo sobre a
tropa que confronta, sendo que o tiro é realizado diretamente sobre esse
inimigoalvo.
(2) O tiro pode também ser realizado a uma distância intermediária
entre o inimigo e a tropa, constituindo-se numa cortina de fumaça intermediária.
(3) Também pode ser utilizada para a designação de alvos inimigos
para melhor mostrar e identificar para a artilharia ou para a aviação de ataque e
apoio ao solo, alvos inimigos a serem detectados.
(4) A cortina de fumaça provocada é instantânea após a detonação por
impacto. Esta fumaça entretanto, não apresenta risco à saúde, uma vez que a
composição química da carga não é tóxica, tendo por princípio ativo o tetra
cloreto de titânio, podendo por isso ser utilizada sem restrições em manobras ou
treinamentos.
(5) Dados numéricos
peso completo do tiro .............................................. 3,1 kg
peso da granada ...................................................... 2,2 kg
velocidade inicial .................................................. 240 m/s
peso do composto fumígeno ................................... 0,8 kg
alcance prático ....................................... maior que 1,5 m

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................218/260)


largura da cortina de fumaça ............................ 10 a 15 m
alcance eficaz ........................................................1300 m

Granada ILLUM (iluminativa) 545 de 84 mm (Fig 2-33)


(1) Esta granada é capaz de iluminar rapidamente áreas-alvo,
auxiliando forças terrestres, principalmente em missões noturnas. A unidade
pode assim se tornar auto-suficiente em suas necessidades de iluminação.
(2) A espoleta é equipada com um anel de ajuste graduado, variando
de 200 a 2300 m e subdividido em divisões de 50 m. Três alcances
préselecionados podem ser facilmente registrados pelo tato sob condições de
escuridão total.
(3) A altura de detonação é de aproximadamente 200 m e com
intensidade de 650 000 velas, com duração média de 30 segundos, cobrindo
uma área de cerca de 400 a 500 m de diâmetro.
(4) Uma ranhura luminosa na luneta telescópica permite se obter o
ângulo adequado da arma.
(5) Dados numéricos
peso completo do tiro .............................................. 3,1 kg
peso da granada ...................................................... 2,2 kg
velocidade inicial .................................................. 260 m/s
peso do composto iluminativo ................................. 0,5 kg
alcance prático mínimo .......................................... 300 m

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................219/260)


alcance prático máximo .........................................2100 m área
de iluminação ........................................ 400 - 500 m tempo de
iluminação .............................................. 30 seg

Granada HEAT (Anti-carro) 751 de 84 mm


(1) Esta granada possui uma granada extra e uma capacidade de
penetração de 5 cm, que é mais que suficiente para perfurar as blindagens
detodos os CC existentes, mesmo quando equipados com blindagem explosiva
reativa.
(2) A granada com o efeito combinado de penetração na forma de
explosivo e carga oca, bate e penetra a blindagem explosiva reativa sem detoná-
la onde sua carga principal consegue atravessar a blindagem de proteção
causando danos internos.
(3) As aletas de estabilidade são equipadas com fusível piezelétrico
para todos os ângulos de ataque e um motor foguete que lhe permite alcançar
uma trajetória tensa e um curto tempo de vôo para o alvo.
(4) Dados numéricos
peso completo do tiro .............................................. 3,8 kg
peso da granada ...................................................... 2,2 kg
velocidade inicial .................................................. 210 m/s
velocidade máxima .............................................. 340 m/s
penetração em blindagem ........................maior que 5 cm

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................220/260)


alcance eficaz ......................................................... 600 m
Granada TP 552 de 84 mm

(1) A granada TP 552 é destinada para ser usada como munição de


treinamento para a granada HEAT 551.
(2) Ela tem um sistema de espoleta, reforço ou carga principal. Para se
ter as mesmas características balísticas e de peso da granada HEAT 551, o
material foi feito mais grosso e usada uma base mais sólida de projétil.
(3) O projeto motor do foguete é idêntico ao da granada HEAT 551, e
ela é estabilizada pelas aletas e por seu giro suave durante o vôo.
(4) Dados numéricos
peso da granada completa ...................................... 3,2 kg
peso da granada ...................................................... 2,4 kg
peso da carga propelente ........................................ 0,4 kg
velocidade inicial .................................................. 255 m/s
velocidade máxima .............................................. 340 m/s
alcance efetivo ....................................................... 700 m

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................221/260)


Capitulo 3 – MANEJO, INCIDENTES DE TIRO E MANUTENÇÃO

3.1. Manutenção

A manutenção preventiva é de responsabilidade da guarnição do canhão.


O tempo, areia, umidade, além de outros fatores provocam o desgaste
prematuro da arma e a consequente perda de sua total eficácia. O cuidado
constante com o armamento deve ser sempre incentivado

a. Serviço diário
(1) O serviço diário inclui limpeza, lubrificação e inspeção do canhão
para ter a certeza de que não esteja danificado e que opere adequadamente.
(2) O serviço diário deve ser executado em conexão com o uso do
canhão antes, durante e após o tiro.
(3) Uma atenção especial deve ser dedicada à limpeza das partes que
tenham sido expostas aos gases propelentes. As checagens de manutenção a
serem executadas estão descritas no quadro abaixo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................222/260)


b. Serviço especial
(1) O serviço especial inclui uma inspeção muito meticulosa do canhão
e acessórios. Deve ser executada em regra, uma vez por semana.
(2) O serviço especial inclui ainda a desmontagem do canhão a fim de
limpar e repor partes danificadas.
(3) Não se deve desmontar o canhão em extensão maior do que a
descrita abaixo.
(a) Percussor
(b) Mola principal
(c) Alavanca de engatilhar
(d) Haste de disparo
(e) Mola do extrator

c. Limpeza do canhão
(1) A alma é limpa com limpador, lubrificante e conservante (LLC).
Cuidado: não mergulhe.
(2) O canhão é limpo externamente com ISOPROPANOL (álcool
IPA).E deve ser secado com pano limpo.
b. Inspeção do tubo - Em uso operacional, o atirador (auxiliar do
atirador) deverá executar inspeções visuais antes de cada tiro.
Alerta: Se for detectada dano durante a inspeção visual, contate o armeiro
da sua unidade.
(1) Inspecione o exterior do tubo.
(2) Aponte o canhão contra uma fonte de luz e procure por dentes ou
trincas dentro do tubo.
(3) Verifique o aderente entre a camisa de aço e o composto. Se o
aderente estiver danificado, contate o armeiro da unidade.

d. Folga entre o venturi e o tubo - Verifique que a folga entre o venturi e


o tubo seja menor que 0,25 milímetros. Meça com a placa de medição (embalada
na sacola nº 1). Se a placa de medição penetrar entre o venturi e o ponto de
articulação do tubo, contate o armeiro da unidade. NÃO Tente reparar.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................223/260)


3.2. Incidentes de tiro

Incidente de tiro é uma cessação do fogo não intencional, provocada por


falha da arma, do atirador ou da munição, fazendo com que a arma não funcione
devidamente.
Ação imediata é a aplicação rápida e sem hesitação, de uma série de
medidas visando sanar o incidente de tiro.
O equilíbrio é restabelecido após sanado o incidente, e visa a continuar o
tiro.
Inspeções regulares durante a execução do tiro, antes e depois dele,
ajudam a diminuir os incidentes com a arma.

A. PROCEDIMENTOS EM FALHAS DE TIRO


a. Falha de tiro em tiro tático - Durante todo o procedimento continue
sempre apontando para o alvo.
(1) Espere 5 segundos e reengatilhe o mecanismo.
(2) Aponte e puxe o gatilho. Se ainda falhar o tiro.
(3) Espere 5 segundos e reengatilhe o mecanismo.
(4) Aponte e puxe o gatilho. Se ainda falhar o tiro.
(a) Atirador: reengatilha o mecanismo e posiciona a trava de segurança
para S (seguro) e espera por 2 minutos.
(b) Auxiliar do atirador: após passados 2 minutos, verifica se o pino
atingiu a granada.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................224/260)


1) SIM: recarregue com uma nova granada.
2) NÃO: verifique o percussor e o mecanismo de disparo.

b. Falha de tiro com adaptador de Subcalibre - Durante todo o


procedimento continue sempre apontando para o alvo.
(1) Espere 5 segundos e reengatilhe o mecanismo.
(2) Aponte e puxe o gatilho. Se ocorrer nova falha de tiro.
(3) Espere 5 segundos e reengatilhe o mecanismo.
(4) Aponte e puxe o gatilho. Se ainda falhar o tiro.
(a) Atirador: reengatilha a arma, posiciona a trava de segurança em S
(seguro) e espera 2 minutos.
(b) Auxiliar do atirador: após passados 2 minutos abre o venturi,
posiciona o ferrolho em segurança e descarrega o adaptador do subcalibre.
(5) Remova a tampa, a carga de sopro e a munição 7,62 mm.

B. TIROS ENGASGADOS
a. Ações a serem tomadas se o tiro completou e a granada ficou
engasgada no canhão. Os seguintes casos são possíveis:
(1) é possível carregar o canhão e fechar o venturi. O canhão não é
disparado e ao descarregar, o tiro está engasgado na câmara.
(2) é possível carregar o canhão e fechar o venturi. O canhão é
disparado e ao descarregar, o estojo do cartucho está engasgado na câmara.
(3) é possível carregar o canhão mas o venturi não pode ser fechado.
Neste caso o tiro está engasgado na câmara.

b. Ações a serem tomadas nos casos 1 e 3:


Alerta: mantenha o canhão em baixo alcance durante todo o
procedimento.
(1) verifique que o mecanismo esteja engatilhado e que a trava de
segurança esteja posicionada em S (seguro).
(2) certifique-se que o extrator/mola do extrator não esteja danificada.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................225/260)


(3) usando o conjunto de ferramenta de limpeza acoplado à vareta de
limpeza, pressione a granada ou o estojo do cartucho para trás e para fora da
câmara. Nunca use um objeto metálico! Pegue o tiro com as suas mãos quando
se soltar da câmara.
(4) descubra o motivo pelo qual o estojo do cartucho/tiro engasga na
arma. Entregue ao técnico em caso de dano ao tubo.

Alerta: Observe a figura cruzada. Nunca bata ou faça alavanca na câmara


com qualquer objeto de madeira afiado ou metálico a fim de soltar um tiro que
esteja na câmara.

c. Ações a serem tomadas se uma granada engasgar no tubo.


O seguinte caso é possível:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................226/260)


Se a carga propelente no estojo do cartucho não puder impulsionar a
granada para fora, a qual engasga no tubo, ponha cuidadosamente a arma no
chão e reporte o incidente ao oficial que conduz a instrução de tiro.
Alerta: A arma agora deve ser tratada como uma granada falhada.
Notifique o pessoal de segurança do campo.

C. DESCARREGAR E RECARREGAR A ARMA


a. O atirador ordena: DESCARREGAR / RECARREGAR
b. O auxiliar do atirador executa:
(1) move a alavanca de travamento do venturi para frente e abre
o mesmo.
(2) golpeia levemente a alavanca de travamento do venturi para
frente forçando assim o estojo do tiro/cartucho para trás.
(3) remove o estojo do tiro/cartucho da arma e o coloca no chão.
(4) carrega com um tiro novo (recarregar).
(5) fecha o venturi.
(6) chama: PRONTO.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................227/260)


CAPITULO 4 – TÉCNICA DE TIRO

As regras abaixo são aplicáveis tanto para a luneta telescópica


quanto para a mira simples.
As regras para pontaria e para a luneta do Carl-Gustaf M3 são
bastantes similares às utilizadas num fuzil:
(1) determinar (estimar) a velocidade e a distância do alvo.
(2) regular o alcance.
(3) apontar o prumo para o centro da massa de mira.
(4) considerar todos os alvos frontais e de trás como
estacionários (fixos) mesmo que estejam em movimento.
(5) se a distância não corresponde à distância do indicador,
ajuste a distância mais próxima.

4.1 - Regras de pontaria

PARA A GRANADA HEAT

a. Luneta telescópica

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................228/260)


b. Mira simples

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................229/260)


c. Estimativa de velocidade

PARA A GRANADA HE 441b 84 mm

A granada HE 441B pode ser disparada com arrebentamento por impacto


ou no ar.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................230/260)


Existem três principais métodos de disparo:
(1) explosão de impacto no alvo.
(a) Este método é normalmente usado contra veículos comuns e alvos
com proteção leve.
(b) O uso deste método significa apontar para o ponto de impacto
desejado com o mesmo ajuste de distância para o alvo.
(c) A espoleta é programada para uma distância que está a 100 m
atrás do alvo para assegurar que a granada explode no impacto e não pelo ajuste
do tempo.
(2) explosão de impacto acima do alvo
(a) Este método é usado contra homens abrigados pela parede de um
prédio, sob árvores, abrigos ou similares.
(b) O ponto de pontaria é o do ponto de impacto (6 a 8 m acima do
alvo).
(c) Os ajustes de distância e da espoleta são idênticos aos do
arrebentamento por impacto no alvo.
(3) explosão no ar acima do alvo
(a) o arrebentamento no ar acima do alvo é normalmente usado contra
tropas em campo aberto ou tropas em terreno onde não é possível disparar
“arrebentamento de impacto sobre o alvo”.
(b) Para obter um arrebentamento adequado desejado no alvo, ajuste
a distância na luneta telescópica para a distância do alvo acrescentando 100
metros.
(c) A espoleta é ajustada para a distância do alvo na granada nº 1,
distância do alvo + 10 m na granada nº 2 e distância do alvo - 10 m na granada
nº 3.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................231/260)


PARA A GRANADA FUMÍGENA 469b 84 mm

A granada fumígena está equipada com uma espoleta que se inflama


com o impacto sendo lançada em ângulos muito baixos.
Existem no mínimo, três modos de usar a granada fumígena:
(1) para encobrir frações inimigas.
(2) para cegar o inimigo.
(3) para balizar alvos para a artilharia ou apoio aéreo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................232/260)


PARA GRANADA ILUMINATIVA 545 84 mm

A granada iluminativa 545 é disparada usando uma ranhura especial


luminosa no botão de ajuste de distância da luneta telescópica.
Para disparar o botão de ajuste de distância certa da arma, a
espoleta é ajustada para a distância desejada.
Para se obter iluminação na distância certa da arma, a espoleta é
ajustada para a distância desejada.

4.2 - Avaliação de distâncias

Depende da habilidade do homem, na determinação da distância, a


possibilidade de ser o alvo atingido ou não no primeiro disparo.
O tempo de utilização de uma posição de tiro do canhão é muito
limitado; por isso, as distâncias precisam ser avaliadas rapidamente.
Os processos abaixo citados podem ser utilizados para avaliar a
distância até um alvo.
(1) Avaliação pela vista.
(2) Pelo tiro do canhão 84 mm sem recuo.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................233/260)


(3) Pelo tiro de outras armas.
(4) Pela medição na carta.
(5) Pela obtenção de dados fornecidos por outros elementos.
(6) De tropa.
(7) Pela medida das distâncias no terreno.

a. AVALIAÇÃO PELA VISTA

A avaliação da distância pela vista é o processo mais rápido de avaliação


e seu grau de precisão depende da instrução e experiência do avaliador. Em
muitos casos constituirá o único processo possível de avaliação. A precisão pode
ser desenvolvida de 100 metros assinaladas no terreno, de vários ângulos e
diferentes posições. Depois de haver gravado mentalmente a distância de 100
metros, olhada de vários ângulos e posições, poder-se-á então avaliar uma
distância desconhecida, aplicando sobre o terreno o parâmetro mental da
distância de 100 metros. Para distâncias superiores a 500 metros, avaliar o ponto
médio das mesmas e, então, avaliar a distância até esse ponto, multiplicando-a
depois por dois.

b. APARÊNCIA DOS ALVOS

Os alvos parecem mais próximos ou mais afastados em função das


condições de iluminação e do terreno.
O alvos parecem mais próximos quando:
(1) estão muito iluminados.
(2) sua cor apresenta grande contraste com o fundo.
(3) o espaço que medeia entre o alvo e o observador é uniforme como,
por exemplo, água, campo cultivado ou coberto de neve.
(4) o homem observa de cima para baixo.
(5) a atmosfera for clara, o que normalmente acontece em altitudes
elevadas.
(6) observados sobre depressão que esteja grande parte em ângulo
morto.
Os alvos parecem mais distantes quando:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................234/260)


(1) observados sobre depressão totalmente visível.
(2) houver pouca luz, ou nevoeiro.
(3) somente uma pequena parte do alvo puder ser vista.
(4) o homem observa de baixo para cima.

c. PELO TIRO DO CANHÃO 84 mm SEM RECUO

Na avaliação da distância pelo tiro do canhão 84 mm sem recuo, atirar


com a pontaria regulada para o alcance estimado, e, pela observação, regular a
arma até trazer o tiro sobre o alvo; feito isto, ler o alcance na luneta telescópica.
As desvantagens desse processo são a revelação prematura da posição, a perda
do efeito de surpresa e o consumo de munição.

d. PELO TIRO DE OUTRAS ARMAS

A fim de avaliar a distância, pode utilizar-se o tiro de outras armas do


mesmo modo que se utiliza o tiro do Canhão 84 mm sem recuo. Quando se utiliza
as armas portáteis pode utilizar-se esse processo até o limite de alcance das
respectivas munições traçantes.

e. PELA MEDIÇÃO NA CARTA

A precisão desse processo depende da experiência do encarregado da


avaliação e da precisão da carta. A distância peça-alvo é medida na carta e
convertida em metros, por meio da escala da carta.

f. PELA OBTENÇÃO DOS DADOS FORNECIDOS POR OUTROS


ELEMENTOS DE TROPA

Informações relativas a distâncias podem ser obtidas de outros elementos


da unidade. Essas informações são especialmente valiosas quando a Unidade
que as forneceu já atirou próximo do alvo a ser batido.
A Unidade substituída deve passar à Unidade substituta o registro do
alcance de todos os alvos levantados e outros dados de tiro.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................235/260)


g. PELA MEDIDA DA DISTÂNCIA NO TERRENO

Utilizar esse processo quando a situação permitir o deslocamento no


terreno. Em tais casos, medir as distâncias com passo duplo, trena ou odômetro.

4.3 - Visada pela alma (luneta telescópica, mira simples e adaptador de


subcalibre)

A finalidade deste artigo é a de ministrar conhecimento de como fazer a


visada pela alma com luneta telescópica, a mira simples e o adaptador para o
subcalibre.
Uma visada pela alma bem feita é um pré-requisito para a eficácia do
combate. A visada pela alma deverá ser verificada freqüentemente,
especialmente quando a luneta telescópica tenha sido removida da arma e após
transporte em veículos possa ter sido alterada.
Os equipamentos e ferramentas utilizadas são:
- disco traseiro e dianteiro de visada pela alma, da sacola nº 2.
- chave de fenda de ponta chata de 3,5 mm da, sacola nº 1

a. PROCEDIMENTO

Coloque o disco dianteiro de visada pela alma no bocal.


Abra o venturi e coloque o disco de visada pela alma na câmara.
Assuma uma posição de tiro o mais estável possível.
Verifique se a visada pela alma é necessária.

b. VISADA PELA ALMA DA LUNETA TELESCÓPICA


Para realizar uma visada pela alma com a luneta telescópica execute as
seguintes operações:
Coloque o cilindro de distância da luneta em zero.
Desaperte os parafusos de travamento.
Olhe através dos discos dianteiro e traseiro de visada pela alma e aponte
o tubo para um ponto num objetivo bem definido que esteja numa distância de
no mínimo, 200 m.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................236/260)


Por meio dos cilindros de elevação e deflexão, mova o prumo central do
retículo para coincidir com o ponto visado.
Aperte os parafusos de travamento.
Desaperte os parafusos que seguram as escalas, deslize as escalas para
zero e aperte os parafusos.
Verique a visada.

c. VISADA PELA ALMA DA MIRA SIMPLES (Fig 5-7)


Para realizar uma visada pela alma com miras simples execute os
seguintes passos:
Coloque a alça de mira em zero.
Olhe através dos discos de massa e disco traseiro e aponte o tubo para
um ponto de um objeto bem definido e que esteja a uma distância de no mínimo
200 metros.
Ajuste a deflexão afrouxando o parafuso de travamento do visor do
orifício, movendo o visor para coincidir com o ponto visado.
Aperte o parafuso de travamento
Ajuste a elevação girando o botão de ajuste de distância para coincidir
verticalmente com o ponto visado.
Afrouxe o parafuso do indicador de distância e coloque o indicador de
distância e coloque o indicador com o centro do índice branco em zero.
Aperte o parafuso.
Verifique a visada pela alma novamente.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................237/260)


d. VISADA PELA ALMA (ZERAR) DO ADAPTADOR DE SUBCALIBRE

Antes de zerar a visada pela alma do adaptador de Subcalibre, verifique


se o canhão sem recuo Carl-Gustaf M3 está com a visada pela alma zerada.
A visada pela alma deverá ser feita em uma distância de 300 metros, onde
o ponto de pontaria e o ponto e impacto devem coincidir. O ponto médio de
impacto deverá ser obtido corretamente em elevação e a 20 cm à esquerda do
ponto de pontaria.

(1) Dispare um grupo de seis tiros. Se a visada pela alma estiver incorreta,
faça o seguinte:
- ajuste a altura e a deflexão afrouxando os respectivos parafusos de
travamento. A seguir solte o parafuso de ajuste localizado no lado para o qual o
tubo deverá ser movido tanto quanto mentalmente oposto ao parafuso de ajuste
tanto quanto necessário para obter um correto ponto médio de impacto.
Aperte o primeiro parafuso de tratamento afrouxados.
Uma volta completa dos parafusos de ajuste movem o ponto de impacto
4 milésimos, isto é, 120 m a 300 m.

(1) Verifique a visada pela alma disparando um novo grupo de seis


tiros.
(2) Para a visada pela alma do adaptador de subcalibre, o ponto médio
de impacto em elevação deverá desviar de seu ponto de pontaria como se
segue:

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................238/260)


200 m - 0,35 m (alça de combate)
300 m + 0 m
400 m + 0,25 m
500 m + 0,35 m
600 m + 0,15 m
700 m - 0,45 m

CAPITULO 5 – ESCOLA DA PEÇA E DA SEÇÃO DO CSR 84mm CARL


GUSTAF

Os comandos de tiro são os expedidos, a fim de possibilitar à guarnição


bater determinado alvo. Há dois tipos de tiro, um inicial dado para o disparo do
primeiro tiro, e outro subsequente, para ajustar ou transportar o tiro e cessar o
fogo.
Um comando de tiro deve ser conciso ao máximo sem, contudo, prejudicar
a clareza. Compreende em uma seqüência lógica, todos os elementos
necessários para o cumprimento da missão de tiro, transmitidos em uma
cadência que permita sua compreensão e execução.
Um comando de tiro é quase sempre dado verbalmente. Quando isso não
for possível, poderão ser transmitidos pelo telefone, rádio, mensageiro ou por
sinalização a braço.

Os números são enunciados de acordo com os seguintes exemplos:


100 - um zero zero
750 - sete cinco zero

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................239/260)


1997 - um nove nove sete
3000 - três mil
354,4- três cinco quatro vírgula quatro
A repetição dos comandos, por parte de quem os recebe, é obrigatória
exceto quando se atira sobre alvo em movimento.

5.1 - Comandos iniciais de fogo para o tiro

Para o comando inicial é transmitido a seqüência abaixo, a fim de


acostumar a guarnição a executar os comandos numa ordem preestabelecida:
- atenção
- tipo de munição
- direção
- designação do alvo
- alça
- precessão (na luneta telescópica cada precessão equivale a
mais (+) 10 Km/h.
- modo de desencadeamento

a. ATENÇÃO
Atenção é sempre o primeiro elemento do comando inicial de tiro
indicando à guarnição ou ao atirador que fará o tiro, qual o tipo da missão a
executar.
Assim será dito:

MISSÃO DE TIRO - Para alvos parados.


ALVO EM MOVIMENTO - Para os alvos que se deslocam.

b. TIPO DE MUNIÇÃO
A munição é designada como se segue:
- alto explosiva anticarro 551
- alto explosiva 441B

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................240/260)


- fumígena
- iluminativa 545
- de exercício 552

c. DIREÇÃO
Qualquer dos processos abaixo pode ser utilizado para a designação da
direção. Deve-se escolher o que melhor se adapte à situação.

Direção geral e processo do relógio


(1) Entende-se por FRENTE a direção para o qual aponta a peça. A
partir da FRENTE, por ângulos sucessivos de 45º, as direções recebem as
designações de FRENTE DIREITA (ESQUERDA); FLANCO DIREITO
(ESQUERDO); RETAGUARDA DIREITA (ESQUERDA); RETAGUARDA. As
direções podem ser indicadas mais especificamente utilizando-se o processo do
relógio.
(2) Supondo-se que a peça ocupe o centro do relógio com a boca da
arma voltada para a direção das 12 horas, as diversas direções serão batizadas
de acordo com o número das horas a que correspondem no mostrador do relógio.
Por exemplo, a direção FRENTE DIREITA pode ser designada com mais
precisão como UMA HORA ou DUAS HORAS.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................241/260)


Ponto de referência e ângulos horizontais
Sempre que o tempo permitir, na ocupação de uma posição deve ser
designado um ponto de referência no setor de tiro. Apontando a arma sobre o
ponto de referência com o aparelho de pontaria zerado.

Direção e distância partindo do ponto de referência


Utilizar esse processo somente a pequenas distâncias. Exemplo: PONTO
DE REFERÊNCIA, ESQUERDA, CEM METROS.

Pontos de referência sucessivos


Primeiro é designado um ponto de referência facilmente identificável no
terreno. Com o auxílio de pontos de referência intermediários, o atirador é
orientado passo a passo até que sua linha de visada encontre o alvo. Por
exemplo: FRENTE, REFERÊNCIA: CASA COM TELHADO VERMELHO; À
DIREITA DA CASA: CERCA; NO CENTRO DA CERCA: PORTÃO; PERTO DO
PORTÃO: ALVO, METRALHADORA NA ORLA DO CAMPO.

Pelo tiro do canhão 84 mm sem recuo ou do fuzil.


(1) A designação de um alvo, pelo tiro do canhão 84 mm sem recuo ou
pelo tiro do fuzil do chefe de peça, é um processo simples, rápido e preciso,
porém pode revelar a posição da peça.
(2) Quem designa o alvo dá a direção geral de tiro verbalmente como
FRENTE DIREITA; e, então comanda OBSERVAR MEU TIRO (TRAÇANTE).

Apontando a peça sobre o alvo


O encarregado de designar o alvo pode apontar a peça sobre o mesmo
para dar a direção.

d. DESIGNAÇÃO DO ALVO
Uma descrição sucinta do alvo, normalmente uma ou duas palavras, é
tudo o que se requer, contanto que ela crie na mente do atirador a imagem do
alvo. Se apresentam diversos alvos, ou se duas ou mais peças devem bater um
alvo largo ou profundo, determinado alvo ou parte do alvo a ser batido é
designado com o seguinte exemplo: CARRO CENTRAL, CASA DA DIREITA,
COLUNA PARADA. As seguintes palavras são usadas para designar alvos
comuns.
- Qualquer carro ............................................ CARRO

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................242/260)


- Carro blindado ............................................ CARRO BLINDADO
- Qualquer viatura não blindada ................... VIATURA
- Homens ...................................................... TROPA
- Metralhadora .............................................. METRALHADORA
- Peça de artilharia........................................ ANTICARRO
- Posto de observação .................................. PO
- Posto de comando ...................................... PC

e. ALÇA
A alça inicial é dada em metros. Uma vez que este elemento sempre
segue a descrição do alvo, e o metro é a unidade de medida da alça, nem a
palavra ALÇA nem a palavra METRO é incluída neste dado.

f. VELOCIDADE
Este elemento é incluído no comando inicial de tiro somente quando o tiro
é feito sobre alvo em movimento. A luneta telescópica é graduada de dez em dez
km/h.

g. MODO DE DESENCADEAMENTO
O comando para a abertura de tiro é FOGO. Rigorosamente interpretado,
esta é uma ordem que será executada logo que a peça esteja pronta para abrir
fogo. Se o comando quiser abrir fogo com determinado número de tiros, ele
especifica este número, assim: TRÊS TIROS FOGO!

EXEMPLOS DE COMANDOS INICIAIS DE TIRO

a. Tiro direto sobre o alvo parado


Atenção .................................................... MISSÃO DE TIRO
Munição .................................................... ALTO EXPLOSIVA 441B
Direção ..................................................... FRENTE DIREITA

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................243/260)


Alvo .......................................................... METRALHADORA
Alça........................................................... NOVE ZERO ZERO
Comando para abertura de fogo ............... FOGO

b. Tiro direto sobre alvo que se desloca da esquerda para a direita com
uma velocidade de 16 quilômetros por hora, a uma distância de 700
metros.
Atenção .................................................... ALVO EM MOVIMENTO
Munição .................................................... EXPLOSIVA ANTICARRO
Direção ..................................................... FRENTE ESQUERDA
Alvo .......................................................... VIATURA
Alça........................................................... SETE ZERO ZERO
Precessões ............................................... UMA (equivale a 10 km/h)
Comando para abertura de fogo ............... FOGO

5.2 - Comandos de tiro subseqüente

Dados - Os dados para um comando subseqüente de tiro constam de uma


correção em direção, uma correção em alcance, uma correção em precessões e
uma maneira de desencadeamento.
O modo de enunciar os comandos subsequentes de tiro constituem
correções relativas à pontaria da última granada disparada. Excetuando-se os
dados relativos à ALÇA e desencadeamento, os demais dados corretos não
serão repetidos nos comandos subseqüentes. As expressões abaixo citadas são
utilizadas para que enunciem correções:
Tiro com o mesmo alcance ................................ REPITA ALÇA
Aumentar a alça ................................................. ALONGAR
Diminuir a alça .................................................... ENCURTAR
Desviar o arrebentamento ou o impacto para a
direita .................................................................. DIREITA
Desviar o arrebentamento ou o impacto para a
esquerda ............................................................. ESQUERDA
Aumentar as precessões .................................... MAIS

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................244/260)


Diminuir as precessões ...................................... MENOS

a. CORREÇÕES
Deriva - Quando se atira sobre alvos parados, as correções em deriva são
dadas em metros: DIREITA CINCO ZERO, ESQUERDA UM ZERO ZERO.
Alça - Este elemento será sempre incluído no comando subsequente de
tiro. Se for necessário uma correção, ela será assim determinada ALONGUE
500, ENCURTE 200 etc. Se a alça está certa, este elemento será enunciado:
REPITA ALÇA.
Precessões - Quando se está atirando sobre alvos em movimento, a
correção em precessões é determinada do seguinte modo: MAIS DUAS, MENOS
UMA etc. Este elemento só será incluído no comando subsequente de tiro,
quando for necessário corrigir o dado relativo a precessões.

EXEMPLOS DE COMANDOS SUBSEQUENTES DE TIRO


Alvos parados
(1) ESQUERDA DOIS ZERO
ENCURTE DOIS ZERO ZERO
FOGO!
(2) DIREITA CINCO ZERO ALONGUE
UM ZERO ZERO
FOGO!
(3) REPITA ALÇA
FOGO!

Alvos em movimento (1)


ENCURTE DOIS ZERO ZERO
FOGO!
(2) ALONGUE UM ZERO ZERO
DUAS MAIS
FOGO!
(3) REPITA ALÇA

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................245/260)


FOGO!

b. REPETIÇÃO E CORREÇÃO DE COMANDOS

Repetições - Se o auxiliar do atirador ou o atirador não compreender


algum elemento do comando de tiro, pode pedir que esse elemento seja repetido,
enunciando o elemento não compreendido com uma entonação de voz que
denote pergunta. Quando qualquer membro da guarnição da peça pedir a
repetição de um elemento relativo a deriva ou alça, evita-se malentendido
(engano) precedendo o elemento repetido com a frase “O COMANDO FOI” - Esta
frase só será utilizada na repetição de um elemento de comando de tiro não
executado.
Correções - Em todos os comandos iniciais de tiro, quando se erra,
corrige-se pela voz: ERRO, seguida do comando certo. Para corrigir um
comando de 500 m para 600 m procede-se do seguinte modo: ERRO SEIS
ZERO ZERO (SEISSENTAS), FOGO. (Observar que o comando certo é seguido
do comando de fogo). Para corrigir um erro num comando subsequente de tiro,
o observador diz ERRO e repete todo o comando corretamente.

c. CESSAR FOGO
O comando de CESSAR FOGO é dado quando o chefe de peça deseja,
por qualquer motivo, interromper o tiro e este comando indica que terminou o tiro
feito com os dados registrados na peça. O tiro precisa então ser reiniciado por
um comando inicial de tiro. (SUSPENDER FOGO) é o comando para uma
interrupção temporária do tiro em uma determinada missão. Quando o comando
SUSPENDER FOGO acarretou uma interrupção de uma missão de tiro, esta
pode ser reiniciada sem alterações, ao comando REINICIAR (FOGO).

d. TÉRMINO DO “ATENÇÃO”
A fim de que a guarnição possa descansar entre as missões de tiro e
cumprir com melhor disposição missões posteriores, o término do “atenção” será
dado pela voz: CESSAR FOGO, MISSÃO CUMPRIDA”.
e. CARTÃO DOS ALCANCES
O cartão dos alcances é orientado e preparado para cada peça; mostra a
posição da arma, o norte magnético, os alcances, as elevações e as direções de
acidentes importantes do terreno e alvos prováveis.
Mostrando as distâncias de acidentes circunvizinhos e suas direções,
possibilita à guarnição da peça determinar rápida e precisamente os dados

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................246/260)


necessários para bater qualquer alvo dentro do seu setor. Via de regra, os setores
de tiro vão até 90°( noventa graus). No entanto, se o caso exige, o cartão dos
alcances pode ser feito de modo a incluir qualquer alvo dentro de um ângulo de
180°(cento e oitenta graus). Esses cartões tornam possível o tiro à noite e em
ocasiões de pouca visibilidade, assim como permitem transmitir dados valiosos a
qualquer elemento de substituição. O escalão imediatamente superior às vezes
utiliza esses cartões para coordenar fogos.
Na preparação de um cartão dos alcances de tiro para o canhão 84 mm
sem recuo,deve ser preparado um esboço, escrevendo o designativo da fração
interessada e a data, e num pedaço de papel de tamanho conveniente. Em
seguida, colocar um ponto aproximadamente no centro da folha de papel, para
indicar a posição da peça. Traçar uma linha reta passando pelo ponto
representado, indicando a direção do norte magnético, designando-a com a letra
“N”.
Identificar a posição da peça com relação a um acidente importante do
terreno, medindo o azimute magnético desse acidente até o local da peça, e
então determinar a distância entre eles e lançar esses dados na folha.
O atirador deve estar habilitado a apontar a arma em alcance e direção,
utilizando a luneta telescópica para o tiro direto, sobre qualquer alvo ou acidente
importante do terreno no setor de tiro. Escolher, aproximadamente no centro do
setor de tiro, um acidente importante do terreno e apontar precisamente sobre
ele a arma. Sem modificar a pontaria da arma, ajustar a luneta telescópica até
que ela marque deriva zero e, em seguida, fixar a graduação da direção. Deste
modo se estabelecer a direção certa, necessária para bater o alvo com a deriva
zero. Depois sem modificar a pontaria da arma, fazer com que o auxiliar do
atirador crave uma baliza no solo, à frente da peça e na direção da linha vertical
do retículo da luneta telescópica. Fazer com que o auxiliar do atirador enterre a
baliza no solo até que a parte superior da mesma fique precisamente alinhada
com a graduação de alça máxima da luneta. A graduação de alça máxima para
que se tenha a certeza de que o projétil não venha atingir a baliza.
Desenhar um esboço do acidente no cartão dos alcances e traçar uma
linha reta ligando o mesmo à posição da peça. Registrar a alça a esse acidente
com a deriva zero. Registrar entre parêntesis a alça que foi utilizada para apontar
sobre a baliza; nesse caso ela será a de máximo alcance da luneta telescópica.
Os demais alvos prováveis do setor de tiro serão registrados do mesmo modo,
com a diferença de que as novas direções serão registradas como forem lidas
diretamente na luneta telescópica. Se existir tropa amiga nas vizinhanças do
setor, e as derivas desses limites precisam ser registradas no cartão dos
alcances e com muitos alvos , pode tornar-se necessário batizar as balizas
correspondentes aos mesmos, como por exemplo: B ZERO (baliza zero, centro
do setor); 1ª B Es (1ª baliza esquerda); 2ª B Dr (2ª baliza direita), etc.

5.3 - Técnica de tiro de posição de tiro

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................247/260)


Quando a guarnição do canhão 84 mm sem recuo for ocupar uma posição
de tiro deve ser considerado os seguintes aspectos:
a. Escolher um local de onde o atirador atinja vias de acesso que
sejam
favoráveis ao inimigo.
b. Campos de tiros, que devam estar livres de qualquer obstáculos
que possam interromper a trajetória ocasionando a dotação da mesma perto da
posição de tiro pondo em risco a segurança da guarnição da peça do CSR 84
mm.
c. Devem ser planejadas posições principais de tiro para a peça de
canhão 84 mm sem recuo e os respectivos setores de tiro. Posições
suplementares também devem ser planejadas. Cada posição deverá permitir o
flanqueamento dos CC/VBTP inimigos e deverão estar cobertos e abrigados.
d. Deve ser previsto o emprego de dispositivos para o tiro noturno,
bem como meios de fortuna (estacas graduadas, pontos de referência, etc). As
distâncias previstas para o tiro noturno deverão estar lançados nos respectivos
cartões de alcance.
e. As posições de tiro do canhão 84 mm sem recuo, de acordo com o
tempo disponível, poderão ser sumárias ou construções que quando forem
construídas deve-se tomar os seguintes cuidados:
(1) o espaldão deverá ter parapeitos laterais de forma a possibilitar a
colocação de um “teto camuflado” sobre a posição.
(2) a área de sopro do CSR deverá estar livre de obstáculos de forma
a evitar a reflexão dos efeitos do sopro sobre a guarnição do canhão (3) o tubo
do canhão 84 mm sem recuo deve ficar além do espaldão durante o disparo.
(4) selecionar a posição de tiro suplementar tendo em vista a identificação
de sua posição no terreno devido à grande emissão de gases. Os itinerários da
posição de tiro principal para a suplementar devem ser previamente planejados
e reconhecidos, devendo atender pelo menos quanto ao aspecto da cobertura
para o deslocamento da guarnição do CSR 84 mm.

5.4 - Escola da peça

a. O auxiliar de atirador é o responsável por todas as operações do canhão


sem recuo Carl-Gustaf- M3, à exceção de apontar a arma e acionar o gatilho que
são ações do atirador. Quando estiver nas funções de auxiliar de atirador, o
homem deve ficar à direita do canhão. Durante o carregamento e o
descarregamento deve empunhar o venturi com a mão direita.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................248/260)


Inspeção pré-tiro
(1) O atirador será o responsável pela inspeção das seguintes partes
do canhão: tubo e impregnação da composição; venturi; percussor; alavanca do
canhão; trava de segurança; encosto para os ombros,bipé; punho frontal;
lunetas; bandoleira; aperto dos parafusos.
(2) O auxiliar de atirador será o responsável pela verificação dos
acessórios.

Preparação para o tiro


(1) O atirador deverá: inserir o bipé; fixar a luneta telescópica; colocar
a proteção para os ouvidos.
(2) O auxiliar de atirador deverá: remover a cobertura do venturi e da
boca; verificar se não há acessórios ou munições na área de sopro; colocar a
proteção para os ouvidos.

Para carregar a arma


(1) O atirador deverá engatilhar a arma, colocar a trava de segurança
em “S”, (Fig 3-4) e emitir o comando de “CARREGAR”.
(2) O auxiliar de atirador deverá abrir o venturi, inspecionar a câmara
e a alma, introduzir a munição (Fig 3-2), fechar o venturi (Fig 3-3), e acionar a
alavanca de travamento. Após realizadas estas operações, o auxiliar de atirador
deverá avisar ao atirador com a expressão “PRONTO”.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................249/260)


(3) Precaução - Quando estiver abrindo ou fechando o venturi, nunca
ficar diretamente atrás do canhão, e nunca permitir que qualquer parte do corpo
fique atrás do venturi quando ele estiver sendo fechado.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................250/260)


Para disparar e recarregar a arma
(1) O atirador deverá: colocar a trava de segurança em F( fogo ); avisar
“PRONTO PARA DISPARAR”.
(2) O auxiliar de atirador deverá: inspecionar a área de sopro; avisar
”LIVRE”.
(3) O atirador deverá: disparar a arma; engatilhar a arma; colocar a
trava de segurança em S (segurança) e avisar “RECARREGAR”.
(4) O auxiliar de atirador deverá: abrir o venturi, com a mão direita;
acionar a alavanca de travamento para frente; remover o cartucho vazio;
inspecionar a câmara e a alma; colocar uma nova granada na câmara; fechar o
venturi e acionar a alavanca de travamento para trás, com a mão direita; avisar
“PRONTO”.

Para descarregar a arma


(1) O atirador deverá: engatilhar a arma; colocar a trava de segurança
em “S”; avisar “DESCARREGAR”.
(2) O auxiliar de atirador deverá: abrir o venturi; acionar à frente a
alavanca de travamento; remover o cartucho vazio; fechar o venturi; avisar
“PRONTO”.
(3) O atirador deverá: colocar a trava de segurança em “F”; avisar
“PRONTO PARA DISPARAR”.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................251/260)


(4) O auxiliar de atirador deverá: inspecionar a área de sopro; avisar
“LIVRE”.
(5) O atirador deverá disparar a arma.

b. COMANDOS E SINAIS
Exceto quando estiver atirando em alvos em movimento, o atirador repete
todos os comandos recebidos e o auxiliar de atirador fica alerta para receber e
transmitir sinais, como intermediário entre o comandante da peça e o atirador.
Ao terminar qualquer movimento em obediência a uma ordem, exceto a de
“DESMONTAR PARA TRANSPORTAR”, o homem da peça responsável por sua
execução, informa ”TERMINADO” e o auxiliar de atirador anuncia “PRONTO”.
Terminada as ações correspondentes ao comando “DESMONTAR PARA
TRANSPORTAR”, somente o atirador diz “TERMINADO”; o auxiliar de atirador
não anuncia “PRONTO”. Na hipótese de que os comandos não possam ser
dados verbalmente, eles o serão por meio de sinalização a braço.
A não ser que haja ordem em contrário, os homens se deslocam de uma
para outra posição em “marche-marche”. A instrução inicial para se conseguir a
precisão deve ser levada a efeito na cadência do passo ordinário.

c. RODÍZIO DAS FUNÇÕES DURANTE A INSTRUÇÃO DA PEÇA


O chefe da peça comanda “RODÏZIO”; a esse comando o auxiliar de
atirador se desloca para a posição do atirador e vice-versa. Logo que cada
homem se familiarize com as diversas funções da guarnição da peça, pode ser
comandado o rodízio de funções durante o desenrolar de uma ação.

d. ENTRAR EM FORMA COM O MATERIAL


Comando
(1) O comando é: A BRAÇO, EM FORMA! ( Fig 3-5 ).
(2) Cada homem pega seu material e se prepara para seguir o
comandante da peça, a pé.
(3) PESSOAL / MATERIAL
(4) Chefe da peça: conduz material individual e a bolsa nº 1, que
contém os sobressalentes.
(5) Atirador: conduz o material individual, canhão e bolsa nº 2, que
contém material de manutenção.
(6) Auxiliar de atirador: conduz o material individual e o estojo de
munição.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................252/260)


Formação - Tendo apanhado o material a braço, a peça entra em forma
em coluna, com cinco passos de distância entre cada homem. O atirador fica
cinco passos de distância do chefe da peça, de frente para ele. Cada homem
deposita no solo a sua carga e toma a posição de bruços.
Equipamento no solo - Nos altos, inclusive na formação inicial, o material
é colocado no solo independente de ordem, exceto ao comando”EM SEUS
LUGARES, ALTO!”.
Carregar para transportar - Este comando é dado antes de ser iniciado
qualquer deslocamento a pé. O material é carregado de acordo com a letra”a”do
presente parágrafo.

e. VERIFICAR O MATERIAL
Ao ser posto o material no solo, o chefe de peça comanda: “VERIFICAR
MATERIAL!”. A este comando, cada homem, mantendo-se colado ao solo,
examina o respectivo material.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................253/260)


CHEFE DE PEÇA
Verifica se está conduzindo o seu material individual e se a bolsa nº 1
contém todas as peças sobressalentes previstas.

ATIRADOR
Verifica as partes componentes do canhão, seu material individual, e se a
bolsa nº 2 contém todo o material previsto para a manutenção do armamento.

AUXILIAR DE ATIRADOR
Verifica se está conduzindo seu material individual, a quantidade e o tipo
de munição, e o estado dos estojos de fibra para o transporte da mesma.

ALTERAÇÕES
Quando todo o material tiver sido devidamente inspecionado, cada
homem toma posição deitado, de bruços, e participa as alterações.

a. Auxiliar de atirador - “ MUNIÇÃO SEM ALTERAÇÃO;


GRANADAS ALTO EXPLOSIVAS; GRANADAS ALTO EXPLOSIVAS AC;
GRANADAS DE FÓSFORO BRANCO”( participa o total da peça).
b. Atirador - “ CANHÃO E MUNIÇÃO SEM ALTERAÇÃO”.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................254/260)


c. Quando necessário, o chefe da peça participa - Tal peça” SEM
ALTERAÇÃO!”.

ENTRADA EM POSIÇÃO
a. O comando para a entrada em posição é emitido em duas vozes:
(1) TAL PEÇA (SEÇÃO) ATENÇÃO!
PREPARAR PARA O TIRO!
(2) TAL PEÇA (SEÇÃO) ATENÇÃO!
EM POSIÇÃO!
b. O comando de “PREPARAR PARA O TIRO”, ao mesmo tempo que
alerta os serventes que a fração vai entrar em posição, indica aos mesmos uma
série de ações, descritas abaixo:
(1) com exceção do Ch Pç, todos os demais homens da guarnição
descansam sobre o solo o material que carregam.
(2) atirador - Verifica o funcionamento e o estado geral do canhão.
- Verifica o estado da luneta de pontaria.
(3) auxiliar de atirador - Retira as granadas do estojo de munição e as
prepara para o tiro.
- Limpa a alma do tubo, deixando-a seca.
c. Entrada em posição da peça
(1) Pode ser realizado partindo de uma posição de espera ou
inopinadamente, em qualquer fase do Cmb. Em qualquer destas situações, o Ch
Pç comanda:
- TAL PEÇA ATENÇÃO!
- PREPARAR PARA O TIRO!
(2) Enquanto seus homens procedem como o descrito no Artigo II letra
“d”, acima, o Ch Pç faz um rápido Rec da posição de tiro e dos objetivos e
regressa para junto da Pç.
(3) Em seguida, o Ch Pç conduz sua peça à frente, designa a posição
de tiro do canhão, a direção geral de tiro, o apoio para o tiro (ombro ou bipé), e
comanda, à voz ou por gestos: TAL PEÇA EM POSIÇÃO!
Exemplo: - 3ª PEÇA ATENÇÃO!
- NA CRATERA A MINHA ESQUERDA!
- FRENTE PARA A CASA BRANCA!

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................255/260)


- CANHÃO NO OMBRO!
- EM POSIÇÃO!
(4) A peça será, então, colocada em posição.
(5) Em determinadas ocasiões, poderá ser omitida a posição de tiro do
canhão e/ou o apoio para o tiro. Neste caso o próprio atirador os escolherá.
(6) Ao comando “EM POSIÇÃO!”, repetido pelo At para os demais
homens, a Pç é deslocada rapidamente para a posição indicada. Os integrantes
da Pç procedem do mesmo modo adiante descrito.
(a) Ch Pç - coloca-se à direita da posição de tiro do canhão.
(b) At - desloca-se para a posição de tiro, onde entra em
posição.
(c) Aux At - coloca-se à direita do canhão e auxilia o atirador na
colocação da arma em posiçào, segurando-a enquanto o At toma posição
ou ajusta o bipé. Em seguida, abre o venturi e inspeciona a câmara e o
interior do tubo.
(7) Após o canhão estar instalado, o At avisa ao Ch Pç:
- TAL PEÇA PRONTO!
(8) Observações:
(a) Os intervalos entre os homens, com exceção do At e Aux de At, são
da ordem de 5 passos. No entanto, os intervalos variarão em função do terreno.
(b) A Pç deve entrar em posição ocupando uma linha no terreno,
devido à necessidade de segurança em relação ao sopro do canhão.

ATRIBUIÇÕES DOS HOMENS DA GUARNIÇÃO DA PEÇA


a. Chefe da Peça - Comanda a peça. Ele a conduz de acordo com as
ordens de seu comandante de pelotão ou seção, ou do comandante da fração a
disposição da qual se encontra. É responsável pelos cuidados com a arma, o
material e sua manutenção. No combate é o responsável pela execução da
missão da Pç. Controla e dirige o tiro do canhão e é o responsável pelo bom
disfarce do mesmo. Mantém o comandante de seção informado a respeito do
suprimento de munição e conserva esse suprimento por intermédio de ordens
oportunas que transmite aos municiadores.
b. Atirador - O atirador aponta e executa o tiro do canhão e age como
chefe de peça na sua ausência. Em todas as ocasiões é o responsável pela
manutenção da arma em boas condições de tiro, coordenando suas ações com
o Aux At.
c. Auxiliar do Atirador - O Aux At é o responsável pelo carregamento
da arma com a munição determinada no comando de tiro. Auxilia na manutenção

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................256/260)


do canhão e coordena suas ações com o At. É responsável pelo carregamento
da arma , e antes de colocar o registro de segurança na posição de fogo, deverá
verificar se a zona de sopro traseiro está desimpedida.

SAÍDA DE POSIÇÃO
a. Comando - Se a Pç está em ação, para deslocá-la o chefe
comanda
ou sinaliza”CESSAR FOGO, DESMONTAR PARA TRANSPORTAR”.
b. Execução - Ao comando de “CESSAR FOGO, DESMONTAR
PARA TRANSPORTAR”, o Aux At abre o venturi, descarrega a arma ou retira
o estojo vazio, fecha o venturi, retira o canhão do ombro do At ( no lugar em
que o canhão fica para o tiro da posição deitada, o Aux At segura-o, enquanto
o At regula o bipé para ser transportado a mão, ao lado do corpo). O Ch Pç
indica a direção de marcha voltando-se para essa direção. O At recebe o
canhão do Aux At, coloca ao lado do corpo, segurando-o pela mão direita, e
entra em forma atrás do Ch Pç e a guarnição se desloca sob o comando
deste.

MANEABILIDADE COM OUTROS TIPOS DE REPARO


Os comandos e ações subsequentes da maneabilidade podem ser
empregados mesmo quando são utilizados reparos diferentes do tipo bipé.
Quando necessário, são feitas modificações para se adaptar ao tipo de reparo
que está sendo utilizado. Quando se faz o tiro em reparo montado em viatura,
precisa-se tomar cuidado para resguardar a mesma, do sopro traseiro da arma.

5.5 - Emprego tático

O canhão Carl-Gustaf 84 mm sem recuo é uma arma polivalente e portátil


para tiro direto. A chave de sua versatilidade é a nova geração de munição de
alta eficácia, desenvolvida para combater praticamente todo tipo de alvo. Com
sua gama de munição HEAT,HE,DP,fumígena e iluminativa, a dotação de duas
pessoas, atirador e auxiliar de atirador, podem responder rapidamente a cada
nova ameaça.
Cada soldado equipado com um Carl-Gustaf e sua munição HEAT possui
os meios para deter carros de combate e VBTP do inimigo.

a. MARCHA PARA O COMBATE


O emprego tático do CSR Carl-Gustaf, na marcha para o combate segue
o que prescreve o Artigo II do Cap 7 do Manual de Campanha C 7-10 -
COMPANHIA DE FUZILEIROS.

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................257/260)


b. PREPARATIVOS PARA O ATAQUE
O emprego tático do CSR Carl-Gustaf, nos preparativos para o ataque,
segue o que prescreve a letra “a”, do ítem 7-15, do Artigo III, do CAP 7 do Manual
de Campanha C7-10 - COMPANHIA DE FUZILEIROS.
c. ATAQUE
No ataque, o emprego tático do CSR Carl-Gustaf, segue o que prescreve
a letra “a”, do ítem 7-20, do Artigo IV, do Cap 7, do Manual de Campanha C 7-
10 - COMPANHIA DE FUZILEIROS.
d. DEFENSIVA
Na defensiva, o emprego tático do CSR Carl-Gustaf, segue o que
prescreve a letra “a”, do ítem 7-23, do Artigo V, do Cap 7, do Manual de
Campanha C 7-10 - COMPANHIA DE FUZILEIROS.
e. OPERAÇÕES EM REGIÕES COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Devido as dimensões e peso, seu transporte em regiões com
características especiais será desgastante e exigirá uma adaptação do usuário.
O deslocamento fluvial não oferecerá problemas, contanto que se atente para a
realização do tiro embarcado em alvos perpendiculares à direção de progressão.

REFERÊNCIAS
- IP 23-34 Lança Rojão 84mm AT-4 1ª edição 1998;
- EB60-ME-14.004 Armto, Mun e Tiro Volume 1 – Mtr 7,62 M971 MAG edição
2013;
- EB60-CI-14-026 Instr Compl Vol 1 – Maneabilidade 1ª edição 2012;
- IP 23-81 CSR 84mm 1ª edição 1998;

(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................258/260)


(Coletânea de Manuais / Técnicas Militares I...........................................259/260)

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