Matéria-Prima - Mandioca
Matéria-Prima - Mandioca
Matéria-Prima - Mandioca
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS
DANIELA DE ARAUJO
DANIELE RAQUEL
ELIETE FREITAS
JOICY OLIVEIRA
THATIANA MENDONÇA
BELÉM – PA
2021
SUMÁRIO
RESUMO..........................................................................................................................0
INTRODUÇÃO GERAL................................................................................................0
OBJETIVO GERAL.......................................................................................................0
JUSTIFICATIVA............................................................................................................0
CAPÍTULO 1 - ASPECTOS ECÔNOMICOS..............................................................0
1.1 ESTUDO DE MERCADO...................................................................................00
1.2 ESTUDO DO TAMANHO OU ESCALA DO PROJETO..................................00
1.2.1. Referencial Teórico..............................................................................................00
1.2.2 Aplicação..............................................................................................................00
1.3 LOCALIÇÃO DA INDÚSTRIA..........................................................................00
1.3.1 Referencial Teórico..............................................................................................00
1.3.2 Aplicação.............................................................................................................00
CAPÍTULO 2 - ASPECTOS TÉCNICOS...................................................................00
2.1 MATÉRIA – PRIMA...........................................................................................00
2.2 ESTUDO DA ENGENHARIA............................................................................00
2.2.1. Referencial Teórico..............................................................................................00
2.2.2 Descrição do Processo de Produção.....................................................................00
2.2.2.1 Farinha d’água..................................................................................................00
2.2.2.1.1 Descascamento.................................................................................................00
2.2.2.1.2 Maceração........................................................................................................00
2.2.2.1.3 Trituração.........................................................................................................00
2.2.2.1.4 Prensagem.......................................................................................................00
2.2.2.1.5 Esfarelamento..................................................................................................00
2.2.2.1.6 Torração...........................................................................................................00
2.2.2.1.7 Peneiramento/ Classificação............................................................................00
2.2.2.1.8 Envasamento...................................................................................................00
2.2.2.1.9 Armazenamento..............................................................................................00
2.2.2.2 Tucupí...............................................................................................................00
2.2.2.2.1 Decantação......................................................................................................00
2.2.2.2.2 Fermentação....................................................................................................00
2.2.2.2.3 Cocção.............................................................................................................00
2.2.2.2.4 Envasamento...................................................................................................00
2.2.2.2.5 Armazenamento.............................................................................................00
2.2.3. Descrição dos Equipamentos...............................................................................00
2.3 BALANÇO DE MASSA.....................................................................................00
2.3.1. Referencial Teórico..............................................................................................00
2.3.2. Aplicação............................................................................................................ 00
2.4. LAYOUT DA AGROINDÚSTRIA.......................................................................00
GESTÃO AMBIENTAL...............................................................................................00
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................00
ANEXOS.........................................................................................................................00
Resumo
Palavras-chave:
INTRODUÇÃO
Pela diversidade de utilização em pratos típicos, como farofas, bolos, tapiocas,
pães e beijus, a mandioca é um alimento de grande interesse gastronômico na culinária
brasileira, o que estimula o aumento da produção e do beneficiamento a partir da melhoria
contínua da qualidade dos seus produtos e derivados.
A mandioca (Manihot esculenta L. Crantz) é originária da América do Sul, na
região sul da Amazônia (Leotard et al., 2009). Constitui um dos principais alimentos
energéticos e é largamente conhecida e utilizada no Brasil, sendo ele o maior produtor
mundial da mesma.
A sua larga utilização pelos indígenas, a absorção desta cultura gastronômica
pelos portugueses aliado ao baixo custo em investimentos e a facilidade de
comercialização, tornou a mandioca um produto de suma importância para garantir uma
boa rentabilidade para a agricultura familiar, em especial nas regiões Norte e Nordeste
devido a fácil adaptação às condições climáticas dessas regiões. Fatores estes que foram
determinantes para tornar a mandioca um alimento de cunho histórico-cultural na
gastronomia brasileira. Segundo dados do IBGE, no Brasil em 2013 foram produzidas
7.467.943 toneladas de mandioca, sendo o Estado do Acre responsável por 940.975
toneladas no ano em questão (IBGE, 2013).
No Estado do Pará, a mandioca apresenta lugar de destaque na dieta alimentar de
sua população, sendo consumida, principalmente, na forma de farinha, mas também é
utilizada como matéria-prima de diversos produtos alimentícios, dentre eles destaca-se o
tucupi, que possui grande importância na cultura da Região Norte e precisamente no
Estado do Acre.
Consumida em todo o país, a farinha é um dos principais produtos da mandioca.
É um alimento rico em carboidratos, fibras, proteínas, cálcio, fósforo, sódio e potássio. Já
o tucupi consiste em um caldo extraído da mandioca, processado e condimentado.
Diversos pratos como pato no tucupi, tacacá, rabada no tucupi, molhos de pimenta dentre
outras iguarias que possuem esse caldo como matéria prima (CHISTÉ et al, 2007).
OBJETIVO
JUSTIFICATIVA
cascas
Descascamento
Maceração água
Trituração
Manipueira
Prensagem Decantação
Esfarelamento crueira
Fermentação
Torração
Cocção
Peneiramento/
Classificação
Envasamento
Envasamento
Armazenamento Armazenamento
Figura 00. Fluxograma do processamento das raízes de mandioca para produção de farinha d’água e tucupi.
2.2.2.1 Farinha d’água
2.2.2.1.1 Descascamento
Em unidades mecanizadas de pequeno porte, utilizam-se lavadores cilíndricos
descontínuos. Neste equipamento, o cilindro é rotativo e trabalha intermitentemente por
cargas. O lavador funciona inicialmente a seco, até que as cascas se soltem e saiam pelas
frestas, neste ponto a água é aberta e passa internamente por um eixo oco com furos, por
onde sai em jatos que lavam as raízes à medida que elas são friccionadas umas nas outras,
em movimento de revolução. Após a lavagem e o descascamento a unidade é
descarregada para nova operação. No chamado processo contínuo, os descascadores são
do tipo semicilíndricos, permitem a movimentação contínua das raízes, enquanto hastes
metálicas (ou de madeira) em disposição helicoidal efetuam a retirada das cascas
auxiliadas pela aspersão de água cujo objetivo é facilitar a eliminação da casca.
2.2.2.1.2 Maceração
De acordo com Bezerra (2006), na fabricação da farinha de mandioca mista são
necessários que 20 a 25% das raízes passem por um processo de maceração em tanques
com água potável por um período de 3 à 5 dias, tempo necessário para que as raízes
amoleçam, ficando disforme, facilitando o desmembramento da polpa.
2.2.2.1.3 Trituração
Nessa operação unitária, as raízes de mandioca limpas são enviadas aos raladores
manualmente ou por transportadores mecânicos, onde são reduzidas a uma massa fina.
Os raladores mais comuns são constituídos de um cilindro de madeira provido de lâminas
de aço serrilhadas, fixadas paralelamente entre si no sentido longitudinal do eixo. O
tambor gira a 1200-1500 rpm, protegido por um cofre de madeira ou metal. As raízes
podem ser empurradas contra o ralador por braços de madeira, de movimento alternativo
ou de vai-e-vem.
2.2.2.1.4 Prensagem
A prensagem deve escoar o resto da água, facilitando o processo de secagem e
evitando a formação de goma na mandioca (gelificação). A oxidação também é reduzida
porque a massa fica aglomerada em blocos, oferecendo menor exposição ao ar. Nas
empresas de maior porte, a prensagem é realizada em prensas hidráulicas, que oferecem
maior rapidez e rendimento com menos mão-de-obra. Geralmente, utilizam-se prensa
hidráulicas que possuem duas gaiolas abertas sobre plataforma móvel para uso alternado,
ficando uma sendo carregada enquanto a outra opera. Ao final da prensagem, gira-se a
plataforma e a coloca em outra operação, enquanto procede-se a descarga da massa
prensada e a nova carga.
2.2.2.1.5 Esfarelamento
Ao sair da prensa a massa apresenta-se na forma de blocos, por isso, antes do
processo de torração, deve-se executar o esfarelamento por meio de um ralador comum.
Após a saída da prensa, a massa esfarelada passa por uma peneira vibratória de malha
fina que retém fibras, pedaços de casca e raízes que possam estar presentes na massa.
2.2.2.1.6 Torração
A secagem é uma operação delicada, pois dela dependem o sabor, a cor, além dos
cuidados inerentes ao acondicionamento e armazenamento. Existem quatro tipos de
fornos mecanizados para se realizar a secagem. O primeiro e mais comum é o forno tipo
baiano, que são tachos semiesféricos dotados de um agitador central de pás; o segundo
do tipo paulista dotado de chapa plana circular com espalhamento da massa esfarelada
por meio de uma peneira vibratória e uma escova para retirar a farinha seca; o terceiro é
um forno plano que funciona a vapor, com pequena profundidade, dotado de pás
mexedoras e com movimento planetário, havendo também uma versão manual. Um forno
mais frio proporciona uma farinha mais fina, um mais quente, uma farinha mais granulada
de cor mais amarelada e aparência cristalina. Quanto maior o volume de farinha no forno
e maior a temperatura, mais grossa a farinha, assim, dependendo das condições do forno
e da escolha do processo, dá-se a qualidade da farinha.
2.2.2.1.7 Peneiramento/ Classificação
A farinha torrada é armazenada em um depósito onde esfria e completa a secagem.
Devido a umidade da farinha, podem ocorrer a formação de grumos durante a secagem,
reduz-se o tamanho desses aglomerados via trituração, que pode ser feita em moinhos de
cilindros, de discos ou de martelos. Essa operação deve ser feita de forma a desintegrar a
farinha sem pulverizá-la. Após a trituração, a farinha é passada por peneiras, para separar
as partes não trituradas e promover uma classificação, esta que pode ser obtida pela
passagem em uma peneira cheia de crivos, diferentes e padronizados, obtendo numa só
operação farinhas de diferentes tipos e qualidades.
2.2.2.1.8 Envasamento
A farinha é acondicionada em sacos de polipropileno trançado de 50Kg e em sacos
de polietileno de ½ ou 1Kg, que garantirá um bom acondicionamento ao produto
garantindo suas características. A operação de ensacamento é automatizada, onde as sacas
de 50Kg são costuradas e as embalagens menores são seladas.
2.2.2.1.9 Armazenamento
As embalagens são armazenas até serem distribuídas aos revendedores, em um
período de, no máximo, dez dias. Os fardos devem ser armazenados sobre estrados de
madeira, em local seco e arejado, respeitando a distância de 60cm do teto e 35cm das
paredes, dispostos de 66 modo a facilitar o manuseio. Recomenda-se o sistema PEPS
(Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) dificultando que produtos permanecem estocados
por muito tempo (BEZERRA, 2006; ARAUJO e LOPES, 2009).
2.2.2.2 Tucupí
2.2.2.2.1 Decantação
Nesta etapa a manipueira permanece em repouso durante 1 ou 2 dias para que haja
a decantação do amido, nesta etapa ocorre a separação do tucupi e da tapioca.
2.2.2.2.2 Fermentação
Após a separação a manipueira fica em repouso por 12 horas, para que ocorra o
processo de fermentação.
2.2.2.2.3 Cocção
Após a fermentação, a mesma é submetida a um tratamento térmico por cerca de
40 minutos, para obtenção do tucupi, seguido do resfriamento.
2.2.2.2.4 Envasamento
O tucupí é comumente embalado em garrafa PET de 2 litros, e rotulado.
2.2.2.2.5 Armazenamento
Recomenda-se que o tucupí já embalado seja armazenado em local arejado.
GESTÃO AMBIENTAL
A obtenção de farinha, fécula, polvilho azedo e outros derivados industrializados
da mandioca geram resíduos sólidos de descarte, tais como: partes lenhosas e deterioradas
das raízes; porções fibrosas retidas em peneiras; bagaços e resíduos líquidos da água de
lavagem das raízes e manipueira (prensagem da massa ralada).
Os resíduos das diversas etapas de processamento, além de serem fontes de
contaminação do meio ambiente, também podem ser considerados desperdícios de
processo. A maioria das empresas que processam a mandioca desconhece o balanço de
massa de seus processos produtivos, portanto, não possuem dados exatos qualitativos e
quantitativos referentes as suas perdas sólidas e líquidas.
Segundo Lima (2001), os resíduos sólidos podem ser considerados menos
problemático que os líquidos e, atualmente, já estão sendo aproveitados nas mais
diferentes formas, como por exemplo: na alimentação animal de bovinos, suínos e aves;
na produção de proteína microbiana, fibras dietéticas e bioprodutos fermentados, como
substrato microbiano; na produção de vitaminas, verme compostagem, fertilizantes,
biofertilizantes, inseticidas, herbicidas e fertirrigação.
Portanto, pode-se que existem inúmeras oportunidades que podem ser
implementadas para o aproveitamento desses resíduos, de modo a proporcionar maiores
rentabilidades financeiras para as próprias empresas ou para suas possíveis futuras
subsidiárias. Uma das causas dessas ações ainda não terem sido efetivadas é a falta de
informações sobre a quantificação e caracterização do material gerado durante o
processamento, que são fatores restritivos a projeções econômicas, técnicas ou mesmo
científicas.
Sendo assim, visto que o processamento de mandioca gera vários resíduos, a
agroindústria achou viável trabalhar com a utilização desses resíduos para outros fins. As
casquinhas serão destinadas para a alimentação de suínos e bovinos de pequenos
produtores da região, e quando não forem retiradas no mesmo dia, estas cascas serão
utilizadas como cobertura em plantações. A manipueira será processada na agroindústria,
resultando no tucupí. E a crueira, o material mais grosseiro retirado no processo de
esfarelamento, será seco, ensacado e comercializado como matéria-prima para
alimentação animal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS