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Planejamento e Orçamento de Obras APOSTILA DE CURSO

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ORÇAMENTO e PLANEJAMENTO DE OBRAS

MÓDULO 1: Orçamento de obra ............................................................................................. 1


1.1. Documentos técnicos................................................................................................. 1
1.2. Tipos de orçamento.................................................................................................... 3
1.2.1. Estimativa de custo ............................................................................................ 3
1.2.2. Orçamento sintético ou preliminar ................................................................... 8
1.2.3. Orçamento analítico ou discriminado ............................................................ 11
1.3. Benefícios e despesas indiretas e preço de venda. ........................................... 12
1.3.1. BDI ........................................................................................................................... 12
1.3.2. Preço de venda ................................................................................................. 15
1.4. Custos diretos ........................................................................................................... 15
1.5. Composição de preço unitário ................................................................................ 16
1.5.1. Exemplos de Composições e Interpretações............................................... 16
1.5.2. Encargos sociais ............................................................................................... 21
1.5.3. Custo Horário de Equipamentos ......................................................................... 31
1.5.3.1. Hora produtiva e improdutiva dos equipamentos ......................................... 39
1.6. Planilha orçamentária – orçamento analítico ....................................................... 40
1.6.1. Identificação dos serviços ............................................................................... 40
1.6.2. Levantamentos de Quantitativos.................................................................... 40
1.6.3. Associação dos serviços às CPU’s ............................................................... 43
1.7. Cotação dos Insumos .............................................................................................. 44
MÓDULO 2: Acompanhamento e controle de obra ............................................................ 44
2.1. Curva ABC de insumos e de serviços ................................................................... 45
2.2. Cronograma............................................................................................................... 47
2.2.1. Cronograma físico das atividades ...................................................................... 47
2.3. Cronograma de barras, Cronograma físico-financeiro ........................................... 49
2.4. Redes de planejamento: princípios para elaboração de uma rede PERT-COM 52

MÓDULO 1: Orçamento de obra

1.1. Documentos técnicos

A primeira etapa para a elaboração de um orçamento é a análise dos


projetos executivos e seus anexos, pois é onde são identificados todos os
serviços e levantados seus relativos quantitativos.
As obras comumente apresentam inúmeras plantas elaboradas pelos
diversos projetistas, sejam elas: arquitetônico, estrutural, instalações (elétricas,
hidrossanitárias, gás, incêndio), paisagismo, impermeabilização, etc. Estas por
sua vez são compostas de:

• Plantas baixas - de arquitetura, de fôrma, de caminhamento de tubulação, etc.;


• Cortes;
• Vistas - fachadas, perfis, etc.;
• Perspectivas - isométricas, cavaleiras, etc.;
• Notas esclarecedoras;
• Detalhes - em escala que permita melhor observação;
• Diagramas - unifilares, de Brückner, croquis, etc.;
• Gráficos - perfis de sondagem, curvas cota-volume;
• Tabelas - de elementos topográficos, curvas granulométricas, etc.;
• Quadros - de ferragem, de cabos, etc.

Prossegue-se a análise do caderno de encargos onde será definida toda


a metodologia construtiva, os critérios de medição dos serviços e condições
gerais de fornecimento. Na metodologia construtiva o contratante especifica
tecnicamente como os serviços deverão ser realizados.

No caderno de encargo constam as especificações técnicas, o Memorial


Descritivo, o detalhamento de partes do projeto e especificações de
equipamentos e serviços auxiliares, tamanho e complexidade das instalações do
canteiro de obras, dentre outros.

As especificações técnicas, que são documentos que trazem informações


de natureza qualitativa. Elas contêm, entre outras coisas:

• Descrição qualitativa dos materiais a serem empregados - pisos, tintas,


esquadrias, etc.;
• Padrões de acabamento;
• Tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais e tubulações;
• Critério de aceitação de materiais;
• Tipo e quantidade de ensaios a serem feitos;
• Resistência do concreto;
• Grau de compactação exigido para aterro;
• Granulometria dos agregados;
• Interferências com tubulações enterradas.

Nesta fase é importante ainda a visita técnica no local da obra com o


objetivo de obter dados que possam vir a interferir na elaboração do orçamento
como, por exemplo:

 Infraestrutura da cidade;
 Condições de acesso ao local da obra;
 Distância das ligações Hidráulicas e Elétricas;
 Cotação de preços dos principais insumos;
 Preço médio do transporte urbano;
 Valor do ISS da localidade;
 Lista dos principais fornecedores;

1.2. Tipos de orçamento


1.2.1. Estimativa de custo

Utilizada nas etapas iniciais do empreendimento, para avaliar a


viabilidade econômica da obra, compreende uma avaliação estimada com base
em custos históricos e comparação com projetos similares.

 CUB/m²

Utiliza como base para cálculo a multiplicação da metragem quadrada da


área pelo Custo Unitário Básico da Construção Civil (Cub/m2).

Conforme o item 3.9 da Norma Brasileira ABNT NBR 12.721:2006, o


conceito de Custo Unitário Básico é o seguinte: "Custo por metro quadrado de
construção do projeto-padrão considerado, calculado de acordo com a
metodologia estabelecida em 8.3, pelos Sindicatos da Indústria da Construção
Civil, em atendimento ao disposto no artigo 54 da Lei nº 4.591/64 e que serve de
base para avaliação de parte dos custos de construção das edificações.”.

Os projetos-padrão, de acordo com a ABNT NBR 12721:2006, em seu


item 3.3, são definidos como:

“Projetos selecionados para representar os diferentes tipos de edificações, que


são usualmente objeto de incorporação para construção em condomínio e
conjunto de edificações, definidos por suas características principais:

a) número de pavimentos;

b) número de dependências por unidade;

c) áreas equivalentes à área de custo padrão privativas das unidades


autônomas;

d) padrão de acabamento da construção e

e) número total de unidades.”

A Tabela 1 mostra os projetos-padrão utilizados no cálculo do CUB/m², de


acordo com a ABNT NBR 12721:2006:

Tabela 1. Projetos-padrão no cálculo do CUB/m² (NBR 12721:2006).

Projetos-Padrão Residenciais
Padrão Baixo Padrão Padrão
Normal Alto
R-1 R-1 R-1
PP-4 PP-4 R-8
R-8 R-8 R-16
PIS R-16
Projetos-padrão Comercial CAL
(Comercial Andares Livres) e CSL
(Comercial Salas e Lojas)
Padrão Padrão Alto
Normal
CAL-8 CAL-8
CSL-8 CSL-8
CSL-16 CSL-16
Projetos-padrão Galpão Industrial e
Residência Popular
RP1Q
GI

O CUB/m² representa apenas o custo parcial da obra, ou seja, não leva


em conta os demais custos adicionais: “fundações, submuramentos, paredes-
diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos
e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque,
incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros;
playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços
complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte),
ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços
(que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e
emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural,
projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor;
remuneração do incorporador."

A Tabela 2 traz um exemplo do CUB do Estado do Paraná de Março de


2015.

Tabela 2. Custos Unitários Básicos de Construção (NBR 12.721:2006 - CUB


2006) - Março/2015.

Projetos-Padrão Residenciais

PADRÃO BAIXO PADRÃO NORMAL PADRÃO ALTO


R-1 1222,84 R-1 1507,78 R-1 1807,78
PP-4 1094,89 PP-4 1416,87 R-8 1456,87
R-8 1038,78 R-8 1217,90 R-16 1505,84
PIS 840,05 R-16 1176,82
Projetos-padrão Comercial CAL (Comercial Andares Livres) e CSL
(Comercial Salas e Lojas
PADRÃO COMERCIAL PADRÃO ALTO
CAL-8 1388,24 CAL-8 1490,65
CSL-8 1204,56 CSL-8 1333,50
CSL-16 1602,39 CSL-16 1771,34
Projetos-padrão Galpão Industrial e Residência Popular

RP1Q 1290,99
GI 668,42

CUPE (Custos Unitários PINI de Edificações)

Calculado mensalmente, os Custos Unitários Pini de Edificações, sendo


atualizados os preços de todos os insumos que participam do orçamento global
da edificação, entre materiais, mão de obra, equipamentos.

Sobre os valores são aplicadas Taxas de Leis Sociais e Risco do


Trabalho (129,34%: São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e 127,95%:
demais regiões).

Na etapa de infraestrutura foram considerados apenas os serviços


referentes à execução de vigas baldrames, travamentos e blocos de apoio.
Para se estimar o preço de prédios, os custos devem ser aplicados ao total de
área construída, que engloba áreas privativas e comuns (garagens, hall,
escadas etc.).
Tabela 3. Custo Unitário PINI de Construção para Curitiba (PR) –
Dezembro/2017.
Uso de Edificação Custo Total Material Mão-de-obra
Habitacional
Residencial fino (1) 2.028,24 1.147,70 880,54
Residencial médio (2) 1.603,25 852,7 750,55
Residencial popular (3) 1.199,14 640,28 558,86
Sobrado popular (11) 1.415,17 749,12 666,05
Prédio com elevador fino (4) 1.654,84 808,31 846,53
Prédio com elevador padrão médio alto (12) 1.568,61 874,34 694,27
Prédio com elevador médio (10) 1.456,11 897,26 558,85
Prédio sem elevador médio (5) 1.423,70 781,75 641,95
Prédio sem elevador popular (6) 1.215,90 582,12 633,78
Comercial
Prédio com elevador fino (7) 1.629,99 937,99 692
Prédio sem elevador médio (8) 1.610,86 797,42 813,45
Clinica Veterinária (14) 1.661,49 993,34 668,15
Industrial
Galpão de uso geral médio (9) 1.345,54 881,08 464,47

 IPCE (Índice Pini de Custos de Edificações)

O Índice Pini de Custos de Edificações é determinado a partir das


variações dos preços de um lote básico de insumos. O índice é atualizado a cada
30 dias com pesquisa na última semana do mês de referência, e realizada
apenas nos Estados de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) (Pini, 2018).

Tabela 4. IPCE - Índices PINI de Custos de Edificações para o Estado do Rio de


Janeiro (RJ) - Dezembro/2017.
MÊS E ANO GLOBAL MATERIAIS MÃO-DE-OBRA
dez/16 194.292,34 72.164,04 122.128,30
jan 195.369,78 73.241,48 122.128,30
fev 195.212,31 73.084,01 122.128,30
mar 195.692,72 73.564,42 122.128,30
abr 196.425,56 74.297,26 122.128,30
mai 196.908,48 74.780,18 122.128,30
jun 196.302,55 74.174,25 122.128,30
jul 196.410,72 74.282,42 122.128,30
ago 202.275,46 74.663,22 127.612,24
set 202.230,92 74.618,69 127.612,24
out 202.510,83 74.898,60 127.612,24
nov 202.523,72 74.911,49 127.612,24
dez/17 203.751,06 76.138,83 127.612,24
Variações % referente ao último mês
mês 0,61 1,64 0
acumulado no ano 4,87 5,51 4,49
acumulado em 12 meses 4,87 5,51 4,49
Data-base: mar/86 dez/92 = 100
IPCI - Índice PINI de Custos da Construção Industrializada

Atualizado em um período a cada 30 dias, com pesquisa na última


semana do mês de referência, o Índice Pini de Custos da Construção
Industrializada, avalia os custos de itens pré-fabricados a partir das variações
dos preços de um lote básico de insumos, integrantes dos serviços de projeto,
fabricação, transporte e montagem, atualizado através da pesquisa realizada em
São Paulo, capital (PINI, 2018).

Tabela 5. IPCI - Índice PINI de Custos da Construção Industrializada –


dezembro de 2017.

Pré-fabricados de concreto armado e


protendido
Mês/Ano IPCI
dez/16 636,38
jan 638,61
fev 639,88
mar 640,9
abr 635,91
mai 628,18
jun 638,85
jul 640,69
ago 642,85
set 643,68
out 647,09
nov 650,94
dez/17 655,53
Variações % referente ao último mês
mês 0,71
acumulado no ano 3,01
acumulado em 12 meses 3,01
Data-base: Ago/94 = 100 Fonte: Pini

Índices PINI de Custos de Obras de Infraestrutura

Os Índices Pini de Custos de Terraplenagem, Pavimentação, Obras-de-


Arte e Drenagem foram compostos a partir de uma obra "padrão" selecionada
pelo Sinicesp-Sindicato da Indústria de Construção Pesada no estado de São
Paulo. A obra possui 5.500 m de extensão classe A, inclui dispositivos de acesso,
não considera serviços preliminares e complementares e é atualizada através de
pesquisa realizada em São Paulo, capital (PINI, 2018).

Tabela 6. Índices PINI de Custos de Obras de Infraestrutura – dezembro/2017.

Índice Pini de Custos de Terraplenagem, Pavimentação e


Obras-de-Arte e Drenagem
Mês e Ano IPCT IPCP IPCD
dez/16 81.888,19 151.454,15 185.853,50
jan 82.377,71 152.082,43 186.086,07
fev 82.672,14 152.445,71 186.190,10
mar 82.573,76 152.079,69 186.173,84
abr 82.525,18 140.683,64 185.841,35
mai 82.329,14 139.832,88 184.575,25
jun 82.595,02 140.167,23 186.921,00
jul 82.595,02 143.470,24 188.260,69
ago 82.986,17 145.688,54 188.987,91
set 83.181,78 145.930,05 187.821,53
out 83.671,31 150.951,59 187.968,22
nov 84.163,71 151.628,93 187.838,14
dez/17 84.361,70 162.541,69 188.332,58
Variações % referente ao último mês
mês 0,24 7,2 0,26
acumulado no ano 3,02 7,32 1,33
acumulado em 12 meses 3,02 7,32 1,33
Fonte: Pini
Database: Dez/92 = 100

1.2.2. Orçamento sintético ou preliminar

Mais detalhado do que a estimativa de custos. Implica o levantamento de


quantidades e requer pesquisa de preços dos principais insumos e serviços.
Possui grau de incerteza menor. Levantamento estimado de algumas
quantidades e dedução de outras. No orçamento preliminar, trabalha-se com
uma quantidade maior de indicadores, por exemplo, taxa de aço / m³ de
concreto. Em obras similares, a empresa pode ir gerando seus próprios
indicadores.

Nas atividades como: alvenarias, pisos, revestimentos, esquadrias,


cobertura etc. utiliza-se o processo de quantificação convencionais, os quais
serão estudados adiante. Para as instalações elétricas e hidráulicas, pode-se
utilizar a contagem de pontos de consumo ou utilização. Porém, para
quantitativos como volume de concreto, peso de armação, área de forma, dentre
outros, são mostrados alguns indicadores:
 Volume de Concreto

O volume de concreto de um pavimento engloba pilares, vigas, lajes e


escadas. Neste caso adota-se um indicador determinando uma espessura média
para o volume de concreto, ou seja, a espessura que o volume de concreto do
pavimento atingiria se fosse distribuído sobre a área do pavimento.

Indicador: espessura média


Entre 12 e 15 cm - (Obras Simples abaixo de 10
pavimentos)
Entre 15 e 20 cm - (Obras Robustas acima de 10
pavimentos)
VOLUME DE CONCRETO = ÁREA CONSTRUÍDA X
ÍNDICE

 Peso de Armação

Para o Peso da Armação, apesar de lajes, pilares e vigas possuírem


densidades diferentes de aço por metro cúbico, adota-se uma taxa de aço média
por metro cúbico de concreto:

Indicador: Taxa de aço


Entre 80 e 88 kg/m³ - (Obras Simples até 10 pavimentos)
Entre 88 e 100 kg/m³ - (Obras Robustas acima de 10 pavimentos)
PESO DA ARMAÇÃO = VOLUME DE CONCRETO X TAXA DE
AÇO

 Área de Forma

Para a área de Forma adota-se uma taxa por metro cúbico de concreto

Indicador: taxa de forma


12m./m³ - (Obras Simples de até 10 pavimentos)
14m./m³ - (Obras Robustas acima de 10 pavimentos)
ÁREA DE FORMA = VOLUME DE CONCRETO X TAXA
DE FORMA

 Fundação

Para cálculo do orçamento sintético pode-se acrescentar à área


construída uma metragem referente a um pavimento para a inclusão da
fundação.
 Exemplo de Aplicação do Método

Dados Gerais:

Área Total da Construção: 400m²(4 pavimentos)

Área por Pavimento: 100m²

Para o cálculo do Concreto, Forma e Aço da Fundação e Estrutura


considera-se a área total construída mais a área equivalente a um pavimento.

ÁREA TOTAL (Ac) = ESTRUTURA (400m²) + FUNDAÇÃO (100m²) = 500m²


Volume de concreto (Vconc) = Ac x espessura média = 500m² x 0,12cm =
60,00m³
Peso da armação = Vconc. x taxa de aço = 60,00m³ x 80kg/m³ = 4800 kg
Área de forma = Vconc. x taxa de forma = 60,00m³ x 12,00 m²/m³ = 720 m²

1.2.2.1. Estimativa de custos por etapa de obra

A estimativa de custos por etapa de obra consiste em uma decomposição


da estimativa inicial, levando em consideração uma parcela representativa de
cada etapa da obra em relação ao total. A decomposição em etapas é útil por
apresentar um valor estimado para cada etapa da obra, além da importância
relativa de cada uma delas.

A tabela a seguir traz um exemplo da distribuição da representatividade


de cada etapa no custo total de uma obra de edificação, lembrando que no caso
de obras atípicas, por exemplo, com grandes balanços ou com uma sofisticada
pele de vidro na fachada, não serão precisos:

Tabela 7. Estimativa de custos por etapa de obra.

ETAPA % DO CUSTO TOTAL VALOR (R$)


Serviços preliminares 0,2 a 0,3% 3.400,00 a 5.100,00
Movimentação de terra 0,0,a 1,0% 0,00 a 17.000,00
Fundações especiais 3,0 a 4,0% 51.000,00 a 68.000,00
Infraestrutura 1,9 a 2,5% 32.300,00 a 42.500,00
Superestrutura 29,2 a 35,7% 496.400,00 a
606.900,00
Vedação 2,7 a 3,8% 45.900,00 a 64.600,00
Esquadrias 6,9 a 12,7% 117.300,00 a
215.900,00
Instalações Hidráulicas 10,8 a 12,5% 183.600,00 a
212.500,00
Instalações Elétricas 4,5 a 5,4% 76.500,00 a 91.800,00
Impermeabilização e 1,3 a 2,6% 22.100,00 a 44.200,00
isolação Térmica
Revestimento (pisos, 17,8 a 23,1% 302.600,00 a
paredes, forros) 392.700,00
Vidros 1,5 a 3,0% 25.500,00 a 51.000,00
Pintura 3,1 a 4,0% 52.700,00 a 68.000,00
Serviços 0,2 a 0,8% 3.400,00 a 56.100,00
complementares
Elevadores 2,7 a 3,3% 45.900,00 a 56.100,00
TOTAL 100,0%% 1.700.000,00

1.2.3. Orçamento analítico ou discriminado

O orçamento analítico emprega a composição de custos para cada


serviço da obra, levando em consideração o quantitativo de mão de obra,
material e equipamento gasto em sua execução, bem com uma ampla pesquisa
de preços dos insumos. Posteriormente, com montagem dos custos indiretos
acrescido do BDI, forma-se o preço de venda.

Além do custo dos serviços (custo direto), são contabilizados também os


custos de manutenção do canteiro de obras, equipes técnica, administrativa e de
suporte da obra, taxas e emolumentos, etc. (custo indireto), chegando a um valor
muito próximo do real.
O fluxograma a seguir traz uma relação das etapas de elaboração de um
orçamento.

Estudo da Composição dos custos Fechamento do BDI/


Documentação diretos Preço de venda

• Projetos e anexos • Identificação dos • Custos Indiretos


• Caderno de serviços • Administração
encargos • Levantamento Central
• Visita técnica quantitativos • Custos Fincanceiros
• Associação com o • Riscos
CPU's • Tributos
• Cotação dos • Lucro
Insumos

Figura 1. Fluxograma indicativo das etapas de elaboração de orçamento


analítico
1.3. Benefícios e despesas indiretas e preço de venda.

Nos orçamentos, dois componentes determinam o preço final de um


serviço: os custos diretos e o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas):

 Custos diretos são aqueles relacionados diretamente à execução dos


serviços. Portanto, todos os insumos incluídos em uma composição de custo
unitário de serviço são considerados custos diretos;

 Custos indiretos não estão incorporados diretamente no produto final, mas


colaboram para a produção do objeto contratado. Não confundir com
despesas indiretas que irão compor o BDI.

Os principais custos indiretos são:

 Instalação do Canteiro e Acampamento de Obras: preparação do terreno


para instalação do canteiro; cerca ou muro de proteção e guarita de
controle de entrada do canteiro; construção de escritório técnico e
administrativo do obra; sala de enfermaria, almoxarifados, carpintaria,
oficina de ferragem, etc; vestiários, sanitários, cozinha e refeitório; oficina
de manutenção de veículos e equipamentos; alojamento para os
empregados; placa obrigatória de obra, etc.

 Administração Local: a qual compreende as atividade de chefia da obra


(engenheiro responsável); outros engenheiros de obra; engenharia e
planejamento de obra; medicina e segurança do trabalho; mestre de obras
e encargos; manutenção de equipamentos; manutenção de canteiro;
consumo de energia, água, telefone; gestão da qualidade de
produtividade; gestão de materiais; gestão de recursos humanos;
administração da obra; seguro de garantia de execução, ART, etc.

 Mobilização e desmobilização: o qual pode envolver transporte, carga e


descarga de materiais para a montagem do canteiro; montagem e
desmontagem de equipamentos fixos de obra; transporte, hospedagem e
alimentação e despesas diversas com pessoal; aluguel horário de
equipamentos especiais para a carga e descarga de materiais ou
equipamentos que compõem a instalação.

1.3.1. BDI

O índice BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), em resumo, é um


percentual que apropria os custos indiretos, tributos administração central,
encargos financeiros, riscos e a margem do lucro planejado. Cada obra ou
serviço deve ter um BDI próprio, pois as condições de cálculo e o preço de venda
são específicos para cada caso.
Existem inúmeras formas de calcular BDI, a seguir está a fórmula sugerida
pelo Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC) para calcular o BDI de
serviços para uma empresa contratante. A fórmula para uma empresa
contratada é a mesma, apenas desconsiderando a Margem de Incerteza (MI).

[(1 + 𝐴𝐶 + 𝐶𝐹 + 𝑆 + 𝐺 + 𝑀𝐼) − 1]𝑥 100


𝐵𝐷𝐼 =
1 − (𝑇𝑀 + 𝑇𝐸 + 𝑇𝐹 + 𝐿)

Em que:

AC = Administração central: São os custos com a sede da empresa a qual


fornece a estrutura gerencial para a realização das obras. Segue a fórmula para
cálculo da Administração Central:

𝐴𝐶
𝐴𝐶% = 𝑥 100%
𝐶. 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙

Em que:

AC = Custo da Despesa Anual com Administração Central

C.anual = Custo Direto Anual

O rateio da Administração central é a parcel de despesa a ser atribuída a


cada obra, proporcional ao seu valor estimativo ou segundo critério estabelecido
pela administração da empresa. A taxa de rateio da administração central é dada
pela fórmula:

𝐷𝑀𝐴𝐶 𝑥 𝐹𝑀𝑂 𝑥 𝑁
𝑅𝑎𝑐 = 𝑥 100
𝐹𝑀𝐴𝐶 𝑋 𝐶𝐷𝑇𝑂

Em que:

DMAC = Despesa mensal da administração central

FMO = Faturamento mensal da obra

N = Prazo da obra em meses

FMAC = Faturamento mensal da administração central

CDTO = Custo direto total da obra.


CF = Custo Financeiro: Está relacionado com o investimento inicial da obra, ou
seja, se a empresa tiver necessidade de fazer um empréstimo em uma instituição
financeira para o início dos serviços ou em razão das condições de medição e
pagamento preconizadas no contrato:

𝑛/30
𝐶𝐹% =
((1 + 𝑖) − 1)

Em que:

i = Taxa de juros mensais de aplicações financeiras

n = Número de dias decorridos entre a data do desembolso e a efetiva data do


recebimento contratual.

S = Seguros: Custos referentes aos seguros previstos no contrato ou não, por


exemplo: performance bond, garantia de execução contra terceiros, etc.

G = Garantias: Está relacionado ao custo para cumprir o contrato oferecendo as


garantias previstas, podem ser adotadas diversas formas: a caução, o seguro
garantia ou papéis selecionados.

MI = Margem de Incerteza: Considerada apenas por empresas contratantes, tem


por objetivo melhorar eventuais distorções no valor aproximado pelo cálculo
estimado, devido ao seu caráter genérico adotado pelos contratantes.
Geralmente varia de 5% a 10%.

TM = Tributos Municipais: Leva-se em contra tributos municipais como o ISS


(Imposto sobre serviço). Cada município estabelece uma alíquota que varia de
2,0% a 5,0 % sobre a despesa da mão-de-obra no local de execução da obra.
Nas faturas de serviços de execução deverá constar a parcela da utilização de
materiais e estar indicado o valor correspondente á parcela da mão de obra.

TE = Tributos Estaduais: Leva-se em contra tributos estaduais tais como o ICMS


(Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços). Incluídos nas notas fiscais
dos fornecedores de materiais de construção e serviço.

TF – Tributos Federais: São Tributos obrigatórios que incidem sobre o


faturamento das empresas.

- PIS – Programa de Integração Social

- COFINS – Financiamento de Seguridade Social

- IRPJ – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica

- CSLL – Contribuição Social p/ Lucro Líquido


O Cálculo do IRPJ e CSLL depende do regime tributário adotado, o qual
estabelece duas formas de apuração do lucro:

Lucro Real - Os tributos incidem sobre o lucro operacional da empresa.

Lucro Presumido - Os tributos incidem sobre o preço de venda da obra.

a) Cálculo do IRPJ e CSLL para o regime de Lucro Real

- IRPJ: 15% sobre o lucro real da empresa até R$ 20.000,00 por mês. Caso o
lucro exceda R$ 20.000,00 por mês, incide um adicional de 10%, passando para
uma alíquota de 25%.

- CSLL: 9% sobre o lucro real da empresa até R$ 20.000,00 por mês.

b) Cálculo do IRPJ e CSLL para o regime de Lucro Presumido

- IRPJ: alíquota 15% (empresas com faturamento de até R$20.00,00/mês). Base


de Cálculo 8% da receita bruta (estabelecida pelo governo). Forma de Cálculo -
0,15 x 8% = 1,2% sobre o preço de venda.

- CSLL: Alíquota - 9% (empresas com faturamento de até R$20.00,00/mês).


Base de Cálculo - 12% da receita bruta (governo). Forma de Cálculo - 0,09 x
12% = 1,08% sobre preço de venda.

L = Lucro ou benefício: É o percentual destinado de remuneração da empresa


contratada. O percentual usualmente aplicado para esse fim gira em torno de 5%
a 12% do valor da obra e pode variar de acordo com a estratégia utilizada pela
empresa e/ou com o tipo de obra e é baseado principalmente em função do
mercado.

1.3.2. Preço de venda

O preço de venda é o resultado a aplicação do BDI sobre o custo direto


da obra calculado na planilha de custos. É assim determinado:

𝐵𝐷𝐼
𝑃𝑉 = 𝐶𝐷 𝑥 (1 + )
100

Cabe observar, Preço ou Preço de Venda, é o valor monetário do custo


mais o BDI. O custo por sua vez, é o resultado da soma de todos os custos
unitários dos serviços essenciais na construção somados os custos de
infraestrutura necessária para a realização da obra (TCPO 14).

1.4. Custos diretos

Conforme definição dada pela TCPO 14, Custo Direto é a soma de todos
os custos unitários dos serviços, determinados pela aplicação dos consumos de
insumos sobre o preço de mercado, multiplicados por suas respectivas
quantidades, mais o custo da infraestrutura necessária para a execução da obra
(TCPO, 14).

Este se divide em:

 Custo direto propriamente dito: soma de todos os gastos incorporados ao


objeto do contrato (edificação, rodovia, usina, etc);
 Custo Indireto: composto por serviços auxiliares (infraestrutura) os quais
possibilitam a execução do objeto do contrato, como canteiro de obras,
alojamentos, administração local, mobilização e desmobilização, etc.

1.5. Composição de preço unitário

A composição de preços unitários (CPU) relaciona todos os custos


envolvidos em um serviço, sejam eles de materiais e equipamentos e seus
consumos, e mão de obra e suas produtividades, cada qual com um preço
associado para realizar uma unidade de serviço. Ou seja, as CPU’s são os
custos unitários dos serviços, onde são apropriadas as quantidades de insumos
correspondentes.

Os insumos compreendidos pela CPU são basicamente (TCPO 14):

 Mão de obra: É composto do custo horário do trabalhador e o consumo


de horas para execução de determinada unidade de serviço. O custo
horário é o salário/h do trabalhador mais os encargos sociais e
complementares;
 Materiais: São representados pelo consumo de materiais a serem
empregados na execução de uma unidade de determinado serviço e o
preço unitário de mercado;
 Equipamentos: É composto pela quantidade de horas ou fração de horas
para execução de uma unidade de determinado serviço e o custo horário
do equipamento.

1.5.1. Exemplos de Composições e Interpretações

Temos, como exemplo, a composição do custo unitário para execução de


1 m² de Alvenaria de vedação com blocos cerâmicos furados 9x19x19 cm com
furos horizontais, espessura parede de 9 cm, juntas de 10mm com argamassa
mista de cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:4, com 100 kg de cimento,
retirada da TCPO 14 (Figura 1).
Código Descrição Un. Clas. Coef. Preço Unit(R$)
Total (R$) Consumo

Alvenaria de vedação com blocos cerâmico furados 9 x


19 x 19 cm furos horizontais, espessura da parede 9 cm,
06.001.000044.SER m²
juntas de 10 mm com argamassa mista de cal hidratada
e areia sem peneirar traço 1:4, com 100 kg de cimento
01.021.000001.MOD Pedreiro h MOD 0,64 5,90 3,78 0,64
01.026.000001.MOD Servente h MOD 0,38 4,85 1,84 0,38
Bloco cerâmico furado de vedação (altura: 190 mm /
05.004.000004.MAT un MAT 27,20 0,41 11,02 27,20
comprimento: 190 mm / largura: 90 mm)
Argamassa mista de cal hidratada e areia sem peneirar
06.003.000037.SER m³ SER 0,0138 276,30 3,81 0,0138
traço 1:4, com adição de 100 kg de cimento

M.O : 6,24 Total s/ Taxa (Unit.) : 20,45


Outros : 14,21 Valor LS : 7,62
Valor BDI : 8,42
Valor Total c/ Taxa : 36,49

Figura 2. Composição unitária para alvenaria de vedação com blocos cerâmicos


furado 9 x 19 x 19 cm.

 Código: indica qual o código do serviço e dos insumos de acordo com a


TCPO,

 Descrição: indica a descrição do serviço e dos insumos.

Neste exemplo, estamos utilizando a composição do serviço: Alvenaria de


vedação com blocos cerâmicos furados 9x19x19 cm furos horizontais, espessura
da parede de 9cm, juntas de 10 mm com argamassa mista de cal hidratada e
areia sem peneirar traço 1:4, com 100 kg de cimento. Já os insumos, que são
necessários para execução desse serviço: Pedreiro, servente, bloco cerâmico e
argamassa mista.

 Unidade: representa em qual unidade estamos trabalhando, tanto o


serviço como o insumo. A descrição do serviço de Alvenaria, por exemplo,
está em m². Os insumos, por sua vez, em h (homem-hora) para Pedreiro
e Servente, unidade para bloco e m³ de argamassa. Podemos ter ainda
kg, m², m, un, para materiais e h (hora de máquina) para equipamentos.

 Classe: indica a classe na qual o insumo está inserido:

MOD – mão de obra

MAT – material

SER – serviço

 Coeficiente ou índice: representa a incidência de cada insumo para


executar 1 unidade do serviço, ou seja, 1m² de alvenaria.
Corresponde ao inverso da produtividade. Esta por sua vez, é a
quantidade de produção de um colaborador ou equipe em um determinado
tempo a qual depende da experiência, motivação, conhecimento de cada
funcionário. Por exemplo, na atividade de Armação o índice de produtividade do
armador é de 0,10 h/kg, a produtividade é de 10 kg/h. Se o índice fosse 0,12 kg/h
a produtividade seria 8,83 kg/h.

As produtividades devem levar em consideração ainda, as paralisações


que ocorrem em uma obra.

Através de medição na obra é que se podem apurar os índices reais de


produtividade. Por exemplo, se um armador produz em média 320 kg de
armação por semana de 44 horas, a produtividade estaria em 320/44 = 7,27 kg/h
que equivale a um índice de 0,13 h/kg. Se no orçamento foi considerado um
índice de 0,10 h/kg reflete um desvio negativo que se apurado a tempo, poderá
ser corrigido nos próximos orçamentos.
Obs.: Quanto maior o índice, menor a produtividade; Quanto menor o índice,
maior a produtividade.

Na composição dada anteriormente temos que:

- O índice de 0,64 h de Pedreiro por m² de Alvenaria, em 1 hora teremos


1/(0,64h/kg) 1,56m²/h que representa a produtividade do pedreiro. Observa-se
ainda, que para cada 0,64h de pedreiro precisa-se 0,38 h de servente para
levantar 1 m² de alvenaria, ou seja, cada servente serve aproximadamente 2
pedreiros (0,64 h pedreiro / 0,38 h servente = 1,68).
-Em uma semana de 44 horas, uma equipe de 6 pedreiros consegue
levantar: 44h x 6 pedreiros/ 0,64 (h/m²) = 412,5 m² de parede auxiliados por 3
serventes ( 0,64 h/m² x 6 = 3,84 h/m² / 1,68 = 2,28 serventes).
- O índice de 27,20 un. de bloco cerâmico significa que é necessário 27,20
unidades de blocos cerâmico, para executarmos 1 m² de alvenaria.
Verificando esse consumo, considerando a alvenaria de bloco cerâmico
de 9x19x19 cm e conforme descrição do serviço, a espessura da parede será de
9 cm e a junta de assentamento de 10 mm

Figura 3. Bloco cerâmico 9 x 19 x 19 cm.

Assim, a área frontal do bloco será determinada através da formula:


1 1
𝑛= = = 25 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
(𝑏 + 𝑒 )𝑥(𝑏 + 𝑒 ) (0,19 + 0,01)𝑥(0,19 + 0,01)

Em que:

n = unidades por m²

b1= comprimento do bloco em m

b2 = Altura do bloco em m

eh = espessura das juntas horizontais em m

ev = espessura das juntas verticais e m

Foi considerado, nessa composição, uma perda de 8,80% nos blocos


cerâmico devido transporte, manuseio e cortes de blocos nas obras.

25 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑥 8,80% = 27,20 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠

 Preço unitário: é o custo unitário de cada insumo utilizado na composição.

 Preço total: é custo total do insumo, é resultado da multiplicação do preço


unitário pelo coeficiente de consumo. A somatória dessa coluna resulta
no total sem taxas.

 Mão de obra: Somatória de todos os custos de mão de obra e hora


máquina dos equipamentos das composições.

Observa-se que na composição é considerado um valor de 6,24 de M.O.


Neste caso, foi considerado, além dos insumos de classe MOD, um valor de 0,62
do insumo SER. Para compreender como esse valor de 6,24 de mão de obra foi
considerado, teremos que analisar uma composição dentro de outra
composição, mais conhecida como composição auxiliar.
Código Descrição Un. Clas. Coef. Preço Unit(R$) Total (R$) Consumo
Argamassa mista de cal hidratada e areia
06.003.000037.SER sem peneirar traço 1:4, com adição de 100 m³
kg de cimento
01.026.000001.MOD Servente h MOD 2,00 4,85 9,70 2,00
04.002.000002.MAT Cimento CP-32 kg MAT 100,00 0,48 48,00 100,00
Argamassa de cimento e areia sem
06.003.000009.SER m³ SER 0,917 238,60 218,80 0,917
peneirar traço 1:4

M.O : 45,28 Total s/ Taxa (Unit.) : 276,50


Outros : 231,02 Valor LS : 0,00
Valor BDI : 0,00
Valor Total c/ Taxa : 276,50

Figura 4. Composição do serviço Argamassa mista de cal hidratada e areia sem


peneirar traço 1:4, com adição de 100 kg de cimento.

No entanto, observamos que nessa composição auxiliar existe outro


insumo da classe SER. Abrimos mais uma vez. Observe que nas duas
composições auxiliares, o valor de LS (encargos sociais) e BDI não são
considerados, os quais serão inseridos somente na composição principal.

Código Descrição Un. Clas. Coef. Preço Unit(R$) Total (R$) Consumo
Argamassa de cimento e areia sem
06.003.000027.SER m³
peneirar traço 1:4
01.026.000001.MOD Servente h MOD 8,00 4,85 38,80 8,00
03.001.000008.MAT Areia média lavada m³ MAT 1,22 99,63 121,55 1,22
04.001.000001.MAT Cal hidratada CH III kg MAT 182,00 0,43 78,26 182,00

M.O : 38,80 Total s/ Taxa (Unit.) : 238,61


Outros : 199,80 Valor LS : 0,00
Valor BDI : 0,00
Valor Total c/ Taxa : 238,61

Figura 5. Composição unitária do serviço de Argamassa de cimento e areia sem


peneirar traço 1:4.

Analisando, esta composição, tem-se o preço total de R$ 38,80 de


Servente, que corresponde a 8 horas para executar 1m³ de Argamassa. Estes
R$ 38,80 de M.O correspondem a 16,26% do valor total c/ taxa de R$ 238,60.

Voltando para a composição da Figura 3, o SER de Argamassa de cal


hidratada e areia sem peneirar traço 1:4, possui preço total de R$ 218,80. Logo,
16,26% de R$ 218,80 = 35,58 + 9,70 (Servente) = 45,28 de M.O.

Agora, para entender, do valor de R$ 276,30 do insumo de


classe SER Argamassa mista, 45,28 é de M.O, correspondendo há 16,39% do
valor total do serviço. Logo, dos R$ 3,81 do preço total do insumo, R$ 0,62 é de
mão de obra. Podemos concluir que o valor de 6,24 de M.O é resultante
de 3,78 (Pedreiro) + 1,84 (Servente) + 0,62 (Argamassa) = 6,24.

 Outro: corresponde ao somatório dos insumos de materiais.


 Total sem taxa: é a somatória de todos os valores da coluna preço total,
corresponde ao custo direto do serviço.
 Valor LS: é o valor dos encargos da mão de obra.
Neste exemplo foi considerando uma LS de 122%. Portanto, para
encontrar nossos encargos basta multiplicar o valor de M.O por 122%.

6,24 (𝑀. 𝑂)𝑥122% (𝐿𝑆) = 7,62

 Valor BDI: Benefícios + Despesas indiretas. Para obter o valor do BDI,


precisamos aplica-lo sobre o valor s/ taxa + LS. Neste exemplo BDI
considerado foi de 30%.

20,45 (𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑠𝑒𝑚 𝑡𝑎𝑥𝑎) + 7,62 (𝐿𝑆) = 28,07 𝑥 30% = 8,42

 Valor total do serviço: é a somatória de total sem taxa + valor de LS +


valor de BDI.

20,45 (𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑠𝑒𝑚 𝑡𝑎𝑥𝑎𝑠) + 7,62 (𝐿𝑆) + 8,42(𝐵𝐷𝐼) = 36,49

1.5.2. Encargos sociais

Os encargos sociais são classificados em:

Grupo A – Básicos: Obrigados por lei que incidem sobre a folha de pagamento.

Grupo B – Sociais “1”: São aqueles que sofrem incidência dos encargos sociais
básicos.

Grupo C – Sociais “2”: São aqueles que não sofrem incidência dos encargos
sociais básicos.

Grupo D – Taxa de Reincidência.

Cálculo das horas produtivas

Para o cálculo dos encargos sociais necessita-se inicialmente do cálculo


das horas produtivas. Os dados básicos a serem considerados para cálculo
estão relacionados abaixo:
Jornada de trabalho semanal = 44 horas semanais

Semana: 6 dias (Segunda a Sábado)

Jornada diária : 44 horas semanais/ 6 dias = 7,3333 h / dia

Jornada Mensal: 7,3333 h/dia x 30 dias = 220 h / mês

N° de semanas p/ mês: (365 dias / ano) / (12 meses / ano) / ( 7 dias/semana) =


4,3452 semanas / mês

O Regime usual de trabalho na construção civil :

2ª a 5ª feira de 7h às 17h = 9 h/dia = 36 h/semana

6ª feira das 7h às 16h = 8 h/dia = 8 h/semana

Total = 44 h/semanais

Cálculo de horas totais anuais

Jornada mensal de trabalho = 220 horas/mês

Jornada diária de trabalho = 220 horas/30 dias = 7,3333 horas/dia

1 ano = 365 dias x 7,3333 h = 2.676,65 h

Cálculo das horas descontadas

Descanso Semanal Remunerado = 52 domingos x 7,3333 h = 381,33 h

Feriados = 13 dias x 7,3333 h = 95,33 h

Auxílio enfermidade = 15 dias x 7,3333 h x 15% = 2,25 dias = 16,50 h

Licença paternidade = 5 dias x 7,3333 h x 19,40% = 0,97 dias = 7,11 h

Dias de chuva/faltas justificadas/acidentes de trabalho/greves/falta ou atrasos


na entrega dos materiais ou serviços na obra/outras dificuldades = 12,96 dias x
7,3333 h= 95,04 h

Total de horas apuradas = 595,31 h

Tabela 8. Quadro resumo.

Cálculo das Horas Produtivas


Cálculo de Horas Totais Anual 2.676,65 h
Cálculo de Horas Descontadas (-) 595,31 h
Total das Horas Produtivas 2081,34 h

Horas Produtivas = 2081,34 h, o que equivale a 283,82 dias úteis por


ano (2081,34 horas ano / 7,3333 horas dia).

Encargos Sociais – Mensalista

Grupo A: Encargos Sociais Básicos

A1 – Previdência Social (20%): Lei nº7787 de 30.06.89;

A2 – Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (8,0%): Lei 5.107, de


13.09.1966, e em consonância com o seu respectivo Regulamento (Decreto
59.820, de 20.12.1966);

A3 – Salário – educação 2,50%: Conforme decreto N.º 7.043 de 22.03.1982.

A4 – Serviço Social da Indústria (SESI) 1,50%: Conforme lei N.º 5.107 de


13.09.1966.

A5 – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00%: Conforme


decreto N.º 6.246 de 05.02.44

A6 – Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE) 0,60%: Medida


Provisória N.º 151/90 e Leis 8029 de 12/04/90 e 8154 de 28/12/90;

A7 – INCRA 0,20%: lei 2613/55.

A8 – Seguro contra os riscos de acidentes do trabalho (3%): De acordo com a


Portaria N.º 3002 de 02.01.92 do Ministério de Estado do Trabalho e
Previdência Social;

A9 – SECONCI - Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário


(1%): Somente aplicável em localidade onde exista ambulatório do SECONCI,
às empresas filiadas aos Sindicatos de Grandes Estruturas ou às empresas de
construção civil em cujos Acordos Sindicais já esteja prevista tal contribuição.

Grupo B: Encargos Sociais que recebem as incidências de A

B1 – Descanso Semanal e Feriados (22,90%): Sobre as 2081,34 horas de


produção durante um ano, há que se considerar as horas correspondentes aos
52 domingos e 13 feriados, ou seja, 476,66 horas (65 x 7,3333 h) pagas pelos
empregadores, onde:

476,66 x 100 / 2081,34 = 22,90%.

B2 – Auxílio Enfermidade (0,79%): Em conformidade com o que dispõe a Lei


3.807 de

26.08.1960, os primeiros 15 dias de auxílio-doença concedidos pelo INSS


devem ser pagos pelos empregadores. Nestas condições, a dedução poderá
ser orientada da seguinte forma:

15 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 5,29%

Porém, segundo dados estatísticos constante do Anuário Estatístico do


Brasil de 1990 (IBGE), somente 15% dos beneficiários do INSS recorrem a
esse auxílio. Teremos assim:

5,29 x 0,15 = 0,79%

B3 – Licença Paternidade (0,34%): Considerando-se predominância de


pessoas do sexo masculino na construção civil na ordem de 97% e que apenas
20% destes obterá o benefício da licença paternidade, temos, para os 5 dias de
afastamento (artigo 10º, inciso II, § 1º das Disposições Transitórias da Nova
Constituição):

7,3333 x 5 x 0,97 x 0,20 x 100 / 2081,34 = 0,34%

B4 – 13º salário (10,57%): Os empregadores estão obrigados ao pagamento de


um 13º salário, a ser liquidado no mês de dezembro de cada ano, podendo a
primeira metade ser paga por ocasião das férias dos empregados (Lei 4.090 de
13.07.1962).

Consideram-se então, 30 dias:

30 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 10,57%

B5 – Dias de chuva/faltas justificadas/acidentes de trabalho/greves/falta ou


atraso na entrega de materiais ou serviços na obra/outras dificuldades (4,57%):
Os dias de chuva são dias não trabalhados, mas pagos. Portanto, passam a
ser incluídos nos Encargos Sociais que recebem as incidências dos encargos
do grupo A. Conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia, nos último
10 anos tem chovido, em média, 128 dias no ano. Se no ano temos 283,82 dias
úteis, para calcularmos proporcionalmente quantos dias chuvosos são dias
úteis: 283,82 x 128 / 365 = 99,53 dias = 729,89 horas.
Dessas 729,89 horas, considerando que 20% ocorrem durante o dia ou
tem duração considerável, temos: 729,89 x 0,20 = 145,98 horas. Como em
uma obra apenas 20% das atividades necessitam de bom tempo: 145,98 x 0,20
= 29,20 horas ou 3,98 dias.

Conforme artigo 473 da CLT, é permitido ao empregado se ausentar do


trabalho sem perda de remuneração, nos casos de morte do cônjuge,
casamento, doação de sangue, serviço militar e alistamento eleitoral,
totalizando 8 dias/ano. Consideraremos a incidência de 3 faltas nessas
circunstâncias, mais 6 dias de afastamento por motivo de acidentes de
trabalho, greves, falta ou atraso na entrega de materiais ou serviços na obra e
outras dificuldades (estimativa), ou seja 9 dias, que somados aos 3,98 dias de
chuva totalizam 12,98 dias por ano:

12,98 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 4,57%

B = 39,17% (Total)

Grupo C: Encargos Sociais que não recebem as incidências globais de A

C1 – Depósito por despedida injusta [50% sobre A2 + (A2 x B) = 5,56%]: Esta


taxa refere-se ao depósito de 50% (Lei complementar N.º 110, de 29.06.2001)
sobre o valor do Fundo de Garantia, que estão obrigados os empregadores
quando dispensam empregados sem justa causa. Na indústria da construção
civil este fato ocorre com maior frequência, uma vez que ao término de um
dado volume de obras, e na eventual falta de outras, recorre-se à rescisão
contratual, para não sobrecarregar as suas folhas de pagamento.

A taxa de 8% do FGTS recai também sobre os encargos do grupo “B".


Neste caso, os 50% do depósito obrigatório deverá incidir sobre 8% + (8% x
39,17%). Temos:

0,50 x [0,08 + (0,08 x 0,3917)] x 100 = 5,56%

C2 – Férias (14,06%): Verificada a grande taxa de rotatividade na construção


civil, as férias anuais deverão ser indenizadas. Assim, obtém-se:

30 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 10,57%

As férias anuais devem ser remuneradas com, pelo menos, um terço a


mais do que o salário normal (artigo 7º, inciso XVII, da Constituição da
República Federativa do Brasil). Assim, teremos:
10,57 x 1,33 = 14,06%

Nos casos de férias indenizadas (integrais ou proporcionais), não


gozadas, mas pagas em dinheiro, ao final do contrato de trabalho, não incide
contribuição previdenciária. (Decreto N.º 90.817, de 17.01.1985 - DOU
18.01.1985 e Lei 8212 e 8213/91 (Plano de Custeio e Plano de Benefícios da
Previdência Social, art.28, § 9º - alterada pela Lei 9528 (10.12.97).

C3 – Aviso Prévio (13,12%): Ocorrem dois casos de aviso prévio:

a) 100% indenizado (§ 1º, art.487, da CLT);

b) com horário reduzido de duas horas diárias, sem prejuízo do salário


(art.488 da CLT).

Assumindo-se a hipótese que na construção civil, 100% dos avisos


pertencem ao tipo a) e considerando-se ainda que o tempo médio de
permanência na obra de um funcionário é 9,67 meses (CEBAT Ministério do
Trabalho), temos:

30 x 7,3333 x 100 / [(2081,34 x 9,67)/12] = 13,12%

Em casos de aviso prévio indenizado, não incide contribuição


previdenciária (Lei 8212 e 8213/91 - Plano de Custeio e Plano de Benefícios da
Previdência Social, art.28, § 8º - alterada pela Lei 9528 (10/12/97).

C = 32,74% (Total).

Grupo D: Taxa de Reincidência

D1 – Reincidência de A sobre B. (37,80% x 39,17%) = 14,81%: Calculando a


incidência dos 37,80% do agrupamento representado pelos encargos sociais
básicos, sobre os 39,17% dos que recebem a sua reincidência, deve-se
acrescentar ao total mais 14,81%.

D2 – Reincidência de (A – A9) sobre C3. (36,80% x 13,12%) = 4,83%: Deve-se


considerar ainda, a incidência de contribuição previdenciária sobre o valor pago
a título de aviso prévio indenizado (decreto 6.727, de 12-1-2009), além da
influência do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço sobre o aviso prévio
indenizado (Instrução Normativa N.º 3 de 26.06.96, da Secretaria de
Fiscalização do Trabalho)

D = 19,63% (Total)
Encontramos assim a porcentagem total que incide sobre o valor
nominal da mão-de-obra operacional aplicada na indústria de construções,
quando se executam orçamentos pelo sistema de composições de preços
unitários: 129,34%.

Encargos Sociais – Horista

Grupo A: Encargos Sociais Básicos

Encargos Sociais Básicos acompanham o mesmo disposto nos


encargos utilizados para o regime mensalista.

Grupo B: Encargos Sociais que recebem as incidências de A

B4 – 13º salário (8,22%): Relacionamos a influência desses 30 dias sobre o


montante das horas trabalhadas:

30 x 7,3333 x 100 / 2676,65 = 8,22%

B = 8,22% (Total)

Grupo C: Encargos Sociais que não recebem as incidências globais de A

C1 – Depósito por despedida injusta [50% sobre A2 + (A2 x B) = 4,32%]: A


referida taxa destina-se a prover o depósito de 50% sobre o valor do Fundo de
Garantia e 8% sobre os encargos no Grupo B:

0,50 x [0,08 + (0,08 x 0,822)] x 100 = 4,32%

C2 – Férias (8,22%): As férias anuais serão necessariamente indenizadas.


Dessa forma, obtém-se:

30 x 7,3333 x 100 / 2676,65 = 8,22%

C3 – Aviso Prévio (10,20%): Partindo-se da hipótese que em construção civil,


do total dos casos de aviso prévio, 100% dos avisos são indenizados:

30 x 7,3333 x 100 / (2676,65 x 9,67)/12 = 10,20%

C =25,45% (Total)

Grupo D: Taxa de Reincidência


D1 – Reincidência de A sobre B (37,80% x 8,22%) = 3,11%: Calculando a
incidência dos 37,80% do agrupamento representado pelos encargos sociais
básicos, sobre os 8,22% dos que recebem a sua reincidência, deve-se
acrescentar ao total mais 4,32%.

D2 – Reincidência de (A – A9) sobre C3 (36,80% x 10,20%) = 3,75%:


Incidência de contribuição previdenciária sobre o valor pago a título de aviso,
ou seja, 36,80 % sobre 10,20% = 3,75%:

D = 6,86% (Total)

Total Geral (A+B+C+ D) = ( 37,80 +8,22 + 25,45 + 3,75 ) = 78,33%

Segue Tabela resumo dos encargos sociais, sem desoneração, ou seja,


que possuem contribuição de INSS de 20% sobre folha de
pagamento, para o caso desenvolvido anteriormente.

Tabela 9. Quadro resumo dos Encargos sociais.

SEM COM
DESONERAÇÃO DESONERAÇÃO
CÓ DESCRIÇÃO Mensalist Horista Mensalista Horista
D a% % % %
GRUPO A
A1 INSS 20,00% 20,00% 0,00% 0,00%
A2 FGTS 8,00% 8,00% 8,00% 8,00%
A3 Salário Educação 2,50% 2,50% 2,50% 2,50%
A4 SESI 1,50% 1,50% 1,50% 1,50%
A5 SENAI 1,00% 1,00% 1,00% 1,00%
A6 SEBRAE 0,60% 0,60% 0,60% 0,60%
A7 INCRA 0,20% 0,20% 0,20% 0,20%
A8 Riscos de acidente do trabalho 3,00% 3,00% 3,00% 3,00%
A9 SECONCI 1,00% 1,00% 1,00% 1,00%
A Total 37,80% 37,80% 17,80% 17,80%
GRUPO B
B1 Repouso Semanal 22,90% Não 22,90% Não
incide incide
B2 Auxílio – Enfermidade 0,79% Não 0,79% Não
incide incide
B3 Licença Paternidade 0,34% Não Não incide Não
incide incide
B4 13º Salário 10,57% 8,22% 10,57% 8,22%
B5 Dias de Chuva/Faltas justificadas/ 4,57% Não 4,57% Não
acidentes de trabalho/falta ou atraso incide incide
na entrega de materiais ou serviços
no obra
B Total 39,17% 8,22% 39,17% 8,22%
GRUPO C
C1 Depósito Rescisão sem Justa Causa 5,56% 4,32% 5,56% 4,32%
C2 Férias Indenizadas 14,06% 8,22% 14,06% 8,22%
C3 Aviso Prévio Indenizado 13,12% 10,20% 13,12% 10,20%
C Total 32,74% 25,45% 32,74% 25,45%
GRUPO D
D1 Reincidência de Grupa A sobre o 14,81% 3,11% 6,97% 1,46%
Grupo B
D2 Reincidência de Grupo A sobre 4,83% 3,75% 2,20% 1,71%
Aviso Prévio Trabalhado e
Reincidência do FGTS sobre o Aviso
Prévio Indenizado
D Total 19,63% 6,86% 9,17% 3,17%
TOTAL (A+B+C+D) 129,34% 78,33% 98,88% 54,64%

Encargos complementares

Os encargos complementares não são fixos e dependem dos custos


locais e devem ser calculados conforme segue (TCPO 14):

Vale-Transporte

2 𝑥 𝐶 𝑥 𝑁 − (𝑆 𝑥 0,06)
𝑉𝑇 = 𝑥100
𝑆
Refeição Mínima (Café da Manhã)

𝐶 𝑥 𝑁 − (0,033 𝑥 𝑆 𝑥 22)
𝑉𝐶 = 𝑥100
𝑆
Refeições (Almoço ou Jantar)

𝐶 𝑥 𝑁 𝑥 0,95
𝑉𝑅 = 𝑥100
𝑆

Em que:

C1 = Tarifa de transporte urbano

C2 = custo do café da manhã

C3 = Vale refeição

N = Número de dias no mês

S = Salário médio mensal dos trabalhadores


Seguro de Vida e Acidentes em Grupo

Cesta Básica

Equipamentos de proteção individual

∑ 𝑃 𝐹 + 𝑃 𝐹 + ⋯+ 𝑃 𝐹
𝑁 𝑥100
𝑆
Ferramentas

∑ 𝑃 𝐹 + 𝑃 𝐹 + ⋯+ 𝑃 𝐹
𝑁 𝑥100
𝑆
Em que:

N = número de trabalhadores na obra

S = Salário médio mensal

P1,P2,...Pn = custo de cada EPI ou de ferramentas manuais

F1,F2,...Fn = fator de utilização do EPI ou de ferramentas manuais dado por:


𝑡
𝐹=
𝑉𝑈
Em que:

T=tempo de permanência do EPI ou ferramentas à disposição da obra em


meses;

VU = vida útil do EPI ou ferramenta manual em meses.

Adicionais Legais

A legislação trabalhista determina alguns adicionais que dependendo da


situação deverão compor o cálculo do salário do trabalhador:

Trabalho Noturno: Acréscimo de 20% sobre a remuneração da Hora diurna.


Definido como sendo o período entre as 22 horas de um dia e às 05 horas do
dia seguinte. Essas jornadas são de 7 horas e equipara-se à jornada diurna de
8 horas. A diferença se deve ao fato de que a lei considera a hora noturna
como tendo duração de 52,5 minutos. Assim sendo a majoração será de
(60/52, 5x1, 20) = 1,3714%.

Insalubridade: Considera-se insalubre as atividades ou operações que, por sua


natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados e
agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados em razão da
natureza e da intensidade dos agentes e do tempo máximo de exposição aos
seus efeitos (Consolidação das leis do trabalho art. 189). A Norma
Regulamentadora NR-15 traz um quadro que classifica cada fonte de
insalubridade conforme o grau.

Tabela 10. Grau de insalubridade (Adaptado NR 15).

Grau Adicional
Mínimo 10%
Médio 20%
Máximo 40%

Periculosidade: Ocorre no exercício de trabalho, em atividades ou operações


perigosas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato
permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado
(CLT art. 193). Seu percentual é único: 30% sobre o salário do empregado
insalubridade.

1.5.3. Custo Horário de Equipamentos

De acordo com Mattos (2006), a modo mais comum de impor valor a um


equipamento é por hora de utilização ou funcionamento, uma vez que é dessa
maneira que o equipamento aparece nas composições de custos unitários. O
custo horário de um equipamento depende das condições de trabalho, tipos de
equipamentos e características específicas os quais devem ser apurados por
cada empresa de modo a obter dados mais reais e confiáveis. Os custos
envolvidos na hora do equipamento estão relacionados na Tabela 1:

Tabela 11. Custos envolvidos na hora do equipamento.

CUSTO DE PROPRIEDADE
Depreciação do Consiste na perda do valor do
Equipamento equipamento pelo uso ou tempo.
Juros de Capital Consiste na rentabilidade do valor
impactado
CUSTO DE OPERAÇÃO
Materiais (pneus, Refere-se aos materiais
combustível e necessários para a operação.
Lubrificação)
Mão de obra Refere-se ao operador do
(Operador) equipamento.
CUSTO DE MANUTENÇÃO
Manutenção Refere-se ao valor investido para
manter o equipamento em
condições de operação.

Logo, o Cálculo do Custo Horário Total pode ser expresso pela equação:

𝐶ℎ = 𝐷ℎ + 𝐽ℎ + 𝑃ℎ + 𝐺ℎ + 𝐿ℎ + 𝑀𝑂ℎ + 𝑀ℎ

Em que:

Ch = Custo Horário Total

Dh = Custo Horário de Depreciação

Jh = Custo horário de Juros

Ph = Custo horário de Pneus

Gh = Custo Horário de Combustível

Lh = Custo Horário de Lubrificação

MOh = Custo Horário de mão-de-obra de Operador

Mh = Custo horário de Manutenção.

 Depreciação do equipamento

Pode-se definir depreciação do equipamento como “a diminuição do valor


contábil do ativo”, ou seja, no decorrer do tempo, o equipamento se desvaloriza,
tem seu valor de mercado diminuído (MATTOS, 2006).. A depreciação horária é
o custo de aquisição do equipamento, deduzindo seu valor residual, e dividido
pelo número de horas de vida útil. Para o cálculo da depreciação utilizamos à
fórmula:

𝑉 +𝑉
𝐷ℎ =
𝑉

Em que:
Dh = Depreciação Horária

Vo = Valor de aquisição do equipamento

Vr = Valor estimado de revenda após vida útil ou residual

Vu = Vida útil - Período de tempo que o equipamento trabalha em condições


Normais. (Vu = n x a), em que n = vida útil (anos) e a = horas de utilização por
ano (h/ano).

A depreciação horária pode ser calculada por mais dois métodos distintos:
o método do saldo devedor (exponencial) e o método da soma dos anos.

 Juros de capital

O valor investido na compra de um equipamento poderia ser aplicado no


mercado financeiro. Assim, no custo de propriedade, deverão estar incluídos os
juros decorrentes ao rendimento que o investimento traria ao longo da vida útil
do equipamento. O cálculo dos juros baseia-se no conceito de investimento
médio e da taxa de juros do Mercado.

Para o cálculo dos juros utilizamos primeiramente a fórmula para


encontramos o Investimento Médio (Im):

(𝑉 − 𝑉 ) 𝑥 (𝑛 + 1)
𝐼𝑚 = +𝑉
2𝑛

Em que:

Im = Investimento Médio

Vo = (Valor de Aquisição) - Valor de aquisição do equipamento

Vr = (Valor Residual) - Valor estimado de revenda após vida útil

n = Vida útil em anos

Determinado o investimento médio (Im) partimos para o cálculo dos juros


horários com a aplicação da fórmula:

𝐼𝑚 𝑥 𝑖
𝐽ℎ =
𝑎

Em que:

Jh = Juros Horários

Im = Investimento Médio
i = Taxa anual de juros

a = Horas de utilização por ano

 Custo horário com Pneus

O cálculo do custo horário dos pneus está diretamente ligado à vida útil
do mesmo. Geralmente admite-se três faixas de vida útil para os pneus, de
acordo com a agressividade do local de trabalho, como demonstra o quadro
abaixo:

Tabela 12. Vida útil de pneus de acordo com a agressividade do local de trabalho
(MATTOS, 2006).

Equipamentos Condições Condições Condições


Leves Medianas Severas
Motoniveladora 5000 h 3500 h 2000 h
Carregadeira 3500 h 2500 h 1500 h
Caminhão 3000 h 2500 h 2000 h
Basculante

Supõe-se que ao final de toda a vida útil do pneu, todo o jogo de pneu
será trocado. Para o cálculo do custo horário do pneu utilizamos a fórmula:

𝑝 𝑥 𝐶𝑝
𝑃ℎ =
𝑉𝑈𝑝

Ph = Custo Horário do Pneu


p = Número de pneus do equipamento
Cp = Custo unitário do pneu
VUp = Vida útil do pneu

 Custo horário com combustíveis

Para o cálculo do custo horário do combustível, de acordo com Mattos


(2006), aplica-se um fator potência (f) sobre a potência nominal do equipamento
e o consumo médio conforme o tipo de combustível: gasolina ou diesel.

Tabela 13. Fator de potência f.

Situações de Uso Fator de Potência


(f)
Baixo 40%
Médio 55%
Intenso 75%
Tabela 14. Consumo médio diário.

Motor Consumo Médio (


Litros/Hora)
Gasolina 0,23 l / h
Diesel 0,15 l / h

Assim sendo, a fórmula para o cálculo do custo horário do combustível


aplica-se de duas maneiras em função do combustível a ser utilizado:

Para motores a gasolina: 0,23 x f x HP x R$/l

Para motores a diesel: 0,15 x f x HP x R$/l

Em que:

f = Fator de potência

HP = Potencia nominal do equipamento

R$/l = Preço do litro da gasolina ou diesel

 Custo horário com lubrificante

De acordo com Mattos (2006), os custos com lubrificantes de um


equipamento abrangem os custos com óleo de cárter, transmissão, comando
final e sistema hidráulico. Para a determinação do consumo do óleo do Carter a
fórmula abaixo trabalha em função da potência do motor, da capacidade do
cárter e intervalo entre troca de óleo.
, , /( )
𝑄 = , /
+

Em que:

Q = Consumo (l/h)

HP = Potencia do motor (HP)

c = Capacidade do Carter

t = Intervalo de troca
Com o consumo “Q” determinado, multiplica-se o mesmo pelo preço do
litro do óleo para encontrar o custo horário do lubrificante, sendo:

Custo horário do lubrificante (Lh) = consumo (Q) x preço do litro do óleo (R$/l)

𝐿ℎ = 𝑄 𝑥 𝑅$/𝑙

Para os demais lubrificantes: transmissão, comando final e sistema


hidráulico a regra é adicionar 50% ao custo.

 Custo com mão de obra

Refere-se ao custo do operador do equipamento, para o cálculo do custo


horário multiplica-se o salário acrescido de todos os encargos.

 Custo de Manutenção

Conforme Mattos (2006) as despesas com manutenção abrangem os


gastos com a aquisição de peças de reposição e a mão-de-obra envolvida na
troca de peças, ajustes, etc. Os custos de manutenção compreendem
basicamente:

Tabela 15. Custos com manutenção de equipamentos.

Custos de Itens Envolvidos


Manutenção
Manutenção Limpeza, Lavagem, Inspeção, Ajuste,
propriamente dita Calibração, Regulagem, Retoque,
Reaperto e troca rotineira de peças
(filtros, mangueiras, cabos câmaras)
etc.
Reparos Retífica, Serviços de chaparia,
Usinagem de peças, Troca de
sapatas e esteiras etc.
Despesas fixas Mão-de-obra de mecânicos, e
ajudantes, ferramentas, seguros dos
equipamentos, impostos (IPVA), etc.
Para o cálculo do custo horário de manutenção podemos utilizar o método
do coeficiente único que aponta um coeficiente multiplicador sobre a depreciação
horária calculada com o valor residual nulo, sendo:

𝐾𝑥𝑉
𝑀ℎ =
𝑛𝑥𝑎

Em que:

Mh = Manutenção horária

Vo = Valor de Aquisição

n = vida útil anos

a = horas de utilização por ano

Segue abaixo uma tabela exemplo para o Custo de manutenção –


Coeficiente único:

Tabela 16. Coeficiente único (TCPO 14).

Equipamento K
Betoneira 0,6
Motoniveladora 0,9
Retroescavadeira 0,6
Carregadeira 0,6
Moroescrêper 0,9
Rolo Compactador 0,8
Trator sobre pneus 0,75
Trator de esteira 0,8
Caminhão 0,75
basculante
Picape 0,75

Segue exemplo de determinação do custo horário produtivo e improdutivo


de um equipamento.

Dados Gerais

Equipamento: Motoniveladora

Valor de Aquisição (Vo): R$ 519.080,00


Pneus (Cp): R$ 1.250,00 cada (x4)

Vida útil (n): 8 anos

Horas de Utilização por ano (a): 1500 h

Vida útil dos pneus (VUh): 3.500 h

Valor residual (Vr): 30%

Taxa de juros (i): 7% a.a.

Operador: R$ 22,89/h (encargos incluídos)

Motor: 173HP

Fator de potência (f): 0,55

Capacidade do cárter (c): 54 litros

Período entre trocas de óleo (t): 80h

Preço do diesel: R$ 1,86

Preço do óleo lubrificante: R$ 12,00

Manutenção: k = 0,90

V (sem os pneus) = R$ 514.080,00

 Depreciação do equipamento (descontados os pneus):

𝑉 +𝑉 (519.080,00 − 1.250𝑥4) − 514.080𝑥0,3


𝐷ℎ = = = 𝑅$29,99/ℎ
𝑉 8 𝑥 1500

 Juros de capital

Vr = 514.080,00 𝑥 0,3 = 154.224,00

( ) ( ) ( . . ) ( )
𝐼𝑚 = + 𝑉𝑟 = + 154.224 = 356.643,00

𝐽𝑚 𝑥 𝑖 0,07
𝐽ℎ = = 356.643,00 𝑥 = 𝑅$ 16,64/ℎ
𝑎 1500
 Custo horário com Pneus

4 𝑥 1.250
𝑃ℎ = = 𝑅$ 1,43/ℎ
3.500

 Custo horário com combustíveis

Para motores a diesel: 0,15 x 0,55 x 173 x 1,86 = R$26,54/h

 Custo horário com lubrificante


, ,
𝑄 = , /
+ = 0,99

𝐿ℎ = 𝑄 𝑥 𝑅$/𝑙 + 50% = 0,99 x 12 x 1,50 = R$17,80/h

 Custo com mão de obra

MOh = Salário com encargos R$ 22,89 / h

 Custo de Manutenção

0,9 𝑥 514.080
𝑀ℎ = = 𝑅$38,56/ℎ
8 𝑥 1500

1.5.3.1. Hora produtiva e improdutiva dos equipamentos

A hora produtiva de um equipamento corresponde a hora total trabalhada,


considerando que todos os componentes estão sendo utilizados. A hora
improdutiva por sua vez, corresponde à hora em que o equipamento está a
disposição do serviço, porém, fora de operação. Neste caso, para o cálculo da
hora improdutiva considera-se apenas os custos com depreciação, juros e
operador.

Tabela 17. Hora produtiva e improdutiva de equipamentos

Custo horário Total Hora Produtiva Hora Improdutiva


Depreciação Considerar Considerar
Juros Considerar Considerar
Pneus Considerar Não considerar
Combustível Considerar Não considerar
Lubrificação Considerar Não considerar
Operador Considerar Considerar
Manutenção Considerar Não considerar

Retomando o exemplo do Item 1.6.2.3. tem-se:

Custo horário Total Hora Produtiva Hora Improdutiva


Depreciação R$29,99/h R$29,99/h
Juros R$ 16,64/h R$ 16,64/h
Pneus R$ 1,43/h Não considerar
Combustível R$26,54/h Não considerar
Lubrificação R$17,80/h Não considerar
Operador R$ 22,89 / h R$ 22,89 / h
Manutenção R$38,56/h Não considerar
TOTAIS R$ 153,85/h R$ 69,52/h

1.6. Planilha orçamentária – orçamento analítico


1.6.1. Identificação dos serviços

A planilha de orçamento é composta de todos os serviços integrantes de


uma obra e pode ser chamada de EAP (Estrutura Analítica do Projeto)

1.6.2. Levantamentos de Quantitativos

A quantificação dos diversos materiais (ou levantamento de quantidades)


de um determinado serviço deve ser feita com base em desenhos fornecidos
pelo projetista, considerando-se as dimensões especificadas e suas
características técnicas.

Obs.: A “perda de material” não deve ser considerada no levantamento de


quantidades e sim na composição do custo unitário.

Levantamento de quantidades pode envolver elementos de natureza diversos:

Tabela 18. Dimensão dos serviços (Adaptado Mattos, 2006).

Dimensões Exemplos
Linear Tubulações, meio-fio, sinalização horizontal de
estrada, rodapé
Área Limpeza e desmatamento, forma, alvenaria, forro,
esquadrias, pintura, impermeabilização, plantio de
grama.
Volume Concreto, escavação, aterro, dragagem,
bombeamento.
Peso Armação, estrutura metálica.
Unidade Postes, portões, placas de sinalização, comportas

Segue abaixo, alguns critérios de medição conforme procedimento


técnicos aplicáveis (TCPO 14):

 Alvenaria: Pela área. Considerar cheios os vão em área inferior ou igual


a 2m². Vãos com área superior a 2m², descontar apenas o que exceder a
essa área;

Exemplo: Uma parede de alvenaria de 8 metros por 2,80m de pé-direito,


encontra-se uma porta de 80x210cm e uma janela de 300x150cm, a área de
alvenaria será determinada:

Área total: 8m x 2,80m = 22,4m²

Área da porta: 0,80m x 2,10m = 1,69 < 2m² - Desconto = 0

Área da Janela: 3m x 1,5m =4,5m² > 2m² - Desconto = 4,5m² - 2m² = 2,5m²

Área de Alvenaria = 22,40m² - 0 - 2,5m² = 19,90m²

 Cobertura: Pela área medida em projeção horizontal. Porém para se obter


o número de telhas ou a área de um pano de cobertura é necessário
multiplicar a área em projeção horizontal pelos fatores correspondente a
inclinação em porcentagem conforme quadro abaixo:

Tabela 19. Fatores correspondente a inclinação (Adaptado TCPO 14).

Inclinação % Fator
0% 1
5% 1,001
10% 1,005
15% 1,011
20% 1,020
25% 1,031
30% 1,044
35% 1,059
40% 1,077
45% 1,097
50% 1,118
55% 1,141
60% 1,166
65% 1,193
70% 1,221
75% 1,250
80% 1,281
85% 1,312
90% 1,345
95% 1,379
100% 1,414

Exemplo: Uma cobertura possui um área retangular de 22,0m de comprimento


por 10,00m de largura e uma inclinação de 30%, para obtenção da área total do
telhado:

Área total do telhado: 22mx 10m x 1,044 (fator de inclinação de 30%) = 229,68m²

 Pintura: Pela área.


Exemplos: Pintura com tinta acrílica em parede externa não descontar
vãos até 2m². Para vão superiores a 2m² descontar apenas o que exceder, em
cada vão, a essa área.
Para o cálculo de pintura em determinadas peças como portas,
esquadrias, grades, etc, que possuem maior dificuldade de execução um fator
multiplicador sobre a área é considerado:

Tabela 20. Fator multiplicador na determinação da área de pintura em esquadrias


(Adaptado TCPO 14).

Peças Multiplicador
Porta ou janela guilhotina com batente 3
Porta ou janela guilhotina sem batente 2
Caixilhos com Veneziana 5

 Demolição: volume de material demolido.


 Fôrma: Área desenvolvida na planta de formas (superfície da forma em
contato com o concreto).
 Armação: Em massa obtida pelo levantamento em projeto de armação
sem inclusão de perdas, pois estas já estão incluídas no coeficiente de consumo
unitário.
Agrupados por bitola, o comprimento pode ser convertido em peso por meio da
seguinte tabela.
Tabela 21. Peso do aço por metro de barra.

Diâmetro Kg/m
mm polegadas
5,0 3/16” 0,16
6,3 ¼” 0,25
8,0 5/16” 0,40
10,0 3/8” 0,63
12,5 ½” 1,00
16,0 5/8” 1,60
20,0 ¾” 2,50
22,3 7/8” 3,00
25,0 1” 4,00
32,0 1.1/4” 6,30

1.6.3. Associação dos serviços às CPU’s

Após a identificação do serviço e do levantamento do seu quantitativo o


mesmo necessita, para a elaboração do orçamento, ser associado a uma
composição de preços unitários, onde indicará os insumos necessários com
seus respectivos consumos e produtividades para a realização do serviço, com
isso toda a composição será multiplicada pelo respectivo quantitativo. Abaixo
segue exemplo de Associação de Serviços CPU’s:

Itens Descrição Unid. Quant.


1 Alvenaria de vedação com blocos cerâmicos 9 m² 555
x 19 x 19 cm furos horizontais, espessura da
parede 9 cm, juntas de 10 mm com argamassa
mista de cal hidratada e areia sem peneirar
traço 1:4, com 100kg de cimento

Em nosso exemplo, o serviço de alvenaria de vedação deverá ser


associada à composição seguinte:
Código Descrição Un. Clas. Coef. Preço Unit(R$)
Total (R$) Consumo

Alvenaria de vedação com blocos cerâmico furados 9 x


19 x 19 cm furos horizontais, espessura da parede 9 cm,
06.001.000044.SER m²
juntas de 10 mm com argamassa mista de cal hidratada
e areia sem peneirar traço 1:4, com 100 kg de cimento
01.021.000001.MOD Pedreiro h MOD 0,64 5,90 3,78 0,64
01.026.000001.MOD Servente h MOD 0,38 4,85 1,84 0,38
Bloco cerâmico furado de vedação (altura: 190 mm /
05.004.000004.MAT un MAT 27,20 0,41 11,02 27,20
comprimento: 190 mm / largura: 90 mm)
Argamassa mista de cal hidratada e areia sem peneirar
06.003.000037.SER m³ SER 0,0138 276,30 3,81 0,0138
traço 1:4, com adição de 100 kg de cimento

M.O : 6,24 Total s/ Taxa (Unit.) : 20,45


Outros : 14,21 Valor LS : 7,62
Valor BDI : 8,42
Valor Total c/ Taxa : 36,49

O que significa que todos os insumos serão multiplicados pelo quantitativo


de serviço, no nosso exemplo, 555m².

Mão de obra:

Pedreiro – 0,64h/m² x 555m² = 355,2h

Servente – 0,38h/m² x 555m² = 210,9h

Materiais:

Bloco cerâmico de vedação (19x19x9 cm) – 27,20 um/m² x 555m² = 15096un.

Argamassa de cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:4, coma adição de
100kg de cimento – 0,0138m³/m² x 555m² = 7,65m³

1.7. Cotação dos Insumos

1.8. Orçamento de obra usando a tabela SINAPI

MÓDULO 2: Acompanhamento e controle de obra


2.1. Curva ABC de insumos e de serviços

A curva ABC (Atividade Baseada no Custo) consiste em uma ferramenta


de gerenciamento organizada de modo a destacar os diversos materiais e
serviços que mais impactam no custo total da obra ou de um serviço (COÊLHO,
2006).

A análise ABC consiste na separação dos itens de acordo com três


grupos:

 Classe A: Itens que possuem um valor de demanda ou consumo alto;


 Classe B: Itens que possuem um valor de demanda ou consumo
intermediário;
 Classe C: Itens que possuem um valor de demanda ou consumo baixo.

Nesta classificação ABC é possível notar que:

 20% dos itens são considerados A e correspondem a 80% do custo total;


 30% dos itens são considerados B e correspondem a 15% do custo total;
 50% dos itens são considerados C e correspondem a 5% do custo total.

Figura 6. Curva ABC.

A importância do emprego da curva ABC na construção civil está em:

 Identificar os insumos mais utilizados: distribuir os materiais por sua


importância. Ou seja, do maior para o menor custo. Isso permite visualizar os
que impactam mais no seu orçamento;
 Focar na redução de custos: priorizar a negociação de materiais ou
serviços da Classe A. Assim é possível ter uma economia de tempo e custo
trabalhando em menos itens;
 Avaliar impactos: a Curva ABC auxilia na avaliação dos impactos devido
a uma variação de preços de materiais. Por exemplo, em casos de inflação mais
alta. Nessa situação pode facilitar a tomada de decisão, o como agir e na
negociação;
 Controlar o orçamento: normalmente o gerente de obra é responsável
pela gestão de custos. O conhecimento dos insumos que mais impactam no
orçamento o auxiliará na decisão de delegar pessoas para negociações e
avaliações de preços.

2.1.1. Como montar uma curva ABC

A Curva ABC pode ser feita representada graficamente e seu dados


organizados em uma planilha a ser formatada com os itens abaixo (COÊLHO,
2006):

 Descrição: refere-se ao insumo ou material utilizado na obra.


 Unidade: indica a medida utilizada;
 Quantidade: quantos materiais serão utilizados;
 Preço (unitário e total): os valores dos materiais ou insumos devem ser
inseridos em ordem decrescente, do mais caro para o mais barato;
 Participação (%): estabelecer o grau de importância do material ou
insumo em ordem decrescente;
 Participação acumulada: refere-se a soma das porcentagens de
participação.

A planilha traz um exemplo da Curva ABC para o serviço de revestimento


cerâmico de piso:

Tabela 22. Planilha ABC.

Curva Descrição Unidade Quantidade Custo Unitário Valor % % Acumulado


Piso de Cerâmica m² 15 R$ 33,30 R$ 499,50 49,97% 49,97%
A
Azulejista h 1 R$ 200,00 R$ 200,00 20,01% 69,98%
Pia de Aço um 1 R$ 150,00 R$ 150,00 15,01% 84,99%
B
Pedreiro h 1 R$ 70,00 R$ 70,00 7,00% 92,00%
Rejunte kg 1 R$ 50,00 R$ 50,00 5,00% 97,00%
C
Argamassa kg 1 R$ 30,00 R$ 30,00 3,00% 97,00%
Total R$ 999,50 100,00% 100%

Verifica-se que na Classe A estão os itens mais caros da obra. No total,


representam cerca de 70% dos custos. A Classe B representa os itens com
custos intermediários da obra, caracterizando 20% e na Classe C estão os itens
mais baratos da obra, representando cerca de 3%%.
Figura 7. Curva ABC.

2.2. Cronograma

2.2.1. Cronograma físico das atividades

O cronograma físico de uma obra consiste em um gráfico de barras que


indicam o tempo planejado para a execução de determinado serviço. Esse
gráfico é conhecido como “Gráfico de Gantt”, formulado por Henry Gantt
(COÊLHO, 2006).

O cronograma físico de serviços permite ao engenheiro ter uma visão do


andamento dos serviços no canteiro de obra. Além disso, permite ao executor
controlar diariamente as causas de eventuais atrasos seja devido a falta de
material, dificuldade de contratação de mão de obra, paralização em função de
período chuvoso e outros (COÊLHO, 2006).

Como exemplo, retomamos a composição do custo unitário para


execução de 1 m² de Alvenaria de vedação com blocos cerâmicos furados
9x19x19 cm com furos horizontais, espessura parede de 9 cm, juntas de 10mm
com argamassa mista de cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:4, com 100
kg de cimento, retirada da TCPO 14.
Código Descrição Un. Clas. Coef. Preço Unit(R$)
Total (R$) Consumo

Alvenaria de vedação com blocos cerâmico furados 9 x


19 x 19 cm furos horizontais, espessura da parede 9 cm,
06.001.000044.SER m²
juntas de 10 mm com argamassa mista de cal hidratada
e areia sem peneirar traço 1:4, com 100 kg de cimento

01.021.000001.MOD Pedreiro h MOD 0,64 5,90 3,78 0,64


01.026.000001.MOD Servente h MOD 0,38 4,85 1,84 0,38
Bloco cerâmico furado de vedação (altura: 190 mm /
05.004.000004.MAT un MAT 27,20 0,41 11,02 27,20
comprimento: 190 mm / largura: 90 mm)
Argamassa mista de cal hidratada e areia sem peneirar
06.003.000037.SER m³ SER 0,0138 276,30 3,81 0,0138
traço 1:4, com adição de 100 kg de cimento

M.O : 6,24 Total s/ Taxa (Unit.) : 20,45


Outros : 14,21 Valor LS : 7,62
Valor BDI : 8,42
Valor Total c/ Taxa : 36,49

Em consulta a planilha de orçamentos, verifica-se que deverão ser


executados 153,33m² e um pedreiro sozinho leva 0,64h para levantar 1 m² de
parede. Sabe-se que o funcionário trabalha 7,33h/dia, logo, para levantar toda a
parede serão necessárias 113,46 horas ou 15,5 dias (153,33m² x 0,74h = 113,46
h ou 113,46/7,33h/dia ≅ 15,5 dias. Assumindo-se sejam designados dois
pedreiros para o serviço, este será finalizado em 8 dias, aproximadamente (15,5
dias / 2 pedreiros = 7,75 dias)

Para o serviço citado foram distribuídos no cronograma físico de atividade,


a Tabela 17.

Tabela 23. Relatório físico das atividades.

ITEM CRONOGRAMA FÍSICO DE ATIVIDADE


Descrição do serviço DIA
Alvenaria de vedação 1 2 3 4 5 6 7 8 9
1 com blocos cerâmicos
furados 9x19x19

Contudo, de acordo com o acompanhamento no local, o trabalho levou 9


dias para ser executado, ocorrendo menor produtividade da equipe na execução
(Tabela 18).

Tabela 24. Relatório físico das atividades.

ITEM CRONOGRAMA FÍSICO DE ATIVIDADE


Descrição do DIA
serviço
Alvenaria de 1 2 3 4 5 6 7 8 9
1 vedação com Planejado
blocos cerâmicos Executado
furados 9x19x19
A duração dos serviços é proporcional ao comprimento das barras. As
mesmas se localizam em posições que correspondem ás datas de início e de
fim.

No exemplo verifica-se ainda a presença da mão de obra servente o qual


auxilia o pedreiro fazendo argamassa, movimentando material (argamassa e
tijolo), dentre outros. Para cada metro quadrado de alvenaria de acordo com a
composição, são necessárias 0,38 h de servente. Ou seja, 153,33m²x 0,38h/m²
= 58,26h de servente. Sabendo-se que este trabalha as mesmas 7,33h tem-se
que 58,26h/7,33h/dia = 8 dias.

Assim, a equipe para levantar 153,33 m² de alvenaria será composta de


2 pedreiros e 1 servente.

O cronograma físico de atividades pode ser organizado em semanas ou


meses conforme as Figuras.

Tabela 25. Cronograma físico de atividades.

CRONOGRAMA FÍSICO DE ATIVIDADE


Previsto Realizado
Semana Semana Semana Semana
ITEM Descrição do serviço
DIA DIA DIA DIA
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Alvenaria de vedação com blocos
1
cerâmicos furados 9x19x19

2.3. Cronograma de barras, Cronograma físico-financeiro

Nesse cronograma são mostrados os serviços a serem executados


juntamente com a parcela de desembolso durante o período previsto para o
projeto.

Considere a necessidade de montagem de um cronograma de barras para


um edifício residencial de 4 pavimentos, sendo previamente levantados as
seguintes informações:

Tabela 26. Dados de programação.

Item Descrição da Tempo de execução Folgas


Atividade
1 Fundações 1 mês -
2 Estrutura 1 Pavimento a cada 2 Após a
semanas conclusão das
fundações
3 Alvenaria 1 Pavimento a cada 3 semanas
três semanas
4 Instalações 4 meses Após a
conclusão da
alvenaria
5 Acabamentos 2 meses -

Com as informações da Tabela 19, pode-se montar o cronograma físico


de atividades.

Tabela 27. Cronograma físico das atividades.

CRONOGRAMA FISICO DAS ATIVIDADES


Mês
Item Descrição das atividades 1 2 3 4 5 Valor total (R$)
1 Fundação R$ 120.000,00
2 Estrutura R$ 250.000,00
3 Alvenaria R$ 100.000,00
4 Instalações R$ 130.000,00
5 Acabamentos R$ 280.000,00
Total
Total Acumulado

Tendo em vista os valores resultantes na planilha orçamentária, pode-se


montar o cronograma financeiro e físico-financeiro das atividades.
Tabela 28. Cronograma físico-financeiro das atividades.

CRONOGRAMA FISICO-FINANCEIRO DAS ATIVIDADES


Total do Mês
Item Descrição das atividades item 1 2 3 4 5 Valor total (R$)
% 100% 13,64%
1 Fundação
R$ R$ 120.000,00 R$ 120.000,00
% 25% 45% 30% 28,41%
2 Estrutura
R$ R$ 62.500,00 R$ 112.500,00 R$ 75.000,00 R$ 250.000,00
% 20% 50% 30% 11,36%
3 Alvenaria
R$ R$ 20.000,00 R$ 50.000,00 R$ 30.000,00 R$ 100.000,00
% 10% 20% 40% 30% 14,77%
4 Instalações
R$ R$ 13.000,00 R$ 26.000,00 R$ 52.000,00 R$ 39.000,00 R$ 130.000,00
% 50% 50% 31,82%
5 Acabamentos
R$ R$ 140.000,00 R$ 140.000,00 R$ 280.000,00
Total R$ R$ 182.500,00 R$ 145.500,00 R$ 151.000,00 R$ 222.000,00 R$ 179.000,00 R$ 880.000,00
Total % 20,74% 16,53% 17,16% 25,23% 20,34%
Total Acumulado R$ R$ 182.500,00 R$ 328.000,00 R$ 479.000,00 R$ 701.000,00 R$ 880.000,00
Total Acumulado % 20,74% 37,27% 54,43% 79,66% 100,00%

Analisando-se o cronograma físico-financeiro apresentado, pode-se constatar


que:

 A atividade que mais representa custo é de acabamentos, representando


31,82% em relação ao total da obra;
 A obra em questão está programada para ser executada em cinco meses,
sendo que no mês três ultrapassa os 50% do seu valor total.
 O mês quatro o entanto, representa o maior volume de desembolso,
correspondendo a R$220.000,00.

O cronograma físico financeiro pode ser empregado para programação de


pedido de compra de material e desembolsos. Por exemplo: Numa edificação
residencial multifamiliar para a execução da alvenaria foi quantificado um total
de 25.000m². O consumo de cimento para efetivação dessa atividade é de 1,8
kg/m² de alvenaria. Pede-se especificar quantos sacos de cimento serão
utilizados em cada mês, admitindo-se que a tarefa está programada (Tabela 20),
tendo em vista o que consta no relatório físico de atividades, para ser concluída
em 5 meses.

Como são 25.000m² de alvenaria, tem-se: 25.000 x 1,8/50=900 sacos.


Tabela 29. Relatório físico-financeiro de atividades.

CRONOGRAMA FISICO DAS ATIVIDADES


Mês
Item Descrição das atividades Quant.
1 2 3 4 5
1 Alvenaria 25000m² 20% 20% 25% 25% 10%
Quantidade de sacos de cimento de 50 kg
Total previsto 180 180 225 225 90
Total acumulado 180 360 585 810 900
Custo Total (R$) Custo por mês (R$)
R$ 18.000,00 R$ 3.600,00 R$ 3.600,00 R$ 4.500,00 R$ 4.500,00 R$ 1.800,00

Serão necessárias três cargas fechadas, cada uma com 300 sacos de
cimento de 50kg. O custo de cada saco corresponde a R$ 20,00, posto na obra.
A previsão de desembolso por carga será o apontado na Tabela 21.

Tabela 30. Relatório de entrega e de desembolso.

Mês
1 2 3 4 5
Descrição 1ª Carga 2ªCarga 3ªCarga
Consumo 180 180 225 225 90
Saldo 120 240 315 90
Previsão de desembolso por carga posto na obra
R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00

O cronograma físico de equipamentos também é necessário para


comprimento de um planejamento de obra. A tabela 22 traz um exemplo de
cronograma físico-financeiro de atividades considerando o emprego de
equipamentos, essenciais quando se trata de equipamentos em que sejam
considerados os custos de sua locação mensal ou horária.

Tabela 31. Relatório físico de atividades (equipamentos).

Data Mês
Item Descrição dos equipamentos Duração (dias)
Início Fim abril Maio Junho Julho
1 Betoneira com motor elétrico 15/abr 28/jul 104
2 Serra Circular 01/abr 15/jul 105
3 Desbobinadora elétrica para cortar ferro 22/abr 30/jun 69

2.4. Redes de planejamento: princípios para elaboração de uma rede PERT-


COM

Os Métodos PERT (Programa Evaluation an Review Technique) e o CPM


(Critical Path Method) conhecido como método do caminha critico, são muito
empregados no planejamento, revisão e avaliação de projetos. A diferença entre
ambos esta no fato de que o COM utiliza somente um estimativa de tempo
(tempo mais provável) enquanto o PERT utiliza três estimativas de tempo
(otimista, mais provável e pessimista).

A Figura traz um exemplo da rede CPM, a qual pode, em última análise,


ser aplicada manualmente, observando-se, porém, sua compatibilidade com o
número de atividades, que quando excessivas, inviabilizam a coordenação.

A
0 H
C 3 E

F
2 5 6

1 D 4
G
B I

Figura 8. Representação da rede.

 A representação da rede é feita através de círculos e setas, onde


os círculos indicam os eventos, enquanto as setas, as atividades.
 Um evento liga uma sequência de atividades.
 As atividades C e D, são denominadas de dependentes, uma vez
que o evento 2 somente será atingido uma vez escutadas as
atividades A e B.
 Uma atividade F que não consome tempo e nem recursos é
chamada de Fictícia ou Fantasma.
 As atividades paralelas H-I têm o mesmo evento inicial e mesmo
evento final.
 O traço mais espesso exemplifica o caminho mais critico.

Tomamos como exemplo uma rede simples constituída por cinco


atividades conforme descrito na tabela 23.

Tabela 32. Atividades programadas.

ATIVIDADE DURAÇÃO EVENTOS


INICIAL FINAL
A – Tecer alvenaria da fachada 5 0 1
B – Fazer abertura de vão 4 1 3
C – Preparar caixilharia 4 0 2
D – Colocar caixilhos 6 2 3
E – Assentar portas e janelas 5 3 4

Existem dois percursos na rede. As cadeias estão em paralelo, pois as


atividades A e B são totalmente independentes de C e D (Figura 8).

A 1 B
5 4
E
0 3 4
C
D 5
4 2 6

Figura 9. Percursos das atividades da rede.

No evento 3,onde convergem as duas cadeias e terminam as atividades


B e D, todas as atividades devem estar concluídas. Dessa forma, para a cadeia
A-B, a duração será de 9 dias, enquanto a cadeia C-D 10 dias, existindo uma
folga de um dia entre ambas as cadeias.

A atividade E (assentar portas e janelas), só poderá ser realizada quando


todas as atividades convergentes no evento 3 estiverem terminadas e, assim
sendo, para uma conclusão da rede no evento 4, a duração total do projeto será
de 15 dias (percurso mais longo). Esse percurso, bem como as atividades, serão
críticas sendo que qualquer atraso na execução de uma delas afetará, o prazo
de conclusão da obra.

a) Cálculo do tempo cedo

É o tempo necessário para que o evento possa ser atingido desde que
não ocorram atrasos nas atividades antecessoras.

A determinação do tempo cedo é realizada iniciando-se da esquerda para


a direita, devendo-se adotar o maior valor para os vários caminhos.

Tc1 = 0 + 5 = 5
Tc2 = 0 + 4 = 4
Tc3 = 5 + 4 = 9 ou Tc3 = 4 + 6
= 10
Tc4 = 10 + 5 = 15
Cálculo do tempo tarde

É a data limite para a realização de um evento sem atrasar a conclusão


do planejado para a finalização de um projeto.

A determinação do tempo tarde é realizada da direita para a esquerda.


Deve-se adotar o menor valor para os vários caminhos.

Tt3 = 15 - 5 = 10
Tt2 = 10 - 6 = 4
Tt1 = 10 - 4 = 6
Tt0 = 6 - 5 = 1 ou Tt0 = 4 - 4 = 0

Cálculo das folgas

A folga entre eventos é a diferença entre o tempo mais tarde e mais cedo
:

Folga entre 0 e 1 = 6 - 5 = 1
Folga entre 0 e 2 = 4 - 4 = 0
Folga entre 2 e 3 = 10 – 10 = 0
Folga entre 1 e 3 = 10 – 9 = 1
Folga entre 3 e 4 = 15 – 15= 0

Caminho Critico

É o caminho de maior duração ou mais longo entre a atividade inicial e


final da rede. Todos os eventos deste caminho têm folga nula.

O diagrama de flechas da Figura mostra as inter-relações entres as


diversas operações. Com o tempo de duração foram identificadas as tarefas
críticas e com elas o caminho que as ligava (Caminho Critico).
1
A B
6 5
0 5 4
3 E 4
0 0
C 10 10 5 15 15
2 D
4 6
4 4

Figura 10. Caminho critico.

Na programação PERT, na fase de planejamento estabelece-se para


cada atividade as estimativas de duração: otimista, mais provável e pessimista.
Em seguida determina-se os tempos esperados das respectivas atividades e
para os demais cálculos adota-se os mesmos procedimentos quando da técnica
CPM.

b) Tempo esperado

É o tempo mais provável para a duração de uma determinada atividade.


O tempo esperado total é a soma dos tempos esperados das atividades do
caminho crítico.

O tempo esperado corresponde a uma probabilidade de 50% de


ultrapassar ou igualar à duração total da atividade:

𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 + 4 𝑥 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 á + 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜


𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 =
6

c) Variância

Estima a incerteza de ocorrência do tempo esperado considerando os


tempos extremos, otimista e pessimista. A variância total é a soma das variâncias
das atividades que compõem o caminho critico.
Quanto maior a variância, maior a incerteza quanto ao valor real da
duração da atividade.

𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
𝑉𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎 = ( )²
6

Como exemplo, considerando as atividades e suas respectivas durações


otimista, mais provável e pessimista, calcular o tempo esperado e a variância.

Tabela 33. Atividades e suas durações.

Atividade A Atividade B Atividade C Atividade D


Tempo otimista = Tempo otimista = Tempo otimista = Tempo otimista =
2 dias 5 dias 2 dias 1 dia
Tempo mais Tempo mais Tempo mais Tempo mais
provável = 7 dias provável = 6 dias provável = 7 dias provável = 3 dias
Tempo Tempo Tempo Tempo
pessimista = 8 pessimista = 8 pessimista = 9 pessimista = 5
dias dias dias dias

O tempo esperado e a variância para cada atividade estão distribuídos na


tabela 25.

Tabela 34. Estimativa do tempo esperado e a variância.

Estimativa de duração
Atividade Tempo Tempo (mais Tempo Tempo Variância
(otimista) provável) (esperado) (esperado)
A 2 7 8 6,33 1,00
B 5 6 8 6,17 0,25
C 2 7 9 6,50 1,36
D 1 3 5 3,00 0,44
REFERÊNCIAS

ABNT NBR 12.721. Avaliação de custos unitários de construção para incorporação


imobiliária e outras disposições para condomínios edifícios, Rio de Janeiro,2016.

COÊLHO, R. S. de A. Planejamento e controle de custos nas edificações, São Luís:


UEMA Ed., 2006.

PINI, Índices e Custos, 2018. Disponível em:


http://tcpoweb.pini.com.br/MenuIndiceCusto.aspx. Acesso em 13/03/2018.

TCPO 14: Tabelas de composições de preços para orçamentos. 14. ed. São Paulo: Pini,
2011.

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