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Relatório - Adsorção

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ADSORÇÃO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Exemplo de isoterma de adsorção.............................................................................6


Figura 2 – Espectrofotômetro.....................................................................................................9
Figura 3 – Incubadora Shaker...................................................................................................10
Figura 4 – Centrifuga laboratorial.............................................................................................10
Figura 5 – Curva de calibração do corante azul de metileno....................................................12
Figura 6 – Isoterma de Adsorção..............................................................................................14
Figura 7 – Comportamento de algumas isotermas de adsorção................................................15
Figura 8 – Ajuste modelo de Langmuir....................................................................................16
Figura 9 – Ajuste modelo de Freundlich...................................................................................17
Figura 10 – Remoção do azul de metileno em função da massa de adsorvente utilizada........19
Figura 11 – Taxa de remoção do azul de metileno em função da massa de adsorvente...........19
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados para elaboração da curva de calibração do azul de metileno.......................11


Tabela 2 – Valor de absorbância de concentração das amostras..............................................13
Tabela 3 – Dados das amostras.................................................................................................14
Tabela 4 – Dados para isoterma de Langmuir..........................................................................16
Tabela 5 – Dados para isoterma de Freundlich.........................................................................17
Tabela 6 – Coeficientes de Langmuir obtidos na literatura......................................................20
SUMÁRIO

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................5
2 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................8
2.1 MATERIAIS.....................................................................................................................8
2.2 MÉTODOS.......................................................................................................................8
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................................11
3.1 MODELOS.....................................................................................................................16
3.2 COMPARAÇÃO COM A LITERATURA....................................................................18
4 CONCLUSÃO......................................................................................................................21
REFERÊNCIAS......................................................................................................................22
4

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo Gomide (1988, p. 311):

A adsorção é uma operação de transferência de massa do tipo sólido-fluido na qual


se explora a habilidade de certos sólidos em concentrar na sua superfície
determinadas substâncias existentes em soluções líquidas ou gasosas, o que permite
separá-las dos demais componentes dessas soluções.

Conforme as interações envolvidas entre o adsorvente e o adsorbato, a adsorção pode


ser classificada de acordo com sua intensidade em dois tipos: adsorção física e adsorção
química. Na fisissorção, as interações entre a superfície do adsorvente e o adsorvato são
fracas, sendo conferidas pelas forças de Van der Waalls. Já na quimissorção, as interações
compreendem a troca ou compartilhamento de elétrons entre a superfície do adsorvente e as
moléculas do adsorvente. Ou seja, a adsorção apresenta características de reação química,
consistindo assim em uma interação mais forte (GOMIDE, 1988; NASCIMENTO et al.,
2014).
Diversos fatores influenciam no processo de adsorção, sendo os principais: as
características do adsorvente, como área superficial, tamanho do poro, densidade, grupos
funcionais e hidrofobicidade; a natureza do adsorvato, como polaridade, tamanho da
molécula, solubilidade, acidez ou basicidade; e condições operacionais, como temperatura,
pH e natureza do solvente (GOMIDE, 1988; NASCIMENTO et al., 2014).
Uma isoterma de adsorção relaciona a concentração de adsorvato no equilíbrio (Ce)
com a capacidade de adsorção do adsorvente (q e) como mostrado na Figura 1. Ao analisar
uma isoterma, é possível avaliar se o processo é favorável ou não.
5

Figura 1 – Exemplo de isoterma de adsorção

Fonte: NASCIMENTO et al., 2014.

Várias equações de isotermas foram propostas para ajustar alguns parâmetros


experimentais com base nos valores de q e e Ce. Sendo a mais aplicada a equação de Langmuir
(Equação 1).

qmáx K L C e (1)
q e=
1+ K L C e

Em que:
qe: quantidade do soluto adsorvido por grama de adsorvente no equilíbrio (mg.g-1);
qmáx: capacidade máxima de adsorção (g.g-1);
KL: constante de interação adsorvato/adsorvente (L.mg-1);
Ce: concentração do adsorvato no equilíbrio (mg.L-1).

Linearizando a Equação 1 e rearranjando os termos obtém-se a Equação 2, a partir da


qual é possível determinar os valores de KL e qmáx.

Ce 1 1 (2)
= C e+
q e qmáx K L qmáx

Um indicativo usado no modelo de Langmuir para explicitar o favorecimento ou


desfavorecimento do processo é o fator de separação (RL), calculado pela Equação 3.
6

1 (3)
R L=
1+ K L q máx

Em um processo que o adsorvato prefere a fase sólida à líquida, a adsorção é


denominada favorável (0 < RL < 1). Para RL >1, há indício que o soluto prefere a fase líquida
à sólida. Já RL = 1 representa uma isoterma linear (NASCIMENTO et al., 2014).
Outro modelo proposto foi o de Freundlich (Equação 4).

q e =K F C 1e /n (4)

Em que:
qe: quantidade do soluto adsorvido (mg.g-1);
1/n: constante relacionada à heterogeneidade da superfície;
KF: constante de capacidade de adsorção de Freundlich (mg1-(1/n).g-1.L1/n);
Ce: concentração do equilíbrio em solução (mg.L-1).

Linearizando a Equação 4 obtém-se a Equação 5, a partir da qual é possível


determinar os valores de KF e n.

1 (5)
log q e =log K F + log C e
n

Enquanto, o modelo proposto por Langmuir considera que existe um número


definido de sítios, os sítios têm energia equivalente, as moléculas adsorvidas não interagem
umas com as outras, a adsorção ocorre em uma monocamada e cada sítio pode comportar
apenas uma molécula adsorvida, o modelo proposto Freundlich considera sistemas não ideias,
em superfícies heterogêneas e adsorção em multicamada (NASCIMENTO et al., 2014).
7

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 MATERIAIS

Para este experimento, foram utilizados os seguintes materiais:

 Balões volumétricos;
 Béqueres;
 Pipetas de vidro (5 e 10 mL);
 Banho termostático de bandeja/suporte para agitação;
 Erlenmeyers de 125 mL com tampa;
 Provetas de 10 mL e de 100 mL;
 Cronômetro;
 Espectrofotômetro;
 Centrífuga clínica e tubos para centrífuga;
 Carvão ativo (granulometria entre 14 e 20 Mesh ou Tyler);
 Solução de corante azul de metileno (30 ppm). A curva colorimétrica padrão será feita
com o auxílio de um Espectrofotômetro a 625 nm, a fim de relacionar absorbância
(ABS) versus concentração (C (mg.L-1) = 30; 25; 20; 15; 10; 5; 1; 0,5 e branco para a
cinética). Ressalta-se que as diluições e o branco foram feitos com água destilada.

2.2 MÉTODOS

A solução inicial de azul de metileno possuía concentração de 30 mg/L. Diluiu-se


então a solução em 7 (sete) concentrações distintas, 24,996; 20,04; 15; 9,96; 5,09; 0,996 e
0,509 miligrama por litro (mg.L-1), procedimento efetuado com o auxílio de balões
volumétricos, pipetas (5 e 10 mL) e provetas (10 e 100 mL). Na sequência, transferiu-se um
volume médio de 3 mL de cada uma das amostras para as cubetas do espectrofotômetro. Em
8

seguida, realizou-se a análise com o espectrofotômetro, medindo-se e anotando-se o valor de


absorbância de cada amostra analisada.
Paralelamente, pesou-se, com precisão de 3 (três) casas decimais, 6 (seis) amostras
de carvão ativado com aproximadamente, 0,25; 0,5; 1,0; 1,5; 2,5 e 4,0 gramas (g), sendo o
procedimento realizado em duplicata para cada amostra pesada. As massas foram pesadas em
12 (doze) erlenmeyers de 125 mL com tampa, limpos, secos e devidamente identificados,
levando-se em consideração os erlenmeyers da duplicata. Em seguida, adicionou-se 100 mL
de solução aquosa de azul de metileno a 30 mg.L -1 em cada um dos 12 (doze) erlenmeyers,
procedimento realizado com o auxílio de uma proveta volumétrica de 100 mL e de uma pipeta
volumétrica de 3 mL.
Na sequência, colocou-se os erlenmeyers sobre os suportes da bandeja em banho
termostático, regulando-se a temperatura em 25°C e a agitação em 150 rotações por minuto
(rpm), procedimento que durou uma hora e meia (1h30min).
Após o período estabelecido, retirou-se uma alíquota média de 15 mL de cada
erlenmeyer, transferindo-a para tubos de centrifugação, os quais foram levados para a
centrifuga, e deixados centrifugando a 4000 rpm por 15 minutos.
Em seguida, os tubos de centrifugação foram retirados da centrifuga e um volume
médio de 3 mL foi transferido para as cubetas do espectrofotômetro para que se procedessem
as análises no espectrofotômetro medindo-se e anotando-se o valor de absorbância de cada
amostra analisada. Por fim, todos os materiais foram devidamente higienizados e dispostos
em seus lugares de origem.
9

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados necessários para construção da curva de calibração do azul de metileno


estão expostos na Tabela 1. Foram escolhidas oito concentrações, obtidas por diluição, na
tentativa de aumentar a precisão da curva de calibração.

Tabela 1 – Dados para elaboração da curva de calibração do azul de metileno


V (mL) C (mg.L-1) A
0,42 0,504 0,025
0,83 0,996 0,021
4,20 5,040 0,073
8,30 9,960 0,132
12,50 15,000 0,205
16,70 20,040 0,284
20,83 24,996 0,349
25,00 30,000 0,416
Fonte: Autoria própria (2019).

Devido ao desvio do primeiro ponto de concentração 0,504 mg.L-1 em relação aos


demais pontos, este foi descartado para obtenção da curva de calibração, Figura 5.

Figura 2 – Curva de calibração do corante azul de metileno

35

30
f(x) = 72.41 x − 0.16
25 R² = 1

20
C (mg/L)

15

10

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45
A

Fonte: Autoria Própria (2019).

Para realização do experimento, foram utilizadas seis diferentes massas de


adsorvente em duplicata, para que fosse possível construir a isoterma de adsorção. Após uma
10

hora e meia de agitação a temperatura ambiente de 25 oC e centrifugação para separação da


solução do adsorvente, foram obtidos os valores de absorbância, apresentados na Tabela 2.
Para diminuir os erros experimentais, foram calculadas absorbâncias médias para os cálculos
posteriores.
Utilizando a equação da reta da curva de calibração (Equação 6), foram calculadas as
concentrações no equilíbrio, expostas na Tabela 2.

y=72,41 x−0,1622 (6)

Os valores de absorbância de 0,595 e 0,308 das massas de 0,25 e 0,5 gramas,


respectivamente, se mostraram inconsistentes com os demais e, por isso, foram descartados.

Tabela 2 – Valor de absorbância de concentração das amostras


Mads (g) A Amédia Ce (mg.L-1)
0,595
0,25 0,256 18,37476
0,256
0,308
0,50 0,213 15,26113
0,213
0,14
1,00 0,1485 10,59069
0,157
0,115
1,50 0,1215 8,635615
0,128
0,06
2,50 0,054 3,74794
0,048
0,024
4,00 0,0235 1,539435
0,023
Fonte: Autoria Própria (2019).

Sabe-se que o volume das amostras foi de 100 mL (0,1 L) e a concentração inicial de
30 mg.L-1. A partir dos dados, foi possível o cálculo do Qe, quantidade de adsorvato por grama
de adsorvente, a partir da Equação 7. O percentual de remoção também pode ser encontrado,
visto que as concentrações iniciais e no equilíbrio são conhecidas (Equação 8). Os resultados
estão representados na Tabela 3.

( Ci −Ce ) (7)
Qe = ∗V
M ads

( C i−C e ) (8)
%Remoção= ∗100
Ci
11

Sendo Ci a concentração inicial das amostras, Ce a concentração no equilíbrio, Mads, a


massa de adsorvente e V, o volume.

Tabela 3 – Dados das amostras


Mads (g) Ce (mg/L) Qe (g/g) %Remoção
0,25 18,37466 0,00465 38,7508
0,50 15,26113 0,002948 49,129567
1,00 10,59069 0,001941 64,697717
1,50 8,635615 0,001424 71,214617
2,50 3,74794 0,001050 87,506867
4,00 1,539435 0,000712 94,86855
Fonte: Autoria Própria (2019).

Usando os dados da Tabela 3, construiu-se a isoterma de adsorção do corante azul de


metileno por carvão vegetal, mostrada na Figura 6.

Figura 3 – Isoterma de Adsorção


0.01
0
0
0
0
Qe (g/g)

0
0
0
0
0
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Ce (mL/g)

Fonte: Autoria Própria (2019).

As isotermas de adsorção representam a distribuição da adsorção utilizando a


quantidade de adsorvato por massa de adsorvente em função da concentração do adsorvato na
fase líquida no equilíbrio, a temperatura constante. As isotermas têm por objetivo oferecer
informações a respeito do processo e podem ser classificadas a partir de seus comportamentos
habituais: linear, favorável, extremamente favorável, não favorável e irreversível, conforme
apresentado na Figura 7 (MOREIRA, 2008).
12

Figura 4 – Comportamento de algumas isotermas de adsorção

Fonte: SCHONS (2019).

Comparando-se a curva da Figura 6 com os tipos de isoterma expressos na Figura 7,


podemos concluir que a isoterma obtida no experimento se aproxima da curva não favorável,
ou seja, a quantidade de corante adsorvida por unidade de carvão ativado é baixa mesmo para
uma alta concentração de adsorvato na fase líquida no equilíbrio (MOREIRA, 2008).
Também é possível analisar o processo de adsorção através da porcentagem de
remoção do corante da fase líquida. Para que um processo industrial seja viável, a eficiência
do processo deve estar em equilíbrio com o custo, logo, o ideal é que se utilize a menor
quantidade possível de adsorvente. Dessa forma, analisando os dados da Tabela 3, a melhor
porcentagem de remoção é para 4 g de adsorvente com aproximadamente 95% de remoção de
adsorvato. Porém, considerando 2,5 g obtivemos uma remoção de 87,51% e com 1 g já foi
possível remover 64,70% de corante, mais da metade. Assim, é necessário que seja analisado
o objetivo da adsorção. A intenção de se estabelecer parâmetros como a concentração mínima
exigida de compostos poluentes em efluentes, custo do adsorvente utilizado, custo do
processo de dessorção com o objetivo de reaproveitar o adsorvente, tempo de processo de
adsorção e condições de operação, como temperatura e pressão na adsorção, são essenciais,
afim de se evitar gastos desnecessário e otimizar ao máximo o processo.

3.1 MODELOS
13

Foram ajustados dois modelos aos dados experimentais a fim de se conhecer algumas
propriedades referentes ao processo, o modelo de Langmuir e Freundlich.
A partir da equação linearizada de Langmuir, Equação 2, foram obtidos os dados
necessários para o ajuste do modelo, expostos na Tabela 4 e como resultado a isoterma de
Langmuir mostrada na Figura 8.

Tabela 4 – Dados para isoterma de Langmuir


Mads (g) Ce/Qe Ce
0,25 3951,48 18,37476
0,50 5177,171 15,26113
1,00 5456,496 10,59069
1,50 6063,092 8,635615
2,50 3569,187 3,74794
4,00 2163,604 1,539435
Fonte: Autoria Própria (2019).

Figura 5 – Ajuste modelo de Langmuir


7000

6000

5000 f(x) = − 187.95 x + 5524.56


R² = 0.24
4000
Ce/Qe

3000

2000

1000

0
0 2 4 6 8 10 12 14
Ce
Fonte: Autoria Própria (2019).

Com os dados ajustados ao modelo, encontrou-se a equação da reta (Equação 9).


14

y=108,49 x +3345,4 (9)

Dessa forma, com os valores dos coeficientes linear e angular estabelecidos,


calculou-se as constantes KL e qmáx, iguais a 0,03243 L.mg-1 e 0,009217 g.g-1, respectivamente.
O cálculo do fator de separação (R L) foi realizado utilizando a Equação 3, com
resultado igual a 0,999, demonstrando uma isoterma favorável, uma vez que 0 < R L < 1.
Analisando o gráfico da aplicação do modelo e R 2 igual a 0,2383, concluiu-se que o
experimento e os dados experimentais não foram bem ajustados ao modelo de Langmuir.
Os dados expostos na Tabela 5 foram calculados a fim de se ajustar o modelo de
Freundlich (Figura 9) através da sua equação linearizada, Equação 5.

Tabela 5 – Dados para isoterma de Freundlich


Mads (g) log Qe log Ce
0,25 -2,33254 1,264222
0,50 -2,53051 1,183587
1,00 -2,71199 1,024924
1,50 -2,84640 0,936283
2,50 -2,97878 0,573793
4,00 -3,14782 0,187361
Fonte: Autoria Própria (2019).

Figura 6 – Ajuste modelo de Freundlich


0
0 2 4 6 8 10 12 14

-0.5

-1

-1.5
log Qe

-2

-2.5 f(x) = − 0.08 x − 2.28


R² = 0.99
-3

-3.5
log Ce
Fonte: Autoria Própria (2019).
15

Com base na equação da reta, obteve-se as constantes de Freundlich K F e n,


respectivamente iguais a 0,4489 e 1,4611. Uma vez que 1 < n < 10, considerou-se a isoterma
favorável.
Os modelos foram desenvolvidos a partir de considerações, Langmuir supões que a
adsorção ocorre em monocamada, que cada espécie interage unicamente com um sitio ativo
na superfície, não havendo interação entre as espécies, de modo a superfície ser
completamente uniforme do ponto de vista energético (MOREIRA, 2008; AQUINO, 2015).
Enquanto Freundlich, estabelece uma relação entre a quantidade de material adsorvido com a
concentração do material em solução considerando que não há equivalência energética dos
sítios ativos, permitindo uma distribuição exponencial de calor de adsorção a partir da
monocamada, ou seja, considera a superfície heterogênea e adsorção multicamada
(MOREIRA, 2008; AQUINO, 2015). Comparando os modelos, temos um modelo mais ideal
de Langmuir e o aplicado para sistemas não ideias, de Freundlich. Dessa forma, é possível
avaliar que os dados experimentais se ajustaram melhor ao modelo de Freundlich (R 2 igual a
0,8827), devido as considerações serem mais próximas das condições reais que ocorreram no
experimento.
Houve uma inconsistência entre os resultados do comportamento da isoterma de
adsorção do corante com as isotermas de aplicação dos modelos de Langmuir e Freundlich.
Essa divergência pode ser atribuída ao tempo curto no processo de centrifugação, a qualidade
das cubetas usadas para as leituras no espectro, a contaminação proveniente da utilização de
apenas uma cubeta no espectrofotômetro, erros pessoais nas leituras de menisco e a falta de
precisão e exatidão da balança. Sugere-se também que, além de erros inerentes do
experimento, outra justificativa ao ajuste insatisfatório dos modelos empíricos, seja a
incompatibilidade desses modelos com o adsorvente ou adsorvato utilizado e o tempo em que
as amostras permaneceram no shaker, que porventura pode não ter sido suficiente para que o
sistema entrasse em equilíbrio.

3.2 COMPARAÇÃO COM A LITERATURA

Plotando um gráfico da porcentagem de remoção em função da massa de adsorvente


utilizada listada na Tabela 3, obtém-se a Figura 10. A Figura 11 apresenta o gráfico da massa
de casca de pinhão (PW) e casca de pinhão carbonizada (C-PW) em função da remoção do
16

corante azul de metileno de uma solução com concentração de 500 mg.L -1 em soluções de 20
mL obtida por Cardoso (2010).

Figura 7 – Remoção do azul de metileno em função da massa de adsorvente utilizada

Remoção
100
90
80
70
Remoção (%)

60
50
40
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14
mads(g)

Fonte: Autoria própria (2019).

Figura 8 – Taxa de remoção do azul de metileno em função da massa de adsorvente

Fonte: CARDOSO (2010).


17

Por meio das Figuras 10 e 11, pode-se observar que para o adsorvente utilizado neste
estudo foi necessária uma massa muito maior para se obter uma remoção próxima de 100%
em comparação com o carvão de casca de pinhão. Entretanto, ao utilizar a casca de pinhão in
natura, a porcentagem de remoção não ultrapassa de 90%.
Comparando os resultados obtidos no ajuste ao modelo de Langmuir com dados da
literatura envolvendo a remoção de azul de metileno utilizando adsorventes alternativos que
são mostrados na Tabela 6, percebe-se que o adsorvente utilizado neste presente estudo
apresenta os piores resultados, onde a capacidade máxima de adsorção é muito baixa em
comparação aos outros, mas observando-se o R2 é o que menos se aproxima do modelo de
Langmuir.

Tabela 6 – Coeficientes de Langmuir obtidos na literatura


Adsorvente KL (L.mg-1) qmáx (mg.g-1) R2 Fonte
Bagaço de cana 0,969
0,0852 67,9794 Jorge, Tavares, Santos (2015)
de açúcar 0
0,995
Casca de abacaxi 0,0326 17,1179 Antunes, et al. (2016)
8
0,989
Casca de batata 0,045 48,7 Alfredo (2013)
3
Hameed, Mahmoud, Ahmad
Resíduos de coco 0,029 70,92 0,999
(2008)
0,238
Presente estudo 32,43 9,21 Autoria própria (2019)
3
Fonte: Autoria própria (2019).
18

4 CONCLUSÃO

 A isoterma de adsorção do azul de metileno em carvão vegetal é do tipo desfavorável


ou não favorável, indício de que a quantidade de corante adsorvida pelo carvão ativado é
baixa, mesmo na presença de elevadas massas de adsorvente.
 O modelo de Freundlich, por ser construído com base em considerações mais
próximas da realidade, representou melhor (R2 igual a 0,8827) a adsorção do azul de metileno
em carvão vegetal.
 Comparativamente, o carvão vegetal utilizado na presente análise apresentou baixa
capacidade de adsorção.
 A escolha do material adsorvente não deve ser única e exclusivamente baseada na
análise de adsorção, sendo necessário considerar também fatores econômicos, tempo de
operação e o que se busca alcançar em termos de remoção de corante com a utilização do
adsorvente.
19

REFERÊNCIAS

ALFREDO, Ana Priscila Cristiane. Adsorção de azul de metileno em casca de batata


utilizando sistema em batelada e coluna de leito fixo. 2013. Trabalho de Conclusão de
Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

ANTUNES, E. C. E. da S. et al. Remoção de corante têxtil utilizando a casca do abacaxi


como adsorvente natural. HOLOS, v. 3, p. 81-97, 2018.

AQUINO, F. de M.. Estudo da Adsorção de Fenol Utilizando Biomassa Residual para


Aplicação no Tratamento de Água Produzida na Indústria do Petróleo. 2015. 39 f. TCC
(Graduação) - Curso de Engenharia do Petróleo, Centro de Tecnologia, Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, Natal, 2015. Disponível em:
<http://arquivos.info.ufrn.br/arquivos/201502224824482815022bb27b29d9d05/TCC_-
_2015.1_-_Flavia_de_Medeiros_Aquino.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2019.

CARDOSO, N. F.. Remoção do corante azul de metileno de efluentes aquosos utilizando


casca de pinhão in natura e carbonizada com adsorvente. 2010.42 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Química, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, 2010.

COSTA, P. D. de; FURMANSKI, L. M.; DOMINGUINI, Lucas. Produção, caracterização e


aplicação de carvão ativado de casca de nozes para adsorção de azul de metileno. Revista
Virtual de Química, v. 7, n. 4, p. 1272-1285, 2015.

GOMIDE, R. Operações Unitárias. 1988. 4 v.

HAMEED, B. H.; MAHMOUD, D. K.; AHMAD, A. L. Equilibrium modeling and kinetic


studies on the adsorption of basic dye by a low-cost adsorbent: Coconut (Cocos nucifera)
bunch waste. Journal of Hazardous Materials, v. 158, n. 1, p. 65-72, 2008.

MOREIRA, S. de A.. Adsorção de Íons Metálicos de Efluente Aquoso Usando Bagaço do


Pedúnculo de Caju: Estudo de batelada e leito fixo. 2008. 133 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Engenharia Civil, Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental,
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2008. Disponível em:
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