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3 - o Caminho de Israel

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O CAMINHO DE ISRAEL

O chão onde nasceu a Bíblia


A Bíblia nasceu no meio de um povo do Oriente Médio que morava perto do Mar Mediterrâneo. No
tempo de Abraão se chamava terra de Canaã, por causa dos cananeus que já moravam naquela terra. No
tempo da formação do povo se chamou terra de Israel. Bem mais tarde toda essa região recebeu o nome de
Palestina.
A Palestina era um famoso corredor de passagem para quem vinha do Oriente para o Ocidente, e
ligava a Ásia com a África e a Europa. Foi para ali que Deus guiou o seu povo. Um povo que como tantos
outros sofreu a influência de seus vizinhos. Do lado do Oriente: Assíria, Babilônia e Pérsia. Do lado do
Ocidente: Egito, Grécia e Roma. Hoje a Palestina ocupa, no planeta Terra, uma área de aproximadamente 25
mil km2 (ver mapa 1).

Que língua usavam?


À medida que foi se organizando, esse povo criou sua própria literatura na qual relata suas reflexões,
costumes, lutas; fé e orações; erros e acertos. O Povo da Bíblia escreveu sua história em língua hebraica,
aramaica e grega. Toda a sua literatura é inspirada na fé em Deus-Javé – presença libertadora – que lhes
garante: "estarei sempre convosco" (ver Ex 3,12). Escreveram sua história para mostrar às gerações futuras o
quanto Deus está presente no meio do povo e como ele vai manifestando quem ele é. Por isso a Bíblia
mostra as relações de amor entre Deus e o seu povo (ver Dt 6,4-9).

Quem foram os pais e as mães?

1
Por volta do ano 2000 aC. acontece uma grande migração da Mesopotâmia em direção ao Egito.
Entre esses empobrecidos estão Abraão e Sara. Com Abraão e Sara se inicia a história do Povo da Bíblia.
Abraão sai da Mesopotâmia em busca de uma nova terra (ver mapa 2).

Guiado pela fé e pela esperança sai com sua família e vai até o Egito e retorna para morar na terra de
Canaã. Isto acontece por volta do ano 1850 aC. (ver Gn 12).
Em Canaã nascem os filhos e os netos. A família vai se multiplicando, vai se unindo a outros grupos
de empobrecidos. Vão formando clãs e tribos (ver Gn 25).
Abraão, Isaac e Jacó são chamados de PATRIARCAS. Sara, Rebeca, Lia e Raquel são chamadas de
MATRIARCAS. São os fundadores do Povo da Bíblia (ver Gn 29). Jacó é também chamado ISRAEL (ver
Gn 32,23-33).

400 anos de escravidão


Sempre em busca de melhores condições de vida, muita gente muda para o Egito. Entre eles estão os
descendentes dos Patriarcas e das Matriarcas como Jacó e sua família. No Egito são chamados de hebreus —
(ver Gn 42). Com o passar do tempo vão se multiplicando e povoando o Egito. Os reis do Egito, chamados
faraós, temendo que eles tomem conta do país, começam a escravizar os hebreus (ver Ex 1 e 2). Esta
escravidão no Egito dura uns 400 anos.

De volta à terrinha da gente


Nasce entre eles a consciência da escravidão e começam a se organizar. E todo povo que se organiza
para uma conquista tem um líder. Assim, surge entre eles Moisés, Aarão e Miriam, que chefiam o
movimento de libertação. Com a ajuda de Deus, estes líderes encontram uma saída e fazem o povo fugir da
opressão dos reis do Egito (ver Ex 3). Sob a liderança deles, o povo caminha 40 anos pelo deserto. Moisés
morre antes de o povo entrar na terra prometida. A liderança passa para Josué que introduz o povo na terra
de Canaã (ver Js 1 a 3). Este grupo de Moisés, ao longo da caminhada, se encontra com outros grupos, que

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também fizeram uma experiência semelhante: o grupo das montanhas, o grupo dos pastores, o grupo do
Sinai (e provavelmente outros, como o grupo de Davi, mais tarde).

Josué organiza com eles a Assembleia de Siquém e todos decidem colocar em comum a experiência
da opressão, a produção, as tradições e a fé num único Deus (ver Js 24). Mais tarde, essa experiência de
libertação será celebrada com o nome de Páscoa (saída, passagem). Depois da morte de Josué, o povo,
organizado em 12 tribos, é liderado pelos Juízes, mulheres e homens, chefes sábios e corajosos, que
defendem o povo dentro de um sistema fraterno e igualitário: o Sistema Tribal. O último dos juízes é
Samuel.

Testando a memória:
1. Como se chama a terra onde nasceu o Povo da Bíblia?
2. Esta terra teve também outros nomes. Quais? E por que é tão famosa?
3. Por que o Povo da Bíblia escreve sua história? Em que línguas a escreve?
4. Como se chamam os primeiros pais e mães do Povo da Bíblia?
Quais são os nomes de cada um deles?
5. Por que os descendentes de Jacó vão para o Egito?
6. Por que os faraós escravizam os hebreus? Quantos anos durou esta escravidão?
7. Quem chefia o movimento de libertação? E quem leva o povo de volta para a terra de Canaã?
8. Quatro grupos de oprimidos entram na formação do Povo da Bíblia. Quais são?
O que eles colocaram em comum?
9. Com que nome Deus se apresenta? Qual é o significado deste nome?
10. Como se chama a maior festa da libertação?
11. Quem eram os juízes? E como se chamava o sistema político que eles defendiam?

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O CAMINHO DOS REIS

Os primeiros reis
O povo hebreu começa a invejar o sistema dos outros povos e pede para Samuel que lhe dê um rei (ver
lSm 8,1-22). Samuel alerta o povo para os perigos da monarquia. Os primeiros reis de Israel são: Saul, Davi
e Salomão. Saul é o primeiro rei. Seu governo é muito breve, de transição (ver 1Sm 10 e 11). O segundo rei
é Davi. A Bíblia diz que ele governou segundo o coração de Deus, mas peca também (ver 2Sm 5,1-4 e 12,1-
13). O terceiro rei é Salomão, filho de Davi (ver 1Rs 1). Ele constrói o palácio e o templo. Chama à corte,
sábios para que comecem a escrever a história do povo de Israel (rever as pp. 7, 8 e 9). Salomão é um rei
sábio e orgulhoso. Contrai muitas dívidas à custa do povo. Para sustentar seu trono faz aliança com os reis
vizinhos e casa-se com muitas mulheres estrangeiras. Assim começou a introduzir em Israel a idolatria (ver
1Rs 11,1-12) e o Sistema Tributário (ver 1Rs 5,1). Com a morte de Salomão, por volta de 930 aC., o reino
de Israel é dividido em dois: ao Norte com o nome de Israel e ao Sul com o nome de Judá (ver 1Rs 12,12-
24).
O reino do Norte/Israel se desenvolveu rapidamente. E formado pelas dez tribos que se apegam mais
às tradições de Moisés. O primeiro rei do Norte é Jeroboão (ver 1Rs 11,26-40). O reino do Sul/Judá é
constituído pela tribo de Benjamin e Judá, da qual recebe o nome. O reino do Sul se apega mais às tradições
do rei Davi.
Mas as grandes potências da época não deixam o Povo da Bíblia em paz.

O reino de Israel
O reino do Norte não resiste por muito tempo. Seus reis exploram o povo. Fazem coligações com
outros reis e lhes pagam altos tributos. Constroem santuários para as divindades (Baals) e colocam bezerros
de ouro, símbolos da força, como representação de Javé-Deus. Assim, os reis de Israel levam o povo ao
pecado da idolatria e quebram a Aliança com Javé. Por volta do ano 722 aC. a Assíria, querendo expandir
seu império e castigar Israel, que não queria mais lhe pagar impostos, invade o reino do Norte e toma posse
daquela região. A classe alta é deportada para a Assíria. Israel desaparece tomando-se província da Assíria
(ver lRs 17,7-18). Alguns conseguem fugir para o Sul levando consigo os "escritos" que já possuem.
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O reino de Judá
O reino do Sul/Judá, que pretende ficar fiel a Davi, também comete muitos pecados. Apesar da ação
dos profetas os reis de Judá quebram a Aliança com Deus, introduzem a idolatria e desobedecem aos
Mandamentos (ver 2Rs 21,10-16). Mais ou menos 150 anos depois da destruição de Israel, o império da
Babilônia vence a Assíria e começa a exercer seu domínio sobre Judá. Os reis lutam para sustentar o reino
do Sul e reagem contra as invasões do império Babilônico.
Num primeiro tempo, o rei e sua família são presos e levados para a Babilônia. Num segundo tempo a
Babilônia invade Jerusalém, destrói o templo e a cidade (ver 2Rs 25,8-12). Os babilônios levam os
dirigentes e boa parte da população para a Babilônia, onde permanecem uns 50 anos (587 a 538 a C.). É o
tempo do EXÍLIO. Este é o período mais duro da história do Povo de Deus, pois perdem sua própria
identidade. Porém, é também o período mais rico de sua fé e do reconhecimento de quanto Deus os ama (ver
Sl 137; Ez 37,1-14).
Mas a Babilônia, por sua vez, é vencida pela Pérsia. Ciro, o rei dos persas, deixa o povo Judeu voltar
para a sua terra, porém o mantém sob seu domínio político.
Em 333 aC. a Palestina toda é conquistada pelo general grego, Alexandre Magno, rei dos macedônios.
Com a morte de Alexandre seus três generais dividem entre si o grande império grego.
De 177 até 163 aC. os judeus passam por outro período de grande provação e perseguição debaixo do
domínio grego e egípcio. E a época dos defensores da fé — o período dos macabeus (ver 2Mc 7,1-41) e da
expansão da cultura grega.
No ano 63 aC. Pompeu, general do exército romano, invade a Palestina e a reduz a uma província
romana.

Um caminho de resistência
Nessa longa caminhada, o Povo da Bíblia cria sua resistência popular através da sabedoria do povo.
São histórias populares, novelas como: Rute, Judite, Ester, Jonas. São ditados populares como: Provérbios,
Eclesiástico. São reflexões profundas diante do sofrimento do justo, como o livro de Jó e muitos Salmos. E a
luta pela dignidade da mulher e do próprio povo, como nos mostra o Cântico dos Cânticos. São orações,
hinos, cantos e poemas, para guardar na memória como se constrói a história do povo.
Nessa situação de frustração e sofrimento o povo sente ainda mais viva a esperança de um Messias.
Um novo Davi, que venha para governar com justiça e salvar o povo de tanta opressão (ver Is 42,1-9).
Os livros que foram escritos desde o tempo de Salomão, de 930 aC. até aproximadamente 50 aC., for-
mam o Antigo Testamento.

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Terminologia para o povo de Deus
Hebreus
O termo "hebreus”, outra designação para os Israelitas, é usado com frequência por estrangeiros (Gn 39, 14;
Ex 1,16), apesar de, ocasionalmente, o termo “hebreu" aplicar- se aos israelitas quando eles se referem a si mesmos Ex
1,15-19, Jn 1,9). Nesses casos, os termos hebreu e israelita são intercambiáveis. Por definição, o ancestral dos hebreus é
identificado como Héber, filho de Sem (Gn 10,21-32). Abraão, Nacor e Ló são incluídos entre seus descendentes (Gn
11,10-32). Abraão é o ancestral dos hebreus, Nacor, dos arameus, e Ló, dos moabitas e amonitas. Abraão é chamado de
"o hebreu" (Gn 14,13). Geralmente, o termo “hebreu" tem caráter étnico.
Judeus
No período pós-exílico, a designação "judeu" referia-se a um membro da província babilônica ou persa de
Judá (Ne 4,1; Zc 8,23). A designação "judeu" também aparece em Jeremias cujo ministério se desenvolveu no final do
século VII e começo do século VI aC. (32,12; 40, 11). Assim, o uso do termo "judeu'' era um tanto flexível nos tempos
bíblicos. Uma pessoa pode ser caracterizada como "judia’ em função da religião e/ou do grupo étnico de origem.
Israel
O nome "Israel" é usado, pela primeira vez, em referência ao patriarca Jacó depois de seu encontro com
Deus em Fanuel (Gn 32,28). No Antigo Testamento, Israel também serve de designação para o povo de Deus como um
todo. Israel, os filhos de Israel e as doze tribos de Israel referem-se ao povo de Deus durante sua permanência temporária
no Egito, no êxodo do Egito, em sua jornada pelo deserto, sua entrada em Canaã sob a liderança de Josué e durante o
tempo dos juízes e de Samuel (Gn 49,28; Dt 33,5.10.28).
Sião
Sião aparece no Antigo Testamento como uma designação para o povo de Jerusalém como uma
comunidade (Jl 2,23; Is 3,16; Jr 4,31

Terminologia para a terra


Palestina
O termo "Palestina" teve origem no nome Pelishtim ou filisteus (lSm 4,1), uma das tribos dos chamados povos
do mar que invadiram a região no começo do século Xll aC. Os filisteus dominaram os cananeus e também se apossaram
da parte mais acessível das terras; por isso, seu nome foi atribuído à região toda. No Antigo Testamento, a designação
"Filístia" é usada não para a terra toda, mas apenas para a planície costeira do sul, a Filístia propriamente dita (veja Ex
15,14; Is 14,29-31; Jl 3,4). Em seu uso moderno, a designação "Palestina" aplica-se a todo o território separado para as
Doze Tribos, localizado tanto a leste quanto a oeste do rio Jordão.
Canaã
No Antigo Testamento, "Canaã" referia-se a todo o território a oeste do Jordão habitado pelos cananeus (Gn
12,5; Nm 33,51). Em outras passagens, os cananeus parecem ser habitantes de uma região limitada ao longo da costa ou
na planície (Nm 13,29; 14,25; Js 11,3). Assim, no Antigo Testamento, a designação "Canaã" pode ser uma referência a
uma área limitada ou a toda a região a oeste do jordão
Israel
Referências tanto ao povo de Deus como à Terra Prometida usando o termo "Israel" apareceram no tempo
da monarquia antiga durante os reinados de Saul, de Davi e de Salomão. Saul foi ungido rei sobre Israel (lSm 9,16-17).
Davi também foi ungido por Samuel como rei de Israel no lugar de Saul (lSm 16,1.13). Na realidade, Davi reinou
primeiro como rei de Judá, estabelecendo sua capital em Hebrom (2Sm 2,4.11). Isbosete, filho de Saul, reinava, então,
sobre Israel (2Sm 2,8-10). Davi acabou tornando-se rei de todo o Israel, inclusive Judá, estabelecendo sua capital em
Jerusalém (2Sm 5,1-5). Salomão herdou o reino de seu pai, Davi (lRs 2,11-12; 4,1).
Depois do reinado de Salomão e da divisão do reino em 931 aC., Israel tornou-se a designação para o Reino
do Norte, consistindo essencialmente de dez tribos (1Rs 11,30-31). O Reino do Norte também é chamado de "casa de
Israel" (Os 5,1; Am 5,1; Mq 1,5). "Israel" é usado para designar o Reino do Sul depois da queda do Reino do Norte em
722 aC. (Ed 1,3; 4,3).

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Terminologia para o reino dividido
Reino do Norte
Essa designação aplicava-se às dez tribos do Norte depois da divisão do reino (931 a.C)
Outras designações para o reino do Norte eram: Israel, Efraim e Samaria (Os 4,16-17; 7,1).

Efraim
A base para o uso do termo Efraim como designação para Israel veio do resultado da guerra
siro-efraimita (734 aC.), na qual Israel perdeu seus territórios periféricos a ficou reduzido à região
originalmente ocupada pelas tribos de Efraim e Manassés. Pelo fato de Efraim, a tribo mais influente do
Norte, ter muito mais proeminência do que Manassés, o título "Efraim" passou a ser associado a toda
essa região.
Samaria
Trata-se de outro nome para Efraim, o reino do Norte, e Israel. Essa região do Norte não
recebeu tal designação até que Samaria se tornasse sua capital, no reinado de Onri, no sec. IX aC. Depois
da queda do reino do Norte ( 722 a.C) e da deportação de seus habitantes, os assírios assentaram cativos
de outras regiões nas cidades de Samaria ( 2Rs 17,24-26). Eles chamavam o território de província de
Samerena e governaram-no até o final do século VII aC. O rei Josias de Judá, (640- 609 aC.), conseguiu
destruir os, lugares altos nas cidades de Samaria (2Rs 23,19). Com a queda de Nínive, a capital da
Assíria, em 612 aC., o território de Samaria tornou-se uma província babilônica.
Após a queda do reino do sul em 586 aC., a região montanhosa do norte de Judá, incluindo
Jerusalém, tornou-se parte da província de Samaria. Com a conquista pelos persas em 539 aC., o
território tornou-se uma província ou satrápia do Império Persia. No período de Esdras (cerca de 350
aC.) e Neemias (cerca de 445-424 aC.), os governadores de Samaria tentaram evitar que os exilados
reconstruíssem o templo e suas muralhas (Es 4,4 24; Ne 2,9-20). Nos tempos de Neemias, a região
montanhosa do norte de Judá tornou-se uma província, e a fronteira com o sul da Samaria foi
estabelecida aproximadamente como era em tempos pré-babilônicos. Esta área tornou-se o centro dos
samaritanos, após a divisão entre judeus e samaritanos nos tempos de Esdras e Neemias.

Reino do Sul
O reino do Sul é outro nome dado a Judá e usado depois da divisão do reino em 931 aC. A
tribo de Simeão (e/ou Benjamim) estava incluída nessa denominação.

Judá
Judá era a designação para o reino do Sul depois da divisão do reino em 931 aC. Quando
Jeroboão I liderou as tribos do Norte a se revoltarem, a tribo de Judá, ao Sul, permaneceu leal a
Roboão e continuou fiel a dinastia davídica até sua queda em 586 aC.. Basicamente, essa área consistia
no território pertencente às tribos de Judá e Simeão. O cronista chamou os habitantes do Sul de "Judá e
Benjamim" ( 1Cr 12,16; 2Cr 11,1). Depois da queda do reino do Norte, Judá, algumas vezes, foi
designado Israel (Esd 1,3; 4,3).
Sião
O nome "Sião" apareceu pela primeira vez (2Sm 5,6-10; lCr 11,4-9) relacionado à conquista
de Jerusalém por Davi. Naquele tempo, "Sião" referia-se ,à um determinado monte fortificado. Mais
tarde, o termo ''São" estendeu-se para a área do templo (Sl 2,6; l32,13). Sião tornou-se equivalente a
Jerusalém (Is 28,16; 40,9; Jl 3,16; Mq 3,10). No Novo Testamento, Sião também tornou-se equivalente
à Jerusalém celestial (Ap 14,1).

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Testando a memória:
1. Como se chamam os primeiros reis do Povo da Bíblia?
2. Qual é o pecado de Davi?
3. Quem é Salomão e o que fez?
4. Como se chamam os dois reinos depois da divisão?
5. Quantas tribos formam o reino do Norte e quantas o reino do Sul?
6. Como se comportam os reis de Israel e de Judá?
7.Como se chamam os povos que dominam o Povo da Bíblia?
8. Que é o "Exílio na Babilônia?" Em que ano acontece e quanto tempo dura?
9. Qual é a nova esperança que nasce nesse período de grande sofrimento e frustração?
10. Quem é Ciro? O que fez?
11. A monarquia foi um sistema de governo positivo?
12. A Bíblia foi escrita de uma só vez?

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O CAMINHO DOS PROFETAS

Nome de Deus em Hebraico

A Aliança
A maior demonstração de amor entre duas pessoas ocorre quando elas decidem fazer aliança, isto é,
comprometer-se uma com a outra a ponto de cada uma buscar a felicidade da outra. O anel é símbolo de
comprometimento de ambas as partes. Por isso nós costumamos chamar de aliança o anel de casamento.
Deus faz Aliança com seu povo e promete buscar sua felicidade. E Deus espera do seu povo fidelidade total.
Ao longo da caminhada o povo percebe que o amor de Deus "é forte, como a morte!" E que as águas das
dificuldades jamais poderão apagá-lo (ver Ct 8,6-7).
Porém, o povo falhou muitas vezes. Foi infiel. E, no entanto, Deus permanece sempre o mesmo. Cheio
de misericórdia acolhe outra vez o seu povo. O livro do Êxodo nos conta como Deus celebrou essa Aliança
com seu povo depois que atravessou o deserto e chegou ao monte Sinai. Aí Deus revelou o seu grande amor
(ver Ex 19,1-8 e 20,1-21).
Esta palavra "Aliança" recebeu outras traduções, como: "pacto", "testamento" etc. É São Paulo quem
vai chamar as Sagradas Escrituras de "Antigo Testamento" (ver 2Cor 3,14).
O Código da Aliança mostra as dificuldades enfrentadas pelas tribos, no seu esforço de viverem a
justiça (Ex 19-23).

A espiritualidade da Aliança
A Bíblia diz que Deus viu a aflição do seu povo, ouviu seus clamores e desceu para libertá-lo (ver Ex
3,7). Fala também que o Povo da Bíblia atribuía a libertação à luta e à fé de Moisés, Miriam, Aarão e Josué
(ver Ex 3,10-12). A libertação é fruto do amor de Deus, da sua vontade de libertar seu povo. A libertação
continua a obra da criação.
"Eu sou Javé, teu Deus",
que te fez sair do Egito,
da casa da escravidão!" (Ex 20,2).

Os profetas gostam de recordar este amor de Deus para com seu povo como o amor de um esposo
para com sua esposa (ver Os 2,21-22), ou como mãe carinhosa (Os 11,3-4) ou como um filho querido (Jr
3,19). Assim, o Povo da Bíblia vai descobrindo, cada vez mais, quais são os laços que o ligam a Deus e
dizem: "de verdade, Deus nos ama!". Em vez de aliar-se a poderosos impérios, fazem Aliança com o próprio
Deus (Jr 32,38-41). Fazer aliança significa assumir um compromisso de fidelidade total. A espiritualidade da
"Aliança" perpassa toda a Bíblia e toda a vida.

O caminho dos profetas


Apesar de entender estas coisas o povo é, muitas vezes, infiel à Aliança. Sobretudo os reis, os chefes

10
do povo, levados por desejos ambiciosos desobedecem à Lei de Deus, introduzem a idolatria, a opressão e a
injustiça. Caem no pecado. Correm atrás de outros amores (Os 2,7. 15; 4,1-3).
Aí surgem aqueles homens e mulheres corajosos e sábios, muito ligados a Deus e ao povo,
chamados profetas. Os profetas criticam sobretudo os reis em nome da Aliança. Eles falam em nome de
Deus. Eles defendem o projeto de Deus. Por isso os profetas chamam a atenção dos reis e também do
povo quando estes enveredam pelos caminhos do mal. Eles conclamam à conversão, à mudança de vida
e de sistema. Eles advertem: se continuarem assim as coisas irão de mal a pior (ver Am 8,4-8; Jn 1,2-3;
Is 62,1).
Mas a missão principal dos profetas é manter viva a esperança no coração do povo. Por isso eles não
só ameaçam e fazem denúncias contra o abuso do poder ou contra o sistema tributário que destrói a vida do
povo. Em tempos difíceis, de grande sofrimento e exploração, são eles que falam de esperança:
"Alegrem-se...”.
Fortaleçam as mãos cansadas,
firmem os joelhos cambaleantes;
digam aos corações desanimados:
'Sejam fortes! Não tenham medo!'
Vejam o Deus de vocês:
ele vem para salvar vocês” (ver Is 35,1-5).
Eles anunciam a misericórdia e a compaixão de Deus. Fazem ver ao povo que Deus é a fonte
inesgotável do amor e da justiça. Eles consolam o povo nos momentos duros de aflição (ver Is 40,1-11;
51,12; Jl 2,12-14; Jr 14,7-9 e em muitas outras passagens).
Eles leem a história, o presente, os falos com outros olhos. Daí provocam uma releitura crítica.
A ação dos profetas é a expressão mais pura e profunda da resistência e dos anseios do povo. Por isso
O Povo da Bíblia recorda com carinho a memória viva de seus profetas, por exemplo: Hulda (2Rs 22,14-17),
Elias, Oséias, Isaias, Jeremias, Amós, Ezequiel, João Batista, Ana, JESUS e tantos outros. E, apesar de suas
infidelidades, o povo vai descobrindo a pedagogia de Deus que como esposo fiel ama e educa sua esposa
para a fidelidade.

A Bíblia e a Vida
Bíblia. Sob este nome se agrupam 46 livros do AT e 27 do NT. Os 46 livros do AT trazem a
expressão da Aliança de Deus com Israel seu povo, e os 27 livros do NT, escritos após a vinda de CRISTO,
trazem a expressão da Nova Aliança (rever o desenho da biblioteca na p. 4).
De fato, a "Bíblia é um livro feito em mutirão". Todos os escritos que mais tarde vão formar um só
livro - a Bíblia - foram antes tradições orais ou escritos que se conservaram no meio das tribos, grupos, ou
comunidades de fé judaico-cristãs. É claro que bem antes desses escritos, e ainda hoje, Deus nos fala pela
vida. A vida vem antes da Bíblia. Por isso, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento, antes de serem
escritos foram vividos e contados pelos pais e mães aos filhos, e de comunidade em comunidade. Diz Santo
Agostinho: "Deus escreveu um primeiro livro a natureza. Como o ser humano não conseguiu mais ler os
sinais de Deus através da natureza, ele nos deu um segundo livro: a Bíblia". A Bíblia nos foi dada, então
para iluminar, interpretar e dar sentido à vida.

Os mandamentos - caminho da felicidade


Depois de celebrar a Aliança com Deus, o povo acolhe os dez mandamentos, ou seja, as dez palavras.
Nessas dei palavras está bem claro o caminho da felicidade. Pode mos encontrar esse texto no livro do
Êxodo, capítulo 20 versículos de 1 a 17. Os dez mandamentos mostram ao povo que tipo de vida Deus quer
daí para frente. Deus quer vida para seu povo. Vida em abundância e não morte, e este é o projeto de Deus,
bem oposto ao projeto do faraó. Deus detesta a opressão e todo tipo de atitude que provoca morte. E Jesus,
que veio para realizar esse projeto, afirma: "Eu vim para que todos tenham vida" (ver Jo 10,10). Ele mesmo
é o projeto do amor de Deus.

11
Os dez mandamentos são a expressão clara de uma sociedade fraterna e igualitária, aquela sociedade
que aí tribos tentaram construir na época dos juízes. Os dez mandamentos são o caminho da felicidade. Por
isso o Povo da Bíblia os considera como um presente de Deus. O Salmo 119 manifesta o carinho que o
povo tem pela Lei de Deus e pede sabedoria e força para não se desviar dela. A Lei de Deus é o caminho
seguro para viver a Aliança e encontrar a verdadeira liberdade.

Uma nova comunicação


A história do Povo da Bíblia não é diferente da história dos outros povos daquele tempo. A diferença é
que os outros povos não descobriram o que Israel descobriu: que Deus caminha com a gente e com a gente
faz história. É claro que eles não teriam descoberto isso sem a ajuda de Deus. Foi ele quem tomou a
iniciativa de se comunicar e dizer quem ele é: "Eu sou aquele que é. Aquele que é envia você e está com
você" (ver Ex 3,11-15). Essa descoberta se chama REVELAÇÃO. E foi por causa dessa descoberta que o
Povo da Bíblia guardou com respeito e amor as "Palavras de Deus" (Jr 15,16).

A grande comunicação de Deus


O povo vivia nas trevas, oprimido e explorado no meio de grandes agitações políticas. O povo
desejava ardentemente um libertador. Alguém que viesse trazer esperança, justiça e paz. Então, "quando
chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho" (ver Gl 4,4). Jesus vem para comunicar o amor. Ele é
a grande comunicação de Deus. Ele vem anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus e se dirige especialmente
aos pequeninos, aos pobres, aos pecadores, àqueles que a sociedade exclui (ver MT 11,25; lCor 1,26-29).
Jesus é a chave para entender toda a Escritura. É a Nova Aliança. É o começo e o fim da história. Por causa
de seu compromisso e de sua prática morre numa cruz. Mas Deus Pai o glorifica ressuscitando-o. Assim,
com a vida, Jesus vence a morte.
João Batista, que faz a ligação entre o Antigo e o Novo Testamento, apresenta Jesus dizendo: "Aquele
que vem depois de mim é mais forte do que eu. E eu não sou digno nem de tirar-lhe as sandálias". E quando
Jesus é balizado o Pai o apresenta como "Filho muito amado" (ver MT 3,11.17). As comunidades do Novo
Testamento viram em Jesus a realização das promessas de Deus a seu povo e disseram: "ELE ESTÁ NO
MEIO DE NÓS!".

Testando a memória:
1. Quem vem antes: a Bíblia ou a vida? Qual das duas é mais importante?
2. Qual é a diferença entre o Povo da Bíblia e os outros povos?
3. Como se chama a descoberta que o Povo da Bíblia fez?
4. Qual era o grande desejo do povo?
5. Por que Jesus é a grande comunicação do Pai?
6. O que quer dizer: "Deus fez Aliança com seu povo"?
7. O povo foi infiel à Aliança? E Deus, como se comporta?
8. Quem realiza a Nova Aliança?
9. Quantos são os Mandamentos de Deus? Quais são? (ver Ex 20,1-17).
10. Por que o Povo da Bíblia considera a Lei um presente de Deus?
11. Quem são os profetas?
12. Qual é sua missão? Recorde o nome de alguns profetas.

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O CAMINHO DEJESUS

Jesus em Hebraico

Já vimos como Deus foi se revelando ao povo no Antigo Testamento. Como ele o libertou da
escravidão do Egito, o acompanhou carinhosamente durante toda a caminhada (ver Os 11,1-4), o introduziu
na terra de Canaã. Depois deu sua lei como um caminho de felicidade e fez Aliança com seu povo esperando
dele uma resposta de fidelidade. Mas essa resposta nem sempre foi dada. Então surgiram os profetas que
lembravam aos chefes e ao povo o seu compromisso de fidelidade.

Jesus é a Boa Notícia


Assim, depois de ter falado por meio dos profetas, Deus quer chegar ainda mais perto do seu povo. Ele
o faz através de Jesus, o seu Filho querido. O grande profeta de Deus! (ver Hb 1,1-4).
Jesus é o Filho de Maria de Nazaré e é também o Filho muito amado de Deus (ver MT 3,17). Como
pessoa humana, Jesus foi em tudo semelhante a nós, menos no pecado: egoísmo, fechamento em si, desprezo
pelas pessoas, ganâncias e injustiças. No momento histórico do nascimento de Jesus, o Império Romano
dominava a Palestina e a oprimia, exigindo dela altos impostos. O recenseamento era uma das
consequências de tal injustiça. Maria e José, vítimas dessa situação, tiveram de viajar para Belém de Judá
(ver mapa, a terra de Jesus, na contracapa). Em Belém eles não encontraram lugar para hospedar-se. Foram
se abrigar numa gruta. Ai, numa manjedoura, onde se põe a comida dos animais, nasceu Jesus, o Filho de
Deus.
Jesus veio para que Deus ficasse mais perto de nós!

Um novo reinado
Jesus inicia a sua missão dizendo: "O prazo já se esgotou. O Reino de Deus acabou de se aproximar.
Convertam-se e creiam no Evangelho" (ver Mc 1,15). O Reino acabou de se aproximar, mas não de chegar.
Teremos sempre de fazê-lo acontecer.
Começa um novo reinado - um Deus no meio de nós. Em Jesus, tudo é revelação daquilo que o
anima por dentro! Chama discípulos e discípulas a segui-lo; consola quem está triste; acaricia as crianças;
cura os doentes; perdoa os pecadores; ensina a rezar; acolhe os marginalizados; espalha bondade e paz;
revela o rosto de Deus e proclama um novo mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo.

Prova de amor maior não há


Chegou a nós uma nova maneira de relacionar-nos Apareceu a força de Deus para transformar todas as
coisas. Acabou de se aproximar de nós o Reino de Deus na pessoa de Jesus! E esse poder real se manifesta
basicamente no cuidado e na defesa dos pequenos e dos pobres. E essa Devolução cria muitas tensões: com
os doutores da lei; com os dirigentes do governo; com os chefes do templo.
Jesus vive e prega um Deus diferente e também uma prática diferente que eles não são capazes de
aceitar. Por isso decidem matá-lo. Jesus é condenado à morte na cruz. A morte mais escandalosa e

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humilhante que um judeu podia imaginar. Jesus aceita essa morte por amor. E por essa grande prova de
amor e de fidelidade, o Pai não o deixa na morte, mas o ressuscita e o glorifica de modo muito especial (ver
Fl. 2,6-11).
A Páscoa - memorial da Ressurreição de Jesus - é a maior festa do cristianismo. É a festa da vitória da
vida (ver lCor 15,12-20).

A somente é lançada e se espalha


Jesus lançou a somente do Reinado de Deus; dos novos relacionamentos; da confiança no Pai do Céu;
do perdão; da coragem e da fé; da partilha dos bens e do amor ao próximo; da conversão constante.
Depois do aparente fracasso, da morte na cruz, os apóstolos e as apóstolas de Jesus acreditam na Boa
Notícia, testemunham e anunciam:
"JESUS RESSUSCITOU. ELE ESTÁ VIVO No MEIO DE NÓS" - Verdadeiramente ele é o Messias,
Ungido de Deus, o Salvador, o Senhor!
Os seguidores de Jesus, fortalecidos pelo Espírito Santo, anunciam essa notícia aos quatro ventos. E
esse anúncio se chama Evangelho, Boa Notícia: Jesus. Então, Jesus é anunciado como Messias e Salvador.
Juntamente com o anúncio vão nascendo as primeiras comunidades cristãs.

O caminho das primeiras comunidades crista


A Palavra de Deus faz caminho primeiro entre os judeus, depois abrindo fronteiras chega até os
pagãos. Eles se reúnem para ouvir as Escrituras, isto é, a Lei e os profetas (ver Lc 24,27), ou seja: o Antigo
Testamento. A partir da ressurreição de Jesus tudo se ilumina! Começam a enxergar a "novidade" que é
Jesus. Vão surgindo as primeiras comunidades. Os seus seguidores comecem a fazer c que Jesus fez e
partilham entre si os seus bens e os seus dons. Pregam a Palavra, cuidam dos pobres, acolhem os peregrinos
e sobretudo praticam a lei do amor (ver At. 2,42 47). A Palavra faz caminho desde Jerusalém até os confins
da terra (ver At. 1,18). A Igreja (ecclesia) vai descobrindo na vida concreta e nos acontecimentos da história,
a ação do Espírito Santo, e se deixa conduzir por ele.
Para manter essas comunidades fiéis à proposta de Jesus, os apóstolos mandam cartas ou epístolas.
Lendo os evangelhos e as cartas compreenderemos melhor quem é Jesus e o que ele quer de nós.

Testando a memória:
1. Quem é Jesus?
2. Recorde alguma palavra ou gesto significativo de Jesus.
3. O que é o Reinado de Deus?
4. Qual é o novo ensinamento de Jesus?
5. A morte de Jesus foi um fracasso? O que ela significa para os cristãos?
6. Qual é a Boa Notícia que os apóstolos anunciam?
7. O que significa para os cristãos a ressurreição de Jesus? E qual é a maior festa do cristianismo?
8. Por que os cristãos interpretam as Escrituras com olhos novos depois da ressurreição de Jesus?
9. O que é que faz surgir a comunidade cristã?
10. Qual é a ação do Espírito Santo nas comunidades? E nos seguidores de Jesus?

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O CAMINHO DOS EVANGELHOS

Conforme já falamos, a Bíblia é um livro feito em mutirão. Tanto o Antigo como o Novo
Testamento. Além dos apóstolos, certamente outras pessoas contribuíram para a formação dos evangelhos.
Eles nascem da memória viva das comunidades (ver At. 21,8; Ef 4,11).

Marcos - O evangelho de Marcos é o primeiro ser redigido, por volta do ano 65 d.C. Marcos
apresenta o Evangelho de Jesus, Filho de Deus (ver Mc 1,1). Fo escrito em língua grega popular. É o
evangelho que narra os acontecimentos ainda muito próximos de Jesus de Nazaré da Galiléia, que passou
fazendo o bem a todos, e foi entregue à morte pelas autoridades civis e religiosas. Esse Jesus, que é o Filho
muito amado de Deus, foi crucificado. A comunidade de Marcos reflete que somente os que seguem a Jesus
pelo caminho da renúncia e da cruz vão saber quem é Jesus. Estes se tornam seus discípulos suas discípulas
e conhecerão o Filho de Deus.

Mateus - Mateus apresenta Jesus com o título de Emanuel: "Deus conosco" (ver MT 1,23). O
Evangelho de Mateus foi escrito em língua grega, e ficou pronto entre os anos 70 e 80 d.C. A comunidade
de Mateus reflete sobre as atitudes e ensinamentos de Jesus. Percebe que Jesus não é apenas o Messias que
realiza as promessas do AT, mas vai mais longe. Ele refaz e realiza a esperança do povo. Ele realiza as obras
da justiça. Ele é Deus no meio de nós! Assim, aquele que praticar a justiça e andar na lei do amor conhecerá
a verdade e fará parte do Reino de Deus (ver Mt 5,17-20).

Lucas - Lucas apresenta o caminho de Jesus como um caminho que se realiza na história.
Caminho que revela a misericórdia do Pai (Lc 15,3-7). O evangelho de Lucas foi escrito em língua grega e
ficou pronto por volta dos anos 80-85 d.C. Ele é a primeira parte de uma obra. A segunda é os Atos dos
Apóstolos, que continua o caminho da Igreja. A comunidade de Lucas reflete sobre o caminho de Jesus
como um caminho que se realiza na história e que para percorrê-lo o Filho de Deus se encarna e entra na
história como pessoa humana. Assim, Jesus traz para nós o Projeto de Deus que inicia um novo
relacionamento a partir dos pobres, dos oprimidos e excluídos. Somente aquele que andar pelo caminho de
Jesus que se faz na misericórdia, no perdão, na partilha encontrará o Filho de Deus e este o ressuscitará no
último dia (ver Lc 15,11-32).

João - O evangelho de João, escrito em língua grega, é do final do primeiro século, 90-100 d.C.
Ele é muito diferente dos outros três nos quais encontramos muitas palavras de Jesus e muitos milagres. Em
João encontramos sete milagres de Jesus. Por isso ele é chamado: o evangelho dos sinais. Mas para o Povo
da Bíblia o número 7 tem significado de plenitude. Os sete sinais em João querem significar a plenitude da
vida que Jesus veio trazer com sua vida, paixão, morte e ressurreição (ver Jo 10,10). Portanto, em João,
Jesus é o caminho da vida. A comunidade joanina reflete no grande sinal de vida plena que é o próprio
Jesus. Ele é enviado pelo Pai para conquistar a vida em plenitude para todos os que acreditam que ele é o
Filho de Deus, o Cristo, que tem o poder de Deus para da vida plena. Somente aquele que acreditar e
realizar as obras da vida entrará na vida eterna. Cada um é livre para aceitar ou rejeitar o Cristo, Filho de
Deus. Mas quem c aceitar terá a vida, e quem o rejeitar terá a condenação (ver Jo 8,23-26). O grande sinal
dessas atitudes é o amor a Deus e ao próximo (ver Jo 13,12-17.34-35).

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Testando a memória:
1. Como nasceram os evangelhos?
2. Como Marcos apresenta Jesus?
3. Quais são as condições para ser discípulo e discípula de Jesus?
4. Como Mateus apresenta Jesus?
5. Que é preciso para entrar no Reino de Deus?
6. Como Lucas apresenta Jesus?
7. Como podemos participar do caminho de Jesus?
8. Como João apresenta Jesus?
9. Por que o evangelho de João é diferente dos outros?
10. Descubra no evangelho de João os sete grandes sinais.
11. Qual é o grande sinal da vida?
12. Grave na mente e no coração: Jo 15,17.

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O caminho da oração
Jesus foi um homem de muita oração. Os primeiros cristãos conservaram uma imagem de Jesus oraste.
De fato, a respiração de Jesus era fazer a vontade do Pai (ver Jo 5,19). Sua oração era constante: "Eu, a cada
momento, faço o que o Pai me mostra para fazer!" (Jo 5,19.30). Em muitas circunstâncias e sobretudo nos
momentos decisivos, ou difíceis, Jesus entra em oração. Ele mistura sua vida com os Salmos, que, como
todo judeu piedoso, conhecia de memória (ver Mc 14,34 e S1 42,5.6; Mc 15,34 e S1 22,2; Lc 2,46-50;
3,21; 4,1-2; 10,21; Mt 26,38; Mc 7,34; 10,16; Jo 17,1-26).
"A escola de Jesus era, antes de tudo, a vida em casa, na família, na comunidade. Foi lá que aprendeu
a conviver, a rezar e a trabalhar. O povo rezava muito naquele tempo. Todos os dias, de manhã, à tarde e à
noite. Até hoje se conservam aquelas orações. Desde criança, eles aprendiam os Salmos de memória. A mãe
ou a avó os ensinava" (ver 2Tm 1,5; 3,15).
(Do livro Com Jesus na contramão, do frei Carlos Mesters, Paulinas, 1995)

A oração que Jesus rezava todos os dias


* As 18 bênçãos (de manhã, à tarde e à noite).
* O Shemá, composto de três benditos e três leituras (de manhã e à tarde).
1. Um bendito ao Deus Criador que cria o povo.
2. Um bendito ao Deus Revelador que elege o povo.
3. Três leituras:
Dt 6,4-9: receber o Reino.
Dt 11,13-21: receber a Lei de Deus.
Nm 15,37-41: receber a Consagração.
4. Um bendito ao Deus Salvador que liberta o povo.
* Tudo misturado com Salmos.

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