A Ararinha e o Encantado Do Arari
A Ararinha e o Encantado Do Arari
A Ararinha e o Encantado Do Arari
Tomando Mariana como exemplo, percebo que, mais do que fenômeno religioso,
a encantaria é um campo fecundo para se pensar as artes da alteridade, do
trânsito pelo transe, da necessidade de se relacionar com o outro, da aventura
de pensar as linguagens do corpo como campo de possibilidade plurais para
experiências de liberdade.
A saída está na nossa cara. Ela exige, todavia, que a resistência seja só um
aspecto do ato maior da retomada da existência como pernada transformadora
de mundo. Reexistir: isso é coisa que Mariana faz em sua trajetória
descolonizada e sublime de cabocla da Turquia e, ao mesmo tempo, ararinha
nossa. Enquanto Japetequara canta no Arari, ela é pássara que, burlando a
morte, alça voo maior do que a vida que lhe fora reservada.