Controle Biologico 2
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30 e 31 de maio de 2019
Bibliografia
ISBN 978-65-992279-2-9
1. Agrobiodiversidade 2. Agrobiodiversidade -
Brasil - Congressos 3. Antropoceno 4. Ciências
sociais I. Rosa, Vanessa de Castro. II.
Título.
20-46480 CDD-300.06
Narrativa da mobilização social para impedir uma avenida “particular” dentro do parque
municipal do cinturão verde de Cianorte-PR....................................................................................... 30
INTRODUÇÃO
1
Professor Doutor do Curso de Direito e do Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade do
Estado de Minas Gerais – UEMG – Unidade Frutal. Coordenador do GT I - Agrobiodiversidade sob o
olhar das ciências sociais. E-mail: andre.serotini@uemg.br.
5
GT I – Grupo de Trabalho sobre Agrobiodiversidade sob o Olhar das
Ciências Sociais
6
Por fim, “Os efeitos do termo de ajustamento de conduta como instrumento de
proteção ambiental sob a ótica do rompimento da barragem de Mariana”, trata de
importante problemática da atualidade, caracterizada por tragédias recorrentes
relacionadas à mineração no Brasil e a relação com as instituições jurídicas vigentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
7
AS INTERFACES ENTRE A AGROECOLOGIA E O ECOFEMINISMO
The Interfaces between Agroecology and Ecofeminism
INTRODUÇÃO
2
Aluna do curso de Mestrado em Ciências Ambientais. Universidade do Estado de Minas Gerais
– Unidade Frutal. Monicaalves.jornalista@gmail.com.
8
Entre estes movimentos feministas, busca-se neste resumo, estudar o
Ecofeminismo – uma corrente de pensamento que incorpora a luta do empoderamento
das mulheres às discussões acerca da problemática ambiental.
OBJETIVO
METODOLOGIA
DISCUSSÃO
O uso do termo agroecologia data dos anos de 1930, pelos primeiros diálogos entre
a agronomia, zoologia, botânica e a fisiologia das plantas (JACOB, 2016). Mas a
agroecologia se popularizou na América Latina na década de 1980, como uma resposta à
modernização conservadora, propondo enfrentar a crise ecológica e os problemas
ambientais e sociais, com manejo sustentável da natureza.
A partir dos anos 2.000, por influência da escola europeia, a agroecologia passa a
ser observada “para além do técnico-agronômico, incluindo os olhares socioeconômico,
cultural e sociopolítico” (CASADO, MOLINA, GUZMÀN, 2000, apud SANDUICHI et
al, 2017, p.13). Para Sanduichi (2017), ao englobar estes conceitos, a agroecologia
começou a ser pensada de forma “sistêmica, subjetiva e pluralista”.
9
Segundo Pacheco (2014), neste novo contexto, a agroecologia agregou em seus
princípios a luta pela igualdade dos direitos e deveres entre homens e mulheres. E este
princípio, conforme afirmou Almeida (2002), já fundamentava a concepção produtiva da
agroecologia, no entendimento de que toda espécie de vida tem seu espaço e seu papel no
agroecossistema de forma equilibrada. Essa visão se estende à valorização de forma
igualitária do trabalho de todos os membros da família no cultivo e na reprodução da
fertilidade dos sistemas agroecológicos.
Para Siliprandi (2009), sem enfrentamento das questões da subordinação das
mulheres camponesas não se faz agroecologia. Afirmação que é sustentada por Pacheco
(2002) em sua concepção de que a agroecologia é uma questão de gênero e as mulheres
carregam as sabedorias ancestrais dos sistemas agroecológicos:
Mais do que valorizar e valorar o trabalho da mulher no campo, a agroecologia
busca reconhecer e agregar o conhecimento das mulheres sobre cultivos agrícolas,
repassados de geração para geração, desde os primórdios da agricultura, quando elas eram
responsáveis pela seleção das sementes, cultivo e colheita dos alimentos.
10
e sem competitividade insana. As relações inter-humanas e com o mundo
natural precisam encarar um novo sistema de vida, uma nova forma de
estar no mundo (Idem, ibidem, p. 110).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ecofeminismo, com base nas suas principais referências teóricas, traz propostas
de mudanças que estão articuladas aos princípios agroecológicos de um modelo produtivo
mais ecológico, construído em espaços de equilíbrio e equidade entre homens e mulheres
e entre ser humano e natureza. Da mesma forma, que o ecofeminismo defende que as
relações de poder levam a desumanização e destruição do planeta, a agroecologia parte
da compreensão sistêmica de um paradigma agrícola que não exclui, respeita os saberes
tradicionais e é edificado de uma forma socialmente justa e harmônica.
11
Dentro dos seus conceitos teóricos, a agroecologia e o ecofeminismo se
convergem no enfrentamento ao modelo patriarcal e se encontram em seus princípios
contra o sistema que sustenta o machismo, a invisibilidade e opressão da mulher e que
reproduz o sistema de destruição da natureza e da vida.
Os movimentos agroecológicos e ecofeministas têm raízes interligadas, que
permitem a luta conjunta para promover mudanças profundas na sociedade. O primeiro
passo talvez seja a conscientização das próprias mulheres para que elas internalizem as
mudanças de posturas necessárias para afirmarem a sua autonomia e se libertarem de
preconceitos de gênero. Com o empoderamento das mulheres, abre-se caminhos para
visibilidade do trabalho desenvolvido por elas ao mesmo tempo que possibilita a
incorporação das suas preocupações e dos seus conhecimentos no processo de transição
da agricultura convencional para a agroecologia.
Neste sentido, o ecofeminismo tem condições de alavancar a perspectiva de
gênero nas sistematizações de experiências agroecológicas e, ao mesmo tempo, contribuir
para que estes espaços sejam construídos dentro dos propósitos emancipatórios e de
equidade social, que sustentam os princípios da agroecologia
Por fim, é importante pontuar que as interfaces da agroecologia e do ecofeminismo
partem do entendimento comum de que as desigualdades de gêneros agravam ainda mais
a crise social e ambiental contemporânea. Neste viés, o diálogo entre agroecologia e
ecofeminismo torna-se fundamental para construção de uma sociedade sem
hierarquização dos sexos e de interconexão com a natureza.
REFERÊNCIAS
GARCIA, Loreley. Meio Ambiente e Gênero. São Paulo: Senac, 2012. 219p.
12
PACHECO, Maria Emília. Em defesa da agricultura familiar sustentável com igualdade
de gênero. In: GT Gênero – Plataforma de Contrapartes Novib/SOS Corpo. Perspectivas
de gênero: debates e questões para as ONGs. Recife: Gênero e Cidadania, 2002 (obra
coletiva)
13
A LOGÍSTICA REVERSA NO GERENCIAMENTO INTEGRADO DOS
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE FRUTAL –MG
Reverse logistics in the integrate management of construction waste in
the municipalaty of Frutal - MG
Guilherme Henrique Cardoso 3
Eduardo Rodrigues Ferreira 4
INTRODUÇÃO
3
Bacharel em administração de empresas pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG),
guilherme_henrique_cardoso@hotmail.com.
4
Doutor, Docente da Universidade do Estado de Minas Gerais na unidade acadêmica de Frutal,
Grupo de Estudos e Pesquisas (GEPERS), eduardo.ferreira@uemg.br.
14
De acordo com Marques Neto (2005) estes resíduos, representa de 51% a 70%
dos resíduos urbanos coletados.
O gerenciamento integrado de resíduos sólidos da construção civil (RCC), por
representar 15% do PIB nacional (NAGALLI, 2014), requer a adoção de estratégias que
possam favorecer a gestão desses resíduos, seja no âmbito ambiental, econômico e social.
O objetivo precípuo deste artigo foi de verificar como é realizado o gerenciamento dos
RCC no município de Frutal. Analisando se houve o emprego da logística reversa neste
processo, preconizada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Para tanto,
foram verificadas as ações de gerenciamento destes resíduos no
município para se obter um diagnóstico de como estes estavam sendo gerenciados.
DESENVOLVIMENTO
15
que a cadeia de distribuição não é linear, mas sim cíclica. A partir dos anos 90, houve um
aumento significativo na utilização dessa ferramenta e junto disso a evolução de sua
definição.
De forma mais abrangente, Leite (2013) conceitua logística reversa da seguinte
forma:
Portanto, pode-se concluir que a logística reversa tem como objetivo gerar valor
econômico, legal, ecológico e de localização quando, junto de todas as informações, os
materiais são coletados, processados e reintegrados à cadeia. Assim, essa ferramenta no
ciclo de pós-consumo serve para planejar, operar e controlar o fluxo de retorno.
Favorecendo desta maneira o aproveitamento dos RCC.
Na esfera jurídica, a promulgação da Lei nº 12.305/2010 assim como a
CONAMA 307/2002, são dois importantes instrumentos para regulamentar e orientar na
gestão integrada e gerenciamento de resíduos, sobretudo os RCC.
Ademais, cabe destacar que o Estado de Minas Gerais possui também uma
Política de Resíduos Sólidos, através da Lei nº. 18.031/2009. Que tem como objetivo
precípuo promover o desenvolvimento social, ambiental e econômico por meio da
participação da sociedade junto dos órgãos regulamentadores na formulação e
implementação de políticas públicas.
No município de Frutal, recorte territorial deste estudo e, de acordo com
informações da secretaria municipal de meio ambiente, o maior problema no manejo dos
RCC é o descarte clandestino, principalmente de pequenos geradores, que dispõem estes
resíduos em áreas no perímetro urbano, às margens de rodovias. Atualmente o município
conta com uma área regulamentada de descarte, mas ainda não havendo o processamento
desses resíduos.
Anteriormente, todo RCC coletado, tanto por parte da prefeitura quanto por parte
dos caçambeiros, carroceiros e catadores individuais, era enviado a um lixão que ficava
situado na estrada que liga o município de Frutal a Pirajuba - MG. Este lixão foi
interditado em agosto de 2017, por motivo de não estar dentro dos padrões necessários
16
para receber esse tipo de resíduo. Segundo Panorama da Destinação dos Resíduos Sólidos
Urbanos no Estado de Minas Gerais (2017), Frutal está incluso na parcela de 8% da dos
municípios, de população igual ou superior a 50 mil habitantes, que realizam disposição
final dos seus resíduos em aterros “Não Regularizados”.
No sentido de reverter tal panorama de gerenciamento o poder público municipal
vem tomando algumas medidas para que haja um gerenciamento correto destes tipos de
resíduos no município, dentre estas se destacam: criação uma área de “bota fora” para que
seja feita a disposição desses resíduos. Este local está servindo, por validade de um ano,
como um espaço para suprir as necessidades (dentro dos padrões) municipais, sob
controle da prefeitura, até que a área que está sendo construída por uma parceria
municipal com o poder judiciário e a Associação de Proteção e Assistência aos
Condenados (APAC)-Frutal para ser um aterro de RCC, que tem previsão de inauguração
em Novembro de 2018; criação do Plano de Gestão de Resíduos (PGR), que informará o
órgão regulamentador onde está sendo construído, qual material será usado e qual
quantidade de resíduos será gerada; instituição do Plano Municipal de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil através da Lei n° 5.537/09, com “finalidade a facilitação
da correta disposição, juntamente do disciplinamento dos fluxos e dos agentes
envolvidos”.
CONCLUSÃO
17
Porém, por mais que a responsabilidade seja do gerador, ações devem ser
tomadas pelo poder municipal, como preconiza a PNRS. Outra responsabilidade
estabelecida pelo Art. 36 da referida política é a de que, juntamente com os agentes
econômicos e sociais, o Poder Público municipal deve viabilizar o retorno desses resíduos
ao ciclo produtivo.
Mesmo diante de alguns problemas identificados, o município apresenta um
contexto de adaptação às normas exigentes. Há, no município, uma área (regularizada)
para que possa ser feito o descarte desses resíduos, embora ainda não seja feito o
processamento dos mesmos, pois a área de transbordo e triagem está em processo de
construção. Nesta área as atividades que serão exercidas têm semelhança às da PROHAB
em São Carlos, onde a mão de obra empregada é composta de apenados do regime
semiaberto, que terão redução de pena perante o trabalho executado. Além disso, há
previsão de que no começo do ano seguinte ecopontos serão implantados para que
pequenos geradores, hoje um dos principais responsáveis pelo descarte clandestino no
município, possam descartar seus resíduos, para que então estes sejam manipulados de
forma adequada.
REFERÊNCIAS
IBGE, 2018. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: Acesso em:
18 out. 2018.
18
MARQUES NETO, J. C. Diagnóstico para estudo de gestão dos resíduos de
construção e demolição do município de São Carlos-SP. 2005. 181 f. Tese (Mestrado)
- Curso de Engenharia Hidráulica e Saneamento, Universidade de São Paulo, São Carlos,
2005.
19
OS EFEITOS DO TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA COMO
INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SOB A ÓTICA DO
ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE MARIANA
INTRODUÇÃO
20
indisponíveis. O meio ambiente entra neste rol dos direitos sociais indisponíveis, além de
ser um bem apropriável, indivisível, incorpóreo, imaterial e de titularidade difusa.
No direito ambiental existem instrumentos jurídicos que viabilizam a diminuição
dos efeitos da sanção recebida pelo degradador quando este colabora para sua
recuperação. Deste modo, surge a possibilidade de acordo, um direito garantido ao agente,
pois as autoridades ambientais jamais deverão recusar a possibilidade de recuperação do
ambiente, tendo em vista os princípios ambientais da prevenção, do poluidor pagador, do
desenvolvimento sustentável e da responsabilidade.
A legislação prevê o acordo ambiental, em três hipóteses: A primeira está prevista
no art. 5º da Lei n. 7347/85 e, já as outras duas se encontram na Lei n. 9605/1998, a
segunda, no art. 79-A e a terceira no art. 72, §4º, regulamentado pelo art. 139 e seguintes
do Decreto nº 6.514/2008. Essas hipóteses fazem surgir o Compromisso de Ajustamento
de Conduta, tema objeto deste trabalho e o Termo de Compromisso Ambiental.
O Termo de ajustamento de conduta é um mecanismo que deveria possuir maior
eficiência, sendo mais comum, ao celebrar um acordo entre o Órgão Legitimado, neste
caso, o Ministério Público e o agente que viola determinado direito coletivo, impedindo
que determinada situação de ilegalidade tenha continuidade, reparando o dano e
esquivando-se de uma ação judicial.
Este acordo celebrado entre o Ministério Público e o agente degradador do meio
ambiente, leva em consideração os mecanismos de uma política preventiva que depende
de uma avaliação da extensão da atividade que degradou o meio ambiente, e se a
formulação deste acordo deve ser precedida de um estudo de impacto ambiental.
A ocorrência de Ações Civis Públicas ambientais, bem como de Procedimentos
Administrativos e de Termos de Ajustamento de Conduta refletem uma maior
preocupação da sociedade com a proteção e recuperação dos recursos naturais, expressa
por uma efetiva atuação do Ministério Público.
O Termo de Ajustamento de Conduta celebrado entre o Ministério Público e o
agente degradador na cidade de Mariana, estabelece como cada parte envolvida no
desastre, sejam as empresas, os órgãos públicos ou os atingidos, poderá atuar em decisões
e mapeamento de danos causados.
21
OBJETIVOS
Objetivo geral
Existe um debate quanto a eficácia das normas ambientais no direito brasileiro. O Termo de
Ajustamento de Conduta na área ambiental, surge com o propósito de melhor atender a demanda
da responsabilização civil, devido a irresponsabilidade dos agentes poluidores. Desta forma, este
trabalho consiste em analisar este instrumento, demonstrando a importância da Ação Civil
Pública ambiental e a eficácia do compromisso de ajusta de conduta, na solução do rompimento
da barragem na cidade de Mariana/MG.
Objetivos específicos
1. Analisar a Ação Civil Pública Ambiental de forma equiparada com o Ajustamento
de Conduta, demonstrando suas principais características, efeitos e efetividade;
2. Demonstrar como estão sendo efetivados os termos firmados entre o Ministério
Público e os agentes degradadores, no rompimento da barragem de Mariana.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Brasil, até o ano de 2015, ocupava a 7ª posição das nações mais poluentes do
mundo, segundo pesquisa realizada pelo The City Fix Brasil. Apesar disso, nossa
Constituição expressa que todos possuem direito ao meio ambiente sadio. O princípio
mínimo existencial ecológico postula que, por trás da garantia constitucional do mínimo
existencial, subjaz a ideia de que a dignidade da pessoa humana está diretamente
relacionada a qualidade ambiental, no art. 225 da Constituição, ao conferir dimensão
ecológica ao núcleo normativo, assenta premissa de que não existe patamar mínimo de
bem-estar sem respeito ao direito fundamental do meio ambiente sadio. A
22
responsabilidade civil pelo dano ambiental, Fiorillo (2011, p. 129) nos ensina que existem
as penais, administrativas e as cíveis (tratadas nesta presente pesquisa):
O art. 225, § 3º, da Constituição Federal previu a tríplice
responsabilidade do poluidor (tanto pessoa física como jurídica) do
meio ambiente: a sanção penal, por conta da chamada responsabilidade
penal (ou responsabilidade criminal), a sanção administrativa, em
decorrência da denominada responsabilidade administrativa, e a sanção
que, didaticamente poderíamos denominar civil, em razão da
responsabilidade vinculada à obrigação de reparar danos causados ao
meio ambiente. (FIORILLO, 2011, p. 129).
23
No estudo realizado, que possui caráter bibliográfico, será possível observar que
a Ação Civil Pública, diante da proteção ao meio ambiente pode ser mais benéfico que o
Termo de Ajustamento de Conduta, pois, ao mesmo tempo que reprime a prática dos atos
lesivos praticados pelos degradadores ao meio ambiente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 6 ed. São
Paulo: Saraiva, 2006.
MAZZILLI, Hugo Nigro. A Defesa dos Interesses Difusos em juízo: meio ambiente,
consumidor, patrimônio cultural, patrimônio público e outros interesses. 19 ed. São Paulo:
Saraiva, 2006.
MAZZILLI, Hugo Nigro. Tutela dos Interesses Difusos e Coletivos. 8 de. São Paulo:
Saraiva, 2017.
24
ANÁLISE JURÍDICA DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA SOB A ÓTICA
DO DIREITO AMBIENTAL
INTRODUÇÃO
A pesquisa realizada busca mostrar o consumo exacerbado, o qual fez com que
surgisse a obsolescência programada, se caracterizando pela fabricação de mercadorias
previamente elaboradas para serem rapidamente descartadas, fazendo com que o
consumidor compre um novo produto. Segundo Kremer (2007): "Os atos de consumir e
descartar ocorrem rápida e sucessivamente, pois sempre há algo mais novo, cuja posse,
espera-se, finalmente trará a derradeira felicidade e bem-estar prometidos pela
propaganda”.
Outrossim, o conceito de obsolescência programada estende-se inclusive nas
relações interpessoais, ou seja, é inserida, de forma inconsciente, a ideia de um prazo
determinado para que as pessoas se relacionem com um determinado objeto e ao primeiro
sinal de “defeito” se desvinculem, buscando novas experiências, intensificando o
consumo, mas também ampliando a demanda por recursos naturais e potencializando a
produção de lixo, aumentando ainda mais a problemática decorrente desse processo.
Desse modo, além da adesão de políticas sociais de gerência ao consumismo
exacerbado, é preciso encontrar recursos econômicos alternativos ao desenvolvimento
marcado pelo consumo. Contudo, faz-se necessária a promoção de políticas de
reciclagem, além da restauração ou reaproveitamento dos produtos não mais utilizados,
5
Graduanda em Direito na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Frutal, Frutal, MG
anna.monteiiro@gmail.com
6
Graduanda em Direito na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Frutal, Frutal, MG,
flavia_poloni@hotmail.com
7
Graduanda em Direito na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Frutal, Frutal, MG
isadoraluvizoto@yahoo.com.br
8
Professor Adjunto de Direito Ambiental e Pesquisador do Núcleo de Estudo e Gestão e Impactos
Ambientais - NEGIA, da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG, Unidade Frutal. CEP. 38-200-
000 Frutal. Minas Gerais. Brasil, e do curso de Direito do Centro Universitário Paulista - UNICEP. São
Carlos. São Paulo. Brasil. E-mail: andre.serotini@uemg.br
25
controlando, deste modo, a formação de lixo e a demanda descontrolada por matérias- primas.
Entretanto, um dos impasses que têm sido observados, os quais serão apontados
na pesquisa, no decorrer do trabalho, são as barreiras impeditivas para adoção de práticas
sustentáveis, demonstrando a necessidade de esforço e mudanças de hábitos para se
concretizar tal mudança. Como já definiu Silva: “A sociedade atual tem definido uma
relação de distanciamento com o ambiente (SILVA, et al, 2015), principalmente na época
do surgimento da obsolescência programada.
Em outras palavras ser sustentável requer muitas mudanças de hábitos, custa mais
caro, exige que se tenha mais informações sobre as questões, os impactos sociais e
ambientais que provocam, se tornando um ato trabalhoso para seguir. Todavia, o consumo
não é por si só um mal à humanidade, muito pelo contrário, ele é uma necessidade,
dicotomia esta que discutiremos também no decorrer deste estudo.
O ponto central desta pesquisa é gerar um senso crítico indutivo ao leitor
consumidor, vez que a obsolescência programada é uma prática que não fere apenas a
legislação ambiental, mas também direitos fundamentais impostos pela Constituição da
República Federativa do Brasil.
Assim, a pesquisa tem como objetivo investigar as proporções de consequência
que o elevado consumo provoca, utilizando como parâmetros as análises sobre a tese
abordada e defendida. Neste cenário, o trabalho confeccionado conduzirá um atual
pensamento às pessoas, promovendo uma ponderação acerca de seus atos e indagá-las
sobre o que adquirem e a procedência de seus artigos.
METODOLOGIA
26
Constata-se que a obsolescência programada é uma realidade pujante que afeta
diariamente a vida de consumidores e é responsável pelo crescimento exponencial do lixo
eletrônico produzido no planeta. Será adotado também o método histórico, o qual,
segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 36), é um método onde se dá uma atenção maior
aos acontecimentos passados para examinar e compreender a sua influência social, visto
que será, ainda, realizado um estudo sobre a origem da ideia de redução deliberada da
vida útil dos produtos e de que maneira essa prática afeta a vida dos consumidores e o
meio ambiente.
Ademais, serão trabalhadas as pesquisas qualitativa e quantitativa, bem como os
demais instrumentos investigativos que se revelarem necessários. No âmbito da técnica
será desenvolvida a análise documental indireta por meio da pesquisa bibliográfica e
documental
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
27
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio do estudo realizado, foi possível notar que a sociedade vive em um risco
ecológico, e que a obsolescência programada é ilegítima, frente aos princípios do direito
ambiental e ao dever e direito fundamental de proteção ambiental.
Seu desenvolvimento ocorreu, sobretudo, devido a globalização e a sociedade
consumista, em consonância com os meios de informações, comunicação e marketing,
que começaram a explanar o modo que seria as relações de consumo.
Conquanto, a legislação ambiental dispõe de mecanismos, como políticas e
princípios que tem por objetivo minimizar os danos que a prática em questão pode
ocasionar ao meio ambiente.
Para o desenvolvimento sustentável ser colocado em prática, será preciso que o
pensamento econômico atual seja mudado. É evidente o conflito da obsolescência
programada com o meio ambiente o qual se demonstra insustentável.
28
Por isso é necessário debater sobre as disposições da Política Nacional do Meio
Ambiente e da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, no que se diz respeito ao
gerenciamento e a gestão desses resíduos e compreender de que maneira os dejetos podem
ser tratados, a fim de lhes conferir uma destinação mais proveitosa, ambientalmente
falando.
REFERÊNCIAS
29
NARRATIVA DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL PARA IMPEDIR UMA
AVENIDA ‘PARTICULAR’ DENTRO DO PARQUE MUNICIPAL DO
CINTURÃO VERDE DE CIANORTE – PR
INTRODUÇÃO
9
Jornalista, doutora e mestre em Comunicação e Semiótica – PUC/SP. UEM. emaildaaida@gmail.co m
10
Economista e Especialista em Administração de Marketing e Mestre em Sustentabilidade
Socioeconômica Ambiental – UFOP adrianacriss@gmail.com
11
Graduando em Jornalismo e Teologia. UEMG/Claret iano. tiago_bod@hotmail.com
12
O histórico de lutas que deu origem à sua formação foi narrado por uma das autoras em dissertação de
mestrado 12 , por meio da conotação jornalística; também foi tema de dissertação de mestrado e doutorado,
na área de Geografia e ainda, tema de monografia de especialização, na área de Biologia, entre outros.
Ver nas referências Lima, Souza e Zoz, respectivamente.
30
DESENVOLVIMENTO
13
O nome oficial foi concedido através da Lei Municipal nº 4689/2015 de 08 de dezembro de
2015.
14
Conforme matéria jornalística elaborada por uma das autoras, veiculada no Jornal Tribuna de
Cianorte, no ano de 2013. Disponível em: https://www.tribunadecianorte.com.br/noticia/loteamento -para-
condominio-fechado-tem-licenca-negada
31
à conservação do Parque. Uma situação completamente avessa à conservação e à
legislação que protege o Cinturão Verde de Cianorte. Tal comportamento midiático é
ponderado por Novaes (p. 40, 2002). “As chamadas questões ambientais são
extremamente ameaçadoras pra todo mundo. Para governos, empresas, comunicação,
jornalistas, para qualquer pessoa. É angustiante!”
Imediatamente à divulgação do convite da audiência pública foi dado início a uma
ampla mobilização por meio das redes sociais. Uma das autoras desse trabalho15 , recebeu
o convite e passou a contatar demais pessoas de seu contato, marcando-as em um post em
sua rede social, alertando sobre o grave problema que impactaria o Cinturão Verde, caso
viesse a realizar-se. A mobilização ganhou adeptos que realizaram reuniões presenciais
para aprofundar na discussão do tema e convidou uma especialista da UEM –
Universidade Estadual de Maringá, para que viesse visitar a área e elaborar um parecer
técnico. Enquanto aproximava-se a data da Audiência, notou-se que os veículos de
comunicação da Cidade noticiavam a proposta como uma grande conquista, elencando a
contrapartida que seria dada pela loteadora, a Mega Negócios Imobiliários. Foi possível
observar, ainda, que após a publicação da única matéria crítica sobre o assunto 16 , que
alertou a comunidade sobre os riscos que corria a preservação do Cinturão Verde, na
sequência outras três, da mesma fonte, defendiam a execução do empreendimento.
A audiência foi marcada por um clima tenso, visto que foi anunciada como uma
reunião, em que a parte interessada na execução da avenida faria sua explanação e ao final
das atividades, as dúvidas seriam esclarecidas pela equipe multidisciplinar do Centro de
Pesquisa e Planejamento Ambiental (CEPPA), contratado pela loteadora para elaborar o
projeto de execução da avenida em área protegida. Porém, a sociedade mobilizada,
representada pelos mais variados profissionais e estudantes, questionou o modus operandi
e, do mesmo modo que ouviu as explanações, também expôs os inúmeros motivos que
inviabilizariam a construção de uma avenida em área do Cinturão Verde. Mas, no release
divulgado pela Prefeitura de Cianorte, a mobilização da sociedade foi completamente
omitida.
Com o título: “Audiência pública apresenta proposta para fechamento da Estrada
Jambers - Via está localizada em área de preservação ambiental, porém, até então, não
existe outro meio de acesso às propriedades rurais da localidade” (Cianorte, 2018). O
15
A jornalista Aida Franco de Lima participou ativamente de todo o processo.
16
As matérias do Jornal de Cianorte estão disponíveis apenas no cachê do Google.
32
trecho que segue da matéria distribuída pela Prefeitura não cita os graves apontamentos
realizados pela comunidade:
Foi realizada, na manhã dessa terça-feira (06), na sede do Conselho Municipal de
Meio Ambiente (COMMA), uma audiência pública que apresentou uma proposta de
iniciativa privada que pretende implementar um condomínio residencial com abertura de
via de acesso através do Parque Cinturão Verde, como uma alternativa ao uso da Estrada
Jambers que, localizada em área de preservação ambiental, tem, há anos, seu fechamento
para recuperação previsto no Plano de Manejo do Parque e no Plano Diretor do
Município, bem como recomendado pela 1ª Promotoria da Comarca de Cianorte. (...) De
acordo com a proposição, a Estrada Jambers ainda não foi fechada para recuperação
ambiental pelo fato de ser, até então, o único meio de acesso às propriedades rurais
localizadas além da antiga ferrovia. Diante disso, a ideia é abrir um novo
caminho. (Cianorte, 2018)
CONCLUSÃO
17
Um texto no Facebook do Sindicato das Costureiras de Cianorte citou a participação da comunidade,
relata a visita até o local, horas antes da Audiência, divulga fotos das estacas que demarcavam o local de
mata nativa onde pretendiam construir a avenida, bem como lixo e espécies invasoras no entorno do
Parque. Até a data desse texto o post contava com 414 compartilhamentos e 86 comentários.
33
estrada Jambers e o entorno da área. O material será utilizado para uma exposição
itinerante, em Cianorte e Maringá, para alertar a comunidade sobre a importância do
Parque. Um novo Laudo Técnico deverá ser remetido ao Ministério Público.
REFERÊNCIAS
LOTEAMENTO Imobiliário quer mexer no Cinturão Verde. Ministério Público tem que
ficar de olho. Jornal de Cianorte. Cianorte, 11 jan. 2018. Disponível em
encurtador.com.br/pwJX9. Acesso em: 01 abr. 2019.
NOVAES, Whashington. Sinal Vermelho. Revista Caros Amigos, v. 6, n. 66, set, 2002.
SOUZA, Nadir Leandro de. Parque Municipal Cinturão Verde de Cianorte – Módulo
Mandhuy e sua relação com a cidade de Cianorte, Paraná. Dissertação (Mestrado em
Geografia) Universidade Estadual de Maringá - UEM, Maringá, 2010.
34
TRECHO de avenida será duplicada e Cinturão Verde ganhará alojamento para biólogos.
Jornal de Cianorte. Cianorte, 19 jan. 2018. Disponível https://bit.ly/2HrPJcR. Acesso
em: 01 abr. 2019.
35
SUSTENTABILIDADE E O MANEJO FLORESTAL COMO ELEMENTO DA
ECONOMIA EM CONJUNTO À RESERVA LEGAL
INTRODUÇÃO
A concepção de Reserva Legal é oferecida pelo Código Florestal no art. 1°, §2°,
III, sucedendo como uma área no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada
a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à
conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e
ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas. Portanto, é uma área integrada na
propriedade rural que deve ser preservada pelo proprietário por conter grande parte do
ambiente natural da região a qual se insere, tornando-se essencial para estabilidade da
biodiversidade circunscrita. A reserva legal é uma forma de limitação administrativa, pois
instituiu-se mediante lei; imposta pelo Poder Público de forma unilateral.
Já possuía previsão no Código Florestal de 1934 e é respaldada também pelo
atual Código Florestal – Lei 12.651 de 2012. Já o Manejo Florestal Sustentável é um meio
de condução e controle sobre a floresta com intenção de lograr favorecimentos sociais,
econômicos e também ambientais, seguindo procedimentos de estrutura do biossistema
tal que é propósito do manejo e, levando em consideração o uso e exploração de matéria
prima como a madeira, que nesse local pode ser encontrada em grande quantidade, entre
outros produtos, bem como o uso de diversos bens e serviços florestais como a criação de
animais, consumo dos alimentos, sendo estes de subsistência ou de pretendido o lucro,
mas sempre de acordo com a sustentabilidade e o respeito ambiental.
36
OBJETIVO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ademais:
As vantagens para adoção da política de concessão de áreas para o
manejo florestal destacam-se através da estabilidade econômica e
geográfica das empresas, permitindo contratos de longo prazo. Isso
evitaria a pressão crescente sobre as comunidades que tradicionalmente
habitam as florestas e facilitaria a execução de políticas de
38
desenvolvimento local. O maior controle de resultados na redução do
desmatamento também é contabilizado como conseqüência positiva da
implantação de um modelo de exploração sustentável dos recursos
disponíveis. Outro ganho importante é a contribuição para a redução da
oferta de madeira ilegal que compete com a madeira legal, facilitando
o projeto de certificação florestal. (BORELI, 2009, p. 31).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
39
ambiente por vantagens econômicas exacerbadas, pois, se mais prejudicado este for, a
consequência depreciativa disto na economia será maior e, até mesmo na sobrevivência
humana, sendo necessária a guarda penal deste bem de uso comum da sociedade. Urge
vislumbrar a reserva legal em área de floresta como oportunidade de aumento de renda,
alternativa econômica que ajudará sem degenerar o meio ambiente, frisando que a
certificação florestal (FSC) garante que as práticas de manejo e exploração realizadas em
uma extensão florestal se guarde por normas coletivas, ambientais e econômicas
legitimadas universalmente. Assim, neste cenário em progresso, a carência de privilegiar
a busca pela sustentabilidade, compreendendo funções e responsabilidades para a
sociedade, empresas, meio ambiente e Estado como círculo normativo ao
desenvolvimento sustentável tornou-se indispensável.
REFERÊNCIAS
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
40
PNGF. Manejo Florestal. Disponível em: http://www.florestal.gov.br/pngf/manejo-
florestal/apresentacao. Acesso em: 29 abr. 2019.
41
42
AGROBIODIVERSIDADE E CIÊNCIAS NATURAIS: DESAFIOS PARA O
ANTROPOCENO
Apresentação
21
Doutora em Direito Político e Econômico (Mackenzie), com ênfase em Agroecologia. Mestra em
Direitos Humanos (FIEO), com ênfase em Direito Internacional Ambiental. Especialista em Direito
Ambiental (UGF). Especialista em Agroecologia no Cerrado (UEMG). Pro fessora da UEMG-Frutal.
43
transformações sociais como o resgate cultural de hábitos alimentares saudáveis e novos
valores sobre a relação entre seres humanos e natureza.
No trabalho “Sistemas agroecológicos: utilização do método de controle
biológico como estratégia para o manejo de pragas e doenças” a autora Jaqueline Silva
Caetano propõe o controle biológico para manejo de pragas e doenças em sistemas
agroecológicos, apontando que a grande dificuldade em usar estes novos métodos ainda
é a falta de informação, mas concluir que seu uso tende a se expandir, pois é um método
satisfatório com resultados positivos em vários pontos do mundo.
No trabalho “Água virtual como elemento fundamental para preservação da
biodiversidade”, os autores Caio Tomazette e Eduarda Enne Mendes Ribeiro apresentam
o conceito de água virtual, criado, nos anos 90, pelo cientista inglês John Anthony Allan,
como forma de revelar a quantidade de água embutida no processo produtivo dos
produtos, apontando para a necessidade de o valor da água seja identificado no preço dos
produtos, a fim de que a sociedade possa se conscientizar do real consumo de água
existente no planeta.
No terceiro trabalho, “Emissários submarinos e seu impacto no meio ambiente
marinho”, as autoras Gabriela Crepaldi Cordeiro e Gabriela de Carvalho Tazitu, também
preocupadas com a qualidade da água, destacam os problemas ambientais que os
emissários submarinos podem representar e a necessidade de que o esgoto seja
previamente tratado e peneirado como forma de evitar danos às águas e fauna marinha.
No quarto trabalho, “Controle biológico da diatraea saccharalis (Fabricius,
1794): uso de microrganismos entomopatogênicos na cultura de cana-de-açúcar”, os
autores Adriana Barboza Alves e Eduardo da Silva Martins estudam a popular broca-da-
cana, responsável por grandes prejuízos às lavouras canavieiras, apontando como possível
solução a adoção de práticas agroecológicas de controle biológico.
O quinto trabalho “Avaliação do desenvolvimento bidens pilosa, taraxacum
officinale submetido a palha de cana-de-açúcar como potencial alelopático”, dos autores
Núbia Paula Ferreira, Jhansley Ferreira da Mata, Allynson Takehiro Fujita, Vanesca
Korasaki e Frederico Alves da Silva, buscou avaliar o potencial alelopático do pó de palha
da cana-de-açúcar no desenvolvimento de plantas daninhas e plantas bioindicadoras.
No sexto trabalho, intitulado “Qualidade microbiológica e parâmetros físico-
químicos da água em uma propriedade rural de Frutal/MG”, os autores Heytor Lemos
Martins, Eduardo da Silva Martins, Rodrigo Ney Millan e Otávio Martins Ribeiro
analisaram a presença de coliformes termotolerantes em amostras de água em uma
44
propriedade rural de Frutal/MG com atividade pecuária, e concluíram que o contato do gado
com a água na propriedade não provocou variações importantes nas características físico-
químicas da água, mas provocou um expressivo aumento na quantidade de coliformes
termotolerantes, inclusive deixando a água fora dos padrões da legislação.
No trabalho “Potencial alelopático do pó da palha de cana-de-açúcar nas espécies
de bidens pilosa, taraxacum officinale, tomate e alface”, os autores Núbia Paula Ferreira,
Jhansley Ferreira da Mata, Allynson Takehiro Fujita, Eduardo da Silva Martins e Heytor
Lemos Martins avaliam o potencial alelopático do pó de palha da cana-de-açúcar no
desenvolvimento de plantas daninhas e plantas bioindicadoras.
No trabalho apresentado “A importância da fauna de solo para a produção
agroecológica” as autoras Nathalia Eugênia Silva e Cristiane Freitas de Azevedo Barros
levantam informações sobre as funções e serviços ambientais desempenhadas pela fauna
de solo, destacando sua importância para a produção agrícola, com foco no viés
agroecológico.
E, por fim, o trabalho “Quantificação de bactérias em solos com cultivo
convencional e agroecológico” dos autores Andreza de Souza Pinheiro, Eduardo da Silva
Martins e Heytor Lemos Martins buscaram quantificar a população bacteriana em
amostras de solo de duas propriedades rurais vizinhas no município de Fronteira/MG, em
áreas com cultivo convencional e agroecológico, comparando-as.
Os trabalhos propiciaram importantes debates e trocas de saberes e experiências
dentro do “GT - Agrobiodiversidade e ciências naturais: desafios para o antropoceno”,
além de abrir as portas da iniciação científica aos discentes, criando o compromisso ético
e social de fazer da universidade pública um espaço democrático de construção de saberes
e de tecnologias agroecológicas para a concretização do desenvolvimento sustentável,
preservando o meio ambiente para as presente e futuras gerações.
Neste sentido, a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), unidade
Frutal, cumpre seu papel ético e social, mesmo diante de todas as adversidades que
assolam o ensino no país, a UEMG resiste bravamente e com parcos recursos financeiros
busca formar pesquisadores e profissionais comprometidos com a construção de uma
sociedade socialmente justa e ecologicamente sustentável.
45
SISTEMAS AGROECOLÓGICOS: UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE
CONTROLE BIOLÓGICO COMO ESTRATÉGIA PARA O MANEJO DE
PRAGAS E DOENÇAS
INTRODUÇÃO
Ao debater sobre temáticas que envolvem a agricultura, está cada vez mais
evidente que essa atividade de produção alimentícia necessita se direcionar para a
sustentabilidade. Esse fato pode estar relacionado ao grande desgaste ambiental que a
agricultura convencional vem causando na natureza. Isso ocorre, devido a prática de
manejo deixar em segundo plano a responsabilidade ambiental, engendrando efeitos
nocivos aos recursos naturais em consequência do uso intensivo de fertilizantes químicos
e de agrotóxicos, diminuindo a qualidade nutricional dos alimentos e da vida dos
indivíduos como um todo.
Em resposta a essas problemáticas, uma agricultura de viés orgânico tem se
destacado. O processo de desenvolvimento de uma agricultura sustentável, embora resulte
na diminuição e/ou na não utilização de agroquímicos, vai muito além disso, e deve
necessariamente fortalecer a produção de base familiar, promover mudanças na estrutura
fundiária do país e conceber políticas públicas coesas e consistentes com a realidade da
grande parcela brasileira de pequenos agricultores (MOREIRA; CARMO, 2004).
Dessa forma, a Agroecologia emerge da compilação de variados ramos da
ciência, sendo amparada sobre os princípios e conceitos da Ecologia, da Sociologia, da
Antropologia, da Geografia e de outras áreas do conhecimento científico, que auxiliam
não somente na restruturação do repensar sobre a agricultura, mas que corroboram a
aplicação de práticas mais sustentáveis para a produção de alimentos, apoiando a
transição do paradigma convencional de cultivo para estilos voltados a sustentabilidade e
ecologia (CAPORAL; COSTABEBER, 2002). Dessa forma, dedica-se ao estudo das
22
Jaqueline Silva Caetano, mestranda em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Minas
Gerais – Unidade Frutal, jaquelinecaetanotrab@gmail.com.
46
relações produtivas entre sociedade-natureza, visando sempre a sustentabilidade
ecológica, econômica, social, cultural, política e ética.
Destarte, segundo Menezes e Lima (2004) umas das preocupações dos sistemas
agroecológicos é de uma agricultura equilibrada, onde apoia-se em técnicas
conservacionistas de preparo do solo, rotações de culturas, adubação verde e controle
biológico de pragas, assim como o uso inteligente dos recursos naturais. Ainda segundo
os autores, há uma conexão entre o sistema solo/planta com os processos biológicos, e o
reconhecimento dessa dinâmica auxilia em táticas de manipulação para os controles
alternativos de pragas e doenças. Essas táticas estão sendo cada vez mais pesquisadas e
desenvolvidas ao longo dos anos, pois, remetem a não utilização dos agrotóxicos.
OBJETIVO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
47
que todo organismo possui seu inimigo natural. Em vista disso, o controle biológico pode
ser conceituado como “um fenômeno natural que consiste na regulação do número de
plantas e animais por inimigos naturais, os quais se constituem nos agentes de mortalidade
biótica” (BERTI FILHO, 2010, p.7).
Permeando no pretérito, Gallo et al. (1988) relatam que no século III os chineses
já utilizavam da técnica de controle biológico de pragas para manipular formigas
predadoras contra insetos de citros. Outro fato histórico, diz respeito a Harry S. Smith ser
considerado o primeiro entomologista a utilizar a expressão „controle biológico‟, para
caracterizar o uso de inimigos naturais no controle de insetos/pragas no ano de 1919
(Wilson; Huffaker, 1976 citado por BERTI FILHO, 2010).
Já no século XVIII, foi empregado em território europeu o uso do controle
natural, utilizando de pássaros predadores e joaninhas, mediante transferências de insetos
predadores para combate dos surtos e extermínio de pragas. Contudo, foi apenas em 1870
que ocorreu a primeira experiência em controlar insetos por meio de patógenos. Já em
1873 houve a primeira transferência internacional do predador (ácaro), deslocando-o dos
Estados Unidos para a França. Entretanto, o primeiro triunfo notável relacionado a
transferência de insetos sucedeu na Califórnia em 1888, no qual, a joaninha Rodolia
cardinalis foi levada da Austrália para auxiliar no controle biológico do pulgão dos citros
Icerya purchasi (GALLO et al. 1988).
Diante disso, expandiu-se a prática de controle biológico, obtendo atualmente
êxito em inúmeros casos registrados entorno do globo terrestre. Segundo Prates Júnior et
al. (2011) a diferença entre a agricultura convencional da Agroecologia, é que, a segunda
visa tratar não apenas o solo, mas a planta, buscando manter o equilíbrio ambiental. Um
bom manejo abarca a manutenção da vegetação natural do entorno das áreas cultivadas,
objetivando não somente a diversidade, mas o aumento da eficácia dos agentes de
controle biológico e do ambiente como um todo. Muito além disso, os autores ratificam
que a diversidade do manejo é indispensável para a supressão dos parasitas e para atender
as necessidades dos cultivadores, engendrando colheitas mais regulares, com qualidade e
sem agrotóxicos.
Assim, quando tratamos da disseminação dos métodos alternativos, não se pode
deixar de mencionar a ascensão das tecnologias de controle biológico nas últimas três
décadas (CCA, 2005 citado por OLIVEIRA et al. 2006). Para as produções orgânicas, há
todo um aparato que legaliza e viabiliza o uso das técnicas de controle biológico, assim
48
como a Associação de Agricultura Orgânica – (AAO) que menciona em suas normas de
produção orgânica resultados satisfatórios desse procedimento alternativo.
No que diz respeito aos princípios da Agroecologia, as problemáticas
relacionadas as pragas e doenças só podem ser superadas com a utilização dos sistemas
integrados de produção. Isso significa, segundo (Oliveira et al. 2006, s.p.) “intervir sobre
as causas do surgimento de tais pragas e aplicar o princípio da prevenção, buscando a
relação do problema com a estrutura e fertilidade do solo, e com o desequilíbrio
nutricional e metabólico das plantas”. Deve ser ressaltado também, que o controle
biológico é uma das variadas estratégias que podem ser aplicadas dentro de um sistema
agroecológico e diante disso, não pode ser entendida ou vista como solução exclusiva de
táticas de controle de pragas e doenças. Logo, para cada área cultivada se há soluções
singulares para o tratamento desses distúrbios.
Os autores Burg; Mayer (1999 citado por Oliveira et al. 2006), elaboraram um
roteiro de quatro passos para a aplicação do manejo de práticas agroecológicas, que muito
auxiliam na prática de controle biológico ou de outros métodos alternativos de controle.
Nesse roteiro, os passos se caracterizam no reconhecimento das pragas-chave da cultura,
dos inimigos naturais, da amostragem da população dos organismos prejudiciais
(quantificação de ovos, larvas e organismos adultos) e na escolha na utilização das táticas
de controle. Quando a presença desses organismos persiste, podendo ultrapassar os
limites do equilíbrio, segundo os autores citados acima, medidas preventivas ou apenas
uma única solução alternativa pode não ser o bastante, sendo necessário o uso outras
táticas alternativas em conjunto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
49
agroquímicos e por sua vez, o uso corriqueiro faz com que ocorra o uso mais intenso de
produtos químicos, se tornando nefasto ao agricultor quanto ao consumidor e natureza.
A falta de conhecimento, informação ou instrução faz com que métodos da
agricultura convencional ainda continuem sendo muito usados. O desenvolvimento de
práticas alternativas de controle de pragas e doenças já é reconhecido pelas Associações
de Agricultura a muito tempo, mas ainda é reduzido o número de políticas públicas que
trabalhem para a disseminação de práticas de controle alternativo e sustentável para os
pequenos agricultores, classe essa muito representativa na produção e abastecimento do
mercado interno alimentício.
Conclui-se que o uso alternativo de controle de pragas e doenças tende a se
expandir, devido aos investimentos tecnológicos em pesquisa em prol da qualidade de
vida e dos ecossistemas. O roteiro de quatro passos para a aplicação do manejo de práticas
agroecológicas, é um passo-a-passo simples, porém, muito informativo sobre as
observâncias a serem aplicadas em manejos orgânicos. Ainda no que se diz respeito às
incertezas e descrenças do método de controle biológico, ele é considerado muito
satisfatório e obtém inúmeros casos positivos em sua aplicação em torno de vários pontos
geográficos do mundo.
REFERÊNCIAS
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BATISTA,
G. C. de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B. Manual
de entomologia agrícola. São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 1988.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MENEZES, A; LIMA, E.; Diversidade vegetal: uma estratégia para o manejo de pragas
em sistemas sustentáveis de produção agrícola. Seropédica: Embrapa Agrobiologia,
2004.
50
OLIVEIRA, A. M. de; MARACAJÁ, P. B.; DINIZ FILHO, E. T.; LINHARES, P. C. F.
Controle biológico de pragas em cultivos comerciais como alternativa ao uso de
agrotóxicos. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 01, p.
01-09, 2006.
51
ÁGUA VIRTUAL COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL PARA
PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
INTRODUÇÃO
23
Bacharelando em Direito pela Universidade Estadual de Minas Gerais - Unidade Frutal. E-mail:
caiotomazettea@gmail.com
24
Bacharelanda em Direito pela Universidade Estadual de Minas Gerais - Unidade Frutal. E-mail:
duda.enne@gmail.com
25
CORTEZ, Henrique. Cidadania Ambiental – Água. São Paulo: Editora Baraúna, 2010., 125 p.
52
Um problema envolvendo o grande consumo de água relacionado ao processo de
produção é o fato de as pessoas não se aterem a essa questão, pois há uma preocupação
maior com o que está evidente no cotidiano dos indivíduos, ou seja, o consumo direto da
água, que é aquele direcionado às necessidades diárias das pessoas, como o uso para matar
a sede, os relacionados à higiene, limpeza doméstica, dessedentação de animais
domésticos, dentre outros que vemos de maneira mais concreta.
Uma matéria de 2015 na plataforma digital do jornal Fantástico expôs um dado
que causa estarrecimento mesmo naqueles que não se mobilizam ou não se importam com
a redução do consumo de água, ainda que diretamente: para se produzir uma calça jeans,
estima-se que haja um consumo de 11 mil litros de água em todo seu processo de
produção. Isso evidencia a urgência que existe em dar conhecimento à população sobre a
injustiça que a negligência sobre o assunto causa, pois enquanto usamos toda essa parcela
de água para produzir uma peça de roupa, existem mais de um bilhão de pessoas vivendo
sem o acesso à água.
A tabela a seguir mostra o quanto de água é utilizado no processo produtivo dos
seguintes produtos.
53
víssemos as pessoas reduzindo seus hábitos consumistas desenfreados a fim de evitar o
desgaste necessário desse bem indispensável para nossa sobrevivência.
É importante ressaltar que a agricultura provoca a poluição das águas, solo e ar,
pois são adicionados produtos químicos na plantação como fertilizantes e pesticidas. A
agricultura necessita de um alto de nível de água e se não houver bom planejamento dos
recursos hídricos, a natureza é contaminada e consequentemente a água utilizada por toda
população.
Destarte, no custo das mercadorias deveria estar, portanto, embutido a quantidade
de água gasta para a produção, assim como os impactos ambientais por ela gerados, de
forma a conscientizar a população da importância desse bem natural. John Anthony Allan
afirma em uma entrevista por email feita à IHU On-Line (2010):
É fundamental ressaltar que os maiores responsáveis pelo uso de água doce são
os agricultores: no Brasil a agricultura representa 70% do uso da água enquanto o uso
doméstico é de apenas 10%. A agricultura é atividade fundamental tanto para economia
quanto para alimentação e produção de matérias primas, países como o Brasil dependem
dessa atividade, entretanto é preciso que haja conscientização sobre a finitude dos
recursos hídricos de modo que seja preservado.
O uso inadequado desse recurso indispensável para a manutenção da vida mostra
a necessidade de conscientização da população de que a água é um bem finito e
necessidade da racionalização de seu uso para a sociedade e para o meio ambiente.
OBJETIVOS
A presente pesquisa possui como objetivo demonstrar que o elemento água está
inserido em todos os aspectos da vida humana, bem como fomentar o conhecimento sobre
toda essa quantidade de água embutida nos processos de produção para que, dessa
maneira, haja uma conscientização que poderá levar a uma redução do consumo geral por
54
parte da população e, assim, procurar sanar o frequente desperdício de água que acarreta
diversos problemas para o meio ambiente e para qualidade de vida humana.
METODOLOGIA
RESULTADOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
55
Apesar de no Brasil possuir uma certa situação de conforto hídrico, há uma
desigualdade na distribuição natural, cabe às instituições de ensino e aos governantes
incentivar e fomentar o conhecimento da água virtual assim como promover medidas de
conservação hídrica tanto na agricultura como na sociedade.
REFERÊNCIAS
ALLAN, J. „Virtual water‟: A Long Term Solution For Water Short Middle Eastern
Economies? UK: British Association Festival of Science, 1997. 20p
CORTEZ, Henrique. Cidadania Ambiental – Água. São Paulo: Editora Baraúna, 2010.
125 p.
Fabricação de uma calça jeans consome 11 mil litros de água. Fantástico, 2015.
Disponível em:<http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/02/fabricacao-de-uma-
calca-jeans-consome-11-mil- litros-de-agua.html>. Acesso em: 07 maio 2019.
REBOUÇAS, Aldo. Uso Inteligente da Água. 2. ed. São Paulo: Escrituras, 2004. 208p.
56
EMISSÁRIOS SUBMARINOS E SEU IMPACTO NO MEIO AMBIENTE
MARINHO
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
26
Aluna de graduação em Direito, Universidade do Estado de Minas Gerais, Unid ade Frutal, Frutal, MG
gabrielacrepaldicordeiro@hotmail.co m.
27
Aluna de graduação em Direito, Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Frutal, Frutal, MG
gabitazitu@hotmail.com
57
casos concretos.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Funcionamento
28
Em: PAQUETE, Suzana. Como funciona um emissário submarino? Superinteressante. 4 de julho de 2018.
Disponível em: <https://super.abril.com.br>. Acesso em: 08 maio 2019
58
primeira se observa a unidade de condicionamento prévio dos efluentes, a segunda se
observa o emissário e por último, a tubulação difusora.
A primeira etapa observa o tratamento dos esgotos para ser lançado em alto mar,
feito em uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), onde se remove os sólidos e os
materiais flutuantes.
A segunda etapa trata do transporte dos rejeitos da Estação de Tratamento de Esgotos
até o mar, feito através de uma canalização em parte terrestre e em parte oceânica.
E, por último, a tubulação difusora consiste em orifícios destinados a lançar através
de jatos os efluentes no mar, com quantidade maior de movimento e densidade menor
que faz com que a corrente marinha.
Segundo o autor SUBTIL 2012, “No Brasil, a concepção adotada para a maioria
dos sistemas de disposição oceânica de esgotos sanitários é a utilização do tratamento
preliminar como etapa anterior ao lançamento.” O autor ainda complementa que é uma
opção economicamente viável, pois a área utilizada para a instalação é menor do que a
maioria das estalações de maior nível de tratamento e pela menor geração dos resíduos.
59
Conceito de Biodiversidade
Paulo Affonso Leme Machado aponta que “não basta permitir a perpetuidade
das espécies e dos ecossistemas, mas a Constituição ordena que o Poder Público zele pela
integridade desse patrimônio” (MACHADO, Paulo Affonso Leme. 2018, p. 172)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
61
REFERÊNCIAS
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 26.ed., rev., ampl. e
atual. São Paulo: Malheiros, 2018, p. 172.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 17. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
62
CONTROLE BIOLÓGICO DA Diatraea saccharalis (FABRICIUS, 1794):
USO DE MICRORGANISMOS ENTOMOPATOGÊNICOS NA CULTURA DE
CANA-DE-AÇÚCAR
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
1
Aluno disciplinas isoladas Mestrado em Ciências ambientais, Universidad e do Estado de |Minas Gerais,
unidade de Frutal, MG. abaadriana@hotmail.com.
2
Prof. Doutor Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade de Frutal, MG. eduardo.martins@uemg.br.
63
REFERENCIAL TEÓRICO
A Diatraea sacharalis
Figura 2 - Lagarta Diatraea saccharalis (A) Fonte: (GARCIA, 2013) e Fase de pupa da
Diatraea saccharalis (B) Fonte: (DIVULGAÇÃO ENTOMOL CONSULTORIA, 2016).
64
O Controle Biológico
CONSIDERAÇÕES FINAIS
66
agroecológicas, traduzir-se-ão ao aumento da demanda por meios alternativos
biologicamente favoráveis.
Vários microrganismos apresentaram resultados eficientes nos trabalhos
referenciados, demonstrando seu alto poder atuante no controle de diversas pragas-alvo,
em vários tipos de cultura existentes em todo o território brasileiro.
REFERÊNCIAS
PARRA, J. R. P.. Criação massal de inimigos naturais. In: José Roberto Postali Parra;
Paulo Sérgio Machado Botelho; Beatriz Spalding Corrêa Ferreira; José Maurício Simões
67
Bento. (Org.). Controle Biológico no Brasil: parasitóides e predadores. São Paulo:
Manole, v. 1, p. 143-164, 2002.
68
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO Bidens pilosa, Taraxacum
officinale SUBMETIDO A PALHA DE CANA-DE-AÇÚCAR COMO
POTENCIAL ALELOPÁTICO
INTRODUÇÃO
31
Tec. em Produção Sucroalcooleira, Universidade do Estado de Minas Gerais,
nubiadepaula17@gmail.com
32
Dr., Universidade do Estado de Minas Gerais, jhansley.mata@uemg.br
33
Dr., Universidade do Estado de Minas Gerais, allynson.fujita@uemg.br
4
Dr., Universidade do Estado de Minas Gerais, vanesca.korasaki@uemg.br
5
Esp. Agroecologia no Cerrado, Universidade do Estado de Minas Gerais, Frederico.alves@uemg.br
69
prejudicial direto ou indireto da planta na germinação, crescimento e desenvolvimento de
outra planta (ZAPROMETOV, 1992).
A importância de cada espécie de planta daninha pode variar com a região e, às
vezes, dentro de uma mesma propriedade. Algumas, no entanto, são comuns e se
destacam pelas dificuldades e pelos problemas que causam ao agricultor (GAZZIERO e
SOUZA, 1993).
Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial alelopático do
pó de palha da cana-de-acúcar no desenvolvimento de plantas daninhas e plantas
bioindicadoras.
MATERIAL E MÉTODOS
70
Aos 40 dias de desenvolvimento após a semeadura, os vasos foram desinstalados
e avaliados os parâmetros: altura de planta: medição da altura das plantas a partir do solo
até a curvatura da última folha em cm e comprimento da raiz: medição do comprimento
com uma régua graduada.
Os resultados obtidos dos parâmetros avaliados foram submetidos à análise de
variância, os dados qualitativos foram avaliados através do teste de Skott-knott (1974) ao
nível de 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SISVAR (FERREIRA,
2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
71
função da quantidade de palha depositada no solo (MEDINA MELENDEZ, 1990;
VELINI et al., 2000).
72
Já na aplicação incorporada da palha, observa-se que nas espécies de alface,
tomate e dente-de-leão as doses não deferiram estatisticamente. Já para espécie de picão-
preto houve diferença estatística observando maiores valores na testemunha (0%), já nas
demais doses verificam-se a inibição no comprimento da raiz quando foi incorporado
palha da cana-de-açúcar.
Comparando os tipos de aplicação entre as dosagens de bioextrato na mesma
espécie, verifica-se que não difere estatisticamente entre a aplicação pulverizada e
incorporada para a espécie de alface e tomate. No entanto, para a espécie de dente-de-
leão e picão-preto, observa-se diferença significativa, quando a palha foi pulverizada
considerando maiores valores na dose 0,5% para a espécie de dente-de-leão e para picão-
preto nas doses de 0,5 e 1%.
73
* e ** significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente. ns: não
significativo.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
74
SEVERINO, F. J.; CHRISTOFFOLETI, P. J. Efeitos de quantidades de fitomassa de
adubos verdes na supressão de plantas daninhas. Planta Daninha, v. 19, p. 223-228,
2001.
75
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E PARÂMETROS FÍSICO- QUÍMICOS
DA ÁGUA EM UMA PROPRIEDADE RURAL DE FRUTAL/MG
INTRODUÇÃO
76
OBJETIVOS
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A temperatura da água nos pontos de coleta variou de 19,2 a 25,7, sendo menores
nos meses de inverno e mais elevadas nos meses da primavera, conforme esperado para
as estações, na região de estudo (Figura 1). Jian et al. (2003) destacam que a temperatura
77
da água é uma variável importante, pois está associada ao consumo de oxigênio,
crescimento e sobrevivência dos organismos.
30
Temperatura (°C)
25
20
15
10 P1
5 P2
0
J J A S O N
Meses
3 P2
2
1
0
J J A S O N
Meses
Figura 2: pH da água nos pontos de coleta em duas propriedades rurais do
município de Frutal/MG. P1: antes do contato com gado; P2: após contato com gado.
78
ponto 3 onde havia descarte do rejeito de suinocultura, o OD em 5 das 6 coletas não ficou
em níveis impróprios. Uma das causas para que o OD não ficasse em níveis muito baixos
é o fluxo de água contínuo nos pontos de coleta, que pode ter feito com que na maioria
das coletas essa variável ficasse dentro dos padrões da legislação.
4 P1
P2
2
0
J J A S O N
Meses
20
18
(NMP/100mL).103
Termotolerantes
16
14
Coliformes
12
10
8 P1
6 P2
4
2
0
J J A S O N
Meses
79
Figura 4: Coliformes termotolerantes na água nos pontos de coleta em duas
propriedades rurais do município de Frutal/MG. P1: antes do contato com gado; P2: após
contato com gado.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
80
POTENCIAL ALELOPÁTICO DO PÓ DA PALHA DE CANA-DE-AÇÚCAR
NAS ESPÉCIES DE Bidens pilosa, Taraxacum officinale, TOMATE E
ALFACE
INTRODUÇÃO
34
Téc.Produção Sucroalcooleira, Universidade do Estado de Minas Gerais–Frutal,
nubiadepaula17@gmail.com
35
Prof. Dr., Universidade do Estado de Minas Gerais -Frutal, jhansley.mata@uemg.br
36
Prof. Dr., Universidade do Estado de Minas Gerais-Frutal, allynson.fujita@uemg.br
37
Prof. Dr., Universidade do Estado de Minas Gerais -Frutal, eduardo.martins@uemg.br
38
Mestrando em Ciências Ambientais, Universidade do Estado de Minas Gerais -Frutal,
heytor.martins@uemg.br
81
A alelopatia ocorre com a liberação de metabólitos secundários, denominados
aleloquímicos, no ambiente em função da decomposição dos resíduos vegetais, podendo
interferir na germinação, pela inativação dos mecanismos de dormência, e também no
crescimento inicial de plantas daninhas ocorrentes (MONQUERO et al., 2009).
A importância de cada espécie de planta daninha pode variar com a região e, às
vezes, dentro de uma mesma propriedade. Algumas, no entanto, são comuns e se
destacam pelas dificuldades e pelos problemas que causam ao agricultor (GAZZIERO e
SOUZA, 1993).
Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial alelopático do
pó de palha da cana-de-acúcar no desenvolvimento de plantas daninhas e plantas
bioindicadoras.
MATERIAL E MÉTODOS
82
1,5; 2; 2,5 e 3% (p p-1 ), que foram adicionadas ao vaso em superfície, incorporados e
pulverizados.
Aos 40 dias de desenvolvimento após a semeadura, os vasos foram desinstalados
e avaliados os parâmetros: massa seca da parte aérea e da raiz: foram colocadas em estufa
de circulação de ar, a 60ºC, até atingir massa seca constante; volume de raiz: a raiz foi
colocada em uma proveta graduada com 200 mL de água, onde a diferença das leituras,
dará o volume.
Os resultados obtidos dos parâmetros avaliados foram submetidos à análise de
variância, os dados qualitativos foram avaliados através do teste de Skott-knott (1974) ao
nível de 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SISVAR (FERREIRA,
2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quando a palha foi incorpora (Tabela 1), observa-se que na espécie de alface e
dente-de-leão as doses não deferiram estatisticamente. Já para espécie de tomate houve
diferença estatística com maior valor na dose de 0% e na espécie de picão-preto observa-
se maiores valores nas dosagens de 0 e 3% e nas demais nota-se a redução na massa seca
da parte aérea da planta.
Comparando os tipos de aplicação entre as dosagens de bioextrato na mesma
espécie, verifica-se que não difere estatisticamente entre a aplicação pulverizada e
incorporadada para a espécie de alface. No entanto, para as espécies de tomate, dente-de-
leão e picão-preto, observa-se diferença significativa, sendo que, quando a palha foi
pulverizada observam-se maiores valores nas doses 0,5% e para a espécie de tomate em
2,5%.
83
Tabela 1. Massa seca da parte aérea a diferentes tipos de aplicações e doses de pó
da palha de cana-de-açúcar.
Para a massa seca da raiz das espécies submetidas a diferentes tipos de aplicação
de palha da cana-de-açúcar, Tabela 2, observa-se que as doses não diferiram
estatisticamente quando a palha foi pulverizada para a espécie de tomate. No entanto,
verifica-se diferença estatística, com maiores valores nas doses de 0,5; 1; 1,5; 2; 2,5 e 3%
para alface, 0 e 0,5% para dente-de-leão e picão-preto, as demais doses reduziu a massa
seca da raiz das plantas.
Verificando quando a palha foi incorporada, nota-se que na espécie de alface que
as doses não deferiram estatisticamente. Já para espécie de tomate houve diferença com
maior valor na dose 0% e nas espécies de dente-de-leão e picão-preto observa-se maiores
valores na dosagem de 2,5 e 3%, e 3%, respectivamente, e nas demais doses verifica-se
menores valores de massa seca radicular.
Analisando os tipos de aplicação nas doses de bioextrato entre a mesma espécie
(Tabela 2), verifica-se que todas as espécies diferem estatisticamente entre a aplicação
pulverizada e incorporada. Para a espécie de alface nota-se maiores valores na testemunha
(0%), no tomate na dose de 1%, dente-de-leão e picão-preto maiores valores nas doses de
84
0; 0,5 e 3%, sendo que, os maiores valores observados foram quando utilizou a aplicação
pulverizada para todas as espécies.
Guidotti et al. (2013) corrobora com este estudo, onde observa que a exposição de
plântulas de soja a dopamina, reduziu a massa, tanto da raiz fresca quanto da raiz seca.
85
de-açúcar poderá ser isolado e identificado um composto químico e utilizado como
estimulador no desenvolvimento de plantas cultivadas (alface e tomate).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
86
SOARES, M. B. B. et al. Fitossociologia de plantas daninhas sob diferentes sistemas de
manejo de solo em áreas de reforma de cana-crua. Revista Agro@mbiente, v. 5, n. 3, p.
173-181, 2011.
WICHERS, H.J; VISSER, J.F.; HUIZING, H.J.; PRAS, N. Occurrence of l-dopa and
dopamine in plants and cell-cultures of Mucuna pruriens and effects of 2,4-d and NaCl
on these compounds. Plant Cell, Tissue and Organ Culture 33: 259-264, 1993.
87
A IMPORTÂNCIA DA FAUNA DE SOLO PARA A PRODUÇÃO
AGROECOLÓGICA
INTRODUÇÃO
39
Especialista em Agroecologia do Cerrado, Universidade do Estado de Minas Gerais,
nathieugeniasilva@gmail.com
40
Doutora, Universidade do Estado de Minas Gerais. cristiane.barros@uemg.br
88
rápida de nutrientes, a segunda fase é quando ocorre a imobilização de nutriente, que pode
ter início logo após a lixiviação ou quando começa ocorrer à perda de massa da
serapilheira, a terceira e última fase é a que ocorre a liberação total de nutrientes e a
decomposição final da serapilheira.
OBJETIVOS
METODOLOGIA
DESENVOLVIMENTO
A fauna de solo
89
em uma função mais importante para a regulação do funcionamento dos ecossistemas
(DELITTI, 1995).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
90
REFERÊNCIAS
91
QUANTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS EM SOLOS COM CULTIVO
CONVENCIONAL E AGROECOLÓGICO
INTRODUÇÃO
92
solos manejados para a preservação da qualidade e para que possibilite uma produção
continuada.
De acordo com Parron (2015), o solo não é utilizado somente como substrato
para desenvolvimento de plantas (produção de alimentos), ele também é considerado um
“ente” vivo, porque nele estão presentes milhares de microrganismos e animais. Por ser
um recurso natural, possui qualidade definida dentro dos limites do ecossistema e, quando
preservado, garante a produtividade biológica e promove a saúde tanto animal como
vegetal (MELONNI et al., 2008).
OBJETIVOS
METODOLOGIA
Área experimental
93
canteiro, foram coletadas 5 amostras por quinzena, sendo estes 5 pontos totalmente
distintos na área experimental, totalizando assim 6 coletas ao final desta pesquisa.
Estes solos foram armazenados em sacos plásticos, identificados e transportados para o
Laboratório de Microbiologia da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG,
Unidade Frutal.
Para contagem bacteriana foi utilizado o meios de cultura PCA (Acumedia), no
qual foram inoculadas diluições 10-³, 10-4 e 10-5 . Os resultados estão expressos em
Unidades Formadoras de Colônias por grama de solo (UFC/g).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
94
(SANTOS et al., 2010).
Coleta 5 Coleta 6
9
9
8
8
Bactérias (UFC/g.106)
Bactérias (UFC/g.106)
7
7
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
0 0
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
95
Figura 1 Contagem de bactérias em amostras de solo com cultivo convencional e
agroecológico. 1 e 2: áreas com cultivos agroecológicos; 3: área sem cultivo; 4 e 5:
cultivos convencionais de abacaxi e cana-de-açúcar, respectivamente.
REFERÊNCIAS
CHERUBIN, M.R.; SANTI, A.L.; Eitelwein, M.T.; Amado, T.J.C.; Simon, D.H. &
Damian, J.M. 2015. Dimensão da malha amostral para caracterização da variabilidade
espacial de fósforo e potássio em Latossolo Vermelho. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 50, p. 168- 177, 2015.
MELONNI, R;.et al. Avaliação da qualidade de solos sob diferentes coberturas florestais
e de pastagem no sul de Minas Gerais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, p.
2461-2470, 2008.
96
SANTOS, D. H.; TIRITAN, C. S.; FOLONI, J. S. S; FABRIS, L. B. Produtividade de
cana-de-açúcar sob adubação com torta de filtro enriquecida com fosfato solúvel.
Pesquisa Agropecuária Tropical, v.40, p.454-461, 2010.
97
98
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