EBOOK Cenários Inovadores para Um Brasil em Transf - 240112 - 120718
EBOOK Cenários Inovadores para Um Brasil em Transf - 240112 - 120718
EBOOK Cenários Inovadores para Um Brasil em Transf - 240112 - 120718
Revisão
Os autores
Foto de capa
Idea Design / Shutterstock
Conselho Editorial
Cairo Mohamad Ibrahim Katrib (UFU)
Fernanda Duarte Araújo Silva (UFU)
Otávio Luiz Bottecchia (UFU)
Paulo Irineu Barreto Fernandes (UFU)
Raquel Mello Salimeno de Sá (UFU)
Rozaine Aparecida Fontes Tomaz (UEMG)
Telma Cristina Dias Fernandes (UFU - UNESP)
Valdete Borges Andrade (UFU)
Bibliografia.
ISBN 978-65-86906-26-4
Muito zelo foi utilizado para a redação desta obra. Porém, cada
capítulo foi escrito de maneira independente por cada um dos autores e
coautores. Assim, este livro não reflete a opinião pessoal da organizadora
e coordenadora técnica, muito menos das instituições onde os autores
trabalham. A organizadora e coordenadora técnica deste projeto, junto com
as instituições, não se responsabilizam por quaisquer danos financeiros
ou morais que venham a ocorrer devido à leitura desta obra. Também
não nos responsabilizamos por qualquer tipo de plágio que possa ter
ocorrido em algum capítulo, por parte de algum autor e coautor. Assim
sendo, os capítulos relatam as opiniões dos respectivos autores e coautores
exclusivamente, sendo estes os fiéis responsáveis pelo conteúdo.
AGRADECIMENTO
RESUMO
O capítulo apresenta as principais alterações e características das últimas
Reformas na Previdência social, tendo em comparação, o desemprego e o
déficit de arrecadação. Foram apresentadas informações que evidenciam que
desde a Constituição de 1988, o sistema previdenciário sofre um desequilíbrio
na sustentabilidade financeira, além de corroborar sistematicamente com a
disparidade social. As altas taxas de desemprego, causadas pelas sucessivas crises
econômicas no Brasil, além da expressividade das dificuldades causadas pela
pandemia, essas variáveis são determinantes nas arrecadações previdenciárias,
pois, a Constituição Federal estabelece que parte dos recursos da seguridade
social, são custeadas por meio da contribuições dos trabalhadores, empregados
e empregadores, com isso o objetivo do capítulo foi de evidenciar a relação
entre a previdência e o mercado de trabalho, principalmente com os expressivos
índices de desemprego, para isso foi utilizada a metodologia qualitativa, por meio
de pesquisa bibliográfica, histórica e comparativa. Com o estudo foi possível
analisar as causas das reformas previdenciárias realizadas, com isso é evidente
a necessidade das mudanças, porém, elas precisam acontecer em concomitância
com a criação e fomento de políticas públicas que equilibrem a sustentabilidade
financeira com a qualidade de vida dos brasileiros, por meio do fomento de
oportunidades de renda e emprego.
ABSTRACT
The chapter presents the main changes and characteristics of the last Social
Security Reforms, in comparison with unemployment and the revenue deficit.
Information was presented that shows that since the 1988 Constitution, the social
security system has suffered an imbalance in financial sustainability, in addition
to systematically corroborating with social disparity. The high unemployment
rates, caused by the successive economic crises in Brazil, in addition to the
expressiveness of the difficulties caused by the pandemic, these variables are
11
decisive in social security collections, since the Federal Constitution establishes
that part of the social security resources are funded through the contributions
from workers, employees and employers, with that the aim of the chapter was to
highlight the relationship between social security and the labor market, especially
with the expressive unemployment rates, for which a qualitative methodology
was used, through bibliographical research, historical and comparative. With the
study it was possible to analyze the causes of the social security reforms carried
out, the need for changes is evident, but they need to happen concurrently with
the creation and promotion of public policies that balance financial sustainability
with the quality of life of Brazilians, through the promotion of income and
employment opportunities.
1. Introdução
12
Konrad (2020) evidenciam que a evolução nos gastos previdenciários
e, considerando o envelhecimento da população, com isso a previdência
fica insustentável. Por meio das pesquisas realizadas é possível indicar
que as variáveis demográficas, como o envelhecimento populacional
e a disparidade social, são questões que motivaram as reformas
previdenciárias. O mercado de trabalho, por meio das análises para as
oportunidades de trabalho e ainda os números referentes a quantidade
de empregados e desempregados no país estão direta e diretamente
relacionados a sustentabilidade, pois conforme previsto da Constituição
é financiada direta e indireta pelos brasileiros. Botelho e Costa (2020)
analisam que os cenários econômicos e trabalhistas são relevantes para os
resultados da sustentabilidade financeira da previdência social.
Desta maneira, o capítulo pretende evidenciar a relação entre a
previdência e o mercado de trabalho, por meio de uma visão imparcial dos
fatos, com uma análise das últimas reformas previdenciárias e ainda como
a previdência social é afetada com a situação e conjuntura do mercado
de trabalho, focando principalmente nas questões de empregabilidade,
mais especificamente relacionada aos altos índices de desemprego que
impactam a previdência.
2. Procedimentos metodológicos
13
e estabelece a importância de pesquisar a origem para compreender as
características atuais no sistema previdenciário.
Outro método aplicado foi o comparativo, Marconi e Lakatos
(2009) estabelecem que o referido método colabora com uma explicação
dos fenômenos, permitindo analisar as informações, é utilizado para
analisar semelhanças, diferenças e comparações de variáveis, para apontar
vínculos causais entre os processos, assim foram evidenciadas as principais
características das Reformas Previdenciárias e ainda uma análise entre
suas relações com o mercado de trabalho, com foco em questões como o
desemprego, as pesquisas apresentadas evidenciam números expressivos
de desempregados e ainda disparidade social, fatores esses que estão
relacionadas com a sustentabilidade do sistema previdenciário.
3. Revisão da Literatura
3.1 Previdência
14
regimes próprios. Rocha e Baltazar Junior (2012, p. 48) manifestam que
“Segurados são as pessoas físicas que, em razão do exercício de atividade
ou mediante o recolhimento de contribuições, vinculam-se diretamente ao
Regime Geral”.
Souza, Vaz e Paiva (2021) discorrem que a previdência é o
principal gasto social brasileiro, indicaram que a despesa com a categoria
de previdência social, incluindo os dois regimes RGPS e RPPS sempre
esteve acima de 50% do total despendido pelo governo federal com os
gastos sociais. Afonso (2019) discorreu que a Constituinte de 1988
acrescentou faturamento, lucro e loterias ao lado de salários para financiar
a seguridade social como um todo, porém essa estratégia é insuficiente pelo
deslocamento entre as tendências de pressão de gasto da Previdência com
o desempenho da tributação da base salarial. Segundo estudo realizado
por Marques, Batich e Mendes (2003, p. 118):
Além da questão da despesa, a previdência social apresenta
um grave problema no plano de sua arrecadação. Nos
dois anos pós-reforma, isto é, em 2000 e 2001, a receita
líquida, isto é, a arrecadação bancária das contribuições
de empregados e empregadores, acrescida da receita do
Simples, dos depósitos judiciais, e deduzidas as restituições
de arrecadação e transferências a terceiros, foi 3,19% e
3,23% inferior ao nível de 1986, quando o PIB brasileiro
era significantemente inferior ao atual, e as alíquotas eram
inferiores às atuais.
15
O déficit na previdência social é o mais grave problema
econômico do Brasil. Em 2018 a arrecadação do RGPS
foi de R$391 bilhões, frente a um dispêndio de R$587
bilhões, levando a um déficit de R$196 bilhões. Para
2019, de acordo com as projeções oficiais, é esperado
que estes valores aumentem para R$419 bilhões, R$637
bilhões e R$218 bilhões, respectivamente. O equilíbrio
da previdência social é condição sine qua non para o
equacionamento das finanças públicas. Isto é fundamental
para que o Brasil possa crescer de forma sustentada. O país
está décadas atrás do que foi feito em outras nações. A crise
fiscal brasileira tem um motivo básico: o desequilíbrio
previdenciário.
16
coberturas de proteção para familiares no caso de morte prematura do
participante do plano (SANTOS, 2019).
Segundo Ferreira e Conceição (2021) sistema de previdência na
seguridade social é um dos grandes debates da atualidade e objetivando
a complementariedade à renda para alguns indivíduos que possuem
condições para o processo, optam por investir no sistema de previdência
privada, esses contribuintes no momento de sua inatividade, visam manter
o padrão de renda no momento da aposentadoria, assim a previdência
privada é uma alternativa à previdência pública, principalmente após
as alterações nas regras previdenciárias nos últimos anos, o sistema de
previdência privada vem ganhando cada vez mais adeptos.
17
de trabalho. Segundo Marques (2003) em 1999, a referida reforma foi
aprovada e a previdência registrava um déficit equivalente a 1% do
Produto Interno Bruto - PIB, a seguridade social apresentava um superávit
de R$ 16,3 bilhões, correspondendo a 1,7% do PIB. No quadro a seguir
são apresentadas as principais características da EC 20\98.
18
sobre o valor de suas aposentadorias e pensões que superarem o teto
máximo pago pelo regime geral. Além disso, determinou que o cálculo
das aposentadorias e pensões fosse feito com base na média de todas
as remunerações dos servidores. A quarta reforma realizada em 2005,
por meio da EC de nº 47 é embasada na inclusão social, como indica
Gueller (2016) destaca que a EC nº 47 criou critérios diferenciados para
as aposentadorias do deficiente, de pessoas que trabalhem sob condições
especiais que prejudiquem a saúde e que exerçam atividades de risco.
Objetivando a inclusão social, criou a figura do contribuinte de baixa
renda, deixando para o legislador infraconstitucional, o dever de criar
alíquotas de contribuições diferenciadas para esta categoria de pessoas.
A Quinta reforma ocorreu ano de 2012, por meio da EC n° 70, que
segundo a Gueller (2016) permitiu a revisão dos cálculos das aposentadorias
por invalidez concedidas na vigência da Constituição que passasse a serem
feitos com base na média aritmética das remunerações do servidor e não
com base na última remuneração do servidor. No ano de 2015, com a EC
n° 88 foi alterada a idade para aposentadoria compulsória do servidor para
70 ou 75 anos de idade, nos termos da lei que a regulamenta, na época
mencionado por Gueller (2016) a Previdência Social é o maior programa
de distribuição de renda e de redução da pobreza no Brasil, o quadro 2
apresenta as principais características das 41/03, 47/05, 70/12 e 88/15.
19
3.3 Reforma previdenciária realizada em 2019
20
muitos postos de trabalhos da sociedade brasileira possui características
que não proporcionam estabilidade e longevidade.
4. Mercado de trabalho
21
trabalho informal. Realizando uma análise na história recente e relacionado
o mercado de trabalho com a Reforma Previdenciária realizada no ano de
1998 a taxa de desemprego elevou, mesmo ano em que foram feitas as
EC nº 3 e n° 20. Essa situação financeira dos trabalhadores financeiros
pode justificar o decréscimo de contribuições. Segundo Batich e Marques
(1999, pág. 140) Entre 1997 e 1998, a arrecadação das contribuições de
empregados e empregadores foi cada vez mais insuficiente para financiar
o gasto crescente com benefícios.
Pereira e Cabral (2019) destacam que a conjuntura do mercado de
trabalho no Brasil, apresenta elevadas taxas de desemprego, precarização
do emprego e ofensiva contra os direitos sociais e trabalhistas, com isso
a classe trabalhadora fica cada vez mais desprotegida, conforme os dados
divulgados pelo IBGE (2017) cerca de 1,4 milhões de trabalhadores
deixaram de contribuir com a Previdência Social desde 2014. Em 2017,
63,8% do trabalho que contribui para a aposentadoria caiu, devido à
crise no mercado de trabalho, fator preocupante e que juntamente com as
informações das pesquisas evidenciadas acima já indicam a relação entre
o mercado de trabalho com o sistema previdenciário.
22
e os órgãos públicos, em que todo empregado com carteira assinada
contribui com uma taxa que varia entre 8% e 11% para o RGPS, com uma
alíquota variando de acordo com a renda e que incide até o teto do INSS.
Para os empregadores a taxa é de 20% do valor da folha de pagamento.
Já os trabalhadores autônomos e sem carteira, podem contribuir pagando
uma taxa que varia de 5% a 20% de sua renda. Os autores informaram
ainda que no ano de 2018, 25% das despesas previdenciárias foram pagas
pelas contribuições de trabalhadores, 45% pelos empregadores e 30%
foram pagos pela União.
Um fator preocupante é o número de municípios brasileiros que o
número de aposentados e pensionistas é maior do que os de trabalhadores
com carteira assinada, como é o caso da região metropolitana de São
José do Rio Preto, no interior do Estado de São Paulo, pois, com base
no levantamento do Jornal Diário da Região, através dos dados do INSS,
mais da metade das cidades da referida região, possuem mais aposentados
e pensionistas, do que trabalhadores com carteira assinada. (DIÁRIO DA
REGIÃO, 2021)
O processo de envelhecimento populacional ocorre velozmente,
conforme as informações demográficas, com isso foram realizadas diversas
mudanças nas regras do RGPS, especialmente pra prolongar a vida ativa
dos trabalhadores. Contudo, nas relações de emprego existem barreiras
à contratação e manutenção da mão de obra envelhecida, nem sempre o
empregador está disposto ou adaptado a empregar esse contingente. Com
isso, muitas pessoas poderão não ter uma idade para efeito de aposentaria,
mas considerada avançada o bastante para serem excluídas do mercado
de trabalho. Os processos de reforma nas aposentadorias programáveis
procuram preservar o equilíbrio financeiro do sistema previdenciário,
mas também podem ocasionar também a desproteção social daqueles
que ficam mais distantes da aposentadoria e que não conseguem emprego
(FLUMINHAN, 2019)
Corroborando com as análises Da Nóbrega, Diógenes e Pereira
(2019), discorrem que em decorrência das mudanças demográficas a
respeito do envelhecimento da população, diversos países têm realizados
reformas previdenciárias a fim de implementar maior sustentabilidade
para a seguridade social e ainda equilibrar e mais. No Brasil o
envelhecimento da populacional é uma variável que vem alterando
o perfil demográfico brasileiro. Consequentemente, as mudanças no
mercado de trabalho estão diretamente relacionadas com a Previdência
23
Social, pois, o cálculo do benefício de aposentadoria ou pensão costuma
ser baseado no salário, acompanhando as disparidades sociais e salariais
assim, os autores também discorrem sobre a necessidade do fomento
de políticas públicas no que diz respeito à saúde e educação e mais,
para que se tenham novos idosos bem instruídos com educação formal,
saudáveis e capazes realmente de prolongar seu tempo no mercado de
trabalho pois como o processo está relacionado a qualidade de vida e
oportunidade da população poderá contribuir diretamente para a melhoria
do cenário das contas previdenciárias, em uma outra analise quanto mais
aposentadas, pensionistas e idosas fora do mercado de trabalho, mais a
conta previdenciária aumentará preocupando pelo fato de cada vez mais
cair a relação de ativos x inativos no Brasil, os autores destacaram ainda
que as mulheres são as que mais recebem pensão por morte no Brasil e que
possuem maior longevidade (DA NÓBREGA; DIÓGENES e PEREIRA
(2019).
Considerações finais
24
a o estudo apresentou relações entre a previdência social com algumas
variáveis do mercado de trabalho, mais especificamente sobre as questões
que envolvem os índices expressivos de desempregados ou profissionais
subutilizados, os referidos índices por meio da pandemia do COVID-19
ficaram ainda mais evidentes e preocupantes, o que consequentemente
afeta a sustentabilidade com o desequilíbrio na arrecadação da previdência
social e demais processos, acarretando o fomento da situação problemática.
Independentemente da gestão responsável e do momento histórico em
que ocorreram as reformas previdenciárias por meio das EC elas tiverem
o objetivo central na proteção dos direitos previdenciários e das atuais e
futuras gerações, um destaque que costuma estar indicado na maioria das
pesquisas sobre o tema é a preocupação com os trabalhadores mais pobres,
fica evidente a necessidade de proteção desse público, além das pessoas que
em situação de carência e extrema pobreza, com isso esforços em criar e
proteger o emprego e a renda em concomitância com as reformas podem ser
considerados imprescindíveis, inclusive com estímulo a empregabilidade
para pessoas acima dos 50, 60 anos ou mais, haja vista a dificuldade que
esses brasileiros vivenciam para colocar-se e recolocar-se no mercado de
trabalho, por questões culturais como o etarismo, com isso adequações
e mudanças culturais e comportamentais são também imprescindíveis,
pois, para acompanhar a mudança na legislação principalmente a respeito
da faixa etária permitida para aposentaria, faz-se necessário, o fomento e
criação de políticas públicas visando a empregabilidade dessa faixa etária,
por meio de gerações de empregos, oportunidades de renda, mais também
qualificação profissional.
Ademais, é possível refletir que conforme as informações analisadas
e discutidas, que existe grande influência econômica do país sobre as
decisões para as reformas previdenciárias realizadas, com desiquilíbrio
do sistema previdenciário crescente. Como em outros casos, não se deve
repetir reformas que corrompam as contas públicas, os esforços precisam
estar em concomitância com a geração de emprego e renda, além das
mudanças culturais sobre o tema.
Referências
25
AFONSO, Luís Eduardo; CARVALHO, João Vinícius de França. Show do
trilhão no RGPS? Quantificando os aspectos fiscais e distributivos da reforma
da previdência do governo Bolsonaro. Revista Brasileira de Economia, v. 75, p.
116-148, 2022. Disponível: https://www.scielo.br/j/rbe/a/9sKNyjnpgLxBkqW3B
xj7Qcq/?format=pdf&lang=pt. Acesso: 2 de abr. de 2023.
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 13ª edição. São Paulo: Atlas, 2013.
BACCIOTTI, Rafael; MARÇAL, Emerson Fernandes. Taxa de Desemprego
no Brasil em quatro décadas: retropolação da PNAD contínua de 1976 a
2016. Estudos Econômicos. São Paulo, v. 50, p. 513-534, 2020. Disponível:
https://www.scielo.br/j/ee/a/YQcXMRc5xjPBgPHZztrnKDj/abstract/?lang=pt.
Acesso: 18 de abr. de 2023.
BOTELHO, Luciano Henrique Fialho; DA COSTA, Thiago de Melo Teixeira.
Financial Analysis of Social Security In Brazil in Fiscal Reform Times.
Revista Catarinense da Ciência Contábil, v. 19, p. 1-18, 2020. Disponível: https://
revista.crcsc.org.br/index.php/CRCSC/article/view/2922. Acesso: 1 abr. 2023
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988. Disponível: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso: 2 de abr. de 2023.
_____. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização
da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências.
Disponível: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm>. Acesso:
18 de abr. de 2023.
_____. Emenda Constitucional n.º 3, de 17 de março de 1993. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 18 mar. 1993. Disponível: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc03.htm. Acesso: 14 de abr. de 2023.
_____. Emenda Constitucional n.º 20, de 15 de dezembro de 1998. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 1998. Disponível: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc20.htm. Acesso: 14 de abr. de
2023.
_____. Emenda Constitucional n.º 41, de 19 de dezembro de 2003. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 2003. Disponível: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm. Acesso: 14 de abr. de
2023.
26
_____. Emenda Constitucional n.º 47, de 05 de julho de 2005. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 06 jul. 2005. Disponível: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm. Acesso: 14 de abr. de 2023.
_____. Emenda Constitucional n.º 88, de 07 de maio de 2015. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 08 maio de 2015. Disponível: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc88.htm. Acesso: 14 de abr. de 2023.
_____. Emenda Constitucional n.º 103, de 12 de novembro de 2019. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 13 nov. 2019. Disponível: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm. Acesso: 15 abr. de
2023.
______. Ministério da Fazenda, Secretaria de Previdência, Empresa de
Tecnologia e Informações da Previdência. Anuário Estatístico da Previdência
Social 2017. Brasília: MF/DATAPREV, 2018. Disponível: https://sa.previdencia.
gov.br/site/2019/04/AEPS-2017-abril.pdf. Acesso: 1 de abr. de 2023.
CAETANO, Marcelo Abi-Ramia. Solvência fiscal de longo prazo dos regimes
próprios de previdência dos estados e municípios. 2016. Disponível: https://
repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/6638. Acesso: 14 de abr. de 2023.
CORDEIRO, Gustavo Faria. O regime geral de previdência social: diagnósticos
estruturais críticos e proposta de reformas. 2006. Tese de Doutorado. Disponível:
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/3572.Acesso: 14 de abr. de 2023.
CECHIN, José. A previdência social reavaliada II. Revista Conjuntura Social, 2002.
COSTA, Simone da Silva. Pandemia e desemprego no Brasil. Revista de
Administração Pública, v. 54, p. 969-978, 2020. Disponível: https://www.scielo.
br/j/rap/a/SGWCFyFzjzrDwgDJYKcdhNt/?format=pdf&lang=pt. Acesso: 2 de
abr. de 2023.
DA NÓBREGA, Vanessa Viana; DIÓGENES, Victor Hugo Dias; PEREIRA,
Cinthyonara Targino. Participação da mulher idosa no mercado de
trabalho brasileiro: impactos sobre a previdência social. Anais, p. 1-19, 2019.
Disponível: http://abep.org.br/~abeporgb/publicacoes/index.php/anais/article/
viewFile/3182/3043. Acesso: 1 de abr. de 2023.
DEDECCA, Claudio Salvadori. O desemprego e seu diagnóstico hoje no Brasil.
Brazilian Journal of Political Economy, v. 18, p. 99-120, 2022. Disponível:
https://www.scielo.br/j/rep/a/fRz6gT3sGHBkXJy5TSN9MhS/abstract/?lang=pt.
Acesso: 3 de abr. de 2023.
27
DE LIMA, Alexandre Vasconcelos; KONRAD, Júlio. A transição demográfica
no Brasil e o impacto na Previdência Social. Boletim Economia Empírica, v.
1, n. 2, 2020.Disponível: https://www.portaldeperiodicos.idp.edu.br/bee/article/
view/4112. Acesso: 14 abr. 2023
DIÁRIO DA REGIÃO. Metade dos municípios da região de Rio Preto tem mais
aposentados que trabalhadores na ativa. 16 de outubro de 2021. Disponível:
https://www.diariodaregiao.com.br/cidades/regiao/metade-dos-municipios-da-
regi-o-de-rio-preto-tem-mais-aposentados-que-trabalhadores-na-ativa-1.817885.
Acesso: 9 de nov. de 2022.
FERREIRA, Thaiene Marques; CONCEIÇÃO, André Luiz Zuchi. Previdência
social: comportamento financeiro das pessoas após a reforma da previdência
de 2019. Gestão-Revista Científica, v. 3, n. 1, 2021. Disponível: https://seer.
uniacademia.edu.br/index.php/gestao/article/view/2944. Acesso: 2 de abr. de 2023.
GENTIL, Denise Lobato. A política fiscal e a falsa crise da seguridade social
brasileira: uma história de desconstrução e de saques. Mauad Editora Ltda, 2019
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo.
2016.
GUELLER, Marta. O seguro morreu de velho. 14 de outubro de 2016.
Disponível: http://economia.estadao.com.br/blogs/o-seguro-morreu-de-velho/
brasil-ja-fez-seis-reformas-nas-regras-da-previdencia/. Acesso:16 de abr. 2023.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Rio de Janeiro: IBGE,
2017. Disponível: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-
pnad-continua.html. Acesso: 8 abr. 2023.
_____. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Rio de
Janeiro: IBGE, 2021. Disponível: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/
trabalho/17270-pnad-continua.html. Acesso: 8 abr. 2023.
KREIN, José Dari; BORSARI, Pietro. Pandemia e desemprego: análise e
perspectivas. Coronacrise: a pandemia, a economia e a vida. Campinas, 2020.
Disponível: https://www.cesit.net.br/wp-content/uploads/2020/05/02.pdf.
Acesso: 18 de abr. de 2023.
LEVI, Maria Luiza. A reforma da previdência e o fim da seguridade social.
Revista Ciências do Trabalho, n. 14, 2019. Disponível: https://rct.dieese.org.br/
index.php/rct/article/view/209. Acesso: 2 de abr. de 2023.
28
LIMA, Abraão Cavalcante; DE PAULA, Sebastião Faustino; DA ROCHA,
Verônica Maria Monteiro. A gestão previdenciária e os desafios de uma nova
reforma. Revista De Gestão Pública, Previdência e Seguridade Social, v. 1, n.
1 Jul/Dez, p. 101-141, 2018. Disponível: https://faculdadeanasps.com.br/wp-
content/uploads/2021/06/9-a-gestao-previdenciaria-e-os-desafios-de-uma-nova-
reforma.pdf. Acesso: 1 de abr. de 2023.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica.
3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.
MARINHO, Danilo Nolasco Cortes et al. Trajetória e tendências do emprego
formal no Brasil segundo os grandes setores da economia e as Unidades da
Federação. Inclusão Social, v. 12, n. 2, 2019. Disponível: https://revista.ibict.br/
inclusao/article/view/4673. Acesso: 18 abr. 2023
MARQUES, Rosa Maria; BATICH, Mariana; MENDES, Áquila. Previdência
social brasileira: um balanço da reforma. São Paulo em Perspectiva,
v. 17, p. 111-121, 2003. Disponível: https://www.scielo.br/j/spp/a/
yZHKtXfj3FhNgQrFcRkHp4s/abstract/?lang=pt. Acesso: 14 de abr. de 2023.
MARQUES, Rosa Maria; BATICH, Mariana. Os impactos da evolução recente
do mercado de trabalho no financiamento da previdência. Pesquisa & Debate,
v. 10, n. 2 (16), 1999. Disponível: https://revistas.pucsp.br/rpe/article/view/11918.
Acesso: 13 de abr. de 2023.
NÓBREGA, Tatiana de Lima; BENEDITO, Maurício Roberto de Souza. O
Regime Previdenciário do Servidor Público: De acordo com a Emenda
Constitucional 103/2019 Reforma da Previdência. Editora Foco, 2021.
OLIVEIRA, Patrícia Roberta Leite; DA MATA, Mardeli Maria. Reforma da
Previdência: Mitigação de Direitos? Direito & Realidade, v. 8, n. 11, 2020.
Disponível: https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/direito-realidade/article/
view/2241. Acesso: 13 de abr. de 2023.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Transformando Nosso Mundo: a
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. 2015. Disponível: file:///D:/
Downloads/undp-br-Agenda2030-completo-pt-br-2016.pdf. Acesso em: 09 de
abr. de 2023.
PEREIRA, Sandra de Oliveira Gomes; CABRAL, José Pedro Cabrera.
Informalidade e crise do emprego no Brasil. Humanidades & Inovação,
v. 6, n. 18, p. 92-102, 2019. Disponível: https://revista.unitins.br/index.php/
humanidadeseinovacao/article/view/1753. Acesso: 18 de abr. de 2023.
29
ROCHA, Daniel Machado da. BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Comentários
à lei de benefícios da previdência social. 11 ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria
do Advogado Editora, 2012.
SANTOS, Amanda Freitas. Reforma da previdência: a aplicação da Emenda
Constitucional 103/2019 aos estados e aos municípios. 2022 TCC, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022. Disponível: https://pantheon.
ufrj.br/bitstream/11422/19873/1/AFSantos-min.pdf. Acesso: 1 de abr. e 2023.
SANTOS, Eraldo Oliveira. Previdência privada. Editora Senac. São Paulo, 2019.
SILVA,AdemirAlves da. Areforma da previdência social brasileira: entre o direito
social e o mercado. São Paulo em perspectiva, v. 18, p. 16-32, 2004. Disponível:
https://www.scielo.br/j/spp/a/LFDSXD6kgMcdrwrKbPgQthG/?lang=pt. Acesso:
14 de abr. de 2023.
SILVESTRE, Marcos. Previdência Particular: a nova aposentadoria. Barueri/
SP: Faro Editorial, 2017.
SOUZA, Pedro HG; VAZ, Fabio Monteiro; PAIVA, Luís Henrique. Efeitos
redistributivos da Reforma da Previdência. Estudos Econômicos (São Paulo),
v. 51, p. 565-600, 2021. https://doi.org/10.1590/0101-41615135pfl.
VERONESE, Osmar. A mutabilidade social da pós-modernidade no contexto
do novo direito previdenciário a partir da emenda constitucional nº 103 de
2019. Revista Científica Disruptiva, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 111-124, 2020. Disponível:
http://revista.cers.com.br/ojs/index.php/revista/article/view/85. Acesso: 14 abr.
2023.
SILVA, Silvan Zimermann da; BELMONTE, Fábio Willian. Previdência Social
Brasileira. Anuário Pesquisa e Extensão Unoesc São Miguel do Oeste, [S. l.], v.
5, p. e24746, 2020. Disponível: https://periodicos.unoesc.edu.br/apeusmo/article/
view/24746. Acesso: 18 abr. 2023.
30
CAPÍTULO II
ANÁLISE SWOT DO PLANO DE GESTÃO INTEGRADA
DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PMGIRS) DO MUNICÍPIO DE
PALMAS (TO) NO TOCANTE AOS DOMICILIARES, DE
SERVIÇOS E LIMPEZA URBANA, E AGROSSILVIPASTORIS
RESUMO
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) regulamentada pelo Decreto
nº 10.936 em 12 de janeiro de 2022, estabeleceu que os resíduos devem ter
destinação e disposição adequadas. Dentre outras questões e nos eixos principais
do decreto são contemplados os planos de gestão integrada de resíduos sólidos,
em nível Nacional, Estaduais, Regionais e Municipais, e outras modalidades.
Logo, o presente capítulo apresenta uma análise do Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS de Palmas – TO, apontando soluções
que estejam respaldadas no diagnóstico de cada particularidade dos resíduos
sólidos urbanos estudados, sendo estes os domiciliares, serviços e de limpeza
urbana e, dos agrossilvopastoris. Por meio de uma pesquisa qualitativa, utilizou-
se os métodos descritivo e exploratório. Foi utlizada ainda a realização de
uma pesquisa-diagnóstico, ademais aplicou-se a análise SWOT no documento
estudado. Assim, a SWOT a partir de dados de gestão e gerenciamento dos
resíduos sólidos, mostrou-se como importante ferramenta para elaboração de
estratégias e tomada de decisões.
ABSTRACT
The National Solid Waste Policy (PNRS) regulated by Decree No. 10,936 on
January 12, 2022, establishes that waste must have proper mportante and disposal.
Among mpor issues and in the main axes of the decree, plans for the integrated
management of solid waste are contemplated, at the National, State, Regional
and Municipal levels, and mpor modalities. Therefore, this chapter mportant an
analysis of the Municipal Plan for Integrated Solid Waste Management – PMGIRS
of Palmas – TO, pointing out solutions that are supported by the diagnosis of each
31
particularity of the urban solid waste studied, which are household, services and
urban cleaning and, the agrosilvopastoris. Through a qualitative research, using
descriptive and exploratory methods. A diagnostic research was also used, in
addition to the SWOT analysis of the studied document. Thus, the SWOT based
on solid waste management and management data, proved to be an mportante tool
for the elaboration of strategies and decision-making.
1. Introdução
32
que, direta ou indiretamente, podem desenvolver impactos. Os principais
pontos do decreto supramencionado estão alicerçados em ações e fatores
para a minimização da geração de resíduos a serem cumpridas até 2040,
como aplicação dos princípios da economia circular, estímulo à mudança
do comportamento dos consumidores, por meio da educação ambiental,
comunicação social, dentre outros.
Dentre os eixos principais do decreto dos resíduos sólidos de atuação
são contemplados: plano de gestão integrada de resíduos sólidos, redução e
reutilização, coleta convencional e seletiva, processo de encerramento dos
lixões e aterros controlados, inclusão social e à emancipação econômica
dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, ampliação e
valorização da reciclagem e a redução da produção de resíduos, além
de Programas (Programa Nacional Lixão Zero, Programa Nacional de
Combate ao Lixo no Mar, Programa Nacional de Recuperação de Áreas
Contaminadas e o Programa de Implementação e Ampliação da Logística
Reversa). Assim, o presente capítulo apresenta uma análise do PMGIRS de
Palmas - TO, apontando soluções que estejam respaldadas no diagnóstico
de cada particularidade dos resíduos sólidos urbanos deste estudo, sendo
os domiciliares, de serviços e de limpeza urbana, e, os agrossilvopastoris.
2. Procedimentos metodológicos
33
(Capítulo I), bem como a Lei Orgânica (Capítulo II) atualizada em 2016,
diretamente sob saneamento. Verificou-se ainda, que, a Subseção IV contido
no Capítulo Único da Lei Complementar, denominada Sistema Municipal
de Infraestrutura Verde (SisMIV), se refere às Áreas Ambientalmente
Controladas (AACs) demarcadas para controle e monitoramento de
impactos ambientais (Art. 119 - Anexo IX) pois nestas encontram-se as
estruturas hidrossanitárias e diversas de áreas verdes protegidas.
34
Quadro 1. Seleção do PMGIRS de Palmas-TO
Demonstrativo de Ìndices e Indicadores Valores
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) 0,788
Domicílios com esgotamento sanitário adequado 67,6%
Domicílios urbanos em vias públicas com arborização 79,9%
Domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada. 31,3%
Fonte: (IDHM, 2010), IPEA (2013), IBGE (2021).
3. Revisão da Literatura
36
São recomendadas por pesquisadores de referência as NBRs
10004:2004 (classificação de resíduos), 10005:2004 (lixiviado de resíduos
sólidos), 10006:2004 (solubilizado de resíduos sólidos) e 10007:2004
(amostragem de resíduos sólidos) (ABNT 2004), para caracterização
destes materiais. Corrobora-se, por fim, a Instrução Normativa 13/2012
do IBAMA, pois conta a Lista Brasileira de Resíduos Sólidos.
c) Resíduos Agrossilvopastoris (alínea i do Art. 13): são gerados nas
atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados
a insumos utilizados nessas atividades. Podem ser classificados
como orgânicos e inorgânicos (Figura 3).
Os orgânicos (C1) são aqueles gerados nos setores de agricultura e
agropecuária, além dos efluentes e resíduos produzidos nas agroindústrias,
como abatedouros, laticínios e graxarias, dentre outros. Os inorgânicos
(C2), por sua vez, são os gerados no setor que abrangem as embalagens
produzidas nos segmentos de agrotóxicos, fertilizantes e insumos
farmacêuticos veterinários, e ainda resíduos sólidos domésticos da área
rural (RODRIGUES, et al. 2013).
a) Resíduos Domiciliares
No diagnóstico situacional do Plano Municipal de Saneamento
Básico (PMSB) de Palmas, no que se refere ao sistema de limpeza urbana
e manejo de resíduos sólidos, evidenciou uma média de geração diária de
resíduos sólidos urbanos de 181.406,25kg e per capita de 0,78 kg/hab./dia
(PALMAS, 2014).
37
Pode-se observar que o valor estimado de geração de
resíduos sólidos no município de Palmas está dentro
do valor de referência que é de 0,50 a 0,80 kg/hab./dia
para municípios com população entre 30 mil e 500 mil
habitantes, classificados como cidades médias, onde se
enquadra o município estudado (PMSB, 2014, p. 115).
38
b) Resíduos de Serviços e Limpeza Urbana
A limpeza urbana está associada aos serviços de saneamento
básico, ao lado do abastecimento de água potável, esgotamento sanitário
e drenagem das águas pluviais urbanas. Os serviços de limpeza urbana
são essenciais, pois evitam a proliferação de transmissores de doenças,
a poluição do solo e de corpos d’água (SCHALCH et al., 2019, p. 189).
De acordo com Palmas (2014) devido à ausência de dados primários
para a quantificação destes resíduos foi adotado o valor de 15 % da geração
total de resíduos sólidos domiciliares para quantificar os Resíduos de
Limpeza Urbana (RLU). Dessa forma, no horizonte temporal do PMGIRS
do município de Palmas/TO (2014-2043) para o Cenário Tendencial seria
de 488.598 toneladas, enquanto que no Cenário Desejável haveria uma
geração total de 440.781 toneladas. Assim, a geração de RLU no Cenário
Tendencial seria crescente iniciando com 10.693,75 toneladas no ano de
2014 e atingindo um valor, aproximadamente 99,36%, superior no ano de
2043, ou seja, 21.318,58 toneladas.
Por meio das informações do PMGIRS de Palmas (2014) segue
diagrama de bloco do processo realizado no gerenciamento dos resíduos
de limpeza urbana de Palmas (Figura 5).
c) Resíduos Agrossilvopastoris
Segundo dados da Produção Agrícola Municipal do ano de 2011,
39
disponibilizado pelo IBGE, a maior produção foi a de soja, que atingiu
cerca de 1,95% (23.250 toneladas) da produção de todo o estado do
Tocantins (PALMAS, 2014).
O PMGIRS de Palmas relatou que devido à ‘baixa’ produção
agrícola do município não há uma grande utilização de agroquímicos,
e assim não compreendem ampla diversidade de substâncias químicas
sintéticas, incluídas nestas, inseticidas, herbicidas e fungicidas, cujas
aplicações dependem do tipo de cultura e estágio da plantação (PALMAS,
2014). A Figura 6 apresenta o diagrama desenvolvido pelos autores, por
meio do subsídio do PMGIRS da capital tocantinense.
40
vazias e sobras pós-consumo de defensivos agrícolas, possui o endereço
das sete unidades de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos
no Tocantins (Pedro Afonso, Silvanópolis, Araguaína, Tocantinópolis,
Colinas do Tocantins, Gurupi e Lagoa da Confusão). Neste ano foram
devolvidas 605.242 kg de embalagens vazias pelos produtores rurais
nos estabelecimentos itinerantes, postos e centrais de recebimento
(TOCANTINS, 2017).
4. Análise dos resultados
41
- Incentivos fiscais, financeiros e creditícios para o manejo de resíduos sólidos;
- Instrumento legal autorizando a forma de prestação por meio de Parcerias Público-
Privadas;
- Política Municipal de Meio Ambiente;
- Lei do Plano Diretor - Instituída;
- Serviço de Varrição atende toda a área urbana;
- Varrição manual em aprox. 8.000 km/mês e varrição mecanizada em aprox. 4.600 km/mês;
- Serviço de capina, roçada e podas atende toda a área urbana;
- Serviço de limpeza, lavagem e desinfecção públicos é executado nos dias posteriores à
realização de feiras livres e eventos públicos e o Serviço de limpeza de praias artificiais é
realizado diariamente;
- Destinação dos Resíduos Verdes;
- Viveiro Municipal, prevendo o beneficiamento e posterior reaproveitamento;
- Destinação dos resíduos de varrição e manutenção de vias e logradouros públicos para
o aterro Sanitário;
- Possui um Órgão executivo específico para o setor de resíduos sólidos.
Fraquezas
- Unidade de Triagem de Resíduos e Unidade de Compostagem inexistentes;
- Planejamento inexistente para recuperação da área degradada por disposição final de
resíduos sólidos;
- Coleta seletiva não atende todo o município
Ambiente Externo
Oportunidades
- Prioridade no acesso aos recursos da União para os municípios que optarem por “soluções
consorciadas intermunicipais” para a gestão dos RSU;
- Prioridade de recursos para outros serviços de Saneamento Básico (União e Estado);
- Disputa de mercado para consumo de produtos derivados de materiais reciclados e
recicláveis no mercado;
- Possibilidade de comercialização de recicláveis e obtenção de melhores preços;
- Crescente mercado de compostos orgânicos;
- Parceria entre instituições de ensino superior públicas e privadas de outras regiões;
- Possibilidade de atração de investimentos e empresas no município;
- Envolvimento e maior participação popular nos assuntos do município;
- Percepção da importância da questão dos resíduos por parte da população;
- Instituição de consórcios intermunicipais;
- Realização de acordos setoriais para implantação de logística reversa;
- Expansão dos programas de educação ambiental e capacitação técnica em resíduos sólidos.
Ameaças
- Concorrências com empresas e catadores autônomos que compram os materiais
recicláveis e reutilizáveis;
- Carência de respaldos governamentais para implantação de acordos setoriais;
- PNRS não preparou previamente os municípios antes de conferir-lhes responsabilidades;
- Dificuldades para captação de recursos financeiros;
- Falta de mão de obra qualificada: geral e especializada;
- Falta de cobrança e participação da população.
Fonte: (PALMAS, 2014) (adaptado) e (Bozzini e Schalch, 2022).
42
4.1.1 Matriz Swot dos Resíduos Agrossilvopastoris - Palmas (TO)
43
resíduos sólidos urbanos no município de Palmas/TO, o qual considerou
fatores críticos que afetam diretamente ou indiretamente os dois cenários
hipotéticos considerados (PALMAS, 2014, p. 121).
44
resíduos sólidos, a cidade é composta por um aterro sanitário localizado em
area rural à 26 Km do centro do município, com uma área de 95 hectares e
no ano de 2020 foi iniciada a ampliação, por meio da construção da sexta
célula para o depósito de resíduos sólidos.
Considerações finais
45
dia. No Cenário Tendencial, por sua vez, haveria um incremento no valor
atingindo aproximadamente 0,906kg./hab.dia em 2043.
Conforme o novo marco legal do saneamento básico (2020), a
revisão do plano do município deve ser realizada num período de até 10
anos a partir de sua aprovação, pois assim, pressiona-se o avanços do
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos pretendidos.
A utilização da ferramenta matriz SWOT a partir de dados de
gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos mostrou-se como importante
ferramenta para elaboração de estratégias e tomada de decisões, pois
revela fortalezas.
Dentre os resíduos que podem ser utilizados na recuperação
energética, estão os restos de alimentos, materiais higiênicos descartáveis,
plásticos, entre outros, pois consiste em aproveitar o alto poder calorífico
contido nos resíduos transformando-os em algum tipo de energia. Ademais,
cada vez mais o setor (agro)industrial é pressionado a adotar técnicas de
manejo dos resíduos, buscando benefícios energéticos, econômicos e
ambientais.
Referências
46
ADNORMAS. Revista Digital. Os riscos das embalagens vazias de agrotóxicos.
2020. Disponível em: <https://revistaadnormas.com.br/2020/09/01/os-riscos-
das-embalagens-vazias-de-agrotoxicos>. Acesso 26 abril 2023.
ABRELPE. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (ABRELPE). Panorama dos resíduos sólidos no Brasil. São Paulo:
ABRELPE, 2015.
BOZZINI, AC. SCHALCH, V. A matriz SWOT como ferramenta de análise para
subsidiar a criação de um consórcio intermunicipal na gestação e gestão dos
Resíduos Sólidos Urbanos. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento , [S. l.] , v.
11, n. 2, pág. e42711225643, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i2.25643. Disponível
em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/25643. Acesso em: 15 nov.
2022.
BRASIL. Lei Federal nº 9.974, de 6 de junho de 2000. Altera a Lei no 7.802, de
11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção,
a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a
propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final
dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a
fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF,
7 jun. 2000.
BRASIL. Resolução Conama nº 404, de 11 de novembro de 2008. Conselho
Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Estabelece critérios e diretrizes para o
licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos
urbanos. Brasília.
BRASIL. Decreto n° 10.936, de 12 de janeiro de 2022. Regulamenta a Lei n°
12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos. Imprensa Nacional.
BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA). Instrução Normativa 13, de 18 de dezembro de 2012.
Lista brasileira de resíduos sólidos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 245,
p. 200-207, 20 dez. 2012.
BRASIL. Lei n° 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o Marco Legal do
Saneamento Básico; altera a Lei n°9.984, de 17 de julho de 2000; atribui a Agência
Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Diário Oficial da União, 16 jul.
2020. 26 p. Brasília, DF.
47
BRASIL. Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a política nacional de
resíduos sólidos; altera a Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 de agosto de 2010.
CASAIS, Anna Gabriela Milhomem et al. Análise quantiqualitativa da gestão de
resíduos sólidos na cidade de Palmas-TO: Um Foco Na Coleta Seletiva e ODS.
3º Congresso Sul-americano de Resíduos Sólidos e Sustentabilidade, 2020.
Disponível em: https://www.ibeas.org.br/conresol/conresol2020/IV-014.pdf
CASEMIRO, Ítalo de P.; SIMÕES, B. F. T.; MORAES, C. M. dos S. Análise da
aplicabilidade da Matriz SWOT na gestão e planejamento em Ecoturismo: uma
revisão da literatura. Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), [S. l.], v.
15, n. 1, 2022. DOI: 10.34024/rbecotur.2022.v15.12603. Disponível em: https://
periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/12603. Acesso em: 8
abr. 2023.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Cidades e Estados, 2021.
Disponível em: https://ibge.gov.br/cidades-e-estados/to/palmas.html . Acesso
em: 10 nov. 2022.
IDHM. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010. UNDP.
Fundação João Pinheiro. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/
bitstream/11058/8182/1/Atlas%20do%20desenvolvimento%20humano%20
nas%20regi%C3%B5es%20metropolitanas%20brasileiras.pdf
INPEV. Instituto Nacional de Processamento de Embalagens. Relatório de
Sustentabilidade. 2016.
IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Pinto, Daniela Gomes
Coordenação; Costa, Marco Aurélio Coordenação; Marques, Maria Luiza
de Aguiar Coordenação. O índice de desenvolvimento humano municipal
brasileiro. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; Fundação
João Pinheiro. 2013. Disponivel em: file:///D:/Downloads/Livro_O%20
%C3%8Dndice%20de%20Desenvolvimento%20Humano%20Municipal%20
Brasileiro%20(2).
ISLU. Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana. 2019. Disponível
em:https://www.palmas.to.gov.br/portal/noticias/palmas-e-a-2a-cidade-
da-regiao-norte-com-melhor-indice-de-sustentabilidade-da-limpeza-
urbana/23375/#:~:text=Palmas%20%C3%A9%20a%20segunda%20cidad-
e,de%20dados%20fornecidos%20pelas%20pr%C3%B3prias
48
MASCARENHAS, Sidnei A. Metodologia Científica. São Paulo: Editora
Pearson, 2018.
MELLO, Fábia dos Santos. A implantação da política pública para os resíduos
sólidos urbanos recicláveis: o coleta Palmas.2019. 125f. Dissertação (Mestrado
em Ciências do Ambiente) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de
Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, Palmas, 2019.
PALMAS. Decreto nº 700 de 15 de janeiro de 2014. Plano Municipal de
Saneamento Básico de Palmas – TO (vol. IV – Resíduos Sólidos). Disponível
em: https://www.palmas.to.gov.br/media/doc/arquivoservico/PMSB_Palmas_
Volume _04_Residuos_Solidos_Versao_Final.pdf . Acesso em 14 novembro de
2022.
PALMAS. Revisão do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos. Disponível em: https://www.palmas.to.gov.br/media/orgao/documentos/
META_01__Apresenta%C3%A7%C3%A3o_do_Plano_de_Trabalho_-_
Rev_02.pdf . Acesso em 14 novembro de 2022.
PALMAS. Lei Complementar nº 400, de 2 de abril de 2018. Plano Diretor
Participativo do Município de Palmas-TO. Disponível em: http://diariooficial.
palmas.to.gov.br/media/diario/1969-suplemento-1-2-4-2018-22-7-46.pdf
PALMAS. Lei Orgânica 2016. Disponível em: https://www.palmas.to.leg.
br/processo-legislativo/legislacao/lei-organica-do-municipio/lei-organcia-do-
municipio-de-palmas-atualizada-2016.pdf/view
PNRS. Plano Nacional de Resíduos Sólidos. 2022. Ministério do Meio
Ambiente. Secretaria de Qualidade Ambiental.lDisponível em: https://www.gov.
br/mma/pt-br/assuntos/agendaambientalurbana/lixao-zero/plano_nacional_de_
residuos_solidos-1.pdf
PORTAL DO AGRONEGÓCIO. Bagaço de cana-de-açúcar nanomodificado é
capaz de ‘limpar’ água contaminada com cobre ou crômio. Agência FAPESP.
S/D. Acesso em abril de 26 abril 2023.
RESOL. Cartilha de Limpeza Urbana. Pesquisas Urbanas do Instituto
Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), Centro de Estudos e Pesquisas
Urbanas (CPU) e da Escola Nacional de Serviços Urbanos (ENSUR). Disponível
em:<http://www.resol.com.br/cartilha/limpeza.php>. Acesso 26 abril 2023.
RODRIGUES, L.S. et al. (2013) Gerenciamento de resíduos sólidos
agrossilvopastoris e agroindustriais. Cadernos Técnicos de Veterinária e
Zootecnia, nº 68.
49
SÃO PAULO. Governo do Estado de São Paulo. O que é lixo?. 12 de dezembro de
2014. Disponível em: <chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/
https://smastr16.blob.core.windows.net/cea/2014/11/Se-liga-no-lixo-11660-
miolo.pdf>. Acesso 26 abril 2023.
SCHALCH, V. et al. Resíduos de limpeza urbana. In: SCHALCH, V. et al.
(org.). Resíduos sólidos: conceitos, gestão e gerenciamento. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2019. p. 189-210.
SILVA, Raiany Cristine Cruz da. Primeiro registro documentado do Esmerilhão
Falco Columbarius Linnaeus, 1758 (Falconiformes: Falconidae) para o
município de Palmas, Tocantins, Brasil, com a ampliação de aua área de
ocorrência. ResearchGate. Disponível em < https://www.researchgate.net/
publication/360688241_PRIMEIRO_REGISTRO_DOCUMENTADO_DO_
ESMERILHAO_Falco_columbarius_Linnaeus_1758_FALCONIFORMES_
FALCONIDAE_PARA_O_MUNICIPIO_DE_PALMASTOCANTINS_
COM_A_AMPLIACAO_DE_SUA_AREA_DE_OCORRENCIA>. Acesso 26
março 2023.
SINIR. Sistema Nacional de Informação sobre Gestão de Resíduos Sólidos.
Inventário Nacional de Resíduos Sólidos, 2019.
UNITED NATIONS. The World ’s Cities in 2018. The World’s Cities in 2018 -
Data Booklet (ST/ESA/ SER.A/417), p. 34, 2018.
TOCANTINS. Plano Estadual de Resíduos Sólidos. 2017. Disponível em:
https://central.to.gov.br/download/255526.
50
CAPÍTULO III
APLICAÇÃO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PELOS
GESTORES NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL E
RESULTADOS
RESUMO
Estudar e entender a área de gestão de pessoas é uma ferramenta-chave para o
desenvolvimento de estratégias organizacionais, uma vez que são as pessoas
que fazem com que cada processo ocorra. Neste contexto, a presente estudo tem
como objetivos diagnosticar a importância da inteligência emocional no ambiente
organizacional e sua aplicabilidade na gestão. Constata-se de relevância,
pois demonstra os benefícios da aplicabilidade e o equilíbrio no ambiente de
trabalho, que o profissional desenvolve para a construção dos relacionamentos
positivos durante o empreendimento, sendo inteligente ao direcionar o trabalho
com a finalidade de propiciar uma melhoria contínua nos relacionamentos entre
os membros da equipe, as partes interessadas e a organização. A metodologia
utilizada foi uma revisão bibliográfica, em estudiosos da área, levantamentos
realizados através de artigos científicos publicados, livros, teses, dissertações
e sites. Observou-se que o tema em questão é explorado por diversos autores,
principalmente por Daniel Goleman, considerado pai da Inteligência Emocional,
embora ele não tenha definido o conceito academicamente, após a publicação
de seu livro Inteligência Emocional, em 1995, o conceito tornou-se conhecido
mundialmente. Conclui-se que a IE tem papel fundamental nas organizações,
auxiliando na gestão de conflitos e na motivação dos colaboradores de sua
equipe, mostrando que o uso inteligente e adequado das emoções no contexto
organizacional, contribui para um melhor desempenho e a geração de resultados
positivos.
ABSTRACT
Studying and understanding the area of people management is a key tool for
the development of organizational strategies, since it is people who make each
process occur. In this context, the present study aims to diagnose the importance
of emotional intelligence in the organizational environment and its applicability
in management. It is relevant, as it demonstrates the benefits of the applicability
and the balance in the work environment, which the professional develops to
51
build positive relationships during the enterprise, being intelligent when directing
the work with the purpose of providing a continuous improvement in the
relationships among the team members, the stakeholders, and the organization.
The methodology used was a bibliographic review, in scholars of the area, surveys
conducted through scientific articles, books, theses, dissertations, and websites. It
was observed that the theme in question is explored by several authors, mainly by
Daniel Goleman, considered the father of Emotional Intelligence, although he has
not defined the concept academically, after the publication of his book Emotional
Intelligence, in 1995, the concept became known worldwide. We conclude that
EI plays a fundamental role in organizations, helping in conflict management and
motivating team members, showing that the intelligent and appropriate use of
emotions in the organizational context contributes to a better performance and the
generation of positive results.
1. Introdução
52
Este estudo é relevante porque poderemos compreender como que
a IE1 é formada e aplicada pelos gestores para trazer bons resultados para
a organização com um bom ambiente de trabalho e funcionários mais
motivados. Para a sociedade e para quem é empreendedor, será uma boa
oportunidade de estudo para compreender e aplicar a IE como ferramenta
para gerir melhor sua equipe de trabalho.
Desse modo, o objetivo com este estudo será mostrar a aplicabilidade
da Inteligência Emocional dentro das organizações, na expectativa de um
bom ambiente de trabalho e alcance dos objetivos e metas da organização.
O estudo será dividido da seguinte forma: Formação da Inteligência
Emocional; A Inteligência Emocional aplicada nas organizações;
Ambiente Organizacional faz Empresas.
Um profissional com a IE desenvolvida desempenha habilidades
necessárias para um trabalho em equipe, controla suas emoções,
reconhece suas emoções positivas e negativas, o que contribui para sua
ascensão profissional (LIMA et al., 2022). E ainda que cada líder tenha
um estilo próprio de liderança, os gestores podem trabalhar também
suas aptidões para o relacionamento e comunicação com suas equipes de
trabalho, visando o desenvolvimento destas de maneira saudável (GOBBI;
RIBEIRO; BIAZON, 2016 apud TOURINHO, 2019, p.15).
2. Procedimentos metodológicos
A metodologia será exploratória e descritiva para relacionar,
conceituar e fundamentar este estudo. Uma revisão bibliográfica,
em livros, teses, dissertações, artigos e sites que tenham pesquisas
referentes ao tema em estudo.
3. Revisão da literatura
53
Em pesquisa acadêmica, esses conceitos foram defendidos por
Salovey e Mayer (1990), que agregaria as habilidades de examinar as
emoções, os próprios sentimentos e entre outros. Em pesquisas empíricas,
apresentaram as habilidades que os indivíduos possuíam ao mostrar as
emoções em cores, rostos e formas (MAYER, et. al., 1990).
Há autores que definiram as habilidades como uma forma de
compreensão e raciocínio e outros entenderam como um envolvimento de
várias capacidades mentais que eram independentes.
Entre os anos de 1994 e 1997, a Inteligência Emocional se
popularizou quando Daniel Goleman (1996), lançou o livro “Emotional
intelligence”, e como resultado, aumentou as definições de IE que agregou
as características da personalidade. A IE tem como características,
identificar de forma minuciosa, examinar as expressões emotivas, de
perceber, entender o conhecimento emocional e conseguir conter as
emoções (MAYER & SALOYEY, 1997).
A partir desta revisão, o processamento de informações
emocionais foi explicado através de um modelo de quatro
níveis: (a) percepção acurada das emoções; (b) uso da
emoção para facilitar pensamento, resolução de problemas
e criatividade; (c) compreensão de emoções; e (d) controle
de emoções para crescimento pessoal (WOYCIEKOSKI;
HUTZ, 2009, p. 3).
54
problemas relacionados a questões emocionais (SCHWARZ, 1990). “A
capacidade de Compreensão Emocional (CE) estaria relacionada a três
habilidades: (a) capacidade de identificar emoções e codificá-las; (b)
entender os seus significados, curso e a maneira como se constituem
e se correlacionam; e (c) conhecer suas causas e consequências”
(WOYCIEKOSKI; HUTZ, 2009, p. 4).
A CE3 mostra como que uma pessoa consegue entender os
significados e casos emocionais, por meio do uso de etapas da memória
e codificação emocional (MAYER, 2002). O Gerenciamento Emocional
(GE4), reproduz de ajustar as emoções em si e em outras pessoas, ou seja,
criar emoções positivas e diminuir as negativas, segundo (MAYER &
SALOVEY, 1997).
As pessoas que são conseguem ser mais dinâmicas nessas
mudanças, conseguem alterar em diversas áreas e situações (LYONS &
SCHNEIDER, 2005). Bem como ter a alternativa de diminuir as emoções
intensas, e poderia ter experiências emocionais que gerariam sentimentos
de auto-controle. E principalmente, no controle emocional, interpretaria a
habilidade de controlar as emoções com o intuito de propiciar bem-estar e
crescimento emocional.
A inteligência emocional, objeto deste estudo, onde cita a importância
do controle das emoções como fator essencial para o desenvolvimento
do indivíduo como líder e na melhoria da comunicação/relacionamento
interpessoal, tornando o ambiente de trabalho, mais atrativo, saudável e
produtivo (CURY, 2006 apud MOREIRA, 2017, p.87).
55
que fomentam sua produtividade; as que não conseguem
exercer nenhum controle sobre sua vida emocional
travam batalhas internas que sabotam a capacidade de
concentração no trabalho e de lucidez de pensamento
(GOLEMAN, 2011, p.79).
56
Quadro 1. Competências Emocionais
É entender o que estamos passando em
uma determinada ocasião e para resolver
o caso, devemos as plicar o que preferimos
Autopercepção
como tomada de decisão; reavaliar nossas
capacidades e ter uma alta confiança bem
estabelecida.
É saber tratar as próprias emoções para que
a pessoa consiga realizar suas atividades
Autorregulação depois, para não se prejudicar depois.
Então a pessoa precisa se recuperar bem
para alcançar seus objetivos.
É preciso utilizar nossas prioridades mais
fundamentadas para nos motivar e nos
Motivação direcionar para nossos propósitos para
ser muito eficazes e perseverar perante as
dificuldades e frustações.
Quando estamos diante do que as pessoas
estão passando e sentindo, devemos
Empatia conseguir se colocar no lugar do outro
e estar em sintonia com uma grande
quantidade de pessoas.
A pessoa deve conviver bem com as
emoções em relacionamentos e identificar
perfeitamente as situações e redes políticas
Aptidões sociais para conseguir se comunicar com certa
facilidade aplicando habilidades para
negociar, liderar e entre outras ocasiões e
circunstancias.
Fonte: Ferreira, 2016.
57
de instrumentos para fazer esta medição. Entretanto, a área do IE tem
passado por dificuldades de medidas devido as questões de complicações
teóricas e delimitação de construto e aos modelos de instrumentos que
são aplicados para fazer as medições de aptidão. No Brasil, há muitos
instrumentos que tem como base o autorelato e a medição de Inteligência
Emocional (MIE), (Siqueira, et. al., 1999), e um modelo de escala de
percepção de Emoções do MEIS (Mayer Emotional Intelligence Scale).
Mayer et. al. (2002), sugeriu que as pesquisas realizadas para
definir a IE, precisam ser através das habilidades e não por parâmetros de
personalidade, pois isto era necessário para determinar sua validade com
relação a outros construtos de personalidade.
Para Brackett e Mayer (2003), as medidas de IE não eram confiáveis,
pois nestes casos estão sendo analisados a pessoa e suas habilidades.
Para eles, a capacidade de resolver problemas não está envolvida com a
capacidade de desempenho individual da pessoa, pois a inteligência auto-
referida de um indivíduo, é diferente da inteligência real.
Uma pesquisa atual produzida por Bastian, Burns e Nettelbeck
(2005), mostra que as escalas de auto-relato de IE estão mais relacionadas
com escalas de personalidade do que com medidas de IE fundamentadas
no desempenho.
58
De certa forma, procurar a construção emocional da pessoa é
fundamental para buscar a maturação emocional e consequentemente o
reconhecimento profissional (Silva, 2010). E o que determina no controle
emocional dos pontos positivos e negativos e a inteligência para encontrar
um equilíbrio e resolver problemas.
A motivação vem das iniciativas que tem como intuito alcançar
seus objetivos e respeito. E a empatia é utilizada para manejar uma
comunicação equilibrada e emoções alheias que são percebidas (FILHO,
et. al., 2022).
De acordo com Guebur, Poletto, Vieira (2007), a inteligência emocio-
nal pode ser aplicada tanto intrapessoalmente, quanto interpessoalmente:
A inteligência emocional é simplesmente o uso inteligente
das emoções – isto é, fazer intencionalmente com que suas
emoções trabalhem a seu favor, usando-as como uma ajuda
para ditar seu comportamento e seu raciocínio de maneira
a aperfeiçoar seus resultados (WEISINGER, 2001, p. 14).
59
emocionais bem amadurecidas, pois eles entenderam que o conhecimento
é primordial para exercer o cargo e as propensões emocionais completam o
perfil do gestor, e desse modo, alcance com os colaboradores os propósitos
da organização (CONGENTI, 2018).
A IE começa na relação entre centros intelectuais e emocionais, que
são responsáveis pelos estados emocionais e pelo que o indivíduo precisa,
bem como autocontrole empatia e socialização. Segundo Goleman (1995),
a IE envolve algumas características como motivar a si mesmo, persistir
no seu empenho e controlar impulsos e entre outras peculiaridades.
Com a inteligência emocional, é possível atender todas as demandas
pessoais da equipe de trabalho e quando bem estruturada, todos conseguem
seguir os mesmos propósitos (CONGENTI, 2018). Um funcionário
focado em suas atividades possui uma boa inteligência emocional, pois
ele alcança os resultados esperados, consegue ter autocontrole, estar
motivado e autoconfiança, além de conseguir facilmente ter habilidades
para trabalhar em equipe e ter empatia com os outros (CONGENTI, 2018).
60
Hoje, as organizações se deparam com quatro gerações distintas
de lideranças, elas são divididas em baby boobers, a geração, x, y, e z.
Segundo Bektkovsjky (2016), a diferença entre essas gerações está nos
objetivos que desejam alcançar. Mas as empresas têm se preparado para
ter no quadro de colaboradores os novos profissionais mesmo que tenham
posicionamentos diferentes (SILVA, 2012).
Com as novas lideranças, os colaboradores esperam ser guiados
e motivados pelos seus chefes em todas as atividades da organização
para produzir e ajudar a empresa a alcançar seus objetivos e metas. Eles
também esperam ter um ambiente mais moderno com feedbacks para
compreender a filosofia e objetivos da organização para auxiliar nos seus
objetivos (OSTEC, 2018).
Contudo, é fundamental saber o grau de inteligência emocional dos
gestores, para que assim possam controlar suas emoções e proporcionar um
ambiente onde as inteligências se somam, com o intuito de tomar decisões efi-
cazes e garantir resultados satisfatórios na organização (CONGENTI, 2018).
61
em uma empresa, a pessoa precisa assimilar a cultura da organização e
como que precisa agir e pensa conforme as características do cargo que irá
exercer (CROZATTI, 1998).
A estrutura de uma empresa é formada por meio de uma conexão
entre departamentos que a organização possui e que cada setor tenha
compromissos em suas atividades exercidas para alcançar os objetivos
(SILVA, 2010). Durante a semana, os gestores e funcionários passam
grande parte do tempo em seu trabalho e como consequência, é um
ambiente com várias emoções e muitas vezes são colocados em prática.
Então, o equilíbrio emocional no local de trabalho é a base para se manter
uma boa relação entre os colaboradores e a gestão e ao mesmo tempo, para
ter um comportamento e um ambiente profissional (BATISTA, 2021).
Os profissionais precisam compreender o papel da IE, devido
aos problemas que a sociedade enfrenta como o estresse emocional que
geram muitos resultados negativos para a vida da pessoa e para a empresa
(FERREIRA, 2016). Aplicar conceitos da inteligência emocional nas
relações profissionais faz com que haja um aumento da satisfação e da
eficiência no desenvolvimento do trabalho (GUEBUR et al., 2007).
Aplicando a IE, o gestor consegue resolver os impasses dentro
da organização, acalmar os ânimos conforme for o caso, para não gerar
um clima de tensão, e isto geralmente ocorre porque as pessoas possuem
diferentes maturidades e são de gerações diferentes (FERREIRA,
2016). Para controlar e manter um equilíbrio das emoções no ambiente
corporativo, a atuação dos gestores é fundamental, pois os colaboradores
são fundamentais para que a organização produza seus produtos, sendo
assim, os gestores precisam ter as habilidades necessárias para conviver e
lidar com todas as emoções (FERREIRA, 2016).
Com o aperfeiçoamento da liderança, ao mesmo tempo, ocorre um
acréscimo da IE para ser um líder mais humano, que enxerga a pessoa de
forma diferente e não apenas como um colaborador da organização, mas
como um indivíduo que possui muitas virtudes e defeitos. Desse modo, o
gestor consegue entender melhor seus colaboradores, e aonde estão suas
motivações, receios e frustações (GOLEMAN, 2007).
O ambiente organizacional, com o tempo, recebeu muitas mudanças
relevantes que foram influenciadas por conceitos de sistemas que se
originaram nas décadas de 1920 e 1950, e um dos que mais contribuiu
foi Ludwig Von Bertalanffy. Esse conceito, influenciou outras teorias
posteriores que trouxeram outras perspectivas sistêmicas referentes aos
sistemas organizacionais (SCHULTZ, 2016).
62
Para Newman, o administrador precisa ser um dirigente de relações
sociais. Em relação ao ambiente, a organização possui as seguintes
características em relação ao ambiente, Schein (1982, p. 177):
Considerações finais
Referências
64
FERREIRA, F. C. A Importância da Inteligência Emocional no Contexto
Organizacional. In: Congresso Nacional de Excelência em Gestão, 2016.
FILHO, Cesar Augusto Barella; et. al. A contribuição da Inteligência
Emocional nos processos de liderança no ambiente organizacional em épocas
de pandemia. ANAIS de Psicologia, UCEFF, 2022/1. Disponível em: file:///C:/
Users/SCARLATTI/Downloads/374-109-659-1-10-20220601.pdf. Acesso em: 6
out. 2022.
GOLEMAN, D. (1996). Inteligência emocional (M. Santarrita, Trad.). Rio de
Janeiro, RJ: Objetiva
GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a Inteligência Emocional. Tradução
do original: Working With Emotional Intelligence por M. H. C. Côrtes. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001. 412 p.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que
redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. Disponível em:
file:///C:/Users/SCARLATTI/Downloads/_OceanofPDF.com_INTELIGENCIA_
EMOCIONAL_-_Daniel_Goleman_-_phD_.pdf. Acesso em: 1 nov. 2022
GUEBUR, A. Z.; POLETTO, C. A.; VIEIRA, D. M. S. Inteligência emocional
no trabalho. REVISTA INTERSABERES, v. 2, n. 3, p. 71-96, 11.
JONES, Gareth R. Teoria das organizações. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2010.
LIMA, L. F. G. de.; ASSAFRÃO, V. C. de L..; KUMANAYA, D. R. G..;
PARO, J. A..; BONINI, L. M. de M.. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NAS
ORGANIZAÇÕES: uma revisão de literatura. Revista Ibero-Americana de
Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 8, n. 8, p. 502–513, 2022. DOI:
10.51891/rease.v8i8.6523. Disponível em: https://www.periodicorease.pro.br/
rease/article/view/6523. Acesso em: 6 out. 2022.
LYONS, J. B., & SCHNEIDER, T. R. (2005). The influence of emotional
intelligence on performance. Personality and Individual Differences, 39, 693-703.
MAYER, J. D., & SALOVEY, P. (1997). What is emotional intelligence? In P.
Salovey & D. Sluyter (Eds.), Emotional development and emotional intelligence:
Implications for educators (pp. 3-31). New York: Basic Books.
MAYER, J. D., SALOVEY, P., CARUSO, D. R., & SITARENIOS, G. (2001).
Emotional intelligence as a standard intelligence. Emotion, 1, 232-242.
65
MAYER, J. D., SALOVEY, P., & CARUSO, D. R. (2002). Mayer-SaloveyCaruso
Emotional Intelligence Test (MSCEIT) user’s manual. Toronto, Canada: MHS.
MICHAELIS, Dicionário. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São
Paulo: Melhoramentos, 2002.
MOREIRA, V. L. A Importância da Inteligência Emocional nas
Organizações. Gestão e Desenvolvimento em Revista, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 84–96, 2017.
NEISSER, U., BOODOO, G., BOUCHARD, T. J., BOYKIN, A. W., BRODY,
N., Ceci, S. J., et al. (1996). Intelligence: Knowns and unknowns. American
Psychologist, 51, 77-101.
OSTEC; NEOTRIAD. Como manter uma equipe formada por membros das
gerações X, Y e Z engajada e produtiva, [2018]. Disponível em: Acesso em: 17
jun. 2022.
SALOYEY, P., & MAYER, J. D. (1990). Emotional intelligence. Imagination,
Cognition and Personality, 9, 185-211.
SALOYEY, P., MAYER, J. D., CARUSO, D., & LOPES, P. N. (2001). Measuring
emotional intelligence as a set of mental abilities with the MSCEIT. In S.
J. Lopes & C. R. Snyder (Eds.), Handbook of positive psychology assessment.
Washington, DC: American Psychological Association SCHEIN, Edgar Henry.
Psicologia organizacional. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1982.
SCHULTZ, Glauco. Introdução à Gestão de Organizações. Coordenado pela
SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2016. Disponível em: http://
www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad103.pdf. Acesso em: 25 ago.
2022.
SCHWARZ, N. (1990). Feelings as information: Informational and
motivational functions of affective states. In E. T. Higgins & E. M. Sorrentino
(Eds.), Handbook of motivation and cognition (Vol. 2, pp. 527-561). New York:
Guilford.
SILVA, Ana Paula et al. A importância do líder democrático para o
colaborador. FABE em Revista, v.6, n.7, 2016, 17p.
SILVA, Beatriz Ferreira; MEDEIROS, Sabrina; COLTRE, Sandra Maria.
Habilidades do líder na gestão das gerações X, Y e Z em uma indústria
farmacêutica de grande porte. Artigo (Pós-graduação em MBA Gestão de
Pessoas), Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, 2019, 16p. Disponível
em: Acesso em: 16 jun. 2022.
66
SILVA, Mayara Oliveira. Inteligência emociona nas organizações – Um estudo
de caso. Disponível em: Acesso em: 12 ago. 2022.
SIQUEIRA, M. M. M., BARBOSA, N. C., & ALVES, M. T. (1999). Construção
e validação fatorial de uma Medida de Inteligência Emocional. Psicologia:
Teoria e Pesquisa, 15, 143-152.
STERNBERG, R. J., & SALTER, W. (1982). Conceptions of intelligence. In
R. J. Sternberg (Ed.), Handbook of human intelligence (pp. 3-28). New York:
Cambridge University Press.
THORNDIKE, R. L. (1936). Factor analysis of social and abstract intelligence.
Journal of Educational Psychology, 27, 231-233.
TOURINHO, Celina da Costa. Inteligência emocional e liderança em gestores
do Centro Universitário Uninovafapi: o olhar do líder e do liderado / Celina
da Costa Tourinho. - Pedro Leopoldo: FPL, 2019. Disponível em: https://www.
fpl.edu.br/2018/media/pdfs/mestrado/dissertacoes_2019/dissertacao_celina_da_
costa_tourinho_2019.pdf. Acesso em: 6 out. 2022.
WOYCIEKOSKI, Carla; HUTZ, Claudio Simon. Inteligência Emocional:
Teoria, Pesquisa, Medida, Aplicações e Controvérsias. Psicologia:
Reflexão e Crítica, 22(1), 1-11. Disponível em: https://www.scielo.br/j/prc/a/
fYtffQ8jhwz7Dn3sNGKzRwt/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 25 ago. 2022.
67
CAPÍTULO IV
GESTÃO DE CARREIRAS: A IMPORTÂNCIA DO
PATROCÍNIO EMPRESARIAL NA CARREIRA DE ATLETAS
OLIMPÍCOS DE ALTO RENDIMENTO
RESUMO
O objetivo principal deste estudo foi realizar uma análise sobre a importância
do patrocínio empresarial na carreira dos atletas olímpicos de esportes de alto
rendimento. As Olimpíadas de Tóquio 2020 evidenciaram as dificuldades dos
atletas brasileiros que esbarram num problema a falta de patrocínios, nesse cenário,
examinar o interesse das empresas em optar por um esporte que represente sua
marca e a gestão de carreiras da auxilia no direcionamento profissional tornando
o atleta de alto rendimento visível para patrocínio. A pesquisa foi alcançada por
meio de uma pesquisa de fundamentação teórica, sendo para isso identificados
8 publicações de maior relevância ao tema. Assim, por meio da análise dos
resultados obtidos concluiu-se que o patrocínio é que garante os recursos
financeiros que contribuem para a sedimentação da carreira profissional do atleta
de alto rendimento para obter melhores classificações e a garantia é um suporte e
assessoria de carreira voltada para esse propósito.
ABSTRACT
The main objective of this study was to analyze the importance of corporate
sponsorship in the careers of Olympic athletes in high-performance sports. The
2020 Tokyo Olympics highlighted the difficulties faced by Brazilian athletes due
to a lack of sponsorship. In this scenario, examining the interest of companies
in choosing a sport that represents their brand and career management assists in
professional direction, making high-performance athletes visible for sponsorship.
The research was conducted through a theoretical foundation, identifying
8 publications of greater relevance to the topic. Thus, through the analysis of
the obtained results, it was concluded that sponsorship provides the financial
resources that contribute to the consolidation of the professional career of high-
performance athletes to achieve better rankings. Assurance and career counseling
focused on this purpose are necessary support.
69
1. Introdução
70
2. Procedimentos metodológicos
3. Revisão de literatura
71
Quadro 1. Matriz da síntese dos artigos selecionados.
Autor Título Metodologia Objetivo Ano
72
3.1 Procedimentos de análise de dados
73
Quadro 3. Visão geral das primeiras questões contempladas.
Fonte: Elaborada
Em vistapelo autornão
disso, (2021).
é surpreendente que embora a gestão de carreiras
Em vista disso, não é surpreendente que embora a gestão de carreiras seja indelegável,
seja indelegável, um profissional nessa área é importante por promover
um profissional nessa área é importante por promover condições adequadas para que o
condições adequadas para que o indivíduo potencialize seus talentos e
indivíduo potencialize
competências, issoseus talentosum
porque, e competências,
gestor busca issoao
porque,
mesmo um gestor
tempo busca ao mesmo
atingir sua
realização profissional e a realização profissional e pessoal dos demais
tempo atingir sua realização profissional e a realização profissional e pessoal dos demais
orientandos (QUEIROZ;
orientandos (QUEIROZ; LEITE,LEITE,
2011). 2011).
AAsegunda
segunda questão
questão foi respondida
foi respondida por Bromberg
por Bromberg (2021)
(2021) e enfatiza e enfatiza
o perfil o
dos atletas
perfi l dos atletas que buscam a gestão de carreiras,
que buscam a gestão de carreiras, como mostra a figura 2: como mostra a fi gura 2:
74
A segunda questão foi respondida por Bromberg (2021) e enfatiza o perfil dos atletas
que buscam a gestão de carreiras, como mostra a figura 2:
Figura
Figura 2 –2.Perfil
Perfi l dos
dos atletas
atletas que buscam
que buscam a gestão deacarreiras.
gestão de carreiras.
Fonte:
Não há indivíduo que Elaborada
se mova pelo autor
sem metas, (2021).
comprometimento e profissionalização,
para a alavancagem da carreira do atleta esses são fatores fundamentais (BHERING, 2013).
Não
A há questão
terceira indivíduo que sepor
foi respondida mova sem
Vargas; metas,
Capraro (2020)comprometimento e
que especificam quais os
profi ssionalização, para a alavancagem da carreira do atleta esses são
principais recursos recebidos pelos atletas olímpicos para a preparação das Olimpíadas 2020,
fatores fundamentais (BHERING, 2013).
como mostra a figura 3:
A terceira questão foi respondida por Vargas; Capraro (2020) que
especificam quais os principais recursos recebidos pelos atletas olímpicos
para a preparação das Olimpíadas 2020, como mostra a figura 3:
Figura
Figura 3 –3.Recursos
Recursos recebidos
recebidos pelospara
pelos atletas atletas para uma olimpíada.
uma olimpíada.
A escolha por esportes coletivos se justifica já que experiências bem sucedidas entre
empresas e patrocínios têm validado a eficiência e força do esporte coletivo como instrumento
76
de comunicação da imagem institucional e corporativa que a empresa busca reforçar, em
relação aos esportes individuais, as empresas buscam os atletas que se destacam em
A escolha por esportes coletivos se justifica já que experiências
bem sucedidas entre empresas e patrocínios têm validado a eficiência e
força do esporte coletivo como instrumento de comunicação da imagem
institucional e corporativa que a empresa busca reforçar, em relação aos
esportes individuais, as empresas buscam os atletas que se destacam em
competições e conseguem atrair a atenção e tornar suas modalidades
populares (ZAN, 2019).
A quinta questão foi identificada por Bergier (2021) e revela os
fatores esperados pelas empresas ao conceder patrocínio aos atletas de
alto rendimento, como mostra a figura 5:
6) Que tipo de retorno as empresas esperam dos atletas de alto rendimento ao conceder
Quadro 4 – A concessão de patrocínios.
patrocínios?
7) Quais os atletas que mais dão retorno em termos de marketing e publicidade?
6)8)Que tipo
Quais as de retornoque
barreiras as aempresas esperam dos
falta de patrocínio atletas na
dificultam de prática
alto rendimento
do esporteao
de conceder
alto
patrocínios?
rendimento?
7) Quais os atletas que mais dão retorno em termos de marketing e publicidade?
8) Quais as barreiras que Fonte:
a faltaElaborada pelo autor
de patrocínio (2021).na prática do esporte de alto
dificultam
rendimento?
Em suas pesquisas Alexandre (2019) aborda na sexta questão o que tange ao tipo de
Em suas pesquisas Alexandre (2019) aborda na sexta questão o
que tange ao tipo de retorno que as empresas esperam dos atletas de alto
rendimento ao conceder patrocínios, como mostra a figura 6:
Figura 6 – Contrapartida das empresas ao conceder patrocínio.
Fonte: Elaborada pelo autor (2021).
Figura 6. Contrapartida das empresas ao conceder patrocínio.
empresas
Fonte: Elaborada é associar
pelo autor (2021).
É preciso reconhecer que suao patrocínio
marca a atletas vitoriosos
é um empenho para personificar seu
complementar
que aÉempresa
(ROCHA, busca para
2018).
preciso reconhecer
permanecer na lembrança do consumidor e para
que o patrocínio é um empenho complementar que a empresa
tanto em contrapartida esperam que os atletas de alto rendimento ganhem
busca para permanecer na lembrança
A sétima questão do consumidor
destacadae para
portanto em contrapartida
Oliveira (2020) esperam
que acomenta os
torneios e se projetem já que o interesse das empresas é associar sua marca
que os atletas de alto rendimento ganhem torneios e se projetem já que o interesse das
atletas vitoriosos
retorno em paratermos
personifide carmarketing
seus produtos e serviços (ROCHA,
alardeando um fulgor 2018).
em termos d
empresasAé associar
sétima sua marca adestacada
questão atletas vitoriosos
por para personificar
Oliveira seusque
(2020) produtos e serviços
comenta os
atletas mostra
(ROCHA, que a figura
2018).mais 7:
dão retorno em termos de marketing alardeando um
fulgorA em termos
sétima dedestacada
questão publicidade, como(2020)
por Oliveira mostra
que acomenta
figuraos7:atletas que mais dão
retorno em termos de marketing alardeando um fulgor em termos de publicidade, como
Figura 7. Atletas
7: 7 – que dão retorno de marketing e publicidade.
mostra Figura
a figura Atletas que dão retorno de marketing e publicidade.
80
Referências
81
CAMPOS, J. M.; SILVA, L. B.; ILIAS, E. J... et al. Manual prático de pesquisa
científica. Rio de Janeiro: Revinter, 2016.
CHAMON, E. M. Gestão integrada de organizações. Rio de Janeiro: Brasport,
2008.
COLLETT, P. Manual do patrocínio. Tradução: Sabine Holler. São Paulo: DVS
Editora, 2014.
DALLO, A. R. A ginástica como ferramenta pedagógica: o movimento como
agente de formação. Tradução: José Geraldo Massucato. São Paulo: Editora
Universidade de São Paulo, 2007.
DINIZ, L. 42% dos atletas brasileiros em Tóquio não têm patrocínio. Ninja
Esporte Clube. Notícias. 2021. Disponível em: https://midianinja.org/
ninjaesporteclube/42-dos-atletas-brasileiros-em-toquio-nao-tem-patrocinio/.
Acesso em: agosto. 2021.
FARIAS, A. de. História dos jogos olímpicos. Fortaleza: Armazém da Cultura,
2016.
FERNANDES, W. Habilidades em negociação: a necessidade de ser um bom
negociador. São Paulo: Editora Schoba, 2010.
HIRSH, W.; JACKSON, C. Planejamento de carreira em uma semana.
Tradução: Carlos Leite da Silva. São Paulo: Figurati, 2014.
HOFMEISTER, D. L. F. Planejamento e desenvolvimento de carreira. Curitiba:
IESDE Brasil, 2009.
LIMA, L. F. de P. Treinamento desportivo: da saúde e emagrecimento ao alto
rendimento. Timburi: Editora Cia do Ebook, 2016.
MELO, P. S. de C. Compreendendo o naming rights: uma análise do patrocínio
como estratégia publicitária no esporte. 2020. Universidade Federal de
Pernambuco. Departamento de Comunicação Social (Dissertação de Mestrado).
Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37631/1/
DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Paloma%20Souza%20de%20Castro%20
Melo.pdf. Acesso em: agosto. 2021.
MONTEIRO, R. Olimpíada: delegação brasileira já conta com 90% dos atletas no
Japão. 2021. Agenda Brasil. Esportes. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.
com.br/esportes/noticia/2021-07/olimpiada-delegacao-brasileira-ja-conta-com-
90-dos-atletas-no-japao. Acesso em: agosto. 2021.
82
MOURÃO, L. Exclusão e inserção da mulher brasileira em atividades físicas e
esportivas. In: SIMÕES, A. C. (org.). Mulher e esporte: mitos e verdades. São
Paulo: Editora Manole, 2003. p. 123.
OLIVEIRA, V. C. de. A captação de patrocínio privado direcionada aos interesses
dos clubes esportivos de atletismo no Brasil. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Escola de Administração (Monografia de graduação). 2020.
Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/215270/00
1119705.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: agosto. 2021.
PEELING, N. Negociações brilhantes: o que os melhores negociadores sabem,
fazem e dizem. Tradução: Lorecy Scavazzini. São Paulo: Editora Gente, 2009.
PRODANOV, C.C.; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho científico:
métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo:
Feevale, 2013.
QUEIROZ, C.; LEITE, C. O elo da gestão de carreira: o papel do empregado,
da liderança e da organização. São Paulo: DUS Editora, 2011.
REIS, J.; MAZULO, R. Gestão de imagem: propósito, plano de carreira e êxito
profissional. São Paulo: Editora Senac, 2020.
ROCHA, E. de M. Megaevento “made in Brasil” na sociedade do espetáculo:
a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas 2016 num mundo globalizado. Curitiba:
Appris, 2018.
RUBIO, K. Identidade e limites no esporte contemporâneo: a ética do competir e
do vencer. In: RODRIGUES, D. Os valores e as atividades corporais (org.). São
Paulo: Summus, 2008. p. 27.
RUBIO, K.; MESQUITA, R. M. Os estudos olímpicos e o olimpismo nos
cenários brasileiro e internacional. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2011.
SÁ, D.; SÁ, C. M. C. P. Sports marketing: as novas regras do jogo. Boavista,
Portugal: Editora Ipam, 2008.
SILVA, C. S. da. A importância da carreira profissional de um consultor na
área da tecnologia da informação. São Paulo: Editora Mackenzie, 2010.
SIQUEIRA, M. A. Marketing esportivo: uma visão estratégica e atual. São
Paulo: Saraiva, 2014.
83
SUÁREZ, U. Patrocínio irresistível: como encontrar patrocinadores em 4
passos. Tradução: Jacqueline Silva Cidreira. Salvador: Edição do Autor, 2019.
TOBIAS, J. Tudo o que você precisa saber sobre os esportes: impossível ler e
não mudar de opinião. Joinville: Clube dos Autores, 2012.
VARGAS, P. I.; CAPRARO, A. M. O suporte financeiro na trajetória esportiva dos
atletas da seleção brasileira de ginástica artística. Revista Pesquisa, Sociedade e
Desenvolvimento, Aracaju, v.9, n.10, p. 1-21, jun. 2020.
VIEIRA, Y.; SOUZA, D. L. de. Facilitadores e barreiras para a prática esportiva
por parte de atletas com comprometimentos no Brasil. Revista Retos, Londrina,
n. 41, p. 812-822, mar. 2021.
VINHAS, I. P. Uma radiografia do esporte brasileiro. Joinville: Clube dos
Autores, 2019.
ZAN, M. R. C. A. Patrocínio a eventos: a sinergia da comunicação integrada de
marketing. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2019.
84
CAPÍTULO V
ECONOMIA CIRCULAR E O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E REFLEXÕES
ABSTRACT
The economic growth model has developed serious global imbalances. If on the
one hand there is a wealth’s abundance of riches, on the other there is the contrast
with the increase in poverty, environmental degradation and pollution. Economic
and environmental studies were responsible for encouraging a new economy’s
type: the circular economy. The present study aims to present a reflection on the
relationship between the Circular Economy and Sustainable Development and
to achieve this objective, a literature review it was made in databases, adopting
a single combination of words referring to the proposed theme. There are
similarities and differences between the concepts of Sustainability and Circular
Economy. Sustainability aims to benefit the environment, the economy and society
in general, while the Circular Economy is a strategy that seeks to minimize waste
and maximize resource efficiency.. Therefore, achieving sustainable development
85
is challenging. The world needs to change its habits, and this is no longer
negotiable. Sustainable development is the alternative and the available option to
meet our present needs without compromising the ability of future generations to
meet their needs. The study does not intend to exhaust all the results, but to bring
up new considerations in order to encouraging the development of future research
on the subject.
1. Introdução
O modelo de crescimento econômico tem gerado graves
desequilíbrios globais. Se de um lado há fartura de riquezas, de outro
há o contraste com o aumento da pobreza, da degradação ambiental e da
poluição. Por isso, o desenvolvimento de ações integradas de enfoque
social, ambiental e econômico para novas políticas empresariais é crucial
para o planeta. Sob esse prisma, profundas transformações são necessárias
na forma de pensar do homem, a fim de avaliar o seu modo de produção
e de negócios. Estudos econômicos e ambientais foram responsáveis por
estimular um novo tipo de economia: a Economia Circular.
Aurdahl (2016) refere-se à Economia Circular (EC) como uma
economia restauradora que utiliza energias renováveis, preocupa-se com
a eliminação do uso de produtos químicos tóxicos e com a erradicação
de resíduos. Ao contrário da Economia Linear, a Economia Circular leva
a uma reflexão sobre como a produção e o consumo de bens e serviços
podem afetar o desenvolvimento sustentável. O conceito de Economia
Circular é muito extenso, abstrato e pouco conhecido pela sociedade
(MARKKANEN, 2016).
Considerando que o modelo de economia linear gera extração
contínua de recursos das mais diversas categorias, a Economia Circular
funciona como um ciclo, com o propósito de eliminar o desperdício
nos processos produtivos. Para isso, é fundamentada em três pilares, na
preservação, otimização e estimulação com o engajamento de todos os
setores da sociedade. Nesse processo, agentes com diversos focos de
atuação precisam estar alinhados de forma a contribuir para a construção
de caminhos viáveis de geração de valor.
Para isso, é necessário que o conceito de Economia Circular esteja
inserido no cotidiano da população, de forma que sejam repensados não
apenas os padrões de consumo e destinação de resíduos como também
modelos produtivos e mindset de negócios, promovendo assim a construção
de hábitos circulares.
86
Amui et al. (2017), afirmam que na atual conjuntura de
desenvolvimento é necessário mudar o modelo econômico original,
considerado prejudicial ao sistema ecológico. Uma das alternativas para
essa mudança é o desenvolvimento de ações circulares, colocando em
prática o que é proposto pela Economia Circular.
A Economia Circular surge como um novo paradigma, ganhando
força e prometendo superar a contradição entre o econômico e o
ambiental, onde também reforçam a ideia de que os recursos nunca devem
ser transformados em resíduos, mas seguramente devem ser mantidos no
processo o maior tempo possível e com o mínimo de perda de qualidade
(POMPONI & MONCASTER, 2017).
Diante do exposto, o presente estudo teve por objetivo apresentar
conceitos e reflexões sobre a relação da Economia Circular e o
Desenvolvimento Sustentável.
2. Procedimentos metodológicos
3. Revisão da literatura
87
conta a prática da reciclagem, conforme a teoria desses, é necessária uma
alteração no sistema econômico tradicional chamado de linear para um
sistema circular (AVENI, 2020).
A Economia Circular propõe um modelo alternativo ao modelo
tradicional de produção. Enquanto o modelo ‘fazer, usar, descartar’ é
linear e gera desperdício, a abordagem da Economia Circular é baseada
na reutilização dos resíduos. Isso implica em abandonar o modelo linear,
utilizado pela grande maioria das empresas, em favor de um modelo mais
eficiente e sustentável. Nesse novo modelo, todos os tipos de materiais
são elaborados para circular de forma eficiente e serem recolocados na
produção sem perda de qualidade. Dessa forma, a Economia Circular
promove a transição para uma abordagem de reutilizar e reciclar,
promovendo a sustentabilidade e a redução do desperdício (BONCIU,
2014; AZEVEDO, 2015).
A Economia Circular envolve mais que conceitos de reciclar e
reutilizar produtos, volta-se também aos modelos de gestão e processos
industriais. Para uma empresa fazer uma boa gestão ambiental e tornar-se
mais circular é preciso seguir um rol de prioridades como:
Gestão integrada de políticas e sistemas, buscar
sempre por processos de melhoria, educar e motivar
o pessoal, desenvolver e fabricar novos produtos e
serviços ecologicamente mais eficientes, orientar os
seus consumidores, desenvolver novos equipamentos de
operacionalização e estar em constante linhas de pesquisa
em busca da eficiência e de uma melhor relação com o
meio ambiente. [...] a remanufatura tem como princípio
restaurar produtos descartados para que possam estar em
novas condições para voltarem ao uso (SALES et al.,
2019, p. 4).
88
um vasto potencial de inovação, geração de empregos e crescimento
econômico (SEHNEM; PEREIRA, 2018).
No tocante à economia, no entanto, a diferença entre desenvolvimento
e crescimento consiste no fato de que este último é apenas o crescimento
da renda e do Produto Interno Bruto, sem implicar mudança estrutural
mais profunda. Já o desenvolvimento econômico é a melhoria dos padrões
de vida dos seres humanos proporcionada pelo crescimento econômico.
Neste sentido, o modelo de produção dominante é baseado apenas no
crescimento e produzindo exclusão social em decorrência da concentração
de renda e degradação ambiental, em função da incessante busca de
matérias-primas para a produção. Por meio da tecnologia, busca-se
produzir mais em menor tempo, considerando apenas medição do aspecto
econômico como relevante (VEIGA, 2010).
Portanto, pode –se dizer que a busca pelo crescimento econômico
é uma premissa para melhor qualidade de vida aliado a preocupação
ambiental. Levando em consideração que o uso dos recursos naturais pela
economia é necessário e exige uma relação entre economia e consumo,
e entre este o lucro. Portanto, fica evidente a relação do crescimento
econômico com o meio ambiente, sendo preciso considerar os pressupostos
relativos aos recursos não renováveis, limites ao crescimento e escassez
potencial, como meios para o desenvolvimento sustentável.
A Economia Circular se expande e se desenvolve como uma meta
política, para mitigar os impactos ambientais e consequentemente as
alterações climáticas as quais embutem o aumento de preços dos recursos
a fim de conseguir alcançar os objetivos propostos atuando nas áreas da
competitividade, meio alternativo na luta contra as alterações climáticas e
energia limpa para melhorar a eficiência do uso de materiais e energia, o
oposto da economia linear baseada no princípio de pegar-fazer-descartar.
O foco desta nova economia é não desperdiçar recursos. Seu conceito
ainda não alcançou um padrão, nem há consenso acerca de seu arcabouço
teórico, contudo, tem certo avanço e pontos comuns entre pesquisadores
(OLIVEIRA, 2019).
Percebe-se que o termo “Economia Circular” é relacionado a uma
enormidade de significados e associações por distintos autores, mas no
geral, apresentam comumente o conceito de sistema fechado cíclico
(MURRAY; SKENE; HAYNES,2017).
Destaque a concepção de Geisendorf e Pietrulla (2018), onde uma
Economia Circular se inicia com o design do produto, visando reduzir
89
resíduos resultantes; figurado pela estrela e seu entorno, os principais
estágios do ciclo de vida do produto. O transporte e o produto (etapa
suporte) devem ser projetados para permitir a circularidade em todos
os estágios. Essas etapas configuram o nível micro, que se encontra
implícito nas perspectivas meso e macro. Ainda, sugerem os denominados
enquadramentos, úteis para apurar a viabilidade da implantação do projeto
e/ou transição para economia circular:
Ferramentas de mensurabilidade que estão relacionadas
a indicadores de performance, modelo de negócios para
avaliar a lucratividade do projeto, políticas e legislações
necessárias e a sustentabilidade do projeto” (OLIVEIRA,
2019, p. 21).
90
A Economia Circular é uma estratégia de sustentabilidade,
regeneração e restauração, com o intuito de manter produtos, componentes
e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor indefinidamente.
Logo, a transformação de bens que estão no fim de sua vida útil em recursos
para outros processos, fechando ciclos em ecossistemas industriais e
minimizando resíduos, trazendo mudanças na lógica econômica ao
substituir a produção por suficiência.
3.2 Sustentabilidade
91
por parte de empresas e governo, o termo sustentabilidade foi banalizado,
e seus princípios foram comprometidos no mundo corporativo. Isso levou
a preconceitos contra a ideia de sustentabilidade e desenvolvimento
sustentável (ISIL; HERNKE, 2017).
De acordo com a definição do Cambridge University Press (2018),
a sustentabilidade refere-se à capacidade de sustentar ou manter algo por
um período prolongado de tempo. O termo tem sido utilizado em várias
áreas há muitos anos e é difícil determinar exatamente quando começou a
ser utilizado no contexto das ciências ambientais.
Na área da política ambiental e pesquisa, o termo sustentabilidade
estava se tornando popular, juntamente com outros como “desenvolvimento
sustentável”, “uso sustentável da biosfera” e “sustentabilidade ecológica”,
os quais estavam sendo cada vez mais utilizados por indivíduos e
preocupações preocupadas com a relação entre os seres humanos e o
meio ambiente. Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (World Commission on Environment and Development
- WCED) da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou o Relatório
Brundtland, que estabeleceu uma definição para desenvolvimento
sustentável como “o desenvolvimento que atende às necessidades do
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender
suas próprias necessidades” (BROWN et al., 1987).
Durante a ECO 92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, a
sustentabilidade foi amplamente discutida e ganhou destaque, sendo
reconhecida em suas três dimensões principais: ambiental, econômica e
social. Nesta conferência, ainda é estabelecida a Agenda 21 (Agenda de
Desenvolvimento Sustentável) que foi assinada por 179 países.
Dessa forma, pode-se perceber que a dimensão econômica da
sustentabilidade requer que uma empresa seja capaz de produzir, distribuir
e oferecer seus produtos ou serviços de forma a estabelecer uma relação de
competição justa com seus concorrentes de mercado, a fim de gerar lucro
e valor para a empresa. Já a dimensão social envolve o capital que está
direta ou indiretamente relacionado às atividades da empresa, incluindo
funcionários, público-alvo, fornecedores, comunidade e sociedade em
geral, e requer a promoção de educação, cultura, lazer e justiça social. Por
fim, a dimensão ambiental visa manter ecossistemas vivos e diversificados
e está relacionada a todas as ações que possam causar impacto no meio
ambiente, como a promoção do plantio de árvores para compensar
92
as emissões de gases poluentes (VELLANI, RIBEIRO,2019; SILVA;
JUNIOR, 2023).
Em 2015 a Agenda 2030 foi elaborada e durante a 70ª Sessão da
Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, e pode ser vista como
um conjunto de medidas para alcançar o Desenvolvimento Sustentável, que
requer a atualização de marcos legais e condições financeiras favoráveis
para promover investimentos e inovações que visem à proteção ambiental,
à inclusão e justiça social e ao crescimento econômico sustentável. O
documento que originou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) estabelece que essa jornada em direção a um mundo livre de
pobreza, fome, doença e escassez, onde a vida próspera, envolve uma
ampla gama de atores, incluindo governos, parlamentos, o sistema das
Nações Unidas e outras instituições internacionais, autoridades locais,
povos indígenas, sociedade civil, empresas, setor privado, comunidade
científica e acadêmica, e todas as pessoas (ONU, 2015; PRIETOJIMÉNEZ
et al., 2021).
Nela estão previstas 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
e 169 metas a serem alcançadas até 2030. O fortalecimento da importância
dos ODS e da estratégia de incorporar a Agenda 2030 nas instituições é
uma empreitada desafiadora, mas que traz benefícios significativos. Para
efetivar a implementação dos ODS nas instituições de ensino superior
(IES), quatro fatores são considerados fundamentais: institucional
(envolvendo políticas, estratégias, planejamento e governança), temático
(abrangendo a interdisciplinaridade, uma variedade de tópicos, um escopo
amplo e uso múltiplo), estrutural (referente aos recursos, equipamentos,
materiais e operações) e pessoal/individual (envolvendo interesse,
preocupação, consciência e compromisso) (LEAL FILHO al.,2021).
Gadotti (2008) propõe uma ampliação no conceito de
sustentabilidade que transcende as concepções de preservação dos recursos
naturais e da viabilidade de um desenvolvimento sem agressão ao meio
ambiente. Ao conceito de sustentabilidade ele inclui, de forma holística, o
equilíbrio consigo mesmo, com o planeta e com o universo. Para o autor,
ser sustentável inclui ainda questões filosóficas, o próprio sentido do que
somos, de onde viemos e para onde vamos como seres humanos.
Lopes (2010) traz algumas reflexões acerca da crise ambiental
planetária: a sociedade reuniu tecnologia suficiente para se autodestruir
rapidamente, ampliou-se uma sociedade do consumo cujo modelo
de desenvolvimento está baseado no cartesianismo reducionista,
93
esquecendo-se de considerar que os recursos naturais são finitos; tais
fatos desconsideraram a qualidade de vida das gerações futuras. Assim,
a trabalhar a educação ecológica levaria a sociedade à reflexões para
demonstrar que essa crise é de origem ética, ou seja, vai além do viés
econômico, estando influenciada pelas dimensões históricas, sociais,
culturais e políticas, entre outras. E deixa evidente que a superação dessa
forma de ver o mundo, faz-se necessária uma mudança do paradigma, sendo
este entendido como as realizações científicas universalmente reconhecidas
que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares
para uma comunidade de praticantes de uma ciência (LOPES, 2010).
Por fim, analisando o que foi exposto acerca do conceito e aplicação
da sustentabilidade nos dias atuais, conclui-se que esta é indiscutivelmente
essencial em todas as áreas da sociedade e em todas as atividades humanas,
porquanto, significa uma verdadeira interação entre o ser humano e o meio
ambiente, de forma a se alcançar um equilíbrio ambiental e um verdadeiro
amor àquilo que mantém o homem vivo.
Logo, constata-se que:
[...] a sustentabilidade econômica extrapola o acúmulo de
riquezas, bem como o crescimento econômico e engloba
a geração de trabalho de forma digna, possibilitando uma
distribuição de renda, promovendo o desenvolvimento das
potencialidades locais e da diversificação de setores. Ela é
possibilitada por alocação e gestão mais efetivas dos recursos
e por um fluxo regular do investimento público e privado nos
quais a eficiência econômica deve ser avaliada com o objetivo
de diminuir a dicotomia entre os critérios microeconômicos e
macroeconômicos (MENDES, 2009, p. 53).
94
Há semelhanças e diferenças entre os conceitos de Sustentabilidade
e Economia Circular. A Sustentabilidade tem como objetivo beneficiar o
meio ambiente, a economia e a sociedade em geral, enquanto a a Econômia
Circular é uma estratégia que busca minimizar o desperdício e maximizar
a eficiência dos recursos. Além disso, a percepção de responsabilidade
é claramente diferente entre os dois conceitos. Na discussão sobre
Sustentabilidade, as responsabilidades são compartilhadas, mas não são
claramente definidas, enquanto na literatura sobre Economia Circular, a
responsabilidade pela transição para um sistema circular é considerada
principalmente das empresas privadas, reguladores e governamentais.
O Desenvolvimento Sustentável é um objetivo amplo da sociedade,
que abrange aspectos psicológicos, ecológicos e de desenvolvimento, e é
definido em nível macro. Por outro lado, a abordagem da Economia Circular
é mais restrita e focada em um modelo de consumo e produção, definido
principalmente em nível micro. Embora o desenvolvimento sustentável
seja frequentemente associado à internalização de externalidades,
instrumentos e políticos para alcançar a sustentabilidade, ele não apresenta
uma estratégia clara para atingir seus objetivos amplos de garantia de
recursos entre as gerações. Em contraste, a Economia Circular oferece um
conjunto de ferramentas para alcançar objetivos ecológicos, mas seu foco
final é mais restrito do que o do desenvolvimento sustentável, conforme
afirmado por SAUVÈ et al. (2016).
A interconexão entre as práticas de Economia Circular,
sustentabilidade é bastante significativa. Além disso, a adoção de práticas
de Economia Circular pode contribuir para a consecução dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as metas estabelecidos pela
ONU, nos ODS 6, 7, 8, 12 e 15, que abrangem temas como Água Limpa e
Saneamento, Energia Limpa e Acessível, Trabalho Decente e Crescimento
Econômico, Produção e Consumo Sustentável e Vida na Terra. Ademais,
a implementação das práticas de Economia Circular também pode ser
favorecida pela promoção dos ODS. É importante destacar que o progresso
em diversas outras metas que não se relacionam diretamente à Economia
Circular ainda assim pode impactar positivamente a adoção dessas práticas
de maneira indireta (SCHROEDER et al., 2018).
As temáticas mais comuns nos estudos sobre Economia Circular
são as questões ambientais e econômicas, mas a atenção dada às questões
sociais ainda é limitada. Geralmente, a Economia Circular é definida
como uma combinação de práticas que envolvem a redução, reutilização e
95
reciclagem de materiais. Embora se destaque a importância da Economia
Circular para alcançar a prosperidade econômica e a preservação ambiental,
pouco se menciona sobre o impacto dessa abordagem na equidade social e
no bem-estar das gerações futuras (HOMRICH et al., 2017; KIRCHHERR
et al., 2017).
De maneira ampla, a Economia Circular, apesar de ser apresentada
como uma alternativa ao modelo linear de produção, pode ser utilizada
como uma estratégia para alcançar o desenvolvimento sustentável. A Eco-
nomia Circular é vista como uma ferramenta para alcançar as metas do
desenvolvimento sustentável, o que significa que há uma transferência de
responsabilidade em relação às metas sociais que são fundamentais para al-
cançar objetivos econômicos e ecológicos (SUAREZ- EIROA et al., 2019).
Murray, Skene e Haynes (2017), argumentam que a Economia
Circular é a tentativa de integrar os princípios de sustentabilidade e de
bem-estar ambiental nas atividades econômicas. Do mesmo modo,
Ghisellini, Cialani e Ulgiati (2016) destacam que a EC estabelece um
novo modelo de negócios, o qual proporciona condições para o desen-
volvimento sustentável e a criação de uma sociedade mais harmoniosa.
Um dos grandes desafios de implementação da economia circular
é conseguir adotar modelos de negócio que agreguem mais valor ao
produto. Uma das formas que isso pode ser feito é através do aumento da
vida útil do produto dentro de um ciclo contínuo. No entanto, isso pode
ser difícil quando se tem bastante tributação nos processos de reciclagem.
Essa realidade acontece, por exemplo, no Brasil. O que dificulta garantir
maior eficiência e, ao mesmo tempo, menores custos.
Dentre as oportunidades proporcionadas pela Economia
Circular, destaca-se a capacidade de estabelecer novas relações com
os consumidores por meio de práticas sustentáveis, resultando em uma
valorização da imagem da empresa. Além disso, essa abordagem pode ser
uma alternativa para solucionar desafios como a instabilidade nos preços
das matérias-primas e a limitação dos riscos de suprimento. Vale ressaltar
que a economia circular permite o estabelecimento de uma relação mais
harmoniosa com os recursos naturais. Para promover essa abordagem em
sua empresa, é necessário considerar os três princípios que a norteiam:
eliminar resíduos e poluição desde o início, manter produtos e materiais
em uso e regenerar sistemas naturais.
Conforme apontado por Rosano-Penã et al. (2014), uma economia
de qualquer setor que promove o desenvolvimento sustentável deve
96
atender às necessidades de todas as partes interessadas, encontrando
um equilíbrio e uma sinergia de forças para reduzir os riscos e impactos
negativos para a sociedade.
Dessa forma, o desenvolvimento sustentável possibilita uma
transformação progressiva da economia e da sociedade. Enquanto o modelo
de economia linear gera extração contínua de recursos, a economia circular
funciona como um ciclo, com o propósito de eliminar o desperdício nos
processos produtivos. Essa estreita relação de sustentabilidade implica na
preocupação com a equidade social entre gerações e deve ser estendida à
equidade dentro de cada geração. É necessário pensar sobre o equilíbrio
entre a conservação ambiental e o desenvolvimento social e econômico
para abordar essas questões.
Nos dias atuais, é inegável que a Economia Circular vem ganhando
cada vez mais destaque no mundo inteiro como uma alternativa
para superar o modelo atual de produção e consumo que se baseia no
crescimento contínuo e indefinido do uso de recursos. Ao estabelecer
padrões de produção que promovam o fechamento de ciclo dentro de um
sistema econômico, a EC visa aumentar a eficiência no uso dos recursos,
evitando que os resíduos sejam destinados a aterros sanitários e lixões,
especialmente nas áreas urbanas e industriais. Segundo Ghisellini, Cialani
e Ulgiati (2016), esse processo busca alcançar um melhor equilíbrio e
harmonia entre economia, meio ambiente e sociedade.
Nesse sentido, a Economia Circular se torna um dos pilares
fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Com o caráter
limitado dos recursos naturais, a explosão demográfica no mundo e a
crescente urbanização, o alto volume de resíduos se tornou uma questão
extremamente sensível. Diante disso, é fundamental que políticas públicas
e privadas sejam implementadas com o objetivo de promover a reciclagem
de materiais, o consumo de energias renováveis e o design de produtos que
possam ser reciclados e reutilizados. De acordo com Dobrotǎ, Dobrotǎ e
Petrescu (2017), esses requisitos devem ser considerados como prioridade
em todo o mundo. Assim, a Economia Circular surge como uma abordagem
capaz de equilibrar a utilização dos recursos com a preservação do meio
ambiente e a justiça social.
A Economia Circular visa diferenciar o crescimento econômico
e o desenvolvimento do consumo de recursos finitos, para tanto essa
possui diferentes significados, desde atividades de redução, reutilização e
reciclagem até atividades ambientais como a degradação ou utilização de
97
recursos escassos, e é apoiado por indicadores específicos para alcançar
o desenvolvimento sustentável. No entanto, até o presente momento,
não houve um acordo entre os estudiosos para medir a eficácia de uma
indústria/produto/serviço a fim de realizar a transição de abordagens
lineares para circulares, particularmente aquelas que afetam a sociedade
(PADILLA-RIVERA; RUSSO-GARRIDO; MERVEILLE, 2020).
A Economia Circular foca em uma abordagem circular de recursos
energéticos e materiais, que pode fornecer benefícios econômicos,
ambientais e sociais para as diversas organizações. Com a adoção da EC,
principalmente por países de economias emergentes, é possível obter
crescimento econômico substancial por meio da utilização adequada
de energia limpas e recursos materiais em toda a cadeia de suprimentos
(YADAV et al., 2020). Ainda segundo o autor, é relativamente mais fácil
adotar a Economia Circular nas nações desenvolvidas do que as nações
em desenvolvimento.
Abaixo, apresenta-se uma lista de benefícios da economia circular,
organizada em cinco categorias, contemplando todas as partes em todos
os níveis - clientes, empresas e sociedade como um todo, conforme Pinto
(2018, p. 47-48):
A primeira categoria, “Benefícios para a economia”, destaca a
redução de custos com matéria-prima, gestão de resíduos e emissões,
além da criação de oportunidades de novos negócios e estabelecimento de
sistemas econômicos mais resilientes. Já a segunda categoria, “Benefícios
para consumidores”, destaca a melhoria da qualidade dos produtos, a
redução da obsolescência programada e maior possibilidade de escolha.
A terceira categoria, “Benefícios para as empresas”, apresenta uma
lista ampla de vantagens, como potencial de lucro em novos negócios,
novas formas de relacionamento com clientes, redução de custos com
matérias-primas e legislação ambiental, além de ganhos diretos com
recuperação e reciclagem de materiais. A quarta categoria, “Benefícios
para a sociedade”, destaca a geração de empregos, aumento do senso de
comunidade e participação através da economia compartilhada, além de
benefícios socioculturais e de bem-estar.
Por fim, a quinta categoria “Benefícios para o meio ambiente”
destaca a redução no uso de matéria-prima virgem, aumento do tempo de
vida dos materiais por meio da eficiência no uso e recuperação, diminuição
da geração de resíduos e emissões. De forma geral, a economia circular
traz vantagens em todas as partes, abrangendo desde o aspecto econômico
até o social e ambiental.
98
A Economia Circular é uma abordagem que visa a transição da
economia linear para um modelo mais sustentável e eficiente no uso dos
recursos. Para que essa transição seja efetiva e gere resultados desejados, é
necessário que haja uma mudança de cultura e visão de negócios em toda
a cadeia do ciclo de vida do produto, envolvendo todos os interessados e
afetados pelo processo (PINTO, 2018).
A EC é uma das melhores estruturas de desenvolvimento sustentável
para países em desenvolvimento que precisam resolver seus problemas
com excesso de resíduos e evitar o crescimento do custo do meio ambiente
e dos recursos das futuras gerações (NGAN et al., (2019). As estratégias
da EC que vencem as barreiras organizacionais e gerenciais são capazes
de fomentar o desenvolvimento sustentável ao restringir o consumo
exacerbado do presente para garantir que as gerações futuras herdem
recursos essenciais à sua sobrevivência (OGUNMAKINDE et al., 2022).
Considerando que a EC é uma abordagem circular de recursos
energéticos e materiais Yadav et al., (2020), seu uso pode propiciar
benefícios econômicos, ambientais e sociais para organizações situadas na
Amazônia. Isso porque o uso da EC nas economias emergentes é capaz de
fomentar o crescimento econômico e favorecer a aplicação apropriada de
recursos energéticos e materiais pelas empresas e pela indústria (YADAV
et al., 2020). Além disso, a EC pode ser considerada o ponto ótimo da
sustentabilidade, pois se fundamenta em práticas capazes de gerar
operações mais sustentáveis, especialmente no nível de produtos (ROSSi
et al., 2020).
Assim, mesmo dentro dos arranjos produtivos locais, há diferentes
estágios de maturidade e diferentes portes empresariais que adotam dife-
rentes níveis de estratégias de EC Ferreira et al., (2019) e ODS conforme
Schroeder et al., (2019); Nylund et al.,( 2021). É importante ressaltar que
as estratégias de EC vencem as barreiras organizacionais e gerenciais para
promover o desenvolvimento sustentável, e que a implementação dessas
estratégias pode trazer benefícios para a economia, consumidores, empre-
sas, sociedade e meio ambiente, conforme apresentado na lista de benefí-
cios da EC (PINTO, 2018).
Considerações finais
99
amplo que se aplica a todas as áreas da vida, incluindo meio ambiente,
economia e sociedade, a Economia Circular é uma abordagem específica
para a economia que visa reduzir o desperdício e aumentar a eficiência
dos recursos.
No entanto, a Economia Circular é uma forma de promover a
sustentabilidade, já que busca maximizar o valor dos recursos e minimizar
o impacto ambiental. Vale ressaltar que existem outras formas de alcançar
a sustentabilidade além da economia circular.
O desenvolvimento sustentável é um conceito que leva em
conta a preservação ambiental e a equidade social, buscando atender
às necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade
das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades. Esse
modelo de crescimento econômico e social busca o equilíbrio entre as
dimensões econômica, social e ambiental, garantindo a qualidade de vida
e a sobrevivência das pessoas e do planeta.
Para enfrentar os desafios atuais da humanidade, é necessário
questionar o modelo econômico linear e trazer inovações nos sistemas de
negócios. A Economia Circular é uma solução para acelerar a transição
para um modelo mais sustentável. Essa transição deve ser acompanhada
por mudanças nos modelos mentais de curto para longo prazo, inovações
nos modelos de negócios e nas cadeias de valor, além de uma educação,
políticas públicas, infraestrutura e tecnologias adequadas.
Com a biodiversidade, diversidade sociocultural, cultura de
inovação e empreendedorismo, o país tem o potencial de se tornar uma
referência de inovação e geração de valores econômico, ambiental e social
do século XXI, explorando o contexto da Economia Circular.
Nesse cenário, alcançar o desenvolvimento sustentável é desafiador.
O mundo precisa mudar seus hábitos e isto não é mais negociável. O
desenvolvimento sustentável é a alternativa e a opção disponível para
atender às nossas necessidades presentes sem comprometer a possibilidade
de dar as gerações futuras atenderem as suas necessidades.
A proposta da Economia Circular de estratégias de limitação,
ou seja, o uso racionalizado do sistema ambiental e, em contrapartida,
a sustentabilidade preocupa-se com o bom uso dos recursos ambientais
de forma a garantir sua existência futura. Importante mencionar que este
estudo não visou esgotar todos os resultados, mas trazer à tona novas
considerações de maneira a estimular o desenvolvimento de pesquisas
futuras que explorem em maior grau de aprofundamento o objetivo
100
desta pesquisa. Espera-se ainda que este estudo seja útil para ampliar o
conhecimento sobre o assunto.
Referências
101
CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS. Cambridge Dictionary. Disponível em:
<https://dictionary.cambridge.org/>. Acesso em: 28 de março de 2023.
MACARTHUR, E. F. Rumo à Economia Circular: O racional de negócio para
acelerar a transição. Ellen MacArthur Foundation, 2015.
ISIL, O.; HERNKE, M. T. The Triple Bottom Line: A Critical Review from a
Transdisciplinary Perspective. Business Strategy and the Environment, v. 26,
n. 8, p. 1235–1251, 2017.
GADOTTI, M. Educar para sustentabilidade: uma contribuição à Década da
Educação para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Instituto Paulo Freire,
2008
GEISENDORF, S.; PIETRULLA, F. The circular economy and circular economic
concepts a literature analysis and redefinition. Thunderbird International
Business Review, v. 60, n. 5, p. 771–782, 2018.
HOMRICH, A. S. et al. The circular economy umbrella: Trends and gaps on
integrating pathways. Journal of Cleaner Production, v. 175, p. 525-543, 2018.
LI, Shulin. The research on quantitative evaluation of circular economy based on
waste input-output analysis. Procedia Environmental Sciences, v. 12, p. 65-71,
2012.
LOPES, C. V. G. Ecopedagogia e cidadania planetária. Curitiba: Fael, 2010.
MARKKANEN, J. Circular economy in real estate investment companies. Case
study: Suomen Yliopistokiinteistot Oy, Kampusareena. Bachelor of Engineering,
Helsinki Metropolia University of Applied Sciences. Degree Programme in
Environmental Engineering, 2016.
MENDES, J. M. G. Dimensões da Sustentabilidade. Revista das Faculdades
Integradas Santa Cruz de Curitiba – Inove. Curitiba, v. 7, n. 2, p. 49-59, 2009.
Disponível em: <http://www.santacruz.br/v4/download/revista-academica/13/
cap5.pdf>. Acesso em: 25 de março de 2023.
MURRAY, A.; SKENE, K.; HAYNES, K. The circular economy: an
interdisciplinary exploration of the concept and application in a global context.
Journal of business ethics, v. 140, p. 369-380, 2017.
KIRCHHERR J, REIKE D, HEKKERT M (2017) Conceptualizing the circular
economy: an analysis of 114 definitions. Resour Conserv Recycl 127:221–232
102
KOPNINA, H.; BLEWITT, J. (2015). Sustainable business: key issues. Routledge,
Oxon. KORHONEN, J.; NUUR, C.; FELDMANN, A.; BIRKIE, S.E. Circular
economy as an essentially contested concept. Journal of Cleaner Production
175 (2018) 544e552.
OLIVEIRA, G. C. Desafios para implantação da economia circular: estudo
de caso de uma empresa de eletroeletrônicos no contexto brasileiro. 2019.84f.
Trabalho à Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação
Getúlio Vargas, como Mestre em Gestão para a Competitividade. São Paulo.
2019.
ONU. Transformando nosso mundo: a agenda 2030 para o desenvolvimento
sustentável, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/91863-agenda-
2030-para-o-desenvolvimento sustentável. Acesso em 26 abril de 2023.
PADILLA-R., A.; RUSSO-G., S.; MERVEILLE, N. Addressing the Social
Aspects of a Circular Economy: A Systematic Literature Review. p. 1–17, 2020
PINTO, J. F. Avaliação do potencial da Economia Circular em auxiliar
na transição rumo à Economia 4.0. 2018. 100f. Monografia graduação em
Engenharia Ambiental da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade
de São Paulo. São Carlos, SP. 2018.
PRIETO-JIMÉNEZ, Esther et al. Sustainable development goals and education:
A bibliometric mapping analysis. Sustainability, v. 13, n. 4, p. 2126, 2021.
POMPONI, F.; MONCASTER, A. Circular economy for the built environment: A
research framework. Journal of Cleaner Production, v. 143, p. 710-718, 2017.
SALES, G. F.; CARVALHO, T. S. Propostas da economia circular aplicadas
a uma indústria de embalagens plásticas no oeste paranaense. 2019. 121f.
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, em Engenharia de Produção, da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira. 2019.
SAMPAIO, R.F, MANCINI, M.C. Estudos de Revisão Sistemática: Um Guia
para Síntese Criteriosa da Evidência Científica. Rev. Bras. Fisioter. São Carlos,
v.11, n.1, p 83-89, jan/fev. 2007.
SAUVÉ, S.; BERNARD, S.; SLOAN, P. Environmental sciences, sustainable
development and circular economy: Alternative concepts for trans-disciplinary
research. Environmental Development, v. 17, p. 48–56, 2016.
103
SILVA BIONDI, Me Domingos; JUNIOR, Jorge Neres. As diferenças e
similaridades entre sustentabilidade e economia circular. Revista Estudos e
Negócios Acadêmicos, v. 3, n. 5, p. 33-40, 2023.
SEHNEM, Simone; PEREIRA, Susana Carla Farias. Rumo à Economia
Circular: Sinergia Existente entre as Definições Conceituais Correlatas e
Apropriaçãopara a Literatura Brasileira. 2018. Disponível em: <http://www.
periodicosibepes.org.br/index.php/recadm/article/view/2581/1044>. Acesso em:
25 de março de 2023.
SCHROEDER, P.; ANGGRAENI, K.; WEBER, U. The relevance of circular
economy practices to the Sustainable Development Goals. Journal of Industrial
Ecology, 2018.
SUÁREZ-EIROA, B. et al. Operational principles of circular economy for
sustainable development: Linking theory and practice. Journal of cleaner
production, 2019.
RODRIGUES, Katia Fabiane; RIPPEL, Ricardo. Desenvolvimento sustentável
e técnicas de mensuração. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v.
4(3), p. 73-88, 2015.
VEIGA, J. E. D. Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. Rio de
Janeiro: Garamond, 2010.
VELLANI, Cássio Luiz. CONTABILIDADE DA GESTÃO AMBIENTAL:
NASCEU? Revista Sinergia, v. 20, n. 4, 2019.
YADAV, G. et al. Exploring indicators of circular economy adoption framework
through a hybrid decision support approach. Journal of Cleaner Production, v.
277, p.124186, 2020.
104
CAPÍTULO VI
DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO
NO SETOR SUCROENERGÉTICO FACE A
SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NO MUNICÍPIO
DE FRUTAL-MG
RESUMO
A proposta de sustentabilidade socioambiental no âmbito empresarial,
especificamente, nos processos desenvolvidos das empresas, é avaliar seus impactos
ambientais e sociais na população rural e urbana em que estão localizadas, assim
como em seu entorno, uma vez que todos estão envolvidos direta e indiretamente
nos reflexos que as práticas deles incidem. O setor sucroenergético de cana-de-
açúcar contribui com vários produtos e subprodutos como combustível, açúcar e
energia proveniente de fonte renovável, embora ainda cause impactos negativos
ao meio ambiente. O projeto objetivou, principalmente, uma análise científica e
tecnológica da gestão corporativa do setor sucroenergético de cana-de-açúcar face
aos conceitos da sustentabilidade socioambiental por meio de pesquisa qualitativa
como sendo uma metodologia de pesquisa não-estruturada, exploratória,
descritiva, com dados secundários de empresas sucroenergéticas no município de
Frutal-MG e relatórios de organizações representativas do setor e da literatura. Os
resultados apontaram na direção do alinhamento de nível de práticas sustentáveis
do setor e suas ações face à sustentabilidade socioambiental. As considerações
resultantes das pesquisas demonstram que o setor, no seu processo decisório,
está analisando suas práticas e ações de forma preventiva e não mais reativa por
questões legais. Entretanto, muito ainda tem que ser melhorado quanto o assunto
é a sustentabilidade socioambiental. A relevância do projeto se destaca, porque
contribui na melhoria do processo decisório da gestão do setor sucroenergético
de cana-de-açúcar, da comunidade rural e urbana, pesquisadores, do município e
estado, haja vista que o estado possui parte da sua economia advinda desse setor.
ABSTRACT
The proposal for socio-environmental sustainability in the business sphere,
specifically in the processes developed by companies, is to assess their
environmental and social impacts on the rural and urban population in which
105
they are located, as well as on their surroundings, since everyone is directly and
indirectly involved in the reflections that their practices affect. The sugarcane
energy sector contributes with various products and by-products such as fuel,
sugar and energy from renewable sources, although it still causes negative impacts
on the environment. The project aimed, mainly, at a scientific and technological
analysis of the corporate management of the sugar-cane energy sector in the face
of the concepts of socio-environmental sustainability through qualitative research
as a non-structured, exploratory, descriptive research methodology, with data
secondary data from sugarcane companies in the city of Frutal-MG and reports
from organizations representing the sector and literature. The results pointed in
the direction of aligning the level of sustainable practices in the sector and its
actions towards socio-environmental sustainability. The considerations resulting
from the surveys demonstrate that the sector, in its decision-making process, is
analyzing its practices and actions in a preventive way and no longer reactive
for legal reasons. However, much still has to be improved when it comes to
socio-environmental sustainability. The relevance of the project stands out, as
it contributes to improving the decision-making process in the management of
the sugarcane sugarcane sector, the rural and urban community, researchers, the
municipality and the state, given that the state has part of its economy derived
from of that sector.
1. Introdução
106
reafirmaram o compromisso de reduzir o aquecimento global e de construir
uma agenda de trabalho para chegar a esse objetivo em dois anos, isto é,
em 2024. Estamos a um ano desse compromisso e o cenário vivenciado
em 2023 pouco contribui para cumprir o compromisso já reafirmado.
As discussões sobre as questões socioambiental se perderam no
meio de disputas e assuntos políticos de caráter econômico.
Bueno (2015) afirma que a sustentabilidade socioambiental se faz
por meio da conscientização, da mudança de conduta, de práticas e ações
sustentáveis por parte das pessoas, dos empresários e do setor público a
partir do equilíbrio entre os fatores ambiental e o social. Soma-se a isso,
o desenvolvendo acelerado de novas tecnologias na gestão, no campo,
na produção e na distribuição, ou seja, em toda cadeia produtiva sem
comprometer o meio ambiente e a sustentabilidade mundial.
Analisar a construção e emergência do conceito de sustentabilidade
socioambiental é compreender os processos objetivos e subjetivos que
levam à consciência do esgotamento do modelo de desenvolvimento
vivenciado nas últimas décadas e da necessidade de uma nova concepção.
O movimento em torno da ideia da sustentabilidade ambiental foi,
inicialmente, articulado por ambientalistas que buscavam dar visibilidade
à crise ambiental decorrentes das atividades antrópicas, bem como
enfatizar a necessidade de mudanças capazes de interromper os processos
de poluição e degradação de recursos ambientais.
O conceito de desenvolvimento sustentável, lançado primeiramente
no Relatório Brundtland, em 1987, tem despertado o debate a respeito da
questão ambiental e sua relação com o desenvolvimento econômico-social.
De forma mais ou menos articulada e acelerada, a consciência ecológica
cresce e se materializa em vários setores tais como movimentos sociais,
opinião pública, iniciativas científicas, meios de comunicação, políticas
governamentais, organismos internacionais, atividades empresariais,
entre outros.
A estreita relação entre questões ambientais, sociais e econômicas
resultou na extrapolação da concepção inicial, focada na sustentabilidade
ambiental, para uma concepção mais ampla que tratava de outros problemas
do desenvolvimento, e que foi reunida no conceito de sustentabilidade.
Porém, acerca da sustentabilidade, apesar de sua forte penetração
em vários setores, igualmente no setor do etanol de cana-de-açúcar, ainda
se sobressai seu caráter polêmico e ambíguo, marcado por múltiplas
interpretações e consensos.
107
Contextualizando, é nítida a importância da produção de cana-de-
açúcar no Brasil e em alguns estados quase que uma cultura única. Assim,
as questões socioambientais têm consequências e a sustentabilidade dos
estados e do país igualmente mesmo com o modelo de gestão corporativa
praticada no setor sucroalcooleiro (BUENO, 2015).
Refletir a respeito de questões se faz necessário, será que o conceito
de sustentabilidade socioambiental está pautado no processo decisório
de práticas de gestão do setor sucroenergético de cana-de-açúcar no
município de Frutal? Quais os impactos resultantes dessas práticas? Os
questionamentos são justificados, pois o caminho da sustentabilidade
socioambiental tradicional está baseado no princípio de utilizar os recursos
naturais sem comprometer a vida das gerações futuras.
E os recursos naturais são finitos e precisam de uma abordagem que
considere esta realidade como premissa. Mas de alguma forma e em algum
momento precisam incorporar os conceitos de complexidade das relações,
fundamental ao desenvolvimento de ações ambientalmente significativas,
uma vez que o meio ambiente pode ser definido como o conjunto de
relações entre os meios físico, biológico e antrópico. A tendência moderna
é de gestão integrada que significa associar saúde ocupacional, segurança
do trabalho e proteção ambiental, com ações sociais que priorizem a
melhoria da qualidade de vida das populações que integram grupos de
partes interessadas (stakeholders), quer sejam consumidores, clientes,
acionistas, vizinhos, integrantes de associações comunitárias ou outros.
No município de Frutal-MG, estão instaladas as Usinas Cerradão e
do Grupo Bunge Açúcar e Bioenergia.
O Sebrae afirmou que o setor é responsável por 50% da massa
salarial dos 11 municípios pesquisados da área de inserção das usinas, e
por 40% da força de trabalho local (CANAONLINE, 2023).
Sendo assim, o projeto tem como objetivo principal fazer uma análise
do desenvolvimento científico e tecnológico da gestão corporativa do setor
sucroenergético de cana-de-açúcar face ao conceito de sustentabilidade
socioambiental no município de Frutal-MG.
2. Procedimentos metodológicos
108
sinônimos. Também são analisadas como sinônimos a sustentabilidade
social e a cultural. Cabe ressaltar que esse a o primeiro estudo de um pro-
jeto maior a respeito do tema proposto pelas autoras.
No projeto, foi apresentado o objetivo que conduz à escolha pela
realização de uma pesquisa qualitativa. Malhotra (2001) justifica a pesquisa
qualitativa como sendo uma metodologia de pesquisa não-estruturada,
exploratória, baseada em pequenas amostras, que proporcionam percepção
e compreensão do contexto e do problema.
Dentre as alternativas metodológicas fornecidas pela abordagem
qualitativa, optou-se pela realização de um estudo exploratório, seguido
de uma pesquisa descritiva.
A pesquisa foi realizada por meio de dados secundários. Os
dados secundários foram extraídos de diversos documentos, de
trabalhos realizados nas áreas do setor sucroenergético, sustentabilidade
socioambiental e empreendedorismo corporativo e tecnológico por meio
de consulta a sites, periódicos Capes, dissertações, teses, artigos de anais
de congressos, modelos de questionários, teses de doutorado, dissertações
de mestrado e relatórios internacionais e nacionais de entidades que
pesquisam o assunto.
Segundo Malhotra (2001, p.105 e 106), a pesquisa exploratória
é uma tipologia que apresenta como principal objetivo o provimento
da compreensão do problema enfrentado pelo pesquisador. Seu uso se
justifica pela possibilidade de definir o problema com maior precisão,
“identificar cursos relevantes de ação ou obter dados adicionais antes que
se possa desenvolver uma abordagem”.
O valor dos dados secundários para um estudo desta natureza
é ressaltado por Malhotra (2001) a coleta de dados será de dados
secundários disponíveis uma vez que o interesse do estudo recai sobre a
gestão empresarial corporativa do setor sucroenergético e sua relação aos
conceitos de sustentabilidade socioambiental.
O estudo exploratório foi realizado, analisando empresas
sucroenergéticas localizadas no município de Frutal-MG. O estudo
exploratório buscará entender como essas empresas fazem a gestão dos
seus negócios e se suas práticas de gestão contemplam os conceitos da
sustentabilidade socioambiental por meio de cruzamento de informações.
As informações documentais (secundárias) ajudaram na
compreensão da pesquisa descritiva do estudo.
A pesquisa foi classificada como descritiva, uma vez que visa,
primordialmente, desvendar as características de determinado fenômeno.
109
Segundo Lakatos e Marconi (1995), em pesquisas descritivas, levantam-
se as informações sobre situações específicas e relacionadas, com o intuito
de oferecer a visualização da totalidade a partir de suas distinções.
A coleta de dados foi por meio de dados secundários em consultas a
sites, periódicos Capes, dissertações, teses, artigos de anais de congressos,
modelos de questionários, teses de doutorado, dissertações de mestrado e
relatórios internacional e nacional de entidades que pesquisam o assunto
como a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA)
e no site das usinas Cerradão e do Grupo Bunge Açúcar e Bioenergia,
localizada no município de Frutal-MG.
Considerando-se as especificidades e as subjetividades relativas
às percepções das pesquisadoras, a abordagem qualitativa, exploratória
e descritiva se apresentou como uma opção para buscar responder aos
objetivos explicitados da presente pesquisa. Lakatos e Marconi (1995)
afirmam que a análise qualitativa pode ser justificada pela opção do
pesquisador de tentar explicar e entender a relação de causa e efeito do
fenômeno e, consequentemente, chegar à sua verdade e razão.
A revisão teórica e a análise dos resultados, foram retirados, na
ítegra, de um dos capítulos da tese de doutorado da autora Bueno (2015).
3. Revisão da literatura
110
a política desempenha papel fundamental no tratamento dos problemas
ecológicos; e, a consideração da temática pobreza como um dos grandes
problemas ambientais a serem resolvidos.
Para melhorar a sustentabilidade de um sistema será necessário
criar mecanismos de previsão dos impactos de ações internas e externas
sobre o mesmo, e conseguir reduzir o grau de incerteza associado
a essas ações nas quais podem ser avaliadas por indicadores e índices
de sustentabilidade socioambiental como, por exemplo, o GRI (Global
Reporting Initiative), o EPI - Environmental Performance Index (Índice
de Desempenho Ambiental), a Better Sugarcane Initiative ou Bonsucro, o
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), os Relatórios do Centro de
Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE-CTI), os Relatórios do Conselho
Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), os
relatórios do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC),
os Relatórios de Sustentabilidade da Única, os Relatório de Gestão de
Sustentabilidade da Copersucar, esse utilizados por empresas, dentre elas,
usinas do setor de etanol de cana-de-açúcar (BOVESPA, 2022).
A ideia de sustentabilidade socioambiental no âmbito empresarial,
especificamente, nos processos desenvolvidos das empresas, é avaliar
seus impactos ambientais e sociais na sociedade e nas cidades em que
estão localizadas assim como em seu entorno, uma vez que todos estão
envolvidos direta e indiretamente nos reflexos que as práticas deles
incidem (CORAL, 2002). Portanto, devem-se integrar os princípios
da sustentabilidade socioambiental nas políticas públicas e fazer das
especificidades de cada cidade a base das estratégias locais adequadas em
parceria com o ambiente rural.
Segundo Veiga (2012) as duas correntes se confrontam na área
da Economia porque não há consenso acerca do rumo que o sistema
econômico deve tomar para garantir sua continuidade sem que haja um
colapso ambiental; além do fato de os indícios serem de que os avanços
em ecoeficiência são insuficientes para lidar com a crise ambiental em sua
totalidade.
É possível perceber a veracidade dos apontamentos de Veiga, assim
como a dificuldade de empresas em internalizar e praticar os princípios de
sustentabilidade socioambiental, em suas práticas e ações do dia a dia. Isso
ocorre por esta ser uma teoria geral do desenvolvimento, apresentando
a questão ambiental em paridade com outras questões relevantes na
sociedade dadas as inter-relações e interdependências entre as dimensões
111
social e econômica, que devem ser analisadas nos níveis local, regional
e nacional e mundial. Isto leva a corroborar com o posicionamento de
Gibson (2006) e de Sachs (1993).
Para Sachs (1993) é necessário e possível a intervenção e o dire-
cionamento do desenvolvimento econômico para conciliar eficiência
econômica, anseio social e prudência ecológica (uma aceitação genera-
lizada). O ecodesenvolvimento se apresenta mais como uma estratégia
alternativa à ordem econômica internacional, enfatizando a importância
de modelos locais baseados em tecnologias apropriadas, em particular
para as zonas rurais, buscando reduzir a dependência técnica e cultural.
Dada à complexidade e a diversidade de questões envolvidas, é difícil
compor um bom retrato do grau de sustentabilidade socioambiental atingido
por um país, região, cidade e empresa tomando por referência um pequeno
número de variáveis. Mensurar a sustentabilidade socioambiental requer a
integração de muitas informações advindas de uma pluralidade de discipli-
nas e áreas de conhecimento como afirma Gibson (2006) e Sachs (2002).
112
planejamento estratégico e nas tomadas de decisões dos seus stakeholders
(CORAL, 2002).
Bueno (2015) afirma que mesmo com opiniões conceituais
divergentes oriundas de múltiplas esferas (governamentais, não
governamentais, academia científica, sociedade civil, ONGs, empresas,
agroindústrias, cadeias produtivas) e níveis (local, municipal, estadual,
regional, nacional e mundial) envolvendo áreas urbanas e rurais, sabe-
se que são necessárias a preservação e a manutenção do meio ambiente.
Além disso, deve-se promover o reconhecimento da necessidade social
e econômica equilibrada e justa, a busca de ferramentas e tecnologias
adequadas por meio da conscientização e da mudança de conduta de
todos. Portanto, sustentabilidade socioambiental é um processo contínuo
de conscientização e mudança de conduta de todos os envolvidos face a
seus princípios.
Embora a Rio+20 e a COP 22 não tenham trazido resultados que
pudessem avançar mais rapidamente em direção ao desenvolvimento
sustentável, elas chamaram a atenção daqueles que ficaram do lado
de fora, sobre o que está acontecendo com o planeta. Os brasileiros
puderam perceber exemplos diretos como a falta de água, energia elétrica,
desmatamento, aumento da temperatura e outras. Em 2021 e 2022, os
brasileiros sentiram mais uma vez a importâncias das questões ambientais,
quando o assunto foi a pandemia e o desmatamento da Amazônia e
questões indígenas e garimpos que repercutiram internacionalmente, com
interversões ambientais, sociais, culturais, territoriais e econômicas no país.
Portanto, os processos de tomada de decisão, ações, práticas na ges-
tão pública e/ou privada se tornam mais complexos, uma vez que a socie-
dade percebe os efeitos dessas decisões e, por isso, dispõe-se a se posicio-
nar fortemente contrária às ações e práticas que estão em divergência a
sua visão de futuro, percebendo, assim, a necessidade da sustentabilidade
para o planeta. Portanto, a sustentabilidade socioambiental se faz por meio
da conscientização, da mudança de conduta, de práticas e ações sustentá-
veis por parte das pessoas, dos empresários e do setor público a partir do
equilíbrio entre os fatores ambiental e o social. Soma-se a isso, o desen-
volvendo acelerado de novas tecnologias na gestão, no campo, na produ-
ção e na distribuição, ou seja, em toda cadeia produtiva (BUENO, 2015).
Segundo o CEBDS (2022), várias empresas como a Raizen
Energia elétrica - S.A., Shell, Wal-Mart Brasil - S.A. Indústrias Votorantim,
entre outras começaram a mudar sua forma de gestão. Anteriormente, a
113
gestão visava apenas o fator econômico, contudo, hoje, as empresas estão
engajadas no processo da sustentabilidade, o que resulta no conceito de
sustentabilidade empresarial e corporativa.
114
em recursos naturais. Somasse, o crescimento da população, o aumento da
demanda por alimentos, habitação, emprego, energia elétrica, moradia e
serviços ecológicos, a restrição territorial e os limites impostos por novos
parâmetros ambientais representam fatores que poderão comprometem a
sustentabilidade agrícola brasileira (BELLAGIO, 2018).
Portanto, é possível considerar agricultura sustentável como
aquela que alcança índices de produção desejáveis, sendo competitiva
no mercado. Ela deve se basear em indicadores, metodologias, práticas
e ações de gestão mais sustentáveis, de forma contínua, em toda a cadeia
produtiva (OECD, 2023).
O impacto deste movimento de modernização da agricultura
brasileira, sob o prisma da agricultura sustentável que, assim como a
sustentabilidade, apresenta conceitos em discussão e construção, cresceu
no Brasil juntamente com o interesse e a preocupação com as questões que
relacionam a produção agrícola e o meio ambiente.
A busca contínua do processo de sustentabilidade na agricultura, nas
cadeias produtivas, nas empresas, stakeholders, ONGs, e na sociedade em
geral se traduz na busca da sustentabilidade socioambiental, econômica e
social para o país e o mundo.
O setor sucroenergético de cana-de-açúcar utiliza instrumentos
voltados para a o processo de sustentabilidade como indicadores,
certificações SGA, ISO 14.001 e ISO 9.000, Produção Mais Limpa,
Avaliação do Ciclo de Vida e outros (DOMINGUES, 2017).
O que pode estar ocorrendo com o esse setor, no presente
momento, são várias discussões nas quais os stakeholders defendem seus
posicionamentos sob uma determinada dimensão: ambiental, social ou
econômica. Isso dificulta o diálogo em busca de uma gestão empresarial do
setor sucroenergético de cana-de-açúcar que priorize, em suas análises, um
processo de sustentabilidade que equilibre as três dimensões (ambiental,
social e econômica).
Em função disso, a pesquisa tem sua relevância uma vez que
investiga a adoção de algumas práticas no processo de usinas face a
princípios de sustentabilidade socioambiental nas áreas relacionadas
ao desenvolvimento das sociedades, preservando o essencial dos dados
originais e utilizando apenas as variáveis que melhor servem aos objetivos
e não todas as que podem ser medidas ou analisadas. A informação é, dessa
forma, mais facilmente utilizável por estrategistas, gestores, políticos,
grupos de interesse ou público em geral (BENETTI, 2006).
115
4. Análise dos resultados
Considerações finais
116
em desenvolvimento que poderá ser um pré-requisito para a obtenção
da sustentabilidade socioambiental em uma determinada empresa,
constituindo-se um elemento chave para a formulação de políticas internas
e para a tomada de decisões para a população rural, urbana, científica, do
município e do estado.
As considerações resultantes dessas pesquisas iniciais demonstram
que o setor, no seu processo decisório, está analisando suas práticas e ações
aplicadas no setor de forma preventiva e não mais reativa por questões
legais. Entretanto, muito ainda tem que ser melhorado quanto o assunto é
a sustentabilidade socioambiental.
A relevância do projeto se destaca, porque contribui na melhoria do
processo decisório da gestão do setor sucroenergético de cana-de-açúcar,
da comunidade rural e urbana, pesquisadores, do município e estado, haja
vista que o estado possui parte da sua economia advinda desse setor.
Nesse propósito, é necessário ressaltar que ainda existem prejuízos
às esferas ambientais e sociais que precisam ser reduzidos em maiores
escalas para que a sustentabilidade socioambiental possa ser não apenas
contínua, mas também acelerada.
Analisar as práticas de gestão empresarial face os conceitos de
sustentabilidade socioambiental são uma tarefa árdua e complexa por
vários fatores. A dificuldade na obtenção de dados é problema recorrente,
tanto no que se refere à mera disponibilidade deles, quanto à sua qualidade.
O trabalho em questão, não tem a pretensão de esgotar o tema
pesquisado, muito pelo contrário, para trabalhos futuros outras variáveis
serão incluídas a fim de confirmar os dados iniciais e abrir caminho para
demais pesquisas no setor e no município.
Agradecimentos
117
Referências
118
DUARTE, C. G. Planejamento e Sustentabilidade: uma proposta de
procedimentos com base na avaliação de sustentabilidade e sua aplicação para
o caso do etanol de cana-de-açúcar no Plano Decenal de Expansão de Energia
elétrica. 2003.269f. Tese (Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental).
Escola de Engenharia de São Carlos. USP, São Carlos-SP, 2013.
GIBSON, R. et al. Sustainability Assessment: criteria, processes, and application.
London, Sterling: Earthscan, 2006.
GRI, GLOBAL REPORTING INITIATIVE. Sustentablility Reporting
Guidelines. Disponível em: <www.globalreportinginitiative.org.br>. Acesso
em: 10 jan. 2023.
IBGC, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Relatório Anual.
Disponível em: < http://www.ibgc.org.br/RelatoriosAnuais.aspx. Acesso em: 07
jan. 2023.
INDEX, The Global Inovation Index. The Local Dynamics of Innovation.
Disponível em: < www.globalinnovationindex.org>. Acesso em: 10 jan. 2023.
ISE, Índice de Sustentabilidade Empresarial. BM&F BOVESPA, Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo. Indicadores de Sustentabilidade
Empresarial. Disponível em: http://www.bmfbovespa.com.br/indices/
ResumoIndice.aspx?Indice=ISE&idioma=ptbr>. Acesso em: 13 jan. 2023.
KAGEYAMA, A. Desenvolvimento Rural: conceito e um exemplo de medida.
Anais do XLIII Congresso da SOBER Cuiabá (MT). 2004.
KRAEMER, M. E. P. Contabilidade Rumo a Pós-modernidade: um futuro
sustentável, responsável e transparente. 2003. Disponível em: <http://www.
gestaoambiental.com.br/maria_kraemer_pdf/>. Acesso em: 23 jan. 2023.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. Ap. A Metodologia científica. 2 ed. São
Paulo: Atlas, 1995.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa em Marketing: uma orientação aplicada. Tradução
Nivaldo Montingelli Junior. Porto Alegre: Bookman, 2001. 105p., 106p. e 1128p.
OECD, Organisation for Economic Co-Operation, and Development. Good
practices in the National Sustainable Development Strategies of OECD Countries.
Disponível em: <http://www.oecd.org/home/html/>. Acesso em: 20 jan. 2023.
SACHS, I. Caminhos para o Sustentabilidade l. 2. ed. Rio de Janeiro:
Garamond, 2002.
119
SACHS, I. Estratégias de Transição para o Século XXI: desenvolvimento
e meio ambiente. São Paulo: Studio Nobel, Fundação do Desenvolvimento
Administrativo, 1993.
STEFFE, D. S.; WEYH, C. B.; REIS, H. R. R.; SANTOS, M. K. QUINTERO, J.
A. J. The Environmental Management as A Business Value in Small Companies.
Book of Proceedings – Tourism and Management Studies International
Conference Algarve 2012 vol.4. ISBN 978-989-8472-25-0 © ESGHT-University
of the Algarve, Portugal.
ÚNICA, União da Indústria de Cana-de-açúcar. Responsabilidade Social numa
História de Sustentabilidade. Disponível em: <http:// www.unica.com.br/
Acesso em: 20 jan. 2023.
VEIGA, E. Muito Além da Economia Verde. Disponível em:
<http://www.valor.com.br/cultura/2691664/ruptura-necessaria-para-
outraeconomia#ixzz1wwJFfEuL>. Acesso em: 12 jan. 2023.
120
CAPÍTULO VII
JOVENS EMPREENDEDORES: UMA ANÁLISE DO
MUNICÍPIO DE FRUTAL-MG
RESUMO
Os jovens sonham em ter seu próprio negócio, e o empreendedorismo é um
dos principais movedores do desenvolvimento econômico, onde um conjunto
de pessoas e processos juntos transformam ideias em oportunidades. No Brasil
empreendedorismo jovem inicia com abertura de negócios com ideias inovadoras
por pessoas entre 18 e 30 anos. O empreendedorismo no Brasil cresceu com a
pandemia e principalmente com o desemprego em alta nas empresas, os jovens que
souberam entender as mudanças do mercado e tiveram uma visão de oportunidade,
esses conseguiram obter resultados positivos em seu negócio. Diante disso foi
feita uma pesquisa para analisar o perfil dos jovens empreendedores de 18 a 30
anos na cidade de Frutal-MG, o estudo constatou que as principais dificuldades
dos jovens ao iniciarem seu empreendimento, é a falta de retorno financeiro e
também dificuldade em atrair clientes. O resultado mostra que a maior parte
das empresas é de pequeno porte e o empreendimento é necessário um grande
investimento financeiro aliado à grande dificuldade para atrair clientes, assim
a importância de realizar o planejamento e fazendo da forma que melhor lhe
convier em cada momento.
Palavras-chave: Empreendedorismo Jovem; Oportunidades; Pesquisa.
ABSTRACT
Young people dream of having their own business, and entrepreneurship is one of
the main drivers of economic development, where a set of people and processes
together turn ideas into opportunities. In Brazil, young entrepreneurship starts
with opening businesses with innovative ideas by people between 18 and 30
years old. Entrepreneurship in Brazil grew with the pandemic and especially with
high unemployment in companies, young people who knew how to understand
changes in the market and had a vision of opportunity, these managed to obtain
positive results in their business. In view of this, a survey was carried out to
analyze the profile of young entrepreneurs aged 18 to 30 in the city of Frutal-MG,
the study found that the main difficulties of young people when starting their
venture, is the lack of financial return and also difficulty in attracting customers.
The results shows most companies are small and the undertaking requires a large
financial investment combined with the great difficulty in attracting customers,
thus the importance of carrying out the planning and doing it in the way that best
suits you at all times.
Keywords: Young Entrepreneurship; Opportunities; Search.
121
1. Introdução
122
novos negócios e tornando-se responsável em desenvolver
e proporcionar riqueza à nação devido a sua capacidade
de produzir bens e serviços necessários ao bem-estar e
sustento da população, ou seja, o empreendedorismo foi
e continua sendo essencial para o progresso econômico
(OSWALD, 2017). (p.16).
2. Procedimentos metodológicos
123
Referente aos procedimentos técnicos, define-se como pesquisa
bibliográfica e de estudo de caso múltiplo, com base nas pesquisas, que
a maioria dos jovens iniciam com 18 anos de idade seu próprio negócio,
visto que à vontade de empreender se mostra presente cedo, e os jovens
empresários tendem a ser mais inovadores, e mesmo com as dificuldades a
geração futura tem apostado cada vez mais em ser dono do próprio negócio.
Outro ponto relevante observado por Evelyn(2021) é que as gerações mais
jovens estão levando em consideração a forma como uma empresa trata
questões sociais e ambientais para ofertar seus serviços e produtos.
Como nasce o desejo de empreender? De acordo com Ramon (2017)
a perspectiva é a de que frequentemente nos deparamos com histórias de
sucesso de pessoas que tiveram uma ideia incrível e que, consequentemente,
criaram grandes negócios. Histórias de pequenos projetos que nasceram
em uma garagem e que, com muita criatividade e inovação, acabaram
ganhando o mundo, e que muitas vezes são iniciativas feitas a partir de
pesquisas, de estudos de mercado e desenvolvimento de produtos. Outras
são feitas pelo simples instinto de criar, pelo desejo de ter uma liberdade
financeira, ou pela falta de oportunidades profissionais, ou para suprir
alguma necessidade latente. Segundo pesquisas da GEM (2017, p.11)
pode-se destacar a existência de mais de 5 milhões de brasileiros entre 18
e 34 anos que estão nesse estágio de empreendedorismo.
3. Revisão da literatura
124
assumidas em administração de empresas (OLIVEIRA,
1995). (p.264 a 265)
125
Figura 1. Gráfico da pesquisa referente a idade dos empreendedores.
126
Figura 3. “Ramo de atividade do empreendimento” – Frutal-MG, 2022
127
registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e é enquadrado
no modelo do simples nacional. O SEBRAE é um dos principais parceiros
dispostos a ajudar o jovem empreendedor por meio de cursos, consultorias
e materiais em suas plataformas, dessa maneira gerando grande
oportunidade de crescimento, auxiliando os jovens empreendedores em
decisões assertivas, para poderem transformar tanto a sua realidade como
a de comunidades onde estão inseridos.
Sobre o tempo de existência do empreendimento (figura 4), podemos
observar que grande parte inicia antes dos 18 anos seu empreendimento,
significando que a ideia de ter o próprio negócio está presente na cabeça
dos jovens desde bem cedo. O jovem empreendedor sonha grande, ele
começa pequeno e cresce rápido, pois com a juventude há maior tempo e
oportunidade para experimentar vários modelos de negócios, encarando o
empreendedorismo como uma oportunidade de crescimento.
128
4.4. Motivações para o Jovem Empreendedor
129
Figura 7. “Impactos da pandemia” – Frutal-MG, 2022
Considerações finais
130
mercado, sendo que a habilidade de inovar requer que o jovem saia da
sua rotina de conforto e aproveite as necessidades de seu público, criando
tendências e soluções gerando uma mudança na vida dos consumidores, a
importância da inovação para a empresa é que possibilita que seu negócio
reconheça as oportunidades geradas através do aperfeiçoamento, do
alcance de novos mercados, parcerias realizadas e o aumento do valor da
marca.
No Brasil, se nota que a cada ano há um grande crescimento do
número de jovens empreendedores que se arriscam no mercado, e o
empreendedorismo passa a ganhar maior visibilidade por ser considerado
um fator-chave para o crescimento econômico, criação de empregos
e estabilidade social. Ao verificar o empreendedorismo no Brasil
considerando-se as diferentes faixas etárias, nota se que os jovens entre
25 e 34 anos foram os mais ativos na criação de novos negócios, e destes
30,5% são proprietários e administram a criação e consolidação de
empreendimentos em estágio inicial.
Por fim, o desejo de empreender e sua perspectiva é de que,
frequentemente nos deparamos com histórias de sucesso de pessoas que
tiveram uma ideia incrível e que, consequentemente, criaram grandes
negócios, com histórias de pequenos projetos que nasceram em uma
garagem e com muita vontade, criatividade e inovação, acabaram ganhando
o mundo. Muitas vezes são iniciativas feitas a partir de pesquisas, estudos
de mercado e desenvolvimento de produtos, outras são feitas pelo simples
instinto de criar, pelo desejo de possuir independência financeira, e também
pela falta de oportunidades profissionais, ou até mesmo para suprir alguma
necessidade latente. Sair da sua zona de conforto e se arriscar pode-se dizer
que é a chave para o empreendedorismo.
Referências
131
Disponível <http://www.aespi.br/professor/kelsen/Empreendedorismo.pdf>
Acesso em 20 de agosto de 2008.
ARKAR, Soumodip. O empreendedor inovador: faça diferente e conquiste seu
espaço no mercado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, 265 p.
BOHNENBERGER, M. C.; SCHMIDT, S. Perfil empreendedor e desempenho
organizacional. RAC, Curitiba, v. 13, n. 3, art. 6, p. 450-467, jul./ago. 2009.
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 2ª
ed. rev. E atualizada - São Paulo: Saraiva, 2007
DORNELAS, J. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4.ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
DRUCKER, P. F. Inovação e Espírito Empreendedor: prática e princípios. São
Paulo, (SP): Cengage, 2016. DISPONIVEL: https://www.aedb.br/seget/arquivos/
artigos20/613058.pdf EVELYN, Os jovens empreendedores do século 21,
2021 disponível: https://medium.com/@evylucena/os-jovens-empreendedores-
do-s%C3%A9culo-21-648e73abcc2a
FGV Projetos. O impacto da pandemia de coronavírus nos Pequenos Negócios
– 10ªedição. 2021. Disponível em:https://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.
br/files/impacto-coronavirus-nas-mpe-10aedicao_diretoria-v4.pdf. Acesso em:
21 jul. 2021.
FILION, L. J. Empreendedorismo: Empreendedores e proprietários-gerentes de
pequenos negócios. RA/USP, v.34, n.2, p.05-28, abr/jun, 1999.
GEM- Global Entrepreneurship Monitor. 2017. Disponivel em: https://sebrae.
com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Relat%C3%B3rio%20Executivo%20
BRASIL_web.pdf
MANTUANI, Dilma de Oliveira. Empreendedorismo: A Importância Do
Planejamento Na Gestão De Pequenas Empresas. Monografia (Curso de
Administração) - Faculdades UNIFAMMA. 2005. Disponível em< www.ud
nifarma.edu.br/administraçao/artigos/dilma_o_montuani.doc>
MARTINS, Eber Luis Capistrano. Empreendedorismo e jovens. Artigo Científico.
Disponível em www.coletividadenet.org/bd/ Empreendedorismojovem.pdf
MARTINS, P. H. S. Simplificação da burocracia do ciclo de vida das concessões
de Infraestrutura de transportes brasileira: CONGRESSO DE PESQUISA E
ENSINO EM TRANSPORTES, 32. Anais. Gramado: Rio Grande do Sul, 2018.
132
OLIVEIRA, Edson Marques. Empreendedorismo social no Brasil: fundamentos
e estratégias. 2004. Tese (Doutorado)-Universidade Estadual Paulista - Unesp,
Franca, 2004. Disponível em< http://e-revista.unioeste.br/index.php/gepec/
article/view/317/233>
OLIVEIRA, M. A. Valeu! Passos na trajetória de um empreendedor.
São Paulo: Nobel, 1995.Disponivel:file:///C:/Users/usuario/Downloads/
Empreendedorismo_e_Jovens_Empreendedores.pdf
OSWALD, R. Empreendedorismo: uma revisão bibliométrica sobre o
perfil empreendedor na base de dados spell. Revista Conexão, (4), p.1-
19, 2017. DISPONIVEL:https://www.fucap.edu.br/dashboard/livros_
editora/646dcbe569eeaee579487e08833faa9e.pdf
RAMON, De onde nasce o desejo de empreender, 2017 disponível: https://
medium.com/neurotrix/de-onde-nasce-o-desejo-de-empreender-37c4bc38d3f3
SEBRAE, O que e ser empreendedor, 2019, disponível: ARCÂNGELO,
Kelsen. Empreendedorismo. Dissertação de Mestrado. Disponível <http://www.
aespi.br/professor/kelsen/Empreendedorismo.pdf> Acesso em 20 de agosto de
2008.
SIQUEIRA, M. M. GUIMARÃES, L. O. Novos desafios do empreendedorismo.
Revista Administração e Diálogo, v.9, n.1, p.144-156, 2007.
VINICIUS GONÇALVES, Empreendedorismo jovem, 2009. Disponível: https://
novonegocio.com.br/empreendedorismo/empreendedorismo-jovem/
133
ANEXO
Nome:
Idade:
134
( ) Autonomia/Independência financeira
( ) Flexibilidade de horário
( ) Realização pessoal
( ) Aumento da renda familiar
( ) Oportunidade de mercado
( ) Influência por empreendedores na família
135
CAPÍTULO VIII
CONSUMO FICCIONAL TELEVISUAL NAS REDES
SOCIAIS: ESTUDO DE CASO DO PERFIL DO GLOBOPLAY
NO FACEBOOK1
RESUMO
Houve uma significativa transformação nos processos comunicativos,
impulsionada pelo advento de novos dispositivos e recursos interativos, o que
tem possibilitado o desenvolvimento de novos formatos e gêneros discursivos. O
objetivo principal deste estudo é investigar as práticas interativas dos espectadores
de séries brasileiras da Rede Globo presentes no catálogo do Globoplay, com foco
na análise dos comentários e interações no perfil oficial da emissora no Facebook.
Os resultados da análise demonstram que o perfil Globoplay interage com os
perfis dos usuários nas interações características positivas e eufóricas, sendo
que o perfil de comentários identificados foi nas categorias de 1- comentários
sobre a postagem; 2- comentários na categoria fã. Observou-se que os interatores
criaram vínculos de sentidos de uma experiência de hábito de interagir com o
perfil Globoplay, modalizando-o a um uso especializado e engajado.
Palavras-Chave: Comunicação; Gradientes de Interação; Rituais de consumo;
Globoplay.
ABSTRACT
Communication processes have gone through an era of significant changes where
discursive possibilities establish a development of new formats and genres, based
on current devices and interaction resources. In this sense, the present work has
as general objective to identify the interactional practices of fictional television
consumption of the catalog of Brazilian series from Rede Globo, with emphasis
on the analysis of comments and interactions in the posts of the official Globoplay
profile on the social network Facebook. The results of the analysis demonstrate
that the Globoplay profile interacts with user profiles in positive and euphoric
interactions, and the profile of comments identified was in the categories of 1-
comments on the post; 2- comments in the fan category. It was observed that the
interactors created bonds of meaning from an experience of habit of interacting
with the Globoplay profile, transforming it to a specialized and engaged use.
Keywords: Communication; Interaction Gradients; Consumption rituals;
Globoplay.
1
Primeira versão deste artigo foi publicado no ano de 2022 pela Revista Temática da UFPB.
137
1. Introdução
2. Procedimentos metodológicos
138
3. Revisão da literatura
139
Assim, situando os aplicativos de conteúdo televisivo em
plataforma over-the-top (OTT) na cena da globalização de conteúdos
audiovisuais, consideramos relevante analisar o objeto na perspectiva
de seu desenvolvimento enquanto produto midiático no contexto da
convergência e seu papel nos processos de inovação e experimentação da
linguagem audiovisual na internet, de modo a fundamentar a pertinência
de sua escolha. Portanto, a presente trabalho busca apreender as mudanças
nas relações de comunicação e formas de consumo televisivo, pautados
pelos conteúdos disponibilizados em plataformas OTT (over-the-top)
e serviços de streaming audiovisual, possibilitados pelas tecnologias
digitais das mídias contemporâneas. Entende-se que há alterações na
maneira de consumir e produzir na comunicação televisual na era da
convergência midiática (Jenkins, 2008), observa-se que os apps passam
a ser utilizada como um recurso das formas de produção e consumo da
contemporaneidade.
Neste cenário, a somatória dos modelos de produção e consumo
televisivo se remediam (BOLTER e GRUSIN, 2000) e hibridizam,
trazendo a possibilidade de consumo antes em monitores televisivos
fixos com transmissão analógica por antenas e agora em aplicativos
ligados em dispositivos digitais em streaming na lógica dos bancos de
dados, onde algoritmos constroem estratégias de consumo e sugerem
produtos midiáticos a serem consumidos. Assim, nossa proposta é discutir
teoricamente a problemática das práticas interacionais dos conteúdos
televisivos multiplataforma nas redes sociais a partir dos rituais de
consumo de Trindade e Perez (2014), dos estudos de Braga (2012) sobre a
interação no contexto da comunicação e seus gradientes, apresentando os
dados quantitativos das interações em redes sociais a partir das categorias
de comentários de Caldas et al. (2020).
José Luiz Braga (2012), defende a existência de gradientes na
comunicação. Ele alerta que não pretende criar um sistema para medir tais
variações, pois
o que interessa, sobre esse ponto, é evitar restringir o
fenômeno comunicacional a alguma coisa que se deva
categorizar como de valor humano ou social alto – por
qualquer critério que se possa adotar; e que simplesmente
aconteça ou não aconteça. A se decidir por essa restrição,
seria preciso estabelecer os critérios que assegurassem
estarmos diante de tal fenômeno, explicitando o modo de
reconhecê-lo e descartando tudo o que não atinja o critério
de excelência (Braga, 2012, p. 34).
140
Segundo Braga (2012), o analista da comunicação deve ter uma
apreensão além dos extremos de uma comunicação perfeita ou uma
ausência radical da mesma. Em seu pensamento, mesmo que ocorra,
no processo comunicacional, “desvios, ineficiências, valores baixos,
resultados canhestros”, o pesquisador alerta que sua proposta não pode
ser tomada como uma proposição de critérios de mensuração, pois ele
não busca uma categorização da comunicação em valores matemáticos,
a fragmentação da comunicação ou até mesmo a proposta de tratamento
quantitativo. O autor faz a abordagem a partir de “variações de valor, que
é uma qualidade, e não um tamanho” (Braga, 2012, p. 34-35).
Braga (2012) compreende que “as interações envolvem toda uma
variedade de processos sociais”, mas considera que “as interações são o
lugar de ocorrência da comunicação”. Para ele, se não se sabe exatamente
o que é o fenômeno, sabe-se, “entretanto, que está ali – sem o quê,
sequer, pensaríamos a respeito” (Braga, 2012, p. 39). Nesse sentido, o
autor considera que o que deve ser problematizado na verdade são as
interações, pois a partir delas é que se pode “apreender suas lógicas e
processos na prática social; tendo como norte uma preocupação com o
fenômeno comunicacional”. Assim, juntamente com o pensamos de
Braga, entendemos que essas formas de interação entre os consumidores
e o conteúdo televisivo gera rituais de consumo. Entretanto, entende-
se que essas práticas de consumo são potencializadas pelas dinâmicas
não só tecnológicas, como a velocidade da conexão de rede de dados, e
pelo desenvolvimento de dispositivos específicos para essas interações,
mas também sociais, culturais, econômicas e cognitivas. Tais rituais de
consumo (Trindade e Perez, 2014), aqui apropriados para o consumo
televisivo, partem da dimensão comunicacional. Desse modo, buscando
“perceber o ritual de consumo como dispositivo articulador dos sentidos
dos produtos/marcas na vida das pessoas” (p. 5), Trindade e Perez
entendem que existem três pontos de partida complementares à pesquisa
em tais dispositivos:
Os rituais de usos e consumos midiáticos, observados
nos usos e consumos dos dispositivos marcários em seus
pontos de contato com os consumidores; os rituais de
consumo representados pelas mensagens das marcas nas
manifestações do sistema publicitário e aqueles referentes
aos rituais de consumo em si, vivenciados no contato
das pessoas com os produtos/serviços e suas respectivas
marcas. Essa perspectiva somada às possibilidades de
141
sistematização e identificação dos tipos de rituais em cada
setor da vida material pode ganhar um desdobramento
específico na comunicação na compreensão das
ritualidades de consumo específicas de cada marca
com seus consumidores, que também sinalizam para
as estratégias e táticas comunicativas, bem como dos
gradientes que dão forças aos vínculos de sentidos entre
as marcas e consumidores (Trindade e Perez, 2014, p. 5-6).
2
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/> Acesso em 13 fev 2021.
142
Figura 1. Postagem no Globoplay do filme promocional da série Assédio
Fonte: https://www.facebook.com/watch/?v=325524527996467
143
No Quadro 1 foram realizadas no Facebook do Globoplay, entre
os anos 2018 e 2019 no catálogo das séries brasileiras, 59 (cinquenta e
nove) postagens, sendo que a série com mais postagens foi Sob Pressão
com 22 publicações (37%), seguida de Além da Ilha com 9 postagens
(15%), Assédio com 8 postagens (14%), Carcereiros com 7 (12%) e Onde
Nascem os fortes com 6 postagens (10%).
A partir da coleta geral, apresenta-se nos Quadros 1 e 2 as postagens
com o total de visualizações acima de mil5:
5
Algumas postagens não foram disponibilizadas no quadro pois o Facebook não apresentou o dado
de total de visualizações.
6
Disponível em <https://www.facebook.com/watch/?v=325524527996467> Acesso em 15 jun 2021.
7
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/1815328131898713> Acesso em 15
jun 2021.
8
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/433613560497923> Acesso em 15
jun 2021.
9
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/262076864511752> Acesso em 15
jun 2021.
10
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/243510069693487> Acesso em 15
jun 2021.
144
Além da Outubro chegou e eu ainda estou tentando que esse seja
meu ano! 😂 2.200
Ilha11
A cor da aura de vocês já mudou? 😂
Além da
A temporada completa de Além da Ilha já está disponível: 1.900
Ilha12
http://bit.ly/alemdailha
Qualquer semelhança com aquele seu amigo louco dos
Além da
signos é mera coincidência... 😂 1.800
Ilha13
Todos os episódios de Além da Ilha já estão disponíveis.
Chama o seu amigo para assistir Além da Ilha hoje com
Além da
você! Todos os episódios estão disponíveis, exclusivo no 1.800
Ilha14
Globoplay.
Além da Você teria coragem de entrar nessa casa? Além da Ilha
chega dia 06/09, exclusivo no Globoplay. 1.700
Ilha15
Você já maratonou essa série incrível cheia de aventura
Além da
e mistérios? Todos os episódios de Além da Ilha já estão 1.600
Ilha16
disponíveis!
Para Evandro, salvar vidas nunca foi uma escolha fácil.
Sob
👨⚕#SobPressão no #Globoplay para assistir a qualquer 1.400
Pressão
momento: http://bit.ly/SobPressaoGP
Fonte: Elaborado pelos autores
11
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/1831931503558171> Acesso em 15
jun 2021.
12
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/2207300212882876> Acesso em 15
jun 2021.
13
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/2125794317682973> Acesso em 15
jun 2021.
14
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/2167634620151374> Acesso em 15
jun 2021.
15
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/463619350797795> Acesso em 15
jun 2021.
16
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/videos/1888207027925751> Acesso em 15
jun 2021.
145
Quadro 3. Total de Comentários das séries no Facebook do Globoplay -
2018 e 2019.
Total de
Séries Descrição da postagem
Comentários
Assédio Quando uma rompe o silêncio, a união delas
Sob
ecoa mais alto. A série Assédio chega dia 21/09, exclusivo 3000
Pressão17
Globoplay.
Sob A Marjorie Estiano merece todos os prêmios do mundo por
232
Pressão18 essa cena! 🏆 #SobPressãoPlantãoCovid
Sob Minha 4ª temporada está confirmadíssima e as 3 temporadas
210
Pressão19 completas estão disponíveis aqui. 😁
Assédio Quando uma rompe o silêncio, a união delas
Assédio20 ecoa mais alto. A série Assédio chega dia 21/09, exclusivo 149
Globoplay.
Sob E pode ver sempre que quiser essa carinha antes aqui comigo!
109
Pressão21 😂 O novo episódio de Sob Pressão está disponível.
Fonte: Elaborado pelos autores
17
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/posts/2192885864096287> Acesso em 15
jun 2021.
18
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/posts/3675792505805608> Acesso em 15
jun 2021.
19
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/posts/2558462824205254> Acesso em 15
jun 2021.
20
Disponível em <https://www.facebook.com/watch/?v=325524527996467> Acesso em 15 jun
2021.
21
Disponível em <https://www.facebook.com/globoplay/posts/2519083554809848> Acesso em 15
jun 2021.
146
Gráfico 1. Frequência de postagens das séries brasileiras no Facebook do
Globoplay (2018-2019)
22
Primeira versão deste artigo foi publicado no ano de 2022 pela Revista Temática da UFPB.
147
Figura 2. Postagem no Globoplay do filme promocional da série Assédio
Fonte: https://www.facebook.com/globoplay/posts/2192885864096287
148
Gráfico 2. Total de comentários no modelo de Caldas et al. (2020)
149
produto e assiste, porém, prefere apenas responder a questão da
postagem do Facebook, apresentando uma diluição na imersão
da interação nos comentários.
• Nível 3, são os espectadores que talvez conheçam a série ou
pretendem conhecê-las, entretanto, utiliza o espaço de interação
para outras motivações, sendo eufóricas ou disfóricas.
Considerações finais
150
o consumo do conteúdo televisual nas redes sociais se realizem, como
aqueles definidos nas estratégias e táticas comunicativas dos gradientes
interacionais, o consumidor deve criar vínculos de sentidos, tanto com a
série quanto com o perfil do Globoplay no Facebook, além de desenvolver
uma experiência de hábito de interagir com um perfil de rede social,
modalizando-o a um uso especializado e engajado.
Considera-se a Rede Globo, após a inserção nas redes sociais, um
enunciador que busca constantemente produzir no perfil das redes sociais
um efeito de sentido de sujeito da enunciação, e que procura, por meio
de artifícios de interação por comentários, persuadir esse enunciatário a
sentir-se um interator que é ouvido, um consumidor do Globoplay em um
processo pleno de interação mediada nas plataformas digitais. Entretanto,
tais experiencias nos modos de fruição dos comentários em redes sociais, a
partir de um perfil do Facebook, abre um espaço para pensar os processos
de comunicação no paradigma computacional, onde a automatização e
utilização de robôs por parte dos perfis oficiais tem sido cada vez mais
utilizados como solução ao grande fluxo de comentários nas interações
em redes sociais.
Referências
151
JENKINS, H. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2008.
LEÃO, L. Poéticas do ciberespaço. In: Lúcia Leão (org.). O chip e o caleidoscópio:
reflexões sobre as novas mídias. São Paulo: Editora SENAC, 2005.
TRINDADE, E.; PEREZ, C. 2014. Dimensões do consumo midiatizado. In:
Congresso Mundial de Comunicação Ibero-americana – CONFIBERCOM, II,
Braga, Portugal, 2014. Anais... GT 16 – Publicidade, p. 3109-3117.
152
CAPÍTULO IX
INTER-RELACIONAMENTO ENTRE AS
CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS E
INTRAEMPREENDEDORAS, EM RELAÇÃO A
EMPREGABILIDADE
RESUMO
O capítulo objetiva relacionar a empregabilidade que é baseada na capacidade
que o profissional tem a se adequar as necessidades dinâmicas para a inovação
no mercado de trabalho, com as características e perfis empreendedores e
intraempreendedores para demonstrar cada vez mais à força do empreendedorismo
e do intraempreendedorismo no desenvolvimento contínuo da empregabilidade e
dos profissionais com esses diferenciais competitivos e atitudes assertivas a fim
de se destacarem no mercado de trabalho. Foi utilizada a metodologia qualitativa,
por meio da realização de pesquisas descritivas e exploratórias, subsidiadas por
uma revisão bibliográfica. O presente capítulo buscou identificar as características
empreendedoras, intraempreendedoras com a empregabilidade, por meio dos
estudos e características pontuadas pelos autores estudados. O estudo possibilitou
identificar algumas relações entre o empreendedor e o intraempreendedor com
o perfil de profissionais e colaboradores almejado pelas empresas. As pesquisas
possibilitaram uma reflexão sobre a empregabilidade, evidenciando que cada
vez mais o dinamismo do intraempreendedorismo é indispensável para o
desenvolvimento sucessivo do cenário contemporâneo e dos profissionais com
esses diferenciais para a obtenção da empregabilidade.
ABSTRACT
The chapter aims to relate employability, which is based on the professional’s
ability to adapt to the dynamic needs for innovation in the labor market, with
entrepreneurial and intrapreneurial characteristics and profiles to increasingly
demonstrate the strength of entrepreneurship and intrapreneurship in the
world. continuous development of employability and professionals with these
153
competitive differentials and assertive attitudes in order to stand out in the job
market. Qualitative methodology was used, through descriptive and exploratory
research, supported by a bibliographical review. This chapter sought to identify
entrepreneurial and intrapreneurial characteristics with employability, through
the studies and characteristics pointed out by the studied authors. The study
made it possible to identify some relationships between the entrepreneur and
the intrapreneur with the profile of professionals and collaborators desired by
the companies. The surveys enabled a reflection on employability, showing that
the dynamism of intrapreneurship is increasingly essential for the successive
development of the contemporary scenario and of professionals with these
differentials to obtain employability.
1. Introdução
154
organização. Para que a empresa consiga alcançar esses objetivos é
imprescindível que os colaboradores dessas empresas estejam integrados
a esse perfil e o espírito empreendedor envolve emoção, paixão, impulso,
inovação, risco e intuição, com metas e objetivos.
As empresas definem suas declarações de missão e visão e
objetivos organizacionais e a partir dessas diretrizes o empreendedor
estabelece as estratégias, com inovação para assim competir em um
nicho de ameaças e oportunidades e para que todo esse direcionamento
aconteça os colaboradores precisam estar imbuídos com essas políticas
esses profissionais com tais características empreendedoras fazem o
diferencial nas empresas. Vale destacar que grande parte das características
relacionadas acima no espírito empreendedor, costumam estar relacionadas
no perfil intraempreendedor, como também no que se considera como
características de empregabilidade como pretende-se evidenciar no
capítulo. Segundo Meller (2016), estabelece que o intraempreendedor
sejam os colaboradores empreendedores com visão de dono do negócio,
intraempreendedorismo foi apresentado em 1985 por Gifford Pinchot.
Minarellli (2013), indica que a empregabilidade se resume em
manter o profissional em seu emprego, dando ao mesmo a proteção
de sua carreira, independente de riscos, crises, que o mercado venha a
ter. O capítulo objetiva relacionar a empregabilidade que é baseada na
capacidade que o profissional tem a se adequar as necessidades dinâmicas
para a inovação no mercado de trabalho, com as características e perfis
empreendedores e intraempreendedores para demonstrar cada vez
mais à força do empreendedorismo e do intraempreendedorismo no
desenvolvimento contínuo da empregabilidade e dos profissionais com
esses diferenciais competitivos e atitudes assertivas a fim de destacarem-
se no mercado de trabalho.
2. Procedimentos metodológicos
155
descritiva, para a compreensão dos objetivos do capítulo, por meio da
análise e investigações subsidiadas por artigos, reportagens, livros e demais
fontes de pesquisas que pudessem colaborar com processo de construção
da análise acerca das relações entre as características empreendedoras,
intraempreendedoras com a empregabilidade.
Para Mascarenhas (2018) a pesquisa descritiva é utilizada para a
compreensão do objeto, além de analisar as características das variáveis
analisadas, como foi realizada entre as características acima mencionadas,
em concomitância foi realizada ainda uma pesquisa exploratória alinhada
ao objetivo geral do capítulo, Mascarenhas (2018) destaca que a pesquisa
exploratória é utilizada em pesquisas que pretendem criar familiaridade
com um problema, ou oportunidade, para na sequência colaborar no
processo de criação de hipóteses e que ainda é respaldado por pesquisa
bibliográfica, assim o capítulo relacionou algumas características
empreendedoras, intraempreendedoras com a empregabilidade, em
um mercado de trabalho cada vez mais desafiador, estudos sobre perfis
almejado pelos empreendimentos podem contribuir com os profissionais
e as organizações.
3. Revisão da literatura
3.1. Empreendedorismo
156
especializados e está presente em cursos extensão, graduação e pós-
graduação. Corroborando com os autores, as pesquisas de Barreto (1998),
define empreendedorismo como ter a habilidade de criar e planejar algo de
muito pouco ou quase nada.
No contexto do Brasil, Barreto (1998), chama de muito pouco ou
quase nada o que significa na prática pouco capital disponível, tecnologia
insuficiente, precário nível educacional, dificuldade de acesso a crédito,
poucos incentivos e desconhecimento das vantagens de ser ter uma
educação empreendedora. Em outras palavras empreender é conseguir
agregar valor ao negócio e oferecer ao mercado uma empresa com uma
nova proposta.
Segundo Dolabela (2006), empreendedorismo é uma constante
mudança, agregando inovações a todos os fatores que englobam o
contexto, nos dias atuais contamos com novos serviços, novos produtos,
metodologias para mudar uma estrutura de uma organização, mudanças
de um produto para melhor, uma visão ampla de todo o ambiente
organizacional, contando com o investimento total do empreendedor.
O empreendedorismo possui uma série de entendimentos,
Davidsson (2016) destaca que o empreendedorismo é a de uma nova
atividade econômica, como qualquer coisa que concerne àqueles que
criam e dirigem seus empreendimentos. Considerado um fenômeno
global, com destaques no cenário político, econômico e social, muito
discutido e analisado atualmente, por estudos e pesquisas, que investigam
qual é o perfil, quem são as pessoas e como ocorrem as oportunidades para
a criação de um empreendimento. (DA SILVA e DA SILVA, 2019)
Para Dornelas (2008), o envolvimento de pessoas e projetos que
juntos levam a transformação de ideias em oportunidades, enfatizam
geralmente o real objetivo do empreendedorismo. O empreendedor está
atento as variáveis do mercado, permitindo à auto realização de forma
rápida e rentável conforme a intensidade prática de seus comportamentos e o
senso de urgência para o atendimento de interesses. (EMMENDOERFER,
2019)
Na visão de Chiavenato (2004), o empreendedor é a pessoa que
inicia um negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo
riscos, responsabilidades e que inovam continuamente. O espírito
empreendedor é a energia da economia, a alavanca de recursos, a dinâmica
de ideias, o impulso de talentos e mais é ele que detecta as oportunidades.
Os empreendedores costumam atuar com independência, são os únicos
157
responsáveis pelos riscos e os favorecidos da ação empreendedora.
(MONTENEGRO, 2015).
As definições retratam o empreendedorismo, contudo uma breve
definição o empreendedorismo é o ato de aproveitar oportunidades,
inovar, arriscar, planejar, empenhar, ser perseverante, acreditar na ideia
e transformar em realidade, aplicando este ato para qualquer área, seja
um novo negócio, um novo processo, um novo método ou um novo
produto. (Diniz, 2009). As características de um empreendedor eficaz
para Dornelas (2008) são: ser visionário, saber tomar as decisões fazendo
a diferença e explorando ao máximo as oportunidades, ser determinado,
apaixonado pelo que faz, dinâmico, independente, otimista, dedicado, que
constrói o seu próprio destino, é líder e formador de equipes, planejam,
tem conhecimento, é organizado e assumem riscos calculados criando
valores para a sociedade. Vale destacar que o empreendedorismo vem se
afirmando como uma opção de carreira cada vez mais frequente e habitual
para mulheres. O quadro abaixo apresenta características empreendedoras
relacionadas por Chiavenato (2004); Dolabela (2006); Dornelas (2008) e
Cardoso e Mendes (2021).
158
As características elencadas no Quadro 1 evidenciam o desafio
no processo de operacionalizar o comportamento empreendedor nas
práticas, pois o comportamento empreendedor é composto por diversas
características que se complementam, e com as mudanças impostas pela
pandemia, indicam a necessidade da implementação de novas perspectivas,
características e processos, a partir da mudança de consumo e inovação
do modelo dos empreendimentos, o cenário atual exige mudanças e
delineamento de estratégias para o enfrentamento de crises por
exemplo. (DE CASTRO, 2021)
Sobre os tipos de empreendedores Dornelas (2008) destaca o
empreendedor nato, o que aprende, o serial, o social, por necessidade,
o herdeiro, o planejado e o corporativo, também conhecido como
intraempreendedor, esse último está diretamente relacionado ao objeto de
capítulo e está evidenciado nos próximos itens, são geralmente executivos
muito competentes, com capacidade gerencial e conhecimento de
ferramentas administrativas.
3.2 Intraempreendedorismo
159
argumentos propostos e os conceitos que asseguravam essa ideia eram
de que um profissional não precisa sair do seu emprego em uma grande
organização para se tornar um empreendedor. (PINCHOT e PELLMAN,
2004).
Para Hashimoto (2006), o intraempreendedorismo é um estado de
espírito desenvolvido em todos os gerentes por meio de treinamentos que
os estimulem a pensar como verdadeiros empreendedores, por fim para
ele quando há indivíduos empreendedores dentro da empresa se tem um
intraempreendedor. Pinchot (1989) caracteriza o intraempreendedor como
um profissional que é persistente, decidido e autoconfiante, que trabalha
arduamente, direcionado pelos seus objetivos e não para obter status ou
dinheiro. Segundo Stoner e Freeman (1999), o intraempreendedor é o
indivíduo que procura aumentar o domínio da empresa em competência
e em oportunidades a partir de novas combinações de recursos criados
dentro da organização, pois os mesmos sabem aproveitar as informações
e conhecimentos que estão disponíveis para se produzir algo novo. São
os colaboradores de uma instituição, podendo atuar em diversos níveis
hierárquicos, os intraempreendedores atuam em concomitância com os
objetivos e metas institucionais da qual são membros, e também direta ou
indiretamente são impactados com as implicações dos riscos e benefícios
das atitudes. (MONTENEGRO, 2015).
O profissional empreendedor ao sugerir uma inovação ou solução,
precisa considerar os custos financeiros, se eles encaixam dentro do
orçamento da organização e qual impacto trará para a mesma em relação
à mudança de processos e o retorno em relação ao investimento, afinal o
intraempreendedor deve agir, pensar como o dono da empresa. (RENATO,
2015).
Mccrimmon (1995), defende a ideia sobre uma organização que
favorece o intraempreendedorismo, deve focar no desenvolvimento
de uma cultura organizacional que de o suporte necessário às ações
intraempreendedoras, em que o clima organizacional deve apoiar e
incentivar essas ações. Para Mccrimmon (1995) as empresas que querem
uma cultura organizacional intraempreendedora, precisam dedicar-se aos
valores ligados a tal posicionamento, e assim aumentar a possibilidade
de seus colaboradores apresentarem comportamento intraempreendedor.
O quadro 2 relaciona características intraempreendedoras indicadas por
Pinchot (1989); Stoner e Freeman (1999); Mccrimmon (1995); Renato
(2015) e Da Costa e Trindade (2020).
160
Quadro 2. Características intraempreendedoras
Persistência Realiza planejamento financeiro viável
Dedicação Liderança responsável
Autoconfiança Foco no desenvolvimento e cultura organizacional
Foco no objetivo Inovação
Empenho no trabalho Competência
Espírito Empreendedor Aproveita as oportunidades
Trabalha agindo como dono Busca soluções avançadas
Excelência Engajamento
Comunicação Sentimento de Pertencimento
Fonte: Adaptado Pinchot (1989); Stoner e Freeman (1999); Mccrimmon (1995); Renato
(2015) e Da Costa e Trindade (2020).
3.3 Empregabilidade
161
Para Minarelli (2013), ter segurança profissional, é mais do
que ter um emprego, um salário, é ter a possibilidade e a condição de
independentemente da faixa etária para conseguir trabalho e remuneração,
conhecida como empregabilidade, o que resulta da capacidade de
prestação de serviço e a conquista de trabalho. A grande transformação
que assegura uma carreira sustentável e mantém a empregabilidade, é
manter a posição de ser contratável por ser um fornecedor de soluções
para as atuais exigências do mercado de trabalho.
Segundo Minarelli (2013), conhecimentos atuais, múltiplas
habilidades e boa reputação são o grande capital das pessoas que vendem
o próprio trabalho. Para aumentar a empregabilidade, os profissionais
precisam estar preparados do ponto de vista técnico, intelectual, gerencial,
humano e social para resolver com rapidez problemas cada vez mais
específicos e sofisticados. Quanto maior for o nível da competitividade,
mais claro fica a adversidade com relação à capacidade de conviver e
enfrentar os altos níveis de pressão. Condições físicas e mentais precisam
estar bem saudáveis para viver diariamente este nível de pressão, pois as
maiores causas de afastamentos se dão devido a transtornos psicológicos,
muitos deles intensificado pelo estresse negativo a partir do grau de
gerenciamento vindo dos níveis progressivo de pressão e da falta de
condicionamento, que possibilite crescimento na carreira relacionado à
qualidade de vida. E isso é possível sim, afirma Hilsdorf (2009). Minarelli
(2010), indica que a empregabilidade está em manter o profissional em seu
emprego em concomitância a proteção de sua carreira, independentemente
das variáveis. Para isso, o autor relaciona seis pilares da empregabilidade,
indicados no Quadro 3.
162
Segundo o autor, os pilares estão interligados e precisam ter
um razoável equilíbrio. Para Minarelli (2010), o somatório dessas
competências é o que confere ao profissional a chamada empregabilidade.
Se no passado as mudanças eram lentas e o conhecimento adquirido em um
curso superior era válido por toda a carreira, onde as promoções resultavam
por tempo de casa, a situação atual é praticamente oposta. Pontes (2011),
aponta que hoje, as mudanças ocorrem cada vez mais rápido e a evolução
na carreira depende de a capacidade do profissional apresentar resultados
com recursos escassos e em curtos prazos, mas para isso é necessário
juntar conhecimento técnico, habilidade para colocar o conhecimento em
prática e atitudes comportamentais adequadas à geração de resultados e
ao ambiente organizacional da empresa em que se atua. Empregabilidade
são características que um profissional deve ter para ocupar um lugar em
qualquer empresa. O Quadro 4 apresenta características da empregabilidade
relacionadas por Hilsdorf (2009); Minarelli (2013); Mireia (2016); Pontes
(2011) e Ártico (2020), as características da empregabilidade indicadas
pelos referidos autores indicam comportamentos, características e atitudes
que podem estar relacionadas com as características empreendedoras e
intraempreendedoras citadas nos itens anteriores.
163
4 Análise dos resultados
164
Quadro 5. Características empreendedoras, intraempreendedoras e de
empregabilidade
Empreendedorismo Intraempreendedorismo Empregabilidade
- Abertura de mente - Aproveita as oportunidades -Adequação da profissão a
- Acreditar na ideia e - Autoconfiança vocação
transformar - Buscar soluções avançadas - Agente de mudanças
- Apaixonado pelo que faz - Competência - Capital emocional
- Aproveita oportunidade - Comunicação - Capital ético
- Assume riscos e - Dedicação - Competência
responsabilidades - Empenho no trabalho - Criatividade
- Autoeficácia - Engajamento - Desenvolvimento de
- Autonomia - Espírito Empreendedor novas habilidades
- Conscienciosidade - Excelência - Empreendedor
- Decisões assertivas - Foco no desenvolvimento e - Experiência
- Desenvolvimento de cultura organizacional - Flexibilidade
novos produtos - Foco no objetivo - Gerenciamento de
- Determinação - Inovação presença online
- Dinamismo - Liderança responsável - Habilidade
- Empenho - Persistência - Idoneidade
- Extroversão - Sentimento de - Inteligência emocional
- Independência pertencimento - Investimento no capital
- Inovação - Planejamento financeiro social
- Investimento viável - Liderança
- Intencionalidade - Trabalha agindo como - Rede de relacionamento
- Literacia financeira dono - Reflexão
- Lócus de controle - Relacionamentos
- Métodos para mudanças - Reserva financeiras
- Otimismo - Resultados em curto
- Perseverança prazo
- Planejamento - Saúde física e mental
- Resiliência - Segurança profissional
- Visão sistêmica - Trabalho em equipe
- Visionário
Fonte: Adaptado Ártico (2020), Cardoso e Mendes, Chiavenato (2004); Da Costa e Trin-
dade (2020), Dolabela (2006); Dornelas (2008); Hilsdorf (2009); Mccrimmon (1995);
Minarelli (2013); Mireia (2016); Pinchot III (1989); Pontes (2011); Stoner e Freeman
(1999); Renato (2015).
165
Quadro 6. Características e análises sobre as características
empreendedoras, intraempreendedoras com a empregabilidade.
Empreendedorismo Intraempreendedorismo Empregabilidade
Características Características Características
- Autoeficácia - Competência - Capital emocional
- Conscienciosidade - Dedicação - Competência
- Determinação - Excelência - Habilidade
- Empenho - Persistência - Saúde física e mental
- Perseverança
- Resiliência
166
Características Características Características
- Autonomia - Comunicação - Criatividade
- Dinâmico - Engajamento - Desenvolvimento de novas
- Inovação - Espirito Empreendedor habilidades
- Otimismo - Inovação - Empreendedorismo
- Reflexão
Análise: Em muitas pesquisas as características citadas nos três processos analisados
acima são consideradas habilidades, inclusive tem um potencial de se complementarem
e ainda relacionarem, interessante destacar também a característica de empregabilidade,
desenvolvimento de novas habilidades e ainda corroborando com as demais, ainda é
citada a característica empreendedorismo, que nas pesquisas realizadas muitos autores o
consideram como uma característica da empregabilidade.
167
Características Características Características
- Planejamento - Planejamento financeiro - Investimento no capital
Investimento viável social
- Literacia financeira - Foco no objetivo - Reserva financeiras
Análise: As características acima das três variáveis estão relacionadas as questões de
planejamento financeiros, investimentos, controles e reservas financeiras, essenciais
para os profissionais, empreendedoras e empresários, cabe destacar a característica
empreendedora literacia financeira relacionada as habilidades de tomar decisões
financeiras assertivas.
Fonte: Adaptado Ártico (2020); Cardoso e Mendes (2021). Chiavenato (2004); Da Costa
e Trindade (2020); Dolabela (2006); Dornelas (2008); Hilsdorf (2009); Mccrimmon
(1995); Minarelli (2013); Mireia (2016); Pinchot III (1989); Pontes (2011); Stoner e
Freeman (1999); Renato (2015).
Considerações finais
168
Referências
169
DE CASTRO, Beatriz Leite Gustmann et al. Empreendedorismo e coronavírus:
impactos, estratégias e oportunidades frente à crise global. Estudios Gerenciales,
p. 49-60, 2021. Disponível: https://www2.icesi.edu.co/revistas/index.php/
estudios_gerenciales/article/view/4304. Acesso: 1 de abr. de 2023.
DINIZ, Marcos Paulo. Empreendedorismo, uma nova visão: enfoque no perfil
empreendedor. 2009. http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/
empreendedorismo-uma-nova-visao-enfoque-no-perfil-empreendedor/35960/.
Acesso: 11 de abril de 2023.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa: uma ideia, uma paixão e um plano
de negócios: como nasce o empreendedor e se cria uma empresa. 14. ed. São
Paulo: Cultura, 2006.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo corporativo: como ser
empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. 2. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2008. XII.
DORNELAS, José. Tipos de empreendedores. 2008. Disponível em: http://
www.josedornelas.com.br/wpcontent/uploads/2008/02/empreendedorismo_na_
pratica_capitulo_2.pdf. Acesso: 30 de abr. de 2023.
ELERT, Niklas; STENKULA, Mikael. Intraempreendedorismo: produtivo
e não produtivo. Teoria e Prática do Empreendedorismo, v. 46, n. 5, pág.
1423-1439, 2022. See More. Disponível: https://journals.sagepub.com/doi/
abs/10.1177/1042258720964181?journalCode=etpb. Acesso: 1 de mai. de 2023.
EMMENDOERFER, Magnus Luiz. Inovação e empreendedorismo no setor
público. Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Sociedade Brasileira
de Administração Pública (SBAP) 2019. Disponível: http://repositorio.enap.gov.
br/handle/1/4282. Acesso: 12 de abr. de 2023
GARCIA, André Spuri; ANDRADE, Daniela Meirelles. O campo de pesquisas do
empreendedorismo: transformações, padrões e tendências na literatura científica
(1990-2019). Revista Brasileira de Inovação, v. 21, 2022. Disponível: https://
www.scielo.br/j/rbi/a/GZ3HWnMChMdtkGJWVn5tKwy/abstract/?lang=pt.
Acesso: 3 de abril de 2023.
HASHIMOTO, Marcos. Espírito empreendedor nas organizações: Aumentando
a competitividade através do intra-empreendedorismo. São Paulo: Saraiva, 2006.
HILSDORF, Carlos. O que é empregabilidade. 2009. Disponível: http://
www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-que-e-empregabilidade/31256/.
Acesso: 1 de abr. de 2023.
170
HSRICH, Robert. D. et al. Empreendedorismo. Lexington, MA: Lexington
Books, 1986.
MCCRIMMON, Mitch. Desencadeie o empreendedor dentro: como fazer
todos empreendedor e permanecer eficiente. Londres: PitmanPublishing, 1995.
KONZEN, Nádila De Oliveira; CARVALHO, James Fagundes.
Intraempreendedorismo. Revista de Administração Dom Alberto, v. 8, n. 1,
p. 71-98, 2022. Disponível em: file:///D:/Downloads/799-Texto%20do%20
artigo-1762-1-10-20221212.pdf. Acesso: 15 de abr. de 2023.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica.
3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.
MASCARENHAS. Sidnei Augusto. Metodologia científica. São Paulo: Pearson,
2018.
MELLER, Willian. Intraempreendedorismo: Funcionário Empreendedor e
com visão de dono do negócio. 2016. Disponível: http://sucessojovem.com.br/
intraempreendedorismo/. Acesso: 1 de abr. de 2023.
MINARELLI, José Augusto. - Empregabilidade - Como entrar permanecer e
progredir no mercado de trabalho. Editora Gente: São Paulo, 2010 - 26 edição.
MINARELLI, Jose Augusto. Empregabilidade. 2013. Disponível:
http://www.lensminarelli.com.br/site/wp-content/uploads/pdf/2900-
2014112716115718abr13_revistadofarmaceutico_m_empregabilidade.pdf.
Acesso: 5 de abril de 2023.
MONTENEGRO, Martinho C. Empreendedorismo e Intraempreendedorismo:
A bola da vez. Consultor do SEBRAE Nacional - 01/04/2015. Disponível:https://
w w w. s e b r a e . c o m . b r / s i t e s / P o r t a l S e b r a e / b i s / e m p r e e n d e d o r i s m o - e -
intraempreendedorismo-a-bola-da-vez,8317080a3e107410VgnVCM1000003b7
4010aRCRD. Acesso: 12 de abr. de 2023.
NOVAES, Graziela Fontes; MARTENS, Cristina Dai Prá.
Intraempreendedorismo de funcionários: uma revisão sistemática de
literatura. 2021. Disponível: http://anpad.com.br/uploads/articles/112/
approved/076a0c97d09cf1a0ec3e19c7f2529f2b.pdf. Acesso: 1 de abr. de 2023.
OLIVEIRA, Gustavo Salomão. Fatores de empregabilidade: um levantamento
teórico. 2022. 21 f. TCC (Graduação em Gestão da informação) – Universidade
Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufu.
br/handle/123456789/35866. Acesso: 30 de abr. de 2023.
171
PINCHOT, Gifford. Intrapreneuring: Por que você não precisa deixar a empresa
para tornar-se um empreendedor. São Paulo: Harbra, 1989.
PINCHOT, Gifford. PELLMAN Ron. Intraempreendedorismo na Prática:
um guia de inovação nos negócios. Tradução Márcia Nascentes. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2004.
PONTES, Benedito R. - Você pode ter uma carreira de sucesso - São Paulo,
Editora LtR, 2011.
RENATO, Bruno. O intraempreendedorismo nas empresas. 2015. Disponível:
http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/o-intra-
empreendedorismo-nas-empresas/85591/. Acesso: 1 de abr. de 2023.
SANTOS, Helena. Liderança e Intraempreendedorismo. Conferência -
Investigação e Intervenção em Recursos Humanos, [S. l.], n. 10, 2021. DOI:
10.26537/iirh.vi10.4310. Disponível em: https://parc.ipp.pt/index.php/iirh/
article/view/4310. Acesso: 23 abr. 2023
STONER, James Arthur Finch; FREEMAN, Robert Eduward. Administração.
Rio de Janeiro: LTC, 1999.
172
CAPÍTULO X
RENTABILIDADE E GESTÃO NA PRODUÇÃO LEITEIRA:
PARÂMETROS DE HIGIENE E QUALIDADE DO LEITE
RESUMO
Presente diariamente na mesa dos brasileiros, o leite e seus derivados são alimentos
que complementam nutricionalmente a dieta humana, contribuindo para sua saúde
e bem-estar. Por se tratar de um produto com alto potencial de contaminação
por microrganismos patogênicos, a produção, armazenamento, beneficiamento
e distribuição ao público-alvo são preocupações de extrema relevância do
segmento leiteiro, além de alguns fatores que influenciam negativamente no
rendimento industrial e na gestão produtiva. A fim de orientar a cadeia produtiva
leiteira, em 2018 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -MAPA
publicou as normativas de número 76 e 77 que tratam sobre os constituintes do
leite, higiene, estado sanitário e saúde animal com a utilização de parâmetros
laboratoriais e visuais norteadores. Nesse sentido ajustes no sistema produtivo
e na gestão são necessários para garantir a excelência do produto in natura e
seu rendimento no processamento industrial para a produção de derivados. Para
nortear possíveis ajustes, oito propriedades leiteiras localizadas na microrregião
de Frutal/MG foram avaliadas durante 5 meses consecutivos para verificar a
qualidade do leite produzido e sua adequação a legislação vigente. De maneira
geral as propriedades avaliadas se adequam aos parâmetros de composição do
leite preconizados pelo MAPA, com algumas alterações pontuais, necessitando
de ajustes principalmente no tocante higiênico-sanitário do sistema produtivo.
Diante do exposto a produção leiteira com qualidade segue sendo um desafio
diário, mas com as corretas orientações e adesão dos produtores, gradativamente,
o Brasil alcançará a excelência.
ABSTRACT
A daily component of Brazilian diet, milk and its derivatives are foods that
nutritionally complement the human food intake, contributing to health and well-
being. As it is a product with a high potential for contamination by pathogenic
microorganisms, the production, storage, processing and distribution to the target
public are extremely important concerns for the dairy segment, in addition to some
factors that negatively influence industrial yield and production management. In
order to guide the dairy production chain, in 2018 the Ministry of Agriculture,
Livestock and Supply – Brazil (MAPA) published regulations number 76 and
173
77, which regard milk constituents, hygiene, health status and animal health with
the use of laboratory parameters and guiding visuals. In this sense, adjustments
in the production system and management are necessary to guarantee the
excellence both of the in natura product and its yield in industrial processing
for the production of derivatives. In order to guide possible adjustments, eight
dairy farms located in the Frutal/Minas Gerais micro-region were evaluated for 5
consecutive months to verify the quality of the produced milk and its adequacy to
current legislation. In general, the evaluated properties are in line with the milk
composition parameters recommended by the MAPA, with certain divergences,
requiring adjustments mainly in terms of the hygiene and health aspects of the
production system. Quality dairy production continues to be a daily challenge,
but correct guidelines and adherence of producers will lead Brazil to gradually
achieve excellence.
1. Introdução
174
após a ordenha e recebido na indústria em até 48 horas após o término
da ordenha (BRASIL, 2011). Todos esses fatores visam assegurar que
o consumidor final receba um produto in natura ou derivado industrial
com a mais completa segurança alimentar e nutricional, visto que leite
e derivados são excelentes meios para o desenvolvimento tanto de
microrganismos desejáveis, quanto de indesejáveis (patogênicos ou
deteriorantes), necessitando de cuidados específicos desde sua produção
até o consumo (BELOTI, 2015).
É nesse cenário que as normas de higiene e qualidade do produto
vem sendo amplamente exigidas pelos órgãos fiscalizadores, laticínios,
indústrias e pelo consumidor final de produtos lácteos.
2. Procedimentos metodológicos
3. Revisão de literatura
175
ordenha completa e ininterrupta, de vacas sadias, bem alimentadas e
descansadas e em boas condições de higiene. Os componentes
incluem água, carboidratos (basicamente lactose), gordura, proteína (prin-
cipalmente caseína e albumina), minerais e vitaminas (BENETTI et al.,
2014).
Atribui-se ao leite de vaca importante função na dieta do ser humano
devido ao seu alto valor biológico em nutrientes assim como proteínas,
lipídios, glicídios, minerais e vitaminas. Entre esses nutrientes pode-
se mencionar o cálcio que, além de ter importância na integridade óssea,
participa na contração muscular na coagulação sanguínea e na regulação de
enzimas como a tripsina (BASTOS et al., 2016). Nesse sentido o consumo
de leite e seus derivados são de extrema importância em todas as idades.
176
resíduos de produção que contaminam o ambiente ou por meio de consumo
de produtos de origem animal (SEIMENIS, 2008). Existem várias zoonoses
de importância à saúde pública, porém, as principais relacionadas com
transmissão pelo rebanho leiteiro é a tuberculose, brucelose e leptospirose
(PEGORARO et al., 2018). A saúde animal também irá atuar efetivamente
no sucesso produtivo do rebanho, visto que algumas doenças podem
atingir os animais em diferentes graus e até mesmo levar a morte.
177
animal, visto que podem ocorrer variações de acordo com a alimentação,
raça, estágio de lactação, entre outros. Porém há alterações que podem ser
indicativos de problemas sanitários, de nutrição animal e até mesmo fraudes.
Vale ressaltar que alguns constituintes são extremamente
importantes principalmente para a indústria que beneficia o leite in natura
em derivados lácteos, tais como a proteína e gordura, visto que estão
relacionados com o rendimento, sabor, odor e textura.
Adicionalmente a importância dos constituintes do produto, a
qualidade microbiológica do leite é um fator de extrema importância na
produção de derivados lácteos. Através deste contexto podemos observar
a influência de CBT e Contagem Total das Bactérias e (CCS) Células
Somáticas contaminantes sobre as características organolépticas e sobre
a durabilidade e tempo de prateleira dos produtos derivados (SILVA,
2019). A bonificação aos produtores é o principal incentivo realizado
por laticínios visando melhorar a qualidade do leite, relacionados a CBT,
CCS os quais são os principais parâmetros microbiológicos analisados
(MONTEIRO JUNIOR et al., 2021), além dos teores de proteína e gordura
(constituintes).
178
desordenada pode causar alterações como degradação de proteínas,
gorduras e carboidratos tornando o produto impróprio para o consumo e
beneficiamento industrial (PAIVA et al., 2012).
De acordo com a Instrução normativa número 76 do MAPA,
em seu artigo 7°, o leite cru refrigerado de tanque individual ou de uso
comunitário deve apresentar médias geométricas trimestrais de Contagem
Padrão em Placas de no máximo 300.000 UFC/mL (trezentas mil unidades
formadoras de colônia por mililitro) (BRASIL, 2018a)
A fim de contornar o aumento de microrganismos indesejados e
em atenção as recomendações preconizadas pelo MAPA, os produtores
devem se atentar em ações diárias preventivas e corretivas, que segundo
Santos & Fonseca (2019) resumidamente são:
1. Manutenção dos equipamentos de ordenha: As mangueiras e
alguns componentes de borracha quando são utilizados por
longos períodos e sem a troca regular dos mesmos, acabam
apresentando rachaduras e fissuras sendo este um local ideal
para que ocorra o acúmulo de resíduos de leite, contribuindo
desta forma para a multiplicação microbiana (SANTOS &
FONSECA, 2019).
2. Limpeza e desinfecção dos equipamentos de ordenha: O objetivo
da realização do processo de limpeza dos equipamentos de
ordenha é para que seja feita a remoção tanto de componentes
orgânicos como os minerais do leite que permanecem no
interior dos equipamentos, prática realizada posterior término
da ordenha (SANTOS & FONSECA, 2019). Vale ressaltar que
a higiene do próprio ordenhador também é importante nesse
quesito e que deve ser utilizados produtos específicos para
garantir a completa higiene (equipamentos e ordenhador) e
integridade dos equipamentos.
3. Qualidade da água: A qualidade da água utilizada para a limpeza
e desinfecção dos equipamentos apresenta grande influência
sobre a eficácia dos processos realizados. A água deve ser
potável quando utilizada para as atividades como limpeza dos
equipamentos, utensílios, higiene do ordenhador e nos demais
locais que de alguma forma entram em contato direto com o
leite (SANTOS & FONSECA, 2019).
179
Além desses fatores, garantir a conservação do leite da propriedade
até o seu beneficiamento complementa as etapas anteriores, evitando a
proliferação de microrganismos indesejáveis no leite.
180
Os resultados do acompanhamento da qualidade do leite realizado
ações curativas com planejamento estratégico estabelecido (o que evita contaminação de
pelo MAPA através da Rede Brasileira de Laboratórios da Qualidade do
outros
Leite animais
– RBQL e alterações no leite do através
são apresentados tanque), além de análises periódicas
do Observatório de CCS
da Qualidade
do Leitemétodos
utilizando – OQL. A Figura
de campo 1 reúne informações desde 2013 sobre os
e laboratoriais.
parâmetros CPP e CCS, apresentados pelo OQL.
Os resultados do acompanhamento da qualidade do leite realizado pelo MAPA
através
Figurada1. Rede
MédiaBrasileira de Laboratórios
geométrica nacional dosda dados
Qualidade do Leite –de
de Contagem RBQL são
Células
Somáticas (CCS)
apresentados e Contagem
através do ObservatórioPadrão em Placas
da Qualidade (CPP)
do Leite obtidos
– OQL. pela1Rede
A Figura reúne
Brasileira desde
informações de Laboratórios
2013 sobre osda Qualidade
parâmetros CPPdo Leite
e CCS, – RBQL.pelo
apresentados Adaptado
OQL. de
MAPA.
215,51 207,53
183,36
148,71 155,91 148,54
111,33
72,08 77,65
Fonte: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-animal/
Figura 1 – Média geométrica nacional dos dados de Contagem de Células Somáticas
qualidade-do-leite-pnql
(CCS) e Contagem Padrão em Placas (CPP) obtidos pela Rede Brasileira
de Laboratórios da Qualidade do Leite – RBQL. Adaptado de MAPA.
4. Análise dos resultados
Fonte: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-
animal/qualidade-do-leite-pnql
4.1 Avaliação do desempenho da produção leiteira na
microrregião de Frutal/MG
182
Tabela
Tabela
1. 1:Caracterização
Caracterização da da produção
produção de leitede
e sistema
leite edesistema
ordenha das ordenha das propriedades.
depropriedades.
Propriedade N° Raça Produção Produção N° de Tipo Pré- Pós- Caneca Linha Grau
animais animais diária* média/ ordenhas ordenha dipping dipping de tecnificação*
animal/dia* ordenha
A 20 Mestiços 100 5,0 2 Mecânica Sim Não Não Não Médio
B 32 Girolando 750 23,4 2 Mecânica Sim Sim Sim Sim Excelente
C 23 Girolando 160 7,0 2 Mecânica Sim Sim Sim Sim Excelente
D 92 Girolando 1.542 16,8 2 Mecânica Sim Não** Sim Sim Excelente
E 35 Mestiços 510 14,6 1 Mecânica Não Não Não Não Médio
F 30 Girolando 130 4,3 1 Manual Não Não Não Paridas Baixo/médio
primeiro
G 19 Mestiços 200 10,5 2 Mecânica Sim Não Sim Não Médio
H 17 Mestiços 100 5,9 2 Mecânica Não Não Não Não Médio
*litros/dia;
*litros/dia; **mergulha
**mergulha teteira
teteira no no produto
produto desinfetante
desinfetante
183
4.2.1 Avaliação dos constituintes do leite
4.2.1 Avaliação dos constituintes do leite
Os valores médios dos constituintes lácteos para as propriedades são apresentados
OsTabela
na valores médios
2, com dos
pequenas constituintes
variações entre elas.lácteos
para as propriedades são
apresentados na Tabela 2, com pequenas variações entre elas.
Tabela 02: Valores médios de composição química do leite de vacas mestiças e girolandas
Tabela 02. Valores médios de composição química do leite de vacas
obtidas entre os meses de abril e agosto de 2022 em propriedades leiteiras na
mestiças e girolandas obtidas entre os meses de abril e agosto de 2022 em
região
propriedades de Frutal-Minas
leiteiras Gerais.
na região de Frutal-Minas Gerais.
Prop. Constituintes lácteos (g/100g) Microbiologia
Gordura Proteína Lactose ST SNG CCS* CBT*
A 3,7 3,3 4,4 12,3 8,6 1239,3** 357,2**
B 3,8 3,3 4,5 12,5 8,7 665,3** 16,5
C 3,5 3,3 4,4 12,2 8,7 491,7 88,2
D 4,0 3,3 4,4 12,8 8,7 1867,9** 80,4
E 3,3 3,3 4,2** 11,9 8,5 801** 530,2**
F 4,7 3,5 4,3 13,6 8,8 499,9 1982,5**
G 3,5 3,5 4,2** 12,2 8,7 1607,1** 357,2**
H 3,5 3,5 4,3 12,2 8,8 1130,6** 16,5
Valores de referência – IN 76 (BRASIL, 2018): Gordura - 3,0g/100g; Proteína – 2,9g/100g; Lactose –
Valores deSólidos
4,3g/100g; referência
Totais–(ST)
IN 76 (BRASIL,Sólidos
– 11,4g/100g; 2018):Não-Gordurosos
Gordura - 3,0g/100g;
(SNG) – Proteína
8,4g/100g;–Contagem
2,9g/100g;de
Células
LactoseSomáticas (CCS) –Sólidos
– 4,3g/100g; 500.000 CS/mL; Contagem
Totais (ST) Bacteriana Total
– 11,4g/100g; (CBT)Não-Gordurosos
Sólidos – 300.000 UFC/mL.(SNG)
* CCS
(x1000 cs/mL); Contagem
– 8,4g/100g; CBT (x1000de UFC/mL);
Células**Somáticas
médias em (CCS)
não conformidade
– 500.000com o valorContagem
CS/mL; de referência.
Bacte-
riana Total (CBT) – 300.000 UFC/mL. * CCS (x1000 cs/mL); CBT (x1000 UFC/mL); **
médias em não conformidade com o valor de referência.
De acordo com a Tabela 02, verifica-se que, exceto para a lactose onde duas
De acordo com a Tabela 02, verifica-se que, exceto para a lactose
propriedades (E e G) apresentaram valores ligeiramente abaixo do valor de referência
onde duas propriedades (E e G) apresentaram valores ligeiramente abaixo
estabelecido pela IN 76 (BRASIL, 2018a), as médias dos demais constituintes lácteos
do valor de referência estabelecido pela IN 76 (BRASIL, 2018a), as
mantiveram-se dentro dos
médias dos demais limites preconizados
constituintes lácteos pela legislação.
mantiveram-se dentro dos limites
preconizados pela legislação.
A composição do leite de vacas leiteiras é alterada em função de vários fatores,
A composição do leite de vacas leiteiras é alterada em função de
dentre os quais destaca-se a raça, genética, região, ano, mês, estágio de lactação, nutrição
vários fatores, dentre os quais destaca-se a raça, genética, região, ano,
animal, sanidade,dehigiene
mês, estágio e saúde
lactação, da glândula
nutrição mamária
animal, (Santos higiene
sanidade, e Fonseca,e 2007
saúdeapud
da
glândula
SILVA, mamária (Santos e Fonseca, 2007 apud SILVA, 2019).
2019).
A lactose apresenta grande importância para o valor energético do
A lactose apresenta grande importância para o valor energético do leite, assim
leite, assim como simboliza um componente importante para a indústria
como simboliza
alimentícia e um componente importante
farmacêutica. O interessepara por
a indústria alimentícia e farmacêutica.
esse componente aumentou
O interesse por esse componente aumentou significativamente nos últimos anos, apesar
184
significativamente nos últimos anos, apesar de ainda não estar inclusa nos
sistemas de pagamento por qualidade do leite (COSTA et al., 2019).
A concentração da lactose está ligada à integridade do epitélio
mamário e, dessa maneira, à sanidade do úbere (COSTA et al., 2019). Esse
teor depende da contagem de células somáticas e número de lactações,
e varia de acordo com as estações do ano, mas não depende de raça,
produção de leite, e teores de gordura e proteína (ALESSIO et al., 2016).
Costa et al. (2019) apontam o balanço energético e os fatores metabólicos
do animal como precursores da síntese e concentração da lactose no leite.
Silva et al. (2020) trabalhando com parâmetros de qualidade do leite
em vacas saudáveis e com mastite subclínica concluíram em sua pesquisa
que os animais com mastite subclínica tiveram uma leve diminuição dos
teores de lactose (4,18%) e também de proteína (19,93%) acarretando em
diminuição do percentual de sólidos totais, sendo que animais saudáveis
apresentaram maiores valores de gordura, proteína, lactose e sólidos
totais quando comparados aos animais com mastite subclínica, analisadas
através da análise de contagem de células somáticas (CCS). Silva e
Antunes (2018) verificaram uma correlação negativa (-0,42) entre CCS e
a lactose, declarando que esse parâmetro é o componente que mais sofre
reduções em função do aumento da CCS.
Ao avaliar as características microbiológicas do leite (Tabela
02) verifica-se que, de maneira geral, apenas as propriedades C e F
apresentaram valores abaixo do limite estabelecido pelo MAPA para a
contagem de células somáticas, indicando a necessidade de avaliação
criteriosa pelos demais proprietários sobre a saúde animal já que a CCS
alta é um dos métodos de avaliação da presença de mastite no rebanho.
Com relação a CBT, 50% das propriedades apresentaram valores abaixo
dos limites preconizados pela IN 76 (BRASIL, 2018a) indicando que estas
propriedades obtiveram o leite de maneira higiênica e o mantiveram sob
refrigeração adequada, inibindo o crescimento de microrganismos.
Diante deste cenário de respostas, pode-se inferir que as propriedades
leiteiras avaliadas na região de Frutal/MG de maneira geral se adequam
aos parâmetros de composição preconizados pelo MAPA, com algumas
alterações pontuais, necessitando de ajustes principalmente no tocante
higiênico-sanitário do sistema produtivo para garantir tanto a excelência
do produto in natura quanto o rendimento do derivado lácteo elaborado
pelas indústrias de beneficiamento.
185
Considerações finais
Agradecimentos
Referências
186
de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 2011. Diário Oficial da União, Seção 1, Brasília, DF, p. 6. 30 dez.
2011.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Decreto
n° 9013, de 29 de março de 2017. Regulamento de inspeção industrial e sanitária
de produtos de origem animal. Diário Oficial da União, Brasília. 2017
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução
Normativa nº 76, de 26 de novembro de 2018. Regulamentos técnicos que fixam
a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru
refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A. Diário Oficial da
União, Seção 1, Brasília, DF, p. 9, 30 nov. 2018a.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução
Normativa nº 77, de 26 de novembro de 2018. Instrui critérios e procedimentos
para a produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recepção
do leite cru em estabelecimentos registrados no serviço de inspeção oficial Diário
Oficial da União, Seção 1, Brasília, DF, p. 9, 30 nov. 2018b.
CALLEFE, J. L. R.; LANGONI, H. Qualidade do leite: uma meta a ser atingida.
Veterinária e Zootecnia. Botucatu, v.22, n. 2, 151-162, 2022.
DIAS, M.; ASSIS, A. C. F.; NASCIMENTO, V. A. et al. Sazonalidade dos
componentes do leite e o programa de pagamento por qualidade. Enciclopédia
Biosfera, v. 11, n. 21, 2015.
MONTEIRO JUNIOR, C. S., BANKUTI, F. I., MARTINELLI, R. R., et al.
(2021). Incentives and typology of dairy production systems that participate in
programs to improve milk quality. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente,
14, n. 3, e7774, 2021.
OLIVEIRA, N. C.; VIEIRA, M. L.; SANTOS, W. B. R. et al. Contagem de
células somáticas, contagem bacteriana total e análises físico-químicas do leite
produzido na região sul do estado de Goiás. Colloquium Agrariae, v. 13, n.
Especial 2, p. 135-141, jan-jun 2017.
PAIVA, C. A. V.; CERQUEIRA, M. M. O. P.; SOUZA, M. R. S. et al. Annual
evolution of raw milk quality processed in a dairy industry of Minas Gerais state,
Brazil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 64, n. 2, p.
471-479, 2012.
187
PEGORARO, L. M. C.; WEISSHEIMER, C. F.; PRADIEE, J. et al. Biossegurança
e saúde única. In: ZANELA, M. B; DERETI, R. M. (Editores). 7° Dia de Campo
do Leite: da Pesquisa para o Produtor. Pelotas: Embrapa Clima Temperado,
Documentos 464, p. 35-45, 2018.
ROCHA, D. T. de CARVALHO, G. R. RESENDE, J. C. de. Cadeia produtiva
do leite no Brasil: produção primária. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite,
2020, 15p. 2020. Disponível em: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/
handle/doc/1124858
SANTOS, M. V.; FONSECA, L. F. L. Mastite e Qualidade do Leite: desafios e
soluções. Pirassununga: Edição dos Autores, 2019. 301 p.
SILVA, H. K. D. Programas de Pagamento por Qualidade (PPQ): eficiência
da adoção por indústrias lácteas brasileiras. Piracicaba, 2019. 106p. Tese
(Doutorado) – Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2019.
SEIMENIS, A. M. The spread of zoonosis and other infectious diseases through
the international trade of animals and animal products. Veterinaria Italiana,
v.44, p.591- 599, 2008.
VARGAS, D. P.; NÖRNBERG, J. L.; MELLO R. O. et. al. Correlações entre
contagem de células somáticas e parâmetros físico-químicos e microbiológicos
de qualidade do leite. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v. 15, n. 4, p. 473-
483, out-dez 2014.
188
MINI CURRÍCULO DOS AUTORES
189
UNUIUBE (2012). Membro do Colegiado e membro do NDE na UEMG-
Unidade Frutal. Membro do comitê interno de avaliação da Universidade
do Estado de Minas Gerais - UEMG. Linhas de Pesquisa: Gestão de
Pessoas, Planejamento Estratégico, Desenvolvimento Profissional,
Comportamento Organizacional, Cultura e Mudança Organizacional.
190
Beatriz dos Santos Gonçalves
Publicitária, graduada em Comunicação Social
pela Universidade do Estado de Minas Gerais
(UEMG). Integrante do E-PUBLICC-Publicização,
Comunicação e Cultura da UEMG-CNPq.
É Analista de Comunicação na Empower,
Startup especializada em Employer Branding de
Relacionamento, auxiliando nas estratégias de
empresas como Ambev, Google, Hypera Pharma,
Bayer, B3, Tigre, entre outras. Área de Atuação:
copyright, design, audiovisual, fotografia e Marketing.
191
Claudio Fernando de Aguiar
Doutor em Tecnologia Ambiental pela Universidade
de Ribeirão Preto (UNAERP). Possui graduação em
Administração de Empresas e Comércio Exterior
pela FAGU (2008). É pós-graduado em Logística e
Comércio Exterior pelo Centro Universitário São Judas
Tadeu (2010). É Mestre em Tecnologia Ambiental
pela UNAERP, campus Ribeirão Preto (2021). É
perito em Cálculos Judiciais e Extrajudiciais CRA/
SP (116.026). Especialista em Economia e Revisão de
Financiamentos. Exerceu a vice-presidência nacional do Instituto Nacional
de Defesa do Consumidor (IDECON). É embaixador pela Paz Mundial
pela Universal Peace Federation. Leciona nas cadeiras econômicas da
Universidade de Ribeirão Preto campus Guarujá. Foi diretor de Ciência,
Tecnologia e Inovação na Prefeitura Municipal de Guarujá (2013) e
ocupou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Porto e Aeroporto
na Prefeitura Municipal de Guarujá (2016).
192
Gerencial SEBRAE/ACISSP (2008). É docente dos Cursos de Engenharia
Química, Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Engenharia da
Computação da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), docente
do Curso de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental da Universidade
de Ribeirão Preto (UNAERP), orientadora de Mestrado e Doutorado em
Tecnologia Ambiental da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) e
pesquisadora dos cursos de graduação em Engenharia Química e de Pós-
graduação em Tecnologia Ambiental da Universidade de Ribeirão Preto
(UNAERP).
É membro do Núcleo de Pesquisa de Sustentabilidade e Gestão de Resíduos
Sólidos (SUGERS) do Programa de Pós-graduação em Tecnologia
Ambiental da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), atuando nas
linhas de pesquisa em Desenvolvimento Sustentável e Monitoramento e
Controle da Poluição.
193
Karla Gonçalves Macedo
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em
Tecnologia Ambiental, na Universidade de Ribeirão
Preto. Mestre em Tecnologia ambiental pela
Universidade de Ribeirão Preto (2013). Bolsista pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais – FAPEMIG - Bolsas de Pós-Graduação pelo
PCRH. Especialista (Lato Sensu em Metodologia e
Didática no Ensino Superior pelo Centro Universitário
do Norte Paulista (2009). Bacharel em Administração
com Habilitação em Marketing e Vendas pelo Centro Universitário do
Norte Paulista (2005), sendo condecorada no ano de sua formação com
o prêmio mérito acadêmico pelo Conselho Regional de Administração,
CRA-SP. É membro do Grupo de Pesquisa de Sustentabilidade e Gestão
de Resíduos Sólidos (SUGERS) do Programa de Pós-graduação em
Tecnologia Ambiental da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).
Professora efetiva na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) -
Unidade de Frutal. Docente e Coordenadora de Curso na Faculdade Santa
Rita de Novo Horizonte – SP. Tem experiência na área de Administração,
com ênfase Marketing e Vendas, Empreendedorismo, Produção e
Operações e ainda Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos e demais
áreas da Administração.
194
revisora na Revista Brasileira de Zootecnia- RBZ e na Nucleus Animalium,
subcoordenadora do Complexo Experimental Multidisciplinar UEMG
Frutal e ocupa o cargo de Professora Efetiva na Universidade do Estado
de Minas Gerais (UEMG) - Unidade Frutal, ministrando disciplinas para
os cursos de Engenharia Agronômica e Administração. Além disso, desde
2021 ocupa o cargo de Coordenadora do Centro de Extensão da UEMG-
Unidade Frutal e Avaliadora Ad Hoc da Pró-Reitoria de Extensão da
Universidade do Estado de Minas Gerais - PROEX/UEMG. Também atua
no Conselho Departamental da mesma Unidade e é membro titular do
Colegiado de Curso da Engenharia Agronômica- UEMG/Frutal e membro
suplente da Câmara Departamental (DCAB- Departamento de Ciências
Agrárias e Biológicas). E-mail: larissa.camara@uemg.br
195
Márcia Maria Cândido da Silva
Possui graduação em Agronomia (1996), graduação
em Zootecnia (1999), especialização Lato Sensu em
Caprinocultura (1997) e mestrado em Zootecnia -
aprovado com distinção (2001) pela Universidade
Federal da Paraíba. Doutorado e pós-doutorado
em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa
(2005 e 2007). Atuou como Inspetora do Serviço
Genealógico das Raças Caprinas e Ovinas, vinculada
à Associação Paraibana dos Criadores de Caprinos e
Ovinos-APACCO (1996 a 2001), como Consultora Externa da Embrapa
Caprinos (2007) na atualização de procedimentos analíticos para estudos
em nutrição animal e como Membro-presidente do Núcleo Docente
Estruturante do Curso de Tecnologia em Gestão do Agronegócio da
Faculdade Sudamérica (2019). Tem experiência na área de Zootecnia, com
ênfase em Nutrição Animal e Qualidade do leite, atuando principalmente
nos seguintes temas: caprinos, nutrição, lipídios, análises cromatográficas
e eletroforéticas em leite e derivados lácteos. Atuou como pesquisadora
do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional
(DCR) CNPq/FAPESQ executando o projeto para Implantação da
Central de Qualidade do Leite e Produtos Lácteos Caprinos vinculada
ao Núcleo Regional Nordeste (NRNE) da Embrapa Caprinos e Ovinos,
em Campina Grande-PB. Atualmente é pós-doutoranda pela Fundação de
Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba vinculada ao projeto Validação de
metodologias para verificar a autenticidade de leite e derivados lácteos
caprinos. Email: marciamcandido@gmail.com
196
campus de Frutal e da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo
- FATEC de São José do Rio Preto e professora de Pós Graduação Stricto
Sensu do Programa Nacional ProfNit. Sou avaliadora do MEC/INEP.
Tenho experiência na área de Administração, atuando principalmente
nos seguintes temas: sustentabilidade, gestão da qualidade, saúde,
sistemas produtivos, comércio internacional, comercialização de produtos
agroindustriais, cooperativismo/associativismo, supply chain, gestão de
equipes, planejamento estratégico e ferramentas de gestão (Certificação,
PDCA, 10S e outras). Sou consultora de orientação profissional e gestão
empresarial e da saúde. E-mail: miriam.bueno@uemg.br
197
Vera Lúcia da Silva Farias
Doutora (2016) e Mestre (2013) em Agronomia-Ciência
do Solo pela Universidade Estadual Paulista/UNESP-
Campus de Jaboticabal. Graduada em Biologia(2005)
pelo Centro Universitário do TriângGeografia pela
Faculdade de Teolofia e Ciências (2021).
198