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Plano de Trabalho - TFG Arquitetura

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FACULDADE PITÁGORAS UNOPAR

GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Isabela Tiossi

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NA REGIÃO LESTE DE LONDRINA

Trabalho Final de Graduação

Londrina, 2021
Isabela Tiossi

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NA REGIÃO LESTE DE LONDRINA

Plano de trabalho apresentado ao curso


de Arquitetura e Urbanismo, da
Faculdade Pitágoras Unopar, como
parte dos requisitos necessários à
obtenção de nota do Trabalho Final de
Graduação.

Orientador: Priscila Henning

Londrina, 2021
SUMÁRIO

1. Apresentação____________________________________________ 03
2. Objetivos _______________________________________________ 04
2.1Objetivos Gerais
2.2 Objetivos Específicos
3. Justificativa______________________________________________ 06
3.1 Justificativa do Tema
3.2 Justificativa do Terreno
4. Terreno ________________________________________________ 10
5. Metodologia_____________________________________________ 11
6. Cronograma_____________________________________________ 12
7. Referencias_____________________________________________ 13
1. APRESENTAÇÃO

Este presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de uma


Habitação de Interesse Social (HIS) na cidade de Londrina, com o intuito de
promover a famílias como renda mensal de até R$ 1.100,00 o acesso à uma
moradia adequada, regular e dotada de serviços públicos.

A escolha do tema parte do princípio do direito à moradia digna, em uma


localidade que dispõe de infraestrutura básica e de. Tem como objetivo um novo
olhar, visando as tipologias de famílias, a inclusão social, a qualidade de vida e
a acessibilidade a todos os usuários.
2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Elaborar o projeto de uma Habitação de Interesse Social na zona Leste da


cidade de Londrina, voltada para famílias com renda de até um salário mínimo
que contemple um programa de necessidades que se contrapõe com o que tem
sido oferecido tradicionalmente pelos programas governamentais e pelo
mercado, tanto no que se refere a localização quanto suas tipologias.

2.2 Objetivos Específicos

Dentre os objetivos específicos, devem ser considerados os seguintes:

 Levantar uma discussão acerca do direito e moradia e o que têm sido


oferecidos a essa população pelos programas habitacionais atuais e pelo
mercado imobiliário;
 Inclusão da população de baixa renda na zona Leste de Londrina,
utilizando-se de um terreno que se adeque a ZEIS (Zona Especial de
Interesse Social) e que seja dotado de infraestrutura urbana;
 Propor diversidade tipológica para que atenda a diferentes perfis
familiares e suas diferentes composições;
 Propor habitações com a tecnologia construtiva em Wood Frame,
consistindo em uma construção seca, com redução de 85% dos resíduos
de obra e uma construção 4 vezes mais rápida que a tradicional;
 Elaborar um projeto cuja as unidades habitacionais contemplem as
diretrizes do Desenho Universal.

A proposta para o projeto de HIS é uma prévia discussão acerca do que


têm sido entregues pelos programas habitacionais atuais e pelo mercado na
cidade de Londrina, tanto em tipologias como em localização. Busca também
abordar o não cumprimento do direito à moradia digna presente na Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948) e na Constituição Federal de 1988.

Propõe a implantação do projeto em um terreno localizado na região leste


do município, próximo ao Hospital Universitário, cujo seu zoneamento seja uma
ZEIS e que seja dotado de infraestrutura urbana.
Sugere a diversificação das tipologias habitacionais, para que abranja
diferentes perfis familiares, atendendo todas as unidades habitacionais com as
diretrizes do Desenho Universal, como por exemplo, espaços que possam ser
acessíveis a todos, que seja intuitivo e que demande de pouco esforço físico do
usuário.

Propõe-se o método construtivo em Wood frame, uma vez que é uma


tecnologia sustentável que utiliza materiais renováveis e reduz 85% dos resíduos
durante a obra; seu método é industrializado, pré-fabricado e não depende de
condições climáticas, tornando o tempo de construção até 4 vezes mais rápido
do que o método tradicional. De acordo com um estudo publicado na revista
Especialize, quando comparado as construções em alvenaria, o Wood Frame é
mais barato, portanto mais pessoas podem ter acesso a uma moradia digna e
com um preço acessível.
3. JUSTIFICATIVA
3.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

De acordo com o Comitê dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da


Organização das Nações Unidas – ONU, a moradia adequada não se resume
apenas a um teto e quatro paredes, o conceito de moradia tem uma definição
muito mais abrangente que vai além da construção em si e de sua função de
abrigo. O direito à moradia compreende o direito a qualidade de vida e um padrão
de vida adequado, engloba o direito de toda pessoa ter acesso a um lar, com
condições de salubridade, de segurança, dignidade e saúde física e mental.

No Brasil, a Constituição Federal inclui nos direitos sociais fundamentais, o


direito à moradia, sendo garantido explicitamente por meio da Emenda
Constitucional nº 26, de 10 de fevereiro de 2000. No artigo 23, inciso IX fica
estabelecido que é dever do Estado, em suas três esferas, promover programas
de construção de moradias e melhoria das condições de habitação e
saneamento básico e no artigo 7º, seção IV, estabelece que o salário mínimo
deve atender o direito à moradia dos trabalhadores urbanos e rurais (BRASIL,
1988).Apesar do direito à moradia se estabelecer como diretriz fundamental para
as políticas urbanas, essa questão continua sendo um desafio para a promoção
de desenvolvimento sócio espacial nas cidades brasileiras até hoje.

Em Londrina, a produção de unidades habitacionais de interesse social


teve como marco a fundação da COHAB-LD (Companhia de Habitação de
Londrina) em 1965, criada em decorrência do aumento significativo da
população e das ocupações em fundos de vale na cidade.

Para suprir essa demanda, na década de 1970 a Cohab iniciou a


construção dos primeiros conjuntos habitacionais, em uma região afastada do
centro, a Zona Norte, região esta que não estava preparada para a quantidade
de pessoas que seriam inseridas ali e que também não possuía infraestrutura
básica, equipamentos sociais e até mesmo empregos.

A região Norte tem sido a décadas o polo de habitações sociais, e a


população tem sido alocada para estas unidades habitacionais sendo que a
demanda não é necessariamente nesta região. Ainda que o Estatuto da Cidade
dê suporte as ZEIS, as políticas habitacionais no município de Londrina
necessitam de um novo olhar para a localização de seus empreendimentos de
interesse social, deixando de reproduzir a lógica do mercado imobiliário e
começar a produzir uma cidade que promove o direito igualitário ao espaço
urbanizado.

Portanto, a escolha do tema parte do princípio do direito à moradia digna,


em uma localidade que dispõe de infraestrutura básica e de serviços e que se
opõe ao que está sendo produzido no decorrer dos anos por todo o país. Tem
como objetivo um novo olhar, visando as tipologias de famílias, a inclusão social,
a qualidade de vida e a acessibilidade a todos os usuários.

3.2 JUSTIFICATIVA DO TERRENO

Para a escolha do terreno foi levado em consideração 3 características


principais:

1. Que o zoneamento fosse uma ZEIS;


2. Que sua localização fosse dotada de infraestrutura urbana, seguindo as
diretrizes do Projeto de Lei 5059/19 aprovado pela Câmara dos
Deputados;
3. E que fosse numa região central, promovendo o direito igualitário ao
espaço urbanizado.

Sendo assim, o terreno escolhido está localizado na região Leste da cidade


de Londrina, entre as ruas Dom João VI, R: Emilio Aranda, R: João Romanhol e
R: Alceu Segantini, possui quatro esquinas e seu fundo é virado para um fundo
de vale.

Imagem 1: Localização do terreno levando em consideração a região leste.


Fonte: Google Maps.

A localização possui abastecimento de água, energia, rede de esgoto,


transporte público e coleta de lixo. Seu entorno é provido de educação básica
visto que em menos de 1km possui uma escola municipal e outra estadual,
também é provido de saúde pública uma vez que o Hospital Universitário, está a
cerca de 500 metros do terreno. Além disso possui infraestrutura de comércio e
serviços, como supermercados, farmácias, posto de combustível, restaurantes,
lojas e etc.

Imagem 2: Localização do terreno levando em consideração seu entorno.

Fonte: Google Maps.

Conclui se que a região e o terreno escolhidos para a implantação do


projeto de Habitação de Interesse Social cumprem com o zoneamento, sendo
ele uma Zona Especial de Interesse Social e com os pré-requisitos dispostos no
art. 11 da Lei nº 11.124 que prevê que “a implantação de saneamento básico,
infraestrutura e equipamentos urbanos deve ser garantida em todos os
programas de habitação de interesse social beneficiados com recursos do
FNHIS, sendo obrigatória a disponibilização de, no mínimo, infraestrutura e
equipamentos públicos destinados à educação e à saúde, na forma definida em
Regulamento” (Congresso Nacional, 2019).
4. TERRENO

O terreno escolhido está localizado na região Leste da cidade de Londrina,


entre as ruas Dom João VI, R: Emilio Aranda, R: João Romanhol e R: Alceu
Segantini. Possui 13.670m², 8 metros de desnível e seu zoneamento é uma ZEIS
3, que é uma gleba ou terreno não parcelados ou não edificados, não utilizados
ou subutilizados para fins urbanos, bem como edificações não utilizadas ou
subutilizadas, localizados prioritariamente em áreas onde há infraestrutura
urbana ou em terrenos nos quais, há interesse de promover programas
habitacionais de interesse social, resultado do Plano de Urbanização – PU,
conforme estabelecido nesta Lei (Prefeitura de Londrina).

Enquanto não houver lei especifica, as zonas definidas como ZEIS


utilizarão os mesmos critérios e parâmetros atribuídos para a Zona Residencial
3 - ZR3 (Prefeitura de Londrina), portanto deve se seguir os seguintes critérios:

o Data mínima: 720m²


o Quantidade de andares: térreo + 3 pavimentos
o Taxa de ocupação máxima: 80% = 10.936m²
o Coeficiente de aproveitamento:
- Mínimo: 0,05 = 638,5m²
- Básico: 2 = 27.340m²
o Quando houver mais de 2 unidades habitacionais é obrigatória a
existência de espaço destinado à recreação, lazer e atividades
sociais. Este espaço não pode ser construído no recuo e sua área
mínima é de 10% da área construída privativa das unidades
autônomas.
5. METODOLOGIA

A metodologia para o desenvolvimento do presente trabalho inclui:

1. Pesquisa bibliográfica sobre o tema, seu conceito, contexto histórico,


programas habitacionais e a caracterização dos traços do que é o habitar
e o direito à moradia.
2. Levantamento de dados na Cohapar, Prefeitura de Londrina e Cohab afim
de obter dados atualizados sobre a quantidade de famílias na lista de
espera por uma unidade habitacional, quantas famílias estão localizadas
na região Leste e qual a demanda futura para essa região.
3. Pesquisa in loco no Residencial Vista Bela com o objetivo de coletar
informações a respeito da qualidade das residências entregues pelo
programa Minha Casa Minha Vida, se houve algum defeito estrutural e se
as famílias modificaram suas casas no decorrer dos anos.
4. Sistematização dos dados recolhidos em gráficos, tabelas e croquis.
5. Levantamento da área de intervenção e análise do entorno. Consulta da
legislação pertinente, gabarito de altura e uso e ocupação do solo, com o
objetivo de obter um diagnóstico a respeito do zoneamento, insolação,
direção dos ventos e topografia.
6. Utilização dos dados coletados para desenvolver soluções de projeto que
se diferem dos modelos usados atualmente pelo mercado.
7. Pesquisa sobre os preceitos do Desenho Universal, com o intuito de
definir as diretrizes projetuais.
8. Para a elaboração do projeto, desenvolver um programa de necessidades
que englobe todos os itens propostos.
6. CRONOGRAMA

Para primeira etapa do Trabalho Final de Graduação segue o planejamento


de datas a serem cumpridas durante o processo de elaboração do mesmo:

 28/09 – Entrega do desenvolvimento do conceito e a importância da


Habitação de Interesse social, levantamento histórico, legislação e
normas técnicas.
 03/10 – Entrega da análise de correlatos com os pontos positivos e
negativos de cada projeto.
 10/10 – Entrega do levantamento do terreno, topografia, insolação,
direção dos ventos, zoneamento e entorno.
 15/11 – Entrega do conceito e partido do projeto, estudos preliminares,
organograma, fluxograma e croquis.
 Após a data de 15/11 até a entrega final no dia 25/11, serão destinados
para a diagramação nas normas da ABNT, correções ortográficas e
gramaticais.
7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA (Município). Constituição (2015).


Lei nº Nº 12.236, de 29 de janeiro de 2015. Uso e A Ocupação do Solo do
Municipio de Londrina. Londrina.

HABITAÇÃO Social: uma questão de Saúde Pública". S.I: Cau-Br, 2020. P&B.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=E7dfO5PZsWA&ab_channel=CAU%2FBR.
Acesso em: 10 set. 2021.

BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: Arquitetura Moderna,


Lei do Inquilinato e Difusão da Casa Própria. 7. ed. Brasil: Estação Liberdade,
2017.

VIGLIECCA, Héctor. O Terceiro Território. Habitação Coletiva e Cidade. Brasil:


Vigliecca & Associados, 2014.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL. Constituição (2005). Lei nº nº


11.124, de 16 de junho de 2005. Dispõe Sobre O Sistema Nacional de
Habitação de Interesse Social – Snhis. Brasil.

LONDRINA, Companhia de Habitação de. História da Cohab. Disponível em:


https://cohabld.londrina.pr.gov.br/index.php/historia-da-cohab. Acesso em: 08 set.
2021.

FEDERAL, Caixa Econômica. Habitação de Interesse Social. Disponível em:


https://www.caixa.gov.br/poder-publico/infraestrutura-saneamento-
mobilidade/habitacao/interesse-social/Paginas/default.aspx. Acesso em: 10 set.
2021.

BRASIL, Instituto de Arquitetos do. Manual para a Implantação da Assistência


Técnica Pública e Gratuita a Famílias de Baixa Renda para Projeto e
Construção de Habitação de Interesse Social. Curitiba: CAU-PR, 2019.

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