Praticas Informacionais
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Praticas Informacionais
Tanus
Janicy Aparecida Pereira Rocha
Ilemar Christina Lansoni Wey Berti
Organizadoras
PRÁTICAS
INFORMACIONAIS
EM DIÁLOGO COM AS
CIÊNCIAS SOCIAIS
E HUMANAS
NYOTA
Gabrielle Francinne de S. C. Tanus
Janicy Aparecida Pereira Rocha
Ilemar Christina Lansoni Wey Berti
Organizadoras
PRÁTICAS INFORMACIONAIS EM
DIÁLOGO COM AS CIÊNCIAS
SOCIAIS E HUMANAS
Florianópolis, SC
Rocha Gráfica e Editora Ltda.
2021
Coordenação do Selo
Franciéle Carneiro Garcês da Silva
Nathália Lima Romeiro
Site: https://www.nyota.com.br/
Grupos de pesquisa
Informação na Sociedade Contemporânea (ISC/UFRN)
Estudos em práticas informacionais e cultura (EPIC/UFMG)
P912
Práticas informacionais em diálogo com as ciências sociais e humanas /
Gabrielle Francinne de S. C. Tanus; Janicy Aparecida Pereira Rocha; Ilemar
Christina Lansoni Wey Berti (Org.). - Florianópolis, SC: Rocha Gráfica e Editora,
2021. (Selo Nyota)
400 p.
Inclui Bibliografia.
É permitido:
Copiar, distribuir, exibir e executar a obra
Criar obras derivadas
Condições:
ATRIBUIÇÃO
Você deve dar o crédito apropriado ao(s) autor(es) ou à(s) autora(s)
de cada capítulo e às pessoas organizadoras da obra.
APRESENTAÇÃO
Gabrielle Francinne de S. C. Tanus
Janicy Aparecida Pereira Rocha
Ilemar Christina Lansoni Wey Berti
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REFERÊNCIAS
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Pierre Bourdieu. São Paulo: Olhos d´água, 2002. cap. 2, p. 112-143.
CAPURRO, R. Epistemología y ciencia de la información. In:
ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 5., 2003, Belo Horizonte. Anais[...] Belo
Horizonte: UFMG, 2003. Disponível em:
http://www.capurro.de/enancib.htm. Acesso em: 04 maio 2021.
COLLINS, R. Quatro tradições sociológicas. Petrópolis, RJ: Vozes,
2009.
IANNI, O. A crise de paradigmas na Sociologia. Revista Crítica de
Ciências Sociais, n. 32, p. 195-2015, jun. 1991.
LALLEMENT, M. História das ideias sociológicas. 2. ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2004.
TANUS G. F. de S. C.; AGUIAR, A. I. S. de. A presença dos autores das
Ciências Sociais e Humanas no campo da Biblioteconomia e da
Ciência da Informação. Logeion: Filosofia da Informação, v. 6, n. 2,
p. 22-39, 24 mar. 2020.
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PREFÁCIO
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suas práticas.
Outro bloco de capítulos abre caminhos para a
operacionalização de conceitos na forma de reflexões sobre
sujeitos e espaços, como o conceito de "não público"
abordado pelo bibliotecário Victor Flusser, inspirado em
Paulo Freire, quando questiona certas ausências de sujeitos
sociais em espaços institucionais, com foco nas bibliotecas
tradicionais e suas possíveis reinvenções, abordagem do
capítulo "Práticas informacionais, usuário e ralé estrutural
como não público: praxiologias restritiva ou receptiva", de
autoria de Rodrigo Rabello. Os sujeitos informacionais no
contexto da sociedade da informação, com inspiração em N.
Roberts, revisitando conceitos e modelos direcionados para a
projeção de ambientes informacionais digitais é objeto do
capítulo intitulado "Abordagens sobre o sujeito informacional
e seus entrelaçamentos com a sociedade da informação", de
Maira Cristina Grigileto, Marta Leandro da Matta e Fernando
Luiz Vechiato. A perspectiva das representações sociais para
a construção de identidades de sujeitos sociais fora das
ambientações mais tradicionais dos estudos da informação é
abordada no capítulo "Práticas informacionais e
representações sociais: a informação na construção da
identidade dos sujeitos informacionais", de Ruleandson
Carmo. Pierre Bourdieu, cujos conceitos associados à
sociologia da cultura e do conhecimento são empregados em
vários capítulos da coletânea, constitui o recurso teórico
principal empregado para jogar luz sobre as práticas
informacionais de pessoas transexuais, em "O uso dos
conceitos campo social, habitus e violência simbólica no
estudo de pessoas transexuais", de autoria de Flávia Virgínia
Melo Pinto. Outra contribuição que se insere neste conjunto
teórico-prático de reflexões em torno das práticas sociais e
culturais da informação é o capítulo "Para sulear as práticas
informacionais: contribuições epistemológicas ameríndias,
africanas e afro-brasileiras ao projeto decolonial", de Juliana
Maria de Siqueira, abordando uma temática presente de
forma recente, porém com força de premência no campo dos
estudos informacionais. Dayanne Prudencio, autora do
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1 INTRODUÇÃO
O ano, 2020. O país, Brasil. O acontecimento, o
eminente contágio pelo vírus COVID-19 (SARS-CoV-2). As
recomendações, uso de máscaras, isolamento social e
higienização constante das mãos com água e sabão ou álcool
70%. Entre as experiências da Pandemia, o cuidado individual
que reverbera no social e as práticas coletivas que formam o
entendimento individual. Nesse contexto, a preservação da
vida, do trabalho, a divergência diante do risco do contágio, a
não aceitação dos fatos por parte da população e de
autoridades governamentais, não obstante as
recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para
evitar a proliferação do vírus, formam parte da experiência e
do conhecimento apreendido na ocorrência da Pandemia no
Brasil.
A experiência vivida pelos cidadãos brasileiros no
enfrentamento da Pandemia é exemplo de um
acontecimento que se estende em 2021, marcada por
conflitos individuais, culturais, econômicos e políticos. Como
cada cidadão vive na Pandemia da COVID-19 e segue as
recomendações de segurança sanitária, envolve
circunstâncias pessoais, coletivas e o conhecimento formado
na partilha da experiência humana. Nesse sentido, o exemplo
ajuda a compreender que estudos de práticas
informacionais são investigações sobre como se formam as
ações dos sujeitos envolvidos nas diferentes experiências
2Esse texto parte dos resultados da pesquisa que está sendo realizada no
estágio de Pós-doutorado. A autora agradece à CAPES (PNPD) e ao PPGCI-
UEL pelo incentivo e subsídio às suas pesquisas.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitas são as experiências dos sujeitos, por exemplo, no
contexto da Pandemia. Cada qual guiado por um conjunto de
valores que os identificam a determinados grupos sociais e
formas de pensar. Contudo, ao mesmo tempo que os sujeitos
e os grupos se constituem de múltiplas formas, ligam-se e
desligam-se a tantos outros fatores, como econômicos,
culturais e pessoais, com desdobramentos como: o tipo de
trabalho que exercem, se tem ou não religião, partido político
e o atual estado de saúde. Essas são particularidades
consideradas em pesquisas sobre fenômenos informacionais,
envolvem processos sociais, cognitivos e comunicacionais que
precisam ser levados em conta para se compreender os
valores que formaram a ideia por detrás das ações dos
sujeitos. São configurações que se atravessam e se
apresentam em práticas, meios, recursos e linguagens em
uma expansão indefinida para determinados fins.
Busca-se compreender os sujeitos, suas interações e
negociações reflexivas no processo de significação da
informação por meio das investigações de práticas
informacionais – desenvolvidas pela abordagem social,
envolvendo um movimento de construção de valor que se liga
na ordem da antecipação, ação e proposição em um
continuum. Nessa acepção, a discussão sobre o valor da
experiência à formação do conhecimento, teve como objetivo
destacar a necessidade de aproximação dos sujeitos
envolvidos nas pesquisas para o exercício analítico das
práticas informacionais, procurando o valor das ações, nas
vivências, nas contradições e nos elementos que os motivam
a agir de uma determinada maneira. Para tanto, faz-se
necessário se embrenhar em aspectos transversais da vida
cotidiana e das ocorrências presentes nos fatos das
investigações.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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4 Essa discussão fecunda sobre a práxis pode ser conferida também nos
autores: Theodor W. Adorno, Friedrich Pollock, Rosa Luxemburgo, Richard
J. Bernstein, Ira J. Cohen, Anthony Giddens, Pierre Bourdieu, Paulo Freire,
entre outros.
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1 INTRODUÇÃO
Comumente, na Biblioteconomia e Ciência da
Informação, o sujeito que estabelece contato com a
informação (ou que potencialmente pode vir a fazê-lo) é
denominado usuário da informação, tornando-se sujeito de
pesquisa da subárea estudo de usuários. Araújo (2013) alerta
que, nos últimos anos, ampliações nessa subárea
demandaram abordagens de pesquisa que integrassem o
caráter individual e coletivo das ações dos usuários e o
entendimento destes como inseridos em contexto. Essas
ampliações marcam o percurso histórico da subárea,
caracterizado pela transformação do usuário passivo em
sujeito social ativo que interage com a informação,
construindo-a coletivamente e sendo, também, por ela
construído.
Tal percurso, geralmente, é descrito a partir de três
abordagens de estudo: tradicional, alternativa e sociocultural.
O foco dos estudos pertencentes à abordagem tradicional
volta-se para o planejamento e a melhoria dos sistemas de
informação, a partir da identificação de padrões de uso,
geralmente com uma abordagem quantitativa. O foco dos
estudos vinculados à abordagem alternativa desloca-se dos
sistemas para os usuários, sendo conduzidos de forma
qualitativa, muitas vezes sob a perspectiva do
5ELLIS, Nick C. Essentials of a theory of language cognition. The Modern
Language Journal, v. 103, p. 39-60, 2019.
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3 COGNIÇÃO DISTRIBUÍDA
A década de 1980 demarca a proposição das bases
teóricas da Cognição Distribuída pelo antropólogo cognitivo
Edwin Hutchins e outros pesquisadores da Universidade da
Califórnia. Apesar disso, na primeira metade do século XX
seus elementos basilares já se despontavam em trabalhos de
autores como o alemão Wilhelm Wundt; o polonês Hugo
Münsterberg; o bielo-russo Lev Vygotsky e os soviéticos
Alexei Leontiev e Alexander Luria, entre outros (COLE;
ENGESTRÖM, 1993). Tais bases teóricas condizem, ainda, com
ideias de autores como Geertz (1989) e Bruner (1987), para os
quais a atividade mental se inter-relaciona com aspectos
físicos e socioculturais dos ambientes nos quais o sujeito se
insere, estando os processos cognitivos distribuídos entre os
vários componentes de um grupo que atua ao longo do tempo
em busca de objetivos comuns.
A partir de sucessivas publicações sobre seu uso em
estudos empíricos com objetos diversos (HUTCHINS, 1995;
NEMETH et al., 2004, 2006; NERSESSIAN, 2005; VAN GINKEL;
VAN KNIPPENBERG, 2012), a Cognição Distribuída tem se
mostrado como uma alternativa profícua à visão tradicional
das teorias cognitivas, quando o intuito é estudar a
informação e o conhecimento a partir da colaboração entre
pessoas e objetos atuando em contexto, extrapolando os
processos cognitivos circunscritos em mentes individuais,
isoladas do contexto. Para Hutchins (1995, p. 13), a atividade
cognitiva deve ser analisada em contexto, sendo este mais
que um conjunto fixo de condições do entorno; pelo
contrário, ele é “[...] um processo dinâmico mais amplo do qual
a cognição de um indivíduo é apenas uma parte”.
Assim, os pressupostos dessa teoria defendem que a
cognição, além de ser um fenômeno distribuído entre dois ou
mais sujeitos, também o é entre esses sujeitos, ambientes e
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4 ETNOGRAFIA COGNITIVA
Fundamental para a Antropologia, a etnografia tem sido
adotada por outras áreas do conhecimento como método,
como uma das formas de se apreender práticas em contexto.
Originalmente, mais que apenas “ir a campo”, o método
etnográfico é composto por três fases: (i) um mergulho nas
teorias e interpretações disponíveis sobre o objeto de estudo;
(ii) um longo tempo vivendo entre nativos e (iii) a escrita, por
meio da qual se ordena o vivido em campo (URIARTE, 2012).
São muitas as definições e entendimentos acerca da
etnografia dita prototípica por Ball e Ormerod (2000): um
método complexo, de relação intrínseca com a disciplina
antropológica, considerado como a forma mais tradicional, o
protótipo a partir do qual variantes menos típicas podem
surgir. Para os autores, se por um lado, a etnografia
prototípica não é passível de adoção em todos os trabalhos;
por outro, variações que se distanciem substancialmente do
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Pesquisador e
Etnografia Cultura Comunidades Mapa cultural
participantes
Sistemas Descrição e
Etnografia Processos
Pesquisador cognitivos interpretação
cognitiva cognitivos
distribuídos de processos
5 CONSIDERAÇÕES POSSÍVEIS
As práticas informacionais, como afirma Isah (2012), se
constituem em contexto, em relações dialéticas entre
pessoas e ambiente. O espaço físico e o arranjo de artefatos
cognitivos são configurações materiais nas quais – e por meio
das quais – as práticas informacionais se constituem e são
propagadas a partir de interações sociais ao longo do tempo.
Cada ambiente é, nas palavras de Hutchins (1995), um sistema
funcional montado oportunamente pelos seus integrantes.
Artefatos organizados pela similaridade, pela proximidade
física, pela sequência de uso, ou por diversas outras formas,
refletem o “uso inteligente do espaço físico” (KIRSH, 1995).
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A CONTRIBUIÇÃO DA PERSPECTIVA
PRAXIOLÓGICA PARA OS ESTUDOS DE
USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
Carlos Alberto Ávila Araújo
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste texto é apresentar a perspectiva
praxiológica enquanto uma forma específica de se pensar os
sujeitos e suas relações com o mundo e o conhecimento e, a
partir dessa apresentação, identificar algumas de suas
potencialidades para o campo de estudos sobre os usuários
de informação. A perspectiva praxiológica tratada neste texto
é aquela desenvolvida por Louis Quéré (1991) para o campo
da comunicação. O campo de estudos de usuários é
apresentado a partir de uma interpretação já consolidada e
muito divulgada, que entende o desenvolvimento do campo a
partir de três modelos de estudo, que acompanham os
grandes modelos de estudo da área de ciência da informação
como um todo.
O texto se estrutura em três momentos. Inicialmente, é
apresentada a proposta teórica de Quéré. A seguir, analisa-se
a sua pertinência para o campo informacional. Por fim, aplica-
se a sua conceituação para a discussão do campo de estudos
de usuários da informação, em basicamente dois movimentos.
O primeiro é o de aproximar o chamado modelo
representacionista das abordagens tradicional e cognitiva de
estudos de usuários da informação. O segundo é evidenciar
elementos do modelo praxiológico que podem alargar e
potencializar a análise dos usuários a partir de um outro
modelo conceitual.
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(CAPURRO, 1991 apud ROBREDO, 2003, p.
64).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A discussão apresentada neste texto se estruturou em
torno da aplicação das ideias de Quéré sobre os modelos
epistemológico e praxiológico para o estudo da informação e,
especificamente, para o estudo de estudo de práticas
informacionais. O objetivo foi tornar mais explícitas as
orientações conceituais que suportam os estudos de práticas
informacionais, mostrando, a partir da concepção de
subjetividade, objetividade, conhecimento e linguagem,
como podem se apontar as limitações de modelos de estudo
muito restritos e se construírem, em contrapartida, modelos
mais sensíveis à complexidade que caracteriza as relações das
pessoas com a informação.
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1 INTRODUÇÃO
O presente capítulo pretende abordar e refletir sobre
desafios para a realização de pesquisas sobre práticas
informacionais, considerando grupos caracterizados pela
desigualdade e invisibilidade social. Há aqui o interesse de
problematizar pressupostos teóricos que restringem ou
podem limitar a ação investigativa e/ou de atuação
profissional, bem como apresentar alternativas teóricas
receptivas de sujeitos e suas práticas, em abordagens
agregadoras.
As ciências da informação e da documentação – dentre
as quais biblioteconomia, arquivologia, museologia,
documentação, ciência da informação, cada qual com sua
particularidade – tendem a considerar, em seu quadro teórico,
sujeitos que, por suas características sociais, culturais e
econômicas, adquirem visibilidade e proeminência como
público de interesse.
O público é composto por sujeitos denominados
usuários de informação. Estes podem ser pensados em ao
menos duas dimensões interdependentes. A primeira tocante
à definição constitutiva do usuário de informação e a
segunda, como parte daquela, relativa à instituição onde se
realizam práticas. Ambas as dimensões são, portanto,
relevantes para demarcar o sujeito como usuário e o espaço
de atuação e intervenção.
As ciências da informação e da documentação tendem a
focar um tipo de espaço em particular para, a partir deste,
definir os sujeitos que com ele se relaciona. Esses espaços são
as instituições de mediação da informação ou unidades de
informação, que podem se configurar como bibliotecas,
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pesquisas sobre práticas informacionais têm
apresentado abordagens teórico-metodológicas profícuas
para o alargamento do alcance praxiológico.
A expressão “estudo de usuários” – quando pensada em
contextos tradicionais das unidades de informação – tende a
condicionar a investigação em uma praxiologia restritiva. Isso
porque a acepção de usuário de informação, naquele
contexto, carrega determinantes conceituais que induzem a
desconsiderar, p. ex., a questão social da ralé estrutural como
não-público.
A praxiologia restrita ao usuário (real ou potencial) de
uma unidade de informação tradicional pressupõe que o
sujeito estudado somente o será por trazer consigo atributos
os quais, por vezes, estão expressos em capitais acumulados
e valorados socialmente. O pesquisador e/ou o profissional,
nesse cenário, estuda as práticas no sentido de atuar para o
sistema de mediação ou para o sujeito a quem a informação
ou a “cultura do passado” será mediada.
A praxiologia receptiva – de sujeitos e práticas diversas
– igualmente contribui com o campo das ciências da
informação e da documentação, mas podendo considerar
distintos estratos e contextos sociais. Ela o faz tanto em
termos de ciência básica ou fundamental – para compreender
o fenômeno, mas sem a necessária intenção de aplicação –,
como para fundamentar e/ou subsidiar a aplicação em
instituições e unidades de informação.
Neste último caso, pesquisador e/ou profissional
pode(m) investigar as práticas com vistas a atuar não apenas
para, mas também com a comunidade. Nessa direção, há a
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APÊNDICE
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1 INTRODUÇÃO
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC),
sendo um dos componentes da sociedade da informação, são
preocupações inerentes no tocante aos fluxos e ao
processamento da informação desde a gênese da Ciência da
Informação na década de 1960.
Mais recentemente, Zins (2007, p. 339, tradução nossa),
aborda que a Ciência da Informação “[...] é o estudo de
perspectivas mediadoras do conhecimento humano
universal”, sendo que essas perspectivas abarcam aspectos
cognitivos, sociais e tecnológicos, fatores que devem ser
considerados no projeto de sistemas de informação e na
elaboração de produtos, de recursos e de serviços de
informação no contexto dos ambientes informacionais
analógicos e digitais.
Diante deste cenário, torna-se imprescindível articular
discursos com vistas ao entendimento das interlocuções
teóricas e práticas que permeiam a interação da sociedade
contemporânea com o desenvolvimento tecnológico, mais
especificamente das inter-relações entre as abordagens
sobre os sujeitos informacionais e a sociedade da informação
no âmbito da Ciência da Informação.
Grigoleto (2018), com a proposta de desnaturalizar as
concepções de sujeito informacional, menciona alguns
aspectos para melhor compreendê-lo, trazendo uma reflexão
a partir dos pressupostos da sociedade da informação, de
modo a considerar determinadas alocações,
institucionalidades e historicidades. A autora desenvolve essa
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando as escolhas teóricas e epistemológicas
para o desenvolvimento deste capítulo, torna-se possível
compreender que o projeto de sistemas de informação e a
elaboração de produtos, de recursos e de serviços de
informação se pauta epistemologicamente na convergência
dos aspectos mediadores (cognitivos, sociais e tecnológicos),
e a partir de perspectivas teórico-metodológicas que se
desenham na interdisciplinaridade da Ciência da Informação
com outros campos de conhecimento.
As mediações realizadas no âmbito das bibliotecas,
arquivos, ambientes informacionais digitais, entre outros,
podem se embasar em uma das seguintes abordagens -
tradicional, alternativa e social -, conforme os objetivos
delineados na pesquisa.
A contribuição fenomenológica da Teoria da
Intencionalidade converge com as reflexões anteriormente
apresentadas a partir de Foucault (2011), Roberts (1982),
Araújo (2013) e González de Gómez e Rabello (2017),
considerando a importância do enfoque nos sujeitos
informacionais e nos contextos sociais nos quais se inserem
em todas as ações mediadas para eles.
Com base nas reflexões apresentadas, há um caminho
profícuo para a abordagem social dos sujeitos informacionais
no contexto da pesquisa e da prática na Ciência da
Informação. Todavia, se faz necessário o preenchimento de
algumas lacunas em discursos e reflexões futuras, tais como:
Aprofundamento teórico e prático das questões
que concernem o crescimento da informação em
ambientes colaborativos em relação ao
empoderamento dos sujeitos informacionais na
produção de discursos, considerando o contexto
atual de compartilhamento de fake news;
Investigação mais consistente em relação a de
que modo as práticas informacionais estão
sendo conduzidas na prática da atuação dos
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REFERÊNCIAS
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PRÁTICAS INFORMACIONAIS E
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: A INFORMAÇÃO
NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOS
SUJEITOS INFORMACIONAIS
Ruleandson do Carmo Cruz
1 PARA COMEÇAR
Contemporaneidade rotineira. O sono termina. Os olhos
se entreabrem. Mais um dia se inicia. Antes de sequer se
levantar da cama, a primeira coisa feita é: pegar o celular
inteligente, desbloquear a tela e conferir as novas conversas
e notícias recebidas no mensageiro instantâneo instalado no
celular. Em geral, é o WhatsApp. Depois, checar as postagens
dos amigos e colegas nas redes sociais, comumente, o
Instagram e o Facebook (cada vez mais o primeiro do que o
segundo). Ao longo do dia, mais conferências da tela e mais
tempo ocupado se comunicando, informando e sendo
informado (a qualidade e a veracidade das informações
trocadas é papo para outra vez...).
Era diferente antes? Hoje, temos algumas situações.
“Ah, a minha colega de trabalho viajou com a esposa e posta
mil fotos no Instagram para mostrar a todo mundo a viagem,
para aparecer”. “O filho drag queen da vizinha passou no
vestibular e ela já postou três vezes a matrícula dele no
Facebook. Tá se achando”. “Nossa, o meu primo começou a
namorar e só posta foto do namorado o dia todo no status do
WhatsApp, quer que todo mundo veja que ele está
namorando”. “Meu professor fica o dia inteiro postando
análises políticas nas redes sociais”.
E antes do advento da Internet? Segure um pouco a
resposta. O convite é para que você, junto comigo, pense um
pouco, por meio dos caracteres a seguir, sobre como a
informação criada e compartilhada integra a rotina dos
sujeitos. As questões-chave aqui, nesta revisão teórica de
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a) práticas informacionais;
b) representações sociais;
c) representação do eu (fachada);
d) sujeito informacional.
2 PARA FUNDAMENTAR
Cada sujeito que acessa a um aplicativo e/ou site
voltado à formação de redes sociais (CRUZ, 2010) está
envolvido em uma prática informacional ou em várias práticas
informacionais. A ideia de prática informacional pode ser
entendida enquanto um conceito pertencente à abordagem
ou perspectiva social da Ciência da Informação – CI.
Abordagem à qual a presente reflexão social e teórica
também se afilia.
Pode se definir prática informacional enquanto um
foco, em um estudo científico, na relação dos sujeitos com a
informação, pois a prática informacional: “adota como papel
central os aspectos sociais e culturais, enquanto fatores
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3 PARA PLANEJAR
Este texto se caracteriza enquanto reflexão social e
teórica, ancorada no campo científico da comunicação e
informação, acerca do compartilhamento de informações
cotidianas dos sujeitos em aplicativos e sites voltados à
formação de redes sociais virtuais, como WhatsApp, Instagram
e Facebook. O objetivo é o de refletir sobre o papel da
informação na construção da identidade dos sujeitos
informacionais, tendo como bases as ideias de práticas
informacionais, de representações sociais, de representação
do eu, e de sujeito informacional.
Como dito inicialmente, busca-se, aqui, trazer uma base
conceitual-teórica a pesquisadores do campo científico
anteriormente referenciado. Para isso, seguiu-se as seguintes
etapas:
4 PARA DIZER
Para começar este texto, a pergunta foi (não
exatamente com as palavras seguintes, mas, na essência): a
relação dos sujeitos com a publicização da informação, em
diversos formatos, sobre a vida pessoal, era diferente antes
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5 PARA FINALIZAR
Compartilhar informações acerca da própria vida parece
sempre ter sido um hábito dos sujeitos, que, ao que tudo
indica, sempre encontraram formas de dizer aos outros o que
sentiam, o que faziam, aonde iam, com quem iam, quem
amavam, quem odiavam etc. (das histórias contadas nas
pinturas rupestres nas paredes das cavernas aos stories do
Instagram).
O que, agora, a ciência, em especial a da Informação, e
as universidades podem (e devem) fazer, além de somar mais
estudos que quantifiquem e qualifiquem práticas de
informação em espaço virtuais, é atuar para:
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1 INTRODUÇÃO
Em julho de 2020, Elon Musk, um dos homens mais ricos
do mundo, chocou milhares de usuários do Twitter ao afirmar
nesta rede social: “daremos golpe onde quisermos-lidem com
isso!”. Tratava-se de uma resposta a um internauta que
acusava os EUA de organizarem um golpe contra o presidente
Evo Morales na Bolívia para beneficiar grandes capitalistas
que, tais como Musk, há muito cobiçam as abundantes
reservas de lítio do país. Embora tenha surpreendido por
tamanha ousadia, a fala de Musk ressoou como a evidência
cínica de um fato recorrente na história dos países da América
Latina: as intervenções e violações sistemáticas nos
territórios, governos e populações que perpetuam e renovam
o projeto colonial/imperialista europeu e, principalmente,
norte-americano na região.
Se, durante o período colonial, estas intervenções se
expressaram pela pilhagem dos recursos naturais, pela
escravização do trabalho a partir da ideia forjada de raça
(QUIJANO, 2000), pela imposição de um padrão cognitivo que
buscou deslegitimar o conhecimento e as subjetividades das
populações não-europeias, no pós-colonial, elas foram se
reinventando, impedindo que a estrutura de poder colonial se
alterasse significativamente. Uma destas formas de
prosseguimento do projeto colonial na América Latina são os
golpes a que se referiu Musk, um modo histórico de
intervenção nos Estados mobilizada, na maioria das vezes,
pela aliança entre diferentes setores da burguesia nacional,
capital internacional, forças militares e políticas internas e
externas e que ganha diferentes e sofisticadas nuanças com a
emergência das “sociedades da informação”.
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2 PRÁTICAS INFORMACIONAIS
A Ciência da Informação brasileira tem produzido nos
últimos anos contribuições importantes para a formulação e
aplicação do conceito de práticas informacionais (ALVES;
BRASILEIRO; CÔRTES; MELO, 2020; ARAÚJO, 2017; ROCHA,
GANDRA, ROCHA, 2017), categoria que ampliou
fundamentalmente o entendimento teórico-prático acerca
dos usos, dos comportamentos e das necessidades
informacionais.
A emergência do conceito de prática informacional está
diretamente relacionada à retomada da ideia de práxis em
que a percepção sobre a ação e o produto da ação são
indissociáveis (ARAÚJO, 2017). O trabalho de Savolainen
(1995) é um marco histórico importante para a consolidação
da ideia no campo dos estudos informacionais, na medida em
que propõe a “complementaridade entre as instâncias
individuais e as sociais, isto é, busca ver tanto o caráter ativo
dos sujeitos como também as determinações que incidem
sobre eles” (ARAÚJO, 2017, p. 228). A ideia de prática
informacional, neste sentido, opera com a superação
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É preciso lembrar que a informação sempre se constituiu como um
recurso de grande relevância tanto na produção de inovações para a guerra
quanto para viabilização de campanhas militares (através das operações de
informação). O que haveria de distinto é que a informação passa a viabilizar
uma forma de guerra que ultrapassa o meio militar e é operada no espectro
social de forma multidimensional, não linear e ambígua, trabalhando com o
espaço tanto físico quanto virtual e desvanecendo a separação entre guerra
e paz, civil e militar.
23 O termo decepção está relacionado a uma “estratégia específica, que visa
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sistema global ver FIORI, J.L. O poder americano. Petrópolis: Vozes, 2007.
25 Operações psicológicas podem ser compreendidas, de maneira geral,
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A perspectiva teórico-metodológica das práticas
informacionais, ao ultrapassar a noção de comportamento
informacional, abre caminhos para uma apreensão mais
aproximada dos modos a partir dos quais indivíduos e
coletividades lidam com a informação em diferentes
contextos. Ela destaca serem estes modos tanto modulados
por fatores e elementos de caráter subjetivo-cognitivo,
linguístico e cultural, quanto por determinações históricas,
contextuais e conjunturais- econômicas, geopolíticas que
atravessam, configurando, formas particulares por meio das
quais se realizam as práticas de produzir, compartilhar,
disputar, negociar e apropriar informações e conhecimentos.
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1 INTRODUÇÃO
Este capítulo é fruto de uma dissertação de mestrado
defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência
da Informação da Universidade Federal do Ceará (CARVALHO,
2020), que teve como objeto as práticas informacionais dos
fãs de As Crônicas de Gelo e Fogo27. Todavia, no presente
texto, o foco se dirige apenas à discussão acerca do modelo
adotado, à época, para a análise dos dados – a saber, o Modelo
de Práticas Informacionais em Comunidades Digitais
proposto por Mary Ann Harlan. Nesse sentido, o objetivo
perscrutado aqui é a exploração do referido modelo e de suas
categorias, tendo como finalidade principal contribuir para o
avanço de pesquisas sobre a temática no campo da Ciência da
Informação (CI).
A abordagem orientada ao estudo das práticas
informacionais reforça uma espécie de virada sociológica nas
pesquisas de uso da informação – especialmente se
comparada ao conceito de comportamento informacional,
frequentemente investigado sob uma ótica cognitivista
(TALJA, 2006). Grosso modo, conceitua-se práticas
informacionais como todas as formas adotadas pelos sujeitos
na busca, uso e compartilhamento de informações,
destacando-se sempre a importância do contexto social para
o empreendimento dessas ações. Tal conceito ambiciona dar
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As interlocuções teóricas propostas neste capítulo
amparam as relações entre sujeito, informação e contexto. Os
estudos sobre essas relações vêm se consolidando no campo
dos estudos de usuários, através do conceito de práticas
informacionais, que visa o estudo de todas as ações
empreendidas pelo sujeito no tocante à informação. Mais do
que tudo, a noção de práticas informacionais tem
possibilitado o desenvolvimento de uma abordagem que foca
em ações de informação para além do âmbito profissional e
acadêmico.
Nesse sentido, práticas informacionais envolvem as
atividades desenvolvidas pelo indivíduo no processo de
busca, criação, uso e compartilhamento da informação, a
partir de uma situação específica. Como principal
contribuição à Ciência da Informação, percebe-se que o
estudo das práticas informacionais fortalece o
desenvolvimento de um enfoque apoiado essencialmente em
aspectos sociais e culturais. Nesse sentido, reconhece o
caráter múltiplo da informação na vida dos indivíduos.
Os diferentes modelos existentes no campo das
práticas informacionais têm em comum, por conseguinte, a
tentativa de compreensão das ações de informação no
tocante a vários aspectos do cotidiano dos indivíduos. O
modelo debatido aqui foi concebido por Mary Ann Harlan e
adotado pela autora para analisar os processos
informacionais de adolescentes criadores de conteúdo ao
comporem comunidades digitais. Espera-se, portanto,
contribuir com este capítulo na difusão do referido modelo,
que lida com um cenário cada vez mais desafiador ao campo
da Ciência da Informação, especialmente no campo dos
estudos de usuários.
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1 INTRODUÇÃO
A fotografia, enquanto representação e testemunho
dos acontecimentos cotidianos, passou por duas
transformações marcantes na sua história pregressa. Na
década de 1990, temos a primeira transformação da
fotografia: a sua digitalização. De objeto icônico para uma
imagem fluida, resultando na primeira transição digital.
A segunda transformação é, talvez, a maior revolução
que a fotografia vivenciou até o momento, certamente
haverá outras, é a fotografia que nasce em conexão com as
mídias sociais. Da aliança entre o smartphone e o acesso à
internet banda larga, temos, então, uma ferramenta
conectada que pode capturar e registrar um momento
cotidiano qualquer, e isso permite que possamos enviar ou
compartilhar essa fotografia instantaneamente com as
pessoas em diferentes partes do globo, passando, então, para
uma “fotografia conectada”28.
O fato é que, “favorecida pelas ferramentas conectadas
e pelas redes sociais, a segunda transformação da fotografia
digital é a do uso conversacional da imagem.” (GUNTHERT,
2014, on-line, tradução e grifo nosso). Compreendemos aqui
“uso conversacional” (do francês, conversationnels) também
no sentido de uso interativo, comunicativo, participativo.
As mídias digitais ou mídias sociais são comunicações
on-line em que os sujeitos mudam de forma fluida e flexível
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palavra usuário aqui é empregada para demarcar mais esse papel de uso.
Logo, o sujeito não deixa de ser usuário de sistemas, mas a visão das
práticas informacionais é mais ampliada, não é o mesmo dos estudos de
usuários.
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9 REFLEXÕES FINAIS
As práticas informacionais dentro deste contexto do
uso da fotográfica conectada podem ser relativas aos
clássicos processos de formulação de necessidades,
comportamentos de busca, procura e uso de informação. No
entanto, vão além, pois as pessoas usam a fotografia
conectada também por curiosidade, entretenimento, por
ligação afetiva, expressar emoções, só para citar alguns. Ou
seja, a interação entre os sujeitos e o valor social que resulta
dessas interações são questões primordiais.
A razão está no fato de que as mídias sociais estão no
cotidiano da grande maioria das pessoas, e as atividades que
elas exercem no interior desse contexto fornecem um volume
e uma variedade crescente de matéria-prima para as
pesquisas sobre os usos. Poderíamos, então, pensar em
“práticas visuais”, como sugestão de estudos futuros.
Em suma e à guisa de conclusões deste capítulo,
entendemos que o uso da fotografia conectada pela
perspectiva das práticas informacionais, presente nas
atividades cotidianas, indica que estamos entrando para uma
nova cultura de interpretação, conversação e apropriação da
imagem. Mas do que se trata, afinal? Não se trata somente do
uso da fotografia conectada, mas aprendemos um novo
idioma, o da fotografia e seus usos em contexto. Um novo
cotidiano, investido de intensa prática fotográfica, uma
câmera universal, onde o sujeito não existe sem a opinião do
outro, mergulhado em um dilúvio de imagens que o conduz
ou o arrasta para uma mudança de mundo, onde a fotografia
fixa coisas, isto é, movemo-nos para um mundo onde as
imagens mudam de forma constante e fluida. Fotografias
efêmeras, acompanhadas da intencionalidade e da
necessidade de provocar a interação, a curtida – o like, uma
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1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo, objetivamos refletir sobre a
incorporação de conceitos elaborados pelo sociólogo francês
Pierre Bourdieu na concepção teórico-metodológica de
pesquisas sobre práticas informacionais de pessoas
transexuais, relacionadas às demandas consequentes dos
conflitos vividos por esta população com o gênero designado
no nascimento.
Em meados da década de 1990, Frohmann (1995, p. 21,
tradução nossa), influenciado pelas suas leituras de Michel
Foucault, afirmou a urgência dos estudos sobre políticas de
informação captarem a maneira como o poder agia “nas
relações sociais mediadas pela informação”31, como
determinados grupos mantinham sua hegemonia e “como
específicas formas de dominação – especialmente as de raça,
classe, sexo e gênero – estão implicadas no exercício do poder
sobre a informação”32. Para chegarmos à essência dos
fenômenos informacionais, o pesquisador não poderia mais
se limitar às questões instrumentais da produção,
organização, acesso e disseminação de informações como se
fossem processos neutros.
Nesse contexto, alguns pesquisadores passaram a usar
o conceito “práticas informacionais”, incorporando
perspectivas teórico-metodológicas das Ciências Sociais.
Devido às variadas formas de estudos que foram
denominados como práticas informacionais, Savolainen
(2007) acabou por defini-lo como um conceito guarda-chuva.
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2 A ASSIMILAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA
CONFORMAÇÃO DO HABITUS DE GÊNERO
As informações que influenciam a nossa forma de ver o
mundo são gestadas em comunidade sob um modelamento
social garantido pela família, a escola, a religião, os meios de
comunicação, o sistema jurídico e os governos. Trata-se de
mecanismos de validação de informações sobre nossos
corpos e comportamentos conforme as relações sociais
estabelecidas num dado período histórico. Essas relações
sociais são a forma como os indivíduos se organizam em
sociedade, como estabelecem relações de trabalho e
desenvolvem os elementos da cultura.
No entanto, os sujeitos não assimilam passivamente
essas informações. Eles reproduzem concepções e modos de
vida, mas também os questionam e os transformam. Para
Vigotski (2007), o sujeito produz sentido e significado na sua
relação com o mundo. Ele não recebe passivamente
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A teoria praxiológica fornece instrumentos para se
descrever e analisar as práticas informacionais de qualquer
grupo, considerando a relação entre subjetividades e a
sociedade. Dada a complexidade da organização social, é
necessário compreender a conformação dos campos nos
quais atuam os agentes, conforme seus interesses que são
engendrados a partir da relação entre o habitus e a situação
vivida.
Nessa perspectiva, não é possível formularmos um
modelo de práticas informacionais que possa ser replicado e
testado em diferentes grupos sociais, em diferentes
contextos. É necessário compreender qual o campo social que
se está observando e como os agentes se organizam nesse
campo a partir da conformação de seu habitus. Para tanto, não
se pode limitar o olhar às relações intersubjetivas, mas
considerá-las num contexto sócio-histórico, o que significa
buscar suas origens históricas e não limitar a análise ao
fenômeno mais imediato, àquilo que é observado por meio do
instrumento metodológico escolhido (entrevista, observação,
grupo focal etc.).
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1 INTRODUÇÃO
Para iniciar nossa “conversa”, vou partir da evocação de
três situações bastante distintas entre si, algumas mais
próximas e outras mais distantes do cotidiano do leitor.
Situação 1: Em decorrência da pandemia causada pela
COVID-19, as escolas públicas, de diversos níveis de ensino,
impossibilitadas de manter as aulas e outras atividades
presenciais, empenham-se num esforço enorme de produzir
conteúdos digitais e estruturar um sistema de comunicação à
distância entre docentes e discentes, envolvendo distribuição
de equipamentos e chips, bem como treinamentos para sua
utilização;
Situação 2: em pleno contexto da pandemia, a difusão e
divulgação de informações sobre medidas de saúde pública –
uso de máscaras, distanciamento social, ações a serem
tomadas diante de determinados sintomas – tornam-se
fundamentais e estratégicas, e passam a ser disseminadas
pelos dispositivos conectados às redes sociais. Por outro lado,
esses mesmos dispositivos e redes, também são responsáveis
pela disseminação de boatos, discursos de ódio e fake news
que prejudicam o combate à doença, além de gerarem um
ambiente de confrontação política e cultural, extremamente
negativo no atual contexto de tentativa de conjugação de
esforços para o controle da pandemia;
Situação 3: O movimento negro produz documentos
históricos – jornais, livros, fotografias, adesivos, cartazes e
outros formatos documentais – há muitas décadas. Trata-se,
infelizmente, de um conhecimento pouco difundido,
insuficientemente organizado e disponível em acervos (fruto
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vida cotidiana.
A diferença entre a interação mediada e a interação
mediada on-line não reside em um caráter dialógico-
interativo ou no meio utilizado (dispositivos digitais ou
mesmo outras mídias, no caso da interação mediada, que
pode contemplar até o tradicional papel-e-caneta), “mas sim
na orientação para a ação: a interação mediada é orientada
para um outro específico, isto é, entre dois pontos, enquanto
a interação on-line mediada é orientada para uma pluralidade
de outros distantes, ou seja, é aberta” (THOMPSON, 2018, p.
25). Desse modo, usar o e-mail para a comunicação com um
outro específico é uma forma de interação mediada, não
muito diferente de escrever uma carta, distinguindo-se
apenas na extensão tempo-espaço (a segunda é muito mais
lenta). Já postar uma mensagem no Facebook ou no Twitter,
assim como um vídeo no YouTube, que estão disponíveis para
serem vistos, respondidos, comentados, compartilhados etc.
por uma pluralidade de outros indivíduos implica em
propriedades de interação muito distintas.
As mudanças nas formas de interação e as novas
potencialidades abertas pelas características das TIC também
irão trazer mudanças e novas perspectivas para as ações de
mediação, chegando, no limite, a proposições como a de
“desintermediação”. O desenvolvimento de serviços e
produtos informacionais cada vez mais sofisticados e,
simultaneamente, de um uso relativamente fácil por parte
dos indivíduos constitui o contexto que possibilita a
elaboração de um conceito como o de desintermediação. Este
contexto envolve o desenvolvimento de grandes mecanismos
de busca baseados em algoritmos, do qual o Google, surgido
em 1998, se tornou o caso exemplar. Seu algoritmo de busca,
o PageRank, adotou como modelo os procedimentos de
citação acadêmica para aferição da “importância” das páginas
da internet. No cenário contemporâneo dos fluxos de
informação, atribui-se ao Google e seus correlatos o alegado
papel de “guias” precisos e seguros possibilitando aos
indivíduos, por meio da “desintermediação”, o acesso direto à
informação e ao conhecimento. Este tipo de visão colaborou
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36 Não iremos explorar esta linha de reflexão neste texto, mas vale
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REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
Notória é a contribuição da Ciência da Informação aos
estudos que abarcam a informação no âmago da sociedade e
as relações estabelecidas com tal informação pelos sujeitos
informacionais. Nesse contexto, há tempos a Ciência da
informação procura compreender esse processo de relação
entre sujeitos e informação em uma sociedade permeada por
elementos socioculturais divergentes. Em decorrência,
imbricada nos processos de práticas sociais, a ideia de
emancipação, de acordo com Felício (2010), pode ser
compreendida como um processo histórico, ideológico
educativo e formativo em que possa se atingir, de forma cada
vez mais independente e complexa, posturas políticas,
econômicas e culturais que permitam a desalienação
provocada por um estado de estagnação do processo de
divisão do trabalho.
Neste texto, emancipação humana é tratada enquanto
categoria e vem de um recorte específico da abordagem de
Freire (2005), passando por seu papel nas perspectivas
filosóficas e privilegiando a tradição de estudar a necessidade
dos atores sociais se mostrarem esclarecidos, mas, de forma
efetiva, em valores humanistas e de transformação social.
Considerando os atores sociais como sujeitos históricos, o
autor explica que os sujeitos oprimidos e desfavorecidos,
diante de uma organização coletiva e da desnaturalização de
fatores da realidade, têm a possibilidade de modificar seu
ambiente incidindo no concreto para uma libertação da
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A categoria emancipação humana direciona o olhar aos
cenários de mediação cultural da informação e das práticas
informacionais que circundam a realidade humana, o que
coaduna com a perspectiva de protagonismo social proposta
por Gomes e Cortês (2020, p. 121), ao afirmarem que este é
social e
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REFERÊNCIAS
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O PENSAMENTO DE BOAVENTURA DE
SOUSA SANTOS: CONTRIBUIÇÕES DA
SOCIOLOGIA DAS AUSÊNCIAS, DA
SOCIOLOGIA DAS EMERGÊNCIAS E DO
TRABALHO DE TRADUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Boaventura de Sousa Santos é um sociólogo português,
professor catedrático jubilado da Faculdade de Economia, da
Universidade de Coimbra, e Distinguished Legal Scholar, da
Faculdade de Direito, da Universidade de Wisconsin-Madison,
e Global Legal Scholar da Universidade de Warwick. É,
igualmente, diretor do Centro de Estudos Sociais da
Universidade de Coimbra e coordenador científico do
Observatório Permanente da Justiça Portuguesa39. É
internacionalmente reconhecido como um intelectual
importante da área de Ciências Sociais, e tem especial
popularidade no Brasil, onde participou de várias edições do
Fórum Social Mundial40, bem como proferiu diversas palestras
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pandemia do COVID-19, a sua 21º edição (2021) foi virtual e deverá forjar
um modelo híbrido para o FSM 2022, a ser realizado no México.
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Onde:
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201545.
A partir da conscientização da importância da
informação, em meio às modificações ocorridas na sociedade
atual, é possível iniciar movimentos em direção a
transformações dos paradigmas informacionais, educacionais
e profissionais existentes, promovendo desse modo,
mudança social e autonomia expressiva na vida dos cidadãos
(VITORINO, 2008). Acredita-se que para alcançar um mundo
de prosperidade, igualdade, liberdade, dignidade e paz, é
necessário o comprometimento de todos os cidadãos, o
esforço de toda a sociedade e o compromisso com uma
mudança cultural na esfera das relações familiares,
comunitárias, das relações do Estado com a sociedade e a
iniciativa privada.
De acordo com Boaventura de Sousa Santos (2002) na
sociologia das emergências, os campos sociais destacados
para prever pistas ou sinais no futuro e importá-los para o
presente são:
experiências de conhecimentos: referem-se a conflitos,
interações e diálogos possíveis entre diferentes
formas de conhecimento;
experiências de desenvolvimento, trabalho e produção:
referem-se a conflitos e diálogos possíveis entre
diferentes formas e modos de produção, exemplos:
entre medicina moderna e tradicional; entre
biotecnologia e os conhecimentos indígenas ou
tradicionais;
experiências de reconhecimento: referem-se a conflitos
e diálogos possíveis entre sistemas de classificação
social: racismo, xenofobia, e outros;
experiências de democracia: referem-se a conflitos e
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4 TRABALHO DE TRADUÇÃO
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se, que a sociologia das ausências (que mostra
que as práticas sociais são práticas de conhecimento), a
sociologia das emergências (que trata de dar luz às iniciativas
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REFERÊNCIAS
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Cruz de estrelas
Apontando o sul, norteando a Terra
Talismã de luz no céu do planeta
Punhal brilhante rasgando a noite da solidão brasileira
Quem me dera
Simplesmente estar e olhar as estrelas
Sem pensar nas cruzes ou nas bandeiras
Quem dera as luzes da Via Láctea iluminassem as cabeças
E acendesse um sol em cada pessoa
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49 Não sendo objetivo, neste espaço, apresentar cada uma dessas vertentes
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os colóquios estabelecidos entre as trilhas de
aprendizagem e as práticas informacionais dos bibliotecários
de Ciências da Saúde permitiram-nos compreender que os
elementos que moldam essas práticas têm influência sobre o
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PRÁTICAS INFORMACIONAIS E
COMPETÊNCIA CRÍTICA EM INFORMAÇÃO:
POSSÍVEIS RELAÇÕES
Renata Lira Furtado
Maria Ivone Maia da Costa
Felipe Cesár Almeida dos Santos
1 INTRODUÇÃO
Os estudos sobre Práticas Informacionais e
Competência Crítica em Informação podem ser
compreendidos como uma visão crítica para abordagens já
consolidadas na Ciência da Informação: Comportamento
informacional e Competência em informação. As relações
existentes entre as abordagens estão pautadas nos
conceitos, modelos e práticas em torno dos processos de
busca e uso da informação.
Bruce (2008), nas suas discussões acerca da
Aprendizagem informacional, entende que a Competência em
informação necessita estar envolvida em práticas de
informação para aprender e Lloyd (2010), por sua vez, destaca
que o conceito, as teorias e as ações que delineiam as Práticas
Informacionais são relevantes para compreensão do conceito
de Competência em Informação como uma prática
sociocultural.
Com base na integração teórica já consolidada entre
Comportamento informacional e Competência em
informação, a presente pesquisa propõe traçar um diálogo em
torno das temáticas Práticas informacionais e Competência
Crítica em Informação, considerando-as como ferramentas
que podem minimizar os impactos de uma sociedade
opressora e possibilitar a transformação das condições em
que vivem os sujeitos (MELO, 2019).
Assim, este estudo apresenta discussões em torno dos
fundamentos e características que embasam as pesquisas de
Práticas informacionais e Competência Crítica em
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2 PRÁTICAS INFORMACIONAIS
Entende-se como Práticas informacionais as
abordagens vinculadas à interação estabelecida entre os
sujeitos e a informação, constituídos social e biologicamente,
onde o usuário deixa de ser percebido como um ser isolado
no mundo que o cerca (TALJA, TUOMINEN, SAVOLAINEN,
2005; ARAUJO, 2013).
Araújo (2017) define o estudo das Práticas
informacionais como um movimento constante de capturar as
disposições sociais e coletivas, bem como as elaborações e
perspectivas individuais de como se relacionar com a
informação, num permanente tensionamento entre as duas
dimensões – individual e coletiva, percebendo como uma
constitui a outra e vice-versa.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa apresentada propôs traçar um diálogo em
torno das temáticas Práticas informacionais e Competência
Crítica em Informação, tendo como eixo as teorias que as
estruturam.
As quatro relações estabelecidas – Aspectos Teóricos,
Demanda Informacional, Sujeito Informacional e Ações do
Sujeito - entre as temáticas Práticas Informacionais e
Competência Crítica em Informação configuram-se como
reflexões iniciais em torno de uma díade com elevado
potencial de pesquisa.
Outras reflexões ainda permeiam as relações aqui
apresentadas, e configuram-se como perspectivas para
pesquisas futuras, como as discussões acerca da tríade
bourdiesiana “campo, capital e habitus”, as categorias Práxis,
Classe e Poder na perspectiva freiriana, os debates sobre
Regimes de Informação e as relações entre política,
informação e poder, dentre outros temas pertinentes à
Ciência da Informação e às áreas de estudo Práticas
Informacionais e Competência Crítica em Informação.
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POSFÁCIO
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SOBRE AS ORGANIZADORAS
GABRIELLE FRANCINNE DE SOUZA CARVALHO
Professora do Departamento de Ciência da Informação da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Docente
permanente do Programa de Pós-graduação em Gestão da
Informação e do Conhecimento (PPGIC-UFRN). Pesquisadora
vinculada ao grupo “Informação na Sociedade Contemporânea”,
cadastrado no CNPq. Doutora em Ciência da Informação, Mestra em
Ciência da Informação e Bacharela em Biblioteconomia pela
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Trabalhou como
bibliotecária no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de
Minas Gerais, nas seguintes instituições: Faculdade de Direito e
Escola de Ciência da Informação. Durante o Mestrado foi bolsista
CAPES/REUNI vinculada ao curso de Museologia (ECI/UFMG). Ao
longo da graduação foi monitora de disciplina, bolsista CNPq de
Iniciação Científica e realizou estágios em bibliotecas universitárias,
escolares, centros de documentação e na Biblioteca Pública
Estadual de Minas Gerais. E-mail: gfrancinne@gmail.com
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SOBRE A PREFACIADORA
REGINA MARIA MARTELETO
Doutorado em Comunicação e Cultura (ECO/UFRJ), Mestrado em
Sciences de l´Information et de la Communication (EHESS/França),
Graduação em Letras (PUC/MG) e Biblioteconomia (UFMG). Faz
parte do corpo docente permanente do Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação do Ibict/Eco/UFRJ.
Pesquisadora visitante do Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem da UERJ entre 2016 e 2017. Presidente da ANCIB-
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da
Informação, de 2003 a 2006, e coordenadora do Grupo de Trabalho
Mediação, Circulação e Apropriação da Informação, de 2007 a 2009.
É líder do Grupo de Pesquisa Cultura e Processos
Infocomunicacionais. Representante e responsável científica, pelo
Brasil, da Rede Franco-Brasileira de Pesquisadores em Mediações e
Usos Sociais de Saberes e Informação - Rede MUSSI, desde 2008.
Membro de Comitês Editoriais e/ou parecerista de revistas
científicas das áreas de Ciências da Informação, Comunicação,
Saúde, do Brasil e do exterior, bem como de agências avaliadoras de
fomento do Brasil e da França. Áreas principais de pesquisa: cultura
e informação; conhecimento, informação e sociedade; informação e
comunicação em saúde; mediações infocomunicacionais em redes
sociais; sujeito, leituras e linguagens de informação na
contemporaneidade; teoria social, epistemologia e
interdisciplinaridade nos estudos da informação.
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SOBRE O POSFACIADOR
CARLOS ALBERTO ÁVILA ARAÚJO
Professor associado da Escola de Ciência da Informação da
Universidade Federal de Minas Gerais, da qual foi diretor de 2014 a
2017. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Doutor em
Ciência da Informação pela UFMG, com pós-doutorado pela
Universidade do Porto, Portugal (2011) e pela Universidad de
Salamanca, Espanha (2019). Presidente da EDICIC, Asociación de
Educación e Investigación en Ciencia de la Información de
Iberoamérica y el Caribe (2016-2021). Foi vice-presidente da ANCIB,
Associação Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (2016-
2018). Líder do grupo de pesquisa EPIC - Estudos em Práticas
Informacionais e Cultura, cadastrado no CNPq. Foi Editor Adjunto
da revista Perspectivas em Ciência da Informação de 2007 a 2011 e
de 2013 e 2015. Fez parte, em 2008, da Comissão de planejamento
e desenvolvimento do projeto pedagógico do curso de Arquivologia
da UFMG e, em 2009, foi presidente da Comissão de planejamento
e desenvolvimento do projeto pedagógico do curso de Museologia
da UFMG. Autor dos livros “O que é ciência da informação” (KMA,
2018) e “Arquivologia, biblioteconomia, museologia e ciência da
informação: o diálogo possível” (Briquet de Lemos, 2014). E-mail:
carlosaraujoufmg@gmail.com
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CLAUDIANE WEBER
Professora universitária e bibliotecária. Doutora em Ciência da
Informação pela Universidade de São Paulo (USP). Realizou estágio
doutoral na ÅBO Akademi University, Finlândia. Pós-graduada em
Psicologia, na Universidade Estatal de São Petersburgo, Rússia.
Bibliotecária, pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Atualmente trabalha na Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), onde coordena a Subdivisão de Serviços de Apoio à
Pesquisa (Manancial), é vice-diretora do sistema de bibliotecas;
integrante da comissão de implantação da Agenda 2030 na
Universidade e membro do Conselho Universitário da UFSM. É
professora da Antonio Meneghetti Faculdade (AMF) no Curso de
Pedagogia, do curso de Especialização em Ontopsicologia e do MBA
Identidade Empresarial. Professora do Programa de Pós-Graduação
em Gestão da Informação (PPGInfo-UDESC), SC. É membro do
Standing Committee da IFLA na Section Continuing Professional
Development and Workplace Learning (2019-2023). Foi fotógrafa
profissional em estúdio fotográfico, e hoje, além de fotografar,
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RODRIGO RABELLO
Professor Adjunto da Faculdade de Ciência da Informação da
Universidade de Brasília (UnB). Professor Permanente do Programa
de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UnB. Bacharel em
Biblioteconomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho (UNESP). Doutor em Ciência da Informação pela
UNESP. Realizou estágios de pós-doutorado em Ciência da
Informação no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT) e na UnB. Faz parte da equipe de editores do E-
LIS (International Open Archive of Library and Information Science) no
Brasil. Temas de interesse: fundamentos da Ciência da Informação,
estudos epistemológicos, políticos, sociais, histórico-conceituais
sobre informação, documento, usuário de informação, sujeito
informacional, agências informacionais, coleções. E-mail:
rdgrabello@unb.br
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Na conjuntura brasileira deste ano de 2021, publicar um livro
coletânea que reúne o trabalho de uma importante rede de
autores e autoras vinculados a diversas universidades do país,
em diferentes estágios de experiência acadêmica, é um
projeto renovador e fortalecedor do compromisso científico e
educativo com a pesquisa, que articula conceitos e métodos
das Ciências Sociais e Humanas no estudo das práticas de
informação e suas mediações, numa perspectiva
interdisciplinar, além da reunião de contribuições de leituras do
campo informacional em revisões da literatura em amplitude
internacional.
A obra, composta por dezessete capítulos, convoca autores
que têm se distinguido no estudo dos conceitos de usos,
usuários e práticas de informação, referências na perspectiva
epistemológica da revisão conceitual de teorias e modelos das
Ciências Sociais e Humanas aplicados à leitura dos fenômenos
informacionais. Porém a sua riqueza mais evidente consiste em
reunir diferentes abordagens das práticas informacionais e sua
rede conceitual, desde aquelas mais diretamente teóricas, as
quais convocam autores e conceitos de outras disciplinas, até
aquelas com foco mais diretamente direcionado para objetos
concretos, além de abordagens das práticas da informação no
universo digital.