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E BOOK Pericia Ambiental

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Sim, você pode fazer uma pesquisa no Google sobre Perícia Ambiental e vai encontrar

muitas informações a respeito do assunto: Informações teóricas - técnicas-jurídicas. E não


há nada de errado com isso. Mas existem informações que mesmo anos de estudos não
podem oferecer, apenas na prática que vão se revelar. Para obter esse tipo de conhecimento
prático não há milagre ou reza, existem apenas duas formas de aprender:
 
1. Acertando e errando
2. Aprendendo com os erros e acertos dos outros
 
E digamos que errar nessa área não é nada conveniente, principalmente quando se trata
de uma perícia judicial.
 
Você pode até tentar aprender sozinho, mas além de demorar muitos anos, corre o risco
de cometer erros fatais.
 
E para te ajudar com isso resolvemos trazer um pouco de nossa experiência prática e apre-
sentar nesse e-book os 5 erros fatais que as pessoas costumam cometer quando começam a
atuar com Perícia Ambiental Judicial, para que você aprenda antecipadamente e já comece
sua atuação nessa área com o pé direito, sem cometer os
mesmos erros.
 
Mas antes de revelar quais são esses 5 Erros Fatais que nós listamos, vamos contextualizar
o universo da Perícia Ambiental para que você entenda qual a atuação de um Perito Judicial
Ambiental.
| A PERÍCIA

A perícia é uma análise técnico-científica especializada que tem por objetivo investigar e
esclarecer um fato, suas causas e extensão.

TI POS DE PERÍCIA
EX TR A JU DIC IAL JUD ICIAL
A perícia extrajudicial é uma in- A perícia judicial, por outro lado,
vestigação desvinculada de um é um dos meios de prova admi-
processo judicial e tem como fi- tidos em um processo e tem por
nalidade instruir um cliente sob finalidade caracterizar a altera-
determinada situação de seu pró- ção adversa das características do
prio interesse. Necessária nas de- meio ambiente com o fim de au-
fesas contra autuações ambientais xiliar o Juiz na compreensão dos
quando necessitam de prova sob a elementos técnicos discutidos na
materialidade do fato. Por exem- ação e formar sua convicção para
plo, houve lançamento de efluen- julgamento do litígio.
te em um curso d´água. “Esse
lançamento atendeu os limites
estabelecidos na legislação?” Essa
pergunta será respondida em uma
perícia, e não se trata aqui de um
processo judicial.

Perícias ambientais podem ser necessárias em processos judiciais nas esferas civil e pe-
nal. Uma ação civil ambiental tem por objetivo identificar um dano, já uma ação penal um
crime.

| O PERITO

A perícia ambiental é uma possibilidade de atuação para profissionais de diversas áreas


que atuam com meio ambiente, como Engenheiros, Biólogos, Geólogos, Agrônomos, Quí-
micos entre outros, podendo o perito ser contratado para uma perícia extrajudicial ou ser
nomeado por um Juiz numa ação civil ou ainda como perito concursado em processos crimi-
nais.

| OBSERVAÇÃO

Nos processos penais, na falta de perito oficial concursado poderá ser nomeado um Perito
“Ad Hoc”, pessoa idônea, com diploma de curso superior, com especialização na área especí-
fica da nomeação e habilitação técnica.
O perito é um profissional técnico especializado, mas sua atuação em um processo judicial
traz consigo a responsabilidade de um auxiliar da justiça. Sendo assim, para que exerça sua
função com excelência em um processo judicial é importante que o profissional tenha tanto
conhecimento técnico como jurídico, conhecendo os trâmites processuais.

Essa é uma das maiores dificuldades encontradas por quem está começando sua atuação
em âmbito judicial, pois muitas vezes os profissionais são excelentes técnicos mas não
conhecem os pormenores de um processo judicial. Ao mesmo tempo existe uma carência
enorme de profissionais qualificados atuando com perícia judicial ambiental, o que inclusive
é uma dificuldade enfrentada frequentemente por Juízes em suas nomeações.
 
Esse cenário é preocupante, em especial nas causas ambientais, pois laudos mal feitos ou
perícias que conduzam a resultados inconclusivos vão impactar diretamente o objeto do
litígio que é o meio ambiente, um bem de natureza difusa que pertence às atuais e futuras
gerações. É inadmissível que profissionais de alto nível deixem de atuar com perícia judicial
por receio dos trâmites jurídicos, e que, ao mesmo tempo faltem profissionais qualificados
para auxílio dos Magistrados.
 
E foi pensando nisso que escrevemos este E-book, para incentivar profissionais de alto
nível a se desafiarem com o universo da Perícia Judicial Ambiental. Uma área de grandes
responsabilidades e desafios, mas também de grande aprendizagem, flexibilidade de horá-
rio e recompensa financeira.
 
E se você já está decidido a se aventurar nesse mundo fantástico da perícia judicial am-
biental, preparamos 5 dicas para que você não cometa erros fatais comumente identificados
nos “marinheiros de primeira viagem”.
 
Vamos lá...
1 | VESTIMENTA NO FÓRUM

Fórum é o prédio no qual estão as instalações do Poder Judiciário. Por vezes você preci-
sará se fazer presente no fórum, seja para ter vista ou fazer carga de processos, protocolar
suas petições ou despachar com o Magistrado.
 
Um dos problemas mais comuns é não saber o que vestir ou como se portar nesses locais,
e a dica é:

O Judiciário ainda é uma Instituição bastante conservadora e não são admitidas vestimen-
tas muito casuais como bermuda, boné, mini saia, chinelo. Isso não significa que é necessá-
rio ir de fraque ou vestido de gala. Cuidado com exageros.

Evite: Decotes, blusas de alcinha, sandá-


Feminino (salto ou sapatilha – não pode
lias abertas / rasteirinhas e tênis.
rasteirinha. Decote grande, mini saia e
regatinha)

Lembre-se, você é um profissional que está indo à casa da Justiça, então vista-se com uma
vestimenta formal de trabalho, ainda mais quando for sua apresentação, nesse caso vale a
regra do famoso ditado popular: “A primeira impressão é a que fica”.
2 | PRONOMES DE TRATAMENTO PARA JUIZ

O erro mais comum é chamar o Juiz de “você”, “tu”, ou “ti”. Essas são expressões
utilizadas em comunicação informal.  Algumas pessoas também erram pelo excesso de zelo,
utilizando expressões como Vossa Eminência (V.Em.ª) ou Vossa Reverendíssima (V.Rev.ª),
tratamentos utilizados para comunicações com Cardeais e Sacerdotes, respectivamente.
 
Para isso é preciso lembrar das aulas de língua portuguesa sobre pronomes de tratamen-
to. O pronome destinado às altas autoridades do Poder Judiciário, Legislativo e Executivo
e, portanto, o que deve ser utilizado quando você estiver falando diretamente com o Juiz, é
Vossa Excelência (V. Ex.ª).
 
Quando você estiver se referindo ao Juiz em diálogo com um terceiro, o tratamento corre-
to é Sua Excelência.
3 | NÃO ESTUDAR O PROCESSO

Em um processo judicial serão apresentados Quesitos pelas partes (Autor e Réu). Quesitos
são perguntas formuladas pelas partes com o objetivo de direcionar a perícia e devem estar
restritos ao objeto da perícia. O Perito deve responder os quesitos na conclusão do Laudo
Pericial.
 
Por esse motivo muitos peritos cometem o erro de avaliar apenas os quesitos em vez de
estudar o processo por completo.

E por que estudar o processo é importante?


 
Porque muitas vezes você encontrará no processo informações que poderão te ajudar a
contextualizar o caso, entender melhor o cenário e até mesmo encontrar informações que
podem auxiliar na resposta aos quesitos.
 
Estude todos os documentos que compõem o processo. Desde a petição inicial, contes-
tação, os despachos do Juiz, os documentos que forem apresentados pelas partes, desde o
início do processo.
 
Não é raro encontrarmos no processo informações essenciais que nortearão o aprofun-
damento da investigação, como por exemplo, um laudo analítico elaborado pelo órgão
ambiental, ou o Auto de Infração que denuncia a data do cometimento da infração e outros
detalhes que te auxiliarão a compor um histórico do fato.
4 | NÃO A VISAR A DATA DA VISTORIA

É comum também encontrar peritos se programando e realizando vistorias sem prévio


aviso das partes no processo quanto à data, hora e o local da vistoria. A vistoria poderá ser
anulada e deverá ser refeita, arcando o perito neste caso com os custos para realização da
nova diligência. Além do retrabalho, para estes casos todo e qualquer prejuízo acaba sendo
arcado pelo perito, uma vez que o mesmo descumpriu uma exigência legal.
 
O agendamento deverá ser registrado nos autos do processo com antecedência mínima
de 5 dias. A exigência está instituída pelo Código de Processo Civil (CPC) - Lei Federal nº
13.105/2015:

Art. 466. § 2º O perito deve assegurar aos assistentes das


partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos
exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada
nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.
 
Art. 474.  As partes terão ciência da data e do local desig-
nados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a
produção da prova.
5 | NÃO TOMAR OS DEVIDOS CUIDADOS COM O PROCESSO

Processo judicial é um documento público! Não pode ser rasurado, falsificado, danificado.
 
Processos judiciais podem ser eletrônicos ou físicos. Para acessar os processos eletrônicos
é disponibilizada uma senha para o perito. Esses processos estão disponibilizados no site do
Tribunal de Justiça do Estado ou na Justiça Federal, . Assim, o perito poderá estudá-lo 100%
online ou fazer o download e imprimí-lo. Para processos físicos o perito pode fazer “Carga
do Processo”, ou seja, levar o processo consigo para análise externa. Normalmente proces-
sos ambientais são constituídos de muitos volumes o que dificulta estudá-lo diretamente no
Fórum. O perito pode fotografá-lo ou levá-lo para sua residência ou local de trabalho onde
poderá estudar e fotografar o processo com mais tempo e calma. E lá vão as dicas...
 
A partir deste momento tudo o que acontecer com o processo estará sob responsabilidade
do perito.

DICA 1 | Ao fazer carga do processo, vá direto para casa ou


para o escritório. Não fique passeando com o processo no porta-
-malas, não leve para o happy hour ou qualquer outro local. Se o
veículo for furtado com o processo no porta malas deverá o peri-
to providenciar registro de Boletim de Ocorrência e auxiliar com
a Reconstituição dos Autos. Lembre-se: é seu nome que está no
Fórum como responsável pela carga do processo.

DICA 2 | Levou o processo para casa; lembre-se de


tomar cuidado para não deixá-lo acessível a crianças e pets.
Criança adora desenhar em processo judicial e os gatos de
afiarem suas garras.

DICA 3 | Não leve o processo para a vistoria. Além do


risco de roubo ou furto já mencionado, levar o processo para
campo pode sujá-lo, rasgá-lo, amassá-lo.

Lembre-se: Você estará em posse de um documento público. Todo cuidado é pouco!


Agora que você sabe quais são os 5 Erros Fatais mais comuns cometidos por profissionais
que estão iniciando sua atuação como peritos judiciais, já pode se preparar para não come-
tê-los.

Se você gostou e quer dar um próximo passo rumo à sua carreira de perito ambiental, clique
AQUI e descubra mais sobre o curso avançado “Perícia Ambiental na Prática”, em que você
irá aprender:

- Os trâmites legais de processos judiciais;


- Como elaborar currículos e aumentar suas chances de ser nomeado;
- Como avaliar quesitos e calcular honorários;
- Como elaborar petições e laudos periciais;

Entre outros assuntos que irão te capacitar com tudo o que é necessário saber
para ir para a prática e atuar com perícia ambiental judicial.

Se você gostou dessas dicas e quer ficar por dentro de mais assuntos como esse, então
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Abraços,
Adriana Ponce e Fernanda Joenck

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