Curso 137035 Aula Unica v1
Curso 137035 Aula Unica v1
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Autor:
Alexandre Vastella
Aula Única
24 de Março de 2020
Sumário
Noções de geoprocessamento e sensoriamento remoto ........................................................... 3
Introdução conceitual ............................................................................................................................... 3
O que é geoprocessamento? ................................................................................................................. 3
O que é sensoriamento remoto? ........................................................................................................... 4
Elementos de cartografia digital (Item 2.1) ............................................................................................... 5
Fundamentos da cartografia ................................................................................................................. 6
Escala .................................................................................................................................................... 6
Sistemas de coordenadas ................................................................................................................... 12
Georreferenciamento ......................................................................................................................... 24
1395272
Confecção de mapas básicos e bases cartográficas digitais ................................................................ 27
Noções de sensoriamento remoto (Item 2.2).......................................................................................... 36
Espectro eletromagnético ................................................................................................................... 36
Sensores ativos e passivos .................................................................................................................. 39
Transmissão e recepção de sinais........................................................................................................ 40
Sistemas orbitais................................................................................................................................. 57
Sistemas de Informações Geográficas (SIG) (Item 2.3) ........................................................................... 60
O que é SIG?........................................................................................................................................ 60
Tipos de dados .................................................................................................................................... 64
Compatibilização e padronização de dados cartográficos e formatos de arquivos.............................. 69
Metadados .......................................................................................................................................... 77
Armazenamento de dados (Item 2.4) ..................................................................................................... 80
Bancos de dados ................................................................................................................................. 80
Padronização e transferência de dados ............................................................................................... 85
Simulado .................................................................................................................................................... 89
Questões ................................................................................................................................................ 90
Gabarito ............................................................................................................................................... 101
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Geoprocessamento (item 2.5) p/ ADASA (Regulador - Gestão e Regulação) - Pós-Edital
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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá, concurseiros! Sejam muito bem vindos ao nosso curso específico de Geoprocessamento para
concurso da ADASA — a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal;
elaborado de acordo com as necessidades do Edital nº1 de 3 de março de 2020 — ou seja, o edital do
concurso!
Para quem não me conhece, sou Alexandre Vastella, professor do Estratégia Concursos desde
2016. Como geógrafo, trabalho desde 2010 com geoprocessamento, acumulando experiência com
grandes empresas no ramo; e agora estou aqui para ajudar vocês na aprovação.
Nosso curso aprofundará o tema "Geoprocessamento (item 2.5)" para o cargo de Gestão e
Regulação, conforme exposto abaixo:
A ideia original era disponibilizar esse conteúdo de forma fracionada em várias datas diferentes,
porém, decidi postar tudo em um único PDF, mesmo que fique grande (temos mais de 100 páginas aqui). É
melhor adiantar todo o conteúdo de uma única vez, sem enrolação, para agilizar o estudo de vocês. Veja
abaixo como vai funcionar — ou melhor, como funcionam todos os cursos do Estratégia:
Percebam que o nosso curso contempla três itens: aula em PDF (esta daqui) + aula em vídeo +
fórum de dúvidas. O material escrito já foi postado (esse que estamos estudando). O material em vídeo
será gravado de acordo com cronograma específico a ser divulgado na seção “Recados” da Área do
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Aluno de vocês. O fórum, por sua vez, está disponível 100% do tempo, lembrando que o prazo de resposta
é de cinco dias úteis. É importante contextualizar vocês dessas informações.
Por último, para que possamos continuar fazendo este trabalho, pedimos que não comprem
material pirata nem material de rateio, isso é crime! Não quero ser chato logo de início, mas tenham
consciência que a única empresa legalmente autorizada a vender este curso é o Estratégia Concursos
por meio do site oficial: www.estratégiaconcursos.com.br. Além de o material ser eletronicamente
rastreado (o que pode dar um problemão para quem compra curso ilegalmente), pensem que construir
um PDF como este aqui demanda horas e horas de preparação e estudo. Sendo assim, não é justo que
outras pessoas roubem o nosso material e ganhem dinheiro em cima dele sem fazer nada, apenas
vendendo o trabalho dos outros. Tenha consciência, e vamos aos estudos!
Introdução conceitual
O que é geoprocessamento?
Para facilitar ainda mais o entendimento, pense que o SIG é uma geotecnologia. O sensoriamento
remoto é uma geotecnologia. A topografia é uma geotecnologia; e assim por diante. O conjunto de
geotecnologias é denominado geoprocessamento. Embora o nosso curso seja sobre
“geoprocessamento”, não aprofundaremos o tema. Estudaremos apenas algumas geotecnologias que
cairão na prova; ou seja, apenas uma pequena parte desse grande universo.
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É por isso que a partir de agora, não falaremos mais sobre “geoprocessamento”, mas sim, sobre as
diferentes geotecnologias.
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Sensoriamento Remoto
Do termo “sensor”; ou seja, designa a captura de O termo “remoto” significa que as imagens são
imagens por aparelhos, tais como câmeras ou capturadas de longe, à distância; tal como os
satélites. satélites fazem.
Conforme evidencia o quadro acima, o sensoriamento remoto possui uma ampla gama de
aplicações. Agora que já definimos o que é geoprocessamento e o que é sensoriamento remoto — os
dois nomes que aparecem no Edital da ADASA, já podemos entender os subitens do mesmo. Agora vamos
aos estudos específicos.
Este primeiro item pede para que o candidato entenda os seguintes assuntos:
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Fundamentos da cartografia
Grosso modo, a Cartografia é a ciência responsável pela elaboração de mapas. Portanto, por
"fundamentos de cartografia", o edital entende que o candidato tenha em mente todas as etapas
responsáveis pela construção de um mapa correto e eficiente, desde a cartografia temática (cores,
legendas, intervalos de dados...) até a cartografia sistemática (projeções, cálculos de representação,
etc.). Conforme o quadro abaixo:
Escala
Primeiramente, é preciso dizer que um mapa é sempre uma representação reduzida da superfície
terrestre. Sendo assim, o que determina esta redução é a proporção entre o desenho e a superfície real;
ou seja, a escala cartográfica. Portanto, a escala indica quanto a realidade foi reduzida para caber em
um determinado mapa. Partindo desse pressuposto, a escala cartográfica pode ser numérica ou gráfica.
Vejamos as diferenças entre as duas:
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A escala numérica possui a vantagem de informar quantas vezes o mapa foi reduzido – informação
ausente na escala gráfica. No entanto, possui a desvantagem de ser válida somente no tamanho original
do mapa. Por exemplo, se eu fizer um mapa em A4 (uma folha sulfite) com escala 1:50.000, esta escala
numérica somente será válida para o tamanho original em A4. Isto ocorre porque caso este mapa seja
reduzido ou ampliado, a proporção entre a representação e o mundo real irá se alterar, mudando
também a escala numérica. É por isso que quando utilizamos escala numérica, sempre devemos
explicitar o formato de layout. Por exemplo, “escala 1:50.000 em folha A3”. Já a escala gráfica não possui
este problema: como não expressa o grau de redução mas sim a proporção dentro do mapa, pode ser
reduzida ou ampliada quantas vezes for necessário. Sendo assim, temos a seguinte relação:
Por exemplo, representar o município de São Paulo em uma folha A4 indica menor grau de redução
do que representar o Brasil inteiro na mesma folha A4. Isso acontece porque para que o país inteiro
caiba na folha, é necessário reduzir o território em maior intensidade. Sendo assim, um mapa de São
Paulo possui maior escala do que um mapa do Brasil inteiro.
O inverso também é verdadeiro. Enquanto um mapa-mundi em A4 possui uma escala pequena pois
foi muito reduzido, um mapa de bairro em A4 possui uma escala grande. Isto ocorre porque para
caber na folha A4, o mundo foi mais reduzido que o bairro.
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Sim, eu sei que é confuso; mas não é difícil de entender. Lembre-se que a maior escala sempre
será aquela do mapa com mais detalhes. Por exemplo, para representar o mundo (escala pequena) , os
detalhes são suprimidos – afinal, seria impossível desenhar o contorno de todos os estados e municípios
dos quase 200 países do globo. No entanto, quando representamos um bairro ou distrito (escala grande), é
possível desenhar detalhes como hidrografia, sistema viário ou áreas urbanas.
Cuidado para não confundir! Enquanto a escala cartográfica (o que interessa para a ADASA), diz
respeito à representação objetiva do mapa, a escala geográfica diz respeito à divisão do espaço
geográfico, sendo uma forma de dar-lhe uma figuração, uma representação, um ponto de vista que
modifica a percepção da natureza deste espaço [fonte]. Em escala geográfica local, estudamos os
fenômenos locais. Em escala geográfica regional, os fenômenos regionais. Em escala nacional, os
fenômenos nacionais. Em escala geográfica global, os fenômenos globais.
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Perceba que ao contrário da escala cartográfica, a escala geográfica é maior quando a área
abrangida é maior. Um determinado bairro, por exemplo, se representado em um mapa, terá uma escala
cartográfica grande, porém, uma escala geográfica pequena. Do mesmo modo, o mundo (escala
geográfica grande) ao ser representado em um mapa, terá uma escala cartográfica pequena. Portanto, de
forma geral, a escala cartográfica é inversamente proporcional à escala geográfica.
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Comentário
Sabemos que em toda ampliação ou redução, a ESCALA GRÁFICA não é alterada; pois, assim como as
feições do mapa aumentam de tamanho, o desenho da barra de escala gráfica também aumenta,
mantendo a proporcionalidade. Logo, já podemos excluir as alternativas C e D.
O que vai mudar, nesse caso, é a escala numérica. Preste atenção nos valores: de 25cm de altura, o local
passará a ter 50cm. De 15cm de largura, o local passará a ter 30cm. Perceba que no pôster, a feição irá
DOBRAR de tamanho.
Se o mapa irá DOBRAR de tamanho, isso significa que a escala numérica deverá ser reduzida pela
METADE do que era. Pense comigo: considerando a dimensão anterior (15cm x 25cm), a redução era de 1
parte no mapa para 20 mil partes no mundo real (1:20.000). Se o TAMANHO DOBRA, isso significa que a
REDUÇÃO DIMINUI PELA METADE, pois aquela feição está menos comprimida, mais próxima do
tamanho real. Logo, a escala que era 1:20.000, passará a ser 1:10.000 (1 centímetro no mapa equivale a
10.000 mil centímetros no mundo real). A alternativa que representa esse pensamento é a B.
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Sistemas de coordenadas
Para a prática da cartografia digital, necessário que haja um sistema de coordenadas estabelecido.
Funcionando como “endereços” da Terra, as coordenadas estabelecem números exclusivos para cada
ponto da superfície terrestre.
Isso é matéria de ensino médio, mas é muito fácil confundir. Para ajudar a memorizar, lembre-se
que em um mapa orientado para norte (padrão da cartografia), as latitudes são os números que variam
verticalmente; já a longitude, são os números que variam horizontalmente.
Tendo esta introdução em vista, vamos estudar os três tipos de coordenadas mais utilizadas em
SIG: o Sistema de Coordenadas Geográficas e o Sistema UTM – Universal Transversa de Mercator. O
primeiro, é baseado em coordenadas geodésicas; e o segundo, em coordenadas planas. Vamos explicar
estas diferenças.
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Ao contrário do sistema UTM que possui fusos (falaremos à frente sobre ele), as coordenadas
geográficas podem ser utilizadas para o planeta inteiro de uma vez só. Por causa dessa facilidade, a
maioria dos mapas que apresentam grandes áreas está neste sistema, como por exemplo, os mapas-
mundi, os mapas polígonos de continentes, ou os mapas de clima e vegetação em pequena escala1.
Neste sistema, a Terra é dividida em quatro blocos, repartindo-se em hemisférios norte e sul, e
ocidente (oeste) e oriente (leste). Entre o norte e o sul, mede-se a latitude utilizando-se o paralelo do
Equador como referência zero. Entre leste e o este, mede-se a longitude utilizando-se o meridiano de
Greenwich, também como referência zero. No ponto onde ambas as linhas se cruzam, a coordenada
geográfica é latitude 0 e longitude 0 (por curiosidade, este ponto está no Oceano Atlântico e não mora
ninguém lá). Tanto para latitude quanto para longitude, quanto mais longe da linha inicial, maior o valor
da coordenada. Preste atenção na figura abaixo:
Vamos pegar o caso brasileiro como exemplo: estamos no hemisfério sul (latitude sul), e no lado
ocidental do planeta (longitude oeste); portanto, ao sul do Equador e ao oeste de Greenwich. Nesta
condição geográfica, quanto mais a oeste formos (mais à esquerda), maior será a longitude, pois maior
será a distância do Equador; é por isso que, por exemplo, a longitude do Acre é maior do que a longitude
de Pernambuco. Do mesmo modo, na maior parte do território brasileiro, quanto mais ao sul formos,
maior será a latitude, pois ficará mais distante do Equador. Assim, a latitude do Rio Grande do Sul é maior
do que a latitude do Rio Grande do Norte, pois está mais ao sul. Porém, como parte do Brasil está no
hemisfério norte – em espacial os estados do Amapá e Roraima – nestas regiões, a lógica se inverte:
quanto mais ao norte, maior será a longitude. Eu sei que é confuso, mas com a figura abaixo ficará mais
fácil de entender.
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Aqui vale relembrar o conceito de escala. Um mapa com GRANDE área (ex: mapa-mundi) possui escala geográfica GRANDE,
mas escala cartográfica PEQUENA. Um mapa de bairro possui escala geográfica PEQUENA, mas escala cartográfica GRANDE.
Escalas cartográfica e geográfica são inversamente proporcionais.
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Agora que já sabemos a relação entre as coordenadas e os meridianos/paralelos, vamos ver como
isso funciona na prática, pegando como exemplo as coordenadas geográficas (graus, minutos e
segundos) da antiga sede do Estratégia Concursos, em Brasília (DF). Para tal, foi utilizado o software
Google Earth:
Latitude: 15°48'12.84"S
Longitude: 47°52'55.54"O
Repare que as coordenadas existem somente em pares, jamais sozinhas. Há, portanto, dois
números, um para a latitude, e outro para a longitude. No caso acima, o software está em português, mas
na maioria dos casos, será necessária a utilização da nomenclatura na língua inglesa, o que ficaria:
No exemplo indicado acima, percebemos claramente a indicação das letras “S” e “O”, de sul e
oeste; mas poderia ser “S” (South) e “W” (West). Também podemos perceber a utilização dos símbolos
dos ângulos:
Graus: símbolo °
Minutos: símbolo '
Segundos: símbolo "
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Latitude: 15°48'12.84"
Latitude 15 graus, 48 minutos e 12.84 segundos ao sul do Equador.
Longitude: 47°52'55.54"O
Longitude 47 graus, 52 minutos e 55.54 segundos ao oeste de Greenwich.
As coordenadas geográficas também podem ser expressas em graus decimais. Neste caso, ao invés
de divisões por ângulo (graus, minutos e segundos), são utilizados graus decimais (números naturais de 0 a
10). Outra mudança importante é que ao invés de especificar as letras para especificar os hemisférios
(North, South, East, West), são utilizados sinais (+ ou -). Conforme imagem abaixo:
Nas coordenadas geográficas decimais, o hemisfério norte é positivo (+), enquanto o hemisfério
sul é negativo (-). Do mesmo modo, o hemisfério oriental é positivo (+), mas o hemisfério ocidental é
negativo (-). Parece confuso, mas é fácil decorar: em uma visão eurocêntrica, pense que a Europa,
desenvolvida, vai ser sempre positiva (pois está nos hemisférios norte e leste); mas o Brasil, coitado,
sempre vai ser negativo, pois está nos hemisférios sul e oeste. Isso NÃO é juízo de valor, é só para vocês
decorarem, ok? Neste caso, a coordenada geográfica decimal do Estratégia Concursos ficaria assim:
Latitude: -15.803567°
Longitude: -47.882094°
Como Brasília (DF) está nos hemisférios sul (negativo) e ocidental (negativo), ambas as
coordenadas apresentam o sinal de menos (-). O ponto em questão está à 15.803567 graus ao sul da linha
do Equador (que possui latitude zero); e à 47.882094 graus do meridiano de Greenwich (que possui
longitude zero).
A partir da figura acima e com base no sistema de coordenadas, é correto afirmar que:
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pontos. Para que isso fosse possível, o sistema UTM – ao contrário das coordenadas geográficas – divide a
Terra em fusos, ou seja, em “pedaços” teoricamente planos. Vamos entender melhor essa comparação:
Ao contrário das coordenadas geográficas que trabalham com graus, o sistema UTM utiliza o
metro (m) como unidade para medir distâncias e determinar a posição de um objeto. Além disso, o
sistema UTM, não acompanha a curvatura da Terra e por isso seus pares de coordenadas também são
chamados de coordenadas planas. De uma forma mais simples, o mundo é dividido em 60 fusos planos,
onde cada um se estende por 6º de longitude. Os fusos são numerados de um a sessenta começando no
fuso 180º a 174º a oeste de Greewich, e continuando para leste. Um mesmo par de coordenadas pode se
repetir nos 60 fusos diferentes [fonte]. Conforme as imagens abaixo:
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Aqui na apostila é preciso mostrar todos os conceitos, mas na prática, no dia-a-dia do escritório de
geoprocessamento, o fuso é bem mais importante do que a zona. Para fazermos um mapa ou base
cartográfica, não é necessário saber a zona UTM, mas o fuso é absolutamente imprescindível. Isso
acontece porque são os fusos – e não as zonas – que servem de referência para as coordenadas.
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Visto que a distância aproximada entre o polo sul e o polo norte é de 20.000.000 de metros, a linha
do Equador marca a latitude 10.000.000 metros UTM. Neste caso, os valores aumentam para o norte e
diminuem para o sul. Com a longitude a lógica é a mesma: no meridiano central, a longitude é 500.000
metros UTM. Nesta situação, os valores aumentam para leste e diminuem para oeste. Logo, no sistema
UTM, as coordenadas aumentam para norte e para leste.
Vamos dar um exemplo prático de como funcionam essas coordenadas. Caso algum viajante
hipotético saísse da Antártica (extremo sul) e guiasse até o Ártico (extremo norte), encontraria a seguinte
situação: no polo sul, a latitude UTM seria zero. A medida que fosse “subindo” para o norte, o valor da
latitude iria aumentando progressivamente, até chegar a 10.000 na linha do Equador. Porém, a partir
desse ponto, ao invés de continuar subindo (10.001, 10.002, 10.003...), a latitude seria simplesmente
zerada e a contagem começaria novamente do zero. A latitude de nosso viajante, rumo ao norte,
continuaria subindo, porém, a partir do zero, e não dos 10.000 obtidos no Equador.
A respeito da grafia da coordenada UTM, vamos retomar o exemplo anteriormente citado da sede
do Estratégia Concursos, para entendermos como essa coordenada seria escrita:
Latitude: 191.229.06 m S
Longitude: 8.250.676.53 m E
Se a longitude é 191 mil metros, significa que este ponto dista 309 mil metros do meridiano central
(500 mil – 191 mil = 309 mil). Se a latitude é 8,2 milhões de metros, isso quer dizer que este ponto está a
aproximadamente 1,8 milhões de metros do Equador (10 milhões – 8,2 milhões = 1,8 milhões). As
coordenadas no hemisfério sul são acompanhadas da letra “S” (South, Sul), já as do hemisfério norte, da
letra “N” (North, norte). No entanto, todas as longitudes são acompanhadas da letra “E” (East, Leste),
mesmo as que estão a oeste. Por fim, segue abaixo uma tabela-resumo dos sistemas de coordenadas que
vimos.
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O sistema de coordenadas UTM (Universal Transverse Mercator) é um sistema de projeção que divide
o globo em 60 fusos de 6° de longitude.
Considere que a figura acima represente o sistema de coordenadas plano-retangulares de um fuso
UTM, no qual a linha horizontal E representa a linha do Equador, a vertical C,o meridiano central do
fuso,e a distância entre as linhas tracejadas seja de 100 km em ambos os eixos.Nessas condições, as
coordenadas UTM do ponto P são:
A) (300.000, 100.000);
B) (800.000, 100.000);
C) (800.000, 10.100.000);
D) (300.000, 9.900.000);
E) (800.000, 9.900.000).
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Comentário
Devemos lembrar que a LONGITUDE do meridiano central do fuso UTM (na questão, dada pela linha C) é
de 500 graus e que a linha do Equador (na questão, dada pela linha E), possui latitude 10.000 graus. Esses
valores precisam ser decorados!
Considerando que cada linha da figura representa 100km e que o meridiano central (C) vale 500, isso
significa que a longitude do ponto marcado vale 800, pois esses valores AUMENTAM para leste. Sendo
assim, já excluiríamos as alternativas A e D.
A pegadinha da questão está na latitude, que no Equador, vale 10.000. A princípio, poderíamos ficar
tentados em marcar a alternativa C (latitude 10.100), pois sabemos que a latitude aumenta para o norte.
Mas está errado.
Precisamos lembrar que indo do sul para o norte, a LATITUDE É ZERADA NA LINHA DO EQUADOR. Ou
seja, continua aumentando, mas não partindo do 10.000 e sim, partindo do zero. Logo, o ponto P tem
latitude 100 e não 10.100 como poderíamos pensar.
Sendo assim, o ponto P possui longitude 800 leste e latitude 100 norte. Gabarito: B.
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coordenadas PLANAS, e não GEOGRÁFICAS (estas que abrangem todo o globo, como por exemplo, os
graus decimais). Gabarito: Errado
5) No caso do desenho urbano, o CAD é a ferramenta mais indicada para a coleta e o processamento
dos dados, por ser capaz de armazenar e analisar a topologia de mapas e plantas.
Comentário
Não, a topologia só pode ser utilizada no SIG. Isso ocorre porque a topologia permite a conectividade e a
relação de vizinhança entre os elementos vetoriais (pontos, linhas ou polígonos). Fiquem tranquilos:
topologia não está no edital para Técnico. Gabarito: Errado
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Georreferenciamento
Vamos a outro item do Edital. A determinação da posição de um dado geográfico ocorre por meio
do georreferenciamento, que nada mais é, do que a atribuição de um sistema de coordenadas a um
objeto vetorial ou raster. A seguir, vejamos como funciona o processo de georreferenciamento de uma
imagem de satélite.
Em um primeiro instante, temos uma imagem de Para que o georreferenciamento ocorra, é necessário
satélite, mas ela não está georreferenciada. Sendo levantar pontos de controle, ou seja, pontos que
assim, não é possível trabalha-la em ambiente SIG. saibamos as coordenadas. É necessário no mínimo 3
No exemplo acima, imagem do Congresso Nacional pontos de controle bem distribuídos. Quanto mais
brasileiro. pontos de controle, maior a precisão.
Uma vez estabelecidos os pontos de controle, é Se temos pelo menos três pares de coordenadas de
necessário saber a coordenada deles. Isso pode ser pontos de controle, eu posso inserir a imagem em um
feito em campo utilizando GPS, ou em escritório software de SIG! É FUNDAMENTAL saber
utilizando softwares. No caso acima, foi utilizado o informações de datum e sistemas de coordenada
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Google Earth, mas o ponto de controle poderia ser utilizados. No exemplo acima, utilizamos Projeção
uma própria feição vetorial no ArcGIS, por exemplo. Mercator UTM Fuso 23S, datum WGS1984.
Dentro do software, devemos atribuir coordenadas Com a imagem georreferenciada, o software é capaz
para os pontos de controle; ou seja, fazer o de sobrepor as demais camadas. No exemplo acima,
georreferenciamento em si. Seria como ordenar ao há arquivos de pontos, linhas e polígonos que já
programa: “projete este pixel aqui na coordenada estavam prontos antes do georreferenciamento.
tal”. Isso deve ser feito para todos os pontos de Finalmente, será possível realizar análises espaciais.
controle levantados.
Neste processo, é importante se ater aos erros de georreferenciamento; afinal, tudo o que se
mede ou se modela está sujeito a erros. A própria captação da imagem de satélite tem a exatidão alterada
por fatores sistemáticos como a instabilidade do sensor e as distorções causadas pela curvatura da
Terra. Deste modo, a questão não é a busca da perfeição mas sim o conhecimento da incerteza. O
usuário de SIG deve se preocupar tanto com o erro das medições das coordenadas dos pontos de controle
com GPS, quanto com o erro planimétrico associado à escala dos mapas. No primeiro caso é fácil saber o
erro, pois o próprio fabricante de GPS fornece essa informação. Já em relação ao erro planimétrico dos
mapas, devemos seguir o Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC), que estabelece uma precisão de 90%
de representação [fonte]. Conforme este:
“As cartas quanto à sua exatidão devem obedecer ao Padrão de Exatidão Cartográfica -
PEC, seguinte o critério abaixo indicado:
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1) Erros sistemáticos ocorrem em razão das características próprias do sensor, como: instabilidade da
plataforma, distorção panorâmica e distorção causada pela curvatura e rotação da Terra.
Comentário
Sim, em toda etapa do SIG ocorrem erros, desde a captação da imagem até o georreferenciamento. O
objetivo do operador do SIG não é acabar com os erros, mas saber lidar com eles. O Padrão de Exatidão
Cartográfica (PEC) de 1984 e ainda em vigor, estabelece uma precisão de 90% para dados planimétricos.
Gabarito: Certo
2) O georreferenciamento estabelece uma relação geométrica entre cada pixel da imagem e uma
única coordenada cartográfica, utilizando interpoladores de 2º grau ou superiores.
Comentário
A assertiva possui dois erros. Primeiramente, o georreferenciamento NÃO “estabelece uma relação
geométrica entre CADA PIXEL da imagem e UMA ÚNICA coordenada geográfica”. Na verdade, o
georreferenciamento estabelece uma relação geométrica entre PELO MENOS TRÊS PONTOS DE
CONTROLE e seus respectivos PARES de coordenadas geográficas”. Gabarito: Errado.
3) Nesse processo, somente algumas feições devem ser totalmente identificáveis na imagem.
Comentário
O georreferenciamento deve ser feito de modo com que TODAS as feições sejam reconhecíveis. Gabarito:
Errado
4) O georreferenciamento de uma imagem de satélite não deve ocorrer com base em outra imagem,
visando a reduzir a propagação de erros residuais.
Comentário
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Questão pegadinha: é verdade que o georreferenciamento de uma imagem feito com base em OUTRA
imagem pode multiplicar os erros residuais; mas a alternativa está errada porque este é um procedimento
corriqueiro e muito usual. Desde que se respeitem os Padrões de Exatidão Cartográfica, este tipo de
georreferenciamento pode ser feito sem problemas. Gabarito: Errado
5) O georreferenciamento de uma imagem de satélite, quando realizado com base em pontos de
controle obtidos por sistemas de posicionamento por satélite, não necessita passar por uma análise
de qualidade posicional.
Comentário
Pontos obtidos por sistema de posicionamento – como o GPS – possuem erros. A maioria dos GPS de
navegação, por exemplo, possuem erros de 10 a 30 metros de tolerância (veremos este assunto no item
abaixo). Estes erros são informados pelo próprio fabricante do aparelho utilizado. Sendo assim, sobretudo
quando trabalhamos com grandes escalas, é necessário verificar qualidade nos pontos utilizados.
Gabarito: Errado
Para que ocorra a "confeção de mapas básicos e bases cartográficas" muita coisa precisa ser feita.
Precisamos entender de bancos de dados, de sistemas de informações geográficas, de tipos de arquivos
de projeções cartográficas e muitos outros aspectos. Contudo, como tudo isso está especificado em outras
partes da aula, deixaremos para este item somente a parte da comunicação cartográfica, mais específica
à cartografia temática. Neste item, relativamente longo devido à grande abrangência, sobre semiologia
gráfica, sobre tipos de mapas, sobre os principais elementos dos mapas temáticos; e, no fim, sobre
duas técnicas básicas: overlay (sobreposições) e cálculos de distâncias, que podem ser feitas com as
bases cartográficas digitais.
A elaboração de mapas temáticos é uma tarefa complexa que envolve muitas etapas, tais como:
aquisição de dados, manipulação e processamento de dados, escolha das metodologias de mapeamento,
aplicação de simbologias, escolha dos intervalos e até mesmo a construção de layouts. Para tal, é
fundamental a correta utilização da semiologia gráfica, cujo conceito veremos abaixo.
É aquele mapa que evidencia não só “onde” está o fenômeno, mas também sua
O que é um
caracterização temática de acordo com o tema escolhido, como por exemplo:
mapa temático?
tema clima, tema uso e ocupação do solo, tema vulnerabilidade social, etc. [fonte].
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Para relembrar:
Cartografia A Cartografia é a arte ou a ciência que se ocupa da elaboração de mapas de toda espécie.
Abrange todas as fases dos trabalhos, desde os primeiros levantamentos até a impressão
final dos mapas.
Cartografia Cartografia Temática é um ramo da Cartografia que diz respeito ao planejamento, execução e
temática impressão de mapas sobre um fundo básico, ao qual são anexadas informações através de
simbologia adequada, visando atender as necessidades de um público específico [fonte].
Dentro da cartografia temática, surgiu a corrente da semiologia gráfica, que pode ser
compreendida como um “conjunto de diretrizes que orientam a elaboração de mapas temáticos com
o uso de símbolos caracterizadores da informação”. Os primeiros trabalhos importantes nessa área
foram feitos pelo geógrafo Jacques Bertin, a partir dos anos 1960. No Brasil, a semiologia gráfica ganhou
força a partir dos anos 1980 [fonte].
Para mapearmos um dado, necessário escolher a variável visual utilizada; isto é, a forma de
mapeamento dos pontos, linhas e polígonos a serem visualmente representados. Para tal, podemos
escolher diferenças na cor, na textura, na forma, na orientação e na granulação das formas
representadas. O quadro abaixo resume algumas destas possibilidades:
-
Diferenças
Tamanho
quantitativas
Diferenças
Tipo da cor
qualitativas
Diferenças
Tom da cor
quantitativas
Diferenças
Intensidade da cor
qualitativas
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Diferenças
Textura qualitativas e
quantitativas
Tipos de mapas
A escolha da variável visual parece simples, mas vai depender do método de mapeamento
escolhido; que por sua vez, vai depender da estrutura do dado. Sendo assim, é possível fazer mapas
qualitativos, mapas quantitativos e mapas ordenados. O quadro abaixo explica essas diferenças [fonte]:
Mapas qualitativos
Os métodos de mapeamento para fenômenos qualitativos (que utilizam dados textuais) usam as
variáveis visuais forma, orientação e cor. Podem ser pontuais, lineares ou zonais. Veja os exemplos:
Mapa de símbolos pontuais Mapa de símbolos lineares Mapa corocromático
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Mapas quantitativos
Os fenômenos quantitativos (dados numéricos) são representados pela variável tamanho. Podem ser
representadas por pontos (tamanho do ponto ou pontos agregados), ou por linha (variação da espessura).
Os polígonos são representados em mapas ordenados (que veremos adiante). Seguem exemplos:
Mapa de símbolos
Mapa de círculos concêntricos Mapa de pontos
proporcionais
Distribuição da população
Crescimento das capitais (1872-2000) Asininos no Brasil
brasileira em 2000
Representa dois valores ao mesmo
Quanto maior o círculo tempo por meio de círculos Os mapas de pontos expõem
(variável forma) maior a sobrepostos com cores diferentes. No dados absolutos. No caso,
população. É possível ver, caso acima, a variável cor indica a data cada ponto corresponde à 233
portanto, que o litoral é mais do Censo Demográfico (quanto mais cabeças. Todos os pontos são
populoso que o interior. A claro, mais antigo). Já a variável do mesmo tamanho e da
cor é pouco relevante neste tamanho indica o valor da população mesma cor, no entanto, o que
caso. (quanto maior o círculo, maior a vale é a distribuição.
população).
Mapas ordenados
Assim como os mapas quantitativos, os mapas ordenados também apresentam valores numéricos; no
entanto, ao contrário destes (que utilizam pontos e linhas), a representação somente ocorre em polígonos
ordenados. Atenção: cuidado para não confundir corocromático (qualitativo) com coroplético (ordenado)!
Mapa coroplético
Densidade populacional no Brasil
Nota-se, portanto, o seguinte: mapas qualitativos podem ser tanto representados por pontos,
quanto por linhas, quanto por polígonos. Os mapas quantitativos, por sua vez, são representados por
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pontos e linhas. Cabe aos mapas ordenados (que não deixam de ser quantitativos) a representação de
números ordenados em polígonos. Existem inúmeras outras formas de representação; como por
exemplo, a anamorfose que distorce propositalmente as áreas dos polígonos, ou ainda, os interessantes
mapas em 3D. No entanto, como este assunto é muito longo, a ideia foi mostrar as principais formas de
representação, e não todas elas.
Para finalizar esse assunto de cartografia temática, vamos estudar os principais elementos dos
mapas temáticos utilizando um exemplo montado com base no shapefile (um formato de arquivo que
veremos em outro item da aula) do território brasileiro. No caso apresentado, foi confeccionado um mapa
qualitativo corocromático:
1 – Título
Um título completo indica o assunto, a localização e a data do
mapa.
2 – Legenda
A legenda descreve as variáveis visuais ilustradas no mapa. No
caso, cada cor representa uma região do Brasil.
3 – Escala numérica
A escala mostra o quão reduzido o mundo real foi para poder caber
no mapa. Como a escala numérica sofre distorções, é necessário
indicar o tamanho da folha ao lado. No caso, 1 centímetro do mapa
equivale a 500 km do mundo real, porém, desde que a folha seja A5.
4 – Sistema de referência (datum) e sistema de coordenadas
No caso, o datum utilizado foi o SIRGAS 2000 e o sistema de
coordenadas, as coordenadas geográficas. Nada impede que o
mapa seja em SIRGAS 2000 (datum) porém em outro sistema de
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Na figura acima, são mostrados três exemplos — I, II e III — de representações gráficas, que podem
ser utilizadas em mapas temáticos. Com base nessa figura, julgue os itens subsequente.
1) O exemplo II é apropriado para representar cidades com menos de 100 mil habitantes, com
população entre 100 a 500 mil habitantes e com mais de 500 mil habitantes.
Comentário
O exemplo II indica a utilização de dados quantitativos pontuais com a variável visual tamanho. Quanto
maior o tamanho do ponto, maior o valor do dado. Sendo assim, seria perfeitamente possível representar
populações de cidades. Gabarito: Certo
2) O exemplo III é apropriado para representar declividades inferiores a 5%, entre 5% a 10% e
superiores a 10%.
Comentário
O exemplo III mostra a utilização de dados quantitativos ordenados cuja variável visual é o tom da cor.
Neste caso, quanto mais forte for o tom da cor, mais intenso será o fenômeno. Sendo assim, é
perfeitamente possível representar declividades ordenadas (inferiores a 5% com a cor mais clara, e
superiores a 10% com a cor mais forte). Gabarito: Certo
3) O exemplo III é o mais apropriado para representar um mapa temático cuja legenda seja composta
por vegetação nativa, área urbana e massa d’água.
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Comentário
O exemplo III indica uma ordem, ou seja, dados quantitativos do mais baixo para o mais alto. Sendo assim,
não seria viável representar fenômenos qualitativos como vegetação, área urbana ou massa d’água. Neste
caso, o ideal seria um mapa corocromático com cores diferentes e não ordenadas. Gabarito: Errado
Overlay
Quando falamos em
manipulação de dados em ambiente
SIG, para além de sua edição e
construção; isso normalmente
significa a sua sobreposição e a
interseção com outras camadas para
fins estatístico-espaciais. Um mapa
de qualidade, deve ser capaz de
condensar diversas informações,
sendo em muitas situações mais
adequado do que tabelas estatísticas,
pareceres técnicos e outros produtos necessários
para dar suporte a decisões gerenciais. Sendo
assim, a sobreposição de mapas pode potenciar
estes benefícios [fonte].
A imagem acima (canto inferior direito) mostra uma aplicação do overlay. Quanto mais camadas
forem mapeadas, mais próximo o ambiente SIG será do mundo real. Devido a esta complexidade e à
dimensão dos procedimentos envolvidos nestes estudos, o overlay é um método amplamente aplicado
aos estudos de geociências. Cabem às ferramentas e softwares de geoprocessamento
Cálculos de distâncias
Uma outra possibilidade é o cálculo de distâncias, algo muito simples de se fazer em ambiente
SIG. Neste link [fonte], há um tutorial completo de como fazê-lo. Fizemos um resumo no quadro abaixo:
Reprojetando dados para UTM Selecionando origem e destino Merge nos pontos de destino
Para calcular a distância entre dois O cálculo da distância entre É preciso fazer um merge entre os
ou mais pontos, é necessário pontos funciona da seguinte pontos de destino (ou seja, juntar
reprojetar seus dados para UTM forma: você precisa especificar os
todos os pontos em uma única
para obter o resultado da operação pontos de origem e destino. feição; na imagem acima, em
em metros. verde).
O resultado é armazenado em
No exemplo acima, temos quatro arquivo DBF. Para calcularmos a distância,
objetos vetoriais representando É necessário verificar o sistema de devemos ter um shapefile do
quatro localizações distintas. coordenadas, pois projeções Lat- ponto de origem (A) (estrelinha) e
Long ou decimais não são outro shapefile com os pontos de
destino, resultado do merge, com
satisfatórias, nesse caso.
(B, C, D) (bolinhas verdes).
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Gerando tabela final com Ou, ao invés disso, podemos fazer o cálculo manual, simplesmente
resultados de distância por meio da ferramenta “measure”:
Espectro eletromagnético
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do comprimento de onda ou de sua frequência. Este espectro apresenta subdivisões, sendo cada uma,
em detrimento do tipo de processo físico que dá origem a energia eletromagnética, do tipo de interação
que ocorre entre a radiação e o objeto sobre o qual esta incide e da transparência da atmosfera em
relação à radiação eletromagnética. Sendo assim, o espectro eletromagnético se estende desde
comprimentos de onda muito curtos associados aos raios cósmicos, até as ondas de rádio de baixa
freqüência e grandes comprimentos de onda, como mostra a figura abaixo.
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Comentário
De fato, hardware e software fazem parte do SIG. A questão também acerta ao afirmar que o SIG
possibilita a integração de banco de dados alfanuméricos para o processamento de dados
georreferenciados. Gabarito: Certo
2) Na figura em apreço, o número 1 identifica um sensor passivo, que é um dispositivo capaz de
detectar radiações eletromagnéticas em todas as faixas do espectro eletromagnético.
Comentário
É verdade que o número 1 representa um sensor passivo, mas não pelo motivo apresentado na questão.
Na verdade, o número 1 é um sensor passivo não porque é “é um dispositivo capaz de detectar radiações
eletromagnéticas em todas as faixas do espectro eletromagnético”, mas sim porque ele não emite luz
própria. Sensores passivos, como o satélite apresentado, não emitem luz própria. Já os sensores ativos,
como as câmeras com flash, são aqueles que emitem luz própria. Gabarito: Errado
3) A resolução espacial refere-se à capacidade do sensor de distinguir objetos na superfície terrestre. A
resolução depende do detector e da altura de posicionamento do sensor em relação ao objeto.
Comentário
Sim, é exatamente este o conceito de resolução espacial. Quanto mais o sensor consegue distinguir
objetos, maior será a resolução espacial, medida pelo tamanho do pixel da imagem. Gabarito: Certo
4) O Sol, identificado na figura em questão pelo número 3, por ser uma fonte de energia que está
ininterruptamente em atividade, é considerado um sensor ativo.
Comentário
É verdade que os sensores ativos são aqueles que possuem luz própria, mas como o sol não captura
imagens, não pode ser considerado um sensor. Gabarito: Errado
5) Uma das importantes características das imagens obtidas por meio de satélites é a abrangência
espaço-temporal dos dados dos sensores remotos, que possibilitam a visão de um conjunto de
paisagens em tempos diferentes, simultâneos e sequenciais, permitindo a identificação e o
relacionamento de elementos naturais e sociais e econômicos, e revelando a dinâmica do processo de
construção do espaço geográfico.
Comentário
A questão descreve perfeitamente o papel de um satélite no âmbito do sensoriamento remoto, nada a
acrescentar. Gabarito: Certo
Esse item do edital é bem smples de entender. Conforme aponta Fitz, para a aquisição dos dados
de sensoriamento remoto, é necessário que haja os seguintes elementos básicos [fonte]:
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Fonte ou energia radiante, como o sol. Lembrando que imagens de satélite, por exemplo,
nada mais são do que energia refletida. Sendo assim, a luz solar é imprescindível.
Objeto de visada, como um determinado alvo na superfície terrestre. Como a quantidade de
dados é muito grande – normalmente as imagens de satélite são muito pesadas e possuem
várias faixas – é necessário saber o fenômeno e a área que se quer estudar.
Sistema de imageamento óptico e detector. Obviamente, sem a tecnologia nada funciona.
O sensoriamento remoto depende de satélites, câmeras, radares, computadores, entre
outros.
Uma vez definidas as fontes, os objetos e os sistemas de imageamento; é preciso distinguir os dois
tipos de sensores, os ativos e os passivos:
Perceba que a diferença entre ativo e passivo é bem fácil de entender. ATIVO possui LUZ
PRÓPRIA. Já o PASSIVO NÃO possui luz própria. Exemplos que sensores ativos – que possuem energia
própria – são as câmeras fotográficas com flash e as imagens de RADAR (Radio Detection and Ranging);
que respectivamente, capturam imagens utilizando luz própria e ondas de rádio. Exemplos de sensores
passivos são as câmeras sem flash ou os imageadores por varredura (escaneamento).
Para entendermos como é a estrutura de uma imagem de satélite ou fotografia aérea, é necessário
que saibamos o conceito de pixel, termo derivado do inglês picture element. Trata-se da menor unidade
de qualquer figura digital, sempre disposta em quadrado. Quando a imagem é de boa resolução, o pixel é
menor; quando é de resolução ruim, o pixel é maior. A qualidade, portanto, é proporcional à quantidade
de pixels. Observe o exemplo abaixo:
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Perceba que os logotipos à esquerda – com melhor resolução – apresentam maior quantidade de
pixels. Já nos últimos à direita possuem péssima resolução. Estes quadradinhos que enxergamos são os
pixels. Neste sistema, cada pixel é dotado de informações de cor. No sistema RGB – do inglês Red
(vermelho), Green (verde) e Blue (azul), cada pixel possui três indicadores, que obviamente são os valores
para as cores vermelha, verde e azul. Já no sistema CMYK – do inglês Cyan (ciano), Magenta (magenta),
Yellow (amarelo) e Black (preto) – o pixel possui quatro informações de cor.
Todos os profissionais que trabalham com imagens - fotógrafos, editores de vídeo, designers
gráficos, etc – conhecem bem o conceito de pixel. No sensoriamento remoto, ele é particularmente útil
porque compõe o formato de dados raster ou matricial. Esta estrutura de dados é representada por uma
matriz (imagem) com um determinado número de linhas e colunas, cuja célula menor é o pixel. Veremos
adiante que quanto maior for a quantidade de pixels em uma menor área, maior será a resolução espacial
da imagem de satélite.
Imagens de radar
RADAR é a sigla resultante do termo Radio Detection And Ranging (Detecção e localização por
meio de ondas de rádio). Enquanto a maior parte dos produtos de sensoriamento remoto operam em
faixas do espectro visível e do infravermelho – tais como os satélites LANDSAT, CYBERS ou SPOT –, o
radar opera nas faixas micro-ondas do espectro eletromagnético. Isto significa que as frequências do
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radar são mais baixas que as usualmente utilizadas para imageamento; e este é o principal aspecto que as
diferencia das demais tecnologias.
• Diferentes feições são registradas ou discriminadas quando comparadas com sensores ópticos
• Algumas feições da superfície terrestre podem ser melhor observadas em imagens de radar: gelo,
ondas do mar, umidade do solo, massa verde, objetos artificiais (ex: edifícios), estruturas geológicas
Uma das vantagens das faixas micro-ondas é a baixa interferência da atmosfera terrestre, o que
resolve inúmeros problemas, como por exemplo, a intensa nebulosidade comum em regiões tropicais. Por
isso, é muito indicado para a observação de detalhes como ondas do mar, gelo, estruturas geológicas e
geomorfológicas, umidade do solo, ou até mesmo objetos artificiais.
Resultado de
dados SRTM 42
em ambiente
SIG Geoprocessamento (item 2.5) p/ ADASA (Regulador - Gestão e Regulação) - Pós-Edital
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Para a coleta de dados, foram utilizados radares de abertura sintética (SAR). Por esse método,
duas antenas SAR coletaram dados de radar separadas por um braço extensor de 60. Como a visada é
lateral, foi possível captar várias imagens de ângulos diferentes, formando os modelos
tridimensionais. [fonte]
As instituições responsáveis pela missão SRTM foram a National Imagery and Mapping Agency
(NIMA) (que atualmente faz parte do Departamento de Defesa) e a National Aeronautics and Space
Administration (NASA). Os dados de radar foram coletados durante 11 dias entre 11 e 22 de fevereiro
de 2000 a bordo da nave espacial Endeavour. Nesse período, a nave realizou 16 órbitas diárias na Terra, o
que correspondeu a 176 órbitas durante toda a missão. A precisão dos resultados, no entanto, variou de
acordo com a região do globo. Para os Estados Unidos, cada pixel tem uma resolução especial de 30
metros quadrados; e para o restante do planeta, 90 metros quadrados. Coordenado pela EMBRAPA, o
Projeto “Brasil em Relevo” publicou de forma inédita mosaicos do SRTM para análise de paisagens de
todo o Brasil. [fonte;fonte] .
Os dados de SRTM – que no Brasil foram disponibilizados pela EMBRAPA – são úteis para uma
ampla gama de propósitos, como por exemplo, estudos de impacto ambiental e estudos de
geomorfologia. Por meio deles, é possível por exemplo, delimitar bacias hidrográficas e mapas
topográficos e hipsométricos de forma automática ou semiautomática; o que agiliza bastante o
planejamento ambiental territorial.
No Brasil, para além do SRTM, o exemplo mais importante de imageamento por radar é o Projeto
RADAM - Radar na Amazônia. Este tinha por objetivo coletar de dados sobre recursos minerais, solos,
vegetação, uso da terra e cartografia da Amazônia e áreas adjacentes da região Nordeste. Iniciado em
1971, o recorte espacial foi expandido em 1975, passando a cobrir todo o país. Nesta ocasião, passou a ser
chamado Projeto RADAM Brasil.
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Desse esforço foi gerada uma coletânea de mapas temáticos e relatórios com base em imagens de
radar; consistindo assim, na primeira tentativa de Proposta de Zoneamento Ecológico-Econômico do
Brasil (ZEE). O projeto RADAM recomendou, ao final, a criação 35.200.000 ha de unidades de
conservação de proteção integral e mais 71.500.000 ha de uso sustentável na Amazônia [fonte]
1) Exatamente como o RADAM Brasil, que imageou a Amazônia e depois boa parte do Brasil, o SRTM
é um radar de abertura lateral aerotransportado que passou por todo o mundo diversas vezes, até
captar todo o terreno.
Comentário
A questão afirma que o RADAM – assim como o SRTM – passou “por todo o mundo diversas vezes”. Na
verdade, o projeto RADAM foi exclusivo do Brasil e NÃO passou por todo o mundo. Gabarito: Errado
2) A missão foi um dos primeiros experimentos com imageamento Laser, que pode medir as altitudes
em órbita através da medida de distâncias em pontos pré-definidos pelo tempo de retorno do pulso
de luz.
Comentário
O SRTM NÃO utilizou dados de imageamento laser, mas sim, dados de imageamento por RADAR via
sensor SAR. Gabarito: Errado
3) Combinando anos de mapeamento por fotografias aéreas cuidadosamente medidas e aferidas em
campo, coordenando inúmeras agências de todo o mundo para a mensuração de altitude por cunha
de paralaxe.
Comentário
O tempo de coleta dos dados SRTM durou apenas 11 dias, e não “anos de mapeamento”. Além disso, não
foram envolvidas “várias agências”, mas somente as norte-americanas NASA e NIMA. Gabarito: Errado
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O SRTM é um radar do tipo SAR (Radar de Abertura Sintética). Neste tipo de radar, o pulso é captado via
visada lateral. Ao comparar duas ou mais imagens em ângulos diferentes, foi possível estabelecer o
modelo tridimensional do terreno. Gabarito: Certo
1) Dados obtidos pela missão SRTM (shuttle radar topography mission), que são armazenados em
formato matricial, em pacotes computacionais de SIG, possibilitam, por exemplo, a delimitação
automática de bacias hidrográficas.
Comentário
Como os dados SRTM fornecem informações sobre o relevo, é plenamente possível delimitar bacias
hidrográficas de forma automática; afinal, os cursos d’água seguem o fluxo da gravidade, sempre indo do
ponto mais alto para o mais baixo. Gabarito: Certo
Imagens multiespectrais
Nos itens anteriores, já vimos o significado de espectro eletromagnético; sendo assim, fica fácil
entender o que são imagens multiespectrais. Simplesmente, trata-se de imagens que abarcam várias
partes do espectro (multi = muitos; espectral = espectro eletromagnético). Neste caso, o sensor consegue
captar diferentes frequências para uma mesma localidade. Ao intervalo destas frequências, dá-se o
nome de banda espectral. Quanto mais bandas espectrais um sensor conseguir captar – ou seja, quanto
mais frequências – maior será a sua resolução espectral [fonte].
Imagem É uma imagem que possui várias bandas. A maioria das imagens que utilizamos
multiespectral são multispectrais, e podemos juntar estas bandas para melhor visualização.
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A resolução espectral, portanto, diz respeito ao número de bandas (ou faixas) do espectro
eletromagnético que os sensores conseguem perceber. De uma maneira simplificada, conforme vimos
anteriormente, quando a energia solar atinge a superfície terrestre, parte desta é absorvida e parte é
refletida. Esta energia é emitida pela superfície terrestre através de ondas; e cada sensor trabalha com
um intervalo correspondente destas ondas emitidas [fonte].
Como se A resolução espacial é medida pelo número e pela largura das bandas captadas pelo
mede? sensor.
O quadro abaixo [fonte] mostra as diferentes faixas do satélite LANDSAT. Note que para cada
banda, há um tipo de aplicação diferente. Logo, quanto maior a resolução espectral do satélite, mais
vastas são as possibilidades de utilização.
2
Μm = micrômetro, ou um milionésimo de metro.
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Bom contraste entre áreas cobertas com vegetação e solo exposto, bem como
Banda 3 discrimina diversos tipos de vegetação. É a banda mais utilizada para a delimitação
Vermelho das “manchas” urbanas e traçado do sistema viário. É adequada também para
mapeamentos de uso do solo, agricultura e estudos de qualidade d’água.
Banda 5 Permite observar o teor de umidade nas plantas e detectar possíveis estresses na
Infravermelho vegetação causados por falta de água. Utilizada também para obter informações
médio sobre a umidade do solo.
Banda 7 Apresenta sensibilidade à morfologia do terreno, servindo para estudos nas áreas
Infravermelho de geologia, solos e geomorfologia. Utilizada também para a identificação de
médio minerais e detecção de umidade no solo e na vegetação.
É importante observar que as bandas azul, verde e vermelho correspondem às faixas visíveis do
espectro eletromagnético. Estas bandas estão presentes na maioria dos satélites, não só no LANDSAT.
Já as bandas do infravermelho, normalmente estão relacionadas à emissão de calor (radiação térmica)
por parte dos objetos. Assim, ela tende a apresentar respostas singulares de acordo com a temperatura
dos corpos. Como exemplo, pode-se citar a situação de nuvens existentes em altitudes elevadas, onde as
temperaturas são baixas; estas apresentarão coloração mais próxima do branco. No caso de nuvens mais
próximas do solo (temperaturas maiores), a resposta espectral será mais próxima do preto ou do cinza
[fonte].
Conforme observado, cada banda possui uma utilização distinta. No entanto, na maioria dos casos
– para agrupar os benefícios de cada uma – o operador faz combinações, as chamadas composições de
imagem. Deste modo, quando observamos uma imagem de satélite colorida, ela não veio colorida do
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espaço, mas sim, em bandas distintas; sendo manualmente composta pelo ser humano por meio das
faixas espectrais disponíveis.
Podemos dizer que as imagens multiespectrais são formadas relativamente poucas bandas
(normalmente entre 3 e 20) que não são necessariamente contínuas. No entanto, existem imagens que
além de serem formadas por muitas bandas, todas elas são contínuas dentro do espectro
eletromagnético. Estas imagens são chamadas de imagens hiperespectrais (hiper = muito; de muitas
bandas).
Imagem multiespectral
Possui poucas bandas, não necessariamente contínuas. Possuem
menor resolução espectral.
Imagem hiperespectral
Possui muitas bandas, e elas são sempre contínuas. Possuem
maior resolução espectral.
Como possuem maior resolução espectral, as imagens hiperspectrais garantem informações mais
precisas, o que é muito útil na agricultura, por exemplo. Vamos pegar o exemplo de uma plantação de
milho. Usando sensores multiespectrais é possível fazer uma estimativa da área plantada, um
levantamento do número de plantas em determinada área, verificar a saúde das plantas e da cultura e
ainda detectar pragas na plantação e gargalos no processo produtivo. Já com sensores hiperespectrais,
além de obter os mesmos resultados que um multiespectral, existe também o potencial de prover
detalhes sobre as propriedades físico-químicas dos materiais presentes na superfície imageada, incluindo
composição química/bioquímica, grau de cristalinidade e morfologia desses materiais [fonte].
Imagens multitemporais
foram compostas: utilizando a banda vermelha (red) da mais antiga e a verde (green) da mais nova, foi
possível compor uma imagem que realçasse as transformações no espaço geográfico neste período.
Parte de imagem multitemporal de Porto Velho (RO) (1993, 1997 e 1998). Áreas alteradas aparecem em colorido.
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Tendo em vista as diversas potencialidades dos tipos de resolução e das várias faixas do espectro
eletromagnético, mais vastas ainda, são as possibilidades de processamento computadorizado desta
grande quantidade de dados capturados por sensores. É neste contexto que se enquadra o
Processamento Digital de Imagens (PDI); cuja função principal é a de fornecer ferramentas para
facilitar a identificação e a extração da informação contidas nas imagens para posterior interpretação.
Em outras palavras, trata-se de manipular as imagens para que elas sejam melhor interpretadas pelo
operador de acordo com os seus propósitos [fonte].
De forma geral, o PDI pode ser resumido em três fases: pré-processamento, realce e classificação
(atenção nestas etapas para não confundir!) Conforme o quadro abaixo[fonte].
Realce Realce visa melhorar a qualidade da imagem, permitindo uma melhor discriminação
dos objetos presentes na imagem.
estudo prévio da área a ser mapeada [fonte]. Embora a maioria dos softwares de geoprocessamento
forneça bases para a fotointerpretação – na maioria deles, é possível inserir polígonos de forma manual
identificando tipos de uso do solo como pastagem, vegetação, área urbana, etc. –, a fotointerpretação
também pode ser realizada utilizando um aparelho chamado estereoscópio (imagem ao lado). Na
estereoscopia, é possível juntar duas fotos e visualizá-las em terceira dimensão sem o auxílio de
computador.
Apesar de ainda ser bastante utilizada, a fotointerpretação está pouco a pouco, cedendo espaço às
formas de análise automática e semi-automática, características ao Processamento Digital de Imagens,
que dependem menos da interferência humana. Neste sentido destacam-se a classificação
supervisionada e a classificação não-supervisionada.
Neste caso, os polígonos foram Neste caso, os polígonos foram desenhados de forma
desenhados manualmente, um a um, de semi-automática pelo software, havendo pouca
acordo com a experiência do intérprete. interferência humana.
Se o sistema sabe as texturas e os padrões espaciais de cada categoria, ele é capaz de mapear sozinho o
restante da imagem. É por isso que essa classificação é SUPERVISIONADA: é o computador que
classifica, mas é o homem define os parâmetros.
Para que o computador classifique a imagem, é necessário que isso ocorra com base em algoritmos
pré-estabelecidos. Existem várias fórmulas para tal fim, no entanto, a mais utilizada é a Máxima
Verossimilhança (MAX-VER). Pertencente ao grupo da classificação supervisionada “pixel por pixel”, a
MAXVER utiliza estatísticas para calcular a probabilidade de um pixel pertencer a uma determinada classe.
Este método parte do princípio que o usuário conhece bem a temática e a região da imagem a ser
classificada para poder definir classes representativas [fonte].
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urbana e quando começa uma rural; pois neste caso, pode haver áreas de subúrbio que não são nem 100%
urbanas nem 100% rurais. A lógica fuzzy resolveria este problema estimando a probabilidade destas
áreas pertencerem a uma determinada categoria.
Isso NÃO é a definição da fase do pré-processamento, mas sim da fase da classificação digital. Gabarito:
Errado
5) Para facilitar a interpretação de uma imagem mediante a técnica de realce de imagens, podem ser
realizadas operações de manipulação de contraste, filtragem de frequência espacial e rotação de
imagens.
Comentário
Agora sim faz sentido. Primeiro ocorrem as “operações de manipulação” descritas na imagem para torna-
la melhor interpretável, e DAÍ SIM parte-se para a interpretação. Certo
Contudo, há algumas questões que devemos levar em consideração. Conforme aponta este estudo
[fonte], o processo de junção das imagens de um mosaico exige um trabalho de ajustamento geométrico
e de equalização da tonalidade radiométrica das imagens para evitar descontinuidades. Alguns
programas comerciais existentes no mercado apresentam soluções para este problema em discussão,
porém não fornecem maiores detalhes de como processam esta junção e algumas vezes não atendem a
objetivos específicos de pesquisadores e usuários mais exigentes. Ou seja, não basta juntar as imagens, é
necessário que as imagens não pareçam ser juntadas. Para tal, a mosaicagem é dividida em duas etapas
fundamentais:
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1 - Captura de imagens
Este trabalho pressupõe-se que a captura imageie partes da mesma
cena por mais de uma imagem, de forma a possibilitar a fusão das
imagens em uma maior por meio dos trechos redundantes nas imagens.
De acordo com as imagens capturadas, o mosaico pode ser construído
com mais ou menos etapas de processamento de imagens.Para
imagens aéreas, por exemplo, é quase sempre necessária uma etapa de
retificação de imagens.
Para que haja o blending é necessário que a imagem seja ajustada. Primeiramente, é necessário o
ajuste da tonalidade de cinza de uma imagem em relação a outra, de forma que a média dos níveis de
cinza nas regiões de superposição sejam semelhantes para ambas. Essa etapa é chamada de correção
radiométrica. Para este proposito geralmente utilizam-se técnicas de ajuste de histograma. Após este
passo as bordas artificiais tornam-se significativamente menos visíveis, apesar de ainda serem aparentes
[fonte].
Essa correção é necessária porque o processo de aquisição de imagens digitais pode sofrer
degradações em relação ao sinal que deveeria ser registrado. "Mesmo que sejam tomadas diversas
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Efeito das distorções não-sistemáticas em imagens orbitais. O retângulo de baixo indica a imagem corrida. O
retângulo de cima, a imagem original distorcida. Não entraremos em detalhes de cada uma dessas distorções; no
entanto, é necessário saber que existem. “Roll”, “pitch” e “yaw” são os eixos de rotação do satélite.
Após a correção geométrica, forma-se o registro da imagem, que nada mais é do que ajuste de
coordenadas na imagem – ou seja, parte da própria correção geométrica,.
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Sistemas orbitais.
Os sistemas orbitais estão diretamente relacionados com à resolução temporal das imagens de
satélite — ou seja, à frequência que um determinado sensor pode obter imagens. O satélite sino-
brasileiro Cybers-2, por exemplo, capta imagens de 26 em 26 dias; logo, sua resolução temporal é de 26
dias. Os satélites orbitais e satélites geoestacionários possuem diferentes resoluções temporais,
conforme o quadro abaixo:
Satélite geoestacionário
É aquele que gira junto com a Terra, em velocidade
semelhante ao movimento de rotação. Sendo assim, ele
permanece fixo em um mesmo ponto da superfície do
planeta.
Satélite orbital
É aquele que gira em órbita diferente da Terra, em
sentido quase polar. Sendo assim, ele pode capturar
dados do planeta inteiro; no entanto, demora muito
para passar novamente sob um mesmo ponto.
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interesse.
O satélite orbital, por sua vez, não fica “parado” no mesmo ponto da superfície, mas sim, percorre
o planeta inteiro. Devido a este fato, satélites orbitais possuem uma grande amplitude de imagens. No
entanto, como demora para que o sensor volte ao mesmo ponto, este tipo de satélite possui baixa
resolução temporal.3
Na figura acima (página anterior), é possível visualizar a órbita do satélite LANDSAT. Repare que o
movimento é realizado no eixo norte-sul; no entanto, a curvatura da Terra faz com que este traçado tenha
um aspecto visualmente inclinado. A cada 18 dias, o satélite faz a “volta” completa no planeta. Logo,
possui resolução temporal de 18 dias. Além disso, o LANDSAT é heliosincronizado, ou seja sempre
passa num mesmo local dado ao mesmo horário solar.
O quadro na página seguinte reune as principais características dos principais sistemas orbitais de
sensoriamento remoto disponíveis — ou seja, dos principais satélites em funcionamento —; com um foco
maior para programas governamentais. [fonte; fonte; fonte; fonte; fonte; fonte; fonte; fonte;] Repare nas
diferenças de tipos de órbita e resoluções temporal, espacial, e espectral – temas que vimos acima.
3
Esta animação tem pouco mais de 1 minuto e explica a diferença entre os dois satélites de forma
mais didática [link]
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Neste item, estudaremos os Sistemas de Informações Geográficas (SIG), cujas definições seguem
abaixo, para os seguintes temas do edital:
O que é SIG?
O que é SIG?
“O termo sistemas de informação geográfica (SIG) é aplicado para sistemas que realizam
o tratamento computacional de dados geográficos. A principal diferença de um SIG
para um sistema de informação convencional é sua capacidade de armazenar tanto os
atributos descritivos como as geometrias dos diferentes tipos de dados geográficos. Assim,
para cada lote num cadastro urbano, um SIG guarda, além de informação descritiva como
proprietário e valor do IPTU, a informação geométrica com as coordenadas dos limites do
lote.” [fonte].
Apesar de ter sido concebido ainda nos anos 1960, foi somente após a revolução tecnológica dos
anos 1990 que o SIG de fato se desenvolveu. Este crescimento só foi possível graças à evolução do
computador (hardware), e de programas específicos (software) que passaram a conseguir resolver os
problemas de quantificação de forma rápida e eficiente. Nos últimos anos, a a utilização dos SIGs vem
crescendo rapidamente em todo o mundo, uma vez que possibilita um melhor gerenciamento de
informações e a consequente melhoria nos processos de tomada de decisões em áreas de grande
complexidade, como por exemplo, planejamento municipal, estadual e federal, proteção ambiental, redes
de utilidade pública, entre outros. [fonte].
Embora sejam principalmente estudados dentro da ciência geográfica, os SIGs possuem larga
utilização em diferentes campos do conhecimento, incluindo ciências exatas, biológicas, humanas e
aplicações tecnológicas. Estes permitem a visualização espacial de variáveis como população de
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indivíduos, índices de qualidade de vida ou vendas de empresa numa região através de mapas. No quadro
abaixo, seguem algumas aplicações de SIGs [fonte]:
Saúde e educação Rede hospitalar, rede de ensino, saneamento básico e controle epidemiológico.
Segurança Supervisão de espaço aéreo, marítimo e terrestre; controle de tráfego aéreo, sistemas de
cartografia náutica, serviços de atendimento emergenciais.
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Cuidado para não confundir: CAD é um sistema, algo amplo. AutoCAD é um entre vários softwares de CAD,
assim como o ArcGIS, por exemplo, é apenas um software de GIS e não o GIS em si.
Projeto Auxiliado por Os dados geográficos são armazenados de forma gráfica, ou seja, apenas
Computador (CAD) visual, como se fossem apenas desenhos. Um dado é apenas um desenho.
A maioria das aplicações de SIG – ArcGIS, QGIS, SPRING, entre outros – funciona de forma similar.
Há um documento em branco no qual o usuário pode adicionar, editar e manipular arquivos vetoriais e
matriciais como shapefiles e imagens de satélite, respectivamente. Nesse processo, é fundamental que o
usuário tenha cuidado com o posicionamento espacial dos dados. Ou seja, dentro de um software SIG,
deve-se ter o cuidado de trabalhar com dados que estejam corretamente georreferenciados nos padrões
da cartografia e da geodésia. Caso o usuário utilize a projeção UTM, é necessário saber em qual fuso a área
e mapeada se encontra, por exemplo. Portanto, o sistema de coordenadas deve ser único para todos os
elementos que compõem o mapa.
Além disso, o usuário deve saber das potencialidades e limitações de cada um dos modelos de
dados – raster e vetor. No caso do raster, é possível trabalhar com imagens .tiff .png .jpg, por exemplo.
No caso do vetor, os softwares de SIG aceitam, por exemplo, arquivos shapefiles (.shp), arquivos do
Google Earth (.kmz ou .kml) ou arquivos do AutoCAD (.dxf ou .dwg). Cada um desses formatos permite
manipulações e processamentos diferentes.
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Alguns softwares de SIG como, por exemplo, o ArcGIS ou o MapInfo possuem licenças pagas.
Contudo, o usuário pode encontrar várias soluções gratuitas como o SPRING ou o Terra View, ambos
desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O quadro abaixo resume as principais
aplicações do mercado:
Software livre. Software pago Desenvolvido pelo INPE, Desenvolvido pelo INPE,
utilização gratuita. utilização gratuita.
Perceba além dos programas de SIG, o usuário poderá necessitar de aplicações complementares
como softwares de banco de dados (Oracle, Access, etc.) ou de sensoriamento remoto (ENVI, SPRING,
etc.) (embora o SPRING seja um software de SIG, ele é muito bom para trabalhar com imagens de satélite).
Nesse contexto, podemos destacar o PostGIS, uma extensão espacial de código aberto do Sistema
Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) PostgreSQL. O software espacializa os dados do servidor
PostgreSQL, fazendo com que este seja usado como um banco de dados espacial para os sistemas de
informação geográfica.
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A) MySQL;
B) PostGIS;
C) PostgreSQL;
D) Oracle;
E) QGIS.
Comentário
Das alternativas acima, a única extensão espacial para SGBD é o PostGIS (alternativa B). MySQL e Oracle
(alternativas A e D) são gerenciadores de banco de dados. QGIS (alternativa E) é um software de SIG.
Gabarito: B.
1) GvSIG, Quantum GIS, PostGIS e SPRING são exemplos de pacotes computacionais de SIG.
Comentário
GvSIG, Quantum GIS e SPRING são exemplos de pacotes computacionais de SIG; mas o PostGIS não.
Trata-se de um software de gestão de banco de dados. Gabarito: Errado
Tipos de dados
Para entendermos os diferentes tipos de dados, precisamos compreender como funciona um SIG
e qual a sua estrutura. Segundo Paulo Roberto Fitz, um SIG é constituído pelos seguintes componentes:
Requisitos de um SIG
Hardware
Plataforma computacional utilizada. Usualmente, são computadores; mas nos últimos
anos há um aumento da utilização de smartphones.
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Software
Programas, módulos e sistemas vinculados. Entre os mais conhecidos estão ArcGis,
Mapinfo, Spring, Quantum GIS, e Terra View.
Dados
Registros de informações resultantes de uma pesquisa ou investigação. Os dados
podem ser geográficos e/ou tabulares.
Peopleware
Profissionais e usuários envolvidos na operação do SIG.
Deste modo, ao contrário do que muita gente pensa, um SIG não é só um programa de
computador (software), mas sim, envolve várias estruturas complexas, desde a própria máquina
(hardware) até mesmo a entrada de dados e a manipulação do operador (peopleware).
Nota-se, portanto, que ao contrário do sistema CAD, o banco de dados possui um papel central
nos SIGs. Para mapearmos a vulnerabilidade ambiental de uma localidade, por exemplo, precisamos de
dados de hidrografia, precipitação (chuvas), tipos de solo, declividade, ou delimitações de áreas
ambientalmente protegidas. Para mapearmos a vulnerabilidade social, utilizamos dados de renda,
população, acesso à escolaridade, etc. Resumindo, para cada ponto, linha ou polígono desenhado em
ambiente SIG, existe um complexo banco de dados por trás. Vejamos o exemplo abaixo:
portanto, é possível criar mapas temáticos. Uma vez que o sistema saiba, por exemplo, quais estados
(polígonos) pertencem a cada região (campo “região”), é possível agrupá-los em categorias (conforme
imagem abaixo) e assim, fazer um mapa temático.
Portanto, quando o edital fala em "tipos de dados", podemos citar duas categorias: os dados
espaciais dispostos nos Bancos de Dados Geográficos; e os dados não-espaciais dispostos em Bancos de
Dados "normais". O quadro abaixo explica um pouco melhor sobre essa distinção:
Termo genérico que designa todo local onde estão armazenados dados,
Banco de Dados
sendo geográficos ou não.
Sistema de
Conjunto de softwares responsáveis pelo gerenciamento de banco de
Gerenciamento de Banco
dados, que podem ser geográficos ou não.
de Dados (SGBD)
É aí que a indexação torna-se tão importante. Ainda tomando o exemplo anterior, sugiro que volte
à figura do mapa do Brasil e repare que há uma coluna chamada “FID”, da qual cada unidade da federação
possui um código diferente. É esse código que permite que a base cartográfica, em formato shapefile, seja
indexada.. Assim como cada cidadão brasileiro possui um CPF que o distingue dos demais, cada ponto,
linha ou polígono possui um número exclusivo que permite sua individualização.
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Para agora, é preciso entender que enquanto as imagens raster podem ser
inseridas em formatos comuns como .TIFF ou .JPG, o vetor possui um formato
específico para o SIG, o arquivo shapefile. Amplamente utilizado no mercado, o
shapefile foi desenvolvido pela ESRI, empresa detentora do software ArcGIS.
Para funcionar, um shapefile precisa de pelo menos três arquivos: o desenho
(.shp), o índice (.shx), e a tabela de atributos (.dbf). Demais arquivos podem ser
adicionados como por exemplo, informações de projeção (.prj).
É por isso que quando vamos encaminhar um shapefile por e-mail, por
Arquivos vinculados ao exemplo, devemos enviar vários arquivos juntos, senão, o destinatário não
shapefile da América do Sul, consegue abrir. Neste caso, pode-se recorrer ao auxílio de softwares
visão do Windows Explorer.
compactadores, como o WinRar ou WinZip.
Contém as formas geométricas Serve de ponte entre os arquivos .shp Contém a tabela de atributos,
dos vetores, ou seja, o desenho (desenho) e .dbf (banco de dados), ou seja, as informações do
propriamente dito. sendo um índice de conexão entre “desenho” do shapefile.
ambos os arquivos.
1) A escala cartográfica corresponde a relação entre medidas reais e sua representação gráfica.
Comentário
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Sim, é exatamente esta a definição de escala cartográfica. O quão reduzido o mundo real foi para caber no
mapa em questão; ou seja, “a relação entre medidas reais e sua representação gráfica”. Gabarito: Certo
2) A análise geográfica dos fenômenos é limitada pela escala cartográfica na elaboração de cartas e
mapas.
Comentário
A análise geográfica é inversa à escala cartográfica! Uma escala geográfica GRANDE (por exemplo, o
mundo), é na verdade, uma escala cartográfica PEQUENA. Do mesmo modo, uma escala geográfica
PEQUENA (um bairro local), também é uma escala cartográfica GRANDE. Além disso, devemos lembrar
que a representação cartográfica segue a escala geográfica: se eu quiser mapear um país inteiro por
exemplo (escala geográfica nacional), a escala cartográfica deverá ser proporcional ao país em questão.
Gabarito: Errado
3) A escala cartográfica adotada para representar os estudos geográficos em áreas urbanas, em cartas
e mapas temáticos, deve ser obrigatoriamente menor que 1:500.000;
Comentário
1:500.000 é uma área gigante! Normalmente estudos urbanos são mapeados em escalas grandes acima de
1:25.000. Gabarito: Errado
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De fato, o geoprocessamento vem alterando as áreas de transporte, comunicações, energia, etc.; afinal,
com as informações espaciais, é possível ampliar a visão sobre o espaço geográfico e subsidiar a tomada
de decisões, tanto para o poder público quanto para a iniciativa privada. Gabarito: Certo
Neste item, estudaremos a "compatibilização entre os dados geográficos", algo que também
envolve os diferentes "formatos de arquivos" — especialmente os formatos raster e vetor, que veremos
no final do item. Neste caso, como estão intimamente relacionados, estudaremos dois temas em um
único item.
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O que é interoperabilidade?
Dentro de um SIG, a entrada de dados pode ocorrer de várias maneiras no SIG, por meio de:
pesquisas de campo; aerolevantamentos; imagens de satélite; vetorização; sistemas de posicionamento,
digitalização de mapas e cartas e muitas outras formas. Uma vez que estes dados estão dispostos em
ambiente SIG, ocorre a integração dos mesmos. Os dados podem ser adquiridos via primária
(levantamentos de campo, modelagens estatísticas ou pesquisas próprias) ou secundária (levantamentos
já realizados por outros órgãos ou entidades).
Importante ressaltar que os dados adquiridos em SIG dados devem necessariamente ter natureza
alfanumérica e espacial, ou seja, necessariamente devem ser dados tabulares georreferenciados. Além
disso, devem estar em formato digital. Para serem integrados ao SIG, portanto, os documentos
analógicos devem ser digitalizados. Esse procedimento pode ser feito de várias maneiras:
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O arquivo digitalizado subsequente pode ser de várias extensões. No caso vetorial, a principal é o
formato Shapefile (SHP), que é um misto das feições gráficas (.shp), da tabela de atributos (.dbf) e do
arquivo de ligação (.shx). Também são utilizados os formatos Drawing Interchange Format (DWG) e
Drawing Interchange Format (DXF), no entanto, por possuírem mais limitações, são menos utilizados
que o shapefile. Já no caso do raster, as possibilidades são maiores, conforme mostra o quadro abaixo
[fonte]:
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Além dos formatos matricial e vetorial, o banco de dados também pode estar em vários arquivos
diferentes em softwares como Access, SQL Server, Oracle, DB2, Excel ou PostGIS.
==154a48==
Por meio desta tabela, podemos compor mapas temáticos, fazer processamentos estatísticos,
cálculos de área, e outros procedimentos. Repare que cada polígono possui um código único gerado
automaticamente pelo sistema e denominado FID, no qual cada feição é individualizada por um número
exclusivo. Considerando o exemplo acima do Brasil, o quadro abaixo mostra alguns dos principais
procedimentos que são possíveis de serem realizados nesta tabela de atributos
Junção de tabelas de Vamos supor que, no exemplo acima, quiséssemos saber a população de cada
outros shapefiles ou estado, só que esta informação não está disponível no shapefile. Se
arquivos de bancos de tivéssemos uma tabela externa em Excel com estes dados, poderíamos
dados (join – junção) unificá-las, gerando uma única tabela de atributos. Para isso, precisaríamos de
um campo em comum em ambas as tabelas, por exemplo, o nome do estado.
O sistema entenderia que todas as informações de “Mato Grosso” de uma
tabela, pertenceria ao mesmo “Mato Grosso” da outra tabela, e assim, faria a
junção.
Cálculos entre colunas Também seria possível fazer procedimentos matemáticos relacionando várias
utilizando fórmulas. colunas de uma tabela de atributos. Vamos supor, por exemplo, que o
shapefile acima tivesse uma coluna de “população” e outra de “área” dos
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Seleção e consulta de O sistema também permite selecionar ou consultar atributos. Vamos imaginar
atributos de interesse que, considerando o exemplo acima, quiséssemos fazer um mapa só com os
(selection – seleção) estados da região nordeste. Neste caso, configuraríamos o sistema para
(query – consulta) mostrar (selecionar) ou recortar (consultar) somente estes estados com base
no campo “REGIAO”.
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Uma das grandes vantagens do modelo vetorial é a possibilidade de trabalharmos com topologia –
isto é, a relação de vizinhança entre os elementos. No entanto, nem todos os vetores estão neste padrão.
Quando utilizamos mesas digitalizadoras ou vetorização manual, a situação mais frequente é a de pontos,
linhas e polígonos não se conectarem. Neste caso, os dados ficam em modelo spaguetti; sendo
metaforicamente um macarrão de fios bagunçados sem conectividade.
Já no modelo raster
(matricial) o terreno é
representado por uma matriz de
linhas e colunas que definem
células denominadas como
pixels. Cada pixel apresenta um
valor referente ao atributo, além
dos valores que definem o
número da coluna e o número da
linha, correspondendo, quando o
arquivo está georreferenciado, a
um par de coordenadas x e y que
se encontre dentro da área
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abrangida por aquele pixel [fonte]. Em outras palavras, ao contrário do vetor (representado por pontos,
linhas e polígonos), o raster é representado por células que normalmente – porém nem sempre –
possuem o formato quadrado. (lembram do conceito de pixel? Pois então...)
Vetor Raster
Mapa representado na resolução original (não perde A visualização deteriora quando amplia (os pixels
resolução quando amplia) tornam-se “estourados” quando dá zoom)
Adequado para grandes escalas (1:25.000 e Adequado para pequenas escalas (1:50.000 e
maiores) menores)
Não representa fenômenos com variação contínua Representa fenômenos variantes no espaço (mais
no espaço (mais generalização) complexidade visual)
1) Estrutura de dados baseadas em pontos, linhas e polígonos, que não distorce conforme a escala e
normalmente precisa de menos espaço em disco para armazenar informações.
Comentário
Exatamente, estas características descrevem bem o formato vetorial. Gabarito: Certo.
2) Dados armazenados em células conhecidas como pixels, que possuem um valor correspondente em
metros e podem ser distorcidas em escalas maiores do que o alcance inicialmente projetado.
Comentário
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4) Possui uma estrutura topológica intrínseca, já que todos os pixels são vizinhos entre si. Desse
modo, facilita análises e cálculos a serem realizados.
Comentário
Somente o dado raster possui pixel. Além disso, a topologia não é intrínseca ao vetor: há vetores
desenhados em modelo “spaguetti” sem relação topológica. Gabarito: Errado.
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Metadados
Quando adquirimos um shapefile, é fundamental sabermos como ele foi feito: dados como, por
exemplo, a escala de trabalho, a fonte dos dados mapeada, ou o tipo de regra topológica utilizada dão
credibilidade ao arquivo digital. Do mesmo modo, para uma imagem de satélite ou aerofotografia, faz-se
necessário ter conhecimento da resolução espacial, da composição de bandas, da data de obtenção, etc. É
justamente para esclarecer estes e outros parâmetros que servem os metadados; ou, mais
especificamente, os metadados geoespaciais.
Metadados são definidos como "dados sobre os dados". São modelos de representação ou
abstração dos dados, com o objetivo de descrição da coleção e identificação das características de cada
componente da coleção. Possuem, deste modo, um papel muito importante na administração de dados,
pois é a partir deles que as informações serão selecionadas, processadas, e consultadas [fonte]. Seguem as
principais informações a serem registradas em um metadado [fonte]:
Fonte do dado, escala da fonte e ano da fonte Informações específicas sobre grades utilizadas,
eqüidistância de pontos na representação de algumas
Resolução (em caso de arquivo matricial) e feições geométricas, entre outros.
Padrão de Exatidão Cartográfica
Sistema de projeções e coordenadas, datum Demais informações gerais específicas sobre o dado.
horizontal e datum vertical
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Sim, uma das grandes vantagens do SIG é justamente esta capacidade de armazenar atributos gráficos e
TAMBÉM a sua tabela de atributos associada. Gabarito: Errado.
3) Há, pelo menos, três grandes maneiras de utilizá‐lo: como ferramenta para produção de mapas;
como suporte para análise espacial de fenômenos; e, como um banco de dados geográficos, com
funções de armazenamento e recuperação de informação espacial.
Comentário
Isso mesmo, o SIG pode ser utilizado tanto para fazer mapas, quanto para subsidiar análises espaciais,
quanto para gerenciar dados geográficos. Gabarito: Errado.
4) Apresenta os seguintes componentes: interface com usuário; entrada e integração de dados;
funções de consulta e análise espacial; visualização e plotagem; armazenamento e recuperação de
dados (organizados sob a forma de um banco de dados geográficos). Esses componentes se
relacionam de forma hierárquica, no entanto, no nível mais próximo ao usuário, a interface
máquina‐homem não define como o sistema é operado e controlado.
Comentário
De fato, esses elementos se relacionam de forma hierárquica porque primeiro há a "entrada" de dados;
depois a "integração"; depois a "consulta e análise espacial"; e, por fim, a "plotagem". Não é possível, por
exemplo, plotar os dados sem que eles estejam integrados. A interface máquina-homem também não
define como o sistema é operado pela simples razão de que o SIG não se resume à "interface homem-
máquina". Além do hardware (máquina) e do peopleware (homem), o SIG também possui o software
(programa) e dados (dados de entrada e saída). Gabarito: Certo.
Considerando esse assunto, assinale a alternativa que apresenta componentes ou elementos básicos
de um SIG.
1) Digitalização e fotogrametria.
Comentário
Fotogrametria é uma geotecnologia, SIG é outra. Ambas fazem parte do geoprocessamento/geomática,
mas não estão incluídas uma na outra. Gabarito: Errado.
2) Sensoriamento remoto e Sistema de Posicionamento Global (GPS).
Comentário
O mesmo raciocínio vale aqui: sensoriamento Remoto e GPS são geotecnologias que apesar de possuírem
interfaces com SIG, NÃO CONSTITUEM o SIG em si, mas sim, fazem parte do universo do
geoprocessamento. Gabarito: Errado
3) Atributos alfanuméricos e dados geométricos.
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Comentário
É verdade que o SIG possui atributos alfanuméricos e dados geométricos, mas isso é muito pouco para
defini-lo. Não está mencionando o fato do SIG possuir software, hardware, dados e peopleware. Gabarito:
Errado
4) Dados gráficos e não gráficos.
Comentário
Aqui vale o mesmo raciocínio do item anterior. Não está errado dizer que o SIG opera com a interface
entre dados gráficos e não-gráficos, mas é muito pouco para defini-lo. Novamente, não está mencionando
o fato do SIG possuir software, hardware, dados e peopleware. Gabarito: Errado
5) Software e dados.
Comentário
Agora sim, levando em consideração que os elementos básicos do SIG são software, hardware, dados e
peopleware, esta questão está mencionando dois destes elementos. Gabarito: Certo.
Neste último grande item do edital, focaremos em Bancos de Dados Geográficos — ou seja, em
como os dados espaciais são processados e armazenados dentro de um ambiente SIG, de acordo com os
seguintes tópicos do edital:
Como o tema "formatos de arquivos" já foi estudado nas linhas anteriores, deveríamos começar
por "padronização e transferência de dados". Contudo, vamos fazer uma pequena alteração na ordem,
primeiro iniciando com "bancos de dados", e depois com "padronização e transferência de dados". Isso
se justifica porque antes de entendermos como é sua "padronização" ou "transferência", precisamos
compreender o que são e para que servem "bancos de dados" — ou seja, primeiro conceituar para depois
entender as especificidades. Vamos aos estudos, portanto.
Bancos de dados
Vimos que ao contrário do sistema CAD, o SIG possui uma farta e complexa integração com
sistemas de banco de dados. Ou, mais especificamente, com banco de dados geográficos que
armazenam informações espaciais.
Deste modo, cada atributo gráfico em ambiente SIG está necessariamente ligado a um banco de
dados que possibilita procedimentos complexos como análises matemáticas e espaciais. Para um CAD,
uma linha de rodovia, por exemplo, é apenas um atributo gráfico. Já para o SIG, uma linha de rodovia está
associada a um banco de dados que pode, por exemplo, conter informações como tipo de rodovia, data de
inauguração, fluxo de automóveis, etc. Vejamos mais detalhes:
Termo genérico que designa todo local onde estão armazenados dados,
Banco de Dados
sendo geográficos ou não.
Sistema de
Conjunto de softwares responsáveis pelo gerenciamento de banco de
Gerenciamento de Banco
dados, que podem ser geográficos ou não.
de Dados (SGBD)
A fim de facilitar os projetos e especificar a estrutura lógica dos banco de dados (e também, do
bancos de dados geográficos) existe algo chamado Modelo Entidade-Relacionamento:
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No exemplo acima, podemos perceber a hierarquia de um diagrama. No topo está o “pedido” (conjunto-
relacionamento). Logo abaixo, o “produto” e o “fornecedor” (conjuntos-entidade). Por fim, os diferentes
códigos que compõem as elipses (atributos) e que são unidos por linhas (que ligam os atributos aos demais
elementos).
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Modelo relacional
O modelo relacional é o mais usual dos modelos de bancos de dados. Este classifica dados em
tabelas, também conhecidas como relações, cada uma das quais consistindo em colunas e linhas – daí o
termo “relacional”. Cada coluna lista um atributo da entidade em questão, como preço, código postal ou
data de nascimento. No caso do Censo do IBGE, podemos pensar, por exemplo, nas características da
base territorial – tas como regiões, estados, municípios e setores censitários. Juntos, os atributos em uma
relação são chamados de domínio. [fonte].
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Ao contrário do exemplo anterior – que era baseado na relação entre diferentes elementos; no caso
acima, existem diferentes objetos com diversas instâncias e não apenas relações entre elas. Uma
semelhança com o modelo relacional é possibilidade de comunicação entre as diferentes tabelas – no caso
acima, exemplificada no campo “código do produto”. Essa comunicação normalmente é feita utilizando
linguagem de programação.
organização e a operação de dados geográficos que não seriam possíveis em arquivos do formato
shapefile, como a própria topologia descrita acima [fonte]
Quando o edital se refere à "padronização e transferência de dados", está se referindo à regras que
possibilitem que essa transferência seja feita. Além da padronização de projeções cartográficas e
metadados (assuntos que já estudamos), para que uma base cartográfica seja "padronizada" e
"transferida" para outras pessoas, é necessário que haja algumas regras. Ao conjunto dessas regras,
chamamos topologia.
Parece complicado, mas o conceito é simples: quando trabalhamos com topologia, conseguimos
não só identificar a posição e o atributo do dado, mas sim as suas relações de vizinhança e conexão com
os demais elementos no mapa. Fica mais fácil entender ao analisarmos as duas imagens abaixo: [fonte]
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Não é necessário decorar todas estas relações espaciais, mas pelo menos ter a noção da
abrangência das possibilidades de aplicação. Neste contexto, as regras de topologia definem os tipos de
relação espacial que devem ser proibidos e permitidos em uma determinada base cartográfica. Por
meio delas, conseguimos deixar a base geometricamente correta e facilitar processamentos posteriores.
Exemplo de
Descrição da regra topológica Certo/Errado
aplicação
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Percebe-se, portanto, que para que consigamos trabalhar com topologia, é necessário que o
sistema identifique não somente um arquivo shapefile de forma isolada – ou em qualquer outro formato
vetorial – mas sim, que compreenda uma rede de arquivos conectados entre si; que possa entender,
portanto, conjuntos integrados de dados geográficos.
Comentário
Tanto a distância entre pontos (alternativa A), quanto a distância entre polígonos (alternativa B) ou a área
dos polígonos (alternativa C) são obtidos por meio de cálculos simples dentro do SIG, não necessitando de
topologia para tal. O mesmo podemos dizer sobre o cálculo de ângulos das feições (alternativa E). Das
alternativas mostradas, a única que é exclusivamente obtida por meio da topologia é a orientação das
feições representadas por curvas (alternativa D).
A) Conectividade;
B) Conectividade e orientação;
C) Orientação;
D) Orientação e contiguidade;
E) Conectividade, orientação e contiguidade.
Comentário
Para resolvermos a questão, devemos ter em mente que a hidrografia é representada por linhas – e não
por pontos ou polígonos. Tendo em vista que dentro de uma bacia, rios afluentes SEMPRE deságuam nos
rios principais, é necessário que haja CONECTIVIDADE entre as linhas. Do mesmo modo, os rios SEMPRE
nascem em áreas mais altas e deságuam em áreas mais baixas, portanto, há ORIENTAÇÃO – um fluxo
contínuo de mão única. A alternativa que melhor expressa essa ideia é a B.
Poderíamos ficar tentados a marcar a alternativa E. Porém, devemos lembrar que CONTIGUIDADE é uma
regra aplicada somente a POLÍGONOS. Quando dizemos, por exemplo, que uma área é contígua à outra,
isso significa que suas superfícies são contínuas. No caso da questão, procurou-se representar a bacia
hidrográfica “a partir dos cursos d’água”, ou seja, a partir das linhas.
Comentário
A topologia apenas pode ser aplicada em modelos vetoriais. Não é possível aplicar topologia em raster.
Sendo assim, já sabemos que as alternativas A, B e E estão erradas, restando apenas a C e a D.
Entre a C e a D, sabemos que trajetórias são caminhos e, nesse caso, a forma mais indicada de
representação é por meio de linhas. Pontos não representam caminhos. Por isso, a alternativa correta é a
C.
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SIMULADO
Neste final de aula, para reforçarmos o aprendizado, faremos um treinamento em questões
objetivas, um mini simulado com as questões utilizadas no PDF. No final, há o gabarito para vocês
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checarem o desempenho individual. Caso fiquem com dúvidas, os comentários das questões estão nas
linhas acima, distribuídas ao longo do PDF. Vamos ao treino!
Questões
2) Da intenção de se obter um maior detalhamento no mapa de mesorregiões da Bahia, o que exigiu uma
escala maior que a utilizada no mapa do Brasil.
3) Do cumprimento das regras internacionais de cartografia, as quais definem as escalas apropriadas dos
mapas de países e de mesorregiões.
4) Da necessidade de representar áreas que possuem a mesma extensão territorial mantendo o mesmo
nível de detalhamento.
5) Do princípio cartográfico do paralelismo, segundo o qual a representação de pequenas áreas territoriais
requer pequenas escalas.
A partir da figura acima e com base no sistema de coordenadas, é correto afirmar que:
1) O ponto A está localizado a 40° de latitude oeste e a 80° de longitude norte.
2) O ponto B está localizado a 20° de latitude sul e a 20° de longitude oeste.
3) O ponto C está localizado a 60° de latitude norte e a 40° de longitude leste.
4) O ponto D está localizado a 20° de latitude norte e a 20° de longitude oeste.
5) O ponto E está localizado a 40° de latitude leste e a 100° de longitude leste.
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O sistema de coordenadas UTM (Universal Transverse Mercator) é um sistema de projeção que divide
o globo em 60 fusos de 6° de longitude.
Considere que a figura acima represente o sistema de coordenadas plano-retangulares de um fuso
UTM, no qual a linha horizontal E representa a linha do Equador, a vertical C,o meridiano central do
fuso,e a distância entre as linhas tracejadas seja de 100 km em ambos os eixos.Nessas condições, as
coordenadas UTM do ponto P são:
A) (300.000, 100.000);
B) (800.000, 100.000);
C) (800.000, 10.100.000);
D) (300.000, 9.900.000);
E) (800.000, 9.900.000).
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automated mapping and facilities management (AM/FM), desenho auxiliado por computador (CAD)
etc. Internet: e (com adaptações).
A respeito do tema abordado no texto acima, assinale a opção correta.
1) Desenvolvido nos Estados Unidos da América, o SIG é um software que pode ser utilizado para a
modelagem dos dados manipulados em um desenho de ambiente urbano.
2) O SIG restringe-se ao processamento de dados gráficos, com ênfase em análises espaciais e
modelagens de superfícies.
3) Os sistemas de coordenadas geográficas e cartesianas são utilizados para armazenamento e
visualização de componentes gráficas.
4) A projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), que corresponde a um sistema de coordenadas
geográficas usado na elaboração de plantas, tem sido adotada pelos municípios brasileiros como auxílio
na elaboração de seus planos diretores.
5) No caso do desenho urbano, o CAD é a ferramenta mais indicada para a coleta e o processamento dos
dados, por ser capaz de armazenar e analisar a topologia de mapas e plantas.
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5) O georreferenciamento de uma imagem de satélite, quando realizado com base em pontos de controle
obtidos por sistemas de posicionamento por satélite, não necessita passar por uma análise de qualidade
posicional.
Na figura acima, são mostrados três exemplos — I, II e III — de representações gráficas, que podem
ser utilizadas em mapas temáticos. Com base nessa figura, julgue os itens subsequente.
1) O exemplo II é apropriado para representar cidades com menos de 100 mil habitantes, com população
entre 100 a 500 mil habitantes e com mais de 500 mil habitantes.
2) O exemplo III é apropriado para representar declividades inferiores a 5%, entre 5% a 10% e superiores a
10%.
3) O exemplo III é o mais apropriado para representar um mapa temático cuja legenda seja composta por
vegetação nativa, área urbana e massa d’água.
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E) QGIS.
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hierárquica, no entanto, no nível mais próximo ao usuário, a interface máquina‐homem não define como o
sistema é operado e controlado.
Gabarito
01. FGV/2017 – Analista Censitário – IBGE – Questão 11
Gabarito: B
02. FGV – 2016 – Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas (IBGE)
Gabarito: 2
03. FGV - Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas – IBGE – 2016
Gabarito: 3
04. FGV/2017 – Analista Censitário – IBGE – Questão 12
Gabarito: B
05. FGV/2017 – Analista Censitário – IBGE – Questão 13
Gabarito: C
06. CESPE – Arquiteto e Urbanista – Caixa – 2010
Gabarito: 3
07. NC-UFPR – Arquitetura Planejamento Urbano e Regional – 2013
Gabarito: todas as alternativas corretas.
08. IADES - Perito Criminal (PC DF) - Ciências Biológicas - 2016
Gabarito: 1
09. FUNDEP - Geógrafo (Ibirité)/2016
Gabarito: 4
10. CESPE – Geógrafo – MPOG – 2015
Gabarito: 1 e 2 corretas.
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