Texto de Apoio de Introducao As Financas - CH
Texto de Apoio de Introducao As Financas - CH
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TEXTO DE APOIO
Introdução às Finanças
Objectivos da aprendizagem:
Aplicar os principais conceitos relativos às finanças no dia-a-dia das organizações;
Interpretar os pilares da moderna teoria das finanças empresariais de forma a enquadrá-las
dentro da organização;
Identificar as responsabilidades de um gestor financeiro e as diversas formas de actuação
para melhor responder as necessidades organizacionais.
O termo Finanças pode ser definido como a arte e a ciência de gerir activos financeiros. Ou seja,
alocar os activos financeiros de modo a maximizar o seu rendimento.
A palavra “arte” implica que existem algumas oportunidades para se ser criativo na gestão do
dinheiro. E a palavra “ciência” implica que existem alguns factos comprovados subjacentes às
decisões financeiras.
Entendendo-se por activos, o conjunto de bens, valores, créditos, direitos e semelhantes que forma
o património de uma pessoa singular ou colectiva.
Activo financeiro é todo e qualquer título representativo de parte patrimonial ou dívida (acções,
dinheiro, letras, etc).
Património são direitos e bens. E dívidas são obrigações. Então os activos financeiros são títulos. E
os títulos representam direitos, bens e obrigações.
A Instituição Financeira opera administrando um equilíbrio delicado entre moedas, prazos e taxas
negociados para os capitais que capta (passivos) e para os que aplica (activos) no mercado,
respeitando os critérios e normas estabelecidos pelas agências reguladoras/ supervisoras de cada
mercado onde actue.
Instituições financeiras focalizam sobre os assuntos financeiros encarados pelos bancos comerciais,
companhias de seguros, e bancos de investimentos, entre outros.
Em Finanças, denominar-se-á genéricamente por sistema financeiro, qualquer estrutura que tenha
como objectivo descrever a circulação do dinheiro em determinada organização.
O Sistema Financeiro engloba a obtenção de recursos e a sua aplicação. Tais actividades (de
obtenção de recursos e dispêndio destes) denomina-se actividade financeira.
Finanças pessoais – ciência que estuda a aplicação de conceitos financeiros nas decisões
financeiras de um indivíduo ou uma família. Estudos de opções de financiamentos, orçamento
doméstico, cálculos de investimentos, gestão da conta corrente, planos de aposentadoria,
acompanhamento do património e de gastos, são exemplos de aspectos relacionados com finanças
pessoais.
Finanças internacionais – são um ramo da economia internacional que estuda a dinâmica das taxas
de câmbio, investimentos externos e a forma como isso afecta o comércio internacional. Estuda
também projectos internacionais, investimento e fluxos internacionais de capitais e défices de
comércio.
Tem também como objectivo atingir certos objectivos de política económica e social, como
a redução da pobreza, a redistribuição do rendimento e o desenvolvimento económico.
A fim de alcançar tais objectivos, O Estado vê-se obrigado a dispender recursos, a efectuar
despesas. Para financiar as suas despesas, o Estado necessita de arrecadar receitas. Temos ,
pois, os impostos, as taxas, as receitas patrimoniais, os donativos e os empréstimos públicos.
Em segundo lugar, a possibilidade do Estado recorrer aos impostos implica que nas finanças
públicas, ao contrário do que sucede nas finanças privadas, não são as receitas que
determinam as despesas;
Por último, o Estado procura satisfazer necessidades colectivas e atingir outros fins com a
realização de despesas e a cobrança de receitas. As empresas privadas, por seu turno, têm
como objectivo a maximização do seu lucro, através da minimização das despesas e
maximização das receitas.
A função financeira ocupa um lugar importante na empresa no seu conjunto, através das várias
técnicas: Contabilidade, tesouraria, auditoria, fiscalidade, etc. que servem de base a informática,
estatística, controlo de gestão, etc. E aos accionistas, credores, fisco, etc .
A função financeira é diferente de empresa para empresa, varia conforme a sua estrutura,
hierarquia, etc. Poderá apresentar-se os seguintes itens, que podem contribuir para essas diferenças:
Dimensão da empresa;
Ramo de actividade
A Função Financeira integra todas as tarefas ligadas á obtenção, utilização e controlo dos recursos
financeiros, mais especificamente, os estudos e actuações relacionadas com:
Custo e prazos;
Condições fiscais;
Condições contratuais;
Melhor relação entre os capitais próprios e alheios.
c) A sua aplicação criteriosa de forma a obter-se:
Uma estrutura financeira equilibrada;
Adequados níveis de eficiência e rentabilidade.
d) O controlo das aplicações dos fundos obtidos através de:
Análise das previsões versus realização;
Estudo de desvios.
e) A rentabilidade dos investimentos efectuados, numa perspectiva global ou sectorial.
Análise Financeira
Em que medida dispõe a empresa dos meios financeiros adequados às sua necessidades
operacionais, ou tem possibilidade de vir a dispor deles, de modo a funcionar com
independência perante terceiros. Esta questão diz respeito ao estudo do equilíbrio financeiro
em geral e a liquidez e solvabilidade em particular.
Qual é a aptidão da empresa para gerar valor ou rendimento, para dar satisfação a todos os que
participam nela, e ao mesmo tempo, assegurar a sua permanência no mercado e a expansão da
actividade. Esta questão prende-se com os problemas relacionados com o grau de eficiência,
rendibilidade e a produtividade, cuja tradução financeira assenta no lucro e no valor
acrescentado.
Se as aplicações de dinheiro no património, tendo em conta os custos, as receitas, os lucros e
perdas, satisfazem os objectivos fixados. Esta questão está ligada a gestão do património da
empresa.
A função essencial do gestor financeiro é a de regular o acesso da empresa aos recursos financeiros
essenciais à sua actividade de forma a optimizar o custo em que a empresa irá incorrer pela
utilização desses recursos.
A tarefa do gestor financeiro é adquirir e usar fundos de forma que maximize o valor da empresa,
nomeadamente:
Coordenação e controle – o gestor financeiro deve interagir com outras áreas a fim de garantir que
a empresa seja operada da forma mais eficiente possível. Todas as decisões empresariais têm
implicações financeiras e todos os gestores devem tomar em consideração este aspecto;
Transacção com os mercados financeiros: o gestor deve lidar com os mercados monetário e de
capital. Uma empresa é afectada pelos mercados financeiros, em que os recursos são captados, os
titulos da empresa são negociados e seus investidores são recompensados ou penalizados
8. Que instrumentos são usados na análise financeira para emissão de parecer pelos analistas
financeiros?
Os gestores financeiros devem compreender o ambiente total no qual a sua empresa opera, sabendo
que fazem parte dele, o governo e suas entidades reguladoras, as instituições financeiras, os
mercados monetário, cambial e de capitais que funcionam de forma interligada. Visto que as
regulamentações governamentais e as políticas mudam frequentemente, o gestor deve estar bem
informado, de modo a monitorar e antecipar mudanças e posicionar a empresa para assim, reagir
prontamente. É importante entender os mercados e as várias instituições financeiras e ser
suficientemente ágeis para adaptar-se às mudanças nas condições de mercado de forma a aproveitar
as oportunidades quer de financiamento assim como de investimento.
Objectivos da aprendizagem:
Identificar os participantes chaves nas transacções financeiras;
Compreender a relação entre instituições financeiras e mercados, e o seu papel;
Descrever o mercado de capitais, incluindo os títulos-chave.
Vimos anteriormente que o SF corresponde a qualquer estrutura que tenha como objectivo
descrever a circulação do dinheiro em determinada organização.
Estas instituições asseguram um papel de intermediação entre os agentes económicos que, num
dado momento, se podem assumir como aforradores e, noutros momentos, como investidores.
Fluxos reais (fisicos ou económicos) – resultam de transacções de bens e serviços entre os agentes
económicos;
O conjunto de fluxos financeiros que asseguram as operações financeiras entre a empresa e outros
agentes económicos podem gerar ciclos financeiros.
Ciclo de exploração
Neste ciclo, tendo em conta o tipo de actividade que a empresa exerce, distingue-se os seguintes
ciclos:
2. Mercados à vista vs mercados futuros (a termo) – são aqueles em que os activos estão
sendo comprados ou vendidos para entrega “imediata” ou para entrega numa data futura (ex.
6 meses).
Permutas de liquidez;
MAIBOR – Maputo Inter-Bank Offered Rate - Taxa de juro média do Mercado Monetário
Interbancário na praça de Maputo, calculada na base das cotações “Offer” das instituições
subscritoras do Acordo de Adesão à utilização da MAIBOR para os prazos que variam entre
1 dia a 365 dias;
Cedência de liquidez;
Taxas de juros média mensais
Facilidades Permanentes ( de cedência – FPC e de depósito – FPD)
Mercado de Obrigações;
Mercado de Acções;
Constitui uma relação financeira criada por instituições e condições que permitem aos poupadores e
tomadores de capital de longo prazo, realizar transacções.
Basicamente os mercados de capitais são para a dívida de longo prazo e acções empresariais.
É nele onde empresas que precisam de recursos conseguem financiamento, por meio da emissão de
títulos, vendidos directamente aos poupadores/investidores, sem intermediação bancária. Dessa
forma, os investidores acabam emprestando o dinheiro de sua poupança às empresas, também sem a
intermediação bancária.
O repasse dos recursos de poupadores/investidores às empresas pode ser feito de duas formas:
Dívida/ Obrigações: Os investidores compram títulos emitidos pelas empresas que
precisam de dinheiro. Esses títulos dão aos investidores o direito de receber a quantia
emprestada, mais juros previamente determinados. Os títulos são chamados de títulos de
dívida e esse mercado é conhecido como Mercado de renda fixa
Acções: Os investidores compram títullos emitidos por empresas no entanto os mesmos não
garantem remuneração fixa aos investidores. A remuneração dos títulos são os dividendos -
parte do lucro que uma empresa de capital aberto distribui entre seus accionistas. Os
investidores tornam-se sócios da empresa. Esses títulos são chamados acções e o mercado é
conhecido como Mercado de renda variável.
O mercado de capitais é fundamental para o crescimento de um país, pois sem ele muitos projectos
não conseguiriam sair do papel por falta de capital e financiamento.
Muitas empresas perderiam sua competitividade e dificilmente conseguiriam desenvolver-se.
Poucas sobreviveriam num ambiente sem a injecção de capital de investidores.
No mercado de capitais a captação de recursos por empresas é mais barata, pois não há necessidade
do pagamento da spread aos bancos.
Para o investidor é vantajoso, pois ele pode desfazer-se do título a qualquer momento, o que não
seria possível num empréstimo tradicional. Ou seja, se o investidor mudar de opinião quanto ao
risco de investir em determinada empresa, pode vender os títulos no mercado. Essa liquidez
(facilidade de compra e de venda) reduz o seu risco de perda. Assim, o mercado de capitais faz com
que o repasse de recursos dos poupadores às empresas seja mais interessante para ambas as partes.
2.3.2 Mercado de renda variável (Acções)
Acções são menores parcelas do capital de uma empresa, títulos que não garantem remuneração
predeterminada aos investidores. Como parte do capital de uma empresa, têm sua remuneração
determinada pela capacidade da empresa em gerar lucro.
Os detentores de acções são sócios da empresa e, como tal, correm o risco de sucesso ou fracasso
das estratégias adoptadas pela mesma. Se o investidor mudar de opinião quanto à capacidade da
empresa em conseguir lucro no mercado, pode comprar ou vender os papéis. Essa negociação é
feita na Bolsa de Valores, um mercado livre e aberto. O funcionamento desse mercado é regulado
pela Comissão de Valores Mobiliários, cujo objectivo é garantir transparência nos negócios
realizados em bolsa e das informações fornecidas pelas empresas.
TIPOS DE ACÇÃO
Acção ordinária
É uma forma especial de propriedade, com direito a dividendos periódicos fixos, pagos antes que se
realize qualquer destinação de dividendos aos que possuem acções ordinárias.
Por um lado, apesar do accionista não participar das decisões estratégicas da empresa, tem
prioridade no recebimento de dividendos, por outro, em situações em que a empresa entra em
processo de falência ou de dissolução, esse accionista tem prioridade no recebimento dos recursos
oriundos da venda dos activos da empresa. As acções preferenciais são as mais procuradas por
investidores, apresentando maior liquidez (facilidade de compra e de venda no mercado). Por isso, é
comum as acções preferenciais terem preço superior ao das ordinárias.
O preço das acções está directamente relacionado à procura e à oferta. Quando as perspectivas de
crescimento dos lucros de uma empresa aumentam, ampliando suas chances de valorização no
mercado, a procura pelas acções da empresa também cresce e, consequentemente, seu preço.
2.4 Mercado Cambial
No mercado de câmbio são negociados activos financeiros (não todos da mesma moeda) com
vencimento determinado, cujos papéis em uma determinada moeda podem ser negociados contra
papéis em outra moeda. Esse mercado existe porque as nações querem manter seu direito soberano
de ter e controlar suas moedas próprias.
Temos como tipos de mercado cambial: o mercado à vista, a termo/futuro e de opções.
2.4.1 Mercado cambial em Moçambique
O mercado de câmbio negocia moedas estrangeiras convertíveis. Existem duas formas de se
negociar tais moedas: a primeira- negociação directa com o Exterior e a segunda -internamente em
Moçambique.
A primeira é formalmente restrita a bancos comerciais e de investimento, licenciados pelo Banco
Moçambique, ao abrigo do Regulamento da Lei Cambial aprovado pelo Decreto nº 83/2010 de
31 de Dezembro – art. 13, nº 3.
No mercado interno, o exercício do comércio de câmbios pelas casas de câmbios circunscreve-se a
pessoas singulares para valores ≤ $5.000,00.
O comércio parcial de câmbios pode ser exercido pelas agencias de viagens ou turismo, hotéis e
estabelecimentos similares, outras entidades ou instituições definidos pela Lei cambial nº 11/2009
de 11 de Março.
A taxa de câmbio pode ser definida em termos directos (ao incerto) ou em termos indirectos (ao
certo). Está definida em termos directos quando exprime o preço de uma unidade monetária
estrangeira em unidades monetárias de moeda nacional (exemplo: a taxa de câmbio ZAR/MZN está
definida de forma directa para os habitantes de Moçambique; ou está definida de forma indirecta
para os habitantes da África do Sul).
A taxa de câmbio está definida de forma indirecta quando exprime o preço de uma unidade
monetária de moeda nacional em unidades monetárias de moeda estrangeira (exemplo: taxa de
câmbio MT/ZAR está definida em termos indirectos para os habitantes de Moz, pois exprime o
preço de 1 unidade monetária nacional, o Metical, em unidades monetárias de moeda estrangeira, o
Rand).
A taxa de câmbio reflecte, assim, o custo de uma moeda em relação a outra, dividindo-se em
taxa de venda e taxa de compra.
Pensando sempre do ponto de vista do banco (ou outro agente autorizado a operar pelo Banco
Central), a taxa de venda é o preço que o banco cobra para vender a moeda estrangeira (a um
importador, por exemplo), enquanto a taxa de compra reflecte o preço que o banco aceita pagar pela
moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um exportador, por exemplo).
Bilhetes de Tesouro
São títulos de dívida pública de curto prazo que têm como objectivo financiar os déficits de
tesouraria do Estado, permitindo um aperfeiçoamento da gestão da dívida pública.
Estes, são emitidos pelo organismo do Estado que tem a seu cargo a gestão da dívida pública e são
colocados no sistema bancário através do Banco Central.
A colocação dos BT´s realiza-se no mercado interbancário de títulos em sistema de leilão
competitivo entre as instituições que têm acesso ao mercado primário deste produto.
No momento da emissão fica definido o valor a ser pago no início e no fim da maturtidade do título.
São emitidos a desconto (desconto por dentro) por prazos variáveis: 3, 6 e 12 meses (os prazos mais
comuns).
Papel comercial
O Papel Comercial é um título de crédito de curto prazo. Um instrumento de financiamento que
representa um meio de captação de recursos financeiros junto do mercado, ou seja, permite a
desintermediação do sistema bancário, possibilitando custos mais baixos para o emitente e melhores
rendimentos para os investidores.
Os principais investidores deste produto são as seguradoras, os fundos de investimento e de
pensões, particulares e empresas com tesourarias excedentárias.
Certificados de depósito
São títulos nominativos representativos de depósitos em moeda, constituídos junto das entidades
que os emitem. A taxa de juro é livremente acordada entre o Banco e o cliente e a definição do
prazo é também livre (normalmente emitidos a prazos inferiores a 1 ano).
Taxa de Juros
É o preço pago para tomar capitais de empréstimo, enquanto, no caso do capital social, os
investidores esperam receber dividendos e ganhos de capital.
Os quatro factores mais fundamentais que afectam o custo do dinheiro são:
Oportunidades de produção – são os retornos disponíveis em uma economia a partir dos
investimentos em activos produtivos (geradores de caixa);
Preferências pelo consumo – podem preferir por consumo imediato ou poupança para
consumo futuro;
Risco – é a possibilidade de um empréstimo não ser pago conforme prometido;
Inflação – é a tendência dos preços aumentarem com o passar do tempo;
Como vimos no capítulo anterior, as instituições financeiras fazem parte das quatro áreas do campo
de finanças.
As Instituições financeiras focalizam sobre os assuntos financeiros encarados pelos bancos
comerciais, companhias de seguros, e bancos de investimentos, entre outros.
São intermediários que canalizam as poupanças de indivíduos, empresas e governos para
empréstimos ou investimentos. Muitas instituições financeiras, directa ou indirectamente, pagam
aos poupadores juros sobre o capital depositado, outras prestam serviços que são cobrados de seus
depositantes (por exemplo, a taxa de serviços incidente sobre contas correntes). Algumas
instituições financeiras captam popanças e emprestam a seus clientes; outras investem as poupanças
de seus clientes em activos rentáveis, tais como bens imóveis ou acções e títulos de dívida; e ainda
existem outras que tanto emprestam assim como investem os fundos captados das poupanças.
As transferências de capital entre poupadores e os que necessitam de capital do capital podem
ocorrer por três formas:
1. Transferencias directas de dinheiro e títulos- ocorrem quando uma empresa vende sua
acções ou títulos directamente aos poupadores, sem passar por nenhum tipo de instituição
financeira. A empresa entrega seus títulos aos poupadores, os quais, por sua vez, dão à
empresa o dinheiro de que ela precisa;
2. Transferencias indirectas por meio de banco de investimento – a empresa vende suas acções
ou títulos ao banco de investimento, que, por sua vez, vende esses mesmos títulos aos
poupadores.
3. Transferencias indirectas por meio de um intermediário financeiro – este obtém recursos dos
poupadores, emitindo seus próprios títulos em troca, e então usa o dinheiro para adquirir e
manter os títulos empresariais.
Bancos de investimento: Ajudam as empresas a projectar títulos com características mais atraentes
para os investidores no momento;
Intermediários financeiros: São empresas financeiras especializadas que facilitam a transferência
de capital dos poupadores aos tomadores e para além disso, eles criam novos produtos financeiros.
As instituições financeiras de Moçambique, resumem-se em 3 grandes grupos:
1.Instituições de crédito
Bancos (ex: BIM, BCI, etc)
Microbancos
Cooperativas de crédito
Sociedades de investimento
2.Sociedades financeiras
Sociedades financeiras de corretagem
Introdução às Finanças TEXTO DE APOIO Cheila Cacílda A. Hoana, 2019 Pág. 22
INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES
Casas de câmbio
3.Operadores de microfinanças
Organizações de poupança e empréstimo
14. Porquê os mercados financeiros são essenciais para uma economia saudável?
15. Explique por que o mercado de acções é também denominado de mercado de renda variável
e o mercado de dívida de mercado de renda fixa.
16. Diga o que entendes por Bolsa de Valores e comente sobre o papel desta numa economia.
23. Quais são os factores que influenciam na determinação das taxas de juro?
24. Apresente 3 exemplos de cada tipo de instituições financeiras que operam no mercado
moçambicano.
Para exemplificar vamos supor que uma pessoa deseja comprar uma motocicleta no valor de
12.000,00 em dezembro do ano x1. Supondo que em janeiro deste mesmo ano ela tenha em mãos o
valor correspondente ao valor total da motocicleta e não aplique este capital em um banco, neste
período a inflação acumulada foi de 10%, qual o poder de compra do dinheiro em dezembro de x1?
Sabendo que a inflação reduz o poder de compra de uma moeda específica, cabe esclarecer que a
inflação não reduz o montante do dinheiro, ou seja, em dezembro o montante que é representado
por capital corrigido por juros será os mesmos 12.000,00 de janeiro, porém, com poder de compra
reduzido. Neste caso, com uma inflação no período de 10% a desvalorização do poder de compra do
montante de 12.000,00 seria de 1.200,00, assim, em dezembro do mesmo ano o poder de compra
seria correspondente ao valor de 10.800,00.
k m
k ef (1 ) 1
m
Exemplo:
Calcule a taxa de juro real relativa a taxa de juro nominal de 8% quando os juros compostos sao (1)
anuais (m=1); semestrais (m=2) e trimestrais (m=4).
Para capitalizacao anual, m=1, temos:
0,08 1
k ef (1 ) 1 1,08 1 8%
1
0,08 2
kef (1 ) 1 (1,04) 2 1 1,0816 1 8,16%
2
Para capitalizacao trimestral, m=4, temos:
0,08 4
kef (1 ) 1 (1,02) 4 1 1,0824 1 8,24%
4
Taxas de juro activas vs. passivas
Podem ser distinguidas as taxas de juro activas e as taxas de juro passivas. No caso das taxas de juro
activas, estas representam as taxas de juro cobradas pelas Instituições Financeiras às pessoas ou
entidades a quem concedem crédito.
Quanto às taxas de juro passivas, representam as taxas de juro pagas pelas Instituições Financeiras
aos seus depositantes. A diferença entre os valores médios destas duas taxas é designada por taxa de
margem financeira e representa o ganho das Instituições Financeiras nas operações de crédito e de
depósitos.
Exemplo:
Suponhamos que você tenha depositado 100 dólares em uma conta bancária que pagasse 5% de
juros por ano. Quanto você teria ao final de um ano?
Começaremos com a extracção dos dados:
Dados:
Valor presente (PV)=100 dólares
Juros (JUR)= 5 dólares: soma de juros que você ganha durante o ano. Obtêm-se multiplicando a
quantia inicial pela taxa taxa de juro dada, isto é, 100*5%.
Número de períodos envolvidos na análise (n)=1
Resolução:
FVn FV1 PV JUR
FV 1 PV PV i
FV1 PV (1 i )
FV1 100 (1 0,05)
FV1 105
Assim, o valor futuro ao final de um ano, equivalerá ao valor presente multiplicado por 1 mais a
taxa de juros, de forma que você terá 105 dólares após um ano.
Exemplo:
Qual é o valor actual de um capital no montante de 200 milhões situado no final do 1º semestre à
taxa de 8% a.a.
PV 200.000(1 8%) 0,5 192.450,09 contos
1. Calcule o valor futuro ao final de cinco anos de aplicação de 100 dólares à taxa de
5% ao ano.
2. O juro produzido por um capital de 325.000,00MT no último período de
capitalização composta à taxa efectiva semestral de 11% é de 50.682,29MT. Calcule
a duração da capitalização em anos, meses e dias.
3. Determine a taxa de juro que permite triplicar um capital em dez anos em regime de
juro composto.
4. A Rosa colocou numa instituição de aforro uma certa quantia durante 10 anos a taxa
anual de 15%, sendo os juros anuais do 7 ano de 2.250MT retidos e não havendo
produção de juros sobre juros. Determina:
a) O valor da colocação
b) Os Juros totais
c) O Valor acumulado
5. A que taxa de juro é necessário capitalizar para triplicar, ao fim de 30 anos, um capital
investido em regime de capitalização composta (com capitalização anual)?
a) Determine a taxa trimestral equivalente
b) Determine a taxa bimestral equivalente
c) Determine a taxa anual nominal com capitalização mensal
Existem duas formas das quais uma empresa pode recorrer para obter recursos financeiros
adicionais: capitais próprios ou por capitais alheios.
Externas
Capitais Próprios
Internas
Internos
Bancários
Capitais Alheios Lea sin g
Factoring
Nota: este capítulo será aprofundado na disciplina de Cálculo Financeiro, após ser abordado
a matéria sobre rendas.
Um investimento pode ser em activos financeiros ou em activos reais e consiste numa aplicação
de fundos escassos que gera rendimento, durante um certo período de tempo, de forma a
maximizar a riqueza da empresa.
Enquanto aplicação de fundos que gera rendimento, o projecto de investimento é um negócio para
a empresa, a qual se decide pela sua implementação ou não, com base nos critérios de avaliação
da viabilidade do projecto em termos económicos (assumindo que é integralmente financiado por
capitais próprios), passando primeiro pela identificação de todos os fluxos financeiros (cash
flows) gerados pelo projecto.
Para analisar a viabilidade económica dos cash flows gerados pelo projecto, estes deverão ser
reportados a um mesmo momento, ou seja, deverá ser calculado o seu valor actual, para tal,
precisaremos de uma taxa de actualização ou de desconto de modo a actualizar os fluxos de caixa.
Para investir em um projecto o investidor exige uma taxa mínima de remuneração que obteria caso
investisse em um activo sem risco (ex: taxa de juro das obrigações de tesouro); a esta taxa é
r r f prémio de risco
Taxa de desconto e preços correntes: Os cash flows são calculados com inflação, pelo que a taxa de
desconto também deve incorporar a inflação. Assim, utilizamos a taxa de juro sem risco nominal.
Taxa de desconto e preços constantes: como o projecto é analisado não tendo em conta a inflação
então devemos utilizar uma taxa de actualização real. Assim, vamos utilizar a taxa de juro sem risco
real:
r f (real ) (1 r f ) /(1 i ) 1
Taxa de desconto e CAPM (Capital Asset Pricing Model) : A taxa de desconto pode ser obtida
com base no Modelo de Precificação de activos de Capital, (um modelo usado para determinar a
taxa de retorno teórica apropriada de um determinado activo em relação a uma carteira de
mercado perfeitamente diversificada) que permite determinar o prémio de risco do projecto em
função do seu nível de risco económico dado pelo seu unlevered beta (beta do activo), pois para
efeito da decisão económica consideramos que o projecto é integralmente financiado por capital
próprio:
r r f (rm r f )
Valor Actual Líquido: é um método de avaliação dos projectos de investimento que compara o
valor actual dos cash flows gerados, descontados ao custo de capital da empresa ou à taxa de
retorno exigida, com o investimento realizado.
n
CFt
VAL I O
t 1 (1 r ) t
Onde I 0 designa o investimento em capital fixo, CFt designa o cash flow do projecto no ano t , n
designa a vida útil do projecto e r
VAL=0: Aceitar o projecto pois este permite recuperar o investimento realizado e remunera os
capitais investidos à taxa pretendida. É preciso estar cauteloso nesses casos dado que uma
pequena alteração para que o projecto deixe de ser economicamente viável.
Exemplo:
O projecto A com a duração de 4 anos foi gerando fluxos de caixa de 500, 400, 300 e 100 mil
dólares respectivamente, a serem descontados a uma taxa de 10% a.a. pretendendo saber qual o
seu valor actual líquido, procederemos da seguinte forma:
2º somar os cash flows actualizados sem se esquecer de considerar as saídas do projecto (fluxo de
caixa negativos), neste caso, apenas o CF0 é negativo, este constitui o investimento inicial (ex:
compra de equipamentos ou construção de fábricas).
É a taxa de desconto que torna nulo o VAL do projecto, ou seja, é taxa máxima a que o investidor
pode remunerar os capitais investidos.
n
CFt
IO 0
t 1 (1 TIR) t
Exemplo
TIR2 TIR1
Usando o método de Ensaio e Interpolação de Taxa: TIR TIR1 (VAL VAL1 )
VAL2 VAL1
Terá de tentar alguma taxa de desconto e ver se a equação iguala-se a zero. Se não igualar, deve
tentar uma taxa de desconto diferente até que descubra uma que force a equação a ser igual a zero.
Com efeito, terá uma incógnita, TIR, ou a taxa de desconto que obriga a equação a ficar igual a
zero. Usando uma calculadora científica, a TIR para o projecto é de 14,5%.
Exemplo:
0 1 2 3 4
Projecto A CF periódico -1,000 500 400 300 100
CF Acumulado -1,000 -500 -100 200 300
100
payback A 2 2,33 anos
300
Aplicando o mesmo procedimento para o projecto B, teremos 3,33 anos como período de
recuperação de investimento. Portanto, o projecto A seria aceito pois possui o PRI mais baixo.
2. Determinado projecto possui um custo de capital de 14,5% e TIR de 12%. Considera que este
projecto deva ser aceito? Justifique.
- Investimento inicial e cash flow nos 5 anos do projecto: 420.000, 5.500, 93.500, 135.500, 143.000
e 230.500 respectivamente;
- O projecto é inteiramente financiado por capitais próprios, os quais exigem uma remuneração
mínima de 10% (incluindo o prémio de risco);
Calcule:
c) O VAL
d) O Payback Period
e) A TIR
5. Determinada empresa tem em estudo dois projectos mutuamente exclusivos, ambos no valor de
65.000 dólares e com os seguintes cash flows previsionais:
1 40.000 0
2 30.000 0
3 20.000 104.200
a) Se a taxa mínima de rentabilidade exigida for de 10%, qual dos projectos deverá ser
escolhido com base no critério do maior valor actual?
6. Considere que a empresa AG11, SA está a ponderar investir num dos projectos alternativos
com os respectivos Cash Flows (CFs) abaixo:
Projecto Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
A -240.000,00 120.000,00 120.000,00 - -
B -240.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00 240.000,00
C -240.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00
Considerando a taxa de actualização do capital de 10% a.a e o PRI de 3,25 anos e 2,4 anos
respectivamente para os projectos B e C, ajude a empresa a escolher o melhor projecto de
investimento utilizando somente os critérios de Valor Actual Líquido (VAL) e Período de
Recuperação de Investimento (PRI).
Qual o VAL do projecto, considerando a taxa de custo do capital de 7% até ao 4˚ ano e 8% para os
restantes? Que decisão tomaria?
Bibliografia