Análise Qualitativa de Ácidos Carboxílicos
Análise Qualitativa de Ácidos Carboxílicos
Análise Qualitativa de Ácidos Carboxílicos
CARBOXÍLICOS
TURMA: Química 2A / T3
BELO HORIZONTE
24 e 31 de agosto de 2010
ANÁLISE QUALITATIVA DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
BELO HORIZONTE
24 e 31 de agosto de 2010
INTRODUÇÃO
O grupo funcional dos ácidos carboxílicos inclui os compostos orgânicos que apresentam a
carboxila (COOH) ligada a um hidrogênio ou a uma cadeia carbônica. A força de um ácido
carboxílico pode ser “controlada” através da utilização de grupos substituintes que irão facilitar ou
dificultar a ionização do hidrogênio ligado ao oxigênio.
OBJETIVOS
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
-Balança;
-Balão volumétrico de 10 mL;
-Banho-maria;
-Becker;
-Espátula;
-Pipeta de Pasteur;
-Suporte para tubos de ensaio;
-Tubo de ensaio.
SUBSTÂNCIAS
PROCEDIMENTOS
MONTAGENS
RESULTADOS
Tabela 01. Testes físicos para ácidos carboxílicos
Encontrado
Tabelado
Fusômetro Fusôme-
vertical tro digital
Fórmico
Acético
Salicílico
DISCUSSÃO
I) Densidade / Ponto de fusão / Solubilidade
Ácidos carboxílicos são compostos oxigenados que contém um grupo funcional carbonila
(-COOH). Os ácidos carboxílicos podem ser obtidos pela oxidação de alcenos, oxidação de
hidrocarbonetos aromáticos com cadeias laterais, oxidação de aldeídos e oxidação enérgica de
álcoois primários.
I.1 Densidade
O fato de a densidade encontrada para o ácido fórmico ser inferior à tabelada pode ter como
explicação a temperatura ambiente, pois essa estava inferior à tabelada, podendo promover uma
diminuição do volume da substância.
Já a densidade encontrada para o ácido acético foi superior à tabelada. Isso pode ser explicado
pelo fato de o volume utilizado ser muito pequeno, logo, qualquer pequeno erro de medida, resulta
em significativos erros de densidade, já que uma gota em 10 mL implica uma diferença
significativa, por exemplo.
- Ácido salicílico: observou-se que em ambos fusômetros a taxa de variação para os ponto de
fusão foi igual ou superior a 5 ºC, isso pode indicar que esse ácido está impuro, pois a taxa de
variação para substâncias puras é até 3 ºC, ou pode ser conseqüência do aumento rápido de
temperatura (para o fusômetro vertical), visto que nestas condições, a visualização da fusão é
dificultada. Porém, como o fusômetro digital é mais preciso, sendo possível ao operador regular o
aumento da temperatura, e também foi observada a mesma variação de 5 ºC, pode-se afirmar que
essa substância está impura, realmente.
I.3 Solubilidade
- Ácido Fórmico: esse ácido, reduzido, possui estrutura semelhante ao metanol, porém uma
carboxila (-COOH), o que faz com que o ácido fórmico seja muito polar, de polaridade superior à
do metanol; já que ocorre um acréscimo de densidade eletrônica da carbonila (em decorrência da
presença da ligação dupla com o oxigênio). Observa-se, então que ele é solúvel em solventes
polares e muito polares, como o etanol e a água, fazendo ligação de hidrogênio com ambos,
porém é insolúvel em éter, um solvente pouco polar.
- Ácido Acético: esse ácido, reduzido, possui estrutura semelhante ao etanol, porém com um
grupo carbonila, o que faz com ele seja mais polar que o etanol, pois apresenta, além da hidroxila,
uma ligação dupla com o oxigênio (aumento de densidade eletrônica). Porém observa-se que ele
solubiliza em água, etanol e éter; pode-se dizer então que ele apresenta comportamento
semelhante ao do etanol, solubilizando, preferencialmente em solventes muito polares, porém
solubilizando-se também, em solvente pouco polares.
- Ácido salicílico: esse ácido apresenta em sua estrutura um anel aromático (parte apolar
significativa) e um grupo carbonila (parte polar significativa), pode-se dizer, então, que ele é um
médio polar. Isso se confirma no fato dele ser insolúvel em água, um solvente muito polar, e em
éter, um solvente pouco polar; sendo solúvel, apenas, em enatol, um solvente medianamente
polar.
- Oxálico diidratado: esse ácido apresenta em sua estrutura dois grupos carbonilas, o que faz com
que ele seja muito polar, solubilizando-se assim, em água (solvente muito polar) e etanol (solvente
polar), apenas; pois o éter é um solvente pouco polar.
Nas reações de oxidação com o bicromato de potássio, observou-se que houve mudança de
coloração apenas na reação com o ácido fórmico. Isso ocorre, pois o carbono da carbonila no
ácido fórmico tem nOx +2, podendo ser oxidado pelo bicromato de potássio em meio ácido
(H2SO4), formando sulfato de cromo (III), conferindo à solução uma coloração azul-esverdeada.
Já nos ácidos salicílico e acético, o carbono da carbonila está em seu estado máximo de oxidação
(+4), não podendo, então, serem oxidados pelo bicromato de potássio.
III) Oxidação com reativo de Tollens
Nas reações de oxidação com o reativo de Tollens, observou-se o mesmo que nas reações com o
bicromato de potássio: apenas o ácido fórmico reagiu, formando um espelho de prata, sendo esse
resultado da redução do nitrato de prata a Ag0.
Esterificação é uma reação reversível onde o ácido carboxílico reage com o álcool transformando-
se em éster e água. Essa reação pode ser muito lenta em temperatura ambiente, por isso são
utilizados meios ácidos como catalisadores e a temperatura é elevada através de banho-maria.
Esses processos são muito importantes na indústria para a obtenção de ésteres de interesse
comercial como solventes, plastificantes, polímeros, essências e fragrâncias sintéticas, etc.
A reação ocorre quando o hidrogênio rompe sua ligação com oxigênio da hidroxila do ácido
carboxílico e junta-se ao grupo hidroxila que sai do álcool. Assim, é formada a água e a cadeia
carbônica do ácido reage com a do álcool formando o éster.
IV) Esterificação com etanol
O ácido acético reagiu com o etanol como mencionado anteriormente e formou-se o acetato de
etila.
Ésteres alifáticos de massas moleculares baixas são líquidos, incolores e de cheiro agradável,
sendo utilizados como essências artificiais de frutas na fabricação de balas, doces, refrigerantes,
etc. Assim, o acetato de etila possui cheiro de essência de maçã.
O ácido acético reagiu com o álcool isoamílico e formou-se o acetato de isopentila. Como já
mencionado anteriormente, por possuir massa molecular baixa possui cheiro agradável, dando
origem à essência de banana.
O ácido salicílico reage com o metanol, formando o salicilato de metila. O salicilato de metila é
utilizado largamente como analgésico de ação local, é o princípio ativo de pomadas para
alívio de dores musculares, reumáticas e traumatológicas.
Ácidos carboxílicos liberam o H+ que está ligado à hidroxila para o meio e há a formação de um
sal orgânico e um ácido inorgânico.
Desta forma, o ácido acético liberou o H+ e a prata, do nitrato de prata, entrou em seu lugar,
formando o acetato de prata e o NO3 formou o ácido nítrico. A evidencia da reação é a formação
de precipitado, já que os sais de prata, com exceção do nitrato de prata, são insolúveis. Desta
forma, há a formação de precipitado de acetato de prata, confirmando o ácido carboxílico.
Na verdade, o teste com cloreto férrico é utilizado para determinação de fenóis, porém alguns
ácidos, como o ácido salicílico, possuem uma hidroxila ligada a um benzeno, ou seja, um grupo
fenol. O fenol reage com o ferro III formando compostos coloridos. Assim, é possível fazer esse
teste para a confirmação de ácidos que possuem um grupo fenol. Desta forma, na reação entre o
ácido salicílico e o cloreto de férrico à quente formou-se um sólido roxo indicando a presença de
OH fenólico na amostra analisada.
CONCLUSÃO
Foi possível analisar e reconhecer todos os resultados obtidos e entender suas implicações
relacionando as estruturas e propriedades físicas e químicas desses ácidos. Através da prática foi
possível perceber a importância dos ácidos carboxílicos no nosso dia-a-dia, seja através da
indústria alimentícia, ao utilizá-los na esterificação para a formulação de essências, seja na
indústria farmacêutica, onde são utilizados para a fabricação de pomadas ou através de sua
importância histórica e cultural, como o ácido acético e natural, como o ácido fórmico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- MACHADO, Ana Maria de Resende; VIDIGAL, Maria Cristina Silva; SANTOS, Miriam Stassun
dos. Química Orgânica Prática, Curso Integrado - 2ª série. Belo Horizonte: Centro Federal de
Educação Tecnológica de Minas Gerais, revisão, 2006. 64 p.
- MORRISON, Robert T.; BOYD, Robert N. Química Orgânica, Fundação Calouste Gulbenkian,
Lisboa. 5ª ed., 2005.