Salbego, Adriana Gindri
Salbego, Adriana Gindri
Salbego, Adriana Gindri
SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS DE
SUSTENTABILIDADE HÍDRICA DA ORIZICULTURA
NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO
GRANDE ATRAVÉS DA IMPLANTAÇÃO DE
BARRAGENS TEMPORÁRIAS
TESE DE DOUTORADO
2010
SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS DE SUSTENTABILIDADE
HÍDRICA DA ORIZICULTURA NA SUB-BACIA
HIDROGRÁFICA DO ARROIO GRANDE ATRAVÉS DA
IMPLANTAÇÃO DE BARRAGENS TEMPORÁRIAS
por
CDU: 631
633.18
©2010
Todos os direitos autorais reservados a Adriana Gindri Salbego. A reprodução de partes ou do
todo deste trabalho só poderá ser feita com autorização por escrito do autor.
Endereço Eletrônico: adrisalbego@gmail.com
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
elaborada por
Adriana Gindri Salbego
COMISSÃO EXAMINADORA:
Leonardo da Vinci
AGRADECIMENTOS
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
Water shortages in certain periods have led to serious social conflicts, as well
as economic and environmental impacts resulting from irrigated agriculture,
especially of rice growing, which represents a high demand of water. The present
study proposes a methodology for analyzing the water sustainability of rice growing
through the implementation the temporary dams at the river-bed of water courses,
with the study area the watershed of Arroio Grande, which has a growing need to
match the conditions of supply and demand. The analysis of water supply and
demand conditions was made in the context of the watershed and by control point,
three scenarios are composed: scenarios 1 - the existing situation; scenario 2:
considers compliance to environmental legislation, with elimination of rice growing
areas in areas of permanent preservation and destination of the portion of
environmental flow (30%Q 90 ) an; scenario 3: considers compliance to environmental
legislation and implementation the temporary dam at the river-beds of water courses
upstream of where the shortage was indicated, as a way to expand and ensure water
supply for rice growing. The results show that the in the scenario 1 the demand is
met, although for control points 5 and 6 it is equivalent to 89% to 97% of its
availability, besides not meet environmental legislation. For the scenario 2, control
points 5 and 6 indicate water scarcity for the months analyzed (November –
February), indicating the places where water supply should be expanded. In scenario
3, it is concluded that the temporary dams proposed have the may partially meet the
water requirements and PC 5, PC 6, the results indicate no compliance between
supply and demand. Therefore, concluded that the conflicts over water use in the
watershed of the Arroio Grande resulting from irrigated agriculture can be minimized
with the installation of temporary dams. However, the results indicate that the water
sustainability of rice growing can only be achieved by reducing the irrigated area,
specifically between the PC 3-5 and 4-6.
α fator de proporcionalidade
γ peso específico da água (9810 N/m3)
η parâmetro de Schoklisch
µ intervalo de confiança
σ desvio padrão
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Ic índice de colheita (%)
IFOV Instantaneous Field Of View
IICA Instituto Americano de Cooperação para a Agricultura
IRGA Instituto Riograndense do Arroz
K coeficiente de permeabilidade do solo (m/dia)
Kc coeficiente de cultura
kg quilograma
km² quilometro quadrado
ko condutividade hidráulica saturada
L largura
Llf largura do leito fluvial (m)
Ls lâmina formada sobre a superfície
mt fator de transpiração (m³/kg de matéria seca)
m metros
MNT modelo numérico do terreno
n porosidade do solo (%)
N tamanho da amostra
NC número de classes
NHcultura necessidade hídrica da cultura (m³/ha)
OS orla de segurança (m)
p freqüência de excedência
P precipitação (mm)
PC Ponto de Controle
Pci profundidade da camada impermeável (m)
Pe produtividade estimada de grãos (kg/ha)
PERAI Plano Estadual de Regularização da Atividade de Irrigação
Pi período de irrigação da cultura (dias)
pi pressão interna (N/m2);
PNRH Plano Nacional de Recursos Hídricos
Pp percolação profunda
Q escoamento superficial (mm)
Q7,10 vazão com 7 dias de duração e 10 anos de tempo de retorno
Q90 vazão disponível em 90% do tempo (m³/s)
Q95 vazão disponível em 95% do tempo (m³/s)
Qalvo vazão no local de interesse (m³/s)
Qamb vazão ambiental (m³/s)
Qfonte vazão na seção com dados (m³/s)
Qirrig vazão consumida pela irrigação (m³/s)
Qm vazão média diária (m³/s)
Qnatural vazão diária natural (m³/s)
Qobs vazão diária observada (m³/s)
Qrem vazão remanescente (m³/s)
Qreserv vazão consumida pela irrigação atendida pelos reservatórios
(m³/s)
RH Região Hidrográfica
S armazenamento potencial máximo do solo (mm)
SCS Soil Conservation Service
SEMA Secretaria Estadual de Meio Ambiente
SHR Seção Hidrológica de Referência
SIG Sistema de Informação Geográfica
TCA Termo de Compromisso Ambiental
ton tonelada
U índice de umidade (%)
Uatual umidade atual do solo (%)
Ug umidade dos grãos (%)
Usaturação umidade de saturação do solo (%)
1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 21
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................. 24
2.1 Aspectos legais e institucionais de recursos hídricos ..................................24
2.2 Os usos múltiplos da água...............................................................................26
2.3 A agricultura irrigada ........................................................................................27
2.4 O cultivo do arroz irrigado no Brasil ...............................................................28
2.4.1 Os solos de várzea...........................................................................................32
2.4.2 Demanda hídrica da cultura orizícola ...............................................................34
2.5 Estruturas de armazenamento hídrico para a agricultura .............................37
2.5.1 Estruturas de represamento de água temporárias ...........................................38
2.5.1.1 Barragens Flexíveis.......................................................................................42
2.5.1.1.1 Características técnicas .............................................................................44
2.5.1.1.2 Aspectos construtivos.................................................................................46
2.5.1.1.3 Sistemas de controle ..................................................................................50
2.5.1.1.4 Uso e implicações ......................................................................................51
2.5.1.1.5 Custos de implantação ...............................................................................54
2.6 A agricultura irrigada e a questão ambiental..................................................55
2.6.1 O Plano Estadual de Regularização da Atividade de Irrigação (PERAI) no
Rio Grande do Sul.....................................................................................................55
2.6.2 Ações de regularização na irrigação ................................................................57
2.6.3 A legislação ambiental e a agricultura ..............................................................59
2.7 Modelos precipitação-vazão.............................................................................60
2.8 Geoprocessamento ...........................................................................................61
2.8.1 Sistemas de Informação Geográfica ................................................................62
2.8.2 Sensoriamento Remoto....................................................................................63
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................... 65
3.1 Localização geográfica da área de estudo......................................................66
3.2 Caracterização da área de estudo ...................................................................67
3.2.1 Caracterização física ........................................................................................67
3.2.3 Análise do comportamento hidrológico ............................................................70
3.3 Estimativa da demanda hídrica........................................................................71
3.3.1 Irrigação ...........................................................................................................71
3.3.1.1 Cadastro de irrigantes ...................................................................................71
3.3.1.2 Demanda hídrica da cultura orizícola ............................................................72
3.3.1.3 Demanda hídrica da cultura por microbacia ..................................................75
3.4 Estimativa da disponibilidade hídrica .............................................................76
3.4.1 Capacidade de irrigação dos reservatórios ......................................................76
3.4.2 Vazões médias e mínimas ...............................................................................78
3.4.3 Vazões naturais................................................................................................79
3.4.4 Vazões de referência........................................................................................80
3.5 Determinação das Áreas de Preservação Permanente (APP) .......................83
3.6 Composição dos cenários de oferta e demanda hídrica ...............................84
3.6.1 Análise da vazão remanescente ......................................................................85
3.6.1.1 No contexto da sub-bacia hidrográfica ..........................................................85
3.6.1.2 Vazão remanescente por Ponto de Controle (PC) ........................................86
3.7 Armazenamento de água no álveo - Barragens Temporárias Flexíveis .......86
3.7.1 Dimensionamento de Barragens Temporárias Flexíveis Infláveis....................88
3.8 Determinação do escoamento superficial.......................................................89
3.9 Análise da sustentabilidade hídrica ................................................................91
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 93
4.1 Estruturação do Sistema de Informação Geográfica (SIG)............................93
4.1.1 Delimitação hidrográfica ...................................................................................93
4.1.2 Caracterização do relevo na sub-bacia ............................................................94
4.1.3 Uso e ocupação da terra ..................................................................................95
4.1.5 Classes de solos ..............................................................................................97
4.2 Demanda hídrica ...............................................................................................99
4.2.1 Irrigação ...........................................................................................................99
4.2.1.1 Cadastro de irrigantes ...................................................................................99
4.2.1.2 Necessidade hídrica da cultura orizícola .....................................................101
4.2.1.3 Demanda hídrica da cultura orizícola ..........................................................102
4.3 Disponibilidade hídrica ...................................................................................103
4.3.1 Reservatórios .................................................................................................103
4.3.2 Vazões médias e mínimas .............................................................................107
4.3.3 Vazões naturais..............................................................................................108
4.3.4 Vazões de referência......................................................................................109
4.4 Áreas de Preservação Permanente – APP ....................................................112
4.5 Cenários de oferta e demanda hídrica...........................................................114
4.5.1 No contexto da sub-bacia hidrográfica ...........................................................116
4.5.2 Por Ponto de Controle ....................................................................................118
4.5.2.1 Cenário 1.....................................................................................................120
4.5.2.2 Cenário 2.....................................................................................................122
4.6 Caracterização das Barragens Temporárias.................................................125
4.7 Escoamento superficial ..................................................................................127
4.8 Sustentabilidade hídrica da orizicultura.......................................................132
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................... 134
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 137
ANEXOS............................................................................................... 146
APÊNDICES......................................................................................... 150
1 INTRODUÇÃO
de 173.260 ton, enquanto que na safra 1981/82 a área plantada atingiu 612.774 ha
para uma produção de 2.808.140 ton. Para a safra 2007/08, a produção atingiu
7.334.038 ton e uma área plantada de 1.066.337 ha. Observa-se claramente que, a
área de plantio cresceu significativamente, em especial nas últimas 4 décadas, onde
praticamente triplicou, enquanto que a produção cresceu a uma taxa de cinco vezes.
A Figura 2.1 ilustra estes dados.
Figura 2.1 - Evolução da área plantada e produção de arroz no Rio Grande do Sul - Período 1921/22
– 2007/08.
Fonte: organizado a partir de dados compilados do IRGA e IBGE (2008).
Tabela 2.1 - Características dos principais solos de várzea do Rio Grande do Sul.
UNIDADE DE SOLO REGIÃO Ko (m/dia) n (%) Pci (m) N
entre 1,6 e 1,8 g/cm3. Valores de densidade de solo em torno de 1,8 g/cm3 (ou
superiores), são restritivos a culturas de sequeiro.
P + I − ETr − S − Ls − PP − Fl = 0 [2.1]
Onde:
P: precipitação;
I: irrigação;
ETr: evapotranspiração real;
S: lâmina necessária para saturação do perfil do solo;
Ls: lâmina formada sobre a superfície;
Pp: percolação profunda;
Fl: fluxo através dos limites da lavoura.
m³/ha). Todavia, informações mais recentes indicam que esta necessidade pode ser
inferior, variando em torno de 1 l/s.ha (8.640 m³/ha), no sistema convencional, a 0,72
l/s.ha (6.220 m³/ha), no sistema pré-germinado (LOUZADA, 2004).
Côrrea et al. (1997) apresentam uma relação de estudos realizados por
diversos autores em solos de várzea (planossolos) de diferentes regiões do Estado
do Rio Grande do Sul, conforme mostra a Tabela 2.2.
Figura 2.6 – Barragens temporárias: flexíveis (a), (b), (c); basculantes (d), (e), (f), (g).
Fonte: Tiago Filho (2007).
42
Figura 2.7 - Esquema de trecho de curso d’água com estruturas de barramento flexíveis.
Fonte: adaptado de Souza (2008).
Figura 2.8 – Barragens flexíveis. (a) Inflável. (b) Injetada com água.
Fonte: adaptado de Savatech (2009).
limite na largura (L), podendo ser conectadas em série para formar uma longa
barreira, conforme desejado.
A grande maioria das estruturas utilizadas são compostas por módulos de 2 a
4 m de altura (H) e, entre 20 e 50 m de largura (L). Na prática, o máximo fica entre 2
m (H) X 10 m (L) e 6 m (H) X 20 m (L), para cada módulo. Segundo Satujo (2008),
uma limitação destas estruturas está na altura máxima do transbordamento de água,
sendo: 0,20.H para estrutura inflada com ar e; 0,50.H para estrutura injetada com
água.
A Figura 2.9 a seguir, apresenta um esquema de transbordamento de uma
barragem flexível. Ota (1991) comenta que existem materiais que possibilitariam a
construção de barragens de até 15 m de altura, mas são raros os casos com mais
de 3 m.
pi = α ⋅ γ ⋅ H [2.2]
Onde:
pi: pressão interna (N/m2);
α: fator de proporcionalidade (adimensional) - valores recomendáveis de projeto
situam-se na faixa 1,0 < α < 3,0;
γ: peso específico da água (9810 N/m3);
H: altura da barragem (m).
Figura 2.13 - Corte transversal da estrutura da seção para instalação de barragem flexível.
Fonte: adaptado de Souza (2008).
Figura 2.14 – Barragens flexíveis em operação. (a) Oh River – Japão (2m H X 28,50m L); (b) Russian
River, Califórnia – EUA; (c) Noruega; (d) Hong Kong (4m H); (e) Oh River - Japão (6m H
X 34,50m L).
Fonte: (a) Sumigate, 2008; (b) Constantz, 2008; (c) Dyrhoff (2009); (d) Dyrhoff (2009);
(e) Sumigate (2008).
52
c) A outorga, que será exigida num prazo máximo de 05 (cinco) anos, iniciando
pelas bacias críticas e também pelos portes grande e excepcional (para todas
as bacias);
d) Penalidades pelo descumprimento do Termo de Compromisso Ambiental –
TCA.
de 20% a 30% nas áreas de cultivo orizícola. Por essa razão o IRGA, através da
Comissão de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, encaminhou uma série de
propostas ao Ministério da Agricultura para que sejam adequadas a legislação
(LAVOURA ARROZEIRA, 2008).
No Rio Grande do Sul, o Decreto Estadual nº 47.137/2010 concedeu aos
produtores rurais um prazo de 13 anos para recuperação das áreas de preservação
permanente, de forma gradativa, sendo que após 2 anos de adesão, terão de
recuperado 1/3 da área. Passados 8 anos, o decreto determina a recuperação de
2/3, além de apresentação de proposta de Reserva Legal e, ao final dos 13 anos,
toda a área deverá estar recuperada.
2.8 Geoprocessamento
Nos últimos anos, houve uma grande inovação nas imagens orbitais para uso
comercial. A partir do desenvolvimento de satélites com sensores de alta resolução
espacial surgiram novos paradigmas na área do sensoriamento remoto. O
desenvolvimento de novos sistemas sensores, como o Ikonos-II e o Quickbird abriu
um novo campo no sensoriamento remoto (TANAKA; SUGIMURA, 2001).
Segundo Menezes e Netto (2001), o sucesso resultante do uso dessa
tecnologia tem estimulado aperfeiçoamentos crescentes, e as aplicações do
sensoriamento remoto multiplicam-se. Produtos com elementos adicionais de
informações são oferecidos a comunidade de usuários a cada ano, aprimorando-se
as resoluções espectrais e espaciais. Desta forma, os produtos gerados a partir das
técnicas de sensoriamento remoto se constituem em importantes ferramentas para
elaborar trabalhos, não individualizados, mas integrados, de forma que se possa
manusear e atingir os objetivos esperados.
De acordo com Crosta (1992), as imagens de sensoriamento remoto servem
de fontes de dados para estudos e levantamentos geológicos, ambientais, agrícolas,
cartográficos, florestais, urbanos, oceanográficos, entre outros, representando uma
das únicas formas viáveis de monitoramento ambiental em escalas locais e globais,
devido a rapidez, eficiência, periodicidade e visão sinóptica que as caracterizam.
As imagens são constituídas por um arranjo de elementos sob a forma de
uma malha ou grid. Cada cela deste grid tem sua localização definida em um
64
d) Classes de solos
A determinação das classes de solos da sub-bacia hidrográfica do Arroio
Grande baseou-se na caracterização proposta por Streck et al. (2002). Entretanto,
devido à escala do mapa disponível (1:750.000), o qual permite identificar uma área
mínima mapeável de 2.250 ha, fez-se necessário a coleta de amostras de solo a
campo, visando a determinação das características físicas dos solos da área de
cultivo orizícola, conforme descrito no item 3.3.1.2.
3.3.1 Irrigação
U saturação −U atual
V1 = ( ) ⋅ Pci ⋅ ds ⋅ f [3.1]
100
Onde:
Usaturação: umidade de saturação do solo (%);
Uatual: umidade atual do solo (%);
Pci: profundidade da camada impermeável (m);
ds: densidade do solo (g/cm³);
f: 10.000 (fator de conversão: m3/ha).
n
U saturação = [3.2]
ds
Onde n é a porosidade do solo, dada pela expressão:
ds
n = 1− [3.3]
dp
Onde:
dp: densidade de partícula (g/cm³).
V2 = hl ∗ f [3.4]
Onde:
hl: altura da lâmina d’água na lavoura (m);
f: 10.000 (fator de conversão: m3/ha).
V3 = he ⋅ Pi ⋅ f [3.5]
Onde:
he: altura de lâmina evaporada (m/dia);
75
⎛ Pci + h ⎞
V4 = K ⋅ ⎜ ⎟ ⋅ Pi ⋅ f [3.6]
⎝ Eci ⎠
Onde:
K: coeficiente de permeabilidade do solo (m/dia);
Eci: espessura da camada impermeável (m);
f: 10.000 (fator de conversão: m3/ha).
⎛ ⎛ U ⎞⎞
⎜ Pe ⋅ ⎜1 − ⎟⎟
V5 = ⎜ ⎝ 100 ⎠ ⎟
⋅m [3.7]
⎜ Ic ⎟ t
⎜ ⎟
⎝ ⎠
Onde:
Pe: produtividade estimada de grãos (kg/ha);
U: índice de umidade (%);
Ic: índice de colheita (%);
mt: fator de transpiração (m³/kg de matéria seca).
VT = V1 + V2 + V3 + V4 + V5 [3.8]
Onde:
VTmi: necessidade hídrica da cultura por microbacia (m³/ha);
VT: necessidade hídrica da cultura (m³/ha);
Airrigmi: área irrigada na microbacia i (ha).
Onde:
V: volume de água armazenado (m³);
η: parâmetro de Schoklisch;
Asa: área da superfície de alague (m²);
Hmax: altura máxima da lâmina d’água (m).
V
C irrig = [3.11]
NH cultura
Onde:
Cirrig: capacidade de irrigação (ha);
V: volume de água armazenado (m³);
NHcultura: necessidade hídrica da cultura (m³/ha).
Aalvo
Qalvo = Q fonte ⋅ [3.12]
A fonte
Onde:
Qalvo: vazão no local de interesse (m³/s);
Qfonte:vazão na seção com dados (m³/s);
Aalvo:área da bacia hidrográfica de contribuição à seção de interesse (m²);
Afonte: área da bacia hidrográfica de contribuição à seção com dados (m²).
Onde:
Qnatural: vazão diária natural (m³/s);
Qobs: vazão diária observada (m³/s);
Qirrig: vazão consumida pela irrigação (m³/s);
Qreserv: vazão consumida pela irrigação atendida pelos reservatórios (m³/s).
confiança. Para tanto, será utilizado o Teorema do Limite Central, para determinar o
intervalo de confiança de 95% das vazões naturais médias diárias, para os meses de
novembro a fevereiro, através da seguinte expressão:
⎛ σ σ ⎞
P⎜⎜ Qm − 1,96 ⋅ < µ < Qm + 1,96 ⋅ ⎟⎟ = 0,95 [3.14]
⎝ N N⎠
Onde:
Qm: vazão média diária (m³/s);
σ : desvio padrão (vazões médias diárias);
N: tamanho da amostra;
µ: intervalo de confiança.
p = 1 − P{Q ≤ q} [3.15]
Onde:
p : freqüência de excedência;
q: vazão;
P: função de probabilidade.
a) Vazão ambiental
Os critérios referentes à definição da vazão ambiental no Brasil ainda
encontra-se em fase de definição pelos Planos de Bacia. Cada Estado vem
adotando critérios específicos, como a Q7,10 (vazão com 7 dias de duração e 10 anos
de tempo de retorno) e um determinado percentual da Q90 (vazão de permanência
de 90%).
No Estado do Rio Grande do Sul ainda não estão definidos pela legislação os
critérios para a vazão ambiental, embora em diversos estudos realizados tenha sido
adotado 30% da Q90, como o citado por Silveira et al. (2003).
Neste estudo foi adotado o critério de demanda ambiental equivalente a 30%
da Q90, incluindo assim na análise das condições de oferta e demanda hídrica da
sub-bacia a parcela de preservação, ou seja, de manutenção de níveis mínimos em
um curso d’água. A vazão ambiental foi determinada para cada mês (novembro –
fevereiro), de modo a contemplar os aspectos de sazonalidade.
83
Tendo em vista que o estudo visa identificar as áreas com cultivo irrigado em
APP, não foram considerados outros critérios previstos na legislação brasileira
vigente, como por exemplo, declividade superior a 100%, topo de morro e linha de
cumeada, uma vez que não é desenvolvido tal cultura em áreas com estas
características.
As APP, ao longo de cursos d’água, nascentes e reservatórios artificiais,
foram determinadas com base na análise buffer (zona tampão), utilizando-se
84
(H calha − OS )
Hbi max = [3.18]
1,20
Onde:
Hbimax: altura máxima da barragem inflável (m);
Hcalha: altura da calha do curso d’água (m);
OS: orla de segurança (m).
Figura 3.5 - Características de uma seção transversal para barragens flexíveis infláveis.
Fonte: adaptado de Souza (2008).
(P − I a ) 2
Q= [3.19]
(P − I a ) + S
Onde:
Q: escoamento superficial (mm);
P: precipitação (mm);
S: armazenamento potencial máximo do solo (mm);
Ia: perdas iniciais incluindo por armazenamento na superfície, interceptação e
infiltração até a saturação da camada inicial do solo (mm).
I a = 0,2 ⋅ S [3.20]
( P − 0,2 ⋅ S ) 2
Q= [3.21]
P + 0,8 ⋅ S
Onde S (armazenamento potencial máximo do solo) pode ser determinado através
da equação:
25400
S = − 254 [3.22]
CN
- Grupo D: solos que possuem alto potencial de escoamento, tendo uma taxa
de infiltração muito baixa quando completamente molhados, principalmente solos
argilosos (Taxa Mínima de Infiltração: <1,27 mm/h).
Q
C= . [3.23]
P
O volume de escoamento superficial gerado pela precipitação total é
determinado através da expressão:
Vt = Q ⋅ A [3.24]
Onde:
Vt: volume de escoamento superficial (m³);
Q: escoamento superficial (m);
A: área da bacia (m²).
Figura 4.2 – Modelo Numérico do Terreno (MNT) da sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande.
Tabela 4.3 - Unidades de mapeamento dos solos na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande.
SUB-BACIA ÁREA IRRIGADA
SOLO Símbolo
Área (ha) Freq.(%) Área (ha) Freq. (%)
Associação Chernossolo argilúvico
MTf-RLe1 16.058,34 39,85 — —
férrico - Neossolo litólico eutrófico
Argissolo vermelho distrófico PVd2 18.154,54 45,05 1369,24 57,26
Planossolo hidromórfico eutrófico SGe1 4.723,72 11,72 1022,21 42,74
Alissolo hipocrômico argilúvico APt2 1.361,94 3,38 — —
40.298,54 100,00 2.391,45 100,00
98
4.2.1 Irrigação
Tabela 4.4 – Quantificação da agricultura irrigada na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, por
microbacia.
MICROBACIA
ÁREA TOTAL FREQUÊNCIA AGRICULTURA IRRIGADA
DENOMINAÇÃO
(ha) % Área (ha) Freq. (%)
Arroio Manoel Alves 3.679,65 9,13 8,37 0,35
Arroio Lobato 3.307,41 8,21 6,41 0,27
Arroio Grande 14.105,44 35 126,25 5,28
Arroio do Meio 2.367,04 5,87 644,68 26,96
Arroio do Veado 5.203,09 12,91 358,34 14,98
Rio Vacacaí-Mirim 10.482,68 26,01 901,88 37,71
Sem Denominação 1.153,23 2,86 345,52 14,45
40.298,54 100,00 2.391,45 100,00
- U (índice de umidade):13%;
- Ic (índice de colheita): 44 %;
- m (fator de transpiração): 0,38 m³/kg de matéria seca.
Tabela 4.5 - Demanda da cultura orizícola na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, por
microbacia.
MICROBACIA HIDROGRÁFICA
ÁREA TOTAL FREQ. ÁREA IRRIGADA DEMANDA ORIZÍCOLA *
DENOMINAÇÃO
(ha) (%) Área (ha) Freq. (%) m³/safra m³/s
Arroio Manoel Alves 3.679,65 9,13 8,37 0,35 105.235,17 0,0122
Arroio Lobato 3.307,41 8,21 6,41 0,27 80.592,29 0,0093
Arroio Grande 14.105,44 35 126,25 5,28 1.587.328,63 0,1837
Arroio do Meio 2.367,04 5,87 644,68 26,96 8.105.497,17 0,9381
Arroio do Veado 5.203,09 12,91 358,34 14,98 4.505.372,99 0,5215
Rio Vacacaí-Mirim 10.482,68 26,01 901,88 37,71 11.339.247,05 1,3124
Sem Denominação 1.153,23 2,86 345,52 14,45 4.344.188,41 0,5028
40.298,54 100,00 2.391,45 100,00 30.067.461,71 3,48
*Necessidade hídrica da cultura: 12.572,90 m³/ha/safra
4.3.1 Reservatórios
Figura 4.6 - Reservatórios na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande: (a) cartas topográficas – 1975;
(b) imagem de satélite - 2008.
CAPACIDADE
ALAGUE (ha) ALAGUE TOTAL (ha) Hmáx VOLUME VAZÃO
IRRIGAÇÃO
MICROBACIA
20,00
18,00
16,00
14,00
Vazão (m³/s)
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Qmín 0,63 0,77 1,22 1,80 2,16 3,10 3,41 2,67 2,17 2,57 1,72 0,69
Qmédia 5,28 5,51 6,75 11,80 13,98 17,91 18,68 15,81 14,48 18,21 10,46 5,79
Figura 4.7 - Vazões médias e mínimas diárias observadas – Sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande
(período: 1979 – 2005).
Tabela 4.8 – Vazões naturais médias na sub-bacia do Arroio Grande, com um intervalo de confiança
de 95%, por microbacia.
Vazão natural (m³/s)
MICROBACIA Nov Dez Jan Fev
Q (95-) Qm Q (95+) Q (95-) Qm Q (95+) Q (95-) Qm Q (95+) Q (95-) Qm Q (95+)
Manoel Alves 0,7121 0,9673 1,2225 0,3269 0,5404 0,7539 0,3196 0,4942 0,6687 0,3720 0,5152 0,6773
Arroio Lobato 0,6387 0,8682 1,0977 0,2923 0,4843 0,6763 0,2858 0,4427 0,5997 0,3329 0,4616 0,6074
Arroio Grande 2,8663 3,8446 4,8229 1,3897 2,2081 3,0266 1,3617 2,0309 2,7001 1,5627 2,1115 2,7328
Arroio do Meio 1,3758 1,5399 1,7039 1,1281 1,2654 1,4027 1,1234 1,2357 1,3479 1,1571 1,2492 1,3534
Arroio do Veado 1,4986 1,8594 2,2203 0,9539 1,2558 1,5577 0,9436 1,1904 1,4373 1,0177 1,2202 1,4493
Vacacaí Mirim 3,2604 3,9874 4,7144 2,1631 2,7713 3,3795 2,1423 2,6395 3,1368 2,2916 2,6994 3,1612
Sem Denom. 0,6743 0,7545 0,8347 0,5532 0,6203 0,6874 0,5509 0,6058 0,6607 0,5674 0,6124 0,6633
11,0262 13,8213 16,6165 6,8074 9,1456 11,4841 6,7274 8,6392 10,5512 7,3015 8,8695 10,6448
Figura 4.8 – Curvas de permanência de vazões médias para os meses de novembro a fevereiro, com
um intervalo de confiança de 95%.
111
4,0000
3,0000
Vazões (m³/s)
2,0000
1,0000
0,0000
Q95 30%Q90 Q95 30%Q90 Q95 30%Q90 Q95 30%Q90
NOV DEZ JAN FEV
Q95- 3,6744 1,1896 3,4636 1,0606 3,4428 1,0434 3,4437 1,0352
Qm 3,7554 1,2328 3,4986 1,0659 3,4529 1,0459 3,4582 1,0421
Q95+ 3,8373 1,2761 3,5338 1,0716 3,4629 1,0469 3,4699 1,0499
Figura 4.9 – Disponibilidade hídrica (Q95) e vazão ambiental dos cursos d’água (30%Q90) – vazões
médias com intervalo de confiança de 95%.
Tabela 4.9 - Áreas de preservação permanente (APP) e respectivo uso da terra na sub-bacia
hidrográfica do Arroio Grande.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (ha)
USO DA TERRA
hidrografia nascentes reservatórios TOTAL FREQ. (%)
Floresta 2.580,60 149,68 42,00 2.772,28 66,10
Agricultura 502,87 31,11 85,00 618,98 14,76
Agricultura irrigada 211,23 1,91 22,75 235,90 5,62
Campo 401,19 69,48 32,00 502,67 11,98
Área urbanizada 60,52 4,01 0,00 64,53 1,54
ÁREA TOTAL (ha) 3.756,41 256,19 181,75 4.194,36 100,00
FREQ. (%) 89,56 6,11 4,33 100,00
Figura 4.10 – Sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande: (a) Áreas de Preservação Permanente;
(b) Uso da Terra nas Áreas de Preservação Permanente.
Tabela 4.10 – Áreas de Preservação Permanente (APP) ocupada pela agricultura irrigada na sub-
bacia do Arroio Grande.
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (ha)
USO DA TERRA
hidrografia nascentes reservatórios TOTAL FREQ. (%)
Arroio Manoel Alves - - - - -
Arroio Lobato 0,25 - - 0,25 0,11
Arroio Grande 13,27 - 0,11 13,38 5,67
Arroio do Meio 34,99 0,85 3,71 39,55 16,77
Arroio do Veado 20,27 0,64 2,97 23,88 10,12
Rio Vacacaí-Mirim 114,87 0,42 6,68 121,97 51,70
Sem Denominação 27,58 - 9,29 36,87 15,63
ÁREA TOTAL (ha) 211,23 1,91 22,76 235,90 100,00
FREQ. (%) 89,54 0,81 9,65 100,00 -
114
Figura 4.11 - Espacialização dos Pontos de Controle (PC) no contexto da sub-bacia hidrográfica do
Arroio Grande.
Tabela 4.11 – Demanda e disponibilidade hídrica na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, para o
período de novembro a fevereiro - cenário 1.
Qirrig
DEMANDA (m³/s) DISPONIBILIDADE (m³/s)
MÊS Q95
Tabela 4.12 – Demanda e disponibilidade hídrica na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, relação
demanda para irrigação e disponibilidade hídrica e freqüência de atendimento a
demanda - com base nas curvas de permanência, para o período de novembro a
fevereiro - cenário 2.
CURVA DE
DEMANDA DISPONIBILIDADE Qirrig PERMANÊNCIA
MÊS (m³/s) (m³/s) Q95 (atendimento Qirrig + Qamb)
A Tabela 4.13 apresenta as vazões naturais por ponto de controle (PC), para
análise dos cenários de oferta e demanda hídrica na sub-bacia hidrográfica do Arroio
Grande.
Tabela 4.13 – Vazões naturais médias mensais na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, por
Ponto de Controle.
VAZÃO NATURAL MÉDIA (m³/s)
PC
Nov Dez Jan Fev
1 0,9673 0,5404 0,4942 0,5152
2 0,8682 0,4843 0,4427 0,4616
3 5,6801 3,2328 2,9678 3,0883
4 4,6995 2,8722 2,6743 2,7643
5 4,3799 2,8818 2,7196 2,7933
6 13,8213 9,1456 8,6392 8,8695
Tabela 4.14 – Disponibilidade hídrica dos reservatórios e cursos d’água na sub-bacia hidrográfica do
Arroio Grande, por Ponto de Controle.
DISPONIBILIDADE HÍDRICA (m³/s)
PC Cursos d'agua - Q95 (m³/s)
Reservatórios*
Nov Dez Jan Fev
1 - 0,3429 0,3194 0,3152 0,3157
2 - 0,3083 0,2872 0,2835 0,2839
3 0,0005 1,9656 1,8312 1,8072 1,81
4 0,0128 1,4676 1,3673 1,3494 1,3515
5 0,0126 1,2032 1,121 1,1063 1,108
6 0,1199 3,7554 3,4986 3,4529 3,4582
* disponibilidade mensal
Tabela 4.15 – Demanda hídrica mensal na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, por Ponto de
Controle (incluindo reservatórios e cursos d’água).
DEMANDA HÍDRICA (m³/s)
PC Irrigação Ambiental - 30%Q90
Cenário 1 Cenário 2 Nov Dez Jan Fev
1 0,0118 0,0106 0,1126 0,0973 0,0955 0,0951
2 0,0091 0,0081 0,1012 0,0875 0,0859 0,0856
3 0,1988 0,1785 0,6452 0,5579 0,5474 0,5454
4 0,6153 0,5537 0,4818 0,4166 0,4087 0,4073
5 1,0176 0,915 0,395 0,3415 0,3351 0,3339
6 3,4801 3,1368 1,2328 1,0659 1,0459 1,0421
4.5.2.1 Cenário 1
Tabela 4.16 – Demanda x disponibilidade hídrica na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, por
ponto de controle: cenário 1.
DEMANDA HÍDRICA (m³/s) DISPONIBILIDADE HÍDRICA (m³/s) Qirrig/Q95
Mês PC 1
Qirrig Q952 Qrem 3
Freq. (%)
1,7
Qremanescente (m³/s)
1,1
0,5
-0,1
1 2 3 4 5 6
Figura 4.13 – Variabilidade da vazão remanescente na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, por
ponto de controle: cenário 1.
4.5.2.2 Cenário 2
Tabela 4.17 – Demanda x disponibilidade hídrica na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, por
ponto de controle: cenário 2.
DEMANDA HÍDRICA (m³/s) DISPONIBILIDADE HÍDRICA (m³/s) Q(irrig + amb)/Q95
Mês PC 1 2
Qirrig Qamb Q953 Qrem4 Freq. (%)
1,2
0,8
Qremanescente (m³/s)
0,4
0,0
1 2 3 4 5 6
-0,4
-0,8
Ponto de Controle
Figura 4.14 – Variabilidade da vazão remanescente na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, por
ponto de controle: cenário 2.
Figura 4.15 – Sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande: (a) Localização das barragens temporárias
infláveis. (b) Diagrama unifilar.
126
Tabela 4.18 – Caracterização das seções propostas para instalação das barragens temporárias
infláveis.
CURSO COORD. UTM H calha1 Hbi máx2 Hbi3 Llf4 Vabi5
SEÇÃO
D'ÁGUA E (m) N (m) (m) (m) (m) (m) (m³)
1 Arroio do Meio 241443 6714750 5,5 4,17 4,0 20,62 57.489
3,0 17,98 37.596
2,0 15,42 21.495
1,0 12,85 8.956
2 Arroio do Meio 241780 6713534 4,3 3,17 3,0 14,83 34.139
2,0 11,85 18.190
1,0 9,07 6.966
3 Arroio do Meio 241787 6711632 4,1 3,00 3,0 14,05 49.863
2,0 11,40 26.972
1,0 8,76 10.363
4 Arroio Grande 242858 6712616 4,25 3,13 3,0 14,27 18.151
2,0 11,08 9.396
1,0 7,60 3.222
5 Arroio Grande 242782 6711974 4,8 3,58 3,5 13,70 19.468
3,0 12,63 15.383
2,0 10,42 8.461
1,0 8,24 3.345
6 Arroio Grande 243562 6711158 3,9 2,83 2,5 11,52 21.830
2,0 10,60 16.070
1,0 8,80 6.670
1 2 3 4
Altura da calha do curso d’água; Altura máxima da barragem inflável; Altura da barragem inflável; Largura do leito fluvial;
5
Volume acumulado pela barragem inflável.
Tabela 4.19 – Frequência de classe de solo e grupo hidrológico, por microbacia, na sub-bacia
hidrográfica do Arroio Grande (%).
CLASSE DE SOLO/ GRUPO HIDROLÓGICO
MICROBACIA
MTf-RLe1 / B PVd2 / B SGe1 / D APt2 / B
Arroio Manoel Alves 65,99 32,66 1,35 −
Arroio Lobato 71,24 2,07 26,69 −
Arroio Grande 61,23 32,33 6,43 −
Arroio do Meio − 67,99 32,01 −
Arroio do Veado 39,91 10,89 28,39 20,81
Rio Vacacaí-Mirim 5,87 94,13 − −
Sem denominação − 21,54 55,10 23,36
Tabela 4.20 - Frequência de uso do solo na sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande, por microbacia
(%).
MICROBACIA USO DO SOLO
HIDROGRÁFICA FLORESTA AGRIC. CAMPO AREA URBANA AGRIC. IRRIG.
Arroio Manoel Alves 78,32 7,87 13,59 − 0,22
Arroio Lobato 69,38 6,07 24,37 − 0,18
Arroio Grande 57,59 8,41 33,18 − 0,82
Arroio do Meio 44,20 15,17 13,82 − 26,81
Arroio do Veado 59,91 10,77 22,54 − 6,79
Rio Vacacaí-Mirim 42,56 16,83 16,55 15,50 8,57
Sem denominação 30,72 20,98 18,79 − 29,51
Sem denominação
Rio Vacacaí-Mirim
Arroio do Veado
Arroio do Meio
Arroio Grande
Arroio Lobato
0 10 20 30 40 50 60 70
coeficiente de escoamento - C (%)
20mm 30mm 50mm 100mm
Figura 4.16 – Frequência do coeficiente de escoamento superficial das microbacias hidrográficas que
compõem a sub-bacia hidrográfica do Arroio Grande (%).
Tabela 4.24 – Capacidade de acumulação das barragens infláveis, escoamento superficial com base
em precipitações estimadas, demanda hídrica para o período de novembro a fevereiro,
atendimento a demanda, em dias, para o período de novembro a fevereiro e,
freqüência de atendimento a demanda hídrica, para o período de novembro a
fevereiro, expresso em % - para os pontos de controle 5 e 6.
PONTO DE CONTROLE/ BARRAGEM INFLÁVEL
PC 5 – BI1 1, 2, 3 PC 6 – BI1 4, 5, 6
CAPAC. DE ACUMULAÇÃO (m³) 141.491 59.450
P 20mm 102.090 321.381
ESCOAMENTO
SUPERFICIAL
NOV 58 5
ATENDIMENTO
DEZ 44 4
JAN 42 4
FEV 43 4
1 2
BI: barragem inflável; demanda hídrica( vazão remanescente).
133
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USO DO SOLO A B C D
Espaços abertos:
- Matos ou gramas cobrem 75% ou mais da área 39 61 74 80
- Matos cobrem 50 a 75% da área 49 69 79 77
Áreas comerciais (85% impermeáveis) 89 92 94 95
Distritos industriais (72% impermeáveis) 81 88 91 93
Áreas residenciais
tamanho do lote (m²) área impermeável (%)
< 500 65 77 85 90 92
1000 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84
Parques e estacionamentos, telhados e viadutos 98 98 98 98
Arruamentos e estradas
- Asfaltadas e com drenagem pluvial 98 98 98 98
- Paralelepípedos 76 85 89 91
- Terra 72 82 87 89
APÊNDICES
APÊNDICE I – Caracterização físico-hídrica do solo.